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ANO V | Outubro de 2006 | no 80
Velhos golpes
tentaram
confundir
o eleitor
Página 3
CRQ garante
Acordo
Coletivo dos
últimos
3 anos
Página 4
Personagens
de Maurício
de Souza
combatem o
trabalho
infantil
Página 7
SINSEXPRO protesta contraintransigência da direção
do CORCESP
Página 5
A falta de negociação e as demissões semprocesso administrativo são denunciadas
publicamente durante manifestação.
Sem firmar acordo, CREAcontinua retirando direitos
Página 4
O Companheiro 802
Editorial
EXPEDIENTE
SINSEXPRORua Florêncio de Abreu, 157 - 1º andar - Cj. 105São Paulo - SP - CEP 01029-901Tel.: (11) 3228-1867 / 3228-7956 / 3228-5171Fax: (11) [email protected]
Secretaria [email protected]ês Granada Pedro (CREA)
Secretaria de Assuntos Jurí[email protected] de Souza (CRESS) - CoordenadorFrancisco de Paula Ferreira (CREA)Janaína Macedo Calvo (CREA)
Secretaria de Comunicaçã[email protected] Manccini de Oliveira (CREA)
Secretaria de Finanç[email protected]ávio Sérgio Gomes da Costa (CRC)Adriano Silva Reis (CRTR)
Secretaria de Formação Política e Relações [email protected] Tadeu Vilanova (CREA)
Secretaria [email protected] Celia Magalhães Alves (CREA) - CoordenadoraLuciamary Rodrigues Barbosa (CRFa)
Conselho FiscalFrancisco Rodrigues Marques (CRC)Lia Mara Checa (CRP)Kellen Cristina Zanin (CRTR)Henrique Rodrigues Lobo (OAB)Edith Aparecida Macedo (CRTR)João Marcos Ultramar Quinteiro (CRF)
Jornalistas ResponsáveisCláudia Teodoro - Mtb. 24.191Selma Munhoz - Mtb. 20.811
Direção de Arte/DiagramaçãoGuilherme Gonçalves - [email protected]
ImpressãoEditora Raiz da Terra - (11) 3207-8561
Por entender que o diálogo é o melhor emais democrático caminho para resolverqualquer questão, o SINSEXPRO sempredefiniu esta como a primeira estratégia denegociação com os Conselhos/Ordens. Do ou-tro lado, no entanto, nem sempre há o mes-mo entendimento, o que nos leva a adotaroutras medidas para fazer valer o que é dedireito de todos os trabalhadores. As maisrecentes consequências da falta de conver-sação são do CORCESP, alvo de manifesta-ções públicas do Sindicato pela intransigên-cia no trato com os funcionários. Não é dehoje que esta autarquia tenta, de todas asformas, ignorar o representante legal dostrabalhadores numa clara e arrogante de-monstração de autoritarismo. Mas, como este“privilégio” não é apenas do CORCESP, con-tinuamos enfrentando outras tentativas defragilizar nossa constante mobilização. OCREA, lamentavelmente, é outra autarquiaque tem causado bastante decepção, voltan-do no tempo e jogando no lixo anos de bomrelacionamento com o Sindicato. Após des-cobrir os pretensos efeitos de atos adminis-trativos, vem baixando um atrás do outrocom o claro objetivo, também, de enfraque-cer nossa atuação. Tempo perdido, pois nãoabandonaremos jamais a nossa luta.
O exemplo dos trabalhadoresda Volkswagen
O diálogo como aprimeira estratégia
O Brasil inteiro acompanhou, nosúltimos meses, o drama enfrentadopelos trabalhadores da Volkswagen,ameaçados de demissão em massa euma série de cortes em direitos já con-quistados. O Sindicato dos Metalúrgi-cos do ABC negociou durante 110 ho-ras com a empresa, tempo dividido emtrês rodadas de negociação. Mas os tra-balhadores também se organizaram.Eles fizeram greve, protesto na rodo-via Anchieta, culto ecumênico, panfle-tagem e discutiram o problema nas câ-maras municipais da região, na Assem-bléia Legislativa e com outros sindica-tos e associações. O resultado é que, emassembléia realizada no dia 14 de se-tembro, 75% dos 12 mil trabalhadorespresentes aprovaram a proposta quehavia sido negociada entre represen-tantes dos trabalhadores e a direção daVolkswagen. O acordo aprovado vaiviabilizar investimentos econômicosna fábrica de São Bernardo do Campoatravés da vinda de dois novos mode-los, evitando assim boa parte das de-missões. Trata-se de uma grande vitó-
ria, a qual poderá viabilizar, inclusive,novas contratações no futuro.
