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ESTADO DO MARANHÃO POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO DIRETORIA DE ENSINO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR SEÇÃO TÉCNICA DE ENSINO POLICIAMENTO MONTADO APOSTILA CFO

Apostila Cavalaria CFO

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ESTADO DO MARANHÃO POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO

DIRETORIA DE ENSINO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR

SEÇÃO TÉCNICA DE ENSINO POLICIAMENTO MONTADO

APOSTILA CFO

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“Cercado pelos elementos que conspiram para sua ruína e por animais cuja velocidade e força superam as suas, o homem teria sido um escravo sobre a terra. O cavalo fez dele um rei.”

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Gen. Ephem Hovël

SUMÁRIO

p. Cap. I FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE POLICIAMENTO................................. 04 1 CONCEITO.................................................................................................... ............... 04 2 CLASSIFICAÇÃO....................................................................................................... 04 2.1 Quanto ao tipo............................................................................................................... 04 2.2 Quanto ao processo....................................................................................................... 04 2.3 Quanto a modalidade................................................................................................... 04 2.4 Quanto a circunstância................................................................................................. 05 2.5 Quanto ao lugar............................................................................................................ 06 2.6 Quanto ao objetivo........................................................................................................ 06 3 FUNDAMENTOS DO POLICIAMENTO MONTADO.......................................... 06 4 EXECUÇÕES DO POLICIAMENTO MONTADO................................................. 08 Cap.II HIPOLOGIA................................................................................................................. 09 1 CONCEITO................................................................................................................... 09 2 EXTERIOR DO CAVALO.......................................................................................... 09 3 PELAGENS................................................................................................................... 14 4 LOCOMOÇÃO............................................................................................................. 18 5 NUTRIÇÃO.................................................................................................... ............... 19 6 CUIDADOS DIÁRIOS E PERIÓDICOS................................................................... 21 7 PROCEDIMENTO DIÁRIO DO SERVIÇO E MATERIAL ADOTADO............. 23 8 ARMAMENTO, EQUIPAMENTO, ARREIOS, APRESTO E FARDAMENTO. 26 9 ENCILHAMENTO....................................................................................................... 29 10 PROCEDIMENTO NO POSTO................................................................................. 31 11 PROCEDIMENTO DO PATRULHEIRO APÓS O SERVIÇO.............................. 33 12 ORDEM UNIDA........................................................................................................... 33 13 ABORDAGEM POLICIAL......................................................................................... 41 14 ABORDAGEM POLICIAL EFETUADA PELA PATRULHA MONTADA...... 42 15 FORMAÇÃO DE CDC A CAVALO.......................................................................... 48 16 DOENÇAS..................................................................................................................... 51 16.1 PRINCIPAIS PARASITOSES.................................................................................... 51 16.2 AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTIVO................................................................. 54 17 AFECÇÕES DO APARELHO LOCOMOTOR........................................................ 56 18 DOENÇAS BACTERIANAS....................................................................................... 58 19 DOENÇAS VIRÓTICAS............................................................................................. 60 20 DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS (VÍCIOS).................................................. 63 21 APOSTILA CONTENÇÃO E TRANSPORTE 64

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POLICIAMENTO OSTENSIVO MONTADO

1 CONCEITO É o policiamento geral que, utilizando como meio de

locomoção o cavalo, visa satisfazer as necessidades basilares de segurança, inerentes a qualquer comunidade ou qualquer cidadão. Excepcionalmente, pode atuar como policiamento de trânsito, rodoviário, florestal , mananciais e de guarda.

2 CLASSIFICAÇÃO 2.1 Quanto ao tipo

Excepcionalmente, pode atuar como policiamento de trânsito, rodoviário, florestal , mananciais e de guarda.

2.2 Quanto ao processo

Obviamente executa o processo montado podendo no entanto, excepcionalmente, executar o processo a pé ou motorizado.

2.3 Quanto a modalidade

O Policiamento Hipo pode ser empregado nas quatro modalidades a saber:

2.3.1 Patrulhamento

É a atividade móvel de observação, fiscalização, reconhecimento ou mesmo de emprego de força, desempenhada pelo PM no posto. No caso específico do patrulhamento hipo, este possui caráter eminentemente preventivo e se resuma na quase totalidade de sua missão;

2.3.2 Permanência

Esta modalidade só é utilizada pelo Policiamento Hipo, durante o ponto de apeamento1 pelo alto grau de mobilidade do cavalo a permanência é eventual;

1. local determinado dentro do posto, para apeamento e o descanso das patrulhas e das montadas

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2.3.3 Diligência

É a atividade que compreende a busca de pessoas, animais ou coisas; sua captura ou resgate de vítimas, sendo o Policiamento Montado utilizado nesta modalidade mais quando o local onde se darão a busca for demasiadamente acidentado ou inacessível a outros processos;

2.3.4 Escolta

É a atividade de custódia a bens ou pessoas em deslocamento. O Policiamento Hipo executará esta modalidade mais no aspecto festivo ou representativo como escoltas de honra, fúnebres, piquetes e outros.

