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Construção do Congresso Nacional, em Brasília, principal obra de Juscelino Kubistchek Centro de Artes Chaminé, ant iga estação de tratamento de esgoto da capital História – República Populista (1946–1964) pg. 02 História – A Idade Moderna pg. 04 Geografia – Comércio e investimento no Mercosul pg. 06 Geografia – As coordenadas geográficas pg. 08 Literatura – Romantismo III – Prosa 1 pg. 10

Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

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Construção do Congres

so Nacional, em

Brasília, principal obra

de Juscelino

Kubistchek

Centro de Artes Chaminé, antiga estaçãode tratamento de esgoto da capital

•• História – República Populista(1946–1964) pg. 02

•• História – A Idade Modernapg. 04•• Geografia – Comércio e

investimento no Mercosulpg. 06•• Geografia – As coordenadas

geográficas pg. 08•• Literatura – Romantismo III –

Prosa 1 pg. 10

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República Populista (1946–1964)

1. POPULISMO

Fenômeno político que marcou vários paíseslatino-americanos no pós-Segunda GuerraMundial. Está ligado ao controle das massastrabalhadoras, buscando acalento às aspiraçõessociais.

2. PRINCIPAIS PARTIDOS

• Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)• Partido Social Democrata (PSD)• União Democrática Nacional (UDN)

3. SUCESSÃO PRESIDENCIAL DE 1945

Apoiado por Getúlio Vargas, o candidato dacoligação PTB-PSD, o general Eurico GasparDutra, derrotou os outros candidatos: o brigadeiroEduardo Gomes (UDN) e Yedo Fiúza (PCB).Gaspar Dutra foi eleito com cerca de 55% dosvotos.

4. CONSTITUIÇÃO DE 1946 – Redemocratizadora

• Manteve a República e o presidencialismo.• Estabelecia 5 anos de mandato para o

presidente da República e seu vice.• Conservava a autonomia e a independência

dos Poderes.• Instituiu o voto direto e secreto para ambos os

sexos maiores de 18 anos, exceto os analfabe-tos, soldados e cabos.

• Deu autonomia política e administrativa aosestados e municípios.

• Garantia a liberdade de pensamento e deopinião.

• Assegurava o direito de greve e livre associa-ção sindical.

5. GOVERNOS POPULISTAS

Eurico Gaspar Dutra (1946–1951)

• Foi eleito pela coligação PTB-PSD.• Coincidiu com o início de uma guerra

ideológica denominada Guerra Fria,envolvendo de um lado os Estados Unidos(defensor do Capitalismo) contra a UniãoSoviética (defensora do Socialismo). NoBrasil, a Guerra Fria, assinala os seguintesacontecimentos:– Apoio do governo brasileiro ao governo

norte-americano.– Cassação de relações diplomáticas com

países socialistas.– Extinção do Partido Comunista Brasileiro

(PCB) em 1947.– Cassação de mandatos dos deputados que

pertenciam ao Partido Comunista Brasileiro(PCB).

• Gastos do Tesouro Nacional na compra deimportados supérfluos ou sem nenhumanecessidade para o País. Cerca de 800milhões de dólares deixados por GetúlioVargas eram “torrados” pelo governo Dutra.

• Elaboração do Plano SALTE. Realizarinvestimentos na área da saúde, alimentação,transporte e energia.

Getúlio Vargas (1951–1954)

• Eleição – Foi eleito pela coligação PTB(Partido Trabalhista Brasileiro) / PSP (PartidoSocial Progressista). Vargas mais uma vezderrotava seus opositores políticos comfacilidade.

• Nacionalismo econômico – O presidenteVargas iria permitir o capital estrangeiro noBrasil, mas não admitia a desnacionalizaçãoda economia.

• BNDE – Criação do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico em 1952. Era oprograma de investimentos do governo.

• Campanha “O Petróleo é Nosso” – Slogandefendido pelo governo que não admitiaempresas estrangeiras explorando o petróleobrasileiro. O resultado foi favorável aos nacio-nalistas. Estava criada a Petrobras, empresaestatal responsável pela extração e pelo refinodo petróleo brasileiro.

• Petrobras – Depois de muito atrito entre ogoverno e as forças conservadoras apoiadaspelo capital estrangeiro, a empresa foi criadacom capital misto, mas o Estado possuía amaioria das ações, sendo sócio majoritário.

• Projeto de remessa de lucros – Visavaproibir as excessivas remessas de lucros dasempresas estrangeiras instaladas aqui noBrasil para sua matriz no exterior. Este projetofoi vetado pelo Congresso Nacional, pois apressão dos grupos internacionais foi forte.

• Política trabalhista – Vargas autoriza umaumento de 100% no salário mínimo. Era aproposta do ministro do Trabalho JoãoGoulart, que, futuramente (1961), ocuparia ocargo de vice-presidente. Aumentar o saláriomínimo causou uma enorme revolta entre osempresários: eles se posicionaram contráriosa essa medida do governo.

• Crime da Rua Toneleros – No dia 5 de agostode 1954, houve a tentativa de assassinato aopolítico e jornalista Carlos Lacerda, queculminou com a morte do major da AeronáuticaRubens Florentino Vaz. A Aeronáutica instalainquérito, e o resultado não agradou aogoverno. A Aeronáutica pressiona, exigindo arenúncia de Getúlio Vargas. O Presidenteresponde que não deixa o governo: “Se vêmpara me depor, encontrarão meu cadáver”.

• Suicídio de Vargas – No dia 24 de agosto de1954, Getúlio desfechou um tiro no coração.Cumpria a promessa de só deixar o paláciomorto. Morria um dos mais controvertidospersonagens da História do Brasil. Deixouuma carta-testamento acusando as forçasconservadoras (a UDN e o capital estrangeiro)de serem os grandes responsáveis por essaatitude. As “aves de rapina” (assim Getúlio sereferia aos sanguessugas que só pensavamem fazer o jogo do capital estrangeiro).“...Serenamente dou o primeiro passo nocaminho da eternidade e saio da vida paraentrar na História”.

• Sucessão presidencial – Após a morte deGetúlio Vargas, quem assumiu o governo foi ovice-presidente Café Filho.

Juscelino Kubitscheck (1956–1961)

• Eleição – Foi eleito pela coligação PSD-PTB.João Goulart, que fora ministro do Trabalhono governo Getúlio Vargas e grande líderpopulista, apresentava-se pelo PTB para ser ovice-presidente.

• Nacional desenvolvimentista – Seus 5 anosde governo alicerçavam-se no nacionaldesenvolvimentista, embora nunca tenhaocorrido tal desenvolvimento, pois apesar dogrande crescimento, não houve melhorias naqualidade de vida da população brasileira.

• Crescimento econômico – No qüinqüênio JK,houve grande crescimento econômico. Paraalcançá-lo, foi permitida uma enorme entradade capital estrangeiro a fim de continuar aalavanca, que Getúlio Vargas iniciou nos anosde 1930, do desenvolvimento industrialbrasileiro. O crescimento industrial ocorreu naprodução de bens duráveis e de consumo.

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A Universidade do Estado do Amazonasrecebe, neste primeiro semestre, mais 241novos alunos, que ingressaram na UEA viaSaes, Sistema de Avaliação para Acesso aoEnsino Superior. Trata-se de uma outraforma de ingresso na UEA que, ao contráriodo vestibular – destinado a alunos finalistas– começa no 1.° ano do Ensino Médio. Pelo critério de seleção, o candidato ésubmetido ao final do 1.°, 2.° e 3.° anos aprovas de acompanhamento. No fim desteúltimo ano, conforme pontuação obtida, oaluno é classificado para o curso pretendido.Se você estiver interessado, prepare-se paraenfrentar uma concorrência acirrada. Em 2006, por exemplo, o curso deProcessamento de Dados na capitalregistrou a maior taxa de concorrênciaentre os candidatos da Terceira Série.Segundo a Comissão Permanente deConcursos (Copec), foram 207 candidatospara 18 vagas, uma taxa de 11,50 alunospor vaga. Já o curso de Engenhariarecebeu o maior número de inscrições, 609para a capital e 246 para o interior, porém ataxa de concorrência foi a segunda maior:4,95 na capital e 4,73 no interior. Todos os anos, a UEA abre inscrições paraa primeira etapa do concurso e renovaçõesde inscrições para a segunda e a terceiraetapa. Anualmente, são destinados 50% dototal de vagas dos cursos oferecidos pelaEscola Superior de Tecnologia da UEA parao SAES, das quais 35% são reservados acandidatos residentes em Manaus e 15% acandidatos residentes nos municípios dointerior.No último ano, foram disponibilizadasvagas para alunos finalistas do EnsinoMédio nos cursos de Engenharia,Tecnologia em Processamento de Dados,Tecnologia em Manutenção Mecânica eTecnologia em Eletrônica.Provas – As provas de acompanhamento I,II e III foram realizadas em dezembro, com60 questões de múltipla escolha de oitodisciplinas (Biologia, Física, Geografia,História, Língua Estrangeira, Língua Portu-guesa, Matemática e Química). De acordocom a Comissão Permanente de Concursos(Copec), responsável pela realização doconcurso, as notas das provas da 1.a e 2.a

séries serão divulgadas até março de 2007.Vale lembrar que a participação na terceiraetapa do Saes não inviabiliza a inscriçãono vestibular. Ao contrário: a preparaçãopara as provas do Saes desde o 1.° anocapacita ainda mais o candidato para ovestibular. Basta ficar ligado nos prazos deinscrição. Mais informações na Escola Superior deTecnologia da UEA, (92) 3236-5573, ou naComissão Permanente de Concursos(Copec), (92) 3633-4126.

UEA recebe novosalunos ingressospelo Saes

HistóriaProfessor DILTON Lima

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• Plano de metas – A meta era crescer “50 anosem 5”. Para realizar tal crescimento econômico,o governo executou seu programa de governo,conhecido como Plano de Metas – consistia emimplementar medidas em 5 setores: transporte,energia, indústria, alimentação e educação.

• Alianças com os setores das ForçasArmadas – As Forças Armadas passaram aocupar lugar de destaque nas decisões doEstado. Comprou-se para a Marinha umporta-aviões que pertencia à Inglaterra.

