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Ao Ali Babá do lado de lá Noites quentes movimentarão a Arábia... E noites tristes também...

Gênero: Romance

De Leandro Vieira Personagens:Ali Babá - Um ladrão aventureiroAludra – Princesa do reinoLabib – Perigoso amigo do SultãoAban – O SultãoLamya – Atraente dançarinaMalika – A RainhaFarid – Humilde servoAreebah – Humilde servaJamil – Príncipe fugitivo Abida – Humilde servaMakin – Braço direito do sultão

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Cena 1 - Fugindo dos guardas(As cortinas se abrem, o cenário é uma pequena vila. Entram os servos).

Farid: Eu tenho uma grande idéia.

Abida: (gritando) E o sangue de Deus tem poder!

Farid: Do que você está falando?

Abida: As nossas idéias vêm de Deus, precisamos agradecê-lo.

Areebah: Mas fale Farid! Que idéia é essa?

Farid: Tenho um novo plano para fugirmos daqui.

Abida: Se for igual às outras é melhor a gente ir tomar um suco de laranja natural que ganhamos mais.

Farid: Essa vai dar certo.

Abida: Igual às outras?

Farid: Cale-se Abida. Dessa vez tenho certeza que dará certo. Será uma fuga inesquecível.

Abida: Igual às outras foram. Estou cheia de hematomas.

Areebah: Silencio Abida, pare de reclamar. Espero que dessa vez dê certo Farid.

Farid: Dará certo Areebah. Será que não confiam em mim?

Abida: Deus não confia. Ele me disse.

Jamil: Estou cansado de andar, meu corpo está todo dolorido.

Areebah: Não seja chato Jamil. A gente nem andou tanto assim... Pra fala a verdade a gente não andou nada. Acabamos de sair da padaria... Olha ali a padaria! Toma vergonha nessa cara.

Jamil: Vocês falam isso porque são servos, se acostumaram com a desgraça, e o sofrimento, a tortura e a impiedade. Sempre foram uns pobres ordinários... Mas eu sou filho de rei, é difícil viver a vida de vocês.

Areebah: Foi você mesmo que quis fugir do palácio do seu pai, cansado da vidinha normal que levava. Queria aventura, adrenalina, é isso o que estamos lhe oferecendo em uma vida sem ser o do seu pai.

Abida: (entediada) Uhul! Nossas vidas têm uma adrenalina que é de deixar qualquer tartaruga com sono.

Areebah: Mas pelo menos aqui ele tem mais o que fazer.

Abida: Tem mesmo. Correr da policia, passar fome, apanhar dos guardas do Sultão, dormir na chuva. Nossa! É tanta coisa. (irônica) Meu! Quem vai querer viver num palácio?

Areebah: Ela tem razão Farid.

Farid: Não tem não Areebah. A Abida vê problemas em tudo. Ela não consegue enxergar o lado bom das coisas.

Areebah: Sinceramente... Não é só ela então que está com esse problema de visão. Você não é o líder? Resolva os problemas!

Farid: Opa! Sou o líder por votação, foi justo e democrático. Fala como se eu quisesse ser o líder por achar que sei resolver tudo.

Areebah: Uma votação onde eu o Jamil e a Abida votamos em branco e só você votou em si mesmo. Desde sempre é assim Farid, você sempre quer mandar, quer ser o líder, pois saiba que o líder não só manda, ele também faz acontecer.

Abida: É Deus quem faz acontecer meu amor. (eles olham pra ela) Só pra corrigir, porque a gente precisa ressaltar esses detalhes. (Entra Ali Babá correndo, vê eles e se ajoelha).

Ali Babá: Depois eu te pago aquela meu senhor! Ainda bem que encontrei alguém nessa cidade... Não sabem onde há lugar para se esconder?

Abida: Se esconder? Que engraçado, a gente é profissional nesse assunto.

Areebah: Porque quer um esconderijo?

Ali Babá: Eu sou Ali Baba, um dos quarenta ladrões, e neste momento tem uns guardas atrás de mim.

Areebah: A gente tem um lugar...

Farid: Opa! Primeiro tem que falar comigo Areebah. E ele é um ladrão.

Areebah: A gente é o que Farid? Freiras?

Farid: Mas eu sou o líder, eu escolho as pessoas que entram no bando.

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Areebah: Isso não é um bando o “rei leão”. E outra! Prometemos a nós mesmos que iríamos ajudar quem precisasse de nossa ajuda.

Farid: Acontece que a gente não o conhece.

Areebah: Acontece que a gente também não conhecia você.

Farid: Façam o que quiser. (Abida dá um soco em Farid)

Abida: Sempre quis fazer isso. Obrigada mesmo Farid.

Areebah: Você pode ficar com a gente. Temos um lugar onde nos escondemos dos Guardas.

Ali Babá: Muito obrigado mesmo. Pelo visto, vocês são pessoas como eu, pessoas do bem.

Abida: E também fugimos dos guardas, e também somos ladrões.

Ali Babá: Bom, mas muito obrigado de verdade.

Abida: Fique despreocupado. Deus nos recompensará. Eu espero. Espero mesmo, porque nem o diabo merece viver o que a gente ta vivendo. EU ESPERO DEUS! EU ESPERO! (Ouvisse os gritos de Makin) Gente! É o cara de limão refogado! Vamos nos esconder. (Eles se escondem, entra Makin).

Makin: Miserável! Fugiu! Mas pelo menos eu já sei quem é. Ali Babá, um dos quarenta ladrões da Arábia. (gritando) Um dia eu te pego ordinário! (Entra Lamya)

Lamya: Oi Makin.

Makin: Lamya? Como está linda. Com certeza será a dançarina do sultão essa noite.

Lamya: Você acha mesmo que eu serei a escolhida para passar essa noite ao lado do sultão?

Makin: Com certeza. Das sete dançarinas do sultão Aban, você é mais atraente.

Lamya: Eu daria tudo pra trocar uma noite ao lado do sultão para ficar junto a você, acolhida entre seus braços.

Makin: Para Lamya. Não me deixe louco de vontades. Eu também daria tudo por você.

Lamya: Daria mesmo?

Makin: Daria, faria, entregaria minha alma por você.

Lamya: Que bom saber disso Makin. Não sabe mesmo o quanto precisarei de você.

Makin: E por quê?

Lamya: Calma, logo saberá. (Makin avança nela) Não Makin! Aqui não, se alguém nos pegar estaremos perdidos. Um dia você vai poder fazer o que quiser comigo. (Ele sai) Se eu não fizer com você antes. (Ela sai e os servos saem do esconderijo).

Ali Babá: Nossa! Essa mulher é muito bonita, mas parece ser perigosa.

Abida: É uma vadia! (Se ajoelha) Desculpa Deus, eu não quis dizer essa palavra. (Dá tapas na boca de Jamil).

Jamil: Você está louca? Pare com isso.

Abida: É que quando você fala um palavrão, precisa bater na boca, e como a minha está dolorida, pensei em bater na sua.

Areebah: Aquela se chama Lamya. É uma dançarina do reino, ela era uma serva como a gente, mas por ser muito bela foi chamada para dançar, depois disso, se tornou ambiciosa e traiçoeira. Tome muito cuidado com ela. Os homens da cidade se derretem por Lamya, e fazem qualquer coisa só para ter uma chance de chegar perto.

Abida: Nossa! Como você é fofoqueira Areebah.

Ali Babá: Pode deixar Areebah. Sei me cuidar, não sou tão fácil de ser manipulado. (Abida pega um pedaço de pão). Nossa! Estou com tanta fome, pode me dar um pedaço?

Abida: É... Bom... Tipo assim... É... Deus não quer, ele me deu esse pão e disse que não podia repartir com ninguém.

Areebah: Abida pare de ser egoísta!

Abida: Toma seu morto de fome. (Ela dá o pão pra ele que come rapidamente). Muito obrigada, eu não queria um pedaço.

Farid: Ali Babá, fique sabendo que aqui, as coisas dançam conforme a minha musica. E terá que me obedecer como todos aqui. (Abida cai na risada).

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Ali Babá: Saiba Farid, que as pessoas só conseguem o meu respeito se merecerem. (Os dois começam a se encarar).