2.4 Quanto à circunstância

Executará o Policiamento Montado, nas circunstâncias ordinária, extraordinária e especial.

2.4.1 Ordinária

È a atuação rotineira, previsível e portanto planejável, executada normalmente através do patrulhamento, via de regra, por frações elementares.

- em logradouros, zonas comerciais, residências e indústrias;

- para estender o policiamento a pontos de difícil acesso a outros processos, como locais de invasão de terra, favelas etc;

- e principalmente, em apoio à tropa a pé. 2.4.2 Extraordinário

É a atividade PM não-rotineira, não-previsível e logicamente não-planejável, desenvolvida por frações elementares ou constituídas de:

- calamidades públicas, como elemento de segurança em áreas atingidas;

- invasão de terra para promover o congelamento de área; - para o isolamento de extensas áreas em casos de

acidentes com produtos químicos ou radioativos; - rebeliões ou fugas coletivas em casas prisionais; - tumultos e distúrbios civis em manifestações ou greves.

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2.4.3 Especial

É a atuação não rotineira, mais previsível e planejável desenvolvida por frações elementares ou constituídas em operações como:

- policiamento em campos de futebol; - operações tipo Batida Policial; (Blitz) - exposições agropecuárias, rodeios e similares; - policiamento em shows.

2.5 Quanto ao lugar

O Policiamento Hipo poderá executar missões em áreas urbanas e rurais.

2.6 Quanto ao efetivo

O Policiamento Hipo atuará através de frações elementares (um PM, uma dupla ou trio PM), ou constituídas (GPM, Pel PM, EPM ou RPMon).

3 FUNDAMENTOS DO POLICIAMENTO MONTADO

1) Grande mobilidade A utilização do cavalo permite, mesmo ao passo, percorrer

com certa rapidez toda a área de policiamento. Caso necessário, pode-se adotar a andadura ao trote e, excepcionalmente, ao galope quando o terreno e as circunstâncias permitirem.

2) Flexibilidade É a capacidade de passar, imediatamente, de uma a outra

maneira de atuar, sem perder suas características básicas; pode agir com sucesso tanto em favelas e meio rural, como nos grandes centros urbanos.

3) Rapidez de ação É a característica da tropa hipo que lhe permite pronta ação

onde haja necessidade de emprego.

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4) Atuação em grande raio É a capacidade de cobrir grandes espaços economizando

efetivo pela redução do emprego de patrulha numa área considerada. 5) Multiplicidade de formas de emprego É a possibilidade de utilização em várias formas de

emprego, desde a ação do homem isolado até o empenho de fração constituída para o desempenho de operações policiais militares.

6) Atuação em terrenos inacessíveis a outras tropas É a capacidade de ação em variados terrenos, praticamente

independendo de vias de acesso para se deslocar, sendo esta sua maior vantagem de emprego em regiões não urbanizadas ou naquelas onde as de acesso são deficientes, dificultando o deslocamento de viaturas ou mesmo do homem a pé.

7) Efeito psicológico da presença do animal Fator de maior eficácia na ação preventiva do policiamento

ostensivo montado, o cavalo, com seu porte, infunde atenção e respeito, principalmente às pessoas menos acostumadas ao seu convívio. Esse impacto deve ser conhecido pelo policial e explorado de maneira adequada.

8) Comandamento É o domínio que dispõe, sobre o terreno onde atua, em razão

de estar situado em um plano mais elevado permitindo ao militar maior facilidade de fiscalização e observação.

9) Grande ação de presença Capacidade de manifestar na comunidade uma acentuada

sensação de segurança pelo incremento da ostensividade que lhe propicia o emprego do cavalo.

10) Facilidade na transposição de obstáculos Uma das principais vantagens do Policiamento Montado é a

capacidade atuar em locais inacessíveis ou inviáveis a outras tropas pela associação de acidentes no terreno com a extensão da área a ser policiada;

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além disso, barreiras arquitetônicas como degraus, muretas, vertedouros, ou ainda obstáculos como cercas, valetas, barrancos não são empecilho para o desempenho da missão por parte da tropa hipo.

11) Excelência como elemento de choque Pelo grande poder de impacto psicológico que o cavalo

possui, aliado à facilidade que a tropa hipo tem em realizar formações repressivas, é o Policiamento Hipo, desde tempos imemoriais, considerada a melhor tropa de choque.

12) Grande poder de relacionamento com a população Pela atração que as crianças e as pessoas de modo em geral

têm pelo lado dócil do animal, bem como pela utilização do cavalo em atividades esportivas e em exercícios fisioterápicos com pessoas deficientes desenvolvidos em programas especiais na maioria das unidades montadas, é também considerado em ótimo elemento de relações públicas.

4 EXECUÇÕES DO POLICIAMENTO MONTADO 4.1 Missão 4.1.1 Missão Geral

Executar o Policiamento Ostensivo Preventivo ou Repressivo, nas diversas circunstâncias peculiares utilizadas, de forma a preservar o patrimônio público e privado e a integridade do indivíduo, a fim de cumprir as disposições legais que regulam a vida em comunidade. A tropa Hipomóvel atuará como promotora principal ou em apoio a outras tropas no cumprimento da missão fim da PM.

