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Contribua: R$ 0,50 Mande sua denúncia! (11) 94351 0676 ocorneta.org Edição 83 Janeiro/Fevereiro 2018 Tiragem: 3000 exemplares ‘A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores’ K. Marx Apesar da baixa inflação oficial, salário desaparece ao final do mês O governo anunciou que 2017 termi- nou com a inflação mais baixa dos últimos 20 anos (2,95%). Mas vamos no mercado e pagamos as contas e notamos a mágica de sempre: o dinheiro desaparece ao final do mês. E cada vez desaparece antes! Está tudo mais barato? O baixo índice é justificado pelas au- toridades pela safra recorde registra- da em 2017, aproximadamente 30% maior que a de 2016. A produção de batata cresceu 11%; arroz, 17%; soja, 19%; feijão, 26%; e milho, 55%. Segundo o IBGE, o preço dos alimen- tos encolheu 1,87% e, por repre- sentar 1/4 das despesas familiares, exerceu o principal impacto negativo no índice oficial da inflação. Mas isso é apenas 1/4 das despesas familiares! Os outros 3/4 contêm elementos básicos que subiram bastante no último ano, como os custos com transporte, 4,10%; habitação, 6,26%; saúde, 6,52% e educação, 7,11%. Na verdade, esses índices, fundamentais para o peão, ficam escondidos atrás de preços de mercadorias de luxo que ele não consome e que não oscilam tanto. A mágica do governo ocorre porque ele se baseia no IPCA (Índice de Pre- ços do Consumidor Amplo), que faz uma média de mercadorias consumi- das por famílias que recebem entre 1 e 40 salários mínimos! Ou seja, esse índice coloca lado a lado o aluguel do peão e a compra do carro de luxo do patrão! Por isso a inflação oficial é totalmente diferente da inflação real que atinge o peão! E o poder de compra da peãozada? Para comprar temos que ter emprego, mas as novas vagas têm salários mais baixos! A crise econômica significa desemprego e miséria para nós. A Reforma Trabalhista é apenas uma forma da crise do capital. A tendência é o achatamento dos salários dos trabalhadores como um todo. Não basta olhar quanto a gasolina subiu em relação ao ano passado. É preciso olhar o quanto o salário médio do trabalhador subiu ou diminuiu. É o salário que compra tudo (o que consegue) e devemos defendê-lo! Governo rindo da nossa cara Mesmo com a inflação oficial baixa o governo conseguiu anunciar um reajuste do salário mínimo abaixo da inflação! Com o aumento de 1,81% em relação a 2017, acumula-se dois anos de perdas reais nos salários e aposentadorias baseados no piso nacional. A inflação oficial baixa tende a enfraquecer as campanhas salariais, completando o arrocho. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco- nômicos), no primeiro semestre de 2016, mais da metade dos reajustes salariais foram abaixo da inflação, e, em janeiro de 2017, menos da metade tiveram ganhos reais. A previsão dos economistas é de mais perdas pela frente e, como vimos, o salário nem de longe é salvo pela baixa inflação dos produtos alimentícios. Lutar por reajuste mensal dos salários de acordo com a inflação dos itens básicos! União do peão contra o dragão da inflação! COMISSÕES DE FÁBRICA: experiência da Massey-Fergunson, 1978 Entre maio e agosto de 1978, apro- ximadamente 100 mil trabalhadores em 132 empresas metalúrgicas realizaram greves na cidade de São Paulo conseguindo um aumento salarial médio de 15% e de 10% de antecipação. Consta ainda, nos registros do sindicato, a existência de 103 acordos de salários, sendo a maior parte efetivada via Comissão de Fábrica. Uma dessas comissões foi a da fábrica Massey-Fergunson da zona sul de SP como contam operários da época: “Desde 1974, existiu na Massey um grupo pequeno de pessoas (4 a 8) discutindo os problemas da fábrica, distribuindo responsabilidades entre si e tocando o trabalho. Essas lutas, apesar de parciais, tornaram-se mais organizadas e foram crescendo em qualidade até o ponto máximo da greve de 1978, quando se formou a Comissão de Fábrica e se juntaram as eleições sindicais metalúrgicas.” “As nossas reivindicações eram as seguintes: 21% de aumento, melho- ria no departamento médico, vale refeição, melhoria na alimentação e instalação de equipamentos de segurança em algumas seções.” “Nas reuniões preparatórias da greve fomos discutindo a importância de uma comissão formada por compa- nheiros combativos e de confiança.“- Na última assembleia, antes da greve, com a presença de 120 companhei- ros, com representantes de todas as seções, escolhemos a comissão. Na primeira comissão foram escolhidos dois representantes por seção.” “Decidimos parar na quarta-feira às 8h da manhã. A hora marcada foi ao final do apito para a entrada dos mensalistas. Foi uma sensação inexplicável. Fui entrando na fábrica e quando subia para minha seção ouvi todo aquele barulho de máqui- nas em funcionamento pararem de uma só vez, como uma bomba de água engasgada. A partir daí foi um corre-corre dos chefes, supervisores, diretores. A fábrica toda se mexia.” “Assim que a fábrica parou, fomos to- dos para a assembleia do restaurante. Participaram da assembleia 90% dos operários. Houve uma tentativa dos supervisores de criar divisões entre o pessoal e indicar elementos de sua confiança para a Comissão. Insistiam em chamarmos o sindicato para negociar. A assembleia rejeitou por maioria a participação do sindicato gritando: ‘O sindicato não, o sindicato não! Nós temos condições de resolver o negócio sozinhos.’ Quando os operários diziam não à participação do sindicato, referiam-se à diretoria por já ter traído a luta dos ônibus. Os operários não estavam contra o sindicato entidade, mas sim contra a participação da diretoria nas negociações, pois esta diretoria já era conhecida como traidora dos interesses da classe.” “Os dias foram passando e as nego- ciações não avançavam. Os patrões disseram que estavam encerradas as negociações e que não reconheciam mais a Comissão e no dia seguinte pediram para formar outra Comissão.” “Após o impasse com os patrões ficou mais claro para os compa- nheiros da Comissão que sem estabilidade não se podia negociar. Portanto, quando os patrões pediram para formarmos outra Comissão, só aceitamos depois de assinado na presença do DRT que legalizava a estabilidade. Nossa proposta era de dois anos e conseguimos.” “Nós confiávamos na firmeza da fábrica. Eles não voltariam ao trabalho sem o acordo firmado. Os patrões preparavam várias jogadas, mas os companheiros permanece- ram firmes, aguentando todas as pressões; mantínhamos a fábrica informada do clima das negociações e da importância de não ceder e não acreditar nos patrões.” Os critérios para escolha dos mem- bros da comissão eram companhei- ros mais combativos, que estavam na luta, possuíam conhecimento dos problemas da fábrica e tinham repre- sentatividade junto aos operários. Os trabalhadores conseguiram 15% de aumento, melhoria no atendimento médico e restaurante, instalação de equipamentos de segurança, diminuição da repressão interna e estabilidade de 2 anos para a comis- são. E mesmo com dificuldades foi possível dar continuidade ao trabalho e participar das eleições sindicais de 78 na chapa de oposição. (*) trechos retirados do livro “Comis- são de fábrica - uma forma de organização operária”, Editora Vozes, Petrópolis, 1981. Quem faz O Corneta? A força d’O Corneta vem dos trabalhadores que escrevem para o jornal desde que ele nasceu como boletim de greve na Colúmbia nos anos 80, na luta dos operários por uma comissão de fábrica livre do controle do patrão. O Corneta é uma publicação da Transição Socialista, uma organização política que existe para ajudar a organizar a luta da classe operária. Acreditamos que só um poder nas- cido do chão de fábrica, dos traba- lhadores organizados, pode garantir estabilidade no emprego e salário sem arrocho. Um futuro digno para viver! Nossa organização enfrenta os patrões representados na quadrilha corrupta do PT, PSDB, PMDB... que atuam conjuntamente no roubo da classe trabalhadora. Conheça a organização TRANSIÇÃO SOCIALISTA! transicao.org fb.com/TransicaoSocialista CIPA do peão! Tivemos eleição da CIPA na Ter- momecânica no dia 5/12/2017. No setor do Águia tem um colega de trabalho que estava afastado, voltou a trabalhar e se candidatou. O Águia ficou louco de raiva, mandou outros colegas entrarem para prejudicar este colega. O candidato do Águia ele mesmo deu dinheiro para pagar chocolate, caneta e cerveja. Deus é tão bom que mesmo trapaceando, mesmo dando dinheiro só tirou 15 votos e o candidato dos peão teve 78 votos! Ganhou de lavada. Chupa Águia, Masquerano, Tatu Bola Frango Doido e Trator! Aqui fazem, aqui pagam! O colega que ganhou na CIPA foi o mais votado na fábrica de todos os tempos! Eu quero ver o Águia falar que os peão não é unido no setor! A solução pra Bardella: unir os trabalhadores Mais uma vez fizemos greve para garantir o mínimo do mínimo: receber salário! Foram 30 dias de greve e ao final tivemos que voltar ao trabalho pra receber meio pagamento. Ainda falta o sindicato agendar os atrasos. Em Guarulhos todo mundo passou o fim de ano sem receber um centavo! A planta de Sorocaba voltou ao trabalho ainda em 2017 por conta da audiência judicial que impôs a ridícula multa de 100 reais/dia caso a empresa descumprisse o parcela- mento dos atrasados. Em Guarulhos nem isso! Na audiência no TRT, a empresa sequer levou uma proposta e ainda disse que tem que pagar os fornecedores antes! E por acaso os rotores e peças se montam sozinhos, sem o trabalho do peão? Nossa sina começou lá atrás, quando aceitamos aquela redução de jornada e salário. Ficamos sem moral! Mas a greve tá aí pra isso e os operários começaram a erguer sua voz. Antes o sindicato falava sozinho, agora o peão questio- Agora é Lula na prisão! Esta edição foi fechada antes do julgamento de Lula em Porto Alegre. Quando ela circular, também estarão circulando as mentiras divulgadas pelo PT e defensores de Lula. Dirão que Lula não pode ser con- denado pois ele teria o direito de- mocrático de concorrer às eleições, mas não têm coragem de assumir sua verdadeira posição: querem beneficiar apenas Lula, e alguns outros corruptos que poderão fazer o mesmo que ele. Quem divulga isso na verdade está defendendo um privilégio para Lula, um direito que nenhum trabalhador tem! A verdade é que Lula mergulhou de cabeça na lama, e há provas de sobra. Enriqueceu e comprou votos como qualquer político corrupto, para aprovar leis terríveis, como a reforma da previdência feita por ele contra nós. É um traidor dos trabalhadores, que vendeu suas habilidades para andar lado a lado com os patrões. Lula virou as costas aos operários, os operários devem virar as costas a Lula! Que seja julgado e preso! na recuperando a sua força. A empre- sa traz gente pra entregar currículo, estimula os fura-greves, mas a greve é legítima! Como um companheiro disse na assembleia: é 50% mais um. A maioria organizada, com o apoio do sindicato, é capaz de fazer valer sua vontade. Se precisar de uma nova greve, a experiência das últimas vai servir pra gente avançar! Cartaz da Transição Socialista Greve dos metalúrgicos da fábrica Massey-Ferguson, São Paulo, 1978

