Apostila Bov de Leite 2010

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CONJUNTO AGROTCNICO VISCONDE DA GRAA BOVINOCULTURA DE LEITE INTRODUO: O Brasil possui um rebanho leiteiro com aproximadamente 39 milhes de animais. No Rio Grande do Sul, foram produzidos 2,5 milhes de litros de leite (2005). No estado do Rio Grande do Sul, a produtividade das vacas foi de cerca de 1.967 litros por vaca por ano. A pecuria leiteira no nosso estado envolve mais de 60 mil produtores, resultando na produo de um alimento nobre e essencial dieta alimentar da populao. Mais de 730 mil pessoas esto envolvidas direta ou indiretamente na produo de leite no RS, com um papel historicamente reconhecido. No Brasil, h um milho e cem mil propriedades envolvidas na produo de leite, o que representa o trabalho direto de 3,6 milhes de pessoas! O leite um dos 6 principais produtos agrcolas do Brasil, frente do caf e do arroz. O agronegcio do leite ocupa importante lugar na produo de alimentos de alta qualidade e na gerao de emprego e renda para grande parte da populao. A atividade leiteira no pas apresenta baixa produtividade, baixa rentabilidade, principalmente pela ausncia ou pelo mau emprego de tcnicas adequadas. H pouco estmulo governamental, o produtor considera a produo de leite como um trabalho secundrio em sua propriedade. As principais limitaes produo de leite no Brasil so: - Clima (temperatura e umidade excessivas afetam a reproduo e longas secas arrasam as pastagens); - Fertilidade do solo (solos pobres produzem pastagens de baixa qualidade); - Mo-de-obra (pessoal desqualificado para manejar os animais e os equipamentos de ordenha); - Doenas e parasitas (a preveno evitaria o enfraquecimento progressivo dos animais); - Falta de assistncia tcnica especializada (divulgao de tecnologias para todos os produtores). O produtor de leite deve ser o Gerente de sua empresa rural, tomando decises sobre o que e como fazer, de acordo com informaes tcnicas e com as possibilidades que o mercado mostra. Para gerar mais renda com a atividade leiteira, buscar as seguintes vias: -melhor preo pago por litro produzido; - reduo no custo da alimentao das vacas; - aumentar a produo por vaca; - aumentar o nmero de vacas; - usar melhor a mo-de-obra; - planejar melhor os gastos (reduzir custo de produo); - eliminar animais improdutivos (descarte racional);

- melhorar a qualidade do leite produzido. 1. A VACA LEITEIRA Existem caractersticas que diferenciam os animais quanto ao tipo preferencial de produo: para carne, para leite ou para duplo propsito. Tipo Zootcnico o conjunto das caractersticas produtivas destes animais. O potencial leiteiro de uma vaca no dado unicamente pela sua Conformao, j que a Alimentao e a Gentica so fatores muito importantes na formao do seu Fentipo. O Fentipo o conjunto de caractersticas fsicas que mostram sua Aptido Leiteira. As raas leiteiras especializadas possuem caractersticas selecionadas para o Tipo Leiteiro: A) Persistncia de Produo: produz leite por longo tempo depois do parto, sem decrescer muito a produo ao longo dos meses. B) Eficincia na converso alimentar: transforma o alimento em leite com eficincia. C) Entrada precoce na reproduo: iniciam a vida reprodutiva mais cedo. D) Facilidade de ordenha: no apresentam problemas para serem ordenhadas. E) Docilidade: facilidade de manejo e de entrada na rotina de ordenha. 2. ASPECTO EXTERIOR DE UMA VACA LEITEIRA: - Todo gado bom de leite tem formato triangular (de cunha) quando olhado de frente, de lado ou por trs, enquanto que os bovinos de corte so compactos e seu formato lembra um retngulo. - A boa vaca leiteira forte, saudvel e vigorosa, feminina. No robusta ou carnuda. Seu aspecto descarnado no deve ser confundido com fraqueza, pois essa economia de msculos e de gordura indica que a vaca converte grande parte de sua alimentao em leite e no em carne. -Apresenta bere bem desenvolvido e firme, com bons ligamentos e irrigao farta. O tamanho do bere no representa capacidade de produo, pois pode conter gordura depositada em lugar do tecido secretor de leite. - Os tetos devem ser simtricos e sem defeitos em sua forma, no devem ser longos demais nem muito curtos, para facilitar o uso da ordenhadeira. - Garupa larga e comprida, para determinar espao de desenvolvimento do bere e espao para gerar um bom terneiro. Deve apresentar leve inclinao, deslizando em direo cauda, para facilitar a sada do terneiro no canal de parto. Garupas planas levam reteno da placenta, com complicaes que comprometem a fertilidade futura da vaca. - As pernas da vaca leiteira so os apoios de um peso corporal grande, acrescido do peso de um bere cheio e do peso de uma gestao durante a lactao, todos os anos. Buscar animais com membros posteriores levemente arqueados, que facilitam a movimentao do animal e ampliam a durao de sua vida til. Os membros dianteiros devem ser separados o suficiente para garantir um bom espao para os pulmes isto indica boa capacidade respiratria e arqueamento das costelas, j que a boa oxigenao ajuda a converso de alimento em leite. - Narinas largas representam maior capacidade respiratria, com menor sofrimento em climas mais quentes, pois a troca trmica ocorre com maior facilidade. - Seu temperamento sempre dcil e gracioso, mesmo se no for de raa pura. Ela esguia, tem pescoo fino e coxas torneadas, com pelo macio e fino e a pele deve ser solta.

