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NORMA REGULADORA RURAL 4 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 154.000-9) 4.1. Considera-se EPI, para os fins de aplicação desta Norma, todo dispositivo de uso individual destinado a preservar e proteger a integridade física do trabalhador. 4.2. O empregador rural é obrigado a fornecer, gratuitamente, EPI adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças profissionais; (154.001-7 / I2) b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (154.002-5 / I2) c) para atender a situações de emergência. (154.003-3 / I2) 4.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade, o empregador rural deve fornecer aos trabalhadores os seguintes EPI: I - Proteção da cabeça: a) capacete de segurança contra impactos provenientes de queda ou projeção de objetos; b) chapéu de palha de abas largas e cor clara para proteção contra o sol, chuva, salpicos, etc.; c) protetores de cabeça impermeáveis e resistentes nos trabalhos com produtos químicos. II - Proteção dos olhos e da face: a) protetores faciais destinados à proteção contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas; b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos provenientes do impacto de partículas, ou de objetos pontiagudos ou cortantes; c) óculos de segurança contra respingos para trabalhos que possam causar irritação e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos; d) óculos de segurança contra poeira e pólen. III - Proteção auditiva Protetores auriculares nas atividades em que o ruído seja excessivo. IV - Proteção das vias respiratórias: a) respiradores com filtros mecânicos para trabalhos que impliquem produção de poeiras;

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NORMA REGULADORA RURAL 4 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL - EPI 154.000-9)

4.1. Considera-se EPI, para os fins de aplicação desta Norma, todo dispositivo de uso

individual destinado a preservar e proteger a integridade física do trabalhador.

4.2. O empregador rural é obrigado a fornecer, gratuitamente, EPI adequados ao risco e

em perfeito estado de conservação e funcionamento nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não

oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças

profissionais; (154.001-7 / I2)

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; (154.002-5 /

I2)

c) para atender a situações de emergência. (154.003-3 / I2)

4.3. Atendidas as peculiaridades de cada atividade, o empregador rural deve fornecer aos

trabalhadores os seguintes EPI:

I - Proteção da cabeça:

a) capacete de segurança contra impactos provenientes de queda ou projeção de objetos;

b) chapéu de palha de abas largas e cor clara para proteção contra o sol, chuva, salpicos,

etc.;

c) protetores de cabeça impermeáveis e resistentes nos trabalhos com produtos químicos.

II - Proteção dos olhos e da face:

a) protetores faciais destinados à proteção contra lesões ocasionadas por partículas,

respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;

b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos provenientes do

impacto de partículas, ou de objetos pontiagudos ou cortantes;

c) óculos de segurança contra respingos para trabalhos que possam causar irritação e

outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos;

d) óculos de segurança contra poeira e pólen.

III - Proteção auditiva

Protetores auriculares nas atividades em que o ruído seja excessivo.

IV - Proteção das vias respiratórias:

a) respiradores com filtros mecânicos para trabalhos que impliquem produção de poeiras;

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b) respiradores e máscaras de filtro químico, para trabalhos com produtos químicos;

c) respiradores e máscaras de filtros combinados (químicos e mecânicos) para atividades

em que haja emanação de gases e poeiras tóxicas;

d) aparelhos de isolamento, autônomos ou de adução de ar para locais de trabalho onde

o teor de oxigênio (O2) seja inferior a 18% (dezoito por cento) em volume.

V - Proteção dos membros superiores

Luvas e/ou mangas de proteção nas atividades em que haja perigo de lesões provocadas

por:

a) materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;

b) produtos químicos tóxicos, alergênicos, corrosivos, cáusticos, solventes orgânicos e

derivados de petróleo;

c) materiais ou objetos aquecidos;

d) operações com equipamentos elétricos;

e) tratos com animais, suas vísceras e detritos e na possibilidade de transmissão de

doenças decorrentes de produtos infecciosos ou parasitários;

f) picadas de animais peçonhentos.

VI - Proteção dos membros inferiores:

a) botas impermeáveis e com estrias no solado para trabalhos em terrenos úmidos,

lamacentos, encharcados ou com dejetos de animais;

b) botas com biqueira reforçada para trabalhos em que haja perigo de queda de materiais,

objetos pesados e pisões de animais;

c) botas com cano longo ou botina com perneira, onde exista a presença de animais

peçonhentos;

d) perneiras em atividades onde haja perigo de lesões provocadas por materiais ou

objetos cortantes, escoriantes ou perfurantes;

e) calçados impermeáveis e resistentes em trabalhos com produtos químicos;

f) calçados de couro para as demais atividades.

VII - Proteção do tronco

Aventais, jaquetas, capas e outros para proteção nos trabalhos em que haja perigo de

lesões provocadas por:

a) riscos de origem térmica;

b) riscos de origem mecânica;

c) riscos de origem meteorológica;

d) produtos químicos.

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VIII - Proteção contra quedas com diferença de nível

Cintas e correias de segurança.

4.4. Os EPI e roupas utilizados em tarefas onde se empregam substâncias tóxicas ou

perigosas serão rigorosamente higienizados e mantidos em locais apropriados, onde não

possam contaminar a roupa de uso comum do trabalhador e seus familiares. (154.004-

1/I2)

4.5. Compete ao empregador rural, e cabe a ele exigir de seus subcontratantes de mão-

de-obra, quanto aos EPI:

a) instrução e conscientização do trabalhador quanto ao uso adequado; (154.005-0 / I2)

b) substituição imediata do equipamento danificado ou extraviado; (154.006-8 / I2)

c) responsabilização pela manutenção e esterilização. (154.007-6 / I2)

4.6. Compete ao trabalhador:

a) usar obrigatoriamente os EPI indicados para a finalidade a que se destinarem;

b) responsabilizar-se pela danificação dos EPI, ocasionada pelo uso inadequado ou fora

das atividades a que se destinam, bem como pelo seu extravio.

4.7. Compete aos órgãos regionais do Ministério do Trabalho:

a) orientar os empregadores e trabalhadores rurais quanto ao uso dos EPI, quando

solicitados ou em inspeção de rotina;

b) fiscalizar o uso adequado e qualidade dos EPI.

4.8. O Ministério do Trabalho poderá determinar o uso de outros EPI, quando julgar

necessário.

RESUMINDO:

Relaciona-se os equipamentos de proteção individual (EPIs), equipamentos de

proteção coletiva (EPCs) e instrumentos mais usados no Brasil para prevenir os acidentes

nesses locais. Confira a relação:

EPIs:

1. Capacete com jugular

2. Luvas (PVC ou raspa)

3. Trava-quedas e acessórios

4. Botas de segurança

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5. Óculos de segurança

EPCs:

1. Ventilador/insuflador de ar

2. Rádio para comunicação

3. Tripé

4. Detector de gases e/ou poeiras

5. Lanternas apropriadas

6. Sistema autônomo com peça facial

Instrumentação:

1. Detector de gases

2. Cromatógrafo

3. Explosímetro

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INTOXICAÇÃO POR GASES EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS.

