150

Ao caír da folha

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Ao caír da folha
Page 2: Ao caír da folha

2

Ao cair da folha

Tempo de Outono… espalham-se à nossa volta miríades de folhas. Tempo de nostalgia… tempo de poesia.

A natureza reveste-se de cor… está em festa

Convidamos nossos poetas a inspirar-se sobre a natureza nesta época de rara beleza.

Quarta, quinta e sexta, convidamos os nossos poetas a produzir trabalhos, inspirando-se nesta linda estação...

Como nos eventos anteriores, serão distinguidos alguns

trabalhos, cuja seleção será da responsabilidade da Administração, a quem distribuiremos Menções Honrosas. Todos os trabalhos figurarão, para a posteridade, no nosso Blogue e no ISSUU, em Coletânea, que será devidamente divulgada no nosso Solar.

Page 3: Ao caír da folha

3

Podem ser apresentados até ao máximo de três trabalhos no decorrer do evento, em verso ou em prosa poética.

A publicação dos trabalhos é feita no SOLAR DE POETAS precedida do texto: AO CAÍR DA FOLHA e deverá ser feita como comentário ao post do evento, que permanecerá marcado no decorrer do evento. Os trabalhos poderão ser também ser publicados no evento.

Alguma dúvida deve ser-nos colocada para que seja esclarecida.

A Administração tomará as decisões que achar mais

convenientes para pontos que não estejam previstos no texto deste Evento.

Venha de lá essa inspiração, poetas... E divirtam-se

Solar de Poetas

https://www.facebook.com/groups/solardospoetas/

Evento

https://www.facebook.com/events/700796413331986/700

798199998474/?notif_t=like

Formatação: José Sepúlveda

Page 4: Ao caír da folha

4

Acácio Costa

Ao cair da folha

A chuva cai na avenida!

Paira no ar uma certa melancolia

De mais um verão que findou.

Solto um ai à chuva que cai

No doce aconchego deste dia,

Em que o outono chegou!

O guarda-chuva vermelho,

Onde te acoito e abraço,

Cobre-te da chuva que cai

Mas não do nó do meu braço

Que sempre a ti abraçou.

Acácio Costa

Page 5: Ao caír da folha

5

Ao cair da folha

O outono chegou,

como uma folha que cai

no silêncio do jardim.

É outra folha a cair

do livro deste meu tempo,

que teima fugir de mim.

É a Senhora Mãe do tempo

que, no fim do verão,

vem à janela

de cabelo ao vento

anunciando outra estação.

É chegado o tempo

em que as árvores se despem,

exibindo sua nudez.

E outro tempo virá - um tempo

de chuva, neve e vento,

que é decerto mau tempo

mas melhor que este meu tempo

que a Senhora Mãe nunca fez.

© Acácio Costa.

Page 6: Ao caír da folha

6

Adelaide Simões Rosa Simões

Outono

A terra está ressequida

Do Outono sente saudade

A briza fresca sentida

Traz consigo a novidade.

Chega o Outono de mansinho

Na sua lentidão traz coragem

Para mudar devagarinho

No campo o tom da paisagem.

As folhas douradas caídas

Pelo vento são levadas

As árvores empobrecidas

Sem a sombra não são nada.

O tempo mudou a luz do dia

O aroma a terra molhada

O sol que erradia

A chuva abençoada.

Adelaide Simões Rosa.

Page 7: Ao caír da folha

7

Albertina Correia

Ao cair da folha

Verão já vai longe

Mesmo ao dobrar da esquina

Levou consigo amores quentes

Escondidos na neblina

Com o cair da folha

Na Folhagem se põem escondidos

Os corpos entrelaçados

Em abraços abraçados

Fazendo esquecer o Verão,

Vivendo Outono por antecipação

Pois que ao virar da esquina

Se encontra qualquer estação,

Mais difícil é encontrar

Um amor de quem se possa gostar

Não tem mal fico assim

O Outono Fica no meu jardim…

Que não é ao virar da esquina

Muito menos numa qualquer neblina…

Albertina Correia

Page 8: Ao caír da folha

8

Folha de outono

sinto-me folha de outono atordoada e sem brilho esvoaçando dolorida como ave de asa cortada derramando dor e pranto ao compasso dum vento tristonho e barulhento pelas calçadas sombrias onde jazem palavras sem vida

e a lua cansada vagueia como luz de uma candeia tentando clarear em vão minh'alma e a imensidão.

Albertina

Page 9: Ao caír da folha

9

Alice Queiroz

Outono

Chegou com a chuva pela noite

dentro

trazia nos pés ainda agarradas

as primeiras folhas que o outono lhe

deu

espreitou ansioso pelo vão da janela

através dos seus lábios tudo aconteceu

num beijo ardente com consentimento

deu-lhe a provar sal mel e canela

Na jarra ainda dormiam as rosas em botão

espantadas despertaram abriram-se em flor

atiçadas pelo calor de tamanha paixão

e cúmplices inebriaram tudo de lés a lés

mas ao vê-los esquecidos assim abraçados

deixaram tombar as pétalas pelo chão

misturando-se nas folhas que pendiam dos pés

E depois ele bebeu dos seus olhos tragos perfumados

ela mastigou achas em brasa da sua boca acesa

nem vento nem tempo nem nada por ali passou

restou na lareira uma chama mortiça uma jarra na mesa

dois corpos abraçados entre pétalas de rosa e folhas caídas

no silencio da sala o encanto bucólico de mais um outono

e na distância primaveras verões e os invernos das vidas.

Alice Queiroz

Page 10: Ao caír da folha

10

Alice Santos

Outono

O dia nasce, Sereno, lentamente Chilrear de pássaros Invadem o amanhecer. A melodia doce

Penetra na alma Que deliciada Se espreguiça. A manhã sorri, O sonho desperta, Espreita o sol que nasce Timidamente. As ervas debruçadas Nas margens do cálido rio Que segue seu curso, Calmamente matam a sede. A brisa beija meu rosto Ao entreabrir a janela. Sorrio, sonho, penso Como é belo o despertar do Outono.

Alice Santos

Page 11: Ao caír da folha

11

Álvaro Maio

Outono

Os cabelos já brancos ondeavam ao vento As folhas das árvores pintavam um quadro em movimento O vento que soprava cantava dando som ao momento

E a paisagem quase morta de outono ganhava sentimento Os sentidos despertos pela música da natureza Qual orquestra coligada pelo vento Marcavam o ritmo de uma certa tristeza Embalando as recordações de outro tempo Lembranças das folhas caídas da vida Da procura incessante do sentir Nas etapas dolorosas sem saída Por onde tentamos por vezes fugir Como as folhas caindo ao vento Vidas ondulando sem destino Guiadas pela dor e em tormento Ao encontro de um qualquer desatino De mãos trémulas e rugas já cansadas Pela vida que nos marca dia a dia Há em nós um outono sem palavras Quando pouco a pouco em nós a vida esfria!

Álvaro Maio

Page 12: Ao caír da folha

12

Amy Dine

Chegou o outono

Há mil folhas já caídas

Jazendo amarelecidas

Ou num rodopio sem norte

Sob a acção do vento forte.

Chuvadas inesperadas

Deixam estradas inundadas,

As ruas cheias de lama

E alguns até sem cama!

Há dias mais ensombrados

Outros mais ensolarados…

E como que por magia

Surge em nós a nostalgia.

Já sabe bem um agasalho…

E ao irmos pr’o trabalho

Não sabemos que vestir…

“Deus sabe o que está pr’a vir”!

Já chegou o Outono amigo

Trazendo no seu “umbigo”

Uma série de mudanças

E inúmeras contradanças.

Amy Dine

Page 13: Ao caír da folha

13

Folha caìda

Arrancada pelos ventos outonais

A última folha verde caiu da árvore

E juntou-se no chão com as demais.

Agora apenas lhe resta esperar…

Alguns dias somente e murchará.

Só então serão todas iguais.

Amy Dine

Page 14: Ao caír da folha

14

Ana Stoppa

O outono em mim

As folhas amareladas

A relva fresca molhada

O cantar da passarada

Anunciam a chegada

Da estação outonal

O tapete da saudade

Salpicado de estrelas

Enfeita a sala da vida

Empresta brilho e magia

Frutos grandes generosos

Agarradinhos nos galhos

Pedem a doce colheita

Maduros bons de apreciar

O outono trás consigo

A magia do amadurecer

A vida carrega consigo

A ternura do viver.

Vivo o outono presente

Nos anos que já vivi

Abraço a doce estação

Embalo em terna canção

Quero a relva molhada

Para pisar de mansinho

Enquanto o coração

Page 15: Ao caír da folha

15

Alegra-se com a paisagem

Quero o fruto maduro

A minha pequena porção.

Basta-me apenas um deles

Para vibrar a emoção.

O perfume da colheita

O gosto suave na boca

O saciar dos desejos

Ainda que em lampejos.

Outono em minha vida

Como é bom te vivenciar

Fazes-me parte de ti

Convidas-me para amar.

Ana Stoppa

Page 16: Ao caír da folha

16

Outono Desigual

Expira a tarde cansada morno outono desigual

Lentamente o Sol se vai deixando opaco o viver

Revoar de aves raras nos umbrais da catedral

Repicar dos velhos sinos que saúdam a Ave Maria Cintilam escassas estrelas entremeios à lua cheia Cerrar das antigas janelas em busca do adormecer Afagos inexistentes, saudade que a alma sufoca.

Rotina da solidão anunciada no cansativo viver.

Ana Stoppa

Page 17: Ao caír da folha

17

Outono do Amor

Outono dos frutos maduros Das muitas almas alinhadas Outono que esbanja a ternura Na beleza dos tapetes Tecidos de folhas douradas Que despem a mãe natureza Da roupagem habitual

Para vesti-la de novo De vida, amor, alto astral!

Ana Stoppa

Page 18: Ao caír da folha

18

Ângelo Augusto

Ao cair da folha

A minha alma ao cair da folha fica Mais leve, mais suave e mais liberta Do vazio que o mal me significa, Tal e qual a uma ilha já deserta. O cheiro a outono sempre me radica Os males desta vida tão incerta,

Como algo que o futuro assim indica A vinda de um amor de porta aberta... E a esperança imortal invade o peito De um jeito que parece tão perfeito, Fruto dos bons caminhos das escolhas. E assim respiro o puro ar das plantas, E refresco o meu corpo em águas santas, Renascendo ao cair das secas folhas.

Ângelo Augusto

Page 19: Ao caír da folha

19

António Cláudio

O u t o n o

Outono ,

As folhas caídas são levadas pelo

vento !!!...

Qual pintura de Van Gogh , na

paisagem ...

Nos rostos bronzeados fica a imagem

Duns farrapos de Verão...como um lamento!!!...

Outono,

O vento sopra mais frio ...é mais vibrante !!!...

A Natureza pouco a pouco adormeceu;

Ficará repousando...mas não morreu,

Irá renascer de novo...bela e pujante !!!...

Outono,

As cores no firmamento mudam de tom...

No ar esvoaça o silêncio e nostalgia;

Como num sopro de mistério e de magia,

Se dilua ou desvaneça o próprio som !!!...

Outono,

Vivida em pleno a Primavera e o Verão;

Nesta fase vivemos recordações...

Alegrias...Saudades...Desilusões...

Arquivadas p´lo passado!!!... No coração!!!...

António Joaquim Alves cláudio

Page 20: Ao caír da folha

20

Arilo Cavalcanti Jr.

Ao cair da folha... o direito sublime de amar...

Page 21: Ao caír da folha

21

Aurora Ferreira da Cruz

Outono

O outono desfolhou-se emocionado

em mais de mil pétalas de saudade.

O vento balançou árvores com intensidade.

Soprou-lhes segredos na intimidade

e as folhas caíram sem demora

não porque se quisessem ir embora

mas porque afinal chegou a sua hora.

E o Outono tudo limpou tudo varreu

O céu ao ver este cenário se comoveu

observando o que as árvores sentiram

lágrimas em gotas de chuva caíram

rolando pelo chão da terra desidratada,

E a terra sedenta bebeu e ficou saciada.

Os relâmpagos imitiram flashes brilhantes

iluminando a terra por pequenos instantes.

É a força da natureza a se pronunciar

Calma! que o outono não vem para ficar

tem o seu tempo para aqui permanecer

O necessário para a renovação se manter.

Aurora M.F.C.Martins Afonso

Page 22: Ao caír da folha

22

Outono

A poesia se desnuda perante o

Outono

Recita a valsa da nostalgia cheia de

sono,

Há palavras silenciadas pela névoa

fria.

Como se à poesia lhe faltasse alegria.

