Apontamentos de Infraestruturas 2014

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  • Formador: Rui Guimares Moreira

    2014 CENTRO DA INDSTRIA DA CONSTRUO CIVIL E OBRAS PBLICAS DO NORTE

    CICCOPN

    INFRA-ESTRUTURAS URBANAS

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    A.1 I NTRODUO

    A.1.1 C ONCEITOS FUNDAMENTAIS

    Anteprojecto ou Projecto base - o documento a elaborar pelo Projectista, correspondente ao desenvolvimento do Estudo prvio aprovado pelo Dono da Obra, destinado a estabelecer, em definitivo, as bases a que deve obedecer a continuao do estudo sob a forma de Projecto de execuo.

    Assistncia tcnica - os servios a prestar pelo autor de projecto ao dono da obra, ou seu representante, sem prejuzo do cumprimento de outras obrigaes legais ou contratuais que lhe incumbam, que visam, designadamente, o esclarecimento de dvidas de interpretao do projecto e das suas peas, a prestao de informa es e esclarecimentos a concorrentes e empreiteiro, exclusivamente atravs do dono da obra, e ainda o apoio ao dono da obra na apreciao e comparao de solues, documentos tc nicos e propostas. Autor de projecto - o tcnico ou tcnicos que elaboram e subscrevem, com autonomia, o projecto de arquitectura, cada um dos projectos de engenharia ou o projecto de paisagismo, os quais integram o projecto, subscrevendo as declara es e os termos de responsabilidade respectivos. Coordenador de projecto - o autor de um dos projectos ou o tcnico que integra a equipa de projecto com a qualificao profissional exigida a um dos autores, a quem compete garantir a adequada articulao da equipa de projecto em fun o das caractersticas da obra, assegurando a participao dos tcnicos autores, a compatibilid ade entre os diversos projectos e as condies necessrias para o cumprimento das disposies lega is e regulamentares aplicveis a cada especialidade e a respeitar por cada autor de projecto. Director de fiscalizao de obra - o tcnico, habilitado nos termos da presente lei, a quem incumbe assegurar a verificao da execuo da obra em conformidade com o projecto de execuo e, quando aplicvel, o cumprimento das condies da licena ou da comunicao prvia, bem como o cumprimento das normas legais e regulamentares aplicveis, e ainda o desempenho das competncias previstas no Cdigo dos Contractos Pblicos, em sede de obra pblica. Director de obra - o tcnico habilitado a quem incumbe assegurar a execuo da obra, cumprindo o projecto de execuo e, quando aplicvel, as condies da licena ou comunicao prvia, bem como o cumprimento das normas legais e regulamentares em vigor. Dono da obra - a entidade por conta de quem a obra realizada, o dono da obra pblica tal como este definido no Cdigo dos Contractos Pblicos, o concessionrio relativamente a obra executada com base em contrato de concesso de obra pblica, bem como qualquer pessoa ou entidade que contrate a elaborao de projecto. Empresa de fiscalizao - a pessoa singular ou colectiva que, recorrendo a tcnicos qualificados nos termos da presente lei, assume a obrigao cont ratual pela fiscalizao de obra. Empresa de projecto - a pessoa singular ou colectiva que, recorrendo a tcnicos qualificados nos termos da presente lei, assume a obrigao cont ratual pela elaborao de projecto.

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    Empresa responsvel pela execuo da obra - a pessoa singular ou colectiva que exerce actividade de construo e assume a responsabilidad e pela execuo da obra. Equipa de projecto - equipa multidisciplinar, tendo por finalidade a elaborao de um projecto contratado pelo dono da obra, especialmente regulamentado por lei ou previsto em procedimento contratual pblico, constituda por vrios autores de projecto e pelo coordenador de projecto, cumprindo os correspondentes deveres. Estruturas complexas - as que se integrem na definio de edifcios des ignados por no correntes, de acordo com o artigo 30. do Regulamento de Segurana e Aces para Estruturas de Edifcios e Pontes (RSA), aprovado pelo Decreto -Lei n. 235/83, de 31 de Maio, ou que exijam ou integrem fundaes por estacas em edifcios loca lizados em zonas ssmicas classificadas como A ou B, de acordo com o RSA. Obra - qualquer construo ou interveno que se incorp ore no solo com carcter de permanncia, ou que, sendo efmera, se encontre sujeita a licena administrativa ou comunicao prvia nos termos do Regime Jurdico de Urbanizao e Edificao (RJUE). Projecto - o conjunto coordenado de documentos escritos e desenhados, integrando o projecto ordenador e demais projectos, que definem e caracterizam a concepo funcional, esttica e construtiva de uma obra, bem como a sua inequvoca interpretao por parte das entidades intervenientes na sua execuo. Peas do projecto - os documentos, escritos ou desenhados que caracterizam as diferentes partes de um projecto. Projecto ordenador - aquele que define as caractersticas impostas pela funo da obra e que matriz dos demais projectos que o condicionam e por ele so condicionados. Tcnico - a pessoa singular com inscrio vlida em organismo ou associao profissional, quando obrigatrio, cujas qualificaes, formao e experincia a habilitam a desempenhar funes no processo de elaborao de projecto, fisc alizao de obra pblica ou particular ou como director de obra da empresa responsvel pela execuo da obra, nos termos da presente lei.

    Telas finais - o conjunto de desenhos finais do projecto, integrando as rectificaes alteraes introduzidas no decurso da obra e que traduzem o que foi efectivamente construdo.

    A.1.2 I NFRA-ESTRUTURAS E REDES URBANAS

    As infra-estruturas urbanas podem ser entendidas como sistemas tcnicos de equipamentos e servios necessrios ao desenvolvimento das funes urbanas. Estas funes podem ser vistas sob diferentes perspectivas:

    Social Econmica Institucional

    No aspecto social, as infra-estruturas e redes urbanas visam promover condies adequadas de:

    Residncia Trabalho Sade

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    Educao Lazer Segurana

    No aspecto econmico, as infra-estruturas urbanas devem propiciar o desenvolvimento das actividades produtivas, isto , a produo e co mercializao de bens e servios. No aspecto institucional, as infra-estruturas urbanas devem propiciar os meios necessrios ao desenvolvimento das actividades poltico-administrativas, entre as quais se inclui a gesto da prpria cidade. As redes e os subsistemas de infra-estruturas, tanto em rede de distribuio, como ainda nos equipamentos, devem apresentar possibilidades de utilizao da sua capacidade actual e da sua ampliao futura, de forma a evitar sobrecargas que impeam a manuteno dos padres de atendimento previstos e que resultam dos diversos coeficientes de simultaneidade adoptados. Nota: Entende-se por coeficiente de simultaneidade a razo entre o valor mximo da procura simultnea num determinado perodo (por exemplo, nu m ms) e a soma das procuras individuais nesse mesmo perodo. A determinao deste coeficien te permite dimensionar uma estrutura no sentido de a tornar capaz de responder eficazmente solicitao dos utilizadores, quer em alturas normais, quer nas alturas de maior procura, evitando-se assim situaes de ruptura. No caso de reas residenciais, devem tambm ser consideradas as necessidades respeitantes aos diversos equipamentos sociais urbanos a instalar, tais como:

    Equipamentos de sade Equipamentos de ensino Equipamentos administrativos e institucionais Equipamentos desportivos Equipamentos de comrcio e lazer.

    A.1.2.1 M ALHA URBANA

    Por princpio, no existe nenhuma razo para se se guir qualquer configurao geomtrica regular no traado das malhas urbanas. No entanto, as caractersticas topogrficas do terreno condicionam muitas vezes os traados e compartiment aes das malhas, originando assim dois modelos distintos: Malha fechada Numa malha fechada, o espao pblico dominado pelas ruas. Os edifcios estabelecem uma divisria entre a rua e o interior do quarteir o, sendo este, geralmente, um espao privado. Os espaos pblicos so mais reduzidos e a sua construo e manuteno tm custos mais baixos.

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    Figura 1 Fotografia area de Barcelona, Espanha

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    Figura 2 Fotografia area do Vaticano

    Malha aberta Neste caso, o espao pblico compreende muito mais do que as ruas. Os edifcios tm uma implantao mais livre, e geralmente no se for ma o anel edificado prprio do quarteiro, o que no significa que os arruamentos no possam man ter uma configurao semelhante. A separao entre espao pblico e privado menos clara e estvel. Os custos de construo e manuteno dos espaos pblicos so co nsideravelmente mais elevados do que nos modelos de malha fechada.

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    Figura 3 Fotografia area do Rio de Janeiro, Bras il A.1.2.2 M ODELOS ESQUEM`TICOS DE REFERNCIA Dentro dos dois tipos de malhas que vimos anteriormente, podemos ainda distinguir vrios modelos de desenvolvimento das cidades: Modelo linear O povoamento desenvolve-se segundo um eixo privilegiado, geralmente ao longo de uma via de comunicao principal que o atravessa.