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3. O BERE: O leite comea a ser produzido aps o primeiro parto, quando inicia o perodo de lactao. O sistema mamrio da vaca utiliza os nutrientes absorvidos no trato gastro intestinal ou das reservas corporais da vaca, que chegam at as clulas do bere pela corrente sangnea. O bere dos bovinos est localizado entre as patas traseiras, contendo 4 quartos independentes, cada um sendo uma glndula mamria, com uma estrutura composta por uma rede de clulas secretoras agrupadas em cachos, ligadas a pequenos canais galactforos que desembocam nos ductos galactforos, abrindo-se na cisterna de cada quarto de bere, de onde o leite retirado cada ordenha, escorrendo pelo canal do teto, saindo pelo orifcio do teto, rodeado pelo esfnter do teto. (Ver Figura 1). O bere de uma vaca com alta produo de leite pode produzir e armazenar mais de 20 quilos de leite entre uma ordenha e outra. O peso total do bere de uma vaca adulta pode chegar a 50 quilos. Por essa razo muito importante o sistema de suporte do bere, principalmente os ligamentos suspensrios: os ligamentos suspensrios laterais ficam de cada lado do bere, inseridos no osso pbico; o ligamento medial fixa o bere na parede abdominal e na pelve. O bere dividido por uma linha mdia em duas partes, esquerda e direita. Com o passar dos anos o ligamento medial vai relaxando, pode romper ou distender-se, causando dificuldade de ordenha, leses nos tetos, infeces mamrias. A altura do piso do bere deve estar acima da articulao do jarrete, significando menores riscos de traumatismo durante as caminhadas entre o campo e a sala de ordenha. Selecionar animais com ligamento medial mais resistente. Cada um dos quartos posteriores cerca de um tero maior do que cada quarto anterior, produzindo tambm maior quantidade de leite. Os tetos devem apresentar-se simtricos, com tamanho mdio para facilitar a utilizao do equipamento de ordenha. O orifcio de sada do leite de cada teto apresenta uma musculatura importante chamada de esfnter do teto, fundamental para proteger contra a entrada de bactrias no bere. Originam-se a os termos vaca moleira para referir-se a vacas que apresentam o esfinter do teto muito relaxado, perdendo leite pelo caminho, o que representa uma desvantagem, pois h maior predisposio contaminao do bere e aparecimento de mamite. O termo vaca dureira refere-se quelas que tm o esfnter mais resistente, mais duro, gerando dificuldade de ordenha, com posteriores ferimentos, principalmente em ordenhas mecanizadas, onde a fora realizada pelo vcuo forma zonas de inchao dentro do teto, podendo ocasionar mamites por traumatismo.

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ESTRUTURA DA GLNDULA MAMRIA (Figura 1):

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4. HORMNIOS ENVOLVIDOS NA ORDENHA: REFLEXO NEURO HORMONAL PARA A EJEO DE LEITE: Envolve as respostas da vaca ao estmulo do ordenhador durante a preparao antes da ordenha: estmulo no teto, com a higienizao e o rudo da ordenhadeira ativam os receptores nervosos da pele do teto e levam mensagem medula espinhal, indo ao hipotlamo, no crebro, causando a liberao do hormnio OCITOCINA pela glndula Hipfise, que vai at o bere em cerca de 20 segundos. A Ocitocina conecta-se a receptores nas clulas mioepiteliais (elsticas) para expulsar o leite contido nos alvolos em direo aos ductos maiores e depois para a cisterna da glndula e ao teto. Tem uma ao rpida, fica na corrente circulatria durante apenas 3,5 minutos. A colocao das teteiras e o incio da ordenha devem ser feitas de forma rpida (entre 30 e 60 segundos) para no perder a ao deste hormnio (Ocitocina). Este reflexo pode ser inibido pela ao do hormnio ADRENALINA (Hormnio do Estresse), produzida pelas glndulas Adrenais. A adrenalina, quando liberada na corrente circulatria, bloqueia a liberao da Ocitocina e faz vasoconstrio dos vasos sanguneos do bere, no permitindo a continuidade da retirada do leite. Assim, o local da ordenha deve ser calmo e rotineiro, com os sons de costume, com manejo tranqilo das vacas. 5. CURVA DE LACTAO:

CURVA DE LACTAO: a representao grfica da quantidade de leite produzido em cada ms desde o parto at o final de cada perodo de produo de leite. Cada vaca leiteira fica, em mdia, 305 dias produzindo leite, o que representa 10 meses de um ano. O objetivo do produtor de leite que cada vaca produza um terneiro por ano. A vaca d cria, fica lactando por cerca de 10 meses, descansa por 2 meses e d cria novamente, fechando um ano. Esta a base terica para buscar o sucesso na propriedade leiteira. O pico de lactao o momento em que a vaca apresenta produo mxima de leite por dia, em cada lactao. Ocorre aos 30 50 dias depois do parto e tem grande importncia, pois cada litro a mais neste momento significa 200 litros a mais por lactao. 5

Persistncia a caracterstica que cada vaca tem de permanecer durante mais tempo produzindo quantidades mais altas de leite, caindo mais suavemente sua produo aps o pico de lactao. CURVA DE LACTAO, INGESTO DE MATRIA SECA, CRESCIMENTO DO FETO E RESERVAS CORPORAIS DA VACA:

ESCORE DE CONDIO CORPORAL DESEJVEL NA LACTAO

PARA CADA LITRO DE LEITE PRODUZIDO SO NECESSRIOS APROXIMADAMENTE 500 LITROS DE SANGUE PASSAREM PELO BERE !!!! A alimentao da vaca no incio da lactao deve ser bem planejada, para que ela possa produzir no pico de produo toda a sua potencialidade. A exigncia nutricional da vaca logo aps o parto muito alta e a vaca no consegue comer tudo o que seria necessrio para preencher suas necessidades. O pico do consumo de alimentos ocorre entre o 3 e 4 ms de lactao, um ms depois do pico de produo de leite. Vacas de alta produo leiteira perdem 10% do peso corporal no incio da lactao. Vacas que no recebem boa alimentao nesta fase podem ter sua vida reprodutiva afetada, com ausncia de cios depois da pario, alm de sua produo de leite ser menor. 6

NOVA COBERTURA PS PARTO: a vaca ideal deve manifestar novo cio entre 50 e 90 dias ps parto, para que o intervalo entre partos se aproxime do ideal, que de1 ano. 6. DESEMPENHO IDEAL DA VACA LEITEIRA O produtor de leite deve acompanhar com ateno: - observar todo dia a produo de leite; - pesar a produo de leite do dia uma vez por ms e anotar (escolher data fixa); - anotar para cada vaca: data do cio, data da cobertura, data do parto, data da secagem, data de ocorrncias como abortos, mamite, outras doenas... INDICADORES DE DESEMPENHO PRODUTIVO: REPETE O CIO NOVA COBERTURA PERODO DE LACTAO PICO DE PRODUO QUEDA DE PRODUO APS PICO DE LACTAO PERODO SECO INTERVALO ENTRE PARTOS A cada 21 dias 50 90 DIAS PS PARTO 305 DIAS (10 MESES) 30 50 DIAS PS PARTO 10% AO MS 60 DIAS ANTES DO NOVO PARTO 12 MESES (1 ANO)

7. SECAGEM DA VACA: Planeja-se o fim da retirada de leite da vaca quando faltam 60 dias para a data do prximo parto, permitindo que a vaca recupere estado corporal, descanse sua glndula mamria e permita o crescimento total do terneiro na fase final da gestao. Modo de Agir: no dia determinado, ordenhar normalmente, separar a vaca das outras, suspender alimentao concentrada, dar volumoso de baixa qualidade (palhas), no dar alimento nem gua durante a noite (na mangueira ou na cocheira). No dia seguinte, colocar o medicamento preventivo para mamite (intramamrio), mantendo ainda a vaca isolada e com restrio alimentar. Observar: se o bere inchar demais, pode fazer compressa com vinagre e sal, para reduzir o inchao, no caso de no possuir o medicamento apropriado no momento. 8. ORDENHA: a operao de extrao do leite do bere, usando para isso processos manuais ou mecanizados. o momento mais importante do dia, para garantir a obteno do produto final da criao. fundamental a organizao de uma rotina das atividades de higiene e de manejo, de modo que a ordenha seja: HIGINICA, RPIDA, PROFUNDA E TRANQILA. a) ORDENHA HIGINICA: a qualidade e a quantidade do leite produzido so afetadas diretamente pelo nvel de higiene do ordenhador, da vaca e dos equipamentos. O leite um timo meio de cultura para o desenvolvimento de bactrias. Quando acontece a contaminao, as bactrias comeam a alimentar-se dos nutrientes do leite, que passa a ter sabor desagradvel, com diminuio no teor de casena (protena) e aumento da acidez, o que traz prejuzo para o seu aproveitamento industrial. O leite normal pode conter de 500 at