Apesar da baixa inflação oficial, salário desaparece ao ... · patrões representados na quadrilha corrupta do PT, PSDB, PMDB... que atuam conjuntamente no roubo da classe trabalhadora

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Contribua: R$ 0,50 Mande sua denúncia! (11) 94351 0676 ocorneta.org

Edição 83 Janeiro/Fevereiro 2018 Tiragem: 3000 exemplares

‘A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores’ K. Marx

Apesar da baixa inflação oficial, salário desaparece ao final do mês

O governo anunciou que 2017 termi-nou com a inflação mais baixa dos últimos 20 anos (2,95%). Mas vamos no mercado e pagamos as contas e notamos a mágica de sempre: o dinheiro desaparece ao final do mês. E cada vez desaparece antes!

Está tudo mais barato? O baixo índice é justificado pelas au-toridades pela safra recorde registra-da em 2017, aproximadamente 30% maior que a de 2016. A produção

de batata cresceu 11%; arroz, 17%; soja, 19%; feijão, 26%; e milho, 55%. Segundo o IBGE, o preço dos alimen-tos encolheu 1,87% e, por repre-sentar 1/4 das despesas familiares, exerceu o principal impacto negativo no índice oficial da inflação.

Mas isso é apenas 1/4 das despesas familiares! Os outros 3/4 contêm elementos básicos que subiram bastante no último ano, como os custos com transporte, 4,10%;

habitação, 6,26%; saúde, 6,52% e educação, 7,11%. Na verdade, esses índices, fundamentais para o peão, ficam escondidos atrás de preços de mercadorias de luxo que ele não consome e que não oscilam tanto.

A mágica do governo ocorre porque ele se baseia no IPCA (Índice de Pre-ços do Consumidor Amplo), que faz uma média de mercadorias consumi-das por famílias que recebem entre 1 e 40 salários mínimos! Ou seja, esse índice coloca lado a lado o aluguel do peão e a compra do carro de luxo do patrão! Por isso a inflação oficial é totalmente diferente da inflação real que atinge o peão!

E o poder de compra da peãozada? Para comprar temos que ter emprego, mas as novas vagas têm salários mais baixos! A crise econômica significa desemprego e miséria para nós. A Reforma Trabalhista é apenas uma forma da crise do capital. A tendência é o achatamento dos salários dos trabalhadores como um todo.

Não basta olhar quanto a gasolina subiu em relação ao ano passado. É preciso olhar o quanto o salário médio do trabalhador subiu ou diminuiu. É o salário que compra tudo (o que consegue) e devemos defendê-lo!

Governo rindo da nossa cara Mesmo com a inflação oficial baixa o governo conseguiu anunciar um reajuste do salário mínimo abaixo da inflação! Com o aumento de 1,81% em relação a 2017, acumula-se dois anos de perdas reais nos salários e aposentadorias baseados no piso nacional. A inflação oficial baixa tende a enfraquecer as campanhas salariais, completando o arrocho. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-nômicos), no primeiro semestre de 2016, mais da metade dos reajustes salariais foram abaixo da inflação, e, em janeiro de 2017, menos da metade tiveram ganhos reais. A previsão dos economistas é de mais perdas pela frente e, como vimos, o salário nem de longe é salvo pela baixa inflação dos produtos alimentícios.

Lutar por reajuste mensal dos salários de acordo com a inflação dos itens básicos! União do peão contra o dragão da inflação!

