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Ao cair da folha
Tempo de Outono… espalham-se à nossa volta miríades de folhas. Tempo de nostalgia… tempo de poesia.
A natureza reveste-se de cor… está em festa
Convidamos nossos poetas a inspirar-se sobre a natureza nesta época de rara beleza.
Quarta, quinta e sexta, convidamos os nossos poetas a produzir trabalhos, inspirando-se nesta linda estação...
Como nos eventos anteriores, serão distinguidos alguns
trabalhos, cuja seleção será da responsabilidade da Administração, a quem distribuiremos Menções Honrosas. Todos os trabalhos figurarão, para a posteridade, no nosso Blogue e no ISSUU, em Coletânea, que será devidamente divulgada no nosso Solar.
3
Podem ser apresentados até ao máximo de três trabalhos no decorrer do evento, em verso ou em prosa poética.
A publicação dos trabalhos é feita no SOLAR DE POETAS precedida do texto: AO CAÍR DA FOLHA e deverá ser feita como comentário ao post do evento, que permanecerá marcado no decorrer do evento. Os trabalhos poderão ser também ser publicados no evento.
Alguma dúvida deve ser-nos colocada para que seja esclarecida.
A Administração tomará as decisões que achar mais
convenientes para pontos que não estejam previstos no texto deste Evento.
Venha de lá essa inspiração, poetas... E divirtam-se
Solar de Poetas
https://www.facebook.com/groups/solardospoetas/
Evento
https://www.facebook.com/events/700796413331986/700
798199998474/?notif_t=like
Formatação: José Sepúlveda
4
Acácio Costa
Ao cair da folha
A chuva cai na avenida!
Paira no ar uma certa melancolia
De mais um verão que findou.
Solto um ai à chuva que cai
No doce aconchego deste dia,
Em que o outono chegou!
O guarda-chuva vermelho,
Onde te acoito e abraço,
Cobre-te da chuva que cai
Mas não do nó do meu braço
Que sempre a ti abraçou.
Acácio Costa
5
Ao cair da folha
O outono chegou,
como uma folha que cai
no silêncio do jardim.
É outra folha a cair
do livro deste meu tempo,
que teima fugir de mim.
É a Senhora Mãe do tempo
que, no fim do verão,
vem à janela
de cabelo ao vento
anunciando outra estação.
É chegado o tempo
em que as árvores se despem,
exibindo sua nudez.
E outro tempo virá - um tempo
de chuva, neve e vento,
que é decerto mau tempo
mas melhor que este meu tempo
que a Senhora Mãe nunca fez.
© Acácio Costa.
6
Adelaide Simões Rosa Simões
Outono
A terra está ressequida
Do Outono sente saudade
A briza fresca sentida
Traz consigo a novidade.
Chega o Outono de mansinho
Na sua lentidão traz coragem
Para mudar devagarinho
No campo o tom da paisagem.
As folhas douradas caídas
Pelo vento são levadas
As árvores empobrecidas
Sem a sombra não são nada.
O tempo mudou a luz do dia
O aroma a terra molhada
O sol que erradia
A chuva abençoada.
Adelaide Simões Rosa.
7
Albertina Correia
Ao cair da folha
Verão já vai longe
Mesmo ao dobrar da esquina
Levou consigo amores quentes
Escondidos na neblina
Com o cair da folha
Na Folhagem se põem escondidos
Os corpos entrelaçados
Em abraços abraçados
Fazendo esquecer o Verão,
Vivendo Outono por antecipação
Pois que ao virar da esquina
Se encontra qualquer estação,
Mais difícil é encontrar
Um amor de quem se possa gostar
Não tem mal fico assim
O Outono Fica no meu jardim…
Que não é ao virar da esquina
Muito menos numa qualquer neblina…
Albertina Correia
8
Folha de outono
sinto-me folha de outono atordoada e sem brilho esvoaçando dolorida como ave de asa cortada derramando dor e pranto ao compasso dum vento tristonho e barulhento pelas calçadas sombrias onde jazem palavras sem vida
e a lua cansada vagueia como luz de uma candeia tentando clarear em vão minh'alma e a imensidão.
Albertina
9
Alice Queiroz
Outono
Chegou com a chuva pela noite
dentro
trazia nos pés ainda agarradas
as primeiras folhas que o outono lhe
deu
espreitou ansioso pelo vão da janela
através dos seus lábios tudo aconteceu
num beijo ardente com consentimento
deu-lhe a provar sal mel e canela
Na jarra ainda dormiam as rosas em botão
espantadas despertaram abriram-se em flor
atiçadas pelo calor de tamanha paixão
e cúmplices inebriaram tudo de lés a lés
mas ao vê-los esquecidos assim abraçados
deixaram tombar as pétalas pelo chão
misturando-se nas folhas que pendiam dos pés
E depois ele bebeu dos seus olhos tragos perfumados
ela mastigou achas em brasa da sua boca acesa
nem vento nem tempo nem nada por ali passou
restou na lareira uma chama mortiça uma jarra na mesa
dois corpos abraçados entre pétalas de rosa e folhas caídas
no silencio da sala o encanto bucólico de mais um outono
e na distância primaveras verões e os invernos das vidas.
Alice Queiroz
10
Alice Santos
Outono
O dia nasce, Sereno, lentamente Chilrear de pássaros Invadem o amanhecer. A melodia doce
Penetra na alma Que deliciada Se espreguiça. A manhã sorri, O sonho desperta, Espreita o sol que nasce Timidamente. As ervas debruçadas Nas margens do cálido rio Que segue seu curso, Calmamente matam a sede. A brisa beija meu rosto Ao entreabrir a janela. Sorrio, sonho, penso Como é belo o despertar do Outono.
Alice Santos
11
Álvaro Maio
Outono
Os cabelos já brancos ondeavam ao vento As folhas das árvores pintavam um quadro em movimento O vento que soprava cantava dando som ao momento
E a paisagem quase morta de outono ganhava sentimento Os sentidos despertos pela música da natureza Qual orquestra coligada pelo vento Marcavam o ritmo de uma certa tristeza Embalando as recordações de outro tempo Lembranças das folhas caídas da vida Da procura incessante do sentir Nas etapas dolorosas sem saída Por onde tentamos por vezes fugir Como as folhas caindo ao vento Vidas ondulando sem destino Guiadas pela dor e em tormento Ao encontro de um qualquer desatino De mãos trémulas e rugas já cansadas Pela vida que nos marca dia a dia Há em nós um outono sem palavras Quando pouco a pouco em nós a vida esfria!
Álvaro Maio
12
Amy Dine
Chegou o outono
Há mil folhas já caídas
Jazendo amarelecidas
Ou num rodopio sem norte
Sob a acção do vento forte.
Chuvadas inesperadas
Deixam estradas inundadas,
As ruas cheias de lama
E alguns até sem cama!
Há dias mais ensombrados
Outros mais ensolarados…
E como que por magia
Surge em nós a nostalgia.
Já sabe bem um agasalho…
E ao irmos pr’o trabalho
Não sabemos que vestir…
“Deus sabe o que está pr’a vir”!
Já chegou o Outono amigo
Trazendo no seu “umbigo”
Uma série de mudanças
E inúmeras contradanças.
Amy Dine
13
Folha caìda
Arrancada pelos ventos outonais
A última folha verde caiu da árvore
E juntou-se no chão com as demais.
Agora apenas lhe resta esperar…
Alguns dias somente e murchará.
Só então serão todas iguais.
Amy Dine
14
Ana Stoppa
O outono em mim
As folhas amareladas
A relva fresca molhada
O cantar da passarada
Anunciam a chegada
Da estação outonal
O tapete da saudade
Salpicado de estrelas
Enfeita a sala da vida
Empresta brilho e magia
Frutos grandes generosos
Agarradinhos nos galhos
Pedem a doce colheita
Maduros bons de apreciar
O outono trás consigo
A magia do amadurecer
A vida carrega consigo
A ternura do viver.
Vivo o outono presente
Nos anos que já vivi
Abraço a doce estação
Embalo em terna canção
Quero a relva molhada
Para pisar de mansinho
Enquanto o coração
15
Alegra-se com a paisagem
Quero o fruto maduro
A minha pequena porção.
Basta-me apenas um deles
Para vibrar a emoção.
O perfume da colheita
O gosto suave na boca
O saciar dos desejos
Ainda que em lampejos.
Outono em minha vida
Como é bom te vivenciar
Fazes-me parte de ti
Convidas-me para amar.
Ana Stoppa
16
Outono Desigual
Expira a tarde cansada morno outono desigual
Lentamente o Sol se vai deixando opaco o viver
Revoar de aves raras nos umbrais da catedral
Repicar dos velhos sinos que saúdam a Ave Maria Cintilam escassas estrelas entremeios à lua cheia Cerrar das antigas janelas em busca do adormecer Afagos inexistentes, saudade que a alma sufoca.
Rotina da solidão anunciada no cansativo viver.
Ana Stoppa
17
Outono do Amor
Outono dos frutos maduros Das muitas almas alinhadas Outono que esbanja a ternura Na beleza dos tapetes Tecidos de folhas douradas Que despem a mãe natureza Da roupagem habitual
Para vesti-la de novo De vida, amor, alto astral!
Ana Stoppa
18
Ângelo Augusto
Ao cair da folha
A minha alma ao cair da folha fica Mais leve, mais suave e mais liberta Do vazio que o mal me significa, Tal e qual a uma ilha já deserta. O cheiro a outono sempre me radica Os males desta vida tão incerta,
Como algo que o futuro assim indica A vinda de um amor de porta aberta... E a esperança imortal invade o peito De um jeito que parece tão perfeito, Fruto dos bons caminhos das escolhas. E assim respiro o puro ar das plantas, E refresco o meu corpo em águas santas, Renascendo ao cair das secas folhas.
Ângelo Augusto
19
António Cláudio
O u t o n o
Outono ,
As folhas caídas são levadas pelo
vento !!!...
Qual pintura de Van Gogh , na
paisagem ...
Nos rostos bronzeados fica a imagem
Duns farrapos de Verão...como um lamento!!!...
Outono,
O vento sopra mais frio ...é mais vibrante !!!...
A Natureza pouco a pouco adormeceu;
Ficará repousando...mas não morreu,
Irá renascer de novo...bela e pujante !!!...
Outono,
As cores no firmamento mudam de tom...
No ar esvoaça o silêncio e nostalgia;
Como num sopro de mistério e de magia,
Se dilua ou desvaneça o próprio som !!!...
Outono,
Vivida em pleno a Primavera e o Verão;
Nesta fase vivemos recordações...
Alegrias...Saudades...Desilusões...
Arquivadas p´lo passado!!!... No coração!!!...
António Joaquim Alves cláudio
20
Arilo Cavalcanti Jr.
Ao cair da folha... o direito sublime de amar...
21
Aurora Ferreira da Cruz
Outono
O outono desfolhou-se emocionado
em mais de mil pétalas de saudade.
O vento balançou árvores com intensidade.
Soprou-lhes segredos na intimidade
e as folhas caíram sem demora
não porque se quisessem ir embora
mas porque afinal chegou a sua hora.
E o Outono tudo limpou tudo varreu
O céu ao ver este cenário se comoveu
observando o que as árvores sentiram
lágrimas em gotas de chuva caíram
rolando pelo chão da terra desidratada,
E a terra sedenta bebeu e ficou saciada.
Os relâmpagos imitiram flashes brilhantes
iluminando a terra por pequenos instantes.
É a força da natureza a se pronunciar
Calma! que o outono não vem para ficar
tem o seu tempo para aqui permanecer
O necessário para a renovação se manter.
Aurora M.F.C.Martins Afonso
22
Outono
A poesia se desnuda perante o
Outono
Recita a valsa da nostalgia cheia de
sono,
Há palavras silenciadas pela névoa
fria.
Como se à poesia lhe faltasse alegria.
Tristeza camuflada num riso aparente.
A natureza pura... tem alma de gente
Sofre com as investidas do forte vento
que a despe sem piedade aparente.
O sol até brilha, porém com um brilho baço
Pobres arvores esperando pelo seu abraço
as nuvens se comovem e choram vendo a cena.
