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Crédito vencido diminui com dimensão das empresas As pequenas empresas têm cada vez mais dificuldades em liquida- rem o crédito. Os campeões do maior nível de crédito malparado são produtores de couro e têxteis. Pág. 37 Grandes empresas “engolem” QREN Os apoios do QREN aos projec- tos empresariais de I&DT foram reforçados em 12,6 milhões de euros, mas 10 milhões de euros destinam-se a financiar o investi- mento das médias e grandes em- presas. Em contrapartida, o orçamento para apoio de projectos das micro e pequenas empresas sobe apenas 1,6 milhões de euros, a repartir por três regiões – Norte, Centro e Alentejo. Para além dum apertado controlo selectivo nas candidaturas, as micro e pequenas empresas vêem assim o “bolo financeiro” do QREN a di- minuir cada vez mais. Apesar desta realidade, o ministro da Economia, Manuel Pinto, afir- ma à “Vida Económica” que “a opi- nião do sector empresarial é mui- to positiva” quer quanto à forma como abriu o QREN quer quanto ao modo como estão a decorrer os primeiros concursos. Relativamente aos pagamentos dos incentivos, Manuel Pinho ga- rante que “95% dos processos de- vidamente instruídos têm os paga- mentos feitos”. Seja como for, Nelson de Souza, gestor do PO Factores de Com- petitividade, afirma que “não vai faltar dinheiro, de certeza absoluta, quando ele for necessário”. A segunda fase de candidaturas ao sistema de incentivo à I&DT abriu a 17 de Março e encerra a 15 de Maio. Págs. 5 e 7 Os preços de venda ao públi- co do leite vão voltar a subir. A Lactogal, a maior empresa do sector, alterou as suas ta- belas, havendo um aumento previsível de 6% nos preços de venda ao público. Assim, o lei- te UHT mais barato vendido pelas principais cadeias deve passar dos J0,60,065, para J0,65,070. Ao mesmo tempo, o preço de compra aos produtores está com tendência de descida. A Leicar, cooperativa que tem pago nos últimos meses aos produtores J0,48 por litro, vai baixar o preço de compra para J0,42/0,43, o que representa uma quebra de 12% no rendi- mento dos agricultores. É pro- vável que a Agros e as demais cooperativas que integram a Lactogal sigam esta tendên- cia de descida, o que permi- tirá aumentar as margens da transformação e distribuição do leite. (Continua na pág. 5) Preço do leite sobe no consumidor e baixa no produtor Cobrança duvidosa atinge taxa de 10% nas pequenas empresas Manuel Pinho garante que 95% dos processos “devidamente instruídos” têm os pagamentos feitos Governo aumenta apoios a grandes investimentos empresariais em 10 milhões de euros Núcleos e centros de I&DT da Região de Lisboa podem candidatar-se ao QREN Nelson de Souza garante que não vai faltar apoio às empresas quando ele for necessário Nº 1242 / 28 Março de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01242 “SEGURADORAS ESTABELECEM CLAUSULADOS COM PRECEITOS LEONINOS” “As segura- doras, usando a sua posição dominante na relação contra- tual e a fragili- dade dos agen- tes implícita na imposição legal da subscrição de contra- tos para que possam continuar a operar, estabelecem clausu- lados com alguns preceitos leoninos”, afirma Apolo Leite. A Direcção da APROSE pon- dera a possibilidade de pedir a inconstitucionalidade da nova lei da mediação. SUPLEMENTO SEGUROS SECTOR METALÚRGICO E METALOMECÂNICO É CRIADOR LÍQUIDO DE EMPREGO SUPLEMENTO METAL FISCALIDADE GOVERNO RENOVA MEDIDAS DE APOIO À INTERIORIDADE Pág. 35 MERCADOS FUNDOS DE ACÇÕES NACIONAIS COM PERDAS SUPERIORES ÀS DO PSI-20 Pág. 41

“SEGuRaDORaS ESTabELECEM CLauSuLaDOS Grandes empresas ...ve_ed1242... · partidário português. E o que se diz no PSD caberá, também, “mutatis mutan-dis”, na análise eventual

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Page 1: “SEGuRaDORaS ESTabELECEM CLauSuLaDOS Grandes empresas ...ve_ed1242... · partidário português. E o que se diz no PSD caberá, também, “mutatis mutan-dis”, na análise eventual

Crédito vencido diminui com dimensão das empresas

As pequenas empresas têm cada vez mais dificuldades em liquida-rem o crédito. Os campeões do

maior nível de crédito malparado são produtores de couro e têxteis.

Pág. 37

Grandes empresas “engolem” QREN

Os apoios do QREN aos projec-tos empresariais de I&DT foram reforçados em 12,6 milhões de euros, mas 10 milhões de euros destinam-se a financiar o investi-mento das médias e grandes em-presas.

Em contrapartida, o orçamento para apoio de projectos das micro e pequenas empresas sobe apenas 1,6 milhões de euros, a repartir por três regiões – Norte, Centro e Alentejo.

Para além dum apertado controlo selectivo nas candidaturas, as micro e pequenas empresas vêem assim o “bolo financeiro” do QREN a di-minuir cada vez mais.

Apesar desta realidade, o ministro da Economia, Manuel Pinto, afir-ma à “Vida Económica” que “a opi-

nião do sector empresarial é mui-to positiva” quer quanto à forma como abriu o QREN quer quanto ao modo como estão a decorrer os primeiros concursos.

Relativamente aos pagamentos dos incentivos, Manuel Pinho ga-rante que “95% dos processos de-vidamente instruídos têm os paga-mentos feitos”.

Seja como for, Nelson de Souza, gestor do PO Factores de Com-petitividade, afirma que “não vai faltar dinheiro, de certeza absoluta, quando ele for necessário”.

A segunda fase de candidaturas ao sistema de incentivo à I&DT abriu a 17 de Março e encerra a 15 de Maio.

Págs. 5 e 7

Os preços de venda ao públi-co do leite vão voltar a subir. A Lactogal, a maior empresa do sector, alterou as suas ta-belas, havendo um aumento previsível de 6% nos preços de venda ao público. Assim, o lei-te UHT mais barato vendido pelas principais cadeias deve passar dos J0,60,065, para J0,65,070.

Ao mesmo tempo, o preço de compra aos produtores está com tendência de descida. A Leicar, cooperativa que tem

pago nos últimos meses aos produtores J0,48 por litro, vai baixar o preço de compra para J0,42/0,43, o que representa uma quebra de 12% no rendi-mento dos agricultores. É pro-vável que a Agros e as demais cooperativas que integram a Lactogal sigam esta tendên-cia de descida, o que permi-tirá aumentar as margens da transformação e distribuição do leite.

(Continua na pág. 5)

Preço do leite sobe no consumidor e baixa no produtor

Cobrança duvidosa atinge taxa de

10% nas pequenas

empresas

Manuel Pinho garante que 95%

dos processos “devidamente

instruídos” têm os pagamentos feitos

Governo aumenta apoios a grandes

investimentos empresariais

em 10 milhões de euros

Núcleos e centrosde I&DT da Região

de Lisboa podem candidatar-se

ao QREN

Nelson de Souza garante que

não vai faltar apoio às empresas quando

ele for necessário

Nº 1242 / 28 Março de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€

www.vidaeconomica.pt

DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

9 720972 000037

0 1 2 4 2

“SEGuRaDORaS ESTabELECEM CLauSuLaDOS COM PRECEITOS LEONINOS”

“As segura-doras, usando a sua posição dominante na relação contra-tual e a fragili-dade dos agen-tes implícita na imposição legal da subscrição de contra-tos para que possam continuar a operar, estabelecem clausu-lados com alguns preceitos leoninos”, afirma Apolo Leite. A Direcção da APROSE pon-dera a possibilidade de pedir a inconstitucionalidade da nova lei da mediação.

SuPLEMENTO SEGuROS

SECTOR METaLúRGICO E METaLOMECâNICO é CRIaDOR LíQuIDO DE EMPREGO

SuPLEMENTO METaL

FISCaLIDaDE

GOvERNO RENOva MEDIDaS DE aPOIO à INTERIORIDaDE

Pág. 35

MERCaDOS

FuNDOS DE aCçõES NaCIONaIS COM PERDaS SuPERIORES àS DO PSI-20

Pág. 41

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EMPRESAS CITADAS

Caixa Geral de Depósitos ........03

EDF......................................08

ACS......................................08

Iberdrola ...............................08

Unión Fenosa ........................08

Rangel ..................................14

Habiserve..............................14

Pavicentro .............................14

Ferraria .................................14

Clínicas Praestigium ..............14

AKI ......................................15

Holmes Place Iberia ...............18

Mota-Engil ............................21

FDO .....................................21

Novopca ...............................21

BPI ......................................21

Central de Cervejas ................21

Unicer ..................................21

Grupo Pestana .......................22

José de Mello Saúde ..............23

Accenture .............................23

Multi Development ................27

Agresso .................................27

Novis ....................................28

Sony Ericsson ........................28

TMN .....................................28

Novabase ..............................28

HP .......................................29

Arsys ....................................29

Tsunami ................................29

Microsoft ..............................29

Pepsi ....................................33

Quinta da Marinha .................33

Dove .....................................33

Converse ...............................33

Auto Partner ..........................46

Stand Clemente .....................46

Auto Partner ..........................46

Grupo JAP.............................47

Nissan ..................................47

VW .......................................47

Hyundai ................................47

ACTUALIDADE

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

sexta-feira, 28 Março de 2008ACTUALIDADE2

Pág. 16Pág. 04 Pág. 08

MELHORIA DOS ACESSOS

MARÍTIMOS É INEVITÁVEL

A melhoria dos acessos maríti-mos ao porto de Setúbal é ine-vitável e de elevado valor eco-nómico para o país. Esta a opinião manifestada pe-los consultores do projecto, os quais adiantam que deve ser realizado o quanto antes e sen-do fundamental ao novo papel de pólo logístico que este por-to pretende ter, em termos es-tratégicos.As obras previstas, sobretudo tendo em conta a dimensão média dos navios da frota mer-cante, vão facilitar a competiti-vidade das soluções logísticas que estão a ser criadas no no-vo corredor intermodal de liga-ção entre as linhas marítimas do Atlântico e a região de Ma-drid, possibilitando a poupan-ça de custos dos navios até aos portos no interior do Mediterrâ-neo, como são os casos de Bar-celona e Valência.

INTERNACIONAL

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

EMPRESA CERTIFICADA

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 24.000

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS VÃO CONTINUAR A AUMENTAR

Os preços das matérias-primas vão manter a tendência de alta nos próxi-mos meses, adianta o Barclays Capital. A recente correcção foi apenas o resultado da volatilidade habitual nestes mercados e não deverá continuar, estimam os analistas daquela instituição fi nanceira.A sustentar a manutenção da tendência de alta está a manutenção da forte procura por parte dos consumidores e dos investidores especulativos. No passado mês de Fevereiro foi atingido mais um recorde em termos de in-vestimento especulativo nos futuros das matérias-primas. A entrada líqui-da de capital ascendeu a cerca de seis mil milhões de dólares, três vezes acima da média registada ao longo do ano passado.

CALÇADO PORTUGUÊS COM MELHOR DESEMPENHO EM DUAS DÉCADASOs empresários da indústria do calçado têm motivos para estarem optimistas. Desde o início dos anos noventa que as exportações não apresentavam resultados tão animadores. O sector contribuiu com vendas de mais de 1,2 mil milhões de euros para a balança comer-cial externa, no ano passado. Houve a capacidade de diversifi car a oferta a novos segmentos de produto.

COMPANHIAS AÉREAS OBRIGADAS A JUNTAREM ESFORÇOSO mercado da aviação está novamente numa nova fase da sua exis-tência. O cenário é de muitas incertezas, tendo em conta o actual panorama global. Certo é que as empresas do sector já antecipam uma descida das receitas. A concorrência continua a acentuar-se, ao mesmo tempo que as questões ambientais são cada vez mais importantes no negócio.

“HÁ UMA GUERRA MUNDIAL PELOS CÉREBROS E PORTUGAL TEM SAÍDO A PERDER”Os melhores alunos das universidades portuguesas saem do país quando obtêm a licenciatura. Com a agravante que a maioria acaba por não voltar ao país de origem, lamentou o ex-ministro Mira Ama-ral, durante uma conferência promovida pela AIMinho sobre inova-ção e conhecimento na competitividade das empresas.

BREVE

NEGÓCIOS E EMPRESAS

BREVE

É necessário olhar o PSD de outros sítios, de mais sítios, de sítios menos prováveis do que o têm feito alguns cronistas, comentadores, analistas (e tudo) nos últimos tempos. Só assim se poderá, porventura, um dia, chegar a perceber melhor, também, os caminhos por que Portugal tem evoluído, as razões por que os cidadãos se distanciam cada vez mais da política e, até, além do mais, as causas que poderão levar a uma profunda possível mudança no sistema político partidário português. E o que se diz no PSD caberá, também, “mutatis mutan-dis”, na análise eventual a outros partidos da democracia de Abril.

É, também, para mim inequívoco que o país que deu à luz o PPD já não existe mais, e que este partido já nada tem a ver com aquele que brotou do entusiasmo de muitos cidadãos ilustres em Maio de 1974. Militante que fui dos primeiros dias do PPD (então em Coimbra) – e ainda que afastado, hoje, das lides partidárias –, posso testemunhar, por minha honra, a metamorfose invocada. E lamentá-la profundamente, apesar do maior esforço de contenção e de compreensão.

É evidente que o mundo também mudou muito desde Abril de 74 e que com tal mudança se esvaeceram paixões, convicções, doutrinas e ideologias em benefi cio do que muitos defi nem pela “política real” ou realismo na política. Mas olhar, hoje, o PPD/PSD é olhar para uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Onde estão, com efeito, os homens que deram alma ao partido e lhe desenharam um destino em termos axiológicos? Jorge Figueiredo Dias, Rui Machete, Costa Andrade, Xavier de Basto, Manuel Lopes Porto… e tantos outros (só falo de vivos) que a memória, traiçoeira, me oculta?

E quem são – e donde vieram – os seus actuais dirigentes? Para além de excelentes tacticistas e não menos bons estrategas, qual é o núcleo de valores que os amarra àquele partido que nasceu enraizado no mais profundo sentir do Portugal profundo e democrático de Abril?

Nos partidos sobram, actualmente, técnicos de publicidade e vendas, gesto-res sem provas dadas, desempregados ambiciosos… e amigos dos amigos dos amigos. Em todos os partidos, sublinhe-se. E gente boa, também, talvez algo desnorteada e saudosa tanto quanto esperançada em novas primaveras. Dos oportunistas de todas as causas não quero, sequer, falar, sabendo bem, porém, que, muitas vezes, ocupam desgovernadamente o leme das maiores responsa-bilidades.

E se tudo isto já não fosse excessivo para o bem-estar dos cidadãos e a digni-dade do Estado, acresce que tomou conta dos meios de comunicação social, em geral, um despudorado interesse pelas mais sórdidas técnicas de publicidade po-lítica. Na verdade, proliferam aí, hoje, os profi ssionais da propaganda, acríticos e sem bom senso, para quem só os lucros contam e, por isso, não se coíbem de transformar o pouco que resta de política verdadeira em circo político.

Afi nal, muito do que aparece e parece real não é, senão, uma mistifi cação propagandística de certas agências de comunicação que, a troco de dinheiro, vendem falsidades sobre factos e pessoas que, julgamos, lideram (mas não lide-ram) a política portuguesa.

É urgente sair desta caverna.

UM OUTRO OLHAR SOBRE O PSD

Olhar, hoje, o PPD/PSD é olhar para uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

antoniovilar@antoniovilarpt

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Fonte: APFIPP

Fonte: INE

Fonte: PEC

1,23 mil milhões de eurosValor que Governo

quer ir buscar em correcções à matéria fiscal

100 milNúmero

de famílias com dificuldades

para pagar à banca

41,4 milhões de euros

Lucro do BCP em Moçambique, no ano passado

Financial Times

europa tem que mudar regras da segurança socialO falhanço nas leis laborais e nas reformas do mercado de produtos po-derá ter consequências muito graves na Europa, nos próximos anos, ainda que a UE escape à crise dos Estados Unidos. O aviso é feito pela OCDE, que insiste na necessidade de as autoridades explicarem aos cidadãos que as reformas são indispensáveis (...).Os políticos devem introduzir maior flexibilidade no mercado laboral, encorajar taxas de participação mais elevadas na força de trabalho e libera-lizar o muito restrito mercado de produtos. Os Governo tem que ganhar o apoio das populações na tomada de medidas menos populares, o que implica o conhecimento dos problemas.

expansión

BBVa diversifica actividade na RússiaO BBVA deu um passo importante no seu negócio de banca empresarial ao entrar no grupo de entidades internacionais que acordou o financia-mento de duas das maiores empresas russas. Em causa estão os grupos petrolífero Rosneft e Russian Railways.No actual momento de incerteza nos mercados financeiros ocidentais, as empresas russas podem ser uma via de diversificação da carteira de crédi-tos, numa economia em crescimento, graças, sobretudo, aos elevados pre-ços das matérias-primas. O BBVA é o único banco espanhol que participa nestas operações de vários biliões de dólares (...).

tendências

antónio MotaO presidente da Mota-Engil tem uma visão integrada e global do sector logístico. A actividade é encarada como de elevado potencial e, face a esta realidade, António Mota optou pela aquisição de uma frota própria de locomotivas e vagões, num investimento de 75 mi-lhões de euros. Mas é também um indicador claro que a construtora quer estar em várias frentes da economia. A estratégia é adequada, face à globalização e à instabilidade recorrente nalguns sectores. Os investimentos sucedem-se, não tendo a Mota-Egil que esperar muito pelo respectivo retorno.

cavaco silvaO Presidente da República tem desenvolvido um mandato acima das expectativas. Por cá tem agido com ponderação e bom senso, enquanto as suas idas ao estrangeiro têm uma forte vertente em-presarial. Foi o que sucedeu na sua visita a Moçambique, durante a qual foram assinados vários acordos. Acompanhado por vários em-presários, Cavaco apelou ao investimento naquele país, em paz e com um importante potencial de crescimento.

Mário linoO ministro das Obras Públicas parece não ter retirado quaisquer lições do caso do aeroporto. Vai pelo mesmo caminho quanto ao traçado do TGV. Já veio a terreiro garantir que o traçado está defi-nido. No entanto, é sabido que nova polémica está na calha, espe-cialmente na zona da Serra dos Candeeiros. O próprio processo não tem sido transparente. Os traçados propostos foram vetados pelos técnicos. O problema foi solucionado da pior maneira, com o afas-tamento daqueles profissionais.

Maria de lurdes rodriguesOs recentes números sobre a violência nas escolas são deveras pre-ocupantes. Ora, um dos objectivos centrais do Ministério da Educa-ção era a integração dos alunos no sistema escolar, pelo que foram tomadas medidas nesse sentido. Tendo em conta o que se está a passar, incluindo a perda de autoridade dos docentes, as mesmas falharam. É despropositado a ministra afirmar que há um aproveita-mento político dos casos de violência escolar. É a já tradicional fuga às responsabilidades dos políticos.

econóMetro

Factos relevantes

Exportações atingiram mais de 1,2 mil milhões de euros

calçado português com o Melhor deseMpenho Em duas décadas

A indústria nacional de cal-çado atravessa um dos seus melhores momentos de sem-pre. As exportações cresceram 9,2% em quantidade, no ano passado, para 70 milhões de pares, e 5,5% em valor, para 1230 milhões de euros. A rea-lidade é que este foi o melhor desempenho do sector desde o início dos anos noventa.

É um facto que o país não está só a aumentar as exporta-ções de calçado, também teve

a capacidade de diversificar a oferta a novos segmentos de produto. De facto, para além do crescimento das vendas de calçado em couro nos merca-dos externos, também se regis-taram acréscimos nos segmen-tos impermeável, plástico e materiais têxteis. O que signi-fica que esta indústria se tem adaptado às novas condições de mercado, especialmente à concorrência de países tercei-ros. De salientar ainda que,

pela primeira vez, foi superada a barreira de 90% da produção para exportação.

A Europa continua a ser o destino preferencial para a ex-portação do calçado nacional. As vendas cresceram mais de 10%, para 65 milhões de pa-res. Por sua vez, a França, no ano passado, consolidou a sua posição de principal mercado, com um crescimento superior a 20%, para cerca de 19 mi-lhões de pares.

reabilitação urbana à EspEra dE um perA reabilitação das zonas de-

gradadas das principais cidades portuguesas terá de seguir um caminho idêntico àquele que foi seguido pelo Plano Especial de Erradicação de Barracas (PER). Nessa altura, milhares de barracas foram demolidas e os habitantes realojados. As ci-dades precisam agora de uma intervenção de fundo, de modo a que nos aproximemos dos pa-

drões europeus, de acordo com a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS).

O governo terá que dar a este problema a atenção que o mesmo merece e criar os me-canismos necessários a uma in-tervenção de fundo e atribuir a necessária dotação financeira.

Neste caso, é certo que a grande fatia do investimen-

to caberá ao sector privado, pelo que o esforço associado à componente pública será substancialmente reduzido. Não se trata de cidades que se caracterizam apenas por edi-fícios em avançado estado de degradação. O que se passa é que muitos desses edifícios ameaçam ruir a qualquer mo-mento, colocando em risco a segurança de todos.

Preços na Produção industrial abrandam(variação homóloga, em %)

défice orçamental tende a melhorar (em % do Pib)

revista de iMprensa

Vab estagna na silVicultura (em milhões de euros)

sexta-feira, 28 março de 2008actualidade4

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1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

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Já está aberta a segunda fase de candidaturas ao Sistema de Incen-tivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT), para projectos de criação e reforço de competências internas (criação de centros e núcleos de I&DT) e projectos promovidos por empresas in-dividuais.

O PO Factores de Competitividade (investimentos de médias e grandes empresas) é o mais beneficiado com o reforço de dotação orça-mental na segunda fase de candidaturas ao QREN. A Região de Lisboa passa também a ter acesso aos apoios, ao nível dos núcleos e centros de I&DT.

PO Factores de Competitividade recebe mais 10 milhões

Ao nível do SI I&DT, a segunda fase abre com avisos separados para candidaturas de projectos de I&DT “Empresas Individuais” (aberto a 17 de Março) e em “co-promoção” (a abrir em 3 de Abril).

A presentação das candidaturas de projectos de I&DT de empresas individuais deixou, assim, de ser feita em conjunto com as candida-turas dos projectos em co-promoção. Estes projectos, realizados em parceria entre empresas e entre estas e entidades do SCT, visam um aproveitamento de competências e interesses comuns, através de uma sinergia de custos e riscos

No que respeita aos projectos de I&DT de empresas individuais, a dotação orçamental cresce de 26 440 euros para 37 300 euros euros, ou seja, na segunda fase de candidaturas, as empresas vão receber mais de 12, 6 milhões de euros de apoios do QREN.

Grande parte deste reforço financeiro vai para o PO Factores de Competitividade, que recebe mais 10 milhões de euros.

Região do Norte com apoios reduzidos

O sistema de incentivos I&DT, do Quadro de Referência Estratégi-ca Nacional (QREN), visa aumentar a competitividade das empresas e promover a articulação destas com as entidades do SCT (Sistema Científico e Tecnológico). São apoiados projectos de I&DT promo-vidos por empresas que apostem em investigação industrial e desen-volvimento experimental que possam levar à criação ou melhoria de produtos, processos ou sistemas.

No que diz respeito a projectos de criação e reforço de competências

internas de I&DT, abriram também no passado dia 17 deste mês as candidaturas para projectos de criação de núcleos de I&DT promovi-dos por PME e centros de I&DT.

Os projectos que tenham ido a concurso na primeira fase ou cujos processos ainda estejam a decorrer não podem apresentar nova can-didatura. A segunda fase inclui a possibilidade da região NUTS II de Lisboa apresentar candidatura.

Na avaliação do mérito do projecto fica excluído o “grau de compro-misso em termos de metas de resultados”.

O orçamento global para os projectos de criação e reforço de com-petências internas de I&DT é, nesta segunda fase de abertura de can-didaturas, de 16 250 mil euros, o que corresponde a um aumento de pouco mais de dois mil euros relativamente à primeira fase.

A diferença deve-se, sobretudo, ao orçamento disponível para a Re-gião de Lisboa, que não estava prevista na primeira fase da candidatura e agora é contemplada com um apoio de dois milhões de euros. O PO Regional do Norte perde 200 mil euros para compensar o PO Regio-nal do Centro.

Ao nível das restantes regiões os apoios são praticamente os mesmos da primeira fase.

As candidaturas ao SI I&DT, seja dos projectos de empresas indi-viduais, seja de criação de núcleos de I&DT e de centros de I&DT, devem ser apresentadas até ao dia 15 de Maio.

A legislação, os avisos de abertura de candidaturas e respectivos for-mulários encontram-se disponíveis no site do QREN www.incentivos.qren.pt.

MARIANA PINTO E VIRGÍLIO FERREIRA

Preço do leite sobe no consumidor e baixa no produtor

sexta-feira, 28 Março de 2008 5aCtualidade

O PO Regional do Norte

perde 200 mil euros para compensar

o PO Regional do Centro.

Marca Produto Preço Preço

em2007 em2008

Agros,MimosaeGresso Lt./LeiteUHTGordo 0,81 0,85

Agros,MimosaeGresso Lt./LeiteUHTMeiogordo 0,76 0,80

Agros,MimosaeGresso Lt./LeiteUHTMagro 0,79 0,83

Mimosa Lt./LeiteUHTCresc.1-3anos 1,22 1,28

Agros Lt./LeiteChocolatado 1,50 1,58

Agros Kg/QueijoFlamengoBola 7,70 8,24

Gresso Kg/QueijoFlamengoBola 7,37 7,89

Mimosa Kg/QueijoFlamengoBola 7,15 7,65

(Continuação da primeira página)

A subida dos preços tem dado origem ao aumento das importa-ções e exportações de leite entre Portugal em Espanha, seja a gra-nel, seja como produto embalado.

Os transformadores e distribui-dores espanhóis estão a comprar cada vez mais leite cru aos agri-cultores portugueses, beneficiando dos preços mais baixos que se pra-ticam no mercado. Em sentido in-verso, várias empresas portuguesas de distribuição estão a importar leite UHT embalado por empresas espanholas, conseguindo um dife-rencial de preço favorável.

Em algumas zonas do Nordeste Transmontano onde existem bas-tantes produtores de leite, a Agros tem perdido uma grande parte do seu aprovisionamento, estando a produção de leite cru a ser com-prada por empresas espanholas.

A proximidade de Espanha tem ajudado a elevar os preços na com-pra e a travar a subida do preço de venda ao público.

Valor das quotas em queda acentuada

Apesar de representar um dos sectores mais competitivos da agricultura portuguesa, o actual modelo de produção leiteira está seriamente ameaçado. Baseado em pequenas explorações agrícolas fa-miliares, o modelo que existe em Portugal está a ser confrontado com o agravamento do preço das rações e dos custos de exploração, a falta de continuadores nas explo-rações agrícolas e as normas cada vez mais exigentes a nível ambien-tal.

O valor de venda das quotas de produção (o direito a produzir e vender leite no mercado atribuído a cada exploração agrícola) tem vindo a diminuir drasticamente, reflectindo a perda de interesse por esta actividade. Um agricultor do Mindelo, nos arredores do Por-to, encerrou a exploração leiteira,

passando a dedicar-se à cedência da casa agrícola para casamentos e baptizados. Segundo revelou à “Vida Económica”, o valor da ven-da da quota de produção cedida a um cidadão holandês que vai pro-duzir leite em Arraiolos foi apenas de três cêntimos por kg, quando há dois anos valia no mercado J0,40/kg, ou seja, 12 vezes mais.

Normas penalizadoras e restritivas

Vários produtores de leite ma-nifestaram à “Vida Económica” a sua preocupação quanto aos efei-tos das normas e exigências que enquadram a sua actividade. Uma grande parte das explorações não se encontra licenciada a nível ca-marário, o que obriga à elaboração de projectos com custos agravados e imposições que têm dificuldade

em cumprir. Por exemplo, as nor-mas em vigor não permitem que as explorações de leite estejam junto à residência do agricultor, quando na maior parte dos casos é isso que acontece. O sector baseia-se em pequenas explorações que só são viáveis como centro da economia comum dos agregados familiares.

A nível ambiental, as exigências são cada vez maiores e mais restri-tivas. Todas as explorações vão ser obrigadas a ter um equipamento para tratar os dejectos dos animais que representa um investimento mínimo de 20 000 euros. O cul-

tivo dos terrenos também está su-jeito a normas e condicionamen-tos. Por exemplo, as regras em vigor proíbem a fertilização dos terrenos com estrume a menos de 50 metros dos regatos e cursos de água. Mas, frequentemente, nas zonas de minifúndio os terrenos têm menos de 50 metros de lar-gura.

Nova geração menos disponível para a actividade

Grande parte das pequenas explorações agrícolas e familia-res está ameaçada pela falta de continuadores. A actual geração de agricultores que se dedica à produção de leite tem dificuldade em passar o testemunho aos mais novos.

Trata-se de uma actividade exi-gente, assegurada em permanên-

cia pelos elementos do próprio agregado familiar, e onde há pou-ca contratação de mão-de-obra externa.

Como depende da assistência permanente aos animais, não per-mite ter férias, nem fins-de-sema-na, nem feriados. Todos os 365 dias do ano são dias de trabalho. Esta exigência é dissuasora para a maioria dos candidatos.

Com o agravamento dos cus-tos e a quebra da rentabilidade o futuro de uma grande parte das explorações está amaeaçado.

LuÍs ROdRIGuEs

LactogaL fixa preços

Grandes eMpresas “enGoleM” incentivos

do Qren

O valor de venda das quotas de produção tem vindo a diminuir drasticamente, reflectindo a perda de interesse por esta actividade.

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Vida Económica – A política orçamental na área do euro é o tema do livro que acaba de escrever. Eu per-gunto: o que é que destacaria desta obra? Da sua inves-tigação, o que é que resulta de mais polémico?

João Loureiro – Polémica não tem nenhuma. Vamos lá ver: o livro que acabo de escrever não se pode incluir no campo da investigação científica. É, sobretudo, um livro de divulgação, um trabalho que visa tratar de alguns problemas técnicos, é certo, mas de uma forma acessível. Afinal, qual é o grande objectivo deste trabalho? Posso dizer que é levar as pessoas a perceberem o que está em causa em termos de política orçamental. Algo que, como sabemos, em Portugal e por más razões, tem vindo a constituir-se como um tema de actualidade e vai, aliás, continuar a sê-lo.

Estamos a falar de um livro que analisa a política orça-mental, no caso particular da área do euro, de acordo com as diferentes perspectivas com que é, tipicamente, estudada, analisada. Mas isto, como já referi, de uma forma sustenta-da, com rigor, ou seja, muito diferente daquela que é utiliza-da, por exemplo, nos artigos de opinião.

VE – E que más razões são essas? O que leva a que a nossa política orçamental seja sempre um problema para os Governos e estes sintam tantas dificuldades em resolvê-lo?

JL – Bom, em relação à política orçamental que temos, agora, é uma política de aperto. E quando falo de política de aperto, falo de restrições em termos de despesa, aumento da carga fiscal. Mas, voltando à sua pergunta: por que razão ela existe? Ela existe, porque se estão a pagar os erros do passado.

O Governo, a nação, as contas públicas, devo lembrar, funcionam exactamente como o orçamento de uma família. Se esta gasta acima do que pode numa determinada altura, mais tarde ou mais cedo, vai ser obrigada a “apertar o cinto”. Ora, é isso que está a acontecer connosco.

VE – Ou seja, esta, mais do que uma questão de eco-nomia, é uma questão de política, de má governança?

JL – Penso que estamos perante o resultado de más deci-sões do passado em termos de política orçamental. Ou seja, estamos, hoje, a pagar, a inverter os erros que foram come-tidos no passado.

VE – Estamos, em concreto, a falar de que erros? De desperdício na função pública, de maus investimen-tos?

JL – Ora, o que aconteceu foi que, a partir dos anos 90, as taxas de juro, quando sabíamos que Portugal ia entrar no euro, começaram a descer automaticamente, acontecendo, em consequência, uma outra coisa: as famílias ficaram com a sensação de que tinham mais capacidade aquisitiva. Isto, por sua vez, levou a um aumento da procura privada quer por parte das famílias quer por parte das empresas. Foi, aliás, aí que se deu o boom imobiliário.

Ao mesmo tempo que se registavam estes fenómenos, o Go-verno promovia políticas orçamentais expansionistas. Ou seja, nós tínhamos uma fogueira a arder e, de alguma forma, atirá-mos para lá gasolina. Resultado? A economia portuguesa cres-ceu muito durante alguns anos, mas de uma forma artificial, com o Estado a assumir despesas que, agora, tem dificuldades em cumprir, porque há menos dinheiro. De facto, foi assumi-da uma política pró-cíclica, foram assumidos determinados tipos de compromissos e, agora, temos nas mãos um conjunto de nós que precisamos, que tentamos desatar.

João Loureiro, docente da FEP e perito na área orçamental, diz que o problema orçamental ainda não foi resolvido

“Não há condições rigorosamente nenhumas para descer os impostos”O Governo está a fazer aquilo que deve ser feito para conter o défice e colocar, de novo, as nossas contas públicas em ordem. Quem o diz é um perito na matéria, João Loureiro, professor da FEP (Faculdade de Economia do Porto) e autor de um livro (ver caixa)com a chancela da “Vida Económica” sobre a política orçamental na área do euro.Então, surge a pergunta: já temos condições para diminuir os impostos? Aqui, João Loureiro tem uma opinião diferente e diz que, em bom rigor, não há “condições”para que isto aconteça. Para já, equilibrámos o saldo orçamental, agora é preciso olhar para a questão de fundo: a correcção da despesa corrente do Estado.

Um livro que já fazia falta na cena editorial portuguesa. Estamos a falar da obra de João Loureiro, professor da FEP – “Política Orçamental na Área do Euro” –, que sur-ge no mercado com a chancela do grupo editorial “Vida Económica” e apoio da PricewaterhouseCoopers, e que foi apresentado, esta quinta-feira, dia 27, na Fundação de Serralves. Num evento que contou com a presença de Teixeira dos Santos – foi o próprio ministro das Finanças o responsável pela apresentação do livro —, todos os presentes tiveram a oportunidade de ouvir um pouco mais sobre um tema que acaba, ainda que à primeira vista possa não parecer,

por ter implicações na vida de todos nós enquanto portu-gueses e europeus. Só para abrir um pouco o “apetite” do leitor, estamos a falar de assuntos como a eficácia da política orçamental na perspectiva de um país da UEM (União Económica e Monetária), do estado da política orçamental, em Portu-gal. Ou ainda dos saldos orçamentais dos países numa UEM12, bem como do conflito de objectivos e de políti-cas macroeconómicas. Como o leitor pode verificar pela entrevista que, aqui, realizámos, assuntos que foram para nós o mote de um trabalho que esperamos seja informati-vo e esclarecedor da importância dos mesmos.

TEixEira dos sanTos aPrEsEnTa LivrosobrE PoLíTica orçamEnTaL na árEa do Euro

VE – A existência de uma política orçamental restriti-va, como falou há pouco, é uma das razões que justifi-cam o nosso parco crescimento?

JL – Continuando a fazer um pouco a história, devo dizer que, em Portugal e no resto da Europa, nos últimos anos, as-sistimos a uma situação de abrandamento económico. Ora, com este quadro é natural que as receitas tendam a cair, e os défices a aumentar, com Portugal a incorrer numa situação de défice excessivo, isto à luz do PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento).

Durante alguns anos ainda assistimos a alguns truques: lembro o episódio da nacionalização do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos.

VE – Ou seja, Portugal está assim não por causa dos 3% do défice, mas antes devido ao mau desempenho da economia? Não concorda, por isso, com aquela tese que diz que este valor é demasiado apertado?

JL – Não, não é verdade.

VE – Este limite poderia ser de 5%?JL – Se tivéssemos um limite de 5%, em vez de ultrapassar-

mos a meta dos 3%, estaríamos a ultrapassar os 5%. Como tal, desacordo, em absoluto, com essas teses. Só se diz que os 3% são excessivos quando se fazem asneiras. E foi isso que aconteceu, em Portugal. Temos o exemplo da Espanha, aqui ao lado, para quem os 3% não foram excessivos. Os nossos vizinhos chegam, mesmo, a ter excedentes orçamentais e isto acontece porque fizeram o trabalho em devido tempo.

No nosso caso, o défice levou as nossas autoridades, algo que está a acontecer no momento, a procederem a correc-ções. Já que nós não conseguimos autodisciplinar-nos, pen-so que é positiva a existência de regras supranacionais.

VE – Considera que o Governo já aprendeu com os erros do passado e está a fazer o trabalho de casa bem feito?

JL – Penso que está a fazer aquilo que tem de ser feito. É evidente que se podem, na minha óptica de economista, criticar algumas opções em termos de política, de pormenor, não ao nível das grandes decisões.

E quando em política de pormenor, falo da mobilidade dos funcionários públicos. Será que esta é a medida mais adequada? Haverá alternativas? As soluções poderiam ser diferentes, mas, de facto, estou de acordo com as grandes linhas adoptadas. Estou de acordo com o aumento das re-ceitas e com a contenção da despesa, ainda que os resultados deste trabalho sejam mais demorados e a sua concretização mais lenta. Mas a solução passa necessariamente por aqui.

VE – Uma política orçamental restritiva tem necessa-riamente efeitos negativos no investimento. Eu pergun-to: estes cortes podem prejudicar o tecido empresarial português? Será que o investimento deixa de ser um efeito dinamizador, multiplicador de riqueza?

JL – Francamente, penso que não. No passado, o inves-timento público estava empolado com obras que, apesar de terem esta qualificação, em nada contribuíram para a rique-za nacional. O exemplo mais óbvio são os estádios de futebol que acabaram por ser uma má aplicação dos recursos, dos impostos dos contribuintes.

VE – Esta falta de investimento, ainda que de forma indirecta, não acaba também por afectar as PME?

JL – Penso que, fundamentalmente, a competitividade da economia portuguesa e o crescimento de Portugal passam por um aumento da competitividade, mas em termos inter-nacionais. O tipo de investimento que é exigido, na minha óptica, é mais de natureza imaterial e não tanto físico, em activos físicos.

VE – O controlo das contas públicas, do défice, é mui-tas vezes utilizado como argumento para não diminuir os impostos. Um argumento válido? Uma vez que o dé-fice já está numa fase de maior controlo, eu pergunto: há condições para realizar estas alterações?

JL – Rigorosamente nenhumas. Até poderá existir, por razões eleitorais, descida de impostos no próximo ano, em 2009, mas estou em desacordo. Não nos podemos esquecer dos nossos compromissos ao nível das contas públicas, do seu equilíbrio. O problema orçamental ainda não foi resol-vido, o problema orçamental está por resolver. O que conse-guimos foi equilibrar o saldo orçamental ou orientarmo-nos nesse sentido, através daquilo que estava mais à mão: o au-mento das receitas, por um lado, e a diminuição de investi-mento, por outro.

Agora, onde é fundamental actuar? Ao nível da despesa corrente, como já disse. Quando, de facto, se conseguir di-minuir o peso da despesa corrente no PIB, aí, sim, estaremos em condições de, em paralelo, reduzir a despesa e, de uma forma paulatina, a receita. Agora, começar por reduzir as receitas e ficar à espera que, um dia mais tarde, as despesas diminuam, isso é garantidamente cair, de novo, numa situa-ção de desequilíbrio orçamental.

SANDRA [email protected]

“A economia portuguesa cresceu muito durante alguns anos, mas de uma forma artificial, com o Estado a assumir despesas que, agora, tem dificuldades em cumprir”, destaca João Loureiro, docente da FEP.

sexta-feira, 28 março de 2008ACTUALIDADE6

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centemente, há cerca de 15 dias, assinaram com o Governo um conjunto de protocolos de apoio à internacionalização das empre-sas do sector.

Sobre uma recomendação da Assembleia da República que visa a criação de uma sistema de apoio às PME no âmbito do QREN – neste intervêm associações e au-tarquias, entre outros parceiros -, Paulo Nunes de Almeida mostra-se a favor, mas faz alguns reparos. O presidente da ATP lembra que já temos as estruturas que preci-samos para fazer face às nossas necessidades.

sandra [email protected]

Paulo Nunes de Almeida, presidente da Associação Têxtil e Vestuário, afirma

“Vamos ser sempreuma instituição muito atenta e reivindicativaem relação ao QREN”

As associações empresariais têm um papel reduzido em tudo aqui-lo que diz respeito ao QREN. Será que é mesmo assim? O que pen-sa sobre isto a ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal)? O seu presidente, Paulo Nunes de Almeida, com que falámos no âmbito da apresentação do plano estratégico para o sector – um evento que decorreu, esta semana, no Citeve, em Famalicão, e que contou com a presença de altas figuras do Estado e de empresá-rios do meio -, sem responder di-rectamente à questão, sempre vai dizendo que a ATP vai estar mui-to próximo do poder político em tudo aquilo que disser respeito ao QREN. “O poder político vai ter sempre na ATP uma instituição muito atenta e reivindicativa em relação a estas questões”.

E tanto assim é que a ATP con-seguiu já, no passado, ver respon-didas algumas das suas solicita-ções. As palavras de Paulo Nunes de Almeida são reveladoras disto mesmo: “No final do ano passa-do, conseguimos influenciar o poder político por forma a que este pagasse com maior celeridade verbas em atraso ainda relativas ao anterior quadro comunitário”. Mas, esta relação próxima, como já vimos, não se fica pelo passado, com Paulo Nunes de Almeida a referir à VE que, ainda muito re-

Vida económica – Que balan-ço é que faz da segunda fase das candidaturas ao Qren?

Nelson de Souza – Devo dizer que a segunda fase dos concursos ainda está a decorrer. Aliás, neste momento, estamos à espera da entrada de novas candidaturas. A nossa prioridade passa, no entan-to, por tomar decisões e tomar de-cisões rápidas em relação àquelas que já estão connosco desde finais de Janeiro.

E é isso que estamos a fazer. Já assinámos os primeiros contratos há cerca de três semanas, seguin-do-se, agora, um conjunto de de-cisões sobre esta primeira fase de candidaturas. Conforme disse, estamos expectantes em relação aos concursos que já se encontram abertos e que terminarão grosso modo, até finais de Abril, princí-pios de Maio.

Ve – segundo notícias vindas a público, registam-se, no mo-mento, atrasos informáticos que poderão comprometer as verbas do Qren. isto confirma-se?

NS – Nós temos um determina-do ritmo de entrada de candida-turas, seguindo-se um período de decisão, cabendo, posteriormente, aos empresários a sua execução. Só depois é que há motivos para avan-çar com as verbas. Dito isto e desta

Nelson de Souza, gestor do PO Factores de Competitividade,fala da primeira fase de candidaturas

“Já assinámos os primeiros contratos”Que balanço é que se pode fazer do QREN até ao momento? Segundo Nelsonde Souza, gestor do POFC (Programa Operacional Factores de Competitividade), com certeza, positivo. Afinal, já foram assinados os primeiros contratos relativosà primeira fase de candidaturas. “Já assinámos os primeiros contratos há cercade três semanas, seguindo-se, agora, um conjunto de decisões sobre esta primeira fase de candidaturas”, revelou Nelson de Souza à VE.

maneira, apenas, me resta acrescen-tar que o dinheiro não vai faltar de quando este for necessário, de cer-teza absoluta.

Ve – a assembleia da re-pública acaba de recomendar ao Governo a criação de um sistema de apoio à gestão das PMe no âmbito do Qren. Que comentário lhe merece esta ini-ciativa?

NS – A questão é a seguinte: tudo o que se fizer para manter as PME informadas sobre os incen-tivos de apoio do QREN, é, na nossa opinião, necessário e deverá ser feito.

Nós já temos um conjunto de iniciativas no terreno. Aliás, já tomámos conhecimento desta de-liberação da Assembleia da Repú-blica, a qual nos vincula e à qual temos de dar cumprimento. Va-mos fazê-lo com base na estrutura que temos no terreno, ou seja, as associações empresariais, as asso-ciações de municípios.

Ve – não prevê uma convi-vência difícil entre associações e autarquias?

NS – Não, não. Se todos es-tes agentes que estão no terreno, incluindo, as agências públicas como o IAPMEI, o AICEP, se to-dos pensarem nas empresas vai ser muito fácil chegar a uma solução comum no que diz respeito à ofer-ta de serviços.

Ve – a inclusão de LVT (Lis-boa e Vale do Tejo) no Qren é visto com algumas críticas. Como é que comenta isso?

NS – Lisboa e Vale do Tejo está no QREN, mas diria que não está de corpo inteiro, porque não tem recursos. De qualquer modo, devo dizer que os recursos não estão nem a mais nem a menos. Estes estão a ser aplicados na sua devida medida.

sandra [email protected]

das empresas. Posso garantir que 95% dos processos que estão devidamente instruídos têm os pagamentos feitos. Em relação à complexidade, posso, apenas, acrescentar que este é um aspecto

que merece da nossa parte algum segui-mento, acompanha-mento. Naturalmen-te que é do interesse do Governo e tam-bém dos empresários que estes tenham um acesso tão simplifica-

do quanto possível ao QREN.

Ve – existem também críti-cas ao facto de LVT (Lisboa e Vale do Tejo) não ter sido in-cluída no Qren?

MP – Tem de compreender que a questão de Lisboa e Vale do Tejo é uma imposição de Bru-xelas e não uma escolha.

Manuel Pinho, ministro da Economia e da Inovação, destaca a celeridade do QREN

“Posso garantir que os processos que estão devidamente instruídos têm os pagamentos feitos”

Vida económica – a as-sembleia da república acaba de recomendar ao Governo a criação de um sistema de apoio à gestão das PMe no âmbito do Qren. a accioná-lo, numa lógica de parcerias, estariam entidades como as câmaras municipais, adminis-tração central, as associações empresariais. Como comenta esta recomendação?

Manuel Pinho – Sou o res-ponsável pela coordenação do chamado POFC (Programa Operacional Factores de Com-petitividade) e o que lhe posso dizer é que temos feito tudo o que é possível para que os con-cursos sejam elaborados a tempo e os resultados sejam, inclusive, divulgados antes do tempo esti-pulado.

Naturalmente que estou aber-to a todas as sugestões, mas devo

também dizer que temos de ter, em relação a estas questões, um pouco de tranquilidade, avaliar as diferentes fases, os pontos que

podem ser alvo de melhoria. Creio, no entanto, que a opi-

nião do sector empresarial, pelo menos até agora, é muito positi-

va quer em relação à forma como abriu o QREN quer à forma como estão a decorrer os primei-ros concursos.

Ve – Há empresários que se queixam, precisa-mente, do contrário. estes dizem que o Qren é muito mo-roso, muito comple-xo. Que balanço é que faz da segunda fase de candidatu-ras?

MP – Não, não, atenção. Em relação a este assunto, devo es-clarecer que assistimos ao en-cerramento da primeira, os dois primeiros concursos da primeira fase já foram divulgados, faltan-do, agora, o terceiro.

Sobre o outro assunto que fo-cou, a celeridade dos pagamen-tos, não há queixas por parte

O QREN é moroso e complexo. Algumas das críticas que são apontadas a este quadro de referência. Manuel Pinho, ministro da Economia e da Inovação e responsável, no âmbito do QREN, pelo POFC (Programa Operacional Factores de Competitividade), não está, naturalmente, de acordo e afirma à VE que os “processos que, estão, devidamente, instruídos têm os pagamentos feitos”.

sexta-feira, 28 Março de 2008 7QREN

“Os concursossão elaborados

a tempo”

“Creio que a opinião do sector empresarial, pelo menos até agora, é muito positiva quer em relação à forma como abriu o QREN quer à forma como estão a decorrer os primeiros concursos”, sublinha Manuel Pinho, ministro da Economia e da Inovação.

sandra [email protected]

ATP e Governo assinaram um conjunto de protocolos de apoio à internacionali-zação, referiu Paulo Nunes de Almeida.

“Tudo o que se fizer para manter as PME informadas sobre o QREN, é necessário e deverá ser feito”, destaca Nelson de Souza.

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UE publica dados de todos os receptores de apoios agrícolas

As administrações dos países da União Europeia deverão tor-nar públicos, antes de Abril de 2009, os dados de todos aqueles que receberam ajudas da Política Agrícola Comum. A obrigação integra-se numa norma aprovada pela Comissão. Os dados serão publicados na internet, devendo constar o nome completo, o mu-nicípio, o código postal de cada beneficiário, assim como o valor da ajuda, quer de pagamentos di-rectos, quer de desenvolvimento rural.

A Comissão pretende, sobre-tudo, garantir mais transparência na atribuição de dinheiros públi-cos. De notar que as autoridades também terão que comunicar aos beneficiários destes apoios que a referida informação será publica-da e terão os direitos estabelecidos nas regras para a protecção de da-dos. A transparência é vista como essencial para melhorar a gestão dos fundos agrícolas e reforçar o controlo público sobre a utiliza-ção de verbas comunitárias.

As informações vão constar de forma harmonizada nos sítios geridos pelos países comunitá-rios, de modo a que os cidadãos possam saber quanto dinheiro recebeu cada pessoa ou empresa, proveniente dos fundos agrícolas. A regulação estabelece os detalhes de um acordo dos ministros da União Europeia para assegurar a publicação das subvenções e é parte das iniciativas de Bruxelas para garantir a transparência dos gastos dos fundos da União Eu-ropeia.

A Comissão facilitará estes da-dos na sua página web, que in-cluirá ligação aos casos nacionais. Aliás, a recolha de dados já está acontecer junto de alguns países da União Europeia, exactamente para se ter uma ideia mais concre-ta para onde vão esses apoios.

Companhias aéreas obrigadas a juntarem esforços

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O mercado do transporte aéreo europeu depara-se com um cená-rio carregado de incertezas. São os desafios e os problemas comuns do sector, mas também a mudan-ça nas expectativas económicas. O consumo está a abrandar, há uma moderação no crescimento e o preço do petróleo continua a não dar tréguas, com as compa-nhias a verem-se perante custos inesperados.

Para o ano em curso, as com-panhias aéreas europeias já pre-vêem uma descida nas suas recei-tas, pelo que a actual velocidade cruzeiro tende a abrandar. Um dos aspectos determinantes nes-te cenário passa pela forte con-corrência que se faz sentir neste mercado. Há excesso de oferta e a guerra nas tarifas está ao ru-bro. O agravamento do preço do combustível também contribuiu para uma descida das receitas médias por passageiro. As com-panhias de baixo custo estão em força no mercado, o que intro-

duz uma concorrência acrescida no sector.

Os analistas estão convencidos que esta situação complicada vai obrigar a alterar as regras do jogo. Isto é, tudo indica que as com-panhias terão que juntar esforços para fazerem face aos desafios que se colocam. Todavia, tal facto não coloca de parte a necessidade de dar resposta a outros desafios, como os aspectos relacionados com a segurança, o movimento cada vez maior em termos ae-roportuários na Europa ou as elevadas taxas dos aeroportos. Entretanto, continua por se con-cretizar o mercado único europeu do transporte aéreo.

Este último aspecto assume especial importância na actu-al conjuntura, já que permitiria optimizar os voos, a eficiência das companhias e, portanto, re-duzir os custos, numa altura di-fícil como aquela que se atravessa neste momento. Mas os especia-listas do sector também admi-

tem que existem algumas boas oportunidades que podem ser aproveitadas. É o caso do acordo de “céus abertos” entre a Europa e os Estados Unidos. Vai tornar possível uma maior concorrência entre os dois lados do Atlântico. As companhias europeias podem tirar vantagens deste importante acordo.

É muito possível que o presen-te exercício seja menos rentável para as companhias aéreas, mas não é menos verdade que algu-mas estão preparadas para o que vem a seguir. A realidade é que a compra de novos aparelhos não tem registado uma quebra, o que significa que há confiança nos novos tempos. A nova geração de aviões consome bastante me-nos e há fortes preocupações am-bientais. Com aparelhos bastante maiores é possível ainda reduzir o número de voos. As companhias mais amigas do ambiente e mais eficazes vão tirar vantagens neste cenário muito complexo.

sexta-feira, 28 Março de 2008internacional8

EDF e ACS preparam aquisição de Iberdrola e Unión Fenosa

O panorama energético espa-nhol pode estar em vias de sofrer uma profunda alteração. Aliás, uma situação que também aca-bará por se fazer sentir em todo o sector a nível europeu. É sabi-do que o grupo francês eléctrico EDF e a construtora espanhola ACS possuem um projecto co-mum para lançarem duas OPA sobre a Iberdrola e a Unión Feno-sa. Negócios que envolverão cerca de 64 mil milhões de euros.

A dimensão dos negócios é deveras surpreendente. Com as dívidas incluídas – e sem contar com eventuais prémios – o plano envolve qualquer coisa como 91 mil milhões de euros. Um valor recorde no sector energético eu-

ropeu. Ambos os grupos revela-ram o interesse em entrarem em força no sector energético espa-nhol, mas não avançaram com muitos pormenores. Apenas ad-mitem que existem conversações preparatórias.

A construtora ACS, uma das maiores da Europa, é primeira accionista da Unión Fenosa, o terceiro maior grupo energético espanhol, sendo que detém mais de 45% do seu capital. Além dis-so, também está na Iberdrola, com uma participação de 7,7% e ainda opções sobre 5,2% do res-pectivo capital. A operação que se antevê é complexa e tudo indica que ainda levará muito tempo a ser realizada. A EDF lançaria uma

oferta de aquisição sobre a Feno-sa, ficando com a participação da ACS. Esta, por seu lado, lança-ria uma OPA so-bre a Iberdrola, desmontando-a a seguir, ceden-do uma parte do capital do grupo à eléctrica fran-cesa.

As coisas não se ficam por aqui. No âmbi-to deste plano, a ACS venderia à EDF os anti-gos activos do grupo britânico Scottish Power, comprados pela Iberdrola no ano passado. Em

termos de capitalização bolsis-ta, importa notar que a Unión

Fenosa vale perto de 13,2 mil milhões de euros, enquanto a Iberdrola está perto dos 51 mil milhões de euros.

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As bodas do fiscoA. mAgAlhães pintoEconomista

[email protected]://poliscopio.blogspot.com

Nem de propósito. Recebi hoje o convite para ser padrinho de ca-samento de uma pessoa das mi-

nhas relações. Vou ser padrinho da noi-va. Devo dizer que foi com alvoroço que recebi o convite. Assisti ao crescimento da miúda, desde o berço, e sempre nu-tri uma profunda afeição, bem para além da que os laços familiares justificam. Provavelmente porque, não tendo sido abençoado nem sequer pela prole míni-ma, nela via o rebento que eu nunca tive. Esta era a oportunidade de dar largas ao contentamento com que ela iluminou a minha vida. Já me parecia estar a vê-la a subir ao altar, no seu imaculado vestido branco, com uma cauda de pelo menos sete metros. Não me ia ficar barato o vestido. Paciência. Um dia não são dias. E casamento de pessoa querida acontece poucas vezes na vida.

Estava eu neste deleite quando o locu-tor da rádio começou a lançar nuvens no cenário azul e radioso que eu estava já a imaginar. Que o Fisco queria ser consul-tado, nem que fosse a posteriori, sobre a festa que eu queria oferecer à “minha” noiva. A boda deixava de ser minha e dos noivos. Passava a ter um convida-do inesperado. O Fisco. Pior. Ele fazia-se convidado, uma vez que ninguém o convidara. Era um desconvidado. Arma-do dos pistolões da Lei, qual bandido do faroeste, surgia e dizia: “Agora quem manda aqui sou eu! Vamos lá saber quem pagou o quê e a quem”. Ora essa! Então a gente tem que andar por aí a anunciar o que quer dar a quem gosta ou a quem precisa? Já não se pode dar com a direita sem dizer à esquerda? Mau, mau. Não estou a gos-tar nada disto. Co-mecei a ver o vestido em farrapos. Estava a ver-me na igreja, entre uma ladainha e os gri-tos dos putos das alian-ças, a murmurar entre dentes para os noivos - não fosse algum dos verdadeiros convidados ouvir e acusar-me de mesquinho – “Olhem que o vestido cus-tou trezentos e vinte contos e foi com-prado no “Bragal da Noiva”. A factura? Ah! A factura! Pois era. Tinha que lhes dar a factura. E, para que não houves-

se confusões, com o número do cheque com que o pagara anotadinho nas costas da factura. “Ó minha querida! Não olhes para mim com esses olhos esbugalhados! Eu não te estou a atirar à cara o que pa-guei para o teu casamento! Estou a dizer isto porque logo à noite, em vez da noite de núpcias de que estás à espera, vais ter que escrever ao Fisco, a contar isso e mais coisas!”.

O locutor da rádio não me dava des-canso. Agora dizia que eu devia informar o número de convidados. Um problema. Tinha que contar o Fisco nesse número ou não? É verdade que ele não estaria fi-sicamente presente. Mas não era menos verdade que a presença dele era sensível, quase visível a olho nu. Bom. Tenho que esclarecer isto com as Finanças. Conta-se o Fisco nos convidados, apesar de o não ter sido, ou não? Só espero que o fun-cionário das Finanças – aquele que devia andar a saber estas coisas, em lugar de me perguntarem a mim – não me venha com uns calhamaços para eu consultar e decorar!

O preço da boda. Também tenho que ajudar a miúda e o miúdo neste domí-nio. Porque já vislumbro algumas difi-culdades. É que uma coisa é o preço por cabeça combinado para a boda, outra coisa é a factura que se paga no fim. Vão lá estar aqueles primos de Abraveses que bebem como um odre. Aquilo, de cer-veja a bagaço, vai ser uma conta calada! A somar ao tal preço. Que é que o Fis-co quererá? O preço inicial ou o preço final? A lei é capaz de ser omissa nesta

matéria. E, se for, nem o dito funcionário das Finanças me saberá explicar. O melhor é fazer o que se faz com as leis. Interpretar o desejo do legislador. O que quererá ele sa-ber? Só para explicar, quererá o Fisco saber se comemos muito ou pouco ou se pagamos caro ou barato? Isto deve andar aqui qual-quer coisa relacionada

com os impostos. Será que estão a pen-sar lançar um imposto sobre os comilões ou o novo imposto será sobre os parvos? Raio de confusão. O melhor é juntar os papelinhos todos, tudo discriminado

para não haver confusões, e mandá-los ao Fisco. Canapés, tanto. Rissóis, mais tanto. Croquetes, outro tanto. Empadi-nhas de galinha, xis. Presunto sem osso, ípsilon. Tostas, uns trocos. Ratatouille de canard aux pommes de terre, o grosso do preço. Bom. Eu já estou a ver quem me lê a franzir o so-brolho. Como é que aparece o ratatou-ille misturado com os croquetes. É que todo o casamento que se preza tem no menu um prato as-sim. Ratatouille não passa de un ragout de legumes, onde não podem faltar nem as beringelas nem os to-mates. Talvez por isso se usa pouco cá pelo burgo. É que berin-gelas arranjam-se com facilidade. O que é difícil encontrar são os tomates. No fi-nal da factura, o preço do bolo da noiva. Não pode faltar ou o Fisco vai descon-fiar. Onde é que já se viu um casamento sem bolo da noiva?

Onde o Fisco vai lixar os meus que-ridos noivos é com outros eventos no mesmo sítio. Pobrezitos dos meus queri-dos. Estou mesmo a ver a valsa da noiva a começar e ela mais o recém-marido a desandarem sala fora, para irem esprei-tar as outras salas das instalações onde se realiza a boda. Vamos admitir que está lá mais gente a comer e em grande pândega. Lá vão os noivos perguntar aos tipos: “Vocês estão aqui num evento ou estão só a comer?”. Se tiverem sorte, a resposta mais elegante que conseguirão será do género: “Ó madame, em primei-ro lugar aqui não há ventos. Em segun-do lugar, somos o Grupo Excursionista da Associação dos Funcionários Públi-cos Ainda no Activo. E, em terceiro lu-gar, vocemecê não tem nada com o que estamos aqui a fazer!”. Valha-me Deus! Tenho que ver se a miúda não se mete nestes trabalhos!

Por esta altura, a animação estará pro-fundamente desanimada. Contratou-se o Quim das Melenas para pôr uns cêdês a tocar, para animar a malta. O Quim era a pessoa mais indicada para isso, já que todos os sábados vai à discoteca. Depois, porque não era muito caro. Disse que

fazia o serviço só por umas cervejitas. E agora fica o problema de contabilizar as cervejas que o tipo vai beber para disso se informar o Fisco. O locutor não diz se os pagamentos em espécie também contam para o rol. Mas eu acho que é a mesma coisa. Que diferença há entre pagar cin-

quenta euros ou uma dúzia de cervejas?

Bom. O casamen-to ainda vai no adro – em sentido figura-do, porque, para não se ter mais trabalho, o melhor é dispensar o fotógrafo e deixar que a malta faça as fotos com os tele-móveis - e já estou a ver uma trabalheira danada. Os miúdos vão ter que adiar a viagem de núpcias e

usar as férias de matrimónio a fazer o re-latório para o Fisco. É que só há quinze dias para o fazer, que era exactamente o período que eles estavam a pensar gastar em Punta Cana.

***

O locutor acorda-me do meu pesade-lo. Diz que tudo isto é feito em nome do combate à evasão fiscal. Ora aí está algo em que eu não tinha pensado ain-da. Uma bela razão. Embora distorcida. Dizem que quanto mais pagarem os que escapam menos pagarão os que pagam. Isto é mentira. Quanto mais pagarem os que escapam mais dinheiro terão “eles” para gastar. Mal. Afinal, agora é que eu compreendo. O Fisco não quis pertur-bar nada o casamento dos meus putos. O que ele quer é ter dez milhões de funcionários públicos a trabalhar para ele sem lhes pagar tusta. A fazerem o trabalho que as centenas de milhar que tem e a quem paga deviam fazer e não fazem. Acho que vou tomar uma atitu-de drástica. Vou dizer aos miúdos que se juntem em vez de casar. Fazemos a festa na mesma, mas como não há registo de casamento o Fisco agarra-lhe nas botas. Se querem trabalhadores à borla que vão para África. Enquanto os miúdos podem ir para Punta Cana naqueles quinze dias que o Fisco quer que sejam de trabalho de escritório.

As técnicas de vendas que utiliza influenciam os seus resultados...

Certamente considera-se um bom vendedor ou comercial. Uma boa parte dos empresários de sucesso

têm capacidades acima da média na área comercial. Isto não sucede por acaso, mas sim porque, antes de mais, para se ser em-presário tem que descobrir como é que os “outros” lhe vão comprar os seus bens e serviços que oferece no mercado.

As técnicas de vendas que utiliza in-fluenciam a taxa de conversão dos seus processos negociais em fechos (em vendas efectivas).