COMISSÕES DE FÁBRICA: experiência da Massey-Fergunson, 1978

Entre maio e agosto de 1978, apro-ximadamente 100 mil trabalhadores em 132 empresas metalúrgicas realizaram greves na cidade de São Paulo conseguindo um aumento salarial médio de 15% e de 10% de antecipação. Consta ainda, nos registros do sindicato, a existência de 103 acordos de salários, sendo a maior parte efetivada via Comissão de Fábrica. Uma dessas comissões foi a da fábrica Massey-Fergunson da zona sul de SP como contam operários da época:

“Desde 1974, existiu na Massey um grupo pequeno de pessoas (4 a 8) discutindo os problemas da fábrica, distribuindo responsabilidades entre si e tocando o trabalho. Essas lutas, apesar de parciais, tornaram-se mais organizadas e foram crescendo em qualidade até o ponto máximo da greve de 1978, quando se formou a Comissão de Fábrica e se juntaram as eleições sindicais metalúrgicas.”

“As nossas reivindicações eram as seguintes: 21% de aumento, melho-ria no departamento médico, vale refeição, melhoria na alimentação e instalação de equipamentos de segurança em algumas seções.”

“Nas reuniões preparatórias da greve fomos discutindo a importância de uma comissão formada por compa-nheiros combativos e de confiança.“-Na última assembleia, antes da greve, com a presença de 120 companhei-ros, com representantes de todas as seções, escolhemos a comissão. Na primeira comissão foram escolhidos dois representantes por seção.”

“Decidimos parar na quarta-feira às 8h da manhã. A hora marcada foi ao final do apito para a entrada dos mensalistas. Foi uma sensação inexplicável. Fui entrando na fábrica e quando subia para minha seção ouvi todo aquele barulho de máqui-nas em funcionamento pararem de uma só vez, como uma bomba de água engasgada. A partir daí foi um corre-corre dos chefes, supervisores, diretores. A fábrica toda se mexia.”

“Assim que a fábrica parou, fomos to-dos para a assembleia do restaurante.

Participaram da assembleia 90% dos operários. Houve uma tentativa dos supervisores de criar divisões entre o pessoal e indicar elementos de sua confiança para a Comissão.

Insistiam em chamarmos o sindicato para negociar. A assembleia rejeitou por maioria a participação do sindicato gritando: ‘O sindicato não, o sindicato não! Nós temos condições de resolver o negócio sozinhos.’ Quando os operários diziam não à participação do sindicato, referiam-se à diretoria por já ter traído a luta dos ônibus.

Os operários não estavam contra o sindicato entidade, mas sim contra a participação da diretoria nas negociações, pois esta diretoria já era conhecida como traidora dos interesses da classe.”

“Os dias foram passando e as nego-ciações não avançavam. Os patrões disseram que estavam encerradas as negociações e que não reconheciam mais a Comissão e no dia seguinte pediram para formar outra Comissão.”

“Após o impasse com os patrões ficou mais claro para os compa-nheiros da Comissão que sem estabilidade não se podia negociar. Portanto, quando os patrões pediram para formarmos outra Comissão, só aceitamos depois de assinado na presença do DRT que legalizava a estabilidade. Nossa proposta era de dois anos e conseguimos.”

“Nós confiávamos na firmeza da fábrica. Eles não voltariam ao trabalho sem o acordo firmado. Os patrões preparavam várias jogadas, mas os companheiros permanece-ram firmes, aguentando todas as pressões; mantínhamos a fábrica informada do clima das negociações e da importância de não ceder e não acreditar nos patrões.”

Os critérios para escolha dos mem-bros da comissão eram companhei-ros mais combativos, que estavam na luta, possuíam conhecimento dos problemas da fábrica e tinham repre-sentatividade junto aos operários. Os trabalhadores conseguiram 15% de aumento, melhoria no atendimento médico e restaurante, instalação de equipamentos de segurança, diminuição da repressão interna e estabilidade de 2 anos para a comis-são. E mesmo com dificuldades foi possível dar continuidade ao trabalho e participar das eleições sindicais de 78 na chapa de oposição.

(*) trechos retirados do livro “Comis-são de fábrica - uma forma de organização operária”, Editora Vozes, Petrópolis, 1981.

Quem faz O Corneta?

A força d’O Corneta vem dos trabalhadores que escrevem para o jornal desde que ele nasceu como boletim de greve na Colúmbia nos anos 80, na luta dos operários por uma comissão de fábrica livre do controle do patrão. O Corneta é uma publicação da Transição Socialista, uma organização política que existe para ajudar a organizar a luta da classe operária.

Acreditamos que só um poder nas-cido do chão de fábrica, dos traba-lhadores organizados, pode garantir estabilidade no emprego e salário sem arrocho. Um futuro digno para viver! Nossa organização enfrenta os patrões representados na quadrilha corrupta do PT, PSDB, PMDB... que atuam conjuntamente no roubo da classe trabalhadora.

Conheça a organização TRANSIÇÃO SOCIALISTA! transicao.org fb.com/TransicaoSocialista

CIPA do peão!