Porém o Outono as sacrifica sem ter pena.
O vento vai varrendo as folhas caídas no chão.
e com elas as saudades do passado Verão.
A lua espreita e vê este cenário enternecida,
Fica a esperança... da renovação da vida.
Aurora M.F.C.Martins Afonso
23
Bárbara Godinho
Dia de Outono
O dia amanheceu tristonho
O Sol escondeu-se
É mesmo um dia de Outono
De vez em quando a chuva cai
os pingos escorrem nas vidraças
o vento, esse...açoita as arvores
e cala forte nos nossos corações
As pessoas correm
abrindo os guarda chuvas...
Parece que o Inverno vai chegar
devagar mas sorrateiro...
A chuva chega de mansinho
penetra na minha alma
traz ao meu pensamento
a nostalgia de sentimentos
que o tempo não apagou...
a ali no meu canto
fico calma e aconchegada...
Bárbara Godinho
24
Outono
Ele aí está...o Outono
Chegou de mansinho...
Mais uma vez a natureza
a lembrar-nos que tudo acontece
no seu tempo completando
mais um ciclo da vida
Nas árvores, as folhas douradas
dão-lhe um colorido outonal
Acabam por secar, cair e
amontoar no chão...
De quando em vez sopra um vento
que as arrasta, deixando no chão
um tapete fofinho...
As árvores secas aguardam a
chegada da Primavera para
se concretizar a renovação e
voltarem a vestir-se de novo
Vamos viver a magia de cada estação
e que seja sempre renovada a esperança
pois a vida nos mostra que é preciso
morrer para voltar a viver...
Barbara Godinho
25
Beatriz Antunes
Chegou o outono...
Sopra uma brisa...
E o Sol já sorri...
Parece estar longe
já não me aquece como antes...
Mas me deixa feliz.
Corro de mansinho pelos campos
e essa brisa leve, no meu rosto me diz
chegou o Outono!!!
Olho as flores, as árvores
e sim, chegou o Outono.
Suas folhas de cores verdes vivas
estão a amarelar,
tomam cores diferentes
mas não deixam de me encantar.
Procuro o Sol por entre elas
e num manto de folhas me vou deitar
sinto o calor do Sol
embora mais fraco, me acariciar
brincando com a brisa que vem do mar.
Beatriz Antunes
26
Ao cair da folha
Quando as folhas caiem... Foi no Outono... No cair das folhas Quando os dias ficam mais pequenos E o sol já não aquecia. Foi no Outono...
Teu corpo frágil E já cansado, lutava em busca do passado Que já não queria voltar. Foi nesse Outono.... Que as tuas forças se perdiam Teus poemas já não dizias E já não querias cantar. Foi nesse Outono... Foi nesse dia triste e frio te abracei com carinho Meus olhos eram um rio E tu partiste meu pai.
Beatriz Antunes
27
Bernardina Pinto
Ao cair da folha...
Fresco aroma do Outono
com cheiro a terra molhada,
recomeço de novas vivências
princípio de uma nova etapa.
É tempo de colheitas e de plantar.
Rever caras de sempre, outras novas
e viver experiências renovadas.
É tempo de tomar chá...
Há uma brisa no ar
que nos refresca a alma...
Há um perfume diferente que nos encanta
e inspira para novas poesias...
É tempo de renovação,
as árvores ficam nuas
e as suas folhas voam
levando sementes de paz e de esperança...
É tempo de renovar muitas coisas
e agir pensando no bem e em melhorar
a nossa vida e a comunidade onde vivemos
com determinação, dinamismo, amor e justiça...
Bernardina Pinto
28
Encontro de outono
Vi-te ao longe numa tarde de Outono,
estavas rodeado de pombos
que comiam o pão
que tu ias espalhando em teu redor...
Sentei-me a ler e a observar
As folhas a cair e senti uma brisa no ar...
Passado pouco tempo
vieste sentar-te ao meu lado,
perguntaste se ia chover...
Olhei para o céu
estava a ficar muito escuro,
Começou a chover devagar
e tu pegaste na minha mão
e corremos até a um café ali perto.
Começou a chover com maior intensidade,
sorrimos um para o outro e começamos a falar
primeiro de coisas banais
e depois das nossas vidas.
Senti uma grande cumplicidade entre nós..
Acabara de nascer uma amizade muito bonita!
No Outono, a natureza e os sentimentos mudam,
é lindo ver novas flores e plantas a nascer...
É tempo de renascer, novas amizades fazer
e encher sempre o coração de amor
para repartir a sorrir...
Bernardina Pinto
29
Outono com Poesia
Sente-se o aroma do Outono no ar
e de manhã e á noite a refrescar.
Jardins coloridos e folhas a voar
é uma delícia andar agora a
passear!
No Outono, novas flores e plantas a nascer
é a beleza da natureza que nos encanta...
É um novo recomeço, esperança para viver,
às vezes chove e logo cada árvore dança...
As árvores sentem frio com as suas folhas a cair,
em bando, pássaros voam e outros vemo-los partir.
É altura de ver novas cores, outras pinturas surgir
e as pessoas procuram agasalhos para vestir...
O Outono é uma estação linda, colorida, com poesia
onde se sente mudança, outras cores e renovação.
Passear neste tempo é como sentir emoções com alegria,
viver rodeados de beleza e ter muito amor no coração!
Bernardina Pinto
30
Carla Gonçalves
Outono
Chega de mansinho após o Verão
Acompanhado de frio e destruição
Folhas caídas,
Árvores despidas
Num misto de cores quentes e
reluzentes
Símbolo de serenidade e estabilidade emergentes
Propicio ao renascer de esperanças
Convida a um restabelecer de forças
Revigoriza a Alma e o Coração
Sufocados, revoltados entre a destruição
Desbravam a passagem
Seguem viagem
No meio da nua realidade
Renasce a Felicidade
Carla Gonçalves
31
Vento de Outono
Vem vindo sorrateiro
Beija as árvores primeiro
Acaricia as folhas demoradamente
Então de repente
Cansado da resistência
Sem paciência
Sopra forte e zangado
As despe para seu agrado
Débeis, Frágeis, nuas à mercê do vento
Carrasco e senhor no momento
Vem, vem de mansinho
Sopra fininho
No coração de quem maldiz e desdiz
Na alma de quem não sabe o que é ser feliz
Vem Carrasco e Senhor
Elimina os sentimentos ruins com fervor
Fortalece o espírito
Para longe leva o conflito
É tempo de Renascer no meio da ventania
Despertar para o amor e fantasia
Enfeitiçada com suave magia
Do Vento de Outono
Carla Gonçalves
32
Folhas caídas
O verão acabou Este ano nem se mostrou Aí vem o Outono encantado Com o Sol a seu lado Com a chuva á espreita Nesta praia perfeita
Em seu areal despido Embalada pela suave melodia
Ondas e gaivotas em sintonia Maravilhosa calmaria Outono maravilhoso Por vezes monstruoso Árvores desnudadas Folhas cobrem Ruelas e Calçadas Vielas e Avenidas Maravilhoso manto Um espanto Intenso colorido de verdes estranhos Nuances de Laranja e castanhos Levadas pelo vento Passeiam no firmamento Por ali Por aqui Perto deste mar extenso Que teima em beijar meus pés Isto terá um revés A Calmaria vai acabar A chuva vai voltar Com ela o vento e as trovoadas Grandes enxurradas Lama, Cheias, Caos e destruição Que será da população Danos avultados, Famílias desalojadas
33
Sem teto, sem sustento, Tristes e sem alento Obrigados a Recomeçar Condenados a trabalhar a dobrar Nem tudo é fascinante Nem tudo é impressionante Nesta estação irreverente A desfrutar da maresia Da suave melodia Do Sol brilhante e reluzente Rodeada de folhas caídas Ao Outono dou as boas vindas
Carla Gonçalves
34
Carlos Fragata
Outono é beleza
Dá o verde lugar à cor garrida
Com que a terra pintaste e coloriste,
Apesar da mudança, não é triste
O que ofertas ao Verão na despedida.
Não és morte, a morte não existe,
És a preparação de nova vida…
A terra rejubila, agradecida,
Pelo vermelho e mel que lhe vestiste!
Até o Sol, que é rei celestial,
No tapete de folhas que se espalma
Participa feliz e cordial!
És interregno, convidando à calma
E até no ar frio, outonal,
Ver-te, cheirar-te, nos aquece a alma!´
Carlos Fragata
35
Lugar ao Outono
Sentindo que seu fim é já tão perto,
O Verão, calmamente, se prepara
E na tela da vida, joia rara,
Pinta seu quadro, com ouro coberto!
Seu tempo, inexorável, nunca para,
Tudo tem o seu tempo, em tempo
certo...
Da missão que tivera já liberto,
Dá lugar ao Outono e o ampara.
A transição da vida, doce, lenta,
Num pardo tom, avisa da mudança
Que chega no Outono, amarelenta.
Tempo de reflexão e de bonança,
Atrai-nos esta calma, que se ostenta,
Como sorriso calmo de criança...
Carlos Fragata
36
Carlos Manuel Alves Margarido
Ao cair da Folha
Folha seca, dos lágrimas de mim, Desprendida de ti, O chão, perdeu a razão. Dói a solidão, no coração.
Andorinha sabia que partias, Que deixarias, o ninho no beirado, Do peito, deste apaixonado.
Levas-te as asas, o voar dos amantes… Deixastes a solidão, dos instantes…
Ó céu! De um Deus maior, Que chora, nos meus olhos, Dá-me asas, ensina-me a cantar, Quero partir… Faz, o sol… Faz ,o calor… Faz ,o meu amor voltar.
Folha seca, das lágrimas de mim, Desprendida de ti, O chão, perdeu a razão. Dói a solidão, no coração.
Carlos Margarido
37
Carmen Marques
Noite de sentidos no outono
Noite caiu! Horas adiantadas pela madrugada adentro! Sonhos imagens na memória cores do Outono fantasias da mente! Começa a raiar o dia o sol fraquinho doce
penetra pela janela adentro! Como que a recordar os sonhos existentes na floresta sonhados por mim! Tento a cada minuto recordar a doçura das folhas devastadas pelo vento a rolar pelo chão! Neblina ofusca a visão! Este Outono um começo de inverno nos sentidos de alma e coração no vazio da sempre escuridão! Meus olhos mortos pela recordação de dias belos que para sempre se foram! Alma e coração tristonhos na madrugada doces miragens no profundo Outono que me adormece no sonhar! A Mente e o coração!
Carmem Marques
38
Águas cristalinas outono esplendoroso
Nas águas cristalinas de uma queda d'agua entre florestas matizadas pelo decorrer do Outono que inicia! Beleza sem igual por este imenso
arvoredo começa a desfiar cores e mais cores que deambulam ao sabor do vento e o sol fraco que mal aquece os nossos sentidos mas ilumina os nossos olhos perante tal fascínio, este misterioso cheiro no ar aroma de Outono! Folhas secas terra húmida adoçam os sentidos e dão brilho esplendoroso ao nosso olhar! Quão belo este cenário morno que desperta em nós o enigmático de tão rara beleza mesmo sendo uma estação que iniciando um inverno no seu existente sonho de calor ao coração! Nos sentidos do Outono todos os sentimentos crescem na grandeza de uma nova estação!
Carmem marques
39
Catarina Dinis
Árvore de folhas
Folha de papel,
De esperança, de sonhos
Amarelecida pelo verão
E nada foi em vão.
Folha da árvore
Pendurada por instantes
Esperando o vento para arranca-la
E leva-la
Para tão longe do infinito.
Que venha o outono,
A chuva, o frio,
O calor de meu amor…
Catarina Dinis
40
Outono de Sonho (acróstico)
Ouvem-se as gotas de água Uniram-se entre caminhos Todos os silêncios Ocultam o grito da natureza Noites de escuridão que perpétua Onde o horizonte se cruza com os sonhos
Catarina Dinis
41
Tantos Outonos
Nem sequer o outono foi frio…
Existiram outonos que eram
primaveras
No Etéreo Paraíso da vida.
