78
APOSTILA ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CEFS QPPM E QPE Adaptação e atualização: Coronel PM QOR Jaqueline Pinheiro Brettas Veloso BELO HORIZONTE/2011 1 Belo Horizonte 2009

Apostila Adm Logística.doc

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila Adm Logística.doc

APOSTILA

ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA

CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – CEFS QPPM E QPE

Adaptação e atualização: Coronel PM QOR Jaqueline Pinheiro Brettas Veloso

BELO HORIZONTE/2011

1

Belo Horizonte

2009

Page 2: Apostila Adm Logística.doc

ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA

OS PARADOXOS DO NOSSO TEMPOHoje, multiplicam-se as

posses, mas reduzem-se os valores, fala-se demais, ama-se raramente e odeia-se com muita freqüência.

Os paradoxos de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; gastamos mais, mas temos menos; nós compramos mais, mais desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores; mais convivências, mas menos tempo; temos mais graus acadêmicos, mas menos senso; mais conhecimento e menos poder de julgamento; mais proficiência, porém mais problemas; mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos.

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência. Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida à extensão de nossos anos. Já fomos à lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontramos com nosso novo vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos coisas maiores, mas não melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos. Escrevemos mais, mas aprendemos menos. Planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência. Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral. Temos mais comidas, mas menos apaziguamento. Construímos mais computadores para armazenar mais informações para produzir mais cópias do que nunca, mas temos menos comunicação. Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.

Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e caráter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Estes são tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra nos lares; temos mais lazer, mas menos diversão; maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição. São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais belas, mas lares quebrados.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável, ficadas de uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar. É um tempo em que a tecnologia

2

Page 3: Apostila Adm Logística.doc

pode levar-lhe estas palavras e você pode escolher entre fazer alguma diferença ou simplesmente apertar a tecla DEL.

CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS/CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

(CHO/CSTGSP)

DISCIPLINA : Administração Logística

CARGA HORÁRIA : 20 Tempos

EMENTA:

A Administração Logística de materiais tende, cada vez mais, a se tornar

instrumento imprescindível ao adequado gerenciamento das instituições

públicas. Conhecê-las e, sobretudo operá-las exige muito mais do que apenas

o conhecimento de leis e normas. Novas práticas e posturas são exigidas dos

profissionais que atuam nessas áreas, inclusive a consciência de que estão a

serviço do bom desempenho de suas instituições e que contribuem para o

esforço de otimização no uso de bem público.

OBJETIVOS GERAIS:

- Capacitar o aluno a utilizar de forma adequada os materiais do Erário Público,

uma vez que, trabalhamos com a coisa pública e sendo assim, torna-se

necessário envidarmos todos os esforços para utilizá-los de forma correta.

- Identificar os procedimentos usados concernentes aos meios logísticos

buscando forma de aprimorá-los de forma adequada e corrigindo distorções

caso seja necessário.

- Dar aos alunos condições de ser exemplo nessa área, ou seja, mostrar para a

Tropa os meios que estão à sua disposição e se não utilizados de forma

adequada poderá comprometer todo um sistema.

3

Page 4: Apostila Adm Logística.doc

3. Conteúdo Programático

Unidade Didática Conteúdo Programático Recurso Didático

Carga Horária

I - Noções Históricas da Administração Logística na PMMG e considerações gerais.

1.1Logística/Considerações Iniciais. 1.2 A logística na PMMG. 1.3 Papel dos Gestores da PMMG. 1.4 Princípios da Administração Pública.

- Apostila de Administração Logística

- Multimídia

- Quadro Imantado

- Dinâmica em grupo

04 h/a

II-Ciclo de materiais

2.1 Planejamento. 2.2 Aquisição. 2.3 Recebimento.

2.4 Incorporação. 2.5 Armazenagem. 2.6 Manutenção. 2.7 Controle de Estoque. 2.8 Distribuição. 2.9 Consumo. 2.10 Realimentação.

- Apostila de Administração Logística

- Multimídia

- Quadro Imantado

- Exercícios práticos

06 h/a

III – Incorporação e movimentação de material.

4.1 Carga Patrimonial. 4.2 Movimentação Interna. 4.3 Movimentação Externa.

- Apresentação em Power Point

- Apostilas sobre o assunto

04 h/a

IV – Conhecer o Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços do Estado de Minas Gerais, SIAD.

- Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços do estado de Minas Gerais

- Legislação reguladora da matéria

- Apresentação em Power Point

- Apostilas

- Consultas de site na WEB

02 h/a

V – Patrimônio imobiliário.

- Imóveis próprios do Estado

- Locação de imóveis

- Cessão de Uso

- Doação

- Apostila

- Apresentação em Power Point

-

04 h/a

4. Avaliação

4

Page 5: Apostila Adm Logística.doc

A avaliação do processo ensino-aprendizagem ocorrerá através de uma

avaliação escrita no valor de 10 pontos.

5. Bibliografia Básica

1 Apostila de Gestão Logística.

2 BRASIL. Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o artigo 37,

inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas de licitações e contratos da

Administração Pública e dá outras providências. Brasil, Brasília.

3 Gasparini, Diógenes. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva.

4 MINAS GERAIS. Decreto n. 43.645 de 3 de novembro de 2003. Imóveis.

Minas Gerais, Belo Horizonte.

5 ______. Decreto n. 45.018 de 20 de janeiro de 2009. Institui o SIAD. Minas

Gerais, Belo Horizonte.

6 ______. Decreto n. 45.242 de 11 de novembro de 2009. Gestão de Material.

Minas Gerais, Belo Horizonte.

5

Page 6: Apostila Adm Logística.doc

1 LOGÍSTICA

1.1 Origem do nome

O termo logística tem como uma de suas definições "a parte da arte da

guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e

desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição,

reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou

administrativos". Logística também pode ser definida como a satisfação do

cliente ao menor custo total. Pode-se dizer então que os termos Logísticos e

Cadeia de Suprimentos têm o mesmo significado, já que ambos têm a

finalidade de satisfazer o cliente com o menor custo possível.

Outros historiadores defendem que a palavra logística vem do antigo

grego logos, que significa razão, cálculo, pensar e analisar.

A Oxford English dicionário define logística como: "O ramo da ciência

militar responsável por obter, dar manutenção e transportar material, pessoas e

equipamentos".

1.2 História

Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística.

As guerras eram longas, geralmente distantes e eram necessários constantes

deslocamentos de recursos. Para transportar as tropas, armamentos e carros

de guerra pesados aos locais de combate eram necessários um planejamento,

organização e execução de tarefas logísticas, que envolviam a definição de

uma rota, nem sempre a mais curta, pois era necessário ter uma fonte de água

potável próxima, transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e

suprimentos.

6

Page 7: Apostila Adm Logística.doc

Na antiga Grécia, Roma e no Império Bizantino, os militares com o título

de Logistikas eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a

guerra.

Carl von Clausewitz dividia a Arte da Guerra em dois ramos: a tática e a

estratégia. Não falava especificamente da logística, porém reconheceu que

"em nossos dias, existe na guerra um grande número de atividades que a

sustentam (...), que devem ser consideradas como uma preparação para esta".

É a Antoine-Henri Jomini, ou Jomini, contemporâneo de Clausewitz, que

se deve, pela primeira vez, o uso da palavra "logística", definindo-a como "a

ação que conduz à preparação e sustentação das campanhas", enquadrando-a

como "a ciência dos detalhes dentro dos Estados-Maiores".

Em 1888, o Tenente Rogers introduziu a Logística, como matéria, na

Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos da América. Entretanto, demorou

algum tempo para que estes conceitos se desenvolvessem na literatura militar.

A realidade é que, até a 1ª Guerra Mundial, raramente aparecia a palavra

Logística, empregando-se normalmente termos tais como Administração,

Organização e Economia de Guerra.

A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua

origem nas teorias criadas e desenvolvidas pelo Tenente-Coronel Thorpe, do

Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América que, no ano de

1917, publicou o livro "Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra".

Segundo Thorpe, a estratégia e a tática proporcionam o esquema da condução

das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios". Assim,

pela primeira vez, a logística situa-se no mesmo nível da estratégia e da tática

dentro da Arte da Guerra.

Almirante Henry Eccles, em 1945, ao encontrar a obra de Thorpe

empoeirada nas estantes da biblioteca da Escola de Guerra Naval, em

Newport, comentou que, se os EUA seguissem seus ensinamentos teriam

economizado milhões de dólares na condução da 2ª Guerra Mundial. Eccles,

Chefe da Divisão de Logística do Almirante Chester Nimitz, na Campanha do

7

Page 8: Apostila Adm Logística.doc

Pacífico, foi um dos primeiros estudiosos da Logistica Militar, sendo

considerado como o "pai da logística moderna" Até o fim da Segunda Guerra

Mundial a Logística esteve associado apenas às atividades militares. Após este

período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais

destruídos pela guerra, a logística passou também a ser adotada pelas

organizações e empresas civis.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as forças em conflito

necessitavam, para avançar suas tropas, de capacidade logística (poder), de

forma a movimentar e manter grandes quantidades de soldados e mantimentos

nas frentes de batalha da Europa e da Ásia. A atividade logística estava

relacionada à movimentação e coordenação das tropas, dos armamentos e

munições para os vários locais, no mais curto espaço de tempo e nas piores

condições possíveis.

