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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARTE CONTEMPORÂNEA NO BRASIL:ANTONIO PETICOV
ESTÉTICA IIPROFESSORA FRAVIA RUDGE RAMOS
GRUPO: TURMA A
DÉBORA DIAS
JULIANA KAKITANI
MARIANA RABAÇA
MARINA SHIMONO
PRISCILA VICTORETTI
RAQUEL ARANHA
SÃO PAULO – 2013
Sumário
1. Introdução..........................................................................................................................................2
2. Vida e Carreira...................................................................................................................................3
3. A Obra................................................................................................................................................7
3.1 As Obras.......................................................................................................................................8
Bibliografia...........................................................................................................................................12
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1. Introdução
A arte contemporânea é um tema tão abrangente que é praticamente impossível que
não se fique um pouco perdido de início. O primeiro motivo para a confusão é o período
histórico: é considerada arte contemporânea o que vem desde o final da Segunda Guerra
Mundial até os dias atuais; também porque é impraticável dividir um período da arte ou
mesmo histórico se estamos vivendo nele: a visão é quase sempre viciada.
É preciso, então, afunilar o tema “arte contemporânea”, ou para movimentos
específicos, como a pop art, ou para países específicos. O caso desse artigo, o segundo
recorte, além do período da arte, é geográfico: o cenário é o Brasil.
Mesmo assim, numa pesquisa superficial sobre arte contemporânea brasileira vemos
nomes como Lygia Clark, Amílcar de Castro ou Bispo do Rosário. Talvez o mais difícil seja
selecionar ainda mais essa pesquisa, já que o contato com o trabalho dos artistas passa a ser
maior e surgem vários interesses diferentes.
AntonioPeticov, no entanto, foi o que mais despertou interesse depois de uma pesquisa
um pouco mais profunda. Claro, seu uso da cor nunca é passado despercebido, e não apenas
por ser interessante esteticamente. Depois de tomar mais contato com as obras dele – as
gravuras, as pinturas, as esculturas – ficou decidido que o artigo seria sobre esse artista.
Mas como? Como é possível escrever um artigo que fala sobre a obra de um artista
plástico, sobre um pintor, um escultor, se a obra dele próprio é tão abrangente quanto a Arte
Contemporânea? E, talvez, a resposta esteja na pergunta. A obra dele é tão abrangente que
pode representar os artistas contemporâneos como um todo – muito embora Peticov não se
considere mais parte da contemporaneidade da arte.
Por fim, esse artigo consiste da entrevista feita com Antônio Peticov em seu estúdio de
trabalho do dia seis de setembro de 2013.
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2. Vida e CarreiraQuando tinha 12 anos, durante uma viagem ao Rio de Janeiro, Peticov conheceu um
editor de arte que foi sua primeira e marcante influencia. A partir daí começou a descobrir o
mundo artístico. Emocionou-se ao descobrir Portinari, Van Gogh, Picasso, Leonardo Da
Vinci e todos os outros renascentistas, e de maneira muito especifica,Escher. Um gênio no
pensamento, demonstrando-os através de imagens e xilogravuras. Escher trabalhou com o
infinito e a quarta dimensão (tempo) por toda sua vida. Sua intenção era colocar dentro de um
espaço finito o infinito. Coisas que vão se expandindo, que nunca terminam, e que dão a ideia
de continuação. Escher, artista muito respeitado, deixou animações feitas de suas ideias e um
livro sobre suas palestras.
Em 1970, Peticov conheceu as primeiras obras de Escher. Primeiramente em uma
capa de disco, mais tarde em uma capa de um livro, do próprio Escher, encontrado em um
banheiro de uma rádio pirata em Londres. Um artifício que o artista utilizava, que se tornou
uma característica marcante nas obras de Antonio Peticov, foi a aplicação das artes visuais
com mensagens ocultas. Isso pode ser observado em muitas obras, algumas mas claramente
que em outras. Ele cita como exemplo a obra de Boticcelli, “A primavera”, o qual tem como
tema o ar. Em uma análise mais detalhada, podemos identificar que para se remeter ao tema, o
pintor representa tecidos leves e esvoaçantes, Zéfiro, que na mitologia grega significa o vento
do Oeste, e duas “falhas” no bosque ao fundo, simbolizando pulmões. Na época de
Michelangelo e Da Vinci era proibido fazer autópsias1, logo, os artistas também
representavam partes do corpo humano de forma indireta. Por exemplo, na Capela Sistina,
cada um dos patriarcas representa um órgão do corpo humano, mas de forma “camuflada”,
através de cores e texturas dos tecidos. Peticov diz que foi aí que achou, então, inspiração para
a "subliminaridade" em sua obra.