Jamil: Já está escurecendo, é melhor a gente ir logo, o escuro me trás um passado de muitas angustias, onde a mamãe nunca deixava a luz do banheiro acesa para não atrapalhar as noites de sexo com papai.

Areebah: Vamos bando! Segundo o “Rei Leão” aí.

Abida: Contou uma piada, agora vai ficar repetindo.

Cena 2 – No palácio (Entra o sultão e em seguida Aludra).

Aludra: Papai preciso falar com você.

Aban: Fale minha filha.

Aludra: Não quero me casar com o Labib. Sei que ele é um homem inteligente, esperto, bonito... Mas não gosto dele.

Aban: Sua mãe também não gostava de mim, hoje ela se deita aos meus pés... Um dia você aprende a gostar dele. Labib é uma das pessoas mais inteligentes que conheci, tem voz de comando, e é ele que eu quero para governar o meu reino junto a minha única filha.

Aludra: Desculpe papai, mas não pode me obrigar a casar com alguém que não é da minha vontade ficar casada.

Aban: Eu sou o sultão Aludra, eu mando na vida de todos do meu reino inclusive a sua, decido o que acontece com cada um. Está me irritando, vai se casar com Labib e basta. (Entra Malika).

Malika: Não fale assim com nossa filha, Aban. Tem que respeitar os sentimentos dela.

Aban: Cale-se Malika, sou eu quem dá as ordens aqui. Sua obrigação é apenas a de me servir.

Malika: Decepciono-me cada vez mais com você Aban. (Ele sai). Minha filha, o que está acontecendo? Achei que gostava de Labib.

Aludra: Eu gosto. Não o amo. Sinto-me fraca perto dele, as palavras dele são mais inteligentes que as minhas, me sinto inferior... Não gosto disso, ele abusa da sua arrogância.

Malika: Não fique assim Aludra, mas não pode fazer nada, seu pai vai obrigá-la a casar-se com ele.

Aludra: Não mamãe. Nem que eu fuja, me casar com Labib é uma coisa que está fora de cogitação. (Sai chorando, entra Lamya).

Lamya: Não se preocupe Rainha, logo sua filha se acostuma com a idéia... Desculpe, mas acabei ouvindo a conversa.

Malika: Tudo bem querida... Mas espero que esteja certa. Você deve ser uma das dançarinas do meu marido não é?

Lamya: Sou sim. Posso lhe fazer uma pergunta rainha?

Malika: Claro que sim meu amor.

Lamya: Qual é a graça de ser rainha, se o seu marido se deita cada noite com uma outra mulher? Sente prazer com outra! Qual é a vantagem de ser uma rainha? (Malika fica sem graça)

Malika: Estou com um pouco de dor de cabeça vou me deitar...

Lamya: Você não respondeu minha pergunta. Responda-me, qual é a vantagem? Vou me sentir muito mais rainha do que você quando me deitar com ele.

Malika: Que pergunta mais incabível é essa? Deveria me respeitar, sou sua rainha.

Lamya: E eu sou rainha do sultão. (Malika começa a olha assustada e nervosa e sai). (Entra Makin nervoso) O que aconteceu Makin? Está muito tenso.

Makin: Depois que esse Labib entrou aqui, é apenas pra ele que o sultão deposita toda sua confiança. Já não tenho os mesmos poderes que tinha aqui no reino.

Lamya: Porque você é tonto, um imbecil. Deixou que o sultão se desencantasse pelos seus serviços. O Labib é esperto, tem postura, mas de uma coisa pode ter certeza Makin... Esse Labib, não vale o chão que pisa, é um traiçoeiro. Temos que fazer o Sultão não confiar mais nele.

Makin: Boa idéia. Vamos pensar em alguma coisa. (Makin vai para abraçá-la e ela o empurra e sai, onde Makin sai em seguida). (Entra Aludra)

Aludra: Não quero me casar com ele. Não quero. (Entra Ali Baba correndo com um vaso nas mãos) EI! Quem é você? E o que está fazendo com esse vaso da minha mãe? (Ele solta o vaso e tampa a boca dela)

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Ali Baba: Não sei como vou te dar essa noticia... Mas... É... Enfim, eu sou um ladrão e estou roubando esse vaso da sua casa. Mas não se preocupe você tem bastante. Agora eu vou tirar a minha mão da sua boca, vou pegar o vaso e sair correndo, e enquanto isso você vai ficar refletindo em tudo o que aconteceu e só depois quando eu estiver longe, você pode começar a gritar! Beleza? (Ele pega o vaso e corre, e volta e dá um selinho em Aludra) Você é bem bonita. (Ele corre e volta novamente e dá outro beijo) E sua boca é espetacular. (Ele sai e volta de novo, deixa o vaso e pega Aludra onde dá um super beijo nela) Nossa! Você é fantástica, gamei. (Entra Makin)

Makin: Aí está você.

Ali Babá: Oi amigo, parece que a gente vai envelhecer e você nunca vai dar conta de me pegar. (Makin corre avançando nele, e com um pano vermelho, Ali Baba brinca de toureiro com Makin) Olé! Olé! Precisa se exercitar mais avozinho. (Pega o vaso) Thau doçura! Adorei te conhecer.

Aludra: Meu Deus! O que foi isso? (começa a rir) Que cara louco. (Passa a mão em sua boca e muda sua expressão para apaixonada). Deixe-o Makin, o que um vaso a menos pode causar? Temos tanto.

Makin: Mas não é só pelo vaso, ele já roubou muitas coisas do reino, quando eu botar as mãos nele, vai ver só.

Aludra: Makin, você que anda bastante, tem vários conhecimentos, queria lhe perguntar algo... O que acha do meu noivo? Do Labib?

Makin: Desculpe. Mas prefiro não dizer o que penso dele, com todo o respeito que tenho pela senhora. Pergunte pro seu pai, o sultão o clama tanto. (Ela sai, entra o Sultão) Sultão Aban, trouxe para o senhor uma dançarina muito desejada aqui no reino, seu nome é Lamya. Pode entrar. (Lamya entra) É a primeira da noite.

Lamya: Boa noite Sultão. Espero que goste do que preparei para o senhor. (Ela começa a dançar e então senta no colo do sultão, a rainha fica escondida vendo a dança e chorando muito).

Malika: NÃO! NÃO! Pare Aban, sou eu sua esposa, é comigo que tens que passar suas noites. PARE POR FAVOR. Me ame pelo menos a metade do que eu amo você. DEIXE ESSA MULHER! Seja meu Aban, eu te amo!

Aban: CALE-SE MALIKA. Já sabia como seria sua vida de rainha quando se casou comigo, não

reclames! MAKIN! MAKIN! (Entra Makin) Coloque a rainha em seus aposentos. (Makin leva a rainha, que sai aos gritos e lagrimas).

Lamya: Esquece ela. Hoje eu sou sua rainha. (As luzes se apagam, eles saem e Aludra entra, pega um espelho e começa a se olhar).

Malika: Será que estou ficando feia? (Passa um batom e arruma o cabelo) Como estou? (Começa a dançar toda sorridente e entra Lamya que fica a olhando).

Lamya: Está ridícula.

Malika: (sem graça) O que quer?

Lamya: Acha mesmo que desse jeito vai reconquistar o Sultão? Posso te falar uma coisa? Você nunca mais vai ter o Sultão somente pra você, já está velha, arruinada... Um caco! São mulheres jovens e belas... Como eu, que ele quer. Qualquer roupa do mundo e qualquer maquiagem não vão trazer sua juventude e beleza de volta. (Lamya sai, Malika se deita no chão e começa a chorar, entra Jamil com uma banana na mão, Malika olha pra ele).

Jamil: RAINHA! Eu, eu, eu não estava roubando essa banana da sua casa... Na verdade eu ia pedir emprestado... Bom é que...

Malika: Pode comê-la pobre servo. Que falta vai fazer uma banana a menos?

Jamil: Ah então está bem, thau... (Ele vai saindo e volta) Está chorando, a rainha está chorando! (Limpa os olhos dela) Porque chora rainha?

Malika: Responda-me, estou velha, feia?