4.1.2 Missões particulares

Através do Policiamento Ostensivo Fardado, preventivo ou repressivo pelo processo montado:

a) manter a ordem e a tranqüilidade pública, nos lugares

que lhe forem afetos; b) controlar ações e movimentos do público em eventos; c) impedir acesso ou saída de áreas congeladas;

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d) efetivas a segurança em locais atingidos por calamidades;

e) abordar, dar busca e deter elementos suspeitos ou delituosos repassando-os à VTR de apoio para condução;

f) efetuar a segurança de veículos e pessoas nas áreas de estacionamentos ou áreas externas de Estádios, Ginásio de Esportes, Praças Desportivas e similares;

g) Atuar como elemento de relações públicas entre Pm e seu público externo;

h) Promover a segurança em locais de difícil acesso em médio urbano ou rural; e

i) Atuar executando formações táticas repressivas, em tumultos ou distúrbios civis.

4.1.3 Missão especial

a) Proceder à escolta de honra à autoridades ou féretros; b) Proceder à escolta em caminhadas à cavalo, desfile de

animais de exposições agropecuária.

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HIPOLOGIA

1 CONCEITO

É a ciência que estuda o cavalo, desde sua origem, evolução, utilização, defeitos, qualidades, comportamento, anatomia, fisiologia e patologias.

2 EXTERIOR DO CAVALO

Exterior do Cavalo ou Ezoognosia é a designação dos nomes das regiões exteriores que estão à vista do observador sem entretanto, entrar em detalhes anatômicos ou fisiológicos. Para facilidade de estudo, o corpo do solípede é dividido em quatro partes: cabeça, pescoço, tronco e membros.

Bourgelat, grande hipiatra, diretor da Academia de Equitação do Lyon considerado o “Pai do Exterior do Cavalo” pela sua grande dedicação ao estudo do corpo do cavalo de sela, dividia o corpo do cavalo em:

a) Ante – mão (na frente do cavaleiro) b) Post-mão (atrás do cavaleiro) c) Corpo ( entre as pernas do cavaleiro)

2.1 Regiões do corpo do cavalo 2.1.1 Cabeça

Orelhas, topete, fronte ou testa, chanfro, narinas e lábio superior.

a) Face Anterior

Covas ou olhais, têmporas, olho, pálpebras, boca e pêlos táteis

b) Face lateral

Nuca, parótida, garganta, mento, comissura labial, bochecha, ganacha.

2.1.2 Pescoço

a) Borda Superior

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Crineira e crina

b) Borda Inferior Sulco da jugular

c) Face lateral Terço anterior, terço médio e terço posterior

2.1.3 Tronco

a) Face Superior Cernelha ou garrote, dorso, lombo, anca, garupa

b) Face anterior

Peito, ombros ou encontros, interaxilas e axilas.

c) Face lateral Costado, flanco e virilha.

d) Face inferior Cilhadouro, ventre e órgãos genitais.

e) Extremidade posterior Cauda, cola ou rabo, anos, Órgãos genitais (égua) e períneo.

2.1.4 Membros

a) Regiões próprias dos anteriores Espádua, braço, codilho, antebraço e joelho.

b) Regiões próprias dos posteriores

Coxa, nádegas, soldra, perna e jarrete.

c) Regiões comuns aos quatro membros Canela, boleto, quartela, machinho, coroa e casco.

d) Casco Sola, ranilha, talões, golmos, pinça, barras e parede (muralha).

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Fig. 01 – Exterior do solípede – estudo do corpo

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Fig. 02 Cabeça - frente

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Fig. 03 – Cabeça - Perfil

Fig. 04 – Nomenclatura do casco 3 PELAGENS

É formada pela pele, pêlos e crinas, que em conjunto nos fornece a cor do animal, que graças às variedades e particularidades nos dão elementos importantes para a diferenciação ou identificação do animal, visto que há uma grande variedade nos tipos de pelagens de acordo com as associações de raças e regiões do país, abordaremos apenas as pelagens básicas do cavalo militar.

3.1 Classificação

Pelagens simples e uniformes; pelagens simples com cauda e crina pretas; pelagens compostas e pelagens conjugadas. 3.1.1 Pelagens simples e uniformes

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As pelagens simples e uniformes são aquelas formadas por pêlos de uma mesma cor, em todo o corpo do animal (crina, cauda e membros também da mesma cor). Apresenta 3 (três) tipos: Branco, Preto e Alazão.

a) A pelagem branca, é composta exclusivamente de pêlos brancos, sendo mais comuns em animais de idade avançada. A incidência da pelagem branca nos animais jovens está quase sempre condicionada à despigmentação da pele (albinos ou albinóides).

b) A pelagem preta, é formada de pêlos negros. A tonalidade varia do preto desbotado até um preto de intenso brilho.

c) A pelagem alazã é composta de pêlos de cor avermelhada variando do amarelo claro até o vermelho escuro, com crina e cauda da mesma cor do corpo, há casos em que a crina é mais escura do que o corpo. As extremidades (da canela para baixo) são também da mesma cor do restante do corpo.