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10.000 bactrias por mililitro. Se ele ficar 48 horas fora da geladeira, passa a ter quase 3 milhes de bactrias. O ordenhador deve ser uma pessoa com informaes sobre a facilidade com que o leite perecvel, para garantir com o seu cuidado pessoal que no aconteam contaminaes. Deve ser asseado, ter boa sade, manter as unhas cortadas e limpas. Recomenda-se usar botas de borracha, avental e gorro exclusivos para o servio de ordenha. A vaca deve ser mantida livre de sujeiras aderidas ao corpo. Cauda e cascos devem ser aparados. Preferem-se animais sem chifres, que so menos agressivos e facilitam o manejo. Atualmente, os pesquisadores no recomendam fazer lavagem do bere, pois muita gua escorria dos tetos e entrava nas teteiras durante a ordenha. Lavar apenas os tetos. O ideal apenas utilizar a toalha de papel, que j funciona como massagem estimuladora da descida do leite. Os equipamentos devem ser lavados aps cada ordenha, com as substncias recomendadas. Todo o encanamento que leva o leite ao tanque resfriador deve ser mantido limpo. As borrachas das teteiras devem ser trocadas conforme o prazo de validade, para garantir a higiene do leite e a sade dos tetos da vaca. b)ORDENHA RPIDA: o tempo para ordenhar cada vaca no deve ultrapassar 10 minutos, para aproveitar a ao do hormnio Ocitocina, que fica pouco tempo na corrente circulatria. c)ORDENHA PROFUNDA: retirar todo o leite possvel a cada ordenha, para no restar leite residual, que pode servir como fonte de inflamao e ocorrncia de Mamite. A ordenha profunda aumenta o teor de gordura do leite, aumentando tambm a produo total de leite na lactao. d)ORDENHA TRANQUILA: sem rudos estranhos, sem pessoas estranhas. Deve ser mantida a rotina normal, com manejo calmo dos animais, sem estresse, pois ocorreria a liberao do hormnio Adrenalina, que bloquearia a liberao do leite. 9. ORDEM NA ORDENHA (FILA DE ENTRADA NA ORDENHA): Entram na sala de ordenha primeiro os animais que nunca tiveram mamite, depois entram as vacas tratadas e curadas, depois as vacas que tem suspeita da doena (diagnosticadas pelo teste CMT) e, por fim, as vacas que esto sendo tratadas com medicamentos e cujo leite no pode ser comercializado.

10. AES NA SALA DE ORDENHA: Depois que cada vaca ocupa o seu lugar, o ordenhador deve usar a toalha de papel, (uma parte do papel para cada teto) com firmeza e rapidez, pois este contato muito importante para ativar a liberao de Ocitocina. A seguir, aplicar o pr-dipping (mergulhar cada teto em soluo desinfetante). Desprezar os primeiros jatos que saem de cada teto, pois eles podem conter sujidades. Realizar o teste da Caneca de Fundo Preto, onde se pode 8

constatar a presena de grumos de leite, o que seria diagnstico de Mamite Clnica. Realizar a cada 30 dias o CMT (Califrnia Mastite Teste), que detecta mamite sub-clnica (que no tem sintomas). Ento, colocar a ordenhadeira (ou realizar a ordenha manual) e verificar o fluxo de leite no tubo transparente. Quando o fluxo de leite estiver fraco, faz-se uma presso na central de leite, para retirar o mximo possvel de leite, fechando a torneirinha do vcuo e retirando as teteiras da vaca. Colocar as teteiras no suporte (apoio), prosseguindo com a colocao do ps-dipping em cada um dos tetos. Pr dipping e ps dipping: utilizao de soluo iodada em um recipiente com formato especial (para caber o teto da vaca), onde cada teto deve ser mergulhado, ficando protegido de microrganismos. Sua utilizao antes da ordenha opcional, mas depois da ordenha obrigatria, pois conserva os tetos selados contra os microrganismos, alm de proteger a pele da alterao de temperatura quando a vaca retorna ao campo. A diferena entre eles que o ps dipping mais concentrado (tem maior proporo de iodo). Horrios de ordenha: os horrios de ordenha so definidos conforme o interesse de cada produtor e a sua organizao, conforme a estao do ano. O intervalo entre ordenhas no deve ser desigual, com cerca de10 a 12 horas entre ordenha da manh e da noite e outras 10 a 12 horas entre a ordenha da noite e a ordenha da manh seguinte. O horrio deve ser respeitado todos os dias, pois as vacas so animais muito rotineiros e, se ficarem esperando com os beres cheios de leite, os receptores de presso do bere comeam a gerar dor, o que reduz a liberao de leite. Nmero de ordenhas ao dia: em geral, as propriedades se organizam com duas ordenhas ao dia. S h justificativa para a realizao de trs ordenhas quando as vacas forem de alta produo leiteira (acima de 25 litros ao dia, em mdia), pois os custos de produo se elevam muito com a necessidade de realizar ordenhas no meio da noite, o que exige a contratao de outra turma de pessoal para as tarefas de alimentao e ordenha. Os sistemas confinados em free-stall podem contar com trs ordenhas ao dia. 11. COMPARAO ENTRE ORDENHA MANUAL E ORDENHA MECNICA: Ordenha Manual: usar as 2 mos simultaneamente. Uma pessoa ordenha cerca de 10 vacas por ordenha, gastando cerca de 6 minutos e 48 segundos para retirar 7 litros de leite. Ordenha Mecnica: conforme o tipo de equipamento, uma pessoa pode ordenhar de 20 a 100 vacas por hora. No sistema baldes de transporte uma pessoa opera 2 a 3 mquinas. Em sistemas canalizados (pipe-line), uma pessoa opera 3 a 4 mquinas. Em instalaes automticas espinhas de peixe, uma pessoa opera 4 a 5 mquinas.