Tristeza camuflada num riso aparente.

A natureza pura... tem alma de gente

Sofre com as investidas do forte vento

que a despe sem piedade aparente.

O sol até brilha, porém com um brilho baço

Pobres arvores esperando pelo seu abraço

as nuvens se comovem e choram vendo a cena.

Porém o Outono as sacrifica sem ter pena.

O vento vai varrendo as folhas caídas no chão.

e com elas as saudades do passado Verão.

A lua espreita e vê este cenário enternecida,

Fica a esperança... da renovação da vida.

Aurora M.F.C.Martins Afonso

Page 23: Ao caír da folha

23

Bárbara Godinho

Dia de Outono

O dia amanheceu tristonho

O Sol escondeu-se

É mesmo um dia de Outono

De vez em quando a chuva cai

os pingos escorrem nas vidraças

o vento, esse...açoita as arvores

e cala forte nos nossos corações

As pessoas correm

abrindo os guarda chuvas...

Parece que o Inverno vai chegar

devagar mas sorrateiro...

A chuva chega de mansinho

penetra na minha alma

traz ao meu pensamento

a nostalgia de sentimentos

que o tempo não apagou...

a ali no meu canto

fico calma e aconchegada...

Bárbara Godinho

Page 24: Ao caír da folha

24

Outono

Ele aí está...o Outono

Chegou de mansinho...

Mais uma vez a natureza

a lembrar-nos que tudo acontece

no seu tempo completando

mais um ciclo da vida

Nas árvores, as folhas douradas

dão-lhe um colorido outonal

Acabam por secar, cair e

amontoar no chão...

De quando em vez sopra um vento

que as arrasta, deixando no chão

um tapete fofinho...

As árvores secas aguardam a

chegada da Primavera para

se concretizar a renovação e

voltarem a vestir-se de novo

Vamos viver a magia de cada estação

e que seja sempre renovada a esperança

pois a vida nos mostra que é preciso

morrer para voltar a viver...

Barbara Godinho

Page 25: Ao caír da folha

25

Beatriz Antunes

Chegou o outono...

Sopra uma brisa...

E o Sol já sorri...

Parece estar longe

já não me aquece como antes...

Mas me deixa feliz.

Corro de mansinho pelos campos

e essa brisa leve, no meu rosto me diz

chegou o Outono!!!

Olho as flores, as árvores

e sim, chegou o Outono.

Suas folhas de cores verdes vivas

estão a amarelar,

tomam cores diferentes

mas não deixam de me encantar.

Procuro o Sol por entre elas

e num manto de folhas me vou deitar

sinto o calor do Sol

embora mais fraco, me acariciar

brincando com a brisa que vem do mar.

Beatriz Antunes

Page 26: Ao caír da folha

26

Ao cair da folha

Quando as folhas caiem... Foi no Outono... No cair das folhas Quando os dias ficam mais pequenos E o sol já não aquecia. Foi no Outono...

Teu corpo frágil E já cansado, lutava em busca do passado Que já não queria voltar. Foi nesse Outono.... Que as tuas forças se perdiam Teus poemas já não dizias E já não querias cantar. Foi nesse Outono... Foi nesse dia triste e frio te abracei com carinho Meus olhos eram um rio E tu partiste meu pai.

Beatriz Antunes

Page 27: Ao caír da folha

27

Bernardina Pinto

Ao cair da folha...

Fresco aroma do Outono

com cheiro a terra molhada,

recomeço de novas vivências

princípio de uma nova etapa.

É tempo de colheitas e de plantar.

Rever caras de sempre, outras novas

e viver experiências renovadas.

É tempo de tomar chá...

Há uma brisa no ar

que nos refresca a alma...

Há um perfume diferente que nos encanta

e inspira para novas poesias...

É tempo de renovação,

as árvores ficam nuas

e as suas folhas voam

levando sementes de paz e de esperança...

É tempo de renovar muitas coisas

e agir pensando no bem e em melhorar

a nossa vida e a comunidade onde vivemos

com determinação, dinamismo, amor e justiça...

Bernardina Pinto

Page 28: Ao caír da folha

28

Encontro de outono

Vi-te ao longe numa tarde de Outono,

estavas rodeado de pombos

que comiam o pão

que tu ias espalhando em teu redor...

Sentei-me a ler e a observar

As folhas a cair e senti uma brisa no ar...

Passado pouco tempo

vieste sentar-te ao meu lado,

perguntaste se ia chover...

Olhei para o céu

estava a ficar muito escuro,

Começou a chover devagar

e tu pegaste na minha mão

e corremos até a um café ali perto.

Começou a chover com maior intensidade,

sorrimos um para o outro e começamos a falar

primeiro de coisas banais

e depois das nossas vidas.

Senti uma grande cumplicidade entre nós..

Acabara de nascer uma amizade muito bonita!

No Outono, a natureza e os sentimentos mudam,

é lindo ver novas flores e plantas a nascer...

É tempo de renascer, novas amizades fazer

e encher sempre o coração de amor

para repartir a sorrir...

Bernardina Pinto

Page 29: Ao caír da folha

29

Outono com Poesia

Sente-se o aroma do Outono no ar

e de manhã e á noite a refrescar.

Jardins coloridos e folhas a voar

é uma delícia andar agora a

passear!

No Outono, novas flores e plantas a nascer

é a beleza da natureza que nos encanta...

É um novo recomeço, esperança para viver,

às vezes chove e logo cada árvore dança...

As árvores sentem frio com as suas folhas a cair,

em bando, pássaros voam e outros vemo-los partir.

É altura de ver novas cores, outras pinturas surgir

e as pessoas procuram agasalhos para vestir...

O Outono é uma estação linda, colorida, com poesia

onde se sente mudança, outras cores e renovação.

Passear neste tempo é como sentir emoções com alegria,

viver rodeados de beleza e ter muito amor no coração!

Bernardina Pinto

Page 30: Ao caír da folha

30

Carla Gonçalves

Outono

Chega de mansinho após o Verão

Acompanhado de frio e destruição

Folhas caídas,

Árvores despidas

Num misto de cores quentes e

reluzentes

Símbolo de serenidade e estabilidade emergentes

Propicio ao renascer de esperanças

Convida a um restabelecer de forças

Revigoriza a Alma e o Coração

Sufocados, revoltados entre a destruição

Desbravam a passagem

Seguem viagem

No meio da nua realidade

Renasce a Felicidade

Carla Gonçalves

Page 31: Ao caír da folha

31

Vento de Outono

Vem vindo sorrateiro

Beija as árvores primeiro

Acaricia as folhas demoradamente

Então de repente

Cansado da resistência

Sem paciência

Sopra forte e zangado

As despe para seu agrado

Débeis, Frágeis, nuas à mercê do vento

Carrasco e senhor no momento

Vem, vem de mansinho

Sopra fininho

No coração de quem maldiz e desdiz

Na alma de quem não sabe o que é ser feliz

Vem Carrasco e Senhor

Elimina os sentimentos ruins com fervor

Fortalece o espírito

Para longe leva o conflito

É tempo de Renascer no meio da ventania

Despertar para o amor e fantasia

Enfeitiçada com suave magia

Do Vento de Outono

Carla Gonçalves

Page 32: Ao caír da folha

32

Folhas caídas

O verão acabou Este ano nem se mostrou Aí vem o Outono encantado Com o Sol a seu lado Com a chuva á espreita Nesta praia perfeita

Em seu areal despido Embalada pela suave melodia

Ondas e gaivotas em sintonia Maravilhosa calmaria Outono maravilhoso Por vezes monstruoso Árvores desnudadas Folhas cobrem Ruelas e Calçadas Vielas e Avenidas Maravilhoso manto Um espanto Intenso colorido de verdes estranhos Nuances de Laranja e castanhos Levadas pelo vento Passeiam no firmamento Por ali Por aqui Perto deste mar extenso Que teima em beijar meus pés Isto terá um revés A Calmaria vai acabar A chuva vai voltar Com ela o vento e as trovoadas Grandes enxurradas Lama, Cheias, Caos e destruição Que será da população Danos avultados, Famílias desalojadas

Page 34: Ao caír da folha

34

Carlos Fragata

Outono é beleza

Dá o verde lugar à cor garrida

Com que a terra pintaste e coloriste,

Apesar da mudança, não é triste

O que ofertas ao Verão na despedida.

Não és morte, a morte não existe,

És a preparação de nova vida…

A terra rejubila, agradecida,

Pelo vermelho e mel que lhe vestiste!

Até o Sol, que é rei celestial,

No tapete de folhas que se espalma

Participa feliz e cordial!

És interregno, convidando à calma

E até no ar frio, outonal,

Ver-te, cheirar-te, nos aquece a alma!´

Carlos Fragata

Page 35: Ao caír da folha

35

Lugar ao Outono

Sentindo que seu fim é já tão perto,

O Verão, calmamente, se prepara

E na tela da vida, joia rara,

Pinta seu quadro, com ouro coberto!

Seu tempo, inexorável, nunca para,

Tudo tem o seu tempo, em tempo

certo...

Da missão que tivera já liberto,

Dá lugar ao Outono e o ampara.

A transição da vida, doce, lenta,

Num pardo tom, avisa da mudança

Que chega no Outono, amarelenta.

Tempo de reflexão e de bonança,

Atrai-nos esta calma, que se ostenta,

Como sorriso calmo de criança...

Carlos Fragata

Page 36: Ao caír da folha

36

Carlos Manuel Alves Margarido

Ao cair da Folha

Folha seca, dos lágrimas de mim, Desprendida de ti, O chão, perdeu a razão. Dói a solidão, no coração.

Andorinha sabia que partias, Que deixarias, o ninho no beirado, Do peito, deste apaixonado.

Levas-te as asas, o voar dos amantes… Deixastes a solidão, dos instantes…

Ó céu! De um Deus maior, Que chora, nos meus olhos, Dá-me asas, ensina-me a cantar, Quero partir… Faz, o sol… Faz ,o calor… Faz ,o meu amor voltar.

Folha seca, das lágrimas de mim, Desprendida de ti, O chão, perdeu a razão. Dói a solidão, no coração.

Carlos Margarido

Page 37: Ao caír da folha

37

Carmen Marques

Noite de sentidos no outono

Noite caiu! Horas adiantadas pela madrugada adentro! Sonhos imagens na memória cores do Outono fantasias da mente! Começa a raiar o dia o sol fraquinho doce

penetra pela janela adentro! Como que a recordar os sonhos existentes na floresta sonhados por mim! Tento a cada minuto recordar a doçura das folhas devastadas pelo vento a rolar pelo chão! Neblina ofusca a visão! Este Outono um começo de inverno nos sentidos de alma e coração no vazio da sempre escuridão! Meus olhos mortos pela recordação de dias belos que para sempre se foram! Alma e coração tristonhos na madrugada doces miragens no profundo Outono que me adormece no sonhar! A Mente e o coração!

Carmem Marques

Page 38: Ao caír da folha

38

Águas cristalinas outono esplendoroso

Nas águas cristalinas de uma queda d'agua entre florestas matizadas pelo decorrer do Outono que inicia! Beleza sem igual por este imenso

arvoredo começa a desfiar cores e mais cores que deambulam ao sabor do vento e o sol fraco que mal aquece os nossos sentidos mas ilumina os nossos olhos perante tal fascínio, este misterioso cheiro no ar aroma de Outono! Folhas secas terra húmida adoçam os sentidos e dão brilho esplendoroso ao nosso olhar! Quão belo este cenário morno que desperta em nós o enigmático de tão rara beleza mesmo sendo uma estação que iniciando um inverno no seu existente sonho de calor ao coração! Nos sentidos do Outono todos os sentimentos crescem na grandeza de uma nova estação!

Carmem marques

Page 39: Ao caír da folha

39

Catarina Dinis

Árvore de folhas

Folha de papel,

De esperança, de sonhos

Amarelecida pelo verão

E nada foi em vão.

Folha da árvore

Pendurada por instantes

Esperando o vento para arranca-la

E leva-la

Para tão longe do infinito.

Que venha o outono,

A chuva, o frio,

O calor de meu amor…

Catarina Dinis

Page 42: Ao caír da folha

42

Celeste Seabra

E assim se fez...

O verão partiu outra vez...

e folhas caíram de mim,

como raios solares a queimar cetim...

Como almas apaixonadas, que o

tempo apagou

como batidas do coração que a idade

roubou!

E assim se fez...

Sentimentos quebrados,

marcados de cores outonais, de castanhos momentos,

onde os arrepios de frio são breves lamentos!

E assim se fez...

voltaram os ventos de norte outra vez!