A Guerra do Golfo, em 1991, representou o maior movimento de tropas

e materiais no mais curto espaço de tempo da história militar e ficou como um

marco na história da aplicação do raciocínio logístico dentro de um período

limitado de tempo, o que fez da operação «Tempestade no Deserto» um dos

mais importantes eventos militares mundiais da história da humanidade. Esse

conflito trouxe ensinamentos muito importantes e dados para uma profunda

reflexão no campo da logística. A partir de então, a logística adquiriu

proporções nunca antes alcançadas em termos de reflexão dos especialistas

militares. Na verdade, a operação logística foi de tal envergadura que se

tornava essencial, até mesmo crítico, perceber o caráter teleológico de toda a

operação: qual é o objetivo exato da movimentação? Qual o seu custo e o seu

real benefício? Pensado isto, e ainda ficando muitas perguntas sem respostas,

a verdade é que se tornou fundamental o trabalho logístico. Ocorrências

posteriores a esta vieram lançar ainda mais discussões sobre a necessidade

de questionar e reavaliar (por exemplo, o 11 de Setembro), pois tudo o que

vinha do passado parecia relativamente circunscrito num tempo e num contexto

que pareciam de adequação difícil, senão impossível, face aos novos

desenvolvimentos econômicos, sociais e políticos. Passou-se a desconhecer

8

Page 9: Apostila Adm Logística.doc

onde estava e como iria atuar o inimigo e, mais, só se perceberam as

consequências dessa falha após o atentado.

A logística caminha hoje em dia de mãos dadas com o pensamento

estratégico. Os dois raciocínios apresentam-se interligados e a sua presença

pode ser notada nos lugares menos comuns, nas práticas menos habituais,

onde a exposição ao risco é freqüentemente elevada. Tornaram-se, assim,

estritamente necessário dominar o variável tempo, custo e qualidade do

serviço, de forma a gerar novas configurações destes trinômios. A reinvenção

da estratégia e da logística passou a ser um discurso comum nos dias do

mundo militar, em que os desafios são incomensuravelmente superiores aos da

antiga guerra convencional. Destes desafios surgirão, esperam-se, novos

desenvolvimentos logísticos passiveis de aplicação empresarial.

2.3 A evolução da logística

As novas exigências para a atividade logística no mundo passam pelo

maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução

nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento do prazo,

disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade

na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo

com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio,

novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios.

Apesar dessa evolução, até a década de 40 havia poucos estudos e

publicações sobre o tema. A partir dos anos 50 e 60, as empresas começaram

a se preocupar com a satisfação do cliente. Foi então que surgiu o conceito de

logística empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor. Os anos

70 assistem à consolidação dos conceitos como o MRP (Material Requirements

Planning).

9

Page 10: Apostila Adm Logística.doc

Após os anos 80, a logística passa a ter realmente um desenvolvimento

revolucionário, empurrado pelas demandas ocasionadas pela globalização,

pela alteração da economia mundial e pelo grande uso de computadores na

administração. Nesse novo contexto da economia globalizada, as empresas

passam a competir em nível mundial, mesmo dentro de seu território local,

sendo obrigadas a passar de moldes multinacionais de operações para moldes

mundiais Logísticas Militares versus Logística Empresarial.

O conceito de produto/serviço certo, no local certo, no tempo certo,

inicialmente desenvolvido em termos militares, facilmente transitou para o

mundo empresarial, tendo sido adaptado, na sua gênese, com a perspectiva de

movimentar e coordenar o ciclo de produtos finais (distribuição física) para,

com o passar do tempo, assumindo novas exigências, devidas a várias causas,

entre elas, o aumento das pressões dos vários mercados.

Sistemas que não cumpram objetivos são exatamente aquilo de que a

logística não necessita. Assim se percebe que chegou o momento em que a

logística empresarial pôde ensinar mais à logística militar do que o contrário,

como tem sido habitual. De fato, pode-se dizer que nos dias que correm a

logística militar convencional já pode ensinar à logística empresarial. Talvez a

logística do terrorismo (e a gestão do risco em cadeias de abastecimento), se

for bem trabalhada na área militar, possa vir, ainda, a gerar importantes

conclusões para as empresas. Pelo menos na definição de alguns princípios

que possam ter por base o funcionamento em rede, a criação de valor conjunto

e a formação de parcerias para um bem comum ou, visto ao contrário, para a

eliminação de um mal (que pode ser, em termos empresariais, o excesso de

custo subjacente a um ou vários sistemas). A estratégia e a logística

combinam-se para conceber as melhores formas de utilizar as tecnologias, os

produtos/serviços, soluções e presenças (virtuais ou reais) para se poder

intervir em vários lugares em simultâneo (mesmo aqueles que são de difícil

acesso), no sentido de desintegrar, destruir, e refrear o aparecimento de redes

terroristas, frustrando os seus ataques.

10

Page 11: Apostila Adm Logística.doc

A Logística é a área da gestão responsável por prover recursos,

equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma

empresa.

Fundamentalmente a logística possui uma visão organizacional holística,

onde esta administra os recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista

movimento na empresa, gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o

planejamento de produção, o armazenamento, o transporte e a distribuição dos

produtos, monitorando as operações e gerenciando informações.

2.4 A logística empresarial e pública

Houve tempo em que se exigia do profissional de logística formação

universitária em engenharia. Hoje existem no Brasil alguns cursos de formação

específica nesta área, como cursos técnicos, graduação tecnológica e pós-

graduação específicos em logística.

Está mais que comprovado que atualmente, devido ao advento da

globalização, a competição entre as corporações é cada vez mais acirrada. O

aumento das demandas dos clientes por níveis de serviços mais elevados leva

as organizações a adotarem sistemas e processos mais eficazes e eficientes,

que possam obter ganhos e representar vantagens para a sobrevivência das

empresas. Diante deste cenário, a Logística Empresarial, outrora encarada

como um simples centro gerador de custos assume um papel de extrema

importância, quer seja na administração privada, quer seja na administração

pública, passando a ser gerida como centro gerador de resultados. Segundo o

Council of Supply Chain Management (Conselho de Gerenciamento da Cadeia

de Suprimentos), Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento

eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos

acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem

até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos

clientes.

Se pararmos para pensar, o conceito nos remete tanto a esfera privada

quanto a pública, visto que esta também possui o seu fluxo de suprimentos.

11

Page 12: Apostila Adm Logística.doc

Porém, é correto afirmar que suas operações diferem das operações de

empresas privadas, visto que uma busca incessantemente a lucratividade, e a

outra busca um reconhecimento da população, que paga os tributos e impostos

necessários à manutenção do serviço público, através de uma maior

transparência em seus processos.

As organizações públicas ainda carecem de uma profissionalização nesta

ciência. Programar tarefas que maximizem os processos logísticos na esfera

pública e controlá-las não é tão complexo como se parece, entretanto exige um

conhecimento que deve estar alinhado aos conceitos existentes na esfera

privada à realidade e operacionalidade da esfera pública. Prover o

abastecimento de materiais no lugar certo, na hora certa e na quantidade certa

requer uma dose de planejamento alinhado aos parâmetros legais e culturais

vivenciados nas organizações públicas.

Hoje, devido aos avanços da tecnologia, ferramentas como Leilão

Reverso, Pregão Eletrônico, entre outros, reduzem significativamente o tempo

nas operações de aquisição, trazem ganhos e não deixam de evidenciar a

transparência necessária aos processos. Outro ponto é a contratação de

operadores logísticos bem estruturados. Já existem empresas deste porte,

especializadas na gestão de processos logísticos que envolvem desde as

operações de armazenagem até as operações de distribuição física dos

materiais, mas este é tema para outro assunto: Terceirização.

O uso de indicadores de gestão, também é uma importante ferramenta

que pode ser utilizada para implementação e gerenciamento dos processos

logísticos na organização pública. Os índices não serão iguais aos praticados

pelo mercado de empresas privadas, visto que a realidade é outra, mas ajuda

na eficácia e eficiência das operações. Por fim, ajustar as operações logísticas

nas organizações públicas não é um “bicho de sete cabeças” e pode ser

executado sem ferir os preceitos exigidos na legislação pertinente, necessita-se

apenas de um bom planejamento e de um pouco de criatividade.

2.5 Fases da Logística:

A logística se desenvolve em três fases distintas, sendo que cada uma

delas possui um conjunto de atividades que podem se sobrepor em outra fase.

12

Page 13: Apostila Adm Logística.doc

São elas: a determinação de necessidades (previsão), a obtenção dos

meios (obtenção) e a sua distribuição (provisão).

1.2.1 Determinação de Necessidades:

Dá-se pelo levantamento completo, em quantidade e qualidade, dos

meios necessários à execução das ações planejadas, bem como dos locais e

prazos em que tais meios deverão estar disponíveis.

1.2.2 Obtenção dos Meios:

Ocorre com a identificação das fontes e aquisição dos meios. Considerar-

se-á a composição e adequação da natureza e volume dos recursos captados

ou a serem captados, os prazos exigidos e os oferecidos, além dos aspectos

de organização, execução e controle.

1.2.3 Distribuição dos Meios:

Configura a colocação (provimento), nos locais de consumo, na

qualidade, quantidade e oportunidade demandada, dos materiais, serviços ou

recursos previstos e captados nas fases anteriores.

1.3 Níveis da Administração:

A administração se realiza em três níveis, assim denominados: NÍVEL

ESTRATÉGICO, NÍVEL TÁTICO E NÍVEL OPERACIONAL. Em cada um

desses níveis a administração logística possui um Órgão ou Seção para

representá-la. No nível Estratégico esta representação fica a cargo da PM 4,

em primeiro plano. No nível Tático esta representação é exercida pela DAL,

DRH, DS, APM, DTS, DEEAS e DMAT, enquanto no nível operacional a

representação fica a cargo das Unidades Executora (UE).

Gestores: são gerentes de projetos e atividades com poder de fiscalizar,

orientar, propor padronização, consolidar as Programações Física Financeiras

(PFF) e conceder recursos em segunda provisão.

13

Page 14: Apostila Adm Logística.doc

1.4 Princípios da Administração Pública:

A Constituição Federal em seu Art. 37, trás alguns princípios da

Administração Pública (AP), os quais foram repetidos na Constituição do

Estado de Minas, principalmente em seu artigo 13.

- LEGALIDADE.

- IMPESSOALIDADE.

- MORALIDADE.

- PUBLICIDADE.

- EFICIÊNCIA.

- RAZOABILIDADE

- MOTIVAÇÃO.

1.5 Fundamentos Legais da Administração Pública:

Estão na Constituição Federal, Constituição Estadual, Leis, Decretos e

Resoluções.