3.1.2 Pelagens simples com crina e caudas pretas

São aquelas que possuem pêlos da mesma cor por toda o corpo, com exceção da crina, cauda e extremidades dos membros, onde a cor geralmente é preta ou bem escura. Apresenta 3 (três) tipos: Baio, Castanho e Cor de Rato.

a) A pelagem baio possui tonalidades que vão do amarelo

claro ou cor de palha até o bronze enegrecido. Geralmente apresenta listra de burro.

b) A pelagem castanha é formada pela cor vermelha de várias tonalidades, espalhada pelo corpo do animal, mas conservando a cor preta na crina, cauda e membros.

c) A pelagem cor de rato é característica dos asininos e muares, variando do cinza claro ao cinza escuro. 3.1.3 Pelagens compostas

As pelagens compostas são formadas pelas cores brancas, pretas e vermelhas, distintas em diferentes pêlos, ou ainda por duas cores no mesmo pêlo e distribuídas por todo o animal. Essas cores combinam-se de modos diferentes, mas sempre há predominância de uma delas. São

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combinações das cores: branca e preta; branca e vermelha; preta e vermelha; preta, vermelha e branca. Apresenta 5 (cinco) tipos: tordilho, Rosilho, Lobuno, Ruão e Mouro

a) A pelagem tordilha é caracterizada pela mescla de pêlos

brancos e pretos, com predominância de um ou outro.

b) A pelagem rosilha é resultante da mistura de pêlos brancos e vermelhos, tendo crina, cauda e extremidades dos membros geralmente da cor do corpo. A denominação rosilha vem da cor rósea que apresenta em diversos tons devido a mescla de pêlos brancos e vermelhos em diferentes proporções.

c) A pelagem lobuna apresenta duas cores em um mesmo pêlo, geralmente amarelo na base e preto na extremidade. No conjunto apresenta uma tonalidade pardo-amarelado semelhante a cor do lobo, normalmente aparece nesse tipo de pelagem a listra do burro e extremidades escuras.

d) A pelagem ruã é formada pela interpolação de pêlos brancos, vermelhos e pretos, ou somente vermelho e branco, ficando os pretos limitados às extremidades (crina e cauda). 3.1.4 Pelagens conjugadas ou justapostas

Esta pelagem é formada por manchas, placas ou malhas irregulares de cores variadas, em conjugação com branco, com limites definidos. A cor predominante forma o fundo e a de menor proporção constitui o remendo.

Quando há predominância da cor branca, a palavra “tobiano” precede as cores e vice e versa.

Quando não houver limites bem definidos entre manchas, placas ou malhas, este eqüino é chamado de “Ouveiro”.

Obs. As raças Paint Hourse e Apaloosa, apresentam uma grande variedade de pelagens, porém restritas às associações de raça.

e) A pelagem tordilha é caracterizada pela mescla de pêlos

brancos e pretos, com predominância de um ou outro. 3.2 Variedades e Particularidades

Muitos fatores podem criar aspectos particulares na pelagem, como a idade, ferimentos, doenças, clima, alimentação e outros.

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O seu conhecimento e correta descrição pelo PM são fundamentais para a melhor caracterização individual dos eqüinos, dentro do Plantel da unidade montada.

3.2.1 Variedades e sinais com sede na cabeça

a) fronte tapada Não apresenta nenhum sinal na testa. b) estrela na testa

Apresenta mancha branca na testa, numa pelagem escura.

c) estrela apagada Mancha branca misturada com pêlos escuros de aspecto pouco

nítido (“apagados”).

d) estrela corrida Apresenta mancha branca em formato de estrela, com um

filamento também branco, dando a impressão de que a estrela se deslocou.

e) estrela e cordão Apresenta uma estrela e um filamento branco, separados.

f) frente aberta Quando a lista branca vai da testa até o lábio superior.

3.2.2 Variedades e sinais com sede nos membros

a) calçaduras Manchas brancas nas patas dando a impressão que o animal está

de mais brancas, podendo ser:

1) baixo - calçado Quando a calçadura atinge do casco até a quartela.

2) médio - calçado Quando a calçadura atinge do casco até o boleto.

3) alto - calçado Quando a calçadura atinge do casco até o joelho ou jarrete.

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4) arregaçado Quando a calçadura atinge do casco, até acima do joelho ou do jarrete.

3.3 Direção dos pêlos

a) Remoinho: disposição circular dos pêlos em direção a um centro único;

b) Espiga: Idêntico ao redemoinho, apenas alongado;

3.4 Sinais independentes da pelagem, naturais e artificiais

a) Golpe de machado: depressão na junção da cernelha como se fosse um golpe de instrumento cortante;

b) Golpe de lança: depressão muscular em formato circular, sem

cicatriz aparente; 4 LOCOMOÇÃO

São as formas de deslocamento do cavalo, que é a seqüência de apoio e suspensão dos membros do cavalo conforme a andadura.