Hoje os outonos são tumbas de
memórias
Roubadas ao seu tempo.
Catarina Dinis
42
Celeste Seabra
E assim se fez...
O verão partiu outra vez...
e folhas caíram de mim,
como raios solares a queimar cetim...
Como almas apaixonadas, que o
tempo apagou
como batidas do coração que a idade
roubou!
E assim se fez...
Sentimentos quebrados,
marcados de cores outonais, de castanhos momentos,
onde os arrepios de frio são breves lamentos!
E assim se fez...
voltaram os ventos de norte outra vez!
As árvores despidas de folhas,
tentam não quebrar, deixando um tronco torto...
assim como o meu corpo já meio morto!
E assim se fez...
de novo o outono retornou,
alojando-se no meu coração
como uma folha caída, como a decepção,
eu, mais caída, que a própria estação
espero pelo inverno da vida,
fora de época... No meu coração!
E assim se fez...
43
momentos da alma,
vividos debaixo de um guarda-chuva negro,
como gotas de orvalho, caídas na madrugada,
folhas de outono, de uma vida quebrada!
Celeste Seabra
44
Outono da minha vida
Hoje vi ao acordar, uma folha a
esvoaçar,
na minha janela suavemente veio
pousar,
caindo graciosamente, batendo no
vidro bem devagar...
esvoaçando com o vento ainda
quente,
Vento que ontem era de verão,
que apetecia tirar a roupa, andar descalça no chão!
hoje, é vento mais frio, sente-se a brisa mais solta,
Fechei os olhos, a deliciar o vento,
retornei ao Outono da minha infância, parecia real o
momento!
E como por magia corri por montes de folhas,
chutei galhos quebrados, como quem chuta uma bola,
e por breves segundos sorri, voltando às ruas onde cresci!
voltei apenas, ao pátio da minha antiga escola,
carregando nas minhas costas, aquela velha sacola...
Então de novo uma folha caiu, fazendo-me acordar do
passado,
olhei para a rua em que vivo, através do reflexo vidrado,
vi a natureza mudada, como se fosse um belo quadro,
vi folhas vermelhas e castanhas, por vezes um pouco
amareladas,
árvores de galhos abertos, completamente desnudadas!
Ainda ontem corria feliz, à saída da velha escola,
saltava poças de água, com sapatos pretos e de sola!
45
hoje adulta me encanto, com as cores de uma folha caída...
na minha janela vidrada, relembrando o Outono da minha
vida!
Celeste Seabra
46
Cely Parente
Folhas de Outono
Sopra o vento cantando melodias outonais, Dançam as árvores Rodeadas de tapetes coloridos por elas bordados, Passadeira estendida
Onde o verão passa num gesto de despedida
e o Inverno chega num manso bailado. As árvores choram as folhas roubadas Que aos seus pés caem, cheias de cor, Mas já sem vida. Quantos dias tem o Outono na cidade? E dentro da alma, terá ele um tempo, momento ou estação? Quantos sorrisos de criança e passos de gente, Quantos corpos despidos e olhares sinceros já caíram do peito, de uma árvore mulher? como folhas arrancadas pelo vento, Em manhãs manhosas de primavera Que afinal eram outono!
Celina Parente
47
Outono Primaveril
Não quero manhãs nebulosas Nem flores ressequidas Ou árvores nuas Não quero campos sem semente, Nem canto de gaivota desesperada Nem ninhos desfeitos Nem pombas brancas acorrentadas Não quero sonhos dissolvidos
Nem borboletas sem asas... Quero melodias garridas Voos de pássaros, livres Sorrisos de criança Campos espigados Flores brotadas Amores eternos
Sol destemido Céu límpido… Não quero chuva Nem bancos vazios Nem campos desertos Em dias de Primavera! E se este ano As andorinhas chegarem De olhar melancólico, Asas cansadas E melodias mudas Este ano, é Outono Na minha cidade!
Celina Parente
48
Cléo Alves
Ao cair da folha
Não quero pedras no meu sapato
Nem quero sapatos voadores
Nem passos retardando cores
Nem as cores que pintei o céu
Não quero céu que tenha buracos
Nem asas dilaceradas no meu olhar
Nem realidades múltiplas verdades
Nem verdades sem sonhos alcançar
Não quero mais do que quero sonhar
Nem quero aplausos que agridam
Nem elogios inventados no caminho
Nem caminho sem passos pra andar
Não quero passos maiores que eu
Nem realidade pequena e sombria
Nem loucura lúcida maior que breu
Nem breu que eu não possa clarear
Eu quero pedras em meu castelo
Eu quero asas no meu caminhar
Eu quero sapatos nos meus pés
Eu quero nuvens pra poder pisar
49
Eu quero Outono que o vento não leve
Eu quero folhas secas, soltas pelo ar
Eu quero prender-me onde me soltar
Eu só quero motivos pra poder voltar
Eu quero que o vento leve a tristeza
Eu quero apenas a mágica nostalgia
Eu quero a outonal e poética beleza
Eu quero as páginas de um novo dia
Eu quero palavras que ao vento voa
Eu quero poesia sempre rindo à toa
Eu quero a felicidade como escolha
Eu quero um poema ao cair da folha
Cléo Alves
50
Outono
Quem há de me trazer o Outono
As folhas secas do seco sofrer
A doce saudade que tira o sono
Um amor de Outono ao anoitecer
Quem há-de correr entre as flores
Ser mais florida do que todas elas
Abrir os braços cheios de amores
Roubar das flores o perfume delas
Quem há-de trazer a chuva amena
Ventania pequena na manhã outonal
Quem há que serena seja tão fatal
E que de tão fatal seja mais amena
A folha pequena que cai no quintal
Ou a outonal paixão que me acena
Cléo Alves
51
Dizeres
O Outono trás a ventania,
Cai a primeira folha...
No céu brota a nostalgia.
Rolam os tempos de espera
E nesse tempo quem dera,
Ao cair da folha uma alegria.
Rolam as folhas entre os seres
E só o vento as toca
E entende seus dizeres.
Cléo Alves
52
Cristina Correia
Envia-me um recado
envia-me um recado numa folha de papel não precisa ser branco não precisa ter cor basta-me uma gota cristalina
de teus olhos… envia-me um recado numa pétala de rosa podes secá-la no teu livro nesse teu diário de vida
basta-me ter o cheiro de tuas delicadas mãos… envia-me um recado numa folha seca abandonada pelo Outono não precisa ser verde basta-me ter os laivos da frescura de teu sorriso… envia-me um recado no silêncio do vento que eu não ouça que eu não veja mas que sinta no afago o mais belíssimo recado de tua pra minha alma…
Cristina Correia
53
Elair Cabral
Ao cair da folha
Sereno e colorido como um banho
gostoso
antes de ir ao baile, e mestre em
suavizar momentos
surge o outono, em ondas de beijos
enamorados!
Podia-se sentir as folhas caindo ao som
da sonata de violinos, de Beethowen...
O calor intenso deu adeus, e os corações aquecidos,
serenaram em dégradés impressionantes,
ao darem adeus à Perséfone que voltou
ao tempo de contemplação...,
Em louvor à natureza, as folhas
festejaram, com aromas de carinho e respeito
maternal, as canções de ninar vivências!
Ao sabor do som do cair da chuva, as folhas
passearam por entre fios de poesia e correram,
como á água azul e ainda morna dos rios de serenidade
e deitaram-se no leito da mãe terra a espera do renascer,
em forma de presentes raros e caros à
terra dadivosa!
A vida passeia calmamente
em nuances de olhares amenos e silvestres,
no equinócio que sorri...
Agora os sonhos empalidecem
e se configuram em dias e noites iguais, badaladas
54
efêmeras de um tempo silencioso.
Em ciclo de lunação o namoro acarinha
a terra que gestara para dar, em breve, vida à novos
projetos,
novos brinquedos e novas leituras, muitas a florescer
pelo reflexo do acaso e mesmo assim, encantam
em jogos de amor e fragrâncias divinas...
Ao cair das folhas o amor se aninha!
Elair Cabral
55
Fernanda Bizarro
Outono
Olha como esta o dia
cinzento da chuva
transparente do vento
as folhas douradas
que eram prateados
mudaram de cor
são douradas…
o gelo mata as ervas ,as plantas,
é sublime, como tudo se transforma
metamorfoses do meio...
para nascer descendência!
é o ciclo da flora
esta em mudança
sempre diferente
de estação em estação
é surpreendente!
admira-se a gente,
porque onde havia
natureza...
e a beleza ali perto
agora... é o deserto!
Fernanda Bizarro
56
Ao cair da folha…
A monotonia que é a mudança da vida, nas plantas Dá certa nostalgia, a cor da esperança fica esquecida É uma visão morta amorfa na vegetação, na mudança, Da estação. As folhas anémicas sem sangue caem desmaiadas, no chão.
Árvores despidas de penugem, com os ossos a ver-se, É a miragem a passagem do verão, para outra estação. O OUTONO! Beleza que se entranha, no corpo e na alma, e espalha as Folhas caídas, já sem vida. Se estranha e arrepia! O vendaval o silvo entoava a melodia Da vida que se ia. Mortas, suspensas já não estão! Agora vivem no chão. Dão à paisagem as características próprias da estação, No solo deitadas, armazenadas em camadas, Aquecidas. São alimento da terra! Folhas destorcidas na paisagem, Aspeto triste que o vento faz dançar, Rodopiar, e tudo vai pelo ar, a entoar como Que, um hino divino ingénuo no tocar Ao de leve no chão …com emoção!
Fernanda Bizarro
57
Fernanda Costa
Outono
Outono
Entras
Logo
Tudo
Queres
Desnudar
Pareces
Ter um
Certo
Prazer
De tudo
Pôr
A voar
Deixas
Tudo
Nu
Vazio
Com frio
Seco
Triste
Com cor
Velha
Amarelada
Acastanhada
Fico
Sem vontade
58
De sonhar
Só queres
Preparar
Tudo
Para
Teu amigo
Inverno
Chegar
Tua amiga
Queria ser
Mas não
Gosto
Deste teu
Desnudar
Apesar
De saber
Que o tens
Que fazer
Fernanda Costa
59
Desculpa outono
Outono
Bem cedo
Ele me
Convidou
Leu o meu
Poema
E não gostou
Vamos passear
Vou te mostrar
Que desnudo
Mas não gosto!
Às vezes até choro!
Não tenho Prazer nisso!
Como tu dizes!
Eu passo
Para limpar
E não para
Desnudar
È preciso
Alguma
Coisa fazer
Para tudo
Renascer
Na lei da
Natureza
O meu
Trabalho
É este
60
Tenta
Compreender
Fiquei triste!
Logo pedi
Desculpa
Não vou voltar
A te ofender
Como seria bom
Que o nosso Mundo
Humano fosse como
O vosso!!
Todos juntos
Fizessemos
Da Terra
O Paraíso
Fernanda Costa
61
Gil Ordonio
Paisagem de sono´
Eis que chegou o outono
Deixando a paisagem
com cara de sono.
Porém no mais completo abandono
Ficou eu... Sem ti
É chegado o tempo
Mudou a estação
E o sopro de um frio vento
Deixou gelado o meu coração
Nessa troca de estação te perdi
E o inverno em mim se fez mais cedo
Pois nessas estações o que me marcou
Foi o momento em que te conheci
E agora, desse triste inverno sinto medo
Por que deixaste o vento do desconforto
sobre mim?