Aquilo que importa, para ter sucesso na venda, reside na descoberta do que MO-TIVA o seu potencial cliente a comprar-lhe… No final da venda, nunca perca a oportunidade de ter uma conversa infor-mal com o seu cliente para perceber, deta-

lhadamente, quais os seus motivos (o seu processo de tomada de decisão).

Saliento-lhe que esta recomendação não constitui solução mágica para tudo. Mas levá-lo-á a perceber a mente do compra-dor, o seu processo de tomada de decisão e revelar-lhe-á que informação deverá con-ter a sua informação de vendas, de forma a responder às decisões de compra.

Terá de adoptar e converter a informa-ção ouvida nessas conversas no seu produ-to ou serviço, modificando-o e tornando-o mais ajustado à sua oferta.

Numa reunião de vendas com um clien-te que estávamos a assessorar, estava em causa um grande negócio: uma venda de sete dígitos. É um número bastante gran-de! O suficiente grande para que todos estivéssemos 100% concentrados em re-

alizar a sequência mais apropriada, para atingir o fecho do negócio com sucesso.

Começou-se a reunião com o questio-nário tradicional. Tentou-se descobrir áreas de oportunidade avaliando situações presentes, os fracassos passados, planos existentes, as estratégias correntes e os ob-jectivos a curto prazo.

Se um comprador tem uma necessida-de, posso-lhe assegurar que existe uma ra-zão específica para a sua existência. A sua função não é só descobri-la, mas também proporcionar as ideias e soluções para que o seu potencial cliente se sinta confor-tável, ou o suficientemente confortável, para fazer a compra.

Claro que os compradores astutos rara-mente lhe revelarão quais são os seus sen-timentos profundos ou as suas verdadeiras

motivações. O “motivo”é a razão que está PARA ALÉM da situação que provocou a causa para ele comprar.

É, igualmente, seu dever tentar fazer com que seja o seu potencial cliente a fa-zer-lhe perguntas sobre o seu produto ou serviço. Quanto mais lhe perguntar, mais estará interessado em lhe comprar.

O processo de vendas é complexo. An-tes de alguém lhe comprar, terá que con-seguir que essa pessoa responda favoravel-mente a uma série de perguntas. Só depois de respondidas é que obterá o: SIM!

Refine, pratique e implemente um bom processo de vendas e tenho a certeza de que chegará à conclusão que esse trabalho ÁRDUO ser-lhe-á bem recompensado.

Comece já e faça com que o ano de 2008 seja o MELHOR de sempre para Si.

AZUil BARRosEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner & Director Geral da Quantum Portugalwww.QuantumCrescimentoNegocios.com

sexta-feira, 28 março de 2008 9OPINIÃO

“Canapés, tanto. Rissóis, mais tanto. Croquetes, outro tanto. Empadinhas de galinha, xis. Presunto sem osso, ípsilon. Tostas, uns trocos.”

“O que o Fisco quer é ter dez milhões de funcionários públicos a trabalhar para ele sem lhes pagar tusta”

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Em termos legais e estatutários, “a Autoridade da Concorrência (AdC, ou Autoridade) tem por missão assegurar a aplicação das re-gras de concorrência em Portugal, no respeito pelo princípio da eco-nomia de mercado e de livre con-corrência, tendo em vista o funcio-namento eficiente dos mercados, a repartição eficaz dos recursos e os interesses dos consumidores, nos termos previstos na lei”.

Ao longo dos seus cinco anos de actividade a Autoridade tem mere-cido uma ampla cobertura mediá-tica, quer por força da delicadeza de alguns dos assuntos tratados – que implicam directamente com o bem-estar de todos os cidadãos, quer por via da imposição legal de emitir parecer sobre algumas das operações mais significativas que envolveram o tecido empresarial nacional.

Pessoalmente, tendo a reputar como essencial o papel que uma instituição com estes fins desem-penha em qualquer economia, atendendo aos valores e bens pú-blicos que a mesma visa preservar, e efectuo também um balanço po-sitivo destes primeiros cinco anos de vida, pese embora diversas con-dicionantes a que já irei aludir.

Para o efeito, há que ter presen-te a esfera de intervenção da AdC, em linha com os valores constitu-cionais que estão subjacentes à sua actuação e as melhores práticas dos organismos internacionais análo-gos.

Assim, a sua missão traduz-se em actividades que se desenvolvem no domínio do controlo das estra-tégias empresariais e do combate às práticas restritivas e abusivas; da identificação de mercados em

que a concorrência esteja restrin-gida e da promoção de soluções em benefício dos consumidores e que melhorem a eficiência; da ele-vação da consciência pública sobre o contexto e benefícios da concor-rência; e, finalmente, da prestação de serviços ao governo, às agências de regulação e à sociedade.

Nestas diferentes perspectivas, a AdC incide a sua actuação sobre matérias tão distintas quanto as operações de fusão e aquisição, os acordos de cartelização do mercado e os abusos de posição dominante, ou mesmo questões decorrentes da actuação do Estado, como a regu-lamentação sectorial, os concursos públicos, as ajudas de Estado ou a actuação do sector público em-presarial e de entidades autónomas públicas.

Voltando à aferição do balanço da actividade da Autoridade, rete-nho-me na apresentação que o seu Presidente cessante, Professor Abel Mateus, efectuou na Comissão de Orçamento e Finanças da Assem-bleia da Republica, no passado dia 12 de Março.

Na ocasião, Abel Mateus co-meçou por enquadrar os fun-damentos macroeconómicos da Autoridade: “Para construir uma economia mais competitiva temos de ter empresas pressionadas pelo processo da concorrência. Só assim elas se tornam mais eficientes e se dedicam vigorosamente à inova-ção.” Por outro lado, lembrou que “para além da política fiscal, a po-lítica da concorrência dá um con-tributo fundamental para a cor-recção das desigualdades sociais. Ao fazerem subir artificialmente os preços, os cartéis apropriam-se dos rendimentos dos consumido-

res em favor de uns poucos. Tam-bém os monopólios ao praticarem preços excessivos se apropriam do rendimento dos consumidores. E ambos afectam de forma despro-porcionada as classes de menor rendimento”, apontando mesmo os exemplos das telecomunicações, energia e outras infra-estruturas.

Em jeito de balanço, o Presiden-te da AdC assegurou que “a Auto-ridade de Concorrência retribuiu pelo menos 20 euros por cada euro que os contribuintes/consumido-res portugueses lhe entregaram du-rante este primeiro mandato”.

A título de exemplo, referiu que “as 13 decisões condenatórias da Autoridade no primeiro mandato deste Conselho puseram fim a prá-ticas que lesavam os consumidores portugueses num valor de 430 a 690 milhões de euros, numa esti-mativa conservadora”, formulando votos de que “os Tribunais façam justiça e restituam aos consumido-res, aqui representados pelo Estado, pelo menos parte dos rendimentos

das empresas que violaram a Lei e se apropriaram ilegalmente.”

Em outra esfera, os dados não são menos significativos: “Das 328 concentrações notificadas à AdC, apenas 3 foram “chumbadas” e 18 foram objecto de remédios. Estas restrições impostas pela Autorida-de evitaram que os consumidores portugueses perdessem 180 a 380 milhões de euros, apenas efeitos imediatos”.

Por sua vez, assim tivessem sido completamente aproveitadas as re-comendações e pareceres que a Au-toridade prestou ao Governo, com destaque para “o levantamento do congelamento de novas licenças para grandes superfícies e à adop-ção de menos regulação no sec-tor”, “os estudos sobre energia”, “a recomendação sobre combustíveis que propunha uma nova linha de concorrentes através das cadeias de supermercados”, ou “a recomen-dação para a eliminação das bar-reiras à entrada nas farmácias”, os benefícios poderiam ter ascendido a algumas centenas de milhões de euros, apenas considerando o im-pacto de curto prazo.

Neste âmbito, “a recomenda-ção da separação da propriedade das redes de cobre e cabo de te-lecomunicações”, que a OCDE identificou como sendo o segundo elemento mais importante para o crescimento económico, logo atrás da educação, terá um benefício de longo prazo que, actualizado, re-presentará entre 2 e 4% do PIB.

Todavia, se “as dezenas de quei-xas que recebemos todos os dias atestam o papel que a Autoridade assume na sociedade portuguesa”, Abel Mateus não deixa de lamen-tar a sujeição a pressões da impren-

sa económica e das mais diversas instâncias, efectuando o apelo à in-tervenção do poder legislativo no sentido de dotar a Autoridade de mais meios, materiais e legais.

Neste particular, alertou mesmo para “a desigualdade de armas” que facilita a anulação e diferimento de processos por irregularidades pro-cessuais ou alegações de inconsti-tucionalidades e que rapidamente contribuem para a sua prescrição face às demoras dos processos ju-diciais.

Contundente, Abel Mateus alu-de ao estímulo ao florescimento da actividade de advocacia, assegu-rando que “esta barragem cerrada promovida pelos grandes escritó-rios, pagos pelas grandes empresas, embora lhes assista todo o direito, leva-nos a pensar se existe ou não excesso de litigância”. A este pro-pósito, um exemplo elucidativo e chocante: “existem ainda penden-tes 6 processos de impugnação da PT contra a Autoridade no caso da OPA, volvidos que são mais de um ano sobre o seu desfecho!...”

Desta intervenção, alusão ainda à curiosa referência à ausência de uma “cultura de concorrência por parte dos grandes grupos”, invo-cando exemplos internacionais em que as empresas acusadas em processos de cartelização acataram as decisões, adoptaram medidas disciplinares internas contra os im-plicados e pediram desculpas aos consumidores.

Tudo, como frisou, na salvaguar-da de um valor que é caro aos em-presários internacionais, “a reputa-ção no cumprimento das leis”, que agora caberá à equipa de Manuel Sebastião inculcar nos empresários portugueses.

Ricardo [email protected]

http://econominho.blogspot.com

Autoridade q.b.

A importância dos ERP para o mercado

António SilvA SAntoS

Executive Director na NOESIS [email protected]

A sigla ERP significa “Enterprise Re-source Planning” e começou por ser usada na indústria de manufac-

tura referida às aplicações mais complexas de planeamento, sucessoras dos primeiros programas de planificação de necessidades de materiais (MRP). Mais tarde o termo passou a designar os pacotes de software cuja funcionalidade era antes coberta por diferentes aplicações empresariais, isoladas ou comunicando entre si por interfaces ex-ternas.

O que é um ERP?

Um ERP é um conjunto de aplicações de gestão empresarial que tende a integrar todos os dados e processos de uma dada or-ganização. Como características essenciais tem o acesso e actualização da informação em tempo real e o uso de uma base de da-dos única para todas as aplicações.

O sucesso dos ERP, evidente a partir de 1990-95, deve-se, em parte, à redução do esforço de manutenção aplicacional por parte das empresas, à extensa funcionalida-de incorporada, ao potencial de reporting associado e a ser um factor acelerador da standardização de processos empresariais.

Hoje um ERP robusto cobre as áreas da Contabilidade e Tesouraria, Controlo de Gestão, Supply Chains Management, Vendas e Customer Relationship Manage-ment, Gestão de Produção, Gestão de Ma-

nutenção, Gestão de Armazéns, Gestão de Recursos Humanos.

Deve dispor ainda da funcionalidade de suporte à decisão, ser web-enabled e estar equipado de uma workbench de desenvol-vimento aplicacional. Pode incluir aplica-ções de front office, por vezes orientadas a sectores específicos de actividade (por exemplo, Point-of-Sales, no sector do Re-talho).

A escolha de um determinado ERP de entre os vários disponíveis no mercado é orientada pelas características da empresa fabricante (performance financeira, inves-timento em R&D, que traduz a sua capa-cidade de inovar o ERP, presença no espaço geográfico da organização e oferta de servi-ços associados ao produto), pelo produto em si, e pelo custo do produto e de todos os serviços inerentes à sua implementação e posterior manutenção.

O mercado

Das dezenas de ERP com expressão a ní-vel mundial, o SAP é, de longe, o produto mais vendido, ultrapassando, em volume de vendas, os quatro competidores mais directos.

O mercado nacional apresenta natural-mente algumas diferenças relativamente ao panorama mundial. Desde logo pelo grau de penetração do SAP, que assume, em Portugal, uma preponderância ainda

mais relevante. Em segunda posição co-loca-se o Microsoft Dynamics (Navision) e só depois a Oracle com a sua Business Suite. Dos outros produtos internacionais, conhecemos as implementações do JD Edwards (Oracle), do BAAN, do IFS, do Movex, do Adonix, do Scala e do Agresso.

De destacar a forte presença de dois pro-dutos fabricados em Portugal, e que são casos de sucesso: o PHC (mais de 15 mil sistemas) e o Primavera (mais de 50 mil clientes). O primeiro destes aparece, por vezes, a concorrer contra os produtos in-ternacionais acima referidos.

Estimamos que o valor total de vendas de licenciamento de ERP, em Portugal, adicionado dos “fees” de manutenção des-sas licenças, seja da ordem dos 100 milhões de euros (de acordo com a IDC Portugal, em 2006, o total de vendas de software foi de 600 milhões de euros).

E estimamos que o valor dos serviços associados aos ERP (projectos de imple-mentação, manutenção dos sistemas e for-mação) seja da ordem dos 250 milhões de euros, o que nos conduz a um total de 350 milhões de euros para o volume de negó-cios do sector dos ERP, excluindo compo-nentes de hardware e outsourcing.

As tendências do mercado nacional

O mercado nacional dos ERP amadure-ceu bastante nos últimos 10 anos e tende

agora para a estabilização com variações sincronizadas com a evolução da economia do país.

É provável que continuemos a assistir a um processo de consolidação de empresas fornecedoras de serviços (e fabricantes de ERP) mas não existe um consenso genera-lizado sobre a importância deste processo. Em Portugal, provavelmente, iremos assis-tir a operações de fusão de fornecedores de serviços ou de aquisição de pequenas em-presas por outras maiores.

Finalmente, é expectável que venham a aparecer novos produtos, tecnologica-mente mais avançados, com arquitecturas orientadas a serviços (SOA) e com maior disponibilidade de integração com os sis-temas usados pelos parceiros de negócio. Provavelmente veremos os grandes fabri-cantes a trocarem os diferentes produtos das empresas, adquiridas no passado, por esses novos produtos resultantes de projec-tos em curso (por exemplo na Microsoft e na Oracle). É também previsível que os produtos nacionais venham a perder quota de mercado em favor dos internacionais se-guindo a tendência generalizada da estan-dardização a nível mundial, que comporta tantas vantagens como desvantagens.

sexta-feira, 28 Março de 2008OPiniãO10

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“O Talento é barato e pode ser comprado. A atitude é o critério para o sucesso”

Denis Waitley

Ao longo da minha car-reira tenho encontrado nas pessoas essencialmente 3 diferentes tipos de atitude face à vida.

Tenho conhecido indi-víduos que são principal-mente espectadores. Pouco empreendem por medo e limitam-se a ir vivendo com aquilo que a vida lhes dá.

Tenho conhecido outros que me parecem o protótipo do perdedor. Gostavam de ter uma vida melhor, mas não querem assumir a responsabilidade de a construir. Assim tornam-se ressen-tidos e dedicam-se a encontrar pretextos para invejar e criticar os outros.

Mas tenho conhecido também Vence-dores. E estes são os indivíduos que deci-dem tirar da vida aquilo que querem, por oposição a viverem com aquilo que esta lhes dá. Os Vencedores assumem a pro-priedade do seu futuro e decidem moldar o seu destino. Os Vencedores estabelecem objectivos e desenvolvem os seus talentos naturais no sentido de os atingirem.

Os Vencedores conhecem as suas limi-tações. Compreendem não só que muito lhes falta para aprender, mas também que todo o conhecimento é enviesado por todos os seus filtros pessoais. No entanto, esse facto não lhes diminui um apeti-te voraz pela aprendiza-gem, pelo crescimento e pelo desenvolvimento das suas competências. Esta gente tem noção da abundância de informa-ção à sua volta e de que tudo o que necessitam para ser bem sucedidos pode ser apren-dido. São honestos consigo próprios e em relação ao seu potencial e têm noção do esforço que devem fazer para atingir os seus propósitos. São naturalmente moti-vados.

Tal como um coral necessita de alguma agitação marítima para florescer, também os Vencedores compreendem que são as dificuldades que lhes saltam diariamen-te ao caminho que lhes permitem forjar a personalidade de que necessitam para serem bem sucedidos. Os Vencedores sabem relaxar e encarar os desafios de uma forma positiva, focando-se nas so-luções. São esses mesmos desafios que aproveitam para desenvolver a resistência

mental que lhes permitirá enfrentar desafios cada vez maiores. São esses desafios que lhes moldam o carác-ter. Não aceitam que seja o que acontece à sua volta que define as suas vidas e aceitam a responsabilidade de as desenhar ao decidir o que fazer com o que lhes acontece.

Os Vencedores sabem quem são e para onde vão!

Os Vencedores respon-dem em vez de reagir! Ou seja, escolhem e decidem

em consciência as acções a tomar face a cada estímulo e cada situação tendo o sucesso como motivação e fazendo o me-lhor uso dos seus recursos, ao invés de actuarem automática e epidermicamente ao meio envolvente na defesa do seu ego, guiados pela dúvida e pelo medo.

Os Vencedores têm autocontrolo. Têm autodeterminação! Os Vencedores fazem acontecer, enquanto os outros deixam que lhes aconteça. Os Vencedores são gente de acção. Acção hoje, acção já! Gen-te com alto sentido de urgência… Gente que compreende que se dedicarem todo o seu empenho a uma tarefa, nada os impe-dirá de a realizar. Gente que compreende o conceito de concentração de poder, de focalização.

Estas pessoas desenvolvem fortes con-vicções de valor pró-prio e autoconfiança. Têm uma auto-estima elevada, concentram-se nos sucessos e encaram qualquer experiência menos boa como apren-dizagem. Para eles, o seu desenvolvimento pessoal é o programa de uma vida. Falam bem de si próprios a si pró-prios o que fortalece a

imagem que fazem deles mesmos e que consequentemente reforça a qualidade do seu desempenho.

E nos negócios?... Nos negócios, os Vencedores têm empresas Vencedoras. Empresas moldadas à imagem deles mes-mos. Empresas onde os colaboradores se encontram aglutinados em torno de pro-jectos ambiciosos. Colaboradores esses que se tornam eles próprios Vencedores. Sim! Porque os Vencedores formam ou-tros Vencedores.

Estas empresas nascem já Vencedoras, pois estes Empresários compreendem que, se não definirem de início os padrões de desempenho que desejam no futuro, não terão futuro.

Microsoft volta a liderar lista das melhores empresas para trabalhar

O Great Place to Work Institute tornou pública a lista das 30 melhores empresas para trabalhar em Portugal, tendo a Mi-crosoft Portugal arrecadado o primeiro lu-gar. No pódio ficaram ainda a consultora Cushman & Wakefield (C&W), que tinha sido a vencedora do ano passado, e a em-presa de recrutamento de recursos huma-nos Dynargie.

O estudo anual que premeia as Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal, da responsabilidade do Great Place to Work Institute, destacou ainda quatro outras empresas, com quatro prémios especiais em outras categorias. Na melhor empresa para as mulheres trabalharem foi distingui-da a C&W, enquanto que como melhor empresa para os jovens foi eleita a Everis. A Accenture recebeu o galardão para a me-lhor empresa para os executivos e o prémio de melhor call center coube à seguradora Allianz.

Os galardões foram entregues em Lisboa pelo ministro do Trabalho e da Solidarieda-de Social, José Vieira da Silva. O ministro felicitou “todas as empresas que, pelo facto de entrarem no processo de avaliação, de-ram um bom exemplo de responsabilidade social – é um sinal positivo assinalarmos as boas práticas nas empresas”. O ministro elogiou ainda o facto de estas empresas “se colocarem perante o escrutínio dos colabo-radores”.

O estudo tem em conta vários aspectos das condições de trabalho dos funcioná-rios. No caso da Microsoft, o que garantiu a vitória foi o facto de a empresa ter “uma administração competente, ética e honesta,

além da existência de várias regalias espe-ciais e exclusivas, que vão desde o serviço de concierge (para tratar de pequenos as-suntos) ao de lavandaria e arranjos domés-ticos”, explicou a organização do evento. Os funcionários têm ainda como benesse

a flexibilidade de horários e a possibilidade de trabalhar a partir de casa, com compu-tador e Internet pagos pela empresa.

Nuno Duarte, director-geral da Micro-soft Portugal, considera que a distinção é “muito importante”, o que “significa que estamos a fazer um bom trabalho e este é um bom indicador de como será o futuro”. Mais do que diferenças em relação ao resto das empresas, Nuno Duarte aponta algu-mas semelhanças fruto da “troca de ideias saudável” entre elas, daí que julgue ser este um importante factor de alavanca da qua-lidade das empresas.

AnA [email protected]

SuceSSo e Liderança

Paulo de VilhenaPrincipal & General

Manager da ActionCOACH Portugal.

GGG

Vencer na vida e nos negócios

Continental Airlines cresce 6%A Continental Airlines reportou, no mês

de Fevereiro, uma taxa de ocupação de 76,0% no conjunto das suas rotas princi-pais e regionais, assinalando-se assim uma descida de 1%. Nas rotas domésticas, a taxa manteve-se nos 80,7%, o mesmo va-lor que em 2007. Nas rotas internacionais, o “Load Factor” foi de 71,3%, represen-tando um decréscimo de 1,9 pontos relati-vamente a igual período do ano anterior.

Durante o mês de Fevereiro, e de acordo com o Departamento dos Transportes Nor-te-Americano, a Continental Airlines atin-giu uma taxa de pontualidade de 70,2% dos seus voos, apresentando um “Completion Factor” (voos realizados face aos previstos) de 98,6% nas principais rotas.

Em Fevereiro, a Continental Airlines transportou 6,8 mil milhões de passageiros por milha voada e contra 8,9 mil milhões de assentos disponíveis por milha voada, o que resultou num aumento de tráfego de 4,5% e num aumento da capacidade de 5,8%, comparativamente ao mesmo perí-odo de 2007.

Em Fevereiro, estima-se que a receita de passageiros por milha voada (consolidada e nas principais rotas) tenha aumentado entre 5% e 6%, em comparação com Fe-vereiro de 2007. O mês de Janeiro de 2008 registou um aumento de 9,1% da receita por passageiro (consolidada e nas princi-pais rotas), em comparação com igual pe-ríodo de 2007.

Os Vencedores fazem acontecer, enquanto os outros deixam que lhes aconteça

sexta-feira, 28 Março de 2008 11neGÓcioS & eMPreSaS

Os galardões foram entregues em Lisboa pelo mi-nistro do Trabalho e da Solidariedade Social, José Vieira da Silva.

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A crise é um dado do passado, pelo menos, para o sector têxtil. Os números não deixam margem para dúvidas: as exportações do sector cresceram, em 2007, nada mais nada menos, do que 4,2%. Um dado que não deixou nin-guém indiferente e muito menos o Governo e o Primeiro-Minis-tro, José Sócrates que, esta sema-na, em Famalicão – a sua presen-ça e a de muitas outras figuras do Estado e do mundo empresarial ficou a dever-se à apresentação de um plano estratégico para o sector –, teceu rasgados elogios ao sector, à forma como este conseguiu vencer os desafios da globalização.

José Sócrates chegou, mesmo, a dizer que os empresários do têxtil conseguiram desmistificar aqueles que, há alguns anos, vaticinavam o fim deste sector tradicional, tor-nando-o, no momento, como um dos mais dinâmicos da nossa eco-nomia. “Fizemos um bom traba-lho, em 2007”, referiu o Primei-ro-Ministro. “De coração limpo estou, aqui, para vos elogiar”, dis-se ainda o líder do Executivo. José Sócrates falou, igualmente, do têxtil como um sector “moderno, competitivo e consciente da sua

inserção no mercado global”. Em jeito de conclusão, o Primeiro-Ministro lembrou que 2008 traz grandes desafios e incertezas, mas que, agora, estamos melhor pre-parados para os enfrentar. “Que-remos um país com um melhor clima de negócios, com mais ini-ciativa”, mencionou ainda.

Manuel Pinho, o ministro da Economia e um dos outros oradores deste evento, falou no mesmo tom do Primeiro-Minis-tro, alertando os presentes para o facto de a “economia mundial criar oportunidades para os mais ousados e muitos problemas para os mais tímidos”. Mas, como já vimos, o Governo quer dar a sua ajuda e a prova está no facto de as verbas do QREN se alargarem, a partir de agora, como referiu Ma-nuel Pinho, a todas as empresas do sector e não, apenas, às de me-nor dimensão.

Têxtil pede mais cumprimento nos pagamentos e flexibilização da lei laboral

Um momento de reflexão pode também servir para fazer algumas reivindicações. Foi isso que fez Paulo Nunes de Almeida, o presi-dente da ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal) — aliás, a entidade que encomendou este plano estratégico —, que sem deixar de elogiar os apoios do Governo ao sector, sempre vai re-clamando maior flexibilidade na legislação laboral. Ou ainda uma maior atenção por parte do Esta-do em relação às suas obrigações em termos de pagamentos.

Um sector sofisticado ao nível da tecnologia e da gestão

Já vimos que o têxtil está a pas-sar por um momento positivo. Mas será que o plano estratégico que lhe é dirigido – Daniel Bes-sa e Paulo Vaz são os seus auto-res – confirma este optimismo? Ora a resposta é positiva quan-

do Paulo Vaz diz que estamos perante “um dos sectores mais sofisticados sob o ponto de vista tecnológico e também da ges-tão”. E a confirmar estas grandes mudanças estão outros dados curiosos: o desaparecimento de muitas empresas de pequena di-mensão ou as dificuldades em encontrar recursos humanos. O futuro, esse, deverá continuar

a “sorrir” para estas empresas com este estudo a apontar três cami-nhos possíveis: a aposta na marca e distribuição, nos têxteis técni-cos e funcionais ou no “private label” especializado. Paulo Vaz fa-lou ainda na criação um “cluster” para o sector, através da conjuga-ção de esforços entre o Norte de Portugal e a Galiza.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Vendas dirigidas aos mercados externos crescem 4,2%

Governo elogia modernização do têxtil e destaca aumento das exportações do sector

Ibersol cresce na restauraçãoA Ibersol continua a expandir

a actividade na restauração, ten-do obtido um crescimento de 22% nas vendas e uma subida de 18% nos lucros – revelou Pinto de Sousa, na apresentação dos resultados da empresa.

O ritmo de crescimento da Ibersol é superior ao do merca-do, o que reflecte um aumento da quota e a boa aceitação da fórmula da restauração rápida nas várias marcas que explora: Pizza Hut, Pizza Movil, KFC,

Burger King o Kilo, Sol, entre outras.

Os 414 restaurantes da Ibersol são quase todos explorados de forma directa, havendo um pe-queno número de unidades regi-me de franchising. As vendas em Espanha já representam 29% do negócio total. A empresa está en-tre as maiores empregadoras do país contando com mais 6000 colaboradores. Para muitos jo-vens, a restauração representa o primeiro emprego, obrigando a empresa a desenvolver uma acti-vidade intensa de formação, re-crutamento e integração. Todos os anos a Ibersol recruta cerca de 6000 novos colaboradores no conjunto das unidades espalha-das por todo o país.

A estratégia da empresa passa por uma crescimento selectivo. O ritmo de abertura de novos espaços comerciais levanta algu-mas preocupações aos responsá-veis da Ibersol devido ao efeito de canibalização. Tendo em con-ta que a população não aumenta e o poder de compra não cresce, o potencial de consumo repar-te-se entre os espaços que vão abrindo, agravando os custos dos operadores.

“Queremos um país com um melhor clima de negócios, com mais iniciativa”

Pinto de Sousa, presidente da Ibersol

O têxtil é, neste momento, um sector “moderno, competitivo e consciente da sua inserção no mercado global”, destaca José Sócrates

sexta-feira, 28 Março de 2008negócios e empresas12

BMW Portugal conclui processo de remodelação de quadros

A BMW Portugal anunciou que concluiu o processo de renovação dos seus quadros com a nomea-ção de João Trincheiras para di-rector de comunicação e Martin Schneider para “Mini brand ma-nager”, funções que vão assumir já a partir de 1 de Abril. Recor-de-se que a renovação da direcção da filial portuguesa da marca ale-mã teve início há cinco semanas, aquando da nomeação de Klaus Kibsgaard para a direcção-geral da BMW Reino Unido.

João Trincheiras, até agora “Mini brand manager”, vai assu-mir a direcção de comunicação em substituição de Sérgio Leitão Gomes, nomeado director de após-venda. Por sua vez, Martin Schneider era responsável pela formação. Trincheiras tem 38 anos e é licenciado em Engenha-ria Mecânica e pós-graduado em Marketing.

Na BMW Portugal desde 2004, este profissional fez toda a sua carreira no sector automó-vel, primeiro Volkswagen Au-toeuropa, como supervisor de

produção/manutenção e depois na SIVA, onde assumiu diversas funções de índole comercial e de comunicação

Diplomado em Engenharia e com um MBA, Martin Schneider tem 36 anos e está na BMW Por-

tugal desde Janeiro do ano passa-do. Iniciou a carreira profissional, em 1999, na sede da marca, em Munique, onde passou por diver-sos cargos no marketing da em-presa.

João Trincheiras nomeado director de comunicação.

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Certificação energética e qualidadede ar interior dos edifíciosA Directiva 2002/91/CE do Parlamen-

to Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro, tem como objectivo a

aplicação de um quadro comum para a pro-moção da melhoria do desempenho energé-tico dos edifícios na União Europeia.

Para tal, estabelece determinadas normas em matéria de aplicação dos requisitos míni-mos relativos ao desempenho energético dos edifícios, as quais são calculadas com base na metodologia comum de cálculo do ren-dimento energético integrado dos edifícios. Por isso, deverão ser considerados os diver-sos elementos que determinam a eficiência energética no seu conjunto – designada-mente a localização do edifício, a orientação do mesmo, a recuperação de calor, as insta-lações de aquecimento, de refrigeração e de iluminação —, sendo, assim, abandonada a consideração única e singular da qualidade do isolamento do edifício.

Além disso, dispõe os requisitos mínimos relativos à inspecção regular de caldeiras e instalação de ar condicionado nos edifícios no sentido de que os Estados-Membros de-verão tomar medidas por forma a inspeccio-nar regularmente as caldeiras e os sistemas centrais de ar condicionado dos edifícios e, ainda, a avaliar a instalação de aquecimen-to.

Relativamente aos sistemas de certificação dos edifícios privados (novos ou já existen-tes), assim como dos edifícios públicos, é necessária a afixação dos certificados e de outras informações relevantes.

Em consequência da obrigatoriedade de transposição da Directiva supra referida, foi aprovado um importante pacote legislati-vo, nomeadamente o Sistema Nacional de Certificação Energética da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (Decreto-Lei nº 78/2006, de 4 de Abril), o Regulamento das Características de Comportamento Térmi-co dos Edifícios - RCCTE (Decreto-Lei nº 80/2006, de 4 de Abril) e o Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização dos Edifícios – RSECE (Decreto-Lei nº 79/2006, de 4 de Abril).

A certificação energética e da qualidade do ar no interior dos edifícios envolve meios hu-manos e regras técnicas, parte das quais já es-tão em vigor e as restantes serão aplicadas de forma faseada atingindo todos os intervenien-tes e serviços a partir de Janeiro de 2009.

Um aspecto relevante a considerar, pela proximidade da sua aplicação – já a partir do fim de Julho de 2008 para as empresas exis-tentes e desde Janeiro do corrente ano para as que requeiram o ingresso ou a reclassifica-ção —, é o relativo aos técnicos envolvidos na área em análise e, em consequência, as obrigações novas que são impostas às empre-sas quanto ao seu quadro técnico.

De acordo com o disposto no Sistema Na-cional de Certificação Energética e da Qua-lidade do Ar interior nos Edifícios (SCE), as empresas que operam na área – que sejam detentoras ou requeiram classificação de alvará da 10ª subcategoria da 4ª categoria (aquecimento, ventilação, ar ccondicionado

e refrigeração — AVAC) – passam a ser obri-gadas, actualmente ou após o mencionado período de adaptação, a preencher novas exigências no seus quadros técnicos.

O RSECE dispõe, no seu artigo 22º, em relação aos técnicos que:

“1 - A montagem e manutenção dos sis-temas de climatização e de QAI é acompa-nhada por um técnico de instalação e ma-nutenção de sistemas de climatização e por um técnico de QAI ou por um técnico que combine ambas as valências.

2 - O técnico de instalação e de manuten-ção de sistemas de climatização até uma po-tência nominal limite de 4 P (índice m) deve satisfazer uma das seguintes condições:

a) Habilitação com o curso de formação de Electromecânico de Refrigeração e Cli-matização do Instituto do Emprego e For-mação Profissional (IEFP), nível II, ou outro equivalente aprovado pelo SCE, e com mais de dois anos de experiência profissional;

b) Experiência profissional como electro-mecânico de refrigeração e climatização com mais de cinco anos de prática profissional devidamente comprovada e aprovação em exame após análise do seu curriculum vitae por uma comissão tripartida a estabelecer em protocolo entre o SCE e as associações profissionais e do sector de AVAC.

3 - O técnico de instalação e manutenção de sistemas de climatização com potências nominais superiores a 4 P(índice m) deve satisfazer uma das seguintes condições:

a) Habilitação com o curso de formação

de Técnico de Refrigeração e Climatiza-ção do IEFP, nível III, ou com outro curso equivalente aprovado pelo SCE e com mais de cinco anos de prática profissional, após aproveitamento em curso de especialização em QAI aprovado pelo SCE;

b) Experiência profissional como elec-tromecânico de refrigeração e climatização com mais de sete anos de prática profissio-nal devidamente comprovada, após apro-veitamento em curso de especialização em qualidade do ar interior aprovado pelo SCE e aprovação em exame após análise do seu curriculum vitae por uma comissão tripar-tida a estabelecer em protocolo entre o SCE e as associações profissionais e do sector de AVAC (…)”

Pelo exposto, o quadro técnico das referi-das empresas da 10ª subcategoria da 4ª cate-goria, em classes 1 e 2 deve ser constituído, além de outros profissionais, por um um técnico nível 2 (TIM II) e um TQA. Con-tudo, é certo que a empresa pode sempre optar, em alternativa aos técnicos referidos, por inserir no seu quadro um técnico nível 3 (TIM III).

No que toca às empresas cuja classe seja superior à classe 2, as mesmas devem incluir, também, um engenheiro ou engenheiro téc-nico com qualificações devidamente reco-nhecidas para a execução destes trabalhos, pela Ordem dos Engenheiros ou pela Asso-ciação Nacional dos Engenheiros Técnicos.

Gabinete de advoGadosAntonioVilar&Associados

Notas sobre coNtratos públicos

ana medeirosAdvogada

[email protected]

sexta-feira, 28 Março de 2008 13NeGÓcios & eMpresas

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A Habiserve concluiu mais um empreendimento no Brasil. O Sobrado Joaquim Nabuco co-meçou a ser entregue, com cerca de 90% das vendas concluídas. A previsão é para que em dois meses todo o empreendimento esteja comercializado.

Localizado em Per-nambuco, a procura tem excedido as perspectivas, sobretudo devido à sua localização e todo um conjunto de serviços que está agregado ao projec-to. São os primeiros re-sultados que começam a surgir decorrentes do investimento realizado naquele país, na ordem dos 14 milhões de euros. A facturação prevista as-cende a 220 milhões de euros, num período de quatro anos. A Habi-serve está a desenvolver cinco empreendimentos em território brasileiro, num total de 580 unidades. Em perspectiva estão mais seis lança-mentos comerciais, cinco empre-endimentos habitacionais e uma unidade hoteleira.

Entretanto, a estratégia do grupo passa pela diversificação

das suas áreas de actuação, com um novo conceito de promoção imobiliária (em Portugal, Brasil e Polónia), a reabilitação urbana e a arte e o design. Este ano, a facturação deverá ascender a 40 milhões de euros e o investimen-to a 60 milhões.

O presente exercício ficará marcado pela comercialização de grande parte dos investimentos realizados ao longo dos últimos três anos e a procura de novos nichos de mercado.

Quanto à reabilitação urbana,

representará, em quatro anos, um investimento de cinco mi-lhões de euros.

Foram três anos de promoção, de definição de áreas de actuação, com a abertura de um espaço cul-tural na cidade do Porto e a solidi-ficação do respectivo património.

Com 30 milhões de facturação no ano transacto, a Habiserve fe-chou o exercício com resultados líquidos de 2,5 milhões de euros. No Brasil, a facturação cifrou-se em dez milhões e o investimento ascendeu a 14 milhões de euros.

Comercializada a quase totalidade

Habiserve conclui empreendimento no Brasil

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sexta-feira, 28 Março de 2008negócios e empresas14

Rangel defende maior investimento das empresas em “outsourcing” logístico

O grupo de transportes e logís-tica está a sensibilizar o mercado para as vantagens associadas aos serviços de “outsourcing”, mer-cado em que pretende duplicar a carteira de clientes. Defende Nuno Ramalho, director-geral da Rangel Distribuição e Logística (RDL), que os níveis de poupan-ça anual para uma PME podem ser superiores a 15% e chegarem mesmo aos 50% nas empresas em que os negócios estrejam em forte crescimento.

“A grande vantagem é que as empresas podem libertar-se das actividades periféricas para se de-dicarem com maior intensidade às principais, deixando nas mãos de especialistas o serviço de logís-tica e aumentando, desta forma, a eficácia e a eficiência desses pro-cessos.” A RDL considera que o mercado da logística conta, actu-almente, com um número redu-zido de operadores e regista uma forte concentração no sector das bebidas. Assim, há a possibilidade de um crescimento anual de 8%, tendo em conta as oportunidades de negócio que se colocam.

Nuno Ramalho defende que o país necessita ainda de implemen-tar mais e melhores práticas e que há um longo caminho a percorrer nesta área.

Pavicentro ganha prémiode investigação e inovação

A Pavicentro, empresa do gru-po Opway a operar no mercado do pré-fabricado de betão, foi distinguida com o Prémio de In-vestigação e Inovação. O galardão é atribuído pela Associação Na-cional dos Industriais de Pré-fa-bricação em Betão (ANIPB). O objectivo é promover a investiga-ção e o desenvolvimento de no-vos produtos e técnicas nesta área de actividade.

A empresa introduziu na cons-trução de um conjunto de via-dutos um conceito inovador de “fábrica móvel”, uma unidade produtiva junto ao local da obra que disponibiliza todas as valên-cias de uma fábrica de pré-fabri-cado normalmente instalada. O conceito pode ser aplicado sempre que a dimensão da obra o aconse-lhe, possibilitando ultrapassar as dificuldades colocadas pelo trans-porte das peças préfabricadas, normalmente de grandes dimen-sões, entre a fábrica tradicional e o local da obra.

Entretanto, a Pavicentro tam-bém está a reforçar a sua posição na produção de painéis de facha-da para edifícios e nas áreas das telecomunicações, do gás e da electricidade, com a produção de torres de suporte de antenas e de diferentes tipos de “shelters” para vários países.

Ferraria quer quota de mercado a sul e intensiFica internacionalização

A Construtora da Ferraria foi adquiri-da, na sua totalidade, pelo fundo Explo-rer Investments. Foi então realizada uma reestruturação das suas áreas de negócio.

O objectivo passa agora pelo reforço do seu negócio a sul do território nacional. A internacionalização também será inten-sificada.

A reestruturação correspondeu ao cres-cimento registado nos últimos anos. A

empresa de design de espaços, marketing e exposições pretende garantir 10% de quota de mercado a sul e conquistar 20 novos clientes, o que se traduzirá num total de 50 novos negócios. Ainda no pri-meiro trimestre, foi assegurada a presença em 14 novas feiras. A nível internacional, a Ferraria quer estar mais activa nos secto-res dos materiais de construção, das novas tecnologias, do ambiente e das energias renováveis, com destaque para Espanha, França e Itália., mercados que deverão representar cerca de 50% do crescimento previsto para o presente exercício.

A facturação, no ano passado, cifrou-se em 11 milhões de euros, mais 23% do que no exercício antrerior, o que corres-pondeu a 42 mil m2 de área construída de stands. A carteira de clientes internacio-nal apresentou um aumento de 70%, sen-do que representou já 15% da facturação da empresa. “O reforço da presença dos clientes da empresa em feiras, bem como a conquista de novos clientes estiveram na base do desempeho no ano transacto”, de acordo com responsáveis da Ferraria.

clínicas praestigium abre quarta unidade em olhão

A Clínicas Praestigium continua a sua estratégia de expansão em territó-rio nacional, desta feita no Sul. Em regime de franchising, foi aber-ta mais uma unidade da marca de cuidados corporais em Olhão. Até ao final do ano es-tão previstas mais três aberturas.

A clínica de Olhão repre-sentou a inauguração da quar-

ta unidade da marca, de uma rede que teve início na capital. Seguiram-se Algés e Laranjeiras, de-vendo abrir ainda três novas unidades até ao final do ano. A marca pensa que será possível a cobertura nacional a

médio prazo, pelo que o grupo está aberto a

novas parcerias em fran-chising, sobretudo para as

principais capitais de distrito.

Luís Figueira de Sousa, Construtora da Ferraria.

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A empresa de bricolage, jardinagem e decoração do grupo francês ADEO quer consolidar o negócio no mercado na-cional, investindo 35 milhões de euros na inauguração de dez novas lojas em 2008, explicou aos jornalistas Ignacio Sanchez, director-geral da AKI em Por-tugal. O investimento vai incidir princi-palmente na expansão e modernização

da área de rede, na aposta de produtos di-ferenciados e na oferta de novas ten-dências para os consumi-dores.“Reposicio-nar a marca foi o desafio a que nos propusemos este ano. Q u e r e m o s apostar em

vender ideias e novas tendências a pre-ços competitivos. Este é um dos nossos grandes objectivos”, afirmou o respon-sável. A ideia é abrir uma loja em cada cidade portuguesa com mais de 50 mil habitantes”. Em carteira estão 12 pro-jectos, “mas duas das lojas só devem abrir em 2009”, acrescentou o respon-sável. Os novos espaços AKI vão insta-lar-se principalmente no norte do país, onde serão inaugurados quatro ou cinco estabelecimentos, distribuindo-se os restantes pelo Funchal, Faro, Torres Ve-dras e Santarém, fechando assim este ano com um total de 26. As novas lojas

vão criar 500 novos postos de trabalho “de longa duração”, a juntar aos mil que já existem, o que representa um investimento de um milhão de euros em formação sobre gestão de produto e de negócio, pois como afirmou Ignacio Sanchez: “o ponto forte do grupo é, aci-ma de tudo, a formação das equipas”.Em 2007, a AKI teve um volume de negócios de 165 milhões de euros, es-timando para 2008 atingir os 225 mi-lhões de euros. Quanto a lucros líqui-dos, cresceram 50 por cento no ano passado, esperando-se para este ano apenas mais 10 por cento, devido ao investimento em novas lojas, adiantou o responsável, sem especificar núme-ros. Com uma facturação média anual de oito milhões euros por loja, a AKI investiu ainda 18 milhões de euros na reestruturação dos 16 estabelecimen-tos já existentes no nosso país, “com o objectivo de as tornar mais apelativas ao cliente e captar as mulheres como público alvo”. Uma mudança significa-tiva no interior, apostando na decoração foi uma das formas encontradas para o conseguirem, aliada à continuação da boa relação qualidade/preço. No que toca ao investimento para renovação, este não faz parte dos 35 milhões de euros estimados para a abertura de no-vas unidades, mas o valor ainda não está contabilizado.Em 2010, a AKI quer trazer para Por-tugal dois novos conceitos: lojas “dis-count” e também para profissionais, visto acreditarem “haver espaço no mercado português”, salientou o direc-tor-geral da empresa.

Marisa [email protected]

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AKI Investe 35 mIlhões de euros em dez novAs lojAs este Ano

sexta-feira, 28 Março de 2008 15negócIos e empresAs

Wolters Kluwer reconhecida pelo Anuário de Sustentabilidade 2008

A Wolters Kluwer, empresa de serviços e produtos editoriais de informação para profissionais ju-rídicos, foi reconhecida na “classe Bronze” do Anuário de Susten-tabilidade 2008. A publicação inclui as empresas com melhor comportamento em matéria de sustentabilidade e responsabilida-de corporativa.

O Anuário de Sustentabilida-de 2008, apresentado no Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, analisa empresas que operam em 57 sectores diferen-tes em todo o mundo, tendo em conta parâmetros económicos, ambientais e sociais.

A Wolters Kluwer, distinguida na “classe Bronze” pela Pricewa-terhouse Coopers (PwC) e pelo grupo Sustainable Asset Mana-gement (SAM), está representada em 32 países, na Europa, América do Norte e Ásia Pacífico, empre-ga 19.900 trabalhadores e apre-sentou receitas anuais de 3,7 mil milhões de euros em 2007.

Pioneira na aplicação de siste-mas de qualidade total nos países em que opera, a empresa conta com “sistemas de averiguação de qualidade não só ao nível am-biental e de segurança, mas tam-bém em vários outros, caso das relações intra-empresariais”.

Um dos maiores organismos do Reino Unido, o London Borough de Croydon, melhorou o seu serviço ao cidadão, no âmbito de um programa de modernização tecnológica

o contextoDe forma a atingir os seus objectivos, o

Concelho de Croydon definiu um ambicio-so programa de transformação, suportado por um elevado investimento em tecno-logia, de modo a permitir: i) a movimen-tação de recursos do back-office para o front-office; ii) a criação de uma vantagem competitiva na gestão do relacionamento com os cidadãos; iii) a renovação de toda a infra-estrutura de TI da organização.

Para a sua operacionalização, o Croydon necessitou de encontrar um parceiro ca-paz de desenvolver e implementar esta estratégia, tendo para o efeito seleccio-nado a Capgemini, que, com as suas disciplinas de consultoria de negócio, tecnologia e outsourcing, demonstrou a capacidade de produzir os resultados pretendidos.

A solução A realização deste projecto implicou

a implementação de novos canais e de processos inovadores, bem como de uma completa reestruturação das áreas de back-office – convertendo recursos de

back-office para funções de atendimento - em linha com a estratégia definida, que visava melhorar a experiência do cidadão no contacto com os serviços públicos.

A solução implementada foi suportada em tecnologia Oracle CRM, uma vez que a mesma já possuía templates específicos para a administração local.

Como resultado deste projecto, foram criados mais de 3300 novos postos de trabalho, incorporando novas soluções de atendimento e ainda a criação de um “contact center” com 200 posições.

No âmbito deste projecto, a Capgemini foi igualmente responsável pela formação de mais de 4000 funcionários do Conce-lho de Croydon, com particular enfoque na utilização das novas soluções e pro-cessos implementados.

Para além das vertentes do projecto de reengenharia da infra-estrutura tecnológi-ca, o Concelho de Croydon celebrou ainda um contrato de outsourcing com a Cap-gemini, no âmbito do qual esta assegura toda a manutenção e administração da solução desenvolvida, visando a redução de custos e eliminação de ineficiências.

o resultadoActualmente o Concelho de Croydon

está a cumprir com os objectivos propos-tos para a modernização tecnológica. O Contact Center e as novas infra-estruturas

de TI, foram entregues dentro do prazo e do orçamento definido. A introdução das novas infra-estruturas de TI permite que os cidadãos e funcionários do Croydon já beneficiem de processos racionalizados, bem como de clara melhoria na comuni-cação com os cidadãos.

trabalho conjuntoDurante todo o projecto, o Croydon e

a Capgemini trabalharam em estreita parceria, com equipas seniores de am-bas as organizações, beneficiando ainda das relações de parceria que a Capge-mini possui com outras empresas-chave – fabricantes de hardware e de software – tais como a Oracle, a Hewlett-Packard, e a Microsoft.

“O excelente trabalho de parceria entre o Croydon e a Capgemini foi o ingrediente mágico que permitiu o cumprimentos dos objectivos”, afirmou John Howells, Direc-tor de Programas da Capgemini.

Sob a liderança da Capgemini, que en-volveu cerca de 200 especialistas e con-sultores seniores em diversas fases do projecto, Croydon foi capaz de: i) incor-porar no programa soluções de segurança e procedimentos de disaster recovery; ii) criar uma rede de voz e dados totalmen-te IP; iii) obter um ambiente operacional desenvolvido para acomodar a criação de mais de 3300 postos de trabalho.

CASE STUDY

trAnsformAção e InovAção AjudAm o concelho de croydon A melhorAr o foco nos cIdAdãos

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Esegur com lucros acima dos quatro milhões de euros

A Esegur, uma das empresas de segurança privada do nosso mer-cado, terminou o ano de 2007 com um volume de vendas supe-rior a 60 milhões de euros. Um crescimento, dizem em comuni-cado, próximo dos 10% em rela-ção a 2006. Os lucros, esses, fica-ram acima dos quatro milhões de euros, de novo, uma subida com significado face ao ano transacto. A que se deve esta dinâmica?

Aqui, a Esegur fala do desem-penho de áreas como as soluções de segurança com crescimentos de 23% ou a gestão de documen-tos e arquivos, esta responsável por uma subida de 9%. Um valor que, em termos absolutos, repre-senta algo como 2,5 milhões de euros de facturação. Para a Esegur é também motivo de satisfação a evolução da empresa na área do transporte, guarda, tratamento e distribuição de valores. Esta com um crescimento de 2%, resulta-do, dizem ainda, da “constante aposta na inovação tecnológica associada a estes serviços”. Que futuro para a Esegur?

A directora coordenadora do departamento Comercial e de Marketing desta empresa, San-dra Silva, mantém o tom e fala de crescimento. “Em 2008, es-peramos manter o crescimento de dois dígitos e, sobretudo, asse-gurar o comportamento positivo em todas as nossas áreas de acti-vidade”, destaca. E acrescenta: “A área de gestão de documentos e de arquivos será uma das princi-pais apostas da Esegur para este ano, porque acreditamos que este é um segmento com um enorme potencial de crescimento”.

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sexta-feira, 28 Março de 2008negócios e empresas16

La Seda de Barcelona investe 500 milhões em Sines Com um custo de 400 milhões

de euros, nasceu em Sines a nova fábrica de petroquímica da La Seda de Barcelona. Classificado como projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN), o investimento contará com o apoio de 99 milhões de euros do Estado português – 39 milhões de euros atribuídos através de subsídios e o restante em bene-fícios fiscais –, além de ter entre os accionistas a Imatosgil, com 10,8%, e a Caixa Geral de Depó-sitos, com 5%.

Para cimentar a primeira pedra daquela que será também a primei-ra unidade de produção PTA (ácido tereftálico purificado) de raiz da La Seda em Portugal, através da sub-sidiária Artenius Sines estiveram presentes em Sines, o primeiro-mi-nistro, José Sócrates, e o ministro da Economia e da Inovação, Ma-nuel Pinho. O projecto, que deverá estar concluído em 2010, terá uma capacidade anual de produção de 700 mil toneladas, que terão como destino a exportação, e criará 150

postos de trabalho directos. Os elogios deram o mote a este

evento, tendo Manuel Pinho fala-do sobre os diversos projectos em curso “que vão dar uma estrutura muitíssimo mais sólida ao tecido empresarial português” e José Só-crates considerado que este inves-timento representa “modernização da nossa economia”, salientando ainda o facto de se destinar à ex-portação, o que “irá colocar Portu-gal na rota mundial”.

As estimativas realizadas pela La Seda apontam ainda para um volu-me de negócios na ordem dos 500 milhões de euros, em período de ve-locidade cruzeiro. Com este inves-timento a empresa espanhola passa de terceiro para primeiro “player” na Europa neste segmento. A La Seda de Barcelona foi fundada em 1925 e é líder no mercado europeu de PET (polietileno tereftalato), o plástico utilizado em embalagens, detendo actualmente 22 fábricas em 11 países europeus e 2100 tra-balhadores ao seu serviço.

Rafael Español, presidente da empresa, considerou este projecto estratégico, não apenas para Por-tugal mas para a Europa, ao cobrir o défice de PTA que corresponde a importações anuais de cerca de 400 mil toneladas de produto da Ásia. Além disso, a tecnologia utilizada na futura unidade produtiva per-mitirá uma importante redução de custos de produção comparativa-mente a outras unidades europeias, de acordo com a empresa espanhola. O presidente do grupo espanhol classificou o projecto como sinóni-mo de “competitividade, eficiência tecnológica e energética” e salien-tou que as preocupações ambien-tais também constam das priorida-des da empresa, já que o consumo energético será reduzido em 25%.

José Sócrates não escondeu o or-gulho de ter conseguido trazer o investimento para Sines, conside-rando que esta é uma grande mu-dança para a região.

AnA [email protected]é Sócrates considera que a nova fábrica vai modernizar a economia poruguesa.

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28 de Março de 2008 | Suplemento Nº128Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.

BARÓMETRO PME*Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME

Resultados da Semana de 20 a 26 de Março de 2008:Os bancos anunciaram que os empréstimos vão fi car mais caros. A actual instabilidade do mercado fi nan-ceiro internacional é razão sufi ciente para justifi car este aumento?Sim – 8%Não – 88%Talvez – 4%

Tema em auscultação até 02 de Abril de 2008:Está em curso uma campanha de informação sobre o Tratado de Lisboa (www.tratadolisboa.eu) que será ratifi cado por via parlamentar a 23 de Abril. Conhece o Tratado de Lisboa?

Participe. Dê o seu contributo em:

www.pmeportugal.pt

PME-Portugal promove 2º ciclo de sessões no Porto, Leiria e Lisboa

Workshops para jovensquadros qualifi cados

Perante uma nova mudança de presi-dente do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, a direcção da Associação PME-Portugal manifestou o seu descon-tentamento. Considerando que esta en-tidade pública de apoio às PME “muda demasiadas vezes”, a PME-Portugal sublinha que “há uma regra que o país e a economia necessitam – a da estabi-lidade – independentemente de termos boas ou más avaliações de desempenho do IAPMEI que, historicamente, tem estado longe das micro, pequenas e médias empresas”.Embora reconhecendo que “por muito esforço que o IAPMEI tenha feito”, a PME-Portugal entende que “a verdade é que continua a haver uma grande dis-tância entre a administração do IAPMEI e o tecido das PME”. E esta mudança de administrações “não é um bom si-nal” porque “estas têm uma função a desempenhar e devem ser julgadas por mandatos que devem ter continuidade”. Aliás, “este é o problema da maioria das administrações, designadamente as pú-blicas, que mudam constantemente”.

PME-Portugal

reclama um IAPMEI

mais próximo das PME

Após anúncio de nova mudança de presidente do instituto público

PME-Portugal promove 2º ciclo de sessões no Porto, Leiria e Lisboa Workshops para jovens quadros qualifi cados. Dotar as

empresas de jovens quadros qualifi ca-dos tem sido o principal objectivo do Programa Gestores PME, promovido pela Associação PME-Portugal, no âmbito do InovJovem. Este projecto proporciona vantagens a ambos os participantes porque, para além de integrar jovens no mercado de traba-lho, permite às empresas acolherem pessoas qualifi cadas em áreas espe-cíficas que poderão ser de elevada importância para o desenvolvimento empresarial. Para complementar e re-forçar esta formação, a PME-Portugal realizou já, nos últimos dois meses, um primeiro ciclo de workshops di-

rigidos aos jovens formandos, tendo para tal convidado algumas entidades que considera terem contribuído para o enriquecimento profi ssional destes jovens. Perante o sucesso da primei-ra fase de sessões que se revelou de grande importância para a formação e qualifi cação dos jovens quadros, a PME-Portugal está a organizar um segundo ciclo de workshops: Gestão de Segurança e Higiene no Trabalho | Porto | 31 de Março de 2008 Gestão de Segurança e Higiene no Trabalho | Leiria | 01 de Abril de 2008 Gestão de Qualidade | Lisboa | 02 de Abril de 2008. Para mais informações, os interessados deverão entrar em contacto com a Associação PME-Portugal (tlf.: 707 50 1234; e-mail: [email protected]).

Workshop realizado em Leiria,durante o 1º ciclo de sessões

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Nick Coutts, administrador da Holmes Place Iberia, afirma

Redução do IVA nos ginásios é uma falsa questão

Vida Económica - A polémica questão da redução do IVA de 21% para 5% nos ginásios não vos tem dado descanso...

Nick Coutts - Esta é uma falsa questão e um tema enfatizado pela imprensa, o que foi mau para nós e para outros ginásios que já ti-nham alterado a taxa. Nos nossos clubes a aplicação da taxa de IVA

a 5% acontece já desde o início de 2007, muito antes do anúncio do Governo.

VE – E porque o fizeram?NC - Desde 2002 que tentámos

falar com o Governo para clarificar o futuro do IVA porque não esta-va claro para nós. Dentro da área do fitness havia já muitos clubes a aplicar os 5%, outros 21%. Querí-amos ter a certeza aobre a taxa que devíamos aplicar.

Fizemos pesquisa, consultámos advogados e a consultora Deloitte. No final de 2006 tivemos a certeza que devia ser 5%. Por isso reduzi-mos a nossa taxa de IVA para 5% no início de 2007.

VE –Então baixaram os pre-ços nessa altura?

NC - O facto de baixar o IVA não significa que os preços tenham que baixar. Quando isto aconteceu noutros sectores há uns anos, os preços não baixaram. Nada mu-dou. Houve alguns ajustes ao lon-go do tempo, mas nada mudou. Quando o IVA baixa, na prática,

os ginásios podem baixar os pre-ços, mantê-los ou, até, aumentá-los. Houve apenas alguns ajustes ao longo do tempo. Por exemplo, revimos os preços essencialmente no segmento “corporate”. Estas descidas de preço variaram entre os 10% e os 22% em 2007.

Pertencemos a uma associação – European Health and Fitness As-sociation – com quem falámos so-bre isso porque já tinham uma ex-periência semelhante na Holanda, que é o maior mercado de “fitness” europeu. As mudanças ocorreram há quatro anos. O que aconteceu foi semelhante. Uns clubes baixa-ram os preços, outros não, outros investiram mais nas suas instala-

ções. A diferença entre os dois pa-íses foi que não houve pressão do Governo nem expectativas criadas pelos “media”.

VE – Mesmo assim, não se livraram da polémica...

NC - Tivemos membros muito chateados, e isso é normal, mas, quando lhes explicámos a situação, perceberam. A mensagem principal que o clube quer passar é que acre-ditamos ter um bom produto, pelo preço adequado e não estar apenas a tirar o dinheiro dos bolsos dos sócios. O desafio para nós e para os outros clubes é que podemos ver na TV as notícias que dizem que, se os preços não baixarem, devem reclamar e que estamos a actuar ilegalmente. Mas não é o caso. Por exemplo, 15% dos nossos associa-dos já entraram no clube depois de alterarmos o IVA para 5%, em 2007.

Mais comerciais do que as exigências do Governo

VE – E o que mudou na vos-sa oferta entretanto?

NC - Acabámos de lançar o nos-so maior produto TOP24, com 28% de desconto sobre os preços normais, mas que requer uma fi-delização de 24 meses. Estamos a ser mais comerciais do que as exi-gências do Governo e a dar algo em troca aos associados. Conti-nuaremos a oferecer grandes des-contos, mas em troca da fidelidade dos sócios. Penso que é assim que o mercado deve funcionar. Vamos continuar a investir para ter a cer-teza de que continuamos a ter um produto de qualidade, a um bom preço.

VE – A fidelização é funda-mental para o vosso conceito de clube?

NC - O investimento que fize-mos é muito mais elevado do que qualquer outro concorrente em Portugal. Acreditamos que vale a pena pagar mais porque o clube não são só os materiais e os acaba-mentos, mas também o serviço e o ambiente. É por isso que o Hol-mes Place “obriga” a que todos os novos potenciais sócios façam um tour pelas instalações antes de to-

mar a sua decisão. É muito difícil para nós, neste mercado, manter a percepção de qualidade. Mas acre-ditamos que oferecer desconto só se o sócio faz um compromisso de fidelização.

VE – Para manter a qualida-de no serviço é preciso apostar fortemente nos recursos hu-manos...

NC - Sim. Temos a nossa Trai-ning Academy, que já existe há três anos. Oferece vários módulos de formação – temos quase 60 módu-los –, a maior parte na área de fi-tness. Vendemos estes módulos ao público e em 2007 tivemos 2200 novos formandos. Os ciclos de formação têm entre 40 e 70 horas de formação. Depois destas horas de formação, os formandos fazem um exame e, se têm sucesso, têm a oportunidade de trabalhar con-nosco.

VE – Quantos destes forman-do estão a trabalhar nos vossos clubes?

NC - Na área de fitness temos a trabalhar nos clubes cerca de 500 personal trainers e dentro desse grupo, metade são licenciados. Todos os anos têm que fazer novo

exame na academia e têm que atingir uma classificação superior a 80%. É um exame em parte teoria e em parte prático. Se não atingi-rem esta percentagem, têm outra oportunidade. Se falharem duas vezes, não podem continuar a tra-balhar connosco. Têm que voltar à Academia, pagar o curso de novo e voltar ao início. É muito duro para eles, mas é preciso para manter a qualidade.

A equipa comercial também tem formação na academia. Faz os mó-dulos de vendas. As três áreas mais fortes que temos são fitness, co-mercial e atenção ao cliente. Mas temos outras ainda, como saúde e segurança.

VE – E os formandos que não vão trabalhar convosco?

NC - A academia está aberta a outras pessoas que não vão traba-lhar para Holmes Place. Está aber-ta mesmo a outros operadores de fitness.

O ano passado lançámos uma iniciativa com universitários do Brasil que foi um sucesso na área da formação e do recrutamento.

FátIMA FErrã[email protected]

A controversa questão da redução do IVA de 21 para 5% nos ginásios não tem dado descanso aos responsáveis da Holmes Place Iberia. No entanto, segundo Nick Coutts, esta é uma falsa questão e um tema “enfatizado pela imprensa”. A verdade é que, nos clubes geridos pela marca, a aplicação da taxa de IVA a 5% acontece já desde o início de 2007, muito antes do anúncio do Governo. O plano de expansão para os próximos dois anos inclui a abertura de seis novos clubes.

“Plano de expansão ambicioso não será afectado por polémicas”, afirma Nick Coutts.

VE – Falando da estratégia da marca, quais as metas para 2008?

NC - Actualmente existem 16 clubes em Portugal, 10 dos quais na zona da Grande Lisboa. O objectivo para 2008 é a abertura de mais quatro, alguns deles já em fase avançada de construção. O primeiro abrirá em Braga, em Março, seguir-se-á o Funchal no fim do Verão, Almada, e Mem Martins. Para 2009 está já previsto mais um clube que fará parte do novo centro comercial de Odivelas (o maior da Eu-ropa), também já em construção.

VE – É, portanto, um projecto de expansão ambicioso...NC - Continuamos sempre à procura de novos locais. Começámos

pelas grandes cidades, mas agora, como já há muita oferta, e como já temos muito sucesso nas cidades mais pequenas, também estamos a optar por estas. Por exemplo, o sucesso em Coimbra e Aveiro superou as expectativas. É também por isso que queremos encontrar outras oportunidades neste tipo de população – entre 60 e 100 mil habitan-tes. E nestas cidades há espaço para mais do que um clube.