A situação dos trabalhadores daVolkswagen, guardadas as devidas pro-porções, não é diferente da situação denossa categoria. Devido a negligênciae o descaso dos gestores dos Conselhos/Ordens, muitos trabalhadores estãoameaçados de demissão. Alguns, inclu-sive, já enfrentam o fantasma do de-semprego. O pior é que, em alguns ca-sos, foram para a rua sem direito a nada.E assim será enquanto não houver umagrande mobilização, sem medo de lu-tar por aquilo que é de direito de cadaum. O caos em que as autarquias estãomergulhadas hoje, no que diz respeitoa situação de seus funcionários, é deúnica e exclusiva responsabilidadedaqueles que presidiram estes órgãos,como se estivessem administrando suaspróprias empresas quando, na verda-de, deveriam agir com total transparên-cia e em respeito às leis. Por isso, valeo exemplo dos trabalhadores da Volks-wagen, que não se calaram e foram àluta para fazer valer seus direitos e tudoo que conquistaram com muita luta.
3Outubro de 2006
Às vésperas de mais uma eleiçãonacional, durante o fechamento destaedição, os eleitores de todo o Brasilassistiram a diversas tentativas de des-moralização do candidato Lula, queaparecia em primeiro lugar nas pes-quisas de opinião. Com apoio de boaparte da mídia, a direita promoveu ojogo das manipulações a fim de con-fundir o eleitor. Era a turma de FHCatuando desesperadamente para im-plementar o retrocesso neoliberal, re-presentando por Alckmin na presi-dência e Serra no governo de São Pau-lo. Mas ao que tudo indicava, a popu-lação não se deixaria levar por estevelho golpe, tantas vezes utilizado emeleições anteriores. Desta vez, haviao reconhecimento pelos avanços ocor-ridos durante o governo Lula.
Todos sabem que nenhum governoresolve os problemas de um povo e deuma nação em apenas quatro anos. Masé dever de um bom governante entre-gar, para o seu sucessor, um país emmelhor situação do que aquela que en-controu quando tomou posse. E issoLula fez. Alguns números comprovameste cenário. A inflação, por exemplo,foi reduzida de 12,5% em 2002 para
Velhos golpes tentaramconfundir o eleitor
5,7% em 2005; o salário mínimo foiaumentado em 50%, contra uma infla-ção acumulada de 23%; a dívida exter-na foi reduzida de US$ 210 bilhões paraUS$ 165 bilhões; os juros básicos fo-ram reduzidos de 25% para 18% aoano; e as exportações aumentaram deUS$ 60 bilhões em 2002 para US$ 118bilhões em 2005, com crescimento de96,7%. Já o superávit comercial acumu-lado ultrapassa os US$ 102 bilhões (nos8 anos do governo FHC houve um défi-cit comercial acumulado de US$ 8,7bilhões); a concentração de renda di-minuiu: os 50% mais pobres detinham,em 2002, 13,2% da renda nacional, em2004 passaram a ter 14,1% da renda; os10% mais ricos tinham, em 2002,46,4% da renda nacional, em 2004 pas-saram a ter 44,7%; a produção indus-trial aumentou cerca de 11%; a taxa dedesemprego caiu de 12,2% em novem-bro de 2003 para 9,6% em novembrode 2005; foi criado o ProUni, que estápermitindo que centenas de milharesde jovens carentes possam frequentaruma Faculdade; o crescimento do PIBem 2004 foi de 4,9%, o maior em maisde 10 anos; e a redução da carga tributá-ria incidente sobre as micros e peque-nas empresas (que são as únicas que, defato, geram empregos no mundo, atual-mente), teve o limite para enquadra-mento Simples aumentado em 100%.