Confesso que isso eu não esperava
Marcasses a minha vida quando
puseste um fim
Matando a esperança que em mim se renovava
Que direi a minha pobre alma agora
62
Que inconformada com a tua decisão
Se lamenta... Pranteia... E como chora
Mergulhada em profunda solidão
Que farei? diz a mim afinal
Como poderei sorrir quando tudo
se desfez
E num golpe do destino
amargo e crucial
Choro mais uma vez
Por sobre as ruínas
que deixaste ó menino
Gil Ordonio
63
Hamilton Ramos Afonso
Outono…da vida
A paleta de cores em tons de
amarelo, castanho e vermelho terra
as folhas caindo, as árvores
preparando-se
para o Inverno e suspirando pela
Primavera
As primeiras chuvas, o cheiro, bom
a terra molhada, os cogumelos a
nascerem em
tufos de vida no chão, juncado de folhas mortas
das florestas de carvalhos
As sementeiras do pão de centeio e trigo, os nabais
que servirão de forragem aos animais, no Inverno
os soutos com os seus castanheiros prenhes de ouriços
que em partos esforçados se oferecem em castanhas
que aquecem as noites já frias,a telha vã branca da geada
Tudo isto faz parte das minhas recordações da
minha infância e juventude, quando as aldeias
nortenhas tinham vida, gente, jovens percorrendo
alegremente as ruas empoeiradas do Verão, enlodadas
das chuvas que caem, com os pés calçados com os
socos de solas de pau de amieiro, e as suas taxas metálicas.
À noite à volta da lareira, conversando e ouvindo
Respeitosamente os seniores transmitindo-nos
A sua imensa sabedoria caldeada na escola da vida
64
Saudade?
Melancolia?
As duas coisas, mas sobretudo o enorme respeito
or aqueles que me moldaram o carácter, que me ajudaram
A ser homem
A minha gratidão e ternura a todos eles
Os seniores da minha infância que tratávamos
com respeito
Hamilton Ramos Afonso
65
Outono
A melancolia instalada na natureza
em admirável e monótona paleta de
cores
do avermelhado , ao dourado
até que se atinja o seco acastanhado
da morte das folhas…
Morte que , suprema contradição,
vai significar , mais tarde vida ressuscitada
após travessia de duro inverno,
com frio , gelo e chuva ,
muita chuva…
Também nós, humanos
passamos no nosso interior
por esse Outono,
ao darmo-nos com todas as forças
à mais dura melancolia,
deixamo-nos tomar por rigoroso Inverno,
mas acabamos por encontrar
a nossa mais risonha Primavera…
Contemplemos a beleza das cores Outonais ,
mas não deixemos nunca instalar a melancolia
no nosso interior sorrindo sempre para a vida,
porque podemos , com a nossa vontade
e força de viver permanecer
em constante Primavera…
Hamilton Ramos Afonso
66
Saudade
A saudade tomou conta de mim
ao reparar nas cores outonais
em caminhada por veredas
que me conduzem às memórias
da minha juventude,
ao cair da folha das florestas
de generosos carvalhos,
percorridas em restolhada
de botas cardadas pelas folhas caídas
e o estalar de pequenos ramos no chão
onde generosamente nascem e crescem
os cogumelos selvagens que em rancho
ajudava a colher...
A saudade de, em alegres grupos de ancestrais,
alguns já falecidos
e contemporâneos que reencontro com alegria,
apnharmos castanhas que caem dos uberes ouriços ,
em generosa festa de vida que nos soutos se perpetuam
pelos tempos,
repetindo os mesmos gestos , com a mesma gente nos
nogueirais...
Quem disse que o Outono é a Estação da melancolia
de certeza que nunca teve o privilégio de ,
na terra e com as próprias mãos assistir
à colheita dos frutos do trabalho árduo de gente humilde ,
que encara a vida com alegria,
67
ou de , na mesma estação assistir às sementeiras
das cultruras de Inverno que nascem em pleno Inverno,
crescendo pela Primavera e que em todo o seu esplendor
dão fruto no Verão e se vão transformar
no pão nosso
de cada dia.
Hamilton Ramos Afonso
68
A Primavera no Outono da vida
No Outono da minha vida surgiste no esfusiante esplendor da tua Primavera, para me dar o alento necessário a reviver, e a voltar a acreditar que o Amor é possível,
sempre... A forma como franqueaste o meu coração,
entrando nele , instalando-te e tornando-te a sua dona, fez de mim alguém mais confiante, sereno, com vontade de sorrir, de lutar , sentindo de novo a seiva da vida percorrer o mais ínfímo dos vasos capilares do meu corpo predispondo-me para aceitar , de braços abertos o afecto que deu vida e cor ao meu Outono de vida , nas alegres cores de Esperança e Vida que o teu sorriso, as tuas mãos o teu terno olhar e a juventude do teu corpo que entregaste despudoradamente ao meu, aportaram à minha vida... São cores quentes, vivas, cheias de brilho as que usamos para pintar o mais belo dos quadros, em tela branca, a lembrar-nos que a melancolia associada ao Outono da vida pode e dever ser transformada todos os dias na mais radiosa das primaveras...
Hamilton Ramos Afonso
69
Horácio Almeida
Outono
Mesclado folhas frutos e flores
Amarelados na estação Outonal
Salpicando os montes de odores
Arvoredo multicolor sem igual.
Tempo de apanha em pomares
Sementeiras cereais e colheitas
Armazenam nos celeiros e lagares
Diversas frutas e vindimas feitas.
Azáfama nos campos determinada
Assacados à terra macia e molhada
Os frutos saborosos são recolhidos
Apanha facilitada na chuva abençoada.
Mudança de estação sopra fresca brisa
Paira no ar cheiro a mosto adocicado
Mistura de aromas perenes suaviza
O néctar que da adega vem perfumado.
Horácio Almeida
70
Ilda Ruivo
Folhas secas...
Estou coberta de folhas secas
caídas na vida pelo Outono
esperando que apareças
tornando real este meu sonho.
Para que resplandeça novamente
feita tua Deusa amorosa...
acaricia esta folha simplesmente
e torna-a para ti a mais formosa.
E deitados sobre a folhagem
nossos corpos despidos
a natureza sem a ramagem
no enlevo dos ruídos.
Inebriados e enamorados
em todo o nosso ser…
serenos mas alados...
deixarmos tudo acontecer
Ilda Ruivo
71
Isabel Beato
Outono
Chegou o Outono
E as folhas caem de sono
Derrubando sonhos.
Continua quente o meu amor,
Embora as lágrimas de dor
Teimam em permanecer.
Mas fica a esperança,
Que das cinzas vai ressurgir
E mais uma vez reflorir.
Isabel Beato
72
Joana Rodrigues
Sou Folha De Outono
Sou como uma folha de árvore que o vento levou sem vida
o outono não lhe deu guarida, triste e amarelecida pelo verão
chegou o Outono e eis que cai no
chão
Pobre folha no chão caída, seus sinais vitais a alertaram
porque ao sentir-se já quase perdida chegam os ventos e a pobre folha levaram
sem forças para lutar perdeu a vida
E tal como o cair da folha amarelecida também eu sinto essa mágoa do outono
ao saber que há tanta folha caída que são marcadas pelo abandono
tantas ainda estão a lutar pela vida
É no outono da vida, fica o Ser, em decadência
é uma dura e triste realidade ao chegar ao inverno da vida
recordando tudo com saudade até de uma folha de outono
arrancada pelo vento que, esquecida, jaz a pobre folha, de outono caída.
Joana Rodrigues 24/09/2014
73
Outono
Outono vou pedir-te Com carinho Que me digas Bem baixinho. Num pequeno Sussurro ao meu ouvido, Que não mates
Uma árvore por suas Folhas terem caído, Enquanto durar teu reinado Mostra que não queres Ser odiado, Não tragas dor, nem desgraça, Sei que ´és triste, eu também O sou, e por já ter conhecido Um outono bem sofrido, Eu te peço com carinho Que tal como uma folha caída De uma árvore quase esquecida Nunca a deixes perdida Mostra-lhe o melhor caminho
Joana Rodrigues
74
Outono e o Vinho
Cada estação tem sua beleza
e o Outono não é excepção
é triste por natureza,
mas é no encanto do verão
que são as uvas amadurecidas
mas colhidas nesta estação
fazendo o vinho jus à realeza
em que o Outono afasta a tristeza
e o bom vinho ele oferece,
acabando com alguma frieza
e os corações ele aquece,
esquecendo as folhas caídas
na Primavera serão renascidas
e novamente floresce,
e no Outono se faz o vinho
que reina no mundo inteiro
tem sido seu companheiro
e o Outono não está sozinho,
cai a parra da videira
recorda-se para a vida inteira
o Outono e o bom vinho.
Joana Rodrigues
75
Joaquim Barbosa
Outono
Lentamente, suavemente e de mansinho Chega o Outono e ensombra os dias de calor Despem-se aos poucos, mas muito
devagarinho Todas as árvores que temos em
nosso redor. De olhos cansados vou mirando aqui e ali As folhas caem e são levadas pelo vento Algumas vão cobrindo o chão que outrora vi Muito limpinho e muito menos turbulento. Dias de Outono, o vento vem mais violento Vai mediando entre o verão e o inverno Os dias minguam e as noites são um tormento Não sei se é como caminhar para o inferno… No Outono caem as folhas ao redor É mais um fenómeno que nos vem anunciar Despem-se as árvores, do seu verde encantador É anunciado que o inverno está para chegar.
Joaquim Barbosa
76
Joaquim Donizete Gomes
Ao cair da folha
Ao cair da folha
Percebo que as arvores não tem
escolhas
Porque é tempo de solidão
Quando o outono vem e desfolha
tudo pelo sertão...
E a tarde ao cair das folhas
O rouxinol se cala entre as desfolhas
Pois o seu canto outonal é pranto
Triste ele voa para outros campos
E quando cessa o cair das folhas
O limo faz suas recolhas
Fertilizando assim o santo solo
Faz brotar a vida do subsolo
Percebo então que ao cair das folhas
É Deus fazendo ali uma nova escolha
Cobrindo as árvores todas em mil cores
Pois a primavera é su’alma linda cheia flores...
Joaquim Gomes...
77
Jorge Raposo Caraça
Sopro de amor
É Outono O Setembro faz a sua despedida Sopra-me no rosto uma brisa fria, Sopro de amor sopro de vida Que faz dançar as folhas caídas, Quanta tristeza nesta alegria O sol esconde-se na nuvem que
passa Pequenas gotas molham-me a face, O voar das aves vai perdendo a graça A velha roseira a tudo se abraça, Como tendo medo que o vento a levasse É Outono O pequeno ribeiro que o verão secou Ganha nova vida corre alegremente, Leva as imagens daquilo que sou O verão se foi e tudo mudou, Até o teu olhar está tão diferente A lua se esconde na escuridão São longas as noites deste madrugar, Eu querendo afasta-las com a minha mão Elas se anicham no meu coração, O sol de Setembro querendo encontrar É Outono Quanta tristeza nesta alegria Que faz dançar as folhas caídas, Sopro de amor sopro de vida
Sopra-me no rosto uma brisa fria, O Setembro, faz a sua despedida
Jorge Raposo Caraça
78
Jorge Morais
Ao cair da folha
Folhas caídas
cores variegadas
árvores despidas
natureza linda e bela
na serenidade outonal
pura realidade
avermelhada
acastanhada
amarelada
neste desnudar
das cores esverdeadas
metamorfose polícroma
neste ciclo
levado na transparência
crendo assim na descendência
renovada
na natureza surpreendente
com o vento a soprar
novas cores irão voltar.
Jorge T. De Morais
79
O U T O N O
As cores mudam
para os tons outoniços
cores quentes mescladas
já há nas árvores ouriços
das castanhas esperadas
algumas bem apreciadas
a natureza repousa
num sopro de melancolia
há até, quase de certeza
certa beleza em sintonia.
Passado está o Verão
muda-se toda a paisagem
fica ainda esta bela imagem
na natureza e no coração!
Jorge T. De Morais
80
Ao cair da folha
Adormece a natureza
no sono de Verão
mostra assim outra beleza
nas cores avermelhadas
na serenidade dos campos
calar-se-ão os pássaros
e o frio se faz anunciar
neste ciclo de vida
sempre a renovar.
