APOSTILA - APICULTURA

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Gesto em Zootecnia

Criando e Conhecendo as Abelhas Apicultura Para Iniciante

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ndice Criando e conhecendo as abelhas As abelhas e a Histria A Rainha e o Vo Nupcial Como nascem as Abelhas Os Zanges Ciclo evolutivo das abelhas Como as abelhas trazem o Alimento A Anatomia da Abelha Comunicao e a Orientao das Abelhas As abelhas e a Polinizao Produtos das Abelhas Apicultura Criao, Vestimenta e Utenslios Colmia Escolha do local Construes das Colmias Incio da Criao de abelhas Manejo das abelhas Desenvolvendo o apirio Multiplicao artificial das abelhas Como saber qual a rainha Bibliografia do curso Apicultura

CRIANDO E CONHECENDO AS ABELHAS

Com as abelhas o homem poder tirar exemplos para construir um mundo melhor. Com seu modelo de socializao, onde cada indivduo possui uma funo bem definida, executada sempre em benefcio do bem-estar da coletividade, nos do um belo exemplo de convivncia. As abelhas tambm nos fornecem um dos mais puros e ricos alimentos naturais, o mel, e contribuem decididamente no processo da polinizao. Hoje, com o desenvolvimento da apicultura, as abelhas deixaram de ser vistas como insetos perigosos e agressivos. O homem atravs de estudos passou a compreender o seu mundo e aprendeu a conviver com elas respeitando as suas caractersticas e particularidades. Esses estudos demonstram que criar abelhas de uma maneira racional requer muitos cuidados e, a nossa inteno fornecer informaes suficientes para que voc possa iniciar uma criao ou apenas conhecer esse mundo fantstico. Tudo isso numa linguagem direta e acessvel, com muitas imagens e ilustraes. Veja, nos links logo abaixo, o que voc poder aprender.

AS ABELHAS E A HISTRIA

A classificao zoolgica das abelhas, segundo os bilogos, a seguinte: REINOAnimal FILOArthropoda CLASSEInsecta ORDEMHymenoptera SUBORDEMApocrita SUPERFAMLIAApoidea NOME CIENTFICO: Apis mellifera NOME COMUM: Abelha NOME EM INGLS: Bee

Abelha um inseto que pertence ordem dos himenpteros e famlia dos apdeos. So conhecidas cerca de vinte mil espcies diferentes e, so as abelhas do gnero Apis mellifera que

mais se prestam para a polinizao, ajudando a agricultura, produo de mel, gelia real, cera, prpolis e plem. As abelhas so insetos sociais que vivem em colnias. Elas so conhecidas h mais de 40 mil anos. A abelha do mel acha-se espalhada pela Europa, sia e frica. A apicultura, a tcnica de explorar racionalmente os produtos das abelhas existe desde o ano de 2400 a.C.. E os egpcios e gregos desenvolveram as rudimentares tcnicas de manejo que s foram aperfeioadas no final do sculo XVII por apicultores como Lorenzo Langstroth (ele desenvolveu as bases da apicultura moderna). Inseto trabalhador, disciplinado, a abelha convive num sistema de extraordinria organizao: em cada colmia existem cerca de 60 mil abelhas e cada colnia constituda por uma nica rainha, dezenas de zanges e milhares de operrias.As abelhas podem ser consideradas de acordo com seus hbitos, ou outras convenincias, em trs categorias: sociais, solitrias e parasitas. Abelhas sociais - so as que vivem em enxames, isto , em grande nmero de indivduos no mesmo ninho, e onde haja diviso de trabalho e separao de castas. As castas so os membros da colmia, normalmente uma rainha, zanges e operrias. Embora sejam a minoria dentre as vrias espcies, trazem em si o que realmentecaracteriza a essncia do reino das abelhas. Abelhas solitrias - so as que vivem sozinhas e morrem antes que seus filhos atinjam a fase adulta. Constroem ninhos no cho, em fendas de pedras e rvores, em madeira podre ou em ninhos abandonados de outros insetos. Normalmente as fmeas fecundadas preparam cuidadosamente o ninho, suprem cada clula com uma quantidade adequada de alimento preparado base de plen e mel, e colocam o ovo sobre essa camada de alimento. Ento fecham cada clula, fecham o ninho por fora e vo embora. Abelhas parasitas - Uma abelha somente parasita outra abelha e utiliza-se apenas do trabalho e do alimento que o hospedeiro armazenou. Na maioria dos casos, o parasita invade os ninhos, coloca seus ovos nas clulas j prontas e aprovisionadas pelo hospedeiro e deixa que seus filhos se desenvolvam aos cuidados deste. Em alguns casos, o parasita passa a conviver com o hospedeiro e pode, at mesmo, desenvolver algum tipo de trabalho em conjunto. Um outro tipo de parasitismo interessante encontrado num gnero de abelhas (Lestrimelitta, conhecida popularmente por abelha-limo) socialmente bem evoludas. As espcies deste grupo (duas) constroem seus prprios ninhos, porm o material de construo e as provises so roubadas de outros ninhos de espcies afins, como jatitubiba, abelha-canudo, etc. Essas abelhas saem em grande nmero, pois suas colnias chegam a ter milhares de indivduos, invadem o ninho das outras e da levam o material que necessitam. Esses ataques duram, s vezes, vrios dias, e muitas abelhas morrem. Outro aspecto peculiar que esses parasitas passam a defender o ninho conquistado contra pilhagens ou parasitas secundrios, enquanto levam o material roubado. As abelhas-limo so to bem adaptadas a este comportamento que sequer possuem as corbculas (Orgo situado no ltimo par de pernas destinado coleta de plem). Introduo no Brasil A abelha do mel acha-se espalhada pela Europa, sia e frica. A sua introduo no Brasil atribuda aos jesutas que estabeleceram suas misses no sculo XVIII, nos territrios que hoje fazem fronteira entre o Brasil e o Uruguai, no noroeste do Rio Grande do Sul. Essas abelhas provavelmente se espalharam pelas matas quando os jesutas foram expulsos da regio e delas no se teve mais notcias.

Em 1839, o padre Antonio Carneiro Aureliano mandou vir colmias de Portugal e instalou-as no Rio de Janeiro. Em 1841 j haviam mais de 200 colmias, instaladas na Quinta Imperial. Em 1845, colonizadores alemes trouxeram abelhas da Alemanha (Nigra, Apis mellifera melfera) e iniciaram a apicultura nos Estados do sul. Entre 1870 e 1880, Frederico Hanemann trouxe abelhas italianas (Apis mellifera lingstica) para o Rio Grande do Sul. Em 1895, o padre Amaro Van Emelen trouxe abelhas da Itlia para Pernambuco. Em 1906, Emlio Schenk tambm importou abelhas italianas, porm vindas da Alemanha. Por certo, alm destas, muitas outras abelhas foram trazidas por imigrantes e viajantes procedentes do Velho Mundo, mas no houve registro desses fatos. Iniciava-se assim a apicultura brasileira. Durante mais de um sculo ela foi se desenvolvendo, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran. Tambm em So Paulo e Rio de Janeiro havia uma atividade bem desenvolvida.

A RAINHA E O VO NUPCIALA rainha a personagem central e mais importante da colmia. Afinal, dela que depende a harmonia dos trabalhos da colnia, bem como a reproduo da espcie. A rainha quase duas vezes maior que as operrias e vive cerca de 3 a 6 anos. No entanto, a partir do terceiro e quarto ano a sua fecundidade decai. A sua nica funo, do ponto de vista biolgico, a postura de ovos, j que ela a nica abelha feminina com capacidade de reproduo. Mas a abelha rainha desempenha um importante papel do ponto de vista social: Ela a responsvel pela manuteno do chamado 'Esprito da colmia', ou seja, pela harmonia e ordenao dos trabalhos da colnia. Ela consegue manter este estado de harmonia produzindo uma substncia especial denominada ferormnio, a partir de suas glndulas mandibulares, que distribuda a todas as abelhas da colmia. Esta substncia, alm de informar a colnia da presena e atividade da rainha na colmia, impede o desenvolvimento dos rgos sexuais femininos das operrias impossibilitando-as, assim, de se reproduzirem. por essa razo que uma colnia tem sempre uma nica rainha. Caso aparea outra rainha na colmia, ambas lutaro at que uma delas morra. Na verdade, a rainha nada mais do que uma operria que atingiu a maturidade sexual. Ela nasce de um ovo fecundado, e criada numa clula especial, diferente dos alvolos hexagonais que formam os favos. A rainha criada numa cpsula denominada realeira, na qual alimentada pelas

operrias com a gelia real, produto riqussimo em protenas, vitaminas e hormnios sexuais. precisamente, esta "superalimentao" que a tornar uma rainha diferenciando-a das operrias. A gelia o nico e exclusivo alimento da abelha rainha, durante toda sua vida. A abelha rainha leva de 15 a 16 dias para nascer e, a partir de ento, acompanhada por um verdadeiro squito de operrias, encarregadas de garantir sua alimentao e seu bem-estar. Aps o quinto dia de vida, a rainha comea a fazer vos de reconhecimento em torno da colmia. E a partir do nono dia, ela j esta preparada para realizar o seu vo nupcial, quando, ento, ser fecundada pelos zanges. A rainha escolhe dias quentes e ensolarados, sem ventos fortes, para realizar o vo nupcial. O Vo Nupcial Somente os zanges mais fortes e rpidos conseguem alcanla aps detectar o ferormnio. Localizada a "princesa", d-se incio cpula. No entanto, os vrios zanges que conseguirem a faanha tero morte certa e rpida, pois seus rgos genitais ficaro presos no corpo da rainha, que continuar a copular com quantos zanges forem necessrios para encher a sua *espermoteca, em mdia a rainha fecundada por 6 a 8 zanges. Este smen, coletado durante o vo nupcial, ser o mesmo durante toda sua vida. Nesta fase a rainha fica na condio de *hermafrodita.

O vo nupcial que a rainha faz o nico em sua vida. Ela jamaissair novamente da colmia, a no ser para acompanhar parte de um enxame que abandona uma colmia, para formar uma nova. Ao regressar de seu vo nupcial, a rainha se apresenta bem maior e mais pesada. Passar a ser tratada com ateno especial por parte das operrias, que a alimentam com a gelia real e cuidam de sua higiene. Se a jovem rainha , por exemplo, devorada por um pssaro durante seu vo nupcial, sua colmia de origem fica irremediavelmente fadada extino. Uma ocasio grave quando elas percebem que a me de todas j no tem a mesma energia. Sendo uma famlia forte, decididamente no se permite enfraquecer. Ento concluem que hora de chamar vida uma nova rainha. Numa colmia forte sempre h realeiras em construo: uma questo de sobrevivncia no caso de algum acidente acontecer com a mestra. Sendo esta, porm, prolfica, no permitido a estas realeiras desenvolverem-se normalmente - a no ser nestas ocasies especiais. Neste caso, uma rainha cuja energia se acaba sinal para as realeiras seguirem seu curso. Tendo garantida uma ou mais princesas em formao, necessrio eliminar a velha me. Uma abelha comum nunca ferroa uma rainha; ela sequer lhe d as costas. Assim elas so obrigadas a usar uma ttica "sutil". Formam uma bola em torno da idosa senhora e ali a vo sufocando at a morte; e a rainha, compreendendo sua sina, no procura resistir. Terminada esta etapa, comeam a nascer as novas princesas. S pode haver uma rainha na colmia, e a primeira que emerge logo procura as outras realeiras para as destruir. Se duas nascem simultaneamente, lutam entre si, e vence a mais forte. A nica sobrevivente segue seu curso normal para se tornar mais uma rainha completa. interessante que neste momento toda uma famlia dependa de um nico indivduo para sua sobrevivncia. Outra situao diferente quando a colmia se torna pequena para a populao de abelhas, no h mais espao para trabalhar. Um grupo de operrias comea a construir vrias realeiras onde a rainha levada a depositar ovos fecundados. Passado o perodo normal de incubao a primeira princesa nasce, e seu instinto bsico fora-a a tentar destruir as outras realeiras ainda no abertas.