Os silos e os armazéns são construções indispensáveis ao armazenamento da produção agrícola e influem decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua dimensão e complexidade, podem ser fonte de vários e graves acidentes do trabalho. Por serem os silos locais fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, são conhecidos como espaços confinados e são objeto da NR33 - Espaços Confinados, da NBR 14.787 da ABNT e de alguns itens da NR 18 - Construção Civil do MTE. A Revista Proteção (N.181, janeiro de 2007, p.63) apresenta um excelente artigo de Ary de Sá (Eng.de Seg. e especialista em ventilação industrial e controle de riscos ambientais com poeiras explosiva) intitulado Efeito devastador, sobre explosões em locais onde existe muita poeira acumulada.

Essas explosões ocorrem freqüentemente em instalações agrícolas ou industriais onde são processados: a) farinhas = de trigo, milho, soja, cereais, etc.; e b) particulados = acúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre, magnésio, eletrometal (ligas), etc. O milho é considerado um dos grãos mais voláteis e perigosos, embora toda poeira de grãos possa ser tida como MUITO PERIGOSA. Na Agricultura, existem ainda os chamados espaços confinados móveis: os tanques que são levados para o campo, onde são armazenados os agrotóxicos usados na lavoura; e os caminhões-tanque transportadores de combustível ou de água (carros-pipa).

Exemplos de espaços confinados que podem ser encontrados nas diversas atividades ligadas à agroindústria são: tonéis (de vinho/aguardente, p.ex.), reatores, colunas de destilação, vasos, cubas, tinas, misturadores, secadores, moinhos, depósitos e outros.

Um espaço confinado apresenta sérios riscos com danos à saúde, sequelas e morte. São riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e mecânicos e são uma triste realidade no Brasil inteiro.

Vejamos alguns dos riscos dos acidentes em Silos e Armazéns agrícolas:

1 - explosões; 2 - problemas ergonômicos; 3 - lesões do trato respiratório (poeiras) e do globo ocular; 4 - riscos físicos (ruído, iluminação, umidade, vibrações, etc.); e 5 - acidentes em geral (quedas, sufocamento, etc.).

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RISCOS DE EXPLOSÕES EM UNIDADES ARMAZENADORAS DE GRÃOS

As indústrias que processam produtos alimentícios e as unidades armazenadoras de grãos, apresentam alto potencial de risco de incêndios e explosões, pois o trabalho nessas unidades consiste basicamente em receber os produtos, armazenar, transportar e descarregar. O processo inicia com a chegada dos caminhões graneleiros e ao descarregar seu produto nas moegas, produzem uma enorme núvem de poeira, em condições e concentrações propícias a uma explosão.

O acumulo de poeiras no local de trabalho, depositada nos pisos, elevadores, túneis e transportadores, apresentam um risco de incêndio muito grande. Isso ocorre quando, uma superfície de poeira de grãos é aquecida até o ponto de liberação de gases de combustão que, com o auxílio de uma fonte de ignição com energia, dá início ao incêndio. Além disso, a decomposição de grãos pode gerar vapores inflamáveis; se a umidade do grão for superior a 20%, poderá gerar metanol, propanol ou butanol. Os gases metano e etano, também produzidos pela decomposição de grãos, são igualmente inflamáveis e podem gerar explosões.

A poeira depositada ao longo do tempo, quando agitada ou colocada em suspensão e na presença de uma chama, poderá explodir, causando vibrações subsequentes pela onda de choque; isto fará com que mais pó depositado no ambiente entre em suspensão e mais explosões aconteçam. Cada qual mais devastadora que a anterior, causando prejuizos irreversíveis ao patrimônio, paradas no processo produtivo e o pior, vidas humanas são ceifadas ou ficam permanentemente incapacitadas para o trabalho.

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Nos Estados Unidos, que estudam as explosões de poeira de grãos há mais tempo, recomenda-se que a concentração máxima de poeira de grãos no ambiente de trabalho seja de 4 g/m3 de ar. A faixa mais perigosa para gerar uma explosão, varia entre 20 e 4.000 g/m3 de ar. Se uma lâmpada de bulbo (incandescente) de 25 watts pode ser vista a 2 m de distância num ambiente empoeirado, isso significa que a concentração de poeira é inferior a 40 g/m3 de armas, mesmo assim, dentro do limite da explosividade. Foi criado nos Estados Unidos um equipamento experimental para testar poeiras explosivas, com sensores diversos que permitem conhecer as características destas poeiras.

Para o trabalho em espaços confinados, existem pequenos aparelhos (como o da foto ao lado) que indicam a concentração de gases perigosos no interior dos silos (e demais espaços confinados), que dão segurança ao operário que vai adentrar esse recinto.

Há umas poucas REGRAS BÁSICAS a observar para ver se uma determinada poeira apresenta RISCO DE EXPLOSÃO: > a poeira deve ser combustível; > ela deve ser capaz de permanecer em suspensão no ar; > deve ter um arranjo e tamanho passível de propagar a chama; > a concentração da poeira deve estar dentro da faixa explosiva; > uma fonte de ignição com energia suficiente deve estar presente; e > a atmosfera deve conter oxigênio suficiente para suportar e sustentar a combustão.

Se todas essas condições estiverem presentes, pode ocorrer explosão. A melhor maneira de evitá-la é anular a maior parte dessas pré-condições.

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PARÂMETROS CRÍTICOS PARA A EXPLOSÃO DE POEIRAS

1. tamanho da partícula: < 0,1 mm; 2. concentração da poeira: 40 a 4.000 g/m3; 3. teor de umidade do grão: <11 %; 4. índice de oxigênio no ar: > 12%; 5. energia de ignição: > 10 a 100 mJ (mega Joule); e 6. temperatura de ignição: 410 a 600oC.

Outras temperaturas de ignição da nuvem, adotadas nos EUA (NFPA,

Revista Proteção N.181) para poeiras agrícolas, em graus centígrados (ºoC) são: > açúcar em pó = 400 > amido de milho = 350 > arroz = 450 > cacau 19% gordura = 240 > café instantâneo = 350 > café torrado = 270 > canela = 230 > casca de amêndoa = 210 > casca de amendoim = 210 > casca de arroz = 220 > casca de coco = 220 > casca de noz de cacau = 370 > casca de semente de pêssego = 210 > casca de noz preta = 220 > celoluse = 270; e > celulose alfa = 300

Para diminuir o risco de explosões, deve-se:

1 - proceder à limpeza frequente do local; 2 - evitar fontes de ignição (solda, fumo, etc.); 3 - manutenção periódica dos equipamentos; 4 - peças girantes devem trabalhar sem pó; 5 - instalar bom sistema de aterramento (eletricidade estática); 6 -nunca varrer o armazém; usar o aspirador de pó; 7 - equipar elevadores, balanças e coletores de alívios contra pressões; 8 - usar sistemas corta-fogo em dutos de transporte, e outros; 9 - cuidados com ventiladores e peças girantes (faíscas); e 10 - manter umidade do local => 50% (ambiente sêco é explosivo).