Mas muito é preciso fazer ainda.Num eventual segundo mandato do
presidente Lula, a sociedade deveacompanhar permanentemente todasas ações do governo para garantir quesejam implementadas com mais pro-fundidade as políticas sociais. E isto sóserá possível com grandes mobiliza-ções. Como representantes dos traba-lhadores e dos movimentos sociais nogoverno, são exatamente as centraissindicais, como a CUT, e os sindicatosa elas filiados, como o SINSEXPRO, osprincipais protagonistas desta tarefa.Uma das missões é romper com o mo-nopólio dos grandes meios de comu-nicação e priorizar iniciativas quecontemplem a democratização do mun-do do trabalho. Os fatos ocorridos an-tes das eleições dão a dimensão da ne-cessidade de a população ter canaispróprios de comunicação. Somentecom rádios e televisões públicas, co-munitárias e dos movimentos sociais,sindicatos e organizações estudantisespalhadas pelo país será possível que-brar o discurso hegemônico ditado pe-los interesses do mercado. Enfim, épreciso garantir cidadania para todasas camadas da população, pois é este oprincípio da inclusão social pelo quallutamos hoje e que tanto atormenta osneoliberais.
O Companheiro 804
O Conselho Regional de Eng., Arq. e Agr.- CREA/SP parecia ter começado a trilharum caminho de entendimento ao concedera reposição da inflação de 3,26% nos salá-rios dos funcionários. Mas o Ato Adminis-trativo n. 3, publicado pelo Conselho no Diá-rio Oficial do Estado, em 19/09/2006, dei-xou bem claro que ainda não alcançamoso objetivo sempre presente de dialogar.A reposição da inflação foi feita após asmanifestações e denúncias públicas pro-movidas pelo SINSEXPRO sobre a situa-ção dos funcionários. Mas acabou porconfundir os conselheiros do CREA/SPque têm se mostrado sensíveis às denún-cias do Sindicato. Empenhados em garan-tir pelo menos o reajuste salarial para os
No dia 1º de setembro, o SINSEXPRO convocou Assembléiacom os funcionários do Conselho Regional de Farmácia - CRFpara deliberar sobre o Acordo Coletivo. Mas o encontro teve deser adiado por não existir representatividade a todos os traba-lhadores da autarquia. O Sindicato já está atuando para identifi-car as dificuldades dos companheiros do Conselho em participar,opinar e deliberar sobre toda e qualquer situação em seu local detrabalho, inclusive sobre o Acordo Coletivo, de modo a combatere denunciar toda forma de intimidação, abuso e assédio moralque possa existir, fazendo chegar às autoridades competentes oscasos identificados. Brevemente o Sindicato convocará outra as-sembléia. Enquanto isso, respondeu ofício do CRF informandoque ainda não tem a posição final dos trabalhadores e propondoque sejam mantidas inalteradas as cláusulas sindicais já exis-tentes ou que seja agendada reunião para discussão do assunto.
O SINSEXPRO continua aguardando esclarecimentos da juíza
responsável pelo processo que resultou no Termo de Ajustamento
de Conduta - TAC do Conselho Regional de Enfermagem -
COREN. Como foi informado anteriormente, a juíza negou os
embargos que pediam o cancelamento dos atos do TAC assinado
pelo Conselho. O Sindicato recorreu ao Tribunal Superior do Tra-
balho - TST, em Brasília, para que o juiz esclareça sobre o Artigo
17 da Lei 8429 que proíbe que seja feito acordo após ingresso de
ação por improbidade administrativa. O TAC foi assinado justa-
mente porque a ação movida pelo Ministério Público no TRT era
de improbidade administrativa. Ou seja, se o MP acionou o CO-
REN por improbidade administrativa, esse Artigo 17 impede que
um acordo (TAC) fosse feito depois, cancelando a ação.