VE – Já não há clubes em franchising?NC - Neste momento, todos os clubes novos em Portugal são geri-

dos pela Holmes Place Iberia. No entanto, em alguns destes espaços há um tipo de franchising que não é um franchising típico. É um fran-chising de financiamento. Ou seja, o investimento é feito por terceiros e a Holmes Place Iberia recebe um fee para gerir esses clubes. As pes-soas não são proprietárias, são apenas investidores que esperam o seu retorno. Do ponto de vista dos colaboradores e dos sócios funciona exactamente da mesma maneira. Mesma marca, mesma qualidade...

VE – Quanto custa abrir um clube?NC - O investimento mínimo para abrir um clube com a marca e o

conceito Holmes Place ronda os cinco a oito milhões de euros.

HolMes Place vai alarGar rede de Ginásios

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serviços e Produtos Para eMPresas

sexta-feira, 28 Março de 2008neGÓcios e eMPresas18

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As comunicações têm co-nhecido ao longo das duas últimas décadas avanços

significativos face à capacidade de manter as equipas de uma organização permanentemente contactáveis. Desde sistemas de envio de mensagens baseados em texto, passando por acesso sem fios ao e-mail da empresa, até à possibilidade de efectuar chamadas de videoconferência, são cada vez mais uns trunfos que as tecnologias oferecem às empresas para estas manterem as suas forças de vendas e equi-pas móveis com permanente acesso à informação.

No entanto, este princípio da mobilidade também se aplica aos eventuais clientes e utiliza-dores de tecnologias, que estão agora menos tempo nos seus postos fixos ou previsíveis. Este paradigma tem motivado as empresas tecnológicas a desen-volver novas plataformas de in-teracção entre as equipas de ven-

das e os seus clientes, obrigando, por exemplo, a repensar alguns projectos on-line, evoluindo-os e transportando-os para outros suportes de acesso a conteúdos como os telemóveis.

As telecomunicações móveis possuem actualmente um po-der de contacto que o e-mail ou mesmo a tradicional carta nun-ca detiveram. Uma mensagem de SMS recebida num telemóvel será sempre lida, mesmo que posteriormente eliminada. Só esta disponibilidade e predis-posição para receber informa-ção representa um passo muito significativo face às ferramentas que as equipas de marketing e vendas detêm, por exemplo, com uma base de dados de en-dereços de correio electrónico.

Mediante esta premissa e re-correndo à tecnologia de redes sem fios bluetooth, as empresas podem agora criar inovadoras zonas de interacção com os seus clientes, independentemente da

existência ou não de uma loja física. Na prática, é possível criar em cidades ou eventos es-pecíficos uma zona de cobertu-ra de rede sem fios habilitada a enviar conteúdos e informação para todos os utilizadores que detenham um telemóvel com a tecnologia bluetooth activada. Conteúdos multimédia e acesso a um portal WAP específico do cliente são algumas das inovado-ras propostas deste novo marke-ting de proximidade que come-ça a dar os primeiros passos no nosso país.

As novas tecnologias possi-bilitam assim a gestão de cam-panhas e uma interacção seg-mentada com a pessoa certa, no tempo certo, no melhor local e contexto, oferecendo a oportu-nidade de construir uma relação de proximidade com o potencial cliente, onde uma comunicação permissiva regular se torna pos-sível tendo como base o telemó-vel.

O novo conceito de proximi-dade que os terminais móveis trouxeram conhecerá ao longo dos próximos anos uma evo-lução tecnológica significativa, adivinhando-se um maior peso da comunicação de dados face às tradicionais chamadas de voz.

O crescente número de subs-critores de serviços específicos das redes de telecomunicações prova que muitos utilizadores de terminais móveis estão dispos-tos a receber numa base regular conteúdos e informação no seu telemóvel. É necessário agora combater a banalização deste suporte, evitando a criação de um novo gigante de mensagens indesejadas e não solicitadas (spam) e procurando promover esta plataforma de comunicação como um meio de eleição para a comunicação permissiva, que representa também um real va-lor para os utilizadores/clientes que a recepcionam.

Na Nova Economia Glo-bal e na Sociedade do Conhecimento, com-

pete à Universidade um papel central na injecção no tecido social de uma dinâmica de in-satisfação permanente com a criação de valor e aposta na criatividade. Num tempo de mudança, em que só sobrevi-ve quem é capaz de antecipar as expectativas do mercado e de gerir em rede, numa lógi-ca de competitividade aberta, a Universidade não pode ficar à espera. Tem que se assumir como actor “perturbador” do sistema, induzindo na socieda-de e na economia um capital de exigência e de inovação que lhe conferirá um desejado estatuto de centralidade e sobretudo de inequívoca liderança no proces-so de mudança em curso.

A Universidade tem que se as-sumir como o ponto de partida e de chegada de uma nova dimen-são da competitividade em Por-tugal. Assumido o compromisso estratégico da aposta na inovação e conhecimento, estabilizada a “ideia colectiva” de fazer do valor e criatividade a chave da inserção das empresas, produtos e serviços portugueses no mercado global, compete à Universidade a tarefa maior de saber protagonizar o papel simultâneo de actor indu-tor da mudança e agregador de tendências. Ou seja, há um pon-to de partida na necessidade de a Universidade vir ao mercado li-bertar conhecimento aproveitável na consolidação de valor, mas há também um ponto de chegada no estatuto da Universidade como actor socialmente reconhecido na articulação cooperativa entre os diferentes protagonistas e as dife-rentes tendências.

O FACTOR T

A Universidade tem que se

assumir em Portugal como um Actor Global, capaz de trans-portar para a nossa matriz so-cial a dinâmica imparável do conhecimento e de o transfor-mar em activo transaccionável indutor da criação de riqueza. Para isso, a Universidade tem que, claramente, no quadro dum processo de reorganiza-ção interna em curso, assumir na sua plenitude a pertinência duma aposta consolidada nos três T que configuram a sua distinção estratégica – Tecno-logia, Talentos e Tolerância. São estas as variáveis em que a Universidade, no seu processo de reorganização estratégica, deverá claramente apostar, fa-zendo delas o motor da reafir-mação do seu papel no seio da Sociedade Portuguesa.

A Tecnologia não é um fim em si mesmo. Trata-se dum

instrumento de modernização operacional e estratégica, cen-tral nos múltiplos processos de reorganização empresarial em curso e que tem tido um papel fundamental na adaptação da inovação e criatividade pelos mercados. Na Universidade, a Tecnologia tem que ser simul-taneamente um factor de con-vergência organizativa, indutor de racionalidade e eficiência, e de sustentada aposta num pro-cesso de inovação permanente, participado e percebido pelas empresas que o deverão acolher na permanente criação de novos produtos e serviços lançados para o mercado. Isso faz-se com Talentos. A Universidade tem que os saber formar, fixar e so-bretudo lançar para o competi-tivo mercado da criação de valor global.

A Universidade em Portugal, nas diferentes áreas do conheci-mento, está cheia de Talentos. É inequívoco o sucesso que nos últimos anos se tem consolida-do na acumulação de Capital de Talentos de Norte a Sul, nas diferentes Escolas que prolife-ram pelo país. Chegou agora o tempo de dar a estes Talentos dimensão global, no aproveita-mento das suas Competências e na geração de criatividade e valor que eles podem induzir. Duma forma sistemática, arro-jada mas também percebida e participada. Aí a Universidade tem também que se assumir como um Actor Tolerante. Per-turbador do sistema e inconfor-mado com esse mesmo sistema, mas capaz de acolher diferentes tendências, pontos de vista. A Universidade, na sua dimen-são de Actor Global indutor de mudança, tem que ser também e sobretudo um local de ampla participação duma democracia aberta onde as ideias reforcem as apostas para o futuro.

CONHECIMENTO E CULTURA

A Universidade, como Actor Global responsável pela mu-dança em Portugal, não se pode confinar a um mero estabeleci-mento administrativo de espe-cialização técnica. Tem que fazer convergir efectivamente sobre si a capacidade de, através duma aposta cruzada permanente en-tre o conhecimento e a cultura, ser responsável pela formação de verdadeiros cidadãos globais, os tais de que Portugal precisa para afirmar a sua d i m e n s ã o estratégica e competitiva a nível in-ternacional. Não se pre-tende que a Universidade se concentre na formação de tecnocra-tas (amplos d e t e n t o r e s de conheci-mento) ou de meros ideólogos (protagonistas maiores na cultura). Quem está e quem sai da Universidade tem que dominar de forma activa o capital comum do conhecimen-to e da cultura como peças cen-trais da formação de Portugueses capazes de actuar com segurança e criatividade num mundo em permanente mudança.

A Universidade tem que sa-ber assumir de forma efectiva o desafio da abordagem do mer-cado. Não sob o pretexto de procurar a obtenção de valor a qualquer preço. Não é isso que está em causa. Do que se trata é de, efectivamente percebidos e assumidos os “clusters com-petitivos” de aposta nacional, fazer da Universidade o agente permanentemente mobilizador

das diferentes valências que têm que necessariamente interagir para construir soluções colec-tivas adequadas às diferentes expectativas que o mercado vai construindo. Numa sociedade em permanente mudança como esta em que vivemos, só assim tem sentido esperar da Universi-dade um papel claro e objectivo na definição duma nova Agenda de Competitividade, focalizada na obtenção de resultados con-cretos e na monitorização de impactos estratégicos.

A reorganização da Universi-dade é um desafio à ca-pacidade de m u d a n ç a de Portugal. Porque a Un i v e r s i -dade é um e l e m e n t o central de-cisivo na nossa ma-triz social, o sucesso com que a Universida-

de assumir este novo desafio que tem pela frente será também em grande medida o sucesso com que o país será capaz de enfren-tar os exigentes compromissos da Globalização e do Conheci-mento. A Universidade tem que assumir dimensão global ao ní-vel da geração de conhecimento, valor, mas também de imposição de padrões sociais e culturais.

A Universidade tem que ser o grande actor da mudança que se quer para Portugal. Seria muito mau num tempo em que a to-dos é pedido um esforço especial de compromisso estratégico com o futuro do país que aqueles a quem o Conhecimento mais deve não participassem de forma activa neste processo de verda-deira convergência global.

Negócios em movimento

AníbAl nogueirACeo, Heylife

“Adivinha-se um maior peso

da comunicação de dados face

às tradicionais chamadas de voz.”

sexta-feira, 28 Março de 2008 19pME

Um novo tempo para a nossa universidade

FrAnCisCo JAiMe QuesAdo

gestor do Programa operacional sociedade do

Conhecimento

“A reorganização da Universidade é um

desafio à capacidade de mudança de

Portugal.”

“A Universidade tem que assumir dimensão global ao nível da geração de conhecimento, valor, mas também de imposição de padrões sociais e culturais.”

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sexta-feira, 28 Março de 2008PME20

InvEstIMEntos EM grandEs EMPrEsas

Sou administrador de um grupo de três empresas, sendo uma de cons-trução civil (grande), outra de comércio de materiais de construção civil (grande) e ainda uma industrial que fabrica equipamento hoteleiro (balcões frigoríficos, etc.) (média).

Pretendemos implementar nas três empresas a certificação da qualida-de, remodelar as instalações, adquirir novos sistemas de informação e, apenas na unidade industrial, instalar software de planeamento e controlo da produção e comprar equipamento produtivo (punçonadora, quinadora e máquina de injecção).

Podemos candidatar-nos ao QREN?

RESPOSTA

1. Actividades desenvolvidasO enquadramento nacional do QREN exclui a actividade de cons-

trução civil (CAE 45). Igualmente, as grandes empresas comerciais (CAE 50, 51 e 52) não se podem candidatar ao QREN. Apenas as PME podem fazê-lo.

Assim, só resta a empresa com CAE industrial (10 a 37) que se pode candidatar.

2. Despesas elegíveisAs obras de remodelação não são apoiadas. As restantes despesas

de investimento são despesas elegíveis, conforme os Sistemas de Incentivos.

3. Que candidatura?A empresa industrial pode-se candidatar ao SI Inovação ou ao SI

Qualificação e Internacionalização de PME, embora, neste caso, tenha de provar que se trata efectivamente de uma PME. Para se poder can-didatar ao SI Inovação, que apoia todas as despesas elegíveis referidas anteriormente, incluindo os equipamentos produtivos, é necessário demonstrar que o projecto é inovador. Por inovação entende-se “a implementação de uma nova ou significativamente melhorada solução para a empresa, novo produto, processo, método organizacional ou de marketing, com o objectivo de reforçar a sua posição competitiva, aumentar o desempenho, ou o conhecimento, existindo quatro tipos de inovação: inovação de produto, inovação de processo, inovação organizacional e inovação de marketing”.

No entanto, por se tratar de uma média empresa, para que haja inovação é necessário que o produto, serviço, processo, método organizacional ou de marketing seja novo para a empresa, sendo desejável que seja novo para o mercado/sector/região (no caso de grandes empresas as exigências são maiores - a inovação deve ser para o mercado/sector/re-gião, sendo desejável que seja para o País).

Se não for provada a inovação, “cairá” todo o projecto. Assim, havendo dúvidas quanto à inovação, a empresa industrial deve candidatar-se ao SI Qualificação, quanto aos investimentos em factores dinâmicos de competitividade.

4. ApoiosSI Inovação - O apoio é um incentivo reembolsável com uma taxa

máxima de 35% e majoração de 10%, convertível em incentivo não reembolsável, conforme a avaliação de desempenho do projecto, não podendo ultrapassar 30% em ESB.

SI Qualificação – O apoio é um incentivo a fundo perdido de 35%, não podendo ultrapassar 250 000G por projecto.

ConsultórIo dE Fundos CoMunItárIos

Colaboração:[email protected].: 228348500

António Saleiro não duvida

Saída de Abel Mateus “só peca por ser tardia”

O afastamento de Abel Mateus, presidente da Au-toridade da Concorrência (AdC), “só peca por ser tardia”. António Saleiro, ex-presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec), acredita que o aumento do preço dos combustíveis “é uma questão de especulação” e que a situação “só pode melhorar”com a nova administração.

“O Governo não poderia ter outra atitude”. É esta a convicção de An-tónio Saleiro quanto à saída de Abel Mateus da presidência da AdC. “Es-tava a ser prestado um mau serviço ao país, a AdC nunca agiu como devia”.

Os combustíveis foram uma das áre-as em que a actuação da AdC mereceu mais críticas. Para Saleiro, a subida do preço dos combustíveis “é uma ques-tão de especulação”. “O petróleo está mais barato do que em 2000 e isso não se reflete nos preços”. A carga de impostos pode até aumentar os preços, mas não justifica uma subida tão alta.

Uma das questões levantadas por António Saleiro

enquanto esteve na presidência da Anarec foi a li-beralização do sector. Um processo que foi levado a cabo em 2004, mas que “é falso” e foi “feito para en-ganar o público”. O responsável acredita que “uma liberalização só com as petroliferas não faz sentido e os agentes do terreno nunca foram ouvidos”.

Neste cenário, a “incapacidade” da administração parece ser a principal ra-zão para o afastamento de Abel Mateus. Quando questionado sobre a existência ou não de conivência, António Saleiro não hesita: “Se não há, parece”.

Manuel Sebastião, membro da ad-ministração do Banco de Portugal, foi a escolha do Governo para presidente da AdC. O ex-presidente da Anarec afirma que a nova administração deve

“fazer um levantamento daquilo que é especulati-vo”. Não tem dúvidas de que o trabalho da AdC “vai melhorar, porque não é muito dificil”. Como resultado desse trabalho, acredita que o preço dos combustíveis vai baixar.

Governo reduz taxa de IVA para 20%Foi o próprio primeiro-ministro que fez o anún-

cio em conferência de imprensa. A taxa de IVA baixou para 20%, um ponto percentual que vai representar uma perda da receita fiscal na ordem dos 250 milhões de euros. José Sócrates argumen-tou que “é o momento de aliviar os Portugueses do esforço que fizeram nos últimos anos”. Apesar desta redução do IVA, o Governo mantém a meta de crescimento para este ano.

A descida do IVA vai entrar em vigor na segunda metade do ano, sendo que Sócrates está convenci-do que será possível manter o controlo das finanças públicas. A descida terá sido possível por via da redução do défice orçamental conseguida no ano

passado, aliás de acordo com o imposto pelo Pac-to de Estabilidade e Crescimento. De referir que a previsão do défice foi revista em baixa, de 2,4% para 2,2%, ainda no presente exercício.

Entretanto, o Governo considera que a taxa de crescimento se manterá em 2,2%, depois da sua revisão em baixa de 0,2%, no âmbito do Orça-mento do Estado. Naturalmente, no que se re-fere à receita fiscal, muito dependerá agora do desempenho da Direcção-Geral dos Impostos. Resta agora esperar se este não será o prenúncio da descida de outros impostos, como tem sido so-licitado por muitos economistas e analistas nos últimos tempos.

“Descida do preço do petróleo não se reflecte nos preços”

ltM CrIa rEdE dE aPoIo a ProjECtos dE IdI

A empresa de consultoria LTM estabeleceu uma parceria com o Instituto Superior de Engenha-ria do Porto (ISEP) e Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), para o desenvolvimento e gestão de projectos de Investiga-ção, Desenvolvimento e Inovação (IDI), com especial enfoque em projectos de I&D.

A rede pretende simplificar os

processos de constituição de par-cerias e aumentar a eficácia dos projectos de I&D, os quais po-dem ser apresentados a regimes de incentivos nacionais (QREN) ou comunitários (FP7), nomea-damente projectos de I&D para a criação de novos produtos e/ou serviços; inovação para a melhoria de processos e; criação de núcleos e/ou centros de ID&T.

adEsão ao PoPH suPEra ExPECtatIvas Mas aPEnas uM tErço tErá aProvação

O primeiro ciclo de candida-turas ao Programa Operacional de Potencial Humano (POPH), concluído no dia 14 de Março, contou com uma grande adesão de operadores, que superaram as expectativas do Governo, mas apenas um terço do investimento vai ter aprovação.

Foram apresentadas 10.700 can-didaturas, que representaram um

investimento de 6,4 mil milhões de euros. O valor representa cerca de 73% do investimento total dis-ponível do programa para os anos 2007-2013, e vai contar ainda com operadores que apresentem as candidaturas até Abril de 2008.

Dos 6,4 mil milhões de euros de investimento “só cerca de 2,2 mil milhões de euros vão ser apro-vados.

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O despique de patrocínios desportivos entre as duas cervejeiras nacionais parece um jogo de ténis. Bola de um lado, res-posta pronta do outro. A Central de Be-bidas meteu a bola para associar a Sagres à 1ª Liga de futebol. A resposta da Unicer revelou-se no ténis. As suas marcas vão

patrocinar o Estoril Open, substituindo precisamente as marcas do seu concorren-te de Lisboa.

StarbuckSA cadeia americana vai mesmo entrar

no Dolce Vita Amadora. Pelo menos é isso que a gestão do “shopping” diz aos retalhistas interessados em estar presen-tes no “food court”.

Não deixa de ser bizarro que a cadeia escolha um centro comercial para entrar no mercado e logo na periferia de Lis-

boa, em vez da própria capital. A cadeia americana é representada em Portugal pela companhia espanhola VIPS, que há mais de um ano procura localizações na capital. O Chiado era a zona preferida, depois de falhada a tentativa de acordo com a Parque Expo para a loja ocupada por Il Caffe de Roma.

Qual o restaurante ou café do Porto preferidos por Artur Santos Silva? O banqueiro do BPI abrilhanta a última edição da revista “O Tripeiro” e faz al-gumas confissões. Re-cordo por exemplo as tertúlias na Brasileira, invocando o café que frequentava com o pai e avô. Revela que na adolescência era um feroz jogador de bilhar, exibindo-se na cave do Avis. Mas os cafés que, na actualidade, o fasci-nam são os inevitáveis Majestic e Guarany, por terem sido recupe-rados com sabedoria e bom gosto.

Na gastronomia, Santos Silva não escolhe um, mas três restaurantes. No

Porto, cita o Rogério do Redondo, em Matosinhos, é fã do Gaveto. Na cozinha moderna, a sua escolha vai para o Bull & Bear. E qual o monumento citado por

Santos Silva, como o que identifica a ci-dade? A resposta surpreende: Os Arcos da Ribeira.

Dois mil milhões

&ÓcioNegócios

A AICEP concentra no Porto os seus serviços

num novo edifício

congresso Ícones

O QuE SE DIZ

aIcEP cOncEntraA Agência presidida por Basílio Hor-

ta vai proceder a uma concentração de serviços no Porto. A ex-API estava no Edifício Península, em salas alugadas a um fundo imobiliário do BCP. O

ICEP ocupava a instalação do Minis-tério da Economia do Viso. Agora, no âmbito da fusão reúnem-se todos os serviços num edifício de escritórios na Boavista, perto do Bessa.

POrtO arEna Será este o novo baptismo do actual pa-

vilhão Rosa Mota, e ex-Palácio de Cristal. O plano de intervenção da coligação

AEP/Coliseu/Parque Expo já está traçado e visa combinar a capacidade para acolher espectáculos na linha do pavilhão Atlânti-co com a organização de feiras, formando um triângulo com a Exponor (Leça) e Eu-roparque (Feira).

Quem não ficará por certo satisfeita será Rosa Mota. A campeã olímpica deixa de dar o nome a um símbolo da cidade do Porto.

Basílio Horta enalteceu o papel das PME numa conferência que proferiu aos asso-ciados da Associação Comercial do Porto

(ACP). Ainda se queixou que o país, por vezes, tropeça nos próprios pés, ao aludir

aos protestos e providências cautelares que atrapalham alguns projectos. Mas aprovei-taria a oportunidade para lançar o desafio

ao Norte para organizar um grande congresso internacional de PME. O Presidente da ACP, Rui Moreira, não se pôs de fora e aceitou o repto. Mas sempre foi dizendo que a vocação da associação não era propriamente organizar este tipo de iniciativas, subsidiadas pelo Esta-do. A ACP dinamizará, pode oferecer o Palácio da Bolsa para acolher o Congresso e participar, mas entende deverá fi-

car a cargo de uma organização estatal. A AICEP, por exemplo.

A cadeia americana Starbucks vai entrar no Dolce Vita Tejo, na

Amadora

sexta-feira, 28 Março de 2008 21

A exportação é um desígnio nacional e todas as indústrias se esforçam por aumentar as vendas no exterior. Os têxteis investem em feiras e na moda, o calçado beneficia da presença do activo minis-tro Manuel Pinho em Milão para projectar a sua imagem de qualidade. Isto é, o país gasta muito dinheiro nestas promoções, acreditando que o re-torno será virtuoso e favorável. Mas há um sector que não surge nas listas da exportação e que, to-davia, é mais exportador que alguns destes. É a construção.

É verdade que, como os negócios são feitos atra-vés de sucursais ou empresas de direito local, os números não surgem no mapa das exportações.Ainda assim, não poderemos deixar de louvar este contributo.

Em 2007, as receitas das construtoras no exte-rior rondaram os dois mil milhões de euros. É um número muito relevante, mais do dobro por exem-

plo, do valor de exportação da indústria do calça-do. Além disso, a aposta no exterior decorre da re-cessão interna e foi uma forma de as construtoras aguentarem os níveis de produção e rentabilidade. A Mota Engil, a que mais factura no exterior, tem um terço da sua produção nos vários mercados em que opera. A Soares da Costa, seguida da Teixeira Duarte, é a que mais depende do exterior, fazendo 60% do seu negócio no estrangeiro.

Mas o mais encorajador é que mesmo médias construtoras, como a Casais, FDO ou Novopca (facturações na casa dos 100 milhões de euros), se aventuram por novas geografias.

A Novopca, por exemplo, escolheu o mercado da Rússia para experimentar a internacionaliza-ção. Convém, por isso, que o país reconheça o esforço anónimo do sector da construção. Não é só Miguel Vieira, Fátima Lopes, Luís Buchinho e afins…

ParaDOxOO desemprego, em especial a Norte,

não pára de subir. Mas uma cadeia de chocolaterias tem enfrentado dificuldades em contratar pessoal para servir às mesas e ao balcão.

Há umas semanas, publicou um anún-cio na imprensa do Porto a pedir emprega-dos, sem indicar condições especiais nem salário. Obteve cinco respostas. E dois dos interessados tinham mais de 60 anos. Um

aparente paradoxo face à situação do mer-cado.

ténIS

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Festival de Rock está de regresso ao Norte 4 e 5 de Julho

No ano em que o Super Bock Super Rock regressa ao Porto, entre os dias 4 e 5 de Julho, no Parque da Cidade, o festival apresenta como cabeça de cartaz Jamiroquai, ZZ Top, Crowed House, James e Xutos & Pontapés, entre outros.

O Super Bock Super Rock regressa ao Porto para “reconquistar” o público do Norte do país, cinco após a última realização na cidade Invicta. Recorde-se que a Super Bock revolucionou o panorama musical português com a realização do primeiro Festival Super Bock Super

Rock, em 1995, que decorreu na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.Com um cartaz que mistura diversas sonoridades, a 14ª Edição do

festival promete agitar as noites no Parque da Cidade. Todos os no-mes estão praticamente confirmados. O cartaz do dia 4 de Julho es-tará completo com Xutos & Orquestra Jazz Hot Club, ZZ Top, James, David Fonseca e Crowded House.Já no dia 5 de Julho o cartaz será composto por Jamiroquai,

Clã, Jorge Palma e mais dois nomes a confirmar.Mas o Super Bock Super Rock vai também além-fronteiras, indo já na sua 4ª edição internacional

“Super Bock Super Rock – Angola”, em Luanda. O seu palco foi, uma vez mais, o estádio nacional

da Cidadela, onde 25 mil pessoas assistiram ao festival composto exclusivamente por música lusófona.

De realçar que a Super Bock é o grande patrocínio deste fes-tival que dura há 14 anos e, como nas “relações”, existem, os seus altos e baixos. “Mas o que subsiste é a confiança, a par-

tilha de ideias, pessoas que comunicam e que escutam, que estão lá para o bem e para o mal. É criarem valores e gostarem muito de

música. É importante que esta edição no Porto tenha muita gente”, salientou Luís Montez, da Música no Coração.O preço diário para o Porto é de 35 euros. Quem optar pelo passe para os dois dias, o preço é de 60 euros, com direito a estadia no Parque de Campismo da Prelada. Os bilhetes já se encontram à venda.

“Ressuscitar... a Arte da Natureza” em exposiçãoDe 27 de Março de 27 de Abril

Os desígnios artísticos da Natureza são infinitos, ainda que poucos tenham a sensibilidade necessária para a percepção dos mesmos.E quando, num universo carregado de contradi-ções, a sensibilidade de uma artista transforma a frieza emanada das pedras perdidas na imensidão dos séculos, num misto de sentimentos e emo-ções, destacando a beleza artistica da natureza, o resultado só pode ser fascinante.É é esse resultado que está patente nas obras presentes na Exposição “Ressuscitar... a Arte da natureza” de Xica, patente ao público – de 27 de Março a 27 de Abril - em a “A Arte da Terra”, junto à Sé Catedral em Lisboa.

Moda a preços baixos no Arrábida ShoppingDe 15 de Março até 1 de Abril

O Fashion Pop Up está, até 1 de Abril, no ArrábidaShopping. Depois de reali-zada no CascaiShopping, esta iniciativa está agora no Norte de Portugal, dando a oportunidade de adquirir roupa e acessórios exclusivos dos estilistas Dino Alves, Katty Xiomara, Luís Buchinho e Storytailors, a preços mais acessíveis.O Fashion Pop Up aposta numa loja temporária, que dura 15 dias, com uma

arquitectura arrojada e sofisticada, num ambiente de “glamour”, onde os estilistas nacionais dão a conhecer criações únicas e as mais recentes tendências da moda nacional. Esta iniciativa visa ainda criar momentos únicos e diferentes, num espaço pleno de sofisticação e design. Os visitantes do ArrábidaShopping vão ainda poder ver 20 manequins estáticos vestidos, em cada se-mana, por um designer diferente e contar com a inspiração musical de um DJ con-vidado.

O estilo arquitectónico do espaço Fashion Pop Up, inspirado numa porta em forma de elipse de um edifício no Bairro Alto em Lisboa, transmite um conceito irreverente e distinto que vai ao encontro do ArrábidaShopping. Com uma área de 50 m2 e com lonas de 12 mts, a criatividade do espaço foi merecedora da atenção dos visitantes do Centro e de alguns meios de especialidade em arquitectura e design.

O Rock in Rio já se sente na cidade do Porto. A menos de três meses do maior evento musical que acontece em Portugal, foram apresentadas diversas iniciativas que decorrem de 15 de Março a 15 de Abril na cidade do Porto. Este ano, o evento preten-de chamar a atenção para a necessidade da adopção de práticas ambientais correctas.

No dia 5 de Mar-ço, a Universidade Lusíada recebeu a primeira de uma série de cinco con-ferências que vão realizar-se em uni-versidades do Norte do país. A vice-pre-sidente do Rock in Rio, Roberta Me-dina, apresentou as iniciativas previstas para o Norte do país, e relembrou a projecto social subjacente a este evento, em que “2 a 5% das receitas revertem a favor de projectos sociais”.

A Vodafone é, juntamente com a CP, o grande parceiro da organização deste even-to. “Reforçar o sentimento de associação à música” é, segundo Pedro Caldas, mana-ger de patrocínios e eventos da Vodafone Portugal, o grande objectivo desta parceria. Em declarações à “Vida Económica”, refe-riu que, “do ponto de vista estratégico, os valores que são transmitidos pela música e o “target” que impactam são muito impor-tantes para a marca”.

O presidente da CP, Francisco Cardoso dos Reis, acredita que a CP pode ter um

papel importante na “promoção de práti-cas ambientais correctas”. A CP vai ofere-cer 4000 Rockcard à população do Norte. Com a utilização destes bilhetes, refere o presidente da CP, são emitidas menos 120

toneladas de CO2 para a atmosfera. O pre-ço do bilhete de ida e volta em comboio Intercidades tem um desconto de 30% para os portadores de bilhete para o Rock in Rio.

A Federação Académica do Porto tam-bém se associou a este evento. A banda vencedora do concurso de bandas desta entidade vai actuar num palco do Rock in Rio.

Na Praça do Molhe foi inaugurada a gui-tarra Vodafone, pela primeira vez na cida-de do Porto, com a contagem decrescente para o evento. O Rock in Rio realiza-se em Lisboa, a 30, 31 de Maio e 1, 5 e 6 de Ju-nho. Parte depois para Madrid, na primei-ra edição deste evento em Espanha.

Rock in Rio com presença no Porto

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Destaques Da semana

sexta-feira, 28 Março de 2008ÓCIO & neGÓCIOs22

A reunião anual Pestana Turismo 2008, que decorreu no Pestana Porto Santo Ho-tel, acolheu 122 participantes, oriundos de Portugal, América do Sul e África, e das di-ferentes empresas e marcas de Pestana Turis-mo – Pestana Hotels & Resorts, Pousadas de Portugal, Sonhando, Intervisa, Atlantic Holidays UK, Imobi-liária Algarve, Casino da Madeira e Pestana Golfe.

No decurso da reu-nião, o hotel Pestana Alvor Praia foi eleito como Unidade Hote-leira do Ano 2007 e a Pousada dos Lóios, em Évora, eleita Pou-sada do Ano 2007. A Pousada de Guima-rães – Santa Marinha e o Pestana Palace Hotel receberam o Prémio de Produti-vidade. À Hotelaria Pestana Madeira foi conferido o prémio Unidade de Negócio do Ano 2007. A divisão de timeshare da Madeira foi eleita como Melhor Investi-mento Pestana Turismo 2007.

Rita Vasconcelos, directora-geral dos ho-téis Pestana Palms, Pestana Miramar e Pes-

tana Village recebeu o Prémio Carreira em Pestana Turismo.

João Carlos Spínola, responsável pelo de-partamento de Relações Públicas da divisão de timeshare na Madeira, recebeu também o “Special Award Pestana”, distinção atribuída por Dionísio Pestana, que pretende home-

nagear colaboradores que são um exemplo de vida tanto no exercício das suas activida-des profissionais como pessoais.

No primeiro dia de reuniões estiveram em análise as melhores práticas exercidas dentro do grupo Pestana em diferentes áreas.

Pestana Alvor Praia e Pousada dos Lóios eleitas melhores unidades de 2007

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O segredo da vitória pelo talento está na multiplicação, não na adição. Não se trata meramente de juntar os indivíduos certos. As empresas que desenvolverem aquela ca-pacidade crítica conseguirão gerar esforços, criatividade e resultados de nível superior da sua força de trabalho. Estas algumas das principais conclusões retiradas do estudo da Accenture, a propósito das formas de garantir uma maior competitividade por parte das empresas.

A maioria dos executivos de topo tem uma profun-da percepção intelectual do valor crítico que o talento representa. Mas, quando confrontados com implica-ções práticas, as suas certezas começam a desvanecer-se. A realidade é que as mudanças na demografia da força de trabalho e até a natureza do próprio trabalho convertem o talento no activo competitivo mais im-portante de uma organização. A Accenture confirma que aspectos como atrair, recrutar e reter o talento adequado está agora no topo da agenda dos executivos.

Acontece que demasiadas organizações apresentam sistemas, práticas e processos fragmentados de gestão do talento e não se

concentram na criação daquelas capacida-des. As empresas devem fazer mais do que preencher lacunas através do acréscimo de pessoas. Têm que estar aptas para multipli-carem o seu talento para gerarem níveis su-periores de esforço, imaginação e criativida-de. E necessitam de fazê-lo por via de quatro factores, designadamente, definir, descobrir, desenvolver e alocar talento. “Quando es-

tas capacidades funcionam e interagem entre si e são alinhadas com necessidades críticas de negócio, as orga-nizações passam a estar em posição para multiplicarem o seu talento e, desta forma, criarem vantagem competi-tiva a longo prazo.”

O departamento de re-cursos humanos é há muito remetido para segundo pla-no no que a investimento e atenção diz respeito. O out-

sourcing está a tornar-se cada vez mais utili-zado, enquanto meio promotor da mudança nas actividades administrativas e transaccio-nais. “Mas é preciso fazer muito mais para que o talento seja ampla e eficazmente utili-zado, de forma a criar vantagem competitiva sustentável e valor a longo prazo”, conclui o estudo da Accenture.

A maioria dos executivos de topo tem uma percepção intelectual do valor crítico do talento

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A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) passa a contar com uma nova ferramenta informática, a qual permite cancelar certos benefícios fiscais. O sistema aplica-se às em-presas que no final de um dado ano tinham dívidas e beneficiaram de benefícios fiscais durante esse mesmo exercício.

A aplicação desta ferramenta respeita a 2006, pelo que cerca de 1500 contribuin-tes já foram avisados da situação em que incorrem neste momento. Está em fun-cionamento o módulo do chamado Siste-ma Informático de Controlo de Benefícios Fiscais (SICBEF) que respeita ao IRC. Os contribuintes em falta foram avisados por correio electrónico. O processo é simples.

Quando um contribuinte entrega a decla-ração de rendimentos (modelo 22) e apela a benefícios, mas tenha dívidas à data a que essa declaração se refere, o sistema desenca-deia o procedimento de cancelamento do referido benefício.

É então enviada ao contribuinte a notifi-cação, sendo que pode exercer o exercício de direito de audição prévia. Os contribuintes têm a possibilidade de provar que tais dívi-das não existem. Se não for esse o caso, os benefícios são eliminados e feita a liquidição adicional em sede de IRC. O fisco pode, as-sim, por um lado, reduzir os benefícios fis-cais e, por outro, levar a que os contribuin-tes regularizem a sua situação fiscal.

Fisco retira benefícios fiscais a empresas devedoras

Estudo da Accenture conclui

Segredo do sucesso pelo talento está na multiplicação

sexta-feira, 28 Março de 2008 23empresas

O Primeiro-Ministro, José Sócrates, anunciou a semana passada, no Parlamento, que vai pôr fim, a partir de 1 de Janeiro de 2009, ao contrato de exploração do hospi-tal Amadora-Sintra, entregue desde 1995 ao grupo José de Mello Saúde, liderado por Salvador de Mello.

O único hospital do Serviço Nacional de Saúde gerido por um grupo privado passa-rá, assim, a dispor do estatuto de entidade pública empresarial (EPE). José Sócrates justificou a medida, totalmente inesperada, com “uma grande dificuldade em fazer os

contratos” e com o facto de o Estado gastar “uma fortuna para vigiar o seu cumprimen-to”. Além de que, diz o Primeiro-Ministro, “nunca foi possível eliminar a controvérsia”. Por isso, “é melhor o SNS ter gestão públi-ca”.

Em comunicado, a José de Mello Saú-de é lacónica em palavras, apenas dizendo que “reitera o seu compromisso de cumprir o contrato de gestão em total respeito pela população que o hospital Amadora-Sintra serve, pelos seus parceiros e por toda a equi-pa do Hospital”.

Governo acaba com a gestão privada no Amadora-Sintra

A administração fiscal está a preparar nova ofensiva contra os bancos, as seguradoras e as grandes empresas. O fisco pretende garantir a recuperação de 1,23 mil milhões de euros em correcções à matéria colectável até ao fi-nal do presente exercício, em sede de IRC.

O objectivo está definido no plano de actividades da DGCI, pelo que haverá um acompanhamento permanente do compor-tamento tributário das grandes empresas, em geral, e do sector financeiro, em particu-

lar. Além disso, também se pretende o total cumprimento das respectivas obrigações fis-cais. No ano passado, o fisco obteve perto de dois mil milhões de euros por esta via junto das empresas de maiores dimensões. Ainda que agora o valor seja inferior, nem por isso a meta deixa de ser bastante ambiciosa.

Entretanto, face às críticas e à polémica que têm envolvido as operações do fisco, a intenção é conseguir uma cooperação efecti-va com os contribuintes.

Bancos, seguradoras e grandes empresas na mira do fisco

Na sequência da sessão de continuida-de que ocorreu no Porto, em Dezembro, em que Manuela Ferreira Leite apresen-tou as actuais especificidades da economia nacional, cabe agora a Juan Toribio revelar a actual situa-ção da econo-mia espanho-la. A sessão, o r g a n i z a d a pela AESE, tem lugar a 10 de Abril, no Hotel Porto Palácio.

É um facto que a situação económica no país vizinho tem uma im-portância de-terminante para a economia portuguesa. Para além da proximidade física, a Es-panha é o destino de uma parte muito importante das nossas exportações e investimento das empresas no exterior. Em sentido contrário, não é menos im-portante a proporção que a Espanha re-presenta no investimento directo estran-geiro em Portugal. Muitos quadros de empresas de capital espanhol intervêm directamente nas operações dessas em-presas no nosso país.

As duas economias estão fortemente ligadas, pelo que é essencial uma melhor compreensão da situação económica em

Espanha. Trata-se de uma assunto de ex-trema importância para os empresários e os executivos nacionais. Juan José Tori-bio vai apresentar a actual situação eco-nómica espanhola, inserida no contexto global.

É doutor em Economia pela Univer-sidade de Chicago e tem um vasto cur-rículo profissional nos sectores público e privado, em Espanha e nos Estados Unidos. Actualmente é director do IESE de Madrid.

AESE debate economia espanhola no contexto global

FORMAÇÃO para EMPRESASVida Económica

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zx Somos três irmãos proprietários de uma empresa familiar de tamanho médio. Alguns dos nossos filhos já integraram a empresa e outros serão integrados no futuro. Recentemente, um dos que já trabalha decidiu participar simultaneamente num negócio com outros sócios. É verdade que à partida praticamente não lhe roubará tempo, a sua participação é apenas como capitalista, mas o resto da família não gostou muito, principalmente os que trabalham com ele na empresa. Será que o que ele fez é correcto? Seria correcto da nossa parte perdi-lhe que renunciasse?Com quase todas as questões que afectam ou estão relacionadas com as empresas de propriedade privada, o que acreditamos que são problemas específicos que nos limitam pelas condições particulares do nosso negócio e nossa família são na verdade, e muito frequentemente, uma problemática comum deste tipo de sociedades.

zx A questão que nos coloca, e outras que foram colocadas em semanas anteriores, constituem frequentemente o acordo consensual entre os familiares proprietários – actuais e futuros – que conhecemos como Protocolo Familiar. É natural que alguns dos leitores vejam de forma negativa uma iniciativa de um familiar que sentem que os pode afastar de um projecto conjunto com o qual outros vivem um compromisso absoluto. Inclusive, ainda que tal iniciativa não significasse uma colisão de interesses com a empresa ou se entenda que possa resultar ou ser facilitada pelo seu trabalho na mesma. Mas é também verdade que, se ainda não tinham elaborado um guia de conduta relativamente à outra parte, possivelmente, não o interpretará da mesma forma.De qualquer forma, é precisamente este tipo de actuação, muitas delas com menos importância, que originam um ambiente negativo no seio da família empresaria e que acabam por debilitar a sua união e compromisso. Devem estabelecer normas e códigos de conduta; esta questão, tal como a política de incorporação de familiares directos ou por afinidade, a remuneração dos membros da família que trabalham na empresa, ou a escolha do sucessor, são tratados em profundidade e de forma consensual no Protocolo Familiar. O meu conselho é que o abordem na totalidade.

Abel Maia

sexta-feira, 28 Março de 2008EMPRESAS FAMILIARES24

Santos & Santos cresce 59%

A Santos & Santos, empresa espe-cializada no sector das madeiras, espaços verdes e substractos bio-

lógicos, registou, em 2007, um cresci-mento de 58,62% face ao ano anterior e atingiu mais de três milhões de euros de facturação. A ano 2007 foi crucial para a empresa do Grupo Catarino: além da afir-mação definitiva da empresa no sector das madeiras, arrancou definitivamente para o mercado espanhol e conquistou projec-tos importantes na área de espaços verdes, como as intervenções no prédio de Tomás Cerveira, em Coimbra, no Tivoli Mari-

notel, em Vilamoura, e no hotel Mestre Afonso, na Batalha.

Um dos sectores com maior crescimento foi o de jardinagem e paisagismo da San-tos & Santos, com a realização de diver-sos arranjos exteriores como o Aparthotel Aqualuz, em Lagos, e várias urbanizações de norte a sul do país. O Garden Center Santos & Santos sofreu obras de requalifi-cação que permitiram a importação de no-vas espécies de plantas exóticas e espécies invulgares como as oliveiras bonsai, bana-neiras adaptadas a baixas temperaturas, ou estrelícias brancas e negras, o que tornou o

espaço mais inovador, amplo e convidati-vo. A Santos & Santos conquistou o mer-cado nacional com uma gama completa de substratos Planeta BIO, para culturas em modo biológico, com certificação SA-TIVA, contrariando os efeitos nefastos da acção humana sobre o planeta.

Para 2008, a empresa prevê uma fac-turação global no valor de 5 milhões de euros e tem já previstos vários projectos de exterior para o Edifício ITECONS e para o Parque Vale Mondego, em Coimbra, e o Edifício Mar do Oriente, situado no Par-que das Nações.

Consultório da empresa familiar

Envie-nos as suas questões [email protected]

Mira Amaral, em conferência da AIMinho, afirma

“Capacidade de motivação dos trabalhadores é fundamental”

Aprendizagem, conhecimento e ino-vação: um triângulo estratégico, com vista à implementação de uma

“economia do conhecimento” é o rumo que as empresas familiares devem seguir.

Como tornar a economia portuguesa mais competitiva? Foi esta a resposta que se procurou obter na conferência “A Ino-vação e o Conhecimento na Competitivi-dade das Empresas”, que se realizou na Associação Industrial do Minho, em Braga, no dia 18 de Mar-ço.

“É precisa uma nova forma de fazer política em Portugal”. A afirma-ção é de Mira Amaral, ex-ministro do Governo de Cavaco Silva, que es-teve na AI Minho a falar do presente e do futuro da economia portuguesa. A economia do conhecimento é o caminho, mas “vai demorar algum tempo até que Portugal entre neste conceito, independentemente do Governo”.

A sociedade do conhecimento vai além da sociedade da informação. “As questões essenciais da economia estão na cabeça,

exigem um conhecimento tácito, e assim se explica que pessoas apenas com instrução primária possam ser grandes empresários”. O conceito dos “conhecimentoexcluídos” será usado com cada vez mais frequência. Produtitividade e competitividade são dois conceitos que muitas vezes se con-fundem e que na prática se distanciam. Ser produtivo “não é suficiente para ser

competitivo”: não basta ter um produto, é preciso vendê-lo. Para Mira Ama-ral a “capacidade de moti-vação dos trabalhadores é fundamental”. A “guerra mundial por cérebros a que assistimos”, com os melhores alunos portu-gueses a saírem do país, é um espelho da aceitação do “conhecimento como factor de produção”.

Há um triângulo estratégico que é es-sencial para o sucesso de uma empresa familiar: aprendizagem, conhecimento e inovação. Portugal já tem níveis conside-ráveis de investigação, mas aposta pouco na inovação e “um país que fique pela in-vestigação não tem futuro”.

O sucesso de uma empresa, familiar ou

não, só é possível se ela estiver “constante-mente a inovar” e “não repousar em vanta-gens competitivas”. A captação dos sinais do mercado é essencial.

Para alcançar a sociedade do conheci-mento é necessário que exista mais inicia-tiva, mais aposta em capital de risco, mais competitividade e um sistema educativo com gente altamente qualificada. Inovar imitando é um caminho possível e nesse âmbito a Irlanda é um bom modelo.

Mira Amaral acredita que “Portugal já descolou do atraso, mas ainda não deu o salto”. Existem dois factores em que Por-tugal está “francamente mal” e que são fulcrais para o sucesso: a educação e a jus-tiça. Há um problema de “défice de ofer-ta e excesso de procura” em Portugal e os salários, apesar de baixos, “são superiores à nossa capacidade de produção”.

Na conferência esteve também o jorna-lista do Expresso, Jorge Nascimento Rodri-gues, o presidente da AI Minho, António Marques, e Francisco Jaime Quesado, que apresentou o seu mais recente livro “O Novo Capital”. A obra reforça a ne-cessidade de implementar uma socieda-de do conhecimento, com a inovação e competitividade como factores funda-mentais.

“Profissionais com reconhecido prestígio que não estejam vinculados à equipa de di-rectores ou aos accionistas principais e que reúnem condições que assegurem imparcia-lidade e objectividade de critérios”.

Se o leitor ler o relatório de gestão corpo-rativa de qualquer empresa cotada em bolsa encontrará uma definição de Conselheiro In-dependente muito semelhante à anterior.

Quando uma empresa familiar coloca a possibili-dade de incluir um Conse-lheiro Independente no seu Conselho de Administração pode fazê-lo por dois moti-vos – não excluentes entre si:

• A necessidade de cobrir uma área de conhecimento das tratadas na semana anterior e das quais o ac-tual Conselho carece, por exemplo um elevado conhe-cimento em marketing.

• A necessidade de que alguém funcione como ca-talisador das relações entre

os membros da família; primeiro, formando--os sobre como se devem reunir e tomar de-cisões de forma conjunta e depois mantendo uma situação de harmonia nas relações inta-familiares.

Enquanto a primeira depende mais da formação dos membros da família, se traba-lham ou não na empresa, da qualificação de determinados directores da mesma... o se-

gundo dos motivos é uma necessidade que, em maior ou menor grau, todas as empresa familiares experimentam.

A contratação de um especialista em marketing é menos problemática do que a contratação de uma pessoa que nos tenha de ajudar na tomada de decisões conjun-tas e que ajuda a que as relações entre os membros da família se não melhorarem pelo menos não piorem por culpa de discussões empresariais. Centremo-nos, portanto, ain-da que de forma breve, nas características pessoais que deve ter um Conselheiro Inde-pendente.

Em primeiro lugar, e tal como começa este artigo, deve ser alguém imparcial e com objectividade de avaliação. Além de o ser, deve parecê-lo, caso contrário não será aceite como “árbitro” por certas partes da família e, portanto não poderá desempenhar o seu trabalho.

Deverá ter muita empatia, ser capaz de ver a problemática da empresa familiar e da família empresária a partir das diferen-tes perspectivas dos diferentes membros da família. Estes são os requisitos para que de forma sustentada tenha uma imagem

imparcial. Será que isto significa que deve dar sempre razão a todos e em tudo? Nada disso, a sua obrigação é pensar no lucro da empresa – que a longo prazo será o da famí-lia –, todavia deverá aglutinar vontades para construir uma acção comum, e para alinhar essas vontades deverá ser capaz de ver as coisas a partir das diferentes perspectivas individuais.

Não obstante, para poder utilizar esta em-patia em benefício da empresa, deve certa-mente ser claro e honesto, isto é, deve saber falar de forma clara e explícita sempre que for necessário. Se estivermos a agir de for-ma errada em algum assunto, deve chamar-nos a atenção, deve dizê-lo de forma clara e honesta (ainda que a pessoa que esteja errada seja o presidente da empresa, ou um familiar com grande influência sobre a fa-mília...).

O Conselheiro Independente não é uma pessoa fácil de encontrar e manter, mas a sua contribuição para a empresa familiar é sem duvida muito benéfica. Lute pela incorporação de um conselheiro indepen-dente na sua empresa – sairá certamente a ganhar.

O Conselheiro Independente na empresa familiar

Jesus e Francisco Negreira del Rio.

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“Um país que fique pela investigação não tem futuro”, diz Mira Amaral

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Deste valor, 18 000 m² dizem respeito a projectos do próprio Grupo Regojo, cuja comercia-

lização é feita em exclusivo pela Street Shop. Em causa estão 16 000 m² na av. da Liberdade, em Braga — que incluem 12 000 m² de lojas de rua, além de 4000 m² de apartamentos de 500 lugares de estacionamento – e várias lojas de rua na Baixa de Lisboa, Cascais, Braga e Se-túbal, que perfazem 2000 m² de ABL. A nova empresa detém também para comercialização, em regime de exclusi-vidade, um conjunto de 39 000 m² de ABL de empresas externas ao grupo, e que incluem o Barcelos Retail Park (11

000 m²), o Centro Comercial Alfena, no Porto, (6000 m²), o Lima Shopping, em Ponte de Lima (12 000 m²) e um Retail Park em Famalicão (10 000 m²).

A Street Shop conta ainda com mais 70 000 m² para comercialização em regime de co-exclusividade, e que inclui 40 000 m² num centro comercial em Famalicão (em fase de licenciamento) e um portefó-lio de 30 000 m² em lojas de rua.

Grupo Regojo aposta forteno negócio imobiliário

O Grupo Regojo Imobiliário (GRI) nasceu em Setembro de 2006, resultado

Escassez de projectos novos direcciona procura para escritórios usados

Imobiliário

Lisbon Prime index

O Lisbon Prime Index voltou no mês de Fevereiro a ter um bom nível de transacções, tendo em conta que se trata do segundo mês do ano, somando no total cerca de 10 mil m2 de escritórios contratados.

Especialmente activo durante este mês, o segmento de escritórios usados dentro da cidade de Lisboa foi responsável por mais de metade da área referida, com algumas transacções importantes em termos de volume contratado. A maior escassez de projectos novos direc-ciona cada vez mais a procura por parte das empresas para este tipo de edifícios.

Destaca-se neste mês a remodelação de um edifício na rua Duque de Loulé, 110 para transferência e centrali-

zação de todos os seus serviços do Grupo Electricidade Industrial Portuguesa SA, no seu novo edifício/sede em plena zona prime de Lisboa junto ao Marquês.

No corredor Mirafl ores – Porto Salvo foi o segmento novo que esteve mais activo, em especial nos complexos de escritórios localizados nesta zona, mostrando cada vez mais a preferência das empresas por projectos cria-dos e pensados de acordo com as necessidades.

O resultado desta procura na zona Oeste têm-se re-fl ectido nos valores de renda praticados, esta zona foi precisamente aquela que evidenciou em alta a renda máxima praticada, que se mantêm estabilizada nas ou-tras áreas do mercado de escritórios.

Proibidaa reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Projectos própriosdo Grupo Regojo

comercializados em regime de exclusividade

Grupo desenvolve projectos imobiliários

em Lisboa e Braga

sexta-feira, 28 Março de 2008 25

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JAN2005

MAR2005

MAI2005

JUL2005

SET2005

NOV2005

JAN2006

MAR2006

MAI2006

JUL2006

Índice Confidencial Imobiliário (2005=100)

Taxa de variação média dos últimos 12 meses

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No fi nal do ano passado, a Regojo Imobiliário arrancoucom a criação da Street Shop, uma nova empresa especializadana mediação imobiliária de espaços de retalho, ao níveldo comércio de rua, e em centros comerciais, retail parks,outlets e stand alone. Poucos meses após a sua criação,a empresa é neste momento responsável pela conduçãodo processo de comercialização de um conjunto de 127 000 m² de Área Bruta Locável (ABL).

Nova empresa de mediação imobiliária do Grupo Regojo

Street Shop tem carteira de 127000 m² de ABL para comercialização

da diversifi cação de negócios da Família Regojo. É liderado por João António de Carvalho, que conta já com 26 anos de experiência n sector imobiliário, 14 dos quais em Portugal. Propõe-se promover projectos sobretudo nas áreas de retalho, nomeadamente centros comerciais de di-versas tipologias e comércio de rua. Poderá também vir a promover projectos que in-cluam escritórios, habitação e hotéis, loca-lizados em Portugal e, eventualmente, em Espanha e no Brasil.

O GRI desenvolve a sua actividade em três áreas, a gestão de activos imobiliários (através da West Company Consultadoria e Serviços, Lda, que faz a gestão de patri-mónio, de direitos de espaços comerciais e presta serviços de consultoria imobiliária), o desenvolvimento de projectos (preferen-cialmente de retalho) e a Mediação Imobi-liária, através da Street Shop, SMI SA.

A equipa Street Shop é liderada por João António Carvalho, que, juntamente com os irmãos Pepe e Jaime Regojo, compõem a Administração da Empresa. O Director de Retalho é Bruno Rosa.

Actualmente, o Grupo Regojo Imobiliário está também a desenvolver vários projectos

em simultâneo, entre os quais se destacam o empreendimento na Av. da Liberdade em Braga (antigo Palácio dos CTT, quarteirão com 5000 m²). Está também a promover duas lojas no Chiado, em Lisboa, com um total de 1000 m² na rua Garrett. Na Baixa de Lisboa, está a desenvolver a recuperação de um prédio pombalino na Rua Augusta, com uma área total de 1100 m², dos quais 340 m² se destinam a retalho. Detém ain-da um térreo com cerca de 100 000 m² em Oeiras, com forte componente de retalho, além de outros imóveis destinados a uso de comércio nas cidades de Cascais, Braga e Setúbal.

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O Grupo CB Richard Ellis, anunciou que os valores finais da actividade de

investimento imobiliário na Eu-ropa atingiram, em 2007, os 246 mil milhões de euros, represen-tando um aumento de 6% rela-tivamente ao anterior valor recor-de, atingido em 2006.

Ao longo do último trimestre de 2007, a actividade de inves-timento na Europa Continental (excluindo o Reino Unido) re-gistou um valor recorde de 45 mil milhões de euros, batendo mesmo o anterior máximo his-tórico de 42,5 mil milhões de euros, verificado no último tri-mestre do ano de 2006. Segundo a consultora, os efeitos da con-tracção registada nos mercados de crédito fizeram-se sentir ao

longo de todo o último trimestre de 2007, mas acabaram por ficar circunscritos ao mercado do Rei-no Unido.

Os dados divulgados pela CBRE mostram que os cresci-mentos anuais mais fortes foram observados em alguns dos mer-cados europeus de menores di-mensões, como, por exemplo, na Hungria e no Luxemburgo.

Por isso mesmo e porque, para além do seguro das fracções autó-nomas de que são proprietários, os condóminos podem fazer segu-ro das correspondentes partes co-muns, convém que cada um dos condóminos comunique a exis-tência do seguro à administração do condomínio, com cópia da apólice onde se poderá verificar se o seguro cobre apenas a fracção ou se abrange, também, as partes co-muns do edifício que lhe corres-pondem.

Na hipótese, que o leitor nos coloca, de “a assembleia atribuir um valor ao prédio multiplicando os metros quadrados pelo valor de reconstrução”, para esclarecer qual a concreta cobertura do seguro

há que saber se a área considera-da na multiplicação pelo valor da reconstrução englobou todos os pisos do edifício. Se tal sucedeu, por certo que o seguro das partes comuns já estará incluído. Con-vém, contudo, verificar se a apó-lice menciona expressamente que o seguro efectuado abrange as par-tes comuns do edifício, pois, se a apólice não o referir expressamen-te presume-se, que o contrato de seguro não as abrangeu.

A lei dispõe que é obrigatório o seguro contra o risco de incêndio de um edifício em propriedade ho-rizontal. Tal obrigatoriedade abran-ge quer o seguro relativo ás partes comuns quer o que respeita a cada uma das fracções autónomas.

O seguro em referência deve ser efectuado pelos condóminos, muito embora o administrador do condomínio deva efectuá-lo, se verificar que os condóminos o não fizeram no prazo e pelo valor

quepara o efeito tiver sido fixado em assembleia de condóminos, fi-cando, neste caso, com o direito de reaver dos condóminos o pré-mio do seguro.

Isto porque a lei dispõe também que, no exercício das funções que lhe competem, o administrador do condomínio deve verificar a existência do seguro contra o ris-co de incêndio e deve propor àas-sembleia o montante do capital seguro.

Investimento imobiliáriona Europa atingiu os 246 mil milhões de euros em 2007

Legal & ImobiliárioPropriedade horizontal

Seguro de incêndio«A minha dúvida em relação aos condomínios é a seguinte:Se a assembleia atribuir um valor ao prédio multiplicando os metros quadrados pelo valor de reconstrução conforme as zonas existen-tes, ainda é necessário um seguro para as partes comuns? Existem muitos prédios em que há seguro só das partes comuns e noutros não há. Como fazer então para resolver a questão do seguro?»

sexta-feira, 28 Março de 2008imobiliário26

Funbox lança FII SertoriusA FundBox SGFII, SA,

constituiu um novo fundo de investimento imobili-

ário (FII) fechado, denominado Sertorius, e que conta com cinco milhões de euros de capitais pró-prios. O fundo está vocacionado para constituir uma carteira diver-sificada de propriedades de rendi-mento portuguesas.

Com um capital inicial de cin-co milhões de euros, prevê-se a

elevação, durante os exercícios de 2008 e 2009, do capital do fundo, o que será feito à medi-da do desenvolvimento do seu plano de investimentos, que poderá atingir um valor entre os 120 e os 200 milhões de eu-ros. De acordo com informação disponibilizada pela Fundbox, neste momento estão a ser es-tudadas aquisições no valor de 45 milhões de euros, incluindo

a fusão por incorporação com o Fundo Viriatus, também gerido pela FundBox. Durante os pri-meiros sete anos, o fundo será gerido com vista à constituição de uma carteira diversificada de propriedades portuguesas, e em termos geográficos, o fundo irá privilegiar investimentos em es-critórios no mercado de Lisboa e superfícies de retalho e activos industriais em todo o País.

Grupo Pestana reforça lançamento da marca Pestana Residences

O Grupo Pestana, o maior grupo hoteleiro portu-guês, inaugurou uma

sala de Vendas no Pestana Palace Hotel destinada à comercialização dos projectos da marca Pestana Residences.

Direccionada para o imobili-ário turístico e turismo residen-cial, esta marca pretende aliar destinos turísticos a uma fonte de rendimento ga-rantida, permitin-do a compra, por particulares, de um apartamento/bungalow num dos hotéis e resorts de luxo do Grupo. Os primeiros projectos a lançar com a marca Pestana Residences localizam-se no Brasil, e são o Pestana Ipojuca Bea-ch Resort & Bungalows, em Porto

Galinhas, e Bahia Lodge Residen-ce, em Salvador da Bahia.

O Pestana Ipojuca, Beach Resort & Bungalows é um resort integra-do que inclui um hotel de cinco estrelas e um empreendimento imobiliário de luxo, localizado na

região de Porto de Galinhas, e apre-senta para venda 75 bungalows e apartamentos situados junto à praia, desde T1 ao T3 com piscina privativa. O Pes-tana Bahia Lodge Residence está integrado num complexo que in-

clui um hotel de cinco estrelas, o Pestana Bahia Hotel, e é composto por 94 apartamentos, nas tipologias T0 a T2. Tem uma área comum de lazer e piscina, bem como um Spa, Kids Club, bar e restaurante.

ICI volta a registar aceleração no ritmode valorizaçãoDepois de um mês de Ja-

neiro em que foi travada a série de variações posi-

tivas que vinham a ser observadas desde Setembro de 2007, o Índi-ce Confidencial Imobiliário (ICI) voltou a registar uma aceleração do ritmo de valorização, quer a nível da taxa homóloga quer da taxa média anual.

Em Fevereiro, o ICI registou uma variação mensal de 0,8%, o que elevou a taxa de variação ho-móloga para 2,1% (em Janeiro, este indicador foi de 1,5%, contra os 2,0% em Dezembro), a mais elevada desde Junho de 2006. Esta evolução resultou ainda na subida da valorização média anual para 1,4%, depois de uma estabilização nos 1,3% em Janeiro.

De acordo com o ICI, o ritmo de valorização registado em Feve-reiro deverá continuar a verificar-se, tendo em conta que este foi o sexto mês consecutivo no qual a taxa de valorização homólo-ga esteve acima da média anual (2,1%, contra 1,4%, respectiva-mente).

O mercado de fogos novos foi um dos principais impulsionado-

MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

res dos resultados do ICI em Fe-vereiro.

Destaque para a crescente re-dução do diferencial entre a va-lorização dos segmentos novo e usado. Em 2007, o mercado de habitações novas chegou a valo-

rizar-se a um ritmo de 1,5 pon-tos percentuais acima do verifi-cado no segmento dos usados. Já em Janeiro, esse diferencial reduziu-se para apenas 0,5 pon-tos percentuais, mantendo-se em Fevereiro.

Os primeiros projectos com a marca Pestana Residences localizam-seno Brasil

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Integrado na sua estratégia de participar no processo de revita-lização do centro das principais cidades europeias através da cria-ção de espaços de retalho, com o objectivo de “devolver os espaços públicos aos cidadãos, a Multi Development inaugurou, na pas-sada semana, dois novos centros comerciais – Espacio Buenavista e Victoria Square em Oviedo e Belfast, respectivamente”.

Com estes dois projectos, que têm em comum o facto de pre-tenderem afirmar-se através da inovação ao nível arquitectónico e ambiental, a Multi Develop-ment “contribui para a revitaliza-ção e coerência do espaço público europeu, que recupera assim uma lógica e identidade próprias de praças, ruas, espaços verdes, luz e sombra, permitindo uma utili-

zação multifacetada, bem como a optimização do espaço público disponível”.