Entre as medidas coercitivas para a manutenção da moralidade da

administração pública, lembramos a pena existente para o crime que só pode

ser praticado por funcionário público, O PECULATO, previsto no CP e CPM,

artigos 312 e 303 respectivamente. Pena: Reclusão de 02 a 12 anos e de 03

a 15 anos.

1.6 Controles da Administração Pública:

Para fiscalizar a atuação da administração pública e de cada setor

especificamente existem dispositivos legais de controle, sendo três os tipos de

controle previsto em artigos da Constituição Estadual, a saber:

1.8.1 Controle Interno: exercido de forma integrada, pelo próprio PODER e a

entidade envolvida, isto é, todos os elementos da entidade e do Estado podem

fiscalizar;

1.8.2 Controle Externo: a cargo da Assembléia Legislativa, com o auxílio do

Tribunal de Contas do Estado (TCE);

14

Page 15: Apostila Adm Logística.doc

1.8.3 Controle Direto: exercido pelo cidadão e associações representativas da

comunidade, mediante amplo e irrestrito exercício do direito de petição perante

qualquer órgão do PODER e entidade da Administração Indireta.

A administração pública dispõe de meios para punir os agentes que

causarem prejuízos ao Estado ou a terceiros.

Estes meios são os citados nos Códigos Penal Brasileiro e Militar,

principalmente os relacionados nos arts. 312 a 327 do CPB e nos arts. 303 a

339 do CPM e Lei n.º11.813 de 23Jan95 (BGPM 018 de 25Jan95) que

regulamentou o art. 16 da CE, entre outros fundamentos legais.

1.7 Postura do Administrador Público Frente aos Problemas Logísticos:

a) Detectar problemas e propor soluções;

b) Aplicar os princípios da Administração Pública;

c) Divulgar medidas visando evitar acidentes;

d) Planejar de modo racional a obtenção dos recursos necessários;

e) Cuidar da higidez da tropa e do moral, mantendo-o elevado, não

medindo esforços para eliminar as necessidades básicas do pessoal;

f)Tornar o necessário disponível;

g) Na impossibilidade, tornar o disponível suficiente;

h) Resumindo: GERENCIAR COM EFETIVIDADE.

1.8 Necessidades Básicas dos Integrantes da Corporação Segundo

Maslow:

a) A maior necessidade do ser humano é a necessidade fisiológica.

Quando o homem não tem alimento, este vive tão somente para

consegui-lo. O ar, o alimento e a água, bem como os aquecimentos

são as suas principais necessidades fisiológicas;

b) Satisfeita esta necessidade, o homem passa a perseguir outras, tais

como: segurança, amor, participação, estima, realização,

conhecimento, compreensão e estética;

15

Page 16: Apostila Adm Logística.doc

c) A função principal da Administração Logística é eliminar algumas

destas necessidades de modo efetivo.

1.9 A TEORIA DA EFETIVIDADE E O CONCEITO DE ADMINSTRAÇÃO

LOGÍSTICA:

A teoria da efetividade pode ser resumida em: “Proteger e socorrer com

eficiência e eficácia”. Isto significa que devemos atingir nossos objetivos, no

caso da atividade operacional, com o menor desgaste possível dos recursos

humanos e materiais e para que assim seja, é necessário que a

administração logística também seja realizada com efetividade;

De modo sintético podemos conceituar Administração Logística como

sendo: “Conjunto de ações que deve permitir a PMMG, PREVER, OBTER,

E PROVER suas frações subordinadas, dos recursos necessários para que

possam exercer suas missões constitucionais com EFETIVIDADE”.

16

Page 17: Apostila Adm Logística.doc

UNIDADE II

1. SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

ALGUMAS DEFINIÇÕES:

1.1 Administração de Material - conjunto de ações destinadas a assegurar a

aquisição, registros e controles das atividades relacionadas com o

emprego, movimentação e desfazimento dos diversos materiais.

1.2 Material - designação genérica de equipamentos, componentes,

sobressalentes, acessórios, matérias-primas e outros itens empregados, ou

passíveis de emprego, nas atividades dos órgãos, autarquias e fundações

do Poder Executivo.

1.3 Material de Consumo - aquele que, em razão de seu uso corrente, perde

normalmente sua identidade física ou tem sua utilização limitada a um

prazo de, no máximo, dois anos contados de sua fabricação.

1.4 Material Permanente - aquele que, em razão de seu uso corrente, não

perde a sua identidade física ou foi fabricado com expectativa de

durabilidade superior a dois anos.

1.5 Material Inservível - é o que não mais possa ser utilizado para o fim a que

se destina, em virtude da perda de suas características, de sua

obsolescência devido à modernização tecnológica, independentemente do

seu valor de mercado.

1.6 Material Ocioso - aquele que, embora apresente condições de uso, não

está sendo aproveitado.

17

Page 18: Apostila Adm Logística.doc

1.7 Material Antieconômico - é o que possui manutenção onerosa ou

rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou

obsoletismo.

1.8 Material Recuperável - aquele que, embora esteja com defeito, pode ser

recuperado, desde que o custo da recuperação não supere quarenta por

cento do seu valor de mercado ou a análise de custo/benefício demonstre

ser plenamente justificável a recuperação.

1.9 Material Irrecuperável - material com defeito e que não pode ser utilizado

para o fim a que se destina, em razão da inviabilidade econômica de sua

recuperação.

Na PMMG, a Administração de Materiais é o conjunto de ações

destinadas a assegurar a execução, registro e controle das atividades

relacionadas com o emprego de materiais, abrangendo desde o

planejamento criterioso das necessidades até a “realimentação” sobre a

satisfação ou não dessas, com vistas à correção de aquisições futuras. É

principalmente PREVER, PROVER E PRIORIZAR.

18

Page 19: Apostila Adm Logística.doc

2. Fluxograma da Administração de Materiais na PMMG:

O fluxograma a seguir retrata perfeitamente os módulos que integram o

ciclo da administração de materiais:

2.1 Planejamento:

O ciclo inicia-se com o planejamento. Fase importantíssima para cumprir

a finalidade da logística de prever, prover e priorizar.

2.9 CONSUMO (Fim do clico) 2.10

REALIMENTAÇÃO

2.1 PLANEJAMENTO (Início do ciclo)

2.2 AQUISIÇÃO2.8 DISTRIBUIÇÃO

2.3 RECEBIMENTO/ACEITAÇÃO

2.7 CONTROLE DE ESTOQUE

2.4 INCORPORAÇÃO2.6 MANUTENÇÃO

2.5 ARMAZENAMENTO

19

Page 20: Apostila Adm Logística.doc

O planejamento adequado e objetivo são essenciais ao sucesso de

qualquer empreendimento. O planejamento apropriado permite o exame

detalhado e sistemático de todos os fatores envolvidos na aquisição de um

bem ou serviço.

Salienta-se que o processo de planejamento nunca é estático. A

necessidade potencial de fazer modificações no decurso do planejamento é da

própria essência do processo.

O planejamento norteia todas as outras fases do ciclo de materiais,

portando há necessidade de ser realizado com critério e por pessoas

comprometidas e qualificadas.

2.2 Aquisição de Materiais:

2.2.1 Conceito:

Na administração pública é o processo pelo qual se obtêm ou se

consegue um material ou bem, seja de natureza industrial, comercial ou de

prestação de serviços.

2.2.2 Metas de Aquisição:

Na aquisição de qualquer material ou serviço é necessário

estabelecer as seguintes metas:

- Manter um fluxo uniforme e constante de suprimentos;

- Buscar uma forma competitiva e rentável;

- Buscar fontes diversas de fornecimentos;

- Desenvolver permanentes e boas relações com fornecedores;

- Manter integração com outras áreas do sistema.

2.2.3 Modalidades das Aquisições:

As aquisições dos diversos tipos de materiais (sejam permanentes ou

de consumos) ou serviço são feitas através de:

- Compras;

20

Page 21: Apostila Adm Logística.doc

- Doações;

- Adjudicação;

- Dação em pagamento

- Produção ou fabricação própria

- Apreensão e abandono

- Procriação.

2.2.3.1 Compras:

É toda aquisição remunerada de material para fornecimento de uma

só vez ou parceladamente, nos termos da legislação vigente.

Pode ser centralizada ou não, de acordo com os interesses da

Corporação e o tipo de material a ser adquirido.

OU:

É a atividade ou função administrativa que compreende trocar

dinheiro por mercadoria. É a obtenção de um material, bem ou serviço,

mediante o pagamento de um preço expresso em dinheiro.

a) Princípios da Compra:

São dois os principais princípios da compra na Administração Pública:

- Ser sempre precedida de licitação;

- Ser sempre realizada com a existência prévia de recursos

orçamentários e financeiros.

b) PROCESSOS DE COMPRA:

São todos os recursos colocados à disposição para atender a vida

administrativa e operacional da Corporação, devendo ser GASTOS COM

PARCIMÔNIA, CRITÉRIO E RACIONALIDADE.

Para viabilizar os processos de compra é necessário conjugar

(corresponder) o planejamento e a programação, com a necessidade e o

consumo, ensejando o melhor rendimento e aproveitamento possível dos

recursos disponíveis.

21

Page 22: Apostila Adm Logística.doc

A regra geral diz que temos realidades opostas, pois as necessidades

são múltiplas e os recursos limitados.

O recurso, para ser aplicado, deve obedecer a uma programação

físico-financeira, que se inicia nos diversos pontos de consumo da PMMG.

O objetivo primordial da compra reside, incontestavelmente, no bom

preço. Quanto menor for o preço, melhor será a compra, guardando-se

evidentemente as devidas cautelas quanto à qualidade e outros elementos

de aferição, quando a situação ou a finalidade do material, bem ou serviço

assim o exigir.

É sempre necessário compatibilizar a qualidade com a otimização dos

custos.

c) A “FUNÇÃO COMPRA”:

Em qualquer empresa pode ser mais ou menos complexa em razão

do grau de importância e de atenção que ela recebe.