Tivemos eleição da CIPA na Ter-momecânica no dia 5/12/2017. No setor do Águia tem um colega de trabalho que estava afastado, voltou a trabalhar e se candidatou. O Águia ficou louco de raiva, mandou outros colegas entrarem para prejudicar este colega. O candidato do Águia ele mesmo deu dinheiro para pagar chocolate, caneta e cerveja. Deus é tão bom que mesmo trapaceando, mesmo dando dinheiro só tirou 15 votos e o candidato dos peão teve 78 votos! Ganhou de lavada. Chupa Águia, Masquerano, Tatu Bola Frango Doido e Trator! Aqui fazem, aqui pagam! O colega que ganhou na CIPA foi o mais votado na fábrica de todos os tempos! Eu quero ver o Águia falar que os peão não é unido no setor!

A solução pra Bardella: unir os trabalhadores

Mais uma vez fizemos greve para garantir o mínimo do mínimo: receber salário! Foram 30 dias de greve e ao final tivemos que voltar ao trabalho pra receber meio pagamento. Ainda falta o sindicato agendar os atrasos.

Em Guarulhos todo mundo passou o fim de ano sem receber um centavo! A planta de Sorocaba voltou ao trabalho ainda em 2017 por conta da audiência judicial que impôs a ridícula multa de 100 reais/dia caso a empresa descumprisse o parcela-

mento dos atrasados. Em Guarulhos nem isso! Na audiência no TRT, a empresa sequer levou uma proposta e ainda disse que tem que pagar os fornecedores antes! E por acaso os rotores e peças se montam sozinhos, sem o trabalho do peão? Nossa sina começou lá atrás, quando aceitamos aquela redução de jornada e salário.

Ficamos sem moral! Mas a greve tá aí pra isso e os operários começaram a erguer sua voz. Antes o sindicato falava sozinho, agora o peão questio-

Agora é Lula na prisão!

Esta edição foi fechada antes do julgamento de Lula em Porto Alegre. Quando ela circular, também estarão circulando as mentiras divulgadas pelo PT e defensores de Lula.

Dirão que Lula não pode ser con-denado pois ele teria o direito de-mocrático de concorrer às eleições, mas não têm coragem de assumir sua verdadeira posição: querem beneficiar apenas Lula, e alguns outros corruptos que poderão fazer o mesmo que ele. Quem divulga isso na verdade está defendendo um privilégio para Lula, um direito que nenhum trabalhador tem!

A verdade é que Lula mergulhou de cabeça na lama, e há provas de sobra. Enriqueceu e comprou votos como qualquer político corrupto, para aprovar leis terríveis, como a reforma da previdência feita por ele contra nós. É um traidor dos trabalhadores, que vendeu suas habilidades para andar lado a lado com os patrões.

Lula virou as costas aos operários, os operários devem virar as costas a Lula! Que seja julgado e preso!

na recuperando a sua força. A empre-sa traz gente pra entregar currículo, estimula os fura-greves, mas a greve é legítima! Como um companheiro disse na assembleia: é 50% mais um.

A maioria organizada, com o apoio do sindicato, é capaz de fazer valer sua vontade. Se precisar de uma nova greve, a experiência das últimas vai servir pra gente avançar!

Cartaz da Transição Socialista

Greve dos metalúrgicos da fábrica Massey-Ferguson, São Paulo, 1978

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(11) 94351-0676

Meritor, Osasco/SP

Duas realidadesEnquanto os peões da Meritor estão se fudendo, comendo frango todo dia, os diretores e gerentes da empre-sa foram no final de novembro para um resort no interior (diária de 1300!) “traçar as metas” para 2018, depois foram os supervisores. Imagina o gasto disso! E quem paga a conta? A peãozada com PDV e facão!!

Facão oportunistaEm dezembro teve facão na Meritor e só foi embora pessoal velho de casa. Agora já contrataram cinco pro escri-tório e tão dizendo que a expectativa é pegar mais 25 e aumentar a produção pra 6 mil eixos por mês. Quer dizer, a empresa contrata com salário bem menor e a folha de pagamento sempre continua a mesma!

Igual cavaloDepois das 21 demissões em dezembro, que não era nem pra ter, tão fazendo o pessoal aqui na Meritor trabalhar que nem uns cavalos! Do jeito que tá hoje é igual o que os americanos queriam. Aí quebra o pessoal tudo, deixa todo mundo doente, e eu quero ver o que vai dar! Agora contrata uns com salário mais baixo, vê que deu certo a ideia, daqui uns 3 meses manda mais uma parte embora, e por aí vai, até mudar todo mundo!

Que som é esse?Na assembleia que teve dia 11/12 não dava pra ouvir nada da caixa de som do sindicato! O que será que eles andam fazendo com o nosso dinheiro? Tá quebrado mesmo o bagulho, hein? Parece até que tava baixo de propósito, pra gente não conseguir entender nada!

Reforma chegandoVocês tão vendo aí que a reforma da previdência vai ser votada no dia 19 de fevereiro e ninguém vê o sindicato movimentar nem falar nada ainda. Tem que organizar a peãozada pra barrar essa reforma!