São as andaduras básicas do cavalo: o passo, o trote e o

galope. Existem andaduras artificiais como a marcha, as figuras de alta escola e outras.

4.1 Passo

É uma andadura natural, lenta, rolada, onde se percebem

quatro batidas regularmente espaçadas. É a andadura técnica ideal para o patrulhamento por permitir uma visualização mais demorada do local patrulhado. Sua velocidade de deslocamento é de aproximadamente 6Km/h. O animal tem sempre três membros apoiados e um suspenso, o que lhe dá um equilíbrio nesta andadura. 4.2 Trote

Andamento natural, saltado e diagonal. Ouvem-se duas

batidas distintas, onde o animal apoia um bípede diagonal, isto é, anterior direito e posterior esquerdo ou vice-versa, com intervalos em que o animal temporariamente fica suspenso no ar por um pequeno salto, para mudança

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de bípede. É uma andadura também técnica, usa apenas para transposição de vias, ou em deslocamentos curtos. Sua velocidade é de cerca de 12 Km/h.

4.3 Galope

É um andamento rápido, natural, saltado e diagonal em três tempos, onde se ouvem três batidas. É uma andadura não recomendada para o patrulhamento por ser muito veloz e insegura em terrenos pavimentados. O cavalo apoia um membro anterior, depois eleva todo o seu corpo, lançando os três membros restantes à frente. Após o que apoiará o posterior contrário ao anterior apoiado e na seqüência o bípede remanescente. A sua velocidade é muito variável, sendo o galope médio de 21Km/h.

5 NUTRIÇÃO

Alguns conhecimentos sobre os princípios básicos de nutrição facilitarão a organização do programa de alimentação do eqüino. A boa nutrição fornece ao cavalo todos os nutrientes necessários para o crescimento, manutenção, reprodução e atividade física.

5.1 Energia

É fornecida principalmente pelos carboidratos (açucares) e pelas gordura que o cavalo ingere. A maior parte da energia dietética consumida é digestível, significa que a medida que os carboidratos e gorduras passa através do trato digestivo, são absorvidos pela corrente sangüínea e distribuídos para todo o organismo do animal.

À medida que o organismo metaliza carboidratos e

gorduras, a energia é liberada para sustentar os processos vitais, como a respiração, batimentos cardíacos, digestão e manutenção da temperatura.

5.2 Proteína

A proteína é de importância vital para o cavalo em todos os estágios da vida, mas de importância mais elevada no período de crescimento, porque a função primária da proteína é a de forma os músculos, cartilagens, cascos e pêlos. O crescimento e desenvolvimento do potro são dependentes da quantidade de proteína recebida diariamente pelo animal, e da quantidade de energia fornecida por esta ração.

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No cavalo adulto a proteína continua sendo importante na manutenção dos tecidos musculares, ossos e pêlos, podendo esta, ser em menor quantidade em relação ao potro.

5.3 Minerais

O desenvolvimento e manutenção de uma boa estrutura óssea com bons aprumos dependem de um adequado suprimento e uma correta relação cálcio, fósforo, sendo estes os minerais mais exigidos tanto para crescimento como na manutenção dos eqüinos.

Deficiência ou desequilíbrios minerais podem levar ao aparecimento de problemas, tais como: crescimento retardado, falta de apetite, defeito de aprumos, lesões ósseas e baixas taxas de reprodutivas.

5.4 Vitaminas

As vitaminas favorecem uma melhor absorção dos nutrientes pelo organismo.

As principais vitaminas para os eqüinos são: Vitamina D. Complexo B e Vitamina C.

5.5 Água

A água é necessária em praticamente todos os processo vitais do organismo. Como principal componente do sangue, a água ajuda a distribuir os nutrientes a todas as células do corpo. Ela ainda auxilia na digestão dos alimentos e na eliminação dos excrementos, bem como na regulação da temperatura corporal.

5.6 Alimentos Básicos

O cavalo é um animal herbívoro por excelência, portanto, seu alimento básico é o próprio pasto.

O cavalo tem o hábito de pastejo baixo, daí a grande

viabilidade de utilização de forrageiras das gramíneas, sendo estas: - Tyfton - Coast Cross - Transval - Estrela (Africa e Porto Rico) - Rhodes

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As capineiras são mantidas como reserva, sendo mais empregadas na época da seca, e as mais usadas são:

- Camerum - Elefante - Napier

Os alimentos industrializados (concentrados ou rações) são

padronizados de acordo com cada categoria de animal, levando em consideração a idade e função desempenhada.

Os mais utilizados são a aveia e milho, os quais fornecem

substancial quantidade de energia devido ao seu alto conteúdo de carboidratos.

O feno é produzido na época em que a forrageira apresenta

melhor valor nutritivo. Nesta ocasião, ela é ceifada, desidratada, enfardada e armazenada em local apropriado.