A “função compra” tem por finalidade procurar, processar, julgar,

contratar e providenciar a aquisição do material, bem ou serviço necessário;

tendo por objetivo conseguir:

- Qualidade especificada;

- Quantidade solicitada;

- Prazo estabelecido;

- Pagamento programado;

- Menor preço de mercado; e

- Melhor fonte de fornecimento.

d) POLÍTICA DAS COMPRAS:

- Centralização de Compras:

- Descentralização de Compras; e

- Organização mista de Compras.

22

Page 23: Apostila Adm Logística.doc

1) Centralização de compras: é quando a responsabilidade pelas

compras compete a um só órgão. Ex: CMI (na compra de viaturas,

fardamento, etc.).

Vantagens:

- Consolidação das requisições;

- Controle de qualidade;

- Utilização dos excedentes; e

- Especialização dos compradores.

2) Descentralização das compras: é quando a responsabilidade pelas

compras é distribuída a vários órgãos ou Unidades. Ex.: Almoxarifados (na

compra de material de escritório).

Vantagens:

- Velocidade e rapidez da operação;

- Autonomia local; e;

- Coordenação com os órgãos operacionais.

3) Sistema misto de compras: engloba a compra centralizada e a

descentralizada. É adequada as empresa de maior porte e dispersas

geograficamente, como a PMMG.

e) SELEÇÃO DAS FONTES FORNECEDORAS:

É a escolha, dentro dos parâmetros e critérios legais, das pessoas

físicas ou jurídicas que venham a lhe oferecer materiais, bens ou serviços da

necessidade de sua empresa ou organização.

2.2.3.2 Doação:

Entende-se por doação a transferência voluntária da posse e propriedade de

material:

I - oriundo de terceiros a órgãos e entidades do Poder Executivo;

23

Page 24: Apostila Adm Logística.doc

II - entre entidades autárquicas do Poder Executivo;

III - entre entidades fundacionais do Poder Executivo;

IV - entre entidades autárquicas e fundacionais do Poder Executivo; e

V - entre Administração Direta e entidades do Poder Executivo.

O recebimento de doação será formalizado por meio de processo que

contenha, no mínimo, os seguintes documentos:

I - documento firmado pelo doador contendo a sua identificação e

manifestação de vontade, bem como a especificação;

II - nota fiscal ou documento que comprove a origem do material; e

III - termo de doação do material.

2.2.3.3 Adjudicação

Entende-se por adjudicação a determinação dada por sentença judicial de

entrega de material de particular ao Estado para quitação de débito.

2.2.3.4 Dação em Pagamento:

Entende-se por dação em pagamento a transferência definitiva de materiais

pelo devedor do erário, para pagamento de débito financeiro, mediante

anuência da Advocacia Geral do Estado - AGE e da SEPLAG.

A formalização da dação em pagamento deve ser instruída com a

especificação do material, prazos de entrega, definição de garantia, preços e

demais documentos pertinentes, obedecida a legislação específica.

2.2.3.5 Produção ou fabricação própria:

Entende-se por produção ou fabricação própria os materiais produzidos,

criados e elaborados com recursos disponibilizados para esse fim.

Os materiais originados de produção ou de fabricação própria serão

acobertados por guia de produção, em que conste a descrição, quantidade,

unidade de medida e valor do material.

2.2.3.6 Apreensão e Abandono:

24

Page 25: Apostila Adm Logística.doc

Entende-se por apreensão o ato ou operação administrativa decorrente do

poder de polícia exercido pela Secretaria de Estado de Fazenda - SEF, ou por

outro órgão que o detenha, consistindo na apropriação de mercadorias e

bens pertencentes a particulares, obedecida a legislação pertinente.

O material apreendido pela SEF e declarado abandonado pelo Chefe da

Administração Fazendária - AF, nos termos da legislação vigente, será

encaminhado para a Bolsa de Materiais.

Excetua-se do disposto no caput o material de fácil deterioração, que será

distribuído pela repartição fazendária a instituição de beneficência, nos termos

da legislação vigente.

2.2.3.7 Procriação

Entende-se por procriação a modalidade de aquisição de semoventes nascidos

de matrizes já incorporadas ao patrimônio público.

Todo e qualquer animal deverá ser classificado e devidamente cadastrado

como material permanente ou material de consumo, conforme o classificador

econômico da despesa.

Animais de trabalho, produção e reprodução, classificados como material

permanente, inaptos para o fim a que se destinam, deverão ser colocados em

disponibilidade para alienação ou sacrifício mediante parecer de comissão

específica acobertado por laudo veterinário.

2.3 Recebimento/Aceitação de Materiais:

Esta fase estabelece procedimentos relativos ao recebimento de

materiais nos almoxarifados e nas diversas seções da empresa para a sua

posterior incorporação à carga ou estoque e distribuição aos pontos de

consumo.

“Recebimento é o ato da entrada do material nas dependências do

órgão, autarquia ou fundação, previamente designado não implicando

aceitação”.

25

Page 26: Apostila Adm Logística.doc

“Aceitação é a operação na qual se declara, mediante registro na nota

fiscal ou documento equivalente, que o material recebido atende às

especificações ajustadas, devendo ser datada e assinada por dois funcionários

responsáveis pelo recebimento dos materiais”.

Na PMMG, a CPARM – Comissão Permanente de Recebimento e

Avaliação de Material e Serviços deve proceder à conferência de todos os

materiais adquiridos nas quantidades de volumes (lotes) e nas quantidades

unitárias mencionadas nos documentos fiscais (Nota Fiscal, Fatura, Termos

de Doação, etc.), de preferência na presença de testemunhas, por exemplo,

o motorista do veículo que transportou o material ou o responsável da

empresa fornecedora.

Em casos de materiais danificados por defeito de fabricação ou por

avaria no transporte, a CPARM procederá à sua recusa, devendo os

materiais retornar à sua origem no mesmo veículo transportador (de

preferência), registrando-se os motivos decorrentes para futuros efeitos.

Poderá haver recebimento condicional ou parcelado, decorrente de

acordo entre as partes (comprador e vendedor), desde que não traga

prejuízos para a empresa ou órgão nem afete a lei e a moral e, ainda, desde

que haja autorização prévia do gerente ou diretor (na PMMG o Comandante

ou a quem ele delegou a função de ordenador de despesas).

Verificada a procedência/conformidade entre os dados constantes nos

documentos fiscais ou de transporte, com o material objeto da aquisição, o

mesmo será recebido e irá cumprir sua finalidade na Corporação, até o seu

desaparecimento (descarga).

Em se tratando de recebimento de serviços técnicos e/ou

especializados (zeladoria, por exemplo), prestados por pessoas físicas ou

jurídicas, o procedimento é o mesmo já descrito.

A seriedade, o zelo, a correção, a honestidade, a moralidade e a

lealdade aos interesses da Corporação devem ser enaltecidas e ressaltados

nessa fase de entrega e recebimento de materiais.

26

Page 27: Apostila Adm Logística.doc

2.3.1 Avaliação do Material:

Nas Unidades Administrativas da PMMG haverá uma Comissão

Permanente de Avaliação e Recebimento de Materiais (CPARM).

2.3.2 Exame do Material:

Após a chegada e entrega do material no almoxarifado, ou em outro

lugar previamente determinado, o mesmo deve ser examinado pela CPARM.

2.3.3 Competência da Comissão:

a) Inspecionar, conferir e avaliar o material de consumo e permanente

adquirido pela Unidade de Execução (U.E);

b) Examinar e avaliar o imóvel a ser adquirido pela U.E, ou o imóvel a

ser locado, alienado, permutado ou descarregado da Unidade;

c) Examinar e inspecionar o semovente a ser adquirido ou a ser

sacrificado, doado, descarregado ou alienado;

d) Examinar e avaliar o material indicado para a descarga ou baixa de

estoque, para alienação ou permuta; de acordo com a legislação vigente;

e) Conferir a quantidade/qualidade do material recebido em confronto

com a especificação técnica e a amostra;

f) Conferir as quantidades físicas, unitárias e totais;

g) Conferir as numerações de peças, em confronto com os romaneios

preestabelecidos e encomendados;

h) Conferir a forma, cor, estética, dimensões e tipos de embalagens e

outros dados julgados convenientes. Ex. pesagem.

2.3.4 Laudo de Conformidade e Parecer Conclusivo:

Examinado o material e tendo sido considerado “conforme” este será

formalizado em laudo de conformidade elaborado por técnico ou perito e se

estiver em condições satisfatórias para o uso ou consumo na Corporação, o

mesmo será recebido formalmente e a documentação poderá ser liberada

para o setor competente (SOFI), para fins de pagamento. O recebimento

será formalizado pelo Parecer Conclusivo elaborado pela CPARM.

27

Page 28: Apostila Adm Logística.doc

Examinado e recebido, o material será incorporado ao patrimônio (se

material permanente) ou ao estoque do almoxarifado (se material de

consumo e de consumo controlado), procedendo-se ao lançamento e

registro respectivo (entrada em estoque) no sistema informatizado (SIAD).

Serviços Técnicos Especializados prestados por terceiros também

serão recebidos formalmente, mediante exame técnico, de acordo com as

normas vigentes na Corporação.

2.3.5 Constituição da Comissão:

A Comissão Permanente de Avaliação e Recebimento de Material

(CPARM), será composta por três membros dentre os integrantes da U.E,

cabendo a presidência a um oficial. O presidente da CPARM não poderá

integrar a Comissão de Licitação e obrigatoriamente um membro da

Comissão de Licitação deverá também será membro da CPARM.

Restrições: não podem fazer parte da CPARM o chefe da SOFI, o

Ordenador de Despesas, o secretário e o presidente da Comissão de

Licitação.

2.3.6 Assessoramento Técnico à Comissão:

Peritos ou pessoas com abalizado conhecimento técnico podem

auxiliar nos trabalhos da Comissão Permanente de Avaliação de Materiais.

A participação desses peritos ou pessoas com conhecimentos

técnicos especializados poderá ser convocada pela própria comissão desde

que autorizados pelo Comandante ou Chefe.