As árvores despidas de folhas,

tentam não quebrar, deixando um tronco torto...

assim como o meu corpo já meio morto!

E assim se fez...

de novo o outono retornou,

alojando-se no meu coração

como uma folha caída, como a decepção,

eu, mais caída, que a própria estação

espero pelo inverno da vida,

fora de época... No meu coração!

E assim se fez...

Page 43: Ao caír da folha

43

momentos da alma,

vividos debaixo de um guarda-chuva negro,

como gotas de orvalho, caídas na madrugada,

folhas de outono, de uma vida quebrada!

Celeste Seabra

Page 44: Ao caír da folha

44

Outono da minha vida

Hoje vi ao acordar, uma folha a

esvoaçar,

na minha janela suavemente veio

pousar,

caindo graciosamente, batendo no

vidro bem devagar...

esvoaçando com o vento ainda

quente,

Vento que ontem era de verão,

que apetecia tirar a roupa, andar descalça no chão!

hoje, é vento mais frio, sente-se a brisa mais solta,

Fechei os olhos, a deliciar o vento,

retornei ao Outono da minha infância, parecia real o

momento!

E como por magia corri por montes de folhas,

chutei galhos quebrados, como quem chuta uma bola,

e por breves segundos sorri, voltando às ruas onde cresci!

voltei apenas, ao pátio da minha antiga escola,

carregando nas minhas costas, aquela velha sacola...

Então de novo uma folha caiu, fazendo-me acordar do

passado,

olhei para a rua em que vivo, através do reflexo vidrado,

vi a natureza mudada, como se fosse um belo quadro,

vi folhas vermelhas e castanhas, por vezes um pouco

amareladas,

árvores de galhos abertos, completamente desnudadas!

Ainda ontem corria feliz, à saída da velha escola,

saltava poças de água, com sapatos pretos e de sola!

Page 45: Ao caír da folha

45

hoje adulta me encanto, com as cores de uma folha caída...

na minha janela vidrada, relembrando o Outono da minha

vida!

Celeste Seabra

Page 46: Ao caír da folha

46

Cely Parente

Folhas de Outono

Sopra o vento cantando melodias outonais, Dançam as árvores Rodeadas de tapetes coloridos por elas bordados, Passadeira estendida

Onde o verão passa num gesto de despedida

e o Inverno chega num manso bailado. As árvores choram as folhas roubadas Que aos seus pés caem, cheias de cor, Mas já sem vida. Quantos dias tem o Outono na cidade? E dentro da alma, terá ele um tempo, momento ou estação? Quantos sorrisos de criança e passos de gente, Quantos corpos despidos e olhares sinceros já caíram do peito, de uma árvore mulher? como folhas arrancadas pelo vento, Em manhãs manhosas de primavera Que afinal eram outono!

Celina Parente

Page 47: Ao caír da folha

47

Outono Primaveril

Não quero manhãs nebulosas Nem flores ressequidas Ou árvores nuas Não quero campos sem semente, Nem canto de gaivota desesperada Nem ninhos desfeitos Nem pombas brancas acorrentadas Não quero sonhos dissolvidos

Nem borboletas sem asas... Quero melodias garridas Voos de pássaros, livres Sorrisos de criança Campos espigados Flores brotadas Amores eternos

Sol destemido Céu límpido… Não quero chuva Nem bancos vazios Nem campos desertos Em dias de Primavera! E se este ano As andorinhas chegarem De olhar melancólico, Asas cansadas E melodias mudas Este ano, é Outono Na minha cidade!

Celina Parente

Page 48: Ao caír da folha

48

Cléo Alves

Ao cair da folha

Não quero pedras no meu sapato

Nem quero sapatos voadores

Nem passos retardando cores

Nem as cores que pintei o céu

Não quero céu que tenha buracos

Nem asas dilaceradas no meu olhar

Nem realidades múltiplas verdades

Nem verdades sem sonhos alcançar

Não quero mais do que quero sonhar

Nem quero aplausos que agridam

Nem elogios inventados no caminho

Nem caminho sem passos pra andar

Não quero passos maiores que eu

Nem realidade pequena e sombria

Nem loucura lúcida maior que breu

Nem breu que eu não possa clarear

Eu quero pedras em meu castelo

Eu quero asas no meu caminhar

Eu quero sapatos nos meus pés

Eu quero nuvens pra poder pisar

Page 49: Ao caír da folha

49

Eu quero Outono que o vento não leve

Eu quero folhas secas, soltas pelo ar

Eu quero prender-me onde me soltar

Eu só quero motivos pra poder voltar

Eu quero que o vento leve a tristeza

Eu quero apenas a mágica nostalgia

Eu quero a outonal e poética beleza

Eu quero as páginas de um novo dia

Eu quero palavras que ao vento voa

Eu quero poesia sempre rindo à toa

Eu quero a felicidade como escolha

Eu quero um poema ao cair da folha

Cléo Alves

Page 50: Ao caír da folha

50

Outono

Quem há de me trazer o Outono

As folhas secas do seco sofrer

A doce saudade que tira o sono

Um amor de Outono ao anoitecer

Quem há-de correr entre as flores

Ser mais florida do que todas elas

Abrir os braços cheios de amores

Roubar das flores o perfume delas

Quem há-de trazer a chuva amena

Ventania pequena na manhã outonal

Quem há que serena seja tão fatal

E que de tão fatal seja mais amena

A folha pequena que cai no quintal

Ou a outonal paixão que me acena

Cléo Alves

Page 51: Ao caír da folha

51

Dizeres

O Outono trás a ventania,

Cai a primeira folha...

No céu brota a nostalgia.

Rolam os tempos de espera

E nesse tempo quem dera,

Ao cair da folha uma alegria.

Rolam as folhas entre os seres

E só o vento as toca

E entende seus dizeres.

Cléo Alves

Page 52: Ao caír da folha

52

Cristina Correia

Envia-me um recado

envia-me um recado numa folha de papel não precisa ser branco não precisa ter cor basta-me uma gota cristalina

de teus olhos… envia-me um recado numa pétala de rosa podes secá-la no teu livro nesse teu diário de vida

basta-me ter o cheiro de tuas delicadas mãos… envia-me um recado numa folha seca abandonada pelo Outono não precisa ser verde basta-me ter os laivos da frescura de teu sorriso… envia-me um recado no silêncio do vento que eu não ouça que eu não veja mas que sinta no afago o mais belíssimo recado de tua pra minha alma…

Cristina Correia

Page 53: Ao caír da folha

53

Elair Cabral

Ao cair da folha

Sereno e colorido como um banho

gostoso

antes de ir ao baile, e mestre em

suavizar momentos

surge o outono, em ondas de beijos

enamorados!

Podia-se sentir as folhas caindo ao som

da sonata de violinos, de Beethowen...

O calor intenso deu adeus, e os corações aquecidos,

serenaram em dégradés impressionantes,

ao darem adeus à Perséfone que voltou

ao tempo de contemplação...,

Em louvor à natureza, as folhas

festejaram, com aromas de carinho e respeito

maternal, as canções de ninar vivências!

Ao sabor do som do cair da chuva, as folhas

passearam por entre fios de poesia e correram,

como á água azul e ainda morna dos rios de serenidade

e deitaram-se no leito da mãe terra a espera do renascer,

em forma de presentes raros e caros à

terra dadivosa!

A vida passeia calmamente

em nuances de olhares amenos e silvestres,

no equinócio que sorri...

Agora os sonhos empalidecem

e se configuram em dias e noites iguais, badaladas

Page 54: Ao caír da folha

54

efêmeras de um tempo silencioso.

Em ciclo de lunação o namoro acarinha

a terra que gestara para dar, em breve, vida à novos

projetos,

novos brinquedos e novas leituras, muitas a florescer

pelo reflexo do acaso e mesmo assim, encantam

em jogos de amor e fragrâncias divinas...

Ao cair das folhas o amor se aninha!

Elair Cabral

Page 55: Ao caír da folha

55

Fernanda Bizarro

Outono

Olha como esta o dia

cinzento da chuva

transparente do vento

as folhas douradas

que eram prateados

mudaram de cor

são douradas…

o gelo mata as ervas ,as plantas,

é sublime, como tudo se transforma

metamorfoses do meio...

para nascer descendência!

é o ciclo da flora

esta em mudança

sempre diferente

de estação em estação

é surpreendente!

admira-se a gente,

porque onde havia

natureza...

e a beleza ali perto

agora... é o deserto!

Fernanda Bizarro

Page 56: Ao caír da folha

56

Ao cair da folha…

A monotonia que é a mudança da vida, nas plantas Dá certa nostalgia, a cor da esperança fica esquecida É uma visão morta amorfa na vegetação, na mudança, Da estação. As folhas anémicas sem sangue caem desmaiadas, no chão.

Árvores despidas de penugem, com os ossos a ver-se, É a miragem a passagem do verão, para outra estação. O OUTONO! Beleza que se entranha, no corpo e na alma, e espalha as Folhas caídas, já sem vida. Se estranha e arrepia! O vendaval o silvo entoava a melodia Da vida que se ia. Mortas, suspensas já não estão! Agora vivem no chão. Dão à paisagem as características próprias da estação, No solo deitadas, armazenadas em camadas, Aquecidas. São alimento da terra! Folhas destorcidas na paisagem, Aspeto triste que o vento faz dançar, Rodopiar, e tudo vai pelo ar, a entoar como Que, um hino divino ingénuo no tocar Ao de leve no chão …com emoção!

Fernanda Bizarro

Page 57: Ao caír da folha

57

Fernanda Costa

Outono

Outono

Entras

Logo

Tudo

Queres

Desnudar

Pareces

Ter um

Certo

Prazer

De tudo

Pôr

A voar

Deixas

Tudo

Nu

Vazio

Com frio

Seco

Triste

Com cor

Velha

Amarelada

Acastanhada

Fico

Sem vontade

Page 58: Ao caír da folha

58

De sonhar

Só queres

Preparar

Tudo

Para

Teu amigo

Inverno

Chegar

Tua amiga

Queria ser

Mas não

Gosto

Deste teu

Desnudar

Apesar

De saber

Que o tens

Que fazer

Fernanda Costa

Page 59: Ao caír da folha

59

Desculpa outono

Outono

Bem cedo

Ele me

Convidou

Leu o meu

Poema

E não gostou

Vamos passear

Vou te mostrar

Que desnudo

Mas não gosto!

Às vezes até choro!

Não tenho Prazer nisso!

Como tu dizes!

Eu passo

Para limpar

E não para

Desnudar

È preciso

Alguma

Coisa fazer

Para tudo

Renascer

Na lei da

Natureza

O meu

Trabalho

É este

Page 60: Ao caír da folha

60

Tenta

Compreender

Fiquei triste!

Logo pedi

Desculpa

Não vou voltar

A te ofender

Como seria bom

Que o nosso Mundo

Humano fosse como

O vosso!!

Todos juntos

Fizessemos

Da Terra

O Paraíso

Fernanda Costa

Page 61: Ao caír da folha

61

Gil Ordonio

Paisagem de sono´

Eis que chegou o outono

Deixando a paisagem

com cara de sono.

Porém no mais completo abandono

Ficou eu... Sem ti

É chegado o tempo

Mudou a estação

E o sopro de um frio vento

Deixou gelado o meu coração

Nessa troca de estação te perdi

E o inverno em mim se fez mais cedo

Pois nessas estações o que me marcou

Foi o momento em que te conheci

E agora, desse triste inverno sinto medo

Por que deixaste o vento do desconforto

sobre mim?

Confesso que isso eu não esperava

Marcasses a minha vida quando

puseste um fim

Matando a esperança que em mim se renovava

Que direi a minha pobre alma agora

Page 62: Ao caír da folha

62

Que inconformada com a tua decisão

Se lamenta... Pranteia... E como chora

Mergulhada em profunda solidão

Que farei? diz a mim afinal

Como poderei sorrir quando tudo

se desfez

E num golpe do destino

amargo e crucial

Choro mais uma vez

Por sobre as ruínas

que deixaste ó menino

Gil Ordonio

Page 63: Ao caír da folha

63

Hamilton Ramos Afonso

Outono…da vida

A paleta de cores em tons de

amarelo, castanho e vermelho terra

as folhas caindo, as árvores

preparando-se

para o Inverno e suspirando pela

Primavera

As primeiras chuvas, o cheiro, bom

a terra molhada, os cogumelos a

nascerem em

tufos de vida no chão, juncado de folhas mortas

das florestas de carvalhos

As sementeiras do pão de centeio e trigo, os nabais

que servirão de forragem aos animais, no Inverno

os soutos com os seus castanheiros prenhes de ouriços

que em partos esforçados se oferecem em castanhas

que aquecem as noites já frias,a telha vã branca da geada

Tudo isto faz parte das minhas recordações da

minha infância e juventude, quando as aldeias

nortenhas tinham vida, gente, jovens percorrendo

alegremente as ruas empoeiradas do Verão, enlodadas

das chuvas que caem, com os pés calçados com os

socos de solas de pau de amieiro, e as suas taxas metálicas.