Com 40 mil m2 e 146 lojas dis-tribuídas por três andares, o Es-paçio Buenavista em Oviedo faz parte de um novo complexo as-sinado pelo arquitecto valenciano Santiago Calatrava, distinguido com o prémio Príncipe das Astú-rias em 1999, e situa-se no local do antigo estádio de futebol do Real Oviedo. Além do Espaço Buenavista, este complexo inclui ainda um centro de congressos, um hotel com 150 quartos, um parque de estacionamento para 2200 carros e escritórios do Prin-cipado das Astúrias. O Espacio Buenavista foi desenhado pelo gabinete de arquitectos T+T De-sign, em colaboração com Santia-go Calatrava, e encontra-se an-

corado nas lojas El Corte Inglês, Grupo Inditex, H&M, e em ou-tras marcas internacionais. O es-paço proporciona ainda cerca de 800 postos de trabalho directos.

Já o Victoria Square, concebido pelo mesmo gabinete de arqui-tectos T+T Design, em parceria com a BDP Arquitectos, tota-liza 75 mil m2, dando origem a uma nova área urbana. Um dos elementos chave deste projecto é a enorme cúpula de vidro com 35 metros de diâmetro que cobre por inteiro a praça central e que se encontra ladeada por duas ruas cobertas e de diferentes níveis.

Com a abertura de Victoria Square ao público, a oferta co-mercial aumentou cerca de um terço em Belfast, com 98 novas lojas, 106 novos apartamentos e um parque de estacionamen-

to subterrâneo para 1000 carros. Mais de 3000 pessoas estiveram envolvidas no processo de cons-trução de Victoria Square que vai proporcionar à cidade de Belfast cerca de 3000 novos postos de trabalho na área do comércio, da segurança e dos serviços.

Em Portugal, a Multi tem dois

projectos em construção – o Fo-rum Barreiro e o Arquiparque II, bem como uma série de outros projectos em desenvolvimento em várias zonas do país. Na área dos centros comerciais, Portugal foi o primeiro país onde a Multi desenvolveu e aplicou o conceito de gestão personalizada.

Agresso lança novas soluções de gestão

A Agresso Portugal, filial do Grupo Unit 4 Agresso, especia-lista em soluções de gestão para empresas e organismos públicos, apresentou a Ekon Builder e a Ekon Domus, para empresas de construção e de promoção imo-biliária, respectivamente.

As ferramentas, que agora atra-vessaram fronteiras, de Barcelo-na, em Espanha, para Portugal, propõem-se ajudar as empresas a responder aos novos desafios do sector.

Francisco Jiménez, “busines development manager” da CCS Agresso (filial espanhola da Unit 4 Agresso), que apresentou a Ekon Builder e a Ekon Domus, em Lis-boa, sublinha que as empresas de construção e promoção imobili-ária sofrem, actualmente, com as alterações do mercado e uma cer-ta pressão para baixar os preços, além de legislação mais exigente. As empresas têm-se visto também obrigadas a diversificar as áreas de actividade – uma promotora de-dica-se também já à construção e uma construtora faz também, cada vez mais, a promoção e ven-da dos empreendimentos.

Mas, acrescenta Jiménez, é tam-bém um sector pejado de novas oportunidades: há cada vez mais estrangeiros a procurar o sul da Europa, nomeadamente Portugal, para uma segunda habitação para férias ou para viver os anos de re-forma, regista-se um alargamento a novas zonas, que não apenas o litoral, e avistam-se novos merca-dos para as empresas portuguesas, como o leste europeu ou Angola. Além disso, o novo aeroporto in-ternacional de Lisboa deve trazer um incremento ao sector.

A Ekon Builder abarca todas as áreas do negócio de uma constru-tora e a Ekon Domus está mais vocacionada para promotoras imobiliárias. Tanto uma como outra “ferramenta” são novidade em Portugal.

Manuela Micael

Multi Development investe em retalho para dinamizar revitalização de centros históricos

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Vista aérea de Victoria Square em Belfast.

sexta-feira, 28 Março de 2008 27imobiliário

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Acabam de chegar ao mer-cado português mais dois smartphones BlackBerry. Es-tamos a falar do BlackBerry Pearl 8120 e do BlackBerry Curve 8310 que poderão ser, por aquilo que a TMN divulga, particularmente apelativos para o mercado empresarial. Afinal, esta-mos a falar de equi-pamentos que podem ser adqui-ridos com o tarifário de dados “BlackBer-ry Internet Service Li-ght”, o qual não vai além dos sete euros mensais e chega aos 2 MB em termos de capacida-de. Algo que vai dar aos utiliza-dores a possi-bilidade de enviar e receber, em média em termos men-sais, mil mensagens elec-trónicas. Este tarifário, diz

ainda a TMN, permite ainda configurar até 10 contas de correio electrónico daqueles que são os principais forne-cedores do mesmo. Ou seja, do Sapo, Telepac, Netcabo, Gmail ou Yahoo. Mas não fi-camos por aqui. Segundo a TMN, estamos ainda perante smartphones,

neste caso o B l a ckBe r r y Pearl 8120, que se des-taca pela sua câmara fo-tográfica de dois mega-pixeis, pelo b l u e t o o t h , toques poli-fónicos, alta voz, jogos, leitor de mú-sica ou cartão de memória de 1 GB. Já o seu par, o B l a ckBe r r y curve 8310, conta com as seguintes func i ona l i -

dades: “push mail”, câmara fotográfica de dois megapixeis com flash, leitor de MP3 ou cartão de memória de 1 GB.

Vida Económica - A Novis afirma que é líder de voz no segmento das micro e pequenas empresas com uma quota de 13,4%. Quais são as ambições da Novis neste merca-do? Até onde pretende chegar? Não estaremos ainda perante um valor pouco expressivo para um operador que centrou a sua actividade no mercado empresarial?

David Ferreira Alves - Esta quota de mercado da Novis deixa-nos tripla-mente orgulhosos: em primeiro lugar, porque, em termos absolutos, se trata de um valor muito interessante, em segundo, porque nos permite liderar os alternativos. E, por último, não nos podemos esquecer que estamos peran-te um valor que não aparece de forma isolada, na medida em que é fruto de uma estratégia muito sólida. Esta tem--nos permitido crescer de forma muito sustentada, desde que nos focámos no segmento empresarial.

Quanto aos nossos objectivos de crescimento - e aqui convém recordar que as diversas marcas da Sonaecom actuam de forma articulada e tendo em vista objectivos comuns -, acreditamos estar a dar um contributo decisivo para que, em cada quatro anos, se cumpra o nosso objectivo de duplicação do valor da companhia.

Em resumo, queremos dar o nosso contributo para que a Sonaecom atinja o seu objecto: ser o operador número um em Portugal.

VE - O que é que estas empresas procuram? Quais são as suas neces-sidades em termos de telecomuni-

cações?DFA - Naturalmente, as empresas

que actuam em Portugal procuram as soluções que acrescentem mais valor à sua actividade e isto ao preço mais competitivo.

Hoje em dia e por questões tecno-lógicas, quando falamos de telecomu-nicações para empresas, falamos tam-bém de conectividade de alto débito e, cada vez mais importante, da inte-ligência e dos serviços que um ope-rador pode oferecer com base nessa ligação. E é precisamente aqui que a Novis mais se distingue dos operado-res tradicionais.

Graças ao investimento estratégico que temos vindo a fazer naquela que é a mais sofisticada rede de telecomuni-cações do país, a Novis tem consegui-do tornar acessíveis à generalidade das empresas as soluções mais avançadas

que tradicionalmente só estavam ao al-cance das grandes organizações. Desta-camos nesta área o sucesso que temos obtido com a gama “e-Services” – “e-Conference”, “e-Camera”, “e-Fax”, “e-Backup” “e-Pack” e “e-Roaming” -, um conjunto completo de soluções inovadoras que, a partir de apenas al-guns euros por mês, permitem ganhos de produtividade muito significativos.

VE - A Novis fala de liderança em vários segmentos de mercado. Qual deles é o mais importante? A voz, a internet, as micro-empresas, as de maior dimensão?

DFA – A nós, Sonaecom, interessa-nos uma visão de conjunto. Queremos estar, inovar, acrescentar valor e liderar em todos os segmentos de mercado. É esta também a visão da marca Novis.

VE - Nos dias que correm, as op-ções nesta área das telecomunica-ções são cada vez maiores. Os ope-radores são vários assim como as tecnologias apresentadas, inclusi-ve, ao nível do fixo. Qual é a marca distintiva da Novis? Faz sentido fa-lar desta forma num mercado como o fixo, algo massificado?

DFA - Acreditamos que a nossa principal força resulta da combinação de alguns factores que nos dão uma marca distintiva, que nos permitem marcar a diferença e oferecer a cada cliente as soluções mais adequadas.

Estou a falar do conhecimento que a Sonaecom tem do mercado nacional, da experiência e apoio de um parceiro estratégico como é a France Telecom, mas também de uma equipa que é jo-vem, altamente qualificada, dinâmica e inovadora. A que acrescento ainda a mais moderna e sofisticada infra-es-trutura de telecomunicações do país. Devo lembrar que fomos pioneiros no ADSL 2+, que lideramos, claramente, o investimento em fibra óptica e que somos o único operador no país com uma plataforma IMS (IP Multimédia Subsystem).

SANDRA RIBEIRO [email protected]

A Novis lidera entre os operadores alternativos e em todos os segmentos de mercado. Quem o diz é o próprio operador, que, em comunicado de imprensa, justifica estas afirmações com o barómetro da DataE – empresa da Marktest - relativo ao último trimestre de 2007.

No segmento de voz e no mercado das micro e pequenas empresas, a Novis fala, inclusive, de uma quota de mercado de 13,4%. Um crescimento, acres-centa, de 2,5% face aos 10,9% do trimestre anterior. Mas as boas notícias não ficam por aqui, com a Novis a falar também de bons resultados, agora nas empresas com mais de 10 trabalhadores. Aqui, o operador da Sonae reclama para si uma quota de 14%.

Numa área distinta desta, a internet, a Novis, e como seria de esperar, volta a dar conta da sua boa performance ao registar, entre as micro e pequenas empresas, um crescimento de 2,1%. Já nas organizações com mais de 10 trabalhadores, o operador é mais preciso e fala de uma quota de 13,1%. E por-que uma empresa não se faz só de números, a Novis faz questão, com base no barómetro da DataE, de destacar a sua notoriedade. “A notoriedade espontânea da marca Novis continua a ser destacadamente a mais forte entre os operadores alternativos”, podemos ler em comunicado de imprensa.

Líder entre os aLternativos

Sony Ericsson lança uma nova linha de telemóveis no mercado

Uma nova era nas comu-nicações móveis. É desta forma que a Sony Ericsson fala do lançamento de uma nova linha de telemóveis, a XPERIA. Esta, diz Dee Dut-ta, director de marketing do fabricante, em comunicado, “representa a primeira mar-ca que nas-ceu da Sony Ericsson”. Esta linha, acres-centa, reflecte “a nossa visão de um modelo Premium, da c o m b i n a ç ã o perfeita entre a técnica e a experiência em comunicação”. O primeiro exemplo da nova linha, esse, dá pelo nome de XPE-RIA X1 e distingue-se por coisas como o ecrã VGA com três polegadas de lar-gura e um teclado comple-to QWERTY, o rádio FM, o

vídeo streaming. Ou ainda os toques de música, os jo-gos 3D, a videochamada, a câmara de 3.2 megapixeis, a navegação por toque, a entrada USB, o calendário, a calculadora, bem como o despertador. A isto acres-

centamos o Windows Mo-bile que permite, de acor-do com a Sony Ericsson, escolher entre uma vasta e dinâmica gama de activi-dades a qualquer hora e em qualquer lugar.

brevesDavid Ferreira Alves, director de Mass Business Optimus/Novis, destaca

“Queremos inovar, acrescentar valor e liderar em todos os segmentos de mercado”Quem é que lidera o mercado dos alternativos em Portugal? A Novis não tem dúvidas sobre isto e, num comunicado enviado à imprensa (ver caixa), reclama para si este estatuto e isto em todos os segmentos. Afirmações que nos levaram a realizar uma pequena entrevista a um dos responsáveis da empresa, ou seja, a David Ferreira Alves, director de Mass Business Optimus/Novis. As suas declarações à VE seguem, como seria de esperar, o mesmo tom e falam da vontade de chegar a número um em Portugal. “Queremos inovar, acrescentar valor e liderar em todos os segmentos de mercado”, disse ainda.

sexta-feira, 28 Março de 2008teLeCoMUniCaÇÕes28

“Acreditamos estar a dar um contributo decisivo para que, em cada quatro anos, se cumpra o nosso objectivo de duplicação do valor da companhia”, revela David Ferreira Alves, director de Mass Business Optimus/Novis.

Tmn com dois novos BlackBerryS

novaBaSe deixa cair o negócio ligado ao SegmenTo móvelA Novabase vai sair do mer-cado móvel. É isto que a empresa de TIC (Tecnolo-gias de Informação e Comu-nicação) acaba de anunciar ao afirmar, em comunicado, que vai cessar a sua activi-dade na área das soluções de mobilidade, através da denominada Octal2Mobile. Os motivos? A Novabase explica, em co-municado, que isto se deve à não renovação do contra-

to de distribuição ibérica que esta empresa manti-nha com o seu principal fornecedor, a HTC. O futu-ro, esse, deverá ser marca-do pelo retorno às origens. Pelo menos, assim o diz a Novabase ao dar conta que “a cessação de actividade da Octal2Mobile determina um maior enfoque das acti-vidades do grupo Novabase nas suas principais áreas de negócio”.

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Estudo: falta de investimento das empresas

compromete sucesso dos contratos de

outsourcing

“Conhecer Mais TI” apresenta MBS

International Academy

Arsys coloca loja on-line ao alcance de todosA Arsys lançou o denominado Plano E-commerce para criação de lojas loja on-line sem recorrer a terceiros. Através de vários “templates” de design gratuitos e com um interface que a empresa garante ser simples e intuitivo, o novo plano permite “que qualquer um, mesmo sem ter co-nhecimentos informáticos ou de programação, consiga desenvolver uma loja on-line apelativa e de uma forma muito rápida, enveredando por um negócio com custos fixos muito reduzidos”.O utilizador poderá administrar profissionalmente os produtos e gerir as suas bases de dados e contas de clientes do modo que lhe for mais con-veniente e lucrativo. “Sempre com a máxima segurança, pois o plano e-commerce dispõe de encriptação SSL para que os clientes possam re-alizar as suas compras com todas as garantias. Assim, os utilizadores conseguem organizar facilmente todo o conteúdo da loja, permitindo aos clientes uma navegação agradável e encontrar rapidamente os produtos que procuram”.

Tsunami e Microsoft lançam o primeiro servidor doméstico portuguêsA Tsunami foi a marca escolhida pela Microsoft para o lançamento do Windows Home Server no nosso país. Destinado às jovens famílias, o pri-meiro servidor doméstico nacional tem no TSUNAMI Tidal Home Server o seu suporte físico – um hardware integralmente fabricado em Portugal. No seguimento de parcerias como o Centro de Inovação Tecnológico, a JP Sá Couto e a Microsoft voltam a aliar-se para mais um projecto de referên-cia em Portugal. “O aumento do número de computadores domésticos e o consequente crescimento do seu papel na vida familiar levaram à necessidade de organização, par-tilha e protecção dos conteúdos digitais de toda a família de for-ma simples, sistemática e global”, explicam em comunicado de imprensa. A Mi-crosoft criou o programa. À JP Sá Couto, fabricante da marca Tsunami, coube o desenvolvimento do hardware de lançamento em Portugal.“Simplificar, organizar e centralizar informação doméstica vai passar a ser mais fácil, já que o Tsunami Tidal Home Server permite que utilizadores particulares partilhem e acedam aos ficheiros instalados no servidor, a partir de qualquer parte do mundo”. O Windows Home Server da TSUNA-MI traz consigo um processador Intel Pentium Dual Core T2330, software Windows Home Server e um disco de 320Gb SATA. Essenciais para o bom funcionamento deste servidor doméstico, foram escolhidas uma memória de 1Gb DDR2 de 677MHz e um DVDRW como gravador óptico. A comu-nicação ficou a cabo da placa de rede wireless Gigabit LAN. O Windows Home Server da TSUNAMI traz ainda portas DVI/D-Sub/Y-Pb-Pr/S-Vídeo, firewire e SATA II e placa de som HD Áudio, 5.1Ch. Com dimensões de 165x50x165 e 1,45 Kg de peso, o novo produto tem um preço recomen-dado de cerca de 900 euros.

Sociedade Digital cria a maior plataforma de e-learning em PortugalA Sociedade Digital desenvolveu a sua própria plataforma de e-learning, onde pretende criar o maior número de cursos online em Portugal, con-tando, neste momento, com já aproximadamente 50 cursos, referentes a 15 áreas distintas, desde as novas tecnologias, programação, web design, comercial e marketing, à área comportamental, económica financeira, saúde, educação, idiomas, entre outras. Até ao final do ano perspectiva-se atingir mais de 300 cursos, seleccionados através do levantamento das necessidades de formação. Para atingir este objectivo, a Sociedade Digi-tal está em processo contínuo de recrutamento de formadores, contando já com uma rede de mais de 100 formadores contratualizados, onde a sua remuneração é efectuada em função da sua avaliação / desempenho. Neste momento, a associação anuncia contar já com mais de mil mem-bros, quer empresas, quer privados, estando em processo contínuo de angariação de novos membros-associados, com as inúmeras vantagens que tal representa, designadamente descontos em acções de formação e participação em eventos ou em outras iniciativas promovidas, anunciar no seu website e newsletters oportunidades de emprego e informação relevante.

Gerir e transformar a tec-nologia para que as empresas possam, de uma forma mais eficiente e com menores custos, fazer negócio. É este o grande objectivo da HP com os lança-mentos que fez esta semana em Barcelona e que envolveram as componentes tanto de hardware e de software como de serviços. A ideia da empresa norte-ame-ricana é tentar acautelar o facto de mais de um terço dos CIO e dos presidentes do conselho de administração assumirem que, até 2010, os actuais data center, ou centro de dados, não vão ser capazes de ir ao encontro das suas cada vez mais exigentes ne-cessidades.

Mas quais são, hoje, os gran-des desafios para os responsáveis pelas TI de uma organização? Ann Livermore, vice-presiden-te executiva da HP Tecnhology Solutions Group, acredita que o facto de a informação estar permanentemente a aumentar, e logo a ter de ser eficientemen-te gerida, consiste na primeira grande dor de cabeça para os CIO. “A informação digital tem vindo a dobrar a cada 18 meses”, revelou a executiva. De-pois, vem o facto de os CEO es-tarem cada vez mais informados e exigirem mais dos seus depar-tamentos de Tecnologias de In-formação. Por último, porque as infra-estruturas das empresas estão envelhecidas.

A verdade é que, hoje, as empresas precisam ter dispo-nível informação robusta para melhor poderem tomar deci-sões de negócio. E, da mesma forma, quanto mais controlo existir da infra-estrutura de TI, menos riscos corre a empresa. A par disto, as empresas querem reduzir os custos da tecnologia. Ou seja, bom, barato e com re-sultados.

Por isso mesmo, a HP fala agora em transformar os data center. A empresa californiana quer passar das actuais “caixas” físicas isoladas para uma nova geração de centro de dados com recursos a operarem como uma única infra-estrutura virtual. “Acreditamos estar bem posi-cionados para esta transforma-ção”, garantiu Ann Livermore.

Francesco Serafini, director da HP para a Europa, Médio Oriente e África, quer mudar a realidade dos gestores de tec-nologia. Um inquérito denun-ciou que 88% acha que está

a ser gasto tempo e recursos preciosos a manter centros de dados inapropriados. Por outro lado, 83% assumem gerir mais do que um data center. E 86% confessam que os data center têm soluções apenas a curto prazo.

Daí que a empresa de Palo Alto queira transformar esta realidade em oportunidade de negócio. A provar esta deman-da está os lançamentos que fez esta semana, em Barcelona. E fez em todas as áreas. Desde os serviços directamente associa-dos às instalações, como seja desenhar espaços mais eficientes para os data center por forma a reduzir os custos operacionais e melhorar a continuidade do negócio. Mas também na já tão apregoada virtualização que, se-gundo a HP, vai efectivamente poupar energia, baixar os custos e alavancar o crescimento do negócio.

Ou seja, a empresa de Palo Alto volta a “insistir” naquilo que tem vindo a denominar como “empresas adaptáveis”. Adaptáveis no sentido de esta-rem munidas de ferramentas que lhes permita, através da inovação nos negócios, serem capazes de transformações rá-pidas, tendo elasticidade para corrigir as suas trajectórias de negócio.

SUSANA MARVÃO, eM [email protected]

breves

Gerir e transformar a tecnologia para que as empresas possam ter mais eficiência

sexta-feira, 28 Março de 2008 29

Tecnologiasde Informação

HP transformacentros de dados

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Falhas de liderança dos departamentos de sistemas de informação das empresas, más estratégias de sourcing, dificuldade no relacionamento com fornecedores de outsourcing e interfaces internos pouco qualificados são os maiores problemas que se colocam à implementação de uma correcta estratégia de outsourcing nas organizações. Esta é uma das principais conclusões retiradas do estudo encomendado pela Logica e realizado na prestigiada London School of Economics and Political Science junto de mais de 1400 empresas europeias, asiáticas e norte-americanas.

Falhas de liderança dos departamentos de sistemas de informação das empresas, más estratégias de sourcing, dificuldade no relacionamento com fornecedores de outsourcing e interfaces internos pouco qualificados são os maiores problemas que se colocam à implementação de uma correcta estratégia de outsourcing nas organizações. Para o professor Les-lie Willcocks, coordenador do estudo, “os gestores têm de identificar e deter as competências-chave do negócio dentro das suas organizações se pretendem usu-fruir dos benefícios do outsourcing”. O estudo revela também que a maioria das empresas privilegia a redução de custos em detrimento de uma estratégia “invest to save”, o que acarreta consequências como perda de controlo do projecto, serviço inadequado e constantes rene-gociações com os fornecedores de out-sourcing.

Segundo este especialista internacio-nal em outsourcing, gestão e tecnologias de informação, as organizações, para garantirem uma eficiente estratégia de outsourcing e obterem boas performan-ces nos seus negócios, devem controlar o processo internamente, desenvolvendo competências próprias para uma correc-ta externalização de funções. Entre essas competências, contam-se uma liderança sólida, uma relação inteligente com os fornecedores e uma forte componente de project management.

Já Pedro Miguel Santos, director dos serviços de Outsourcing para a unidade Portugal da Logica Iberia, afirma que, “nos últimos anos, as atenções têm esta-do muito mais concentradas nos poten-ciais benefícios do outsourcing das tec-nologias de informação e menos no tipo de equipa apto a gerir este processo. As organizações perdem a oportunidade de antecipar problemas por não terem re-cursos humanos com capacidade para li-dar com níveis altos de exigência ou para maximizar os efeitos do outsourcing”.

Para este responsável, “o primeiro erro da maioria das organizações surge no momento da decisão de que funções colocar em outsourcing. Muitas vezes, e devido à existência de uma orientação virada apenas para a redução de custos

e outros ganhos de curto prazo, acabam por externalizar-se funções que deveriam ser mantidas no seio das organizações, dado que são funções chave”.

No âmbito do estudo realizado na London School of Economics and Po-litical Science, a Logica prevê, para os próximos quatro anos, mudanças pro-fundas neste sector. Entre elas, conta-se por exemplo o facto de os gastos irem continuar a aumentar em todos os mer-cados de sourcing globais. No entanto, anunciam que o BPO irá em breve ul-trapassar o ITO. Os mercados do out-sourcing de ITO e o BPO continuarão a crescer, continuando a tendência pre-dominante actual: o multi-sourcing, ou seja, sourcing com múltiplos fornecedo-res.

Outro aspecto e que a Índia deixará de ser percepcionada apenas como uma lo-calização para um outsourcing de baixo custo: os clientes globais vê-la-ão como um destino para serviços de qualidade. O investimento da China nos serviços ITO/BPO traz alguma promessa mas os clientes ocidentais continuarão a olhar para este mercado com desconfiança. Para além da Índia e da China, os países em desenvolvimento passarão a desem-penhar um papel importante nos mer-cados globais dos serviços de gestão e de TI.

Já o near-shoring passará a ter um pa-pel muito mais importante. Nos Estados Unidos da América, o sourcing nas zo-nas rurais passará a ser um mercado de nicho.

E as grandes empresas voltarão a pon-derar os serviços ASP (application servi-ce provision). Na área do netsourcing, os fornecedores tentarão diferenciar-se ao oferecerem serviços baseados no cliente ao mesmo tempo que irão transformar as suas plataformas de entrega virtuais em comodidades.

O outsourcing dos processos de co-nhecimento irá aumentar. Contudo, quando comparado com as outras for-mas de outsourcing, a gestão do conhe-cimento continuará a desempenhar um papel secundário. Assim como aumenta-rá o freelance outsourcing.

Mais ainda: a diferença entre os gran-

des fornecedores globais e os indianos será cada vez menor. Os fornecedores indianos irão amadurecer e diversificar-se, enquanto os globais aumentarão o número de centros de serviços de baixo custo ou alianças offshore para poderem continuar a oferecer preços competi-tivos. Os grandes fornecedores globais irão recorrer a aquisições locais e de grande escala para alargar a sua base de clientes.

Igualmente, as redes de fornecimento via aliança, tais como o prime contrac-ting e o best-of-breed, passarão a ser a norma nos negócios de outsourcing de grandes dimensões.

Com a crescente dominância do selec-tive-sourcing, os fornecedores terão de se habituar à possibilidade de terem um maior número de clientes, mas com ne-gócios de valor mais baixo. E o outsour-cing ajudará o insourcing, mas o back-sourcing será mínimo. O outsourcing será definitivamente a principal forma de negócio.

A empresa prevê ainda que os clientes ultrapassarão a fase da “exaltação e do medo”, passando à fase de maturidade com o ITO, embora de uma forma me-nos pronunciada com o BPO e com as formas de outsourcing mais recentes. A maturidade será assinalada por um out-sourcing em que o valor acrescentado

será prioritário face à excelência técni-ca e, inclusivamente, face ao custo, mas também por uma abordagem que vai para além da gestão dos contratos para assegurar a liderança no outsourcing e a capacidade de inovação.

As relações cliente/fornecedor serão cada vez mais geridas e aproveitadas como recursos estratégicos. Indicadores deste desenvolvimento: planeamento e avaliação rigorosos das relações, um número crescente de contratos baseados em valores e comportamento, e, a pedi-do dos clientes, fornecedores cada mais integrados no negócio dos seus clientes.

Dizem igualmente que as falhas e desilusões na área do outsourcing con-tinuarão a ocorrer. As principais cau-sas serão o facto de as organizações aceitarem serviços para além das suas capacidades de gestão; contratos com recompensas insuficientes; contratos inflexíveis em ambientes dinâmicos; fornecedores que vendam mais capaci-dade do que aquela que, na realidade, conseguem fornecer; clientes que não aprendam rapidamente; e clientes que não invistam nas práticas de liderança e capacidades não externalizáveis ne-cessárias para assegurar que o outsour-cing esteja em linha com os requisitos de backoffice a curto prazo e as orien-tações de negócio a longo prazo.

sexta-feira, 28 Março de 2008INFORMÁTICA30

Falta de investimento das empresas compromete sucesso dos contratos de “outsourcing”

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A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) desenvolveu uma inter-venção inspectiva à banca. O objectivo foi verificar os excessos de duração do período normal de trabalho no sector e controlar o pagamento do trabalho suplementar re-alizado. Registaram-se elevados níveis de incumprimento da legislação laboral apli-cável.

Dos 277 estabelecimentos, que empre-gavam 873 trabalhadores, foram detecta-das 230 infracções. Destas, 118 situações corresponderam a registos de trabalho su-plementar não efectuados e 66 em que o registo das horas de trabalho suplementar não era mantido de forma regular. Em seis situações, verificou-se que os limites diá-rios de trabalho suplementar estavam a ser violados. Foram ainda detectadas outras 21 irregularidades em matéria do horário de trabalho. A acção inspectiva deu origem a 230 infracções autuadas, 31 autos de ad-vertência e à emissão de 590 notificações para apresentação de documentos.

A ACT lembra que o sector ban-cário apresenta características, no âmbito do processo produ-tivo, que passam

pela adopção de regimes de organização dos tempos de trabalho que levam mui-tas empresas a optarem pela atribuição de isenção de horário de trabalho aos seus trabalhadores. “Mas, fora destas situações, o sector apresenta práticas irregulares de excesso dos tempos de trabalho e horas extra não remuneradas, o que representa não apenas prejuízo para os trabalhadores, em termos individuais, mas igualmente riscos para a sua saúde. O próprio Estado sai prejudicado pela não arrecadação de contribuições que são devidas”, argumen-ta a ACT.

Sublinha ainda o facto de o trabalho suplementar efectuado dever ser objecto de registo em livro próprio ou em suporte informático, assim que comece, efectiva-mente, a ser prestado. Finalmente, esta ac-ção envolveu 136 inspectores do trabalho das cinco direcções regionais. A actividade da ACT tem incidido, em particular, sobre

alguns sectores, como a banca, as seguradoras e a segurança

privada. A entidade pretende controlar

os limites do tem-po de trabalho e as obrigações de registo e de paga-mento das horas extraordinárias.

ACT detectou 230 infracções

Banca com elevados níveis de incumprimento da legislação laboral

ACT detecta 73 infracções em shopping de Torres Vedras

A Autoridade para as Condições do Tra-balho (ACT) detectou, a semana passada, 73 infracções numa mega-operação levada a cabo no Arena Shopping, em Torres Ve-dras, que envolveu 32 inspectores do tra-balho. Durante a operação de fiscalização foram visitados 86 estabelecimentos do comércio a retalho, vigilância e limpeza, da restauração e de outras áreas de actividade, que empregavam um total de 292 trabalha-dores.

De acordo com a ACT, foram detecta-das 73 infracções, entras elas falhas na or-ganização dos tempos de trabalho (29 in-fracções), ausência de exames de saúde dos trabalhadores (27 infracções) e inexistência de seguro de acidentes de trabalho.

Nesta operação, desencadeada no segui-mento de várias queixas recebidas, a ACT fez igualmente incidir a sua intervenção na verificação da organização dos serviços de

segurança e saúde no trabalho e no cumpri-mento das normas legais quanto aos limites máximos dos períodos de trabalho, diários e semanais,

De acordo com a ACT, nesta operação procurou-se também detectar e controlar o trabalho ilegal, total ou parcialmente não declarado, de forma a induzir a regulariza-ção da situação dos trabalhadores afastados da protecção social.

A operação foi desenvolvida por inspec-tores da Direcção Regional de Lisboa da ACT, que foram acompanhados, nas suas intervenções, por equipas da Direcção-Ge-ral dos Impostos, da Autoridade de Segu-rança Alimentar e Económica, contando, também, com a colaboração de uma equi-pa da Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo.

TERESA [email protected]

sexta-feira, 28 Março de 2008 31em foco

DiverAlmourol arrancou em Constância e Vila Nova da Barquinha

O DiverAlmourol, parque de diver-sões e aventura com cerca de 15 hec-tares, que quer constituir-se num novo pólo de atracção do Ribatejo, viu o seu projecto. Este fica a dever-se a uma par-ceria entre os municípios de Constância, Vila Nova da Barquinha e Chamusca e a DiverLanhoso, empresa que montou e explora o maior parque ibérico do géne-ro, na Póvoa de Lanhoso.

Os três municípios foram responsá-veis por um investimento global da or-dem dos 35 milhões de euros, cabendo à empresa minhota responder pelo ape-trechamento, valorização e exploração do parque durante os próximos 20 anos, nos termos do contrato de concessão

que viabilizou esta parceria público/pri-vada.

Para já, nesta fase de arranque, o DiverAlmourol conjuga a oferta dos centros náuticos de Constância e Vila Nova da Barquinha, até há pouco geri-dos pelos respectivos municípios, com uma série de actividades lúdicas de ar livre, como o paintball, percursos de arborismo, rappel, slide, BTT, caça ao tesouro, paredes de escalada, orientação, insufláveis, kartcross e 4x4. Até final do ano, avançarão as obras da segunda fase do projecto, com a instalação de equi-pamentos desportivos fixos, criação de mais zonas de lazer, bungalows e áreas de restauração.

ANIL defende prolongamento do sistema de quotas para além de 2015

A Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL) emitiu um comuni-cado em sete pontos onde manifesta as suas dúvidas relativamente às políticas seguidas pelo Ministério da Agricultura, nomeada-mente no que toca à questão da retirada das quotas leiteiras. Para esta associação, “ao contrário do que se verifica em diversos outros países, há uma quase unanimidade em Portugal em relação à defesa do prolon-gamento do sistema de quotas para além de 2015”.

Assim, “apoiar este aumento de 2% é conceder que se entrou no período de tran-sição para o respectivo desmantelamento

e aumentar, ainda mais, as desigualdades competitivas existentes no espaço euro-peu”.

A ANIL deixa a seguinte questão: “No lançamento deste Conselho de Ministros, as informações vindas de Bruxelas eram unânimes em colocar Portugal na oposição à proposta da Comissão, informações co-erentes aliás com o que os representantes portugueses vinham defendendo nas diver-sas reuniões e documentos preparatórios. Porquê mudar então de posição, ainda mais antes do início do próprio Conselho? Que pressões estiveram por trás desta mu-dança de atitude?”, interrogam.

ARESP exige flexibilidade laboral para aumentar salários do sector

A Associação da Restauração e Simila-res de Portugal (ARESP) quer antecipar o debate em torno da revisão do Código do Trabalho e vai usar o seu congresso, que se realiza entre 31 de Março e 2 de Abril, na FIL, em Lisboa, para debater a problemá-tica do mercado de trabalho no sector, que emprega cerca de 400 mil pessoas.

Numa altura em que está prestes a ini-ciar-se o debate em Concertação Social sobre a revisão do Código do Trabalho, a ARESP considera que está em causa a “sobrevivên-cia e a qualificação de 400 mil postos de tra-balho” do seu sector. Durante o congresso a Associação irá, pois, “analisar, debater e con-cluir que não é possível aumentar os salários do sector da restauração e bebidas, que vive em contexto de crise económica, sem que

sejam introduzidos novos conceitos de ges-tão nas relações laborais, como, por exem-plo, a flexibilidade de horários, com a intro-dução de um modelo semelhante ao Banco de Horas espanhol”.

“A especificidade deste sector, que tra-balha 365 dias por ano, com os horários mais alargados de todas as actividades eco-nómicas, exige que o Código do Trabalho seja apenas um edifício juslaboral, reunin-do os princípios basilares e imperativos que devem regular as relações laborais, mas que permita que, supletivamente, cada activida-de económica tenha o seu próprio enqua-dramento jurídico, que regule a especifici-dade da respectiva actividade”, diz a ARESP em comunicado.

TERESA [email protected]

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Green Steel Golf Hole arrancou na Quinta da Barca

A SSAB Swedish Steel Portugal e a Formstampa estabeleceram uma parceria que tem como objectivo o desenvolvimento de rela-ções empresariais, visando estimular projectos inovadores em aços de elevada resistência. Neste âmbito, a SSAB e a Formstampa estão a patrocinar o buraco 1, agora denominado por Green Steel, do Golf Quinta da Barca, onde esta parceria foi assinalada. “Convidar os nossos clientes e potenciais clientes para jogar golfe connosco é uma oportunidade única para nos podermos conhecer, e até discu-tir assuntos de carácter comercial, num ambiente mais descontra-ído”, constata Joaquim Monteiro, director da SSAB Swedish Steel Portugal.

Joaquim Monteiro afirmou que “o nome Green Steel é uma es-colha óbvia, pois faz a ligação entre o verde do campo de golfe, e o valor acrescentado do nosso aço que, por reduzir o peso do pro-duto final, é um material que traz grandes benefícios ambientais e comerciais.”

A inauguração do Green Steel Golf Hole realizou-se durante o Torneio dos 3 Ferros, organizado pelo Golf Quinta da Barca, com o apoio das empresas patrocinadoras do buraco Green Steel e da empresa Arcádia.

Inserida no evento, os demais convidados tiveram acesso à ex-posição de dois carros históricos, o Lola T70 1960, um Fórmula 1 dos anos 30, e o Riley 12 Sport - Gentleman Drives. Para além disso, decorreu uma prova de “Hole in One”(bola mais próxima do buraco), vencida por Augusto Carvalho, a um metro do buraco Green Steel. O prémio atribuído foi a possibilidade de desfrutar, no autódromo de Braga, da condução daqueles dois carros históri-cos, durante um dia.

Encontrado novo sistema para enganar o fisco

À medida que a administração fiscal tem meios técnicos mais sofisticados, também a fraude se torna mais complexa. Desta vez, os burlões estão a utilizar estudantes para garantirem verbas do IVA. Mas não só os estudantes estar a ser aliciados para estas redes. Idosos e desempregados também es-tão a incorrer em falsificações graves.

O sistema usado passa pela aquisição de bilhetes de identidade e de cartões de con-tribuinte, os quais são depois falsificados com os nomes de outras pessoas e inscritos como profissionais liberais nas Finanças e na Segurança Social. Posteriormente, são passadas facturas falsas para apropriação do IVA. A principal vantagem deste esquema é que se trata de indivíduos com o cadastro fiscal limpo. Tudo indica que este tipo de fraude está a ganhar uma dimensão preo-cupante, até porque é simples de concreti-zar e é uma forma fácil de conseguir algu-ma receita adicional por parte daqueles que passam os respectivos documentos.

Axis Golfe recebe Taça Macpherson

O Axis Golfe, em Ponte de Lima, pro-move amanhã a XII edição da Taça Ma-cpherson. A prova é dirigida aos sócios do clube, estando 120 golfistas inscritos para disputar um dos troféus mais emblemáti-cos deste campo. Representa uma home-nagem a Macpherson que, em 1995, foi responsável pela supervisão da construção do campo de golfe de Ponte de Lima.

A apresentação da segunda fase do pro-jecto Pine Cliffs Residence, empreendi-mento de luxo situado em Albufeira, e cuja gestão é assegurada pela marca The Luxury Collection do grupo Starwood Hotels & Resorts, constitui outro dos momentos altos do programa. A iniciati-va contempla ainda bares de campo e um almoço volante para participantes e convi-dados do Axis Golfe.

Congresso das freguesias “ataca” Governo

O XI Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), que decorre hoje e amanhã no Funchal, reúne cerca de 1500 delegados. Em cima da mesa de trabalho está um conjunto de exigências, que tem o Governo como principal visado, de acor-do com os seus promotores. Entre as várias reivindicações, a associação pretende que sejam próprias as competências que, por delegação dos municípios, exercem com uma relação custo/benefício imbatível por qualquer outro nível da administração pú-blica. É também reclamada a revisão da lei de atribuições e competências.

Braga presta homenagem ao fado de Coimbra

No próximo dia 12 de Abril, o Theatro Circo receberá, pelas 21h30, o espectácu-lo “Serenatas ao Fado”. Este é o primeiro evento organizado pelo Grupo de Fados e Serenatas da Universidade do Minho (UM) e contará com a presença dos se-guintes grupos: Coro dos Antigos Orfeo-nistas da Universidade de Coimbra (UC), Grupo Presença de Coimbra, Grupo Se-renata de Coimbra, Grupo de Fados dos Antigos Estudantes da UC e o Grupo de Fados e Serenatas da UM.

Durante o espectáculo, serão homena-geados Luiz Goes, Almeida Santos, Cama-cho Vieira, Napoleão Amorim e Fernando Rolim.

Sistema de quotas no leite é “absurdo”

A questão das quotas no sector leiteiro começa a suscitar polémi-ca e incomódos no seio da União Europeia. Existe cada vez mais a ideia que o sistema já não faz sen-tido, ainda que de forma muito branda. Há mesmo quem afirme que a União está a agir como a OPEP do mercado leiteiro. A grande diferença é que o cartel do pe-tróleo tem a maior fatia do mercado mundial, adianta um trabalho do “The Economist”.

Muitos analistas consideram que se a Europa não reagir de forma inte-ligente, rivais como oBrasil, a Ar-gentina e os Estados Unidos vão continuar a aumentar as suas pro-duções. Entretanto, países como a França, a Alemanha, a Áustria e a Finlândia nem querem ouvir falar de um ligeiro aumento das quo-

tas. Portanto, haverá que esperar até 2015, ainda que a actual situ-ação seja um absurdo. A menos que exista uma forte pressão para alterar o actual estado de coisas.

Enquanto a discussão se esten-de a toda a Europa, muitas vezes a nível eminentemente regional, outros produtores começam a

inundar os merca-dos. Os europeus estão limitados pe-las quotas e nada podem fazer. Um aspecto não pode ser colocado de parte, é que se trata de um assunto de

importância política e de grande sensibilidade. Os governos não querem entrar por caminhos que lhes podem retirar votos. Afinal, a contestação ao actual sistema até não é um facto preocupante, como tal, mais vale manter o “sta-tus quo”.

sexta-feira, 28 Março de 2008EM foCo32

Joaquim Monteiro, director-geral da SSAB Portugal, e Cristina Pereira, directora de marketing e comunicação da SSAB, junto à escultura em aço de Noé Diniz.

A nova escultura no golfe da Quinta da Barca é o resultado da parceria entre a SSAB Portugal e a Formstampa. A prova de “Hole in One”, que assinalou o even-to, foi ganha por Augusto Carvalho, a um metro do buraco Green Steel.

Escom ganha dois contratos em Angola

A Escom, empresa detida pelo grupo Espíto Santo, obteve os contratos para a construção do sistema hidroeléctrico de Lua-passo. O projecto representa um investimento na ordem dos 190 milhões de euros. A empresa re-força a sua posição enquanto um dos maiores investidores privados estrangeiros em Angola.

O projecto tem como objecti-vos fornecer energia à indústria mineira da região, bem como às populações de algumas zonas de Luanda. Um dos contratos estabelece a concessão do siste-ma hidroeléctrico do Luapasso, enquanto o outro estabelece as condições de financiamento do projecto.

Noivos em maus lençóisAinda que tenha havido um

certo recuo por parte da admi-nistração fiscal, a situação não deixa de ser algo caricata. A DGCI enviou missivas aos re-cém-casados, no sentido de da-rem informações sobre a boda. A intenção do fisco é obter maior controlo sobre os servi-ços prestados, com o argumento que é um sector de elevada eva-são fiscal.

As Finanças estão a enviar um

vasto conjunto de questões, em que nem sequer falta o valor das prendas ou se durante o casa-mento havia outras celebrações a decorrer. Até chega a ser pe-dido o número de convidados, incluindo crianças. E, caso não seja dada resposta ao questioná-rio, o agora casal podera incor-rer numa multa entre os 100 e 2500 euros, no âmbito de um processo de contra-ordenação fiscal.

“Magia na Floresta” na Fnac de Santa Catarina

O livro “Magia na Floresta” será apresentado no sábado, dia 29, pelas 11h30, na FNAC de Santa Catarina, Porto. De tar-de, apresentação será na Fnac de Coimbra e no Domingo na Fnac do Algarve. A obra escrita por Miguel Sobral Domingues, que tem apenas 11 anos, retrata

uma história fruto do seu ima-ginário infantil. O livro preten-de estimular pais e educadores a motivarem todas as crianças a escreverem, criarem e a usarem a imaginação.

Este é o primeiro livro infan-til editado pela Vida Económi-ca.

Criada a Câmara de Comércio Polónia-Portugal

Nasceu em Varsóvia a Câ-mara de Comércio Poló-nia-Portugal, que integra 22 empresas dos dois países. A intenção é promover o comér-cio e o investimento bilate-rais. O seu presidente é Pedro Pereira da Silva, director-geral da Jerónimo Martins Distri-buição.

A criação desta câmara faz

todo o sentido, na medida em que a Polónia é o quarto maior mercado dos investimentos na-cionais no exterior. Desde que aquele país aderiu à União Eu-ropeia, o número de empresas polacas com capital português foi multiplicado por três. Por-tugal ocupa a 20ª posição na tabela dos investidores estran-geiros na Polónia.

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Fanta é a primeira marca em Portugal a entrar no hi5.&Marcas

MarketingPublicidade

Campanha da PEPSI junta estrelas

do futebol mundialSpot publicitário chega este mês a Portugal

Desde sempre as campanhas publicitárias da Pep-si estiveram ligadas ao futebol e à música. A nova campanha da marca vem trilhar os mesmos cami-nhos, mas com uma novidade: a batuta foi passada aos consumidores. Pela primeira vez na história da empresa foram estes que tiveram a oportunidade de criar um anúncio, tendo como intervenientes prin-cipais alguns dos melhores futebolistas da actuali-dade: Cesc Fabregas, David Beckham, Frank Lam-pard, Lionel Messi, Ronaldinho Gaúcho e Thierry Henry.

Denominado “Open Source”, o novo spot resul-tou de uma questão colocada aos consumidores da Pepsi: que anúncio fariam com estas estrelas do fu-tebol? Depois de seleccionar as melhores propostas, de dezenas de milhares das mais variadas respostas, a empresa transformou-as na campanha que chegará este mês a Portugal.

O anúncio tem início numa praia, ao som de

música brasileira, com Ronaldinho, o primeiro dos jogadores a aparecer, a dar toques numa bola. Um pontapé e o esférico voa para um planeta deserto onde Messi o recebe, enquanto o planeta se cobre de relva. Do horizonte surgem os característicos tá-xis amarelos nova-iorquinos, que o argentino evita e finta. Um dos táxis pára e, do seu interior, surge Henry, que recebe a bola de Messi. Henry solta de-pois a bola para Beckham, que a espera no topo de umas ruínas. Fabregas entra depois em cena e acele-ra pela selva até entrar numa antiga e movimentada rua de Pequim. O espanhol é então parado por uma tabuleta Pepsi contra a qual choca, com a bola a des-locar-se rua abaixo. É então que Lampard aparece e chuta a bola de volta para a praia onde Ronaldinho a espera, mas, na altura de marcar o golo, é um con-vidado inesperado quem faz a festa: Beckham, que serve aos colegas uma Pepsi.

Tiago [email protected]

Quinta da Marinha comemora os 85 anos de existência com lançamento

de nova imagemCampanha de “rebranding” a cargo da agência Brandia Central

O Grupo Quinta da Marinha, liderado por Mi-guel Champalimaud, começa o ano com uma nova imagem. A operação, que envolve todas as marcas sob a alçada do grupo, ficou a cargo da Brandia Central.

A razão para este “restyling” não reside apenas na idade, avançada, do grupo. Afinal, já tem 85 anos de existência. Segundo a Brandia, “a importância de os-tentar uma identidade única e imediatamente reco-nhecida esteve no cerne da decisão de rebranding”.

A escolha da imagem recaiu numa “folha”, que afirma a agência, remete para a Natureza, Mar e Vida. A conjugação das cores também ajuda a fa-zer essa leitura. Tudo para conseguir que o cliente

perceba a “ligação às origens e a afirmação de uma atitude de responsabilidade ambiental está patente no símbolo”.

A marca desenvolvida projecta “valores de quali-dade, originalidade e exclusividade”. O que é refor-çado pelo termo “Original”, que foi acrescentado e que “visa associar-lhe pioneirismo, autenticidade e tradição”. Por outras palavras, pretende-se que a “nova” Quinta da Marinha seja vista como sendo “distinta, ousada, sólida e mais apelativa”.

A nova imagem será adoptada pela Holding e pe-las diversas áreas de negócio que constituem o Gru-po Quinta da Marinha.

alexandRa [email protected]

Converse celebra 100 anos com campanha mundial

A nova campanha publicitária da Converse, intitulada “Connec-tivity” e que visa celebrar os 100 anos da empresa, vai ser lança-da em mais de 75 países. A ideia foi “conectar” visualmente vários ícones do passado – James Dean (actor), Sid Vicious (baixista dos Sex Pistols), Hud S. Thompson (jornalista) – e do presente – a cantora de rock, Joan Jett, ou o vocalista dos Green Day, Billie Joe Armstrong, entre muitos outros. De acordo com Geoff Cottrill, director de marketing da Conver-se, esta foi “a primeira empresa de calçado de desporto e também do rock and roll”.

“Estamos extremamente orgu-lhosos da nossa história e entusias-mados com o nosso percurso para entrar no próximo século. “Con-nectivity” é uma campanha mun-dial que transmite o nosso espírito e os valores da marca ao celebrar os autênticos originais. A campanha rende uma homenagem atrevida e icónica àquelas pessoas, passadas e presentes, que superam os limites da criatividade, inspiram a origi-nalidade e encarnam os valores da marca”, adiantou. Apesar de ser política da Converse não revelar números, confirma-se um forte investimento publicitário na im-prensa, em “outdoors”, na internet e em iniciativas de marketing in-tegradas. As adaptações regionais da campanha vão ser difundidas localmente, ao longo da Primave-ra, chegando a Portugal este mês. “Connectivity” foi desenvolvida pela agência criativa nova-iorquina Anomaly.

A marca Converse ganhou re-putação de ser “a empresa despor-tiva original dos Estados Unidos” e está associada a um rico patri-mónio de ténis lendários, como os Chuck Taylor, All Star, Jack Purcell e One Star.

MaRisa [email protected]

Turismo da Madeira recebe prémio internacional

A Direcção Regional de Turis-mo da Madeira venceu a 7ª edição do Festival Internacional de Fil-mes Turísticos, Golden City Gate International Festival. O filme “Body. Mind. Madeira” ganhou o prémio Das Goldene Stadttor na categoria de Melhor Filme Pro-mocional de Região, de entre 88 participantes, de 32 países.

Os responsáveis pela concepção do filme “Body. Mind. Madeira” nas versões de 4’, 30” e 60” foram os profissionais da agência inglesa Wolff Olins. O filme foi elabora-do em 2005 e desde então já arre-cadou quatro prémios.

Dia Mundial da Floresta com direito a campanha

A Forestis – Associação Florestal de Portugal vai lançar uma campa-nha de sensibilização para a protec-ção da floresta. De âmbito nacional, o objectivo é alertar a população para a importância da valorização, defesa e manutenção da nossa floresta. Isto,

sem esquecer a interacção com a biodiversidade, os recursos híbridos e o património. Por outras palavras, convém não esquecer os seres vivos que nela habitam e as vantagens que nos proporciona. O lema escolhi-do foi “Ame o Verde, Ame a Vida. Proteja a Floresta” e estará presente em todos os meios utilizados, tais como anúncios de imprensa, folhe-tos e cartazes. A mensagem pretende consciensalizar os portugueses para a importância dos espaços verdes. Para tal serão usados três subtemas – biodiversidade, recursos híbridos e patrimonio cultural.

alexandRa [email protected]

Dove investe sete milhões em campanha

A estratégia de realizar campanhas de publicidade protagonizadas por clientes “reais” já usada pela Dove em anúncios anteriores irá manter-se na campanha que arrancou na semana passada. A marca investirá sete milhões de euros numa cam-panha 360º para o lançamento da nova gama pro.age Cuidado de Ros-to, ou seja, uma acção que inclui Te-levisão, Imprensa, Outdoor, Mupis, Internet e outras iniciativas como sampling e presença em eventos. O objectivo é, segundo fonte da em-presa “impactar toda a sociedade”.

Tal, como já aconteceu noutros lançamentos, esta campanha é pro-tagonizada por mulheres reais de várias nacionalidades, com mais de 45 anos, que “enaltecem o conceito Por Beleza Real” que a marca de-fende desde 2006. Dove pro-age é a primeira gama de completa de cui-dados para o corpo e para o rosto de “mass-market”, para mulheres com mais de 45 anos.

J&B coloca bola de espelhos de 6 metros de diâmetro na Avenida 24 de Julho

sexta-feira, 28 Março de 2008 33

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MARÇOAté dia 30

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas-1ª prestação do pagamento especial por conta de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) de entidades resi-dentes que exercem, a título principal, ac-tividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e não residentes com estabele-cimento estável, com exclusão dos sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado de tributação;

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado – Entrega da Declaração Modelo 1074, em triplicado donde constarão as aquisições efectuadas durante o ano anterior pelos reta-lhistas sujeitos ao regime de tributação pre-visto no art. 60º do CIVA.

Até ao dia 31

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares− Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos passivos de IRS, que, tendo ante-riormente optado por utilizar a contabilidade organizada como forma de determinação do rendimento, queiram renovar a opção, bem

como todos os que, reunindo os pressupostos de inclusão no regime simplificado, estejam em condições de exercer a opção.

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas - Entrega da declaração de alterações pelos sujeitos passivos de IRC que, tendo anterior-mente optado pelo regime geral de determi-nação do lucro tributável, queiram renovar a opção, bem como por todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no regime sim-plificado estejam em condições de exercer a opção. - Entrega da declaração de opção ou da declaração de alterações relativa ao regime especial de tributação de grupos de socie-dades.

ABRILAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Fevereiro. O pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesoura-rias de Finanças informatizadas e nos bal-cões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com

a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmis-sões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Fevereiro.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singularesOs notários, conservadores, secretários judi-ciais e secretários técnicos de justiça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a re-lação dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos sujei-tos a IRS.

Até ao dia 20

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Março sobre os rendimentos sujeitos a reten-ção na fonte de IRC.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efec-tuar retenção, do imposto deduzido em Mar-ço pela aplicação das taxas liberatórias pre-vistas no artº 71º do CIRS. - Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, das importâncias deduzidas em Março sobre rendimentos de capitais e prediais e rendi-mentos de propriedade intelectual ou indus-trial e prestações de serviços (Categoria B).− Entrega do imposto deduzido em Março so-bre os rendimentos do trabalho dependente e de pensões, com excepção das de alimentos.

• Imposto de Selo− Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Março, pelas entidades a quem incumbe essa obrigação.

Qual o enquadramento contabilístico e fiscal de um contrato de renting opera-cional (c/ seguro, e manutenção inclu-ídos) de uma viatura ligeira de passa-geiros de valor superior a J 29 927,87? Como ainda não lidei com nenhum caso destes e, portanto, não sei qual é o as-pecto das facturas e se as parcelas (ren-da, seguro, manutenção) vêm discrimi-nadas ou não, solicito informação sobre qual o tratamento ao nível das tributa-ções autónomas?

RESPOSTA DA ASSESSORA FISCAlSe o contrato for qualificado como loca-ção financeira, nos termos da Directriz Contabilística nº25, a viatura deve ser con- tabilizada no activo imobilizado, sen-do o custo considerado através das amortizações. Como a tributação autónoma incide so-bre os encargos dedutíveis (n.º 3 do art.º 81.º do CIRC), esta será calculada so-bre a amortização relativa à parte do va-lor de aquisição correspondente a 29 927,87, bem como sobre os outros en-cargos: juros, seguros, portagens, com-bustível, impostos, etc.A parte da amortização que respeita ao valor de aquisição que excede 29 927,87 deve ser acrescida no campo 207 do quadro 07 da declaração mo-delo 22, não sendo sujeita a tributação autónoma. Se o contrato for qualificado como locação operacional, a viatura não será contabilizada no activo imobiliza-do, pelo que o custo fiscal é considera-do através das rendas.Se estas identificarem o valor corres-pondente à amortização da viatura se-paradamente dos restantes encargos, será de considerar estes encargos como custo fiscal, ficando sujeitos a tributa-ção autónoma à taxa de 5%. Quanto à parte correspondente à amortização, se-rá de ter em atenção a limitação previs-ta na alínea h) do n.º 1 do art.º 42.º, e

alínea e) do art.º 33.º do CIRC, ou se-ja, será considerada como custo a par-te que proporcionalmente corresponder ao valor da viatura que não ultrapasse o montante de 29 927,87 (utilizando uma regra de 3 simples para o efeito). Este valor ficará sujeito a tributação au-tónoma à taxa de 5%. O restante deverá ser acrescido no quadro 07 da declara-ção modelo 22.Se a factura não discriminar a amorti-zação dos outros encargos, será de con-siderar tudo como se correspondesse à amortização do veículo, sendo de consi-derar como custo a parte que proporcio-nalmente corresponder ao valor da via-tura que não ultrapasse o montante de 29 927,87 (utilizando uma regra de 3 simples para o efeito). Este valor ficará sujeito a tributação autónoma à taxa de 5%. O restante deverá ser acrescido no quadro 07 da declaração modelo 22.

RESPOSTA DO ASSESSOR COnTABIlíSTICODe acordo com as notas explicativas do POC, os alugueres operacionais de viaturas – AOV – registam-se na con-ta 62219 – Fornecimentos e Serviços Externos – Rendas e Alugueres (rendas, seguros, manutenção, assistência técni-ca, ...). na nossa profissão, verificamos que, ao aplicarmos as normas contidas na Directriz Contabilística n.º 25 – locações, de 16/12/1998, da CnC, muitos destes contratos acabam por se enquadrar num contrato de locação financeira. Deste modo, e para que exista transpa-rência nos registos das imobilizações das empresas locadoras e locatárias, aconselhamos que a empresa locatária exija uma declaração da empresa loca-dora a informar as entidades competen-tes sobre o tipo de contrato que vigora entre as empresas: leasing, AOV, AlD.

Fiscalidade

Défice do subsector Estado com melhor desempenho

AGENDA FISCAL

O défice do subsec-tor Estado registou uma melhoria con-

siderável, como se conclui dos valores veiculados pela Direcção Geral do Orça-mento (DGO). Nos dois primeiros meses, o défice foi de 64,2 milhões de eu-ros, o que se traduziu numa melhoria de 71,1 milhões de euros, relativamente a período homólogo do ano passado. A receita efectiva ascendeu a 6620 milhões de euros, mais 2,6% em termos homólogos.

Para este resultado terão contribuído os impostos directos, com um aumento de 6,2%, e os impostos in-directos, com uma descida de um ponto percentual, ainda segundo aquele orga-nismo. Em termos de despe-sa do subsector Estado, no primeiro mês cifrou-se em 6684 milhões de euros, mais 1,4%, face a igual período do ano passado. Situou-se em 14,7% o grau de execu-ção da despesa.

No período em análise, registou-se um aumento da despesa face ao mês anterior, sobretudo devido ao impacto do novo modelo de financia-mento da Estradas de Portu-gal, o qual teve maior peso na redução da despesa de Janeiro do que no conjunto dos dois primeiros meses. Quanto aos impostos directos, adianta a DGO que a receita bruta do

IRS manteve o crescimento verificado em Janeiro. A taxa de crescimento da receita líquida do imposto baixou 0,8%, face às transferências para as regiões autónomas terem sofrido um agrava-mento. Espera-se agora um abrandamento do crescimen-to da receita do IRS (devido a factores explicativos da va-riação da receita do subsector Estado).

No que se refere aos im-postos indirectos, neste caso a variação homóloga acumu-lada, ainda que com uma re-cuperação de 1,2% relativa-mente a Janeiro, manteve-se negativa (menos um ponto percentual). Para tal muito terá contribuído a receita do imposto sobre o tabaco. De igual modo, a receita do Imposto sobre Veículos teve um desempenho negativo, o que se terá ficado a dever ao desagravamento dos veículos menos poluentes. A recei-ta do IVA está influenciada pelo comportamento da re-ceita destes dois últimos im-postos, conclui a Direcção- -Geral do Orçamento.

Segura Social aumenta contribuições

O panorama é também moderadamente optimista na Segurança Social. O seu saldo foi de quase 722 mi-lhões de euros no final de Fe-vereiro. O que significou um

acréscimo de 385,8 milhões, face a período homólogo do ano passado. A receita total, nos dois primeiros meses, aumentou 14,3%, enquanto a despesa total apresentou um agravamento de 6,4%, sendo que a receita efectiva se cifrou em mais de 2,6 mil milhões de euros.

As receitas das contribui-ções atingiram 2,2 mil mi-lhões de euros. Destaque para o aumento superior a 5% na receita do IVA Social e para a subida das transferências correntes do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, as quais se cifraram em perto de 941 milhões de euros. Por sua vez, a despesa glo-bal efectiva foi de 2,9 mil milhões de euros. Sobretu-do devido às pensões, com uma despesa de quase 1,9 mil milhões de euros, cerca de 14% do valor orçamen-tado.

Para este aumento foi importante o pagamento, em Fevereiro, do montante adicional relativo à actua-lizações das pensões e dos complementos. Os subsí-dios de desemprego e social de desempreego e apoios ao emprego representaram 260 milhões de euros. Destaque ainda para o abono de famí-lia, que aumentou mais de 23%, em resultado das me-didas recentes de protecção à maternidade.

PRÁTICA FISCAL

“Renting” operacional – viatura ligeira de passageiros

Informação elaborada pela APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de [email protected]

IMI

Cláusula de salvaguarda para 2008De acordo com o estabelecido na cláusula de salvaguarda existente no Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, em 2008, o aumento da colecta do IMI resultante da actualização dos valores patrimoniais tributários não pode exceder, por prédio, o valor de G 120 adicionados à colecta do IMI devido no ano anterior ou que o devesse ser, no caso de prédios isentos. Refira-se que, por força dessa cláusula de salvaguar-da, os aumentos em causa não poderão exceder, por prédio, G 135 em 2009, G150 no ano de 2010 e G 165 no ano de 2011.

A receita orçamental efectiva

até Fevereiro ascendeu a 6620 milhões de euros

Receita do IVA Social registou um aumento

superior a 5% em dois meses

sexta-feira, 28 Março de 200834

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O Ministério das Finanças pre-tende, no âmbito do Prace, extin-guir nove das actuais direcções de Finanças e transformar as restan-tes em direcções regionais, para além do encerramento de 121 serviços locais de Finanças. Al-terações que começam a suscitar controvérsia. O deputado social--democrata, Luís Rodrigues con-testa o Governo a propósito da eventual reestruturação dos servi-ços de Finanças nos distritos de Portalegre, Évora, Beja e Setúbal.

Importa notar que ainda se está perante uma “eventual reestru-turação”, na medida em que as propostas da comissão técnica do Prace ainda não foram assumidas politicamente pelo Governo. No entanto, refere aquele deputado:

“Se as propostas se transforma-rem em decisões, considero que, principalmente ao nível dos servi-ços locais de Finanças, a reestrutu-ração implicará a extinção de um elevado número de serviços, pre-judicando os cidadãos. Em muitos casos, pode aumentar a distância percorrida em mais de 50 km.”

Ora, tendo em conta as carac-terísticas específicas existentes, a situação no Alentejo será parti-cularmente grave. É que dos 47 municípios envolvidos, apenas 15 teriam serviços locais de Fi-nanças. Luís Rodrigues considera a proposta inaceitável e adianta: “O silêncio tem sido a posição do Governo nesta matéria, eventual-mente por falta de coragem po-lítica. O Governo deve assumir

as propostas concretas de reestruturação dos serviços de Finanças e apresentar alternativas para não prejudicar ainda mais quem paga impostos.”

Aquele político de-fende que este tipo de reestruturação deve ser acompanhada de soluções alternativas, de modo a servir me-lhor as populações. Aconteve que actual proposta, na sua óp-tica, vai prejudicar as populações mais des-protegidas, em espe-cial das áreas rurais do interior.