Jorge T. De Morais
81
José Carlos Moutinho
Matizes de Outono
O Outono chega repentinamente molhado, Espalhando folhas matizadas por todo lado, O céu acinzenta-se, perde o seu azul belo, A melancolia ocupa-nos a alma sem apelo. Mas o Outono é também encanto Nas folhas secas que esvoaçam E formam atapetadas ruas coloridas, Imagens ornamentadas
bucolicamente Em paisagens de deslumbrante visão, No adeus ao calor que o verão ofereceu E nas boas vindas ao frio do Inverno que virá! A Natureza na sua plenitude, Com o equinócio que se faz presente, Solidário com as caducifólias Que nos oferecem a beleza das folhas secas Na escusa da sua perenidade, Voam leves como penas nas asas do tempo, Volateiam na sua curta viagem até ao solo, Onde se aconchegam delicadamente, Tecendo belos e efémeros tapetes! Outono dos nossos dias Amigo de vários anos, Que nos presenteia com o matizado da vida Com o fresco suave da atmosfera, Em terno preparativo para o frio intenso Que nos chegará brevemente com o Inverno E quando partires, Outono Sentiremos saudades de ti Pela vinda ansiosa da bela Primavera.
José Carlos Moutinho
82
Chuva de Outono
Adejam, frias, as gotas desta chuva de Outono, Encharcam os meus pensamentos, Dos momentos de amor do estio que se foi, Cada pingo, encerra em si, um segredo, Que se desvendará no chão que a acolhe,
Da miríade de gotas, simples e solitárias, Nascerá um rio calmo, de muitos segredos Que mergulharão no mar, Onde navegam anseios e sonhos por realizar! E tantas gotas, lágrimas de cristal Que caem como pranto de saudade Desta chuva teimosa, Trazem a nostalgia Das tardes quentes, suadas Na paixão exacerbada pelo amor, Que se refrescava do seu fulgor Nas areias molhadas, onde as ondas Beijavam os corpos escaldantes, Acariciados pela alva espuma! E a chuva cai, insistente Alheia ao meu pensamento saudoso Dos prazeres oferecidos Pelo tempo que se ausentou Chorado neste Outono que chegou.
José Carlos Moutinho
83
E o Outono chegou!
Olá Outono sê bem-vindo nesse teu
lento caminhar,
traz-nos as cores matizadas do
encanto das folhas cadentes,
na serenidade das tardes que se
encurtam
pelos dias que se esmorecem!
Sopra-nos a brisa que tu sabes refrescar,
o calor do estio que vai partindo!
Atapeta-nos o chão, com a filigrana de cores
das folhas que se cansam do equilíbrio da sustentação!
Tinge o céu de tons mais românticos
traz-nos a nostalgia dos momentos de paixão,
dos encontros dos nossos amores!
Não tenhas pressa em te fazeres presente,
vem suavemente...
Sabes como é maravilhoso caminhar por entre árvores
cansadas do verão que as atormentou!
Também não tenhas pressa em partir,
preferimos os tons do teu céu azul matizado
aos cinzentos do inverno que virá,
desliza o teu tempo entre nós calmamente,
deixa-nos viver o romantismo
e o deslumbramento da tua estação,
Sê bem-vindo Outono!
José Carlos Moutinho
84
José Manuel Cabrita Neves
A folha caída
Eu sou aquela folha que tombou,
Ressequida e votada ao abandono,
Arrastada p’ los ventos do Outono,
Para longe da vida que habitou…
No chão ao frio e à chuva dorme o
sono,
De quem já foi feliz, já vegetou!
Durante a curta vida em que abanou,
No ramo, entre o mês três e o mês nono…
Cada ser vivo é escravo da rotina,
Que a própria natureza lhe confina,
Tendo uma variante duração!
Mas no fundo, que importa se a vida,
É para alguns mais curta ou mais comprida?
Importante é vivê-la com emoção!...
José Manuel Cabrita Neves
85
Setembro pardacento
Chega Setembro, o Outono, sopra o
vento!
As árvores abanam, cai a folha!
O céu, que esconde o sol, fica
cinzento
E a chuva de rompante, alaga e
molha…
O tempo fica escuro, pardacento…
Quer se goste quer não, não se tem escolha!
Surge ao cair da noite algum relento,
Concentrando a humidade bolha a bolha…
Temperatura fresca, embora amena,
Lenço branco, de um verão, que nos acena!
A sombra do Inverno que há-de vir…
A cama pede mais um cobertor!
Os corpos se aconchegam no amor…
É a vida em cada Outono a ressurgir!...
José Manuel Cabrita Neves
86
Nostalgia de outono
Depois de um solarengo e belo
Verão,
Chega o Outono triste em tom
cinzento!
Vem pra tombar as folhas com o
vento
E bordar um tapete pelo chão…
Tem uma nostalgia esta estação,
Que embebeda e absorve o pensamento,
Dá-nos outro vigor, um outro alento,
Por não ser frio nem quente, ser meão…
O céu, escondendo o sol, todo nublado:
Vai refrescando a terra criadora,
Vai engrossando o fruto do pecado…
O mundo vegetal se revigora,
Neste clima sombrio e temperado,
Doce convite à musa inspiradora!...
José Manuel Cabrita Neves
87
José Mário Silva
Outono
Outono, estação Dourada
Com o olhar perdido no horizonte
Fixo, em silêncio a observar
O despertar de um novo dia
Que não tarda a chegar
Com o astro rei o Sol
Que imponente surgirá
Como um diamante que brilha
Para nos anunciar
Que o outono vai chegar
Sendo que do ano ele é a estação
Que chega para as árvores despir
Para com, uma nova roupagem, as presentear
É outono, as crianças entre folhas a brincar
O dourado das folhas se espalham pelo ar
O outono é uma primavera sem cor
Em cada folha dourada que cai, há uma flor
Pois o outono é mesmo assim
A estação das folhas secas
Que ao cair, bailam no ar
Sobre o vento, até o chão tocar
E para sempre
Repousar, aos pés
Da bela árvore,
Que um dia foi seu lar...
José Mário
88
José Sá
Outono
Rasga-me a folha, ó estação de verde
natura
Rasga-me neste tempo, onde a força
é vento
Onde a razão é chuva que pinga e
me atura
Onde o momento é poesia e alimento
Rasga-me a pele seca e desnudada
Rasga-me cada pétala que se perde na estação
Onde o amor é sol da época molhada
Onde a humidade se sente de coração
Rasga-me o sublime querer num tempo que vai
Rasga-me o soberbo, num outono que se despe
Onde o sol se mescla, e se derrete ou esvai
Onde as nuvens são a vontade d’um céu celeste
Onde o vento traz e leva, o que de ti sobressai
Onde o rasgar foi outono, na nudez que me deste
José Alberto Sá
89
José Sepúlveda
A Árvore
A árvore crescia pontiaguda
Num verde matizado multicor,
Esvoaçava ao vento surda e muda
E tudo era alegria ao seu redor.
E quando vinha o vento, vinha a
chuva,
E o tempo se agitava com furor,
A árvore, abalada e sem ajuda,
Ali se contorcia em grande dor.
Até que um dia tudo acontecia...
A árvore em duas se partia
Em noite de invernia e vento forte.
E, quase à morte, o estranho aconteceu,
Não sei se por milagre, renasceu
Garbosa e orgulhosa do seu porte!
José Sepúlveda
90
Leandro Amador
Outono
Chegaste de mansinho,
Meio sorrateiro e camuflado,
Contigo o dia mais pequenino,
E A folhagem esvoaça por tudo
quanto é lado.
As folhas mudam sua coloração,
Apresentam texturas desidratadas,
Atiram-se ao chão,
Amareladas desfeitas,
Rebolam nas ladeiras,
E morrem indefesas atropeladas.
Cai toda esta folhagem,
Não porque querem,
Mas sim porque chegou a hora,
Da natureza mudar a roupagem,
Para agora o verão ir embora.
Enquanto ficam as Folhas molhadas,
E outras na lama Estampadas.
Ó Outono! com tua chegada as andorinhas expulsas,
Com teus suspiros e repentinos prantos,
Destas nossas terras lusas,
Para distantes e desconhecidos cantos.
91
E sobes, agora ao teu trono,
Com os aplausos dos diospiros…
Dos castanheiros e dos seus ouriços,
Oh meu grisalho outono!
Aleaste-te ao S. Martinho,
Ao santo da tua fé,
Leva-lhe castanhas e novo vinho,
E a calorosa agua pé.
E reinas assim, meu outono,
Que de setembro a dezembro és dono,
Mais a chuva e os ventos,
Que para muitos será três meses de tormentos.
Leandro Amador
92
Lucila Isipon
Ao cair da folha
ao cair da folha em começo de outono
é que percebo qual o tamanho do
meu abandono
me chega sorrateira a tristeza
nua e crua
de perceber meu leito
tão vazio e feito
olhar pro meu abandono
e perceber me nos olhos de um cão sem dono
desmorono
ahhh, e vem com força
sem nada perguntar
vem e se instala
no chão, no quarto, na sala
me atirando ao chão
meus planos, sonhos, nada
e nada para mim seria mais irritante
perceber que para ela nada poderia ser mais tocante
a me olhar com olhos de hilária
meu corpo inerte ao chão qual folha de outono
93
deixe estar
nada sabe ela
tenho sonhos de Cinderela
espero a estação acabar
o inverno adentrar
me reestruturo, me regenero
primavera vai chegar
só estou a dar um tempo
para que me venham os botões de flores
preciso do outono
depois atravessar o inverno
para que me venha a próxima estação
me abrir em sorrisos e secar as lágrimas
ir florindo tudo ai afora
sou como árvore
ao cair da folha
sempre sei
dias melhores virão
Lucila Isipon
94
Ao cair da folha
Ao cair da folha
reverencio a mãe natureza
como arvores frondosas, majestosas
a despir-se de folhas em estação de
outono
me livro de vestes e me visto de
recolhimento
vago em sentimentos, pensamentos
como arvore a espera da estação predileta
linda primavera
e como brotos de flores se abrindo em tão belo momento
liberto minhas palavras guardadas
vou florindo corações ai afora
e tocando almas com minhas escritas
sou eterna primavera
Lucila Isipon
95
Luís Da Mota Filipe
Quentes e boas
É rainha p`lo São Martinho A castanha apetitosa Com Agua pé ou com vinho Nesta tradição tão nossa Assadas, fritas, cozidas Com erva-doce, azeite e sal
E as que são também comidas Simplesmente ao natural Para mim confesso e digo: Eu quero-as a fumegar Quentes no cartucho antigo Vindas do fogareiro a estalar
Luís da Mota Filipe
96
Lembrando um outono
O Outono chegava, Trazendo consigo as marcas da saudade, Do outro Outono que passou, Desse tempo que acabou, E que nunca mais voltou. Mas este Outono, Trouxe também recordações,
Dos momentos vividos na escuridão, Em que da noite se fez dia, Apenas com a chama da paixão. Este frio que se aproxima, E o sol que não me aquece, Deixam em mim as lembranças, De um amor que não se esquece.
Luís da Mota Filipe
97
LuVito
Outono
Sopra, no alto monte o vento forte, No horizonte, as nuvens a dançar, Na planície, correm cavalos a trote, Para a pastagem viçosa alcançar. Outono tem sempre a sua beleza, Com a floresta de folhas despida, Em cada lar, uma fogueira acesa,
Para aquecer o coração e a vida. Sobre o lindo tapete ocre-amarelo, Passam as crianças para a escola, Cheira a fumo, castanhas assadas, Andam na rua pessoas apressadas, Ao longe, ouve-se um som de viola, Aproxima-se o inverno que é belo.
LuVito.
98
Manuel Nunes
Outono
Meu pensamento já o sente,
Por entre o calor, um fim...
Deste Verão que ainda há em mim,
Que termina... tão fugazmente.
.
O verde ainda não mente,
Nem as folhas caem no jardim...
Mas a data diz-me que sim,
O Outono chegou ainda quente.
.
Seu descolorir vai ser encanto,
A temperatura suavemente arrefece,
E a nudez da natureza em pranto...
.
A chuva vem, o agasalho cresce,
As árvores perdem seu verde manto,
E a cor de castanho... se veste.
© Mensageiro da Lua
(MNunes)
100
Outono...
Há em ti
Estranha beleza...
Há em ti
Tamanha ternura...
Traços ténues
De tristeza...
Mas que se difundem
Em pura doçura...
E não me digam
que ele é feio.
Se ele é tão
Encantado e puro...
No cair das folhas
Em seu seio...