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    Figura 4 Fotografia area de Berna, Sua.

    Modelo sequencial Este modelo o menos funcional porque no apresenta alternativas. Tem todos os inconvenientes de uma estrutura linear nica.

    Figura 5 Fotografia area da Cidade do Mxico.

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    Modelo ramificado Trata-se de outra variante do modelo sequencial, onde se multiplica o efeito de cul-de-sac, muito caracterstico dos subrbios das cidades inglesas (ou de influncia inglesa). O termo cul-de-sac significa literalmente fundo do saco, mas a trad uo mais adequada para portugus balo de retorno. Trata-se de uma rua sem sada, que termina num espao circular amplo que serve para os veculos fazerem inverso de marcha.

    Figura 6 Fotografia area de uma zona habitaciona l de Londres, Inglaterra Modelo reticulado Trata-se de uma rede fechada que oferece diversas alternativas de percurso entre os ns. Podem ser banalizadas ou hierarquizadas, ou seja, todas as ruas podero ser de igual dimenso ou de dimenses diferentes (ruas e avenidas). Note-se que, mesmo numa estrutura reticulada, as redes que trabalham por gravidade (saneamento, pluviais, etc.), so sempre ramificada s.

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    Figura 7 Fotografia area de Nova Iorque, EUA Modelo radial Este modelo constitudo por um conjunto de elementos sequenciais que convergem num ponto, geralmente uma praa ou uma rotunda. Apresen ta todos os inconvenientes do modelo anterior.

    Figura 8 - Fotografia area de Paris, Frana

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    A.2 R EDES DE INFRA-ESTRUTURAS A.2.1 I NSTALAO DAS INFRA -ESTRUTURAS Numa perspectiva de evoluo histrica, podemos co nsiderar que a instalao das infra-estruturas urbanas no territrio segue frequentemen te a seguinte ordem: 1 Vias de acesso agrcolas e florestais. 2 Sistemas de drenagem e de irrigao agrcola fl orestal. 3 Sistemas rudimentares de abastecimento de gua. 4 Electrificao. 5 Telefones. 6 Rede viria adaptada ao trfego motorizado. 7 Sistema de recolha de lixos. 8 Rede pblica de abastecimento de gua. 9 Rede de drenagem pluvial. 10 Rede de guas residuais. 11 Rede de distribuio de gs. 12 Rede de telecomunicaes. As infra-estruturas mais condicionantes so os sis temas de drenagem e a rede viria por serem as de maior dimenso e, como tal, as que apre sentam custos mais elevados e maiores problemas de construo e manuteno. No entanto, a nica estrutura que condiciona verdadeiramente o desenho urbano a rede viria. Note-se que as vias de atravessamento (rodovirias ou ferrovirias) no so estruturantes do tecido, mas condiciona-o negativamente por causar efeito de barreira. Quanto s redes que, em princpio, devem funcionar por gravidade, necessrio assegurar cotas de trabalho que permitem traados c om inclinaes tecnicamente recomendveis. Outro factor a ter em conta o espao disponvel nos passeios e arruamentos para a instalao das redes subterrneas, considera ndo as dimenses das diversas valas para obras de instalao e manuteno. Embora seja pertinente projectar as infra-estruturas que trabalham prximas entre si em valas integradas, importante demarcar a vala da manuteno especfica de cada infra-estrutura. A.2.1.1 R EDES DE INFRA-ESTRUTURAS NO SUBSOLO Tem-se observado uma tendncia de crescimento do nmero de redes que trabalham no subsolo. Desta forma, desimpede-se as ruas de estruturas causadoras de constrangimentos para a circulao de pessoas e veculos e cativa-se a cr iao de uma maior superfcie de arruamentos e passeios que possibilitem a abertura das valas de servio. Por princpio, conveniente que todas as redes de infra-estruturas estejam implantadas no espao pblico com um tratamento e disponibilidade de superfcies que permita, sem grandes incmodos, a abertura de valas para operaes de ma nuteno. As redes de guas residuais e a rede de escoamento de guas pluviais trabalham em valas ao centro da via (1). Nos arruamentos em que a largura entre fachadas menor que 25 m, a distribuio das infra-estruturas sem perfil tran sversal arruma-se de acordo com o seguinte

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    Figura 9 Distribuio das redes no subsolo As redes de energia, gua, gs, telefone e cabo de TV trabalham em valas laterais (2), sob os passeios, junto s fachadas dos edifcios. E ntre o contorno lateral da via e o incio da vala recomenda-se um espao livre de 50cm, para garantir a segurana das fundaes ou outros elementos estruturais enterrados adjacentes via e tambm para facilitar a operao de mquinas na abertura de valas. As galerias tcnicas (3) so estruturas subterrne as, formadas por elementos pr-fabricados de beto ligados entre si, que se estend em ao longo das ruas e permitem a colocao das tubagens sobre estruturas metlicas. Desta forma, possvel aceder facilmente s redes no subsolo para trabalhos de manuteno sem necessidad e de abrir valas, com a consequente poupana de recursos.

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    Figura 10 Interior de uma galeria tcnica

    B.1 R EDE VI`RIA B.1.1 E STRUTURA VI`RIA URBANA No meio urbano s deve haver arruamentos e nunca e stradas. O espao pblico das ruas e praas o suporte fundamental da forma urbana, geralmente associada a funes distribuidoras e colectoras principais. H contudo hierarquias a explorar. Por exemplo, a avenida tem uma representatividade superior da rua. As vias de atravessamento so entendidas como elem entos de conexo necessrias para a continuidade das estradas. Visto que, por princpio, se rejeita a existncia de estradas nas cidades, ento tambm no devero existir vias de a travessamento dentro do espao urbano. No entanto, h excepes, pelo que devero ser empregu es solues que reduzam o impacto negativo desta situao. De todos os subsistemas de infra-estrutura urbana, o virio o mais delicado, devendo merecer estudos cuidadosos porque:

    o mais caro dos subsistemas, j que normalmente abrange mais de 50% do custo total de urbanizao.

    Ocupa uma parcela importante do solo urbano (entre 20 a 25%). Uma vez implantado, o subsistema que mais dificuldade apresenta quando se pretende

    aumentar a sua capacidade pelo solo que ocupa, pelos custos que envolve e pelas dificuldades operativas que a sua alterao implica .

    o subsistema mais directamente apercebido pelos utilizadores.

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    B.2 L EGISLAO EM VIGOR

    Decreto-Lei n 163/2006 Artigo1. Objecto

    (pg. 5672) 1 O presente decreto-lei tem por objecto a defini o das condies de acessibilidade a satisfazer no projecto e na construo de espaos p blicos, equipamentos colectivos e edifcios pblicos e habitacionais. 2 So aprovadas as normas tcnicas a que devem ob edecer os edifcios, equipamentos e infra-estruturas abrangidos, que se publicam no anexo ao presente decreto-lei e que dele faz parte integrante. 3 Mantm-se o smbolo internacional de acessibili dade, que consiste numa placa com uma figura em branco sobre um fundo azul, em tinta reflectora, especificada na seco 4.14.3 do anexo ao presente decreto-lei, a qual obtida junto das entidades licenciadoras. 4 O smbolo internacional de acessibilidade deve ser afixado em local bem visvel nos edifcios, estabelecimentos e equipamentos de utilizao pblica e via pblica que respeitem as normas tcnicas constantes do anexo ao presente decreto-lei.

    Figura 11 Smbolo internacional de acessibilidade

    Artigo2. mbito de aplicao

    (pg. 5672) 1 As normas tcnicas sobre acessibilidades aplica m-se s instalaes e respectivos espaos circundantes da administrao pblica central, regional e local, bem como dos institutos pblicos que revistam a natureza de servios personalizados ou de fundos pblicos. 2 As normas tcnicas aplicam-se tambm aos seguin tes edifcios, estabelecimentos e equipamentos de utilizao pblica e via pblica: a) Passeios e outros percursos pedonais pavimentados; b) Espaos de estacionamento marginal via pblica ou em parques de estacionamento pblico;

