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um olhar para o futuro ano mir aculoso de Einstein cem anos da publi cação dos artigos que mudaram a física

Ano Miraculoso de Einstein

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Por volta de 1900, o professor da Universidade de Berlim, Max Planck, propõe, na seqüência de uma série de trabalhos, o modelo de absorção e emissão discreta de radiação, introduzindo uma constante universal, hoje denominada constante de Planck. Cinco anos depois Einstein utiliza a teoria de Planck e explica o efeito fotoelétrico. Neste mesmo ano de 1905 ele publica mais quatro artigos sobre os quais falaremos mais abaixo. Entre 1911 e 1913, Niels Bohr, um jovem dinamarquês em estágio de pós-doutorado nas Universidades de Cambridge e Manchester, desenvolve o primeiro modelo atômico da era moderna, obtendo enorme sucesso na explicação do espectro discreto do átomo de hidrogênio; era o início da teoria quântica. Assim, sob um ângulo personalista podemos dizer que a revolução em curso é sustentada pelo triplé Planck-Einstein-Bohr.

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    ano miraculoso de Einsteincem anos da publicao dos artigos que mudaram a fsica

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    2005 foi escolhido pela unio interna cional de fsica pura e aplicada como o ano mundia l da fsica deciso, a lis, sancionada pela organizao das naes unidas a pedido do re presen-

    tante brasileiro nesse organismo.

    a razo foi celebrar os 100 anos dos trabalhos feitos por albert einstein

    em 1905. naquele ano, ele ajudou a mostrar, por exemplo, que a ma tria

    formada por tomos, que massa e energia so grandezas equiva lentes

    por meio de sua famosa frmula e = mc2 e que a luz tem uma cons-

    tituio corpuscular.

    tantos traba lhos importantes e revolucionrios em um s ano mere-

    cem, sem dvida, ser lembrados sempre. assim, aproveitamos este neste

    captulo para fa lar um pouco desses traba lhos que mudaram to profun-

    damente nossa viso do macro e mi crouniverso e da vida de einstein,

    certamente um dos maiores cientistas de todos os tempos.

    16. | a EfEmridE | beRo, livRo e chaRuto | ano miRacu loso

    17. | o EfEito fotoEltrico | eltRons que saltam

    | PaRtcu las De luz | iDia mais RevolucionR ia

    19. | a tEsE | o mais obscuRo |acaR com gua | o mais citaDo

    20. | o moVimEnto BroWniano | ziguezague eRRtico

    | atRavs De um micRoscPio | RealiDaDe De tomos e molcu las

    22. | a rElatiVidadE | assombRaDos Pelo teR | Dois Postu laDos

    | Reviso RaDical | e=mc2| RestR ita

    24. | a Vida | a infncia | a juventuDe | em beRna | em beRlim

    | em PR inceton

    27. | o contEXto | cR iativiDaDe e caminhos | fama munDial

    28. | EinstEin hoJE | laseR e tomo gigante | buRacos negRos

    e onDas gRavitacionais | Dimenses extRas | no munDo nano

    EDITORES CIENTFICOS | Joo dos Anjos (Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas/MCT) | Ildeu de Castro Moreira (Instituto de Fsica/Universidade Federal do Rio de Janeiro)

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    torre do relgio de berna.

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    a EfEmridE

    BEro, liVro E charuto

    rua Kramgasse, 49, Berna, sua, 1905. no segundo an -

    dar, fica um apartamento modestamente decorado, refle -

    xo do baixo poder aquisitivo de seus moradores. um varal

    com roupas midas corta a sala. o inquilino, um tcnico de

    3a classe do escritrio de patentes da cidade, embala com

    uma mo o bero de seu filho e com a outra empunha um livro

    aberto. na boca, um charuto de pssima qualidade, cuja fu-

    maa se junta fuligem que verte do fogo.

    ano miraculoso

    Certamente, um ambiente pouco propcio prtica da cin-

    cia. Mas foi nele, h cem anos, que um jovem de 26 anos

    pro duziu nas horas vagas e isolado da comunidade cien t -

    f i ca cinco artigos e uma tese de dou torado. todos traba-

    lhos de altssimo nvel. eles muda riam para sempre a face da

    f sica. seu nome: Albert

    einstein. seu feito fez com

    que 1905 ficasse conhecido

    como Ano Miraculoso (An-

    nus Mirabilis).