• Confrontos – O governo debelou as revoltasde Jacareacanga e Aragarças no Pará. O jeitomineiro de governar evitava confrontos diretoscom os grupos de direita. Concedeu anistiaaos envolvidos nos confrontos com o governo.

• Construção de Brasília – Inaugurada no dia21 de abril de 1960, a terceira capital do Brasilfoi obra do arquiteto Oscar Niemeyer e dourbanista Lúcio Costa. Os trabalhadoresresponsáveis pela construção de Brasília erammajoritariamente nordestinos, chamados de“candangos”. Depois da cidade inaugurada,esses trabalhadores ficaram em zonasperiféricas, vivendo em condições miseráveis.

• Grupos de trabalho:– Grupo Executivo da Indústria Automobilística

(GEIA).– Grupo Executivo da Indústria de Construção

Naval (GEICON).• Criação da Superintendência do

Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) –Tinha por meta tratar dos problemas daRegião Nordeste para solucioná-los. Naprática, os resultados não foram satisfatórios.

Jânio Quadros (1961) – Corpo Estranho

• Eleição – Foi eleito pelo Partido DemocrataCristão (PDC), sem nenhuma expressãopolítica nacional. Jânio recebeu apoio daUDN, que via nele o caminho para chegar aopoder. A vitória de Jânio Quadros significava avitória de um candidato fora do esquemadominante. Tinha como símbolo uma“vassoura”: pretendia varrer toda a corrupçãodo País.

• Derrota do PTB-PSD – Jânio Quadrosderrotara o canditado Henrique Lott, pelacoligação PTB-PSD, nas eleições de 1960.Pela primeira vez, desde 1946, esta coligaçãoperdia uma eleição presidencial. Mas não foiuma derrota total, já que o vice-presidente erado PTB.

• Vice-presidência – O vice-presidente maisuma vez era João Goulart, pelo PTB. A LeiEleitoral dessa época permitia que se votasseem candidatos a presidente e a vice-presidenteem chapas diferentes.

• Política externa – Apoiado em grupos naciona-listas desenvolvimentistas, Jânio Quadrosadotou uma política externa independente.

• Relações diplomáticas – O contexto interna-cional reatou relações diplomáticas com ospaíses socialistas, especialmente com a UniãoSoviética, a China e a nascente Cuba socialista.Considerando que o momento era de GuerraFria, a aproximação com esses paísessocialistas era uma agressão aos EstadosUnidos. A UDN rompeu com o governo JânioQuadros, passando a defender o combate àesquerda (socialismo/comunismo).

• Condecoração – O guerrilheiro que lutou naRevolução Cubana, Ernesto “Che” Guevara,foi agraciado pelo presidente Jânio Quadroscom a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul.

• Atitudes débeis – Proibição à briga de galose ao uso de biquínis nas praias.

• Golpe frustrado – Na tentativa de dar umgolpe, Jânio Quadros renuncia em agosto de1961. A intenção era que seus ministrosmilitares e o Congresso Nacional não

aceitassem a renúncia, a fim de que elepudesse instituir um governo forte (ditatorial).A renúncia foi aceita pelos ministros militarese pelo Congresso Nacional, frustrando, assim,o plano de golpe do presidente.

• Renúncia – O presidente Jânio Quadrosrenuncia no dia 25 de agosto de 1961,alegando que certas forças ocultas e terríveistinham-se levantado contra seu governo. Naverdade, ele nunca explicou que “forças”seriam essas. Alguns trechos de sua carta-renúncia: “...sinto-me, porém, esmagado.Forças terríveis levantaram-se contra mim eme intrigam ou difamam, até com a desculpade colaboração...”

Observação – Com a renúncia de JânioQuadros, as Forças Armadas, os gruposconservadores e a UDN tentaram impedir aposse do vice-presidente João Goulart, que seencontrava em missão oficial na RepúblicaPopular da China. A Rede da Legalidade,comandada por Leonel Brizola, incentivava aresistência popular e irradiava inflamadosdiscursos a favor da posse de João Goulart(Jango). A solução para o impasse foi a adoçãodo Parlamentarismo no Brasil.

João Goulart (1961-1964)

• Posse: João Goulart tomou posse no dia 7 desetembro de 1961. Logo que assumiu, Goulartnão tinha o poder das decisões, pois essafunção cabia ao Primeiro-Ministro TancredoNeves, Chefe de Governo). Jango era Chefe deEstado. Pela primeira vez na República, o Brasilconheceu esse sistema de governo. TancredoNeves, Brochado da Rocha e Hermes Limaforam respectivamente os chefes de governoneste período, que começou em 1961 eterminou dois anos mais tarde, em 1963.

• Plebiscito: a emenda que criava o sistemaparlamentarista previa uma consulta popular(plebiscito) para referendar o parlamentarismo.A habilidade política de João Goulart realizoueste plebiscito. No dia 6 de janeiro de 1963,cerca de 10 milhões de votos disseram NÃOao parlamentarismo. Estava de volta oPresidencialismo, sistema em que o presidenteda República passava a ser Chefe de Estado eChefe de Governo, o principal responsávelpelas decisões políticas do país.

• Programa de governo: para os três anos queainda faltavam para findar seu governo, oministro do Planejamento, Celso Furtado,apresentou o Plano Trienal deDesenvolvimento Econômico e Social, umprograma que visava:– distribuir melhor as riquezas nacionais;– atacar os latifúndios improdutivos;– garantir o crescimento da economia e

combater à inflação.• Executar um programa de reformas que ficou

conhecido como Reformas de Base. Ogoverno pretendia fazer mudanças naestrutura agrária (reforma agrária), tributária,fiscal, educacional e na remessa de lucros.

Observação – Já em meados de 1963, a UDNdefendia uma intervenção norte-americana edas Forças Armadas brasileiras para impedir oque eles chamavam de “avanço comunista” deJango. No início de 1964, os governadoresAdemar de Barros (São Paulo), Carlos Lacerda(Guanabara) e Magalhães Pinto (Minas Gerais)conspiravam com a ala antijanguista. O golpeestava preparado. No dia 31 de março, osgenerais Luís Carlos Guedes e Olímpio MourãoFilho, com o apoio do governador MagalhãesPinto, sublevaram Minas Gerais e logo contaramcom o apoio militar de outros estados. Opresidente João Goulart abandonou Brasília efoi para o Rio Grande do Sul, de onde partiu,exilando-se no Uruguai.

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DesafioHistórico

01. (UFPE) A renúncia de Jânio Quadroscausou transtornos políticos queabalaram o Congresso Nacional. Asolução encontrada, para a posse deJoão Goulart na Presidência, em 1961:a) conseguiu harmonizar os interesses e

afastar as dificuldades políticas, comTancredo Neves, político da UDN, comoprimeiro-ministro;

b) não teve a participação de militares; mas,apenas, do partido político mais forte, aUDN, sob a liderança de Tancredo Neves;

c) não conseguiu desfazer as tensõespolíticas por inteiro, sobretudo a insatisfa-ção de grupos da burguesia e de militaresque temiam as propostas defendidas porJango;

d) não teve a participação das forças deesquerda, em razão das relações que onovo presidente tinha com o varguismo;

e) teve amplo apoio dos militares maisexpressivos politicamente e dos partidospolíticos de ideologia liberal, como a UDNe o PSD.

02. (FGV) “O sucesso da política econômicade Kubitschek foi o resultado direto deseu sucesso no sentido de manter aestabilidade política. (...) O segredoresidia na marcante habilidade deKubitschek em encontrar alguma coisapara cada um, enquanto evitavaqualquer conflito direto com seusinimigos. Este estilo político não envolviamudanças fundamentais. Pelo contrário,Kubitschek utilizava-se do própriosistema a fim de ganhar apoio”.(Thomas Skidmore – “Brasil: de Getúlio aCastelo”. p. 207).A política econômica referida no texto é:a) o Plano Cruzado, que tinha por objetivo

combater a inflação;b) o Plano SALTE, cujas propriedades eram

saúde, alimentação, transporte e energia;c) o Plano de Reformas de Base, que tinha

por prioridade a redistribuição de renda;d) o Plano de Metas, que consagrava a

política nacional-desenvolvimentista;e) o Plano Trienal, que previa reformas

econômicas estruturais.

03. (PUCRS) O Plano SALTE (Saúde,Alimentação, Transporte e Energia) foiuma tentativa de planificação estatal daeconomia no governo Dutra. Pode-seafirmar que um dos fatores quecondicionaram o relativo fracasso doplano foi a política econômicainicialmente adotada por aquelegoverno, a qual determinoua) a elevação drástica das taxas inflacio-

nárias, devido aos aumentos reaisconcedidos ao salário mínimo;

b) uma forte recessão, devido aos termosortodoxos do acordo então firmado com oFMI;

c) graves dificuldades no setor exportador,devido à elevação de taxas protecionistascondenadas formalmente pelo GATT;

d) falhas no abastecimento interno deinsumos industriais, devido ao cancela-mento unilateral de acordos comerciaiscom os Estados Unidos;

e) o esgotamento das divisas internacionaisdo País, devido à abertura então praticadano setor das importações.

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A Idade Moderna

1. AS GRANDES NAVEGAÇÕES

Renascer da atividade comercial – No fim daIdade Média, houve um renascer da atividadecomercial na Europa, provocando inúmerastransformações, tais como o surgimento daburguesia, o crescimento das cidades, oestabelecimento de novas rotas comerciais, etc.A atividade econômica expandiu ainda mais coma conquista do monopólio do mar Mediterrâneopelas cidades italianas, o comércio dessascidades com a Liga Hanseática (norte daEuropa), a acumulação de capitais, o apoio dadopelos monarcas às atividades comerciais e aprocura de metais e de produtos orientais.Caminho para as Índias – Contudo o maiorimpulso ao comércio foi a procura do caminhopara as Índias, região produtora dos produtosde luxo e das especiarias, resultando nomovimento chamado Grandes Navegações que,por sua vez, provocou também as conquistas deterras até então desconhecidas pelos europeuse a formação de impérios coloniais.