Num amarelo pálido
Que nos meus olhos
Tanto apuro!
Mensageiro da Lua
101
Maria Alice
Poemas de Outono
Ventos leves, ventos fortes
Ventos do sul ventos do norte
Neste Outono devagarinho deixa cair
a folha
Coloridas pelo secar do Sol
As folhas perdem sua verdura
Mudam de cor
Despem-se as plantas mesmo num entusiasmo
As árvores já começam a envergonhar-se
Mas coloridas pelo despir das suas cores em fantasia
Ao bailar caem levemente
Ou o vento empurrando forte
Crianças empurram com seus pezinhos as folhas em jardins
Brincam com entusiasmo repetindo os pulinhos da folha
seca
O esvoaçar é tão lindo transforma-se em chuvas de folhas
Assim o vento as leva
De dia ou de noite o Outono se apodera
Tempos lindos que na passagem a todos nos encantam
As meias idades já se agasalham
Os mais velhos já frio sentem
Os novos num desembaraço ainda passam de meias
mangas
Os pássaros já meios fracos ainda cantam em terraços
As margens dos rios já se molham com salpicos das águas
102
E orvalhadas já sorriem aos espaços verdes que ainda
restam
O Sol matreiro entre as Nuvens arregaça as mangas
fingindo-se forte
Explode seus raios contrariado como se quisesse
ultrapassar vidraças
É o Outono fazendo graças
Que sorrindo já entra em nossas casas
Nós tementes já vamos fechando as portas
Mas sorrimos a Estação dos ventos fortes e fracos
Os mares já se debatem e ondas mais lançadas
Tentando molhar os namorados
A Lua como sempre espreita por entre os nevoeiros
Já as lareiras com seus estilhaços pelo lume que arde!
Uma vez forte outras vezes fraco!
Maria Alice Fernandes
103
Outono (Mas em ti gravei meu olhar)
Ao... Outono escrevo Com minha pena de tinta temendo o frio Tenho de cobrir-me com manta que nos cobre o amor Não o receeis eu entrego-te com ardor
O Amor é palavra que bem dita nos grava no coração
Eu sou tímida … mas em ti gravei meu olhar Este Outono quero despertar as palavras que te quero dar Num abraço te dar prazer e conforto de amar No teu rosto poisar um beijo com a leveza de uma borboleta Com carinhos doces te afagar... Olho lá fora... com meu doce olhar ainda a rever-te Estou indo ao teu encontro Espera...olha as folhas...coloridas Olha são sorrisos … que te seguem Apesar do Outono um pouco frio Eu quero brincar contigo agarrando-as Somos crianças no nosso instinto Esquece que és grande Adulto charmoso... Vem correr nas folhas...despertar olhos maldosos Quando elas cair dá-me um beijo gostoso Eu to devolverei em conflitos Fazendo -me rogada mas corada pedindo mais E mais... Não te percas jamais
Em teu sorriso lindo quero me esconder E Lembrar o doce beijo Outonal !
Maria Alice Fernandes
104
Outono chegas partindo
Ei... Outono
Tá um pouco frio
Corres nas escadas do Céu
Tapando tudo
Fazendo escuro
Brincando em algazarra
Não tens pena dos velhos
Que entristecidos já pedem mantas
Ei... Outono já aos tropeços levas as flores
Agitas o Inverno corres com o Verão
Que pega nas trouxas e vai embora
Ei... leva as mantas cobre as plantas da geada
Os nevoeiros já sem graça caem nas árvores
Levanta-se o Sol..., espreita... é minha vez
Me sinto fraco...
E todos entristecidos pela época que se apresenta
Esquecem-se que o Outono também nos enfeita
Aproxima-se o aniversário do Jesus
Pensando nas castanhas com sua pinga
São boas quentinhas
Ah... mas as folhas douradinhas são lindas
E as suas cores!
Meus olhos brilham!
Eheh...
Esquecem-se que já mesmo com um pouco de frio
És uma época linda
Outono olha para ti mesmo frio és colorido!
Embora já um pouco tristonho
105
Já vais partindo!
Mas pousa a mala ainda falta um pouquinho!
Maria Alice Fernandes
106
Maria Irene Frieza
Ao cair da folha
Outono...
A terra se cobre de espanto
Ao descobrir cores quentes,
Suaves, debaixo de tão divino
Manto...
Outono, tons amarelos, e doirados
Pela natureza pintados,
A terra se torna mais suave
Como mulher apaixonada, quem sabe?!
Por amor a natureza se transforma,
Deixando o verão descansar num sono,
E assim dá as boas vindas ao outono...
Como por magia.
Tudo nos campos se transforma,
Tons em degradé, perfeita harmonia...
Dos alaranjados, aos castanhos doirados,
Dos vermelhos, ao verde musgo...
Dos rosa-lilases aos cinzentos prateados.
A terra dá as boas vindas ao outono...
A estação da mudança e do sonho
Ao riacho que corre alegremente,
Por vales de arvoredos ainda verdejantes
Preparando-se para dias frios
Onde a neve tecerá seus brancos fios.
Maria Irene Frieza
107
Mira Maia
Outono
O verão se foi
Com exuberância
Outono chegou
Em meio à euforia
Vento presente
Desnuda as árvores
Folhas ao chão
Restaura-se a vida
Amadurecimento
Surge a nostalgia
Versos dolentes
Coração plangente
Lembranças que voam
Deixa-nos a toa
Renova aliança
Aviva a esperança
Mira Maia
108
Estações da minha vida
Na aurora da minha vida
Sonhos e anseios realizei
Por todos muito amada
Sem restrições muito amei
Na Primavera sorria
Ninfa entre as rosas perfumadas
Deslumbrava-me com toda beleza
Recordações bem guardadas
Outono, tempo de colher.
Reconhecer, nem tudo é perfeito
Acordar e encarar a realidade
Chorar o amor desfeito.
O Inverno, trás frio n’ alma.
Até que chegue o Verão...
Trazendo também as chuvas
Fertilizando o coração
Mira Maia
109
Nazaré Gonçalves
O outono
Ao cair da folha...
É a estação que precede ao verão
E antecede o inverno…
Baixa a temperatura,
A paisagem quase sempre fica escura
As folhas se transformam em várias
cores
De um belo colorido…
Hoje ao olhar pela janela
Percebi que a natureza tinha mudado
E logo senti a tristeza invadir meu coração
Pensei… estamos a mudar de estação.
Muito calmamente olhei o arvoredo
E deparei com as folhas forrando o chão
Transformando-o num tapete
Amarelo-avermelhado…
O chão também estava molhado
E ouvia ao longe o canto triste de um passarinho
Que se tinha descuidado…
Em se despedir desta linda estação que foi o verão!
Nazaré Gonçalves
110
Imaginário outono
Nunca foi tão real o imaginário Nunca vi estação com tanto charme As folhas matizadas se desprendem dos galhos Caem, já foram verdes, belas… Agora… perdem-se no solo deixando as calçadas atapetadas!
Morreram… porque é outono, estranha sensação… Entristece-me ver tanta beleza estendida no chão Aqui sozinha desconsolada, nesta manhã frio·Vejo-te surgido, esperançado, querido De guarda-chuva na mão procurando abrigo! A ótica de meus olhos fotografa as marcas deste dia Dia cinzento, dia cinzento, dia triste e frio… Do outro lado da lente momentos movem-se instantâneos Sucedem-se alguns flagrantes captando namorados, amantes Nesta paisagem deslumbrante! Folhas que caiem dizem adeus ao outono Faz reverência ao inverno desfolhou minhas pétalas Porém não destruiu meu aroma nem senti revolta… Porque na Primavera vindoura terei as pétalas de volta! Como o amor, o Outono é passageiro É a esperança que brota no rosto…da mulher madura, Ou de uma criança, Outono é parábola de nós mesmos Coisa que só o Outono ensina O resto são folhas mortas aos olhos da criancinha!
Nazaré Gonçalves
111
Céu de outono
Sol ameno, céu azul, nuvens claras Raios límpidos, céu de Outono Campo aberto, céu encoberto Sem cheiro de flores, de jasmim Rios a correr sem fim, o Outono é assim! Luz do luar, Sem flores pra ornar Doei carinhos em desmazelo
Tudo vi o vento levar… Mas sou forte não desarmo Tenho armas para vencer e lutar! É outono a tempestade ade passar Refractando-se as cores suaves Desta mágica natureza solar Paisagem perfeita dentro dos olhos cansados Outros sorrisos hão-me embriagar! Semearei rosas na Primavera sem espinhos Hão-de surgir novos caminhos Meu espírito é jovem não envelheceu Ainda suspiro, que culpa tenho eu? Outono é melodia que me inspira Apagam-se as luzes do dia com emoção É ciclo que se completa, nada se perde Deve viver-se com alegria esta suave magia, cada estação!
Nazaré Gonçalves
112
Nilce Rosa Dos Santos
Outono
Nas Folhas que caem Nas Cores a se fazer No canto Dos pássaros
Outono Venha nos conceder O amor mais puro O seu nos deixar Respirar Com a perfume ·De sua folha Coloridas Bailar Ao vento que As levando Está
Para quando Ao cair O tapete Se formar Quantos passos Se der sob as Folhas possa Encontrar Outono Venha Me acariciar.
Nilce Rosa Dos Santos
113
Ao cair das folhas Outono Estação Amena Que nos faz sentir Um pequeno frio Mas ver quão belo És O orvalho a cair Folhas ao chão
Ver nas nuances Das cores querer Outono vem Nos fazer Caminhar Em sua névoa Amar Defronte A uma lareira No tapete De folhas estendido Cores de vinho Nas taças a borbulhar Cada sorver Que der Verás Que maravilhosa Estação para Se amar
Nilce Rosa Dos Santos
114
Odete Ferreira
Faltou arrojo a este outono
Não me fica bem este rio
embrumado.
Nota-se escorrendo de minhas faces
pálidas.
O vermelho desbota-se no
pregueado.
Marcas perenes de noites outrora
cálidas.
Vestiu-me esta noite de folhas em recorte.
O sorriso, este sorriso iluminado,
acrescentou-o o sol ao seu fino porte,
num amanhecer pálido e envergonhado.
Procuro o rosto dos sentidos outonais.
Mas cega àqueles indícios subversivos
que, vós, sábia natureza aclarais,
toldam-me somente de uivos compulsivos.
Perdi-te num intenso sonho diluvial
vergastado pelos deuses da intempérie
ainda não sei se foi providencial,
um outono assassino de almas em série.
115
Por entre veredas selvagens e estreitas,
quotidiano sem poética visão,
carecem as utópicas cores escorreitas
Um outono velho, tímido de emoção.
Onde para a natureza que me encantava,
o colorido de telas inconfessáveis,
as encostas macias onde te afagava,
os leitos floridos de segredos palpáveis?
Sei que a resposta está na espera tranquila.
Na paradoxal ânsia de alma intranquila.
Os tons outonais ficaram presos nas filas.
Ergue-te! Faz-te tela nas minhas pupilas!
Odete Ferreira
116
Paula Delgado
Outono
117
Paula Oliveira
Outono
Outono de muitas cores Mas o amarelo Cor brilhante e alegre De longe o mais belo Outono de dias curtos e chuva miudinha Já não dá para passear
Começou a escola, começou a ladainha Vamos é estudar As folhas caem ao sabor do vento Vão fazendo lindas danças no ar As árvores já despidas e com intento Esticam seus galhos, para nos abraçar Fazem-se as vindimas e a videira sem as uvas ficou Cheira a vinho novo no ar Só faltam as castanhas para saborear O dia que passou No outono faz frio Desfolhamos o milho A cantar dizemos, que belo dia Vamos trabalhar, mas com alegria Outono, estação de boa fruta Romãs e marmelos, alegria absoluta Sementes vermelhas e boa marmelada É o que a gente quer à entrada Outono, cheira a magusto Vamos preparar a fogueira
Saltar por cima dela é uma canseira Vamos é aproveitar O quente que tem para dar Esta fogueira e dia de outono O mais belo para apreciar….