ExperiênciaQuem viveu os anos 80 e foi pras manifestações que teve naquela época, tomou borrachada da polícia em protesto não só de operário, mas de professor, estudante, ainda se lembra como a coisa era diferente nas ruas. Hoje em dia falta isso, o sindicato não quer saber de nada! Ele é necessário, mas se não faz nada, você faz uma comissão de fábrica e ultrapassa ele rapidinho!

Ninguém aposentaTenho 52 anos e três filhas. Nenhuma vai se aposentar com essa reforma! Tinha que estar todo mundo na rua desde cedo pra impedir isso daí, mas o governo fica servindo banquete pros deputados lá em Brasília e as centrais sindicais recuam de paralisar!

Férias curtasCom essa reforma trabalhista e o negócio das férias intermitentes, a empresa pode fazer o trabalhador tirar só 10 dias. Como que vai fazer pra visitar a família em outro estado com tão pouco tempo?

Ataque previsívelEssa reforma trabalhista era previsível. Esse vampiro do Temer tá vindo pra cima, mas quem abriu a porta do caixão foi a merda do PT!

Construa o Corneta!

Termomecânica, São Bernardo/SP

Ameaça pra explorarA TM é uma empresa que brinca com a nossa paciência. Ameaçam o tempo todo para fazermos hora extra. Colocam o nome do peão na escala sem sequer perguntar se ele pode ir. Aí quando o peão reclama, falam que lá fora as coisas estão ruins e que se não colaborar podemos perder o em-prego! Ameaça para nos escravizar!

CaminhoneirosTem caminhoneiro que chega de manhã pra carregar e fica até às 20h ou 22h tomando canseira porque dão prioridade pra carregar o que for para exportação. Dizem pra eles que estão separando o material, mas é mentira! A verdade é que aqui se trabalha no limite de funcionários e mandam os poucos que têm ficarem priorizando uns. É muita falta de respeito com os caminhoneiros!

Setor do ÁguiaMasquerano, chegado do Águia fica fumando na múltipla de 5 tambores, múltipla 6 tambores, decapagem... e o Águia não faz nada. O Tatu Bola sem vergonha só conversa e as decapagens ficam paradas, mas não dá nada porque ele é chegado do Águia. Nem os líderes ele respeita, entra para trabalhar em cima da hora, vai almoçar antes e volta depois do horário. Até quando vai ser assim? Cabeção da balança da rotativa fica só falando mal dos seus colegas de trabalho para o Águia, mas não fala o que ele faz no sábado, quando fica passeando no setor. Entrega direto os colegas de trabalho da manhã e tarde. Toma vergonha, Cabeção!

DemissõesA TM demitiu peões mais velhos que têm salário mais alto na planta 1 e 2! Chega de demissão!

Pressão extraUm desabafo dos Tubos da fábrica 2. Líderes andam ameaçando os cola-boradores que não querem fazer hora extra no domingo. O Líder Amargo que não faz nada, fica só no ar-con-dicionado e trabalha de segunda a sexta, foi cobrar um colaborador do porquê não fazia hora extra. Não sei o teor da conversa, mas o funcionário saiu chorando da sala. Fazer hora ex-tra no domingo ninguém merece! Não tem fretado e muitos moram longe e chegam tarde em casa. Mas eles não vêem isso, filhos da puta, desculpe a palavra, mas os líderes são lixos. O Líder Gelo chama as mulheres para fazer hora extra no domingo e elas falam que é ruim, pois chegam tarde em casa, aí ele pergunta se o namo-rado não pode vir buscar! Queria ver se fosse a mulher dele! Eles querem fazer a produção de 3 em 2 turnos! Os líderes não têm nenhum planejamento e fazem tudo errado. Querem produ-ção, mas já faz mais de ano que os enroladores precisam de 2 máquinas para fazer o amarro das bobinas e até agora nada. Eles falam que é muito caro, é brincadeira? Os cara gastaram milhões nos 3 carros LGV para levar o material, mas os carros estão lá parados. Aí tem que usar as paleteiras elétricas para passar o material de um pavilhão para o outro, quebrando as mesmas. Você tem que ficar reve-zando a máquina de duplo forçando o ombro. Enfim, o setor de Tubos tá largado, liderança nota zero, espero ver isso no Corneta!

Sustentável em 10xAqui na TM sempre falam em “susten-tabilidade” e agora estão incentivando os funcionários a viver de forma sustentável, oferecendo uma bicicleta no valor de três mil reais! Fica difícil para quem recebe menos de dois mil. Não dá pra entender. Uma empresa que no passado chegou a pagar uma PLR de dez salários hoje oferece uma bicicleta para pagar em dez vezes!

Segura o Taturana!O Sobrancelha de Taturana, de uns meses pra cá, está perseguindo os seguranças. Se alguém contraria algo, ele já muda de posto. Diz que não é para conversar com quem não é do nosso setor ou prestador, se ele vê já chama atenção. Nos dias de hoje isso não existe, temos que ter comunica-ção! Ele é antigo e com salário alto, mas não tem estabilidade, então acha que prejudicando os seguranças está imune da demissão. Quando come-çou a demissão de salários altos, o Queijoso mandou ele para a fábrica 2 para se esconder, afinal quem não é visto, não é lembrado...