Peticov foi autodidata. Nunca frequentou uma universidade de arte, sequer um curso
de pintura ou desenho. Ele comprava reproduções de Aldemir Martins para estudar arte,
copiando a obra, estudando a obra. Avaliando o trabalho dele, parece que um curso superior
de artes plásticas não fez falta, já que podem ser observadas em suas obras um domínio
técnico de longo alcance.
Sobre isso, ele comenta: “Eu acho que é importante estudar. Na minha vida, tive um
acidente da maior gravidade, repeti a segunda série cinco vezes em matemática, que é o que
eu mais gosto. Por problemas de viagem, de professores ruins, como você pode ter uma
possibilidade de troca com esse tipo de ‘mestre’? Perdi muito tempo patinando no mesmo
1 mesmo proibido, Da Vinci fazia dissecações de cadáveres para estudar o corpo humano3
lugar, então quando cheguei ao clássico2, eu já estava tão envolvido no mundo da arte que eu
nem fui buscar meu diploma. Isso não me fez falta. O que me fez falta foi a camaradagem,
companheirismo, ensino paralelo, a troca de ideias na universidade.”
Peticov morou na Itália por 20 anos e, segundo ele, o envolvimento com a arte no
exterior é muito grande. O artista voltou da Itália em 1985, sentiu a diferença, já que naquele
país, quando dizia que era pintor, as pessoas o respeitavam, mesmo com seu "estilo hippie",
como ele mesmo descreve, quando dizia sua ocupação, ele era respeitado pelo que fazia: a
arte. Já no Brasil, a situação se reverte.
“Fui sequestrado uma vez aqui no Brasil e me questionaram o que eu
fazia. Eu disse que era artista, e eles me perguntaram: de que canal?
Aqui, artista visual, quem mexe com a cultura, não tem espaço.
Principalmente depois de 10 anos de um governo que baniu a leitura, de
um presidente que tinha orgulho de nunca ter lido um livro. Quem não lê,
não sabe ver, não sabe ouvir, não tem o que dizer.”
Peticov é um grande admirador da cultura brasileira. Para ele, Oswald de Andrade foi
um dos nossos maiores heróis. No entanto, ele afirma que é difícil sobreviver no Brasil apenas
com a carreira artística. O artista completa exemplificando que nos EUA, é possível notar nos
corredores dos aeroportos, diversas pinturas de artistas locais que são pouco conhecidos no
meio artístico, mas que se dedicam somente a essa carreira. Esses artistas possuem espaço e
mercado, ou seja, existe o respeito e o conhecimento do trabalho da arte.
Visitou lugares como Portugal e Grécia, e percebeu que esses têm as artes visuais em
alto conceito. No oriente, um dos países que conheceu foi a Indonésia. Segundo ele, as
pessoas locais possuem outros valores, não lhes faz falta, não conhecem Picasso, Shakespeare
e Beethoven. Conheceu a pobreza e degradação da Bulgária, terra do seu pai. Também gosta
de vivenciar o lugar onde vive hoje, São Paulo.
Quando perguntado sobre a obra que foi seu "divisor de águas", Antonio Peticov tira
um pôster de sua mesa de trabalho do atelier. É uma foto de uma escultura que ele fizera anos
antes: sete "potes de tinta" dispostos na horizontal, cada um deles de uma cor: lilás, azul claro
e escuro, verde, amarelo, laranja e vermelho. Então, ele comenta:
“Por mais que queiramos manipular nosso próprio trabalho, isso ocorre
de maneira sempre espontânea. Em 1981, conheci um editor de pôsteres, nos
EUA, que gostou muito do meu trabalho e logo escolheu uma escultura minha
2Até em 1967, o ensino médio era dividido em três cursos, e compreendia o curso científico, o curso normal e o curso clássico.
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para fazer o primeiro pôster, que vendeu cerca de um milhão de cópias. É uma
escultura que é um pouco minha profissão de fé. É gratificante ver que a escultura
passou a ser a mais conhecida do meu trabalho pela essência da obra, pelo o que
eu quis dizer com esse trabalho.”
Muitos críticos dizem que Antonio Peticov não segue as tenências do mundo da arte.
Além disso – e também por causa disso -, ele não se considera um contemporâneo da arte, já
que existe um rótulo de mercado e ele não o segue. Mesmo assim, ele é muito popular com o
público e com profissionais como físicos e matemáticos, como Martin Gardner3, que o
chamou para um Congresso sobre Matemática, graças a sua abordagem diferenciada do tema4.