À noite à volta da lareira, conversando e ouvindo

Respeitosamente os seniores transmitindo-nos

A sua imensa sabedoria caldeada na escola da vida

Page 64: Ao caír da folha

64

Saudade?

Melancolia?

As duas coisas, mas sobretudo o enorme respeito

or aqueles que me moldaram o carácter, que me ajudaram

A ser homem

A minha gratidão e ternura a todos eles

Os seniores da minha infância que tratávamos

com respeito

Hamilton Ramos Afonso

Page 65: Ao caír da folha

65

Outono

A melancolia instalada na natureza

em admirável e monótona paleta de

cores

do avermelhado , ao dourado

até que se atinja o seco acastanhado

da morte das folhas…

Morte que , suprema contradição,

vai significar , mais tarde vida ressuscitada

após travessia de duro inverno,

com frio , gelo e chuva ,

muita chuva…

Também nós, humanos

passamos no nosso interior

por esse Outono,

ao darmo-nos com todas as forças

à mais dura melancolia,

deixamo-nos tomar por rigoroso Inverno,

mas acabamos por encontrar

a nossa mais risonha Primavera…

Contemplemos a beleza das cores Outonais ,

mas não deixemos nunca instalar a melancolia

no nosso interior sorrindo sempre para a vida,

porque podemos , com a nossa vontade

e força de viver permanecer

em constante Primavera…

Hamilton Ramos Afonso

Page 66: Ao caír da folha

66

Saudade

A saudade tomou conta de mim

ao reparar nas cores outonais

em caminhada por veredas

que me conduzem às memórias

da minha juventude,

ao cair da folha das florestas

de generosos carvalhos,

percorridas em restolhada

de botas cardadas pelas folhas caídas

e o estalar de pequenos ramos no chão

onde generosamente nascem e crescem

os cogumelos selvagens que em rancho

ajudava a colher...

A saudade de, em alegres grupos de ancestrais,

alguns já falecidos

e contemporâneos que reencontro com alegria,

apnharmos castanhas que caem dos uberes ouriços ,

em generosa festa de vida que nos soutos se perpetuam

pelos tempos,

repetindo os mesmos gestos , com a mesma gente nos

nogueirais...

Quem disse que o Outono é a Estação da melancolia

de certeza que nunca teve o privilégio de ,

na terra e com as próprias mãos assistir

à colheita dos frutos do trabalho árduo de gente humilde ,

que encara a vida com alegria,

Page 67: Ao caír da folha

67

ou de , na mesma estação assistir às sementeiras

das cultruras de Inverno que nascem em pleno Inverno,

crescendo pela Primavera e que em todo o seu esplendor

dão fruto no Verão e se vão transformar

no pão nosso

de cada dia.

Hamilton Ramos Afonso

Page 68: Ao caír da folha

68

A Primavera no Outono da vida

No Outono da minha vida surgiste no esfusiante esplendor da tua Primavera, para me dar o alento necessário a reviver, e a voltar a acreditar que o Amor é possível,

sempre... A forma como franqueaste o meu coração,

entrando nele , instalando-te e tornando-te a sua dona, fez de mim alguém mais confiante, sereno, com vontade de sorrir, de lutar , sentindo de novo a seiva da vida percorrer o mais ínfímo dos vasos capilares do meu corpo predispondo-me para aceitar , de braços abertos o afecto que deu vida e cor ao meu Outono de vida , nas alegres cores de Esperança e Vida que o teu sorriso, as tuas mãos o teu terno olhar e a juventude do teu corpo que entregaste despudoradamente ao meu, aportaram à minha vida... São cores quentes, vivas, cheias de brilho as que usamos para pintar o mais belo dos quadros, em tela branca, a lembrar-nos que a melancolia associada ao Outono da vida pode e dever ser transformada todos os dias na mais radiosa das primaveras...

Hamilton Ramos Afonso

Page 69: Ao caír da folha

69

Horácio Almeida

Outono

Mesclado folhas frutos e flores

Amarelados na estação Outonal

Salpicando os montes de odores

Arvoredo multicolor sem igual.

Tempo de apanha em pomares

Sementeiras cereais e colheitas

Armazenam nos celeiros e lagares

Diversas frutas e vindimas feitas.

Azáfama nos campos determinada

Assacados à terra macia e molhada

Os frutos saborosos são recolhidos

Apanha facilitada na chuva abençoada.

Mudança de estação sopra fresca brisa

Paira no ar cheiro a mosto adocicado

Mistura de aromas perenes suaviza

O néctar que da adega vem perfumado.

Horácio Almeida

Page 70: Ao caír da folha

70

Ilda Ruivo

Folhas secas...

Estou coberta de folhas secas

caídas na vida pelo Outono

esperando que apareças

tornando real este meu sonho.

Para que resplandeça novamente

feita tua Deusa amorosa...

acaricia esta folha simplesmente

e torna-a para ti a mais formosa.

E deitados sobre a folhagem

nossos corpos despidos

a natureza sem a ramagem

no enlevo dos ruídos.

Inebriados e enamorados

em todo o nosso ser…

serenos mas alados...

deixarmos tudo acontecer

Ilda Ruivo

Page 71: Ao caír da folha

71

Isabel Beato

Outono

Chegou o Outono

E as folhas caem de sono

Derrubando sonhos.

Continua quente o meu amor,

Embora as lágrimas de dor

Teimam em permanecer.

Mas fica a esperança,

Que das cinzas vai ressurgir

E mais uma vez reflorir.

Isabel Beato

Page 72: Ao caír da folha

72

Joana Rodrigues

Sou Folha De Outono

Sou como uma folha de árvore que o vento levou sem vida

o outono não lhe deu guarida, triste e amarelecida pelo verão

chegou o Outono e eis que cai no

chão

Pobre folha no chão caída, seus sinais vitais a alertaram

porque ao sentir-se já quase perdida chegam os ventos e a pobre folha levaram

sem forças para lutar perdeu a vida

E tal como o cair da folha amarelecida também eu sinto essa mágoa do outono

ao saber que há tanta folha caída que são marcadas pelo abandono

tantas ainda estão a lutar pela vida

É no outono da vida, fica o Ser, em decadência

é uma dura e triste realidade ao chegar ao inverno da vida

recordando tudo com saudade até de uma folha de outono

arrancada pelo vento que, esquecida, jaz a pobre folha, de outono caída.

Joana Rodrigues 24/09/2014

Page 73: Ao caír da folha

73

Outono

Outono vou pedir-te Com carinho Que me digas Bem baixinho. Num pequeno Sussurro ao meu ouvido, Que não mates

Uma árvore por suas Folhas terem caído, Enquanto durar teu reinado Mostra que não queres Ser odiado, Não tragas dor, nem desgraça, Sei que ´és triste, eu também O sou, e por já ter conhecido Um outono bem sofrido, Eu te peço com carinho Que tal como uma folha caída De uma árvore quase esquecida Nunca a deixes perdida Mostra-lhe o melhor caminho

Joana Rodrigues

Page 74: Ao caír da folha

74

Outono e o Vinho

Cada estação tem sua beleza

e o Outono não é excepção

é triste por natureza,

mas é no encanto do verão

que são as uvas amadurecidas

mas colhidas nesta estação

fazendo o vinho jus à realeza

em que o Outono afasta a tristeza

e o bom vinho ele oferece,

acabando com alguma frieza

e os corações ele aquece,

esquecendo as folhas caídas

na Primavera serão renascidas

e novamente floresce,

e no Outono se faz o vinho

que reina no mundo inteiro

tem sido seu companheiro

e o Outono não está sozinho,

cai a parra da videira

recorda-se para a vida inteira

o Outono e o bom vinho.

Joana Rodrigues

Page 75: Ao caír da folha

75

Joaquim Barbosa

Outono

Lentamente, suavemente e de mansinho Chega o Outono e ensombra os dias de calor Despem-se aos poucos, mas muito

devagarinho Todas as árvores que temos em

nosso redor. De olhos cansados vou mirando aqui e ali As folhas caem e são levadas pelo vento Algumas vão cobrindo o chão que outrora vi Muito limpinho e muito menos turbulento. Dias de Outono, o vento vem mais violento Vai mediando entre o verão e o inverno Os dias minguam e as noites são um tormento Não sei se é como caminhar para o inferno… No Outono caem as folhas ao redor É mais um fenómeno que nos vem anunciar Despem-se as árvores, do seu verde encantador É anunciado que o inverno está para chegar.

Joaquim Barbosa

Page 76: Ao caír da folha

76

Joaquim Donizete Gomes

Ao cair da folha

Ao cair da folha

Percebo que as arvores não tem

escolhas

Porque é tempo de solidão

Quando o outono vem e desfolha

tudo pelo sertão...

E a tarde ao cair das folhas

O rouxinol se cala entre as desfolhas

Pois o seu canto outonal é pranto

Triste ele voa para outros campos

E quando cessa o cair das folhas

O limo faz suas recolhas

Fertilizando assim o santo solo

Faz brotar a vida do subsolo

Percebo então que ao cair das folhas

É Deus fazendo ali uma nova escolha

Cobrindo as árvores todas em mil cores

Pois a primavera é su’alma linda cheia flores...

Joaquim Gomes...

Page 77: Ao caír da folha

77

Jorge Raposo Caraça

Sopro de amor

É Outono O Setembro faz a sua despedida Sopra-me no rosto uma brisa fria, Sopro de amor sopro de vida Que faz dançar as folhas caídas, Quanta tristeza nesta alegria O sol esconde-se na nuvem que

passa Pequenas gotas molham-me a face, O voar das aves vai perdendo a graça A velha roseira a tudo se abraça, Como tendo medo que o vento a levasse É Outono O pequeno ribeiro que o verão secou Ganha nova vida corre alegremente, Leva as imagens daquilo que sou O verão se foi e tudo mudou, Até o teu olhar está tão diferente A lua se esconde na escuridão São longas as noites deste madrugar, Eu querendo afasta-las com a minha mão Elas se anicham no meu coração, O sol de Setembro querendo encontrar É Outono Quanta tristeza nesta alegria Que faz dançar as folhas caídas, Sopro de amor sopro de vida

Sopra-me no rosto uma brisa fria, O Setembro, faz a sua despedida

Jorge Raposo Caraça

Page 78: Ao caír da folha

78

Jorge Morais

Ao cair da folha

Folhas caídas

cores variegadas

árvores despidas

natureza linda e bela

na serenidade outonal

pura realidade

avermelhada

acastanhada

amarelada

neste desnudar

das cores esverdeadas

metamorfose polícroma

neste ciclo

levado na transparência

crendo assim na descendência

renovada

na natureza surpreendente

com o vento a soprar

novas cores irão voltar.

Jorge T. De Morais

Page 79: Ao caír da folha

79

O U T O N O

As cores mudam

para os tons outoniços

cores quentes mescladas

já há nas árvores ouriços

das castanhas esperadas

algumas bem apreciadas

a natureza repousa

num sopro de melancolia

há até, quase de certeza

certa beleza em sintonia.

Passado está o Verão

muda-se toda a paisagem

fica ainda esta bela imagem

na natureza e no coração!

Jorge T. De Morais

Page 80: Ao caír da folha

80

Ao cair da folha

Adormece a natureza

no sono de Verão

mostra assim outra beleza

nas cores avermelhadas

na serenidade dos campos

calar-se-ão os pássaros

e o frio se faz anunciar

neste ciclo de vida

sempre a renovar.

Jorge T. De Morais

Page 81: Ao caír da folha

81

José Carlos Moutinho

Matizes de Outono

O Outono chega repentinamente molhado, Espalhando folhas matizadas por todo lado, O céu acinzenta-se, perde o seu azul belo, A melancolia ocupa-nos a alma sem apelo. Mas o Outono é também encanto Nas folhas secas que esvoaçam E formam atapetadas ruas coloridas, Imagens ornamentadas

bucolicamente Em paisagens de deslumbrante visão, No adeus ao calor que o verão ofereceu E nas boas vindas ao frio do Inverno que virá! A Natureza na sua plenitude, Com o equinócio que se faz presente, Solidário com as caducifólias Que nos oferecem a beleza das folhas secas Na escusa da sua perenidade, Voam leves como penas nas asas do tempo, Volateiam na sua curta viagem até ao solo, Onde se aconchegam delicadamente, Tecendo belos e efémeros tapetes! Outono dos nossos dias Amigo de vários anos, Que nos presenteia com o matizado da vida Com o fresco suave da atmosfera, Em terno preparativo para o frio intenso Que nos chegará brevemente com o Inverno E quando partires, Outono Sentiremos saudades de ti Pela vinda ansiosa da bela Primavera.