“O SECTOR ENERGÉTICO NO PANORAMA NACIONAL – INVESTIMENTOS E TECNOLOGIAS”

8 de Abril 2008, INETI

09h30 - SESSÃO DE ABERTURA * Prof. Doutor António Castro Guerra - Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação Eng.º Carlos Iglésias – Presidente da APEMETA

10H00 - PNALE II e PNAC – ALTERAÇÕES E NOVAS METASDr. Nuno Lacasta – Coordenador do Comité Executivo da CAC – Comissão para as Alterações Climáticas

10H30 - BALANÇO E PERSPECTIVAS SOBRE O NOVO PACOTE ENERGÉTICOProfa. Doutora Maria da Graça Carvalho - Conselheira do Presidente da Comissão Europeia para a Energia e Ambiente

11h00 - Café11h15 - PAINEL I - LIBERALIZAÇÃO DO MERCADO ENERGÉTICO

- Eng.º Luís Braga da Cruz – Presidente do OMIP – Operador do Mercado Ibérico de Energia- Eng.º Luís Mira Amaral – Professor do IST - MIBGÁS – Mercado Ibérico de Gás Natural- Engº Victor Baptista – Administrador da REN – Redes Energéticas Nacionais

12h15 - PAINEL II - INSTRUMENTOS FINANCEIROS AO INVESTIMENTO - QREN – Programa Operacional Factores de Competitividade – Dr. Fernando Alfaiate – Programa Operacional Factores de Competitividade- Instrumentos Financeiros – Dr. Pedro Cabaço – Caixa BI

12h50 - DEBATE Moderador – Prof. Luís Gato - IST – Instituto Superior Técnico

13H15 - Almoço14h45 - PAINEL III - RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DAS EMPRESAS DO SECTOR ENERGÉTICO

- José Luís de Heras Herráiz - POOL ESPAÑOL DE RIESGOS MEDIOAMBIENTALES- Francisco Pozo - Mapfre- * APA – Agência Portuguesa do Ambiente

PAINEL IV - ENERGIAS RENOVÁVEIS E ALTERNATIVAS15h25 - EÓLICA – Balanço

* Direcção Geral de Energia e Geologia15h45 - BIOCOMBUSTÍVEIS - Perspectivas

Dr. João Duarte Gaspar - ANIB - Associação Nacional dos Industriais de Biocom-bustíveis

16h05 - COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE RESÍDUOS – Nova Alternativa Eneólica – Energias Renováveis, S.A., Sub-Holding Lena Ambiente Energia

16h25 - Café16h40 - SOLAR - Expansão

Eng.º Gustavo Fernandes – Director da Martifer Solar17h00 - HIDRICAS - Relançamento

* LNEC17h20 - DEBATE – Moderador - * CEEETA17h45 - SESSÃO DE ENCERRAMENTO

Eng.º Carlos Iglésias – Presidente da APEMETA

* Aguarda confirmação

SemináriosCONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL – Vertente Ambiente e

Ordenamento

8 de Maio 2008, INETI

09h30 SESSÃO DE ABERTURA * Prof. Doutor Humberto Rosa - Secretário de Estado do AmbienteEng.º Carlos Iglésias – Presidente da APEMETA

10h00 POLÍTICA DE CIDADES POLIS XXI E OS INSTRUMENTOS FINANCEI-ROS NO ÂMBITO DO QREN

Arqtº. Vítor Campos – Director Geral da DGOTDU - Direcção Geral do Ordena-mento do Território e Desenvolvimento Urbano

10h30 - PAINEL I - PLANOS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO – CONDI-CIONAMENTOS E ALTERAÇÕES

DGOTDUEng.º António Fonseca Ferreira – Presidente da CCDR-LVT / Dra. Fernanda do Carmo – Vice-Presidente da CCDR-LVTDr. Cláudio Monteiro – Presidente da Ad Urbem - Associação para o Desenvolvi-mento do Direito do Urbanismo e da Construção* Ordem dos Arquitectos

11h30 Café11h45 PAINEL II - APLICAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL NA 2ª GERAÇÃO DE PDMs

* C.M. Cascais* APA – Agência Portuguesa do AmbienteProf. Joanaz de Melo – FCT/Universidade Nova de Lisboa

12h45 Debate – Moderador – Dr. José Mário Ferreira de Almeida - Ad-vogado13h15 Almoço14h45 PAINEL III - EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS – NOVOS ASPECTOS

Novo regime jurídico e Projectos de Interesse Nacional – Prof. Doutor Jorge Umbelino – Vogal do Conselho Directivo de Turismo de Portugal, I.P. Certificação Ambiental – * Vila GaléEngª Célia Ferreira – Sonae Turismo

15h45 Café16h00 PAINEL IV - CERTIFICAÇÃO DOS EDIFÍCIOS – REABILITAÇÃO UR-BANA

Dr. Alexandre Fernandes – ADENE* EDIFER AMBIENTEEng.ª Cláudia Rocha – Responsável Técnica do Departamento Construção e Edifícios da Divisão Industrial do Grupo SGS Portugal

16h40 PLANEAMENTO E GESTÃO DA ÁGUA* INAG

17h00 CONSTRUÇÃO BIOCLIMÁTICAArqª Susana Diogo – ECO CHOICE

17h20 CICLO DE VIDA DOS MATERIAIS - CONSTRUÇÃOProf. Manuel Pinheiro – IST - Instituto Superior Técnico

17h40 Debate – Moderador 18h00 SESSÃO DE ENCERRAMENTO - Eng.º Carlos Iglésias – Presidente da APEMETA

* Aguarda confirmação

Inscrições e InformaçõesTel: 217506000 - Fax 21 750 60 09

e- mail: tecnico@ apemeta.ptwww.apemeta.pt

Patrocínios: Apoios à Imprensa:

Governo renova medidas de apoio à interioridade

O Governo renovou diversas medidas de incentivo à recupera-ção acelerada das regiões portu-guesas que sofrem problemas de interioridade. Foram disciplina-das as condições de acesso das en-tidades beneficiárias, as entidades responsáveis pela concessão dos incentivos, as obrigações a que fi-cam sujeitas as entidades benefici-árias e as consequências em caso de incumprimento.

Quanto às condições de aces-so, importa destacar que as enti-dades beneficiárias terão que estar em situação regularizada perante a administração fiscal, a segurança social e o município, disporem de contabilidade organizada e situa-rem a sua actividade principal nas áreas beneficiárias. Deverão man-ter a sua localização geográfica durante um período mínimo de cinco anos, a partir da data da re-alização integral do investimento. O mesmo terá que suceder com os postos de trabalho criados.

Em caso de incumprimento, haverá lugar à perda dos incen-tivos usufruídos, ficando as enti-dades beneficiárias obrigadas, no prazo de 30 dias a contar da res-pectiva notificação, ao pagamento das importâncias correspondentes às receitas não arrecadadas, acres-cidas de juros compensatórios. Deverá ainda, na declaração de rendimentos relativa ao exercício em que este ocorra, adicionar o IRC que deixou de ser liquidado, acrescido dos correspondentes ju-ros compensatórios.

São beneficiárias as áreas terri-toriais correspondentes a conce-lhos seleccionados numa perspec-tiva integrada de desenvolvimento regional, tomando como critérios a densidade populacional, o ní-vel de produção e rendimento e o nível de poder de compra. In-cluem-se ainda algumas freguesias de concelhos não considerados anteriormente, cuja população se localize maioritariamente nas unidades territoriais Serra e Baixo Guadiana.

Fisco cria linha telefónica para responder a dúvidas dos contribuintes

A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) vai ter em funcionamen-to, a partir do final do mês, uma linha telefónica para o esclareci-mento de dúvidas fiscais básicas. O que evita que os contribuintes se desloquem aos serviços de Fi-nanças para tratarem de assuntos simples, no que respeita a IRS, IRC e impostos sobre imóveis.

Os contribuintes, quando soli-citarem a referida linha telefóni-ca, apenas terão que apresentar o número de identificação fiscal, havendo a garantia que a troca de informações é de carácter confi-dencial. A linha estará aberta en-tre as 8.30 e 19.30 horas, sendo que disponibiliza um menu para permitir o acesso directo ao im-posto em causa. O custo é de 12 cêntimos a partir da rede fixa e de 30 da rede móvel. A facturação é ao segundo após o primeiro mi-nuto e inclui o IVA.

No âmbito do Prace

Reestruturação dos serviços de Finanças contestada

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sexta-feira, 28 Março de 2008 35fiscalidade

Luís Rodrigues, do grupo parlamentar do PSD.

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No caso de uma fusão simplificada, com os mesmos sócios e as mesmas percentagens de participação, pelo método de compra (a incorporante detém 75 por cento da incorporada), cujos efeitos contabilísticos reflec-tem à data de 1 de Janeiro de 2007, embora o registo definitivo ainda não esteja concluído, pelo que ainda não é possível entregar na DGCI a cessa-ção de actividade da incorporada.A dúvida que reside é a seguinte: até final do ano, a sociedade incorporada terá de efectuar os pagamentos por conta e PEC, ou é a incorporante que assume a totalidade do imposto, ou seja, efectuará a liquidação de im-posto tendo em consideração a co-lecta das duas, assim como o volume de negócios de ambas as sociedades para o seu cálculo.Finalmente, a incorporada tinha 100 mil euros de capital social (75 por cento pertencia à incorporante). A in-corporante verá o seu capital aumen-tado nesse montante para o distribuir

pelos novos sócios (que são os mes-mos em ambas as sociedades). Neste caso, não haverá qualquer entrega de dinheiro. Qual a operação a efectuar para registar este aumento? Exclu-sivamente o débito à conta 41, por contrapartida da 51?

Verificados os requisitos exigidos pelo n.º 7 do artigo 68.º do Código do IRC, a fusão reporta os seus efeitos fiscais à data constante do projecto de fusão, su-cedendo a sociedade incorporante nos direitos e obrigações das sociedades in-corporadas.

Nestes termos, reportando-se a data dos efeitos da fusão a 1 de Janeiro de 2007, os pagamentos especiais por conta a efectuar em 2007 são da responsabili-dade da incorporante.

A base de cálculo dos mesmos deve levar em consideração o somatório dos volumes de negócios e dos pagamentos por conta efectuados pelas sociedades no exercício de 2006.

Na sociedade incorporada a contabi-

lização da fusão por incorporação será efectuada mediante o crédito das diversas rubricas do Activo e rubricas com saldo devedor do Capital Próprio, por contra-partida de uma conta 2689, e pelo dé-bito das contas do Passivo e de rubricas com saldo credor do Capital Próprio por contrapartida da mesma conta 2689.

Na sociedade incorporante a contabi-

lização desta operação faz-se no sentido inverso, ou seja, através do débito das diversas rubricas do Activo das socieda-des incorporadas e rubricas com saldo devedor do Capital Próprio, por contra-partida da conta 2689, e pelo crédito das

contas do Passivo das sociedades incor-poradas e de rubricas com saldo credor do Capital Próprio, por contrapartida da mesma conta 2689.

Dado que a sociedade incorporante detinha uma participação na sociedade incorporada, haverá que, na contabilida-de desta (e após os movimentos referidos no parágrafo anterior) proceder à elimi-

nação da referida participação, através do crédito da rubrica de Investimentos Financeiros e crédito de uma rubrica do Capital Próprio.

(INFormAção ElAborADA PElA CâmArA Dos TéCNICos oFICIAIs DE CoNTAs)

Fusão reporta efeitos fiscais à data constante do seu projecto

Muito se tem falado sobre a per-da de benefícios fiscais em IRS, por parte da maioria dos

contribuintes, no entanto, parece-nos que passou despercebida a diminuição/limitação desse benefício nas sociedades comerciais, com a revogação de vários diplomas autónomos e o aditamento destes ao Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).

Abordaremos, neste artigo, um dos be-nefícios que representa um grande peso na despesa fiscal, o já conhecido artigo 17º do EBF, “Criação de Emprego”.

Uma das grandes alterações foi o alar-gamento deste benefício aos sujeitos passivos de IRS com contabilidade or-ganizada, bem como aos desempregados de longa duração (alteração efectuada com o Orçamento de Estado de 2007).

São considerados desempregados de longa duração os trabalhadores disponí-veis para o trabalho, nos termos do De-creto-Lei nº 220/2006, de 3 de Novem-bro, que se encontram desempregados e inscritos nos centros de emprego há mais de 12 meses, sem prejuízo de terem sido celebrados, durante esse período, contratos a termo por período inferior a 6 meses, desde que a sua duração con-junta não ultrapasse os 12 meses.

Contudo, uma das grandes alterações que limitam a utilização deste benefício é o facto de ele deixar de ser cumulativo com outros de idêntica natureza, bem como com outros incentivos de apoio ao emprego. Logo, isto significa que uma

empresa que crie um posto de traba-lho e aplique este benefício não poderá utilizar a isenção do benefício que lhe é facultada pela Segurança Social, bem como qualquer: outro previsto no EBF, ou seja, não é, por exemplo, cumulativo com o benefício à interioridade.

Ora, vejamos, uma empresa constituí-da em zona de interioridade e que bene-ficie da redução de taxa durante este ano não po-derá cumulativa-mente beneficiar da majoração à criação líquida de postos de tra-balho.

- Será isto jus-to, uma vez que a tendência seria para contrariar a desertificação do interior?

- Será que, des-ta forma, con-seguiremos que novas empresas apostem no interior do País?

Como se não bastasse, o facto de não ser cumulativo, o benefício ainda esbar-ra noutra situação, a constante do artigo 86º do CIRC, que também o limita. De acordo com esse artigo, o sujeito passivo não pode pagar menos de 60 por cento do imposto que pagaria caso não usufru-ísse de benefícios fiscais.

Voltando novamente ao artigo 17º do EBF, as alterações constantes deste benefí-cio, não se ficam por aqui, já que foram, também clarificados os conceitos de en-cargos para a majoração, passando estes apenas a ser constituídos pela remuneração fixa e descontos para Segurança Social.

Substitui-se ainda no que se refere à idade do trabalhador, o “não superior”

a trinta anos para “inferior” a trinta anos. Em termos práticos, para ser consi-derado criação de posto de tra-balho, na data de celebração do contrato por tempo indeter-minado, o jovem deve ter entre 16 e 29 anos.

As condições de aplicação do benefício são aferidas à data de celebração do

contrato de trabalho, pelo que o mesmo é aplicável por cinco exercícios, desde que reunidas as restantes condições.

O valor da majoração corresponde a 50 por cento, ao longo de cinco anos a contar do início da vigência do contra-to, benefício esse que se pode reflectir em seis exercícios económicos (1), sem-pre que o início do contrato de trabalho

não coincida com o início do exercício económico. A conversão de um contrato de trabalho a termo em contrato de tra-balho sem termo, pode beneficiar deste regime no ano da conversão, desde que cumpra as restantes condições.

Para que haja criação líquida de pos-tos de trabalho tem que existir uma diferença positiva, num dado exercício económico entre o número de contrata-ções elegíveis (2) e o número de saídas de trabalhadores que, à data da respectiva admissão, se encontravam nas mesmas condições.

Para aferir a existência ou não de con-tratação, neste âmbito, só se deverão ter em conta os funcionários que usufruem ou já usufruíram do mesmo benefício.

Desta forma, deve-se verificar no qua-dro de pessoal que trabalhadores se en-contram nessas condições.

Assim, podemos concluir que as alte-rações efectuadas, apesar de parecerem diminutas e quase imperceptíveis, são estruturalmente muito profundas e de grande significado para a maioria das empresas que o utilizam, com ganhos significativos para a Administração Fis-cal, uma vez que, ao diminuir este bene-fício às empresas, a despesa do Estado diminui substancialmente.

Notas(1) Processo: 1498/2006, Despacho de

26/09/2006 do DG.(2) Nos termos do nº 1 do artigo 17º do

EBF.

Benefício fiscal da criação de postos de trabalho

Contas & Impostos

Dulce costaConsultora da CTOC

Na sociedade incorporada, a contabilização da fusão por incorporação é efectuada mediante o crédito das diversas rubricas do activo e rubricas com saldo devedor do capital próprio e pelo débito das contas do passivo e de rubricas com saldo credor do capital próprio.

sexta-feira, 28 Março de 2008FISCALIDADE36

(…) As alterações constantes deste benefício (artigo 17.º do EBF) não se ficam por aqui, já que foram também clarificados os conceitos de encargos para a majoração, passando estes apenas a ser constituídos pela remuneração fixa e descontos para Segurança Social.

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MercadosSonae SGPS:

-39%desde

o início do ano

jerónimo martinS:

-9%desde

o início do ano

Eurodólar (Fecho) (26/03) 1,5761Var. Semana 2,13%Var. 2008 7,06%

EuroLibra (Fecho) (26/03) 0,7867Var. Semana 1,28%Var. 2008 7,28%

EuroIene (Fecho) (26/03) 156,50Var. Semana 2,05%Var. 2008 -5,11%

ÍndIcEs

PsI20 (Fecho) (26/03) 10410,11Var. Semana 6,06%Var. 2008 -20,04%

dowJones (Fecho) (26/03) 12401,61Var. Semana 0,07%Var. 2008 -6,51%

nasdaq (Fecho) (26/03) 1807,34Var. Semana 2,63%Var. 2008 -13,31%

Ibex (Fecho) (26/03) 13403Var. Semana 5,90%Var. 2008 -11,72%

dax (Fecho) (26/03) 6489,26Var. Semana 4,97%Var. 2008 -19,56%

cAc40 (Fecho) (26/03) 4676,68Var. Semana 5,54%

Var. 2008 -16,89%

PsI20

cAmbIALEurodóLAr

Euribor6m (Fecho) (26/03) 4,7180Var. Abs. Semana 0,0790%Var. Abs. 2008 0,0090%

Euribor3m (Fecho) (26/03) 4,7180Var. Abs. Semana 0,0660%Var. Abs. 2008 0,0280%

Euribor1Y (Fecho) (26/03) 4,7190Var. Abs. Semana 0,0880%Var. Abs. 2008 -0,0350%

monEtárIoEurIbor6m

Petróleo (Brent) (26/03) 103,91Var. Semana -1,18%Var.2008 10,16%

ouro (Fecho) (26/03) 947,40Var. Semana 0,41%Var. 2008 13,71%

Prata (Fecho) (26/03) 18,17Var. Semana -0,87%Var. 2008 23,02%

mErcAdorIAsPEtróLEo

Espectativa optimistapara a revalorizaçãodo título Sonae SgpS

sexta-feira, 28 Março de 2008 37

Com um valor médio abaixo dos 2%

Aumento do crédito malparado contido à custa das grandes empresas

Segundo dados do Boletim de Estatística do Banco de Portugal editado esta se-

mana, o peso relativo do crédito vencido no total do crédito con-cedido às empresas situa-se em 1,7%, valor este baixo e que aliás, se tem mantido ao longo dos úl-timos largos meses. E isto apesar do rigor acrescido provocado pela instabilidade internacional dos mercados de crédito e financeiros, bem como da fragilidade da reto-ma da economia portuguesa que em simultâneo vive um período de reestruturação empresarial.

No conjunto, 15% das empre-sas apresentam crédito malpara-do, distribuídas pelos diferentes níveis de dimensão. É, no entan-to clarificador desagregar a análise em função de vários parâmetros, o primeiro dos quais pode ser os escalões/níveis de utilização de crédito; e a propósito podemos concluir que o peso do crédito vencido no total do crédito con-cedido às empresas diminui sig-nificativamente à medida que vão aumentando os níveis de “consu-mo” creditício, o que à partida, quer dizer maior dimensão.

De facto, dum rácio de crédito vencido de 10,6% para o conjun-to de empresas microconsumido-ras de crédito (valores inferiores a 20 mil euros) passamos para um rácio de apenas 0,4% para em-presas dimensionadas e utilizado-ras de grandes massas creditícias (valores superiores a 5 milhões de euros). Mas reparemos que este último grupo de empresas ape-nas representa 1,3% do universo utilizador de crédito, sendo que o nível de endividamento credi-tício médio por empresa ronda os 20 milhões de euros. Ao invés, o conjunto de empresas com endi-vidamento de crédito até 20 mil euros – logo, pequenas empresas – representa cerca de 60% do nu-mero de empresas, que recorrem ao crédito.

Esta observação analítica cons-titui pois mais um indicador do subdimensionamento do tecido empresarial português onde um

conjunto de empresas menos ape-trechadas deparam com crescentes dificuldades em cumprir o serviço da dívida, mesmo que o valor ob-tido de empréstimo seja efectiva-mente baixo (o nível estimado de endividamento médio por empre-sa rondará os 12 500 euros!).

É, pois, algo ilusória a taxa global de 1,7% para o rácio de crédito vencido se pretendermos extrair conclusões sobre a verda-deira saude económica e financei-ra do tecido empresarial portu-guês, a que acresce a consciência de que a necessária reestruturação empresarial em curso acabará sempre por, neste domínio, dei-xar as suas marcas...

Produtosdecouroetêxteiscommaioresníveisdecréditomalparado

Um outro parâmetro de análise é a repartição do crédito às em-presas por ramos de actividade, e dentro de cada um destes pelo nível de crédito vencido. Os nú-meros que de seguida são iden-tificados cobrem uma amostra sectorial consumidora de cerca de 85% do crédito concedido

Assim, se tivermos em conta o conjunto da indústria transfor-madora – que “consome” 14% de crédito –, ele apresenta um rácio de crédito vencido de 3,4%, ou seja, superior à média global, que é de 1,7%. A construção civil e as actividades imobiliárias, que no seu conjunto utilizam 40% do crédito concedido, apresentam rácios de crédito vencido, respec-tivamente de 2,3% e de 0,8%. As actividades de comércio, por grosso e de retalho, evidenciam um rácio médio de crédito ven-cido também acima da média (2,5%), sendo que representam 15% em termos de consumo de crédito. Finalmente, o sector de “alugueres e serviços prestados, designadamente para empresas”, apresenta um rácio de crédito vencido de apenas 0,6% e absor-ve 16% do crédito total concedi-do à actividade empresarial.

Em termos de sectores individu-almente considerados, e também detentores de importância signi-ficativa na economia nacional, os campeões do maior nível de cré-dito malparado são os produtos de couro (rácio de 11,4%) e a indús-tria têxtil (7%). Mas maus valores sectoriais não excluem obviamente a existência de boas empresas.

maiorestaxasdeincumprimentononorteecentrodoPaís

A distribuição geográfica do cré-dito concedido às empresas e o res-pectivo nível de crédito malparado traduz-se em mais um ângulo de análise com interesse. As regiões Norte e Centro, precisamente onde proliferam as PME, detêm um rácio de crédito vencido de 2,5% e 2,7%, respectivamente e absorvem 36% do crédito concedido. Por sua vez, a região de Lisboa e Vale do Tejo, a que corresponde uma fatia de crédi-to de 51%, apresenta um rácio de crédito vencido de apenas 1,4%, 0,3 pontos abaixo da média nacional.

De referir que em conjunto só a Grande Lisboa e o Grande Porto utilizam mais de 50% do crédito atribuído e os respectivos níveis de

crédito vencido rondam os 2,1% e 1,1%.

Emcrescimentoocréditoàsempresas.Paradurar?

O Boletim de Estatística do Banco de Portugal revela ainda, com dados já referentes a Janeiro de 2008, que a taxa anualizada de crescimento do crédito interno total atingiu os 12,9%, quando entre Janeiro de 2007 e de 2006 tinha sido de 10,2%.

Se o ritmo do crescimento a particulares se tem mantido nos ultimos meses à volta dos 10%, já no que toca ao crédito às empresas é visível uma certa aceleração no 4º trimestre, verificando-se em Ja-neiro de 2008 uma taxa anual de crescimento de 15,7%. Prudente será esperar em termos analíticos pelos resultados do próximo in-quérito do Banco de Portugal ao mercado de crédito, onde em ter-mos qualitativos poderemos me-lhor avaliar o comportamento dos factores indutores da procura de crédito pelas empresas. Continua-rá a ser a reestruturação da dívida a razão de ser do “razoável” dina-mismo do crédito às empresas?

a.m.

eSCaLÂoDe CrÉDito(mil euros)

taXaDe CreDitomaL ParaDo

PeSo reLatiVoDaS emPreSaS

UtiLiZaDoraS Do CrÉDito

< 20 10,60% 39,70%

20-50 7,30% 18,60%

50-100 6,00% 12,00%

100-200 4,80% 9,80%

200-400 4,00% 7,30%

400-1000 3,50% 6,30%

1000-5000 2,60% 5,00%

> 5000 0,40% 1,30%

geral 1,70% 100%

Fonte: Boletim estatistico Banco de portugal/ Jan 2008

CrÉDito ÀS emPreSaSDiStriBUiÇÃo GeoGrÁFiCa

REgIÃO% CRÉDITO

TOTALRÁCIO CRÉDITO

VENCIDO

NORTE 26% 2,50%

CENTRO 10,60% 2,70%

LISBOA V. TEJO 51% 1,10%

ALENTEJO 2,10% 2%

ALgARVE 4,00% 0,90%

AÇORES 1,50% 1%

MADEIRA 4,80% 0,60%

gERAL 100% 1,70%

Fonte: Boletim estatistico Banco portugal/jan. 2008

Dados mais recentes do Banco de Portugal confirmam a continuação do crescimento do crédito às empresas e a estabilização, num patamar baixo, dos valores a nível nacional das taxas de crédito malparado (1,7%). Só que, neste último domínio, o conjunto esconde situações de pequenas empresas onde tais taxas chegam a superar os 10%. Norte e Centro do País acolhem, em média, empresas com maiores dificuldades.

10,000

10,300

10,600

18-03 19-03 20-03 25-03 26-03

1.5400

1.5600

1.5800

20-03 21-03 24-03 25-03 26-03

4.62

4.68

4.74

18-03 19-03 20-03 25-03 26-03

98.00

103.00

108.00

18-03 19-03 20-03 25-03 26-03

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http://pascal.iseg.utl.pt/~cief/O site do CIEF - Centro de Investigação sobre Economia Financeira é pobre do ponto de vista estético, mas vale a pena explorá-lo do ponto de vista de conteúdos. Antes de mais, importa dizer que o CIEF é centro de inves-tigação do Instituto Superior de Economia e Gestão, que tem por finalidade a investigação em economia financeira e orienta a sua actividade com vista à pro-dução e difusão de estudos avançados sobre economia financeira, formação de docentes do ISEG pela via da

investigação pessoal e em grupos, desenvolvimento de contactos com entidades nacionais ou estrangeiras, com interesses em áreas de investigação comuns, recolha sistemática de documentação sobre a área científica da sua especialidade, apoio à investigação realizada por assistentes e jovens universitários e es-tabelecimento de uma rede internacional de ligações nas áreas financeiras, com universidades e centros de investigação congéneres. Para a concretização dos seus objectivos, o CIEF conta com o apoio de professores e assistentes especializados nas áreas monetárias e financeiras, e ainda com um corpo de economistas e investigadores nacionais e es-trangeiros. Possui igualmente equipamento informático e software próprios, e instalações cedidas pelo ISEG.No que respeita ao que o CIEF presta à comunidades económica, funcionando o site como “pivot” dessa oferta de serviços, destaquem-se os projectos de investigação, seminários, conferências, colóquios e actividades similares, acções de formação, orientação de trabalhos de pós graduação e apoio a teses de dou-toramento, edições e publicações e estudos de risco sobre o mercado financeiro.

net investidor

ricardo arroja

Pedro arroja Gestão de Patrimónios S.a.www.pedroarroja.comNovo paradigma

sexta-feira, 28 Março de 2008MerCAdos38

Na semana passada escrevi sobre o dólar e o seu impac-to sobre os mercados de acções mundiais. Defendi a tese de que os índices accionistas só deixariam de desvalorizar quando o dólar deixasse de cair. E que essa inversão no dó-lar apenas ocorreria após uma intervenção cambial da Re-serva Federal norte-americana. Pois bem, dois dias depois de ter escrito o artigo, o FED reduziu a taxa de juro em 75 pontos base, mas, ironicamente, o dólar subiu – sem inter-venção cambial. E continuou a valorizar durante a semana. No espaço de 5 dias, o EUR/USD oscilou de um máximo intradiário de 1,5904 para um mínimo 1,5398 – indicador de força relativa do dólar face ao euro. E, nos Estados Uni-dos, os mercados accionistas acompanharam o dólar na alta. Os teóricos argumentaram que, apesar do consenso em redor dos 75 pontos base, muitos analistas esperavam uma redução de 100, que acabou por não se concretizar. Os pragmáticos socorreram-se de um velho adágio de Wall Street para justificar a alta do dólar: “Sell the rumor, buy the fact”. Quanto à minha tese, mantém-se, apesar de não se ter desenrolado da forma que eu tinha antecipado.

A discussão em redor do dólar está longe de estar termi-nada. Na minha opinião, os danos causados pelo “subpri-me” norte-americano, e posterior intervenção monetária

do FED são irreversíveis. A credibilidade do dólar foi ferida de morte. E esta tem sido a base de todo o sistema financei-ro mundial nos últimos 37 anos – desde 1971, quando o então presidente Richard Nixon aboliu o sistema de Bret-ton Woods, que defendia a convertibilidade do dólar em ouro. Estou convencido de que caminhamos para um novo paradigma. Está visto que o sistema actual, baseado em mera confiança na bondade do dólar, está esgotado. A frase do famoso liberal Lord Acton de que “o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente” também se aplica aos mercados financeiros e está na origem da mo-mento actual. Não é possível manter um sistema cambial ancorado no dólar quando este é influenciado por um go-verno que não olha a despesas na ânsia de financiar défices. E também não é possível acreditar no dólar num momento em que FED se tornou numa mera máquina impressora de papel.

Na conjuntura presente, a análise do passado é um exer-cício crucial. O novo paradigma não tem necessariamente a ver com o regresso ao padrão ouro. Na verdade, se hoje se regressasse à relação entre divisas e activos tangíveis, o bar-ril de petróleo seria provavelmente o elemento de ligação escolhido. A questão centra-se acima de tudo no comporta-

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Morada C. Postal -

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� SIM. Solicito o envio de exemplar(es) do livro Política Orçamental na Área do Euro.

� Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A

� Debitem A , no meu cartão com o nº , Cód. Seg. emitido em nome de e válido até / .

� Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Portugal tem vindo a passar por um processo de reequilíbrio das contas públicas, razão pela qual a política orçamental vem sendo um tema de grande actualidade no nosso país. O percurso de ajustamento seguido é indissociável da participação portuguesa na União Económica e Monetária e dos compromissos assumidos por via do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Numa perspectiva macroeconómica, este livro aborda a política orçamental na área do euro sob diversos prismas. Em particular, justifica a existência de regras orçamentais, analisa o desenho e a aplicação do Pacto nos primeiros anos de União Monetária, descreve a revisão do Pacto ocorrida em 2005, realça a importância das instituições domésticas para a disciplina orçamental e discute o impacto potencial sobre as contas públicas decorrente do envelhecimento das populações.

Autor: João LoureiroFormato: 17 x 23.5 cmPágs.: 256P.V.P.: A 22

Política Orçamental

na Áreado Euro

NOVIDADE

Pedidos para: Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: [email protected]

Política Orçamentalna Área do Euro

Temas desenvolvidos na obra:• O papel estabilizador da política

orçamental• Porquê regras orçamentais?• Regras orçamentais na transição para

o euro• O Pacto de Estabilidade e Crescimento:

desenho original e aplicação prática• Críticas ao Pacto e a revisão de Março

de 2005• Regras, procedimentos e instituições

domésticas de política orçamental• Sustentabilidade e consolidação

orçamental

mento dos bancos centrais e governos para combater aqui-lo que se afigura como inevitável: o descrédito institucio-nal e a inflação nos Estados Unidos. Quando Nixon aboliu o sistema de Bretton Woods em 1971, pôs a nu a mentira que muitos temiam: a América não tinha reservas suficien-tes para acomodar a produção monetária que ostentava. Durante a década de 60, a confiança nas instituições nor-te-americanas valeu aos Estados Unidos um crescimento anual médio de 4,4% e uma taxa de inflação média de 2,2%. Depois do fim de Bretton Woods, na década de 70, o dólar desvalorizou e a economia norte-americana entrou em recessão porque, embora o crescimento anual médio do PIB tenha sido de 3,3%, a inflação média foi de 7,1%. A acrescentar ao problema monetário, seguiu-se também a crise petrolífera de 73 e a alta generalizada dos preços das restantes matérias primas.

A situação que temos hoje é parecida com a dos tempos de Nixon. Esta Casa Branca e o FED há muito que ligaram a máquina impressora. E não há reservas nem confiança que permitam suportar a quantidade de notas que inun-daram o sistema financeiro norte-americano. Nos Estados Unidos, as taxas de juro ajustadas pela inflação são hoje negativas. Quanto à criação de massa monetária, a abo-lição do seu principal indicador, o M3, abriu caminho à omissão e à mentira descarada. E nas matérias-primas, por força de novas potências mundiais com agendas e estraté-gias próprias, os preços não param de subir. No passado, a situação resolveu-se devolvendo às instituições norte-ame-ricanas a sua credibilidade. Desta vez, não acredito que aconteça o mesmo. O mundo procurará a credibilidade e a liderança noutro lugar. Na Europa, por exemplo, se os Sarkozy’s se mantiverem bem longe do Banco Central Europeu.

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Soluções de investimento

O clima de aversão ao risco acentuou-se consideravelmente a semana passada, com a notícia de que a Bear Stearns é mais uma em-presa financeira vítima da crise do “subprime” (entretanto, a JP Mor-gan está na disposição de comprar o Bear Stearns por dois dólares a acção, num acordo que está a ser abençoado pela Fed. Resultado, as acções do banco de investimento que tinham fechado no dia ante-rior ao anúncio da JP Morgan a 30 dólares, ajustaram na sequência do anúncio de compra para os quatro dólares por acção).

Estes acontecimentos têm au-mentado os receios quanto ao montante das perdas que as ins-tituições financeiras irão registar, bem como quanto ao aumento da taxa de insolvência, o que tem le-vado os “spreads” de crédito para níveis ainda mais elevados. Assim o custo de um “credit default swap” (indicador avançado do custo de financiamento de uma entidade), medido pelos índices iTraxx Europe (constituído por empresas da classe de investimento) e iTraxx Crosso-ver (constituído por empresas da classe especulativa), têm atingido sucessivos recordes, augurando-se um futuro particularmente difícil

para as instituições financeiras nos meses que se seguem.

Como acção imediata a tudo isto, a Reserva Federal norte-ame-ricana reduziu as taxas de juro em 0,75%, uma descida que se junta aos cortes de 2,25% iniciados no Verão. Paralelamente, as declara-ções que acompanharam a decisão deixaram em aberto a possibili-dade de novas intervenções deste banco central, caso as condições económicas e financeiras conti-nuem a apontar para uma maior deterioração do cenário macroeco-nómico.

Para além do corte nos juros, a Fed apresentou na semana passada medidas para estimular a liquidez e responder aos problemas de fi-nanciamento através de um novo instrumento financeiro que prevê o empréstimo de 200 mil milhões de dólares ao sistema bancário. Ou seja, na sequência das novas inter-venções, a Reserva Federal criou um novo instrumento de política monetária – “Term Securities Len-ding Facility” – que consiste na ce-dência de liquidez através do em-préstimo de obrigações do tesouro em que o colateral utilizado pelas instituições financeiras são obriga-ções hipotecárias.

Dólar continua a cair

Apesar da reacção positiva pos-terior ao corte de taxas de juro anunciado pela Reserva Federal, a volatilidade e o nervosismo con-tinuam a imperar nos mercados financeiros. Na passada semana destacou-se, no Reino Unido, a di-vulgação da acta do Comité de Po-lítica Monetária realizado no iní-cio de Março, tendo aumentado o número de apoiantes de um corte de taxas de juro da libra, hipótese que tem ganho probabilidade face às persistentes dificuldades entre as instituições financeiras.

Neste contexto de forte incerte-za, o dólar continua a ser uma mo-eda fortemente penalizada, sendo que o EUR/USD prosseguiu com a sua escalada até 1,59, tendo de-pois corrigido para patamares per-to de 1,57. O nível psicológico dos 1,60 é agora a próxima barreira im-portante. O dólar acentuou as suas perdas também face ao iene, sendo que a cotação USD/JPY atingiu os 95,77. Entretanto, o Governo do Japão reviu em baixa a sua ava-liação sobre as actuais condições económicas do país, reconhecen-do que a economia está numa fase de estagnação. A turbulência nos mercados financeiros, o aumento dos preços do petróleo e o arrefe-cimento dos EUA contribuem de forma significativa para o cenário pouco auspicioso.

Os indicadores económicos di-vulgados nos Estados Unidos, de facto, continuam a apontar para um cenário de forte desacelera-ção da actividade económica. A produção industrial de Fevereiro

apresentou uma queda de 0,5%, depois de um crescimento mode-rado de 0,1% em Janeiro. A taxa de utilização da capacidade instala-da caiu para 80,9 em Fevereiro, de 81,5 em Janeiro.

Quanto ao mercado imobiliário, este continuou em Fevereiro a sur-preender pela negativa. Os inícios de construção de casas caíram 0,6%, para uma taxa anual de 1,012 mil milhões, acima do esperado. No entanto, as licenças de construção caíram 7,8%, para uma taxa anual de 978 mil, o valor mais baixo des-de Setembro de 1991.

A partir deste cenário também se compreende que a Reserva Federal norte-americana tenha cortado em 75 pontos base a taxa de juro de referência, colocando a taxa dos “fed-funds” em 2,25%, com a maior amplitude do corte face aos anúncios anteriores a reflectir, precisamente, a preocupação deste banco central com a recente dete-rioração das condições nos merca-dos financeiros.

Na União Europeia destacou-se a divulgação da Balança Comercial da UEM, que apresentou um dé-fice acima do esperado em Janeiro, graças a um forte aumento das im-portações que mais que compensou o crescimento das exportações. O défice comercial aumentou para 2 mil milhões de euros em Janeiro, depois de 1,8 mil milhões de euros no mês anterior. Refira-se, no entan-to, que, apesar destes sinais de possí-vel deterioração das contas externas, o saldo comercial dos 15 países da Zona Euro foi excedentário no ano passado, tendo alcançado 23 mil milhões de euros face a um défice de 14,4 mil milhões de euros em 2006, sinalizando sem dúvida uma forte resistência (ou menor sensibilidade) dos produtos vendidos ao exterior perante a acentuada apreciação da moeda ao longo do período: em 2007, o euro valorizou cerca de 12% face ao dólar e mais de 6% em termos de taxa de câmbio efectiva (ponderando o peso das moedas nas trocas internacionais).

Risco financeiro aumentou (ainda mais) com a insolvência do Bear SternAs vítimas do “subprime” vão-se acumulando, agudizando a crise de liquidez dos mercados financeiros. Depois do Bear Stern, a questão que se coloca é quem será o próximo. A desconfiança e a aversão ao risco tomaram completamente conta dos mercados financeiros. Consequência ou causa, ou um misto das duas, a desaceleração da economia norte-americana continua a ajudar ao clima recessivo.

sexta-feira, 28 Março de 2008 39mercaDos

euroinvest março 2009 da cGD – 9% em caso de subida do ouro, prata e Brent

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) disponibiliza aos seus clientes o Euroinvest Março 2009, um depósito estruturado a 1 ano, com capital garan-tido no vencimento, e que permite obter uma re-muneração associada à variação do preço de 3 matérias-primas, designadamente o ouro, a prata e os futuros do barril de petróleo (Brent). Esta aplicação pode ser constituída a partir de 1000 euros, em qualquer agência da CGD ou através do Caixadirecta online, até 28 de Março de 2008.A taxa de remuneração será igual a 9%, se o preço de cada uma das 3 matérias-primas (ouro, prata e contrato de futuro do petróleo Brent), em 23 de Março de 2009 for igual ou superior ao seu valor inicial (definido na data de emissão, em 31 de Março de 2008). Caso não se verifique esta condição, a rentabilidade será nula. Os investimentos estruturados indexados a mer-cadorias estão na ordem do dia das instituições bancárias nacionais. O risco de uma rentabilida-de nula neste investimento deverá ser ponderado pelo investidor.

méDio risco méDio/alto riscoobrigações caixa top 6 twist da cGD – rentabilidade associada a 6 acções

nacionais

A CGD encontra-se a promover as obrigações “Caixa Top 6 Twist”. Estamos perante uma aplicação por um prazo de cerca de 4 anos, cuja rentabilidade está indexada à evolução de seis títulos do mercado ac-cionista nacional, mais precisamente a Altri, a Brisa, a Cimpor, a Jerónimo Martins, a Zon Multimédia e a Sonae.Com. A grande vantagem desta aplicação é obter uma rentabilidade indexada ao mercado accio-nista, mas com garantia de capital na maturidade. A grande desvantagem é a possibilidade um rentabi-lidade nula num investimento a 4 anos. Estas obri-gações podem ser subscritas até 28 de Março de 2008, por um mínimo de 500 euros. A remuneração é variável e indexada à performance do cabaz de 6 acções. Se em 01/03/2012, a performance do ca-baz for nula ou positiva, então, o cliente recebe um cupão igual a 60% dessa performance, com um mí-nimo de 0%. Se em 01/03/2012, a performance do cabaz for negativa, então o cliente recebe um cupão equivalente a 12% + 60% dessa performance, com um mínimo de 0%.

Barclays colheita 8% – aposta na subida do milho, trigo e soja

O Barclays entrou numa “moda” que recentemente se instituiu no mercado, que é criar investimentos estrutu-rados indexados a “commoditties”. Neste particular, a aplicação que beneficia com a valorização dos preços de três “commoditties” agrícolas, designadamente o trigo, o milho e a soja. Estamos perante um investimento por um prazo de 2 anos + 1 dia e que garante capital na maturidade. O Barclays Colheita 8% pode ser subscrito até 30 de Abril, por um mínimo de 1000 euros, e está isento de comissões.A remuneração é variável e poderá atingir os 8% ao ano. O cálculo é relativamente simples. Se as cotações de todas as matérias-primas forem superiores no final do primeiro ano ao valor no início do investimento, a remu-neração será de 8%, caso contrário será 0%. No segun-do ano, se a cotação de todas as matérias-primas forem superiores a 90% do valor no início do investimento, a remuneração será de 8%, caso contrário será 0%.A possibilidade de obter uma rentabilidade de 8% ao ano é apelativa, mas existe um risco evidente de uma rentabilidade nula ao fim de dois anos, devendo ser esta uma preocupação ao analisar esta aplicação.

méDio risco

evolução Das taxas “swap” a Dez anos

Fonte: Bloomberg

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Os elementos em que se baseiam as boas e más decisões de trading são

muito semelhantes aos elemen-tos que se aplicam à tomada de decisões em geral. No seu livro “The New Market Wizards”, Jack Schwager aludiu à 1ª Guerra do Golfo e referiu ter ficado cho-cado com a semelhança entre as acções de Saddam Hussein (ou, para ser mais exacto, a falta delas) e as respostas típicas de um gestor atarantado.

O “trade” de Hussein foi a in-vasão do Kuwait. Inicialmente tinha razões sólidas e fundamen-tais para a transacção. Ao invadir o Kuwait, Hussein provocaria o aumento dos preços do petróleo em benefício do Iraque, através da eliminação de um dos países que excedia constantemente a sua quota da OPEP e através da cria-ção de um turbilhão no mundo dos mercados petrolíferos. Adi-cionalmente, ele tinha boas hipó-teses de anexar permanentemente parte, ou até mesmo a totalida-de, dos campos petrolíferos do Kuwait, ganhando acesso directo ao Golfo Pérsico. Por último, mas não menos importante, a invasão dava a Hussein uma oportunida-de fantástica de alimentar as suas

ambições megalómanas. Em tro-ca de todo este potencial positivo, o risco inicial deste “trade” pare-cia limitado. A resposta inicial do Departamento de Estado ame-ricano e as suas acções podiam ser essencialmente parafraseadas como “O problema não é nosso”. Ao lidar com Hussein, uma po-lítica assim ambivalente pratica-mente estendia a carpete verme-lha aos tanques Iraquianos. Por isso, inicialmente, na perspectiva de Hussein, a invasão do Kuwait era um “bom trade” – grande po-tencial de ganho e risco limitado.

No entanto, como acontece fre-quentemente, o mercado mudou. O Presidente Bush (Pai) compro-meteu os Estados Unidos na de-fesa da Arábia Saudita ao enviar tropas e passou por cima das reso-luções das Nações Unidas que ti-nham como objectivo convencer Hussein a deixar o Kuwait. Nesta altura, Hussein poderia provavel-mente ter negociado um acordo no qual retirava do Kuwait em troca de ganhos territoriais e di-reitos portuários – um ganho rápido. No entanto, embora o “trade” tivesse começado a dete-riorar-se, Hussein resolveu man-ter a posição. Em seguida, Bush enviou um sinal mais forte ao

duplicar as forças norte-america-nas para quatrocentos mil – uma acção que indicava não só que os Estados Unidos estavam pre-parados para defender a Arábia Saudita, mas que estavam tam-bém a preparar-se para retomar o Kuwait pela força. Claramente, o mercado tinha mudado. Hussein ignorou este sinal do mercado e permaneceu em posição. Então, o Presidente Bush decretou o prazo de 15 de Janeiro para a retirada do Iraque do Kuwait de acordo com uma resolução das Nações Unidas – o mercado movimentou-se ain-da mais contra a posição inicial. A

esta altura, o potencial de ganhos já tinha provavelmente desapare-cido, mas Hussein ainda poderia ter-se aproximado do “breakeven” ao oferecer a retirada do Kuwait. Mais uma vez, decidiu manter a posição. Ultrapassado o prazo de 15 de Janeiro, os Estados Unidos e os seus aliados na Guerra do Golfo embarcaram num bom-bardeamento massivo do Iraque, o “trade” estava claramente em território negativo. Mais ainda, o mercado estava a descer for-temente todos os dias, à medi-da que cada dia resultava numa maior destruição do Iraque. Mas como é que Hussein podia desis-tir agora, quando tanto já havia sido perdido? Tal como um ges-tor atarantado apanhado numa posição de contínua deterioração, agarrou-se à esperança de longo prazo: Se ao menos conseguisse aguentar o tempo suficiente, tal-vez o receio de baixas provocasse a retirada dos Estados Unidos.

A tendência continuou a ir contra o “trade”, enquanto os Estados Unidos lançavam mais um prazo de ultimato - desta vez ligado ao início da guerra terres-tre contra o Iraque. Nesta altura, Hussein estava disposto a aceitar prontamente as condições da pro-

posta de paz soviética, um acordo que provavelmente seria perfeita-mente suficiente anteriormente, mas que era agora inadequado. O comportamento de Hussein era muito semelhante ao de um ges-tor a manter uma posição longa num mercado em queda contí-nua que diz “Saio quando estiver a zero” e depois, à medida que a situação se vai tornando mais de-sesperante, “Saio quando atingir o máximo relativo”.

Por fim, com a guerra terres-tre em curso, e o seu exército largamente dizimado, Hussein acaba por finalmente capitular. Era como um gestor que man-teve uma posição perdedora até a sua carteira estar virtualmente destruída, e depois, em comple-to desespero, finalmente diz ao seu broker “Tira-me do mercado. Não interessa a que preço, sai já do mercado!”

Moral: Se não consegue aceitar uma pequena perda, mais tarde ou mais cedo, irá sofrer a “mãe de todas as perdas”.

Caro Leitor: Lembra-se de como, no Verão do ano passado, comprar BCP parecia um “trade” atractivo em virtude da luta de poder no banco?

E agora?

A “preguiça” por detrás da crisePaulo RamalhoAdministradorOk2deal – Gestão de Patrimónios

A. Crise de liquidez e não crise de solvência

Estamos em crise; é este o sentimento dominante quer estejamos a referir-nos aos mercados accionistas, quer à situação da eco-nomia americana, quer às perdas no “sub-pri-me” quer à crise bancária. Mas pensamos que no futuro esta crise será lembrada e baptizada pela crise bancária americana e europeia que despoletou em 2007. Não é a primeira crise bancária nem será seguramente a última, mas, tanto quanto é do nosso conhecimento, será a primeira em que não está em causa a solvência dos bancos mas sim as condições de liquidez do sistema. E de acordo com alguns especia-listas”, que não a nossa – na actividade bancá-ria a liquidez acaba por ser mais importante que a solvência da Instituição. Para recordar as crises bancárias mais recentes – Japão (na década de 90), Suécia (no início da década de 90) e nos EUA a chamada crise “savings and loans” dos anos 80 e 90 – de uma forma ou de outra foi sempre a solvência dos bancos, ou seja, a capacidade dos seus activos para paga-rem os passivos, nomeadamente os depósitos de clientes que esteve em causa.

Esta crise já provocou pelo menos uma víti-ma – o banco inglês Northern Rock – e bem pode ser um símbolo desta nova “doença” a doença da liquidez. De facto, o Northern Rock detinha, e detém, uma carteira de crédi-tos hipotecários de qualidade superior à mé-dia do sistema inglês, mas, devido à tal crise de liquidez, não conseguiu renovar os seus empréstimos e operações securitizadas nos mercados financeiros. Estranho e grave, sem dúvida; como estranho e grave é o facto de um “trader” de 31 anos poder ter investido (?) cerca de 50 biliões de euros de fundos da Société Générale, sem que aparentemente al-guém tenha notado que ele estava “apostar” um valor superior ao que a Societé Generale vale actualmente em Bolsa, 38 biliões.

Para entender melhor as raízes desta crise

e sobretudo o seu possível impacto na saúde do sistema financeiro e da economia é impor-tante avaliar:

1. Tipo de activos que estão em causa2. O grau de envolvimento dos vários ban-

cos que compõem o sistema3. Vícios comportamentais que estão por

detrás das perdas anunciadas

B.1. Os activos sem liquidez

Muitos dos produtos que os bancos (alguns como veremos mais à frente) têm em cartei-ra, e que foram obra das engenharias finan-ceiras dos últimos anos, não são cotados em mercados transparentes e líquidos como por exemplo as Bolsas de Valores e os mercados cambiais. Muitos desses activos – a maior parte originados no “sub-prime” e outras securitizações complexas – não eram sequer transaccionados com regularidade e por isso eram avaliados através de modelos internos dos próprios bancos. Com a particularidade de alguns desses modelos admitirem só variá-veis de mercado (portanto objectivos) mas outros nem isso garantirem. Quem quiser aprofundar este tema pode pesquisar por “Le-vel 3 Risk” na Internet.

B.2. Grau de envolvimento dos bancos

Foram poucos os bancos que perderam dinheiro nos produtos originários no “sub-prime” e noutros produtos complexos. A ex-posição da banca comercial europeia a estes produtos é regra geral reduzida. Alguns ban-cos europeus que apresentaram já as contas finais do ano de 2007 registaram mesmo cres-cimento dos resultados, com a larga maioria a revelar um decréscimo apenas na rubrica “Ga-nhos de Trading “ e “Resultados Financeiros”, onde normalmente incluem os “writte-offs” desses produtos1 . Na maior parte da Banca Comercial Europeia estas rubricas represen-

tam menos de 20% do produto bancário, o que reduz muito o impacto na crise nas sua contas de exploração.

B.3. O vício comportamental – a “preguiça”

A última conclusão que queríamos retirar sobre os contornos desta crise é a mais impor-tante. É difícil perceber como algumas Insti-tuições como a Merril Lynch, a UBS ou o City Group tenham perdido tanto dinheiro com este tipo de produtos, que no caso da Merril Lynch representou o delapidar de metade da situação líquida do banco. Diz-nos a experi-ência que perdas desta ordem de grandeza no mercado financeiro têm de estar associadas a vícios e pecados mais do foro comporta-mental e psicológico do que a problemas da economia real e financeira. Como diz um autor americano, “…the incredible financial ignorance, intellectual sloth, and shameful gluttony of the public…”.

De facto, o pecado mortal que, na nossa opinião, os agentes envolvidos nestes produ-tos cometeram foi a preguiça. Vejamos o caso dos CDO (Collaterized Debt Obligation) e CLO (Collaterized Loan Obligation), pro-dutos onde se concentra o grosso dos “writte-offs”. Uma CDO é, simplificadamente, uma obrigação, pagando portanto um juro e pro-metendo reembolsar o capital. Quem tiver acesso à ficha técnica de um CDO encontra-rá provavelmente um emitente desconhecido tipo Wood Street B, ou Harvest (eventual-mente ligado a um “hedge fund” ou a um banco) e um colateral que dirá qualquer coisa do género: portefólio de empréstimos “bonds, loans and mezzanine obligations”. Ou seja, o que garante o pagamento do CDO é um con-junto não identificado de outros empréstimos que ninguém conhece e muito menos as casas de cuja securitização muitos deles resultaram. Então porque é que alguns bancos compra-ram estas obrigações? Porque as empresas de

rating os classificavam como de risco muito baixo, por exemplo AAA e AA. E como é que estas agências atribuíam estas classifica-ções? Não podemos saber qual o “trabalho de casa” que era feito mas sabemos que um elemento crucial para a atribuição de um bom rating era a existência de um seguro emitido por uma seguradora como a Ambac e a MBIA. Por isso a ameaça de fecho ou de desclassificação destas duas seguradoras poder provocar mais uma tempestade nos mercados. Na altura em que estamos a es-crever estas linhas é anunciado que um au-mento de capital de $1,5 biliões pode salvar $70 biliões de CDO e CLO detidos pelos bancos!

Parece-nos ser lícito concluir da descrição deste mecanismo diabólico e quase pandémi-co da estruturação financeira, que só perdeu quem foi preguiçoso e não quis fazer o traba-lho de casa. Porque o trabalho de casa dá mais trabalho do que olhar para um simples rating de uma coisa que não sabemos o que é.

C. Um pouco de sensatez

Mas para terminar este artigo com um pouco de sensatez e de adesão à realidade, é nosso dever lembrar que no final e em termos líquidos as perdas não podem ser superiores ao valor das prestações de empréstimos à ha-bitação (e outros empréstimos) que as famí-lias deixarem de pagar. O jogo dos derivados é um jogo de soma nula, o que ganham uns perdem outros; quase sem excepção perde o nervoso agente de curto prazo para o paciente agente de longo prazo.

Notas1 No caso do banco português BPI, as per-

das relacionadas com a reavaliação dos activos dos colaterais associados aos SIV a que esta-vam expostos foram de 25 milhões de euros ou seja 2.4% do produto bancário.

sexta-feira, 28 março de 2008merCAdOs40

alexandRe mota

ConsultoRGestor de Carteiras

e Golden assets

Se não aceita um pequeno prejuízo….