A rainha tambm no aceita a presena da princesa, mas as operrias j decidiram que outras princesas devem nascer, e o objetivo no substituir a mestra, e sim dividir a famlia em um ou mais enxames; portanto no permitem as lutas naturais.

Depois que as princesas nascem, um grupo de operrias dirige-se aos reservatrios de mel e enchem seus estmagos at no caber mais uma gota. Este grupo, normalmente bem numeroso, prepara-se para partir. Por algum mecanismo desconhecido convocam a rainha para a viagem. Logo sai da colmia uma nuvem de abelhas, a rainha entre elas, e alguns zanges. O enxame no vai muito longe. Pousa em alguma rvore ali por perto, e algumas abelhas mais experientes, na qualidade de escoteiras, partem em busca de um novo local para habitar. Quando as abelhas escoteiras retornam, h um "conselho" para decidir qual o rumo a tomar. Uma vez tomada a deciso elas partem para um vo mais longo. O enxame pode ainda parar outras vezes. s vezes o local escolhido no agrada ao grupo, que ento aguarda por ali, para que nova pesquisa seja feita. Se um apicultor tentar colocar este "enxame voador" em uma caixa, ele poder ou no aceitar a morada, dependendo das informaes trazidas pelas escoteiras. Enquanto isso, a colmia-me pode decidir por lanar outros enxames, desta vez acompanhados por rainhas virgens, ou ficar como est. Esses enxames posteriores ao primeiro em geral so menos numerosos e tm menos condies de sobreviver. muito comum a colmia-me ficar com reduzido contingente de abelhas, chegando aos limites de uma extino, ainda mais que contam com apenas uma chance de rainha, baseada numa das princesas que ficou. Quando o grupo encontra o lugar adequado, comea a construo do novo ninho. As abelhas engenheiras escolhem ento o ponto mais central do que puder ser chamado de teto; ali formam um bolo compacto e comeam a gerar calor usando a reserva de mel que trouxeram no papo. As abelhas que ficaram no centro da bola encarregam-se de produzir cera, e logo possvel visualizar uma fina folha de cera vertical se formando. Em seguida algumas abelhas iniciam a construo dos alvolos hexagonais, de ambos os lados da lmina, seguindo uma intricada arquitetura que aproveita todos os espaos e ngulos da melhor maneira possvel. Os alvolos so construdos de forma a terem uma leve inclinao para cima, evitando que o seu contedo escorra para fora. fascinante observar as abelhas construrem os favos. Encostam-se umas s outras pelas patas e comeam a secretar e mastigar pequenas escamas de cera; pouco depois as colocam e amoldam at completar o favo (de cima para baixo).

COMO NASCEM AS ABELHASTrs dias depois de ser fecundada a abelha rainha comea a desovar, botando um ovo em cada alvolo. Uma rainha pode botar cerca de trs mil ovos por dia. Durante o seu ciclo, as abelhas passam por quatro etapas muito diferenciadas: Ovo. Larva. Ninfa. Adulto.

Assim como as borboletas, sofrem uma METAMORFOSE, as larvas so muito diferentes dos adultos e seu corpo sofre mudanas muito importantes durante seu desenvolvimento. Os ovos so formados nos dois ovrios da rainha e, ao passarem pelo oviduto, podem ou no ser fertilizados pelos espermatozides armazenados daro na espermtica. Os ovos so fertilizados daro origem a abelhas operrias e dos no fertilizados nascero zanges. Este fenmeno - do nascimento dos zanges a partir de ovos no fecundados - conhecido cientificamente como partenognese. Portanto, o zango nasce sempre puro de raa, por originar - se de ovo no fecundado.

interessante saber como a rainha determina quais os ovos que sero fertilizados, ou seja, daro origem a operrias, e quais os que originaro zanges. O processo se d seguinte forma: as abelhas constroem alvolos de dois tamanhos: um menor, destinado a criao de larvas de operrias, e outro maior, onde nascero os zanges. Antes de ovular, a abelha rainha mede as dimenses do alvolo com suas patas dianteiras. Constatando ser um alvolo de operria, a rainha, ao introduzir seu abdmen para realizar a postura, comprime sua esperance, liberando, assim, espermatozides que iro fecundar o ovo que ser depositado no alvolo. Caso a rainha verifique que o alvolo destinado a zanges, ela simplesmente introduz o abdmen no alvolo, sem comprimir sua espermtica, depositando assim um ovo no fecundado. importante que o apicultor saiba destas diferenas porque, caso o lote de esperma presente na espermtica da rainha se esgote, todas as abelhas nascero de ovos no fecundados, dando origem, portanto, a zanges, unicamente. Neste caso, o apicultor dever substituir imediatamente sua rainha, para evitar que a colnia desaparea, pela falta de operrias, que garantem alimentao, higiene e demais servios da colmia.

OS ZANGESA nica funo dos zanges a fecundao das rainhas virgens. O zango o nico macho da colmia, no possui ferro e, nasce de ovos no fecundados depositados pela rainha. Por no possuir rgos de trabalho, o zango no faz outra coisa a no ser voar procura de uma rainha virgem para fecund-la. Os zanges nascem 24 dias aps a postura do ovo e atingem a maturidade sexual aos 12 dias de vida. Vivem de 80 a 90 dias e dependem nica e exclusivamente das abelhas operrias para sobreviver: so alimentados por elas, e por elas so expulsos da colmia nos perodos de falta de alimento - normalmente no outono e no inverno - morrendo de fome e frio. Quase duas vezes maiores do que as operrias, a presena de zanges numa colmia sinal de que a colnia est em franco desenvolvimento e de que h alimento em abundncia. Apesar de no possuir rges de defesa ou de trabalho, o zango dotado de aparelhos sensitivos excepcionais: pode identificar, pelo olfato ou pela viso, rainhas virgens a dez quilmetros de distncias. Os zanges costumam agrupar-se em determinados pontos prximos s colmias onde ficam a espera de rainhas virgens. Quando descobrem a princesa partem todos em perseguio rainha, para copular em pleno vo, o que acontece sempre acima dos 11 metros de altura. No vo nupcial, uma mdia de oito a dez zanges conseguem realizar a faanha - exatamente os mais fortes e vigorosos. Mas eles pagam um preo alto pela proeza: aps a cpula, seu rgo genital rompido, ficando preso a cmara do ferro da rainha. Logo aps, o zango morre.

AS OPERRIASA abelha operria responsvel por todo o trabalho realizado no interior da colmia. As abelhas operrias encarregam-se da higiene da colmia, garantem o alimento e a gua de que a colnia necessita coletando plen e nctar, produzem a cera, com a qual constroem os favos, alimentam a rainha, os zanges e as larvas por nascer e cuidam da defesa da famlia. Alm destas atividades, as operrias ainda mantm uma temperatura estvel, entre 33 e 36c, no interior da colmia, produzem e estocam o mel que assegura a alimentao da colnia, aquecem as larvas (crias) com o prprio corpo em dias frios e elaboram a propelis, substncia processada a partir de resinas vegetais, utilizadas para desinfetar favos e paredes, vedar frestas e fixar peas.

Resumidamente, as operrias respondem por todo trabalho empreendido na colmia. Elas nascem 21 dias aps a postura do ovo e podem viver at seis meses, em situaes excepcionais de pouca atividade. O seu ciclo de vida normal no ultrapassa os 60 dias. Mas apesar de curta, a vida das operrias das mais intensas. E esta atividade j comea momentos aps seu nascimento, quando ela executa o trabalho de faxina, limpando alvolos, assoalho e paredes da colmia. Da a denominao de faxineira. A partir do quarto dia de vida, a operria comea a trabalhar na cozinha da colmia: com desenvolvimento de suas glndulas hipofarngeas, ela passa a alimentar as larvas da colnia e sua rainha. Chamadas neste perodo de sua vida, que vai do quarto ao 14 dia, de nutrizes, essas abelhas ingerem plen, mel e gua, misturando estes ingredientes em seu estmago. Em seguida, esta mistura, que passou por uma srie de transformaes qumicas, regurgitada nos alvolos em que existam larvas. Esta mistura servir de alimento s abelhas por nascer. E com o desenvolvimento das glndulas hipofarngeas, produtoras gelia real, as operrias passam a alimentar tambm a rainha, que se alimenta exclusivamente desta substncia. Tambm so chamadas de amas. De nutrizes, as operrias so promovidas a engenheiras, a partir do desenvolvimento de suas glndulas cergenas, o que acontece por volta do seu nono dia de vida. Com a cera produzida por estas glndulas cergenas, o que acontece por estas glndulas, as abelhas engenheiras constroem os favos e paredes da colmia e aperculam, isto , fecham as clulas que contm mel maduro ou larvas. Alm deste trabalho, estas abelhas passam a produzir mel, transformando o nctar das flores que trazido por suas companheiras. At esta fase, as operrias no voam. A partir do 21 dia de vida, as operrias passam por nova transformao: elas abandonam os trabalhos internos na colmia e se dedicam coleta de gua, nctar, plen e prpolis, e a defesa da colnia. Nesta fase, que a ltima de sua existncia, as operrias so conhecidas como campeiras. IDADE 1 a 3 dias 3 a 7 dias FUNES Faxineiras: fazem a limpeza e reforma, polindo os alvolos. Nutrizes: alimentam com mel e plen as larvas com mais de 3 dias. Alimentam as larvas com idade inferior a 3 dias com gelia real. Tambm neste perodo, algumas cuidam da rainha. So Chamadas de amas. Fazem limpeza do lixo da colmia. Engenheiras: segregam a cera e constroem os favos. Guardas: defendem a colmia contra inimigos e contra o apicultor desprevinido. Operrias ou campeiras trazem nctar, plen, gua e prpolis, at a morte.