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Recomenda-se, sempre que possível, a VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA, que é a solução ideal. Ela tem como objetivo principal a proteção da saúde do trabalhador, uma vez que capta os poluentes da fonte, antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. Os sistemas de controle de particulados para a atmosfera, são compostos basicamente de: > captores no ponto de entrada ou de captação; > dutos para o transporte do produto granulado; > ventiladores industriais para mover os gases; e > equipamentos de coleta de poeiras (filtros, ciclones, lavadores e outros).

Alguns fumigantes contêm produtos inflamáveis: dissulfeto de carbono, dicloreto de etileno, fosfina e outros.

Fumigantes e pesticidas são um risco habitual para os trabalhadores das unidades armazenadoras de grãos. Normalmente implicam na exposição ao tetracloreto de carbono, dissulfeto de carbono, dibrometano, fosfeto de alumínio e dióxido de enxofre, todos potencialmente perigosos. A foto acima mostra o EPI (máscara) indicado para gases.

A maior parte dos acidentes ocorre nas regiões em que a umidade relativa do ar atinge valores inferiores a 50%, e onde se armazenam produtos de risco como: trigo, milho e soja, ricos em óleos inflamáveis.

PROBLEMAS ERGONÔMICOS

Os problemas ergonômicos, normalmente, estão associados às reduzidas dimensões do acesso ao espaço confinado (exigindo contorsões do corpo, o uso das mãos e dificultando o resgate em caso de acidente) e ao transporte de grãos ensacados. São eles:

1. portinhola de acesso; 2. agressões à coluna vertebral; 3. lombalgias; 4. torções; e 5. esmagamento de discos da vértebra.

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A figura ao lado mostra um operário entrando num espaço confinado. A seção transversal, normalmente, é circular mas a da foto é quadrada. Observe que ele leva, pendurado no pescoço, um instrumento para verificar a existência e a concentração de gases perigosos no interior do recinto. O aparelhinho é mostrado em detalhes, à direita. Porta, também, o indispensável capacete e luvas.

A figura esquemática abaixo mostra a forma errada (ou não ergonômica) de levantar peso, à esquerda e a forma correta, à direita.

Da mesma forma, para transportar sacos...

Problemas com os pulmões e os olhos

Alguns grãos armazenados, como o arroz em casca, desprendem uma poeira que pode causar lesão aos olhos ou dificuldades respiratórias.

A soja, por ser uma planta de porte baixo, ao ser colhida com colheitadeira, leva consigo muita terra. Assim, ao ser armazenada, ao movimentar-se, desprende essa

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poeira, que pode provocar uma doença terrivel chamada silicose ou o empedramento dos pulmões.

Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI's recomendados são: a) máscaras contra poeiras; e b) óculos de segurança.

Riscos físicos (ruídos, iluminação, etc.)

Além dos riscos físicos já relacionados anteriormente, juntam-se: a falta de aterramento de motores, o uso de lâmpadas inadequadas e a temível eletricidade estática.

Os EPI's recomendados são: a) protetores auriculares; b) óculos ray-ban (para raios ultravioletas) nas fornalhas à lenha; e c) capacete de segurança.

Acidentes em geral

Vários tipos de acidente podem acontecer com os trabalhadores de silos e armazéns. Nos silos grandes, como o do croqui abaixo, quando o operário entrar sozinho no seu interior e tentar andar sem o cinto de segurança sobre a superfície dos grãos, aparentemente firmes. Na figura ao lado, pode-se ver o que restou de uma bateria de silos de concreto, após uma explosão em cadeia, que causou prejuizos de monta ao patrimônio.

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O interior de um silo é um ambiente hostil. Há necessidade que a pessoa designada para executar qualquer tarefa em seu interior esteja devidamente treinada, orientada quanto aos riscos de acidentes e com boa saúde. Antes de entrar num silo para executar qualquer tarefa, recomenda-se que:

1. O operário nunca entre sozinho num silo; 2. Use equipamento de descida (como o da foto menor ao lado); 3. Tenha permissão prévia do seu superior; 4. Verifique se há gases e poeiras perigosas;

Sempre que houver necessidade, pode-se lançar mão de aparelhos de comunicação, como o da foto, seja para transmitir orientações por alguém que esteja do lado de fora do silo, como quando obstáculos físicos impeçam a sinalização visual entre parceiros.

Nos casos em que foi constatado previamente (pelo detector de gases mostrado acima) que a atmosfera no interior do silo está pobre em oxigênio, pode-se utilizar o equipamento portátil ao lado, fabricado para esse fim.

Em casos extremos, pode ser utilizado um equipamento externo que fornecesse oxigênio, através da ventilação forçada, com a mangueira que aparece na imagem ao lado.

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Sérios acidentes também podem ocorrer no sistema transportador de grãos dos silos (a rosca sem-fim) que, por ser um elemento girante, é muito perigoso.

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CONTROLE DE ROEDORES EM UNIDADES ARMAZENADORAS

Autor: Prof. Luís César Silva Universidade Federal do Espírito Santo

Danos Causados

Em indústrias de alimentos e unidades de armazenagem de grãos, roedores apresentam-se como problema devido ao volume de produtos, que estes podem consumir, danificar e contaminar. Estudos revelam que em média um roedor consome 25g de alimentos por dia. Fato, que pode gerar um prejuízo anual de 5 dólares. No entanto, um roedor ao alimentar-se geralmente danifica um volume que varia de 5 a 10 vezes ao consumido. O que estende o prejuízo anual para a faixa de 25 a 50 dólares, por roedor.

Quanto as possibilidades de contaminação dos produtos são estimados que por meio dos pelos, fezes, urina e mordidas dos roedores possam ser transmitidas quarenta e cinco tipos de doenças.

Outro fator, são os danos estruturais causados pelos roedores, como por exemplo os provocados aos cabos elétricos. O que pode causar curtos-circuitos ou ser fonte de ignição em processos de explosões.

Deste modo, demonstra-se que empreendimentos agroindustriais necessitam implementar programas de controle de roedores. E estes fundamentam-se na adoção das seguintes medidas:

(a) implantação de barreiras físicas,

(b) adoção de métodos para saneamento de ambientes, e

(c) redução do número de indivíduos de uma população.