Jamil: Feia? Velha? Claro que não! Está tão linda, nem parece já ter uma filha daquela idade, é a rainha mais bonita de todos os reinos, uma beleza serena, pura, um brilho nos olhos, um sorriso estonteante, a mais bela das mães (Malika começa a chorar) Oh meu Deus, o que eu fiz de errado? Vou elogia a mulher e a doida começa a chorar! Ela vai chamar os guardas! RAINHA EU... (Ela o abraça)

Malika: Muito obrigado pobre servo... Não tem idéia do que essas poucas palavras fizeram dentro de mim. Vá embora, se Makin te ver, ele vai lhe prender, sabe que é proibida a entrada de servos no palácio. (Passa a mão no rosto dele) Você me fez a mulher mais feliz do mundo nesses segundos. (Ele sai correndo, e ela sai por outro lado).

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CENA 3 - Amor pela segunda vista(Entra a princesa Aludra que passeia pelo reino, e do outro lado entra os servos).

Areebah: Não acredito no que os meus olhos vêem.

Abida: Deus fez um milagre. Deu o dom da visão a essa pobre ser anonimato que nem mesmo conhece a mãe e que antes não podia ver o sol amarelo, o mar azul, e as borboletas cor do seu...

Areebah: Abida!

Abida: Angu.

Areebah: Cale-se! Não vê aquela mulher?

Abida: Sim, não sou cega, a única cega aqui até agora era você.

Farid: Pois ela é a princesa. A princesa Aludra... Tão linda, tão meiga, tão cheirosa...

Abida: Tão longe do que a sua realidade pode conseguir.

Farid: Pois saiba que eu tenho um plano pra ela cair nos meus braços.

Abida: Uma reencarnação? (Aludra olha para eles e Abida solta um grito) NÃO! Por favor, princesa filha do rei cretino não mande nos chicotear, é esse Judas que queria te fazer mal.

Aludra: Calma pobre serva. Não tomarei nenhuma dessas posições.

Areebah: Não dê atenção ao que Abida diz.

Abida: Podre serva é a sua mãe. (Farid pisa no pé de Abida).

Farid: Feche essa matraca língua de maritaca.

Abida: Ah! Vai querer ficar rimando agora pra fala comigo oh palhaço?

Jamil: Olá Aludra, creio que lembra de mim.

Aludra: Sim, você é o homem que vende verduras. (Farid dá risada)

Jamil: Não. Não sou o homem que vende verduras. Sou Jamil, filho do rei do reino vizinho.

Aludra: Sim é você. Mas o que faz aqui? Vestido desse jeito?

Jamil: Bom é que... (Entra Ali Babá)

Aludra: É o homem que roubou o vaso do palácio.

Jamil: Nossa. Me ignorou total.

Aludra: Fique tranqüilo. Não vou te entregar.

Ali Babá: Em relação ao beijo eu...

Aludra: Fique tranqüilo, não foi nada.

Farid: BEIJO? Você beijou a princesa Aludra?

Abida: É! A gente ta sobrando aqui.

Jamil: Oh cara acabou de chegar e já está catando tudo as minas.

Areebah: Vamos indo bando...

Abida: Você não vai fazer aquela piada de novo não é minha filha? Ah da licença! Vamos galera! (Os servos saem).

Ali Babá: Eu não tirei você da cabeça depois daquele beijo.

Aludra: Saiba que eu também não. (Ali Babá dá um beijo em Aludra) Fez isso de novo...

Ali Babá: E posso fazer quantas vezes você quiser.

Aludra: Estou destinada a casar com outro homem.

Ali Babá: O destino é a gente quem faz. (Pega na mão dela) Pode ser loucura, mas estou sentido algo muito forte por ti. (Dá outro beijo em Aludra). (Os servos entram e jogam arroz nos dois).

Jamil: Pombinhos! Pombinhos!

Abida: Idiota! Idiota!

Areebah: Eu conheço um amigo que namora a princesa.

Abida: Ava! Se ele é seu amigo você tem que conhecer não é?

Areebah: Princesa, a gente apóia vocês. E devem lutar pelo amor.

Abida: Enquanto a gente luta contra os guardas. Porque vai cai guarda na nossa horta depois que souberem disso.

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Aludra: Vou fazer de tudo para ajudá-los.

Jamil: Aludra, eu queria muito uma cama d’agua...

Farid: Eu queria bastante comida, estou morrendo de fome...

Abida: Eu queria um camelo pra poder sentar nas corcundas dele...

Areebah: Gente! Que coisa feia. Aludra, não é querendo de mandar embora, mas daqui a pouco os guardas rondam por aqui, e não vai ser bom te verem.

Aludra: É verdade. Eu já vou indo. (Dá um beijo em Ali Babá).

Abida: Lá vai nos ter que ficar segurando vela... Eu tenho certeza que até o fim da historia é isso que a gente vai fazer. “Os idiotas que são amigos dos mocinhos”.

Aludra: Até mais pessoal. (Jamil pula nas costas de Ali Babá)

Jamil: Está com tudo em parcerão!

Areebah: Vocês formam um casal lindo.

Jamil: Cara! A princesa Aludra sempre foi a mais linda e desejada das princesas. (Os três saem).

Farid: Agora vão ficar puxando o saco desse imbecil.

Abida: A princesa Aludra também vai ficar puxando o saco dele agora. (Abida pisca pra ele e sai, Farid fica sem entender).

Farid: ABIDA! RETIRE O QUE DISSE! (sai correndo atrás dela, mas todos voltam correndo, os guardas vêm atrás deles, e uma grande confusão no palco, com algumas brigas entre os guardas e os servos). (Depois da confusão entra um servo e em seguida Lamya que pega nos braços dele).

Servo: Me solta!

Lamya: Cala a boca e presta atenção seu empregado imundo... Você vai entregar essa carta ao rei, dizendo que um menino te entregou e saiu correndo... Se não fizer o que eu ordenei, eu falo pro Makin que a sua família invadiu aquele terreno. E você vai concordar com o que está escrito aqui... Nessa carta contem acusações contra Labib.

Servo: Não quero mexer com Labib, ele é perigoso e vai acabar fazendo algo...

Lamya: Cala a boca! Está vendo, ele é perigoso, até uma anta que nem você percebeu, e é por isso que temos que deter-lo. Faça o que eu mandei. (O servo sai correndo e Lamya sai atrás).

Cena 4 – Preparativos para o casamento. (Entra Aban e Labib)

Aban: Estou muito feliz que vai se casar com minha filha Labib.

Labib: Eu também estou muito grato de poder fazer parte de uma família tão conceituada como a sua. Pode ter certeza que vou cuidar da sua filha e do reino como se fossem literalmente meus.

Aban: Você é o homem certo para administrar meu reino.

Labib: Vou proceder aos seus negócios com muita competência... Não sei se tão bem quanto você.

Aban: Tão bem e até melhor.

Labib: Se você diz.

Aban: Malika! Malika! (Ela entra)

Malika: O que foi Aban?

Aban: Veja! Veja e admira o futuro Sultão.

Malika: Sim.

Aban: Labib vai prosperar todo o reino.

Malika: Não se iluda tanto Aban, fica depositando tanta confiança e às vezes o pobre não dá conta de corresponder as suas expectativas. Não estou querendo duvidar de você Labib, mas você sabe como é.

Labib: Sim, você está certa.

Aban: Deixa de ser pessimista. Preciso resolver uns negócios. Tem uns servos que resolveram se manifestar, vou mandar matá-los, com licença. (Sai).

Labib: Não entendo porque você gosta tanto de me alfinetar rainha.

Malika: Não estou te alfinetando. Mas meu marido está lhe dando muitos créditos.

Labib: Você não gosta de mim.

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Malika: Você não faz eu gostar.

Labib: Meu objetivo não é agradar você, e sim ao sultão, é ele quem manda. Não me importa ter uma imagem boa aos seus olhos.

Malika: Sabia que você não prestava. Saiba que vou fazer de tudo pra não se casar com minha filha.

Labib: Saiba que antes de você pensar, eu já vou ter tomado minhas providencias. (Labib sai, entra Lamya e Makin).

Lamya: Bom dia Rainha.

Malika: Vai pro inferno minha filha. (Sai)

Lamya: Nossa. A rainha está nervosa.

Makin: Deve ter sido por causa daquele miserável do Labib, ela também não gosta dele. (Entra Aban)

Aban: Makin. Você já pode finalizar o serviço, está autorizada a morte daqueles seis servos.

Makin: Sim senhor.

Aban: É bom que você esteja aí Lamya, uma mulher de tão bom gosto pode me ajudar em uma coisa.