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    c) Equipamentos sociais de apoio a pessoas idosas e ou com deficincia, designadamente lares, residncias, centros de dia, centros de convvio, centros de emprego protegido, centros de actividades ocupacionais e outros equipamentos equivalentes; d) Centros de sade, centros de enfermagem, centros de diagnstico, hospitais, maternidades, clnicas, postos mdicos em geral, centros de reabilitao, consultrios mdicos, farmcias e estncias termais; e) Estabelecimentos de educao pr-escolar e de en sino bsico, secundrio e superior, centros de formao, residenciais e cantinas; f) Estaes ferrovirias e de metropolitano, centra is de camionagem, gares martimas e fluviais, aerogares de aeroportos e aerdromos, paragens dos transportes colectivos na via pblica, postos de abastecimento de combustvel e reas de servio; g) Passagens de pees desniveladas, areas ou subterrneas, para travessia de vias frreas, vias rpidas e auto-estradas; h) Estaes de correios, estabelecimentos de teleco municaes, bancos e respectivas caixas multibanco, companhias de seguros e estabelecimentos similares; i) Parques de estacionamento de veculos automveis ; j) Instalaes sanitrias de acesso pblico; l) Igrejas e outros edifcios destinados ao exerccio de cultos religiosos; m) Museus, teatros, cinemas, salas de congressos e conferncias e bibliotecas pblicas, bem como outros edifcios ou instalaes destinados a a ctividades recreativas e socioculturais; n) Estabelecimentos prisionais e de reinsero soci al; o) Instalaes desportivas, designadamente estdios , campos de jogos e pistas de atletismo, pavilhes e salas de desporto, piscinas e centros d e condio fsica, incluindo ginsios e clubes de sade; p) Espaos de recreio e lazer, nomeadamente parques infantis, parques de diverses, jardins, praias e discotecas; q) Estabelecimentos comerciais cuja superfcie de acesso ao pblico ultrapasse 150 m2, bem como hipermercados, grandes superfcies, supermercados e centros comerciais; r) Estabelecimentos hoteleiros, meios complementares de alojamento turstico, excepo das moradias tursticas e apartamentos tursticos dispersos, nos termos da alnea c) do n. 2 do artigo 38. do Decreto Regulamentar n.34/97, de 17 de Setembro, conjuntos tursticos e ainda cafs e bares cuja superfcie de acesso ao pblico ultrapasse 150 m2; s) Edifcios e centros de escritrios. 3 As normas tcnicas sobre acessibilidades aplica m-se ainda aos edifcios habitacionais.

    Artigo 12. Fiscalizao (pg. 5674)

    A fiscalizao do cumprimento das normas aprovadas pelo presente decreto-lei compete: a) Direco-Geral dos Edifcios e Monumentos Naci onais quanto aos deveres impostos s entidades da administrao pblica central e dos institutos pblicos que revistam a natureza de servios personalizados e de fundos pblicos; b) Inspeco-Geral da Administrao do Territrio quanto aos deveres impostos s entidades da administrao pblica local; c) s cmaras municipais quanto aos deveres imposto s aos particulares.

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    Anexo

    Normas tcnicas para melhoria da acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada

    (pg. 5676)

    Captulo 1 Via pblica: Seco 1.1 Percurso acessvel: (pg.5676) 1.1.1 As reas urbanizadas devem ser servidas por uma rede de percursos pedonais, designados de acessveis, que proporcionem o acesso seguro e confortvel das pessoas com mobilidade condicionada a todos os pontos relevantes da sua estrutura activa, nomeadamente: 1) Lotes construdos; 2) Equipamentos colectivos; 3) Espaos pblicos de recreio e lazer; 4) Espaos de estacionamento de viaturas; 5) Locais de paragem temporria de viaturas para entrada/sada de passageiros; 6) Paragens de transportes pblicos. 1.1.2 A rede de percursos pedonais acessveis dev e ser contnua e coerente, abranger toda a rea urbanizada e estar articulada com as actividades e funes urbanas realizadas tanto no solo pblico como no solo privado. 1.1.3 Na rede de percursos pedonais acessveis de vem ser includos: 1) Os passeios e caminhos de pees; 2) As escadarias, escadarias em rampa e rampas; 3) As passagens de pees, superfcie ou desnivela das; 4) Outros espaos de circulao e permanncia de pe es. Seco 1.2 Passeios e caminhos de pees: (pg.5676) 1.2.1 Os passeios adjacentes a vias principais e vias distribuidoras devem ter uma largura livre no inferior a 1,5 m.

    Figura 12 Largura dos passeios

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    1.2.2 Os pequenos acessos pedonais no interior de reas plantadas, cujo comprimento total no seja superior a 7 m, podem ter uma largura livr e no inferior a 0,9 m. Seco 1.3 Escadarias na via pblica: (pg.5676) 1.3.1 As escadarias na via pblica devem satisfaz er o especificado na seco 2.4 e as seguintes condies complementares: 1) Devem possuir patamares superior e inferior com uma faixa de aproximao constituda por um material de revestimento de textura diferente e cor contrastante com o restante piso; 2) Devem ser constitudas por degraus que cumpram uma das seguintes relaes dimensionais:

    Altura (espelho) Comprimento (cobertor) 0,10 0,40 a 0,45

    0,125 0,35 a 0,40 0,125 a 0,150 0,35

    0,15 0,30 a 0,35 3) Se vencerem desnveis superiores a 0,4 m devem ter corrimos de ambos os lados ou um duplo corrimo central, se a largura da escadaria f or superior a 3 m, ter corrimos de ambos os lados e um duplo corrimo central, se a largura da escadaria for superior a 6 m.

    Figura 13 Corrimos em escadarias

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    Figura 14 Escadaria com corrimo central

    Seco 1.4 Escadarias em rampa na via pblica: (pg.5676) 1.4.1 As escadarias em rampa na via pblica devem satisfazer o especificado na seco 1.3 e as seguintes condies complementares: 1) Os troos em rampa devem ter uma inclinao nomi nal no superior a 6% e um desenvolvimento, medido entre o focinho de um degrau e a base do degrau seguinte, no inferior a 0,75 m ou mltiplos inteiros deste valor; 2) A projeco horizontal dos troos em rampa entre patins ou entre troos de nvel no deve ser superior a 20 m.

    Figura 15 Escadaria em rampa Seco 1.5 Rampas na via pblica: (pg.5676) 1.5.1 As rampas na via pblica devem satisfazer o especificado na seco 2.5, e as que vencerem desnveis superiores a 0,4 m devem ainda:

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    1) Ter corrimos de ambos os lados ou um duplo corr imo central, se a largura da rampa for superior a 3 m; 2) Ter corrimos de ambos os lados e um duplo corri mo central, se a largura da rampa for superior a 6 m.

    Figura 16 Corrimos em rampas Seco 1.6 Passagens de pees de superfcie: (pg.5676) 1.6.1 A altura do lancil em toda a largura das pa ssagens de pees no deve ser superior a 0,02m. 1.6.2 O pavimento do passeio na zona imediatament e adjacente passagem de pees deve ser rampeado, com uma inclinao no superior a 8% na direco da passagem de pees e no superior a 10% na direco do lancil do passeio ou caminho de pees, quando este tiver uma orientao diversa da passagem de pees, de forma a estabelecer uma concordncia entre o nvel do pavimento do passeio e o nvel do pavimento da faixa de rodagem.

    Figura 17 Passagem de pees com rebaixamento do pa sseio

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    Figura 18 Passagem de pees com pavimento texturad o na zona do passeio imediatamente adjacente

    1.6.3 A zona de intercepo das passagens de pee s com os separadores centrais das rodovias deve ter, em toda a largura das passagens de pees, uma dimenso no inferior a 1,2m e uma inclinao do piso e dos seus revestimentos n o superior a 2%, medidas na direco do atravessamento dos pees.

    Figura 19 Passagem de pees numa via com separador central

    Seco 2.8 Espaos para estacionamento de viaturas: (pg.5680) 2.8.1 O nmero de lugares reservados para veculo s em que um dos ocupantes seja uma pessoa com mobilidade condicionada deve ser pelo menos de: 1) Um lugar em espaos de estacionamento com uma lo tao no superior a 10 lugares. 2) Dois lugares em espaos de estacionamento com um a lotao compreendida entre 11 e 25 lugares. 3) Trs lugares em espaos de estacionamento com uma lotao compreendida entre 26 e 100 lugares.

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    4) Quatro lugares em espaos de estacionamento com uma lotao compreendida entre 101 e 500 lugares. 5) Um lugar por cada 100 lugares em espaos de esta cionamento com uma lotao superior a 500 lugares. 2.8.2 Os lugares de estacionamento reservados dev em: 1) Ter uma largura til no inferior a 2,5m. 2) Possuir uma faixa de acesso lateral com uma largura til no inferior a 1m; 3) Ter um comprimento til no inferior a 5m. 4) Estar localizados ao longo do percurso acessvel mais curto at entrada/sada do espao de estacionamento ou do equipamento que servem. 5) Se existir mais de um local de entrada/sada no espao de estacionamento, estar dispersos e localizados perto dos referidos locais. 6) Ter os seus limites demarcados por linhas pintadas no piso em cor contrastante com a da restante superfcie. 7) Ser reservados por um sinal horizontal com o smbolo internacional de acessibilidade, pintado no piso em cor contrastante com a da restante superfcie e com uma dimenso no inferior a 1m de lado, e por um sinal vertical com o smbolo de acessibilidade, visvel mesmo quando o veculo se encontra estacionado. 2.8.3 A faixa de acesso lateral pode ser partilha da por dois lugares de estacionamento reservado contguos. Captulo 4 Percurso acessvel: Seco 4.3 Largura livre: (pg. 5686) 4.3.1 Os percursos pedonais devem ter em todo o s eu desenvolvimento um canal de circulao contnuo e desimpedido de obstrues com uma largura no inferior a 1,2 m, medida ao nvel do pavimento. 4.3.2 Devem incluir-se nas obstrues referidas n o n. 4.3.1 o mobilirio urbano, as rvores, as placas de sinalizao, as bocas-de-incndio, as caleiras sobrelevadas, as caixas de electricidade, as papeleiras ou outros elementos que bloqueiem ou prejudiquem a progresso das pessoas. Seco 4.5 Altura livre: (pg.5687) 4.5.1 A altura livre de obstrues em toda a larg ura dos percursos no deve ser inferior a 2 m nos espaos encerrados e 2,4 m nos espaos no ence rrados. 4.5.2 No caso das escadas, a altura livre deve se r medida verticalmente entre o focinho dos degraus e o tecto e, no caso das rampas, a altura livre deve ser medida verticalmente entre o piso da rampa e o tecto. 4.5.3 Devem incluir-se nas obstrues referidas n o n. 4.5.1 as rvores, as placas de sinalizao, os difusores sonoros, os toldos ou out ros elementos que bloqueiem ou prejudiquem a progresso das pessoas. 4.5.4 Os corrimos ou outros elementos cuja proje co no seja superior a 0,1 m podem sobrepor-se lateralmente, de um ou de ambos os lados, largura livre das faixas de circulao ou aos espaos de manobra dos percursos acessveis.