7 a 14 dias 12 a 18 dias 14 a 20 dias 18 a 20 dias 21 dias em diante

CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHASTEMPO 1 ao 3 dia 3 3 ao 8 dia 8 8 ao 9 dia 10 ao 10 1/2 dia 11 dia 12 dia 16 dia 21 dia 24 dia 1 ao 3 dia 4 dia 5 dia OPERARIA Ovo Ecloso do ovo Larva Larva RAINHA Ovo Ecloso do ovo Larva Clula operculada ZANGO vulo Ecloso do ovo Larva Larva A clula operculada: a larva tece o casulo Tece o casulo Pr-pupa Pr-pupa Pupa Inseto Adulto Vive s para colmia Vos para fora Procura rainha para fecundar

A clula operculada; A larva tece o casulo a larva tece o casulo Pr-pupa Pr-pupa Pupa Pupa Inseto Adulto Incubao e limpeza Pr-pupa Pupa Pupa Inseto Adulto Rainha Jovem

Comea a alimentar Rainha Jovem as larvas Alimenta as larvas Vo nupcial

5 ao 6 dia

Alimenta as larvas jovens, produz gelia Procura rainha para A rainha alimentada real faz os primeiros fecundar vos para fora Produz gelia real, produz cera, faz os A rainha 1s vos de engordar reconhecimento Trabalhos campeira Campweira Campeira Coleta plen e nctar Morre de comea

8 ao 12 dia

Se acasalar, morre

13 ao 19 dia 21 ao 30 dia 31 dia 31 ao 45 dia 55 dia

Incia a postura Pe ovos Pe ovos Pe ovos Pe ovos

Se acasalar, morre Se acasalar, morre Morre -

720 - 1450

-

Pode voar com todas as abelhas mais velhas, no porcesso de enxameao. Morre

COMO AS ABELHAS TRAZEM O ALIMENTO

Elas colhem o nctar das flores com suas compridas lnguas (conhecidas tambm como glossas). O produto armazenado em sua vescula melfera (papo de mel), que tambm transporta a gua coletada. Quando retornam colmia , as campeiras transferem o nctar que colheram s engenheiras, que vo retirar o excesso de umidade e transform-lo em mel. Alm do nctar das flores, as campeiras trazem outro importante alimento para a colmeia: o plen, conhecido como o po das abelhas, que tambm estocado nos favos. As campeiras coletam o plen com o auxilio de suas penugens, e armazenam o material em suas cestas de plen, situadas nas tbias das patas traseiras. Finalmente, as campeiras coletam a resina que ser transformada em prpolis com o auxilio de suas mandbulas e penugens, que transportada nas cestas de plen.

A ANATOMIA DA ABELHA

O corpo de uma abelha melfera divide-se em cabea, trax e abdome. As abelhas possuem na cabea os rgos sensoriais que lhe permitem saber o que se passa ao seu redor.

Atravs dos grandes olhos compostos, podem orientar-se em seus vos e distinguir as cores das flores. Nas antenas possuem os sentidos da audio, do olfato e do tato, imprescindveis quando se encontram na escurido da colmia. Pelo cheiro podem reconhecer suas companheiras e detectar seus inimigos. Asas As abelhas e vespas tm dois pares de asas membranosas bem desenvolvidas, sendo o par anterior maior do que o posterior. Diferentemente das abelhas, as asas das vespas do grupo Vespidae se dobram longitudinalmente quando em repouso, dando a impresso de que suas asas so bem finas. Cabea Na cabea esto abrigados importantes rgos. Na suas duas antenas, por exemplo, esto localizadas as chamadas cavidades olfativas, rgos bastante desenvolvidos, que tm a importante funo de captar odores como o de floradas, por exemplo, por parte das operrias, ou o odor de rainhas virgens, por parte de zanges. Estes apresentam cerca de 30.000 cavidades olfativas, as operrias de 4.000 a 6.000 e a rainha cerca de 3.000. Tambm na cabea est localizado o complexo sistema visual das abelhas, que composto por trs ocelos, ou olhos simples, situados na parte frontal da cabea, e de dois olhos compostos, localizados nas laterais da cabea, que so constitudos por milhares de omatdeos, formando um conjunto de olhos interligados. Apesar de fixos, estes olhos so capazes de enxergar em todas as diferenas - graas ao seu grande nmero - e a longas distncias. Os zanges apresentam 13.000 omatdeos, as operrias cerca de 6.500 e a rainha, 3.000. Ainda na cabea esto localizadas trs importantes glndulas: as mandibulares, que dissolvem a cera e ajudam a processar a gelia real que alimentar a rainha e as hipofarngeas, que funcionam do quinto ao 12 dia de vida da operria e transformam o alimento comum em gelia real. Alm das glndulas e dos rgos de sentido, ainda esto situados na cabea o aparelho bucal e os sacos areos, se interligam ao abdmen. Trax o trax da abelha formado por trs segmentos: o primeiro ligado cabea chama- se Protrax: a mediana Mesotrax e o terceiro ligado ao abdmen Metatrax. Os rgos de locomoo da abelha esto situados em seu trax: as seis patas, divididas em seis segmentos, e seus dois pares de asas. Tambm esto alojados no trax o esfago das abelhas e os espirculos - rgos de respirao. Os pares de patas diferem entre si, possuindo cada um deles uma funo pelicular. No primeiro segmento esto instaladas as patas anteriores, as quais so forradas por plos microscpicos e

que servem para Limpar as antenas, olhos, lngua e mandbula: no segundo esto inseridas as patas medianas, que possuem um esporo cuja funo a limpeza das asas e a retirada do plen acumulado nos cestos das patas posteriores, instaladas no terceiro segmento do trax, e que se caracterizam pela existncia das cestas de plen, pentes e espinhos, cuja finalidade retirar as partculas de cera elaborada pelas glndulas cergenas alojadas no ventre. Abdmen O abdmen abriga a maioria dos rgos das abelhas. Nele esto situados a vescula melfera (que transforma o nctar em mel e ainda transporta gua coletada no campo para a colmia), o estmago das abelhas (conhecido como ventrculo), seu intestino delgado, as glndulas cergenas (responsveis pela produo da cera), as traquias ou espirculos (rgos de respirao), e rgo exclusivos dos zanges, das operrias e da rainha. No abdmen dos zanges est localizado seu rgo reprodutor, constitudo por um par de testculos, duas glndulas de muco e pnis. Exatamente na extremidade do abdmen est situada a arma de defesa das abelhas: seu temvel ferro. Para a abelha rainha, o ferro nada mais do que um instrumento de orientao, que visa localizar as clulas dos favos onde ir ovular, ou ento de defesa, utilizado para picar outra rainha, que porventura tenha nascido ao mesmo tempo, com a qual travar uma luta de vida ou morte pela hegemonia dentro da colmia. importante frisar que a rainha s ataca outra rainha, ou melhor, s utilizar seu ferro contra sua oponente. Outro ponto interessante que o ferro da rainha liso, ou seja, aps penetrar e injetar o veneno, ele volta ao seu estado normal, funcionando somente como um oviduto, o que no acontece com as operrias. Essas abelhas tm o seu ferro com ranhuras (em forma de serrote), que aps penetrar em algo mais duro, como a pele do ser humano, fica preso puxando parte dos seus rgos internos, o que ocasiona a sua morte logo em seguida. Assim, para as operrias, o ferro uma potente arma de defesa. por meio do ferro que as abelhas se defendem, injetando no inimigo uma toxina que, em grandes doses, pode ser fatal. Basta dizer que uma pessoa que seja picada por mais de 400 ou 500 abelhas tem morte certa. No entanto, o veneno das abelhas, em doses reduzidas e adequadamente administradas, empregado em vrios pases - principalmente na Russia e Estados Unidos - no combate de doenas como o reumatismo, nevralgias, transtornos circulatrios, entre vrias outras. A apiterapia j est dando uma substancial contribuio cura e profilaxia de graves afeces. E tambm no abdmen que esto localizados os rgos de reproduo femininos : vagina, ovrios (dois), espermateca (bolsa onde a rainha armazena os espermatozides dos zanges que a fecundaram ) e a glndula de odor que tem importante papel de possibilitar a identificao entre as abelhas. por causa deste cheiro caracterstico que uma abelha no aceita por uma outra colmia que no seja a sua. Cada abelha tem a sua colmia, saindo e retornando preciosamente sempre para o mesmo alvo (entrada do ninho), e tambm um odor todo caracterstico. Desta forma ela nunca erra de casa, pois se isso acontecer, ela ser picada e morta. Esse fato somente no ocorrer se, na hora do pouso errado, ela estiver carregada de nctar e plen; neste caso a abelha muito bem recebida e integrada famlia. Finalmente, no abdmen das abelhas, ainda se localiza o corao, que comanda o aparelho circulatrio, formado por vasos, pelos quais circula o sangue das abelhas, chamado hemolinfa que, diferentemente dos animais de sangue quente, incolor e frio.

COMUNICAO E A ORIENTAO DAS ABELHAS

As abelhas so dotadas de processo de orientao excepcional, que baseado, principalmente, tendo o sol como referncia. Para retornar colmia, por exemplo, as campeiras aprendem a situar sua habilitao assim que fazem os primeiros vos de treinamento e reconhecimento. Nestes primeiros vos, as campeiras aprendem a situar a disposio da colmia em relao ao sol, registrando uma posio de que jamais se esquecem. Trata-se de uma espcie de memria geogrfica. interessante saber as abelhas possuem a rara propriedade de enxergar a luz do sol (que seu referencial mesmo nos dias nublados e encobertos, graas sua sensibilidade radiao ultravioleta emitida pelo sol. As abelhas utilizam o mesmo sistema de orientao - sempre tendo o sol como referencia - para guiar suas companheiras em relao s fontes de alimento recmdescobertas. Neste caso, quando querem informar sobre a localizao e fontes de alimentos, as abelhas campeiras transmitem a informao por meio de um sistema de dana: quando a fonte de alimento est situada a menos de cem metros da colmia, a campeira executa uma dana em crculo, e, quando a fonte de alimento est localizada a mais de cem metros, a campeira dana em requebrado ou em oito. Nas duas situaes, a campeira indica a direo da fonte de alimento pelo ngulo da dana, em relao posio do sol.

AS ABELHAS E A POLINIZAOPolinizao o transporte do plen dos estames de uma flor at a parte feminina de outra; deste modo, obtm-se as sementes que produziro uma nova planta. Em alguns casos, o plen transportado pelo vento, mas h plantas que dependem dos animais, especialmente insetos, para que ocorra a polinizao. As abelhas so um dos insetos polinizadores mais importantes, j que visitam muitas flores. Quando pousam sobre uma flor, seu corpo fica coberto de plen e, ao visitar a flor seguinte, parte do plen se desprende, polinizando a planta. As abelhas so muito importantes para a agricultura. Muitas das plantas que cultivamos, e sobretudo as rvores frutferas (a pereira, a macieira, etc.), dependem dos insetos para sua polinizao. Algumas vezes, colmias artificiais so instaladas perto das plantaes para favorecer a fecundao e, deste modo, contribuir para a obteno de uma colheita mais rica e abundante. Na figura ao lado voc v o momento em que as abelhas pousam numa flor, recolhem plen; este se desprende durante o vo e torna possvel o nascimento de novas flores.

PRODUTOS DAS ABELHAS

Chegamos ao ponto de mais interesse para o apicultor, que trata exatamente, dos produtos das abelhas: mel, plen, cera, gelia real, prpolis e o prprio veneno. H ainda o trabalho de polinizao das abelhas que, para a produo agrcola, tem valor incomparvel, do ponto de vista econmico. Pode- se dizer mesmo que, sem abelhas, no h agricultura. O MEL Conhecido desde a antigidade, o mel durante muito tempo, o nico produto doce usado pelo homem em sua alimentao, at ser substitudo, gradualmente, por aucares refinados manufaturados, de qualidade incomparavelmente inferior, como os extrados da cana-de-acar e da beterraba.