Lamya: Ajudo-lhe em tudo o que precisar meu rei.

Aban: Olhe esse álbum, têm algumas jóias que eu queria que você escolhesse para minha filha usar no dia do seu casamento. Eu sozinho não consigo ter noção dessas coisas. (Lamya pega o Álbum).

Lamya: Ajudo com todo prazer. Essa daqui é muito bonita, já pode separar elas. (Entra Malika).

Malika: O que essa mulher está fazendo com o álbum de jóias da minha filha?

Aban: Ela está me ajudando a escolher jóias para nossa filha.

Malika: Mas acontece que eu fico encarregada disso.

Aban: Mas acontece que ela é mais jovem e tem um gosto melhor que o seu... Quero que ela escolha as jóias que nossa filha vai usar. (Malika começa a chorar)

Malika: Você não tem noção do quanto está me fazendo sofrer com tudo o que está me fazendo Aban. Porque me humilha tanto?

Makin: Eu acho que é a rainha Malika quem deve escolher as jóias da filha.

Aban: Você cala a boca e não se intrometa. Malika pare de infantilidades. Lamya é uma moça de bons gostos, é jovem, saberá melhor que você o que nossa filha deve usar.

Malika: Faça o que quiser Aban, eu já perdi a vontade de tudo.

Lamya: Rainha! Vai fazer crochê, minha mãe faz para passar o tempo. (Aban dá risada e Malika sai).

Makin: Senhor. Sobre aquelas pirâmides que ia mandar fazer...

Aban: Não se preocupe. Labib já está resolvendo tudo. Makin encomende flores para o casamento de minha filha, quero muitas flores. Lamya, qual flor é mais bonita?

Lamya: Rosas vermelhas e azuis são muito românticas, serve para a ocasião.

Aban: Ouviu Makin? Agora vá. (Makin sai)

Lamya: Recebeu alguma carta Aban? Eu vi um menino entregando uma carta para um de seus servos que trabalha aqui.

Aban: Por enquanto não.

Lamya: Tudo bem... Serei escolhida essa noite sultão?

Aban: Todas as noites minha linda. (Lamya vai dar um beijo e ele desvia). Não Lamya, apenas à noite posso ser de outra mulher, durante o dia sou de Malika. (Ele sai)

Lamya: Inferno! Mas você vai ser só meu, só meu, vai comer ainda na minha mão sultão Aban. (Entra Labib que joga a carta na cara de Lamya).

Labib: Olha que engraçado, o servo estava indo entregar a bendita carta e ela acabou caindo, eu peguei e li... Sua vagabunda. O que pensa que vai ganhar tramando contra mim?

Lamya: Como assim? Do que está falando? (Labib pega nos braços dela)

Labib: Olha aqui sua ordinária, eu não sei o que está planejando, mas fique ciente que não é bom pisar no meu caminho. Nuvens negras podem se estacionar sobre o seu lindo bosque colorido, vai achando que você é muita esperta. (Ele a joga no chão e sai). (Aludra e Lamya sai. Aludra se deita

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nas almofadas e fica pensando. Entra Ali Babá que tampa os olhos dela).

Ali Babá: Adivinha quem é e ganhe um beijo.

Aludra: O amor da minha vida.

Ali Babá: Acertou! (Os dois se beijam) Vim te fazer um convite. Hoje, o pessoal vai fazer uma festa pra gente. Pra comemorar o nosso namoro sabe.

Aludra: Que legal! Mas como eles conseguiram comida?

Ali Babá: Jamil roubou de uma casa de eventos. (Eles dão risada) Ele ta ficando bom nisso. Você vai né?

Aludra: Vou sim meu amor. (Os dois se beijam) Estou tão contente ao seu lado, me faz muito bem... Só que não posso deixar de admitir que estamos correndo perigo com essa loucura toda.

Ali Babá: Corro qualquer tipo de perigo pra ficar ao seu lado Aludra. (Labib chama pelo nome de Aludra).

Aludra: Ai meu Deus. Labib está vindo, corra se esconda. (Ali Babá se esconde atrás da cortina e entra Labib).

Labib: Está aí meu amor. (Dá um beijo nela) Sua boca está fria. Você está pálida. Aconteceu alguma coisa?

Aludra: Não. Estou apenas um pouco cansada. (Ali Babá faz barulho, Labib vai olhar para a cortina e Aludra o agarra e o beija, e faz gestos com a mão para Ali Babá ir embora).

Labib: Nossa! Que beijo foi esse?

Aludra: Eu te amo Labib.

Labib: Eu também meu amor... Mas você está estranha Aludra, e não gosto disso. Precisa compartilhar as coisas comigo, sou seu futuro marido, precisa confiar em mim.

Aludra: Eu confio em você...

Labib: Não. Você não confia Aludra. (Ele abraça ela) Mas fique tranqüila... Não a nada do que eu não saiba... Não a nada do que possa passar sem o meu saber.

Aludra: Eu não estou escondendo nada.

Labib: Eu não mencionei isso, está muito nervosa Aludra, não quer me contar o que realmente está

acontecendo? Vai esperar até quando? Pode ser melhor eu ficar sabendo agora...

Aludra: Para Labib! Eu vou pro meu quarto. (Ela sai e entra Lamya).

Lamya: Ela está nervosa com o casamento não é? Labib: Se intrometa no que é da sua conta serva.

Lamya: Eu não sou uma serva!

Labib: É o que então? A rainha? (Começa a dar risada) Não seja tola, para o rei você não passa de uma vagabunda que vende o corpo. (Ela vai dá um tapa na cara dele e ele segura a mão dela onde manda um tapa na cara dela) Cuidado com o que vai fazer mocinha... Não costumo ter muita paciência. Não lhe conheço não sei de que buraco veio, mas espero não ter trabalho com você. (Sai).

Lamya: Miserável. Mas você vai ver, eu serei a nova rainha. (Entra Malika).

Malika: O que você acha que é pra ficar socada dentro da minha casa agora?

Lamya: A segunda só que mais importante rainha do rei.

Malika: Já deu o que tinha que dar sua vira-lata! (Dá um tapa na cara de Lamya, depois a joga no chão e começa a lhe bater) Sua ordinária! Vou te ensinar a me desrespeitar na minha casa.

Lamya: Me solta sua louca!

Malika: Zomba de mim agora! Zomba! (Entra Makin e Aludra que separam as duas). MAKIN! Tira essa ordinária da minha frente! Joga ela no canil, no inferno, mas some com ela daqui.

Lamya: A minha idéia sobre o que eu sou ainda não mudou, com isso, só mostrou que sou realmente...

Malika: CALA A BOCA! (Makin a leva e Aludra abraça a mãe). Eu não agüento mais minha filha. Olhe o que eu fiz! Uma rainha! Me submeti a um escândalo barato.

Aludra: Eu sei como ela fica te pirraçando.

Malika: Eu não agüentei minha filha, eu tinha que partir pra cima dela, meu sangue ferveu de uma forma que nunca tinha me acontecido antes, não sei administrar esse tipo de reação.

Aludra: Vai tomar um copo da água para se acalmar um pouco. (As duas se abraçam e Malika sai). (Aludra está olhando pela janela, vem Labib

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por trás e lhe abraça e começa a beijar o pescoço dela e passar a mão pelo corpo de Aludra).

Labib: Está apreciando essa bela noite meu amor?

Aludra: Sim Labib. A noite está muito bonita hoje.

Labib: Não te sinto feliz com o nosso casamento. E isso me aborrece.

Aludra: É impressão sua Labib, estou muito feliz. (Labib gruda nos braços dela)

Labib: Mentira! Mas saiba de uma coisa Aludra, estando ou não feliz, é comigo que você vai casar e não adianta fazer nada. Seu pai manda em você e ele sabe o que é melhor pra filha dele.

Aludra: Talvez me casar com você não seja tão bom assim. (Labib dá um tapa na cara de Aludra)

Labib: Nunca mais repita isso Aludra! Eu sou seu marido, exijo respeito!

Aludra: Desse jeito nunca vai ter! (Labib pega nos braços dela e começa a sacudi-la).

Labib: Vamos ver se você não me respeita! (Entra Ali Babá e empurra Labib) Quem é você?

Ali Babá: Não interessa... O que interessa é que não se bate em uma mulher seu covarde.