Espécies de Roedores Urbano

São descritos a seguir características das três principais espécies de roedores responsáveis por infestações em complexos agro-industriais, sendo estas: camundongos (Mus musculus), ratos de telhado (Rattus rattus), e ratazanas (Rattus novergicus).

a) Camundongo

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Figura 1 - Camundongo (Mus musculus) - Foto: Microbiotécnica

Os Camundongos dentre as três espécies citadas são os de menor porte e estes possuem por características:

(a) peso médio de 10 a 20 g, (b) expectativa de vida 12 meses, (c) período de gestação de 19 a 21 dias e este repete-se de 5 a 6 vezes ao

ano, sendo que de cada gestação nascem de 3 a 8 filhotes, (d) caudas afiladas e (e) orelhas salientes em relação ao tamanho da cabeça.

Estes roedores, geralmente, vivem em pequenos grupos familiares e abrigam-se em caixas, moveis, pilhas de caixas e, ou, sacarias, e tocas escavadas em paredes. O raio de ação a partir do abrigo é de aproximadamente 3 metros.

b) Rato de Telhado

Figura 2 - Rato de Telhado (Rattus rattus)

Foto: Microbiotécnica

Os ratos de telhado chegam a pesar 300g. Possuem corpo esguio, orelhas e olhos grandes em relação a cabeça, a cauda é afilada e o comprimento desta é maior que o do corpo. Fato, que os conferem mobilidade e equilíbrio ao escalar paredes, cabos elétricos, galhos de árvores e outros tipos de superfícies verticais. A maturidade sexual ocorre de 60 a 75 dias e o período de gestação é de 20 a 22 dias, com ninhadas de 7 a 12 filhotes (4 a 8 ninhadas/ano). A expectativa de vida é de 18 meses e estes organizam-se em colônias.

Geralmente, abrigam-se em lugares altos, onde constroem seus ninhos, descendo ao solo em busca de alimento e água.

c) Ratazana

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Figura 3 - Ratazana ou Rato de Esgoto (Rattus novergicus)

Foto:Microbiotécnica

As ratazanas dentre as três espécies é a que possui maior porte. Estas possuem por características: (a) peso médio de 600 g, (b) olhos e orelhas pequenas em relação ao tamanho da cabeça, (c) cauda grossa com pêlos e (d) período de gestação de 22 a 24 dias, podendo ocorrer de 8 a 12 gestações por ano, sendo que a cada uma delas gerado de 7 a 12 filhotes. A maturidade sexual ocorre aos 60 a 90 dias de vida.

Estes roedores abrigam-se, preferencialmente, em tocas em forma de túneis escavados no solo e estas podem chegar a profundidade de até 1,5 m. Fato que pode causar danos estruturais às edificações. Outros locais utilizados como abrigo são galerias de esgoto ou de águas pluviais, caixas subterrâneas de telefone e rede elétrica e margens de córregos. O raio de ação, destes roedores, é de aproximadamente 50 metros. No entanto, estes podem nadar distâncias superiores a 500 m. O que é propiciado, pelo fato destes roedores possuirem membranas interdigitais.

Normalmente, vivem em colônias que podem conter um grande número de indivíduos, o que irá depender da disponibilidade de: alimentos, água e abrigo. Estas colônias possuem divisões hierárquicas determinando dominados e dominantes.

Avaliação do tipo e nível de Infestação A avaliação do nível e tipo de infestação baseia-se nos seguintes fatores: (a) a identificação das espécies de roedores presente, (b) o mapeamento dos pontos críticos nas instalações e (c) a estimativa do nível de infestação.

A identificação das espécies de roedores deve ser feita com base nas características descritas no item anterior. Caso não seja possível visualizar os roedores os tamanhos das cápsulas das fezes são um bom indicativo. Pois, normalmente, para as ratazanas, ratos de telhado e camundongos, as capsulas das fezes possuem o comprimento de 2,0; 1,3 e 0,6 cm, respectivamente.

O mapeamento dos pontos críticos nas instalações faz-se necessário para a melhor estruturação do programa de controle, bem como, não despender recursos desnecessariamente.

Quanto a estimativa nível de infestação pode ser utilizado de três procedimentos práticos como: (a) constatação de indicadores da presença de roedores, (b) a capturação de roedores e (c) a medição do consumo de alimentos.

Page 17: Apostila agroindustria

a) constatação indicadores da presença de roedores

Neste método por meio de observações de indicadores determina-se o nível de infestação.

Quadro 1 - Indicadores subjetivos do nível de infestação de roedores

Indicadores Baixa Média Alta

Trilhas ausentes Algumas várias

Manchas de gordura por

atrito corporal ausentes

pouco perceptível

evidências em vários locais

Roeduras ausentes algumas visíveis em

diversos locais

Fezes algumas vários locais numerosas e

frescas

Tocas ou ninhos

1 a 3 / 300 m² área ext

4 a 10 / 300 m² área ext

+ de 10 / 300 m² área ext

Ratos vistos não

constatado

alguns em ambiente

escuro

vários em ambiente escuro e

alguns a luz do dia

Fonte: FULMIRAT® Raticida, Manual Técnico - Bernardo Química

b) capturação de roedores

Este procedimento é recomendado para avaliações do nível de infestação em áreas abertas como: portos, pátios, áreas comerciais e quadras residências. O método consiste em distribuir 100 armadilhas com iscas. Sendo as armadilhas colocadas às 22 horas e recolhidas às 5 horas. O que deverá ser repetido por três dias. Ao final deste período apura-se o número de roedores capturados e determina-se o grau de infestação, conforme definido a seguir:

baixa infestação - 01 a 05 roedores capturados média infestação - 06 a 15 roedores capturados alta infestação - 16 a 29 roedores capturados altíssima infestação - acima de 30

c) medição do consumo de alimentos

Page 18: Apostila agroindustria

A estimativa do número de roedores em ambientes fechados como depósitos almoxarifados e armazéns, pode ser determinada segundo a quantidade de alimentos consumida por uma população de roedores.

Deste modo, o método consiste em distribuir recipientes com capacidade de 30 gramas, contento, preferencialmente, cereais moídos pela área onde pretende-se fazer o levantamento. No dia seguinte por diferença de peso determina-se o quanto de produto foi consumido, sendo então, os recipientes novamente reabastecidos. Esta operação deverá ser repetida, até que o consumo diário seja estabilizado. Ocorrido este fato, seleciona-se os dias correspondentes a estabilização do consumo e determina-se o consumo médio de alimentos por dia.

Determinado consumo médio de alimentos por dia, ao dividir este valor por 15 é estimado o número de roedores que constituem a população. O número 15 foi adotado como o consumo médio para os roedores da espécie ratos de telhado.

Adoção de medidas sanitárias

A eliminação de fontes de alimentos e higienização da área são essenciais para o

sucesso no controle de roedores.

- Manter a área externa limpa: sem entulhos, materiais empilhados (madeira, canos,

telhas), mato

e grama devidamente aparados, poda de galhos de árvores que se projetem sobre a

construção.

- Eliminar ou proteger as fontes de água: fossos, valas, poças estagnadas, poços, caixas

d”água e outros reservatórios.

- Armazenamento adequado e protegido: cereais e forragens, alimentos, rações.