O mel , na verdade o nico produto doce que contm protenas e diversos sais minerais e vitaminas essenciais nossa sade. ainda um alimento de alto potencial energtico e de conhecidas propriedades medicinais. Alm disso, o mel dos poucos alimentos de reconhecida ao antibactericida, que contm em propores equilibradas: fermento, vitaminas, minerais, cidos e aminocidos. SABOR E COLORAO DO MEL... Produto processado a partir do nctar das flores, o mel tem sua cor e sabor diretamente relacionados com a predominncia da florada. Com relao colorao, h, basicamente, os mis claros e os mis escuros. Geralmente, os mis de colorao clara apresentam sabor e aroma mais suaves e por isso mesmo, so mais apreciados. o caso, por exemplo, do conhecido mel de flor de laranja, obtido em pomares da fruta, que tem alta cotao no mercado. No entanto, os mis de colorao escura so sais mais ricos em protenas e sais minerais, sendo, portanto, mais ricos do ponto de vista nutritivos. Alm de vitaminas e sais minerais, o mel apresenta ainda em sua constituio protenas, enzimas, hormnios, partculas de plen e de cera, aminocidos, dextrinas e um grande nmero de cidos que apresenta, o ph do mel (isto , seu grau de acidez) de 3,9. CRISTALIZAO... Ao contrrio do que muitas pessoas acreditam, a maioria dos mis puros, genunos, acaba cristalizando-se (aucarando) com o tempo. O PLEN Conhecido tambm como po da abelhas, o plen um produto riqussimo em protenas, vitaminas e hormnios de crescimento, encerrando todos os elementos indispensveis vida dos organismos vivos. Sua importncia tal que basta dizer que, na falta de plen, as abelhas no sobrevivem. um produto to perfeito que, at hoje, o homem no conseguiu elaborar um substituto que pudesse ser fornecido s abelhas. Apesar de ser riqussimo em vitaminas (principalmente A e P), protenas e hormnios, o plem ainda no muito empregado como produto medicinal. No entanto, pesquisadores soviticos asseguram que o plen apresenta ao eficaz nos casos de anemia, regulariza o funcionamento dos intestinos, abre apetite, aumenta a capacidade de trabalhar, baixa a tenso arterial e aumenta a taxa de hemoglobina do sangue. Por outro lado, pesquisadores franceses demonstraram que cobaias alimentadas com pequenas doses de plen acusaram desenvolvimento mais rpido e acelerado ganho de peso. O plen pode ser indicado para: Fortificante geral para desgaste fsico e intelectual Descongestiona a prstata, rins e fgado Melhora a pele e fortifica os cabelos Estimula o pncreas, combatendo o diabetes Favorece a virilidade e a fertilidade Nos transtornos da gravidez e menopausa Nas afeces orgnicas funcionais (corao, estmago, vescula biliar e digesto) O plen no remdio e sim um alimento que fortalece o organismo.

GELIA REAL A gelia real um produto natural, secretado pelas abelhas jovens e contm notveis quantidades de protenas, lipideos, carboidratos, vitaminas, hormonnios, enzima, substncias minerais, fatores vitais especficos, substncias biocatalisadoras nos processos de regenerao das clulas, desenvolvendo uma importante ao fisiolgica. Na colmeia, utilizada na alimentao das larvas de abelhas operrias at o terceiro dia de vida, e das larvas dos zanges. Mas a gelia real mais conhecida como alimento por excelncia da rainha. Pode-se dizer, grosso modo, que graas gelia real que a abelha rainha superior, biologicamente falando, em relao s operrias. Para o homem a gelia real tem ao vitalizadora e estimulante do organismo, aumenta o apetite e tem comprovado efeito antigripal. No se conhece, na biologia e medicina, outra substncia com semelhante efeito sobre o crescimento, longevidade e reproduo das espcies. PRPOLIS Constituda de resinas vegetais, que as abelhas coletam de determinadas rvores, cera, plen e cidos e gorduras, a prpolis uma substncia que as abelhas processam para fechar frestas da colmeia, soldar peas e componentes mveis da sua morada e diminuir a entrada do alvado nas pocas frias. Seu maior interesse para o homem, no entanto, sua ao antibitica e anti-sptica. As abelhas empregam a prpolis para impermeabilizar e envernizar as paredes da colmeia. Alm disso, qualquer corpo estranho que no consiga remover para fora da colmeia- como pequenos animais mortos, camundongos , por exemplo - encapado com uma camada de prpolis, para impedir ou retardar o processo de putrefao. Desta forma, o cadver do animal fica mumificado com a camada de prpolis, e seu processo decomposio retardado por vrios anos. Alm de propriedades antibiticas, a prpolis apresenta ao imunolgica, anestsica, cicatrizante e antinflamatria. Comercialmente, a prpolis vendida em soluo alcolica, em concentraes variveis. O produto tem sido testado experimentalmente, em doenas como faringites, cncer de garganta, pulmo e infeces gerais, em diferentes concentraes. A prpolis, sem dvida, um dos produtos apcolas de maior eficcia, quanto aos princpios ativos transmitidos da planta ao homem. Por ser um produto muito potente, largamente utilizado na Europa, URSS, Estados Unidos, mas pouco conhecido no Brasil, os estudiosos recomendam o seu uso com cautela, sem exagero e sempre com pouca constncia (mximo de 90 dias) , pois a prpolis possui a propriedade comprovada de um antibitico natural. Assim, ela no deve ser usada como um profiltico medicinal, apesar de no possuir contra- indicaes. O VENENO DAS ABELHAS Apesar de ser um produto letal para o homem, quanto aplicado em grandes propores, o veneno das abelhas , paradoxalmente, um consagrado medicamento contra diversos distrbios e afeces. Em pases como os Estados Unidos e a Unio Sovitica, o veneno das abelhas um remdio popular indicado contra vrias doenas. Sem dvida, o tratamento contra o reumatismo, base de veneno de abelha, bastante conhecido. Mas a apitoxina, como conhecido o veneno, empregada com sucesso em tratamento contra nevrites e nevralgias, afeces cutneas, doenas oftlmicas, na reduo da taxa de colesterol do sangue contra a hipertenso arterial. No Brasil, a apitoxina praticamente desconhecida, e sua aplicao emprica, limitando - se aos casos de reumatismo. Nos pases de maior

desenvolvimento na apicultura, como os citados Estados Unidos e Unio Sovitica, a apitoxina administrada por meio de picadas naturais das abelhas, injees subcutneas, pomadas, inalaes e at mesmo por comprimidos.

APICULTURA o ramo da agricultura que estuda as abelhas produtoras de mel e as tcnicas para explor-las convenientemente em benefcio do homem. Inclui tcnicas de criao de abelhas e a extrao e comercializao de mel, cera, gelia real e prpolis. As abelhas melferas so criadas em reas onde haja abundncia de plantas produtoras de nctar, como a laranjeira. Como norma, os maiores produtores de mel estabelecem suas colmias em zonas de agricultura intensiva, j que no prtico cultivar plantas para a produo de mel. Trata-se de uma atividade muito antiga difundida, que acredita-se ser originria do e

Oriente Prximo. China, Mxico e Argentina so os principais pases exportadores; Alemanha e Japo os maiores importadores. A apicultura uma atividade muito antiga, suas origens esto na pr-histria. So conhecidos os desenhos descobertos em cavernas da Espanha, mostrando o homem primitivo colhendo o mel de um enxame, com o auxlio de uma escada de cordas presa ao topo de um barranco. Antigos registros do Egito, Mesopotmia e Grcia descrevem fatos sobre a criao de abelhas. A Bblia faz inmeras referencias ao mel e enxame de abelhas. A explorao dessa atividade sempre foi feita de maneira muito rudimentar, e os enxames eram quase totalmente destrudos no momento da colheita do mel, tendo que se refazer a cada ano. Mas, com o conhecimento adquirido atravs dos tempos, hoje o convvio com a abelha diferente. O apicultor a pessoa que se encarrega de cultivar os produtos proporcionados pelas abelhas. As colmias artificiais que o homem fornece s abelhas so muito variadas e tm evoludo com o tempo. As mais rsticas eram simples troncos ocos ou cestos de vime; hoje em dia, utilizam-se diferentes tipos de caixas, que so muito mais prticas e fceis de manejar. O apicultor sabe qual o melhor momento para colher o mel e que quantidade pode extrair sem prejudicar as abelhas. Tira unicamente os favos que contm mel maduro e os coloca em uma mquina centrfuga, que extrair o mel sem quebrar os favos, que podem ser utilizados novamente. Antes de engarraf-lo, filtra-o para que fique livre dos restos de cera.

APIRIO O apirio um conjunto racional de colmias, devidamente instalado em local preferivelmente seco, batido pelo sol, de fcil acesso, suficientemente distante de pessoas e animais, provocando o confinamento das abelhas. Ele sofrer a interferncia de fatores do meio ambiente no qual esta instalado, tais como: temperatura, umidade, chuvas, floraes, ventos, pssaros predadores, insetos inimigos e concorrentes. O progresso do apirio depender, em grande parte, do meio ambiente no qual esta instalado, onde vivem e trabalham as abelhas. Por isso, caber ao apicultor, o correto manejo das abelhas, para obter resultados positivos no desenvolvimento do apirio. A APICULTURA MIGRATRIA OU MVEL fundamentada na mudana de conjuntos de colmias (apirios) de uma regio para outra acompanhando as floradas com vistas produo de mel e para a prestao de servios de polinizao. Nos EUA, a apicultura mvel praticada por grande nmero de apicultores que viajam com milhares de colmias ao longo de centenas de quilmetros atravs de vrios estados em busca de flores para suas abelhas e tambm para fazer polinizao. Para o desenvolvimento desta modalidade de explorao altamente especializada, se torna necessria uma tecnologia adequada, complementada tambm por equipamentos apropriados para facilitar a manipulao das colmias, permitir fcil transporte e proporcionar a necessria resistncia para os constantes deslocamentos das colmias. Com o surgimento de extensa rea de culturas mecanizadas, derrubadas da vegetao nativa para dar lugar a imensos reftorestarnentos com essncias florestais melferas ou no e ainda o perigo dos inseticidas para as abelhas, a sobrevivncia futura da apicultura vai depender da migrao para procurar novas fontes de alimento, como tambm, fugir com as colmias, quando da aplicao de inseticidas nas culturas prximas ao apirio. Por outro lado, os extensos pomares e outras culturas j reclama a presena urgente de abelhas para manter sua frutificao e qualidade da produo e que encontram na apicultura migratria a grande soluo, a exemplo dos pases com agricultura desenvolvida. A nova modalidade de explorao apcola, alm de significar um incentivo para a apicultura industrial, tambm o caminho para possibilitar a prestao de servios de polinizao entomfila com abelhas nos pomares e culturas. Apicultura migratria o caminho para atender as necessidades de polinizao dos pomares e culturas para a produo de sementes e frutas. E o Brasil, como um dos principais produtores de alimentos do mundo, no pode dispensar a participao das abelhas para garantir a produo, quando os outros insetos de polinizao esto sendo destrudos progressivamente pela aplicao cada vez mais intensa e descontrolada dos defensivos agrcolas.