  • o EfEito fotoEltrico

    Eltrons QuE saltam

    naquele incio de sculo, o chamado efeito fotoeltrico no

    qual a luz (radiao eletromagntica) arranca eltrons

    de certos metais ainda intrigava os fsicos. Abaixo de cer ta

    freqncia da luz incidente, por maior que fosse a in tensi -

    da de luminosa, eltrons no conseguiam escapar do metal.

    quando se aumentava a intensidade da radiao, esperava-

    se, como previa a teoria, que eltrons mais energticos saltas -

    sem. Porm, notava-se apenas um aumento na quantidade de

    partculas ejetadas, todas dotadas da mesma energia. Ao se

    aumentar a freqncia da luz incidente indo da luz

    visvel para o ultravioleta, por exemplo , os eltrons tambm

    se tornavam mais energticos. A explicao para isso tudo

    escapava fsica da poca.

    partculas dE luZ

    tentativas tericas j haviam sido feitas para solucionar

    a dis pa ridade entre teoria e ex pe rimento. Mas foi o artigo so-

    bre um ponto de vista heurstico rela tivo produo e trans-

    formao da luz, de 17 de maro portanto, o primei ro conclu-

    do naquele ano que resolveu o problema. ne le, einstein ado-

    tou uma hiptese aparentemente simples: a luz formada por

    partculas (os quanta de luz, que passaram, em 1926, a ser

    chamados ftons). A energia da radiao vem, portanto, em

    paco tes (ftons). Com isso, o efeito fotoeltrico ganhou uma

    explicao que podia ser testada experimental mente: aumen-

    tar a intensidade da luz significa apenas aumentar o nmero de

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    Diploma do prmio nobel de einstein

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    ftons de mes ma energia que incidem sobre o metal. Aumen -

    tar a freqncia da luz torna os ftons mais ener g ticos, pois sua

    energia, pela proposta de einstein, proporcional fre qncia

    e isso faz com que os eltrons ganhem mais ener -

    gia nas colises com os ftons que os ejetam.

    idia mais rEVolucionria

    A idia de que a luz tem natureza corpuscular foi classifi ca -

    da por einstein como a mais revolucionria de sua vida. em

    1915, o fsico norte-americano robert Millikan (1868-1953), ao

    contrrio do que pretendia inicial-

    mente, chegou a resul ta dos que

    confirmavam a previso de eins-

    tein sobre o efeito foto e l trico. Foi

    principalmente por essa previso

    quan tita ti va mente correta que

    einstein ganhou o nobel de 1921

    o prmio no cita quanta de

    luz, cuja rea lidade era ain da

    controversa. Po rm, as dvidas

    comearam a ser dizima das em

    1923, com a descoberta do

    efeito Compton no qual a luz,

    ao se chocar contra um el-

    tron, compo r ta-se como um

    corps cu lo, perdendo energia

    e com os experimentos conduzi dos, dois anos depois, pelos

    fsicos ale mes Hans Geiger (1882-1945) e Walther Bothe

    (1891-1957) e tambm com os resultados dos nor te-americanos

    Arthur Compton (1892-1962) e Alfred simon.

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    membros fundadores da academia olmpia

    a tEsE

    o mais oBscuro

    uma nova determinao das dimenses moleculares. esse

    o ttulo do trabalho mais obscuro daquele ano, finalizado

    em 30 de abril. Com ele, einstein obteve, em 15 de janeiro de

    1906, o ttulo de doutor pela uni versidade de Zurique. nessa

    tese, einstein apresentou um novo mtodo para determinar,

    entre outras grandezas, os raios de molculas.

    acar com Gua

    einstein usou como modelo o acar dissolvido na gua e

    obteve boa concordncia com os dados ex pe rimentais dis-

    ponveis na poca. ele formulou um modo indi reto que per-

    mitia estimar as dimenses de mo lculas dissolvidas em um

    lquido, bastando, para isso, conhecer a viscosida de do l-

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    o moVimEnto BroWniano

    ZiGuEZaGuE Errtico

    em 1827, o botnico escocs robert Brown (1773-1858) verifi-

    cou que gros de plen na superfcie da gua, quando obser-

    vados no microscpio, apresentavam um ziguezague errti-

    co. o fenmeno passou a ser conheci do como movimento

    browniano e, com einstein, se tor nou uma evidncia experi-

    mental importante da existncia de molculas, assunto ain-

    da controverso no incio do sculo passado.