Labib: Cada um educa sua esposa da forma que lhe convém, e no meu relacionamento com a princesa não precisamos de um terceiro.

Ali Babá: Pois saiba que sempre vai existir um terceiro aqui. (Faz um gesto de sexo e Aludra dá risada).

Labib: O que está querendo dizer?

Ali Babá: Eu não estou querendo dizer nada. É só por trás que eu faço. Muuuuuh. Você não tem dificuldades pra passar na porta? (Labib sai chamando os guardas).

Aludra: Você é Louco? Pirou da cabeça?

Ali Babá: Ah, foi legal tirar uma com a cara desse idiota. (Beija Aludra) Tenho que ir, daqui a pouco os guardas aparecem aqui. (Sai, volta e beija Aludra) Sou louco por essa sua boca. (Sai)

Aludra: Eu te amo seu louco. (Sai)

CENA 5 – Comemorando o casamento de mentira. (Entram os servos com muita comida)

Abida: Jesus! Aqui tem mais comida do que na África inteira.

Areebah: Para de falar besteira Abida. Logo a princesa está aí, temos que ter modos.

Jamil: A gente não pode se esquecer que essa comida é toda graças a mim.

Ali Babá: E eu fico muito grato Jamil. Nem sei como agradecer.

Areebah: Depois que virar rei é só não esquecer da gente. (Ali Babá dá risada)

Ali Babá: Que isso. Nem me imagino como rei, e nunca vou esquecer de vocês.

Farid: Não quero ser pessimista, mas acho que vocês estão levando muita fé nesse relacionamento, não vai ser tão fácil o Ali Babá ficar com a Aludra.

Abida: Como a inveja destrói um ser humano. Farid: Eu não estou com inveja.

Abida: Eu falei ser humano não você meu bem.

Areebah: Mas você está com dor de cotovelo sim.

Abida: E eu to com dor no estomago, vamos comer logo.

Areebah: Calma Abida. Vamos esperar a princesa. (Aludra entra).

Abida: Pronto ela chegou. Vamos comer. (Abida começa a comer).

Ali Babá: Você veio meu amor.

Abida: (de boca cheia) Não! Ela está lá na casa dela ainda.

Areebah: Senta-se Aludra, vamos comer.

Jamil: Gente eu vou contar uma piada. Sabem a semelhança de um jumento com um burro?

Abida: Você? (Todos dão risada)

Jamil: Não sua imbecil.

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Abida: Gente não foi uma piada.

Aludra: Eu gosto muito de ficar aqui. Vocês são muito divertidos. Eu gosto de rir, brincar, lá no reino não tem isso.

Abida: Você gosta de correr da policia? De dormir em papelão? Comer o lixo dos outros também meu amor? Se gostar, entra no clube do Jamil, porque ele deve gostar, pra sair de um palácio só pode. (Uma musica toca, eles vão comendo, conversando e rindo bastante).

Areebah: Nunca me senti tão bem.

Abida: Daqui a pouco chega os guarda com os chicotes aí muda rapidamente essa sua afirmação.

Areebah: Não ligue para Abida, ela é desse jeito, vê problema em tudo.

Abida: Pelo menos eu vejo alguma coisa.

Areebah: Gente, que tal irmos terminar essa janta em outro lugar e deixar os dois pombinhos a vontade?

Abida: Não, eu to muito bem aqui.

Farid: (nervoso) Por mim, sobra mais comida mesmo.

Abida: Gente que nervosinha que ela ta. (Os servos pegam as comidas e saem).

Ali Babá: Eu os adoro, já considero uns irmãos pra mim.

Aludra: Eles são umas gracinhas, principalmente a Abida. Esses dias todos junto com você estão me fazendo outra pessoa. As loucuras que eu faço, nunca pensei em fazer. Parece que faz anos que nos conhecemos, mas faz apenas um mês.

Ali Babá: E tenho um presente pra você. (Ele entrega um anel feito de flores pra ela).

Aludra: É um anel de flores, é lindo!

Ali Babá: Eu não tenho dinheiro pra compra àqueles anéis de ouro que o Labib compra pra você, mas eu tive amor pra fazer um anel simples que representasse pelo menos um pouco do tamanho do amor que tenho por ti.

Aludra: Ali Babá, é lindo, é maravilhoso, é... É a coisa mais linda que eu já ganhei.

Ali Babá: E eu também pensei assim: não quero dar algo que o dinheiro possa comprar, quero dar algo que o amor possa mostrar.

Aludra: Suas palavras são tão lindas. (As luzes dão um clima romântico, Ali Babá tira a camisa, e começa a beijar Aludra, os dois tem uma relação amorosa, mas de forma que não fique vulgar). Foi a melhor noite da minha vida.

Ali Babá: Foi a mais especial pra mim. Quero estar sempre ao seu lado. Quero te ter todos os dias.

Aludra: E isso vai acontecer, a gente vai passar as melhores noites juntos, vamos desfrutar um do outro o máximo possível. (Os dois saem e entram os servos).

Areebah: Que lindo os dois não é?

Abida: Essa foi contratada pra fica enchendo a bola dos mocinhos.

Jamil: Ah! Mas eu também acho os dois um casal perfeito.

Abida: Ah! Eu achei que ela grita demais. Não gosto de escândalo.

Areebah: Abida! Que coisa feia, vai ficar falando das intimidades dos dois?

Abida: Você acha que eu ia deixar passar esse detalhe? Mas vocês ouviram o que eu ouvi? Como assim uma pessoa ganha um monte de jóias, anéis de ouro e fala que o melhor presente da sua vida foi um anel de mato? Essa princesa deve ter fumado um cigarrinho. (Eles saem e varias flores descem, entra Ali Babá vendando os olhos de Aludra).

Ali Babá: É um lugar lindo. Você vai adorar.

Aludra: Nossa! Quantas flores belas. Um lugar tão lindo desse no meu reino e eu nem sabia que existia... É lindo meu amor.

Ali Babá: Aludra, você me despertou um sentimento que eu nunca havia sentido por mulher alguma, já tive várias, mas nenhuma fez eu ter essa vontade de abraçar, de beijar, de ter perto como você me faz ter. (Aludra passa a mão no rosto dele).

Aludra: Digo-te o mesmo Ali Babá... É nos teus braços quentes, é nessa sua boca suave, e é nessa presença tranqüila que você tem que eu quero ficar até a morte... Só ela, só ela vai me tirar de ti.

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Ali Babá: Mas vai ser no céu... Lá no céu que a gente vai se encontrar de novo. (Os dois se abraçam) Eu não agüento te ver nos braços daquele miserável, de saber que ele é um monstro!

Aludra: Não vamos falar de Labib, não é com ele que a gente ficar, é um com o outro.

Ali Babá: Tem razão. (Entra Malika). Aludra: Mãe?

Malika: Minha filha? O que você faz... Quem é esse?

Aludra: Esse é Ali Babá, o amor da minha vida.

Malika: Ali Babá... Como é bonito... Mas minha filha, você corre muito perigo tendo um amante. Conhecendo Labib e seu pai, este homem pode ser morto e você eu nem imagino o que possa acontecer.

Aludra: Fica tranqüila mamãe, a gente vai enfrentar quem tiver para enfrentar.

Ali Babá: Prometo-lhe Rainha... Prometo-lhe que vou protejer sua filha de qualquer ameaça! A gente se ama, e devemos ficar juntos.

Aludra: Mas o que você faz aqui mamãe?

Malika: Estou indo resolver um problema, vou acabar de uma vez por todos com alguém que eu já deveria ter acabado. Volte pra casa minha filha, Labib já estava perguntando de você... Sabe como ele é desconfiado, não é bom dar motivos.

Aludra: Vamos amor. Thau mamãe. (Os dois saem) Que Deus te abençoe minha filha, você é o meu maior tesouro. (A rainha começa a andar, as flores sobem e as luzes escurecem).

CENA 6 – Descanse em paz. (A rainha então para e fica esperando, até que entra um homem).

Homem: Aqui está. (Entrega um envelope a ela).

Malika: Muito obrigada. (entrega um saco pra ele) Aqui tem várias moedas de ouro.

Homem: Tenha certeza de uma coisa... Com essas provas, Labib nunca mais vai conseguir sair da cadeia e o Sultão vai detestá-lo para sempre.