CRIAO, VESTIMENTA E UTENSLIOS

J sabemos como vivem e do que se alimentam as abelhas. Vamos, agora, saber como podemos cri- las, de forma a aproveitar sua produo excedente de mel , cera, plen, prpolis e gelia real. A isso se chama apicultura racional: a criao das abelhas, objetivando a produo de mel, cera e outros produtos, mas sem causar prejuzo colnia. Mas antes de denomina as tcnicas e manejo de criao das abelhas, o apicultor deve conhecer os equipamentos, ferramentas e, principalmente, a indumentria, a vestimenta com que ir trabalhar. Afinal, criar abelhas no o mesmo que criar coelhos ou ovelhas. As abelhas no so propriamente animais dceis . Elas tratam de defender sua famlia contra qualquer tipo de ameaa (portanto so defensivas), e atacam todos os que consideram suspeitos com ferro, pelo qual injetam veneno na vtima. Assim, para trabalhar com abelhas, o apicultor deve, antes de mais nada, estar adequadamente vestido, para defender-se de eventuais picadas. VESTIMENTA A vestimenta bsica composta por uma mscara, um macaco, um par de luvas e um par de botas. Estas peas podem ser feitas pelo prprio produtor, mas prefervel compra-las , at que o apicultor esteja perfeitamente familiares com a atividade. O melhor tipo de mascara o de pano, com visor de tela metlica, pintada com tinta preta e fosca, que permite melhor visibilidade. Este tipo de mscara sustentado por chapu de palha ou vime e fechada com um longo cadaro, que amarrado sobre o macaco. As luvas devem ser finas o suficiente para que o apicultor no perca totalmente o tato - fator de grande importncia na manipulao das abelhas. As luvas de plstico, muitas vezes no so resistentes s ferroadas, tem o inconveniente de no permitir a evaporao do suor das mos, o que dificulta os trabalhos e cujo o odor pode irritar as abelhas. As luvas de couro fino, brancas, so as mais indicadas. O macaco deve ser constitudo de uma nica pea. Ele tambm deve ser largo, folgado o suficiente para no criar resistncia junto ao corpo, o que permitiria a ferroada da abelha. As extremidades do macaco (mangas e pernas) devem ser arrematadas com elstico, para impedir a entrada de abelhas na vestimenta e o tecido deve ser resistente para defender o corpo de ferroadas. O brim bastante utilizado e oferece uma boa proteo. Finalmente, no se esquea das botas. As melhores so as de borracha, branca, de cano mdio ou longo, sobre o qual ajustada a bainha do macaco.

Importante: lembre - se sempre que as abelhas particularmente sensveis s tonalidades escuras, especialmente ao preto e ao marrom. As abelhas tm verdadeira averso a estas cores, que provocam seu ataque. Por isso, toda a indumentria do apicultor deve ser de cor clara. As mais indicadas so o branco, o amarelo e o azul- claro, tons que no as irritam.

UTENSLIOS Fumegador - no s a indumentria que defende o apicultor das ferroadas das abelhas. Um utenslio indispensvel para qualquer tipo de trabalho o fumegador. Sua funo a de diminuir a agressividade das abelhas. um utenslio realmente obrigatrio na apicultura, principalmente com as abelhas africanizadas. H diferentes tipos e tamanhos de fumegadores. Para quem est iniciando na atividade, o tipo mais apropriado o fumegador de fole manual, constituindo por um fole, como o prprio nome diz, que acoplado a uma fornalha dotada de grella, na qual se queima o material que produzir a desejada fumaa. Os de tamanho grande e preferveis, pois garantem fumaa por maior espao de tempo. Ao contrrio do que a maioria das pessoas - e mesmo alguns apicultores - imaginam , a fumaa produzida pelo fumegador no "tonteia" ou "sufoca" as abelhas. Na verdade, a fumaa utilizada para criar a falsa impresso de um incndio na colmia. Assim, ao primeiro sinal de fumaa, as abelhas correm a proteger as larvas e engolem todo o mel que podem, para salvar alimento em caso de necessidade de fuga. Isto tudo faz com que as abelhas desviem a ateno do apicultor, que pode ento trabalhar com tranqilidade. Alm disso, as abelhas, com seus papos lotados de mel, ficam pesadas e tm dificuldade para desferir a ferroada. Como preparar e aplicar a fumaa- Os materiais mais apropriados para a produo de fumaa so de origem vegetal, como serragem grossa - no pode diversos tipos de madeira, sabugos de milho, folhas secas de eucaliptos, gravetos, cascas secas de rvores, retalhos de pano etc. O importante que a fumaa no seja jamais produzida por materiais que possam irritar ou molestar as abelhas, como leo de qualquer natureza, querosene, gasolina e produtos que desprendam odor forte ou mau cheiro. A fumaa deve ser fria e limpa, em resumo. Essa fumaa deve ser usada com parcimnia nos trabalhos, em pequenas quantidades, para no irritar as abelhas. Formo de apicultor - uma ferramenta praticamente obrigatria. utilizada para abrir o teto da colmia, que normalmente soldado caixa pelas abelhas com a prpolis. Serve tambm para separar a desgrudar as peas da colmia.

Espanador - empregado para remover as abelhas dos quadros da colmia sem feri- las. Normalmente, feito de crina animal. Na falta deste instrumento , alguns apicultores utilizam penas de aves como espanador. Facas e garfos desoperculadores - So instrumentos utilizados para destampar os alvolos dos favos, liberando, assim, o mel armazenado.

Pegador de quadros - trata -se de uma ferramenta relativamente til: compostas de duas tenazes de funcionamento simultneo, ela remove facilmente os quadros da colmia, mesmo aqueles que estejam soldados com prpolis entre si. Alm de facilitar o manuseio dos quadros da colmia, este instrumento diminui o risco de esmagamento das operrias. Centrfugas - So equipamentos destinados extrao de mel sem provocar danos aos favos, que, podero, desta forma, ser reaproveitados. H basicamente dois tipos de centrfugas - a facial e a radial, sendo que este ltimo modelo considerado mais prtico. No entanto, apesar das vantagens que apresenta, a centrfuga no deve ser adquirida prontamente pelo apicultor inicialmente . Ela s se justifica em casos de determinados volumes de produo. Uma interessante alternativa, para apicultores iniciantes, a aquisio da centrfuga em regime de cooperativa: todos pagam por ela e todos usam. Outros equipamentos e ferramentas - A apicultura moderna dispe de diversos outros aparelhos e ferramentas que auxiliam e facilitam o trabalho com as abelhas. Estes instrumentos, no entanto, so recomendados a apicultores que j dominam uma certa tcnica de manejo.

COLMIA

A apicultura racional nasceu quando o homem desenvolveu o sistema de quadros mveis instalados em colmias. At ento, o homem simplesmente pilhava o mel das abelhas que vivem em abrigos naturais, como ocos de rvores, cupins, fendas de pedras etc., ou procurava cri-las em caixas rsticas de madeira, cestos de palhas e outros recipientes. Mas os resultados no eram dos melhores. A pilhagem do mel de colmias naturais , quase sempre, nica, j que devidos aos estragos provocados colnia, a famlia enxameia ou acaba morrendo.

No caso da criao de abelhas em caixas rsticas de mel muito pequena e o produto de pssima qualidade, pois ele obtido espremendo - se os favos que so recortados e removidos das colmias. Na apicultura racional este problema foi solucionado com inveno dos quadros mveis. Trata-se de uma engenhosa inveno de apicultores do final do sculo passado. A apicultura moderna, racional, que permite a produo de grandes quantidades de mel, plen e outros produtos de grande, comeou com desenvolvimento deste sistema, que consiste em induzir as abelhas a construrem seus favos em quadros dispostos verticalmente na colmia contruda para abrigar a famlia. Este sistema oferece uma srie de vantagens de ordem prtica. O sistema de quadros mveis permite que o apicultor inspecione o interior da colmia e intervenha sempre que for preciso: eliminando favos velhos, controlando focos de pragas (como as traas), trocando a posio dos quadros, prevenindo a enxameao. Este sistema permite tambm a utilizao de lminas de cera alveolada- que produzem enormemente o trabalho das abelhas -, possibilita o emprego de alimentadores artificiais (que garantem alimento famlia durante o outono e o inverno), permite o reaproveitamento dos favos, e, mais importante, a contnua colheita de mel. Alm destas vantagens, as colmias dotadas de quadros mveis podem ser fortalecidas com a introduo de um quadro quadro de mel ou de crias de outra colmia - como veremos mais tarde. TIPOS DE COLMIAS Conhecem -se hoje mais de 300 diferentes tipos de colmia; que variam em funo de adaptao climtica, manejo, etc. Mas todas elas apresentam a mesma constituio bsica: um fundo, ou assoalho, um ninho que compartimento reservado ao desenvolvimento da famlia - a melgueira, compartimento onde armazenado e mel, os quadros, nos quais so moldados os favos de mel ou de cria, e uma tampa, que reveste toda a colmia. Todas estas peas - assoalho, ninho, melgueiras, quadros e tampa - so mveis- podem ser retiradas a qualquer momento o que facilita o trabalho de interveno do apicultor. Outra vantagem: por mvel, este sistema permite que a colmia receba mais melgueiras na poca de floradas abundantes- aumentando assim a produo de mel- e, por outro lado, seja reduzida nos perodos de escassez. Dada essa facilidade de modalidade, este tipo de colmia - o nico utilizado pelos verdadeiros apicultores - chamado de mobilista. Diferentes materiais podem ser empregados na construo das colmias; madeiras, fibra de vidro, amianto, concreto, isopor etc. No entanto, d-se preferncia, por razes de ordem prtica e econmica, a madeira. Mas no s no material que as colmias diferem. H uma afinidade de modelos de colmias, sendo que a mais indicada para as nossas condies a colmia Langstroth, ou Americana. Idealizada por um dosa pais da moderna apicultura, o pastor Lorenzo Langstroth, este tipo de

colmia a mais utilizado em todo o mundo e recomendada pelo padro pela Confederao Brasileira de Apicultura e o Ministrio da Agricultura. O ESPAO- ABELHA Langstroth desenvolveu sua colmia quando descobriu o que se chama hoje de espao abelha, que o menor espao livre que pode existir no interior de uma colmia, para permitir a livre movimentao das abelhas. Este espao abelha uma descoberta muito importante. Ele a prpria referncia da abelha no interior da colmia. As abelhas vedam, com prpolis, todas as frestas e vo inferiores a 4,8mm e constroem favos nos espaos superiores a 9,5mm. Ao descobrir esta caracterstica das abelhas, Langstroth desenvolveu um tipo de colmia, compostos por dez quadros, que mantm, entre si e entre as paredes, a segura distncia de 9mm, em mdia. Isto conseguido com o uso dos quadros Hoffmann, dotados de espaadores automticos, ou seja, que j mantm o chamado espao - abelha entre si. Por se tratar de um objetivo que reclama preciso e exatido, em termos de dimenses e medidas, no aconselhvel ao apicultor iniciante produzir suas prprias colmias. Mais fcil e prtico adquiri-las j prontas. TELA EXCLUIDORA Outro importante avano da apicultura racional. A tela excluidora - na verdade uma chapa perfurada- no permite que a rainha se desloque do ninho para a melgueira, onde poderia depositar seus ovos e comprometer o mel. A tela excluidora, instalada entre o ninho para a melgueira, permite apenas e to somente a passagem das operrias do ninho para a melgueira, onde depositaro o mel que, mais tarde, ser colhido pelo apicultor. O ALVADO O alvado o que se pode chamar de porta de colmia. um acessrio regulvel e de grande importncia para a defesa da famlia. Trata-se de um sarrafo que instalado na entrada da colmia, de forma a permitir a entrada e sada das abelhas. Nos perodos de frio, esta reduzida, para conservar maior calor no interior da colmia. Nas pocas de floradas ou de calor, esta abertura aumentada. CERA ALVEOLADA Outro importante aperfeioamento da apicultura moderna foi o desenvolvimento da cera alveolada. Com este material o produtor poupa trabalho de sua abelhas e ganha tempo na produo de mel. A cera alveolada uma lmina de cera abelha prensada, que apresenta, de ambos os lados, o relevo de um hexgono do mesmo tamanho do alvolo, que servir de guia para a construo dos alvolos dos favos. A cera fixada por meio de um arame que corre por dentro dos quadros. Normalmente, os quadros j so vendidos com o arame, e sua instalao fcil de ser feita. Para soldar a cera ao arame, use a extenso de uma tomada com fio dos dois plos eltricos ligados a uma resistncia- dessas que servem para aquecimento de ambientes - com duas sadas: descanse a lmina de cera sobre o arame. Em seguida, com o auxilio de dois fios condutores, provoque um pequeno rpido curto nas extremidades do arame.