O eqüino pode comer até 3% do seu peso vivo em alimento,

num período de 24 horas, sendo 1,5% em concentrado e 1,5% em volumoso.

Há casos especiais que exigem alimentação diferenciada, é o

que acontece em éguas em gestação e animais de trabalho intenso.

6 CUIDADOS DIÁRIOS E PERIÓDICOS

Para conservar um cavalo em bom estado, é necessário não só a observação de certas regras de higiene diária, (mesmo que o animal não esteja trabalhando) e periódicas, bem como uma boa cama e alimentação, pois assim se poderá contar com o cavalo a todo e qualquer momento.

6.1 Cuidados diários

6.1.1 Limpeza

Emprega-se o ferro de ranilha, rasqueadeira, pente, escova e

flanela. Inicia-se pelos cascos, com o ferro de ranilha ( e água, se necessário), indo dos talões para as pinças, particularmente as lacunas da ranilha, e completando com a limpeza da sola. Este processo diminui a pressão provocada pela sujeira acumulada na sola, o que melhora a postura

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e deslocamento do animal, além de evitar o apodrecimento da sola e ranilha. Terminado, recomenda-se o uso de pasta à base de sebo e alcatrão.

Em seguida com a rasqueadeira, retira-se o “grosso” da

sujeira, que deve ser empregada nas regiões musculares, contra o sentido do pêlo, evitando-se as protuberâncias ósseas tais como do ílio, coluna vertebral, fonte, curvilhão (jarrete), e certas regiões mais sensíveis, como face interna da coxa, bainha, focinho e orbita ocular. Este processo permite desembaraçar os pêlos e desgruda-los da pele, quando este estiver aderido, devido ao suor.

Obs: a rasqueadeira pode ser de metal ou de borracha.

6.1.2 Ducha Após o trabalho diário, recomenda-se somente uma ducha,

nos membros e ventre

6.1.3 Forragem Deve-se observar a quantidade, qualidade e horários para

evitar ao máximo a ocorrência de cólica.

6.1.4 Água Deve ser limpa e sempre a vontade

6.1.5 Cama Recomenda-se o uso de serragem (maravalha), a qual deve

ser mantida limpa e seca. Obs. Pode ser usado areia, palha de arroz ou feno, desde que

os animais sejam adaptados a estes produtos, pois a ingestão pode provocar cólica.

6.2 Cuidados periódicos

São aqueles que devem ser praticados em um determinado

período para que se mantenha o cavalo em seu estado de higidez.

6.2.1 Ripagem A crina deve ser cortada ou “ripada” a cada trinta dias,

juntamente com a cauda, que deve estar a altura do jarrete. Deve cortar também os pêlos da orelha.

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6.2.2 Banho Este deve ser dado, de preferência com sabão de coco, pelo

menos uma vez por semana, ou em intervalos menores, quando se fizer necessário. Não esquecendo de lavar a bainha e o pênis.

6.2.3 Ferrageamento

As ferraduras devem ser substituídas a cada 30 dias, ou em

um período menor, dependendo do estado do casco e desgaste da mesma , sempre procurando corrigir os aprumos.

6.3 Calendário profilático

6.3.1 Vacinação

A imunização contra as principais doenças infecto-

contagiosa deve ser feita inicialmente (primovacinação) em duas doses, e mantido um reforço anual, sendo estas: a Encefalomieleite, a influeza eqüino e tétano.

6.3.2 Deserviminização

Na desverminização, deve ser usado um vermífugo de

amplo espectro, e mantida a cada 3 (três) meses.

6.3.3 Anemia infeciosa eqüina

O exame IDGA deve ser feito 4 vezes ao ano, e caso haja algum eqüino soro-positivo, deve ser sacrificado. 7 PROCEDIMENTOS DIÁRIOS DO SERVIÇO E MATERIAL

ADOTADO 1) O patrulheiro deverá comparecer para o serviço com

antecedência mínima de uma hora, para providenciar a higienização adequada de sua montada e preparo do material a ser conduzido.

2) Nas baias verificará se o animal foi alimentado, se não apresenta sinal de alguma doença, indisposição, ferimento visível e se o ferragiamento está em boas condições. Caso apresente alguma destas alterações, o patrulheiro levará ao conhecimento do seu comandante imediato para que sejam tomadas as providências a respeito.

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3) Após a higienização, deverá o patrulheiro, proceder no encilhamento, tomando o cuidado de verificar as condições de uso e apresentação do material de montaria. Caso ocorra alterações no material, o PM, deverá providenciar o reparo ou a substituição da peça de arreio danificada, conforme seja necessária.

4) No horário estabelecido para a apresentação, o patrulheiro comparecerá, apeado, com seu animal limpo e corretamente encilhado, assim como, todo material necessário à execução do serviço. Após à revista, que será feita pelo oficial encarregado ou seu substituto, para verificação das condições das patrulhas, o PM aguarda a ordem para o deslocamento ao posto, o qual será feito montado ou transportado.

5) Ates de saírem às ruas, ou embarcarem suas montadas nas VTRs de transporte, os patrulheiros deverão, mediante ordem, efetuar um pequeno deslocamento no interior do aquartelamento, a fim de acalmarem suas montadas.