"Eu escuto essa novidade há cinquenta anos", Peticov diz sobre isso. Diziam que Picasso não
tinha estilo, e ele respondeu "Deus fez a nuvem, fez a ave, fez a pomba, fez a onda do mar.
Deus tem estilo?".
Peticov afirma que o artista plástico deveria ser o profissional mais livre que existe,
mas geralmente não o é por questões de mercado. “É preciso separar duas coisas: arte do
mundo da arte”, o artista ainda diz. O mundo da arte é o mundo do ego, o mundo do dinheiro,
e isso não tem nada a ver com arte.
“O que a galeria quer é produto”, ele diz. Peticov se interessou muito pela galeria de
um homem em Milão, e por isso mostrou seu trabalho. Imediatamente, o dono da galeria se
interessou pelas obras. No entanto, quis que ele reproduzisse 25 variações da mesma obra
para a exposição. Na vida, o artista fez três variações, quando muito, e nenhuma superou a
"obra original".
Em 69 Peticov fez estudos muito importantes sobre a gravura nos Estados Unidos.
Então, foi lhe proposta uma parceria, por um homem o qual Antonio não cita o nome, na qual
o artista executaria as idéias e temas previamente fornecidos, já que a essa pessoa agradava
mais o jeito que Peticov fazia a arte, não o tema dela. O contrato inicial era de 200.000
dólares anuais para fazer gravuras. Entretanto, Peticov recusou a proposta. Ainda alega que há
artistas que aceitam tal tipo de proposta, como Romero Brito.
O artista observa que uma figura que surgiu recentemente foi a do curador de arte.
Uma pessoa que procura artistas que apoiam sua teoria, e não o contrário. Peticov diz
conhecer dezenas, mas apenas dois que respeita: que são honestos, que fazem coisas
3 Por 25 anos esteve na revista Cientific American numa seção sobre "Matemática Recreativa". A cada dois anos existe um Congresso de Matemática do qual Marntin Gardner era o líder. Peticov foi o único brasileiro a ser convidado ao congresso, mesmo tendo repetido cinco anos em matemática. O artista é respeitado porque ele tem outroaproach para a questão matemática. Martin Gardner morreu há três anos.4 Peticov usa muito em suas pinturas a seção áurea, a geometria aplicada, a sequência de Fibonacci, entre outros.
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interessantes, pesquisam, estudam. Tem muitos curadores e pouca qualidade. Por isso, ele não
se preocupa com o que os críticos falam.
Por último, o artista diz que teve que fazer 11 workshops para deficientes mentais para
conseguir lançar seu último livro, e sobre isso ele diz: "que bom chegar lá e não ter que seguir
nenhum estilo".
Peticov tinha dúvidas entre a arquitetura e a pintura. Porém, afirma que foi “salvo” de
se tornar arquiteto. Uma ocasião, tentou fazer estágio com um arquiteto, e lhe pediram para
que desenhasse uma planta arquitetônica em um papel vegetal com uma caneta a tinta
nanquim. Porém, ocorreu um acidente e Peticov acabou rasgando a folha e deixando o tinteiro
cair ao tentar apagar um erro. Depois do ocorrido optou por sua verdadeira vocação, artes
plásticas, e relata ter sido “salvo” de se tornar um arquiteto. Mesmo não se dedicando a isso,
admite que apreciaria muito ter estudado arquitetura.
O artista considera que quem trabalha com arte tem que se dedicar totalmente a isso,
não dividir o seu tempo e dedicação com outras atividades. Trabalhou muito tempo com
música na Itália. Fundou a banda os mutantes nos anos 70. Quando deixou a música, sua
carreira deu um salto pois dedicou toda a sua energia as artes plásticas. É raro encontrar um
músico que tenha um contato com a cultura visual pois este não sai de seu “universo” e cria
um universo visual interior, já um artista plástico convive com a música como uma
companheira.
Peticov já trabalhou com vários artistas plásticos, dentre eles está o reconhecido Vik
Muniz. Foi assistente do Peticov por três anos, e quando se conheceram, Vik trabalhava num
posto de gasolina. Foi um voraz consumidor da biblioteca, com o que Antonio fica muito feliz
porque afirma que livro é energia enquanto é aberto. “O cérebro é igual a um paraquedas: só
funciona quando está totalmente aberto; e o livro também”. Ainda relacionado ao assunto,
Muniz sempre dizia que não gostava de arte, que gostava de cultura, tanto que o que ele faz
hoje é uma dessacralização da arte5. Vik achou a fórmula dele no mercado - é uma pessoa
muito ligada às tendências.