Indefiniçõespersistem no CRF
Sindicato recorre ao
TST para suspender
TAC do COREN
Os funcionários e a direção do Conselho Regional de Quí-mica - CRQ garantiram neste mês um importante alento àsrelações tão conturbadas nas autarquias da nossa categoria. OConselho apresentou proposta muito boa de Acordo Coletivo,que traduz respeito e valorização do pessoal da casa. Em As-sembléia, os funcionários conseguiram entrar em consenso como Sindicato para remover os obstáculos que, há 3 anos, impedi-
am a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho. Agora, assina-do, põe fim às pendências e inaugura um tempo de segurançapara ambos os lados, porque os funcionários passam a ter uminstrumento que garante a permanência dos seus direitos e oConselho evita ficar em posição vulnerável diante do Tribunalde Contas da União - TCU, já que as concessões devem estarasseguradas em Acordo Coletivo para serem regulares.
CRQ garante assinatura do Acordo Coletivo
CREA investe contra o sindicatotrabalhadores, aprovaram em Plenário oAto n. 3 que, ao mesmo tempo que rea-justa os salários, retira vários e impor-tantes benefícios e investe duramentecontra a ação do Sindicato.
Como é sabido, o presidente doCREA/SP já tinha incluído entre os 70cancelamentos de contrato de trabalhodois dirigentes do SINSEXPRO. Agora,pelo Ato n. 3, pretende inviabilizar a açãode outros dois e sequer se pronuncia so-bre os demais funcionários do CREA/SPque também são dirigentes sindicais. AtoAdministrativo é um instrumento baixa-do pelo presidente, como nos tempos daditadura militar, quando as decisões não
eram construídas em conjunto. O doCREA/SP foi definido unilateralmente,sem nenhuma participação ou ciência doSindicato da categoria, publicado intem-pestivamente e, por isso mesmo, não ga-rante a continuidade nem mesmo do queestá sendo “concedido” ali, porque podemudar a qualquer momento. Portanto,mantém-se a luta pelo Acordo Coletivode Trabalho que garante os direitos dostrabalhadores. O SINSEXPRO continuacom essa luta e, no fechamento desta edi-ção, tentava restabelecer contato com opresidente do Conselho para reverter asituação. Confira na página 6 o resultadoda ação coletiva do Sindicato em favordos demitidos do CREA.
O SINSEXPRO solicitou à Delegacia Regional do Trabalho que determine fiscalização em funções de manutenção feitas emcontato direto com ambiente periculoso no Conselho Regional de Contabilidade - CRC. O Sindicato oficiou todas as autarquias paraconstatar esse tipo de atividade e o Conselho, após reiterados avisos, informou que seria contratado perito particular paraelaboração de laudo e verificação da incidência de periculosidade no trabalho. Mas o pedido desta providência já é muito antigo eos envolvidos não poderiam esperar mais. Daí a solicitação de fiscalização.
CRC sofrerá fiscalização da DRT
5Outubro de 2006
No último dia 12 de setembro, os di-retores do SINSEXPRO fizeram manifes-tação pública em frente à sede do Conse-lho Regional de Representantes Comer-ciais - CORCESP, em São Paulo, para pro-testar contra a falta de diálogo com o Sin-dicato representante da categoria e con-tra as más condições de trabalho dos fun-cionários. Em carta aberta distribuída àpopulação, o Sindicato denunciou as ir-regularidades cometidas pela autarquiano que diz respeito à contratação de fun-cionários sem concurso público e demis-sões sem processo administrativo. Alémdisso, há notícias de que o Conselho es-taria constrangendo funcionários que de-sejam se filiar ao Sindicato, numa clarademonstração da resistência da autarquiaem estabelecer diálogo com o Sindicato,o que também pôde ser constatado naCampanha Salarial deste ano. OSINSEXPRO encaminhou a Pauta de Rei-vindicações no início de março e pediuabertura de negociações. Desde então oConselho não cumpriu nenhuma das eta-pas que são características de uma rela-ção respeitosa com o sindicato represen-tante da categoria - não agenda reuniãode negociação, ignora todos os ofícios en-viados e reiterados nesse sentido e sócomparece ao Tribunal Regional do Tra-balho para desmerecer o Sindicato, ale-gando que não é representativo.