7.1 Higienização

Consiste na limpeza da montada para que a mesma esteja

em condições de uso para o policiamento. Divide-se basicamente nas seguintes ações:

7.1.1 Rasquear

O rasqueamento tem a função de eliminar pêlos mortos,

excreções de couro do animal e outras sujeiras mais aderidas. (Fig. 05)

Fig. 05 – Rasqueamento

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7.1.2 Escovar

A escovação tem a finalidade de remover o que a rasqueadeira soltou do pêlo da montada, o que deixará o mesmo limpo e lustroso. (Fig. 06)

Fig. 06 - Escovação 7.1.3 Limpeza das Ranilhas

Este procedimento consiste em limpar a parte de baixo (sola) do casco do cavalo, para eliminar o acúmulo de barro, estrume e outras matérias prejudiciais à ranilha. (Fig. 07)

Fig. 07 – Limpeza das ranilhas

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7.1.4 Passar o pano

Coniste no acabamento da limpeza do animal, deve-se passar o pano no sentido dos pêlos.. (Fig. 08)

Fig. 08 – Passagem do pano 8 ARMAMETO BÁSICO, EQUIPAMENTO, ARREAMENTO,

APRESTO E FARDAMENTO

1) Armamento básico - Revólver calibre .38; - Bastão policial; - Espada (para ações de choque); - Lanças (para solenidades).

2) Equipamentos - Cinto de guarnição com coldre, porta algemas,

porta cartuchos e porta documentos; - Rádio transceptor; - Colete de punho refletivo (para trânsito); - Colete a prova de balas; - Pingalim.

3) Arreamento (Figs. 09, 10, 11 e 12)

- Sela completa; - Manta; - Cabeçada completa com freio ou bridão e rédeas; - Peitoral;

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- Caneleiras; - Porta-espadas.

4) Apresto

- Cordão de segurança com apito; - Caneta; - Bloco de anotações; - Ficha de ocorrências; - Cartão programa.

5) Fardamento

- Gandola ou canícula; - Culote; - Botas; - Esporas; - Capas de chuva; - Cobertura.

Fig. 09 – Sela reúna

Fig. 10 – Sela reiuna

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Fig. 11 – Sela reúna (vista inferior)

Fig. 12 – Cabeçada de freio

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9 ENCILHAMENTO Consiste na perfeita colocação do material no animal, o que

permite ao policial militar a execução do Policiamento com segurança, tomando este, o cuidado de verificar as condições do arreamento. Alguma irregularidade neste s poderia ocasionar ferimentos para o cavalo e/ou cavaleiro. (Fig.13 a 18).

Fig. 13 – Colocação da manta e da sela

Fig. 14 – Colocada a sela e ajustada a cilha, coloca-se o peitoral .

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Fig. 15 – Colocação das caneleiras reflexivas.

Fig. 16 – Fixação do porta-espada

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Fig. 17 – Colocação da Espada

Fig. 18 – Montaria pronta para o serviço 10 PROCEDIMENTOS NO POSTO

São ações executadas pelo patrulheiro montado, em seu

posto de serviço, as quais se apresentam de três formas distintas: - Por iniciativa própria ou intervenção em cumprimento a

determinação;

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- Atendimento a chamados públicos; e

- Inspeção de locais específicos, para verificar o grau de

normalidade. a) No posto o patrulheiro faz observação e toma

providências em face da existência de fato anormal. Exige averiguação, por tratar-se de comportamento, atitude ou circunstância não usual;

b) Parado ou em marcha, adotará sempre uma atitude

inequívoca de que está em serviço e de forma a ser notado pelo maior número de pessoas;

c) O patrulhamento montado deve familiarizar-se com a

localização de prédios públicos, farmácias, residências de autoridades policiais e judiciárias, hospitais, casas de diversões e casas comerciais. É conveniente conhecer porteiros, vigias, zeladores, funcionários de postos de gasolina, garçons, motoristas de táxi, bem como pessoas que, trabalham a noite, constituirão excelentes fontes de informes;

d) Tanto o deslocamento para o posto (quando não for

transportado em viaturas) quanto o efetuado dentro dele, deverá sempre ser feito ao passo, junto ao meio fio, seguindo a mão de direção dos veículos. Em área urbana, o trote deverá ser empregado quando se tornar necessário, não sendo recomenda o galope em via pública, principalmente, sobre calçadas ou ruas asfaltadas, pelos perigos que podem acarretar aos transeuntes, aos patrulheiros e ao próprio cavalo. Em áreas rurais o trote e o galope podem ser usados com maior freqüência, sem apresentar esses riscos, desde que a situação exija;

e) No PA a patrulha deverá apear de 10 a 15 minutos, de

preferência antes ou depois das horas cheias, afrouxar a cilha da montada e providenciar para que bebam água após três períodos de patrulhamento. O patrulheiro não deverá permanecer desatento por ocasião do PA, manterá atitude expectante e ficará em condições de atuar, se for o caso;

f) Em contato com o público deverá ser breve, procurando

sempre orientar, informar e assistir no que for possível, e não desviar a atenção para assuntos estranhos a sua missão, durante seu turno de patrulhamento; e

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g) Durante a execução do patrulhamento não está desobrigado dos preceitos regulamentares para com superiores hierárquicos, bem como a conduta no trato com o público em geral.