VANTAGENS DA ORDENHA MECNICA: 1. Menor mo de obra: um indivduo ordenha com mquina um nmero de vacas maior do que duas ou trs pessoas em ordenha manual. 2. Maior rendimento: a mquina faz um trabalho mais uniforme, sem problema de cansao e de pouca habilidade manual do ordenhador, resultando em mais animais ordenhados e maior nmero de litros produzidos.

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3. Melhor higiene: quando seguidas as regras de higiene da vaca e do equipamento de ordenha, o leite ter menor contato com contaminaes, reduzindo a possibilidade de mamite no rebanho. PROBLEMAS DA ORDENHA MECNICA: quando a higiene e a regulagem da ordenhadeira no so seguidas, ocorrem efeitos negativos sobre a produo de leite: 1. Machucados nos tetos: quando as teteiras no so retiradas aps cessar o fluxo do leite, ou quando o vcuo est mais alto do que a taxa mxima permitida, ocorrem ferimentos nos tetos, que podem provocar mamites. 2. Transmisso da mamite: quando os cuidados de higiene do equipamento no so tomados e a rotina da ordenha no seguida, o equipamento torna-se transmissor de mamite entre as vacas em lactao. 3. Diminuio da produo: ordenhadeira mal regulada, com nmero de pulsaes acima ou abaixo da recomendao do fabricante no esgota totalmente o bere, deixando leite residual que age contra o estmulo de produo de leite. 12. FUNDAMENTOS DA ORDENHA MECNICA: - VCUO CONSTANTE Extrao do ar das teteiras, pelo uso de uma bomba que produz vcuo no encanamento e nas teteiras, fazendo suco nos tetos. O motor aciona a bomba de vcuo, produz vcuo constante distribudo pelo encanamento, indo aos baldes e teteiras. A ao sobre os tetos imita a boca do terneiro, fazendo suco e massagem. O relgio medidor de vcuo (vacumetro) pode estar entre 40 e 30 atmosferas, sendo o nvel timo 38 atm. - PULSADOR: dispositivo geralmente instalado na tampa do balde de ordenha, h liberao ou interrupo do vcuo nas teteiras, alternando a suco e a presso sobre os tetos. Realiza uma alternncia entre presso e suco sobre os tetos. Evita que ocorra suco constante, que acabaria forando a circulao sangnea na parte inferior do bere, com dor, derrames e interrupo da passagem do leite. O pulsador deve fazer de 50 a 60 pulsaes por minuto, correspondendo ao tempo de ordenha (suco) e tempo de massagem (presso). A proporo entre suco e massagem mais utilizada de 2:1. Presso e suco ocorrem simultaneamente nos 4 tetos: enquanto a suco acontece nos dois tetos anteriores, a presso exercida nos dois tetos posteriores, mantendo o vcuo estvel no equipamento. EFEITOS DA ALTERAO NOS VALORES DE VCUO E DE PULSAES: -SUCO ELEVADA: Quando a suco ultrapassa 40 atm, as teteiras podem subir muito, sugando uma parte do bere para dentro, provocando dor e leso no tecido da cisterna do bere. -SUCO BAIXA: Quando estiver abaixo de 30 atm, a mquina no consegue extrair todo o leite, restando leite residual e podendo ocorrer a queda das teteiras depois de terem sido colocadas no bere. -PULSAO ELEVADA: Quando as pulsaes estiverem acima de 60 por minuto, pode haver perda do ritmo entre a descida do leite para a cisterna e o ato de extrao, com desperdcio de trabalho da mquina.