José Carlos Moutinho

Page 82: Ao caír da folha

82

Chuva de Outono

Adejam, frias, as gotas desta chuva de Outono, Encharcam os meus pensamentos, Dos momentos de amor do estio que se foi, Cada pingo, encerra em si, um segredo, Que se desvendará no chão que a acolhe,

Da miríade de gotas, simples e solitárias, Nascerá um rio calmo, de muitos segredos Que mergulharão no mar, Onde navegam anseios e sonhos por realizar! E tantas gotas, lágrimas de cristal Que caem como pranto de saudade Desta chuva teimosa, Trazem a nostalgia Das tardes quentes, suadas Na paixão exacerbada pelo amor, Que se refrescava do seu fulgor Nas areias molhadas, onde as ondas Beijavam os corpos escaldantes, Acariciados pela alva espuma! E a chuva cai, insistente Alheia ao meu pensamento saudoso Dos prazeres oferecidos Pelo tempo que se ausentou Chorado neste Outono que chegou.

José Carlos Moutinho

Page 83: Ao caír da folha

83

E o Outono chegou!

Olá Outono sê bem-vindo nesse teu

lento caminhar,

traz-nos as cores matizadas do

encanto das folhas cadentes,

na serenidade das tardes que se

encurtam

pelos dias que se esmorecem!

Sopra-nos a brisa que tu sabes refrescar,

o calor do estio que vai partindo!

Atapeta-nos o chão, com a filigrana de cores

das folhas que se cansam do equilíbrio da sustentação!

Tinge o céu de tons mais românticos

traz-nos a nostalgia dos momentos de paixão,

dos encontros dos nossos amores!

Não tenhas pressa em te fazeres presente,

vem suavemente...

Sabes como é maravilhoso caminhar por entre árvores

cansadas do verão que as atormentou!

Também não tenhas pressa em partir,

preferimos os tons do teu céu azul matizado

aos cinzentos do inverno que virá,

desliza o teu tempo entre nós calmamente,

deixa-nos viver o romantismo

e o deslumbramento da tua estação,

Sê bem-vindo Outono!

José Carlos Moutinho

Page 84: Ao caír da folha

84

José Manuel Cabrita Neves

A folha caída

Eu sou aquela folha que tombou,

Ressequida e votada ao abandono,

Arrastada p’ los ventos do Outono,

Para longe da vida que habitou…

No chão ao frio e à chuva dorme o

sono,

De quem já foi feliz, já vegetou!

Durante a curta vida em que abanou,

No ramo, entre o mês três e o mês nono…

Cada ser vivo é escravo da rotina,

Que a própria natureza lhe confina,

Tendo uma variante duração!

Mas no fundo, que importa se a vida,

É para alguns mais curta ou mais comprida?

Importante é vivê-la com emoção!...

José Manuel Cabrita Neves

Page 85: Ao caír da folha

85

Setembro pardacento

Chega Setembro, o Outono, sopra o

vento!

As árvores abanam, cai a folha!

O céu, que esconde o sol, fica

cinzento

E a chuva de rompante, alaga e

molha…

O tempo fica escuro, pardacento…

Quer se goste quer não, não se tem escolha!

Surge ao cair da noite algum relento,

Concentrando a humidade bolha a bolha…

Temperatura fresca, embora amena,

Lenço branco, de um verão, que nos acena!

A sombra do Inverno que há-de vir…

A cama pede mais um cobertor!

Os corpos se aconchegam no amor…

É a vida em cada Outono a ressurgir!...

José Manuel Cabrita Neves

Page 86: Ao caír da folha

86

Nostalgia de outono

Depois de um solarengo e belo

Verão,

Chega o Outono triste em tom

cinzento!

Vem pra tombar as folhas com o

vento

E bordar um tapete pelo chão…

Tem uma nostalgia esta estação,

Que embebeda e absorve o pensamento,

Dá-nos outro vigor, um outro alento,

Por não ser frio nem quente, ser meão…

O céu, escondendo o sol, todo nublado:

Vai refrescando a terra criadora,

Vai engrossando o fruto do pecado…

O mundo vegetal se revigora,

Neste clima sombrio e temperado,

Doce convite à musa inspiradora!...

José Manuel Cabrita Neves

Page 87: Ao caír da folha

87

José Mário Silva

Outono

Outono, estação Dourada

Com o olhar perdido no horizonte

Fixo, em silêncio a observar

O despertar de um novo dia

Que não tarda a chegar

Com o astro rei o Sol

Que imponente surgirá

Como um diamante que brilha

Para nos anunciar

Que o outono vai chegar

Sendo que do ano ele é a estação

Que chega para as árvores despir

Para com, uma nova roupagem, as presentear

É outono, as crianças entre folhas a brincar

O dourado das folhas se espalham pelo ar

O outono é uma primavera sem cor

Em cada folha dourada que cai, há uma flor

Pois o outono é mesmo assim

A estação das folhas secas

Que ao cair, bailam no ar

Sobre o vento, até o chão tocar

E para sempre

Repousar, aos pés

Da bela árvore,

Que um dia foi seu lar...

José Mário

Page 88: Ao caír da folha

88

José Sá

Outono

Rasga-me a folha, ó estação de verde

natura

Rasga-me neste tempo, onde a força

é vento

Onde a razão é chuva que pinga e

me atura

Onde o momento é poesia e alimento

Rasga-me a pele seca e desnudada

Rasga-me cada pétala que se perde na estação

Onde o amor é sol da época molhada

Onde a humidade se sente de coração

Rasga-me o sublime querer num tempo que vai

Rasga-me o soberbo, num outono que se despe

Onde o sol se mescla, e se derrete ou esvai

Onde as nuvens são a vontade d’um céu celeste

Onde o vento traz e leva, o que de ti sobressai

Onde o rasgar foi outono, na nudez que me deste

José Alberto Sá

Page 89: Ao caír da folha

89

José Sepúlveda

A Árvore

A árvore crescia pontiaguda

Num verde matizado multicor,

Esvoaçava ao vento surda e muda

E tudo era alegria ao seu redor.

E quando vinha o vento, vinha a

chuva,

E o tempo se agitava com furor,

A árvore, abalada e sem ajuda,

Ali se contorcia em grande dor.

Até que um dia tudo acontecia...

A árvore em duas se partia

Em noite de invernia e vento forte.

E, quase à morte, o estranho aconteceu,

Não sei se por milagre, renasceu

Garbosa e orgulhosa do seu porte!

José Sepúlveda

Page 90: Ao caír da folha

90

Leandro Amador

Outono

Chegaste de mansinho,

Meio sorrateiro e camuflado,

Contigo o dia mais pequenino,

E A folhagem esvoaça por tudo

quanto é lado.

As folhas mudam sua coloração,

Apresentam texturas desidratadas,

Atiram-se ao chão,

Amareladas desfeitas,

Rebolam nas ladeiras,

E morrem indefesas atropeladas.

Cai toda esta folhagem,

Não porque querem,

Mas sim porque chegou a hora,

Da natureza mudar a roupagem,

Para agora o verão ir embora.

Enquanto ficam as Folhas molhadas,

E outras na lama Estampadas.

Ó Outono! com tua chegada as andorinhas expulsas,

Com teus suspiros e repentinos prantos,

Destas nossas terras lusas,

Para distantes e desconhecidos cantos.

Page 91: Ao caír da folha

91

E sobes, agora ao teu trono,

Com os aplausos dos diospiros…

Dos castanheiros e dos seus ouriços,

Oh meu grisalho outono!

Aleaste-te ao S. Martinho,

Ao santo da tua fé,

Leva-lhe castanhas e novo vinho,

E a calorosa agua pé.

E reinas assim, meu outono,

Que de setembro a dezembro és dono,

Mais a chuva e os ventos,

Que para muitos será três meses de tormentos.

Leandro Amador

Page 92: Ao caír da folha

92

Lucila Isipon

Ao cair da folha

ao cair da folha em começo de outono

é que percebo qual o tamanho do

meu abandono

me chega sorrateira a tristeza

nua e crua

de perceber meu leito

tão vazio e feito

olhar pro meu abandono

e perceber me nos olhos de um cão sem dono

desmorono

ahhh, e vem com força

sem nada perguntar

vem e se instala

no chão, no quarto, na sala

me atirando ao chão

meus planos, sonhos, nada

e nada para mim seria mais irritante

perceber que para ela nada poderia ser mais tocante

a me olhar com olhos de hilária

meu corpo inerte ao chão qual folha de outono

Page 93: Ao caír da folha

93

deixe estar

nada sabe ela

tenho sonhos de Cinderela

espero a estação acabar

o inverno adentrar

me reestruturo, me regenero

primavera vai chegar

só estou a dar um tempo

para que me venham os botões de flores

preciso do outono

depois atravessar o inverno

para que me venha a próxima estação

me abrir em sorrisos e secar as lágrimas

ir florindo tudo ai afora

sou como árvore

ao cair da folha

sempre sei

dias melhores virão

Lucila Isipon

Page 94: Ao caír da folha

94

Ao cair da folha

Ao cair da folha

reverencio a mãe natureza

como arvores frondosas, majestosas

a despir-se de folhas em estação de

outono

me livro de vestes e me visto de

recolhimento

vago em sentimentos, pensamentos

como arvore a espera da estação predileta

linda primavera

e como brotos de flores se abrindo em tão belo momento

liberto minhas palavras guardadas

vou florindo corações ai afora

e tocando almas com minhas escritas

sou eterna primavera

Lucila Isipon

Page 95: Ao caír da folha

95

Luís Da Mota Filipe

Quentes e boas

É rainha p`lo São Martinho A castanha apetitosa Com Agua pé ou com vinho Nesta tradição tão nossa Assadas, fritas, cozidas Com erva-doce, azeite e sal

E as que são também comidas Simplesmente ao natural Para mim confesso e digo: Eu quero-as a fumegar Quentes no cartucho antigo Vindas do fogareiro a estalar

Luís da Mota Filipe

Page 96: Ao caír da folha

96

Lembrando um outono

O Outono chegava, Trazendo consigo as marcas da saudade, Do outro Outono que passou, Desse tempo que acabou, E que nunca mais voltou. Mas este Outono, Trouxe também recordações,

Dos momentos vividos na escuridão, Em que da noite se fez dia, Apenas com a chama da paixão. Este frio que se aproxima, E o sol que não me aquece, Deixam em mim as lembranças, De um amor que não se esquece.

Luís da Mota Filipe

Page 97: Ao caír da folha

97

LuVito

Outono

Sopra, no alto monte o vento forte, No horizonte, as nuvens a dançar, Na planície, correm cavalos a trote, Para a pastagem viçosa alcançar. Outono tem sempre a sua beleza, Com a floresta de folhas despida, Em cada lar, uma fogueira acesa,

Para aquecer o coração e a vida. Sobre o lindo tapete ocre-amarelo, Passam as crianças para a escola, Cheira a fumo, castanhas assadas, Andam na rua pessoas apressadas, Ao longe, ouve-se um som de viola, Aproxima-se o inverno que é belo.

LuVito.

Page 98: Ao caír da folha

98

Manuel Nunes

Outono

Meu pensamento já o sente,

Por entre o calor, um fim...

Deste Verão que ainda há em mim,

Que termina... tão fugazmente.

.

O verde ainda não mente,

Nem as folhas caem no jardim...

Mas a data diz-me que sim,

O Outono chegou ainda quente.

.

Seu descolorir vai ser encanto,

A temperatura suavemente arrefece,

E a nudez da natureza em pranto...

.

A chuva vem, o agasalho cresce,

As árvores perdem seu verde manto,

E a cor de castanho... se veste.

© Mensageiro da Lua

(MNunes)

Page 100: Ao caír da folha

100

Outono...

Há em ti

Estranha beleza...

Há em ti

Tamanha ternura...

Traços ténues

De tristeza...

Mas que se difundem

Em pura doçura...

E não me digam

que ele é feio.

Se ele é tão

Encantado e puro...

No cair das folhas

Em seu seio...

Num amarelo pálido

Que nos meus olhos

Tanto apuro!