2.3.7 O Parecer da Comissão:

Os trabalhos da Comissão Permanente de Avaliação de Materiais

serão consubstanciados em um documento, PARECER CONCLUSIVO, que

conterá as recomendações necessárias sobre o material avaliado,

especialmente o Laudo de Conformidade e Termo de Exame e Averiguação.

28

Page 29: Apostila Adm Logística.doc

2.4 Incorporação de Materiais

É a fase do fluxograma de Administração de Materiais que envolvem o

controle patrimonial da PMMG.

O controle patrimonial da Corporação está informatizado (pelo SIAD) e

nesta situação elimina a feitura de documentos manuais.

Os relatórios e documentos informatizados proporcionam o controle à

distância e constituem peças hábeis para a composição do Processo de

Prestação de Contas, junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A incorporação é a inclusão e identificação do material permanente no

patrimônio do órgão, autarquia ou fundação, mediante o seu registro

patrimonial e contábil.

Todo material permanente deverá ser incluído no módulo de patrimônio do

SIAD-MG, com as seguintes indicações:

I - Identificação e valor do material;

II - Características físicas;

III -Características técnicas;

IV -Termo de garantia vinculado à emissão da nota fiscal, quando couber.

Tratando-se de semovente, será exigido ainda documento a ser emitido

pelo setor responsável pelo controle do plantel justificando a incorporação.

A incorporação dos materiais permanentes que não estejam inscritos no

patrimônio público far-se-á com base no valor de mercado, ou tomando-se

como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo.

29

Page 30: Apostila Adm Logística.doc

Para efeito de identificação, os materiais permanentes receberão números

seqüenciais de registro patrimonial, que deverão ser apostos mediante

gravação, afixação de plaqueta ou etiqueta apropriada, com código de barra.

Nenhum material permanente poderá ser distribuído à unidade

requisitante sem a respectiva carga patrimonial, que se efetiva com o Termo de

Responsabilidade, devidamente assinado.

Os materiais permanentes considerados sensíveis, nos termos de

Resolução da SEPLAG, deverão receber o registro patrimonial, não sendo

obrigatória a gravação, afixação de plaqueta ou etiqueta apropriada.

Nos materiais bibliográficos permanentes, o número de registro patrimonial

deverá ser aposto mediante carimbo ou etiqueta adesiva.

Todo ano de gestão patrimonial será realizado por meio de documento

que comprove a operação, devendo o registro contábil guardar estrita

consonância com o evento correspondente e com o Plano de Contas Único do

Estado.

  O procedimento de registro contábil será iniciado após a conclusão do

registro patrimonial, consistindo no lançamento do valor do material na

respectiva conta contábil.

2.5Armazenamento de Materiais:

A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e

preservação do material.

A armazenagem revestir-se-á de cuidados contra qualquer tipo de

ameaça decorrente de ação humana, mecânica, climática ou de qualquer

natureza.

30

Page 31: Apostila Adm Logística.doc

Caberá aos órgãos, autarquias e fundações estabelecer os

procedimentos internos para o armazenamento de materiais, observados as

especificidades e espaço físico adequado.

São diretrizes da armazenagem de material:

I - A manutenção de estoques mínimos para evitar prejuízos com

deterioração, obsolescência ou perda de características físicas dos objetos;

II - O monitoramento permanente do armazenamento;

III - A adequação do acondicionamento.

2.6Manutenção de Materiais:

É o ato de manter o material em condições de ser usado ou utilizado,

até o seu desaparecimento ou descarga.

Após o recebimento e o armazenamento do material, seguindo o fluxo

da Administração de Materiais, há que se providenciar a sua manutenção.

Alguns demandam cuidados especiais para que possam ser utilizados em

condições de melhor funcionamento, melhor aproveitamento, melhor

rendimento e melhor desempenho.

Um bom gerente de material não pode se descuidar da manutenção

dos materiais estocados, pois poderá trazer perdas e prejuízos

consideráveis aos cofres públicos.

É importante lembrar que as perdas provocam a inservibilidade dos

materiais para uso ou para consumo e são computadas nos balanços

patrimoniais.

31

Page 32: Apostila Adm Logística.doc

2.7CONTROLE DE MATERIAIS:

2.7.1 Gerência de Estoque:

É a denominação que se dá, em Administração de Materiais, ao setor

que tem por missão controlar a vida de materiais, como máquinas,

equipamentos, peças, veículos, acessórios, etc.

Para um controle mais eficaz e confiável o administrador e seus

auxiliares utilizam-se de livros, fichas e controle informatizado no SIAD, que

deverão fornecer automaticamente todos os dados relativos a cada um dos

materiais e matérias-primas adquiridos para suprir os diversos segmentos

operacionais e Administrativos da Corporação.

Os livros e fichas de controle de estoque foram, por muito tempo,

usados na Corporação até serem extintos pelo Mem. n.º 60.125. Ali eram

registradas todas as informações referentes ao material, desde o preço pago

na sua aquisição até o número de unidades existentes em estoque no dia

em que se fazia a consulta.

No sistema informatizado o controle é feito através de rotinas criadas

para tal finalidade, cujas informações essenciais referem-se às entradas e

saídas de materiais do estoque, além das relativas a fornecedores, preços e

outras.

2.7.2 Principais Funções da Gerência de Estoque:

a) Alimentar os setores consumidores da Corporação e evitar que os

serviços sejam paralisados;

b) Manter o equilíbrio entre aquisições e as necessidades de consumo;

c) Efetuar cálculos de lote de suprimentos;

d) Manter o sistema de estoque atualizado fazendo os lançamentos de

dados nas rotinas próprias;

e) Elaborar estatística de consumo;

32

Page 33: Apostila Adm Logística.doc

f) Aumentar a vida útil do material, garantindo sua existência através de

sua correta manutenção;

g) Examinar, receber, armazenar e fazer a manutenção dos materiais;

h) Manter os materiais existentes no depósito sob condições ideais de

ventilação e iluminação;

i) Cuidar para que os materiais deteriorados sejam retirados

imediatamente do estoque;

j) Manter atualizadas as informações referentes aos níveis de estoque e

de uso contínuo, cuja falta pode gerar prejuízos irreparáveis à linha de

produção e aos cofres públicos.

2.7.3 Controle:

Tendo-se em vista a responsabilidade do Almoxarife pelo controle

existencial do material, este funcionário deverá estar envolvido em todos os

atos que se refiram a entrada e saída de materiais na U.E, ainda que estejam

estocados em depósitos vinculados à Seção de Transporte, Saúde e outras

Seções da U.E ou da Unidade apoiada;

Ocorrendo divergência entre a quantidade expressa e a fisicamente

existente, compete ao almoxarife realizar as conseqüentes baixas, observando

a exatidão do controle;

Ocorrendo divergências entre o valor unitário expresso no inventário e o

real em estoque, a U.E deverá informar à DAL, para fins de ajuste no SIAD;

Todo material encontrado na situação “fora de carga” deverá ser

identificado e relacionado à sua origem e demais motivos conhecidos da

situação, solicitando à DAL a necessária orientação para regularização

patrimonial;

Todo material que for transferido de uma U.E para outra, somente poderá

sair da “Unidade Emissora” após “aprovação” da respectiva Guia de

Transferência Informatizada;

33

Page 34: Apostila Adm Logística.doc

A U.E que tiver o seu material recolhido para reparo em Centro (de

Suprimento e Manutenção) ou em outra Unidade, deverá acompanhar a

realização do reparo, provocando o seu retorno ou a emissão da Guia de

Recolhimento ou Guia de Transferência, conforme o caso.

Estoque Mínimo:

Estoque mínimo, estoque de segurança, estoque reserva ou estoque

de proteção, é a quantidade mínima de determinado material que a

Corporação deve manter em estado de disponibilidade e em condições de

pronta utilização, para atender às suas necessidades operacionais e

administrativas.

Este estoque deve ser bem dimensionado pelos agentes de atividades,

utilizando-se principalmente da estatística de consumo, como variável

fundamental para uma boa quantificação.

Cada item de estoque tem a sua particularidade e o estoque mínimo

não pode ser nem excessivo e nem insuficiente, tendo em vista os

inconvenientes que gerariam, principalmente, na economicidade de

materiais e feitura de programação orçamentária.

2.8Distribuição de Materiais:

Compreende o suprimento e a movimentação de materiais:

2.8.1Suprimento de Materiais:

É a função administrativa que trata, em essência, da provisão do

material necessário aos órgãos operacionais e administrativos da

Corporação. É colocar o material, ou os meios para a sua aquisição, nos

diversos pontos de consumo, de utilização, ou de transformação.

2.8.2.1 Tipos de Suprimentos de Material:

34

Page 35: Apostila Adm Logística.doc

a) SUPRIMENTO AUTOMÁTICO:

Tem por objetivo aparelhar os órgãos da Corporação com os materiais

necessários ao seu perfeito funcionamento, independentemente de

solicitação.

Isto requer um planejamento participativo, integrado e consciente, para

que os resultados sejam confiáveis.

Os subsídios necessários ao estabelecimento desse tipo de suprimento

são fornecidos, principalmente, pelos seguidos documentos de controle,

quais sejam:

- Planejamento físico-financeiro;

- Estatística de consumo;

- Boletins de consumo, mensal ou trimestral;

- Histórico de produção e de consumo;

- Planos de instalação de novas unidades.

Na PMMG, reconhece-se esse tipo de suprimento, através da liberação

automática dos créditos às diversas unidades, para a execução

orçamentária descentralizada.

b) SUPRIMENTO MANUAL OU A PEDIDO:

Nesse tipo de suprimento o material é solicitado ao almoxarifado para

utilização imediata, através de requisição.

A requisição do material é o documento hábil e único pelo qual o

material é solicitado ao almoxarifado, para utilização imediata.

A requisição é emitida pela seção que necessita do material, devendo

ser preenchidos todos os campos existentes nesse documento.

É necessário, ainda, o envolvimento pleno e o conhecimento detalhado

do almoxarife nessa distribuição de material, mesmo porque é uma forma de

controlar o fluxo de saída de material dos almoxarifados.