Debaixo d’águaNo final do ano passado teve en-chente aqui e várias motos e carros ficaram debaixo d’água. Quem tinha seguro conseguiu chamar o guincho, mas quem não tinha teve que se virar. Quando o pessoal das 6h chegou es-tava chovendo muito, aí pediram pro líder da segurança da fábrica 2 liberar o estacionamento porque estavam com medo de alagamento. A resposta dele foi de que só liberaria pra quem tem autorização e se sabiam que podia alagar não tinham que ir de carro! Mais uma vez a TM deu preju-ízo a vários colegas. Só privilegiados podem usar o estacionamento e os peões e seguranças que se danem...

Cipeiros, acordem!Os caras da CIPA não vêem nada na fábrica 2! O grandão montador da fábrica 2 não faz nada, só tá espe-rando o tempo de aposentar. Tem o da balança também que não está nem aí, vê as coisas e não palpita pra ajudar nossa segurança. E o ponteiro também é outro! Vergonha de ver isso na fábrica 2!

Bardella, Guarulhos (SP)

Incerteza adoeceNa Usinagem que é um setor de trabalho pesado tem de tudo: com os atrasos, tem gente indo pro psicólogo, gente que perdeu a imunidade, não tem como passar por isso e ficar tranquilo ou bem de saúde. Não dá pra saber hoje o que eu sou: tenho uniforme e crachá, mas me sinto um desempregado.

A greve ensinaEu nunca fui de fazer greve, mas, olha, o que nós fizemos aqui ensina muito, porque dá pra ver quem tá do nosso lado. Não é possível, só tô lutando pelo que é meu!

Pra boi dormirUma hora falam que vão falir, outra que o contrato da Marinha vai salvar tudo ou que vai ter empresa chinesa que vai comprar: a cada dois ou três meses eles inventam essas histórias para tirar o foco e justificar os atrasos. Deixam a gente na esperança ou no medo de que algo pode acontecer só pra gente continuar trabalhando!

Se vira nos 30!Cada um se vira como pode, alguns precisam ter apoio de familiares pra pagar as contas, muitos com o cartão estourado, devendo, ou fazendo Uber à tarde. A maioria simplesmente já tocou o foda-se. No último período, contando 13º e férias, tem 7 meses que eu não recebi! Na Usinagem é isso: 6 ou 7 meses sem pagamento. Mesmo no controle de qualidade, tem gente sem receber 6 salários!

Cortando o vazioO que a Bardella acha? Que a gente vai pegar empréstimo no banco pra emprestar metade do nosso salário pra ela? Eles não podem cortar aquilo que mal pagam! O sindicato também não pode fazer vista grossa e se conformar com a justiça: essa coisa “de melhor 50 do que 30%” é baixar a cabeça, como uma greve dessa pode ser injusta?

ocorneta.org

Como ficou a PLR na TM?

Eleições da CIPA e perseguições

Cinpal, Taboão da Serra/SP

Cadê nois no jornal?Um sindicato que negocia 1.8% só para agosto e um abono onde 3% é dele… um sindicato desse já era! Tempo bom era quando tinha a chapa 2 aqui dentro. Tinha o Martelo, um jornal igual o Corneta que denunciava as coisas. A Cinpal é a maior empresa de Taboão e nunca aparece no jornal do sindicato. Eles não aparecem e não informa nada, quando aparece é só pra trazer notícia ruim e pra cobrar mensalidade sindical!

Cadê a comissão?E mais uma vez não teve comissão da PLR, a empresa ameaça com demissão. E esse sindicato não faz nada, aceita tudo que a empresa diz! Na última assembleia garantiram que a empresa não descontaria o dia e a empresa vai lá e desconta! E a assembleia não resolve nada, não informam nada relevante pra gente. Onde a gente vai se apoiar? Acaba-ram com tudo!

Não quebraMesmo com a crise a produção segue alta. A empresa é que nem Banco Central, não quebra! Mas quem paga a conta é a peãozada, que fica sem PLR, com rebaixamen-to de salário e demissão pro patrão manter seus lucros!

Sem fériasNo fim do ano só teve férias coleti-vas na Cinpal pra quem a empresa tava devendo duas férias ou mais. Quem tava com uma só trabalhou até véspera de Natal e Ano Novo. É muito trabalho e muita pressão pra pouca melhora nas condições de trabalho! Nem com a família o trabalhador pode ficar!

Faltando pra quem?Um encarregado teve a cara de pau de virar pra gente e falar que só teria aumento salarial se estivesse caindo dinheiro do bolso dele. Lamentável! Será que no bolso do patrão tá faltando?

Aposentadoria Com essa reforma da previdência, ninguém mais vai se aposentar no Brasil. O pior é você contribuir por 43 anos, dar entrada da aposen-tadoria e a empresa ainda mandar você correr atrás das coisas!