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-PULSAO REDUZIDA: Quando as pulsaes estiverem abaixo de 50 por minuto, a mquina no consegue extrair o leite com a mesma velocidade que ele desce para as cisternas, ficando algum leite residual. EXERCCIOS DE FIXAO DO CONTEDO: 1) O que entendes por Higiene da Ordenha? Resume as atitudes mais importantes. 2) Quais os principais hormnios envolvidos no momento da ordenha? Qual a ao mais importante de cada um deles? 3) Cita os passos rotineiros de uma ordenha mecnica. 4) Quais poderiam ser 2 desvantagens da utilizao de ordenhadeiras mecnicas em uma propriedade? 5) Explica rapidamente: a) Pico de lactao: b) Curva de lactao: c) Perodo seco (o que ; para que serve?). d) Esgotar o bere: 6) Cita as principais caractersticas fsicas que deve apresentar uma boa vaca leiteira. 13. MAMITE OU MASTITE: a inflamao da glndula mamria. a principal enfermidade do gado leiteiro em todo o mundo. Seu maior prejuzo a reduo da produtividade dos rebanhos, pois geralmente as vacas no demonstram fisicamente sintomas da doena, ficam portadoras do problema, contaminando diversos animais do rebanho e aos poucos diminuem a produo de leite. Estima-se que a metade das vacas do mundo tenha esta doena. Fatores causadores de mamite: infeco dos tecidos do bere ou traumatismos (golpes, irritao por m ordenha). Geralmente, h inflamao e infeco, pela presena de bactrias ou outros microrganismos patognicos. A mamite pode afetar apenas um quarto ou todos os quartos de um bere. CLASSIFICAO DA MAMITE: Mamite Clnica: so as mamites que se podem ver. Apresentam sinais ou sintomas fsicos, como inchao do bere, zonas vermelhas, dor, temperatura mais alta, leite alterado, com grumos, com pus ou com sangue. Reduo da produo de leite. Quando no tratada, pode produzir febre, depresso, falta de apetite, sndrome da vaca cada e morte do animal. Mamite Sub clinica: no h alteraes visveis nem no leite nem no bere. No h dor. S pode ser percebida pela anlise do leite. Este tipo de mamite o que mais ocorre, pois o produtor no percebe a sua presena e a doena passa para outros animais. O diagnstico deve ser feito com base na Contagem das Clulas Somticas (CCS) do leite. Clulas somticas so elementos microscpicos que esto no leite, originadas do tecido mamrio e de clulas de defesa (leuccitos). Quando um quarto do animal est saudvel, ter entre 200.000 e 500.000 clulas somticas em um mililitro de leite (2000.000 a 5000.000 cel/ml). O nmero destas clulas naturalmente muito elevado no colostro e pode chegar a 700.000 cel/ml em vacas no final da lactao e j prximas do perodo de secagem. Considera-se normal at 500.000 cel/ml (ou menos) na anlise de leite de um rebanho. Acima deste valor, pode haver mamite subclnica no rebanho. 11

MTODOS DE MEDIO DAS CLULAS SOMTICAS: - Mtodos diretos: Contagem microscpica, Mtodos Eletrnicos. - Mtodo Indireto: CMT (Califrnia Mastite Teste), Viscosmetro. Os mtodos diretos so usados para anlise de leite de rebanhos, contando diretamente as clulas presentes. Os mtodos indiretos no contam diretamente as clulas. Baseiam-se em que, ao misturar o leite a um reagente (detergente) as clulas somticas se rompem e alteram a viscosidade da amostra. Em um leite normal, no h alterao do aspecto quando se acrescenta o reagente. Em um leite com mamite, ao acrescentar o reagente, torna-se mais viscoso, mais espesso, como clara de ovo e em alguns casos at forma muco espesso. - C.M.T (Califrnia Mastite Teste): o teste mais utilizado, por ser prtico, econmico e eficiente. Pode ser usado para examinar cada quarto doente de cada vaca ou pode-se analisar o leite total de uma vaca ou at mesmo a amostra do leite total de um rebanho. Utiliza-se uma raquete especial para coletar o leite de cada teto. Como utilizar: eliminar os jatos iniciais de cada teto e logo coletar um jato curto (2 ml) de cada teto, em cada um dos depsitos da raquete. Acrescentar 2 ml do reagente em cada depsito e agitar suavemente a raquete em movimentos giratrios por 10 segundos. Nos quartos saudveis, no muda o aspecto do leite. Nos quartos com mastite subclnica, torna-se viscoso, em maior ou menor grau, conforme o grau de inflamao. Na figura abaixo, a raquete do CMT mostra exemplos da viscosidade do leite:

Relao do CMT com o grau de mamite e Contagem de Clulas Somticas por ml: CMT zero: leite normal. No h alterao do aspecto do leite. Representa 100.000 a 300.000 CCS/ml. CMT 1 (+): pouco viscoso. Reduz o escorrimento do leite. H aumento da viscosidade. Representa 900.000 CCS/ml.

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CMT 2 (++): francamente viscoso. Aparece imediatamente o aumento da viscosidade. O muco formado gira quando se agita a raquete. Representa 2.700.000 CCS/ml. CMT 3 (+++): muito viscoso. Forma um gel ou muco muito consistente, como clara de ovo, que se gruda no fundo da raquete ao gir-la. Representa 8.100.000 CCS/ml. IMPACTO DA MAMITE: Mamite Clnica: provoca perdas econmicas por gastos em medicamentos, servios veterinrios; perdas de quartos produtivos (quartos ou tetos cegos); descarte de vacas doentes (necessidade de maior reposio); morte de vacas; leite com mamite no pode ser enviado indstria; leite de vacas tratadas com antibiticos no pode ser consumido por 7 a 10 dias; reduo na produo de leite. Mamite Subclnica: acontece cerca de 50 vezes mais. As perdas na produo de leite chegam a 70% do que poderia ser produzido. O efeito das perdas econmicas como um iceberg, onde a parte visvel das perdas com a mamite clnica e a parte no visvel (que muito maior) so as perdas com a mamite subclnica.. Efeito da Temperatura e do Tempo sobre o Crescimento Microbiano: Contagem Temperatura Contagem Contagem Bacteriana de Bacteriana Bacteriana Inicial armazenamento Total Total 3 horas 9 horas 9.000 col/ml 4 C 9.000 9.000 9.000 col/ml 15 C 10.000 46.000 9.000 col/ml 25 C 18.000 1.000.000 9.000 col/ml 35 C 30.000 35.000.000 Contagem Bacteriana Total 24 horas 10.000 5.000.000 57.000.000 800.000.000