Malika: Não posso e não vou deixar minha amada filha se casar com aquele ordinário, dou a minha vida pra salvar a de Aludra. (o homem sai)

Finalmente, aqui está o que eu preciso pra livrar minha filha daquele monstro. (Malika começa a andar e ouvi uns barulhos estranhos, vai andando mais depressa, até que aparecem dois homens, um de cada lado e começam a se aproximar da rainha, eles então a seguram e tomam o envelope). Soltem-me! Socorro! Quem são vocês? (Entra Labib).

Labib: Achou mesmo que ia conseguir me tapear rainha? Sigo todos os teus passos desde o dia em que me ameaçou. Mas vai pagar muito caro por isso. As nossas ações muitas vezes não têm conseqüências positivas, o seu maior erro Malika, foi o de tentar recuperar algo que não vai mais existir... A felicidade da sua filha!

Malika: Não ouse a falar da minha filha! A felicidade dela vai ser o meu maior objetivo! Não tenho medo de você Labib. E o que poderia fazer contra mim?

Labib: É valente, ama demais sua filha, mas do que adiante tanta valentia, se não tem forças para mantê-la? O que será que poderia acontecer se por um acaso, a rainha fosse encontrada... MORTA? Mate ela!

Malika: NÃÃO! (As luzes se apagam, e os homens começam a bater nela, ouvisse gritos ardidos e sofridos de Malika, as luzes se acendem e a rainha está estendida no chão, todos do reinam entram).

Aludra: NÃÃÃÃO! (Abraça sua mãe) Mãezinha! Não, não, não... Porque meu Deus?

Aban: Tiveram a audácia de matar minha esposa! Makin! Quero que descubra o infeliz que cometeu tamanha façanha e acabe com ele!

Makin: Como o senhor mandar.

Aban: Servos! Peguem minha esposa, a levem para minha casa... E COM MUITO CUIDADO! Sintam-se honrados por terem a chance de pegar na rainha... (Começa a chorar) Mesmo que morta! (Labib pega Aludra e saem, Lamya se aproxima de Aban).Lamya: Que final triste teve a rainha.

Aban: Quando eu botar as mãos no miserável que fez isso... Eu acabo com a vida dele!

Lamya: Eu estou muito espantada com tudo isso. Mas... E agora? O que será de um rei sem uma rainha? O que as pessoas, os súditos e os sultões dos outros reinos vão achar de você?

Aban: Não tinha pensando nisso Lamya... Está certa! Lamya quer ser minha rainha?

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Lamya: Sultão eu... Estou tão espantada com esse pedido... Mas quem sou eu para negar um pedido do sultão, não é de minhas índoles aceitar um casamento assim, afinal sou uma mulher de princípios, mas não negarei um pedido seu... Até por que... Estou apaixonada por ti Aban.

Aban: Fico feliz em saber Lamya.

Lamya: Não chores... Vou te fazer feliz pelo menos a metade do que a rainha Malika fez. (Os dois saem, entra alguns servos).

Servo: O rei casou-se com Lamya, foi uma festa entanto, maior e melhor do que ele fez com a rainha Malika, princesa Aludra não concordava com o casamento, mas também não se manifestava e os preparativos para a festa dela eram grandes, o pai não via a hora da filha se casar. (Os servos saem)

Cena 7 – O plano (Entra Lamya seguida de Makin)

Makin: Agora que se tornou rainha nem conversa mais comigo. O poder subiu sua cabeça é?

Lamya: Não seja tolo Makin, eu e você estamos mais pertos de conseguir a gloria do que se possa imaginar. Me casar com o rei foi apenas o começo da nossa vitória.

Makin: O que vem em seguida?

Lamya: A morte do rei sua anta. Ele morrendo, eu me tornarei a única rainha de todo esse império, vou casar-me com você, e juntos assumiremos todo o reino.

Makin: E de que forma pretende fazer isso?

Lamya: Não sei ainda. Mas precisamos matar o rei de uma forma rápida e que não cause nenhum tipo de complicações.

Makin: Tem uma mulher que faz uns remédios estranhos, posso pedir pra ela preparar algo que mate o rei, mas que não dê para ninguém saber que foi algum tipo de veneno.

Lamya: Sim, boa idéia. Providencie isso o mais rápido possível Makin. (Dá um beijo em Makin) Não esqueça que eu te amo.

Makin: Ah Lamya! Farei as coisas darem certo o mais rápido possível. (Sai)

Lamya: Idiota, mas o seu ta guardado Makin, depois que me ajudar, acabarei com sua raça e colocarei toda a culpa da morte de Aban em você. (Lamya sai e entra Aludra e Ali Babá).

Ali Babá: Fazia tanto tempo que a gente não se via.

Aludra: Pois é. Com a morte da minha mãe fiquei muito presa, e Labib não saia de perto de mim.

Ali Babá: Queria tanto ter ficado ao seu lado, quando o vi te abraçando, me subiu uma raiva por querer estar ali no lugar dele, podendo te dar carinho em um momento tão difícil.

Aludra: Não quero falar de coisas tristes. Minha mãe será a melhor lembrança que já tive, mas não vou ficar lamentando o resto de minha vida por isso.

Ali Babá: É assim que se fala meu amor. Estou muito orgulhoso de ti. Aludra, semana que vem é o seu casamento, e acho que está na hora de tomarmos alguma decisão se quisermos ficar juntos.

Aludra: Eu apoio totalmente qualquer decisão sua.

Ali Babá: Não vai ter a mesma vida de luxo que tem aqui, só que vai adorar o lugar onde moro. Desculpe falar, mas eu moro em um reino muito melhor que aqui, com um rei que realmente sabe tratar as pessoas dignamente.

Aludra: Mas então porque tem essa vida corrida, roubando reinos?

Ali Babá: O reino onde eu moro é pobre, com uma economia fraca, roubo reinos com muito dinheiro para poder ajudar as pessoas de lá.

Aludra: É lindo seu pensamento, mas não é certo o que faz.

Ali Babá: Eu sei Aludra, mas vou fazer de tudo pra ajudar essas pessoas de outro jeito, e agora tenho você, tenho uma família, vou ser responsável em te dar uma vida digna e honesta. Prometo.

Aludra: Não precisa prometer nada Ali Babá, confio em você, se diz que vai é porque vai. (Entram os servos).

Jamil: Está tudo pronto Ali Babá, o poderoso bam – bam aqui, já resolveu tudo! A fuga de vocês já está planejada.

Aludra: Fuga?

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Ali Babá: Sim meu amor, a gente vai fazer uma grande fuga. Não só eu, como todos aqui.

Aludra: Pode ser perigoso.

Ali Babá: E vai ser, mas vamos conseguir. (Eles saem e só fica Abida e Jamil).

Jamil: Não vejo a hora de sumir daqui.

Abida: E nem eu.

Jamil: Abida porque está me olhando desse jeito?

Abida: Desse jeito assim, selvagem?

Jamil: É?

Abida: Sabe Jamil. Às vezes me dá um calor. Tudo bem que uma serva de Deus não pode mostrar muito o corpo, mas me deu uma vontade de ficar pelada! (Arranca sua roupa e fica só com as roupas intimas)

Jamil: Abida eu acho que você está um pouco descontrolada.

Abida: Vem Jamil, vem apagar esse meu instinto animal. (Os dois saem correndo).

CENA 8 – O ultimo jantar (Aban, Aludra, Labib entram e se sentam, em seguida entra Lamya e Makin que ficam em um canto).

Makin: Vou colocar essa substancia na bebida dele, o Sultão vai começar a passar mal e não vai durar muito e ele vai cair duro nesse chão, é tiro e queda.

Lamya: Espero que dê tudo certo. Olhe minhas mãos, estou tremendo. Vou me sentar junto a eles, não quero que suspeitem de nada. (Makin serve a bebida).

Aban: Antes de bebermos quero brindar o casamento de minha filha com um dos homens que mais admirei em minha vida.

Labib: Fico muito grato com suas palavras Aban, você me faz sentir muito honrado.

Aludra: Não precisa de tanto papai. É apenas um casamento.

Lamya: Minha filha parece não estar tão feliz com o casamento.

Aludra: Eu não sou sua filha e você não sabe dos meus sentimentos para tirar satisfações.

