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Antonio Lucio Vivaldi foi padre e
compositor genial de música barroca
italiana. Seu pai, um barbeiro, também
violinista, ajudou-o a iniciar sua carreira
no mundo da música, e foi o
responsável por sua admissão na
orquestra da Basílica de São Marcos, onde
Vivaldi viria a se tornar o maior
compositor italiano de sua época.
Vivaldi foi apelidado de “Il Prete Rosso” ("O Padre Vermelho"), provavelmente devido ao seu cabelo ruivo. Em 1704, foi-lhe dada dispensa da
celebração da Santa Eucaristia devido a problemas de saúde (aparentemente sofria de
asma).
Voltou-se então para o ensino de violino num orfanato de moças, chamado Ospedale della
Pietá em Veneza. Pouco tempo após sua iniciação nestas funções, as crianças
ganharam-lhe apreço e estima; Vivaldi compôs para elas a maioria dos seus concertos,
cantatas e peças de música sacra.
Em 1705, a primeira coleção dos seus trabalhos foi publicada. Muitos outros se lhe seguiram. No orfanato, desempenhou diversos cargos, interrompidos apenas
pelas suas muitas viagens e, em 1713, tornou-se responsável pelas atividades musicais da instituição.
Vivaldi foi realmente um compositor prolífico e sua fama deve-se sobretudo à composição das seguintes obras:
Mais de 500 concertos (210 para violino ou violoncelo solo), dos quais se destaca o seu mais conhecido e
divulgado trabalho, “As Quatro Estações”. Compôs ainda 46 óperas, sinfonias, 73 sonatas e música de câmara. Suas diversas peças música sacra são até hoje muito
populares, principalmente o “Gloria 589”.
Menos conhecido é o fato de que a maior parte do seu repertório só foi redescoberto na primeira metade do século XX em Turim e Gênova, e publicado apenas na segunda
metade. A música de Vivaldi é particularmente inovadora, quebrando com
a tradição consolidada nos esquemas rígidos de sua época; deu brilho à estrutura rítmica do concerto, procurando sempre contrastes harmônicos e inventando melodias originais.
Ademais, Vivaldi era francamente capaz de compor música não acadêmica,
apreciada pelo público geral, e não só por uma pequena elite. A alegre aparência de
seus trabalhos revela uma alegria de compor, uma das razões para a grande
popularidade da sua música. Esta popularidade rapidamente o tornou
famoso em países como a França, na época muito fechada em seu valores
nacionais.
Johann Sebastian Bach foi bastante influenciado pela música de Vivaldi (revivida nas suas
Paixões e cantatas).
Transcreveu alguns dos
concertos de Vivaldi para teclas
solo, bem como outros para orquestra.
Apesar de ser padre, aparentemente teve vários casos amorosos, um dos quais com a cantora
Anna Giraus. Suspeita-se que Vivaldi mantinha uma ambígua atividade comercial nas óperas
apresentadas em Veneza, adaptando-as ligeiramente às capacidades vocais de sua
amante. Estes rumores causaram-lhe alguns dissabores com outros músicos, como Benedeto
Marcello, que teria escrito um panfleto contra ele.
Vivaldi, tal como alguns compositores da época, teve um final obscuro, em circunstâncias não muito claras, pois seu
falecimento não ocorreu na cidade em que vivia. De qualquer forma, é possível que suas composições já não suscitassem o mesmo entusiasmo de outrora em uma
Veneza sempre sequiosa por novidades; gostos musicais em constante mudança podem tê-lo colocado um tanto fora de moda, e Vivaldi teria decidido vender um grande número de
suas músicas a preço irrisório, a fim de viajar para Viena, talvez para sempre.
As razões da partida de Vivaldi para essa cidade deve-se a um provável
convite de Carlos VI, que adorava suas composições (Vivaldi dedicou “La Cetra”
ao rei em 1727), e este lhe deu a posição de compositor na Corte
Imperial.
Contudo, pouco depois da sua chegada a Viena, Carlos VI veio a morrer. Este trágico golpe de azar deixou o compositor
desprovido da proteção real e de fonte de rendimentos. Vivaldi teve que vender mais manuscritos para sobreviver, e veio a
falecer não muito tempo depois, em 1741.
Apesar de ter recebido uma sepultura anônima de pobre, em seu
enterro foi cantada uma missa de Réquiem, da qual o jovem Joseph
Haydn teria participado no coro. De forma igualmente estranha, sua
música caiu na obscuridade até o século XX.
Apesar dos detratores e das
críticas que Vivaldi recebeu, seu
talento é inegável e sua influência,
da maior importância. Foi o compositor que
inventou ou, pelo menos,
estabeleceu a estrutura definitiva do concerto e da
sinfonia.
Sua facilidade para compor era impressionante. Escrevia tão rápido quanto a pena o permitia.
Consta que conseguia escrever um novo concerto em menos tempo do que um copista levava para
copiá-lo.
A ressurreição do trabalho de Vivaldi no século XX deve-se sobretudo aos esforços de Alfredo Casella, que em 1939
organizou a agora histórica “Semana Vivaldi”. Desde então, as composições do gênio renascentista passaram a obter sucesso
universal, sendo alçadas ao estrelato novamente.
Em 1947 o empresário veneziano Antonio Fanna fundou o Istituto Italiano Antonio Vivaldi, cujo primeiro diretor
artístico foi o compositor Malippiero, com o propósito de promover a música de Vivaldi e publicar novas edições de
seus trabalhos. A música de Vivaldi, juntamente com a de Mozart e
Bach foi incluída nas teorias de Alfred Tomatis sobre os efeitos da música no comportamento humano, sendo
hoje usada atéem terapia musical.
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRAENTRE NO SITE: http://www.corepoesia.com
IMAGENS: (GOOGLE) QUADROS DE CANALETTO, ARTISTA DO SÉCULO 18, FAMOSO POR SUAS PAISAGENS URBANAS DE VENEZA.
TEXTO: INTERNETSOM: “AS QUATRO ESTAÇÕES” ( 3º MOV. DO “VERÃO” e 1º MOV. DO “INVERNO”)