TRATAMENTO DAS MAMITES: A Mamite Clnica deve receber ateno imediata, tratamento com medicamento intramamrio e separao do animal. Atualmente, no se recomenda o tratamento da mamite subclnica durante a lactao, pois os animais em tratamento antibitico no podem ter seu leite comercializado, o que gera um grande prejuzo. Recomenda-se que os animais suspeitos ou com mamite sejam ordenhados sempre por ltimo na fila da ordenha, para no contaminarem outras vacas. O tratamento da mamite subclnica ocorrer durante o perodo seco, quando as vacas param de ser ordenhadas e recebem uma aplicao intramamria de antibiticos que tem ao prolongada, agem durante os 60 dias de repouso do bere.

CONTROLE DAS MAMITES: - Higiene ambiental: os microrganismos causadores da maioria das mamites se encontram no solo, entre a matria orgnica e a sujeira. Pisos, paredes, bretes de ordenha devem ser

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higienizados, evitando o barro e gua parada na mangueira de espera. Submeter a ordenhadeira desinfeco recomendada pelo fabricante. - Controle peridico da ordenhadeira mecnica: revisar as peas, as teteiras, os tubos flexveis, para evitar que ocorra contaminao de uma vaca para outra ou de um quarto para outro (em uma mesma vaca), pelas teteiras contaminadas. Importante: controle do vcuo (evitar flutuaes); teteiras com prazo de validade respeitado (borracha sem fissuras). Verificar se as pulsaes esto ocorrendo no ritmo certo, j que a freqncia de suco e massagem fundamental para evitar irritaes no tecido mamrio. Utilizar a assistncia tcnica do equipamento, repondo as peas, com garantia de bom funcionamento. DESCARTE RACIONAL: Eliminar os animais que apresentam problemas para a propriedade. Encaminh-los para o abate, nunca passar adiante para outro produtor as vacas com beres propcios a adquirir mamite, vacas duras de ordenhar, vacas que tornam a repetir mamite clnica aps tratamento. As vacas que apresentam CMT elevado em vrios quartos so candidatas ao descarte. Ao tomar medidas para o controle da mamite, os resultados no so imediatos nem espetaculares, depois de 2 a 3 anos pode-se atingir um resultado timo, tanto do ponto de vista econmico (aumento da quantidade de leite produzido) quanto do ponto de vista da sade do rebanho e da qualidade do produto final. 14. MANEJO DO REBANHO LEITEIRO O Rebanho o conjunto de animais que compem o Tambo, ou a Leitaria. Dentro dele, h os animais em produo (vacas em ordenha), animais que se preparam para a lactao (novilhas prenhes, vacas secas e prenhes). O outro grande grupo dos animais de reposio (terneiras e novilhas). O Manejo o conjunto de decises que o produtor toma a respeito da utilizao dos recursos de sua propriedade. Manejo do Rebanho so todas as medidas que o produtor toma com relao ao gado, criao, alimentao, modo de realizar os servios, etc. 15. CRIAO DE TERNEIRAS: A cria e recria de terneiras no tambo de grande importncia no aspecto econmico. importante criar as filhas das melhores vacas, com boa sade, evitar mortes e usar a menor quantidade de leite possvel na criao de cada terneira. REGRA: Quanto antes um ruminante deixar de tomar leite, mais eficiente ele ser e mais econmica ser sua criao. As terneiras eram criadas com 600 a 800 litros de leite at o desaleitamento, aos 4 ou 5 meses, resultando em um custo de produo muito elevado. A alimentao dos animais representa cerca de 60% dos custos de produo. Para ser mais eficiente, o produtor deve basear a alimentao dos seus animais nos nutrientes disponveis de menor custo os pastos logo que o animal possa aproveit-los. ALIMENTAO RECOMENDADA PARA A TERNEIRA: 1. Receber COLOSTRO o mais cedo possvel, nas primeiras 6 horas de vida, , pois o intestino permite a absoro quase total das imunoglobulinas (anticorpos), com efeito laxante e estimulador do sistema de controle da temperatura corporal. 14