Page 41: “SEGuRaDORaS ESTabELECEM CLauSuLaDOS Grandes empresas ...ve_ed1242... · partidário português. E o que se diz no PSD caberá, também, “mutatis mutan-dis”, na análise eventual

fundos de investimentoDescrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAINDEXADAEUROF.I.M. BPN Renda Mensal 4.990 1.734 2.328 F.I.M. Santander Multibond Premium 5.612 1.369 1.994 2.037F.I.M. Santander MultiObrigações 5.952 1.305 1.745 1.738F.I.M. Raiz Rendimento 6.000 1.108 1.013 1.275F.I.M. BPN Conservador 6.151 1.012 2.069 2.346F.I.M. Esp. Santo Renda Trimestral 4.914 0.905 1.586 1.887F.I.M. Esp. Santo Renda Mensal 4.895 0.836 1.544 1.847F.I.M. Esp. Santo Capitalização 9.507 0.744 1.496 1.799F.I.M. Santander Multi Curto Prazo 5.280 0.440 1.037 F.I.M. Postal Capitalização 13.529 -0.224 0.807 F.I.M. Montepio Obrigações 81.790 -0.572 0.743 1.085F.I.M. Caixagest Rendimento 4.81 -1.307 0.635 0.946F.I.M. Montepio Renda Mensal 48.848 -1.314 0.450 0.978F.I.M. Caixagest Renda Mensal 4.768 -1.431 0.771 1.123F.I.M. BPI Taxa Variável 7.546 -2.040 0.593 1.427F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Variável 4.951 -2.195 0.396 1.106F.I.M. Millennium Obrigações 6.500 -5.025 -0.680 0.185F.I.M. Millennium Rendimento Mensal 4.712 -5.261 -0.754 0.202F.I.M. Millennium Obrigações Mundiais 13.609 -6.938 -1.304 0.596

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAINDEXADAINTERNACIONAISF.I.M. Finirendimento 5.157 1.151 1.380 1.871

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAFIXAEUROF.I.M. BPI Euro Taxa Fixa 11.656 4.917 2.456 3.151F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 9.906 3.388 1.485 2.519F.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro 9.259 2.477 1.538 2.682F.I.M. Santander Multi Taxa Fixa 10.243 2.399 1.936 1.986F.I.M.Millennium Euro Taxa Fixa 10.488 1.451 0.996 2.013F.I.M. Montepio Taxa Fixa 63.589 1.413 0.438 1.065F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 8.935 -0.409 0.290 1.571F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Fixa 6.199 -1.884 -0.473 0.955F.I.M. Millennium Obrigações Europa 5.468 -7.947 -2.394 0.473

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAFIXAINTERNACIONAISF.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 9.270 2.041 0.890 1.910F.I.M. Finibond Mercados Emerg. 10.921 -3.163 4.049 8.216F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 7.031 -7.982 -0.113 6.107

FUNDOSDEACÇÕESNACIONAISF.I.M. Millennium Acções Portugal 17.877 -11.214 13.208 18.846F.I.M. Banif Acções Portugal 6.12 -14.825 10.649 17.723F.I.M. BPI Portugal 15.815 -14.839 10.746 15.930F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 7.209 -15.313 10.511 16.507F.I.M. Santander Accões Portugal 30.701 -15.565 12.071 18.950F.I.M. Caixagest Accões Portugal 19.634 -18.446 7.259 14.944F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 15.136 -20.120 7.886 15.649

FUNDOSDEACÇÕESDAUNIÃOEUROPEIA,SUÍÇAENORUEGAF.I.M. Montepio Acções 118.920 -12.071 8.790 13.293F.I.M. Montepio Acções Europa 40.093 -12.755 5.645 10.505F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 11.213 -13.034 4.300 7.360F.I.M. Banif Euro Acções 2.595 -13.501 4.058 8.575F.I.M. BBVA Bolsa Euro 2.823 -13.892 5.236 9.940F.I.M. Santander Accões Europa 4.515 -14.569 5.347 10.396F.I.M. BPI Europa Crescimento 12.364 -14.825 6.872 10.044F.I.M. Finicapital 7.687 -15.386 10.182 15.245F.I.M. Raiz Europa 3.956 -15.592 1.179 4.868F.I.M. Caixagest Acções Europa 9.416 -16.337 5.001 7.816F.I.M. Millennium Eurocarteira 11.541 -16.856 5.040 9.091F.I.M. BPI Europa Valor 21.121 -21.772 4.337 10.047

FUNDOSDEACÇÕESDAAMÉRICADONORTEF.I.M. Esp. Santo Acções América 8.220 -6.532 0.744 6.023F.I.M. Caixagest Acções EUA 2.966 -16.646 -0.957 1.496F.I.M. BPI América 4.437 -20.220 -2.990 -1.050F.I.M. Millennium Acções América 2.238 -23.127 -2.711 -1.376

FUNDOSDEACÇÕESSECTORIAIS F.I.M. Santander Euro Futuro Acções Defensivo 26.854 -10.155 9.172 10.999F.I.M. Santander Euro Futuro Ciclico 29.259 -10.342 8.169 12.624F.I.M. Millennium Global Utilities 6.326 -10.453 10.450 13.563F.I.M. Santander Euro Fut. Telecomunicações 8.304 -14.243 2.507 7.466F.I.M. BPI Tecnologias 0.967 -21.294 -0.537 0.016F.I.M. Santander Euro Futuro Banca e Seguros 22.741 -27.417 1.678 9.554F.I.M. Millennium Euro Financeiras 4.366 -31.217 1.126 7.438

OUTROSFUNDOSDEACÇÕESINTERNACIONAISF.I.M.Millennium Mercados Emergentes 8.134 3.256 16.427 18.983F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 8.202 -0.315 15.444 F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 7.214 -1.920 19.193 22.407F.I.M. Caixagest Acções Oriente 5.130 -4.476 13.083 17.585F.I.M. BPI Reestruturações 6.943 -4.963 10.074 13.546F.I.M. Esp. Santo Acções Global 7.772 -11.152 2.775 6.083

F.I.M. BPN Acções Global 5.468 -14.638 0.911 6.015F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 4.381 -17.874 2.521 7.623F.I.M. Millennium Acções Mundiais 8.563 -20.307 -0.630 1.626F.I.M. Caixagest Acções Japão 2.374 -29.759 -3.644 1.762F.I.M. Millennium Acções Japão 2.563 -33.668 -6.898 -0.744

FUNDOSMISTOSPREDOMINANTEMENTEOBRIGAÇÕESF.I.M. Caixagest Estratégia Equilibrada* 5.634 -0.948 1.583 0.928F.I.M. Santander Multinvest 5.787 -2.524 1.357 2.736F.I.M. BBVA Flexível* 4.912 -3.332 1.026 1.125F.I.M. BPN Optimização 5.961 -5.444 1.155 2.624

FUNDOSMISTOSPREDOMINANTEMENTEACÇÕESF.I.M. Caixagest Estratégia Arrojada* 4.598 -5.367 2.274 F.I.M. Raiz Global 4.708 -6.049 1.519 2.359F.I.M. Finiglobal 6.701 -7.194 1.368 4.772F.I.M. BPN Valorização 6.246 -9.615 1.391 4.930

FUNDOSDEFUNDOSPREDOMINANTEMENTEOBRIGAÇÕESF.I.M. Esp. Santo Op. Conservadora* 5.552 0.877 1.687 2.540F.I.M. Esp. Santo Opção Moderada 5.117 -0.547 2.039 3.474F.I.M. Raiz Conservador 5.403 -1.755 2.705 2.839F.I.M. Barclays Global Conservador 7.375 -1.759 1.463 3.125F.I.M. Caixagest Estratégia Dinâmica* 6.413 -2.569 1.394 1.679F.I.M. Millennium Prestige Conservador 7.488 -3.284 2.337 2.640F.I.M. Multi Gestão Prudente 49.641 -3.762 1.745 2.089F.I.M. Millennium Prudente 5.519 -5.781 -0.459 0.702F.I.M. Millennium Moderado 7.321 -7.038 -0.606 0.622

FUNDOSDEFUNDOSMISTOS F.I.M. Esp. Santo Opção Dinamica 4.459 -3.580 2.198 4.922F.I.M. Barclays Global Moderado 11.540 -5.084 2.215 5.792F.I.M. Multi Gestão Equilibrada 46.501 -6.716 2.393 3.367F.I.M. Millennium Prestige Moderado 7.108 -7.371 0.804 2.442F.I.M. Millennium Prestige 2015 4.774 -10.049 1.213 3.513F.I.M. Millennium Equilibrado 4.731 -10.529 -0.654 1.282F.I.M. Millennium Dinâmico 5.232 -13.510 0.198 2.323F.I.M. Millennium Prestige 2025 4.474 -14.046 1.276 4.025

FUNDOSDEFUNDOSPREDOMINANTEMENTEACÇÕESF.I.M. Esp. Santo Top Ranking 6.099 -5.751 2.741 7.025F.I.M. Barclays Global Acções 12.485 -11.641 5.441 F.I.M. Millennium Prestige Valorização 7.130 -11.837 1.162 3.581F.I.M. Multi Gestão Dinâmica 36.523 -15.042 2.730 5.859F.I.M. Millennium Prestige 2035 4.139 -17.399 1.411 4.778

FUNDOSABERTOSCOMPROTECÃODECAPITALF.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA 6.474 1.775 8.423 F.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA II 6.141 0.619 7.479 F.I.M. Fundo Garantido Extra 5 BBVA 4.932 -2.789 -0.577 FUNDOS FLEXÍVEIS F.I.M. BPI Brasil 7.292 15.987 20.549 19.793F.I.M. Espírito Santo Estratégia Activa 5.554 -1.253 2.787 F.I.M. BPI Global 6.951 -8.248 -0.413 1.940F.I.M. Millennium Gestão Dinâmica 46.925 -19.559 -1.212

FUNDOSÍNDICE F.I.M. BBVA PPA - F. Indice (PSI 20) 7.133 -11.097 11.205 14.974

FUNDOSESPECIAISDEINVESTIMENTOF.I.M. Sant. Carteira Alternativa - F.E.I. 5.926 3.500 5.096 F.I.M. Caixagest Estratégias Alternativas 5.461 1.510 2.654 F.I.M. BPN Diversificação - FEI 5.300 1.453 1.756 F.I.M. BBVA Imobiliário - F.E.I. 5.647 0.595 3.074 F.I.M. Banif Gestão Patrimonial - F.E.I. 5.636 0.250 2.857 F.I.M. Barclays Gestão Dinâmica 100 - FEI 5.264 0.121 1.636 F.I.M. Barclays Gestão Dinâmica 300 - FEI 5.370 -0.026 2.290 F.I.M. BBVA Multifundo Alternativo - F.E.I. 5.478 -0.144 1.969 F.I.M. Santander Dinâmico 100 - F.E.I.* 5.053 -3.113 0.071 F.I.M. Santander Dinâmico 200 - F.E.I.* 5.065 -5.989 0.105

OUTROSFUNDOS F.I.M. BPI Universal 6.443 -2.396 8.010 8.988F.I.M. Postal Acções 11.576 -15.002 8.456 15.710

FUNDOSDIVERSOS F.I.M. Millennium Investimento Taxa Fixa 6.712 3.855 1.788 2.503F.I.M. BBVA Taxa Fixa Euro 8.116 1.242 0.763 1.591F.I.M. Gestão Activa 6.210 -0.360 1.088 2.078F.I.M. PPA Finibanco 10.483 -13.464 9.717 14.745

FUNDOSPOUPANÇAACÇÕES F.P. ESAF PPA 7.438 -9.363 13.395 18.783F.I.M. Millennium PPA 29.959 -10.047 14.897 20.510F.I.M. Raiz Poupança Acções 21.524 -13.100 13.205 18.172F.P. PPA Acção Futuro 15.613 -14.119 11.077 15.743F.I.M. Banif PPA 8.117 -14.395 12.013 18.547

F.I.M. Esp. Santo PPA 16.787 -14.545 11.652 17.889F.I.M. Santander PPA 39.895 -16.262 12.405 19.259F.I.M. Caixagest PPA 18.684 -17.698 8.533 16.242F.I.M. BPI PPA 17.073 -18.499 8.083 14.274F.I.M. Barclays FPA 19.395 -19.752 9.456 17.371

FUNDOSPOUPANÇAREFORMACATEGORIAA-Entre0%e5%deAcçõesF.I.M. Barclays PPR Rendimento 12.028 1.522 1.576 1.618F.I.M. Santander Poupança Segura FPR 6.257 1.469 2.428 2.688F.P. Solidez PPR 5.376 0.895 1.438 1.361F.I.M. BPI Taxa Variável PPR 5.836 -0.336 1.548 2.148F.I.M. BPI Reforma Segura PPR 13.097 -1.129 0.462 1.512F.P. PPR Praemium S 14.498 -2.079 0.685 1.106

CATEGORIAB-Entre5%e15%deAcçõesF.P. ESAF PPR Vintage 8.996 3.454 4.769 4.660F.P. PPR Garantia de Futuro 6.410 1.305 1.888 1.965

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcçõesF.P. PPR 5 Estrelas 19.235 2.578 3.498 3.591F.I.M. Raiz Poupança Ref./Ed. 8.529 1.859 2.242 3.578F.P. PPR Platinium 6.374 0.187 3.628 3.790F.P. PPR Europa 7.735 -0.900 3.115 4.475F.I.M. Espírito Santo PPR 14.377 -0.920 2.538 3.556F.P. PPR BNU Vanguarda 14.942 -1.786 2.022 3.590F.P. Banif Previdência Privada PPR 10.770 -1.835 2.069 3.015F.I.M. Santander Poupança Investimento FPR 19.271 -2.253 2.054 3.439F.P. PPR BBVA 9.803 -2.297 1.369 2.674F.I.M. Barclays PPR 13.053 -2.564 1.298 2.619F.P. Vanguarda PPR 6.732 -3.050 1.612 3.015F.I.M. BPI Reforma Invest. PPR 13.774 -3.087 2.491 4.435F.P. SGF Patr. Ref. Prudente PPR (1) 1.369 -5.445 2.623 4.422F.P. SGF Patr. Ref. Equilib. PPR (1) 6.773 -6.341 3.507 5.556

CATEGORIAD-Maisde35%deAcçõesF.P. CVI PPR/E 9.720 -1.012 2.551 3.347F.P. PPR Praemium V 17.584 -2.743 3.128 4.711

OUTROSFUNDOSPOUPANÇAREFORMAF.P. SGF Patr. Ref. Conservador PPR (1) 6.069 -3.586 2.511 3.817

FUNDOSDEPENSÕESABERTOS(AdesõesIndividuaiseColectivas)RENDIBILIDAEDESLÍQUIDASDECOMISSÂOEDEGESTÂOCATEGORIAA-Entre0%e5%deAcçõesF.P. Aberto Horizonte Segurança 8.334 0.774 1.986 2.626

CATEGORIAB-Entre5%e15%deAcçõesF.P. Aberto Futuro Clássico 12.533 1.794 1.930 2.304F.P. Aberto Esp.Sto Multireforma 9.153 0.475 3.711 4.250F.P. Aberto Caixa Reforma Activa 12.049 0.238 2.686 3.013

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcçõesF.P. Aberto Reforma Empresa 9.09 2.801 5.014 4.677F.P. Aberto VIVA 12.443 0.285 3.197 3.681F.P. Banif Previdência Empresas 6.480 -0.083 3.829 4.717F.P. Aberto BBVA PME’s 5.603 -0.999 2.204 2.797F.P. Aberto Turismo Pensões 6.092 -3.587 2.809 4.556F.P. Aberto Horizonte Valorização 10.008 -4.063 2.497 4.485F.P. Aberto SGF Empresas (1) 9.656 -5.942 3.476 5.435

CATEGORIAD-Maisde35%deAcçõesF.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 7.937 -5.868 3.132 5.597

FUNDOSDEPENSÔESABERTOS(AdesõesIndividuaiseColectivas)RENDIBILIDADESBRUTASDECOMISSÂODEGESTÂOCATEGORIAB-Entre5%e15%deAcçõesF.P. Aberto BPI Segurança 15.284 2.510 4.217 5.296CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções F.P. Aberto BPI Valorização 14.135 1.096 5.572 6.787

FUNDOSINVESTIMENTOIMOBILIARIO(ABERTOS)VIP 9.321 5.078 5.160 5.167Imofomento 5.572 4.723 4.586 4.679Fundimo 7.937 4.599 4.532 4.819Finipredial 8.224 4.304 3.748 3.730Banif Imopredial 6.881 4.281 4.192 4.523AF Portfólio Imobiliário* 8.275 4.247 4.549 4.823BPN Imonegócios 6.840 4.007 3.888 3.999Novimovest 6.620 3.878 3.873 3.811Imovest 9.580 3.321 4.005 4.566Gespatrimónio Rendimento 2.803 2.793 2.904

* - O Fundo AF Portfólio Imobiliário incorporou por fusão o Fundo Millennium Rendimento Imobiliário

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

sexta-feira, 28 Março de 2008 41mercados

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESNa fortíssima correcção sentida nas Bol-sas de todo o mundo, com a fuga das Bol-sas para os mercados de obrigações, os fundos que mais beneficiaram com esta correcção foram os de menor risco, ou seja, os fundos de obrigações ou tesou-raria. De entre esta tipologia de fundos aqueles que melhor performance registou foram os de taxa fixa, dado o aumento da procura destes activos como refúgio aos investimentos.

FUNDOSDETESOURARIAOs retornos que proporcionam estes fun-dos continuam aquém dos outros produ-tos com risco semelhante (depósitos a prazo e certificados de aforro). No último ano, renderam em média 1,99%. Mesmo considerando o melhor fundo do merca-do num ano, o BPN Tesouraria, que tem uma rentabilidade de 2,87%, o retorno é reduzido. E se se considerar o pior fundo da classe, o Millennium Curto Prazo, cujo retorno em 12 meses é de 0,94%, os ganhos reais são francamente negativos. Perante retornos passados tão tímidos, a maior vantagem de utilizar estes produtos passa, sobretudo, por não ter de pagar co-missão de subscrição nem de resgate.

FUNDOSDEACÇÕESDesde o início da turbulência financeira no Verão passado, os gestores portugue-ses estão a ter desempenhos ainda pio-res que o seu índice de referência. Em média, os fundos de acções nacionais perdem 28,49% desde a eclosão da cri-

se financeira, em Julho, dos sete fundos de investimento da categoria de acções nacionais, o que supera a desvalorização do índice PSI-20, que, no mesmo perí-odo, desvaloriza 23,22%. Nenhum dos sete fundos de acções portuguesas con-segue ter perdas menos acentuadas que o principal índice da bolsa nacional, sendo que o melhor desempenho na crise per-tence ao Banif Acções Portugal, que cai 24,43%.

FUNDOSMISTOSDado a volatilidade vivida na Bolsa no ano que passou, o desempenho dos fun-dos mistos também se ressentiu. Apesar de estarem menos expostos ao sobe e desce das Bolsas do que os fundos de acções, os fundos mistos não consegui-ram fugir totalmente à instabilidade dos mercados accionistas. Os desempenhos mais voláteis foram, por isso, também mais acentuado nos fundos mistos agres-sivos, onde a percentagem de acções é maior.

FUNDOSDEFUNDOSOs fundos de fundos não estão a con-seguir escapar ao movimento correctivo sentido nos mercados financeiros, tendo acompanhado os principais fundos de ac-ções na sua correcção face às performan-ces positivas obtidas até então durante o ano de 2007/8. Ainda assim, fazendo jus ao facto de mitigarem o risco dos fundos que investem predominantemente em ac-ções, os fundos de fundos conseguiram mais uma vez moderar as quedas.

FUNDOSFLEXÍVEISOs fundos de gestão flexível beneficia-ram com a alteração do panorama nos mercados financeiros, isto porque o seu desempenho se caracteriza por não estar correlacionado com a evolução do valor dos activos. Os fundos flexíveis regista-ram um saldo positivo entre saídas e en-tradas de 350 milhões de euros, o que os coloca já como os terceiros produtos mais populares do mercado.

FUNDOSESPECIAISDEINVESTIMENTOO fundo que mais valorizou desde que os mercados financeiros começaram a der-rapar fortemente foi o Caixagest Energias Renováveis, um fundo especial de inves-timento (FEI) que aplica o capital em fundos de acções ou em projectos ligados às energias renováveis. No período da cor-recção, este FEI ganhou 1,46% e já está a subir 17,7% desde o início do ano.

FUNDOSPOUPANÇAACÇÕESAo saber-se, sem surpresa, que os fundos de acções foram os mais penalizados com a correcção que os mercados de capitais conheceram, também se constata sem qualquer dose de surpresa que os FPA se-guiram a mesma tendência. Mas menos notada em termos de correcção percen-tual da performance anual, o que reforça esta tipologia de fundos de entre os mais interessantes do mercado, pois dominam o “top 10” nacional em “bull market” e não saem de lá com movimentos correc-tivos.

FUNDOSPOUPANÇAREFORMA/EDUCAÇÃONos fundos de poupança, as valorizações obtidas desde o início do ano passado justificam uma atenção especial por par-te de quem se preocupa com o seu fu-turo. Além disso, estes são produtos que gozam de vantagens fiscais. O BPI Taxa Variável PPR apresenta o menor retorno entre os fundos classificados com cinco estrelas pela especialista internacional de fundos, Morningstar.

FUNDOSDEPENSÕESABERTOSOs fundos de pensões portugueses obtive-ram uma rendibilidade negativa no final do ano passado, penalizada pelos efeitos negativos do “subprime” no mercado ac-cionista. No acumulado do ano a rendi-bilidade é positiva em 7%. Os mercados accionistas foram afectados pela incerteza associada à crise do mercado de crédito “subprime”, à subida do preço do petróleo (registando novos máximos em Londres e em Nova Iorque perto dos 100 dólares) e à valorização do euro face ao Dólar.

FUNDOSIMOBILIáRIOSABERTOSOs fundos imobiliários estão a passar ao lado da “crise” dos mercados financei-ros, apesar da responsabilidade por esta conjuntura advir do mercado hipotecário norte-americano. O valor sob gestão dos fundos de investimento imobiliário refor-çou-se mesmo para os 9534,1 milhões de euros. O número de fundos em acti-vidade foi de 192, mais um do que em Janeiro passado.

fundos em análise

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A nossa análise

Mercedes e Opel com condições especiais com o BES “Soluções Auto”A campanha de financiamento automóvel do BES “Soluções Auto” destaca três ofertas: o crédito individual, o “leasing” e o “renting”. Destes, o destaque promocional vai para o primeiro, que permite o acesso a condições especiais de preço na aquisição de alguns modelos das marcas Opel e Mercedes. Condições base: têm de ser viaturas novas e adquiridas junto dos balcões do BES.

O “Crédito Individual Auto” do BES direcciona-se à aquisição de viaturas novas e usadas, promovendo o acesso a condições especiais de preço a algumas versões das marcas Opel e Mercedes. O mesmo acontece caso pretenda negociar a compra directa do carro, uma vez que o ponto de venda neste crédito é sempre junto dos balcões BES.

COnSElhO

MARTIM [email protected]

“Faça um ‘test price’ ao nosso financiamento”

Sob o “slogan” em título, o BES está a promover o seu produto “Soluções de Financiamento Auto”, uma oferta para a aquisição de viaturas novas e usadas.Durante esta campanha especial é possível aceder a condições diferenciadas para a aquisição dos seguintes modelos das marcas Opel e Mercedes: o Classe B 150, SLK 200 Kompressor e Classe E 220 CDI da Mercedes e o Corsa GTC 1.2, Astra Caravan 1.7 CDTI, Corsa Van 1.3 CDTI, Combo 1.3 CDTI e Vivaro L1H1 2.7T CDTI todos da Opel. Note-se, no entanto, que o ponto de venda das viaturas é sempre efectuado junto dos balcões do BES, sendo estes últimos os responsáveis pela comunicação com o vendedor do automóvel.O “Crédito Individual Auto” tem uma maturidade de 120 meses e pressupõe uma entrada inicial de 22% do preço de venda ao público da viatura a adquirir e

O “Crédito Individual Auto” pressupõe que a propriedade do automóvel fique do lado do cliente. Assim, se fizer uso dessa propriedade e a colocar sob reserva (isto é, dando o carro em garantia do empréstimo), sairá a beneficiar duplamente: a taxa de juro diminui e não tem de dar uma entrada de 22% do preço de venda ao público da viatura.

COnSElhO

Banif expande actividade no Continente e na Madeira

O Banco Internacional do Funchal (Ba-nif ) continua a desenvolver uma estratégia de crescimento orgânico. Abriu duas novas agências, uma na Madeira e outra em Lis-boa. A instituição passa a ter quatro agên-cias bancárias no concelho de Machico. É a

única entidade bancária com agências no Caniçal e em Porto da Cruz.

O Banif é lí-der na Região Autónoma da Madeira, onde tem realizado i m p o r t a n t e s investimentos. E n t r e t a n t o , a capital não foge à regra desta estratégia de expansão.

Existe ago-ra um novo ponto de venda no centro de Lisboa, onde é possível encontrar a vasta gama de produtos e serviços disponibiliza-da. A intenção do banco é uma aproxima-ção cada vez maior ao cliente, sobretudo tendo em conta a forte concorrência que se faz sentir neste sector de actividade. Neste momento, o Banif conta com um total de 450 pontos de vendas.

Os lucros das maiores seguradoras e resseguradoras do mundo foram de quase 36 mil milhões de euros, no ano passado, menos 9% do que no exercício anterior. Foram os efeitos da crise e tudo indica que este não será um ano de facilidades para o sector segurador.

Os analistas não estão op-timistas quanto ao desem-penho da actividade, quer em termos de resultados, quer ao nível bolsista. Do ponto de vista operacional, será mesmo um exercício complicado, já que o preço dos prémios se deverá manter estabilizado. Enquanto a Allianz prevê uma estagnação ao nível das receitas, a Zurich já fala de um eventual decréscimo. Por sua vez, os inves-

timentos do sector também não represen-tarão grandes benefícios, em resultado da instabilidade dos mercados.

Há mesmo quem pense que este será um dos sectores mais afectados em bolsa.

Enquanto se mantiverem as más notícias dos bancos, as seguradoras vão continuar em linha descendente em termos bolsistas. Talvez as companhias melhores po-sicionadas sejam a Allianz e a Axa, na medida em que contemplam descon-tos mais amplos do que as congéneres, face a possíveis

perdas devido a desvalorizações de activos. A situação das resseguradoras não é muito diferente, tal como sucedeu no ano passa-do.

Seguradoras esperam quebras nas receitas e dificuldades em bolsa

O Millennium bcp colocou no mercado a segunda série do PPR Capital Garanti-do, com taxas pré-anunciadas anualmente, o que permite aos subscritores contarem com uma taxa de 5% para este ano. O pro-duto proporciona benefícios fiscais eleva-dos, podendo ir até aos 800 euros por ca-sal, através de um investimento de quatro mil euros.

Representa ainda uma forma de incenti-vo a antecipação da constituição de PPR, concentrada em Dezembro. Todas as apli-

cações realizadas até ao início de Maio be-neficiam da taxa garantida de 5% até ao fim do ano, sem encargos de subscrição.

O PPR Capital Garantido é um produ-to da Ocidental Vida, empresa integrada numa parceria entre o grupo Fortis e o BCP.

A Ocidental gere mais de nove mil mi-lhões de euros de activos. A intenção é pos-sibilitar uma adequação dos produtos às necessidades e expectativas dos diferentes tipos de clientes.

BCP coloca segunda série do PPR Capital Garantido

Ordens de intermediação financeira em baixa

As ordens de compra e venda de ins-trumentos financeiros recebidas pelos intermediários financeiros registados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ascenderam a 363 mil milhões de euros, em Feverei-ro, valor que representou uma quebra de quase 21%, face ao mês anterior.

O volume de ordens emitidas so-bre acções registou um decréscimo de 34%, o que se traduziu em 38,4% do total intermediado e em perto de 89% do número de ordens recebidas.

Já o volume de ordens em dívida pri-vada e “warrants” apresentou uma des-cida, relativamente a Janeiro, de 60% e 5%, respectivamente. Os investidores residentes garantiram 73% do volume de ordens recebidas (menos 55,5% do que no mês anterior) e os não residen-tes 27%, de acordo com o comunicado da CMVM.

Os intermediários com maiores vo-lumes de negociação sobre acções, em Fevereiro, foram o BES (16,8%), o BESI (15,7%), o BPI (9,6%) o Cai-xa BI (9,5%) e o Millennium BCPI (4,5%). Por sua vez, no que respeita ao segmento online, o volume negociado desceu pouco mais de 15%, para 1,65 mil milhões de euros. No período em análise, o BCP liderou a recepção de ordens por este canal (quase 17%), se-guindo-se o BIG (16%) e o Activobank (14,3%).

O sector segurador será um dos mais afectados em termos bolsistas

sexta-feira, 28 Março de 2008MErCAdOS42

a possibilidade de serem realizadas 14 prestações por ano, ajustando-se às 14 remunerações tradicionais que os assalariados com contrato recebem ao longo do ano e, dessa forma, permite reduzir a prestação mensal.

Taxa de 5,5%, sem reserva de propriedade

A taxa de juro fixa mínima com que se apresenta o “Crédito Individual Auto” aos seus clientes, de 5,5%, não se distingue de outras e variadas ofertas que existem no mercado. Note-se, no entanto, que esta taxa pode ser reduzida caso o cliente opte pela referida reserva de propriedade, funcionando a garantia obviamente como redutor do risco e logo do custo financeiro do empréstimo.O acesso ao “Crédito Individual Auto” tem ainda alguns outros custos e requisitos, para além dos inevitáveis juros. Isto é, importa não esquecer que existem as despesas iniciais que ascendem a 100 euros (mais imposto de selo) e portes mensais no valor de 65 cêntimos de euro. Em termos comparativos, estas despesas são das mais baixas do mercado.

um valor residual (última prestação) de 20% desse mesmo preço. Estas são condições normais em situações em que não existe reserva de propriedade da viatura, ou seja, este não se encontra dado em garantia ao banco; o que, caso acontecesse, tinha como principal implicação a não necessidade de ter de existir uma entrada inicial.A oferta do BES apresenta como principal “nuance”, face às restantes propostas que existem no mercado,

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xetra dax

Os indicadores relativos à econo-mia europeia difi-cilmente poderiam ser mais positivos. Num contexto de desaceleração pro-nunciada nos Es-tados Unidos, altos preços das maté-rias-primas e um Eur/Usd bastante

forte, a economia da zona euro continua a mostrar sinais de resiliência. Esta semana fo-ram divulgados mais dois indicadores muito positivos para a zona euro. As encomendas à

indústria na zona euro subiram 2% em Ja-neiro, acima do esperado, suportadas pelos sectores de transporte (naval, ferroviário e aéreo), maquinaria, equipamento e químico. As expectativas dos empresários alemães es-tão também em alta. O indicador IFO saiu bem acima do esperado, espelhando um sen-timento de forte confiança. Os responsáveis do IFO afirmam mesmo que a economia ale-mã conseguiu descolar face aos Estados Uni-dos, deixando de estar tão dependente do que se passa do outro lado do Atlântico. Na verdade, os “clientes” da zona euro são hoje bastante mais diversificados e se analisarmos o comportamento do euro face a outras mo-edas como o iene, o rublo, o yuan, o real e as

do “bloco de leste” verifica-se que a moeda única não está assim tão forte. O IFO consi-dera ainda que o euro não está a prejudicar de forma significativa o sector exportador, que o mercado de trabalho continua muito activo e que não há necessidade de o BCE alterar o actual nível das taxas de juro. Trichet discur-sou no Parlamento Europeu e parece estar de acordo com os responsáveis do IFO. Reite-rando por várias vezes que o banco central se encontra a cumprir um mandato, referiu que se encontra muito comprometido com a promoção da estabilidade de preços no mé-dio prazo. Trichet confirmou que a inflação continuará acima de 2% durante quase todo o ano, permanecendo pressionada em alta.

Voltou a expressar preocupação com os salá-rios e notou que as taxas de desemprego [na zona euro] se encontram a níveis não vistos em 25 anos. Na nossa perspectiva, o BCE só não subiu ainda as taxas de juro devido às incógnitas que persistem sobre o eventual contágio da crise financeira na dita “econo-mia real”. Já o mercado monetário continua a “puxar” pelas taxas de juro, com as Euribor a continuar a subir em todos os prazos. Mas dado que a curva está perfeitamente horizon-tal dos 3 aos 12 meses, o comportamento das taxas provavelmente é reflexo da crise de cré-dito e não tanto de expectativa de subida nas taxas de juro.

Análise de mercados produzida a 26-Mar-2008

Filipe [email protected]

eur/Usd corrige, mas permanece em alta

Mercado Monetário interbancário

Mercado cambial

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark

EUR/USDComo se pode verificar no grá-

fico, o objectivo técnico da quebra do triângulo de consolidação foi cumprido com a “visita” aos 1,59 dólares. Não que tal indiciasse uma queda imediata, mas um dos argumentos técnicos que favore-cia as posições “longas” deixou de ser válido. Desde os máximos

históricos o Eur/Usd iniciou um processo correctivo, cujo primei-ro objectivo se situava nos 1,5350 – o primeiro nível de fibonacci. Os restantes objectivos dessa cor-recção seriam 1,5170 e 1,50, o ponto de quebra da consolidação anterior. Deste modo apenas a quebra em baixa de 1,50 colocaria em causa o cenário de alta do Eur/

Usd, embora abaixo de 1,5140 os “bulls” do euro devam começar a ficar bastante preocupados... No entanto, o Eur/Usd voltou a ar-rancar desde os 1,5350, pelo que é plausível que se venham a obser-var novos máximos.

EUR/JPYPermanece o cenário de grande

volatilidade no iene, a que não será alheio o final de ano fiscal no Japão. O Eur/Jpy continua “balizado” entre 151,80/152,00 e 159,20/60, sem dar sinal de quebra. Há que realçar o facto de o suporte nos 151,80/152 ienes ter conseguido aguentar a pres-são vendedora após já se terem verificado dois testes mais sérios. O contexto de médio prazo do “cross” continua bastante indefi-nido.

Há suporte nos 151,80/152,00 ienes e resistências nos 159,60, 161,50 e 162,30 ienes.

análise técnica - psi-20 - xetra dax

EUR/USD 1.5710 0.11% 3.58% 6.72%

EUR/JPY 155.89 -0.17% -1.35% -5.48%

EUR/GBP 0.7881 0.28% 2.99% 7.47%

EUR/CHF 1.5684 0.14% -1.27% -5.22%

EUR/NOK 8.0475 0.03% 1.69% 1.12%

EUR/SEK 9.3964 -0.29% 0.02% -0.48%

EUR/DKK 7.4595 0.00% 0.11% 0.02%

EUR/PLN 3.5320 0.04% 0.04% -1.71%

EUR/AUD 1.7043 1.20% 5.04% 1.71%

EUR/NZD 1.9455 0.97% 3.19% 2.27%

EUR/CAD 1.5949 2.01% 7.08% 10.38%

EUR/ZAR 12.6712 0.76% 8.02% 26.34%

EUR/BRL 2.7166 2.85% 6.55% 4.63%

Taxas MMIT/N 4.071W 4.272W 4.241M 4.272M 4.423M 4.626M 4.679M 4.621Y 4.53

condIções dos bancos cenTraIs daTa

EuroRefinancingRate 4,00% 26/06/07bce EuroMarginalLending 5,00% 26/06/07 EuroDepositFacility 3,00% 26/06/07

eUa FEDFunds 2,25% 18/03/08r.UnidoGBPrimeRate 5,25% 07/02/08suíça TargetLibor3M 2,75% 13/09/07Japão RepoBoJ 0,50% 21/02/07

eUro fra’sForwardRateAgreementsTipo* Bid Ask1X4 4,650 4,6703X6 4,432 4,4521X7 4,516 4,5363X9 4,367 4,3776X12 4,076 4,09612x24 3,815 3,835*1x4-Períodoterminaa4meses,cominícioa1M

eUro IrsInterestSwapsvsEuribor6MPrazo Bid Ask2Y 4,224 4,2443Y 4,145 4,1555Y 4,152 4,1678Y 4,279 4,29410Y 4,386 4,40120Y 4,660 4,67530Y 4,615 4,655

evolução euribor (em basis points) 26.Mar.08 29.ago.07 19.set.07

1M 4.382% 4.430% -0.048 4.418% -0.0363M 4.721% 4.731% -0.011 4.724% -0.0041Y 4.722% 4.754% -0.032 4.686% 0.036leIlões bce LastTender 25.Mar.08MiniumBid 4,00%MarginalRate 4,23%

PSI-20Analisandooíndicenumaperspectivademé-

dio/longoprazo,verifica-sequearecentecorrec-çãodoPSI20veiodeencontroaumalinhadetendência relevante. Essa linha, que nasce noprimeiro trimestrede2003, já foi visitadaporalgumasvezesevoltouafornecersuporteaoín-dice.Enquantoacotaçãoestiveracimadalinha,hojecercade10000pontos,podeconsiderar-sequeoPSI-20estáemtendênciadealtademédioprazo.

Numaperspectivadecurtoprazo,seriaimpor-tantequeoPSI-20 reconquistasseos10900pontosparaafastarocenáriodenovotesteaos10000pontos.

XETRADAXOsuportenos6385/6400pontosfoiquebrado

deformaclara,oquesignificaumadeterioraçãoimportantedooutlooktécnicodemédioprazo.Épossíveluma leitura alternativa a este cenário,seseinterpretaromovimentodosúltimosdiascomouma“beartrap”noDAX.

Noentanto,parajá,mantemosumaperspecti-vatécnicanegativa.

Tendoemcontaascorrecçõesdefibonacci,osobjectivosdoDAXdemédioprazosãoentãoos5850e5150pontos.

Para amenizar a pressão vendedora, o DAXdeveria conseguir ultrapassar a resistênciaqueexistenos6650pontos.

FIXING Variação Variação Variação 28.Mar.08 Semanal(%) nomês(%) desde1Jan.(%)

europa descola dos estados Unidos e Bce continua firme

psi-20

EUR/GBPO “cross” está perto de registar

novos máximos, evidenciando a debilidade da libra.

A quebra 0,7680/90 foi, como se esperava, um evento técnico bastante negativo para a moeda.

A libra encontrou suporte nos 0,7905 (resistência do Eur/Gbp), nível que continua a ser de vigiar e que já foi testado várias vezes. Suporte do “cross” na resistência anterior — 0,7680/90 libras por euro.

eur/dólar

sexta-feira, 28 Março de 2008 43mercados

4.550

4.650

4.750

4.850

22-Aug 21-Sep 21-Oct 20-Nov

3.7

3.8

3.9

4.0

4.1

4.2

4.3

4.4

Aug Sep Oct Nov Dec Jan Feb Mar2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

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Como se sintetiza o exercício de 2007 por parte da Sonae SGPS, já sem o contributo da Sonae Indústria e o último ano de incor-poração da Sonae Capital?O resultado líquido ascendeu a 284 mi-lhões de euros, o que compara com os 113,4 milhões de euros obtidos em 2006, decorrente sobretudo de um volume de ne-gócios que aumentou em 9,1%, para os 4,6 mil milhões de euros, e o EBITDA, que aumentou 20%, para os 705,5 milhões de euros. Por outro lado, a contribuir ainda para esta evolução dos resultados estiveram questões de impostos. Em 2007, o grupo registou um valor negativo de 26,8 milhões de euros em impostos, o que compara com 62,2 milhões de euros negativos em 2006, composto por um imposto corrente de 26 milhões de euros e movimentos de impos-tos diferidos, que geraram um custo de 0,8 milhões de euros.Por áreas de negócio destaque-se o retalho como principal responsável pelo crescimen-to do volume de negócios, como resultado do aumento do seu contributo em 289,3 milhões de euros em 2007, devido, es-sencialmente, ao desempenho positivo do universo comparável de lojas e ao aumento do número de lojas. A Sonae Distribuição destacou-se ainda pela facilidade com que integrou o Carrefour na estrutura da empre-sa num período tão curto, pelas vendas das lojas mais recentes, e pela previsão de 20% de crescimento das receitas em 2008, que fica em linha com a actual margem de EBI-TDA de 8,5%, mas supera a estimativa de 7,6% dos analistas

Apesar desta performance em termos de fundamentais, a acção Sonae SGPS tem sido das mais penalizadas este ano. A que se deve tal comportamento e quais as ex-pectativas para a sua evolução?De facto, a acção da Sonae SGPS tem vindo a perder valor desde o início do ano, altura em que destacou a Sonae Capital, sendo um dos títulos mais penalizados da praça portuguesa neste primeiro quarto do ano.

É opinião praticamente unânime entre os analistas de mercado que a Sonae SGPS tem tudo para se valorizar, na medida em que o “spin-off” da Sonae Capital veio dar à Sonae SGPS um foco muito mais claro no retalho alimentar. E nesta óptica a Sonae SGPS está bem posicionada para aumentar as vendas através da recente aquisição do Carrefour Portugal e do forte crescimento orgânico (abertura em média de duas lojas por dia). Deste modo, apesar do substancial aumento de área de retalho, a Sonae SGPS tem conseguido manter as vendas compará-veis e aumentar as margens.A JP Morgan, numa análise teórica onde removeu ao grupo outros activos para além do retalho (centros comerciais, telecomuni-cações e seguros) e aplicando um descon-to por se tratar de uma SGPS, chegaram à conclusão que a acção Sonae SGPS está a negociar a 9,6 vezes os lucros estimados para 2008. A casa de investimento sa-lienta, no entanto, que, mesmo aplicando

um desconto aos outros activos do grupo, a Sonae SGPS estaria a negociar com um PER de nove vezes os resultados líquidos previstos para 2008. Ou seja, trata-se de uma acção muito barata.Prudentemente, os analistas ainda não mexeram nas suas recomendações: o BPI reiterou a recomendação de “manter” e o preço-alvo de 1,85 euros, enquanto a Es-pírito Santo Research tem uma recomenda-ção de “comprar” e um “price-target” de 1,90 euros.

Pode-se concluir a partir desta análise da JP Morgan que a acção Sonae SGPS tem tudo para crescer?Se a acção reflectir mais os fundamentais do que as diatribes do mercado, então pode ser que se concretize o vaticínio da pergun-ta. Ou seja, ao atentar no plano estratégi-co da Sonae SGPS para os próximos anos, apresentado no “investor Day” da semana passada, a acção tem tudo para se valorizar com os objectivos propostos para a Sonae Distribuição e Sonae Sierra. Os objectivos fixados para a Sonae Distri-buição superaram as expectativas dos ana-listas, com a expectativa de abrir duas lojas por; e se o crescimento orgânico continua a ser a principal estratégia da empresa de distribuição, o futuro passa pela internacio-nalização, perspectivando-se para este ano a abertura de quatro lojas Sportzone em Es-panha, duas das quais no primeiro semes-tre em Madrid e na Galiza.Quanto à Sonae Sierra, realce-se a abertura de 12 novos centros comerciais nos pró-ximos três anos, que permitirão obter um retorno estimado em cerca de 400 milhões de euros, pelo que a “sub-holding” dos cen-tros comerciais está extremamente bem po-sicionada para superar o objectivo de dois mil milhões de euros para o valor líquido dos activos até 2009.

Martim Porto

consultório financeiro

Lucros da Sonae SGPS crescem 36% mas acção continua a cair

A Sonae SGPS anunciou que os lucros de 2007 aumentaram em 36% quando comparados com o mesmo período do ano passado, com os resultados a superarem as estimativas dos analistas. Todavia, tal não foi suficiente para animar os títulos, que continuaram a desva-

lorizar-se fortemente. Resta acreditar que o futuro próximo será diferente. Pelo menos na consideração dos analistas, as metas de cres-cimento apresentadas foram positivas, com o Santander e o BPI a admitirem revisões em alta do “price-target”.

2/1/2008 25/3/081.1

1.3

1.5

1.7

1.9

2.1

“PRIce-TARGeTS” mAnTêm-Se AcImA doS 1,85 euRoS

sexta-feira, 28 março de 2008MercaDos44

Best lança novo depósito

especialO banco Best lançou o Depósito Espe-

cial Jump 6%, um solução de investimento com um prazo de três meses. Pretende-se premiar a estabilidade dos investimentos, através da atribuição de uma taxa especial no último mês do depósito.

Os juros são creditados, mensalmente, na conta à ordem, sem qualquer penalização por movimentações na conta nas datas de renovação mensais. O novo depósito, re-fere o banco Best, apresenta total garantia

de capital e rendimento, sem riscos. Está disponível a partir de mil euros, com um investimento máximo de 250 mil euros. Por outro lado, proporciona uma liquidez elevada, já que não penaliza as desmobili-zações no final de cada mês.

O depósito rende, no final do período de três meses, uma taxa anual nominal mé-dia bruta de 4,67%, podendo ser aplicados de mil a 250 mil euros por cada cliente e conta à ordem onde o mesmo participe. O depósito não é renovável no final do perí-odo.

Bancos aumentam “spreads”

para o dobroDesde que se instalou a crise do crédito,

os bancos não perderam tempo e começa-ram a agravar substancialmente os “sprea-ds”. Entre o Verão passado e o mês de Fe-vereiro, os “spreads” aplicados no crédito à habitação passaram para o dobro. Confir-ma-se o aviso que o acesso ao crédito seria mais complicado.

Em Outubro, a taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação era de 5,31%, enquanto a média Euribor a seis meses estava, em Setembro, em 4,75%. Ora, a diferença verificada entre as duas taxas (ou “spread” que representa o lucro dos bancos no crédito atribuído) ascendia a 0,56%, nessa altura. Passados apenas quatro meses, em Fevereiro, a taxa implí-cita passou para 5,67%, a mais elevada dos últimos anos.

Por sua vez, a média Euribor, em Janeiro, cifrava-se em 4,3%. O que significa que o “spread” passou para 1,77%, o dobro da percentagem antes de a crise ter começado a reflectir-se nos empréstimos concedidos a nível nacional. Perante o actual cenário, não é de colocar de parte a possibilidade de um agravamento dos “spreads” por parte das entidades bancárias.

Fonte: Sonae SGPS

ReTALho LIdeRA cReScImenTo PoR áReA de neGócIoS

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Os investidores mundiais estão a virar-se para os sectores cíclicos, caso da pasta e papel, depois de vários meses apostados no mercado das “commodities”. A expectativa da transformação do forte abrandamen-to da economia dos EUA em recessão, a par das dificuldades da economia europeia (embora os empresários alemães tenham mostrado sinais de confiança) devido aos elevados custos da energia e à manutenção do nível elevado das taxas de juro, tem al-terado algumas expectativas.

O investimento em “commodities” como o petróleo, o trigo e os metais está a revelar sinais divergentes mas, no mercado, já surgem rumores de que o preço do cru-de poderá voltar para níveis inferiores aos 90 dólares, enquanto alguns metais estão a ressentir-se dos grandes momentos espe-culativos. A estratégia passou por voltar às acções e “agarrar” títulos que tenham caído

bastante ou empresas cíclicas que possam voltar à ribalta. A pasta e papel foi o pri-meiro caso e a subida anunciada pela mul-tinacional brasileira Votorantim (VCR) de aumento em 40 dólares a tonelada de pasta de papel BEKP, já foi seguido por empresas como a Altri. A procura do Extre-mo Oriente mas também a desvalorização do dólar, moeda que serve de refe-rência nas cotações da pasta de papel, foram relevantes para motivar a decisão.

O sector da distribuição e algumas empresas de tec-nologia poderão ser as pró-ximas apostas.

Na zona euro, a expectativa é de conti-nuação das taxas de juro de referência nos 4%, depois de o presidente do Banco Cen-

tral Europeu ter reafirmado em Bruxelas que o problema da inflação se mantém. À hora de fecho desta edição ainda não era conhecida a decisão do BCE, mas tudo levava a crer na manutenção dos mesmos

níveis de taxas, a inflação média na zona euro situou-se nos 3,3% em Fevereiro, bem acima dos 2% defini-do como limite pelo BCE. O Banco Central Europeu tem mantido a sua opção pela estabilidade de preços, contrastando com a FED e o Banco de Inglaterra, que optaram pelo corte nos ju-ros.

O petróleo voltou a subir ligeiramente no início da semana, mas os analistas acre-ditam numa reversão, devido aos factores já avançados. Num recente seminário do DE,

o presidente da portuguesa Partex, Costa e Silva, afirmava que o capital especulativo no mercado do petróleo cresceu 30 vezes nos últimos cinco anos e durante este pe-ríodo o preço dos contratos de futuros nos Estados Unidos quase quadruplicou. O petróleo é uma “commoditie” e de refúgio e alvo de forte especulação. A única forma de o preço cair será pelo menor consumo, provocado quer por uma recessão quer pela utilização de energias alternativas.

De volta ao mercado nacional, registam-se as perdas da banca, ainda provocados por todos os receios no sistema financei-ro, enquanto a PT tem sido alvo de alguns movimentos especulativos, devido ao fac-to de estar quase a terminar a operação de recompra de acções. Na distribuição, a Goldman Sachs subiu a Jerónimo Martins para “neutral”, mas desceu o preço-alvo de 4,90 euros para 4,80 euros por acção.

Sectores cíclicos voltam a interessar

VÍTOR [email protected]

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Título ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActALTRI SGPS 4.47 5.56% 7.41 3.45 0.28 0.39 15.78 11.54 1.12% 1.48% 26-03-2008 16:35:02B. COM. PORT. 2.00 14.94% 4.30 1.68 0.19 0.20 10.64 10.00 4.25% 4.26% 26-03-2008 16:39:58B.ESP. SANTO 11.00 2.04% 17.98 10.62 1.23 1.40 8.93 7.89 3.64% 5.06% 26-03-2008 16:35:01BANIF-SGPS 2.76 1.10% 6.75 2.62 0.45 0.53 6.12 5.17 4.35% 6.53% 26-03-2008 16:35:13B. POP. ESP. 11.84 9.94% 16.04 6.72 1.13 1.21 10.46 9.78 2.95% 4.63% 25-03-2008 25-03-2008BANCO BPI 3.27 3.98% 6.96 3.00 0.47 0.54 6.90 6.06 5.72% 6.08% 26-03-2008 16:35:01BRISA 9.06 0.67% 10.46 8.91 0.33 0.37 27.62 24.36 3.09% 3.42% 26-03-2008 16:35:01COFINA,SGPS 1.30 0.78% 2.07 1.20 0.10 0.11 13.27 12.38 2.69% 2.89% 26-03-2008 15:40:48CORT. AMORIM 1.51 -3.21% 2.19 1.28 0.17 0.20 8.88 7.55 3.64% 3.97% 26-03-2008 16:35:01CIMPOR,SGPS 5.65 10.69% 7.72 4.75 0.44 0.47 12.89 12.01 3.81% 4.06% 26-03-2008 16:35:02EDP 3.87 6.92% 5.00 3.54 0.26 0.29 14.70 13.42 2.85% 3.40% 26-03-2008 16:36:43MOTA ENGIL 4.60 9.52% 8.35 3.53 0.24 0.24 19.41 18.93 2.39% 2.77% 26-03-2008 16:35:01FINIBANCO 2.80 0.36% 5.10 2.74 -- -- -- -- 2.68% -- 26-03-2008 16:29:25GALP ENERGIA 14.98 7.93% 19.50 7.40 0.66 0.68 22.77 22.09 1.01% 2.35% 26-03-2008 16:35:00IMPRESA,SGPS 1.49 2.06% 3.23 1.29 0.14 0.18 10.49 8.42 0.00% 0.56% 26-03-2008 16:35:00J. MARTINS 4.98 5.40% 5.73 3.71 0.22 0.27 22.21 18.22 1.93% 2.07% 26-03-2008 16:35:01MARTIFER 7.99 0.13% 12.00 5.40 0.13 0.18 62.42 43.66 0.00% 0.00% 26-03-2008 16:35:01NOVABASE 3.22 5.57% 5.28 2.01 0.27 0.33 12.02 9.76 0.00% 0.00% 26-03-2008 15:54:03PARAREDE 0.18 5.88% 0.26 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 26-03-2008 14:05:13P. TELECOM 7.40 3.64% 9.67 6.90 0.63 0.70 11.80 10.51 7.77% 7.80% 26-03-2008 16:39:27PORTUCEL 2.17 7.96% 3.18 1.63 0.20 0.18 10.80 12.26 1.61% 4.36% 26-03-2008 16:39:48REDES E. NAC. 3.49 5.76% 4.08 2.75 0.21 0.21 16.62 16.39 0.00% 3.30% 26-03-2008 16:37:54S. COSTA 1.45 2.84% 2.89 0.89 0.13 0.15 11.60 10.00 0.00% -- 26-03-2008 16:35:01SEMAPA 8.14 8.97% 13.70 7.31 1.08 1.14 7.52 7.14 3.13% 2.95% 26-03-2008 16:35:01SONAECOM 2.19 4.29% 5.24 2.07 0.05 0.10 45.63 21.47 0.00% 0.47% 26-03-2008 16:35:19SONAE,SGPS 1.18 -0.84% 1.98 1.05 0.08 0.11 14.51 10.68 2.55% 3.03% 26-03-2008 16:35:01SONAE IND. 4.27 2.64% 11.04 4.14 0.58 0.73 7.31 5.84 0.00% 3.23% 26-03-2008 16:35:02SAG GEST 2.30 14.43% 3.10 1.67 0.17 0.21 13.94 11.22 1.37% 4.57% 26-03-2008 16:35:01TEIX. DUARTE 1.41 11.91% 4.23 1.10 0.40 0.37 3.57 3.81 1.21% 1.77% 26-03-2008 16:35:01

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUSTítulo Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora ActB.POPULAR 11.77 11.88% 16.07 8.51 1.13 1.21 10.40 9.72 2.97% 4.65% 26-03-2008 16:36:08INDITEX 36 11.11% 53.90 31.00 1.97 2.25 18.24 16.00 2.34% 3.27% 26-03-2008 16:36:08REPSOL YPF 22.43 3.94% 30.59 18.27 2.44 2.44 9.20 9.20 3.83% 4.75% 26-03-2008 16:36:08TELEFONICA 18.48 3.18% 23.48 16.04 1.62 1.86 11.39 9.92 4.06% 5.41% 26-03-2008 16:36:08FRA. TELECOM 21.12 2.62% 27.33 19.13 1.99 2.14 10.62 9.89 6.16% 6.46% 26-03-2008 16:39:36LVMH 69.7 8.65% 89.36 61.95 4.71 5.20 14.80 13.41 2.30% 2.53% 26-03-2008 16:35:00BAYER AG O.N. 49.81 -0.28% 66.45 45.49 3.76 4.35 13.27 11.46 2.71% 2.75% 26-03-2008 16:35:23DEUTSCHE BK 72.05 1.35% 118.51 64.62 9.69 10.71 7.42 6.71 6.26% 6.31% 26-03-2008 16:35:05DT. TELEKOM 10.7 1.04% 15.87 9.92 0.77 0.87 13.94 12.29 7.28% 7.40% 26-03-2008 16:35:28VOLKSWAGEN 186.54 2.99% 199.70 104.24 12.00 13.57 15.56 13.76 0.96% 1.07% 26-03-2008 16:35:23ING GROEP 23.12 13.00% 34.74 18.77 3.51 3.71 6.59 6.23 6.40% 6.65% 26-03-2008 16:35:34

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

sexta-feira, 28 de Março de 2008 45MERCADOS

BCE tende a manter taxas nos 4%, devido ao risco de inflação

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Afirma José Miguel Clemente

“Integração no grupo Auto Partner pode beneficiar o Stand Clemente em vários aspectos”

Vida Económica - O Stand Clemente está integrado no grupo Auto Partner desde Ja-neiro. Como surgiu o negócio?

José Miguel Clemente - Há cerca de dois anos foi-nos coloca-da a questão se teríamos interesse em vender a empresa, na totalida-de ou em parte. Na altura mostrei alguma abertura à negociação e o processo acabou com a venda de 70% do negócio familiar ao gru-po Auto Partner. Em simultâneo, o grupo comprou outro conces-sionário Renault, a Autogarme. Com a nossa entrada no grupo Auto Partner, o Stand Clemente teve a possibilidade de ter mais

este espaço na zona industrial do Porto, com oficina e mais de 400 m2 de área de exposição. O stand já está em funcionamento e a ofi-cina vai ficar pronta nas próximas semanas. Estas instalações permi-tem-nos a aproximação a novos clientes potenciais.

VE - Qual foi o volume finan-ceiro da operação?

JMC - Todos os números en-volvidos no negócio foram mui-to analisados e o montante foi o correcto.

VE - Em que é que o Stand Clemente pode beneficiar por estar integrado no grupo Auto Partner, além, como já referiu, deste novo espaço?

JMC - A integração no grupo Auto Partner pode beneficiar o Stand Clemente em vários aspec-tos. Desde logo pelas sinergias possíveis por o grupo ter muitas marcas e localizações diferentes. Por exemplo, se o Stand Clemen-te precisar de reforçar determi-nada área dos recursos humanos, pode conseguir fazê-lo com mais facilidade. Além disso, as nego-ciações do grupo Auto Partner são feitas em bloco, pelo que há muito mais força do que numa estrutura como era o Stand Cle-mente.

VE - Como foi o ano passado para o Stand Clemente em ter-mos de vendas?

JMC - 2007 foi ligeiramente melhor do que 2006 e passámos de 430 para 450 unidades. Este volume é menos de metade do que fizemos em anos bons como 2000 e 2001. Por estarmos agora integrados no grupo Auto Part-ner, esperamos ter outras dinâ-mica em 2008 e, de resto, já es-tamos a senti-la. Isto porque há reencaminhamentos feitos por outras estruturas da Auto Part-ner, tanto em termos de vendas como de após-venda. No que se refere à vendas de automóveis novos, o nosso objectivo são 475 unidades, mas acreditamos con-

seguir um pouco mais do que isso, fruto das duas instalações, a sede no centro do Porto e estas aqui na zona industrial da cida-de.

VE - O facto de a Renault ter muitas novidades previstas para 2008 também vai con-tribuir para esse crescimento, depois de ano passado ter feito poucos lançamentos?

JMC - Exactamente. A Renault, este ano já lançou o Kangoo de passageiros, o Modus e o Grand Modus, a Clio Break e a Laguna Break. Até ao fim de 2008, ainda vai lançar o SUV Koleos, o Lagu-na Coupé e o Kangoo comercial. Além disso, poderá ainda haver mais novidades.

VE - Outro lançamento im-portante do grupo Renault este ano em Portugal é a Dacia. O

Stand Clemente também vai representar a marca?

JMC - Só com as antigas ins-talações não íamos ser conces-sionários da marca. Agora, com este novo espaço é possível que venhamos a representar a Dacia, mas não há ainda confirmações, pelo que não é certo.

VE - O cliente português quer ter automóveis baratos, mas não quer que pareçam baratos. Desse modo, como crê que o mercado vai reagir a esta mar-ca de baixo custo?

JMC - Quando uma certa franja de clientes perceber que a Dacia não tem a mesma imagem de marca da Renault, mas tem to-dos os atributos de qualidade dos Renault de há poucos anos e que por um valor mais baixo poderá ter um automóvel que satisfaz perfeitamente as suas necessida-

des de mobilidade, pode vir a ser um caso de sucesso. Aliás, foi isso que aconteceu em outros países em que a Dacia foi lançada, onde o nicho das pessoas que não dão demasiada importância à marca foi muito bem explorado. Em Portugal, o mercado o dirá o que pode acontecer.

VE - Quanto ao mercado por-tuguês em geral, no ano pas-sado, as vendas de ligeiros subiram 4,3% e este ano, até Fevereiro, o crescimento foi de 7,7%. O que acha que vai acontecer neste mercado em 2008?

JMC - Creio que o crescimento que houve no ano passado se vai re-petir. Espero que a Renault consiga subir um pouco acima da média, fruto das novidades que vai ter.

AQuilES [email protected]

Grupo representa 14 marcas

Resultado de uma parceria es-tabelecida em 2004 entre os grupos Salvador Caetano e Fer-nando Simão, a Auto Partner abrange seis áreas de negócio – novos, usados, assistência, colisão, peças e financiamento – e tem uma presença geográ-fica que se estende do Porto a Bragança. A integração do Stand Clemen-te e da Autogarme (que tem instalações em Matosinhos e na Maia) permitiu ao grupo Auto Partner passar a ser con-cessionário de 14 construtores automóveis: Alfa Romeo, Audi, Chevrolet, Citroën, Fiat, Lan-cia, Mercedes, Opel, Seat, Sko-da, Smart, Toyota, Volkswagen e, agora, Renault.O grupo Auto Partner é já um dos maiores retalhistas auto-móveis nacionais, tendo ven-dido no ano passado cerca de seis mil viaturas novas. Para passar essa imagem para o consumidor, o grupo vai arran-car com um processo de uni-formização das designações das várias concessões, segundo adiantou à “Vida Económica” o administrador Sérgio Ribeiro. “Será sempre numa lógica de associar a designação Caetano à marca em questão”, explica. O primeiro exemplo, a anunciar nas próximas semanas, será a mudança de nome da Auto Squadra para Caetano Squa-dra.

A aquisição de 70% do capital do Stand Clemente representa o início de uma nova etapa na história da empresa, que é concessionária da Renault des-de 1969, facto que a torna num dos mais antigos representantes da marca em Portugal. Fundada em 1926, a empresa celebra em este ano o 82º aniver-sário. “O meu bisavô já estava ligado ao ramo auto-móvel, o meu avô continuou e o meu pai e, agora, eu prolongámos”, refere José Miguel Clemente, que reconhece que a empresa beneficia comercialmente da história que ostenta, já que muita muiuta “reco-nhece o nome Stand Clemente”, porque já lá “com-prou um carro ou tem um amigo ou familiar que já o tenha feito”.O primeiro elemento da família Clemente a interes-sar-se pelo sector automóvel foi José Clemente da Costa, que, no início do século passado, operava no sector dos transportes, primeiro com carros de cava-

lo e, depois, com autocarros da marca Saurer. Isto teve lugar em 1914 e significou o pioneirismo em termos de carreiras de passageiros.Foi nessa altura que o filho, José Mário Clemente, despertou para a paixão automóvel, tendo fundado uma pequena estação de serviço enquanto criava bases financeiras para um negócio de maiores di-mensões, com o convite da Renault para a repre-sentação da marca. Em 1937, foram inauguradas instalações na Rua Sá Bandeira, onde mais tarde veio a instalar-se o Stand Clemente.Passados os dias difíceis da Segunda Guerra Mun-dial, a empresa inaugurou em 1957 uma nova ofi-cina, na Rua do Bolhão, já com António Augusto Clemente, filho de José Mário, à frente dos destinos da empresa. Em 1969, o Stand Clemente abriu as instalações de Serpa Pinto – actualmente a sede da empresa – e tornou a ligação à Renault exclusiva.

Ligação do Stand CLemente à RenauLt Remonta a 1969

O grupo Auto Partner acrescentou, no início do ano, a Renault ao lote de marcas de que é concessionário, através da integração do Stand Clemente e da Autogarme, representantes do construtor francês no Grande Porto. José Miguel Clemente avançou à “Vida Económica” que “a integração no grupo Auto Partner pode beneficiar o Stand Clemente em vários aspectos”. O primeiro exemplo disso são as instalações que a empresa se prepara para inaugurar na zona industrial do Porto.

AutomóvelusadosNova área de negócio para

o grupo JAP

Espaço socialLancia e Alfa com stand

inovador

“Todos os números envolvidos no negócio foram muito analisados e o montante foi o correcto”, refere José Miguel Clemente, sem divulgar o valor exacto do negócio.

sexta-feira, 28 Março de 200846

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A Volkswagen lançou uma versão do Passat com um visual mais desportivo, denominada de R-line. Disponível com o motor 2.0 TDI com 170 cv, o Passat R-line é proposto com dois níveis de equipamento, Sport R-line e Sportline R-line.

A Sport R-line, além do equi-pamento de série da versão Sport (destaque para o ar condiciona-do automático de duas zonas, “cruise control”, sensores de es-tacionamento e suspensão des-portiva), inclui pára-choques e grelha frontal com design espe-cífico, jantes em liga leve com 17 polegadas, estofos exclusivos, pe-dais em alumínio, volante multi-funções desportivo, bancos dian-teiros com regulação eléctrica e espelhos retrovisores ajustáveis e retrácteis electricamente.

A versão Sportline R-line, além do equipamento de série

da versão Sportline (realce para os faróis bi-xenon direccionais, estofos em couro, rádio com cai-xa de CD e suspensão desporti-va), acrescenta aos elementos da Sport R-line jantes de liga leve com 18 polegadas.

Quanto a preços, o Volkswa-gen Passat Sport R-line custa 41

588 euros com caixa manual (44 774 na Variant) e 45 640 com caixa automática DSG (48 236 na Variant). Já o Sportline R-line é proposto pelo importador por 44 695 euros com caixa manu-al (48 210 na Variant) e 48 478 com caixa automática DSG (51 671 na Variant).

Hyundai “arranca” com Euro 2008

A Hyundai está já a desenvolver várias actividades relativas ao pa-trocínio ao Campeonato Europeu de Futebol de 2008, que se disputa em Junho na Áustria e na Suíça. Recorde-se que a marca coreana, que é proprietária da Kia, patroci-na as duas principais competições futebolísticas do planeta, o Mun-dial e o Euro desde 2000.

A marca está a desenvolver diver-sas actividades a nível global, duas das quais serão também realizadas a nível local, a Hyundai Goodwill Ball e o Be There With Hyundai. As informações sobre as iniciativas estão disponíveis no “site” de Inter-net da marca (www.hyundai.pt). O Hyundai Goodwill Ball é um “road show” que consiste numa bola gigante em que os adeptos são convidados a escrever uma frase de apoio à sua selecção. Em Portugal, arrancou no dia 15 de Março e vai terminar no dia 4 de Maio no stand da Hyundai no Sa-lão de Lisboa. Já o Be There With Hyundai convida os participantes a criar uma frase de incentivo à sua selecção, sendo a frase vencedo-ra colocada a decorar o autocarro da equipa. A submissão das frases decorreu até 15 de Março, sendo a fase de votação “on-line” de 1 a 23 de Abril. No dia 28 de Abril será anunciada a frase vencedora para cada país, sendo os 16 vencedores convidados Hyundai para o jogo de abertura do Euro.

Alfa Romeo e Lancia com stand de charme em LisboaSpazzio Dual é um espaço social, mais do que um concessionário

O Italian Motor Village (IMV), concessionário do Fiat Group Au-tomobiles Portugal, inaugurou um novo espaço para as marcas Lancia e Alfa Romeo em Lisboa. Situado na Avenida da República, o Spa-zzio Dual, assim foi “baptizado”, afirma-se como muito mais do que um concessionário de automóveis. Segundo o grupo Fiat, trata-se de um espaço social, que pretende ser um ponto de encontro, onde o design, estilo e elegâncias italiana se juntam num ambiente único. O espaço promete já novidades para os próximo meses “com a or-ganização de eventos, uma vez que este vai estar aberto a convenções de empresas, encontros culturais e de pura diversão. Além disso, a partir de Junho, vai estar dispo-nível a zona “lounge”, dedicada aos tesouros da “cucina italiana”, onde se poderá experimentar ou

comprar produtos importados de Itália.

O director-geral do IMV e res-ponsável do Spazzio Dual, Fran-cesco Abruzzesi, justifica a desig-nação pelo posicionamento das duas marcas. “Spazzio Dual sig-nifica a dualidade complementar que as duas marcas têm entre si, ou seja, a mistura do ‘cuore sportivo’ da Alfa Romeo com o requinte e elegância da marca Lancia. Que-remos oferecer aos nossos clientes e ao público em geral um modo de vida, que saiam do espaço com a sensação que viveram um experiência única, não só aquela que vem de conduzir um car-ro com selo de garantia italiana, mas também por provar produtos com uma conotação do ‘stilo ita-liano’”, explica Abruzzesi.

A propósito deste novo espaço, o recém-chegado director-geral do

grupo Fiat em Portugal, Stefano Solfaroli, refere que a “a Lancia e a Alfa Romeo, com a criação des-te espaço, receberam o destaque que já mereciam há algum tempo no mercado automóvel, uma vez que vêm para o centro da cida-de, o local onde devem estar as grandes marcas de automóveis”. O “country manager” das duas marcas, Artur Fernandes, acres-centa que “a Alfa Romeo e Lancia são marcas dirigidas a um público refinado e conhecedor não só de automóveis mas da arte de bem viver. Este espaço é um local ideal para o ‘blend’ de conceitos Pre-mium, o ambiente natural para a Alfa Romeo e a Lancia. Por outro lado, com a abertura do Spazzio Dual, o nosso Grupo demonstra que a sua aposta no mercado por-tuguês é cada vez maior. O espaço é de uma dignidade absoluta e to-

tal”. O director de relações exter-nas do grupo em Portugal, Sérgio Martins, salienta, por seu turno, que “mais uma vez fica absolu-tamente comprovado que a Alfa

Romeo e a Lancia são muito mais que simples marcas automóveis” e “representam todo um estilo”.

Aquiles [email protected]

Grupo JAP cria plataforma de usados

O grupo JAP estreou-se no negócio dos usados em Braga, através da “megastore” MatrizAuto. Resultado de um investimento superior a quatro milhões de euros, o espaço, que se situa na rua Cidade do Porto (perto da Grundig), o espaço tem dois mil m2 de área coberta e permitiu a criação de 20 postos de trabalho. O negócio comercializa viaturas seminovas multimarcas e tem como objectivo atingir um nível de vendas superior ao milhar de unidades por ano, estando previsto, para os próximos três anos, um peso de cerca de 15% no volume global de negócios do grupo.

O presidente do grupo JAP, Carlos Pinto, adianta que a cidade dos arcebispos foi escolhida para o arranque da Ma-trizAuto, mas que a marca vai estar, também, presente em mais localidades. “Depois de um intensivo estudo de merca-do, escolhemos a cidade de Braga para iniciar este projecto que esperamos reproduzir em outras cidades de interesse,

num futuro próximo” salienta. “A permanente asfixia dos orçamentos familiares veio exigir o aparecimento de produ-tos com a qualidade do novo por preços muito mais inte-ressantes e mantendo padrões de qualidade, transparência, garantia do veículo e satisfação do cliente” acrescenta o exe-cutivo. De referir que esta plataforma de automóveis usados do grupo JAP tem a decorrer até ao fim do mês de Abril um concurso para a oferta de um automóvel (mais informações no espaço ou em www.matrizauto.pt).

A JAP Automotive, recorde-se, tem uma presença cente-nária no sector automóvel e é concessionária da Renault, da Nissan e da BMW, com uma cobertura territorial apoiada em quatro pólos: Vale do Douro, Vale do Tâmega, Vale do Sousa e Vale do Ave. Com a inauguração da MatrizAuto, o grupo passa a deter 18 stands (11 Renault, quatro Nissan, dois BMW e este de veículos seminovos) e 10 oficinas (seis Renault, três Nissan e uma BMW).

Volkswagen Passat recebe versão com visual mais “aguerrido”

sexta-feira, 28 Março de 2008 47automóvel

O Spazzio Dual, assim foi “baptizado”, afirma-se como um espaço social, muito mais do que um concessionário de automóveis.