Labib: Calma meu amor, não precisa se exaltar, foi apenas um comentário de qualquer uma... Quer dizer, da rainha. (Dá risada, todos então pegam à bebida e bebem).

Lamya: Está uma delicia.

Aban: Eu não gostei muito.

Aludra: Você não gostar de vinho? Está uma delicia papai. (Todos começam a conversar, até que Lamya vê Aban um pouco zonzo).

Lamya: Aban, tudo bem com você?

Aban: Eu estou um pouco zonzo. Não me sinto muito bem. (Ele desmaia).

Aludra: Papai! Labib faça alguma coisa!

Labib: Makin me ajude a pega-lo. (Os dois pegam Aban e leva ele).

Lamya: Não se preocupe Aludra. Seu pai ficará bem, ele é um homem forte.

Aludra: Lamya, eu costumo ser muito sincera, e vou ser sincera com você... Não gosto da idéia de você ser esposa de meu pai, pra fala a verdade não vou muito com a sua cara, então eu só te peço pra não ficar dirigindo a palavra comigo, porque eu me sinto incomodada. (Sai).

Lamya: Sua ordinária, mas você vai ver quem manda quando eu for rainha de tudo isso aqui. (sai entra alguns servos).

Servo: A desgraça tomou conta do reino. O sultão Aban não demorou muito e acabou falecendo, Aludra adiou sua fuga e sofre de forma abundante. Lamya não conseguiu o que queria. (Sai e entra Labib rindo seguido de Lamya).

Lamya: Mas ele morrendo eu teria que me tornar rainha de tudo isso daqui.

Labib: Não seja retardada menina. Se a rainha e o rei morreram obviamente quem se torna o rei é o filho dele, que no caso é a rainha Aludra.

Lamya: Mas... Mas e eu?

Labib: Você tem direito de ser sustentada pela Aludra, apenas isso, ela te dará um teto, roupa e comida. A única garantia tua seria essa. Agora se retire o energúmeno! (Lamya sal e entra Makin)

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Você ficou do lado certo meu caro, não ia se dar bem sendo comparsa daquela anta.

Makin: Já fiz como o senhor ordenou, os guardas irão até a casa da velha e ela dirá que Lamya encomendou um veneno e observarão que no fundo do copo tem um pó laranja, o copo está guardado, entregarei aos policiais.

Labib: Muito bem Makin, muito bem, é assim que se faz. (Entra uma maleta pra ele) Aqui está o seu dinheiro, pode usufruir dele a vontade, mas suma daqui. (Makin sai) Servo! Servo! (Entra um servo) Vá até os guardas e diga que uma maleta de dinheiro do Rei foi roubada, tem um suspeito que caminha em direção ao norte, para eles prenderem esse homem. (Labib e o homem sai, entra os servos).

Servo: Labib mais uma vez conseguiu sair por cima. Makin foi preso e xingava tanto o rei que acabou sendo morto. (Aparece Makin atrás sendo levado aos berros, xingando Labib) Lamya também se deu mal, foi culpada pela morte do sultão e foi condenada a ser apedrejada em praça publica. (Aparece Lamya lá atrás, fazendo tais ações narradas).

Cena 9 – O confronto (As luzes vão dando um ar de caverna, e entra Ali Babá chamando por Aludra).

Ali Babá: Aludra meu amor! Aparece, o Farid já disse que estaria aqui, não precisa se esconder. (Entra Labib).

Labib: Boa noite meu amigo.

Ali Babá: Labib? O que você está fazendo aqui?

Labib: Continuando o meu esquema. Achou mesmo que você e Aludra viviam um amor meloso e secreto e eu não sabia? Achou mesmo que estavam me enganando?

Ali Babá: Já que você já sabe... Acho que podemos conversar como dois homens civilizados.

Labib: Não me iguale a você seu verme. Um homem do meu nível nunca vai conversar civilizadamente com um ser desprezível quanto você, um trombadinha fedido e sujo, um ladrãozinho xucro e medíocre.

Ali Babá: Olhe como fala comigo! Tenho certeza que meu caráter é bem melhor que o seu, sou bem mais honesto que você.

Labib: Sendo um ladrão do seu porte que já roubou tantos lugares, acha mesmo que pode vir falar de honestidade comigo?

Ali Babá: Eu tinha bons pensamentos quando fazia isso, e roubava pessoas como você, pessoas que não prestam.

Labib: Eu não presto, mas precisa ver como Aludra me deseja em uma cama. (Ali Babá dá um soco em Labib)

Ali Babá: Não fale assim dela! Aludra é uma menina de respeito.

Labib: É uma vagabunda! (Ali Babá vai pra cima de Labib e os dois começam a brigar, até que Labib tira uma espada e coloca no pescoço de Ali Babá).

Labib: Eu vou te falar uma coisa e eu quero que fique bem clara. Se afaste de Aludra ou as coisas vão ficar piores pro seu lado.

Ali Babá: Eu a amo, e ninguém vai me impedir de ficar junto a ela... E Aludra também me ama.

Labib: Vou ter que conversar com você de outra forma. (Entra uns capangas de Labib que trazem o irmão caçula de Ali Babá, eles soltam o menino e pegam Ali Babá).

Ali Babá: OH MEU IRMAO? SOLTA ELE SEU INFELIZ!

Labib: Deu muito trabalho de pegar esse garoto, ele é arisco... Vai se arrepender de ter entrado na vida de Aludra. (Coloca a espada no pescoço do menino).

Ali Babá: NÃO! NÃO TOCA NELE! Eu juro que eu acabo com você! (Labib dá um sinal e os seus capangas dão uma surra em Ali Babá).

Menino: O que você fez com o meu irmão? (Pisa no pé de Labib que manda um tapa no rosto do menino). Não se preocupe, vai sofrer mais do que seu irmão. Diga adeus ao seu caçulinha Ali Babá, é a ultima vez que verá ele.

Ali Babá: (Quase que sem forças) Eu ainda vou acabar com você Labib.

Labib: Peguem esse trapo e joguem no rio, as piranhas darão conta dele. Enquanto a você menininho, vai dar uma voltinha pelos desertos da Arábia. (Eles saem e entram os servos com Aludra).

Jamil: Eu quero saber onde está o Ali Babá.

Abida: E eu a excitação que você sente por mim, delicia.

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Jamil: Abida o que está acontecendo com você hein? Aonde veio essa paixão por mim?

Abida: Não sei. Devo ter fumado alguma droga.

Jamil: Também não é assim, eu sou bem bonito.

Aludra: Pessoal, não é por nada, mas acho que tínhamos que se focar no Ali Babá.

Abida: Minha querida cada um se foca onde quer... Eu quero me focar nesse Jamil tesudo.

Areebah: Aludra tem razão, Ali Babá já era pra estar aqui, não podemos demorar pra fugir.

Aludra: A gente não vai precisar fugir mais. Agora que meu pai faleceu, eu sou a rainha do reino, vou me separar de Labib e enfim mudar totalmente o estilo de vida dessas pessoas. Vou acabar com essa escravidão, e vai ser ao lado de Ali Babá que esse meu sonho vai se concretizar, o sonho de ver paz aqui no reino.

Areebah: Eu nem acredito nisso! Enfim paz! Conheço um amigo que vai ser rei.

Abida: Lá vem essa abestada falando isso de novo.

Farid: Eu tenho certeza que não vai ser ao lado de Ali Babá que vai conseguir ver esse seu sonho ser realizado. (Entra Labib)

Labib: Aludra vim lhe buscar. Informaram-me que você havia se perdido por aqui.

Aludra: É eu me perdi. Eles estavam me informando como voltava pra casa.

Labib: Muito obrigado por cuidarem de minha esposa, agradeço. Agora vamos Aludra, temos coisas a fazer no reino. Vamos.

Aludra: Sim, vamos. (Os dois saem).

Abida: Nossa. Como ele é simpático, gostei dele.

Jamil: Simpático? Esse Labib não presta. E o que será que Aludra vai fazer?

Areebah: Vamos esperar e ver o que acontece, mas pelo menos não precisaremos mais fugir, a paz vai reinar finalmente. (Eles olham para Abida).

Abida: Que foi gente?

Areebah: Achamos que você ia falar mais uma besteira.

Abida: Deus não me permite falar esse tipo de besteira.