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    4.5.5 Se a altura de uma rea adjacente ao percur so acessvel for inferior a 2 m, deve existir uma barreira para avisar os pees. Seco 4.6 Objectos salientes: (pg. 5687) 4.6.1 Se existirem objectos salientes das paredes : 1) No devem projectar-se mais de 0,1 m da parede, se o seu limite inferior estiver a uma altura do piso compreendida entre 0,7 m e 2 m; 2) Podem projectar-se a qualquer dimenso, se o seu limite inferior estiver a uma altura do piso no superior a 0,7 m. 4.6.2 Se existirem objectos salientes assentes em pilares ou colunas separadas de outros elementos: 1) No devem projectar-se mais de 0,3m dos suportes , se o seu limite inferior estiver a uma altura do piso compreendida entre 0,7 m e 2 m; 2) Podem projectar-se a qualquer dimenso, se o seu limite inferior estiver a uma altura do piso no superior a 0,7 m. 4.6.3 Os objectos salientes que se projectem mais de 0,1 m ou estiverem a uma altura do piso inferior a 0,7 m devem ser considerados ao determinar a largura livre das faixas de circulao ou dos espaos de manobra. Seco 4.7 Pisos e seus revestimentos: (pg. 5687) 4.7.1 Os pisos e os seus revestimentos devem ter uma superfcie: 1) Estvel no se desloca quando sujeita s ace s mecnicas decorrentes do uso normal; 2) Durvel no desgastvel pela aco da chuva ou de lavagens frequentes; 3) Firme no deformvel quando sujeito s ace s mecnicas decorrentes do uso normal; 4) Contnua no possui juntas com uma profundidad e superior a 0,005 m. 4.7.2 Os revestimentos de piso devem ter superfc ies com reflectncias correspondentes a cores nem demasiado claras nem demasiado escuras e com acabamento no polido; recomendvel que a reflectncia mdia das superfcies dos revestimentos de piso nos espaos encerrados esteja compreendida entre 15% e 40%. 4.7.3 Se forem utilizados tapetes, passadeiras ou alcatifas no revestimento do piso, devem ser fixos, possuir um avesso firme e uma espessura no superior a 0,015 m descontando a parte rgida do suporte; as bordas devem estar fixas ao piso e possuir uma calha ou outro tipo de fixao em todo o seu comprimento; deve ser assegur ado que no existe a possibilidade de enrugamento da superfcie; o desnvel para o piso adjacente no deve ser superior a 0,005 m, pelo que podem ser embutidos no piso. 4.7.4 Se existirem grelhas, buracos ou frestas no piso (exemplos: juntas de dilatao, aberturas de escoamento de gua), os espaos no devem permitir a passagem de uma esfera rgida com um dimetro superior a 0,02 m; se os esp aos tiverem uma forma alongada, devem estar dispostos de modo que a sua dimenso mais lon ga seja perpendicular direco dominante da circulao. 4.7.5 A inclinao dos pisos e dos seus revestime ntos deve ser: 1) Inferior a 5% na direco do percurso, com excep o das rampas;

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    2) No superior a 2% na direco transversal ao per curso. 4.7.6 Os troos de percursos pedonais com inclina o igual ou superior a 5% devem ser considerados rampas e satisfazer o especificado na seco 2.5. 4.7.7 Os revestimentos de piso de espaos no enc errados ou de espaos em que exista o uso de gua (exemplos: instalaes sanitrias, cozinhas, lavandaria) devem: 1) Garantir boa aderncia mesmo na presena de humidade ou gua; 2) Ter boas qualidades de drenagem superficial e de secagem; 3) Ter uma inclinao compreendida entre 0,5% e 2% no sentido de escoamento das guas.

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    C.1 R EDE DE ABASTECIMENTO DE `GUA O abastecimento de gua potvel essencial vida urbana e estima-se que, num quadro de economia desenvolvida, os consumos mnimos sejam da ordem dos 250 litros/habitao/dia. No obstante as facilidades, em termos de engenhari a hidrulica, no transporte de elevados caudais a grandes distancias, a gua sempre um recurso condicionante das formas de desenvolvimento. A infra-estrutura de abastecimento de gua adapta-se com facilidade a qualquer tipo de morfologia urbana, no constituindo por isso condic ionante a ter em conta na soluo urbanstica arquitectada, salvo se esta integrar componentes especiais do sistema com grandes dimenses (caso dos reservatrios, elevados ou enterrados), q ue cativam e segregam espaos, formando lacunas no interior do tecido urbano.

    C.1.1 T IPOS DE REDE Rede ramificada ou arborescente constituda por troos sequenciais de tal modo q ue no forma qualquer malha fechada. Para aglomerados de pequenas dimenses, constitui o mtodo de abastecimento de gua mais econmico por implicar a utilizao de menor d imetro e extenso de rede. No entanto, pelo facto de gua circular num s sentido, qualquer avaria num troo implica que fique interrompido o fornecimento de gua a jusante deste. No caso de expanso do aglomerado populacional e c onsequente necessidade de aumento do caudal, pode acontecer que a presso se torne insuficiente devido ao aumento substancial das perdas de carga do sistema, mas o processo de clculo hidrulico da rede bastante simples. Apresenta problemas de manuteno, nomeadamente de vido acumulao de sedimentos nas extremidades. Rede malhada ou reticulada constituda por troos interligados de tal modo que todos se encontram formando malhas reais ou imaginrias. Neste tipo de rede, todos os troos podem ter dois sentidos de escoamento, conforme as condies hidrulicas. Trata-se pois de um sistema de abastecimento de gua seguro e eficiente. No caso de expanso do aglomerado, com o consequent e aumento de consumo, a presso da rede sofre efeitos pouco significativos. A estrutura da rede utiliza grande quantidade de tubagens e acessrios, o que agrava o custo de instalao. Rede mista formada pela combinao de traados em malha e a rborescentes, o que corresponde situao mais corrente. Engloba as vantagens de amb as, minimizando as desvantagens de ordem econmica e tcnica.

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    C.1.2 C ONSTITUIO DA REDE A instalao da rede de abastecimento de gua efectua-se preferencialmente sob os passeios, a uma profundidade mnima de 80cm e sempre acima dos colectores de guas residuais. Desta rede fazem parte os seguintes constituintes: Instalaes de captao Integram recursos hdricos especficos que compete ao ordenamento do territrio e, particularmente, aos planos directores municipais salvaguardar. Adutoras O processo de aduo constitudo pelo conjunto d e tubagens e obras destinado a ligar as fontes de gua bruta s estaes de tratamento, e destas aos reservatrios de distribuio. Para o traado das adutoras consideram-se factores como: topografia, caractersticas do solo e facilidades de acesso. Devem ser evitados trajectos que impliquem obras complementares de maiores custos que envolvam despesas elevadas de operao e manuteno. Os materiais normalmente utilizados em adutoras so o ferro fund ido, ao e os materiais plsticos. Reservatrios So necessrios para regularizar as flutuaes do consumo ao longo do dia, permitindo economias no dimensionamento da rede. Permitem tambm estabelecer equilbrios de presso, funcionando como torres de presso ou reservatrios de extremidade. Asseguram reservas para situaes de emergncia (interrupes na captao, ruptura nas adutoras, faltas de energia, combate a incndios, etc.).