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    quido no caso, antes e depois da dissoluo do a car

    e como as molculas nele imersas se espalham (difundem).

    o mais citado

    Ainda em 1901, einstein havia enviado universidade de

    Zurique outra tese, mas retirou-a, no ano seguinte, de pois

    de ser alertado de que o trabalho poderia ser rejeitado pe la

    fal ta de dados experimentais que com provassem seus resul-

    tados tericos. A tese de 1905 se tornaria seu tra ba lho mais

    citado na literatura cientfi ca moderna. razo: tem gran de

    aplicao em outras reas, da f si co-qumica construo

    civil, da inds tria de alimentos ecologia.

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    atraVs dE um microscpio

    o artigo Movimento de partculas em suspenso em um flui-

    do em repouso como conseqncia da teoria cintica mole-

    cular do calor ou, simplesmente, Movimento Browniano,

    como mais conhecido um desdobra mento da tese. Foi

    recebido para publicao em 11 de maio de 1905. nele, eins-

    tein inferiu que essa movimentao desordena da era ocasio-

    nada pelos choques da partcula com as molculas do fluido,

    invisveis ao microscpio e agitadas em razo de sua energia

    trmica, que medida pela temperatura. einstein previu qual

    seria o deslocamento mdio da posio de cada partcula,

    ocasionado pelas colises com as molculas de gua. isso

    poderia ser medido com a ajuda de um microscpio.

    rEalidadE dE tomos E molculas

    Poucos anos depois, com base nesse artigo, o fsico francs

    Jean Perrin (1870-1942) obteria os resultados experimen -

    tais que dizimariam as dvidas sobre a realidade

    fsica dos tomos e das molculas.

    em 1913, Perrin declarou:

    A teoria atmica

    triunfou. einstein

    terminou um segun-

    do artigo sobre o mo-

    vimento brow niano no

    final de 1905. ele foi re-

    cebido para pu blicao em

    27 de dezembro e s seria publicado no ano

    seguinte, tambm na Annalen der Physik.

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    a rElatiVidadE

    assomBrados pElo tEr

    o som uma onda (mecnica) e, portanto, precisa de um

    meio (gasoso, lquido ou slido) para se propagar. raciocnio

    semelhante levou hiptese de que era necessrio um meio

    que preencheria todo o espao para servir de suporte

    propagao da luz e das outras ondas eletromagnticas.

    no final do sculo 19, o chamado ter, no entanto, passou

    a assombrar os fsicos, que no conseguiam determinar

    suas propriedades mecnicas e nem mesmo o movimento da

    terra em relao a ele.

    dois postulados

    recebido para publicao em 30 de junho de 1905, o artigo

    sobre a eletrodinmica dos corpos em movimento declara-

    ria a morte do ter com base em dois postulados: i) as leis da

    fsica so as mesmas para observadores inerciais, ou seja,

    que se movem sem acelerao (princpio da relatividade);

    e ii) a velocidade da luz no vcuo (cerca de 300 mil km/s)

    sempre a mesma, independentemente de a fonte emissora

    estar parada ou em movimento, ou seja, a velocidade da luz

    uma constante da natureza.

    rEViso radical

    A adoo desses dois postulados levou a uma reviso radical

    das noes sobre o espao e o tempo. em termos simples

    e com base em fenmenos do cotidiano, pode-se dizer que:

    i) o relgio de um passageiro dentro de um vago em movi-

    mento andar mais devagar quando comparado quele da

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    estao esta a chamada dilatao temporal; ii) o compri-

    mento de um vago em movimento parecer mais curto

    quando medido por algum parado na plataforma esta a

    chamada contrao espacial; e iii) o que parece simultneo

    pa ra um passageiro no vago em movimento pode pa recer

    no ter ocorrido ao mesmo tempo para uma pessoa na plata-

    forma este o problema da si multa neidade. no entanto,

    esses fenmenos s so significativos e podem ser medi-

    dos quando nosso vago imaginrio se aproxima da velo-

    cidade da luz no vcuo. nas velocidades a que estamos

    acostumados no dia-a-dia, esses efeitos so imperceptveis.