- Acondicionamento do lixo em recipientes a prova de roedores, ou de difícil acesso.

- Manutenção adequada das instalações hidráulicas e rede de esgoto.

Controle químico

Cada técnica e produto possui suas particularidades as quais devem ser analisadas e

empregadas em conjunto para obtenção de um controle mais efetivo e seguro dos

roedores. O controle químico consiste na distribuição estratégica de iscas e armadilhas de

forma a obter a máxima taxa de controle possível.

Iscas

- A isca deve conter ingredientes inertes que estimulem o paladar e o consumo da isca

pelos roedores.

- Uma boa formulação de isca deve ter uma taxa de aceitação entre 70-80% e 100% de

mortalidade.

Page 19: Apostila agroindustria

- Iscagem externa: distribuir nos pontos estratégicos determinados pela inspeção, as iscas

utilizando um porta-isca à prova de impacto. Posicione em intervalos de 10-15 m,

fechando o perímetro da edificação.

- Iscagem interior: utilize porta-isca ao longo de paredes, cantos, sob estrados e outros

locais determinados pela inspeção. Posicione um ponto de iscagem a cada 5-10 metros

para ratos, ou 2-4 metros para camundongos.

Vantagens da utilização de porta-iscas

- Pessoas e animais não poderão remover e manipular a isca.

- Os roedores não conseguem mover as iscas instaladas, continuando inacessíveis para

homens e animais domésticos.

- Os roedores não carregam a isca para outras localidades.

- As iscas ficam protegidas das condições ambientais externas.

Programa de Controle

O programa de controle de roedores fundamenta-se na adoção das seguintes medidas: (a) implantação de barreiras físicas, (b) adoção de métodos para saneamento de ambientes e (c) redução do número de indivíduos da população. Sendo as duas primerias medidas de cárater preventivo visam minimizar as disponibilidades dos três fatores essências a sobrevivência dos roedores, que são: (a) água, (b) fonte de alimento e (c) refúgio. Enquanto a última visa o emprego agentes químicos para eliminar ou reduzir populações de roedores.

a) Barreiras Físicas

A adoção de barreiras físicas, visão prover as edificações de artifícios que minimizem a ação de roedores. Desta forma, edificações devem ser construídas com: (a) pisos em concreto com espessura maior que 7,5 cm sob bases adequadamente compactadas e (b) alicerces em concreto, os quais devem projetar no mínimo 30 cm acima da linha de terra.

Além desses detalhes, no caso de unidades armazenadoras de grãos, as aberturas externas dos dutos de aeração e entradas dos ventiladores devem ser fechadas quando não estão sendo usadas.

Ressalta-se que existem outras alternativas aplicáveis a cada tipo de edificação.

b)Saneamento de Ambientes

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Saneamento de ambientes constitui-se em procedimentos que visam eliminar possíveis locais de abrigo e fontes de alimentos e água. Para tanto são recomendados:

eliminar vegetação em torno das instalações a pelo menos a uma distância de 1 m; manter as instalações em bom estado de conservação procurando eliminar

possíveis locais de abrigo, como buracos em paredes; remover pilhas de lixo, restos de materiais de construção e sucatas. Pois, estes

entulhos podem servir de abrigo. Caso, seja necessário empilhar algum material, a pilha deve ser montada a uma distância superior a 30 cm das paredes e a uma altura de 30 cm do solo;

tampar reservatórios de água; sanar vazamentos em tubulações de abastecimento de água; e limpar periodicamente galerias de escoamento de águas pluviais, evitando o

acumulo de água.

c)Redução da População de Roedores

A redução do tamanho de uma população de roedores pode ser feito pelo uso de ratoeiras ou pelo uso de agentes químicos denominados raticidas. As ratoeiras basicamente são comercializadas em dois tamanhos, destinadas ao controle dos camundongos e dos ratos de telhado. A eficiência do emprego das ratoeiras esta: (a) no emprego de iscas apropriadas como: queijo, carne fresca e toucinho, e (b) na colocação destas em locais onde hajam infestação.

Quanto aos raticidas, estes apresentam-se basicamente em duas modalidades de formulações: as de ação rápida e as de ação lenta. As de ação rápida, geralmente, são empregadas em dose única. Nesta categoria tem-se substâncias como: arsênio, fluoracetato de sódio e alfa-naftil-tioureia.

Enquanto dentre os de ação lenta tem-se os anticoagulantes. Estes raticidas possuem como princípio ativos substâncias que inibem a formação da protombina em animas de sangue quente. Fato que promove o aparecimento de hemorragias capilares e em órgãos internos. O uso deste tipo de raticida é preterido pelo fato de evitar que os roedores venham a repelir a isca.

Considerando os potências de intoxicação dos raticidas aos seres humanos e a outros animais de sangue quente é recomendado que estas substâncias sejam manipuladas em conformidade com as recomendações estipuladas nas embalagens. E ao final dos tratamentos os retos dos raticidas devem ser descartados conforme determinação dos fabricantes.

Outro fator importante é que os recipientes utilizados para colocarem as iscas não permitam: (a) que as iscas sejam atingidas por água de chuva, (b) que crianças tenham facilidade de abrir o recipiente, e (c) que outros animais consigam ingerir as iscas.

Ressalta-se que tanto no emprego das ratoeiras como dos raticidas é importante aguardar de dois a três dias para que estes agentes venham a surtir efeito. Pois, geralmente, os roedores possuem neofobia (desconfiança a objetos e alimentos novos).

Page 21: Apostila agroindustria

Além dos métodos discutidos, outros como emprego de substâncias repelentes, esterilizantes e fumigantes, podem ser utilizados no controle de populações de roedores.

Referências

GRAIN JORNAL, A rodent control program. Decatur: IL, July/Aug. 1999

MASON, L. J. Reducing rodent risk.Grain Journal, Decatur: IL, July/Aug. 1999

SURGEONER, G. A., Rodent control in livestock facilities, 86-036.htm

MICROBIOTÉCNICA SANEAMENTO LTDA São Paulo: SP

INSTITUTO BIOLÓGICO DE SÃO PAULO/SABIO, Ratos: roedores em áreas urbanas, São Paulo: SP.

PUZZI, D. Abastecimento e armazenagem de grãos, Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, Campinas: SP, 1986

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FUNGOS E MICOTOXINAS EM GRÃOS ARMAZENADOS

Autor: Prof. Luís César Silva Universidade Federal do Espírito Santo

Introdução

Fungos, também denominados mofos ou bolores, são microrganismos multicelulares e filamentosos, que ao infestarem os grãos e alimentos podem produzir substâncias tóxicas tais como micotoxinas. E estas ao serem ingeridas, inaladas ou absorvidas pela pele podem causar: estado de letargia, perda de peso, intoxicações, câncer e óbito em homens e animais. No caso de grãos, estes podem ser infestados durante o cultivo ou no período pós-collheita. Desta forma, os fungos são classificados em Fungos do Campo e Fungos do Armazenamento. Os fungos do campo contaminam os grãos durante o cultivo por estes requererem ambientes com umidade relativa superior a 80%. Enquanto fungos do armazenamento demandam menor quantidade de água, desta forma, estes proliferam em maior intensidade na massa de grãos no período pós-colheita.