2. O RENASCIMENTO

O termo “renascença”, empregado em sentidoprofano pela primeira vez no século XVI, tinha osignificado de renascimento da cultura greco-latina. Período de trevas – A Idade Média, para osrenascentistas, havia sido um período de trevasem que a ciência e a arte desapareceram, masque finalmente renascia num novo momento degrandes realizações.Raízes – As raízes do Renascimento encontram-se na Baixa Idade Média, momento histórico emque o mundo medieval desagregou-se, dandoorigem ao mundo moderno capitalista.

Renascimento na Itália

A Itália foi o “berço” do Renascimento, devido aoflorescimento de cidades como Veneza, Gênova,Florença, Roma e outras que enriqueceram como desenvolvimento do comércio no Mediterrâneo.O crescimento econômico das cidades italianasdeu origem a uma rica burguesia mercantil que,em seu processo de afirmação social, procuravaser o centro da nova sociedade e transformava-se em “mecena”, protetora da arte.Características:Como características principais do renascimentoitaliano, podemos destacar:• Racionalismo – A razão é o único caminho

para se chegar ao conhecimento.• Experimentalismo – Todo o conhecimento

deverá ser demonstrado racionalmente.• Antropocentrismo – Colocava o homem

como a suprema criação de Deus e como ocentro do universo.

• Humanismo – Glorificação do homem e danatureza humana, em contraposição ao divinoe ao sobrenatural.

Autores e obras:Os principais autores e as principais obrasliterárias do século XIV foram:• Francesco Petrarca – O Cancioneiro, livro de

poesias líricas.• Dante Alighieri – A divina Comédia, exalta a

idéia do livre arbítrio.

• Giovanni Boccaccio – O Decameron, umacrítica severa aos membros da Igreja.

Nos séculos XV, XVI e no início do XVII, surgiramos grandes gênios da literatura renascentista,dentre os quais podemos citar:• Maquiavel – Autor, entre outras, de O

Príncipe, no qual defende e justifica osgovernos absolutos.

• Shakespeare – Dentre sua vasta obra, citamos:Hamlet, Macbeth, Otelo e Romeu e Julieta.

• Erasmo de Rotterdam – Sua expressãomaior foi o Elogio da Loucura.

• Tomas Morus – Sua Utopia critica a expulsãodos camponeses de suas terras pelo Estadoinglês.

• Miguel de Cervantes – Dom Quixote, umromance em prosa satírica.

• Luís de Camões – Os Lusíadas, grandepoema épico para exaltar o povo português.

Renascimento nas artes plásticasBurgueses, príncipes e papas, isto é, osgrandes mecenas, buscavam ampliar seuprestígio por meio da grandiosidade das artes, eo desejo de se eternizarem numa pintura ouescultura provocou uma verdadeira corrida paracontratar artistas como Leonardo Da Vinci,Michelangelo, Ticiano e Rafael Sanzio, citandoapenas artistas italianos.

Renascimento e Ciência O período do Renascimento foi um momentohistórico particularmente importante pelasdescobertas científicas, notadamente noscampos da Astronomia, Física, Medicina,Matemática, Geografia e das ciências danavegação.

3. A REFORMA E A CONTRA-REFORMA

Reforma ProtestanteFoi um movimento religioso, econômico epolítico de contestação à Igreja Católica, queresultou na fragmentação da unidade cristã e naorigem do protestantismo.Motivação alemã – No início do século XVI, aAlemanha era a região européia mais propensaa um rompimento definitivo com a Igreja. Entreos alemães, as motivações econômicas, sociaise políticas que os afastavam da Igreja Católicaeram mais fortes do que em qualquer outropovo da Europa.Avidez material da Igreja – Expressa-se navenda de indulgências, na exploração servil dostrabalhadores em suas terras e na cobrança deimpostos. As imoralidades e a corrupção doclero afetavam o espírito religioso do povo, que,preocupado com a salvação da alma, não podiaacreditar que uma Igreja desmoralizada fossecapaz de salvar os fiéis do inferno.Coragem de Lutero – Martim Lutero, alemão,monge agostiniano e professor na Universidadede Wittenberg, iniciou sua luta reformista em1517, quando fixou, na porta da catedraldaquela cidade, as suas 95 teses, nas quaisdenunciava os abusos do clero e condenava avenda de indulgências. Por esse motivo, Luterofoi excomungado e convocado a comparecer auma Assembléia de príncipes para ser julgadopor heresia. Absolvição – Lutero rasgou publicamente acarta de excomungação e foi absolvido pelospríncipes, que apoiavam suas idéias, notada-mente as que defendiam a tomada das terras daIgreja pela nobreza. O monge foi responsávelpela primeira tradução da Bíblia para o alemão.Lutas armadas – No processo de propagaçãodas idéias luteranas, na Alemanha, ocorreramalgumas lutas armadas significativas, como a

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DesafioHistórico

HistóriaProfessor Francisco MELO de Souza

01. (Unesp) O início da Época Modernaestá ligado a um processo geral detransformações humanística, artística,cultural e política. A concentração dopoder promoveu um tipo de Estado.Para alguns pensadores da época, queprocuraram fundamentar o Absolutismo:

a) a função do Estado é agir de acordo com

a vontade da maioria;

b) a História se explica pelo valor da raça de

um povo;

c) a fidelidade ao poder absoluto reside na

separação dos três poderes;

d) o rei reina por vontade de Deus, sendo

assim considerado o seu representante

na Terra;

e) a soberania máxima reside no próprio

povo.

02. (Unitau) Dentre os itens constantesdesta questão, um deles não faz partedos acontecimentos importantes queassinalam a chegada da IdadeModerna.O item é:a) o Humanismo e o Renascimento;

b) os grandes descobrimentos e a

expansão geográfica;

c) formação do Estado nacional;

d) a Reforma e a Contra-Reforma;

e) a Revolução Francesa.

03. (Fuvest) Com relação às artes e àsletras de seu tempo, os humanistas dosséculos XV e XVI afirmavam:

a) que a literatura e as artes plásticas

passavam por um período de floresci-

mento, dando continuidade ao período

medieval;

b) que a literatura e as artes plásticas, em

profunda decadência no período anterior,

renasciam com o esplendor da Antigui-

dade;

c) que as letras continuavam as tradições

medievais, enquanto a arquitetura, a

pintura e a escultura rompiam com os

velhos estilos;

d) que as artes plásticas continuavam as

tradições medievais, enquanto a literatura

criava novos estilos;

e) que o alto nível das artes e das letras do

período nada tinha a ver com a Antigui-

dade nem com o período medieval.

Page 5: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

Revolta da Pequena Nobreza (1522–1523) e aRevolta dos Camponeses (1524–1525).

A Contra-Reforma:

Era necessário combater a propagação doprotestantismo e reafirmar os dogmas católicos,negados pelos protestantes. Por isso, tornou-seurgente a reformulação moral, política eeconômica da Igreja Católica.Para o sucesso da Contra-Reforma, muito contri-buíram as ações de alguns papas reformistas,como Paulo III; o apoio dado à Igreja poralgumas ordens religiosas, como a Companhiade Jesus e o Tribunal do Santo Ofício.O papa Paulo III foi o organizador do Concílio deTrento, onde foi reafirmada a doutrina católica.Dentre as principais medidas, podemosdestacar: a proibição da venda de indulgências,a organização do Índex dos Livros Proibidos, etc.

4. O ABSOLUTISMO

O Absolutismo é o regime político que secaracteriza pela suprema autoridade do Estadoe pela excessiva concentração de poderes nasmãos do rei. Esse regime predominou namaioria dos países europeus entre os séculosXVI e XVIII. As ações do rei não sofrem nenhumcontrole e, na prática, a autoridade real éilimitada. O rei é o juiz supremo e tem direito deimpor sua vontade a toda a população do reino.Foi de fundamental importância para a concen-tração do poder real a aliança entre o rei e aburguesia, que já vinha ocorrendo desde aBaixa Idade Média.Essa aliança foi fundamental para a centraliza-ção política na medida em que, apoiados nocapital da burguesia, os reis puderam formarexércitos mercenários para combater osexércitos particulares da nobreza, fortalecendo,assim, seu poder pessoal.No Estado absolutista, a sociedade estavaorganizada em três ordens sociais ou estados:• Primeiro Estado – Composto pelo clero.• Segundo Estado – Composto pela nobreza.• Terceiro Estado – Composto pela burguesia

e pelo povo em geral.Os reis controlavam a nobreza e a burguesiacom a finalidade de manter definitivamenteassegurada a concentração de poderes emsuas mãos, mantendo o equilíbrio de forçasentre as duas ordens sociais. Por sua vez, osreis reservavam para a nobreza as funçõesadministrativas, os comandos militares, aspensões, etc., garantindo-lhes uma vidafaustosa sob a proteção real. Além disso, na suaconstante luta contra a burguesia, a nobrezaprecisava do apoio e dos favores reais paramanter seu status.

Os teóricos do Absolutismo

No plano teórico, o Absolutismo foi defendido ejustificado por alguns pensadores e políticos,entre os quais destacamos:• Jean Bodin – Defendia a idéia de que a

autoridade do rei vem de Deus, e que aobrigação do povo é obedecer a elapassivamente.

• Jacques Bossuet – Foi um dos defensoresda teoria do direito divino dos reis. Afirmavaque não podia haver público sem a vontadede Deus; todo governo, seja qual for suaorigem, justo ou injusto, pacífico ou violento,é legítimo; revoltar-se contra o governo écometer um sacrilégio.

• Hugo Grotius – Não se interessava com aforma como Estado nasceu, se por imposiçãoou pela vontade do povo. O importante eraque, depois de criado o governo, todos os

indivíduos, sem exceção, tinham de obedecer-lhe cegamente.

• Maquiavel – Em O Príncipe, defendia a centra-lização política e o absolutismo para consolida-ção do Estado moderno.

• Thomas Hobbes – Defendia a tese de que oEstado nasce de um contrato, por meio doqual o povo abre mão dos seus direitosnaturais e cede plenos poderes a umsoberano.