5Peticov afirma que Vik Muniz dessacraliza a arte por vários motivos: um deles é baseado no fato do segundo realizar várias releituras de obras de vários períodos da arte.
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3. A ObraAinda um pouco sobre manter um estilo ou não, o artista diz que sempre há muitas
variações entre uma obra e outra, no entanto, sempre é possível encontrar coerências, pontos
de congruência que caracterizam a obra como sendo de tal artista. Os saltos de galho em
galho, sempre estão dentro de uma grande árvore, que tem a mesma raiz, mas manifesta-se de
maneiras diferentes.
Peticov afirma que o processo criativo tem sete pontos: o primeiro é a vontade de
criar. A segunda é alimentação, que consiste em ler, ver figuras, ouvir, pesquisar, ou seja
alimentar a vontade de criar com repertório. A terceira parte é cozinha - tudo aquilo que foi
apreendido é "cozinhado", e o tempero é sua educação, sua formação, seus ideais; cada pessoa
tem o seu, então, mesmo que duas pessoas venham a ter o mesmo conteúdo (a mesma
alimentação), a cozinha será sempre diferente. O quarto ponto é Eureka, e é a fase do
processo criativo que fundamentalmente que separa os críticos de arte dos artistas. O quinto
ponto é "mãos a obra". A sexta parte é o entregar. A sétima parte é o feed-back.
O que desperta um pouco de curiosidade é como se dá a inspiração no trabalho dele, já
que tudo parece tão pensado; depois, também, como ele se sente enquanto pinta, como
qualquer artista se sente quando faz arte. Sobre isso, Peticov diz: “Primeiro de tudo a fome, a
necessidade, de maneira prosaica. Uma vez tive uma conversa muito interessante com uma
psiquiatra sobre a questão da criação, da dor, do que se sente. Quando estou criando sinto
muita coisa, sinto fome, sinto tesão, sinto cansaço. Pode ser que alguns trabalhos meus, os
mais figurativos, há ideias que surgem.”
Peticov faz uma alusão com Picasso ao dizer que inspiração existe, mas ocorre
geralmente quando estamos trabalhando, com a “mão na massa”. Peticov descobriu sua
vocação aos 14 anos, quando ia bater na porta dos artistas para mostrar suas obras. Estes
diziam que ele possui talento e para trabalhar, desenvolver sua carreira. “Trabalhar é fazer,
com isso vamos crescendo e descobrindo.”
O artista desenvolve muito de suas obras pelo uso da geometria, como o ladrilhamento
não periódico6.
“Meu trabalho é basicamente intuitivo, o deixo surgir, mas
quando a intuição vem, ela é bombardeada pela geometria,
principalmente a seção áurea, que é incrível, gratificante de se trabalhar,
6Preenchimento do espaço sem deixar vazios, a criação de um desenho que possui um centro e se expande.
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pois uma coisa vai levando a outra. Isso dá o sentido da harmonia, do
belo”.
Segundo Peticov, nosso olho é adaptado para ver 7 cores, não vemos ultravioleta nem
infravermelho, e no mundo inteiro, tanto no tempo como geograficamente, as 7 cores do
espectro tem um significado semelhante. O roxo, que é a cor mais próxima da fonte luminosa,
é associada ao espírito, e o vermelho, que é a cor mais distante da fonte luminosa, é a
frequência maior, é associado à matéria. A partir disso, o artista constata que é fácil fazer a
demonstração de um processo criativo, da inspiração, do espírito e da matéria, ou de algo
material para o espiritual. A utilização do espectro em seu trabalho, pois, ocorre simbolizando
o processo criativo.
Entre as diversas denominações de arte, é de enorme agrado para Peticov a que diz que
a “arte é a transformação do ordinário em extraordinário”. Ele explica que isso ocorre em
qualquer área, ou seja, o músico, o costureiro, o mecânico, o advogado, quando realizam isso,
estão fazendo arte.
Sobre as finalizações de suas obras, Peticov faz uma relação com os tapetes persas,
que nunca são concluídos. Com a pintura de um quadro pode-se pensar da mesma maneira.
Nunca se termina uma pintura, mas determina-se um momento de parada. Isso é considerado
um momento difícil para um pintor , mas é necessário estabelece-lo.
Mas, o pintor afirma que mesmo depois de considerar a obra finalizada, pode-se
acrescentar detalhes.