    Figura 20 Reservatrio de gua, Peniche

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    Estaes de tratamento e purificao Os recursos hdricos mais indicados para o abastecimento de uma cidade (principalmente as guas naturais de superfcie) raramente satisfazem todos os requisitos do ponto de vista qualitativo. Entretanto, se no forem potveis, so potabilizveis, isto , podem ter as suas qualidades melhoradas dentro dos padres recomendad os mediante um tratamento parcial ou completo, de acordo com a sua poluio ou contamina o. O tratamento da gua dispendioso e dever compreender apenas os processos imprescindveis obteno da qualidade desejada, a custos mnimos.

    Figura 21 Estao de tratamento da gua Estaes elevatrias e de sobrepresso Quando a origem ou o local mais adequado para a captao da gua estiver a um nvel inferior que impossibilite a aduo por gravidade, necessrio o emprego de equipamentos de bombagem que elevem a gua para determinados locais cuja cota permite garantir presses de servio na rede. Estes equipamentos so constitudo s por um conjunto de motor, bomba hidrulica e acessrios. Em cidades de topografia acidentada, recomendvel usar redes divididas em partes independentes, de forma a poder aproveitar a aduo por gravidade para partes delas elevando-se a gua somente onde tal for necessrio. Rede de distribuio Inclui as canalizaes principais, ramais de liga o aos locais de consumo e rgos acessrios (vlvulas de seccionamento e de purga, bocas de incndio e de rega). O dimetro nominal mnimo das condutas de distribu io de 60 mm em aglomerados com menos de 20000 habitantes. A sua implantao de ve ser, de preferncia, em ambos os lados dos arruamentos e nunca a uma distncia inferior a 80 cm dos limites das propriedades. O dimetro mnimo em ramais de ligao de 20 mm. Quando houver necessidade de assegurar simultaneamente o servio de combate a in cndios sem reservatrio de regularizao, o dimetro no deve ser inferior a 45 mm.

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    C.1.3 S IMBOLOGIA

    C.1.3.1 S IMBOLOGIA DE DISTRIBUIO PBLICA DE `GUA

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    C.1.3.2 S IMBOLOGIA DE DISTRIBUIO PREDIAL DE `GUA

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    D.1 R EDE DE DRENAGEM DE `GUAS RESIDUAIS Uma boa estrutura urbana deve adoptar sistemas separativos para drenagem de guas pluviais e de esgotos. As redes unitrias tendero a ser gradualmente substitudas por redes separativas, por razoes de ordem ecolgica, sanitria e de economia das operaes de tratamento. Pesa ainda a dificuldade de isolar maus cheiros, que sempre se libertam pelas sarjetas e sumidouros, no obstante a utilizao de sifes. Os tipos de efluentes a drenar mais correntes so os domsticos, comerciais e de infiltrao na rede de guas subterrneas. No caso de efluentes provenientes de indstrias, laboratrios e hospitais, cuja composio varive l podendo conter produtos perigosos (txicos, infecciosos, corrosivos, inflamveis ou explosivos), impe-se sempre a avaliao da eventual necessidade de se construir uma rede especfica com estaes de tratamento adequadas.

    D.1.1 C ONSTITUIO DA REDE A rede de esgotos no interior dos edifcios deve descarregar para a rede geral sempre por gravidade. Se corrente drenar por bombagem as guas pluviais e subterrneas de caves, no tecnicamente defensvel que tal procedimento se aplique a esgotos. A rede interna de cada edifcio comunica com a rede geral atravs de ramais de ligao. Quando o edifico previamente servido de fossa, no convm que a sua posterior ligao rede geral feita tambm atravs de fossa, devendo-se desactiv-la. Os ramais de ligao, neste caso, podem ser particularmente condicionantes atendendo profundidade e distanciamento transversal dos colectores da rede geral e ainda ao regulamento imposto no que respeita os declives dos ramais (entre 2 e 4%). A rede geral inclui colectores, caixas de visita e cmaras de corrente de varrer. Em casos excepcionais, que ocorrem em terrenos muito planos, ou na necessidade de ligar a redes gravticas independentes, pode recorrer-se a esta es elevatrias, articuladas com condutas de impulso. As redes gerais devem confluir para estaes de tr atamento (ETAR). A localizao e o dimensionamento de uma ETAR requer um planeamento integrado de modo a captar, em boas condies, os efluentes das diversas redes da sua rea de influncia. Embora existam sofisticadas estaes de tratamento com um reduzido impacto ambiental, recomenda-se, por princpio, localizaes afastadas dos aglomerados urbanos e em stios despovoados. Os emissrios so condutas ou valas que conduzem os efluentes depois de tratados ao destino final (cursos de gua naturais, oceanos, valas ou poos drenantes, etc.).

    D.1.2 T RAADO EM PLANTA A topografia do terreno, as suas caractersticas geolgicas e hidrolgicas, a morfologia urbana e a conjugao com outras redes, determinam a configurao das redes, permitindo identificar padres. No entanto, apesar das diferen tes configuraes, as redes de guas residuais so sempre do tipo ramificado, com progresso cresc ente dos dimetros para jusante. Redes transversais

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    Quando as vrias redes parciais, servindo diversas zonas, descarregam directamente no meio receptor. Redes interceptantes Quando as redes que servem as diferentes zonas se renem num colector nico, designado interceptor. Redes em terrao Quando as redes que servem diferentes zonas, com caractersticas topogrficas diferenciadas, conduzem a emissrios ou interceptores separados. Redes paralelas ou em leque Quando os vrios colectores principais, quase paralelos, se juntam num nico emissrio que conduz ETAR ou meio receptor. Redes radiais ou excntricas Quando vrias redes parciais, servindo diferentes zonas, conduzem a emissrios separados que descarregam tambm em pontos distintos. Redes concntricas Quando diversos colectores principais, com uma disposio radial, se juntam numa zona central, obrigando bombagem de todo o efluente. Redes tipicamente arborescentes S usado em pequenas redes em que h um colector central em que descarregam diversos colectores afluentes.

    D.1.3 P ERFIL LONGITUDINAL E TRANSVERSAL O traado longitudinal constitudo por troos de alinhamento recto ao longo dos arruamentos ou outros espaos pblicos, com o cuidado de economizar nos custos dos ramais. No traado em planta conveniente evitar junes de colectores com ngulos entre eixos superiores a 60. Alm disso, existem algumas recomendaes para o traado em perfil longitudinal, segundo o Regulamento Geral das Canalizaes e Esgotos (RGCAE):

    Sempre que possvel, devem ser adoptadas inclina es equivalentes s do terreno. Por razes construtivas, devem ser consideradas as seguintes inclinaes mnimas e

    mximas: - Mnima 0,5% (abaixo deste valor no possve l garantir a sua execuo na obra). - Mxima 20% (para evitar a eroso e garantir um assentamento estvel).

    Progresso crescente dos dimetros de montante par a jusante da rede, tendo em conta a acumulao de caudais e as expanses urbanas futura s.

    O dimetro mnimo regulamentar para colectores de 200 mm. Outros aspectos a considerar no traado em perfil t ransversal:

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    Conforme o estipulado pelo Artigo 24 do RGCAE, todos os colectores de esgotos devero

    ser assentes a uma profundidade mnima de 1,40 m medida entre o seu extradorso e o pavimento da via pblica. Esta precauo tem em vista criar boas condies para a insero dos ramais e garantir condies de seguran a para o colector e para o trnsito.

    Em qualquer circunstncia, proibida a construo sobre colectores de infra-estruturas em geral.

    Os colectores de esgotos devero ser implantados n um plano inferior ao das canalizaes de distribuio de gua e afastados pelo menos 1 m.

    D.1.4 C AIXAS DE VISITA A localizao das caixas de visita est regulamentada pelo Artigo 26 do RGCAE, onde se l que obrigatria a instalao de caixas de visita sempre que, no traado em planta, se verifiquem as seguintes situaes:

    Quando ocorre um cruzamento ou qualquer tipo de juno de colectores. Sempre que haja uma mudana de direco no colecto r. Nos alinhamentos rectos, em troos que no podem e xercer os 60m, no caso de

    colectores no visitveis, ou 100m para colectores visitveis. No caso de colectores no visitveis, as caixas de visita podero distanciar-se 120m se for

    instalado um culo de limpeza a meia distncia. Em colectores visitveis de grande calibre (tipo galeria), a distncia entre caixas de visita

    pode atingir os 300 m. Em resultado da anlise do traado em perfil longitudinal, instalam-se caixas de visita sempre que haja uma alterao da inclinao dos col ectores ou uma variao do seu dimetro.

    E.1 R EDE DE DRENAGEM DE `GUAS PLUVIAIS As guas das chuvas, de lavagens de pavimentos e o escoamento de guas de superfcie, impem certos requisitos ao desenho urbano, de entr e os quais se destacam os seguintes:

    Reduo do volume das guas que afluem rede de c olectores, sendo para tal necessrio controlar a relao entre a drenagem natural, a bac ia hidrogrfica e a drenagem dos espaos urbanos.

    Dimensionamento de cada troo de uma rede prevendo o seu crescimento a montante.