Pronto! A cera se soldar automaticamente pela ao do calor provocado pelo curto- circuito. Ateno porque uma descarga muito prolongada poder derreter a cera - impossibilitando sua fixao. Mas o mtodo pratico e largamente empregado pelos apicultores.

Escolha do local

A localizao do apirio um dos fatores mais importantes para o sucesso da apicultura. Vale a pena gastar um pouco de tempo na identificao do melhor local da propriedade para a instalao do apirio. Antes de instalar suas colmias, o apicultor deve levar em conta a disponibilidade de gua e alimentos (floradas) para suas abelhas, procurar proteg-las de ventos fortes, correntes de ar, insolao intensa e umidade excessiva. Mas a maior preocupao do apicultor deve ser com relao segurana de pessoas e animais. Este ponto muito importante. Naturalmente, o acesso ao apirio deve ser fcil, a fim de economizar tempo e reduzir os trabalhos do apicultor. No entanto, as colmias devem estar distantes 200 a 300 metros, no mnimo, de qualquer tipo de habitao, estradas movimentadas e criaes de animais. Afinal, as abelhas so seres extremamente sensveis a odores exalados por animais e pelo homem e irritam - se com qualquer tipo de movimentao anormal que ocorra nas proximidades da colmia. E nunca demais lembrar que seu veneno, quando injetado em grandes quantidades, fatal para a maioria dos seres vivos, inclusive o homem. Para prevenir o ataque de inimigos naturais das abelhas, mantenha o gramado do apirio bem limpo, livre de mato e de arbustos que dificultem o vo das campeiras. A utilizao de projetores antiformigas nos cavaletes e de funo mpar, pois um ataque de formigas a exames pequenos em desenvolvimento, praticamente dizima toda a famlia. Produtores comerciais de mel, cera e gelia real costumam proteger suas colmias construindo uma espcie de galpo aberto, que abriga o apirio de chuvas fortes e da incidncia direta do sol. Alm de proporcionar uma defesa mais adequada contra as variaes, climticas, este tipo de proteo bastante econmico para o apicultor, j que aumento a vida til das caixas. Um ltimo cuidado: o apirio deve guardar uma nica distncia de aproximadamente cinco quilmetros de localizao de outro apirio. GUA Assim como para o homem gua um elemento vital para as abelhas; ela entra na composio do mel, da cera, e da gelia real produzida pela famlia. Por isso, muito que haja gua limpa e em abundncia prxima ao apirio. Caso no exista nenhuma nascente ou curso d'gua prximo ao apirio, o apicultor dever providenciar o seu fornecimento. Esta providencia deve ser tomada antes da instalao das caixas, para no perturbar o trabalho das colnias.

H vrias formas de transportes da gua at o apirio. Pode-se, por exemplo, canaliz-la at um barril dotado de torneira, que mantida aberta, de forma a deixar que a gua simplesmente pingue sobre um pano colocado num estrado. Pode-se trazer a gua canalizando -a atravs de bambus ou tubulaes, de forma que ela caia pingando sobre um pano, num ponto prximo ao apirio. No existe, entretanto, uma receita pronta. Tudo vai depender das condies da propriedade, bem como de sua criatividade. Uma particularidade: as abelhas apreciam gua levemente salgada. FLORA APCULA A flora apcola o que se pode chamar de pastagem das abelhas. das flores que as abelhas recolhem o nctar e o plen, que vo alimentar a colnia. Conseqentemente, boas fontes de plen e nctar contribuem para aumentar a produo do apirio. Por isso, sempre que possvel, o apicultor deve planificar a formao do pasto apcola antes mesmo da instalao do apirio. H plantas que produzem flores com elevada concentrao de nctar, outras que produzem bastante plen e outras ainda que fornecem igualmente plen e nctar. Infelizmente, no existe o chamado pasto apcola ideal. Uma espcie vegetal de alto potencial apcola- o eucalipto, por exemplo, pode no se adaptar sua propriedade. Alis para o apicultor iniciante, o pasto apcola composto por monocultura deve ser evitado, por proporcionar alimento s abelhas durante uma nica poca do ano. A explorao do pasto apcola de monocultura s se justifica na atividade comercial, quando o apicultor realiza a chamada apicultura migratria. Neste caso, o produtor leva suas colmias a pomares ou culturas de florao, transferindo - as para o outro pasto assim termina a florada. A apicultura fixista, praticada principalmente por pequenos produtores, sitiantes, hobbistas e iniciantes, mais indicada explorao do pasto apcola constitudo por espcies nativas, principalmente rvores que, pela sua diversificao, podem garantir alimento s abelhas continuamente, ainda que, em pequenas quantidades. A partir da, cabe ao apicultor promover o melhoramento dessa pastagem, introduzindo variedades de maior valor apcola, desde que adaptadas regio onde se situa a propriedade. culturas de mdio porte e arbustivas, de alto potencial apcola, devem ser cultivadas prximas ao apirio. Algumas boas fontes de nctar e plen que podem melhorar a alimentao das abelhas so melilotus, manjerico, manjerona, cosmos, guandu, colza, girassol, citros, frutferas em geral, curcubitceas (abbora, abobrinha, melo, pepino etc.), leguminosas de uma forma geral, hortalias, entre outras. At as chamadas plantas daninhas so excelentes fontes de alimento para as abelhas. Plantas como o assapeixe, carqueja, vassourinha, gervo, trapoeraba, sete - sangrias, vassoura, pico, entre tantas outras consideradas matos devem ser encaradas como fontes de nctar e plen para as abelhas. No deixe tambm de cultivar, prximo ao apirio, plantas aromticas e medicinais, pois seu odor atrai muito as abelhas e diversificara ainda mais as fontes de alimento das colnias. Uma palavra final: o mais importante, na formao do pasto apcola, que o apicultor procure identificar as espcies mais apropriadas e adaptadas a sua propriedade. Um exemplo: a astrapia (lombeija). Essa planta tem a vantagem de florescer em pleno inverno garantindo, assim, alimento famlia num perodo de escassez. No Rio de Janeiro, apresenta uma concentrao de 28 a 44% de acar em seu nctar, enquanto em Florianpolis, SC, no concentra mais de 15% de acares.

Construes das ColmiasO tipo mais usual em todo mundo a colmia Langstroth, americana, que se adaptou muito bem no Brasil. Esse tipo de colmia mais espaoso do que os outros e muito favorvel ao nosso clima. No inverno mais rigoroso, pode-se colocar o diminuidor de entrada do alvado (abertura por onde entram e saem as abelhas), mas deve ser retirado no vero a fim de que haja maior aerao dentro da colmia . PLANTA BSICA DA COLMIA LANGSTROTH QUADROS DA CMARA DE CRIA: Travessa superior: 481 mm Travessa inferior: 450 mm Laterais: QUADROS DA MELGUEIRA: Travessa superior: 481 mm Travessa inferior: 450 mm Laterais: NINHO OU CMARA DE CRIAS: Comprimento 485 mm Largura: 370 mm Altura: 240 mm FUNDO: Largura: 410 mm Comprimento: 600 mm TAMPA: Largura: 440 mm Comprimento: 510 mm A colmia completa compe-se das seguintes peas: assoalho, com um comprimento maior que o da caixa e possui o alvado; ninho : colocado sobre o fundo e destina -se postura dos ovos da rainha. coloque no ninho dez quadros e cubra- os com uma tela excluidora, para evitar a subida da rainha para a melgueira, que colocada sobre o ninho, com dez quadros para a posio do mel, e por ltimo os quadros para a deposio do mel, e por onde so construdos os favos.

Alm de uma ou duas melgueiras, o apicultor poder colocar muitas outras, se assim o desejar, de acordo com a produo de mel e conseqentemente a florada local. Quando a primeira est cheia de mel, pode-se optar entre a colheita de mel, ou a colocao de uma nova sobre a caixa. Muitas vezes, em boas floradas, alguns apicultores chegam a colocar at quadros melgueiras sobre o ninho. O pequeno apicultor, isto , aquele que deseja manter apenas algumas caixas de abelhas para o seu uso, pode, por exemplo, adquirir apenas um jogo de colmias completo, depois de construir as demais, seguindo risca as medidas daquela que foi adquirida. Para se confeccionar a colmia, basta apenas uma serra circular e habilidade manual, as quais ficaro bem mais em conta do que as vendidas em casas especializadas. Na confeco dos quadros, no h necessidade de fazer recorte da madeira, a fim de dar espao entre os mesmos por ocasio da disposio no ninho ou melgueira. Nas casas especializadas so vendidos espaadores, os quais devem ser colocados no lado dos quadros a fim de dar o espaamento certo entre elas. O mais importante nas colmias so as medidas internas nos ninhos e melgueiras, como tambm as medidas externas dos quadros. Falamos em medidas exatas, porque os quadros da colmia "A" podem ser utilizados na colmia "B", principalmente quando se utiliza a centrfuga para a extrao do mel. Ainda quando se adquire um enxame, os quadros que viro com abelhas, crias e a respectiva rainha, iro adaptar - se perfeitamente em nossa colmia e assim sucessivamente. As medidas da colmia americana so as seguintes: ninho 37cm de largura; 46,5cm de fundo e 24cm de altura; enquanto que a melgueira tem tambm 37cm de largura, 46,5 cm de fundo e 14,5cm de altura. As medidas acima so internas. Os quadros para o ninho possuem as seguintes medidas externas: 48,1cm de comprimento na parte superior, embaixo 45cm e a altura de 21,5cm; os quadros para a melgueira tem as mesmas larguras do ninho; a altura de 12.0cm. a espessura dos quadros de 1.0cm. A madeira empregada para a construo das colmias normalmente o pinho- do- paran. O ninho, melgueira, assoalho e tampa so confeccionados com madeira de espessura de 2 cm e os quadros com madeira de 1cm. J vimos colmias fabricadas com certos tipos de madeira, que aps o calor, os quadros ficam embodocados, isto , no dando o espao certo para a confeco sistemtica dos favos. As prprias caixas tambm envergam, formando grandes frestas. Tanto no ninho como na melgueira, devem ser feitos um rebaixo para acomodar, isto , assentar os quadros sendo a altura de 1,9cm e a largura de 1cm. H quem faa o rebaixo vertical 5mm mais profundo, colocando para compensar os 5mm uma tira de chapa, para facilitar a retirada dos quadros,os quais so menos vedados pela prpolis. PINTURA DAS CAIXAS Uma vez prontas as colmias,como ficaro praticamente expostas ao tempo, convm pint-las com tinta a leo, dando preferncia para as cores claras, como branco, creme, azul- claro, verde-claro, com duas ou trs demos; isto deve ser feito apenas nas partes externas. Outro tipo de colmia a Schimer, que diferena das americanas, apresenta seus quadros na posio transversal ou perpendicular entrada da colmia, dificultando, assim, a entrada de ar.