Mensageiro da Lua

Page 101: Ao caír da folha

101

Maria Alice

Poemas de Outono

Ventos leves, ventos fortes

Ventos do sul ventos do norte

Neste Outono devagarinho deixa cair

a folha

Coloridas pelo secar do Sol

As folhas perdem sua verdura

Mudam de cor

Despem-se as plantas mesmo num entusiasmo

As árvores já começam a envergonhar-se

Mas coloridas pelo despir das suas cores em fantasia

Ao bailar caem levemente

Ou o vento empurrando forte

Crianças empurram com seus pezinhos as folhas em jardins

Brincam com entusiasmo repetindo os pulinhos da folha

seca

O esvoaçar é tão lindo transforma-se em chuvas de folhas

Assim o vento as leva

De dia ou de noite o Outono se apodera

Tempos lindos que na passagem a todos nos encantam

As meias idades já se agasalham

Os mais velhos já frio sentem

Os novos num desembaraço ainda passam de meias

mangas

Os pássaros já meios fracos ainda cantam em terraços

As margens dos rios já se molham com salpicos das águas

Page 102: Ao caír da folha

102

E orvalhadas já sorriem aos espaços verdes que ainda

restam

O Sol matreiro entre as Nuvens arregaça as mangas

fingindo-se forte

Explode seus raios contrariado como se quisesse

ultrapassar vidraças

É o Outono fazendo graças

Que sorrindo já entra em nossas casas

Nós tementes já vamos fechando as portas

Mas sorrimos a Estação dos ventos fortes e fracos

Os mares já se debatem e ondas mais lançadas

Tentando molhar os namorados

A Lua como sempre espreita por entre os nevoeiros

Já as lareiras com seus estilhaços pelo lume que arde!

Uma vez forte outras vezes fraco!

Maria Alice Fernandes

Page 103: Ao caír da folha

103

Outono (Mas em ti gravei meu olhar)

Ao... Outono escrevo Com minha pena de tinta temendo o frio Tenho de cobrir-me com manta que nos cobre o amor Não o receeis eu entrego-te com ardor

O Amor é palavra que bem dita nos grava no coração

Eu sou tímida … mas em ti gravei meu olhar Este Outono quero despertar as palavras que te quero dar Num abraço te dar prazer e conforto de amar No teu rosto poisar um beijo com a leveza de uma borboleta Com carinhos doces te afagar... Olho lá fora... com meu doce olhar ainda a rever-te Estou indo ao teu encontro Espera...olha as folhas...coloridas Olha são sorrisos … que te seguem Apesar do Outono um pouco frio Eu quero brincar contigo agarrando-as Somos crianças no nosso instinto Esquece que és grande Adulto charmoso... Vem correr nas folhas...despertar olhos maldosos Quando elas cair dá-me um beijo gostoso Eu to devolverei em conflitos Fazendo -me rogada mas corada pedindo mais E mais... Não te percas jamais

Em teu sorriso lindo quero me esconder E Lembrar o doce beijo Outonal !

Maria Alice Fernandes

Page 104: Ao caír da folha

104

Outono chegas partindo

Ei... Outono

Tá um pouco frio

Corres nas escadas do Céu

Tapando tudo

Fazendo escuro

Brincando em algazarra

Não tens pena dos velhos

Que entristecidos já pedem mantas

Ei... Outono já aos tropeços levas as flores

Agitas o Inverno corres com o Verão

Que pega nas trouxas e vai embora

Ei... leva as mantas cobre as plantas da geada

Os nevoeiros já sem graça caem nas árvores

Levanta-se o Sol..., espreita... é minha vez

Me sinto fraco...

E todos entristecidos pela época que se apresenta

Esquecem-se que o Outono também nos enfeita

Aproxima-se o aniversário do Jesus

Pensando nas castanhas com sua pinga

São boas quentinhas

Ah... mas as folhas douradinhas são lindas

E as suas cores!

Meus olhos brilham!

Eheh...

Esquecem-se que já mesmo com um pouco de frio

És uma época linda

Outono olha para ti mesmo frio és colorido!

Embora já um pouco tristonho

Page 105: Ao caír da folha

105

Já vais partindo!

Mas pousa a mala ainda falta um pouquinho!

Maria Alice Fernandes

Page 106: Ao caír da folha

106

Maria Irene Frieza

Ao cair da folha

Outono...

A terra se cobre de espanto

Ao descobrir cores quentes,

Suaves, debaixo de tão divino

Manto...

Outono, tons amarelos, e doirados

Pela natureza pintados,

A terra se torna mais suave

Como mulher apaixonada, quem sabe?!

Por amor a natureza se transforma,

Deixando o verão descansar num sono,

E assim dá as boas vindas ao outono...

Como por magia.

Tudo nos campos se transforma,

Tons em degradé, perfeita harmonia...

Dos alaranjados, aos castanhos doirados,

Dos vermelhos, ao verde musgo...

Dos rosa-lilases aos cinzentos prateados.

A terra dá as boas vindas ao outono...

A estação da mudança e do sonho

Ao riacho que corre alegremente,

Por vales de arvoredos ainda verdejantes

Preparando-se para dias frios

Onde a neve tecerá seus brancos fios.

Maria Irene Frieza

Page 107: Ao caír da folha

107

Mira Maia

Outono

O verão se foi

Com exuberância

Outono chegou

Em meio à euforia

Vento presente

Desnuda as árvores

Folhas ao chão

Restaura-se a vida

Amadurecimento

Surge a nostalgia

Versos dolentes

Coração plangente

Lembranças que voam

Deixa-nos a toa

Renova aliança

Aviva a esperança

Mira Maia

Page 108: Ao caír da folha

108

Estações da minha vida

Na aurora da minha vida

Sonhos e anseios realizei

Por todos muito amada

Sem restrições muito amei

Na Primavera sorria

Ninfa entre as rosas perfumadas

Deslumbrava-me com toda beleza

Recordações bem guardadas

Outono, tempo de colher.

Reconhecer, nem tudo é perfeito

Acordar e encarar a realidade

Chorar o amor desfeito.

O Inverno, trás frio n’ alma.

Até que chegue o Verão...

Trazendo também as chuvas

Fertilizando o coração

Mira Maia

Page 109: Ao caír da folha

109

Nazaré Gonçalves

O outono

Ao cair da folha...

É a estação que precede ao verão

E antecede o inverno…

Baixa a temperatura,

A paisagem quase sempre fica escura

As folhas se transformam em várias

cores

De um belo colorido…

Hoje ao olhar pela janela

Percebi que a natureza tinha mudado

E logo senti a tristeza invadir meu coração

Pensei… estamos a mudar de estação.

Muito calmamente olhei o arvoredo

E deparei com as folhas forrando o chão

Transformando-o num tapete

Amarelo-avermelhado…

O chão também estava molhado

E ouvia ao longe o canto triste de um passarinho

Que se tinha descuidado…

Em se despedir desta linda estação que foi o verão!

Nazaré Gonçalves

Page 110: Ao caír da folha

110

Imaginário outono

Nunca foi tão real o imaginário Nunca vi estação com tanto charme As folhas matizadas se desprendem dos galhos Caem, já foram verdes, belas… Agora… perdem-se no solo deixando as calçadas atapetadas!

Morreram… porque é outono, estranha sensação… Entristece-me ver tanta beleza estendida no chão Aqui sozinha desconsolada, nesta manhã frio·Vejo-te surgido, esperançado, querido De guarda-chuva na mão procurando abrigo! A ótica de meus olhos fotografa as marcas deste dia Dia cinzento, dia cinzento, dia triste e frio… Do outro lado da lente momentos movem-se instantâneos Sucedem-se alguns flagrantes captando namorados, amantes Nesta paisagem deslumbrante! Folhas que caiem dizem adeus ao outono Faz reverência ao inverno desfolhou minhas pétalas Porém não destruiu meu aroma nem senti revolta… Porque na Primavera vindoura terei as pétalas de volta! Como o amor, o Outono é passageiro É a esperança que brota no rosto…da mulher madura, Ou de uma criança, Outono é parábola de nós mesmos Coisa que só o Outono ensina O resto são folhas mortas aos olhos da criancinha!

Nazaré Gonçalves

Page 111: Ao caír da folha

111

Céu de outono

Sol ameno, céu azul, nuvens claras Raios límpidos, céu de Outono Campo aberto, céu encoberto Sem cheiro de flores, de jasmim Rios a correr sem fim, o Outono é assim! Luz do luar, Sem flores pra ornar Doei carinhos em desmazelo

Tudo vi o vento levar… Mas sou forte não desarmo Tenho armas para vencer e lutar! É outono a tempestade ade passar Refractando-se as cores suaves Desta mágica natureza solar Paisagem perfeita dentro dos olhos cansados Outros sorrisos hão-me embriagar! Semearei rosas na Primavera sem espinhos Hão-de surgir novos caminhos Meu espírito é jovem não envelheceu Ainda suspiro, que culpa tenho eu? Outono é melodia que me inspira Apagam-se as luzes do dia com emoção É ciclo que se completa, nada se perde Deve viver-se com alegria esta suave magia, cada estação!

Nazaré Gonçalves

Page 112: Ao caír da folha

112

Nilce Rosa Dos Santos

Outono

Nas Folhas que caem Nas Cores a se fazer No canto Dos pássaros

Outono Venha nos conceder O amor mais puro O seu nos deixar Respirar Com a perfume ·De sua folha Coloridas Bailar Ao vento que As levando Está

Para quando Ao cair O tapete Se formar Quantos passos Se der sob as Folhas possa Encontrar Outono Venha Me acariciar.

Nilce Rosa Dos Santos

Page 113: Ao caír da folha

113

Ao cair das folhas Outono Estação Amena Que nos faz sentir Um pequeno frio Mas ver quão belo És O orvalho a cair Folhas ao chão

Ver nas nuances Das cores querer Outono vem Nos fazer Caminhar Em sua névoa Amar Defronte A uma lareira No tapete De folhas estendido Cores de vinho Nas taças a borbulhar Cada sorver Que der Verás Que maravilhosa Estação para Se amar

Nilce Rosa Dos Santos

Page 114: Ao caír da folha

114

Odete Ferreira

Faltou arrojo a este outono

Não me fica bem este rio

embrumado.

Nota-se escorrendo de minhas faces

pálidas.

O vermelho desbota-se no

pregueado.

Marcas perenes de noites outrora

cálidas.

Vestiu-me esta noite de folhas em recorte.

O sorriso, este sorriso iluminado,

acrescentou-o o sol ao seu fino porte,

num amanhecer pálido e envergonhado.

Procuro o rosto dos sentidos outonais.

Mas cega àqueles indícios subversivos

que, vós, sábia natureza aclarais,

toldam-me somente de uivos compulsivos.

Perdi-te num intenso sonho diluvial

vergastado pelos deuses da intempérie

ainda não sei se foi providencial,

um outono assassino de almas em série.

Page 115: Ao caír da folha

115

Por entre veredas selvagens e estreitas,

quotidiano sem poética visão,

carecem as utópicas cores escorreitas

Um outono velho, tímido de emoção.

Onde para a natureza que me encantava,

o colorido de telas inconfessáveis,

as encostas macias onde te afagava,

os leitos floridos de segredos palpáveis?

Sei que a resposta está na espera tranquila.

Na paradoxal ânsia de alma intranquila.

Os tons outonais ficaram presos nas filas.

Ergue-te! Faz-te tela nas minhas pupilas!

Odete Ferreira

Page 117: Ao caír da folha

117

Paula Oliveira

Outono

Outono de muitas cores Mas o amarelo Cor brilhante e alegre De longe o mais belo Outono de dias curtos e chuva miudinha Já não dá para passear

Começou a escola, começou a ladainha Vamos é estudar As folhas caem ao sabor do vento Vão fazendo lindas danças no ar As árvores já despidas e com intento Esticam seus galhos, para nos abraçar Fazem-se as vindimas e a videira sem as uvas ficou Cheira a vinho novo no ar Só faltam as castanhas para saborear O dia que passou No outono faz frio Desfolhamos o milho A cantar dizemos, que belo dia Vamos trabalhar, mas com alegria Outono, estação de boa fruta Romãs e marmelos, alegria absoluta Sementes vermelhas e boa marmelada É o que a gente quer à entrada Outono, cheira a magusto Vamos preparar a fogueira

Saltar por cima dela é uma canseira Vamos é aproveitar O quente que tem para dar Esta fogueira e dia de outono O mais belo para apreciar….

Paula Oliveira

Page 118: Ao caír da folha

118

Paulina Lima Rodrigues

Ao cair da folha

Ao cair da folha, recordo-me do meu

primeiro beijo

Lá atrás da Escola, Perto do campo

onde você costumava jogar bola!