Cortando até barbaA Cinpal está obrigando os funcio-nários a raspar a barba senão eles não podem trabalhar! Também estão obrigando os funcionários a trabalhar com as roupas 100% limpas sendo que só dão três pares de roupas para usarmos por um ano. Se quisermos uniformes novos temos que pagar uma nota alta sendo que os unifor-mes são EPI e é obrigação da empre-sa disponibilizar EPI!

Lei da barbaAgora aqui na Cinpal ninguém mais entra com barba. E se a roupa tiver com mancha de óleo ou qualquer rasguinho? Não entra! Essa é a nova lei da Cinpal, uniforme novo e barba feita! Teve gente que perdeu o dia do trabalho por isso ou teve que assinar um papel se comprometendo com as novas regras de etiqueta da Cinpal. Para os guardinhas tudo é motivo, qualquer rasguinho na roupa você perde o dia. Até parece que não sabem o trabalho pesado que a gente faz aqui dentro. E pra piorar a empresa aproveita e faz você comprar uniformes novos, só sabe ganhar em cima da gente!

Produção, humilhação

Reforma trabalhistaAcho que o pessoal ainda não se deu conta do quanto essa reforma vai ser ruim pra gente. É trabalho intermiten-te, férias parceladas (olha o golpe!) e ainda teremos que negociar direitos direto com o patrão! Pra piorar em 2018 vem de brinde a reforma da previdência. Olha, não tá fácil e a peãozada precisa acordar!

Sou você amanhãSou terceirizado e as perdas nos últi-mos 10 anos são enormes, a inflação comeu tudo e hoje eu tiro metade do que eu ganhava. Nas conversas aqui na Meritor com os contratados o pessoal já comentou: com a reforma trabalhista o futuro dos contratados é igual ao presente do terceirizado!

Agora PDV virou moda na Meritor. Em dezembro foram 31 companheiros mandados embora, e a empresa já tá recontratando com salário mais baixo, além de explorar mais os que ficaram.

O pior é que o sindicato praticamente assinou embaixo da empresa. Metade das vagas do PDV não foram preenchidas e o sindicato falou grosso, que faria greve se inistissem em demitir mais gente. Mas aí deu uma melhoradinha no pacote (de um salário e meio pra três) e recuaram, deixando a empresa escolher a dedo o restante dos demitidos.

A próxima eleição pra CIPA é só em abril, mas já começaram as perseguições de sempre. Ano passado, três candidatos antigos não se elegeram e a empresa mandou embora, na época o Corneta publicou. Também acontece de transferir funcionário pra outro

setor pra queimar o cara, tirar da fábrica, tentar afastar da CIPA. Estamos de olho! Pessoal da fábrica e escritório, fiquem atentos com essas maracutaias! Fiquem atentos com pedidos de chefia pra se candidatarem, o que eles querem é prejudicar quem trabalha pelo peão!

Novo facão na Meritor

Na mesma assembleia que discutiu o PDV, o sindicato também defendeu um reajuste salarial “menos pior”, com um só abono de 5% ao invés de três e reajuste de 1,8% a partir de janeiro ao invés de agosto. Mas isso não repôs nem o que foi comido pela inflação, que fechou 2017 em 2,95%!

O que os patrões querem com as reformas é tirar ainda mais o couro do peão. Não adianta nada o sindicato falar que vai pra rua lutar contra o governo e, depois, ferrar com os operários da Meritor!

A Termomecânica definiu junto à comissão da PLR que em julho de 2018 os peões receberão até 2 salários e em fevereiro de 2019 o

O comentário interno é de que a parcela que cai dia 20 de fevereiro vai ser boa. A TM produziu bastante no ano passado (a peãozada que o diga!), o LME (preço internacional do cobre) subiu e vendeu muito pra fora do país. O boato que saiu da boca da chefia é que vem agora em fevereiro até 4 salários. Vamos ver os números da produção de 2017 que a empresa vai divulgar, só falta ela dizer que não atingimos as 74 mil toneladas! Quem segurou essa bucha fomos nós!

“restante”. Isso se a peãozada bater a meta estipulada mês a mês pela empresa! E aí peãozada, foi justo? Escreva pro jornal!

PLR de fevereiro de 2018Se a empresa estiver enganando a peãozada com boato pra garantir o acordo assinado pela comissão pra 2018 e desmentir depois, pode esperar que a próxima comissão vai dar o troco em junho quando for eleita pra negociar! A produção trabalhou de domingo a domingo, compensando feriado e a firma só bombou. Se tivemos 4 domingos de folga foi muito! A empresa tem que dar PLR digna do nosso suor!

A produção não para, está bombando e não tivemos férias coletivas esse ano. Chegaram novas máquinas da Mercedes e 2018 vai vir com tudo. E vamos receber 1.8% da campanha só em agosto!

E a humilhação não para. Estamos trabalhando sábado sim, sábado não. Acordamos cedo pra ligar os fornos e nem a janta eles dão pra gente, só pra humilhar mais. É uma vergonha!