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    Explorao do potencial de infiltrao e armazenam ento de gua no solo atravs da criao de espaos livres, parques e jardins, e ain da recorrendo a solues de pavimentao permevel e semipermevel.

    Criao de bacias de reteno e infiltrao que po dero ser enquadradas em espaos livres, nomeadamente parques e jardins.

    As guas que afluem rede provm das coberturas dos edifcios atravs dos tubos de queda, de poos e valas drenantes, da bombagem das caves situadas a nveis inferiores s cotas de trabalho da rede, das superfcies de espaos ext eriores (principalmente daqueles que esto revestidos com pavimentos impermeveis), etc. Para cada troo da rede, observa-se a localizao, configurao, dimenses e cotas dos es paos a drenar.

    E.1.1 C ONCEPO DA REDE A modelao final dos espaos exteriores deve ser concebida com uma compartimentao de superfcies drenantes relativamente aos componentes perifricos de captao (valetas, sumidouros e sarjetas), gerando assim, para cada caso, um subsistema completo e equilibrado. As linhas de captao das guas superficiais devem localizar-se a pelo menos 3m dos edifcios, de modo a evitar concentraes de gua p rximas das paredes e fundaes. A cota do rs-do-cho deve estar, pelo menos, 60 cm acima da cota do terreno exterior, precavendo-se assim riscos de inundao e humidade. A partir dos dispositivos de captao de guas superfcie, forma-se a rede secundria de ramais que confluem para os colectores principais, os quais, como vimos, trabalham preferencialmente sob o pavimento dos arruamentos. A rede pluvial tem um traado de tipo arborescente , com progresso crescente dos dimetros para jusante.

    E.1.2 I NSTALAO DA REDE Os colectores pluviais so instalados a uma profun didade mnima de 80 cm, em posio superior aos colectores de esgotos e afastados destes pelo menos 20 cm na vertical e 80 cm na horizontal, medidos entre extradorsos. As pendentes de projecto da superfcie do terreno devem acompanhar as inclinaes aceitveis dos colectores. Note-se que, em pequenos troos, podem verificar-se inclinaes contrrias entre os colectores e a superfcie, mas s se a profundidade das valas se mantiver aceitvel. As cmaras de visita, que comunicam com o paviment o, devem distanciar-se entre si a menos 60 m, para fins de manuteno e conservao d a rede. A insero das cmaras de visita obrigatria nos cruzamentos de colectores, nos pont os de mudana de direco em planta, de alterao de inclinao em perfil e de variao de dimetro dos colectores. No h razes para prolongar a rede de colectores pluviais fora dos aglomerados urbanos. Os colectores podem, em princpio, descarregar directamente nas linhas de gua naturais mais prximas ou indirectamente atravs de valas abertas.

    E.1.3 E LEMENTOS DE DRENAGEM Guias So elementos utilizados entre o passeio e a faixa de rodagem, dispostos paralelamente ao eixo da rua, construdos geralmente de pedra ou beto pr-moldado e que formam conjunto

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    com as valetas. recomendvel que possuam, pelo menos, uma altura aproximada de 15cm em relao ao nvel superior da valeta. Uma altura mai or dificultaria a acessibilidade dos pees e a abertura das portas dos automveis, enquanto que um a altura menor diminuiria a capacidade de conduzir as guas nas vias. Valetas So zonas da faixa de rodagem situadas junto s gu ias, executadas geralmente em beto moldado no local ou pr-moldadas. Formam, com a guia, canais triangulares cuja finalidade receber e dirigir as guas pluviais para o sistema de colectores de drenagem. Grelhas So calhas geralmente construdas do mesmo materia l das sarjetas e com forma de V, situadas nos cruzamentos de ruas, onde as guas, dentro do possvel, no devem atrapalhar o trfego pelo empoamento das mesmas. Bocas de lobo So caixas de captao das guas colocadas ao longo das sarjetas, com a finalidade de captar as guas pluviais em escoamento superficial e conduzi-las ao interior das galerias ou dos colectores. Normalmente, so localizadas nos cruzamentos das vias a montante da faixa de pedestres, ou em pontos intermedirios, quando a capacidade do conjunto guia/valeta se esgota.

    Galerias e colectores

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    So canalizaes destinadas a receber as guas plu viais captadas na superfcie e encaminh-las para o seu destino final. So localizadas em valas executadas geralmente no eixo das ruas, com recobrimento mnimo de 1,0 m. So, em geral, pr-moldadas em beto, com dimetros variando entre 0,4 e 1,5 m. Cmaras de visita So elementos do subsistema de drenagem de guas pluviais que possibilitam o acesso s canalizaes, para limpeza e inspeco. So nece ssrios quando h mudana de direco ou inclinao dos colectores, nas junes de colectore s, na extremidade de montante, ou quando h mudana de dimetro. As paredes so executadas, ger almente, em tijolos ou beto, o fundo em beto e a tampa em ferro fundido. Bacias de reteno So reservatrios superficiais ou subterrneos que , ao acumular o excesso de gua proveniente de chuvas mais intensas, permitem o seu escoamento pelos colectores ou canais existentes, em fluxos compatveis com as suas capacidades, evitando o extravasamento sobre os leitos virios nas zonas baixas. O dimensionamento deste subsistema depende:

    Do ciclo hidrolgico local: quanto mais chuva, mai or o subsistema. Da topografia: quanto maiores os declives, mais rpido se d o escoamento. Da rea e da forma da bacia: quanto maior for a rea, mais gua captada. Da cobertura e impermeabilizao da bacia: quanto menos gua for absorvida pelo

    terreno, mais deve ser esgotada. Do traado da rede: interferncias com as redes de outros subsistemas. Das redes de circulao: de acordo como tipo de es pao urbano (para receber veculos

    automveis, bicicletas, pedestres ou outros).

    F.1 R EDE DE DISTRIBUIO DE ENERGIA ELCTRICA Fora dos aglomerados urbanos, a energia transportada em muito alta tenso atravs de cabos areos, embora as modernas tecnologias dos cabos pticos permitam instalaes subterrneas econmicas e eficientes. As subestaes de transformao de muita alta tens o (MAT), para alta tenso (AT), localizam-se na periferia dos aglomerados, de preferncia sempre distanciados do tecido urbano. A partir daqui a energia passa a ser transportada por cabos subterrneos, no sendo permitidas redes areas no meio urbano. Este transporte efectuado at aos pontos de transformao (PT), de alta para baixa tenso, seguindo-se a rede de di stribuio domiciliria. Esta rede malhada, aberta e trabalha em paralelo. Nas solues de dese nho urbano necessrio prever a localizao e integrao de postos de transformao (PT), postos de seccionamento (PS) e caixas de distribuio, considerando as especifica es legais e tcnicas sobre a sua instalao. A localizao dos (PT) tem solues de menor impacto quando so instalados no interior dos edifcios, devendo ser assegurados cuidados especiais para obstar os inconvenientes resultantes das vibraes, rudos e aquecimento. A par da distr ibuio domiciliria necessrio considerar a rede para a iluminao de espao pblico. Estas dua s redes desenvolvem-se na mesma vala, apenas com derivaes distintas.

    F.1.1 C ONDIES DE INSTALAO DA REDE

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    A instalao de cabos subterrneos, qualquer que s eja tenso, faz-se por enterramento, o que facilita os trabalhos de manuseamento dos cabos. Os cabos de alta tenso so implantados profundidade mnima de 80 cm e os de baixa tenso profundidade mnima de 70 cm. No caso de trabalharem na mesma vala dever respeitar-se uma distncia mnima entre cabos de 25 cm. So correntes as situaes em que os cabos de energ ia no podem ser subterrneos (viadutos, tneis). Nestes casos, quando se trata de espaos acessveis ao pblico, os cabos instalados exteriormente tm que respeitar uma altura mnima de 2,5 m em relao ao pavimento e serem protegidos por invlucro adequado. Recomendam-se me didas cautelares quanto s vizinhanas e cruzamentos de canalizaes de gs, guas, esgotos e telecomunicaes, de acordo com os regulamentos em vigor. As redes de distribuio de energia elctrica tm uma organizao em malhas abertas, que permitem o fecho em determinados pontos, com abertura prvia noutros pontos, de forma a assegurar circuitos alternativos. A ttulo indicativo apresentamos as seguintes capitaes, tendo em conta a cidade de Lisboa: - 1 Sub-estao principal (SE) ____________________ _______ 50000 hab. - 1 Posto de transformao (PT) ___________________ ___ 800 a 1000 hab. - 1 Posto de seccionamento (PS) ___________________________ 200 hab. - 1 Candeeiro de iluminao publica _______________ ___________ 20 hab. - 1 Km de cabo __________________________________________200 hab. As redes elctricas exteriores desqualificam a imagem urbana, nomeadamente nos centros histricos. Os cabos elctricos devem traba lhar sempre enterrados e no contexto dos planos muito se pode fazer para ajudar a integrao espacial de caixas tcnicas.