O absolutismo na França

Na segunda metade do século XVI, na França,houve conflitos religiosos entre católicos ecalvinistas. Desses conflitos religiosos, emergiuvitoriosa a família dos Bourbon, que assumiu opoder em 1589, tendo Henrique IV como rei, e oduque de Sully foi posto no cargo de ministrodas finanças.Após a morte de Henrique IV, seu filho Luís XIIIassumiu o poder. No seu reinado, Luis XIIInomeou o Cardeal Richelieu como ministro dasfinanças, o qual procurou consolidar o poder domonarca e transformar a França na potênciahegemônica da Europa.O maior de todos os reis absolutistas na Europafoi Luis XIV. Encarnando a suprema autoridadedo reino, Luís XIV submeteu completamente anobreza, transformando-a em instrumento debajulação do rei e sua serviçal. Colbert foi oministro das finanças que estimulou odesenvolvimento das manufaturas francesas.

O absolutismo na Inglaterra

Os iniciadores do absolutismo inglês foram osTudor, que assumiram o trono com o fim da“Guerra das Duas Rosas”. Henrique VIIIaumentou o poder do Estado, principalmentedevido à Reforma anglicana.Com Elizabeth I, o absolutismo inglês atingiusua máxima expressão. Houve também umgrande crescimento econômico em função dodesenvolvimento do comércio marítimo, daindústria de mineração e do comércio de lã.

Exercicíos

01. (Faap) Principalmente a partir do século XVI,vários autores passam a desenvolver teorias,justificando o poder real. São os legistas que,através de doutrinas leigas ou religiosas,tentam legalizar o Absolutismo. Um deles éMaquiavel: afirma que a obrigação supremado governante é manter o poder e asegurança do país que governa. Para isso,deve usar de todos os meios disponíveis,pois que “os fins justificam os meios.”Professou suas idéias na famosa obra:a) “Leviatã”b) “Do Direito da Paz e da Guerra”c) “República”d) “O Príncipe”e) “Política Segundo as Sagradas Escrituras”

02. (Fuvest) Com relação à arte medieval,o Renascimento destaca-se pelasseguintes características:

a) A perspectiva geométrica e a pintura aóleo.

b) As vidas de santos e o afresco.c) A representação do nu e as iluminuras.d) As alegorias mitológicas e o mosaico.e) O retrato e o estilo romântico na

arquitetura.

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DesafioHistórico

01. (Unitau) Durante o Renascimento,houve um notável desenvolvimento daprodução literária, além das artesplásticas. Indique a alternativa em queobra e autor estão corretos:

a) O Príncipe – Shakespeare

b) Dom Quixote – Miguel de Cervantes

c) Os Lusíadas – Erasmo de Rotterdan

d) Hamlet – Dante Alighieri

e) Utopia – François Rabelais

02. (Puccamp) O Calvinismo foi:

a) a doutrina que sintetizou as idéias dos

reformadores que a antecederam,

formulando o campo protestante em

torno dos princípios do cesaropapismo e

culto dos santos;

b) apenas um prolongamento das idéias

preconizadas por Lutero, que admitia que

o Príncipe, além de exercer poder civil

absoluto, devia vigiar e governar, por

direito divino, a Igreja cristã;

c) um movimento originário na Suíça, como

resultado de convulsões sociais locais,

que revelavam uma manifestação de

rebeldia contra as taxas cobradas pela

Igreja e sobre a liberação da prática do

divórcio;

d) o resultado das preocupações pessoais

de Ulriko Zwinglio e dos problemas

relacionados com o celibato clerical;

e) a mais extremada seita protestante em

relação ao Catolicismo e a mais próxima

das questões levantadas, em termos

éticos, pelo rápido desenvolvimento do

capital comercial e financeiro.

03. (Unirio) Dentre os fatores quecontribuíram para a eclosão domovimento reformista protestante, noinício do século XVI, destacamos o(s):

a) declínio do nacionalismo no processo de

formação dos estados modernos;

b) embate entre o progresso do capitalismo

comercial e as teorias religiosas

católicas;

c) fim do comércio de indulgências

patrocinado pela Igreja Católica;

d) encerramento da liberdade de crítica

provocado pelo Renascimento Cultural;

e) abusos cometidos pela Companhia de

Jesus e pela ação política do Concílio de

Trento.

Page 6: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

Comércio e investimentos no Mercosul

O Mercosul nasceu da conjugação decircunstâncias políticas e econômicas queconduziram à aproximação geopolítica entre oBrasil e a Argentina. Essa aproximaçãorepresentou uma ruptura com a tradição derivalidade que caracterizou quase toda a históriadas relações entre os vizinhos da Bacia Platina.A condição prévia para a cooperação diplomá-tica entre o Brasil e a Argentina foi a redemocrati-zação dos dois países, que ocorreu durante adécada de 1980. Depois do fim dos regimesmilitares nos dois países, o encontro dospresidentes José Sarney e Raul Alfonsín emnovembro de 1985, em Foz do Iguaçu, deflagrouuma dinâmica de aproximação e cooperação. AAta de Iguaçu, uma declaração conjuntaemanada do evento, assinalou os novos rumosda política externa dos antigos rivais.Mas o projeto do Mercosul foi também umaresposta à encruzilhada econômica dos doispaíses. Na década de 1980, o esgotamento dosmodelos de desenvolvimento baseados nasubstituição de importações manifestou-seatravés de crises associadas às dívidas externas.No plano internacional, a lógica da globalizaçãopressionava no sentido da redução doprotecionismo alfandegário. Os investimentosexternos escasseavam, ameaçando a moderniza-ção tecnológica tanto no Brasil quanto naArgentina.O Mercosul representou a faceta externa dasreformas internas de liberalização e abertura daseconomias dos dois países. O bloco estavadestinado a funcionar como instrumento deadaptação de ambas as economias ao ambientede acirramento da concorrência internacional.Simultaneamente, destinava-se a atrairinvestimentos externos produtivos e financeiros.A adesão do Uruguai e do Paraguai amplioupara a escala da Bacia Platina o quadro decooperação bilateral estabelecido entre Brasíliae Buenos Aires. O Tratado de Assunção, firmadoem março de 1991, constituiu formal ejuridicamente o Mercosul.

O bloco do Cone Sul

O Tratado de Assunção estabeleceu duas metassucessivas para o processo de integração. Aprimeira consiste na configuração de uma zonade livre comércio pela eliminação de barreiras àcirculação de mercadorias no interior do bloco.A segunda, na formação de uma uniãoalfandegária, através da adoção de uma tarifaexterna comum (TEC) pelos países-membros.Apesar da denominação do bloco, o Tratado deAssunção não definiu rigorosamente a meta decriação de um mercado comum, que implica alivre circulação de serviços, capitais e pessoas.Contudo apontou nessa direção, ao estabelecera meta da coordenação de políticas macroeco-nômicas entre os integrantes.A estrutura institucional do Mercosul foi definidapelo Protocolo de Ouro Preto, firmado em 1994.Essa estrutura baseia-se em órgãos decisóriosde natureza intergovernamental, constituídos porrepresentantes dos Estados que agem apenaspor consenso. O órgão superior é o Conselho doMercado Comum (CMC), integrado pelosministros das pastas de Relações Exteriores e

Economia de cada um dos Estados. Existe aindauma Comissão Parlamentar Conjunta (CPC),integrada por igual número de parlamentares decada Estado e destinada a acelerar a transfor-mação dos acordos do bloco em leis nacionais.Todo o desenho institucional do Mercosul atestaa prioridade da integração econômica. Aocontrário da União Européia, cujos tratadosapontam para a direção de uma crescentecooperação política, militar e cultural, o bloco doCone Sul sustenta-se no intercâmbio comercial.Contudo uma “cláusula democrática” foiintroduzida no Tratado de Assunção. Essacláusula estabelece a obrigação dos Estados derespeitar os valores e as regras da democraciarepresentativa, que se consubstanciam nasliberdades políticas, na separação dos poderese na vigência plena dos direitos humanos.O Mercosul assenta-se sobre a cooperaçãobilateral entre o Brasil e a Argentina. Nocontexto do processo de integração, aparticipação do Uruguai e do Paraguai temreduzida importância econômica, mas elevadovalor geopolítico. De um lado, elimina fontes derivalidade e atrito entre os dois parceirosmaiores, que desde as independênciasdisputaram influência sobre os vizinhosmenores. De outro, sinaliza o compromisso dobloco com a noção de regionalismo aberto,que prevê a expansão horizontal do Mercosulpor meio da adesão de novos membros.Um primeiro passo na direção da expansãohorizontal foram os acordos de associaçãofirmados em 1996 com o Chile e a Bolívia. Osacordos prevêem a formação de zonas de livrecomércio entre o Mercosul e os paísesassociados. Por meio deles, o Mercosul começaa realizar a sua vocação de integrar o conjuntodas economias do Cone Sul.

O eixo platino

A consolidação do Mercosul derivou, antes detudo, da ampliação do comércio no interior dobloco. O crescimento do intercâmbioacompanhou a estabilização interna daseconomias do Brasil e da Argentina e oaumento geral da exposição de ambas aocomércio internacional, proporcionado pelaspolíticas de redução de tarifas de importação.Mas as reduções tarifárias especiais negociadasno âmbito do Mercosul contribuíram bastantepara o resultado.No bloco do Cone Sul, o fator decisivo é aeconomia brasileira, que representa cerca de70% do PIB conjunto do Mercosul. Por isso, aevolução positiva do comércio intrablocosignificou, essencialmente, crescimentoacelerado do intercâmbio entre o Brasil e osoutros países do Mercosul. Entre 1992 e 1998, asoma das exportações e importações do Brasilcom os parceiros quase triplicou .Esse processo transformou o Mercosul numeixo prioritário do comércio exterior brasileiro. Obloco responde por cerca de 17% dointercâmbio internacional do País, e a Argentinaé, isoladamente, o segundo maior parceirocomercial.O Mercosul é ainda mais importante para ointercâmbio externo da Argentina. Assim como oBrasil, a Argentina é um global trader, exibindosignificativos fluxos comerciais com a UniãoEuropéia e com o Nafta. Contudo o Mercosul éo destino de mais de 30% das exportações e aorigem de mais de 25% das importaçõesargentinas. O Brasil, isoladamente, é o principalparceiro comercial da Argentina e responde porcerca de 23% do seu intercâmbio internacional.O Uruguai e o Paraguai, países com população eeconomia diminutas, exibem forte dependência

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Geografia do Brasil

Professor Paulo BRITO

01. (UFMS) Na fase atual da regionalizaçãodo espaço mundial, um dos fatoresfundamentais é o processo deglobalização econômica, sobre o qualé correto afirmar que:a) Tem havido uma redução das relações

comerciais com o aumento dasrestrições tarifárias entre os países deum mesmo bloco econômico.

b) Ocorre a crescente adoção de contratostemporários de trabalho, o aumento daprática de terceirização da produção e aexpansão do setor de serviços.

c) Há maior preocupação com odesenvolvimento de novas tecnologias.

d) Os investimentos produtivos localizam-seem função da redução de custos e dapossibilidade do aumento daprodutividade.

e) Intensificam-se as trocas comerciais e aorganização dos países em blocoseconômicos.