(Entra Ali Babá molhado e todo machucado que avança em Farid joga-o no chão e começa a enchê-lo de soco).

Abida: Uhul! Porrada! (Areebah olha para ela) Quer dizer... Pare meninos, Deus não gosta de brigas. (Jamil e Areebah os separam).

Areebah: Ali Babá! O que aconteceu com você?

Jamil: E porque está batendo em Farid?

Ali Babá: Esse miserável é um traidor, ajudou Labib em uma emboscada contra mim, por causa desse ordinário eu quase morri.

Farid: Aludra não merece ficar com você... Ela é uma princesa, é com uma pessoa do nível dela que tem que ficar... Não com um ladrãozinho que nem você... (Ali Babá dá um soco nele).

Areebah: Farid o que você fez?

Farid: Fiz e faria de novo... Eu amo Aludra, e ela merece tudo que tem de melhor, pelo menos, se não é comigo, que então ela fique com Labib que é um homem estudado.

Ali Babá: Labib é um ordinário, não vale o chão que pisa e muito menos os trouxas que ajudam ele... Farid foi comprado por uma merreca de dinheiro só pra me encrencar, armou contra mim... Mas... Cadê Aludra?

Abida: Aquele gostoso... Aquele homem, o Labib a levou.

Ali Babá: Não! Ele vai machucar ela. Preste atenção Farid, se alguma coisa acontecer a Aludra, eu mato você.

Abida: Se alguma coisa não acontecer à gente mata também, você é um traíra, um Judas, um demônio do capeta... (Dá um tapa na boca de Jamil) Esqueci que não posso falar palavrões.

Ali Babá: Abida, empreste aquela arma que sei que guarda com você.

Abida: Nossa. As noticias correm hein! Deixa-me pegar no meu esconderijo macio. (Tira dos seios a arma).

Areebah: Mas você vai atirar em alguém?

Abida: Não, ele vai tomar leite com ela.

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Ali Babá: Desculpe Areebah, sei que não gosta de violência, mas é provável que seja com essa arma que eu vou acertar minhas contas com aquele ordinário. (Ele sai, Farid vai saindo e Jamil segura ele).

Jamil: Não, Não. Você fica com a gente. (Os servos vão saindo).

Abida: A gente bem que podia dar uma surra nele. Qual é a sua mano?

Cena 10 – O final (Uma mesa com um elegante jantar está posta).

Aludra: Hoje o jantar vai ser especial.

Labib: Muito meu amor.

Aludra: Tem bastante coisas que eu gosto de comer. Você é um amor Labib.

Labib: Tento te agradar ao máximo. (Os dois começam a comer) Está uma delicia!

Aludra: Está mesmo. Muito obrigada pelo jantar... Com a morte de meu pai, e eu me tornando rainha, quero mudar algumas coisas Labib, coisas muito importantes aqui do reino. É um homem muito inteligente, pode me ajudar. Ser o meu braço direito diremos assim.

Labib: Mas é lógico que te ajudarei. Serei o seu rei.

Aludra: Sobre isso Labib, espero que você seja um pouco compreensível... Gosto de você, mas não o amo... É difícil pra eu falar, mas... Não quero mais me casar Labib. Pode sim me ajudar em tudo, mas como um amigo.

Labib: Está apaixonada por outro?

Aludra: Não. Eu apenas quero descansar. A morte de minha mãe, a morte de meu pai, a traição de Lamya, é muita coisa pra eu digerir. Preciso de um tempo sozinha.

Labib: Noivos há tanto tempo, e sem nenhum tipo de afeto um pelo outro. Tentei ser tanto o homem dos seus sonhos, mas sei o quanto foi difícil pra você suportar um homem como eu, que fosse melhor que você. (Aludra fica sem graça).

Aludra: É. Realmente você é muito mais estudado que eu e tem conhecimentos bem mais aprimorados que os meus.

Labib: É por isso mesmo que seria uma burrice uma garota mimada e sem conhecimento algum administrar um reino tão grandioso como esse.

Aludra: Labib estou começando a me aborrecer com suas palavras.

Labib: Por favor, Aludra não me interprete mal, achei que você gostava de sinceridade. E é por isso, que com toda a minha verdade nua e crua eu digo que eu seria muito idiota em deixar você tomar posse desse reino.

Aludra: Labib eu não estou entendo o que diz...

Labib: Infidelidade é algo que desprezo totalmente, lembro que você me disse que também não suportava infidelidade, mas durante uns meses foi o que você melhor soube fazer Aludra.

Aludra: Do que está falando Labib?

Labib: Não dê uma de mal entendida, acha que eu não sei dos seus momentos amorosos com aquele ladrãozinho medíocre? Não podia ter feito isso comigo, eu te dei todo carinho que um homem pode dar a uma mulher, te tratei melhor do que merecia. Mas as conseqüências de nossos atos sempre aparecem, e hoje... Vai ser o dia de minha querida Rainha desfrutar de tudo aquilo que ela mesma plantou. Não se assuste com minhas palavras, não são elas que vão dar um fim a tudo isso. Foram bons os momentos ao seu lado, as noites de amor... Ou pelo menos de sexo, os jantares, as festas... Mas é com todo esse meu esforço de te amar, que me despeço de ti meu amor. Coloquei em sua refeição um veneno mortal.

Aludra: (assustada) O que?

Labib: Seu estomago começa a doer. Você fica sufocada, seus olhos ardem, sua cabeça dói, e lentamente, você vai morrendo, morrendo, morrendo e então morre. (Aludra vai fazendo tudo que ele disse automaticamente). A morte é apenas o começo do seu inferno sua vagabunda (Labib a olha e solta um leve sorriso, tira seu chapéu e sua capa e coloca em Aludra, a deixa sentada na cadeira arrumada, entra Farid).

Farid: Consegui desviar a atenção deles e vim o mais rápido possível... Quero o meu dinheiro pra eu sumir daqui.

Labib: O seu dinheiro? É verdade. (Farid se aproxima e vê Aludra morta).

Farid: (chorando e gritando) ALUDRA? NÃO! Você disse que não ia fazer nada contra ela seu

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desgraçado! Eu vou acabar com você... (Quando ele se vira Labib enfia uma faca nele).

Labib: Dorme com os anjos otário. (Farid cai no chão, Labib o pega e sai puxando ele. Entra Ali Babá).

Ali Babá: LABIB! MISERAVEL! Eu vou acabar com você! (Dispara a arma) Teve o fim que mereceu... Nunca pensei em matar ninguém... Mas você mereceu SEU ORDINARIO! Apodreça no inferno que é lá o seu lugar! A justiça foi feita, e o mau acaba aqui. (Vai se aproximando do corpo, até que entra Labib) LABIB?

Labib: ALUDRA? (Corre para abraçar ela) Não meu amor, o que esse ordinário fez com você? (Ali Babá fica em estado de choque).

Ali Babá: Não! Não! Não pode ser! NÃO!

Labib: Prendam esse homem. (Os guardas seguram Ali Babá, e Labib vai até ele). Não podia ter feito isso... Matar um pobre ser tão ingênuo, uma mulher tão bela que nunca fez mal a ninguém! Que ser humano é você, SEU MONSTRO! PRENDAM ESSE HOMEM! (Os guardas levam Ali Babá) (Entra um servo).

Servo: As noites na Arábia ficaram de mal a pior, a ruindade empestou o lugar... Labib se tornou o Sultão de todo o reino. (Labib sobe em um palanque).

Labib: Aludra foi o amor da minha vida, a amei como nunca amei uma mulher, como nunca amei minha mãe, mas ela me traiu! Traiu-me com um qualquer, só que mesmo assim eu continuei a amando, e Ali Babá foi e matou ela! Traga ele. (Os guardas trazem Ali Babá) Foi esse o homem que teve a audácia de matar a rainha Aludra! Diga a todos porque fez isso, seu miserável? (Ali Babá fica em silencio) Estão vendo! Nem ao menos se justifica! Mas agora ele será apedrejado por todos vocês. Isso é uma ordem. (Todos comem a jogar pedras em Ali Babá) Morra desgraçado! Queime nas profundezas do inferno! Joguem com mais força! (Ali Babá morre) E para todos aqueles servos que eram contra o meu reinado... Que também morram no inferno! Matem eles. (Os guardas entram e começam a bater nos servos).

Fim

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