    E=mc2

    em setembro de 1905, eins tein percebeu outras conseqn cias

    dos dois postulados. em um artigo de trs pginas, A inrcia

    de um corpo depende de seu contedo ener gtico?, deduziu

    a frmula mais famosa da cincia: e = mc2. ela indica que

    quantidades mnimas de massa (m) no caso, multiplicada

    pe la ve lo cidade da luz ao quadrado (c2) podem gerar enor-

    mes quantidades de energia (e).

    rEstrita

    unidos, esses dois artigos passaram a ser denominados

    teoria da relatividade restri ta restrita, no caso, por lidar

    apenas com situa es em que os observadores no esto

    acelerados. Por fim, preciso dizer que o matemtico francs

    Hen ri Poincar (1854-1912) e o fsico holands Hen drik lorentz

    (1853-1928) j haviam deduzido muitas das expresses ma-

    temticas contidas nos dois artigos e influenciaram fortemen -

    te o trabalho de einstein.

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    a Vida

    a infncia

    einstein nasceu em 14 de maro

    de 1879, uma sexta-feira, s

    11h30 da manh, em lm (sul da

    Alemanha). Foi o primeiro filho

    de Hermann (1847-1902) e Pau-

    line einstein (1858-1920) dois

    anos depois, nasceria Maja

    (Maria, 1881-1951), sua irm e

    ltimo filho do casal. em 1880,

    a famlia mudou-se para Munique, e seu pai montou um pe-

    que no negcio de produtos eletro me cnicos. einstein ingres-

    sou em uma escola catlica da cidade, onde se mostrou um

    aluno tmido, porm apli cado. Mais tarde, foi es tu dar no Gi-

    nsio luitpold, cujo mtodo de ensino clas sificaria como

    mili tar. Continuou a ser bom aluno, apesar de ter difi-

    culdades com lnguas, principalmente grego.

    a JuVEntudE

    em 1896, ma triculou-se no curso de formao de professores

    de matemtica e fsica da escola Politc ni ca de Zurique nes-

    sa poca, renun ciou cidadania alem. na gra duao, faltou

    a muitas aulas para estudar por conta prpria e passou nos

    exames com ajuda das anotaes de um colega de classe,

    Marcel Gros smann (1878-1936). sua futura mulher, Mileva

    Maric (1875-1948), era sua colega de turma e parceira em dis-

    cusses sobre fsica nesse perodo.

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  • na pgina anterior, einstein ainda criana. direita, mileva com os fi lhos, eduard e hans

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    Em BErna

    depois de formado, einstein deu aulas particulares para se

    manter, formando nesse perodo um grupo de discusso sobre

    filosofia e cincia, a Academia olmpia, com dois colegas. em

    1902, arrumou um emprego como tcnico de 3a classe do es-

    critrio de Patentes em Berna. no ano seguinte, casou-se com

    Mileva, com quem, pouco antes, havia tido uma filha, lieserl,

    nas cida no incio de 1902 e cujo destino at hoje desconhe-

    cido. o casal teria mais dois filhos: Hans Albert (1904-1973),

    que se tornaria um re no mado engenheiro hidrulico e um dos

    maiores especialistas em sedimentos do sculo passado, e

    eduard (1910-1965), que, esqui zo frnico, morreria em uma

    clnica psiquitrica na sua.

    Em BErlim

    em 1909, einstein pediu demisso do escritrio de Pa ten tes

    para se tornar professor de fsica terica da universida de de

    Zurique. Mais tarde principalmente por questes finan-

    ceiras , transferiu-se para a uni ver sidade Alem de Praga

    para, pouco depois, voltar Po litcnica, onde um cargo de

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  • assistente havia sido ne gado a ele em 1900. em 1913, foi con-

    vidado a tornar-se membro da prestigiosa Academia Prussia-

    na de Cincias e professor da universidade de Ber lim. em

    1915, terminou a relatividade geral, uma extenso dos traba-

    lhos de 1905 que continha uma nova teoria da gravitao.

    Em princEton

    em 1932, aceitou proposta de trabalho no recm-fun dado

    instituto de estudos Avanados, em Princeton (es tados

    unidos). deixou a Alemanha por causa da ascenso do na-

    zismo ao qual se opunha fortemente e das persegui -

    es aos judeus. Viveu em Prin ceton at sua morte, em 18

    de abril de 1955, dividindo seus ltimos anos de vida entre

    tentativas infru t fe ras para construir uma teoria que per-

    mitisse uma descrio

    unifi ca da dos fenme-

    nos gra vitacio nais e ele-

    tromag nticos e uma

    profunda dedicao a

    causas ligadas paz e

    s li berdades civis.