02. (UEPA) Uma característica presente noespaço econômico globalizado é aexistência de uma outra face que é aregionalização, da qual podemosafirmar que:a) está presente no processo de

reordenação econômica, em quemegablocos econômicos, como oMercosul, destacam-se pela plenaunificação dos países latino-americanos;

b) se manifesta através da formação deblocos econômicos, como, por exemplo,o Nafta, que engloba países da AméricaSaxônica e Latina como o México, oChile e a Venezuela;

c) se materializa com o aumento dos fluxosde capitais que ultrapassam as fronteiraspolíticas dos Estados, pois com aglobalização não existem mais barreirasprotecionistas nacionais;

d) tem nas alianças comerciais bilateraisseu mais evidente agente estimulador,uma vez que a união aduaneira, atravésde blocos econômicos, não obtevesucesso, devido à acirrada competiçãoeconômica dos países que os compõem;

e) busca a retirada das barreiras quedificultam os fluxos de mercadorias,capitais, informações e indivíduos,estabelecendo acordos que resultam emmercados comuns, uniões aduaneiras ousimplesmente zonas de livre comércio.

03. (UECE) Considerando a estruturaindustrial brasileira no que se refere àorigem do capital, é correto afirmarque:a) desde a origem da industrialização

brasileira, a indústria de capital privadonacional sempre foi, numericamente,superior às demais;

b) na atualidade, as indústrias de capitalprivado nacional são um setor forte epredominante no sistema econômico;

c) somente após 1964, as empresasestatais passaram a uma fase deenfraquecimento;

d) as multinacionais, com sede no exterior,começaram a penetrar mais intensa-mente no Brasil após a Segunda GuerraMundial.

DesafioGeográfico

Page 7: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

comercial em relação ao bloco do Cone Sul. Osvizinhos maiores são os principais parceiroscomerciais desses dois países. A economiabrasileira funciona como um imã, orientando osfluxos de intercâmbio externo de ambos.Desde o início, o bloco do Cone Sul foi projetadocomo pólo de atração de capitais internacionais.A zona de livre comércio proporcionou o embriãode um mercado consumidor unificado no interiordo bloco, contribuindo para atrair investimentosde empresas transnacionais na indústria e nosserviços.O crescimento acelerado dos investimentosinternacionais no Brasil e na Argentina, ao longoda década de 1990, não foi fruto, primordial-mente, da criação do Mercosul, mas da estabili-zação interna e da abertura externa das duaseconomias. Contudo a formação do blocodesempenhou função suplementar nesseprocesso, especialmente no caso da indústriaautomobilística e de autopeças. A implantaçãode diversas novas fábricas no Brasil e, emescala menor, na Argentina orientou-se pelalógica da globalização, de forma que se criaramcadeias produtivas integradas por unidadesinstaladas nos dois países e estabeleceu-seuma divisão do trabalho na produção deveículos e componentes.O núcleo geoeconômico do Mercosul é a regiãoplatina. No interior da Bacia do Prata,encontram-se o Centro-Sul do Brasil, o Pampaargentino, o Uruguai e o leste do Paraguai.Nessa macroárea, localiza-se o principal eixoeconômico de todo o Hemisfério Sul, assentadosobre o triângulo industrial São Paulo-Rio deJaneiro-Belo Horizonte, de um lado, e o vetorBuenos Aires-Rosário-Córdoba, de outro. Entreessas concentrações industriais, estendem-seas áreas de agropecuária moderna do Centro-Sul brasileiro, do oriente paraguaio e do Pampaargentino e uruguaio.Os portos de Santos, Paranaguá e do RioGrande funcionam como terminais doscorredores de comercio exterior do Centro-Sulbrasileiro, do Paraguai e do norte do Uruguai.Os portos de Buenos Aires e Montevidéu, noestuário platino, tendem a revitalizar-se com aconclusão das hidrovias Tietê-Paraná eParaguai. A usina hidrelétrica binacional deItaipu fornece parte significativa da energiaconsumida no Centro-Sul brasileiro e constituiimportante fonte de renda para a economiaparaguaia.

A integração sul-americana

A trajetória do Mercosul oscilou ao sabor dosavanços e recuos do projeto dos EstadosUnidos de construção de uma zona hemisféricade livre comércio, abrangendo todo o continenteamericano. A Iniciativa para as Américas,anunciada em 1990, precedeu o próprio Tratadode Assunção. O tratado do Nafta representou apedra fundamental do edifício projetado emWashington. A sua gradual expansão, por meioda incorporação seletiva de novos membros,ameaçava condenar o Mercosul a umaexistência breve e irrelevante.Mas o Nafta estancou. Em 1994. ano em quecomeçou a vigorar oficialmente, o Méxicomergulhou em crise política e institucional.Meses depois, foi sacudido por uma crisecambial seguida de inadimplência externa edepressão econômica. Enquanto o Méxicodefinhava, o protecionismo ganhava força noCongresso norte-americano e cortava nonascedouro as negociações para a incorporaçãodo Chile ao Nafta. Assim, surgiu a oportunidadepara a assinatura dos tratados de associação doChile e da Bolívia ao Mercosul.

Nas novas circunstâncias, o presidente norte-americano Bill Clinton definiu uma estratégiaalternativa, lançando o projeto da Área de LivreComércio das Américas (Alca). No lugar daampliação do Nafta, a estratégia norte-americana prevê sucessivas rodadas denegociações multilaterais, com reduçõessetoriais de tarifas alfandegárias, até a plenainstalação da zona comercial hemisférica.Nesse contexto, o Brasil desenhou todo o seuplanejamento em torno das metas deconsolidação do bloco do Cone Sul e criaçãode uma zona de livre comércio sul-americano. Aconfiguração desse bloco subcontinentaldestina-se a estabelecer um balanço de forçasmais equilibrado nas negociações da Alça. Nacondição de líder do bloco sul-americano, oBrasil espera impor limites à redução de tarifasnos setores de alta tecnologia e serviços ebombardear o protecionismo americano emsetores industriais tradicionais, como asiderurgia, os têxteis e os calçados.A meta da integração sul-americana foi estabele-cida na Conferência de Brasília, que reuniu, noano 2000, os doze chefes de Estado dosubcontinente. O documento emanado desseencontro definiu duas dimensões complemen-tares do esforço: o livre comércio e a integraçãofísica.

O Mercosul e a Comunidade Andina

A formação de uma zona de livre comércio deâmbito sul-americano depende, basicamente, deum acordo entre o Mercosul e a ComunidadeAndina (CAN), cujo esboço foi formulado em1998, e da plena adesão do Chile ao bloco doCone Sul. A redução e eventual eliminação detarifas alfandegárias é indispensável paraincrementar o intercâmbio dos países andinoscom o Brasil.Ao contrário dos parceiros do Mercosul, ocomércio brasileiro com os integrantes da CANé pouco significativo. Mesmo a Venezuela, paísda Opep e um dos maiores exportadoresmundiais de petróleo, realiza menos de 5% doseu intercâmbio externo com o Brasil. Essasituação constitui um paradoxo em virtude dasituação geográfica de vizinhança, mas reflete adistância histórica entre o Brasil e a AméricaAndina. A exceção é a Bolívia, que realiza com oBrasil mais de um terço das suas importações.O principal parceiro comercial dos países daCAN são os Estados Unidos. Outros parceirossignificativos são o Japão e a Grã-Bretanha. Ointercâmbio no interior do bloco andino cresceunos últimos anos, mas continua relativamentemodesto.O Chile, que não faz parte da CAN, apresenta aeconomia mais moderna e industrializada detoda a vertente pacífica da América do Sul,apesar de seu pequeno peso demográfico –menos de 15 milhões de habitantes. O Brasilrepresenta apenas pouco mais de 5% docomércio exterior chileno. O intercâmbio doChile estrutura-se sobre os eixos do Nafta,União Européia e Bacia do Pacífico.Contudo há nítida complementaridadeeconômica entre o Brasil e os países andinos. Ogás natural boliviano é a base do novo programade usinas termelétricas brasileiras. A Venezuela, oEquador e o Peru são exportadores de petróleo.O Chile destaca-se pelas exportações de papel epolpa. Na direção oposta, os países andinos sãoimportadores de bens de capital, bens interme-diários e automóveis, representando mercadospotenciais para a indústria brasileira.

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01. (Cesgranrio–RJ) A divisão do Brasil emtrês grandes complexos — regionais,Amazónia, Nordeste e Centro-Sul, édeterminada a partir de:a) sua estrutura populacional;b) características geoeconômicas;c) influências militares;d) elementos naturais;e) limites territoriais dos estados.

02. (PUC–RS) O Mercosul é um bloco deescala sub-regional, com característicasmuito peculiares. Por isso não é correioafirmar que:a) o Mercosul surgiu no contexto da globali-

zação e regionalização, tendência quetambém levou à formação de mega-blocos centrais;

b) o mercado platino não é promissor paracertos produtos gaúchos, já que muitosprodutos de exportação do Rio Grandedo Sul são os mesmos do Uruguai e daArgentina;

c) empresários gaúchos têm investido noUruguai e Argentina, aumentando o fluxode capitais;

d) comercialmente, os grandes beneficiadoscom o Mercosul devem ser os estadosbrasileiros que exportam produtostropicais e bens industrializados;

e) os países que compõem o Mercosulapresentam o mesmo patamar dedesenvolvimento industrial, pois todossão capitalistas, com a presençamarcante de transnacionais.