INCIO DA CRIAO DE ABELHASVoc pode conseguir as abelhas para iniciar sua criao de trs diferentes maneiras; comprando colnias de apicultores comerciais, capturando colmias em estado natural ou atraindo famlias em enxameao para caixas - armadilhas ou caixas - iscas. Cada um dos processos apresenta vantagens e desvantagens. Comprar as abelhas, simplesmente, pode ser bastante cmodo. Ocorre que a operao no financeiramente vivel para o produtor que pretende expandir sua criao e o apicultor no tem a oportunidade de desenvolver experincias. Por outro lado, este sistema bastante prtico e simples. J os apicultores mais experimentados que as colnias capturadas em caixas - iscas so as que se desenvolvem mais rapidamente e as mais dceis e fceis de serem trabalhadas. Eles explicam que isto se deve em razo da ndole mais domesticvel das abelhas que se sujeitam a caixas - iscas. Apesar da falta de comprovao cientfica, o fato que vrios apicultores garantem que as abelhas que aceitam caixas - iscas so realmente menos agressivas que as capturadas na natureza. A desvantagem deste sistema est justamente na limitao e expanso do apirio, uma vez que no se pode prever quantas colnias podero ser atradas para as caixas - iscas. Finalmente , pode-se capturar enxames na natureza, removendo famlias inteiras de seu habitat natural, como cupins, troncos ocos de rvores, telhados, pneus, assoalhos, muros etc. Dos trs, a captura de enxames certamente o mais trabalhoso. Mas ele apresenta vria vantagens: barato (no dispendioso), possibilita rpida expanso do apirio e conseqente aumento de produo, e talvez o mais forte motivo- coloca o produtor em contato direto com as abelhas, proporcionando - lhe uma vivncia que lhe ser muito til no manuseio de suas colmias, no dia a dia. De fato , na operao de captura de enxames na natureza , possivelmente, a melhor instruo que o apicultor iniciante pode Ter. Para um bom nmero de apicultores, alis, a captura do enxame a primeira oportunidade de contato com as abelhas. Se este o caso, ateno para os seguintes passos para capturar um enxame. CAPTURA DO ENXAME Localizada na colmia, a primeira providncia cuidar do material que ser usado na operao: alm da vestimenta completa o apicultor dever ter mo o fumegador ; a caixa, feita de madeira mais leve que as habituais, para facilitar o transporte, e com muita ventilao lateral - coloque estes dispositivos de ventilao usados em armrios embutidos e sobretampa de tela; quadros vazios ( que recebero os favos de cria); quadros com cera alveolada, para completar espaos vazios; barbantes ou elsticos de boa qualidade para fixar os favos nos quadros; serragem grossa; faca afiada para cortar os favos; e um borrifador com xarope feito de gua e mel, ou acar; vassourinha de pelos macios e brancos; e duas bacias com boca larga e panos para cobrirem ( onde sero colocadas as sobras ou favos no aproveitados).

A captura do enxame deve ser feita exatamente como se deve trabalhar com as abelhas no apirio: Procure trabalhar sempre em dias claros ou de sol, quentes, se possvel. Nestas condies, um nmero maior de campeiras estar trabalhando na coleta de nctar e plen. Assim, menos abelhas estaro defendendo a colmia, no momento da operao. Faa o trabalho sempre com a ajuda de um parceiro. Na apicultura toda tarefa feita a quatro mos mais fcil de ser realizada. Faa o trabalho com pacincia. Movimentos calmos, cuidadosos e delicados so indispensveis. Qualquer gesto mais brusco pode irritar as abelhas e tornar impraticvel a tarefa, sem falar nos riscos para sua prpria segurana. Nunca dispense o uso do fumegador e jamais trabalhe sem a vestimenta apropriada. ( lembre- se que o homem que se acostuma com as abelhas, e no as abelhas com o homem). Agora que j estamos preparados para lidar com as abelhas, vamos ver quais as situaes mais comuns para a captura de enxames. 1)- Enxames localizados em rvores, beirais etc. , de certa forma, bastante freqente a ocorrncia de exames em galhos de rvores. Isso acontece quando uma famlia est enxameado, isto , multiplicando a colnia e procurando uma nova moradia. Neste caso, no perca tempo: aproxime- se do enxame viajante com a caixa completa, contendo os quadros j preenchidos com cera alveolada e previamente borrifada com xarope de ervacidreira. Borrife as abelhas com o xarope de gua e mel, para diminuir sua agressividade. Se o enxame for grande, mantenha a metade dos quadros na caixa, para dar espao s abelhas. Um dos dois parceiros segura a caixa , com seu bojo exatamente sob o enxame. Caber ao outro a tarefa de sacudir sobre ela o "bolo" de abelhas, com um golpe rpido e seco. Coloque a tampa da caixa, e obstrua a entrada com um pano ou pedao de espuma. Pronto! Sua primeira colmia j pode ser instalada no apirio definitivo, sobre cavalete individual, de preferncia. 2)- Enxames em locais de difcil acesso- Se o enxame estiver abrigado em local de difcil acesso (cupinzeiro, ocos de rvores, fendas de pedras, forros de casas, o procedimento diferente. Voc e seu parceiro vo precisar do fumegador (j aceso), da caixa contendo quadros vazios, a faca, o espanador e a bacia com pano. Antes de mais nada, trate de dirigir a fumaa para a colmia natural, para abrigar as abelhas a sarem de sua morada. Assim , s ficaro no seu interior, os favos com crias, as abelhas nutrizes (que ainda no conseguem voar) e a abelha rainha. Enquanto seu parceiro cuida do fumegador, procure localizar os favos com cria. Se a colmia estiver alojada em cupinzeiro ou tronco de rvore, utilize enxada ou machado para facilitar o acesso aos favos com cria. Eles so a chave da operao, pois , uma vez capturados e transferidos para sua caixa, vo atrair todas as abelhas da colmia. As crias atuam, portanto ,como verdadeiras "iscas". Localizados os favos com crias (que ficam na regio central do ninho), remova-os com a ajuda da faca, recortando os no maior tamanho possvel. Encaixe estes favos nos quadros vazios e amarre- os firmemente com o barbante, com a ajuda de seu parceiro. Caso haja favos vazios ou com mel, a distribuio no interior da colmia deve ser a seguinte: favos com cria no centro, favos os vazios ou com plen e, nas extremidades, favos com mel.

Finalizada a transferncia dos favos para sua caixa, remova todos os vestgios da colmia anterior. Lembre-se que os favos com cria so mais preciosos para o apicultor do que os com mel. Caso sobrem favos vazios ou com mel, guarde-os na bacia e recubra-os com o pano. Finalizada a operao de transferncia, instale sua caixa exatamente no mesmo lugar da colmia original, tomando o cuidado de manter o alvado na mesma posio da entrada da antiga colmia. Mantenha sua caixa com o enxame capturado neste ponto at o fim do dia para capturar o mximo de abelhas campeiras. noitinha, tampe o alvado com uma tela para ventilao ou pano ou ainda espuma, e transfira sua caixa para o apirio definitivo. Parabns! Sua criao de abelhas est comeando. Voc vai viver, a partir de agora, a fase mais fascinante da apicultura.

Manejo das abelhas

(veja dicas nos vdeos)

O verdadeiro trabalho do apicultor comea aps a instalao de suas primeiras colmias. aqui que comeam as diferenas entre a apicultura racional da pilhagem ou explorao de enxames que vivem em estado natural. E o papel do apicultor o de amparar suas abelhas nos momentos mais difceis, para poder beneficiar- se nos estgios em que as colmias se encontram na plenitude produtiva. Para tanto, preciso que se entenda que a colnia vive em constante ciclo: nos perodos de escassez de alimento, a famlia definha, os zanges so expulsos da colmia, cai a postura da rainha e, conseqentemente, diminui ou cessa a produo de mel, plen e cera. nesse momento que entra a ao do apicultor, socorrendo sua colnia. Ele deve providenciar alimento artificial para sua criao (como veremos adiante), reduzir a entrada do alvado nos perodos de frio, para auxiliar a manuteno da temperatura ambiente no interior da colmia, fornecer cera alveolada para poupar as abelhas da trabalhosa tarefa de produzir cera, verificar o estado dos quadros etc. J nas pocas de floradas abundantes, a produo de mel da colnia, desde que em tudo esteja correndo satisfatoriamente, farta o bastante para que o homem- o apicultor, no caso - possa colher boa parte para si, sem causar prejuzo s abelhas. Igualmente cresce a produo de plen, cera, gelia real e prpolis, que pode ser explorada, racionalmente, pelo apicultor. A colnia cresce, permitindo que o apicultor promova o desenvolvimento de seu apirio, fortalecendo famlias fracas, desdobrando colnias mais vigorosas, aumentando assim seu apirio e criando novas rainhas para substituir as j velhas, cansadas e decadentes.

A INSPEO DA COLMIA Para verificar o andamento dos trabalhos da colmia e interferir nos momentos de necessidade como, por exemplo, fornecer alimento nos perodos de carncia, verificar a conformao dos favos e a posturas da rainha etc. - o, apicultor deve fazer inspees peridicas. Este trabalho de reviso, como foi dito, deve ser feito pelo apicultor devidamente trajado com sua vestimenta, em dias quentes e ensolarados e, preferencialmente, com a ajuda de outro colega. Neste tipo de atividade, o uso do fumegador obrigatrio e o trabalho deve ser feito de forma rpida, em movimentos tranqilos, delicados, porm decididos. Gestos ou aes bruscas podem provocar a irada reao das abelhas. Para realizar o trabalho de inspeo ou reviso, aproxime-se sempre pelo lado de trs da caixa. Nunca interrompa, com o corpo, a linha de vo das abelhas, que entram e saem da caixa em busca de alimentos. O trabalho de inspeo comea sempre com a fumegao da caixa. No faa fumaa em excesso para no provocar o efeito contrrio ao desejado, ou seja, acabar irritando as abelhas; procure sempre fumegar ao lado at chegar a fumaa branca e no to quente. Antes de abrir a caixa para fazer trabalho de reviso propriamente dito, faa fumaa junto ao alvado. Duas ou trs baforadas leves bastam. Para abrir a tampa, e comear o trabalho de reviso, enquanto uma pessoa abre o teto da caixa a outra faz fumaa sobre a caixa horizontalmente. Nunca diretamente sobre os quadros. Duas a trs baforadas so suficientes. Que a fumaa seja fria ou branca e nunca quente ou azul. O QUE VERIFICAR NAS CAIXAS No se esquea de que toda interferncia no trabalho das abelhas deve limitar -se ao essencialmente necessrio, para no prejudicar o desenvolvimento da colnia. Basicamente, o trabalho de reviso das colmias feito para verificar: 1) - A DISPOSIO DOS QUADROS- Os favos, sejam eles de cria ou de mel, devem estar em bom estado. Favos escuros, retorcidos ou danificados devem ser substitudos por favos com cera nova alveolada. 2) - A POSTURA DA RAINHA- Os favos, principalmente os de centro do ninho, onde se desenvolve a famlia na colmia, devem ser examinados para constatar a presena de larvas e ovos. uma operao delicada e que requer ateno visual, pois os ovos so pequenos, medindo cerca de 2mm. A ocorrncia de favos com pequeno nmero tanto de crias, abertos ou fechados, como de ovos depositados, sinal de que a rainha est fraca ou decadente e deve ser substituda. 3) - ESPAO PARA A FAMLIA SE DESENVOLVER- Se os favos da caixa esto todos ocupados, com crias ou com alimento - mel e plen-, o apicultor deve providenciar mais espao para a famlia, ou seja, uma caixa extra, com quadros dotados de cera alveolada, em cujos favos a rainha poder depositar seus ovos. Um indcio de que a caixa est "lotada", ou seja super povoada, a formao daquilo que os apicultores denominam de "barba" de abelhas: a disposio, nos dias quentes, de numerosas abelhas na entrada das colmia, em forma de cacho. 4) - COLOCAO DE MELGUEIRAS- O apicultor deve observar o fluxo de nctar que est entrando na colmia e colocar sobre o ninho uma ou duas melgueiras. 5) - SINAIS DE DOENA- A presena de larvas mortas nos favos e de abelhas mortas no assoalho da caixa indcio de ocorrncia de doena na famlia. Uma colmia sadia sempre limpa e higinica.