É Sofhia, lembro-me que foi muito

engraçado e emocionante

Queria muito te beijar e

impressionar

Mas nem eu e nem você éramos

experiente!

Ao cair da folha, recordo-me dos seus olhos verdes onde eu

me perdia na selva

Como você era formoso Thiago, educado, atencioso...

Sinto ainda o teu suave beijar

E o gosto pastoso de sua quente saliva!

Minha morena flor, de cabelos negros e lisos, corpo bem

esculpido

Em teus sedosos cabelos longos, penetrava meus dedos

arrancando-te gemidos e suspiros

Ao cair da tarde, íamos de mãos dadas sentar em baixo do

pé de Beribá, forrado de folhas secas

E ao cair da folha, como gato ligeiro o apanha, arrancando-

Page 119: Ao caír da folha

119

te o teu exuberante sorriso!

Ao cair da folha, viajo no tempo de outrora e vejo-me

abraçar teu corpo de deus egípcio

Bagunçar teus cabelos loiros, cacheados e beijar teus lábios

de carmim

Eu a sentir teus abraços envolventes

Teus beijos cada vez mais apimentados

Nós na praça central, em meio às folhas a caírem junto com

o sereno e nos sentíamos como no deserto

Serpenteiam as serpentes!

Ao cair da folha...

Paulina Rodrigues

Page 120: Ao caír da folha

120

Nostálgicas

Vejo-me despencando ao cair da

folha, em tuas armadilhas

Oh, tristeza maldita em minhas

tardes nostálgicas!

Vejo-me como uma leoa feroz a lutar

contra os fantasmas a me assustar

Oh, meu Deus. Só tu podes quebrar essa maldição e me

curar!

Vejo-me sem forças e desequilibrada, encolhidinha e como

uma rosa, pelo orvalho ser orvalhada!

Vejo-me sendo tocada ao cair da folha, pelo suave sopro do

vento

Acariciar a minha pele arrepiada

Penso em você, que se tivesse me amado verdadeiramente,

esse terrível sofrimento já teria me abandonado em dispara

da, pois só o amor cura e salva!

Vejo-me aqui abandonada, ao cair da folha estou sendo

adubada, com o adubo do amor Divino que está a me

levantar

Sei que nunca ninguém vai-me amar como Ele me ama

Ninguém vai está ao meu lado como Ele está

Ninguém jamais vai me compreender como Ele me

compreende

Seu amor por mim é incondicional

Ele ordena Anjos a me vigiar e me proteger!

Paulina Rodrigues

Page 121: Ao caír da folha

121

Ao cair da folha

Deus sabe tudo e ao cair da folha,

Deus observa o vento transportando-

a

É a natureza se desnudando, se

deixando acariciar pelo sopro do

vento a lhes tocar

Ao cair da folha, a natureza guarda seus segredos em cada

folha que cai

No seio da terra são bem acolhidas, viram adubo e serão

úteis ainda mais!

Folhas são vidas, alimentos, nutrientes, remédios e ao cair

da folha

Formigas chegam a cair com elas, às formigas sabem como

ninguém a importância das folhas

Ao cair da folha, doentes esperam suas curas, o outono faz

bem o seu trabalho e a natureza enfrenta uma nova

batalha!

Ao cair da folha, a sábia natureza tem seus mistérios e

encantos

Ela sabe ter uma boa convivência com os que moram na

terra, com os que voam e os da água

Mães dão a luz a seus rebentos ao cair da folha, Padres,

Pastores, missionários seguem pregando de Deus a Palavra!

Poetas e escritores são concebidos no útero secreto da

natureza

Page 122: Ao caír da folha

122

Ao cair da folha, eles crescem na aliança dessa união de

uma alegre vida

Mesmo ao cair da folha!

Ao cair da folha, os poetas e escritores bem sabem tirar

bons proveitos

Por ser filhos da Mãe Natureza, eles tem os sentimentos e

olhares mais apurados, ao cair da folha, os Querubins

cantam suas canções Divinais e os poetas e escritores

escrevem seus textos encantados!

Paulina Rodrigues

Page 123: Ao caír da folha

123

Rosângela Ferris

Amor de outono

Saiba que as noites mais frias me fazer desejar ainda mais de ti? É esta sua ausência que de mansinho instalou-se como campo magnético Cheio de brisas partidas ao meio, desfolhadas e dispersas.

E se instalaram entre nós dois e se aquecerem por dentro E tudo o que está entre nós foi muito mais além. Não sei como conseguiu, diz-me como fizeste? Para marcar teu nome na minha pele como um holograma de murmúrios e paixão, distantes do teu toque (e do gosto teu beijo a arder na minha boca). Tenho gravado no coração o teu eco na minha voz como uma vida que desponta árida na ponta da língua a morder o ar que me rodeia, tão vazio de ti, tão cheio de desejos, tanta paixão, tanta plenitude. Porque você fica, mesmo depois de ter ido embora. Porque você está até quando não está. Porque agora, quando o céu fica vermelho, e as folhas do outono caem sem vida avermelhando o gramado na noite outonal, isso é seu também, e faz parte de ti. A sua presença permanece em mim, incrustada no vento perene o seu cheiro, sua voz, seu gosto, o seu calor. Sinto falta do seu carinho que era tão meu, teu peso sobre o lençol, dos beijinhos nos cabelos enquanto durmo, da sua mão me acarinhando no sono. Todos os dias meu primeiro olhar é para você mesmo estando distante...

Rosângela Férris

Page 124: Ao caír da folha

124

Rosete Cansado

Outono

Chegaste no alvo da madrugada Com alguma chuva sentida Lágrimas do verão que partiu Sentindo suas penas na despedida. Contemplo a tua chegada… Sempre com alguma nostalgia

Árvores que ficam desnudas Pássaros preparam-se para a partida. Outono, tempo de reflexão

Fim de amores que ficaram na areia Colorido de vários tons, que nos encanta Trás magia e trás beleza, cheiros frescos Sabor a terra. Tudo se transforma Pela Natureza. Os dias começam a descer O sol não tem tanto brilho O céu fica mais cinzento A neblina aparece em seus olhos Sentimos o vazio no coração Com sentimento e emoção. Ficamos mais vulneráveis. Outono amigo do Inverno Trás dias bons e menos bons Trás tradições e sabores Trás vários tons de beleza

Acendem-se lumes e lareiras Que alegram com veemência Levando de nós a tristeza.

Rosete Cansado

Page 125: Ao caír da folha

125

Outono em amor Folha seca que caís de mansinho Pareces penas no ar a voar Voas sem sentido nem carinho Não sabes onde vais parar. Perdoa-me por não poder cuidar de ti Vim para amar com ardor, mas dele Como tu perdi o norte, não sei por

onde vou Tu voltarás de novo cheia de vigor Com entrega total ao teu amor. No silêncio dos seus dias Vai aguardando solitária e

desnuda Que voltes na Primavera colorida de amor Do Outono não te salvas, lutas confiante Que o teu amor por ti sempre espera Pois as raízes perduram no tempo E no tempo as encontrarás. Tu és folha do Outono, Voas nele com saudade e teces amor Na tua forma de ser, cores de terra Que o mundo verá neste Outono em amor Voltarás com essência, linda e ressurgiras No verde em verdes de esplendor Eu sou gente que amo e sinto o amor Pela Natureza e de todos os seres. Gosto do Outono e dos seus coloridos Mas adoro a folha que virá na Primavera em Flor.

Rosete Cansado

Page 126: Ao caír da folha

126

Sanjo Muchanga

Ao cair da folha

Já secou o mar dos teus olhos

natureza

Minha certeza esgotou ao cair da

folha

Toda amarelada despede-se do

Verão

E dá boas vindas ao Outono na

estação

Vira meus encantos do verdejar das árvores

E ao cair da folha me inspira o seu amarelar

Mas não me dá alegria como a primavera

Pela tristeza dos pássaros e das borboletas

Ao cair da folha minha inspiração subtilmente

Esgota como a água que cai dos olhos meus

Pede a terra a volta mas sem piedade desfalece

E seca vidas que antes verdejava os meus olhos

Outono me inspira a sua força ao cair da folha

E me entristece a sua queda no chão como a morte

Despede o Verão e prepara a vinda do Inverno

Minhas esmolas esgotam gota a gota… Outono

Sanjo Muchanga

Page 127: Ao caír da folha

127

Sara Ribeiro

Coração de outono

Aconteceu ao amor Como acontece ao Outono... Subitamente um dia o verde coração, Coberto de folhas que o escondiam, Acordou de rompante com vento Que o abalou com precisão.

De sobressalto despertado Não acreditava no que via Ganhavam cores suas ramagens Que belo quadro ali surgia... Amarelas, castanhas, vermelhas E meios tons que lhe sorriam... Nesse coração de Outono

A beleza era imensa... E como ao Outono mais lhe acrescia... Nuvens cinzentas se aproximaram As primeiras chuvas caíram E com a força do vento que soprava As primeiras folhas tombaram. O tempo passou vagaroso Mas rapidamente despiu o coração. As folhas no chão secaram... O mundo as pisou distraído Ignorando o coração despido.

Sara Ribeiro

Page 128: Ao caír da folha

128

Sofia Valadares

Outono

Todos os anos, tu, nos visitas

acompanhado de uma suave

melodia

a apelar que o Verão

prossiga a sua viagem,

e que cada Ser abra o seu coração

para mergulhar nas belas cores

e intensos aromas de cada paisagem.

Sob o nosso olhar

as folhas enamoram-se,

a chuva embala as noites

recitando uma misteriosa poesia

que acaricia a alma,

apazigua os devaneios da mente.

As crianças regressam à escola,

a rotina instala-se nos campos e cidades.

O sol envergonhado esconde-se

timidamente entre as nuvens,

surge a melancolia em admirável

e monótona paleta de cores vivas.

Os ouriços cacheiros

abrem o seu tesouro escondido

para o olhar dos mais pequenos

Page 129: Ao caír da folha

129

que, depois, fazem a festa

e o saboreiam em redor de fogueiras

cantando alegres canções.

Uma brisa diferente é escutada

solfejada pelos rufos de tambores,

outras vezes por uma suave flauta

ou, pelo simples assobio do vento

comunicando com a natureza.

Sofia Valadares

Page 130: Ao caír da folha

130

Sol Figueiredo

Mil folhas de outono

Mil folhas de outono sobre esse meu

jardim,

São folhas de abandono, restos de

tais dores...

Tantas, tantas flores que morreram

em mim,

Debulhadas em pedaços, sem nem ter odores!...

Folhas colhidas no verão, sem ter carmim...

Até as margaridas choraram por seus amores,

São pétalas perdidas, d' uma dor sem fim!

Lágrimas contidas... No fim, nascerão flores!...

Mil flores trarão beleza e doce perfume...

Um lindo buquê tal a vida enfim nos arrume!

São lírios, rosas, dálias... Flores d' várias cores...

Retratos pintados de teus e os meus amores,

retalhos espalhados sem ter mais valores...

Pois nunca terão na essência d'alma o teu lume!...

©SOL Figueiredo

Page 131: Ao caír da folha

131

Os dias mais sobejos

Por quando em meu castelo a ti

componho,

Tu és o único rei neste meu trono!

Amor doce e fiel, que te proponho...

Felicidade é lei; já tem um dono!

Carinhos, beijos, desejos,... Um sonho...

De ter-te novamente... Então entono

Um canto de amor, ora tão risonho,

Ou ora triste; folhas deste outono...

E quero ter a alegria tua em mim!

És o raiar do meu dia; paz sem fim...

Um amor infinito em meu viver...

Tu és a eterna joia, linda e rara,

A minha luz do amanhã, lua clara...

Os dias mais sobejos, renascer!...

Sol Figueiredo

Page 132: Ao caír da folha

132

Outono do amor

A cada folha qual cai neste outono...

É resto de lágrima de emoção...

É o orvalho que sai do coração!

Da dor sofrida por teu abandono!

Vivendo com coração já sem dono,

Percorro o jardim com flores ao chão...

Árvores amareladas, em vão...

Choram com este canto que ora entono...

Viver, sem ter jardim bordado em cor

Fora a minha sina, desde menina!

Só caminhei em vias cobertas de dor!

Agora, quero em mim o teu calor...

E dançar como leve bailarina

Pelos canteiros repletos de amor!

© SOL Figueiredo

Page 133: Ao caír da folha

133

Solange Moreira de Souza

Ao cair da folha

Um imenso sentimento de nostalgia

Invade o peito um misto de alegria,

Beleza e tristeza um sentir ambíguo.