03. (Cesgranrio–RJ) O sonho de união daAmérica Latina é muito antigo. Bolívarfoi o primeiro que formulou o ideal deintegração americana. Vários propostassurgiram posteriormente atéchegarmos ao Mercosul.Assinale a opção que contém um dosobjetivos de Bolívar.a) Emancipar a América Latina como uma

associação comercial unitária, queposteriormente daria origem à Alalc.

b) Criar uma Confederação de EstadosAmericanos face à possível contra-ofensiva da Europa apoiada pela SantaAliança.

c) Desenvolver a solidariedade continentalem torno da hegemonia do Canadá,estabelecendo um intercâmbio diretodeste com todos os países latino-americanos.

d) Desenvolver a industrialização nocontinente sob a hegemonia norte-americana para fazer frente à forteeconomia inglesa.

e) Estabelecer uma política separatistarespeitando as diferenças culturais e atélingüísticas entre os países latino-americanos.

DesafioGeográfico

Page 8: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

As coordenadas geográficas

“A palavra cartografia tem origem na línguaportuguesa, tendo sido registrada pela primeiravez em 1839, numa correspondência, indicandoa idéia de um traçado de mapas e cartas. Hojeentendemos cartografia como a representaçãogeométrica plana, simplificada e convencional,de todo ou de parte da superfície terrestre,apresentada através de mapas, cartas ouplantas. [...] Todo produto cartográfico é sempreútil e válido para uma determinada aplicação,num determinado instante do tempo”. (IBGE.Atlas geográfico escolar. p. 12. Rio de Janeiro,2002).

A cartografia como arte e técnica darepresentação da superfície terrestre vemestruturando-se desde os primórdios dahumanidade. Desde a pré-história, o homemsempre buscou registrar cenas do quotidiano,de lutas, de animais e de rituais religiosos. Estasgravuras inscritas nas rochas, nas paredes decavernas ou gravadas em tábuas de pedraregistravam cenas do quotidiano e acumulavamconhecimentos para as futuras gerações.Por mais primitivo que seja, um mapa semprerevela uma compreensão do mundo paradeterminada sociedade. Em cada momento daevolução da humanidade, vários povoscontribuíram de forma eficaz no desenvolvi-mento dos conhecimentos cartográficos. Mas foia partir do início da Modernidade que estaciência tornou-se uma ferramenta primordialpara aqueles que queriam dominar o além-mar.Técnicas cada vez mais sofisticadas foramagregadas aos conhecimentos da cartografia.Isso possibilitou não só o conhecimento dasnovas terras como o domínio e a exploraçãodas colônias européias.Hoje, dispomos dos mais precisos e sofisticadosmeios de representação dos eventos que semanifestam sobre a superfície da Terra. Computa-dores, satélites, radares e GPS representam oque temos de melhor quando o assunto é arepresentação cartográfica ou a localização deum ponto qualquer na superfície terrestre.Entretanto, para compreendermos melhor essaciência, é necessário dominar alguns conceitosfundamentais. As coordenadas geográficas sãoum sistema de linhas imaginárias que se cruzamobjetivando a localização de qualquer ponto nasuperfície da Terra. As linhas imaginárias sãochamadas de paralelos e meridianos. Elas sãonecessárias, pois produzem uma trama delinhas que servirão de referenciais para oregistro dos eventos que se quer cartografar.Os paralelos “são linhas imaginárias quecirculam a Terra no sentido leste-oeste” (IBGE.Atlas geográfico escolar. p. 17.Rio de Janeiro,2002). Em determinadas projeções, os paralelosaparecem como linhas retas e horizontais(projeção cilíndrica), como arcos (projeçãocônica) ou como circunferências concêntricasque diminuem de diâmetro à medida que nosaproximamos dos pólos (projeção plana polar).

Figura 01. Latitude.

Alguns destes paralelos recebem nomesespeciais. Eles servem para delimitar as zonasclimáticas da Terra. São eles: o Círculo PolarÁrtico e o Trópico de Câncer no HemisférioNorte. O Circulo Polar Antártico e o Trópico deCapricórnio no Hemisfério Sul. O Equadorgeográfico é a linha que divide o planeta Terraem duas partes exatamente iguais.“O critério para a determinação desses paralelosestá relacionado com o movimento de rotaçãoda Terra, com a inclinação do eixo do Planeta eainda com o movimento de translação, o qualdetermina o plano da eclíptica. O movimento derotação determina o surgimento do eixo, cujasextremidades são os pólos geográficos. Por suavez a inclinação do eixo em relação ao plano daeclíptica tem relação com um dos movimentosda Terra que faz variar esta inclinação em 40 milanos, determinando a posição dos paralelosespeciais.” (Duarte, Paulo A. Fundamentos deCartografia, UFSC. p. 50. 1994).A diferença de inclinação entre o eixo da órbitae o eixo da Terra é de 23° 27’. É a mesmadiferença entre o plano da órbita e o planoequatorial. Assim, o eixo da órbita (eclíptica) aotocar a superfície determina a posição doscírculos polares. O plano da órbita (eclíptica) aoatravessar nosso Planeta determina a posiçãodos trópicos.

Figura 02. Sistemas de coordenadas terrestres.

“Os paralelos nos indicam a latitude, que é adistância, em graus, de uma paralelo à linha doEquador. Os valores de latitude variam de 0°(linha do Equador) a 90° (pólos), devendo serindicada a posição no hemisfério sul (S) ou nohemisfério norte (N)”. (op. cit. P17).

Figura 03: Localização de Brasília.

“Os meridianos são linhas imaginárias quecortam a Terra no sentido norte-sul, ligando umpólo ao outro” (op.cit. p. 16). Ao contrário dos

8

Geografia Geral

Professor HABDEL

01. (UFPR) Em relação às causas físicasque explicam o estabelecimento daslinhas imaginárias do Equador, trópicosde Câncer e de Capricórnio e círculospolares Ártico e Antártico, é corretoafirmar:a) O estabelecimento dos trópicos de Câncer

e de Capricórnio está relacionado ao movi-mento diário do Sol em torno da Terra.

b) O movimento de rotação interfere no esta-belecimento das linhas imaginárias doEquador, Trópico de Câncer e Trópico deCapricórnio, bem como dos círculospolares.

c) Todas essas linhas imaginárias que corres-pondem à latitude e à longitude têm omesmo valor relativo em graus porqueforam estabelecidas segundo o mesmoprincípio físico.

d) Os círculos Polar Ártico e Polar Antárticotêm sua delimitação estabelecida pelosperíodos de luz e sombra, que ocorremdevido à conjunção do eixo de inclinaçãoterrestre e do movimento de translação daTerra em torno do Sol.

e) Cada uma dessas linhas divide a Terra emduas partes iguais.

02. (UFSM) Considerando noções espaciais,como os meios de orientação, os movi-mentos da Terra e a cartografia, pode-seafirmar quea) o meridiano de Greenwich divide a Terra

em hemisférios setentrional e boreal;b) os meridianos servem de referência para o

estabelecimento dos 24 fusos horários daTerra;

c) os paralelos definem os graus delongitude a partir do Equador, variando de0° a 90° para o norte e para o sul;

d) os mapas que representam áreas maisaltas e mais baixas do relevo terrestre sãochamados de geológicos.

e) a inclinação do eixo terrestre e omovimento de translação estabelecem azonalidade climática nos dois hemisférios ea sucessão de dias e noites.

03. Com base no mapa, podemos afirmarque:

a) A maior parte do território australianoencontra-se na parte setentrional da zonaintertropical do Planeta.

b) A cidade de Darwin encontra-se em umalatitude superior a 15° sul.

c) A cidade de Melbourne localiza-se aonorte da cidade de Sidney.

d) A cidade de Alice Springs está a oeste domeridiano 135°E.

e) A cidade de Sidney está a oeste domeridiano 150°E, e Camberra encontra-sea leste deste mesmo meridiano.

DesafioGeográfico

Page 9: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

paralelos, todos os meridianos têm o mesmo

comprimento. O paralelo inicial foi mais fácil

identificar, pois ele (o Equador) é o único que

divide a Terra em dois hemisférios exatamente

iguais. Já o meridiano zero grau teve de ser

convencionado, já que qualquer um divide a

Terra em dois hemisférios exatamente iguais.

“Escolheu-se, então, para início da contagem, o

meridiano que passa pela torre do observatório

astronômico de Greenwich, que é uma

localidade da área metropolitana de Londres,

capital da Inglaterra”. (MOREIRA, Igor. O espaço

geográfico: Geografia geral e do Brasil. Ática. P

436. São Paulo, 2002). Portanto a longitude é a

distância, em graus, entre um meridiano

qualquer e o meridiano de Greenwich. Essa

distância varia de 0° até 180° para leste e para

oeste.

Figura 03. Longitude.

Para localizarmos uma cidade ou um local

qualquer na superfície da Terra, precisamos

lançar mão de uma rede geográfica. A rede

geográfica é um sistema de linhas cruzadas

(paralelos e meridianos) traçadas

imaginariamente na superfície terrestre. Ela

serve como base tanto para a localização de um

lugar qualquer quanto permite a representação

dos eventos geográficos que ocorrem sobre

esta superfície.

Figura 03. Coordenadas geográficas.

Dois meridianos são destacados: o de

Greenwich, que divide o planeta Terra em dois

hemisférios, o leste e o oeste; e o antimeridiano

de Greenwich (180°), que também divide o

Planeta em dois hemisférios, um a leste e o

outro a oeste. No sistema de fusos horários, o

meridiano de Greenwich organiza as horas na

Terra. Já o meridiano de 180°, que dá origem à

Linha Internacional da Data, serve como

referência para as datas.

Figura 05.O anti-meridiano: a Linha Internacional deData.

Exercícios

01. (UFPR–modificada) No quadro aseguir, estão indicadas as coordenadasgeográficas de diferentes localidades.

Analise as afirmativas a seguir:

I. Todas as localidades estão situadasentre o trópico de Câncer e a linhado Equador.

II. As localidades B e C estão situadasna Austrália.

III. As localidades A e E estão situadasna zona intertropical, no hemisfériosul.

IV. As localidades mais próximas dalinha do Equador são F e A.

V. A localidade D está a noroeste dalocalidade F.

Com base nestes dados, é corretoafirmar:a) Apenas a I está correta.b) Todas estão corretas.c) Todas estão erradas.d) A I e a III estão corretas.e) Apenas a IV e a V estão corretas.