Paula Oliveira
118
Paulina Lima Rodrigues
Ao cair da folha
Ao cair da folha, recordo-me do meu
primeiro beijo
Lá atrás da Escola, Perto do campo
onde você costumava jogar bola!
É Sofhia, lembro-me que foi muito
engraçado e emocionante
Queria muito te beijar e
impressionar
Mas nem eu e nem você éramos
experiente!
Ao cair da folha, recordo-me dos seus olhos verdes onde eu
me perdia na selva
Como você era formoso Thiago, educado, atencioso...
Sinto ainda o teu suave beijar
E o gosto pastoso de sua quente saliva!
Minha morena flor, de cabelos negros e lisos, corpo bem
esculpido
Em teus sedosos cabelos longos, penetrava meus dedos
arrancando-te gemidos e suspiros
Ao cair da tarde, íamos de mãos dadas sentar em baixo do
pé de Beribá, forrado de folhas secas
E ao cair da folha, como gato ligeiro o apanha, arrancando-
119
te o teu exuberante sorriso!
Ao cair da folha, viajo no tempo de outrora e vejo-me
abraçar teu corpo de deus egípcio
Bagunçar teus cabelos loiros, cacheados e beijar teus lábios
de carmim
Eu a sentir teus abraços envolventes
Teus beijos cada vez mais apimentados
Nós na praça central, em meio às folhas a caírem junto com
o sereno e nos sentíamos como no deserto
Serpenteiam as serpentes!
Ao cair da folha...
Paulina Rodrigues
120
Nostálgicas
Vejo-me despencando ao cair da
folha, em tuas armadilhas
Oh, tristeza maldita em minhas
tardes nostálgicas!
Vejo-me como uma leoa feroz a lutar
contra os fantasmas a me assustar
Oh, meu Deus. Só tu podes quebrar essa maldição e me
curar!
Vejo-me sem forças e desequilibrada, encolhidinha e como
uma rosa, pelo orvalho ser orvalhada!
Vejo-me sendo tocada ao cair da folha, pelo suave sopro do
vento
Acariciar a minha pele arrepiada
Penso em você, que se tivesse me amado verdadeiramente,
esse terrível sofrimento já teria me abandonado em dispara
da, pois só o amor cura e salva!
Vejo-me aqui abandonada, ao cair da folha estou sendo
adubada, com o adubo do amor Divino que está a me
levantar
Sei que nunca ninguém vai-me amar como Ele me ama
Ninguém vai está ao meu lado como Ele está
Ninguém jamais vai me compreender como Ele me
compreende
Seu amor por mim é incondicional
Ele ordena Anjos a me vigiar e me proteger!
Paulina Rodrigues
121
Ao cair da folha
Deus sabe tudo e ao cair da folha,
Deus observa o vento transportando-
a
É a natureza se desnudando, se
deixando acariciar pelo sopro do
vento a lhes tocar
Ao cair da folha, a natureza guarda seus segredos em cada
folha que cai
No seio da terra são bem acolhidas, viram adubo e serão
úteis ainda mais!
Folhas são vidas, alimentos, nutrientes, remédios e ao cair
da folha
Formigas chegam a cair com elas, às formigas sabem como
ninguém a importância das folhas
Ao cair da folha, doentes esperam suas curas, o outono faz
bem o seu trabalho e a natureza enfrenta uma nova
batalha!
Ao cair da folha, a sábia natureza tem seus mistérios e
encantos
Ela sabe ter uma boa convivência com os que moram na
terra, com os que voam e os da água
Mães dão a luz a seus rebentos ao cair da folha, Padres,
Pastores, missionários seguem pregando de Deus a Palavra!
Poetas e escritores são concebidos no útero secreto da
natureza
122
Ao cair da folha, eles crescem na aliança dessa união de
uma alegre vida
Mesmo ao cair da folha!
Ao cair da folha, os poetas e escritores bem sabem tirar
bons proveitos
Por ser filhos da Mãe Natureza, eles tem os sentimentos e
olhares mais apurados, ao cair da folha, os Querubins
cantam suas canções Divinais e os poetas e escritores
escrevem seus textos encantados!
Paulina Rodrigues
123
Rosângela Ferris
Amor de outono
Saiba que as noites mais frias me fazer desejar ainda mais de ti? É esta sua ausência que de mansinho instalou-se como campo magnético Cheio de brisas partidas ao meio, desfolhadas e dispersas.
E se instalaram entre nós dois e se aquecerem por dentro E tudo o que está entre nós foi muito mais além. Não sei como conseguiu, diz-me como fizeste? Para marcar teu nome na minha pele como um holograma de murmúrios e paixão, distantes do teu toque (e do gosto teu beijo a arder na minha boca). Tenho gravado no coração o teu eco na minha voz como uma vida que desponta árida na ponta da língua a morder o ar que me rodeia, tão vazio de ti, tão cheio de desejos, tanta paixão, tanta plenitude. Porque você fica, mesmo depois de ter ido embora. Porque você está até quando não está. Porque agora, quando o céu fica vermelho, e as folhas do outono caem sem vida avermelhando o gramado na noite outonal, isso é seu também, e faz parte de ti. A sua presença permanece em mim, incrustada no vento perene o seu cheiro, sua voz, seu gosto, o seu calor. Sinto falta do seu carinho que era tão meu, teu peso sobre o lençol, dos beijinhos nos cabelos enquanto durmo, da sua mão me acarinhando no sono. Todos os dias meu primeiro olhar é para você mesmo estando distante...
Rosângela Férris
124
Rosete Cansado
Outono
Chegaste no alvo da madrugada Com alguma chuva sentida Lágrimas do verão que partiu Sentindo suas penas na despedida. Contemplo a tua chegada… Sempre com alguma nostalgia
Árvores que ficam desnudas Pássaros preparam-se para a partida. Outono, tempo de reflexão
Fim de amores que ficaram na areia Colorido de vários tons, que nos encanta Trás magia e trás beleza, cheiros frescos Sabor a terra. Tudo se transforma Pela Natureza. Os dias começam a descer O sol não tem tanto brilho O céu fica mais cinzento A neblina aparece em seus olhos Sentimos o vazio no coração Com sentimento e emoção. Ficamos mais vulneráveis. Outono amigo do Inverno Trás dias bons e menos bons Trás tradições e sabores Trás vários tons de beleza
Acendem-se lumes e lareiras Que alegram com veemência Levando de nós a tristeza.
Rosete Cansado
125
Outono em amor Folha seca que caís de mansinho Pareces penas no ar a voar Voas sem sentido nem carinho Não sabes onde vais parar. Perdoa-me por não poder cuidar de ti Vim para amar com ardor, mas dele Como tu perdi o norte, não sei por
onde vou Tu voltarás de novo cheia de vigor Com entrega total ao teu amor. No silêncio dos seus dias Vai aguardando solitária e
desnuda Que voltes na Primavera colorida de amor Do Outono não te salvas, lutas confiante Que o teu amor por ti sempre espera Pois as raízes perduram no tempo E no tempo as encontrarás. Tu és folha do Outono, Voas nele com saudade e teces amor Na tua forma de ser, cores de terra Que o mundo verá neste Outono em amor Voltarás com essência, linda e ressurgiras No verde em verdes de esplendor Eu sou gente que amo e sinto o amor Pela Natureza e de todos os seres. Gosto do Outono e dos seus coloridos Mas adoro a folha que virá na Primavera em Flor.
Rosete Cansado
126
Sanjo Muchanga
Ao cair da folha
Já secou o mar dos teus olhos
natureza
Minha certeza esgotou ao cair da
folha
Toda amarelada despede-se do
Verão
E dá boas vindas ao Outono na
estação
Vira meus encantos do verdejar das árvores
E ao cair da folha me inspira o seu amarelar
Mas não me dá alegria como a primavera
Pela tristeza dos pássaros e das borboletas
Ao cair da folha minha inspiração subtilmente
Esgota como a água que cai dos olhos meus
Pede a terra a volta mas sem piedade desfalece
E seca vidas que antes verdejava os meus olhos
Outono me inspira a sua força ao cair da folha
E me entristece a sua queda no chão como a morte
Despede o Verão e prepara a vinda do Inverno
Minhas esmolas esgotam gota a gota… Outono
Sanjo Muchanga
127
Sara Ribeiro
Coração de outono
Aconteceu ao amor Como acontece ao Outono... Subitamente um dia o verde coração, Coberto de folhas que o escondiam, Acordou de rompante com vento Que o abalou com precisão.
De sobressalto despertado Não acreditava no que via Ganhavam cores suas ramagens Que belo quadro ali surgia... Amarelas, castanhas, vermelhas E meios tons que lhe sorriam... Nesse coração de Outono
A beleza era imensa... E como ao Outono mais lhe acrescia... Nuvens cinzentas se aproximaram As primeiras chuvas caíram E com a força do vento que soprava As primeiras folhas tombaram. O tempo passou vagaroso Mas rapidamente despiu o coração. As folhas no chão secaram... O mundo as pisou distraído Ignorando o coração despido.
Sara Ribeiro
128
Sofia Valadares
Outono
Todos os anos, tu, nos visitas
acompanhado de uma suave
melodia
a apelar que o Verão
prossiga a sua viagem,
e que cada Ser abra o seu coração
para mergulhar nas belas cores
e intensos aromas de cada paisagem.
Sob o nosso olhar
as folhas enamoram-se,
a chuva embala as noites
recitando uma misteriosa poesia
que acaricia a alma,
apazigua os devaneios da mente.
As crianças regressam à escola,
a rotina instala-se nos campos e cidades.
O sol envergonhado esconde-se
timidamente entre as nuvens,
surge a melancolia em admirável
e monótona paleta de cores vivas.
Os ouriços cacheiros
abrem o seu tesouro escondido
para o olhar dos mais pequenos
129
que, depois, fazem a festa
e o saboreiam em redor de fogueiras
cantando alegres canções.
Uma brisa diferente é escutada
solfejada pelos rufos de tambores,
outras vezes por uma suave flauta
ou, pelo simples assobio do vento
comunicando com a natureza.
Sofia Valadares
130
Sol Figueiredo
Mil folhas de outono
Mil folhas de outono sobre esse meu
jardim,
São folhas de abandono, restos de
tais dores...
Tantas, tantas flores que morreram
em mim,
Debulhadas em pedaços, sem nem ter odores!...
Folhas colhidas no verão, sem ter carmim...
Até as margaridas choraram por seus amores,
São pétalas perdidas, d' uma dor sem fim!
Lágrimas contidas... No fim, nascerão flores!...
Mil flores trarão beleza e doce perfume...
Um lindo buquê tal a vida enfim nos arrume!
São lírios, rosas, dálias... Flores d' várias cores...
Retratos pintados de teus e os meus amores,
retalhos espalhados sem ter mais valores...
Pois nunca terão na essência d'alma o teu lume!...
©SOL Figueiredo
131
Os dias mais sobejos
Por quando em meu castelo a ti
componho,
Tu és o único rei neste meu trono!
Amor doce e fiel, que te proponho...
Felicidade é lei; já tem um dono!
Carinhos, beijos, desejos,... Um sonho...
De ter-te novamente... Então entono
Um canto de amor, ora tão risonho,
Ou ora triste; folhas deste outono...
E quero ter a alegria tua em mim!
És o raiar do meu dia; paz sem fim...
Um amor infinito em meu viver...
Tu és a eterna joia, linda e rara,
A minha luz do amanhã, lua clara...
Os dias mais sobejos, renascer!...
Sol Figueiredo
132
Outono do amor
A cada folha qual cai neste outono...
É resto de lágrima de emoção...
É o orvalho que sai do coração!
Da dor sofrida por teu abandono!
Vivendo com coração já sem dono,
Percorro o jardim com flores ao chão...
Árvores amareladas, em vão...
Choram com este canto que ora entono...
Viver, sem ter jardim bordado em cor
Fora a minha sina, desde menina!
Só caminhei em vias cobertas de dor!
Agora, quero em mim o teu calor...
E dançar como leve bailarina
Pelos canteiros repletos de amor!
© SOL Figueiredo
133
Solange Moreira de Souza
Ao cair da folha
Um imenso sentimento de nostalgia
Invade o peito um misto de alegria,
Beleza e tristeza um sentir ambíguo.