Materiais biológicos, como grãos, sementes e alimentos, possuem a característica de serem higroscópios, pois, entre estes e o ar são estabelecidos trocas de água, principalmente na forma de vapor. Deste modo, sobre as superfícies dos produtos são estabelecidos microclimas, que têm suas situações de estado influenciadas principalmente pelo teor de umidade dos produtos. Neste microclima a quantidade de água disponível é expressa pelo fator atividade aquosa (aa), que varia de 0 a 1. Define-se este fator como sendo a razão entre os valores da pressão de vapor de água atual no microclima e a pressão de vapor na superfície de uma porção de água pura, que representa a pressão de vapor para condição do ar saturado. Deste modo, o teor de umidade define os valores da pressão de vapor e do fator aa sobre a superfície do produto. Sendo assim, no espaço formado entre os grãos, denominado como espaço intergranular, durante o período de armazenagem é estabelecido um ambiente, que tem suas condições de estado afetadas principalmente pelo teor de umidade da massa grãos. O que pode favorecer ou não o desenvolvimento de microrganismo. Fato que irá depender do fator aa. As bactérias desenvolvem em produtos cuja a atividade aquosa é superior a 0,90, enquanto para fungos os valores variam de 0,65 a 0,90, faixa que os grãos podem possuir teor de umidade de 14 a 22%. Por isto, na conservação de grãos é empregado o processo de secagem. Este visa reduzir o teor de umidade dos produtos a níveis que a atividade aquosa não propicie a proliferação de fungos.

Em situações de equilíbrio higroscópio a umidade relativa do ar intergranular corresponde a 100 vezes ao valor da atividade aquosa. Para esta situação a umidade relativa do ar é denominada como umidade relativa de equilíbrio e a umidade do grãos umidade de equilíbrio. Além da produção de toxinas outros danos causados pela ação dos fungos em grãos são a: (a) redução do potencial de geminação, (b) descoloração, (c) geração de focos de

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aquecimento e de migração de umidade na massa de grãos, (d) aceleração das trocas químicas e (e) redução da quantidade de matéria seca.

Espécies de Fungos

Muitas espécies de fungos podem desenvolver utilizando os grãos como substrato, no entanto as espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium-spp, Figura 1, são as mais encontradas, em maior destaque as duas primeiras. Sob condições de armazenagem as espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. proliferam caso ocorram as condições apresentadas no Quadro 1.

Figura 1 - Espécies Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp. ( Site Fungusweb)

Quadro 1 - Condições para o crescimento de fungos em grãos para temperaturas de 25 a 27oC

Espécie Umidade relativa do ar intergranular - %

Teor de umidade dos grãos - %

Aspergillus halophilieus

68 12-14

Aspergillus restrictus

70 13-15

Aspergillus glaucus 73 13-15

A. candidus, A. ochraeus

80 14-16

A. flavus, parasiticus

82 15-18

Penicillium spp. 80-90 15-18

Fonte: BAKKER-ARKEMA (1999)

Micotoxinas

Micotoxinas são substâncias químicas resultantes da atividade metabólica de fungos, que podem intoxicar seres humanos e animais. A intoxicação pode proceder de forma direta ou indireta. A forma direta ocorre quando o produto é diretamente utilizado na alimentação humana ou de animais. Enquanto a forma indireta resulta quanto subprodutos e derivados contaminados são empregados.

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Dentre as principais micotoxinas encontradas em produtos alimentícios e grãos têm-se a: aflatoxina, tricotecenos, zearalenona e ocratoxinas. A aflatoxina constitui um grupo de toxinas produzidas pelo fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus e são identificadas como B1, B2, G1 e G2. Sendo que as iniciadas B e G devem ao fato destas apresentarem fluorescência azulada e esverdeada, respectivamente, quando observadas sob luz ultravioleta. Duas outras micotoxinas M1 e M2 foram detectadas no leite, urina e fezes de mamíferos, resultantes do metabolismo das toxinas B1 e B2.

Quanto ao efeito, a aflatoxina é extremamente tóxica e cancerígena. A intoxicação é chamada de aflatoxicose. Esta trata-se da falha do fígado devido a destruição das células parenquimatosas, o que pode ser acompanhado de hemorragias e alterações das funções nervosas em combinação com espasmos. Animais jovens apresentam redução de consumo de ração, redução de crescimento bem como perda de peso. Em humanos o processo de intoxicação pode dar-se de forma gradual, desta forma, os efeitos podem levar anos para manifestar. Animais como cavalo, macaco, peru e pato são extremamente sensíveis. No caso de patos são apresentados no Quadro 2 DL50 quando da ingestão de aflatoxinas.

Quadro 2 - Doses DL50 de aflatoxinas para patos de um dia de idade.

Tipo de Aflatoxina DL 50 mg/kg

B1 3,6

B2 17,0

G1 8,0

G2 25,0

M1 8,0

M2 31

Fonte: Faculdade de Farmácia - UFRS

Micotoxinas: aflatoxinas

Nota - DL50 corresponde a dose letal em mg/kg de peso necessária para causar a morte em 50% de um dado plantel de animais.

Quanto às ocratoxinas, são produzidas pelas espécies Aspergillus alutaceus, A. alliaceus e outras, em cereais e leguminosas. Promovem acumulação de gordura no fígado e sérios danos renais, principalmente em suínos e cães. Normalmente, retardam a maturação sexual em galinhas e diminui a produção de ovos.

Os tricotecenos são toxinas produzidas por fungos do gênero Fusarium, que podem causar aos homens e animais problemas como: (a) vômitos, (b) hemorragias, (c) recusa do alimento, (d) necrose da epiderme, (e) aleucia tóxica alimentar (ATA), (f) redução do ganho de peso, da produção de ovos e leite, (g) interferência com o sistema imunológico e (h) morte. Ocorrem em grãos como o milho, trigo, cevada e outros.

Zearalenonas é uma toxina produzida pela espécie Fusarium graminearum, principalmente em grãos de milho. Em casos de intoxicações podem causar: hiperestrogenismo, aborto, natimortos, falso cio, prolapso retal e da vagina, infertilidade,

Page 25: Apostila agroindustria

efeminização dos machos com desenvolvimento de mamas. Esta toxina age como hormônio feminino. São apresentados no Quadro 3 os níveis de toxinas permitidos em alimentos e grãos, em diferentes países conforme legislações específicas.