2. Nas primeiras 3 semanas, recebe cerca de 4 litros de leite ao dia, divididos em duas refeies, fornecidos em horrio regular e em temperatura uniforme (morna). 3. A partir da 14 semana, comea a reduo da quantidade de leite fornecida, cerca de meio litro a menos em cada refeio. Recebe pastagem tenra e suplemento concentrado inicial. Sempre ter gua vontade. 4. O desaleitamento (retirada do leite da dieta do animal) ocorre quando as terneiras estiverem consumindo rao concentrada na seguinte proporo: Jersey 500g por dia e Holandesa - 700 g por dia, desde que o peso vivo da Jersey seja de 55 kg e da Holandesa 70 kg. Em boas condies,o desaleitamento pode ocorrer aos 70 80 dias, mas em condies ideais, ocorre entre 45 60 dias! ESQUEMA DE ALIMENTAO PARA TERNEIRAS (EMATER): IDADE (dias) 24 horas 2a4 5 a 14 15 a 42 43 a 182 Total LEITE INTEGRAL Manh e Tarde (kg) S colostro, junto vaca 2,0 2,5 Holandesa 1,5 2,0 Jersey 2,0 2,5 Holandesa 1,5 2,0 Jersey 3,5 Holandesa 3,0 Jersey At 160 litros Holands At 130 litros Jersey CONCENTRADO (kg) vontade vontade At 2,0 kg/dia Holandesa At 2,0 Jersey At 270 kg Holands At 200 kg Jersey

SANIDADE DAS TERNEIRAS: - acompanhar os partos para evitar mortes das recm nascidas; - desinfetar o umbigo com soluo de iodo para evitar infeces e bicheiras; - mamar o colostro nas primeiras horas de vida (intestino com mxima absoro); - evitar locais confinados sem ventilao, midos; - separar a terneira da vaca em 24 horas; - criar as terneiras separadas umas das outras para no adquirirem hbitos incorretos; - higienizar os baldes de alimentao; - separar animais de idades diferentes; - vacinar as terneiras conforme tabela da regio. - planejar a aplicao de vermfugos. 16. RECRIA DE TERNEIRAS: Aps o desaleitamento, devem seguir comendo rao concentrada e pastagens de boa qualidade. Este perodo crtico. Conforme a terneira ganha peso, pode receber pastagens de menor qualidade. Controlar os parasitos internos e externos, aplicar as vacinas necessrias na regio. 15

17. NOVILHAS DE REPOSIO (VAQUILHONAS): Sero os animais escolhidos para substituir as vacas que vo sendo secas no decorrer do perodo. Os animais excedentes podem ser vendidos quando apresentam boa qualidade. As vaquilhonas entram no rebanho produtivo (tornam-se vacas lactantes) ao primeiro parto. Se o primeiro parto ocorre em idade avanada, a novilha ter sido improdutiva por longo tempo, ocupando rea da propriedade e no dando retorno econmico. Normalmente o produtor dedica a melhor pastagem e o concentrado para as vacas em lactao, que so as que geram os recursos mensais em troca do leite comercializado. As novilhas de reposio que recebem alimentao insuficiente ou deficiente, apresentam desenvolvimento lento e atrasam o incio de sua vida reprodutiva (demoram a pegar cria). PUBERDADE: a maturidade sexual, o aparecimento dos cios. Depende principalmente do Peso Corporal do animal. Na raa Holandesa, a puberdade ocorre com peso aproximado de 250 - 300 kg. Na raa Jersey, ocorre por volta dos 220 a 250 kg. Este peso pode ser alcanado em diferentes idades, depende do nvel de alimentao. O primeiro servio (inseminao ou monta) deve acontecer quando a novilha atinge 250 kg (Jersey) e 340 kg (Holandesa). A recomendao que a cobertura acontea entre 15 e 18 meses de idade. IMPORTANTE: As novilhas devem continuar ganhando peso na gestao, para chegar ao parto com 360 kg (Jersey) e 500 kg (Holandesa). Se forem mal nutridas, produziro pouco leite, pois tm que terminar o seu desenvolvimento. Ser mais difcil recuperar o peso depois do parto, bem como ser difcil entrar novamente em cio (anestro). IDADE DE PARIO DAS NOVILHAS: 1. Para obter parto aos 2 anos de idade, so necessrios alimentos de alta qualidade, com alta concentrao de energia e protena, como pastagens consorciadas (gramneas e leguminosas) e concentrados . Nem todo produtor pode arcar com este investimento em alimentao. A opo manter a novilha mais tempo com a alimentao mais econmica e retardar a entrada em reproduo. 2. Partos aos 2,5 anos de idade podem ser obtidos com alimentos de menor concentrao energtica e protica, utilizando pastagens cultivadas, pastoreio em campo nativo e feno. 3. Partos aos 3 anos so obtidos com pastoreio em campo nativo. Entre o 1 caso e o 3, perde-se um ano de produo da fmea, bem como se deixa de obter um(a) terneiro(a). Realizar dosificaes contra parasitos gastrointestinais e pulmonares. A muda dos dentes, que acontece neste perodo, pode alterar o consumo de alimentos e enfraquecer o animal. ######################################

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