02. (UFPE) analise as proposições aseguir:I. Os paralelos são importantes

porque permitem avaliar a latitude,que é a distância em graus a partirdo Equador.

II. Os paralelos têm diâmetros iguaise, logicamente comprimentos ouperímetros também iguais.

III. Os meridianos são círculosperpendiculares aos paralelos epassam pelos pólos onde eles secruzam.

IV. A longitude inicial é de 0° e a máximade 180°, podendo ser norte ou sul.

V. As coordenadas geográficas sãovalores que determinam alocalização de um lugar nasuperfície do globo.

Estão corretas:

a) I, IV e V;b) II, III e IV;c) I, III e V;d) II, III e V;e) II e IV.

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01. (UFPI) O meridiano de Greenwich éessencial para a determinação de umadas coordenadas geográficas. Sobreele, é correto afirmar que:

a) divide a superfície da Terra em

hemisférios setentrional e boreal;

b) representa o paralelo inicial;

c) orienta o grau de translação da Terra;

d) estabelece a zonalidade climática;

e) Divide o planeta Terra em leste e oeste.

02. (UFSM) Considerando noçõesespaciais, como os meios deorientação, os movimentos da Terra e acartografia, pode-se afirmar que

a) o meridiano de Greenwich indica a

latitude inicial;

b) os meridianos servem de referência para

o estabelecimento dos graus de

longitude;

c) os paralelos definem os graus de

longitude a partir do Equador, variando

de 0° a 90° para o leste e para o oeste;

d) os meridianos demarcam as zonas

climáticas da Terra;

e) Os trópicos de Capricórnio e de Câncer

são delimitados por dois meridianos.

03. (Puc–RS) Responder à questão combase no gráfico, que representa partedas coordenadas geográficas.

As coordenadas geográficas dospontos A e C são, respectivamente,

a) 2° de latitude Sul e 4° de longitude Leste

– 4° e 30’ de latitude Sul e 2° de

longitude Leste.

b) 4° de latitude Leste e 2° de longitude Sul

– 2° de latitude Leste e 3° e 30’ de

longitude Norte.

c) 2° de latitude Sul e 4° de longitude Leste

– 3° e 30’ de latitude Sul e 2° de

longitude Leste.

d) 2° de longitude Leste e 4° de latitude

Norte – 3° e 30’ de longitude Leste e 2°

de latitude Norte.

e) 4° de longitude Oeste e 2° de latitude

Norte – 2° de longitude Oeste e 4° e 30’

de latitude Norte.

DesafioGeográfico

Page 10: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

10

Romantismo III – Prosa I

1. INÍCIO.

O Romantismo inicia-se no Brasil por meioda poesia (Suspiros Poéticos e Saudades,1836, Gonçalves de Magalhães). A prosa,entendida aqui como romance, novela,conto e teatro, vem depois, em duas datasimportantes:

a) 1843 – publicação do romance O Filhodo Pescador, de Teixeira e Sousa.

b) 1844 – publicação do romance AMoreninha, de Joaquim Manuel deMacedo.

2. CARACTERÍSTICAS DO ROMANCEROMÂNTICOa) Detalhes de costumes e de cor local, ou

seja, certa fidelidade na descrição de lu-gares, cenas, fatos, usos e costumes daépoca em que a história é narrada.

b) Comunhão entre a natureza e os senti-mentos das personagens.

c) Triunfo do bem sobre o mal. Nas históriasromânticas, os vilões são castigados, oracom a morte, ora com a prisão, semprecom intenção moralizante.

d) Linearidade das personagens, isto é, semprofundidade psicológica, sobressaindo-sea preocupação com os caracteres ex-teriores: estatura, cor dos olhos, cor doscabelos, trejeitos, detalhes das roupas, etc.

3. MODALIDADES

a) ROMANCE URBANO

Também chamado de citadino ou de cos-tumes. O autor explora situações, confli-tos e convenções sociais típicos da cida-de. O Rio de Janeiro, por ser o centro cul-tural do Brasil na época, é a cidade maisretratada nos romances românticos. Ostrês autores que merecem destaque nes-sa modalidade de romance são: JoaquimM. de Macedo, José de Alencar e Manu-el Antônio de Almeida.

b) ROMANCE INDIANISTA

Narrativa preocupada com usos, costu-mes e tradições do índio brasileiro, como intuito de transformá-lo em herói. Osromances visam à criação de heróis nacio-nais, míticos, lendários, tomados comosímbolos de elementos formadores da na-cionalidade. Só um romancista exploraesta modalidade: José de Alencar.

c) ROMANCE REGIONALISTA

Também chamado de sertanejo ou rural.Começa em 1869, com o romance O Ermi-tão de Muquém, de Bernardo Guimarães.Explora as paisagens e os costumes dasilhas culturais brasileiras: o Nordeste, oPampa Gaúcho, o Pantanal Mato-gros-sense, o Sertão de Minas e o de Goiás.Nesta modalidade de romance, merecemdestaque: Bernardo Guimarães, Joséde Alencar, Visconde de Taunay eFranklin Távora.

d) ROMANCE HISTÓRICO

O assunto é fornecido pelo passado histó-

rico, de preferência remoto ou lendário,de modo a permitir a idealização. O com-promisso do romancista com a Histórialimita-se à reconstituição do clima da épo-ca, à fidelidade aos hábitos e aos costu-mes. No Brasil, só José de Alencar explo-ra essa temática.

Romancistas e suas obras

1. TEIXEIRA E SOUSANascimento e morte – Nasce em Cabo Frio,Rio de Janeiro, em 28 de março de 1812. Fa-lece, vitimado pela tuberculose, em 1.o de de-zembro de 1861.

Poeta e romancista – Em 1840, trabalha nalivraria de Paula Brito, ponto de reunião dosintelectuais do Rio de Janeiro, onde conhecegrandes nomes da literatura brasileira, inclusi-ve Machado de Assis. Nas publicações dePaula Brito, inicia atividade de poeta e roman-cista.

Primeiro romancista – É lembrado, hoje, naliteratura brasileira, por ter inaugurado o ro-mance romântico, com O Filho do Pescador(1843).

2. JOAQUIM MANUEL DE MACEDONascimento e morte – Nasce em São Joãodo Itaboraí, Rio de Janeiro, em 24 de junhode 1820. Falece em 11 de abril e 1882.

Medicina – Forma-se pela Faculdade de Me-dicina do Rio de Janeiro, em 1844. Nestemesmo ano, publica o romance A Moreninhaque lhe traz logo prestígio, apontando-lhe orumo a seguir: pouco vocacionado para aatividade médica, entrega-se ao jornalismo eà política.

Política – Aproveita a popularidade que lhetrouxe a novela A moreninha e faz-se depu-tado por várias legislaturas. Ingressa no ma-gistério (professor de História e Geografia noColégio Pedro II).

Admiração dos leitores – Macedo é uma fi-gura popular, admirado por todos os leitoresdo Rio de Janeiro de sua época. Tudo issograças ao esquema novelesco, sentimentalou cômico que descobre para os seus livros:o namoro difícil ou impossível, o mistério so-bre a identidade de uma figura importantena intriga, o conflito entre o dever e a paixão,as galhofas de estudantes.

Sucesso – Produz dezoito romances, masapenas dois são lidos e admirados: A More-ninha e O Moço Loiro.

OBRAS PRINCIPAIS

1. A Moreninha (romance, 1844)2. O Moço Loiro (romance, 1845)3. Os Dois Amores (romance, 1848)4. Vicentina (romance, 1853)5. A Luneta Mágica (romance, 1869)6. A Namoradeira (romance, 1870)7. Mulheres de Mantilha (romance, 1871)

A MORENINHA

Modelo de romance – Macedo não tem gênioinventivo ou evolutivo, mas A Moreninha criaum modelo de romance seguido por todosos prosadores do Romantismo e só supera-do pelo Realismo.

Fidelidade ao amor de infância – A históriade Augusto e Carolina, ressaltando a fideli-

LiteraturaProfessor João BATISTA Gomes

01. Relacione corretamente.a. Gonçalves de Magalhãesb. Teixeira e Sousac. Joaquim Manuel de Macedod. Bernardo Guimarãese. José de Alencar

1. ( ) Inaugurou o Romantismo no Brasil(1836).

2. ( ) Inaugurou o romance no Brasil(1843).

3. ( ) Inaugurou o romance no Brasil(1844).

4. ( ) Inaugurou o romance regionalistabrasileiro (1869).

5. ( ) Autor de A Confederação dosTamoios, poema épico queprovocou uma briga com José deAlencar.

Caiu no vestibular

02. (FGV) Os temas fundamentais do Ro-mantismo criam um mundo maravilho-so e ideal. Assinale a característica queNÃO marca essa peculiaridade:a) Subjetividade.b) Sentimentalismo.c) Evasão no tempo e no espaço.d) Evasão pela morte.e) Análise dos fenômenos da sociedade

brasileira.

03. (FGV) Em relação ao Romantismo bra-sileiro, todas as características a seguirsão verdadeiras, EXCETO:a) expressão do nacionalismo através da

descrição de costumes e regiões doBrasil;

b) análise crítica e científica dos fenômenosda sociedade brasileira;

c) desenvolvimento do teatro nacional;d) expressão poética de temas

confessionais, indianistas e humanistas;e) caracterização do romance como forma

de entretenimento e moralização.

04. Um dos filões de Alencar, o regiona-lismo, foi explorado por outrosroman-cistas que, embora inferioresao cea-rense em termos de arteliterária, de-ram, em conjunto, amedida do que foi o gênero entrenós. Foram eles:a) Bernardo Guimarães, Visconde de

Taunay e Franklin Távorab) Bernardo Guimarães, Visconde de

Taunay e Manuel A. de Almeidac) Bernardo Guimarães, Joaquim Manuel

de Macedo e Franklin Távorad) Joaquim Manuel de Macedo, Teixeira e

Sousa e Visconde de Taunaye) Joaquim Manuel de Macedo, Visconde

de Taunay e Franklin Távora

Desafioliterário

Page 11: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

dade ao amor de infância, é acompanhadaavidamente pelos leitores cariocas da época.