    F.1.2 L IGAES PREDIAIS Consiste no conjunto de dispositivos que tm por finalidade estabelecer comunicao entre a rede de distribuio e a instalao elctri ca das edificaes, sendo geralmente constituda por ramal de ligao de entrada da instalao a aba stecer (entre o poste ou rede publica enterrada e o medidor de consumo de energia) e o ramal de servio.

    F.1.3 I LUMINAO PBLICA

    F.1.3.1 D ISPOSIO DA ILUMINAO EM TRAMOS RECTOS Disposio axial pouco recomendada porque exige uma suspenso por cabos e aumenta a tendncia dos condutores circularem pelo centro da rua por ser a zona mais iluminada. Disposio unilateral. uma soluo muito utilizada em ruas relativamente estreitas, pois representa uma grande economia no custo das linhas de alimentao. No ent anto, no convm aplicar esta soluo em ruas com largura superior a 10m. Disposio bilateral

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    o mtodo mais recomendado. Utiliza-se o sistema d e ziguezague quando a largura da rua igual ou menor do que o dobro da altura da instala o prevista e o sistema simtrico para alturas superiores.

    F.1.3.2 D ISPOSIO DA ILUMINAO NAS ROTUNDAS Estas zonas devem ser objecto de uma iluminao esp ecial que as faa sobressair, sem que deixe de ser harmoniosa com a iluminao contnua d a estrada. 4 Iluminao de parques de estacionamento

    F.1.3.3 D ISPOSIO DA ILUMINAO NOS PARQUES DE ESTACIONAMENTO A iluminao de parques normalmente feita com pro jectores (iluminaria que concentra a luz num ngulo determinado por um sistema ptico).

    F.1.3.4 A LTURA DOS PONTOS DE LUZ A altura do ponto de luz numa instalao de ilumin ao pblica exerce uma grande influncia sobre a qualidade da luz e da iluminao e condiciona fortemente os seus custos. Situar os pontos de luz a grande altura tem: Vantagens

    Melhor distribuio de luminncias sobre a rua. Maior separao entre os pontos de luz, o que impl ica a reduo do nmero de unidades

    luminosas e consequentemente um menor custo total de instalao. Inconvenientes

    Dificulta a manuteno, o que incrementa os seus c ustos. Diminui o factor de utilizao, j que grande parte do fluxo luminoso emitido incide fora da

    zona que se pretende iluminar. A relao entre a separao e a altura dos pontos de luz afecta muito directamente a uniformidade da iluminao que se consegue sobre a via. medida que esta relao menor, a uniformidade da iluminao mais elevada e h um repartir menor de luminncias.

    F.1.3.5 M TODOS DE SUSTENTAO DOS PONTOS DE LUZ Sustentao por cabos um sistema pouco utilizado porque apresenta dific uldades de fixao, alm de que o aspecto esttico que proporciona via no muito favorvel. Fixao por braos murais

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    o sistema mais econmico e de maior emprego em ru as de tipo mdio, nas quais os edifcios que a limitam no tm alturas superiores a oito metros. Uma das principais vantagens deste sistema que no atrapalha a circulao dos pees nos passeios, nem se afigura como obstculo passagem de invisuais e deficientes motores em cadeiras de rodas. Fixao sobre bculo ou postes com braos o sistema de sustentao mais utilizado, sobretud o em ruas com crceas elevadas. Postes Os postes normalmente utilizados para sustentao d a rede area so de beto tubular, metlicos ou de madeira. Empregam-se, em geral, postes de 9,0 m de comprimento para redes secundrias e de 11,0 m para as primrias, alm dos elementos para iluminao publica, neles instalados. A alternativa de suportar as redes areas nas edificaes usada em algumas zonas urbanas, aproveitando-se de edifcios j construdos. Porm, apresenta inconvenientes quando a edificao demolida ou remodelada, j que nessa situao exige solues temporrias, nem sempre simples ou baratas, para manter a rede em funcionamento. 1 Tendo em conta a simetria de distribuio do fl uxo: 1.1. Simtrica o fluxo luminoso reparte-se simetr icamente em relao ao eixo de simetria; prprias para praas. 1.2. Assimtrica o fluxo luminoso no se reparte de forma simtrica; prprias para ruas, porque oferecem um melhor aproveitamento do fluxo luminoso.

    G.1 R EDE DE TELECOMUNICAES As infra-estruturas de transmisso de informao a presentam-se como uma condio para o desenvolvimento das matrizes institucionais e da organizao econmica. As novas tecnologias das telecomunicaes induzem novas formas de produz ir e utilizar os espaos urbanos e permitem ultrapassar muitas das limitaes devidas rigidez formal do espao edificado. O sistema urbano, ao ser abalado, fragmenta-se em partes com nveis de desenvolvimento muito diferenciados. Acontece porm que todo o sistema, de algum modo, tambm chamado a evoluir para uma utilizao-partic ipao nas modernas redes informativas. As telecomunicaes esto a estimular a reconverso de usos em espaos tradicionais, conferindo-lhes novas potencialidades de utilizao. tambm de sublinhar o efeito aproximativo entre espaos, gerando novas formas de comunicaes e ala rgando o conceito de acessibilidade. As antenas de televiso podem ter um impacto visual mu ito negativo que justifica medidas de planeamento. Caractersticas gerais da rede telefnica 1 Rede principal Estabelece a comunicao entre as centrais e entre estas e os pontos de sub-repartio. Os cabos principais tm actualmente um mnimo de 600 pares, podendo ter at 2400 pares. A rede principal implantada com um mnimo de 4 tubos de 0,90 mm, ocupando em geral uma vala de significativa largura. 2 Rede de distribuio Desenvolvem-se a partir de postos de sub-repartio e constituda por cabos de distribuio e por ramais de ligao aos utilizadores (edifcios e cabines pblicas). Partes constituintes da rede

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    1 Centrais constituem o rgo inteligente da re de e podem ser de tipo analgico ou digital consoante a tecnologia utilizada. So prolongadas e m unidades remotas, instaladas em armrios metlicos de grandes dimenses. 2 Linhas e ramais de ligao constitudos por c abos de diversos tipos, dimetros e materiais, instalados com tubagens enterradas no subsolo, sendo excepcionais as linhas areas em centros urbanos. 3 Sub-repartidores e concentradores so equipam entos instalados em armrios de superfcie, de diferentes dimenses, que se destinam a ligar os cabos das centrais com os da rede de distribuio e a fazer a concentrao num menor nm ero de pares. 4 Caixas de visita permanentes (CVP) com dimens es muito variadas, destinam-se a facilitar a manuteno, conservao e reparao das linhas. L ocalizam-se em todas as mudanas bruscas de direco do traado, em frente dos prdi os servidos e, em troos rectas, nas juntas dos cabos, a uma distncia mxima de 145 m. 5 Cabines telefnicas pblicas instaladas nas z onas de grande concentrao e movimentao populacional, onde se prev uma grande utilizao pblica. 6 Outros rgos utilizam-se ainda caixas de pas sagem, caixas terminais. Tipo de traado e implantao A rede ramificada, com a limitao de cada cabo s permitir um nmero de subdivises correspondentes ao seu nmero de pares. A organizao do traado tem uma lgica que procura reduzir a extenso dos cabos. A instalao de cabos de telecomunicaes faz-se em tubagens agrupadas por meio de blocos de beto, com mnimo d e 2 tubos, a uma profundidade mnima de 1,20 m, contada desde a superfcie do pavimento at ao plano dos blocos e sinalizada atravs de uma rede plstica de cor verde, colocada 10 cm acima dos blocos. A rede de telecomunicaes respeita afastamentos mnimos de 20 cm em relao a os cabos de energia e de gs e de 50 cm em relao a condutas de guas. A localizao e as condicionantes arquitectnicas inerentes s centrais, postos de sub-repartio, concentradores e cabines telefnicas p blicas devem ser considerados no desenho urbano. Nmero de cabos e canalizaes por arruamento 1 Em loteamentos simtricos condutas do mesmo l ado da via com CVP de 2 em 2 lotes, das quais saem 4 cabos, 1 para cada lote, de um e outro lado da via. 2 Em loteamentos no simtricos Uma conduta de cada lado da via, com CVP de 2 em 2 lotes, das quais saem 2 cabos, um para cada lote. Sistema de dados A substituio dos deslocamentos humanos pela tran sferncia de arquivos digitais levou criao do termo auto-estrada da informao. Por ela, transferem-se vdeos, musicas, servios de diversos tipos e mensagens. A era da informao foi uma expresso adoptada para caracterizar o aumento da importncia dos novos mei os de comunicao deve muito ao computador, indstria de programas e os satlites de comunicao. Uma das maiores batalhas na guerra global das telecomunicaes trava-se entr e os grandes fabricantes mundiais e provoca uma reduo no preo dos custos neste sector. O protocolo da Internet foi desenvolvido nos anos 60, pelo Departamento de Defesa dos EUA que apoiou uma pesquisa sobre comunicaes e re des que poderiam sobreviver a uma destruio parcial, em caso de guerra nuclear. A In ternet a me das redes de computadores e h vrios milhes de servidores interconectados. Estes servidores fazem parte de redes em universidades, governos e empresas, alm de milhes de cidados. A Internet uma vasta estrutura de informaes com espao ilimitado. Os d ados esto separados fisicamente no espao, mas reunidos pela rede.