3.1 As Obras
- Painel Estação República
Disponível em:
<http://4.bp.blogspot.com/-jYgxT1-rLm8/UJm6Eau2X-I/AAAAAAAAAjg/dBi1KgXbZ1U/s320/antropo.jpg>
Acesso em: 12/09/2013
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Momento antropofágico com Oswald de Andrade (1990), é a obra de Antônio Peticov
que está localizada na estação do Metro República. Ela é uma homenagem à Semana de 22 e
ao próprio Oswald de Andrade. Esta obra é um mural de parede feito de azulejos, cimento
ladrilhos de cerâmica e madeira (pau-brasil). Estão representados Oswald e Patrícia Galvão
com ladrilhos brancos e pretos, um de cada lado. A inspiração da imagem de ambos saiu de
um jornal que só tem 8 edições e praticamente só foi lançado, cujo único patrocinador era o
Café Paraventi – o casal símbolo da marca virou Oswald e Patrícia Galvão.
Foi usada a técnica da anamorfose7, então de frente as imagens são distorcidas, e só da
extremidades se vê o mural sem distorção. Completando há no teto uma grande pintura
também em preto e branco feita com a mesma técnica. Ela é vista sem distorção quando
refletida a uma coluna metálica cilíndrica que divide o mural. Esta obra mostra sua ligação
com a Pop Art.
- The Ladder
Disponível em: <http://www.antoniopeticov.com.br/img/p/137-175-large.jpg>, acesso em: 12/09/2013
Essa escultura talvez seja a melhor explicação do uso da cor no trabalho de Peticov. A relação
mais rápida que fazemos num primeiro contato com a obra é com o espectro da luz. E,
realmente, todas as relações futuras têm a ver com o espectro da luz. O olho humano enxerga
a sete cores e, em todo o mundo, a ordem crescente dessas cores de acordo com a velocidade
de propagação delas tem o mesmo significado: o vermelho, a cor com a frequência maior, a
7 em que a percepção da imagem se modifica oinforme a do observador9
com velocidade mais lenta e com o espectro maior, é associada ao mundo material, enquanto
o lilás, a cor com características opostas à vermelha, é associada ao espírito. Portanto, essa
escultura é, de forma objetiva, a ascensão da matéria ao espírito.
- Obra sem título
Disponível em: <http://www.antoniopeticov.com.br/img/p/135-173-large.jpg>Acesso em: 12/09/2013
A arte que Peticov faz não se encaixa no que o mercado de arte determina como arte
contemporânea. Porém a faz pois está inserido no tempo de hoje. Segundo o artista, quando
Marcel Duchamp, abriu a Caixa de Pandora8, e transforma um mictório em obra de arte, abole
a criatividade, quebra paradigmas. Há muitas especulações teóricas a partir disso. Tudo é
contemporâneo? Telas ainda possuem espaço no mercado?
- Torre Transbuti
Disponível em: <www.antoniopeticov.com.br>Acesso em: 12/09/2013
Torre TransBurti, localizada no Edifício Saint Honore, na região da Avenida Paulista, São
Paulo - 1995. A Torre de transmissão de micro-ondas foi inspirada na escultura “The ladder”,
8Caixa de Pandora: Mito grego, nela continha males para o homem, como desentendimentos, guerras e doenças.
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que explora o espectro de cores lembrando um arco-íris. Nesta obra, cada uma das cores
remete a uma emoção. O branco do topo, por exemplo, simboliza uma benção para a cidade.
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Bibliografia
KLINTOWITZ, Jacob. Antonio Peticov, viajante. 1ª Edição - São Paulo: Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, 2013.
"A forma oculta Antonio Peticov". Disponível em: <http://impressoespornorma.blogspot.com.br/2010/05/forma-oculta-antonio-peticov.html> Acesso em: 29/08/2013
"Catálogo das Artes". Disponível em: <http://www.catalogodasartes.com.br/Lista_Obras_Biografia_Artista.asp?idArtista=3070&txtArtista=Antonio+Peticov> Acesso em: 29/08/2013
"Peticov: Ciência, Humor e Paradoxo". Disponível em: <http://www.brazilmax.com/news.cfm/tborigem/fe_portugues/id/4> Acesso em: 29/08/2013
"Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil". Disponível em: <http://www.bibliografiainfantilejuvenil.prefeitura.sp.gov.br/handle/123456789/58341?show=full> Acesso em: 29/08/2013
"Peticov, Antonio (1946)" Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1119&cd_item=1&cd_idioma=28555> Acesso em: 29/08/2013
"Antonio Peticov". Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/antonio-peticov/antonio-peticov.php> acesso em: 29/09/2013
"Pinacoteca expõe obras de Antonio Peticov". Disponível em: <http://www.jornaldaorla.com.br/materias/7980-pinacoteca-expoe-obras-de-antonio-peticov/> Acesso em: 29/09/2013
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