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    einstein em Princeton

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    o contEXto

    criatiVidadE E caminhos

    Como um s homem, traba lhan do de forma aparen temente

    isola da da comunidade cientfica de sua poca, pde chegar

    a tamanha produo e de to alto nvel em um s ano? expli-

    car a criatividade de einstein e os ca minhos que o levaram

    queles artigos uma tarefa com plexa. preciso considerar

    uma mul titude de fatores pessoais e do contexto em que

    einstein estava inserido.

    fama mundial

    em 1919, einstein ganhou fa ma mundial com a com provao

    de uma das pre vises da teoria da relatividade geral o encur-

    va mento da luz nas proximidades do sol em um eclipse

    solar observado em sobral (Cear) e na ilha de Prncipe, na

    costa oeste africana. o momen to fim da Primeira Guerra

    Mundial, que havia assombrado o mundo mostrou-se prop-

    cio para que os trabalhos de eins tein se des ta cassem. na

    dcada de 1920, einstein, j famoso, fez grandes viagens pelo

    mundo. em um delas, em 1925, visitou Argentina, uruguai e

    passou uma semana no rio de Janeiro, em maio, onde fez

    palestras e passeou pela cidade.

    einstein com cientistas no instituto oswa ldo cruz, Rio de janeiro, maio de 1925AC

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    EinstEin hoJE

    lasEr E tomo GiGantE

    os cerca de 300 trabalhos cientficos de einstein aju da-

    ram a aprofundar o conhecimento sobre a natureza da

    ra diao (luz, por exemplo) e da matria. alguns deles

    possi bilitaram, a obteno do laser, em 1960, e previram

    um fenmeno no qual um aglomerado de tomos, a bai-

    xssimas temperaturas, se comporta como uma entidade

    nica, como um tomo gigante. o chamado conde nsado

    de bose-einstein foi obtido pela primeira vez em 1995.

    Buracos nEGros E ondas GraVitacionais

    com base na teoria da relatividade gera l, einstein inau-

    gurou, com um artigo de 1917, a cosmologia moderna.

    quanto aos buracos negros corpos csmicos que su-

    gam luz e matria com voracidade , ele desconfiou de

    sua existncia, apesar de terem sido previstos pela mes-

    ma teoria. hoje, com o acmulo de evidncias expe-

    rimentais indiretas, acredita-se que esses ra los csmi-

    cos existam. a rea lidade das ondas gravitacionais,

    outra das previses dessa teoria, tambm tida como

    certa. supe-se que sejam produzidas, por exemplo, em

    colises de buracos negros, exploses de estrelas ou por

    corpos que giram em a ltssima velo cidade, como os pul-

    sares. experimentos j esto caa de

    mais esse fenmeno previs-

    to pela relatividade gera l.

    Representao de ondas gravitacionais

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    condensado de bose-einstein

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    dimEnsEs EXtras

    einstein nunca concordou com a maioria dos fsicos que

    criaram a fsica qun tica, pois estes viam as probabi li-

    dades e a in certeza como caractersticas intrnsecas e

    irremovveis do mundo microscpico. muitos consideram

    tambm que einstein se equivocou ao dedicar as duas

    dcadas finais de sua vida tentativa de unificar o eletro-

    magnetismo e a gravitao. outros, porm, a legam que

    ele, mais uma vez frente de seu tempo, estava adian-

    tando um campo terico que s ganharia noto riedade e

    prestgio nestes ltimos anos: a busca de uma teoria uni-

    ficada. hoje, as supercordas, teoria em que as partculas

    elementares so tratadas como diminutas cordas vibran-

    tes em vez de pontos sem dimenso, so a melhor candi-

    data para unificar boa parte dos fenmenos da natureza.

    no entanto, as supercordas implicam dimenses espaciais

    extras e vrias novas partculas elementares, ambas ain-

    da sem comprovao experimental.

    no mundo nano

    einstein tem tambm seu

    dedo no que talvez seja a

    maior contribuio cientfica

    que a fsica e a qumica dos s-

    cu los 19 e passado deram ao mun-

    do: a prova de que a matria com-

    posta por tomos e molculas. hoje, esse conhecimento

    a base, por exemplo, para a nanocincia e a na notec nologia,

    que englobam projetar, manipular, produzir e montar arte-

    fatos com dimenses atmicas e moleculares por meio da

    integrao da fsica, da qumica, da bio logia, da engenha-

    ria e da inform tica (ver, desta srie, nano cincia e nano-

    tecnologia modelando o futuro tomo por tomo).

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