Nissan Navara com três estrelas no Euro NCAP

A nova Nissan Navara recebeu três estrelas (em cinco possíveis) nos mais recentes testes de segu-rança do Euro NCAP. Recorde-se que estes “crash-tests” repre-sentam uma repetição da prova

levada a cabo no início de 2008 em que a “pick up” japonesa re-cebeu apenas uma estrela.

Esse facto deveu-se ao facto de a unidade testada ser uma das que tinham um defeito de fabrico no airbag do condutor e que atrasava o processo de insuflação. A Nissan já tinha, porém, contactado os clientes dessas unidades e indicado para irem à oficina para proceder à correcção do problema.

A campanha abrangeu cerca de 130 mil unidades Navara, desde o início da sua produção em Janeiro de 2005 até Maio do ano passado e foi introduzida uma melhoria no software que controla a abertura dos airbags durante uma colisão frontal.

O novo Audi A4 ganhou a edição de 2008 do Auto 1, con-curso promovido pelo grupo alemão Autobild, em associação com as suas 26 edições euro-peias, que integra em Portugal a revista Auto Foco. Para a vota-ção final, os modelos apurados foram analisados em seis cate-gorias pelos editores-chefe das

publicações do Autobild, técni-cos especializados e pilotos con-vidados. Depois de apurados os modelos vencedores das seis categorias, foi então escolhido o vencedor absoluto.

O presidente da Audi, Rupert Stadler, recebeu o troféu numa cerimónia realizada no Salão de Genebra, sublinhando “estar bas-

tante satisfeito pela atribuição de tão importante troféu a nível eu-ropeu atribuído à limousine A4, lançada no Outono do ano pas-sado. À limousine junta-se neste certame o lançamento mundial do A4 Avant, modelo que inicia-rá na Primavera a sua comercia-lização nos diferentes mercados europeus”.

Audi A4 vence o troféu europeu Auto 1

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Nº 1242 / 28 Março 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental

NOTA DE FECHO

Um país, dois sistemasDentro de 15 a 20 anos, a China deverá atingir a posi-

ção de maior economia do mundo, ultrapassando os Esta-dos Unidos em criação de riqueza. Este facto inevitável e inédito tor-na-se menos surpreendente se pen-sarmos que até ao início do século XIX a China já foi a maior econo-mia do mundo e que o continente asiático representava mais de 50% do PIB mundial.

Na base do actual surto de cres-cimento da China está o conceito de um país, dois sistemas, onde o regime político comunista de partido único convive com um modelo capitalista semi-selvagem, assente na exploração da mão-de-

obra barata sem direitos sociais.No que à actividade económica respeita, Portugal tam-

bém vai sendo cada vez mais um país com dois sistemas. A evolução recente demonstra que para as pequenas empresas comerciais ou industriais existe um conjunto infindável de normas, os condicionalismos em vigor limitam a liberdade de actuação dos agentes económicos, a fiscalização e a re-pressão aplica-se de forma implacável sobre os operadores, em particular, para aqueles que estão de boa-fé porque são mais numerosos e mais vulneráveis.

Para os grandes operadores, a realidade é outra. As normas que regulam a concorrência não se respeitam. As principais cadeias de distribuição e os maiores produtores concertam os preços de os produtos, impõem preços mínimos, exigem margens mínimas aos fornecedores e atropelam todos os dias as normas elementares de protecção de concorrência, sem serem alvo de qualquer sanção. O sentimento de impu-nidade é tal que os preços mínimos, os preços alinhados, as margens garantidas são acordadas e reduzidas a escrito com toda a tranquilidade.

Existem queixas, há processos abertos, mas, ao contrário do que acontece com os pequenos agentes, a probabilidade de haver sanções é muito reduzida.

A tendência é clara. Olhamos á nossa volta e vemos o rá-pido definhar dos pequenos operadores e o crescimento des-medido de novas áreas comerciais de grande dimensão.

O movimento de concentração é fortíssimo e anormal face à realidade dos outros países. Em Portugal, as duas maiores cadeias de distribuição já representam 70% do mercado em vários produtos. Curiosamente, algumas das maiores cadeias internacionais de distribuição começaram a sair de Portugal, o que indicia algumas dúvidas sobre as regras do jogo e evo-lução futura do mercado.

Mais cedo ou mais tarde, os reflexos da concentração reflectem-se nos preços. Não é por acaso que o preço dos combustíveis antes dos impostos praticado em Portugal já é dos mais altos em toda a Europa, e que o preço de bens essenciais como o gás de garrafa está uniformizado e 40% acima do valor praticado em Espanha. O nosso país é uma praça “offshore” em termos concorrenciais onde os grandes operadores ganham muito dinheiro, praticando margens que são impensáveis noutros mercados.

O discurso oficial das autoridades é claramente favorável ao reforço da concentração. Os altos responsáveis da Ad-ministração Pública afirmam que há excesso de pequenos operadores e que em alguns sectores metade das unidades existentes têm de encerrar por falta de condições. Esta pers-pectiva deve ser música celestial para os grandes operadores, que vêem assim reduzida a concorrência, e podem compen-sar pela concentração, através do aumento das margens, a estagnação do poder de compra.

Enquanto em todos os países os governantes incentivam o espírito de iniciativa, colocando a criação de novas pe-quenas empresas no topo das prioridades, em Portugal faz-se o contrário. Há um excesso de pequenas empresas que devem cessar a actividade. E se elas não forem capazes de se extinguir por si próprias, o Estado dá a ajuda que for necessária.

Como não existe uma arbitragem isenta por parte do Es-tado, os maiores operadores vão crescendo, retirando espaço e esvaziando o papel dos pequenos agentes. Na nossa lógica dos dois sistemas, há um que abriga o grande sector público, o sector parapúblico com uma dimensão considerável, e um número reduzido de grandes operadores, e há outro que fus-tiga as pequenas empresas e a iniciativa individual.

Se as pequenas empresas não forem capazes de se extinguir

por si próprias, o Estado dá a ajuda que for necessária

Circuito da Boavista é uma marca do Porto

O Circuito da Boavista não é uma bandeira da região como o vinho do Porto ou o Futebol Clube do Porto, mas “já é uma marca da cidade e pode vir a ser ainda mais no futuro”, segundo Rui Rio. O presidente da Câmara Muni-cipal não duvida, aliás, que o evento bienal tem um grande contributo para o turismo no Norte do país. “O crescimen-to que o Porto tem tido neste capítulo tem sido, sobretudo, potenciado pelo aeroporto, mas é indiscutível que o Cir-cuito da Boavista tem uma acção neste capítulo”, referiu Rio na apresentação do livro “Racing in Boavista 2007”, editado pela Talento, a empre-sa promotora das corridas.

ARAN critica gasóleo profissional

O dossier da criação do ga-sóleo profissional foi mal pre-parado, segundo o presidente da direcção da Associação Nacional do Ramo Automó-vel (ARAN). António Teixei-ra Lopes criticou, em declara-ções à “Vida Económica”, os avanços e recuos da secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, nesta questão. “Anunciou-o para os transportes de passageiros, depois os transportadores de mercadorias e a associação que defende os interesses dos taxistas reclamaram e foi anunciado que para o ano também seriam integrados. ”

João Luís de SousaDirector Adjunto

A pequena dimensão de Portugal tem sido apontada como uma das razões para o atraso europeu de Portugal... Contudo os países mais ricos europeus (Luxemburgo, Irlanda, Holanda, Áustria) são dos mais pequenos. E dos grandes, três (Espanha, Itália e França) estão abaixo da média da UE e só depois (Alemanha e Reino Unido) acima da média. Donde, parece que como dizem os brasileiros tamanho não é documento... Comentário?

A tendênciA(?)

Jorge A. VAsconcellos e sá

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

Vasconcellos e Sá Associados, S.A.

[email protected]

Fontes:

Statistical Annex, Outono 2007, Comissão Europeia

P-UE15 (2007)

-34,3

PIB PER CAPItA PPC (UE-15 = 100) - 2007

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128.1

252.9

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❒ Solicito o envio de exemplar(es) da obra “O JOGO DO FUTURO - Por uma competitividade sustentável”.

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❒ Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

✃✃✃✃✃

“Este livro, pela oportunidade dos temas abordados e pela qualidade dos autores

é uma ferramenta indispensável para todos os que ambicionam contribuir para que

Portugal vença o jogo do futuro.”

Carlos Zorrinho, Professor Catedrático da Universidade de Évora e Coordenador Nacional da

Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico

Pedidos para:

Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO

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DESTAQUE

Um sector cada vez mais relevante

Os números oficiais vão sendo cada vez mais significa-tivos quanto à importância do sector metalúrgico e meta-lomecânico no contexto da economia nacional em geral e da indústria transformadora portuguesa em particular.

Há alguns dados que importa que nos habituemos fixar e que saibamos esgrimir aos mais diversos níveis.

Em primeiro lugar, o facto de este sector ser actual-mente o único em Portugal que pode ser considerado como criador líquido de emprego, ou seja, em que o nú-mero de postos de trabalho criados é superior ao de pos-tos de trabalho extintos.

Em segundo lugar, a circunstância de este ser igual-mente o sector que mais e melhor investimento tem gera-do, com a constituição de novas empresas, a construção de novas unidades industriais, a ampliação e melhora-mento de estabelecimentos fabris e mesmo a compra de empresas já em actividade por industriais portugueses e/ou estrangeiros.

Em terceiro lugar, o facto de este ser o sector que mais

tem contribuído para o aumento das exportações nacio-nais.

Acresce que estes excelentes indicadores são acom-panhados e consolidados por performances igualmente magníficas a outros níveis.

E quanto a isso há que destacar um aumento signifi-cativo da taxa de cobertura da formação profissional rea-lizada pelas empresas do sector aos seus colaboradores, uma redução constante da sinistralidade laboral ou uma crescente responsabilidade ambiental com a multiplica-ção de investimentos nessa área.

Atentos os números e os dados, não podemos ter pudor em afirmar que somos cada vez mais importantes para o país.

Toda a gente sabe disso, mas, infelizmente, o poder político ainda não se habituou a reconhecê-lo em termos práticos.

Pelo que nos cabe continuar a insistir no sentido de nos ser dado o mérito e a importâncias que nos são devidos.

Temos de ser cada vez mais assertivos nesse combate. E temos de saber exigir cada vez melhor que nos envol-vam nos projectos estratégicos da economia portuguesa.

Mas que fique clara uma realidade incontornável. O nosso discurso não é o de pedir ajudas para combater dificuldades. É, sim, o de exigir estímulos no sentido de podermos ajudar o país a ultrapassar as suas próprias di-ficuldades. Não queremos atenção por estarmos fracos – que não estamos —, mas sim porque somos realmente bons no que fazemos diariamente nas nossas empresas.

Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e MetalomecânicaNº 03 / Março 2008 / Suplemento do Jornal Vida Económica

Trabalhadores com deficiência ao serviço no sector metalúrgico e metalomecânico

Divulgação dos resultados do inquérito

EDIT

ORI

AL

António SaraivaPresidente da Direcção da AIMMAP

Pág. VIII

Manuel Neves, fundador e sócio-gerente da Fundição Penedo Beira, Lda, é o mais antigo fundidor em Portugal e foi visitado pela AIMMAP, no passado dia 12 de Março, nas instalações da referida empresa, sitas em Albergaria-a-Velha.

AIMMAP visitou o mais antigo fundidor português

Pág. II

AIMMAP e Unión Fenosa promovempoupança energética

AIMMAP realizou seminário sobre certificação em parceriacom a CERTIF

Pág. IIIPág. III

Marcação do símbolo Ponto Verde

Esclarecimentos da SPVPág. V

AIMMAP presente no 30º aniversário

da TEKA em PortugalPág. II

O sector metalúrgicoe metalomecânico é o único em Portugal que pode serconsiderado como criador

líquido de emprego

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Foi com um enorme prazer que a AIMMAP se associou às co-memorações dos 30 anos da

TEKA em Portugal e à inaugura-ção do seu novo show room em Lisboa, cerimónias que decorre-ram no passado dia 5 de Março no Parque das Nações, num efusivo e entusiástico encontro de quadros, fornecedores, clientes e amigos e em que a AIMMAP, não poderia deixar de marcar a sua presença.

Efectivamente, a AIMMAP fez-se representar na cerimónia por João Girão, Assessor da Direcção, sendo igualmente de destacar a presença de Hildebrando Vasconcelos do CA-TIM.

Sublinha-se que a TEKA é asso-ciada da AIMMAP há longos anos, participando regularmente em inú-meras iniciativas promovidas por esta associação.

A toda a equipa TEKA em Por-tugal e muito particularmente ao seu administrador delegado Ste-

phan Lüdke, quer a AIMMAP dei-xar o seu voto de felicitações por tão exemplar percurso percorrido ao longo destes 30 anos e manifestar o

desejo dos maiores sucessos para o futuro e a continuação da frutuosa e estreita ligação com o associativismo em Portugal.n

AIMMAP presente no 30º aniversário da TEKA em Portugal

Associados

sexta-feira, 28 Março de 2008II

AIMMAP visita o mais antigo fundidor português

No passado dia 12 de Mar-ço a AIMMAP, representa-da por Rafael Campos Perei-

ra e Mafalda Gramaxo, visitou o seu associado “Fundição Penedo Beira, Lda”, em Albergaria-a-Velha.

Constituída há aproximadamente 29 anos, esta empresa tem como ge-rente e principal sócio Manuel Ne-ves, o mais antigo fundidor em Por-tugal.

Manuel Neves iniciou a sua activi-dade profissional com 12 anos numa empresa de fundição, tendo-se man-tido desde então, ao longo dos 60 anos seguintes, de forma ininterrup-ta, em empresas deste tão impor-tante sub-sector, inicialmente como trabalhador e mais tarde como em-presário. Durante o seu notável per-curso, Manuel Neves chegou a pos-

suir a maior fábrica de fundição em Portugal: a Fundição da Beira, loca-lizada na cidade da Beira, em Mo-çambique, então parte do territó-rio português. Mantém actualmente toda a sua energia ao serviço do sec-tor, continuando activo na gestão da Fundição Penedo Beira.

Esta empresa, por seu turno, ten-ta continuar a ser uma referência na actividade em que se insere, benefi-ciando da enorme experiência e dos vastos conhecimentos técnicos do seu gerente e sócio Manuel Neves.

Sublinha-se que a Fundição Pe-nedo Beira tem feito um esforço no sentido de manter uma aposta siste-mática na qualidade das peças que produz. A prova de que o tem con-seguido decorre da circunstância de, actualmente, cerca de 75% da sua

produção se destinar a mercados al-tamente exigentes como por exem-plo Espanha e França.

Num outro plano, destaca-se ain-da que a empresa tem feito enormes investimentos na área da protecção ambiental. Ao longo dos últimos 4 anos, investiu nesse âmbito cerca de J 450.000,00. Tendo em conta a di-mensão da empresa, tal volume de investimento é demonstrativo de uma grande responsabilidade por parte dos seus responsáveis.

A AIMMAP congratula o seu as-sociado aqui em questão e particu-larmente o respectivo gerente, Ma-nuel Neves, pelo facto de apostarem de forma tão activa em factores que serão naturalmente susceptíveis de valorizar a empresa a muito breve trecho.n

Breves

Estão disponíveis novos formulários destinados

à aplicação das Conven‑ções para evitar a Dupla Tributação celebradas por Portugal em geral e em particular com Espanha (CIRCULAR Nº 5/2008 DE 7/03/2008). Devido às al‑terações introduzidas pelo Despacho nº 30.359/2007,

de 29 de Novembro, pela Lei do Orçamento do Esta‑do para 2008 e pelo Despa‑cho nº 4743‑A/2008, esta Circular veio definir as re‑gras transitórias relativas à validade dos anteriores for‑mulários. A referida Circu‑lar encontra‑se disponível no site da AIMMAP: www.aimmap.ptn

Dupla tributação

O Ofício Circulado nº 20 128, de 04/03/2008,

tem como objectivo esclare‑cer as dúvidas que possam surgir com as actualizações introduzidas nos modelos da declaração periódica de ren‑dimentos modelo 22 e res‑pectivos anexos. (Despacho n.º 1528/2007‑XVII, do Se‑cretário de Estado dos As‑

suntos Fiscais, de 2007‑12‑19). Nesse sentido, constam do ofício em apreço as ins‑truções de preenchimento da declaração em causa du‑rante o ano de 2008, rela‑tivamente aos rendimentos auferidos em 2007. O refe‑rido Ofício encontra‑se dis‑ponível no site da AIMMAP: www.aimmap.ptn

Irc – Modelo 22 para 2008

O Ofício Circulado nº 20 129, de 13/03/2008, dá a

conhecer a Tabela Prática das 48 Convenções para Evitar a Dupla Tributação Internacional celebradas por Portugal.

A referida tabela dispõe de informação sobre o diploma que procedeu à sua publica‑ção, momento da entrada em vigor, assim como os mon‑tantes de taxas reduzidas

para efeitos de pagamentos de dividendos, juros e ou royalties. Esta informação pode também ser consulta‑da no site www.dgci.min‑fi‑nancas.pt /“Informação Fis‑cal/Convenções para Evitar a Dupla Tributação/Quadro resumo das Convenções”. O referido Ofício encontra‑se disponível no site da AIM‑MAP: www.aimmap.ptn

Convenções para evitar a dupla tributação

O Decreto‑Lei n.º 29/2008, de 25 de Fevereiro, es‑

tabelece deveres de co‑municação, informação e esclarecimento à adminis‑tração tributária sobre es‑quemas propostos ou actua‑ções adoptadas que tenham como finalidade, exclusiva ou predominantemente, a obtenção de vantagens fis‑cais. Os impostos abran‑gidos são: o imposto sobre o rendimento das pessoas

singulares, o imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas, o imposto sobre o valor acrescentado, o im‑posto municipal sobre imó‑veis, o imposto municipal sobre as transmissões one‑rosas de imóveis e o impos‑to do selo. O presente di‑ploma entra em vigor em 15 de Maio de 2008. O referido Decreto‑Lei encontra‑se dis‑ponível no site da AIMMAP: www.aimmap.ptn

Combate ao planeamento fiscal abusivo

Como objectivo de uni‑formizar a informação a

prestar aos contribuintes, o presente Ofício dá a conhe‑cer as principais alterações constantes dos modelos de impressos agora aprovados (Portaria n.º 1632/2007, de 31 de Dezembro), bem como algumas instruções para o seu preenchimento. Os referidos modelos consti‑tuem a declaração modelo 3

de IRS prevista no n.º 1 do artigo 57.º do Código do IRS (CIRS), os quais devem ser utilizados a partir de 1 de Janeiro de 2008, para decla‑rar rendimentos respeitantes aos anos de 2001 e seguin‑tes, devendo ter‑se em conta que se mantêm em vigor os anexos A, F e G1.

Este Ofício encontra‑se disponível no site da AIM‑MAP: www.aimmap.ptn

Declaração Modelo 3 de IRS em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2008Ofício Circulado nº 20 127, de 27/02/2008

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sexta-feira, 28 Março de 2008 III

No sentido de sensibilizar o sector para a importância da certificação mas também com o objectivo de es-

clarecer os seus associados quanto aos be-nefícios a que poderão ter acesso no caso de recorrerem aos serviços da CERTIF, a AIMMAP decidiu levar a efeito a organiza-ção de mais uma sessão de esclarecimento sobre tais matérias.

Tal sessão teve lugar no dia 28 de Feverei-ro, na sede da AIMMAP, e foi aberta com uma intervenção do Director-Geral da re-ferida associação, Rafael Campos Pereira, o qual, no essencial, apresentou aos sócios as vantagens de que poderão beneficiar se re-correrem à colaboração da CERTIF.

Em seguida, tomou a palavra o Director -Geral da CERTIF, Francisco Barroca, o qual efectuou um retrato da oferta de ser-viços desta entidade certificadora.

A terceira intervenção do seminário, da responsabilidade do Coordenador Técni-co da CERTIF, Armando Lopes, incidiu sobre a certificação integrada de produ-tos e sistemas. Finalmente, antes de uma fase dedicada ao debate com a assistência, foram apresentadas duas experiências por

parte de empresas do sector que recorrem já ao serviços da CERTIF: a Metalúrgica Luso Italiana, S.A., representada por Luís Girbal, e a FERPINTA, S.A., representada por Manuel Peixoto.

A sessão contou com a presença de cerca de 40 representantes de empresas associa-das da AIMMAP. Sublinha-se que, no es-

paço de aproximadamente um ano, esta foi a quarta sessão de esclarecimento promovi-da pela AIMMAP em colaboração com a CERTIF sobre este tema da certificação.

Tal facto é sintomático da credibilida-de que a CERTIF merece à AIMMAP. Aliás, para esta associação, a opção pelas propostas da CERTIF é inequivocamente

a aposta mais certa por qualquer empresa que procure um parceiro nacional, credí-vel e que tenha como principal vector da sua actuação o objectivo de prestar serviços à indústria. Efectivamente, a AIMMAP revê-se inteiramente na filosofia que está subjacente ao tipo de gestão prosseguida pela CERTIF. n

AIMMAP promove a certificação

Certificação

Para esta associação, a opção

pelas propostas da CERTIF é

inequivocamente a aposta mais certa por

qualquer empresa que procure um

parceiro nacional, credível e que tenha

como principal vector da sua actuação o

objectivo de prestar serviços à indústria.

No passado dia 18 de Março, teve lugar mais uma reunião da Direcção da AIMMAP, na qual estiveram presentes António Saraiva, Pre-

sidente da Direcção, os Vice-Presidentes Jorge Casais, Rui Ferreira Marques, Susana Pombo, Augusto Maia, Gonçalo Macedo e Vítor Neves, e ainda Rafael Cam-pos Pereira e Mafalda Gramaxo, da Direcção-Geral.

Conforme sucede invariavelmente foram discutidos todos os pontos da ordem de trabalhos previamente enviada aos membros da Direcção.

Destaca-se em primeiro lugar a designação dos ele-mentos que farão parte do Conselho Estratégico da AIMMAP, do que se dará notícia detalhada muito em breve.

Por outro lado, para além da habitual análise das contas e do plano de tesouraria da associação, bem como dos projectos de parceria em que a mesma está envolvida, foram discutidas algumas questões de im-portância para o sector e nas quais a AIMMAP assume uma intervenção significativa.

Mereceram especial atenção nesse âmbito algumas matérias relacionadas com a formação no sector, no-meadamente o futuro da ESTEM e as perspectivas de curto prazo quanto ao eventual novo estatuto que será atribuído ao CENFIM.

De igual modo, dada a actualidade do tema, foi dis-cutida uma vez mais a situação da oferta em Portugal no que concerne à certificação.n

Reunião da Direcção da AIMMAP

No âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Eléctrica, a UNIÓN FENOSA, em

parceria com a AIMMAP, apresentou os re-sultados das Auditorias Energéticas realiza-das a quatro empresas associadas da AIM-MAP, as quais haviam sido seleccionadas de acordo com os pré-requisitos estipulados e após um processo de selecção claro e trans-parente. A sessão de apresentação teve lu-gar no passado dia 13 de Março, na sede da AIMMAP. Sob a forma de mesa redonda, com a participação de alguns intervenien-tes nas referidas Auditorias, foram debati-dos os resultados e partilhadas experiências por um grupo de técnicos especializados de cerca de 12 empresas associadas

Após Carlos Silva, da AIMMAP, ter apre-sentado os antecedentes desta acção e ter relatado as razões que estiveram subjacen-tes a esta parceria com a UNIÓN FENO-SA, Hugo Carvalho e Carlos Dias apre-sentaram uma síntese dos resultados das auditorias, relatando os benefícios e a pou-pança estimada, com um retorno de inves-

timento médio da ordem dos 2 anos. No sector industrial a UNIÓN FENOSA rea-lizou 10 auditorias, 6 na AEP e 4 na AIM-MAP. Contudo, foi nas empresas da AIM-MAP que se encontrou um maior volume de poupança (61% do total) e onde foram calculados os melhores índices de retorno do investimento – 77 mil euros por ano de poupança para um investimento de 144 mil euros, o que dá um “pay-back” infe-rior a 2 anos(1,8). As medidas com maior potencial de poupança foram: Iluminação, Fugas de ar comprimido, motores de alta eficiência e alteração para compressor com variação de velocidade.

Como conclusões globais as Auditorias Energéticas permitiram às empresas audi-tadas detectar ineficiências energéticas nas suas instalações, avaliar custos de imple-mentação das medidas detectadas e respec-tivo tempo de recuperação do investimen-to:

• Conhecimento a nível energético da instalação;

• Sistemas mais eficientes;

• Reduzir factura energética.Por fim concluiu-se que as poupanças

estimadas representam 16% do total da energia eléctrica consumida pelas empre-sas auditadas.

Espera-se para breve maiores detalhes sobre o PPEC 2008. A AIMMAP espera

ter novamente a UNIÓN FENOSA como parceiro, dentro do âmbito da parceria for-malmente estabelecida. Consequentemen-te, os associados interessados deverão estar atentos pois poderão receber a qualquer momento informações importantes sobre essa matéria.n

Parceria entre a AIMMAP e a Unión Fenosa promove poupança energética

ENErgia

Foi realizada no passado dia 8 de Dezembro a Assem-bleia eleitoral da Divisão

18 para o triénio 2007/2009, tendo sido eleitas as seguintes empresas:

Conselho da Divisão - Presi-dente: P. J. Ferramentas, Lda.,

representada por Rogério San-tos; Vice-presidente: Mário da Costa Martins & Filhos, Lda., representada por Daniel Mar-tins; Vice-presidente: – Maxi-molde – Fábrica de Moldes p/ Plásticos, Lda., representada por Jorge Xará.n

Divisão (18) de Moldes, Cunhos e Cortantes realiza a assembleia eleitoral

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A exemplo do sucedido ago-ra mais recentemente com a apresentação de um novo

projecto de internacionalização ao QREN para os anos de 2007 e de 2008 – e de que é dada notícia num outro trabalho publicado nes-ta mesma página —, tal como é sabido, a AIMMAP já tinha vindo a concorrer desde há alguns anos aos diversos quadros comunitá-rios de apoio para financiamento de acções de internacionalização dirigidas às empresas do sector e das fileiras em que se integra.

Esta política de promoção da internacionalização das empre-sas do sector tem vindo a alcan-çar resultados muito significa-tivos, com evidente impacto no aumento das exportações nacio-nais. Aliás, tem contribuído de forma decisiva para que este sec-tor do metal seja aquele em que o acréscimo das vendas ao exterior tem sido mais relevante nos anos mais recentes.

Não obstante, verifica-se que esses resultados nem sempre têm beneficiado da notoriedade que o sector merece.

Acontece que, entretanto, as empresas que participaram em acções promovidas pela AIMMAP têm transmitido a esta associa-ção os resultados obtidos em tais acções. Pelo que, embora preser-vando a necessária confidenciali-dade, é importante que todos te-nham oportunidade de conhecer alguns dados bem interessantes em tal contexto.

A título de exemplo, aqui ficam alguns casos de sucesso:

Empresa fabricante de mate-riais de construção realizou negó-cios no montante global de cerca de J2 500 000,00, em resulta-do directo da sua participação na edição de 2006 da feira “Big 5 Show”, realizada no Dubai, Emi-rados Árabes Unidos, o que foi feito através da sua integração no stand colectivo organizado pela AIMMAP.

Empresa fabricante de balan-ças realizou negócios no valor glo-bal de cerca de J 300 000,00,

em resultado directo da sua parti-cipação na Missão Empresarial ao Cazaquistão que a AIMMAP orga-nizou no ano de 2007.

Empresa de fundição fechou já sete negócios na Áustria, em re-sultado de uma Missão Empresa-rial a Viena, organizada pela AIM-MAP no ano de 2007.

Estes são 3 exemplos entre muitos outros possíveis e dos quais aqui passaremos a dar notí-cia com uma regularidade e uma notoriedade crescentes.

Aliás, procuraremos que as em-presas que atingiram estes ca-sos de sucesso se disponibilizem para partilhar as suas experiên-cias neste jornal a todos os leito-res e nomeadamente às empresas metalúrgicas e metalomecânicas.

Para tal efeito, temos um enor-me leque de possibilidades, até porque dispomos da informação de que, em resultados das inicia-tivas promovidas pela AIMMAP, foram concretizados negócios efectivos, nomeadamente, nos sub-sectores da cutelaria, louça metálica, equipamentos de ho-telaria, materiais de construção, cunhos e cortantes, fundição, in-dústria automóvel, estruturas me-tálicas, máquinas ou ferramen-tas.

Acresce ser de sublinhar a cir-cunstância de estes negócios te-rem sido concretizados em inú-meros mercados, alguns deles bem distintos entre si. Com efei-to, para além dos três já acima re-feridos e de outros que a seu tem-po serão igualmente objecto de divulgação mais pormenorizada, destaca-se a penetração em mer-cados como Espanha, Alemanha, França, Holanda, Países Bálticos, Hungria, Eslováquia, República Checa, Ucrânia, México, Canadá ou Singapura.

Naturalmente, este é um fac-tor de grande satisfação para a AIMMAP, a qual sente que tam-bém neste âmbito o seu trabalho se tem revestido de grande impor-tância para um conjunto signifi-cativo das empresas que tem o or-gulho de representar.n

Acções de internacionalização da AIMMAP – casos de sucesso

negócios

sexta-feira, 28 Março de 2008iV

conforme é sabido, no final de 2007, a AIMMAP apresentara um projecto de investimento ao Sistema de Incentivos

à Qualificação e Internacionalização de PME, no âmbito do Sistema de Incentivos do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

O referido projecto, referente aos anos de 2007 e 2008 e ao qual foi atribuído o n.º 51, obteve entretanto a aprovação da Autoridade de Gestão do Programa Operacional Factores de Competitividade, com a concessão de um in-centivo global que poderá ir até J 252.724,33, correspondente a J 580.207,04 de investimen-

to elegível. Entretanto, no dia 3 de Março, teve já lugar a Sessão de Assinaturas dos Contratos QREN no âmbito precisamente destes Projec-tos de Internacionalização. A cerimónia teve lugar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e contou com as presenças do Primeiro-Minis-tro, do Ministro da Economia e do Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional.

A AIMMAP, tendo sido convidada para o efeito, esteve naturalmente presente na referida sessão, tendo-se feito representar ao mais alto nível, pelo próprio Presidente da Direcção, An-tónio Saraiva.n

Projecto de internacionalização da AIMMAP foi aprovado

QRen

Fabricante de materiais de

construção facturou cerca de G

2 500 000,00 em resultado da sua

participação na feira “Big 5 Show”,

de 2006

A AIMMAP está a organizar uma Missão Empresarial à China, já no contexto da candidatura que

apresentou no âmbito do Sistema de Incentivos do QREN e cuja aprovação é aliás noticiada noutro trabalho desta edição de Metal.

Esta Missão destina-se aos Fabrican-tes de Materiais de Construção e terá lugar nos próximos dias 24 a 31 de Maio.

Sublinha-se que será levada a efei-to em simultâneo com a realização em Xanghai de uma muito importante fei-ra direccionada para as empresas deste sub-sector: a IBCTF.

Destaca-se ainda a circunstância de esta acção ser complementada com a contratação de uma empresa de con-sultadoria de créditos firmados e com grande experiência no mercado chinês, a qual não só apoiará a concretização da missão como acompanhará os de-senvolvimentos da mesma no que con-cerne a perspectivas de negócios para as empresas participantes.

A aposta da AIMMAP no mercado chinês decorre da sua incontornável importância na cada vez mais globa-lizada economia mundial, não sendo

negligenciável a circunstância de esta-rem previstos importantes investimen-tos na área da construção, como, en-tre outros, os decorrentes da realização da Exposição Universal prevista para 2010 na cidade deXanghai.

Naturalmente, a AIMMAP ali-menta fundadas expectativas quanto ao sucesso desta iniciativa.

Os interessados em conhecer mais de-talhes a propósito desta missão deverão para o efeito contactar directamente a AIMMAP ([email protected]).n

internacionalização

Missão Empresarial à China

Esta acção será complementada

com a contratação de uma empresa

de consultadoria de créditos firmados

e com grande experiência

no mercado chinês.

PROPRIEDADE AIMMAP: Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal

Rua dos Plátanos, 197 • 4100-414 PORTO • TEL. 351-226 166 860 • FAX: 351-226 107 473

Director: António Saraiva

Subdirector: Rafael Campos Pereira

Coordenação Gráfica: Cristina Veiga

Paginação: Célia César, Flávia Leitão

Periodicidade: Mensal

Propriedade, Edição, Produção e Administração:

AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, em colaboração com o

Jornal Vida Económica

Distribuição gratuita aos associados AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal

Apoios:

ficha técnica

Programa de Incentivos à Modernização da Economica UNIãO EUROPEIA

Fundo Europeu de Desenvolviment Regional

Ministério da Economia

A AIMMAP está a promover a realização de um estudo sobre o sector metalúrgico

e metalomecânico em Marrocos.Este estudo, que será divulga-

do em breve, destina-se em pri-meira instância às empresas que integrarem a Missão Empresarial a Marrocos, cuja realização está prevista para os dias 15 a 21 de Junho de 2008.

Sublinha-se que a referida mis-são será apoiada no âmbito do

QREN, no contexto da candi-datura apresentada pela AIM-MAP para o efeito. Não obstan-te a ligação do estudo à missão, a AIMMAP procurará em seguida encontrar uma forma de disponi-bilizar o referido estudo à gene-ralidade dos seus associados, de forma a que seja possível que os respectivos resultados sejam do conhecimento do maior núme-ro possível de empresas do sec-tor.” n

meRcAdos

Estudo sobre Marrocos

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Na sequência de uma acção inspectiva da ASAE numa empresa deste sec-tor, no que diz respeito à marcação

do símbolo “ponto verde” no material da embalagem, a AIMMAP enviou uma car-ta à entidade competente – SPV (Sociedade Ponto Verde) -, na qual colocou um con-junto de questões pertinentes sobre o assun-to. Transcreve-se em seguida o teor comple-to da carta:

“Exmos. Senhores,Conforme saberão certamente, a AIM-

MAP é uma associação de empregadores, de utilidade pública, que representa directa-mente mais de mil empresas do sector me-talúrgico e metalomecânico.

Tal como é sabido, um número significa-tivo de empresas representadas pela AIM-MAP gera resíduos de embalagens, estando pois sujeitas às obrigações legais previstas no diploma que regula a matéria e integradas no âmbito da actividade da Sociedade Pon-to Verde.

Recentemente tem havido alguma con-trovérsia no que concerne à amplitude das obrigações das empresas neste âmbito.

Estamos em crer que essa controvérsia a que atrás se alude emerge essencialmente de alguma falta de informação de determina-das autoridades inspectivas e não tanto de práticas ou directrizes da SPV.

Em todo o caso, será importante que a SPV diligencie no sentido de que as even-tuais dúvidas aqui existentes sejam dissipa-das.

Pelo que, não obstante a AIMMAP tenha entendimentos claros sobre o assunto, gos-taríamos ainda assim de conhecer a posição da SPV.

Reportamo-nos nesta ocasião, muito concretamente, as questões relativas à mar-cação do símbolo “Ponto Verde” nas em-balagens.

Mais concretamente ainda, pretendemos saber se, no entendimento da SPV, no que diz respeito à marcação do material de em-balagem com o símbolo “Ponto Verde”, tem este de ser aplicado em todas as com-ponentes do kit de embalagem ou se é sufi-ciente a marcação da embalagem externa.

Passando a expor a situação, importa es-clarecer previamente que nos referimos aqui a situações relacionadas com fabricantes de louça metálica.

E a esse propósito, para melhor definição do objecto da questão aqui em apreço, im-porta igualmente contextualizar o seguinte:

Unidade de venda” (corresponde à apre-sentação do produto tal como sai da fábrica e é vendido ao cliente directo)

1-Produto: Panela de metal2-Componentes do kit de embalagem:2.1- Caixa externa de cartão com identifi-

cação sobre o produto.2.2- Saco plástico (envolve a panela e é

colocado dentro da caixa 2.1)2.3 - Etiqueta de papel para identificação

da marca e/ou do produto (a etiqueta é pre-sa ao produto por um pequeno cordão).

2.4 - Etiqueta de papel autocolante, apli-cada no próprio produto (componente 1), com o código de barras e /ou o nome do produto.

2.5 - Brochura com instruções.Notas: As componentes 1 + 2 constituem

uma unidade de venda tal como é facturada e sai da fábrica (não inclui material de em-balagem de transporte).

Tendo presente o exposto, passamos a co-locar as questões concretas:

Pergunta 1:Todas as componentes referidas nos pon-

tos 2.1 a 2.5 têm de conter a marcação Pon-to Verde?

Pergunta 2 No caso de a resposta à pergunta ante-

rior ser negativa, quais são ainda assim as componentes que têm de conter a indicação Ponto Verde?

Pergunta 3 Se no percurso de distribuição a unidade

de venda for decomposta - por exemplo, se o produto (1) for retirado da caixa e expos-to para venda sem qualquer componente de embalagem (inclusive sem as etiquetas refe-renciadas por 2.3 ou 2.4) - existirá a obriga-ção de o produto exposto para venda incluir a marcação Ponto Verde?

Pergunta 4 Se no percurso de distribuição a unidade

de venda for decomposta - por exemplo, se o produto (1) for retirado da caixa e expos-to para venda sem qualquer componente de embalagem mas com as etiquetas referencia-das por 2.3 ou 2.4 - terão estas de conter a marcação Ponto Verde?

Pergunta 5Se o produto for exposto tal como descrito

nas perguntas 3 e 4, se a resposta a tais per-guntas for afirmativa e se, no momento da venda, a unidade de venda for reconstituída (a loja pode expor o produto sem os kit de embalagem mas este pode ser guardado para reconstituição da unidade respectiva no acto de venda), mantém-se a obrigação de mar-car individualmente as componentes?

Pergunta 6De quem é a responsabilidade no caso de

o produto exposto não cumprir as regras de marcação Ponto Verde?”

Estas são pois as questões relativamente às quais, em representação dos nossos associa-dos e V. clientes, gostaríamos de obter o V. entendimento.

Tendo em conta a premência e a impor-tância do assunto, desde já solicitamos que nos seja dada resposta com a maior urgên-cia possível.

Gratos pela atenção dispensada, apresen-tamos os nossos melhores cumprimentos.

O Director-GeralRafael Campos Pereira”

A SPV respondeu à carta enviada pela AIMMAP em 21 de Fevereiro de 2008, através de comunicação que se transcreve igualmente na íntegra:

“Exmos. Senhores,Na sequência da carta enviada por Vossas

Excelências, vimos, pela presente, esclarecer as questões que nela formulam.

Relativamente à questão de base mar-cação com o símbolo Ponto Verde, é esta obrigatória apenas nas embalagens primá-rias, bastando marcar o símbolo Ponto Ver-

de num dos materiais. Por exemplo, numa garrafa de vinho, não é necessário marcar a garrafa de vidro, é suficiente marcar o rótu-lo de papel.

Relativamente às questões colocadas, pas-samos a responder individualmente utili-zando a mesma codificação da carta de Vos-sas Excelências.

Pergunta 1:“Todas as componentes nos pontos 2.1 a

2.5 têm de conter a marcação Ponto Ver-de?”

R: Relativamente à marcação do símbolo ponto verde, qualquer dos componentes (de 2.1 a 2.4) poderão ser marcados de forma a ser imediatamente identificável pelo con-sumidor de que o detentor da marca está a financiar um sistema de recolha selectiva, valorização e reciclagem de embalagens usa-das, a nível nacional. Exclui-se a brochura com instruções (2.5) visto não se tratar de uma embalagem.

Pergunta 2:“No caso de a resposta anterior ser nega-

tiva, quais são ainda assim as componentes

que têm de conter a indicação Ponto Ver-de?”

R: O símbolo deve ser imediatamente identificável pelo consumidor. Deve ser cla-ramente visível e de fácil leitura e ter uma duração compatível com o tempo de vida da embalagem, mesmo depois de aberta. Tendo em conta este princípio, deverão ser consi-deradas a caixa externa bem como também a etiqueta agregada ao produto, acautelando a eventualidade de se retirar o produto da caixa. (Junto se anexa definição e regras bá-sicas de utilização do símbolo ponto verde, estando igualmente disponível no nosso site – www.pontoverde.pt).

Pergunta 3: “Se no percurso da distribuição a unidade

de venda for decomposta – por exemplo, se o produto (1) for retirado da caixa e expos-to para venda sem qualquer componente de embalagem (inclusive sem as etiquetas refe-renciadas por 2.3 ou 2.4) – existirá a obriga-ção de o produto exposto para venda incluir a marcação Ponto Verde?”

R: Aconselhamos a marcação conforme vem mencionado na resposta 2.

Caso não exista uma embalagem expos-ta, também não poderá haver marcação no ponto de venda.

Pergunta 4:“Se no percurso da distribuição a unidade

de venda for decomposta – por exemplo, se o produto (1) for retirado da caixa e expos-to para venda sem qualquer componente de embalagem mas com as etiquetas referencia-das por 2.3 ou 2.4 – terão estas de conter a marcação Ponto Verde?”

R: Bastará somente um dos componentes (etiquetas) ter a marcação do símbolo Pon-to Verde.

Pergunta 5:“Se o produto for exposto tal como des-

crito nas perguntas 3 e 4 se a resposta a tais perguntas for afirmativa, e se, no momento da venda, a unidade de venda for reconstitu-ída (a loja pode expor o produto sem os kits de embalagem mas este pode ser guardado para reconstituição da unidade respectiva no acto de venda), mantém-se a obrigação de marcar individualmente as componen-tes?”

R: Ver resposta 2.

Pergunta 6:“De quem é a responsabilidade no caso

do produto não cumprir as regras da marca-ção Ponto Verde?”

R: A responsabilidade é do embalador/importador que deve gerir os resíduos das embalagens dos produtos cuja primeira co-locação no mercado nacional seja da sua res-ponsabilidade, bem como do distribuidor que comercializa produtos embalados que

não estão a cumprir a legislação em vigor.Esperamos que as respostas dadas sejam

esclarecedoras das dúvidas dos associados da AIMMAP. Gostaríamos, no entanto, de propor a realização de uma reunião com vis-ta a debatermos estas e outras questões de interesse de ambas as entidades.

Ficando desde já a aguardar uma propos-ta de data, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.

O Director-GeralLuís Veiga Martins”

Este esclarecimento permitirá às empresas associadas da AIMMAP estarem cientes do entendimento da entidade competente nes-ta matéria SPV, relativamente às questões colocadas.

Nesse sentido, em caso de serem confron-tadas com uma inspecção da ASAE neste âmbito terão desde já os meios e as informa-ções necessárias para de imediato rebaterem qualquer informação em contrário. E subli-nha-se, a esse propósito, que a interpreta-ção da SPV não poderia ser mais clara, pois a própria assume expressamente que a marca-ção com o símbolo Ponto Verde é obrigatória apenas nas embalagens primárias, bastando marcar tal símbolo num dos materiais.

Daqui decorre sem quaisquer dúvidas que a ASAE não teve nem tem qualquer razão na sua intervenção inspectiva aqui em apre-ço perante uma empresa associada da AIM-MAP. Não pode, pois, deixar de lamentar-se, mais uma vez, que a actuação desinformada e desconhecedora da ASAE relativamente a algumas das matérias que fiscaliza acabe por ser um factor de perturbação e constrangi-mento das empresas.n

Marcação símbolo “Ponto Verde”

Ambiente

No caso de serem confrontadas com uma

inspecção da ASAE neste âmbito as empresas terão

desde já os meios e as informações necessárias

para de imediato rebaterem qualquer

informação em contrário.

sexta-feira, 28 Março de 2008 V

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Março 2008

IRC – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Março de 2008, das impor-tâncias retidas no mês de Fevereiro de 2008 a título de Imposto.- Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos passivos de IRC, que tendo anteriormente optado pelo regi-me geral de determinação do lucro tri-butável, queiram renovar a opção, bem como todos os que reunindo os pressu-postos de inclusão no regime simpli-ficado estejam em condições de exer-cer essa opção, até ao final do mês de Março.-Entrega da declaração de opção ou da declaração de alterações relativa ao re-gime especial de tributação de grupos de sociedades, até ao final de Março.- Pagamento até 31 de Março de 2008 da 1ª prestação do Pagamento Especial por Conta sobre o de IRC

IRS – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Março de 2008, das impor-tâncias retidas no mês de Fevereiro de 2008 a título de Imposto.- Entrega via Internet da Modelo 11 pe-

los Notários, Conservadores, Secretários Judiciais, e Secretários de Justiça, até ao dia 10 de Março de 2008, das Rela-ções dos actos praticados, no mês ante-rior, susceptíveis de produzir rendimen-tos.- Entrega da declaração de rendimen-tos Modelo 3, em suporte papel, pe-los sujeitos passivos com rendimentos das Categorias A (trabalho dependen-te) e H (pensões), até 15 de Março de 2008.- Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos passivos de IRS, que pre-tendam alterar o regime de determina-ção do rendimento e que reúnam os pressupostos para exercer essa opção, até ao final do mês de Março.

IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado- Contribuintes do Regime Normal de Obrigação Periódica mensal – Envio até dia 10 de Março de 2008, da declara-ção periódica com referência ao mês de Janeiro de 2008, bem como dos anexos nela referidos.- Entrega da Declaração Modelo 1074, em triplicado donde constarão as aqui-sições efectuadas durante o ano ante-rior pelos retalhistas sujeitos ao regi-me de tributação previsto no art. 60º do CIVA, até ao fim de Março.

Segurança Social- Pagamento, até 15 de Março de 2008, das contribuições relativas às remune-rações referentes ao mês de Fevereiro de 2008.

Imposto do Selo- Entrega, até ao dia 20 de Março de 2008, das importâncias retidas no mês de Fevereiro de 2008.

abril 2008

IRC – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 Abril de 2008, das importâncias retidas no mês de Março de 2008 a tí-tulo de Imposto.

IRS – Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Abril 2008, das importâncias retidas no mês de Março de 2008 a tí-tulo de Imposto.- Entrega via Internet da Modelo 11 pe-los Notários, Conservadores, Secretários Judiciais, e Secretários de Justiça, até ao dia 10 de Abril de 2008, das Rela-ções dos actos praticados, no mês ante-rior, susceptíveis de produzir rendimen-tos.

- Entrega da declaração de rendimentos Modelo 3, por transmissão electrónica de dados, pelos sujeitos passivos com rendimentos das Categorias A (trabalho dependente) e H (pensões), até ao dia 15 de Abril 2008.- Entrega da declaração de rendimen-tos Modelo 3, em suporte papel, pelos sujeitos passivos com rendimentos das Categorias A (trabalho dependente), B (empresariais e profissionais), E (capi-tais), F (prediais), G (mais-valias), ou H (pensões), até 30 de Abril de 2008.

IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado- Contribuintes do Regime Normal de Obrigação Periódica mensal – Envio até ao dia 10 de Abril de 2008, da declara-ção periódica com referência ao mês de Fevereiro de 2008, bem como dos ane-xos nela referidos.

Segurança Social- Pagamento, até 15 de Abril de 2008, das contribuições relativas às remune-rações referentes ao mês de Março de 2008.

Imposto do Selo - Entrega, até ao dia 20 de Abril de 2008, das importâncias retidas no mês de Março de 2008.

Calendário Fiscal

sexta-feira, 28 Março de 2008Vi

breves assuntos actuais

Nos termos previstos no art.º 460º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Ju-

lho (Regulamentação do Código do Tra-balho), as pequenas, médias e grandes empresas que para o efeito se encontrem obrigadas, devem elaborar o respectivo balanço social até 31 de Março do ano seguinte àquele a que respeita.

O referido balanço social deverá ser apresentado até ao dia 15 de Maio de cada ano ao departamento de estudos, estatística e planeamento do ministério

responsável pela área laboral e à Autori-dade para as Condições do Trabalho (ex – IGT).

Deverá ainda ser enviado no mesmo prazo aos sindicatos e associações que o requeiram até ao dia 30 de Abril de cada ano.

A AIMMAP está disponível para escla-recer os seus associados no que concer-ne à obrigatoriedade de envio do balanço social bem como ao respectivo preenchi-mento e envio.n

Apresentação do balanço social

Nos termos previstos pelo art.º 259º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Ju-

lho (Regulamentação do Código do Tra-balho), os empregadores devem elaborar anualmente, por cada estabelecimento, o relatório da actividade dos serviços de segurança, higiene e saúde relativo ao ano anterior.

Consequentemente, o relatório relati-vo ao ano de 2007 deve ser elaborado e enviado no próximo mês de Abril. Se o

empregador tiver mais de 10 trabalha-dores, o relatório deve ser apresentado por meio informático, nomeadamente em suporte digital ou correio electróni-co.

Os empregadores com até 10 traba-lhadores podem optar pelo envio em suporte de papel. A AIMMAP poderá prestar todos os esclarecimentos refe-rentes a este assunto aos seus associa-dos.n

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho – Relatório Anual

É verdadeiramente surrealista mas é in-felizmente verdade. Actualmente, o Estado português deve às empresas a

que contrata o fornecimento de bens e/ou a prestação de serviços um montante que ultrapassa já os 3000 milhões de euros.

Este é, pois, um montante que deveria estar a circular na economia real e dessa forma contribuir para o verdadeiro enri-quecimento do nosso país, mas que, não obstante, está indevidamente retido nos cofres do Estado.

Assim sendo, com a sua inépcia e in- -competência, o Estado português assume-se como um entrave ao desenvolvimento do país e à pujança da nossa economia.

Entre os inúmeros credores do Estado encontram-se milhares de pequenas e mé-dias empresas, às quais, apesar de tudo, o Estado, na sua outra roupagem, exige o cumprimento de todas as suas obrigações como se não fosse ele o causador de mui-tas das dificuldades que as mesmas atra-vessam.

Quando se observa o actual Primeiro- -Ministro referir que o montante do sa-lário mínimo português é uma vergonha, não pode deixar de se manifestar algu-

ma estupefacção pelo facto de, ao mesmo tempo, não se ver o nosso Governo tomar alguma medida concreta no sentido de re-solver o problema do pagamento das dívi-das do Estado.

Conforme bem sublinhou recentemente o Presidente da Direcção da CIP, “o bom era que o Governo pagasse o que deve às empresas, que poderiam resolver algu-mas dificuldades que enfrentam, nome-adamente até pagar salários em atraso ou aumentar os salários dos seus trabalhado-res”.

Porém, com o seu autismo persistente – transversal a todos os sucessivos Governos de todas as maiorias —, a verdade é que o Estado português parece continuar a não ser coerente. Por um lado, mantém uma sanha persecutória às empresas que lhe de-vem dinheiro. Mas, por outro lado, conti-nua a assobiar para o lado quando se trata de pagar o que ele próprio deve.

E, assim sendo, vai continuando com a sua postura de enorme incompetência e de igual sobranceira a assumir-se como o principal dos custos de contexto com que as empresas portuguesas são obrigadas a confrontar-se no seu dia a dia.n

Custos de contexto – as dívidas do EstadoConforme dispõe o art.º 217º, n.º 7,

do Código do Trabalho, o mapa de férias, com indicação do início e termo dos períodos de férias de cada trabalha-dor, deve ser elaborado até ao dia 15 de Abril de cada ano e afixado nos locais

de trabalho entre tal data e o dia 31 de Outubro. Também a este propósito está a AIMMAP disponível para prestar aos seus associados todos os esclarecimen-tos tidos por convenientes pelos mes-mos.n

Mapa de férias

o Mapa Integrado de Registo de Resí-duos (MIRR) do Sistema Integrado de Registo Electrónico de Resíduos

(SIRER), é preenchido anualmente, deven-do a introdução de dados e alterações ser fei-ta até à data de fecho de registo, que ocorre no termo do mês de Março, salvo autoriza-

ção concedida pela ANR (Autoridade Na-cional dos resíduos). Mais se informa que se encontram disponíveis respostas às pergun-tas mais frequentes (“FAQ”) relativamente ao SIRER no Portal do SIRER (http://www.incm.pt/inr/sirer), bem como no endereço http://www.apambiente.pt/portal/page?n

SIRER

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sexta-feira, 28 Março de 2008 VII

ACIDENTE DE TRABALHOAcidente in itinere – Ónus de alegação e prova

Sumário:1. Em acção emergente de acidente de trabalho, invocando o sinistrado a existência dum acidente in itinere, so-bre ele recai o ónus da alegação e pro-va, se necessária, dos factos relativos ao “trajecto normalmente utilizado” e ao “período de tempo ininterrupto ha-bitualmente gasto” para o percorrer.2. Não o fazendo – e sendo a acção contestada – não pode obter a proce-dência dessa acção.Acórdão da Relação do Porto, 11/12/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XXXI, Tomo V/2006, nº 194

CONTRATO DE TRABALHORescisão pelo trabalhador – Falta de pagamento – Justa causa

Sumário:1. A justa causa de rescisão do contra-to pelo trabalhador deve ser apreciada nos mesmos termos da justa causa de despedimento.2. O atraso no não pagamento atempa-do da retribuição deve revestir gravida-de suficiente para tornar impossível a manutenção da relação laboral.3. Desde que a falta de pagamento atempado da retribuição se não pro-longue por mais de 60 dias, a rescisão tem de ser efectuada com aviso pré-vio.Acórdão da Relação de Lisboa, 29/11/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XXXI, Tomo V/2006, nº 194

CONTRATO DE TRABALHOAbandono do trabalho – Presunção – Rescisão contratual

Sumário:1. Presume-se abandono do trabalho a ausência do trabalhador ao serviço,

pelo menos, durante 15 dias úteis se-guidos, sem que o empregador tenha recebido comunicação do motivo da ausência.2. Um anterior pedido de dispensa ao serviço por 25 dias para deslocação ao Brasil por motivo de doença dum fami-liar, formulado pela trabalhadora, mas indeferido pela entidade patronal, não é susceptível de afastamento daquela presunção.Acórdão da Relação de Coimbra, 06/12/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XXXI, Tomo V/2006, nº 194

CONTRATO DE TRABALHOSalário em atraso – Prazo – Indemnização de antiguidade

Sumário:Não tem direito a indemnização de antiguidade a trabalhadora que, ten-do rescindido o contrato de trabalho, invocando a Lei nº 17/86, de 14/6, e a existência de salários em atraso, o fez sem respeito pela antecedência mínima de 10 dias sobre a data de rescisão, sendo certo que o não paga-mento atempado das retribuições se deve a uma situação económica di-fícil da entidade patronal, cujo com-portamento não pode ser considerado culposo.Acórdão da Relação de Coimbra, 16/11/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XXXI, Tomo V/2006, nº 194

RESCISÃO DO CONTRATORescisão pelo trabalhador – Caducidade – Justa causa

Sumário:1. Se a rescisão do contrato por inicia-tiva do trabalhador for feita com invo-cação de justa causa, mas se esta não puder ser atendível porque o direito à rescisão já havia caducado, a rescisão não deixa de produzir os seus efeitos.2. Mas, fica sujeito ao regime de resci-são sem justa causa, ou seja, ao regi-

me de rescisão com aviso prévio, pelo que o trabalhador fica obrigado a pa-gar à entidade empregadora uma in-demnização de valor igual à remunera-ção de base correspondente ao período de aviso prévio em falta, que no caso, atenta a antiguidade do autor na em-presa, era de 60 dias.Acórdão do STJ, 8/11/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XIV, Tomo III/2006, nº 195

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHORemissão abdicativa – Constitucionalidade

Sumário:1. Autor e réu celebraram um Acor-do no qual o autor renunciou expres-samente a todos os eventuais créditos que tivesse sobre aquele, emergentes do contrato de trabalho com ele esta-belecido ou da sua cessação, tendo re-cebido do réu a título de compensa-ção pecuniária global a quantia de G 64.404,00.2. Tal Acordo incorpora um contrato de remissão abdicativa que abrange to-dos os créditos a que o autor pudesse ter direito por força do contrato de tra-balho ou da sua cessação, com a sua consequente extinção.3. Não é inconstitucional o contrato de remissão abdicativa quando estão em causa relações laborais.Acórdão do STJ, 6/12/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XIV, Tomo III/2006, nº 195

CONTRATO DE TRABALHOSubsídio de Natal – Férias – Subsídio de férias

Sumário:1. Na vigência do Código do Trabalho, quando as disposições convencionais ou contratuais não disponham em con-trário, apenas devem ser consideradas no cálculo do subsídio de Natal a re-

muneração-base e as diuturnidades auferidas pelo trabalhador.2. Assim, são excluídos desse cálculo os prémios de assiduidade, de desem-prego, de produtividade e de trabalho nocturno, percebidos mensalmente.3. Tais prémios devem, porém, ser considerados nas remunerações das férias e do subsídio de férias, bem como nos subsídios de Natal, devidos até 30/11/2003.Acórdão da Relação de Coimbra, 21/09/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XXXI, Tomo IV/2006, nº 193

DESPEDIMENTOJusta causa – Faltas injustificadas – Violação do dever de assiduidade

Sumário:1. Não obstante ter ficado provado que a trabalhadora deu dez faltas injustifi-cadas e, portanto, com o seu compor-tamento, violou o dever de assiduida-de a que estava adstrita por imposição da lei [artº 20º, nº 1, al. b), da LCT], certo é, para que tal comportamento possa constituir justa causa de despe-dimento, é necessário desde logo que em concreto, seja culposo e grave, en-tendida a gravidade no sentido de im-possibilidade da subsistência da rela-ção laboral.2. Não tendo a entidade laboral alega-do e provado factos quanto a tal impos-sibilidade, embora tal comportamento seja censurável, porém, em termos de razoabilidade e proporcionalidade não torna imediata e praticamente impos-sível a manutenção da relação laboral, dadas as circunstâncias da prestação do trabalho, a natureza e a activida-de da empresa e, ainda, a antiguidade da trabalhadora, cerca de 21 anos e 6 meses ao serviço desta. Tudo isto leva a atenuar a censurabilidade e a gravi-dade de tal comportamento, de modo a afastar a sanção expulsatória.Acórdão da Relação do Porto, 18/09/2006

Colectânea de Jurisprudência, Ano XXXI, Tomo IV/2006, nº 193

Os acórdãos referidos nesta secção resolveram, apenas, os casos concretos a que se reportam, não tendo força de Lei.Jurisprudência

CARLA GONÇALVES

Carla Marisa Carneiro Gonçalves é Res-ponsável pelas áreas de Ambiente e de SHST da AIMMAP, à qual está vinculada desde 2002.

Tem 37 anos, é licenciada em Engenha-ria e Gestão Industrial, pela Universida-de Lusíada (Pólo de Vila Nova de Fama-licão).

Realizou uma pós–graduação em Gestão Ambiental, no IESF (Espaço Atlântico) e possui CAP de Técnica Superior de Higie-ne e Segurança no Trabalho.

Antes da admissão nos quadros da AIM-MAP, foi Consultora Técnica na área do Ambiente na AIMMAPConsulting – Consul-toria e Apoio à Indústria, S.A.”, de 2000 a 2002.

Em termos profissionais, passou por di-versas áreas, tais como: apoio e desenvol-vimento de processos produtivos e divisão técnica.

Na AIMMAP, tem como principais fun-ções as seguintes:

- Responsável pelas áreas de Ambiente e de SHST;

- Instrução de processos de Licencia-mento Industrial;

- Organização de seminários da área que é responsável;

- Coordena projectos de parceria com organismos nacionais e internacionais na vertente técnica;

- Coordenadora do GAPI – Gabinete de Apoio à Propriedade Industrial.

E-mail: [email protected] n

DAVID RODRIGUES

David Jorge Ferreira Rodrigues é Econo-mista da AIMMAP desde 2004.

Tem 38 anos e é licenciado em Eco-nomia, pela Universidade Lusíada (Lis-boa).

Realizou uma pós–graduação em “Direi-to das Sociedades” na Faculdade de Direi-to da Universidade de Coimbra e frequen-

ta actualmente o “International Executive MBA”, na Escuela de Negócios Caixanue-va.

Antes da admissão nos quadros da AIM-MAP, foi Director Administrativo-Financei-ro na AIMMAPConsulting – Consultoria e Apoio à Indústria, S.A.”, de Abril de 2000 a Maio de 2004.

Em termos profissionais, passou por di-versas áreas, tais como, formador nas áre-as de economia e gestão de empresas, as-sessor empresarial e gestor de PME’s numa instituição financeira.

Na AIMMAP, tem como principais fun-ções as seguintes:

- Economista;- Coordenador do departamento técnico

e económico;- Responsável pela elaboração, imple-

mentação e acompanhamento de projectos de parceria da AIMMAP;

- Coordenador do GAPI- Gabinete de Apoio à Promoção da Propriedade Indus-trial;

- Ligação com organismos nacionais e internacionais, na vertente económica.

E-mail: [email protected] n

Colaboradores AIMMAP

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Resultados do Inquérito

“Trabalhadores com deficiência ao serviço no sector metalúrgico metalomecânico”

No passado mês de Fevereiro, a AIMMAP decidiu fazer um in­quérito às empresas suas associa­

das no sentido de saber qual o núme­ro de pessoas com deficiência ao serviço das empresas do sector metalúrgico e metalomecânico, de modo a poder afe­rir o real posicionamento do sector rela­tivamente a esta temática.

A consciência por parte da AIMMAP, à data do lançamento do inquérito, de que as empresas do sector têm uma sen­sibilidade crescente para este tipo de matérias de tão grande importância so­cial, saiu reforçada com os resultados que agora publicamos e em relação aos quais muito nos congratulamos.

Assim:O inquérito abrangeu um universo

de 1021 empresas, das quais responde­ram 167, o que corresponde a cerca de 16,5% de respostas do total do univer­so abrangido. As empresas que respon­deram têm ao seu serviço um total de 13 286 trabalhadores.

Das empresas que responderam ao in­quérito pudemos verificar que cerca de 37% (61 empresas) detém nos seus qua­dros trabalhadores portadores de deficiên­cia sendo que neste grupo estão em maioria as pequenas empresas que correspondem a 43% do total das empresas com trabalha­dores portadores de deficiência.

Relativamente ao total de trabalhado­res da amostra que respondeu ao nos­so inquérito, podemos verificar que a percentagem de trabalhadores com de­ficiência corresponde a 0,8% (108 num total de 13 286 trabalhadores). Se aferir­mos este valor apenas entre as empresas que detém trabalhadores com deficiên­cia ao seu serviço, este valor passa para 1,3% (108 num total de 8186), o que demonstra a clara sensibilidade das em­presas cuja opção pela responsabilidade social é já uma matriz da sua cultura or­ganizacional, sendo que 30% do total das empresas já detém nos seus quadros dois ou mais colaboradores portadores de deficiência .

Sendo que a deficiência mais comum entre os trabalhadores é física (88%) e que as suas habilitações na maior parte dos casos não chega ao 9º ano (71,4%), a matriz claramente social do nosso sec­tor fica nitidamente demonstrada pelo facto de 64% dos trabalhadores perten­cerem à área da produção e terem um vínculo à empresa superior a 3 anos em mais de 80% dos casos.