35

Page 36: Apostila Adm Logística.doc

As requisições deverão conter, obrigatoriamente, as assinaturas do

responsável pela seção requisitante e do almoxarife, além do visto do chefe

da SOFI, quando for o caso.

2.9Consumo de Materiais:

É a utilização do material pelos órgãos da Corporação, supridos através

de distribuição automática e/ou através da requisição de material.

Envolve a realimentação, a fim de averiguar a satisfação ou não das

necessidades, como forma de subsidiar futuros planejamentos.

UNIDADE III

(CARGA PATRIMONIAL E MOVIMENTAÇÕES DE MATERIAIS)

1, Carga Patrimonial

A carga patrimonial corresponde à relação dos materiais permanentes

lotados em determinada unidade administrativa, cujo responsável tem o dever

de guarda e conservação dos mesmos.

Sempre que houver substituição do responsável pela guarda e conservação

dos materiais permanentes, será feito o inventário de transferência de

responsabilidade.

Havendo divergência no inventário de transferência de responsabilidade, as

ocorrências deverão ser comunicadas formalmente, no prazo máximo de trinta

dias contados da realização do inventário, à unidade responsável pelo

patrimônio, para a adoção das providências cabíveis.

Reputar-se-á como incondicionalmente aceito o inventário de

transferência de responsabilidade, se o substituto não fizer a

comunicação de que trata o item anterior.

36

Page 37: Apostila Adm Logística.doc

2. MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS:

2.1 Movimentação Interna:

Entende-se por movimentação interna o remanejamento de material entre

unidades do mesmo órgão ou de entidade.

 

A saída de material de consumo do almoxarifado, ou equivalente, dar-se-á por

requisição, via SIAD, elaborada por servidor autorizado por autoridade

competente, indicando quantidade, natureza e especificação do material.

A requisição de material de consumo deverá ser planejada, observada a

política de racionalização e estoque mínimo.

Será reintegrado ao estoque o material de consumo não utilizado e devolvido,

após avaliação do responsável pela unidade de almoxarifado ou equivalente.

.

2.2 Movimentação externa

2.2.1 Transferência Direta:

 

Entende-se por transferência direta a movimentação de material, com repasse

gratuito da posse e troca de responsabilidade, de caráter definitivo, entre

órgãos da Administração Direta do Poder Executivo.

A movimentação de material permanente será realizada por meio guia de

transferência direta emitida no SIAD pela unidade responsável pelo patrimônio.

Todo material permanente ocioso ou recuperável, que não tiver destino

definido, deverá ser transferido à Bolsa de Materiais da SEPLAG.

A transferência de veículos automotores deverá ser precedida de autorização

da SEPLAG, por meio da SCRLP, e será realizada através do SIAD.

2.2.2 Cessão de Uso

 

Entende-se por cessão de uso a modalidade de movimentação externa de

material, com transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, de

caráter temporário, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Direta,

Autárquica e Fundacional do Poder Executivo, ou entre estes e órgãos de

37

Page 38: Apostila Adm Logística.doc

quaisquer dos Poderes, do Ministério Público, do Tribunal de Contas ou de

outra esfera da Federação.

2.2.3 Permissão

 Entende-se por permissão de uso o ato administrativo unilateral, discricionário

e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a

utilização privada de bens públicos, para fins de interesse público.

 

3. ORGANIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO:

Dadas às peculiaridades de cada almoxarifado Instalação física, tipo de

material armazenado (EX:móveis, etc), não se pode determinar uma

“localização padrão”, e sim orientar os almoxarifes na organização de seu

depósito diante deste enfoque.

Para auxiliar na organização do almoxarifado e agilizar a distribuição do

material, convém observar as os procedimentos seguintes:

3.1 Rotatividade dos materiais:

Diz respeito à movimentação (entrada e saída) dos materiais. Aqueles

materiais que apresentam um maior índice de rotatividade ou giro de

estoque ou carga devem ser armazenados próximos à saída, alcançando

com isto maior rendimento operacional devido a minimização do tempo

despendido na expedição, diminuindo o número de viagens no interior do

depósito de estoque.

3.2 Volume e peso do material:

Os itens volumosos e pesados devem ser estocados,

preferencialmente, nas áreas mais próximas da porta de saída, facilitando,

assim, a sua distribuição.

38

Page 39: Apostila Adm Logística.doc

3.3 Ordem de entrada e de saída:

Deve-se obedecer à ordem cronológica de entrada e saída, de forma a

se evitar situações em que os materiais estocados há mais tempo sejam

esquecidos ou permaneçam por longo tempo em seus locais de

armazenagem, ocasionando com isto, deterioração, obsolescência e perda

de suas propriedades físicas.

3.4 Similaridade:

A estocagem de materiais portadores de características físicas,

aplicações ou naturezas semelhantes, em locais próximos, facilita a

localização, o fornecimento e o inventário.

3.5 Valor do material:

Os materiais mais caros devem merecer um maior controle a fim de se

evitar ou minimizar possíveis ocorrências que acarretem prejuízos devido a

perdas por extravios, etc. A estocagem em locais apropriados, diante da

possibilidade de desvios, roubos ou furtos torna a armazenagem desse

material mais segura. Ex: armários com chave para armazenamento de

cartuchos de tinta para impressoras, cofres para armazenamento de

armamento e munição, etc.

3.6 Arrumação

A armazenagem e a distribuição interna de materiais no almoxarifado

devem ser feitas de modo a se conseguir melhor aproveitamento do espaço

útil de armazenamento, tanto no sentido horizontal, quanto e principalmente

no sentido vertical, para tornar a localização mais rápida. Outro fator que não

pode ser esquecido é a criação de condições satisfatórias para melhor

preservar os materiais.

A localização de um item de material em um almoxarifado será

determinada pela ala, prateleira, gaveta/vão em que se encontra o material.

a) ALA: é um conjunto de prateleiras alinhadas. À distância entre as

alas devem ser estabelecidas de maneira tal que facilite a circulação interna

no almoxarifado;

39

Page 40: Apostila Adm Logística.doc

b) PRATELEIRA: é uma armação de aço, ferro ou madeira, ou ainda de

tijolos, composta de diversas divisões internas, tanto no sentido vertical

como no horizontal, formando espaços limitados ou segmentados que são

as gavetas e/ou vãos;

c) GAVETA/VÃO: é o espaço existente nas prateleiras.

OBS: Nem todos os almoxarifados possuem este “lay-out”. Há determinados

materiais que por sua natureza são estocados no chão (é importante a

utilização de estrados para se evitar o contato do material com a superfície).

Outros são estocados em tanques subterrâneos. A definição da localização

utilizando apenas os termos ala, prateleiras e gavetas/vãos não poderão

ater-se aos conceitos e dependerá em muito da habilidade do almoxarife.

4. BAIXA DE MATERIAIS:

 

A baixa de material permanente ocorrerá:

I - por inutilização, quando o material for inservível, antieconômico ou

irrecuperável, desde que não possua valor comercial;

II - por furto, roubo, extravio;

III - por alienação; e

IV - por morte de semovente.

A baixa caracteriza-se por sua exclusão do registro contábil e patrimonial.

Com base em documentação pertinente, será emitido relatório, por comissão

especial devidamente constituída, comprovando a motivação da baixa, bem

como a sua conveniência administrativa.

Os materiais baixados por furto, roubo ou extravio que venham a ser

recuperados deverão ser registrados no SIAD com novo número patrimonial.

 A baixa do material de consumo ocorrerá com a sua saída do estoque.

4.1 Alienação:

40

Page 41: Apostila Adm Logística.doc

 A alienação é a transferência de direito de propriedade de materiais para

qualquer pessoa física ou jurídica.

Toda alienação de materiais será precedida de avaliação e subordina-se

sempre à existência de interesse público, devidamente justificado.

A alienação de materiais será realizada por meio de:

I - venda;

II - doação; e

III - dação em pagamento.

 4.1.1 Venda

 A venda de materiais dependerá de avaliação prévia e licitação, nos termos da

legislação vigente.

A venda de bens patrimoniais pertencentes aos órgãos do Poder Executivo

será realizada pela SEPLAG ou pelo órgão que, para tanto, receber

autorização formal.

4.1.2 Doação

A doação será permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,

após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica,

relativamente à escolha de outra forma de alienação, nos seguintes casos:

I - para a Bolsa de Materiais da SEPLAG;

II - para o SERVAS, na hipótese de material declarado inservível pela

Bolsa de Materiais;

III - entre entidades autárquicas e fundacionais do Poder Executivo, ou

entre essas e os órgãos da Administração Direta.

IV - para outros entes da federação; e

V - para instituições filantrópicas reconhecidas de utilidade pública pelo

Estado.

Todo material permanente ocioso ou recuperável, que não tiver destino

definido, deverá ser doado à Bolsa de Materiais da SEPLAG.

Os materiais declarados pela Bolsa de Materiais como inservíveis, deverão

ser doados preferencialmente ao SERVAS.

4.1.3 Dação em Pagamento

41

Page 42: Apostila Adm Logística.doc

A dação em pagamento poderá ser realizada no âmbito das entidades

autárquicas e fundacionais do Poder Executivo, sempre com autorização

expressa do dirigente máximo de cada entidade, observadas as disposições

legais aplicáveis.

UNIDADE IV – SIAD

SIADSistema Integrado de Administração de

Materiais e Serviços

MaterialPermanente

Melhores

Preços

CadastroGeral de

Fornecedores

Catálogo deMat. E Serv.

Gestão deContratos

Água e Energia

Registro dePreçosEspecificação

Execução De Despesa

Material de Consumo

Compras

CotaçãoEletrônica de

Preços

Frotas

Alienação

Órgãose

Entidades

Pregão

Fatura

SIADSistema Integrado de Administração de

Materiais e Serviços

MaterialPermanente

Melhores

Preços

CadastroGeral de

Fornecedores

Catálogo deMat. E Serv.