Remete a lembrança de tempos

longínquos.

Estação onde ao cair da folha faz

pensar,

O quanto tudo passa e as folhas caem.

Apesar de tudo elas adubam e renovam a terra.

Grande é a sabedoria de este ser Divino que não erra.

Outono da vida, onde o vento deixa a sua brisa.

Solange Moreira de Souza

Page 134: Ao caír da folha

134

Teresa Almeida

Faz-se outono

Faz-se outono e a minha pele torna-se sensual, molhada, acariciada da forma mais pura. A cadência é meiga, redentora.

Deixo-me penetrar! Escuto a harmonia desta batida

outonal! Os primeiros frios exultam a sensibilidade, o sentir; hidratam-me a mente. O outono depura-me o paladar. Que venham as uvas maduras a beijar-me os lábios sedentos, que venha a chuva, o vento e as aves tresloucadas, que se dispam as árvores e para ti sejam verdade. E nós, aquelas folhas bailarinas, esvoaçantes sem sabermos onde arrumar o rigor do inverno, conceberemos um recanto, um socalco nas arribas aonde o rio nos possa namorar. E todas as horas serão nossas e cantarão nos olhos dos grifos e no orvalho das palavras as madrugadas que se acenderão para nós. O riso celebrará a festa que abriremos. Ah! e os olhares! os olhares espelharão o regalo da tarde e a luxúria do sol pôr. E por ali ficaremos até sermos humos, flor, vida;

até percebermos o mistério a explodir e o fio da emoção a abrir indefinidamente.

Teresa Almeida...

Page 135: Ao caír da folha

135

Teresa Costa

O cair da folha!

O vento ruidoso do fim de tarde

sopra aflito num vai e vem

varre do chão as folhas caídas

levando pedaços de vida também…

morre o verão velho e cansado,

deixa o vento de Outono enervado

soprando com toda a força que tem…

e as folhas já amarelas

que o sol em tempos queimou

compõem cores de uma tela

que o dedo de Deus pintou…

e voam para longe as folhas

levando estórias p’ra contar

de tempos passados e escolhas

e cansaços…de tanto andar…

Teresa Costa

Page 136: Ao caír da folha

136

E o silêncio da noite...

Cai sobre a noite o peso d’uma nova Estação… já o céu se cobre com as nuvens de Outono, noite sem luar, sem hora e no silêncio do quarto oiço lá fora o ribombar d’um trovão...

vem junto um relâmpago e o fustigar do vento que corre veloz e sem tempo fazendo bater mais forte o coração… na rua, um tapete de folhas caídas enfeita a passerelle da vida onde meus olhos passeiam a emoção… começa então a chuva a cair sem pressa da noite fugir molhando de amor…uma paixão… e o Outono jaz na minha rua fazendo dela…o seu chão…

Teresa Costa

Page 137: Ao caír da folha

137

Tina Gante

Ao cair da folha

No interior Da noite densa e chuvosa Vagueia perdido Meu coração Em exasperado sofrimento

Por seu amado Não encontrar.

Talvez aquela chama Se tenha apagado... Oh que saudades tenho Daquela luz Que iluminava A minha alma. Agora, Triste Por ter acreditado Em tão forte amor Que se dizia Para sempre enamorado Assim me sinto Qual folha de outono Esmorecida Batida e no chão caída... Porém segura de mim estou Que o vento a levará E mesmo morta, decomposta Alguém De novo dará vida.

Tina Gante

Page 138: Ao caír da folha

138

Viviane Pennisi

No teu cair

Cais mansinha feita pena

quando tua beleza termina

neste ciclo de perfeito lema

em secar-te na tua sina

morrer para um novo viver

dando força a quem te secou

para outro rebento voltar a nascer

nas perdas que tanto amou

que agora está despida

restando-lhe apenas galhos

nesta estação com pouca vida

que nos tirou o verde dos teus folhos

não fiques triste no teu cair

porque fizeste bem o teu papel

deste-nos a cor de um belo existir

no teu seco de exuberante pastel

onde foste guerreira até ao fim

suportando os ciclos de calor

com lagrimas caídas por mim

na tua luta para não mudar de cor ...

No teu cair

Viviana Pennisi

Page 139: Ao caír da folha

139

Formatação: José Sepúlveda

Page 140: Ao caír da folha

140

Conteúdo

Acácio Costa .......................................................................................... 4

Ao cair da folha ................................................................................ 4

Ao cair da folha ................................................................................ 5

Adelaide Simões Rosa Simões .......................................................... 6

Outono ................................................................................................ 6

Albertina Correia .................................................................................. 7

Ao cair da folha ................................................................................ 7

Folha de outono ............................................................................... 8

Alice Queiroz .......................................................................................... 9

Outono ................................................................................................ 9

Alice Santos .......................................................................................... 10

Outono .............................................................................................. 10

Álvaro Maio .......................................................................................... 11

Outono .............................................................................................. 11

Amy Dine .............................................................................................. 12

Chegou o outono ............................................................................ 12

Folha caìda ...................................................................................... 13

Ana Stoppa ........................................................................................... 14

O outono em mim .......................................................................... 14

Outono Desigual ............................................................................ 16

Page 141: Ao caír da folha

141

Outono do Amor ............................................................................. 17

Ângelo Augusto ................................................................................... 18

Ao cair da folha .............................................................................. 18

António Cláudio ................................................................................... 19

O u t o n o ........................................................................................ 19

Arilo Cavalcanti Jr. ............................................................................ 20

Ao cair da folha... ........................................................................... 20

o direito sublime de amar... ....................................................... 20

Aurora Ferreira da Cruz ................................................................... 21

Outono .............................................................................................. 21

Outono .............................................................................................. 22

Bárbara Godinho ................................................................................ 23

Dia de Outono ................................................................................. 23

Outono .............................................................................................. 24

Beatriz Antunes .................................................................................. 25

Chegou o outono... ........................................................................ 25

Ao cair da folha .............................................................................. 26

Bernardina Pinto ................................................................................. 27

Ao cair da folha... ........................................................................... 27

Encontro de outono ...................................................................... 28

Outono com Poesia........................................................................ 29

Carla Gonçalves .................................................................................. 30

Outono .............................................................................................. 30

Page 142: Ao caír da folha

142

Vento de Outono ............................................................................ 31

Folhas caídas .................................................................................. 32

Carlos Fragata .................................................................................... 34

Outono é beleza .............................................................................. 34

Lugar ao Outono ............................................................................ 35

Carlos Manuel Alves Margarido ..................................................... 36

Ao cair da Folha ............................................................................. 36

Carmen Marques ................................................................................ 37

Noite de sentidos no outono ....................................................... 37

Águas cristalinas outono esplendoroso .................................. 38

Catarina Dinis ..................................................................................... 39

Árvore de folhas .............................................................................. 39

Outono de Sonho (acróstico) ...................................................... 40

Tantos Outonos .............................................................................. 41

Celeste Seabra .................................................................................... 42

E assim se fez... .............................................................................. 42

Outono da minha vida ................................................................. 44

Cely Parente ......................................................................................... 46

Folhas de Outono .......................................................................... 46

Outono Primaveril ......................................................................... 47

Cléo Alves ............................................................................................. 48

Ao cair da folha .............................................................................. 48

Outono .............................................................................................. 50

Page 143: Ao caír da folha

143

Outono .............................................................................................. 50

Dizeres ............................................................................................... 51

Cristina Correia ................................................................................... 52

Envia-me um recado ..................................................................... 52

Elair Cabral .......................................................................................... 53

Ao cair da folha .............................................................................. 53

Fernanda Bizarro ............................................................................... 55

Outono .............................................................................................. 55

Ao cair da folha… .......................................................................... 56

Fernanda Costa .................................................................................. 57

Outono .............................................................................................. 57

Desculpa outono ........................................................................... 59

Gil Ordonio ........................................................................................... 61

Paisagem de sono´ ......................................................................... 61

Hamilton Ramos Afonso ................................................................... 63

Outono…da vida ............................................................................ 63

Outono .............................................................................................. 65

Saudade ............................................................................................ 66

A Primavera no Outono da vida ................................................ 68

Horácio Almeida.................................................................................. 69

Outono .............................................................................................. 69

Ilda Ruivo .............................................................................................. 70

Folhas secas... ................................................................................ 70

Page 144: Ao caír da folha

144

Isabel Beato ......................................................................................... 71

Outono ............................................................................................... 71

Joana Rodrigues ................................................................................. 72

Sou Folha De Outono ................................................................... 72

Outono .............................................................................................. 73

Outono e o Vinho ........................................................................... 74

Joaquim Barbosa................................................................................ 75

Outono .............................................................................................. 75

Joaquim Donizete Gomes ................................................................. 76

Ao cair da folha .............................................................................. 76

Jorge Raposo Caraça ........................................................................ 77

Sopro de amor................................................................................. 77

Jorge Morais......................................................................................... 78

Ao cair da folha .............................................................................. 78

O U T O N O..................................................................................... 79

Ao cair da folha .............................................................................. 80

José Carlos Moutinho ........................................................................ 81

Matizes de Outono ......................................................................... 81

Chuva de Outono ........................................................................... 82

E o Outono chegou! ...................................................................... 83

José Manuel Cabrita Neves ............................................................. 84

A folha caída .................................................................................... 84

Setembro pardacento ................................................................... 85

Page 145: Ao caír da folha

145

Nostalgia de outono ...................................................................... 86

José Mário Silva .................................................................................. 87

Outono .............................................................................................. 87

José Sá .................................................................................................. 88

Outono .............................................................................................. 88

José Sepúlveda ................................................................................... 89

A Árvore ............................................................................................ 89

Leandro Amador ................................................................................. 90

Outono .............................................................................................. 90

Lucila Isipon ......................................................................................... 92

Ao cair da folha .............................................................................. 92

Ao cair da folha .............................................................................. 94

Luís Da Mota Filipe ............................................................................ 95

Quentes e boas ............................................................................... 95

Lembrando um outono ................................................................ 96

LuVito ..................................................................................................... 97

Outono .............................................................................................. 97

Manuel Nunes ...................................................................................... 98

Outono .............................................................................................. 98

Ao cair da folha .............................................................................. 99

Outono... ......................................................................................... 100

Maria Alice .......................................................................................... 101

Poemas de Outono ...................................................................... 101

Page 146: Ao caír da folha

146

Outono ............................................................................................ 103

Outono chegas partindo ............................................................ 104

Maria Irene Frieza ............................................................................ 106

Ao cair da folha ............................................................................ 106

Mira Maia ............................................................................................ 107

Outono ............................................................................................ 107

Estações da minha vida ............................................................. 108

Nazaré Gonçalves ............................................................................. 109

O outono ......................................................................................... 109

Imaginário outono ....................................................................... 110

Céu de outono ............................................................................... 111

Nilce Rosa Dos Santos .................................................................... 112

Outono ............................................................................................ 112

Ao cair das folhas ........................................................................ 113

Odete Ferreira ................................................................................... 114

Faltou arrojo a este outono ...................................................... 114

Paula Delgado ................................................................................... 116

Outono ............................................................................................ 116

Paula Oliveira .................................................................................... 117

Outono ............................................................................................ 117

Paulina Lima Rodrigues ................................................................. 118

Ao cair da folha ............................................................................ 118

Nostálgicas ..................................................................................... 120

Page 147: Ao caír da folha

147

Ao cair da folha ............................................................................ 121

Rosângela Ferris ............................................................................... 123

Amor de outono ............................................................................ 123

Rosete Cansado ................................................................................ 124

Outono ............................................................................................ 124

Outono em amor .......................................................................... 125

Sanjo Muchanga ............................................................................... 126

Ao cair da folha ............................................................................ 126

Sara Ribeiro ....................................................................................... 127

Coração de outono ...................................................................... 127

Sofia Valadares ................................................................................ 128

Outono ............................................................................................ 128

Sol Figueiredo .................................................................................... 130

Mil folhas de outono ................................................................... 130

Os dias mais sobejos .................................................................. 131

Outono do amor ........................................................................... 132

Solange Moreira de Souza ............................................................. 133

Ao cair da folha ............................................................................ 133

Teresa Almeida ................................................................................. 134

Faz-se outono ................................................................................ 134

Teresa Costa ...................................................................................... 135

O cair da folha! ............................................................................. 135

E o silêncio da noite... ................................................................ 136

Page 148: Ao caír da folha

148

Tina Gante .......................................................................................... 137

Ao cair da folha ............................................................................ 137

Viviane Pennisi .................................................................................. 138

No teu cair ...................................................................................... 138

Page 149: Ao caír da folha

149

Page 150: Ao caír da folha

150