    H.1 R EDE DE DISTRIBUIO DE G`S

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    Com o recurso utilizao do gs natural e sua distribuio em grande escala, este factor beneficia de inovaes significativas. No , no entanto, previsvel que a curto prazo exista uma rede global de abastecimento de gs para o pas, dai que continuem a existir redes de tipo local, utilizando outros tipos de gs, com os seus reservatrios prprios. Sob o ponto de vista urbanstico, considerando factores de segurana, funcionalidade e conforto, a rede colectiva de abastecimento de gs uma exigncia bsica. Nada recomenda o sistema de distribuio e consumo de botijas de gs para consumo domstico. Mesmo para pequenas urbanizaes ou prdios isolados, recomend a-se a instalao de sistemas de distribuio colectiva. Tipo de traado A rede mista, com uns sectores malhados e outros arborescentes, o tipo mais frequente. O traado ramificado ou arborescente simples s a plicado em pequenas redes. A soluo em malha, ou reticula, tem aplicao mais generalizada , por assegurar maior regularidade dos caudais e facilitar a reparao de partes da rede, mantendo o abastecimento nas restantes. Em princpio, as tubagens trabalham enterradas em valas. A terra aqui funciona como um elemento de segurana. Esta infra-estrutura perigosa em galerias tcnicas onde a acumulao de gs cria perigos de intoxicao e exploso. Nas travess ias (pontes, viadutos, etc.) a tubagem deve trabalhar a cu aberto e devidamente protegida. Caractersticas gerais Fundamentalmente, distingue-se a rede de transporte, com tubagens de maiores dimetros, trabalhando com mdias ou altas presses e a rede de distribuio domiciliria, com menores dimetros e sempre a baixa presso. E conex o entre ambas feita em postos redutores depressores, os quais asseguram tambm o seccionamento da rede. As tubagens so instaladas ao longo dos passeios, paralelamente s condies a servir, com um ramal para cada prdio. A profundidade mnima de assentamento das condutas de 60 cm, medida at ao extradorso, e a sua posio sinalizada com a colocao de uma rede plstica de cor amarela, 20 cm acima da tubagem. A rede de gs respeita os afastamentos mnimos de 20 cm relativamente aos cabos de energia e de telecomunicaes, e de 50 cm da rede de guas.

    I.1 R EDE DE RECOLHA DE RESDUOS SLIDOS Os espaos exteriores urbanos, principalmente os q ue so pblicos, no so compatveis com a reteno de resduos slidos. Exceptuam-se ev identemente as papeleiras e pequenos caixotes do lixo integrados no mobilirio urbano. Por regra, todas as actividades produtoras de resduos slidos devem dispor de espaos prprios para o armazenamento de contentores, de mo do a no lanar cheiros e dar mau aspecto ao meio urbano. No recomendvel a existncia de contentores nos espaos pblicos durante o dia, devendo a recolha funcionar sempre durante o perodo nocturno. Os contentores metlicos municipais, de uso colectivo, no se apresentam com o uma soluo aceitvel, devido s dificuldades em mant-los fechados, limpos e em bom estado de conservao. A concepo dos espaos exteriores deve atender sua prpria limpeza, garantir acesso fcil dos carros de recolha do lixo e possibilitar as operaes de pessoal de limpeza urbana. A tecnologia moderna permite instalar sistemas automticos que, utilizando o ar, transportam os resduos atravs de condutas subterrneas at uma Central de Recolha. So sistemas particularmente indicados para reas residenciais, centros comerciais, aeroportos, cozinhas industriais e hospitais. Esta foi a soluo impleme ntada, por exemplo, no Parque das Naes, em Lisboa.

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    J.1 M OBILI`RIO URBANO Os elementos do mobilirio urbano so artefactos de equipamento urbano de suporte a varias funcionalidades, integradas no espao pblico, proporcionando conforto, utilidade, informao, circulao, segurana, proteco e apoi o a outras necessidades do cidado. O objectivo do desenho e implantao do equipament o urbano a criao de ambientes significativos e dignos, que suportem uma diversidade de usos e actividades. O mobilirio urbano tem ainda como objectivos especficos assegurar a funcionalidade e polivalncia do uso, proteger a sade e o bem-estar do cidado, facilitar a acessibilidade e utilizao por pessoas de mobilidade reduzida, reforar a identidade do local , evitar uma panplia excessiva de objectos e a poluio visual da paisagem, valorizando-a e consid erando a envolvente urbana e social. Entre outros factores que podem condicionar estes objectos h que considerar:

    Factores culturais - Boa relao simblica com os utentes e a imagem da cidade. Factores ambientais - Adequao temperatura, pre cipitao, vento e iluminao dos

    locais. Factores econmicos Custo, montagem e desmontage m, manuteno, durabilidade e

    resistncia agresso, ao uso e ao vandalismo.

    Consideram-se elementos de mobilirio urbano: floreiras, bancos, mesas, papeleiras, cinzeiros, bebedouros, elementos de proteco e sep arao, relgios, parqumetros, suportes informativos e publicitrios, expositores, corrimos, gradeamentos de proteco, suportes de estacionamento de bicicletas, quiosques, bancas, pavilhes, cabines telefonias, marcos do correio, contentores do lixo, paragens do autocarro, armrios para instalaes (elctricas, telefones, ), abrigos, toldos, palas, guarda-vento s, coberturas dos terminais, sanitrios amovveis e outros elementos.

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    K.1 P ERFIS TOPOGR`FICOS

    K.1.1 TIPOS DE PERFIS Um perfil topogrfico uma representao grfica do terreno obtida a partir da projeco de pontos que definem o seu relevo sobre um plano vertical. A orientao do plano vertical que

    serve de base ao traado do perfil deve ser definid a sobre a planta topogrfica atravs de uma linha designada por directriz do perfil , podendo esta ser constituda por segmentos rectos ou curvos. No caso das estradas, existem dois tipos de perfis topogrficos que so traados ainda na fase de projecto e que servem como ferramentas de anlise e de clculo: os perfis longitudinais e os perfis transversais .

    K.1.1.1 PERFIL LONGITUDINAL Quando a estrada constituda por uma nica faixa de rodagem, assume-se o prprio eixo da estrada como directriz do perfil longitudinal. J no caso das auto-estradas (constitudas por duas faixas de rodagem unidireccionais) o eixo do separador central assumido como a directriz do perfil longitudinal, mas apenas quando a largura do separador homognea. Caso contrrio, consideram-se duas directrizes, cada uma delas coincidente com o eixo de cada faixa, gerando-se assim dois perfis longitudinais em separado. Uma vez que os perfis longitudinais abrangem grandes extenses de estrada (geralmente na ordem dos 10 quilmetros), a reduo a uma escal a compatvel com a dimenso da folha de papel torna o desenho de difcil interpretao, pri ncipalmente no que altimetria diz respeito. Por esse motivo, os perfis longitudinais devem ser sobreelevados, no sentido de realar todas as variaes do relevo que, se outra forma, ficariam i mperceptveis. Tambm no projecto de redes virias, redes de abastecimento de gua, redes de drenagem de guas residuais e redes de drenagem de guas pluviais, os perfis devem ser sobreelevados.

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    Para atribuir uma determinada sobreelevao ao per fil, utiliza-se uma escala vertical maior do que a escala horizontal. A razo entre as duas escalas representa a sobreelevao do perfil. Exemplos:

    fi

    Escala horizontal : 1/1000 1000Razo entre as duas escalas : =10 Sobrelev ao : 10

    Escala vertical : 1/100 100

    fi

    1000Escala horizontal : 1/ 1000Razo entre as duas escalas : = 2 Sobreleva o : 2

    500Escala vertical : 1/ 500

    Os perfis longitudinais de estradas so, geralment e, sobreelevados 10x.

    K.1.1.2 PERFIL TRANSVERSAL Os perfis transversais so traados tendo em consi derao directrizes perpendiculares directriz longitudinal, posicionadas em todos os pontos quilomtricos (PKs) e pontos notveis. As directrizes devem ter um comprimento suficiente para abranger, no s a largura total da estrada, mas tambm os limites dos taludes de escavao ou d e aterro presentes em cada PK. Ao contrrio dos perfis longitudinais, os transversais so sempre naturais, no s porque a sua escala no justifica que se faa a sobreeleva o, mas tambm para que no haja distoro das reas de aterro e de escavao que serviro pos teriormente para o clculo dos volumes de movimento de terras. Assim sendo, a escala geralmente adoptada 1/200, a qual permite representar o terreno e a estrada com razovel pormenor.