Quadro 3 - Níveis de toxinas em alimentos e grãos permitidos em diferentes países

País/Produto

Micotoxina Limite - ppb

Argentina - -

Alimentos infantis B1 0

Amendoim, milho e derivados

B1 B1B2G1G2

5 20

Farelo de soja B1 30

Leite in natura e em pó M1 0,05

Produtos lácteos M1 0,5

Uruguai - -

Alimentos infantis B1B2G1G2 3

Leite e derivados M1 0,5

Amendoim, soja e frutas secas

B1B2G1G2 30

Milho e cevada zearalenona 200

Arroz, cevada, café e milho

ocratoxina 50

Brasil

Alimentos para consumo humano

B1B2G1G2 20

Matérias primas e rações

B1B2G1G2 50

Estados Unidos - -

Rações de crescimento - aves e suínos

B1B2G1G2

zearalenona

20

2

Ração final - suínos B1B2G1G2 200

Produtos lácteos M1 0,5

MERCOSUL

Milho B1B2G1G2 20

Farelo de milho B1B2G1G2 20

Page 26: Apostila agroindustria

Amendoim e subprodutos

B1B2G1G2 20

Fonte: FONSECA (Micotoxinas), BAKKER-ARKEMA(1999)

Nota - ppb corresponde a partes por bilhão.

Cuidados na Armazenagem de Grãos

Como no controle de insetos e roedores, o controle da proliferação de fungos na massa de grãos fundamenta-se em cuidados a serem procedidos durante as operações de colheita, limpeza e secagem dos grãos; e na sanificação dos graneleiros, silos e equipamentos mecânicos. Desta forma, são descritos a seguir alguns recomendações:

Realizar a colheita tão logo seja atingido o teor de umidade que permita proceder a operação;

Ajustar os equipamentos de colheita para proceder a máxima limpeza da massa de grãos e evitar danos mecânicos;

Desinfetar as instalações e os equipamentos de colheita. Limpar os silos e graneleiros removendo pó, lixo e outros materiais;

Proceder de forma correta as operações de pré-limpeza e limpeza; removendo: impurezas, grãos danificados, finos e materiais estranhos. Pois estes podem ser utilizados como substrato no desenvolvimento de fungos;

Proceder a operação de secagem de forma correta garantindo a redução e uniformidade do teor de umidade a níveis que não permitam o desenvolvimento de fungos;

Monitorar a temperatura da massa de grãos e aerar sempre que necessário, para uniformizar a temperatura; e

Adotar técnicas para o controle de insetos e roedores, pois geralmente a proliferação dos fungos está associada ao ataque destas pragas.

Referências

BAKKER-ARKEMA, F. W. CIGR Handbook of Agricultural Engineering Volume IV

Agro-Processing Engineering, Published by: American Society of Agricultural Engineers.

1999. 527 p.

FONSECA, H. Micotoxinas. [Site informativo]

SWEETS, L. Stored Grain Fungi Commercial Agriculture Program, Department of Plant

Pathology, University of Missouri. [Site informativo]

CAMARGO, R. (et. al.) Tecnologia dos produtos agropecuários. São Paulo: SP, Nobel,

1984.

GAVA, A. J. Princípios de tecnologia de alimentos. 6. ed, SãoPaulo: SP, Nobel, 1984.

Page 27: Apostila agroindustria

ALLTECH BIOTECHNOLOGY KnowMycotoxins. [Site informativo]

AUDITORIA EM SEGURANÇA E SAÚDE DO

TRABALHO NO MEIO RURAL

1. QUANDO DESENCADEAR O PROCESSO DE AUDITORIA NO MEIO RURAL

O processo de auditoria no meio rural deve ser executado em empresas que possuem

acima de 50 (cinqüenta) empregados, devendo ser considerados os seguintes critérios de

prioridade:

• Ocorrência de acidentes fatais: quando houver um caso de acidente fatal em empresa

do meio rural o processo de auditoria deve ser desencadeado o mais rápido possível,

concomitantemente à análise do acidente;

• Incidência de doenças e acidentes do trabalho: empresas com elevada incidência de

doenças e/ou acidentes do trabalho devem passar pelo processo de auditoria, que deverá

enfatizar, entre outros, a prevenção destes problemas;

• Riscos acentuados;

• Empresas-problema:

- aquelas submetidas a ações fiscais repetidas com desrespeito contínuo às

questões de SST e com pouca ou nenhuma transformação dos ambientes e condições de

trabalho;

- elevado número de denúncias de Saúde e Segurança do Trabalho - SST ou

importância de uma denúncia;

• Empresas com sistema de gestão complexos e sofisticados já implantados;

• Demais empresas com mais de 50 (cinqüenta) empregados.

Obs: no caso de empresas com menos de 51 empregados e que preencham os critérios

acima, ou que o Auditor Fiscal do Trabalho – AFT considere que as ferramentas ou parte

delas possam ser úteis, esta metodologia ou parte dela poderá ser empregada.

2. ETAPAS DA AUDITORIA

A auditoria terá o seguinte desenvolvimento:

2.1 – PLANEJAMENTO;

2.2 – ANÁLISE DE DOCUMENTOS;

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2.3 – OBSERVAÇÃO DIRETA E ENTREVISTAS;

2.4 – DIAGNÓSTICO;

2.5 – INTERVENÇÃO;

2.6 – ACOMPANHAMENTO.

Obs: durante o processo de auditoria as etapas e estratégias podem ser modificadas em

função do próprio processo.

2.1. PLANEJAMENTO

Após a definição da empresa a ser auditada os seguintes procedimentos deverão ser

seguidos:

• Consulta ao Sistema Federal Informações do Trabalho - SFIT sobre o histórico da

empresa;

• Informações junto ao Sindicato de trabalhadores da categoria;

• Estudo da convenção coletiva do trabalho da categoria;

• Estudo prévio da atividade.

É nesta etapa que se define o número de Auditores Fiscais do Trabalho que participarão

da Auditoria. A escolha da equipe depende do tamanho e complexidade da empresa e

todos devem estar envolvidos em todas as etapas do processo. Uma reunião prévia com

a participação de toda a equipe deve ser feita e conduzida pelo coordenador da auditoria

(definido previamente) para a definição de atribuições e estratégias. Auditores com

conhecimentos técnicos específicos em determinados assuntos podem fazer parte da

equipe ou serem chamados a participar em momentos particulares da auditoria.

2.2. ANÁLISE DE DOCUMENTOS

Esta etapa compreende o início do processo de auditoria propriamente dito. Para isto,

segue-se a seguinte seqüência:

• Apresentação das credenciais e comunicação à empresa sobre como se dará a

auditoria e qual o seu objetivo;

• Notificação para apresentação de documentos (NAD), em data e hora a ser marcada. A

cada visita deve ser agendada a próxima, procurando dar continuidade o mais rápido

possível ao processo;

• Análise dos documentos: os documentos centrais referem-se as avaliações dos riscos

para a segurança e saúde dos trabalhadores e a indicação das medidas de eliminação,

controle ou redução dos mesmos; os registros das avaliações das condições de trabalho,

indicadores de saúde dos trabalhadores, acidentes e doenças do trabalho, além das

ações desenvolvidas pelo SESTR; as atas da Comissão Permanente contra Acidentes de

Trabalho Rural - CPATR, que juntamente com outros documentos de SST tais como

comprovantes de treinamentos, análises de acidentes de trabalho, ordens de serviço e até

possíveis auditorias internas nos darão uma idéia da gestão da empresa em SST.