6) - FALTA DE ALIMENTO- Na entressafra, ou seja, nos perodos em que no h florada, principalmente durante o inverno ou nas estaes de muita chuva, verifique se a famlia tem alimento suficiente. Caso contrrio, voc dever fornecer alimentao artificial colnia. 7) - COLETA DE MEL- Durante a florada, colha o mel que estiver maduro devolvendo os quadros, vazios e limpos, s melgueiras. 8) - CONTROLE DE ENXAMEAO- Para evitar que parte da colnia enxameie, ou seja, que abandone a colmia, verifique se a famlia est formando realeiras nos favos. As realeiras, que so cpsulas destinadas criao de rainhas, so formadas normalmente, nas extremidades dos quadros, apresentando a forma de um casulo parecido com uma casca de amendoim. Elimine, se for o caso, estas cpsulas para no perder a colnia.

Desenvolvendo o apirio

Os apicultores experientes costumam lembrar que uma colmia forte, populosa, produz mais do que quatro colmias fracas. E esta observao tem fundamento. Realmente , uma famlia mais numerosa apresenta maiores e melhores condies de defesa da colnia e coleta de alimento do que uma famlia fraca. Este conceito, por sinal , um dos principais fundamentos apicultura moderna: antes de expandir o apirio, devem- se fortalecer as colmias existentes. A produo final ser, certamente, muito maior. ALIMENTAO ARTIFICIAL Vrios fatores interferem no desenvolvimento e fortalecimento das colmias. Um dos mais importantes a disponibilidade de alimento - nctar e plen - que se reduz no outono/* inverno e nas estaes chuvosas (que impedem ou dificultam as floradas). Nestes momentos de carncia de alimento, o apicultor deve cuidar para que no falte alimento s suas abelhas. E, para suprir as necessidades de alimentao artificial. De toda forma, o apicultor deve Ter em mente a alimentao artificial s fornecida colmia para repor o alimento em falta ou para estimular a famlia e, particularmente, a rainha, nos perodos que antecedem s floradas. O alimento artificial comumente usado pelos apicultores constitudo de uma soluo de gua fervida (para diminuir a possibilidade de fermentao do produto), e acar acrescido de mel, caso haja em disponibilidade. Este produto - na verdade ,um xarope- fornecido colmeia por meio de

um alimento denominado Boardmann, frasco acoplado a uma base de madeira, a qual encaixada na entrada da caixa. O inconveniente deste sistema que, especialmente em apirio com grande nmero de famlias, pode levar pilhagem do alimento por abelhas de outras colnias. Para evitar este risco, muitos apicultores preferem fornecer alimento artificial slido, mais conhecido como cndi, preparado com acar de confeiteiro e gua. O acar desenvolvido na gua e a mistura levada ao fogo, sendo fervida vagarosamente, mexendo sempre para no queimar, at atingir o ponto de bala. Este alimento fornecido em cochos, que so alimentadores instalados no interior das caixas, junto a uma das paredes laterais, no lugar de um quadro. Neste caso importante colocar flutuadores - madeiras pequenas- para que as abelhas no se afoguem. CONTROLANDO A ENXAMEAO Uma das causas de maior frustrao para o apicultor a enxameao de uma famlia, ou seja, o abandono da colmia. H vrias razes que explicam esta atitude - mais comum entre as famlias africanas e, infelizmente, no existe um sistema de controle infalvel, que seja cem por cento eficiente. assim que elas asseguram sua sobrevivncia e desenvolvimento. Mas o apicultor dispe de alguns mtodos para evitar a perda de colnias. Um dos melhores indicadores a observao do desenvolvimento da famlia. Colnias muito populosas, que no dispem de espao suficiente para se desenvolver na colmia, costumam enxamear, em busca de habitao menos apertada. A mudana de habitao mais freqente nos perodos mais quentes do ano - novembro a fevereiro -, mas nada impede que uma famlia enxameie durante meses mais frios. O congestionamento da colmia relativamente fcil de ser constatado. Quando h falta de espao na caixa, as abelhas se agrupam na entrada da colmia, formando a aglomerao que os apicultores chamam de barba. Caso a barba permanea na entrada da caixa por muito tempo, mais de uma semana, sinal de que as abelhas podem enxamear em breve. Neste caso, faa uma inspeo na caixa para destruir as realeiras existentes e dar mais espao a famlia. Este espao extra pode ser obtidos pela remoo dos quadros de mel e plen - que impedem a circulao das abelhas e a expanso da colnia - ou pela instalao de uma caixa extra, sobrecaixa, dotada de quadros com cera alveolada. Em circunstncias normais, a ultima opo mais aconselhvel, por resolver o problema por um bom tempo. H outros sistemas de controle de enxameao, como os mtodos de Miller de Demaree e por despejo, por exemplo. Estes sistemas, no entanto, requerem um certo grau de experincia e domnio tcnico por parte do apicultor, no sendo recomendados a iniciantes. O mtodo de aumento de espao, citado aqui, simples, prtico e garante o controle da enxameao. Para prevenir a enxameao, nunca deixe altar alimento famlia. As abelhas africanas so especialmente inclinadas a enxamear na falta de alimento. E, suspeitando da possibilidade de enxameao, elimine os favos de zanges, cujas clulas so maiores do que as de operrias. Finalmente, uma rainha velha e decadente, com baixa postura, pode levar a famlia a enxameao. Neste caso, o nico jeito substituir a rainha por outra mais jovem e produtiva.

FORTALECENDO A FAMLIA A experincia demonstra que uma famlia forte produz mais do que duas, trs, s vezes, quatro famlias fracas, antecipando e aumentando a produo de mel, os apicultores empregam a tcnica de unio de famlias. Esta tcnica consiste, como o prprio nome diz, em unir duas famlias fracas, que daro origem a uma nica, forte, populosa e produtiva. A poca mais indicada para a unio de famlias; e durante o outono (para que a colnia suporte o inverno em melhores condies) e durante a primavera (fortalecida, a famlia poder aproveitar melhor a florada). Naturalmente, duas famlias no podem ser unidas diretamente. Ambas as rainhas entrariam em luta mortal at que uma delas fosse vencida e as abelhas de famlias diferentes no se aceitariam pela diferena de cheiro das colnias. Da a necessidade de adoo de prticas de manejo. Mtodo do jornal - o mtodo mais simples de unio de famlias conhecido como mtodo do jornal. Mas ele s deve ser aplicado em colmias que estejam instaladas em locais distantes entre si. Estes cuidados so necessrios, devido memria geogrfica das abelhas, explicada no item " Orientao das Abelhas". O trabalho simples. Antes de mais nada, voc dever Ter a mo duas folhas de jornal besuntadas de mel. Agora, identifique e remova a pior rainha das duas famlias. Normalmente, aquela que apresenta menor postura de ovos e favos com menor nmero de crias. Feche a colmia, que ser transportada, mais tarde, para ser unida outra famlia. Remova o teto da colmia menos fraca e coloque, em seu lugar , as duas folhas de jornal besuntadas com mel. Em seguida, remova o assoalho da colmia mais fraca, faa um pouco de fumaa para agrupar as abelhas e aguarde de 3 a 5 minutos. Pronto! A colmia mais fraca j pode ser removida e instalada, sem o assoalho, naturalmente, sobre a colmia mais forte. Agora, ambas as famlias, preocupadas em comer o mel, acabam roendo o jornal. Quando terminarem o trabalho, as duas famlias se aceitaro e passaro a trabalhar unidas. Depois de cinco dias, o arremate da operao : rena as abelhas numa nica caixa, com os melhores favos. Mtodo de unio direta- Quando as duas famlias que se pretende unir esto prximas, o mtodo do jornal no serve, pois as abelhas campeiras da famlia que for removida para ser unida mais forte acabaro retornando ao ponto original onde se encontrava instalada a colmia em razo de sua memria geogrfica. Assim, para unir duas famlias prximas, aplica-se o processo de unio direta. Para este processo, voc vai precisar do seguinte material: fumegador, uma terceira caixa, limpa e sem quadros, borrifador com xarope de acar ou mel e hortel ou erva- cidreira, espanador de abelhas e quadros com cera alveolada. O procedimento o seguinte: remova a rainha da famlia mais fraca e instale a terceira caixa, limpa e sem quadros, entre as duas colmias. Pulverize o interior das duas caixas povoadas com a soluo de xarope de mel ou ervacidreira. Borrife os favos e as abelhas.

Faa fumaa sobre ambas As caixas, para acalmar e agrupar as abelhas. Faa, com rapidez e cuidado, a passagem dos quadros das colmias povoadas, alternadamente , um por vez. Os favos com crias devem ser colocados no centro da nova caixa, e os quadros com mel e plen (caso existam) devem ser instalados nas extremidades da caixa. Substitua os quadros defeituosos, pretos ou contaminados com traas por cera alveolada. Use o espanador para varrer as abelhas que ficaram nas caixas para a nova colmia. Borrife as abelhas e favos da nova caixa com a mistura do xarope de mel e hortel ou erva - cidreira e tampe a caixa. Com o odor e a umidade do xarope , as abelhas se misturam e lambem-se.

Multiplicao artificial das abelhas

Como se viu no item "ORIENTAO DAS ABELHAS", as campeiras so dotadas de uma memria geogrfica, razo pela qual sempre retornam ao ponto de onde saram, orientadas pela posio do sol. Baseando - se neste principio, podemos promover a diviso artificial de uma ou mais famlias, para ampliar o apirio. Este trabalho, no entanto, s deve ser feito nos perodos de maior florada e de boas condies climticas (ausncia de chuvas contnuas e nos perodos de calor). Naturalmente, a famlia que se pretende dividir deve ser populosa, forte, possuir um bom nmero de crias e, de preferncia, propensa a enxamear. Para dividir a famlia, proceda da seguinte forma: transporte a colmia populosa para novo ponto, distante pelo menos cinco metros do local original. Instale, no local original onde estava a colmia populosa, uma nova caixa. Transfira da colmia populosa para a nova caixa todos os quadros com cria nova ( alveolos no operculados) e ovos, um ou dois favos com cria madura ( alveolos operculados) e metade dos favos com mel. Complete com quadros contendo cera alveolada, e transfira algumas abelhas nutrizes da colmia populosa para a nova. Existindo quadros com realeiras, transfira -os para a nova caixa. Isto vai auxiliar o desenvolvimento da nova famlia. Feita a diviso, na caixa forte, que foi transferida de lugar, ficaro a rainha as abelhas novas 9 nutrizes, faxineiras e engenheiras), os quadros com cria madura e quadros com mel. Completando a caixa, coloque os quadros contendo cera alveolada. A nova colmia receber todas as abelhas campeiras que, com a ajuda das nutrizes, vo criar nova rainha, aproveitando a existncia de realeiras ou, na falta destas , das larvas e ovos. H diversos outros mtodos de diviso de famlias, mas todos eles se baseiam neste mesmo sistema. O processo descrito aqui o mais empregado, por ser o