No mundo civilizado, a luta por umasociedade democrática e igualitária pas-sa pelo diálogo direto entre patrões e em-pregados, sem intervenção do Poder Ju-diciário. Mas a direção desse Conselhoprefere ignorar este estado de direitos emanter a prática carrasca de séculosatrás, impedindo a ação do Sindicato, per-
seguindo trabalhadores e demitindo-ossem a esperada transparência exigidanum órgão público. Com tal tratamentodado aos funcionários, não há dúvida deque a qualidade dos serviços prestadospelo CORCESP à toda a população e à ca-tegoria profissional que regulamenta so-fre impacto direto. Por isso, oSINSEXPRO não hesitou em denunciarpublicamente a postura retrógrada desteConselho. Mesmo assim, ainda espera
Intransigência no CORCESPé denunciada publicamente
A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB respondeu àssolicitações feitas pelo SINSEXPRO em reunião ocorrida nomês passado. Infelizmente, a posição da autarquia não foi dasmelhores. Em relação a aplicação da Avaliação de Desempe-nho Anual, informou que a diretoria não se opõe à elabora-ção de termo aditivo em que o avaliado tome conhecimentodo resultado, desde que as lideranças tenham liberdade emadotar ou não esse procedimento. Sobre a indicação de umrepresentante sindical no local de trabalho, a OAB tambémconcorda com a proposta desde que o Sindicato indique umfuncionário devidamente filiado. Essa indicação, segundo a
Resposta da OAB às solicitaçõesdo Sindicato decepciona
autarquia, deverá acontecer sem a realização de eleição e omesmo deverá ter representação do SINSEXPRO com plenospoderes para negociar perante a diretoria da OAB-SP. O Sin-dicato respondeu à Ordem que, se por um lado as posições daautarquia contemplam o permanente avanço que são própriosdos processos de diálogo e negociação, por outro lado, estãomuito aquém do mínimo que é necessário alcançar nos doisassuntos. Para o SINSEXPRO, isso acontece por falta de con-versação direta, quando ambas as partes podem apresentarseus argumentos e ajustar os propósitos. Uma nova reuniãofoi solicitada à Ordem para tratar de tais assuntos.
Manifestação do SINSEXPRO em frente ao CORCESP
dialogar com a autarquia sobre todos osproblemas que afetam nossa categoria -manutenção dos empregos, condição desalário, ambiente de trabalho, rotativi-dade de pessoal, concurso público etc.Esse diálogo, inclusive, pode fazer comque seja retirado o processo de DissídioColetivo que está em andamento na Jus-tiça do Trabalho, consagrando nosso po-der de negociação sobre a intervenção ex-terna do judiciário.
O Companheiro 806
Processo nº 1002/06
Reclamante: SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS
AUTARQUIAS DE FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL E ENTIDADES COLIGADAS NO ESTA-
DO DE SÃO PAULO
Reclamada(o): CONSELHO REGIONAL DE ENGENHA-
RIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO ESTADO DE
SÃO PAULOSubmetido o Processo a julgamento, foi proferida a seguinte
SENTENÇA1 - RELATÓRIO SINDICATO DOS TRABALHADORES
DAS AUTARQUIAS DE FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL E ENTIDADES COLIGADAS NO ESTA-
DO DE SÃO PAULO devidamente qualificado(a) nos autos,
propõe Reclamação Trabalhista em face de CONSELHO RE-
GIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRO-
NOMIA DO ESTADO DE SÃO PAULO alegando, em sínte-
se, estar agindo na qualidade de substituto processual, postu-
lando a nulidade do termo de ajustamento de conduta firmado
entre a ré e o Ministério Público, bem como a reintegração dos
trabalhadores dispensados ou, alternativamente, o pagamento
das verbas rescisórias. Pedidos formulados às fls. 13. Deu à
causa o valor de R$ 20.000,00. Juntou procuração.
2 - FUNDAMENTAÇÃO
Não resta dúvida que a Constituição Federal de 1988 propor-
cionou profundas alterações no sindicalismo brasileiro, in-
cluindo-se a questão concernente à legitimidade dos sindica-
tos quando atuam em defesa dos trabalhadores. Dispõe o ar-
tigo 8º, inciso III da Carta Magna:
“Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais
ou administrativas”.