Gestão deContratos

Água e Energia

Registro dePreçosEspecificação

Execução De Despesa

Material de Consumo

Compras

CotaçãoEletrônica de

Preços

Frotas

Alienação

Órgãose

Entidades

Pregão

Fatura

SIAD / MG

42

Page 43: Apostila Adm Logística.doc

1. FINALIDADE

O Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços - SIAD,

instituído pelo Decreto nº. 42.873, de 9 de setembro de 2002, tem como

finalidade controlar o ciclo dos materiais, serviços e obras, desde a

sua solicitação até a distribuição dos materiais de consumo, a baixa

dos bens permanentes do patrimônio e a realização dos serviços e

obras.

2. CONCEITO

O SIAD é um sistema corporativo do Estado integrado aos demais sistemas

corporativos estaduais e, sempre que possível, deverá integrar-se com outros

sistemas de entes federados para aperfeiçoar as informações necessárias à

gestão de suprimentos.

O Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI- MG bloqueará

qualquer transação de aquisição de bens e/ou de contratação de serviços e

obras que não for realizada por meio do SIAD, ressalvadas as hipóteses

definidas por regulamento especial.

3. O Porquê do SIAD?

O SIAD foi criado principalmente para resolver as seguintes questões:

Falta de padrão na classificação dos Materiais e Serviços;

Dificuldade na obtenção de informações sobre a gestão de

suprimentos no âmbito do ESTADO;

Existência de diversos Sistemas de Estoque, Patrimônio, Compras,

Catálogos de Materiais e Serviços, Cadastro de Fornecedores

(diferentes), implantados nos Órgãos e Entidades do ESTADO;

Falta de integração entre os eventos administrativos e contábeis;

43

Page 44: Apostila Adm Logística.doc

Existência de controles manuais e sem padronização.

4. Benefícios do SIAD: a implantação do SIAD possibilitou, principalmente:

Padronizar e classificar Materiais e Serviços;

Cadastrar os fornecedores;

Padronizar processos de Compra, Contrato, Material de Consumo e

Material Permanente, possibilitando o gerenciamento dos mesmos;

Obter informações consolidadas em nível Estadual, que possibilitem a

formulação, de maneira mais eficaz, de planejamento estratégico das

ações, buscando a redução de custos;

Integração com outros Sistemas do ESTADO, em especial com o SIAFI,

impedindo aquisições sem dotação orçamentária.

5. O Que Se Espera do SIAD:

Ter uma visão sistêmica e estratégica da gestão de suprimentos;

Realizar o acompanhamento e a orientação sobre os processos de

compras;

Promover uma gestão proativa;

Especificar e padronizar materiais e serviços;

Garantir eficiência e transparência nos processos de compras;

Normatizar os processos de compras;

Controlar, fiscalizar e auditar os processos de compras;

Gerenciar os processos de aquisição e contratação, melhorar a

qualidade dos dados e fornecer informações gerenciais.

6. USUÁRIOS DO SIAD-MG

São usuários do SIAD-MG:

44

Page 45: Apostila Adm Logística.doc

I - obrigatórios: os órgãos e entidades da Administração Pública direta,

autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes, que recebem

recursos do Tesouro Estadual; e

II - por opção: as empresas públicas não dependentes do Poder Executivo

Estadual, as sociedades de economia mista, o Poder Judiciário Estadual, a

Assembleia Legislativa, o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público

Estadual e entidades civis sem fins lucrativos de interesse público, após

autorização da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG.

7. ALGUMAS DEFINIÇÕES:

I - órgão central: a SEPLAG, por meio da Superintendência Central de

Recursos Logísticos e Patrimônio - SCRLP, responsável pela formulação de

diretrizes, orientação, planejamento, coordenação, supervisão e controle

dos assuntos relativos a logística pública, materiais e serviços;

II - órgãos setoriais: unidades incumbidas especificamente de atividades

relativas ao SIAD nas secretarias e órgãos autônomos integrantes do Poder

Executivo, responsáveis pela execução das atividades de aquisições,

contratações de bens e serviços, gestão de contratos e suprimentos, logística e

patrimônio, bem como pela articulação e coordenação dos órgãos seccionais;

III - órgãos seccionais: unidades incumbidas da execução das atividades do

SIAD nas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes do Tesouro

Estadual, responsáveis pela execução das atividades de aquisições,

contratações de bens e serviços, gestão de contratos e suprimentos, logística e

patrimônio.

5. MÓDULOS DO SIAD:

I - Módulo Órgãos e Entidades - O&E: permite o cadastro dos órgãos e

entidades, das unidades administrativas, suas atribuições e responsáveis,

possibilitando a autorização de acesso aos usuários do SIAD, com a

respectiva formalização das transações que são registradas nos módulos do

sistema;

45

Page 46: Apostila Adm Logística.doc

II - Módulo Cadastro Geral de Fornecedores - CAGEF: tem como objetivo

credenciar e cadastrar pessoas físicas e jurídicas nos termos do art. 34 da Lei

Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993;

III - Módulo Catálogo de Materiais e Serviços - CATMAS: permite a

catalogação dos materiais e serviços destinados às atividades-fim e às

atividades meio da Administração Pública Estadual com os padrões de

desempenho desejados;

IV - Módulo de Compras: permite gerenciar todo o processo de compras,

desde a solicitação pela área demandante até a compra do bem, serviço ou

obra, tendo como objetivo controlar, agilizar e padronizar os procedimentos;

V – Módulo Cotação Eletrônica de Preços - COTEP: realiza, por meio

eletrônico, com recursos da Internet, compras de bens e serviços de

pequeno valor por dispensa de licitação, com fundamento no II do art. 24

da Lei Federal nº 8.666, de 1993;

VI - Módulo Pregão: permite realizar os procedimentos e o

acompanhamento, inclusive pela Internet, das licitações na modalidade

pregão, nos formatos presencial e eletrônico, para a aquisição de bens e

serviços comuns e para registro de preços;

VII - Módulo de Registro de Preços - SIRP: permite o planejamento e a

gestão dos procedimentos para registro formal de preços, objetivando

contratações futuras pela Administração Pública Estadual;

VIII - Módulo de Melhores Preços: registra os preços praticados nas

contratações de bens e serviços, discriminados por unidade de medidas

padrão e marcas ofertadas, gerando um preço médio praticado pela

Administração Pública para subsidiar o julgamento nos processos;

IX - Módulo de Contratos: efetua o cadastramento dos contratos

firmados pelos órgãos e entidades permitindo seu gerenciamento durante

a execução;

X - Módulo Especificações de Execução de Despesas: disponibiliza

e consolida as informações necessárias para a geração e consultas de

qualquer tipo de especificação relacionada a execução da despesa integrada

com o SIAFI/MG;

XI - Módulo de Material Permanente - MATPEM: permite a gestão dos bens

móveis de propriedade do Estado ou de terceiros que estão sob a

46

Page 47: Apostila Adm Logística.doc

responsabilidade dos órgãos e entidades da Administração Pública estadual

abrangidos por este Decreto;

XII - Módulo Material de Consumo - MATCON: permite a gestão dos

materiais de consumo, controlando o registro da entrada, o armazenamento,

a requisição e a distribuição dos materiais de consumo recebidos pela

Administração Pública estadual;

XIII - Módulo de Alienação: permite o controle de todas as alienações de

veículos e demais materiais permanentes inservíveis para a Administração

Pública estadual;

XIV - Módulo de Frota: estabelece processo padronizado de gestão da

frota estadual, com a respectiva conservação, guarda, manutenção,

movimentação e utilização de veículos oficiais, em todos os órgãos e

entidades estaduais;

XV - Módulo de Água e Energia: permite a gestão da utilização dos

insumos de água, esgoto e energia elétrica pela Administração Pública; e

XVI - Módulo de Fatura: tem a finalidade de gerenciar, controlar e

monitorar eletronicamente as notas fiscais emitidas a favor do Estado.

6. DA PUBLICIDADE:

 

O endereço eletrônico oficial para divulgação, de forma centralizada, das

informações referentes às compras públicas de bens, serviços e obras dos

órgãos e entidades abrangidos, de forma obrigatória é o Portal de Compras MG

disponível em: www.compras.mg.gov.br.

Os editais, suas alterações, anulações ou revogações, e os resultados parciais

ou finais dos processos de compra serão disponibilizados no endereço

eletrônico de supracitado.

 7. DA COORDENAÇÃO GERAL DO SIAD E DO PORTAL DE COMPRAS:

A Coordenação Geral do SIAD e do Portal de Compras MG será realizada pela

SEPLAG, por meio da SCRLP com as seguintes atribuições:

I - quanto ao SIAD:

47

Page 48: Apostila Adm Logística.doc

a) organizar, coordenar e aprovar o processo de definição conceitual e

lógica dos módulos e rotinas do SIAD;

b) promover a permanente avaliação dos métodos, instrumentos e

procedimentos utilizados pelo SIAD, visando aperfeiçoar e subsidiar as

definições operacionais;

c) coordenar o processo de desenvolvimento, implantação, gestão,

evolução e utilização do SIAD, bem como de seus derivados ou informações

compartilhadas, em especial o seu armazém de informações;

d) coordenar o processo de discussão de versões, atualizações e

alterações nos módulos do Sistema, bem como gerenciar sua

implementação;

e) promover a articulação das ações das unidades administrativas

integrantes da SCRLP, com as atividades do SIAD, bem como avaliar o

desempenho das atividades do sistema;

f) promover o levantamento, definir e negociar os recursos necessários à

produção e ao desenvolvimento do sistema;

g) analisar e avaliar custos, processos e equipamentos fornecidos pela

Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais -

PRODEMGE;

h) acompanhar as atividades de apoio logístico desenvolvidas pela

PRODEMGE, no âmbito do SIAD, bem como controlar e avaliar os resultados

acordados;

i) participar, em conjunto com as diretorias da SCRLP do treinamento de

usuários do SIAD;

j) responsabilizar-se pela manutenção de canais de informações

junto aos diversos públicos, interno e externo, visando dar transparência

aos dados armazenados no Sistema;

k) zelar e manter atualizada toda a documentação de

desenvolvimento e alteração do SIAD; e

l) exercer outras atividades correlatas;

II - quanto ao Portal de Compras:

a) manter atualizado o conteúdo disponibilizado;

b) disponibilizar a legislação atualizada referente à gestão de suprimentos;

48

Page 49: Apostila Adm Logística.doc

c) receber dos órgãos e entidades e disponibilizar informações

relevantes referentes à gestão de suprimentos no âmbito do Estado;

d) ampliar a participação de fornecedores, por meio da divulgação dos

instrumentos de cadastramento e credenciamento, bem como orientações

referentes às compras públicas realizadas pelo Estado;

e) divulgar e informar à Administração, aos fornecedores e à sociedade

sobre os eventos e acontecimentos relacionados à área de compras públicas;

f) divulgar as intenções de adesão em Registro de Preços de outros entes

da federação conforme dispõe o § 1º do art. 24 do Decreto nº. 44.787, de 18

de abril de 2008; e

g) divulgar os resultados e o desempenho das compras públicas,

promovendo a transparência e o controle dos gastos públicos de custeio e

de investimentos. 