Poderemos ver alguns indicadores re­lativos ao referido inquérito nos quadros laterais.

De salientar que, no seguimento do inquérito efectuado, por ter entretanto verificado que existe um número consi­derável de empresas que mantêm ao seu serviço trabalhadores com deficiência mas que no entanto ainda desconhecem o enquadramento destes no sistema fis­cal e de segurança social vigente, tomou a AIMMAP a iniciativa de comunicar a cada uma das empresas que detêm cola­boradores com deficiência nos seus qua­dros, o regime aplicável em que se en­quadra a sua contratação.

Por fim, cumpre à AIMMAP congra­tular­se com tão elevado índice de res­postas a este inquérito bem como pelos resultados demonstrados, os quais tor­nam evidente que o tecido social, em grande parte composto por PME (mas não só), tem uma expressão de verdadei­ra solidariedade ao nível da humaniza­ção das empresas. Mas uma humaniza­ção produtiva, com sentido útil. Desde logo para os colaboradores que entram na organização, que assim adquirem uma resposta e um sentido para as suas vidas. Mas também para as empresas, que adquirem, com a admissão de tra­balhadores portadores de deficiência, mais­valias produtivas que contam para efeitos de conta de exploração como to­dos os restantes colaboradores, as mais das vezes com uma dedicação, um pro­fissionalismo e uma entrega que são fac­tores de exemplaridade e criação de no­vos paradigmas de actuação para todas as equipas.n

sexta-feira, 28 Março de 2008VIII

estudo

Dados globaisNº Empresas com trabalhadores com

deficiência

Nº Empresas sem trabalhadores com

deficiênciaTotal Empresas

% Empresas trabalhadores

com deficiênciaMicroempresa 1 16 17 0,6%Pequena empresa 26 53 79 15,6%Média empresa 24 36 60 14,4%Grande empresa 10 1 11 6,0%Total 61 106 167 36,5%

Trabalhadores com deficiência

Homens Mulheres Total %

Microempresa 1 1 1,0%Pequena empresa 25 2 27 1,5%Média empresa 36 6 42 0,7%Grande empresa 36 2 38 0,7%Total 98 10 108 0,8%

Por género

Homens MulheresMicroempresa 100,0% Pequena empresa 92,6% 7,4%Média empresa 85,7% 14,3%Grande empresa 94,7% 5,3%Total 90,7% 9,3%

Número de empresas com trabalhadores com deficiência

1 Trabalhador com Deficiência

2 Trabalhadores com Deficiência

3 Trabalhadores com Deficiência

Mais 3 Trabalhadores com

DeficiênciaMicroempresa 1 Pequena empresa 25 1 Média empresa 16 5 3Grande empresa 1 2 1 6

Total 43 8 1 9

Percentagem de empresas com trabalhadores com deficiência

1 Trabalhador com Deficiência

2 Trabalhador com Deficiência

3 Trabalhador com Deficiência

Mais 3 Trabalhador com Deficiência

Microempresa 1,6% Pequena empresa 41,0% 1,6% Média empresa 26,2% 8,2% 4,9%Grande empresa 1,6% 3,3% 1,6% 9,8%

Total 70,5% 13,1% 1,6% 14,8%

Percentagem de trabalhadores por antiguidade

Até 3 anos Mais de 3 anos19,0% 81,0%

Percentagem de trabalhadores com deficiência por habilitaçõesAté 9º ano 9º-12º Ensino Superior Outro

71,4% 19,0% 7,6% 1,9%

Percentagem de trabalhadores com deficiência por tipo de deficiência

Física Intelectual Ambas88,0% 8,0% 4,0%

Percentagem de trabalhadores com deficiência por áreas de actividade

Administração Produção Outra

21,3% 63,9% 14,8%

A actualidade do sector metalúrgico e metalomecânico

www.aimmap.blogspot.com

www.tecnometal-revista.blogspot.com

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Seguro MultirriScoS Habitação

Assoalhadas decidem preço do seguro da casa

Santi Cianci antecipa evolução do seguro automóvel

“Já se chegou ao fundo do poçonas margens para diminuir preço”

ForMação

Caixa Seguros quer formar viveiro de mediadores

entreviSta a apolo leite

“Seguradoras estabelecem clausulados com preceitos leoninos”

SEGUROSDOSSIER MENSAL SOBRE O MERCADO SEGURADOR

VidaEconómicaESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1242, de 28 Março de 2008,

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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Santi Cianci, administrador-delegado da Generali, reconhece que o fenómeno de anulações atingiu proporções inesperadas em 2007 e espera que 2008 traga, pelo menos, maior estabilidade nos preços. Com os portugueses a mudar constantemente de seguradora à procura do preço mais baixo, as seguradoras vêem-se obrigadas a praticar tarifas reduzidas no ramo automóvel, aquele que tem gerado mais volatilidade das carteiras. Ainda assim, a Generali consegue manter-se em contraciclo no ramo automóvel, fechando o ano 2007 com uma subida de 1,3%. O resultado líquido da seguradora quase duplicou no ano passado.

Vida Económica – A Generali fechou o ano 2007 com um resultado líquido de 7,2 milhões de euros. O que contribuiu para que quase tivessem duplicado o lucro do ano anterior?

Santi Cianci – Em 2006 tínhamos sido afectados por um grande sinistro, que prejudicou muito os resultados desse ano. Depois, em 2007 fizemos uma revisão do nosso pla-no de resseguro, que nos permitiu uma protecção maior e apesar de termos sido afectados por outro grande sinistro, um incêndio numa fábrica de têxtil, conseguimos melho-res resultados. De uma forma geral, temos uma sinistrali-dade muito controlada no ramos automóvel e no ramo de acidentes de trabalho, que são os ramo onde há registo de maior sinistralidade. O nosso rácio de sinistralidade está ac-tualmente nos 66%.

VE – Acredita que é possível manter a sinistralidade a este níveis?

SC – Sim, é possível, apesar de as taxas de risco estarem a diminuir e o prémio ser consequentemente reduzido. A sinistralidade até poderá aumentar em função disso, não pelo número de sinistros, mas pelo valor dos prémios.

VE – Como é que a Generali consegue estar em contra-ciclo no Ramo Não Vida, que está praticamente estag-nado, quando a Generali regista uma grande subida?

SC – O mercado Não Vida está efectivamente estagnado, mas isso não quer dizer que tenha menos produção. Ele está estagnadas em função da redução das taxas. O volume de negócios diminui e o esforço para repô-lo é maior. Muitas vezes parece que estamos sempre a pedalar a bicicleta sem sair do lugar. Mas a Generali teve uma estratégia que, quanto a mim, foi muito acertada e que assentou no aumento da rede de distribuição, sem modificar a nossa política de subscrição. Mantivemos uma política muito cautelosa, sem baixar os prémios desnecessariamente para ganhar mercado. Estamos a aumentar a nossa penetração através do aumento da rede de mediadores.

VE – Não baixaram os preços?SC – Não. Obviamente acompanhámos a concorrência,

mas só até ao ponto em que é compatível com a nossa po-lítica. E a prova disso é que os resultados são bons. Cresce-mos 6,2% no Ramo Não Vida, mas, se não tivesse ocorrido o fenómeno da anulação de prémios, que afectou todas as companhias, o nosso incremento de produção nova era de 12,1%. Estamos a crescer a esse ritmo.

VE – E no ramo automóvel, em concreto?SC – No ramo automóvel estamos a crescer um pouco

menos porque não somos a companhia mais vocacionada para esse ramo. Na carteira dos ramos reais, o automóvel pesa 42%. A nossa carteira é muito equilibrada.

VE – Com a Lei das Cobranças foi notório o aumento

da volatilidade das carteiras das companhias, com des-taque para o ramo automóvel. A Generali está a apro-veitar de certa forma o fenómeno a seu favor? Há um saldo positivo entre a carteira que se perde e a que se ganha?

SC – Sim, o saldo é positivo. E a prova disso é o crescimen-to em todos os ramos. O ramo automóvel cresceu menos que os outros ramos, mas cresceu também. Mas em matéria de volatilidade nós também sofremos como as outras con-correntes. Não existe grande fidelização dos clientes. Esta-mos com um produto novo, que foi lançado em 2007, que tem algumas cláusulas que incentivam os bons condutores a permanecer na companhia com descontos de fidelidade. Isso tem ajudado um pouco, mas obviamente que existe uma grande procura pelo menor preço e nem sempre nós somos a companhia mais barata.

VE – O preço é o grande factor decisivo para a escolha do cliente?

SC – O preço é o grande factor decisivo. Mas a nossa car-teira de seguro automóvel é constituída em grande parte por frotas, o que significa que a falta de fidelização é de certa

forma compensada pela nossa maior actuação no sector em-presarial. E a nossa rede de agentes tem procurado fazer uma boa selecção de riscos.

VE – Teme que a fidelização dos clientes nunca mais volte aos velhos tempos?

SC – Este é um fenómeno que eu só consigo explicar até certo ponto. Porque eu pergunto: onde é que vão parar es-tes clientes quando terminam o ciclo de passar por todas as companhias? Eu nem queria acreditar que o fenómeno da anulação fosse tão violento em 2007. Foi impressionante! E foi horrível para todas as companhias.

VE – A Lei das Cobranças foi aplicada de forma de-masiado radical?

SC – Não, foi uma medida útil para uma certa moraliza-ção. Só é pena que as companhias não consigam obter uma certa compensação pelo risco já decorrido porque há sempre um período de tolerância.

VE – Mas acredita que a corrida desenfreada pela se-guradora que baixou o preço está a chegar ao fim?

sexta-feira, 28 Março de 2006 segurosII

Santi Cianci espera estabilidade dos prémios de seguro automóvel em 2008

“Já se chegou ao fundo do poçonas margens para diminuir preço”

Santi Cianci confessa que “nem queria acreditar que o fenómeno da anulação fosse tão violento em 2007”.

VE – Quantos mediadores tem actualmente a Ge-nerali?

SC – Trabalhamos com mais de 600 agentes activos. Evi-dentemente que há 20% destes 600 que são agentes prin-cipais. Não são exclusivos, mas estão preponderantemen-te ligados a nós. Nenhum agente é exclusivo. Os agentes principais têm geralmente mais de 60% da sua carteira na Generali. A estes juntam-se 60 corretores que trabalham também com várias companhias. Nós estamos a tentar ser uma das cinco maiores companhias em cada corretor. O nosso canal de corretagem tem 60 corretores, mais os mais fortes são cerca de 20.

VE – Há intenção de alargar a rede de agentes?SC – Sim. É o único sector que significativamente vai au-

mentar em número. Nos corretores queremos aumentar a nossa posição em cada um deles.

VE – Tem alguma meta a atingir?SC – O nosso objectivo está no crescimento e a nossa

intenção é crescer entre 13 a 14% em cada ano em ter-mos de volume de prémios. Portanto, a expansão da rede de mediadores deverá corresponder a um aumento do volume de negócios de cada um e ao aumento do número de agen-tes. Pensar em 30 ou 40 agentes em cada ano não será demais.

VE – Está assegurada a presença nacional?SC – Sim, embora a nossa presença esteja muito concen-

trada de Lisboa para cima. Não temos uma grande rede no Algarve, mas temos um escritório.

VE – Há intenção de aumentar o número de escri-tórios?

SC – Não, para já continuamos com nove escritórios. Só temos a intenção de aumentar o número de agentes princi-pais que inclusive têm a nossa imagem.

VE – Que zonas do país devem ser reforçadas?

SC – Porto, Braga, Guimarães e Viseu porque são as re-giões mais industriais. Mas Lisboa continua a ter a maior delegação e a partir de Lisboa controlam-se muitas ope-rações do Sul, principalmente nos sectores do comércio e hotelaria.

VE – Que novidades podem esperar os mediadores da Generali?

SC – Estamos a estudar um novo sistema de retribuições com novos incentivos para o ramo Vida. Consideramos que o ramo Vida deve ser melhor conhecido pelos próprios media-dores que não estão acostumados a vendê-lo, o que é uma pena, porque deixam esse espaço aberto para os bancos. A formação será dada nas nossas próprias instalações, aqui em Lisboa ou em auditórios para outras cidades. E são os próprios mediadores que nos pedem essa formação. Eles gostam que alguém lhes dê atenção. Parecem ser muito cor-tejados pelas companhias, mas no fundo são poucas as que fazem alguma coisa no sentido de melhorar a formação que lhes é dada. Porque explicar bem como funciona o produto é muito importante. E o mesmo é aplicável a alguns ramos Não Vida, como a responsabilidade civil e o transporte, que são ramos muito complexos. No ramo de transportes somos a quinta companhia do mercado, com 6% de quota de mer-cado, que é o dobro daquilo que habitualmente temos como um todo. E em responsabilidade civil temos condições para vender o Directors & Officers (D&O), pois fizemos finalmen-te um clausulado que pode ser aceite, além do mínimo obri-gatório. Estamos só a aguardar uma resposta definitiva de um ressegurador, porque pensamos em operar com valores muito altos. Mas o produto deverá ser lançado em Abril.

VE – Que efeitos terá a nova Lei da Mediação?SC – A lei trouxe um conjunto de medidas salutares para

profissionalizar uma actividade que é muito relevante. Não é justo que seja vendido um produto de uma finalidade so-cial tão relevante por quem não conhece. As pessoas têm de ser formadas e esta é uma actividade que dá muita satisfa-ção a quem a exerce.

Projecto de exPansão da rede comercIal Prevê aumento do número de medIadores e reforço junto dos corretores

“Queremos ser uma das cinco maiores em cada corretor”

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SC – Eu acho que já se chegou ao fundo do poço nas margens para diminuir preço. E quando houver uma certa estabilidade de prémios talvez se possa raciocinar melhor e procurar a companhia que pode oferecer melhor serviço porque com a actual procura da solução mais económica nem sempre se encontra o seguro de melhor qualidade.

VE – O que é que o cliente ainda despreza quando procura um seguro automóvel?

SC – Só os clientes mais informados é que se preocupam com a solidez da companhia com quem estão a estabelecer um contrato. Não sei até que ponto os outros segurados conhecem assim tão bem a sua seguradora. Alguns confiam muito no mediador ou no corretor e não sabem nada sobre a companhia. Este é o efeito do consumo indirecto porque se trata, na maior parte das vezes, de uma venda interme-diada.

VE – O consumidor português está pouco informado sobre seguros?

SC – O seguro de automóvel é comprado obrigatoria-mente e é geralmente mais conhecido porque o consumidor lida mais frequentemente com ele no dia a dia. De uma for-ma geral, acho que se podia fazer mais nos outros ramos.

VE – Depois de ter passado por outros mercados, onde lidou com outros perfis de consumidores, como avalia o consumidor português em matéria de seguros?

SC – O consumidor português está a começar a definir melhor as suas necessidades, ao mesmo tempo que toma mais cuidado com o preço, o que não é mau. É um direito do consumidor. Eu gostaria apenas que pequenas diferenças de preço não servissem, muitas vezes, para iludir o consu-midor, que não se apercebe que por trás de uma pequena diferença de preço pode estar uma grande segurança, em termos de solidez da companhia e de serviço.

VE – Qual é o vosso índice de anulações no ramo automóvel?

SC – Ronda os 10%, pelo que posso dizer que não é mau. Sei que há companhias com índices mais elevados.

VE – Porque não cresce o ramo automóvel? Em 2007 decresceu 2,9%.

SC – Um dos principais factores é a redução dos prémios. A sinistralidade global é boa. O número de veículos segu-ráveis é estável, não tem variado muito. Mas a tendência é para recuperar.

VE – E os preços vão subir?SC – Não. Os preços vão manter-se a este nível. Não vão

aumentar, mas também não creio que se possa reduzir mui-to mais. Também vai depender da sinistralidade. E mesmo que os preços venham a recuperar, nunca chegará aos níveis a que já tinham chegado nos últimos anos. Mas o o mercado vai ditar as suas regras.

VE – O aparecimento de novas seguradoras de venda directa vai influenciar esta recuperação do mercado?

SC – Claro, mas não muito, porque essas empresas tam-bém precisam de se sustentar com notoriedade. Têm de in-vestir muito em publicidade.

VE – Para as seguradoras ditas tradicionais, é preocu-pante assistir ao nascimento de novas seguradoras de venda directa?

SC – Eu diria que a maior preocupação deve estar a ser sentida pelos mediadores. Que eu saiba, são algumas dessas seguradoras que criaram uma companhia específica para a venda directa. No nosso caso, o raciocínio é ao contrário. Esse tornou-se num argumento para conquistarmos mais mediadores, que é o nosso objectivo. Os mediadores encon-tram aqui mais tranquilidade porque nós não vamos operar contra eles.

VE – Isso quer dizer que a Generali não vai abrir uma companhia de venda directa.

SC – Não, não está nos nossos planos. Pelo contrário, os nossos planos prevêem uma expansão da rede de mediadores. E temos em vista novos acordos comerciais com outros me-diadores e uma intensificação da presença no canal de corre-tores, que constituem praticamente metade da nossa rede.

VE – é possível aumentar a quota de mercado?SC – Claro que sim. Se nós continuarmos a crescer a este

ritmo e o mercado não reagir da mesma forma, é óbvio que devemos subir a nossa posição no ranking

VE – E é possível dar um grande salto nessa subida?SC – Não é esse o objectivo. Já estamos com uma factu-

ração satisfatórios. É verdade que não estamos nas cinco pri-meiras companhias, mas os resultados são bons para a nossa empresa-mãe, por isso não há motivo para preocupações. Há ainda muito espaço para crescer.

VE – E além do crescimento orgânico, há possibilida-de de crescer por aquisições?

SC – Por enquanto não tenho qualquer sinal nesse sen-tido.

seguros IIIsexta-feira, 28 Março de 2006

O ramo de saúde é o único onde a com-panhia perde dinheiro. É um ramo com uma sinistralidade muito elevada e o rácio combinado é negativo, por isso esta situação não pode continuar assim. Em certa parte, a companhia tem de assumir a sua culpa por não ter monitorizado melhor o andamento da carteira. Deveria ter agido de imediato, dando mais atenção à gestão, que é mui-to complexa neste ramo. Mas isso depende muito de uma estrutura técnica especializa-da, tanto na parte de subscrição, como no acompanhamento da gestão da carteira no seu dia a dia e nas duas vertentes, de seguro individual e de empresas que, no nosso caso, é onde actuamos mais. Há que ter também mais cuidado na liquidação de sinistros, pro-movendo mais acordos através da Advance Care, com redes de hospitais e médicos, por-que estes têm de entender que há um limite

para tudo. Por um lado, temos uma expan-são da utilização do seguro e, por outro, as seguradoras não podem permitir que não se possam conter os custos médicos. Se os cus-tos médicos aumentam muito e na mesma proporção não podem aumentar os prémios, temos uma equação de difícil sustento.

VE – O que vai mudar?SC – É preciso adequar os prémios às ne-

cessidades dos clientes porque nem todos os clientes têm de ter a mesma tarifa. Vamos desenhar planos específicos para a activida-de da empresa porque provavelmente o ris-co que existe numa fábrica não é o mesmo que existe num escritório, logo é justo que exista uma diferença em função dos risco.

VE – Quando estarão definidos os no-vos planos?

SC - Eu acredito que será no primeiro se-mestre, porque estamos agora a finalizar o reforço da área técnica. Contratámos um di-rector técnico e a partir daí será implemen-tado um plano de acção específico com a revisão das tarifas. Isto é urgente. É a priori-dade máxima da companhia neste momen-to. Só tínhamos duas opções: sair ou estar, mas estar muito bem. Este é certamente um ramo que vai interessar a uma grande par-te da população. Numa seguradora como a nossa quem tem known-how não existe ra-zão para que este ramo não seja trabalhado de uma forma mais especializada.

VE – Como deve ser encarado hoje o seguro de saúde por uma companhia?

SC – Muitas vezes o seguro de saúde foi considerado como uma prestação de serviço a mais num pacote que uma empresa coloca

numa determinada seguradora. É como se o seguro de saúde fosse um apêndice comple-mentar do pacote. Hoje não é mais assim. Aquilo que antes era um serviço esporádico hoje é um serviço quase básico. O seguro de saúde deve ser encarado como um ramo por si, como um ramo que tem de ter o seu equilíbrio. Já não serve o argumento de que se pode perder em saúde e ganhar noutros campos.

VE - Vão continuar ligados à Advance Care?

SC - Sim, estamos satisfeitos com o ser-viço. Além disso os nossos segurados estão habituados a uma determinada rede. Mas se for possível queremos melhorar o serviço, com maior rapidez de resposta, sobretudo nas questões mais graves, como os interna-mentos para as cirurgias.

Revisão das tarifas estará concluída no primeiro semestre

“Rever o seguro de saúde é prioridade máxima da companhia”

VE – A Generali tem operado sem canal bancário. A relação com o Santander poderá mudar esta situa-ção?

SC – A relação com o Santander já é antiga. É uma relação proveitosa. Fizemos recentemente um acordo ao abrigo do qual o Santander utiliza a nossa rede de agentes para distri-buir produtos, acoplando-lhes os nossos seguros.

VE – Mas há um projecto da assurfinance definido?SC – Há uma certa vontade em aumentar a penetração

na clientela de cada um. Estamos a estudar a melhor forma de actuação. De qualquer forma, não é um canal que possa mudar o nosso canal tradicional de mediadores e de corre-tores.

VE – Que produtos bancários podem ser vendidos pelos mediadores?

SC – Podem vender financiamentos, leasings e excepcio-nalmente podem acoplar nesses produtos o seguro de vida Generali porque o Santander tem uma seguradora Vida. Mas quando o negócio é trazido pelo nosso mediador, o seguro fica na Generali.

VE – Quem deu formação aos vossos mediadores parta vender produtos bancários?

SC – Fomos nós e a Associação Portuguesa de Seguradores (APS). Fizemos um acordo com a APS para que os nossos mediadores possam ser formados adequadamente.

VE - É difícil operar no ramo Vida sem um banco como parceiro?

SC – Sim, é difícil. A capilaridade da rede de um banco é fundamental. É uma necessidade de primeira mão fazer um seguro para proteger um bem objecto de um financiamento.

VE – Mas nos PPR os bancos ganham vantagem so-bre as seguradoras?

SC – Os bancos têm a oportunidade de apresentar esse produto como alternativa de investimento financeiro e de facto não deixa de o ser. É um produto com regras muito cla-ras, com rendimentos mínimos preestabelecidos e há quem tenha necessidade de recorrer a este produto a longo prazo para ter uma renda ou um capital na altura da reforma.

VE – Os portugueses ainda estão pouco preocupados em preparar a sua reforma?

SC – O PPR é uma forma incipiente para se preparar para o futuro. Até agora o sistema de Segurança Social tem sido bastante generoso na Europa. Até a última reforma tem man-tido grosso modo uma capacidade de ter na reforma um valor que não é certamente desprezível, mas que está sujeito a um tecto para os rendimentos mais elevados. O sector que está abrangido por esse tecto certamente estará mais desperto para este problema.

VE – As seguradoras poderão vir a ter um papel mais pre-ponderante nessa matéria?

SC – Sem dúvida. São as únicas entidades que podem assegurar isso com extrema transparência.

VE - O que pensa dos PPR do Estado?SC – Diria que no mínimo é um pouco inoportuno. É

um sector que tradicionalmente poderia ser deixado à livre concorrência. Pelo estudo que eu fiz, verifiquei al-guns pontos que considero vulneráveis no PPR do Estado. Todo o sector de seguros é sujeito a muitos controlos, até excessivos por vezes, mas isso é uma garantia. O Estado responde por si mesmo e pode estar sujeito a variáveis que não sejam para já previsíveis e que o levem mais tarde a mudar de regras.

VE – Com o aparecimento dos PPR do Estado, a car-teira dos PPR das seguradoras poderá vir a ser afec-tada?

SC – Pessoalmente, acho que não. Um segurado suficien-temente informado vai distinguir bem as duas situações. Este é um fenómeno que interessa sobretudo a quem quer mais do que aquilo que o Estado já lhe garante. O Estado garante um mínimo suficiente para a maioria da população, creio eu. É esse o seu papel: garantir o mínimo. Que o Estado entre numa actividade de natureza privada, não me parece muito bem. Existiriam outras prioridades, mas já existe um bom factor de comparação. Quem estuda minimamente o assun-to identifica as diferenças. A possibilidade e a liberdade de transferir o fundo quando e como quiser, fazendo todas as contribuições que quiser, até com extras, é um factor extre-mamente diferenciador.

seguradoras não vão perder clIentes de produtos para reforma

“PPR do Estado são inoportunos”

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Tranquilidade Casa é o novo seguro mul-tirriscos habitação que a companhia segu-radora do grupo Espírito Santo lançou a 11 de Fevereiro e que passa a definir o prémio de seguro consoante o número de assoa-lhadas da habitação coberta. Pela primeira vez no mercado de seguros multirriscos ha-bitação, não é necessário indicar o capital seguro na altura da subscrição da apólice, uma vez que será o número de assoalhadas do imóvel a definir o prémio de seguro. De T1 a T12, o novo seguro da Tranqui-lidade prevê um tarifário fixo, cabendo ao segurado escolher apenas um de três pla-nos de coberturas disponíveis (Essencial, Valor ou Exclusivo). As coberturas dispo-níveis nos três planos são praticamente as mesmas, variando apenas o capital coberto em cada um dos planos. Incluem as cober-turas básicas, como incêndio, danos por água, inundações e riscos eléctricos, entre outras. Artur Duarte, director de Marke-ting da Tranquilidade, realça ainda o facto de as coberturas base incluírem coberturas tradicionalmente facultativas. “Coberturas como riscos eléctricos, danos estéticos ou pesquisa e reparação de avarias já se encon-

tram no pacote de coberturas base de todas as opções”, destaca Artur Duarte.

Também para a cobertura de recheio, o cliente apenas terá de escolher um de três níveis de capital a segurar. Neste caso, o va-lor escolhido até pode nem corresponder ao real valor dos bens, podendo o cliente optar pela cobertura de recheio até 25, 50 ou 100 mil euros. Terá ainda à disposição um leque de coberturas adicionais, onde se incluem os fenómenos sísmicos ou a cober-tura de acidentes pessoais. Para os objectos especiais e de valor são igualmente defini-dos limites máximos de indemnização, dei-xando de ser obrigatória a declaração nos mesmos na apólice.

Além de procurar operar neste segmento com um preço competitivo face aos demais concorrentes, a Tranquilidade fez questão de inovar em várias vertentes, apostando na simplicidade e clareza da informação. Por isso estabeleceu uma franquia fixa no valor de 100 euros e eliminou a regra da proporcionalidade. É esta a regra que a ge-neralidade das seguradoras aplica perante um sinistro. Assim, se o cliente tiver segu-rado a sua casa em 50 mil euros, por exem-

plo, e na sequência de um sinistro o perito avaliador considerar que ainda restou pa-trimónio no valor de 20 mil euros, a segu-radora apenas pagará a proporção restante. Com este seguro, a regra da proporcionali-dade será eliminada e a indemnização será sempre calcu-lada com base no número de a s s o a l h a d a s do imóvel. “A simplicidade e clareza na in-formação per-mitirá reduzir os conflitos entre clientes e seguradora. No momento da indemniza-ção, o cliente não tem dú-vidas de qual será o valor que irá rece-ber”, explica Artur Duarte à “Vida Eco-nómica”.

Também os mediadores vêem o seu trabalho facilitado com este novo produto, alega o director de Marketing da Tranquilidade. “As dificulda-des de indicar um capital correcto e actu-alizado foram eliminadas. O mediador ti-

nha muitas vezes o papel de consultor, pois muitas pessoas não sabiam o valor pelo qual deviam segurar os seus bens. Agora basta indicar o número de assoalhadas da habitação. E os mediadores têm também a possibilidade de vender um produto com-

petitivo e com um dos pacotes de cober-turas mais completos do mercado”, reitera Artur Duarte.

ANA SANTOS [email protected]

Tranquilidade já lançou seguro inovador para habitações

Assoalhadas decidem preço do seguro da casaDesde 11 de Fevereiro que a Tranquilidade está a comercializar um novo seguro multirriscos habitação, em que o cliente já não tem de indicar o capital a segurar. É o número de assoalhadas do imóvel seguro que vai determinar o prémio a pagar, podendo o cliente optar por três níveis de coberturas. O seguro pode incluir também o recheio da habitação.

PPR – Plano Poupança Reforma e as chinesicesLuiz FiLiPeActaseguros - Corre-tores de Seguros, S.A.

Quando se compra qualquer produto, é comum verificar a sua proveniência, ha-vendo duas siglas que quase fazem parte do nosso dia-a-dia: a CE, para os produ-tos fabricados na União Europeia, e RPC para os oriundos da República Popular da China. Ora, vem isto a propósito da sigla lançada com pompa e circunstância neste mês de Março e que tem a ver com um denominado RPC-Regime Público de Ca-pitalização.

Ora enquanto nos produtos oriundos da China estes fazem concorrência com os oriundos da União Europeia, atendendo aos custos fixos e outros serem reduzidos em comparação com as cargas e protec-ções de Segurança Social que existem na União Europeia, o produto RPC lançado em Portugal, tem mais a ver com a necessi-dade de obtenção de um fluxo financeiro, à troca duma mão cheia de quase-nada. Ou seja, é um produto único e exclusivo lançado para quem não tem preocupações de leitura com as condições de subscrição e que a partir do momento da assinatu-ra fica agarrado ao produto sem hipótese de poder reaver o valor “investido”, até nos fazendo lembrar os seguros de parte substancial das operadoras telefónicas pela pretensa facilidade de subscrição e ainda mais pela dificuldade logística e não só do cliente ou do terceiro poder dialogar com a seguradora por altura da regularização de um sinistro.

Ora, para verificarmos se um produto ou serviço é caro ou barato, ou se é bom ou mau, há que primeiro tentar nivelá-lo com aquele que entendemos ser o melhor. Compararmos Portugal com o Burkina Faso, o faisão com o frango de aviário ou o PPR com o RPC é o mesmo que dizer que ambos são países soberanos, os dois pertencem à categoria das aves e estes são produtos de capitalização, nada mais.

Em 1989, quando foram lançados os PPR, foi diagnosticado que seria produto para estar nas prateleiras. Contudo, a atenção e disponibilidade dispensa-da por parte significativa de mediadores fez com que o sucesso fosse cons-truído no dia-a-dia, sen-do que, em 1994, cerca de 1% dos portugueses já o tinham subscrito e houvesse nesse ano uma primeira redução dos benefícios fiscais até aí vigentes. Posteriormente têm havido diversas turbulências, tendo as mesmas atingido o seu cume quando um ministro oriundo da banca/seguros e forte defen-sor dos PPR entendeu por bem incutir a eliminação de todos os benefícios fiscais quando chegou ao Governo (e depois ad-miram-se com a má imagem que os políti-cos têm na opinião pública geral, em que

os assemelham por vezes ao feijão frade, sem culpa para esta leguminosa, entenda-se). Quando o Governo foi demitido, fo-ram os benefícios fiscais repostos, embora com ajustamentos.

Neste mês de Março e com o lança-mento do RPC aparece um arauto a transmitir que para combater o produto há que reduzir as comissões que os me-diadores auferem nos PPR, que por vezes alcançam 1%. Em primeiro lugar há que

nivelar o produto e sa-bemos que se um cliente subscritor do PPR tiver necessidade de movi-mentar o seu plano o pode fazer, desde que devolva o benefício fis-cal adquirido, acrescido duma penalização. No caso do produto ora lan-çado não é possível, pois entregou e está entregue, não se fala mais nisso.

No produto PPR existem rendimentos garantidos por parte das seguradoras, com atribuição de um rendimento mínimo ga-rantido aquando a subscrição da apólice e em que regra geral é adicionado um “plus” correspondente à rentabilidade da apli-cação dos valores entregues pelo cliente e que têm de ser aplicados da forma que se encontra legislado e com a supervisão da entidade competente. No produto

RPC não há garantia de nada, ou melhor, a única garantia é que o cliente entregou o dinheiro, mas isso ele sabe-o. E outras mais que nos esquivamos a esmiuçar, por exaustivas.

No que concerne à redução de comis-sões, para aqueles que como nós até temos dupla tributação, entendemos perfeita-mente, alvitrando contudo que os médi-cos também não devam receber nada pela sua actividade, que os políticos não têm direito a auferirem remunerações seja pela vida pública ou pelos escritórios privados e que para simplificar os agricultores de-veriam vir para as cidades venderem os seus produtos, para então passarmos a ter, como na Idade Média, o slogan: “Do pro-dutor directamente para o consumidor”. Ou seja, o nível de desenvolvimento é vis-to por alguns como a necessidade de todos andarem a esmolar e esta é a visão estraté-gica que possuem que basicamente assenta num nivelamento por baixo, dando graça às observações que fazem, não fosse tanta incompetência que por aí grassa de uma forma subjacente.

Caso tenha sido um dos (in)felizes ade-rentes dos RPC (não é República Popular da China – aqueles dos olhos pequenos), entregou, está entregue...

Caso contrário, não vá em chinesices e faça ou reforce o seu PPR num mediador, como o fazem a generalidade dos portu-gueses.

No RPC não há garantia de nada, ou melhor, a única garantia é que o cliente entregou o dinheiro

sexta-feira, 28 Março de 2008 segurosIV

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“Queremos alimentar as nossas redes co-merciais e construir um viveiro de media-dores profissionais”, revela Fausto Nunes, responsável da Direcção de Projectos e For-mação de Rede da Caixa Seguros. A Fideli-dade Mundial começou em Setembro com 41 novos candidatos e a Império Bonança recrutou mais 105 no ano passado. Aqui, o projecto de formação de gestores de clien-tes já está em velocidade de cruzeiro, mas na Fidelidade Mundial dá ainda os primei-ros passos, replicando o modelo utilizado com sucesso na “companhia-irmã”. Fausto Nunes garante que “há sempre necessidade de renovar a rede de mediação de forma muito estruturada, com metodologia de trabalho, objectivos e incentivos”, por isso há nove anos que está a ser aplicado o projecto de Gestores de Clientes, naturalmente adaptado ano a ano a novas exigên-cias do mercado.

O recrutamento é fei-to dentro de cada com-panhia, com base no tra-dicional “boca-a-boca”. Assim, quem chega pela Fidelidade Mundial irá manter-se na compa-nhia e quem chega pela Império Bonança deverá manter-se ligado à mar-ca. Apesar disso, a for-mação inicial é comum para os candidatos das duas empresas. Antes de integrarem o projecto propriamente dito, os candidatos terão de frequentar o curso de certificação de mediadores, com duração de 133 ho-ras, cuja aprovação é condição de acesso ao projecto de formação de gestores de clien-tes. Ao abrigo da nova lei da mediação, o Instituto de Seguros de Portugal deixou de ser responsável por essa formação certifica-da, delegando nas companhias essa função. É, por isso, depois de superada essa pro-va, que geralmente dura um mês, que os candidatos ingressam verdadeiramente no projecto de formação de gestores de clien-tes, com duração de três anos.

Incentivos para começar

Nos primeiros três meses do projecto, os candidatos mantêm-se em formação. “Há uma equipa de formadores exclusivamente dedicados a esta função e é assegurada for-mação específica em produtos, informática e assurfinance. Os gerentes e os gestores de mediadores encarregam-se de dar formação sobre os produtos que estão disponíveis para comercialização. Os colaboradores da Direcção de Financiamento Imobiliário e da Caixa Leasing e Factoring são chamados a dar formação em assurfinance”, explicita Fausto Nunes à Vida Económica.

A partir do segundo mês do projecto, os candidatos já têm de “ir para a rua” e co-meçar a colocar os conhecimentos em prá-tica. Durante esse período estão também inseridos num esquema de incentivos, que além de assegurar a sobrevivência durante o projecto permite desde logo o enquadra-mento na lógica de mercado, uma vez que o incentivo se torna mais atractivo à medi-da que as vendas vão ganhando dimensão.

“A Caixa Seguros tem uma tabela de incen-tivos definida para cada mês do projecto, que é revista e reduzida no segundo ano do projecto e novamente reduzida no tercei-ro ano, pressupondo-se que nessa altura as comissões de venda já serão significativas e dispensarão o ‘subsídio’ que o incentivo constitui”, interpreta Fausto Nunes.

De formandos a donos de loja

A taxa de abandono do projecto é infe-rior a 20%, o que deixa os responsáveis da Direcção de Projectos e Formação de Rede bastante satisfeitos. “Alguns saem, outros não têm sucesso ou preferem ir trabalhar para a concorrência. Mas são uma minoria. E há ainda quem abandone o projecto an-

tes de o concluir, mas por terem conseguido uma carteira de clientes de tal forma volumo-sa, que já lhes permite lançarem-se noutros voos, como por exem-plo abrir uma loja fran-chisada”, revela Fausto Nunes, para quem “é considerado bem suce-dido o gestor de clien-tes que continua na actividade de mediação e com vínculo de exclu-

sividade”. Hoje, das 176 lojas franchisadas da Império Bonança, 43 delas estão a ser conduzidas por 57 gestores de clientes oriundos deste projecto. Só nessas lojas foram subscritas mais de 17 mil apólices, correspondendo a uma facturação superior a 23 milhões de euros.

Sinal evidente do sucesso do projecto é o volume de negócios que os gestores de clientes recém-entrados na Império Bo-nança já trouxeram para a companhia. Em 2007, os gestores de clientes facturaram 6,4 milhões de euros, o que representou já 2% dos resultados da Império Bonança. E houve mesmo casos de estrondoso sucesso, como em Viana do Castelo, onde o con-tributo chegou aos 10%, ou do Montijo, com 9%.

Na Fidelidade Mundial, com o projecto ainda a começar, o objectivo para este ano é conseguir edificar uma rede de 150 gesto-res de clientes activos, com uma facturação prevista de 500 mil euros, correspondente a 9000 contratos. Na Império Bonança, os objectivos passam por um aumento de 50% no peso dos gestores de clientes nos resultados globais da companhia.

O custo com o projecto vai diminuindo à medida que os anos passam. Baseado so-bretudo em recursos internos, o custo de exploração com a formação representou no ano passado 5,7% do volume de prémios processados, quando em 2006 essa percen-tagem era de 7,5. A formação é dada em Lisboa e no Porto, em espaços próprios. É no piso -1 da sede da Império Bonança, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, que se juntam grande parte dos formandos e formadores deste projecto. As turmas são compostas por grupos de 9 a 15 elemen-tos e só para este estão já projectados 12 cursos para certificação de mediadores para

Projecto de formação de gestores de clientes já conta com nove anos de sucesso

Caixa Seguros quer formar viveiro de mediadores

seguros Vsexta-feira, 28 Março de 2008

as duas companhias da Caixa Seguros. São depois enquadrados numa agência e num gestor de mediadores, consoante a sua área de residência. O vínculo à companhia mantém-se. “Este segmento de gestores de clientes está muito bem preparado por-que recebe uma formação específica para si. Eles nascem para a profissão connosco, evoluem connosco e têm geralmente um grau de fidelidade às companhias muito grande”, constata Fausto Nunes. O respon-sável da Direcção de Projectos e Formação de Rede da Caixa seguros reconhece que “as seguradoras querem ser protagonistas

directas do trabalho para as suas redes e não abdicam desse papel”. Para Fausto Nu-nes, “as seguradoras estão dotadas de todo o conhecimento para formar os melhores profissionais na área da mediação”. Certo de que a nova geração de mediadores está a receber a preparação adequada, Fausto Nunes acredita, por isso, que os melhores serão “os profissionais que souberem aliar o conhecimento técnico ao conhecimento do cliente, do mercado e da estratégia da companhia”.

ANA SANTOS [email protected]

Desde Setembro que a Fidelidade Mundial está a pôr em prática um projecto de formação de Gestores de Clientes, replicando o modelo que a Império Bonança usa há nove anos. É assim que a Caixa Seguros promove a renovação da sua rede comercial, formando “dentro de casa” a nova geração de mediadores de seguros. O projecto tem um elevado índice de sucesso e deverá integrar este ano cerca de duas centenas de novos profissionais.

43 lojas franchisadas da Império Bonança estão a ser conduzidas por 57 gestores de clientes oriundos deste projecto

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É com grande espanto que tomei co-nhecimento que, para os analistas financeiros e sector bancário, a acti-

vidade de mediação de seguros é uma ac-tividade de elevado risco para concessões de créditos e operações financeiras, mes-mo com toda a regulamentação existen-te, garantias financeiras e supervisão, não exigíveis em quase mais nenhuma outra actividade económica.

Dizia alguém a este propósito, e oriun-do de uma seguradora, que em Portugal a actividade de mediação de seguros conti-nua a ser alvo de um ataque cerrado por parte das seguradoras, nomeadamente com as seguradoras telefónicas que não são mais do que “call centers”, fazendo com que esse acto de gestão signifique o redimensiona-mento dos recursos humanos das segura-doras base, transferindo e dando trabalho ao excedente agora existente nelas mesmo, resultantes da transferência de funções que recaíram sobre os agentes da mediação, como a emissão das apólices e outros rela-tivos à actividade de “fronting” e, por ou-tro, ainda dos excedentes vindos das fusões e aquisições!

Muito embora seja uma mais-valia aten-der bem o cliente, e com isso dar mais um complemento de serviço, também o é se a actividade de distribuição fosse remune-rada convenientemente sobre esse serviço, tornando a distribuição da rubrica “encar-

gos” mais equitativa pela intermediação, ou seja, relançar de facto a remuneração sobre o serviço prestado através de uma maior equidade relativamente aos cus-tos que cada interveniente detém sobre a operação, o que é perfeitamente legítimo, dado que é exactamente aí que neste mo-mento a indústria vê como potencial ne-gócio o “seguro low cost”, através das se-guradoras telefónicas.

Ainda iremos assistir, daqui a bem pou-co tempo, essas “seguradoras low cost” a operar em Portugal e o seu “call center” estar, por exemplo, em Cabo Verde (como é o caso da PT no serviço 118) ou em outra parte qual-quer do mundo, onde os salários são muitíssi-mo menores e com isso diminua ainda mais o custo sobre a operação do seguro, mantendo-se a política, a longo prazo, de crescimento por preço baixo.

No entanto, e em breve, esta situação não servirá a nenhum dos “players” no mercado, pois estamos a enfraquecer si-multaneamente os canais de distribuição tradicionais, que necessariamente irão en-cerrar as suas portas, mandando nova-

mente para as seguradoras os encargos re-lativos ao atendimento e, por outro lado, engrossando novamente os custos das se-guradoras, ou seja, uma verdadeira “pes-cadinha de rabo na boca”, pois muitos não vão conseguir manter o nível de ven-das que mantenha as comissões neste mo-mento, fazendo com isso perigar a renta-bilidade do negócio.

A mediação profissional não se pode es-quecer que o consumidor prefere esse ca-nal, mesmo que, por vezes, seja mais dis-

pendioso, pois nunca foi preço que venderam, mas sim um serviço de excelência, que mesmo os nossos parceiros não conseguem desenvol-ver, dada a proximida-de que detêm para com o consumidor.

Por outro lado, se-ria um erro fatal se a indústria promovesse parcerias com parceiros que tornou fracos, pois essas parcerias vão con-

certeza, em algum momento, ser prejudi-ciais para quem as promove por falta de sustentabilidade económica e financeira.

De facto, a meu ver, as seguradoras não podem mais ignorar os empresários da mediação e ser capazes de dialogar com

eles através de pessoas dotadas de capaci-dade decisiva, fazendo sentir ao seu inter-locutor que é, mais do que nunca, rapidez na decisão e na resposta.

Por outro lado, e num mercado em que a dimensão das empresas de media-ção é relativamente pequena, resultando que muitas são constituídas, em média, por duas pessoas, as parcerias são feitas um pouco “leoninamente”, dada a falta de “importância” que muitas vezes não permite ao mediador poder discordar, e daí se verificar que muitas das empresas de mediação estão, neste momento, a as-sinar os contratos com cartas de protesto anexas, o que não tem efeito jurídico, mas que não deixa de ter uma leitura política de desagrado, o que é grave!

Identificados que estão os problemas, e dada a gravidade dos mesmos, não po-demos pedir aos analistas financeiros e à banca que detenham outra análise sobre nós que não seja a de nos classificar como de risco elevado.

A APROSE, neste âmbito, tem uma pa-lavra a dizer, e tem-no feito por diversos momentos e nas variadas circunstâncias, mas cabe principalmente a cada um de nós, não só darmos um sinal evidente de união, como também sermos inventivos e arrojados para que consigamos vencer nas vicissitudes de um mercado extremamen-te saturado e global.

calendário de eventos da actividade seguradora abril/2008

data eventolocal organização contactos e informações

cidade endereço telefone Fax e-mail Web page

29/03/08 Testes de aptidão

para candidatos a

membros CNPR

Lisboa R. Castilho, 14 CNPR 226068871 226067822 [email protected] www.cnpr.pt

1/04/08 Workshop: Seguro

de transporte de

mercadorias

Lisboa,

Associação

Comercial de

Lisboa

R. Portas de Santo

Antão, 89

F. REGO 213187101 213187109 [email protected] www.apat.pt

2 a

4/04/08

Curso: Ferramentas

de melhoria contínua

da qualidade

Lisboa R. Rodrigo

Fonseca, 41

APS 213848142 213841430 [email protected] www.apseguradores.pt

3/04/08 Workshop: Seguro

de transporte de

mercadorias

Porto, Hotel

Tryp Porto

Expo

Rotunda Exponor F. REGO 213187101 213187109 [email protected] www.apat.pt

7/04/08 Lançamento do livro

de Miguel Silveira

- A Qualidade do

Serviço dos Seguros

Aveiro Livraria da

Universidade de

Aveiro

Principia 214678710 214678719 [email protected] www.principia.pt

7 a

22/04/08

Curso: Seguros de

Responsabilidade

Civil Geral

Lisboa R. Rodrigo

Fonseca, 41

APS 213848142 213841430 [email protected] www.apseguradores.pt

8/04/08 Conferência:

Responsabilidade

Ambiental

& Garantias

Financeiras

Lisboa VIP Grand Lisboa

Hotel

MDS &

E.VALUE

217712634 213845269 inscricoes.

responsabilidadeambiental@

leading.pt

www.mds.pt/

conferenciaambiente

18/04/08 Seminário:

Prevenção da

fraude na indústria

seguradora

Lisboa Olissipo Hotel

Oriente Parque

CNPR 226068871 226067822 [email protected] www.cnpr.pt

30/05 a

2/05/08

BIBA 2008

Conference

Glasgow SEEC Glasgow BIBA +442073970221 +442076269676 [email protected] www.biba.org.uk

29/06 a

1/07/08

IX Congreso

Nacional de Agentes

y Corredores de

Seguros

Espanha Zaragoza CGCMST +34914111301 +34915622702 [email protected] www.

mediadoresdeseguros.

com

A pescadinha de rabo na bocaPEDRO CARDOSOVice-Presidente da Direcção da APROSE

Estamos a enfraquecer os canais de distribuição tradicionais, que necessariamente irão encerrar as suas portas

sexta-feira, 28 Março de 2008 segurosvi

Page 63: “SEGuRaDORaS ESTabELECEM CLauSuLaDOS Grandes empresas ...ve_ed1242... · partidário português. E o que se diz no PSD caberá, também, “mutatis mutan-dis”, na análise eventual

Na recente remodelação directiva, foi-lhe entregue o pelouro dos agentes de seguros. Como encara tal responsa-bilidade?

Não lhe chamaria remodelação directiva, procedeu-se a uma simples adaptação das funções às designações formais estatutárias dos correspondentes cargos. Mas sinto que a minha responsabilidade actual não difere da que já tinha. Creio que o organigrama directivo actual conduzirá a uma adequada repartição de tarefas tendente a um relacio-namento sectorial mais próximo e persona-lizado com os nossos associados, contando, obviamente, com a indispensável colabora-ção dos mesmos.

Que iniciativas desencadeará a APROSE nesse âmbito?

No Programa de Acção está prevista a proclamação do Ano do Agente (2008), em resposta ao notável incremento do número de associados que solicitaram a sua inscri-ção no ano transacto, sobretudo agentes. A APROSE procurará sensibilizar a super-visão e a tutela para as alterações julgadas justas e necessárias para a defesa da vertente patrimonial dos agentes em sede da lei ac-tual e respectiva regulamentação, através da obtenção da desejável equidade na contra-tualização do relacionamento seguradora/agente exigida pela referida lei, esperando o melhor acolhimento para esse efeito por parte das seguradoras. A APROSE procu-rará também identificar as perplexidades e os anseios dos agentes, perante os desafios derivados de uma concorrência caótica e da degradação da situação económica do país. Procurar-se-á elaborar um calendário possí-vel de reuniões regionais onde a densidade de associados o justifique.

Como descreveria a situação vigente quanto à negociação dos contratos de mediação?

A expressão “negociação dos contratos de mediação” parece ter um sentido me-tafórico, atendendo a que as seguradoras, usando a sua posição dominante na rela-ção contratual e a fragilidade dos agentes implícita na imposição legal da subscrição de contratos para que possam continuar a operar, estabelecem clausulados com alguns preceitos leoninos, causando fundados re-ceios nos agentes no que concerne a direi-tos de propriedade e de transmissibilidade das carteiras de seguros, a que se junta a prerrogativa das seguradoras poderem es-tabelecer os valores de comissionamento de forma discricionária. Daí a relutância de-monstrada por muitos agentes (eu próprio também) em aderir aos contratos que lhes são apresentados, sabendo, no entanto, que terão de o fazer até ao final deste ano sob pena de perda das carteiras. Ou até antes, a fim de evitar retaliações sob a forma de redução arbitrária dos níveis de comissiona-mento, inibição da capacidade de cobrança, impedimento de acesso a ferramentas de trabalho e outras. É um corte abrupto com

a tradição de independência dos agentes em face das seguradoras e de segurança quanto ao valor de um património conseguido com esforço ao longo de muitos anos e que se tinha por garantido. Na tentativa de levar ao limite de razoabilidade a defesa dos interes-ses dos agentes, a Direcção da APROSE irá ponderar a hipótese de arguição de inconsti-tucionalidades no que respeita a alguns dos preceitos mais gravosos consignados na lei actual e respectiva regulamentação, se não for possível obter um consenso com as segu-radoras que satisfaça todas as partes, com a aprovação da supervisão e da tutela.

Crê serem muito diferentes os pro-blemas colocados pela nova lei aos agentes e aos corretores de seguros?

Existem problemas diferentes e semelhan-tes. Nas semelhanças, além dos problemas que possam ser causados por deficiente in-terpretação dos deveres de natureza ético-profissional, mencionaria a inovação das contas-clientes no que respeita à respectiva movimentação e registos contabilísticos. As diferenças são acentuadas na caracterização jurídico-formal de cada uma das categorias. Dado que os agentes operam “em nome e por conta” das seguradoras, o problema já foi exposto na resposta anterior. Já a inde-pendência dos corretores face às seguradoras torna-os aparentemente imunes aos capri-chos estratégicos das mesmas, mas cria ou-tras obrigações passíveis de gerar problemas de natureza financeira e operacional – ga-rantias bancárias, dispersão de carteiras e outras – a que se pode acrescentar a inibição do exercício de qualquer outra actividade que comprometa os princípios da indepen-dência e da análise imparcial das diversas opções existentes no mercado da subscrição, em termos de preços e coberturas.

Parece consensual que a aquisição e ma-nutenção da qualidade de corretor será uma função decisiva de uma dimensão crítica bastante apreciável do volume de negócios e dos recursos humanos e técnicos indispensá-veis para esse efeito, não sendo de estranhar, portanto, a dinâmica de fusões e aquisições que se desenrolam na actualidade, a par da passagem voluntária de alguns corretores à categoria de agentes. Poderá vir a surgir outro problema novo para os corretores, se estes fo-rem obrigados a negociar com os tomadores o preço do serviço prestado e já não com as seguradoras, a exemplo do que acontece em países de cultura germânica, a fim de levar ao limite a sua independência das seguradoras. Parece-me tratar-se de um hipotético proble-ma a evitar, dado não existir neste país esse tipo de interacção com o mercado.

Preocupam-no as pressões crescen-tes quanto ao risco de desintermedia-ção? Qual deverá ser o papel dos me-diadores em termos de reacção?

Ora aí está uma questão que, em conjun-to com a bancassurance, vem colocando boa parte da mediação à beira de um ataque de nervos. Não sendo a bancassurance um fe-

nómeno de desintermediação, mas antes um sistema de mediação não profissional que funciona legalmente através de coacção lesiva da liberdade contratual dos clientes e aprovei-tadora do estado de necessidade dos mesmos, haverá que analisar apenas a multiplicação recente das chamadas “seguradoras directas”. Será que a subtarifação, ainda que compen-sada pela redução dos custos operacionais, combinada com o excesso de oferta no ho-rizonte visível para o mercado típico dessas seguradoras, resistirá ao escrutínio do projec-to Solvência II? E esse mercado, distribuído pelas áreas metropolitanas mais importantes do país, estará disposto a manter relações ne-gociais com quem nunca vê? São perguntas de resposta difícil. Julgo que a atitude mais sensata consiste em ser paciente e tentar com-pensar algumas perdas, geralmente pequenas, com a aquisição de novos negócios, até que a situação se clarifique do ponto de vista dessas operadoras e do mercado. Um aspecto pa-rece-me incontornável: sempre que alguém, cliente ou não dessas seguradoras, necessita

de informações decorrentes de sinistros, de assessoria técnica e de análises comparativas do binómio preço / coberturas, tenta quase sempre acercar-se ou regressar ao mediador profissional. Essa é a nossa mais-valia em ma-téria de serviço prestado!

Em suma, mais do que nunca, impõe-se à mediação profissional a criatividade, ima-ginação e adaptação na conquista de nichos do mercado que se revejam no triângulo clássico em cujos vértices se encontram pes-soas físicas, em contraponto às linhas direc-tas em que tudo parece virtual. Finalmente, e na tentativa de esgotar as hipóteses de re-acção à ameaça, que pensariam os colegas mediadores de um contra-ataque comercial àquelas seguradoras que jogam nos dois campos? É claro que essa estratégia envolve os seus perigos e por isso depende de uma decisão estritamente individual. Ou então, já alguém se lembrou de se juntar ao presu-mível adversário de uma forma inovadora? Deixo essa e outras questões à meditação e ao arbítrio de cada um.

seguros VIIsexta-feira, 28 Março de 2008

A APROSE está a ponderar a hipótese de arguição de inconstitucionali-dades de alguns preceitos da lei da mediação e respectiva regulamentação, revela Apolo Leite.

Apolo Leite, vice-presidente da Direcção da APROSE, denuncia negociações difíceis entre agentes e companhias

“Seguradoras estabelecem clausulados com preceitos leoninos”Não está a ser fácil a negociação entre alguns agentes e as seguradoras com quem trabalho no estabelecimento da relação contratual, que tem de estar concluída até ao final deste ano, revela Apolo Leite, vice-presidente da Direcção da APROSE. A proliferação de seguradoras directas está igualmente na lista de preocupações da associação.

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editorial

sexta-feira, 28 Março de 2008 segurosViii

O ano do AGENTEA mediação de seguros em Portugal, enquanto activida-

de empresarial – seja individual ou sob a forma de pessoa colectiva – e até à recente revisão legislativa, teve como um dos seus principais protagonistas o denominado agente. São conhecidos – e reconhecidos! – os relevantes serviços presta-dos por aqueles operadores para o bom êxito do negócio dos seguros, intervindo a montante e a jusante, com profissiona-lismo e independência.

Nesses tempos, a actuação desses agentes de seguros con-fundia-se, frequentemente, com a actividade dos corretores de Seguros, já que ambos gozavam da mesma liberdade na escolha das empresas de seguros com quem colaboravam e onde “colocavam” as carteiras de seguros dos seus clientes.

Com a publicação da actual legislação que rege o acesso e exercício da mediação de seguros (Decreto-Lei 144/2006, de

31 de Julho), surgida por força da transposição para o Direito nacional de directiva comunitária que a enformou, veio a clarificar-se o “estatuto” de cada um dos actores da mediação, particularmente os agentes e os corretores, a saber:

Agente – categoria em que a pessoa exerce a actividade de mediação de seguros em nome e por conta de uma ou mais empresas de seguros ou de outro mediador de segu-ros, nos termos do ou dos contratos que celebre com essas entidades;

Corretor – categoria em que a pessoa exerce a actividade de mediação de seguros de forma independente face às empresas de seguros, baseando a sua actividade numa aná-lise imparcial de um número suficiente de contratos de seguro disponíveis no mercado que lhe permita aconselhar o cliente tendo em conta as suas necessidades específicas.

Concretiza-se, assim, a uniformização da nomenclatura da actividade no espaço da União Europeia, baseada em definições e princípios com os quais concordamos e, aliás, sempre defendemos.

Consequentemente, para que se realize em pleno a adequação dos agentes às dispo-sições do seu estatuto, concedeu o legislador um prazo – até 31 de Dezembro de 2008 – para que, nomeadamente, o agente de seguros estabeleça contrato escrito com as empresas de seguros onde tem carteira e em nome e por conta das quais irá exercer a sua actividade. Neste contexto, tal significa que o agente perdeu aquela característica de “independente” que antes ostentava, o que, repete-se, não se contesta. Até porque se o empresário assim o decidir, pode optar por passar ao estatuto de corretor.

O que se contesta – e com veemência – é que esta “reforma” possa ser feita à custa do património desses mediadores e com risco de sobrevivência para as suas unidades empresariais. Concretizando, se não houver condições para formalizar contrato com uma, ou mais, empresas de seguros, o agente perde o direito à carteira aí existente, isto

é, vê-se espoliado do seu património. O que seria, no mínimo, absurdo… Ora, para o evitar, o empresário em causa pode ver-se coagido a aceitar contratos com termos e condições gravosas para a sua actividade, o que constituiria novo absurdo. Impõe-se, por isso, que prevaleça o bom senso, o equilíbrio e o respeito mútuo nas negociações entre os agentes e as empresas de seguros, evitando estas o abuso da posição dominante que, aparentemente, detêm neste processo.

Estamos convictos de que assim será e, por esse importante desígnio, nos bateremos! Além de tudo, em coerência com a defesa dos interesses dos consumidores de seguros, de que esta actividade é paradigma! Por isso, a recém-eleita Direcção da APROSE ele-geu o ano de 2008 como o “Ano do Agente”, acto simbólico de reconhecimento pela importância da actividade e confirmação do empenhamento com que defenderemos os seus legítimos direitos.

Os PPR do Estado (ou “Aviso aos cidadãos incautos”)

Com “pompa e circunstância”, foi recentemente tornada pública a decisão do Gover-no de passar a comercializar “Certificados de Reforma”, vulgarmente conhecidos por PPR do Estado, com o objectivo de incentivar a poupança dos cidadãos com vista à melhoria da sua reforma. Compreender-se-ia e seria até motivo de louvor se a iniciativa tivesse sido tomada noutro contexto e noutra oportunidade. Isto é, não tivessem já sido “inventados” os PPR e, em boa hora, confiados à gestão privada, particularmente a instituições vocacionadas para a optimização de pequenas poupanças em aplicações de longo prazo, como o são reconhecidamente as empresas de seguros e as sociedades gestoras de fundos de pensões, as quais têm cumprido com rigor os objectivos preco-nizados com tal instrumento de poupança. Vem pois o Estado tornar-se concorrente da iniciativa privada, numa concorrência pouco ética, já que dificilmente se pode ser simultaneamente árbitro e jogador!

Por outro lado, critica-se também a oportunidade. Com efeito, atravessando os mer-cados financeiros uma das maiores crises dos últimos tempos, as “performances” dos gestores profissionais têm sido fortemente afectadas, por razões que escapam à sua competência. Só que o aparecimento da concorrência do Estado neste momento pode ser entendida como um “atestado de incompetência” aos actuais operadores do merca-do. E esses, por inverosímeis, são “sinais” que a economia dispensa …

A tudo isto acresce uma interrogação legítima: será que as “regras” definidas para este produto são para cumprir? Ou sujeitamo-nos a que o Estado, como o fez no passado e no presente, se arrogue o direito de alterar as “regras do jogo”, como são exemplo as sucessivas alterações ao regime de reforma da Segurança Social e ao “re-gulamento” dos Certificados de Aforro, sempre de cariz negativo para o contribuinte aforrador?

Oxalá os nossos receios sejam infundados. Mas fica o alerta!

O que se contesta, e com veemência, é que a reforma possa ser feita à custa do património dos mediadores e com risco de sobrevivência para as suas unidades

empresariais

António VilelAPresidente da APROSE

Pedro Seixas Vale, presidente do Con-selho de Ad-m i n i s t r a ç ã o da Allianz Portugal, en-cabeça a lista que concor-re à Direcção da Associação Portuguesa de Segu r ado re s

(APS). A assembleia-geral que irá ele-ger os novos órgãos sociais da APS para o quadriénio 2008/2011 está marcada para 2 de Abril, data em que será tam-bém aprovado o Relatório e Contas da associação.

A confirmar-se a eleição da lista apre-sentada, Pedro Seixas Vale deverá suce-der a Jaime d’Almeida na presidência da associação que representa mais de 99% do mercado segurador nacional.

Pedro Seixas Vale é candidato a presidente da APS

A Marsh criou um novo departamento de “Specialties” na sua estrutura operativa em Portugal, integrando nesse novo depar-tamento especialistas em Seguro de Crédi-tos, Responsabilidades e Riscos Financei-ros e Profissionais (FinPro) e ainda “Risk Consulting”. A criação do novo departamento integra um processo de reestrutu-ração do modelo de negó-cio da Marsh em Portugal, onde a corretora assume ter adequado a equipa às novas exigências.

Além do departamento de “Specialties”, a Marsh criou também uma área de Ope-rações, que integra a verten-te de “Placement”, que se dedica à melho-ria dos processos e clausulados junto dos mercados, e a vertente de ‘Claims’ que as-segurará aos seus clientes um acompanha-mento e um serviço adequado aos padrões mais exigentes da gestão de sinistros com

base nas melhores práticas do mercado. Foi ainda criada uma área de “Business Deve-lopment & Sales” que, de acordo com José Pirra Alves, CEO da Marsh em Portugal, “dinamizará a Marsh desde os aspectos re-lacionados com a comunicação e o marke-

ting, até a uma política co-mercial mais agressiva, capaz de garantir um crescimento orgânico efectivo”. Para José Pirra Alves não é difícil jus-tificar todas estas mudanças. “A nossa principal intenção foi a de tirar partido do me-lhor que a equipa pode dar, criando áreas transversais a toda a companhia, mais especializadas, permitindo

maiores níveis de eficiência e que possam ser claramente diferenciadoras para um mercado onde ainda há muito por fazer na área dos seguros, comparando com os mer-cados internacionais mais evoluídos”, alega o CEo da Marsh.

Marsh muda estrutura

A corretora criou uma área de Business Development & Sales