Não decorre, daí, que tal defesa seja ampla e irrestrita, mes-
mo porque a substituição processual não se encontra expres-
samente autorizada na norma em comento. Trata-se, pois, de
uma hipótese de exceção em nosso ordenamento jurídico em
sintonia com outros dispositivos (Constituição Federal, art.
5º, XXI e LXX) razão pela qual deve haver previsão legal
expressa autorizando tal modalidade.
Não se pretende, com isso, impedir que o sindicato atue na
defesa dos interesses dos membros da categoria, mas, sim, que
tal defesa seja disciplinada em lei ordinária, dispondo as
formas pelas quais deverá ser exercida (talvez tenha sido esta
a razão pela qual o legislador suprimiu a expressão “substi-
tuição processual”). Sendo assim, temos que o referido dispo-
sitivo constitucional não atribui legitimidade concorrente ao
sindicato.Nesse mesmo sentido, Sussekind: “Afigura-se-nos que o legis-
lador brasileiro deveria dispor adequadamente sobre a maté-
ria. A lei deveria enumerar os casos em que o sindicato poderá
representar os membros da respectiva categoria, independen-
temente de mandato dos interessados, e dispor sobre suas obri-
gações em relação aos representados, assegurando a estes o
direito de transigir ou opor-se à ação em seu nome ajuizada”.
(ob. cit., pág. 1125).
Conclui-se, dessa forma, que o artigo 8º da Constituição con-
templa hipótese de representação processual (e não substitui-
ção), conforme já era tratado pelo artigo 513, “a” da CLT,
excetuando-se pelo fato de que a norma constitucional não res-
tringiu os interesses somente aos associados. Registre-se, ainda,
que nos termos do artigo 6º do Código de Processo Civil a subs-
tituição processual depende de expressa previsão legal. Sendo
assim, e tendo em vista que o artigo 8º da Constituição Federal
não versa sobre substituição processual pelo sindicato, temos
que a norma processualista está em perfeita sintonia com o
Texto Maior, bem como é perfeitamente aplicável ao processo
trabalhista, por exemplo, nas hipóteses do artigo 195, § 2º da
CLT (adicionais de insalubridade e periculosidade), artigo 872,
§ único (ação de cumprimento) e outras demandas que visem
reajustes salariais previstos em lei específica.
Destarte, não vislumbro presentes os requisitos legais quanto
à autorização do sindicato para propor a presente Reclama-
ção Trabalhista, razão pela qual determino a extinção do
processo sem julgamento do mérito por ilegitimidade de par-
te. Prejudicadas as demais matérias preliminares e de mérito
suscitadas na contestação.
3 - DISPOSITIVO
Pelo exposto, a 16a Vara do Trabalho de São Paulo, determi-
na a EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO
DO MÉRITO (CPC, artigo 267, VI), pela ilegitimidade de
parte do sindicato-autor.