 

UNIDADE V – PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO

1. ASPECTOS DOUTRINÁRIOS:

1.1 Bens Públicos são todos os bens que pertencem às PESSOAS DE

DIREITO PÚBLICO, isto é, UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL,

MUNICÍPIOS, respectivas AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES DE DIREITO

PÚBLICO.

Os Bens Públicos classificam-se segundo a sua destinação em:

1.1.1 De uso comum-são os destinados ao uso indistinto de todos, como os

mares, ruas estradas etc.;

49

Page 50: Apostila Adm Logística.doc

1.1.2 De uso especial - são os afetados a um serviço ou estabelecimento

público, como as repartições públicas, isto é, locais onde se realiza a atividade

pública ou onde está disposição dos administrados um serviço público, como

teatros, universidade, museus outros abertos à visitação pública;

1.1.3 Dominicais-são os próprios como objeto de direito real, não aplicados

nem ao uso comum, nem ao uso especial.

1.2 Afetação e Desafetação de Bens Públicos:

1.2.1 Afetação é a preposição de um bem a um dado destino categorial de uso

comum ou especial;

1.2.2 Desafetação é a sua retirada do destino. Os bens dominicais são bens

não afetados a qualquer destino público.

A desafetação dos bens de uso comum ou de uso especial depende de lei

ou ato do executivo praticado na conformidade dela.

Os bens públicos enquanto afetados são INALIENÁVEIS, impenhoráveis e

imprescritíveis, ou seja, não são suscetíveis de USUCAPIÃO. Fundamentação

Legal: Código Civil art. 98 até 103.

2 BENS IMÓVEIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

2.1 Competências:

SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO – SEPLAG: 1

Superintendência Central de Recursos Logísticos e Patrimônio - SCRLP

Subordinação:

Subsecretário de Gestão

1 Ementa:Decreto Estadual nº. 44.817, de 21Mai08, que DISPÕE SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO - SEPLAG.

50

Page 51: Apostila Adm Logística.doc

Finalidade:

Elaborar e propor políticas e diretrizes para a implementação de planos,

programas, projetos e ações  estratégicas na gestão de negócios públicos, no

âmbito  dos órgãos   e   entidades   da  administração   direta,   autárquica,

fundacional  e  de  empresas  estatais  dependentes,  que  recebam recursos

do Tesouro Estadual.

Coordena:

- Diretoria Central de Gestão de Imóveis - DCGI

- Diretoria Central de Administração Logística - DCAL

- Diretoria Central de Licitações e Contratos - DCLC

Competências:

I - planejar, coordenar, supervisionar, orientar e normatizar as políticas de

aquisição, gestão e logística de bens, serviços  e obras,  administração e

gestão de imóveis de propriedade do Estado ou por ele locados;

Diretoria Central de Gestão de Imóveis - DCGI

Subordinação:

Superintendência Central de Recursos Logísticos e Patrimônio

Finalidade:

Propor normas e diretrizes, e promover a orientação normativa,  a coordenação

e o controle das atividades relativas  à administração de imóveis da

administração direta.

Competências:

I - administrar  o patrimônio do Estado  e  zelar  por  sua conservação;

II - adotar  as  providências  necessárias  a  regularidade dominial dos imóveis;

III - promover o controle, a fiscalização e a manutenção dos imóveis;

IV - estabelecer  as normas de utilização e  racionalização operativa dos

imóveis utilizados no serviço público estadual;

V - definir procedimentos relativos à locação de imóveis;

VI - proceder à incorporação de bens imóveis ao patrimônio do Estado;

VII - promover, diretamente ou por intermédio de terceiros, a avaliação de bens

51

Page 52: Apostila Adm Logística.doc

imóveis;

VIII - promover a alienação dos imóveis próprios, de acordo com a legislação

vigente;

IX - formalizar a cessão, permissão ou autorização onerosa ou outras

modalidades de outorga de direito, previstas em lei,  sobre imóveis do Estado;

X - efetuar  a  locação  e  o arrendamento  de  imóveis  de propriedade do

Estado;

XI - autorizar a ocupação de imóveis próprios na  forma  da lei, promovendo as

correspondentes inscrições;

XII - estabelecer diretrizes para o uso de bens imóveis  do Estado;

XIII - cadastrar as aquisições de bens imóveis de interesse do Estado;

XIV - promover a doação graciosa de imóveis do Estado, quando presente o

interesse público e na forma da lei;

XV - proceder à demarcação, diretamente ou por intermédio de terceiros, e à

identificação dos imóveis de propriedade do Estado;

XVI - manter sob sua guarda e responsabilidade os documentos, títulos e

processos relativos aos bens imóveis no que se refere  à posse e ao domínio

do Estado; e

XVII - coligir os elementos necessários ao registro dos bens imóveis   do  

Estado  e  prestar  informações  nos  procedimentos judiciais destinados à sua

defesa.

2.2 Das responsabilidades dos demais Órgãos e entidades da Administração

Estadual:

Os titulares de órgãos e entidades da Administração Estadual são

responsáveis pela guarda, zelo e manutenção dos imóveis de

propriedade do Estado de Minas Gerais em que se encontram instalados

as suas repartições.

Os bens imóveis próprios do Estado, destinados ao uso de órgãos da

Administração Pública Estadual, Autárquica e Fundacional, ficarão sob a

responsabilidade do seu titular, ainda que desocupados, até que seja

emitido, pela SEPLAG, o Termo de Desvinculação.

52

Page 53: Apostila Adm Logística.doc

Ficam os órgãos da Administração Direta e as Entidades Autárquicas

e Fundacionais da Administração Pública Estadual obrigados a

atualizar o inventário dos bens imóveis do Estado quando ocorrer

qualquer alteração, em relação à situação anteriormente informada, no

prazo máximo de 30 (trinta) dias.

A identificação dos próprios estaduais de ficará a cargo de cada órgão

ou entidade da Administração Estadual, em articulação com a SEPLAG.

As ocorrências que não as causadas por caso fortuito serão de inteira

responsabilidade do titular do órgão ou entidade da Administração

Estadual.

Cabe à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, até que seja

editada disciplina geral da matéria, autorizar as transferências físicas de

sede ou de unidade que a seu juízo, se fizerem necessárias.

Nenhuma obra pública, ainda que a título de reconstrução, ampliação ou

reforma, poderá ser iniciada sem a expedição, pela SEPLAG, da

Declaração de Propriedade Estadual.

Fica delegada aos titulares de órgãos da Administração Direta a

competência para, conjuntamente com a Secretaria de Estado de

Planejamento e Gestão - SEPLAG, formalizar a cessão, permissão e

autorização de uso sobre imóveis do Estado a eles afetados.

2.3Da locação de imóveis para uso da Administração Pública

Os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual serão instalados,

preferencialmente, em imóveis próprios, podendo, na ausência destes e

caracterizada a necessidade, optar pela locação, após a elaboração de parecer

técnico.

Antes de concretizada a locação, o órgão interessado deverá solicitar à

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG informações acerca

dos imóveis de propriedade do Estado que se encontrem disponíveis e que

atendam à demanda do mesmo, conforme a descrição física informada.

A SEPLAG poderá, a qualquer tempo, caso julgue conveniente, propor

adequação e otimização de espaços físicos.

53

Page 54: Apostila Adm Logística.doc

 

A celebração de contratos de locação de imóveis por órgãos e entidades da

Administração Pública Direta Estadual, Autárquica e Fundacional dependerá de

autorização do seu respectivo dirigente máximo, mediante aprovação de

parecer técnico, justificando sua oportunidade e conveniência.

O parecer técnico deverá conter ampla e rigorosa pesquisa de mercado

indicando o valor adequado à locação, bem como a análise dos quesitos que

conduziram à escolha, destinação e adequação do mesmo à sua finalidade.

O valor do aluguel deverá ser o menor possível, tendo em vista as tendências

do mercado, os reajustes anuais e o tempo de permanência.

Os índices de reajuste dos contratos de locação será os determinados pela

Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, por meio de resolução.

O imóvel locado deverá ter seus dados informados no inventário de imóveis a

Diretoria Central de Patrimônio Imobiliário da Superintendência

Central de Recursos Logísticos e Tecnológicos da Secretaria de Estado de

Planejamento e Gestão.

3 BENS IMÓVEIS PRÓPRIOS DO ESTADO VINCULADOS À PMMG:

Inicialmente é importante frisar que os imóveis pertencem ao Estado, Pessoa de

Direito Público, e são vinculados aos respectivos Órgãos da Administração Direta,

cumprindo à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão a sua administração, bem

como os seus registros para os fins de contabilidade pública, cabendo aos órgãos, a cujo

imóvel esteja vinculado, a responsabilidade pela sua guarda, zelo e manutenção.

(Decreto Estadual nº. 32.255 de 11dez90 ).

54

Page 55: Apostila Adm Logística.doc

Segue abaixo modelo de TERMO DE VINCULAÇÃO E RESPONSABILIDADE:

55

Page 56: Apostila Adm Logística.doc

Prêmio Excelência

Gestão Públicado Estado de Minas Gerais

em

56

Page 57: Apostila Adm Logística.doc

 

57