Remete a lembrança de tempos
longínquos.
Estação onde ao cair da folha faz
pensar,
O quanto tudo passa e as folhas caem.
Apesar de tudo elas adubam e renovam a terra.
Grande é a sabedoria de este ser Divino que não erra.
Outono da vida, onde o vento deixa a sua brisa.
Solange Moreira de Souza
134
Teresa Almeida
Faz-se outono
Faz-se outono e a minha pele torna-se sensual, molhada, acariciada da forma mais pura. A cadência é meiga, redentora.
Deixo-me penetrar! Escuto a harmonia desta batida
outonal! Os primeiros frios exultam a sensibilidade, o sentir; hidratam-me a mente. O outono depura-me o paladar. Que venham as uvas maduras a beijar-me os lábios sedentos, que venha a chuva, o vento e as aves tresloucadas, que se dispam as árvores e para ti sejam verdade. E nós, aquelas folhas bailarinas, esvoaçantes sem sabermos onde arrumar o rigor do inverno, conceberemos um recanto, um socalco nas arribas aonde o rio nos possa namorar. E todas as horas serão nossas e cantarão nos olhos dos grifos e no orvalho das palavras as madrugadas que se acenderão para nós. O riso celebrará a festa que abriremos. Ah! e os olhares! os olhares espelharão o regalo da tarde e a luxúria do sol pôr. E por ali ficaremos até sermos humos, flor, vida;
até percebermos o mistério a explodir e o fio da emoção a abrir indefinidamente.
Teresa Almeida...
135
Teresa Costa
O cair da folha!
O vento ruidoso do fim de tarde
sopra aflito num vai e vem
varre do chão as folhas caídas
levando pedaços de vida também…
morre o verão velho e cansado,
deixa o vento de Outono enervado
soprando com toda a força que tem…
e as folhas já amarelas
que o sol em tempos queimou
compõem cores de uma tela
que o dedo de Deus pintou…
e voam para longe as folhas
levando estórias p’ra contar
de tempos passados e escolhas
e cansaços…de tanto andar…
Teresa Costa
136
E o silêncio da noite...
Cai sobre a noite o peso d’uma nova Estação… já o céu se cobre com as nuvens de Outono, noite sem luar, sem hora e no silêncio do quarto oiço lá fora o ribombar d’um trovão...
vem junto um relâmpago e o fustigar do vento que corre veloz e sem tempo fazendo bater mais forte o coração… na rua, um tapete de folhas caídas enfeita a passerelle da vida onde meus olhos passeiam a emoção… começa então a chuva a cair sem pressa da noite fugir molhando de amor…uma paixão… e o Outono jaz na minha rua fazendo dela…o seu chão…
Teresa Costa
137
Tina Gante
Ao cair da folha
No interior Da noite densa e chuvosa Vagueia perdido Meu coração Em exasperado sofrimento
Por seu amado Não encontrar.
Talvez aquela chama Se tenha apagado... Oh que saudades tenho Daquela luz Que iluminava A minha alma. Agora, Triste Por ter acreditado Em tão forte amor Que se dizia Para sempre enamorado Assim me sinto Qual folha de outono Esmorecida Batida e no chão caída... Porém segura de mim estou Que o vento a levará E mesmo morta, decomposta Alguém De novo dará vida.
Tina Gante
138
Viviane Pennisi
No teu cair
Cais mansinha feita pena
quando tua beleza termina
neste ciclo de perfeito lema
em secar-te na tua sina
morrer para um novo viver
dando força a quem te secou
para outro rebento voltar a nascer
nas perdas que tanto amou
que agora está despida
restando-lhe apenas galhos
nesta estação com pouca vida
que nos tirou o verde dos teus folhos
não fiques triste no teu cair
porque fizeste bem o teu papel
deste-nos a cor de um belo existir
no teu seco de exuberante pastel
onde foste guerreira até ao fim
suportando os ciclos de calor
com lagrimas caídas por mim
na tua luta para não mudar de cor ...
No teu cair
Viviana Pennisi
139
Formatação: José Sepúlveda
140
Conteúdo
Acácio Costa .......................................................................................... 4
Ao cair da folha ................................................................................ 4
Ao cair da folha ................................................................................ 5
Adelaide Simões Rosa Simões .......................................................... 6
Outono ................................................................................................ 6
Albertina Correia .................................................................................. 7
Ao cair da folha ................................................................................ 7
Folha de outono ............................................................................... 8
Alice Queiroz .......................................................................................... 9
Outono ................................................................................................ 9
Alice Santos .......................................................................................... 10
Outono .............................................................................................. 10
Álvaro Maio .......................................................................................... 11
Outono .............................................................................................. 11
Amy Dine .............................................................................................. 12
Chegou o outono ............................................................................ 12
Folha caìda ...................................................................................... 13
Ana Stoppa ........................................................................................... 14
O outono em mim .......................................................................... 14
Outono Desigual ............................................................................ 16
141
Outono do Amor ............................................................................. 17
Ângelo Augusto ................................................................................... 18
Ao cair da folha .............................................................................. 18
António Cláudio ................................................................................... 19
O u t o n o ........................................................................................ 19
Arilo Cavalcanti Jr. ............................................................................ 20
Ao cair da folha... ........................................................................... 20
o direito sublime de amar... ....................................................... 20
Aurora Ferreira da Cruz ................................................................... 21
Outono .............................................................................................. 21
Outono .............................................................................................. 22
Bárbara Godinho ................................................................................ 23
Dia de Outono ................................................................................. 23
Outono .............................................................................................. 24
Beatriz Antunes .................................................................................. 25
Chegou o outono... ........................................................................ 25
Ao cair da folha .............................................................................. 26
Bernardina Pinto ................................................................................. 27
Ao cair da folha... ........................................................................... 27
Encontro de outono ...................................................................... 28
Outono com Poesia........................................................................ 29
Carla Gonçalves .................................................................................. 30
Outono .............................................................................................. 30
142
Vento de Outono ............................................................................ 31
Folhas caídas .................................................................................. 32
Carlos Fragata .................................................................................... 34
Outono é beleza .............................................................................. 34
Lugar ao Outono ............................................................................ 35
Carlos Manuel Alves Margarido ..................................................... 36
Ao cair da Folha ............................................................................. 36
Carmen Marques ................................................................................ 37
Noite de sentidos no outono ....................................................... 37
Águas cristalinas outono esplendoroso .................................. 38
Catarina Dinis ..................................................................................... 39
Árvore de folhas .............................................................................. 39
Outono de Sonho (acróstico) ...................................................... 40
Tantos Outonos .............................................................................. 41
Celeste Seabra .................................................................................... 42
E assim se fez... .............................................................................. 42
Outono da minha vida ................................................................. 44
Cely Parente ......................................................................................... 46
Folhas de Outono .......................................................................... 46
Outono Primaveril ......................................................................... 47
Cléo Alves ............................................................................................. 48
Ao cair da folha .............................................................................. 48
Outono .............................................................................................. 50
143
Outono .............................................................................................. 50
Dizeres ............................................................................................... 51
Cristina Correia ................................................................................... 52
Envia-me um recado ..................................................................... 52
Elair Cabral .......................................................................................... 53
Ao cair da folha .............................................................................. 53
Fernanda Bizarro ............................................................................... 55
Outono .............................................................................................. 55
Ao cair da folha… .......................................................................... 56
Fernanda Costa .................................................................................. 57
Outono .............................................................................................. 57
Desculpa outono ........................................................................... 59
Gil Ordonio ........................................................................................... 61
Paisagem de sono´ ......................................................................... 61
Hamilton Ramos Afonso ................................................................... 63
Outono…da vida ............................................................................ 63
Outono .............................................................................................. 65
Saudade ............................................................................................ 66
A Primavera no Outono da vida ................................................ 68
Horácio Almeida.................................................................................. 69
Outono .............................................................................................. 69
Ilda Ruivo .............................................................................................. 70
Folhas secas... ................................................................................ 70
144
Isabel Beato ......................................................................................... 71
Outono ............................................................................................... 71
Joana Rodrigues ................................................................................. 72
Sou Folha De Outono ................................................................... 72
Outono .............................................................................................. 73
Outono e o Vinho ........................................................................... 74
Joaquim Barbosa................................................................................ 75
Outono .............................................................................................. 75
Joaquim Donizete Gomes ................................................................. 76
Ao cair da folha .............................................................................. 76
Jorge Raposo Caraça ........................................................................ 77
Sopro de amor................................................................................. 77
Jorge Morais......................................................................................... 78
Ao cair da folha .............................................................................. 78
O U T O N O..................................................................................... 79
Ao cair da folha .............................................................................. 80
José Carlos Moutinho ........................................................................ 81
Matizes de Outono ......................................................................... 81
Chuva de Outono ........................................................................... 82
E o Outono chegou! ...................................................................... 83
José Manuel Cabrita Neves ............................................................. 84
A folha caída .................................................................................... 84
Setembro pardacento ................................................................... 85
145
Nostalgia de outono ...................................................................... 86
José Mário Silva .................................................................................. 87
Outono .............................................................................................. 87
José Sá .................................................................................................. 88
Outono .............................................................................................. 88
José Sepúlveda ................................................................................... 89
A Árvore ............................................................................................ 89
Leandro Amador ................................................................................. 90
Outono .............................................................................................. 90
Lucila Isipon ......................................................................................... 92
Ao cair da folha .............................................................................. 92
Ao cair da folha .............................................................................. 94
Luís Da Mota Filipe ............................................................................ 95
Quentes e boas ............................................................................... 95
Lembrando um outono ................................................................ 96
LuVito ..................................................................................................... 97
Outono .............................................................................................. 97
Manuel Nunes ...................................................................................... 98
Outono .............................................................................................. 98
Ao cair da folha .............................................................................. 99
Outono... ......................................................................................... 100
Maria Alice .......................................................................................... 101
Poemas de Outono ...................................................................... 101
146
Outono ............................................................................................ 103
Outono chegas partindo ............................................................ 104
Maria Irene Frieza ............................................................................ 106
Ao cair da folha ............................................................................ 106
Mira Maia ............................................................................................ 107
Outono ............................................................................................ 107
Estações da minha vida ............................................................. 108
Nazaré Gonçalves ............................................................................. 109
O outono ......................................................................................... 109
Imaginário outono ....................................................................... 110
Céu de outono ............................................................................... 111
Nilce Rosa Dos Santos .................................................................... 112
Outono ............................................................................................ 112
Ao cair das folhas ........................................................................ 113
Odete Ferreira ................................................................................... 114
Faltou arrojo a este outono ...................................................... 114
Paula Delgado ................................................................................... 116
Outono ............................................................................................ 116
Paula Oliveira .................................................................................... 117
Outono ............................................................................................ 117
Paulina Lima Rodrigues ................................................................. 118
Ao cair da folha ............................................................................ 118
Nostálgicas ..................................................................................... 120
147
Ao cair da folha ............................................................................ 121
Rosângela Ferris ............................................................................... 123
Amor de outono ............................................................................ 123
Rosete Cansado ................................................................................ 124
Outono ............................................................................................ 124
Outono em amor .......................................................................... 125
Sanjo Muchanga ............................................................................... 126
Ao cair da folha ............................................................................ 126
Sara Ribeiro ....................................................................................... 127
Coração de outono ...................................................................... 127
Sofia Valadares ................................................................................ 128
Outono ............................................................................................ 128
Sol Figueiredo .................................................................................... 130
Mil folhas de outono ................................................................... 130
Os dias mais sobejos .................................................................. 131
Outono do amor ........................................................................... 132
Solange Moreira de Souza ............................................................. 133
Ao cair da folha ............................................................................ 133
Teresa Almeida ................................................................................. 134
Faz-se outono ................................................................................ 134
Teresa Costa ...................................................................................... 135
O cair da folha! ............................................................................. 135
E o silêncio da noite... ................................................................ 136
148
Tina Gante .......................................................................................... 137
Ao cair da folha ............................................................................ 137
Viviane Pennisi .................................................................................. 138
No teu cair ...................................................................................... 138
149
150