Dados técnicos da obra:

a) Época: metade do século XIX.b) Cenário: cidade do Rio de Janeiro/Ilha

de Paquetá.c) Narrativa: primeira pessoa.d) Personagens:

1. Augusto – herói; estudante de Medi-cina; casa-se com Carolina.

2. Carolina – heroína; a própria More-ninha.

3. Filipe – estudante de Medicina; irmão de Carolina.

4. Dona Ana – avó de Carolina e de Filipe.

5. Fabrício – estudante de Medicina; amigo de Augusto e de Filipe.

3. BERNARDO GUIMARÃES

Nascimento e morte – Bernardo Joaquimda Silva Guimarães nasce em Ouro Preto,Minas, em 15 de agosto de 1825. Falece namesma cidade, em 10 março de 1884.

Sociedade Epicuréia – Em 1847, vai paraSão Paulo e matricula-se na Faculdade deDireito. Nessa época, convive com Álvaresde Azevedo e Aureliano Lessa, com os quaisparticipa da Sociedade Epicuréia, quepretende reeditar, em São Paulo, a boêmiade Byron.

Histórias do sertão – Depois de formado,vai para Catalão, interior de Goiás, como juizmunicipal. No exercício da profissão, tem deembrenhar-se muitas vezes pelo sertão, nas-cendo daí a idéia de contar histórias regiona-listas.

Primeiro regionalista – É apontado comoiniciador do regionalismo na Literatura Bra-sileira, com o romance O Ermitão de Muquém(1869), ambientado no sertão goiano.

Minas e Goiás – Nos seus romances, retratausos e costumes de duas regiões: Minas eGoiás. Na obra máxima, A Escrava Isaura,retrata o interior do Rio de Janeiro: uma fa-zenda em Campos.

Melhores romances – Suas duas melhoresobras são O Seminarista e A Escrava Isaura.

OBRAS PRINCIPAIS

1. O Ermitão de Muquém (romance, 1869)2. O Garimpeiro (romance, 1872)3. O Seminarista (romance, 1872)4. A Escrava Isaura (romance, 1875)

A ESCRAVA ISAURA

a) Época: século XIX, auge da escravidãono Brasil. Apesar disso, a heroína (Isaura)nada tem da escrava comum brasileira.

b) Cenário: uma fazenda em Campos, inte-rior do Rio de Janeiro. O autor alternacenas do campo com cenas da cidade.

c) Personagens:1. Isaura – escrava branca, de beleza

deslumbrante.2. Leôncio – vilão da história.3. Álvaro – herói da história.4. Miguel – pai de Isaura.5. Malvina – esposa de Leôncio.6. Belchior – jardineiro. É feio, aleijado,

desgracioso.

3. JOSÉ DE ALENCAR

Nascimento e morte – José Martiniano deAlencar nasce em Mecejana, Ceará, em 1.o

de maio de 1829. Falece no Rio de Janeiro,vitimado pela tuberculose, em 1877.

Direito – Cursa Direito na Faculdade de SãoPaulo e de Olinda, formando-se em 1850.

Literatura e jornalismo – Depois de formado,começa a advogar no Rio, mas a literatura eo jornalismo absorvem-no por completo.

Crítica a Gonçalves de Magalhães – A brigamais célebre do Romantismo acontece entreAlencar e Gonçalves de Magalhães (autor deSuspiros Poéticos e Saudades). O motivo dadiscórdia é o poema épico A Confederaçãodos Tamoios (1856). Alencar critica o indianis-mo de Magalhães, a falta de talento e de na-cionalismo do escritor para escrever sobreum tema tão importante. Em defesa do poeta,sai o imperador D. Pedro II. Alencar tambémo critica.

Estréia no romance – É no Diário do Rio deJaneiro que o autor publica, em folhetim, seusdois primeiros romances de ambientaçãocarioca: Cinco Minutos (1856) e A Viuvinha(1857).

Obra máxima – Em 1857, Alencar publica,em folhetim, no jornal Diário do Rio de Janei-ro, sua obra mais admirada: o romance in-dianista O Guarani.

Plano audacioso – A intenção de Alencar,escrevendo obras sobre todos os aspectosde nossa nacionalidade (norte, sul, litoral,sertão, campo, cidade, índio, branco, passa-do, presente), é compor uma “suma romanes-ca” do Brasil.

Língua nacional – Alencar é o primeiro escri-tor brasileiro a propor uma linguagem diferen-te dos padrões portugueses. Faz uso imode-rado de palavras do tupi-guarani e de expres-sões comuns do nosso cotidiano.

ROMANCES INDIANISTAS

1. O Guarani (romance, 1857)2. Iracema (romance, 1865)3. Ubirajara (romance, 1874)

ROMANCES SOCIAIS OU DE COSTUMES

1. Cinco Minutos (romance, 1856)2. A Viuvinha (romance, 1857)3. Lucíola (romance, 1862)4. Diva (romance, 1864)5. A Pata da Gazela (romance, 1870)6. Sonhos d'Ouro (romance, 1872)7. Senhora (romance, 1875)8. Encarnação (romance, 1877)

ROMANCES REGIONALISTAS

1. O Gaúcho (1870) – ambientado no RioGrande do Sul.

2. O Tronco do Ipê (1871) – ambientado nointerior do Rio de Janeiro.

3. Til (1872)– ambientado no interior de SãoPaulo.

4. O Sertanejo (1875) – ambientado noCeará (Fazenda Oiticica).

OBRAS HISTÓRICAS

1. As Minas de Prata (romance,1865)2. A Guerra dos Mascates (romance,1871)3. Alfarrábios (crônicas, 1873)

11

Canção do Exílio

Murilo Mendes

Minha terra tem macieiras das Califórniaonde cantam gaturamos de Veneza.Os poetas da minha terrasão pretos que vivem em torres de ametista,os sargentos do exército são monistas,

[cubistas,os filósofos são polacos vendendo a

[prestações.

A gente não pode dormir com os oradores [e os pernilongos.

Os sururus em família têm por testemunha [a Gioconda.

Eu morro sufocado em terra estrangeira.Nossas flores são mais bonitasnossas frutas mais gostosasmas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola [de verdade

e ouvir um sabiá com certidão de idade!

Do livro Poemas (1930)

1. SEXTILHAS E DÍSTICO – As duas primei-ras estrofes contêm seis versos (sextilhas);a última, dois versos (dístico).

2. VERSOS PROSAICOS – Note que os versosnão têm um tamanho tradicional (entre 5 e12 sílabas), ou seja, ultrapassam as medidasconvencionais praticadas antes do Modernis-mo. Quando o verso ultrapassa 12 sílabasmétricas, merece a classificação de prosai-co (tem aparência de prosa).

3. ANÁFORA – Na segunda estrofe, a repeti-ção de nossas no início de dois versosconstitui anáfora.

4. PARÓDIA – Pela leitura, nota-se facilmentea intenção do autor: fazer uma imitação bur-lesca de uma composição literária do passa-do (a Canção do Exílio de Gonçalves Dias).Compor paródias para criticar autores deperíodos literários anteriores é tática bas-tante adotada na Primeira Fase Modernista(1922-1930).

5. IRONIA – O poeta insinua que os brasilei-ros estão cercados de elementos estrangei-ros: plantas (macieiras da Califórnia), pás-saros (gaturamos de Veneza), arte (Giocon-da). E vem a ironia maior: até o sabiá, sím-bolo de brasilidade desde a época do Ro-mantismo, está sob suspeita. O autor sóacredita que ele é realmente brasileiro seexibir a certidão de idade.

Leituraobrigatória

Page 12: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo12 Hist Geo

ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el

amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986.

ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário

brasileiro da língua portuguesa. São Paulo:

Melhoramentos, 1975.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de

questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996.

ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a

História: História geral e História do Brasil, 8. ed.

São Paulo: Editora Ática, 2000.

BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31.

ed. São Paulo: Nacional, 1987

CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de

Orellana. São Paulo: Nacional, 1941.

COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia

Geral. O espaço natural e socioeconômico.

Moderna, 2001.

COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil

- 5. ed. São Paulo: Moderna, 2003.

HOORNAERT, Eduardo (Coord.). Comissão de

Estudos da Igreja na América Latina. História da

Igreja na Amazônia. Petrópolis-RJ: Vozes, 1992.

MAGNOLI, Demétrio; ARAÚJO, Regina. Sociedade

e Espaço: Geografia geral e do Brasil. São Paulo:

Ática, 2000.

MOREIRA, Igor. Construindo o espaço brasileiro.

2. Ed: Ática. 2004.

MOREIRA, Igor. O espaço geográfico: Geografia

geral e do Brasil. Ática, 2002.

MOTA, Myryam Becho e BRAICK, Patrícia Ramos.

História das Cavernas ao Terceiro Milênio. 2. ed. São

Paulo: Moderna, 2002.

SHMIDT, Mario. Nova História Crítica do Brasil: 500

anos de História malcontada. São Paulo: Nova

Geração, 2003.

SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil. São

Paulo: Moderna, 2000.

VESENTINI, José William - 1950. Geografia Crítica: A

Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática 2004.

EXERCÍCIOS (p. 3)01. D;02. E;

DESAFIO HISTÓRICO (p. 3)

01. A 02. E 03. A

DESAFIO HISTÓRICO (p. 4)

01. B 02. B 03. D04. C

EXERCÍCIOS (p. 5)01. B;02. C;

DESAFIO HISTÓRICO (p. 5)

01. E 02. E 03. B

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 6)

01. A 02. E 03. B

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 7)

01. C 02. A 03. D

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 8)

01. D 02. E 03. D04. C

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 9)

01. D 02. E 03. D04. E05. B

DESAFIO GRAMATICAL (p. 10)

01. D 02. C 03. E04. D

CAIU NO VESTIBULAR (p. 11)

01. C

Governador

Eduardo Braga

Vice-Governador

Omar Aziz

Reitor

Lourenço dos Santos Pereira Braga

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Pró-Reitor de Planejamento e Administração

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Pró-Reitor de Extensão e

Assuntos Comunitários

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Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

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Encarte referente ao curso pré-vestibularAprovar da Universidade do Estado doAmazonas. Não pode ser vendido.

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