Nada mais.São Paulo, 10/08/2005
Fernando Marques Celli
Juiz do Trabalho
Após a anulação de 70 contratosde trabalho no Conselho Regional deEng., Arq., e Agr - CREA/SP, oSINSEXPRO entrou com ação traba-lhista pedindo a reintegração dos fun-cionários ou uma sentença alternati-va para que fossem pagas as verbas res-cisórias. Mas, para nossa decepção, ojuiz da 74 Vara do Trabalho aplicouuma terceira opção de sentença e ex-tinguiu o processo sem julgamento de
mérito, alegando que o Sindicato nãoé legítimo para propor a ação. Lamen-tavelmente, esta não é a primeira vezque a Justiça se pronuncia por um ca-minho que não dá ganho de causa paranenhum dos lados. Em um mandadode segurança para alterar o Termo deAjustamento de Conduta - TAC e im-pedir as demissões, o juiz também ex-tinguiu o processo alegando erro na
inicial, dizendo que a ação deveria sertrabalhista e não mandado de seguran-ça. Em resumo, os trabalhadores per-dem seus empregos sem pagamento deverbas, apostam suas esperanças noJudiciário e vêem frustradas suas ex-pectativas de decisão. Confira abaixoparte da sentença:
Justiça extingue processo dasanulações de contrato no CREA
7Outubro de 2006
Novo gibi combateo trabalho infantil
“Toda criança quer ser criança” é otítulo do novo gibi lançado pelo Fó-rum Nacional de Prevenção e Erradi-cação do Trabalho Infantil (FNPETI)e pelo Conselho Nacional dos Direitosda Criança e do Adolescente (CONAN-DA). No mês em que se comemora o
Dia da Criança, o SINSEXPRO divul-ga e apóia a iniciativa que tem por ob-jetivo fazer um grande alerta contraesta grave situação a que tantos meno-res são submetidos enquanto deveriamestar na escola. Idealizado pelo dese-nhista Maurício de Souza, autor daTurma da Mônica, o gibi tem persona-gens como Magali, Cascão, Cebolinha,Anjinho e outros, que conscientizamo garoto Benedito, que trabalhava nolixão com seus pais, a voltar a estudar.A publicação tem o apoio do Unicef eda Secretaria Especial dos DireitosHumanos. Além de ser uma prática ile-gal, o trabalho infantil é crime segun-do o Estatuto da Criança e do Adoles-cente (ECA).
De acordo com Isa Oliveira, Secre-tária Executiva do FNPETI, a publica-ção é uma importante ferramenta deconscientização no combate ao traba-lho infantil. “A melhor maneira deconscientizar é trabalhar com uma lin-guagem lúdica e pedagógica, por issofizemos esse gibi. Nosso desafio agoraé mudar os valores culturais das famí-lias pobres, que defendem o trabalho
infantil”, conta. OBrasil é referência na Organização In-ternacional do Trabalho (OIT) porquetem desenvolvido um trabalho de di-vulgação e de implementação de açõessociais, que envolveram a sociedadecivil organizada. Segundo a Organiza-ção Mundial do Trabalho (OIT), de1992 a 2004, o Brasil conseguiu redu-zir em 60,9% o trabalho infantil nafaixa de cinco a nove anos de idade. Ataxa de atividade entre dez e 17 anoscaiu 36,4% no mesmo período. Dadosda PNAD (Pesquisa Nacional PorAmostra de Domicílios) mostram quecerca de 2,7 milhões de crianças, entre5 e 15 anos, são vítimas do trabalhoinfantil. A secretária comenta que parao país continuar avançando no com-bate ao trabalho infantil é importantecombater a pobreza e promover inclu-são social das crianças; melhorar a edu-cação e universalizar o Ensino Básico(cerca de 2,9% das crianças entre setee 14 anos estão fora das escolas) e in-vestir em fiscalização para retirar ascrianças do narcotráfico, da explora-ção sexual e das ruas.
Sindicalizados têm ótimas opçõesem oftalmologia e odontologia
Os filiados do SINSEXPRO têm excelentes convêniosna área de oftalmologia. Dois deles, a Clínica de Olhos BoaVisão e a Ótica Visão Lux oferecem o que há de mais moder-no em tratamentos e produtos. Na Clínica, o paciente passapor exames completos para detectar quaisquer problemas,com a indicação mais adequada de tratamento. O convêniocom o Sindicato atende aos filiados e seus dependentes. Jána Ótica Visão Lux, os clientes encontram um trabalho sé-rio, fundamentado na ética profissional, na qualificação deseus funcionários e na constante atualização tecnológica.Com lojas estrategicamente localizadas em diversos pontosda capital paulista, proporcionam o conforto e a segurançade saber que a saúde dos olhos será sempre tratada com todaatenção e profissionalismo. Na área de odontologia, umadas opções para os filiados ao SINSEXPRO é a Global Care.Há desde tratamentos ortodônticos, clínicos, protéticos atéos estéticos. São três clínicas próprias localizadas nos bair-ros de Itaquera, Santo Amaro e Centro. Os pagamentos sãofacilitados com desconto para os filiados ao Sindicato. Apro-veite esse benefício do seu Sindicato e deixe em dia a saúde
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O Companheiro 808
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