Durante as análises devem ser feitas anotações de pontos fortes e fracos averiguados e

informações a serem levantadas ou verificadas na inspeção dos ambientes de trabalho e

durante as entrevistas.

A partir dos dados levantados, outros documentos, além dos previstos na NAD, podem

ser solicitados (por exemplo, exames complementares devem ser solicitados

Page 29: Apostila agroindustria

preferencialmente após análise de riscos e no caso de grandes empresas, pelo volume de

exames, podem ser solicitados apenas os resultados de empregados que trabalham em

setores de maior exposição do possível agente agressor);

2.3. OBSERVAÇÃO DIRETA E ENTREVISTAS

É o momento da inspeção no estabelecimento e de entrevistas. Devem ser observados

todos os setores e postos de trabalho e entrevistados os trabalhadores. Nesta etapa

pretende-se estabelecer um dossiê sobre os riscos, as condições de trabalho e as

medidas de controle adotadas pela empresa, que passarão a orientar o processo de

intervenção fiscal e de correção dos ambientes de trabalho. Também é o momento

oportuno de confrontar todas as informações contidas nos Programas de Gestão de SST

e demais documentos com as observações de campo, considerando especialmente a

coerência e compatibilidade entre:

• Os exames médicos realizados e os riscos encontrados em cada local de trabalho;

• As avaliações ambientais e os riscos físicos, químicos e biológicos observados;

• Os produtos químicos utilizados, a forma de armazenamento e a destinação de

embalagens vazias;

• Os riscos ergonômicos, especialmente os decorrentes da organização do trabalho e as

medidas de controle adotadas;

• As medidas de controle coletivo e individual e os riscos de acidentes e doenças do

trabalho;

• Os riscos de acidentes maiores, as condições de certificação de equipamentos e a

existência de planos de contingências;

• As condições de higiene e conforto e as exigências do processo de trabalho;

• O treinamento, a habilitação profissional e as necessidades requeridas pelo trabalho;

• Outras medidas adotadas e seus respectivos controles.

Nesta fase também deve ser confirmado através de entrevistas se a estrutura de

gerenciamento de SST na empresa existe, tem apoio central e funciona.

Para isto, as entrevistas devem acontecer com funcionários da alta administração como

gerentes gerais e chefes de recursos humanos, profissionais do campo, como engenheiro

agrônomo e técnico agrícola, além dos profissionais de SST. A indagação fundamental é

como se dá a gestão de SST na empresa. Nas entrevistas com os profissionais de SST

também deve ser verificado se suas atribuições são claras e definidas, se há canais de

comunicação adequados entre eles e deles com a empresa, se a CPATR tem suas

recomendações atendidas e/ou analisadas e se o fluxo de informações em SST ocorre de

maneira funcional e participativa.

A partir de agendamento prévio deve ser realizada reunião com os membros da CPATR

(titulares e suplentes). Nesta reunião devemos buscar informações sobre o

relacionamento da CPATR com a empresa, legitimidade do processo eleitoral, as

condições como foi realizado o treinamento, o cumprimento do Plano de Trabalho

preestabelecido, bem como a participação dos Cipeiros nas investigações e análises de

acidentes e demais atribuições previstas na NR-33. Esta reunião pode ter a participação

do técnico de segurança ou outro profissional de SST da empresa, à critério da equipe

auditora.

Page 30: Apostila agroindustria

2.4. DIAGNÓSTICO

O objetivo geral é avaliar a necessidade de intervenção na gestão de SST da empresa.

Para tanto, na análise geral de documentos e dos ambientes de trabalho devemos estar

atentos para a maneira como se desenvolvem as relações entre a empresa e os

empregados nas questões de SST, ou seja, se a definição de responsabilidades é clara,

se o fluxo de informações ocorre com liberdade e é eficaz, se o desenvolvimento dos

programas é efetivo e tem apoio real, e se o envolvimento acontece em todos os

níveis.Neste momento confrontamos as informações obtidas dos representantes da

empresa e da análise documental com aquelas da etapa de campo objetivando visualizar

o nível de comprometimento da empresa com as questões de SST. Para isto, os

Auditores envolvidos na fiscalização devem se reunir preferencialmente fora da empresa

(como forma de evitar pressões) para discutir a auditoria como um todo e definir as

estratégias a serem utilizadas na intervenção.

2.5. INTERVENÇÃO

Nesta etapa apresenta-se à empresa os resultados da auditoria em SST e as ações que

deverão ser implementadas para adequá-la à legislação vigente. Estas serão indicadas

através do respectivo Termo de Notificação que poderá ser acompanhado de

interdição/embargo, autuação, solicitação de Mesa de Entendimento, ou mesmo

encaminhamento de questões a serem levadas para a órgãos como IBAMA, Ministério da

Agricultura, INSS, Ministério Público, Sindicatos, etc.

Durante a apresentação devem estar presentes (mediante solicitação prévia) o

responsável ou preposto da empresa, os profissionais agrícolas e de SST, a CPATR, o

responsável pela área de RH, o gerente de produção e outros profissionais porventura

necessários (outros membros da CPATR, representantes sindicais, etc.).

Esta etapa se encerra com a verificação do cumprimento por parte da empresa de todas

as modificações determinadas.

2.6. ACOMPANHAMENTO

Ao final do trabalho de auditoria o gerente do grupo rural da DRT deverá ser informado da

necessidade ou não de acompanhamento da empresa, e periodicidade, através de

relatório circunstanciado que será anexado ao dossiê da empresa. Em caso afirmativo

devem ser identificadas quais as medidas ou ações a serem priorizadas na etapa

seguinte. A partir destas indicações dos Auditores Fiscais do Trabalho envolvidos serão

definidas estratégias e objetivos futuros e será elaborado um cronograma para

acompanhamento das empresas que sofreram a auditoria inicial.

Nas situações acima, as inspeções futuras devem ter preferencialmente a inclusão de

novos auditores, porém permanecendo ao menos um componente da equipe de auditoria

inicial.

Page 31: Apostila agroindustria

Atividades:

Sexta: vídeo: Migrantes

Divisão de grupos para apresentação de trabalho

Temas:

1 - NR 31

2 - Riscos com uso de ferramentas e no trato com animais

3 - Riscos e prevenções em áreas de armazenamentos

4 - Controle de roedores e fungos em áreas de armazenamentos

Sábado - manhã

Sistematização do trabalho

Sábado - tarde

- início das apresentações

-

Apresentação de trabalho