11 PROCEDIMENTOS DO PATRULHEIRO APÓS O SERVIÇO Ao retornar a UPM, o policial deverá cumprir as seguintes

tarefas: a) Desencilhar sua montada e massagear o lombo

do animal; b) Escovar o cavalo, retirando-lhe as marcas de

arreamento; c) Verificar a normalidade do ferrageamento; d) Limpar o material de patrulhamento usado; e) Dar água à sua montada e colocá-la na baia; f) Submeter o animal a inspeção do oficial de

serviço ou seu substituto; g) Devolver o material de montaria e o armamento

usado no setor responsável; h) Entregar a documentação referente ao serviço, participando as alterações havidas. 12 ORDEM UNIDA

Esta abordagem trata-se apenas de comandos e movimentos

de Ordem Unida de interesse do serviço policial. A formação básica da tropa apeada ou a cavalo é a linha

(Fig. 19).

12.1 Tropa Apeada

12.1.1 Descansar O policial permanece em posição de descansar similar à de

descansar para tropa a pé firme, segurando, no entanto, as rédeas de sua montaria da seguinte forma: braço esquerdo solto naturalmente ao longo do corpo, a mão esquerda segura a extremidade das rédeas que envolvem seu polegar e os demais dedos comprimem as rédeas na palma da mão. A mão direita segura as rédeas próximo à embocadura da cabeçada, mantendo o dedo indicador entre elas, o policial fica postado à altura da cabeça do

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cavalo, do seu lado esquerdo, ambos alinhados com a frente para a mesma direção (Fig. 20).

12.1.2 Sentido

Ao comanda de sentido, estando o PM na posição de

descansar, apenas une os calcanhares (Fig. 21). 12.1.3 Montar

Os comandos e movimentos para montar são os seguintes:

Preparar para montar:

Ao comando de preparar para montar, o policial estando em posição de descansar com sua montada (Fig. 22), toma posição de sentido, faz direita volver, ficando de frente para sua montada (Fig. 23), passa as rédeas por sobre a cabeça desta (Fig. 24), da um passo lateral à direita (Fig. 25), e com as rédeas na mão esquerda, com esta mesma mão, segura firmemente o cepilho da sela, enquanto com a direita segura a patilha, calçando o pé esquerdo no estribo correspondente e aguarda o comando a cavalo (Fig.26)

A cavalo:

Ao comando a cavalo, suspende-se sobre o estribo

esquerdo, enclinando o corpo à frente e passando a perna direita por sobre a garupa do eqüino (Fig. 27), acomoda-se sobre a sela e calçando prontamente o estribo direito (Fig. 28).

Fig. 19 – Tropa apeada em linha, na posição de descansar

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Fig. 20 -

Posição de descansar Fig. 21 -

Preparar para montar (tempo 1)

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Fig. 22 - Preparar para montar (tempo 2)

Fig. 23 - Preparar para montar (tempo 3)

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Fig. 24 – Preparar para montar (tempo 4)

Fig. 25 - Preparar para montar (tempo 5)

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Fig. 26 – A cavalo (tempo 5)

Fig. 27 - A cavalo (tempo 2) 12.1.4 Apear

Os comandos e movimentos para apear são:

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Preparar para apear:

Ao comando de preparar para apear, o policial apenas

descalça o estribo direito e aguarda o próximo comando (Fig. 28).

A pé: Ao comando a pé, o PM apeia passando sua perna direita

por sobre a garupa da montada, num movimento inverso ao comando a cavalo (Fig. 29) pousando seu pé direito ao solo, descalçando o pé esquerdo do estribo (Fig.30). Dá um passo à direita enquanto passa as rédeas por sobre a cabeça do cavalo (Fig. 31), inversamente ao comando preparar para montar, segurando as rédeas e se posicionando em seguida na posição de descansar (Figs. 32 e 33).

Fig. 28 – Preparar para apear Fig. 29 A pé (tempo 1)

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Fig. 30 - A pé (tempo 2) Fig. 31 – A pé (tempo 3)

Fig. 32 - A pé (tempo 4) Fig. 33 – A pé (tempo 5)

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13 ABORDAGEM POLICIAL Durante o serviço, após fazer as observações necessárias, o

patrulheiro montado, ao notar pessoas em situação anormal, como por exemplo: em comportamento e atitudes não usuais, em locais e horários impróprios ou até mesmo em flagrante delito, deverá efetuar enérgica intervenção, de acordo com o poder de polícia, cerceando a liberdade individual em prol da coletividade.

Para que uma abordagem policial seja bem executada, sem riscos ou efeitos negativos, deve-se observar 5 (cinco) princípios básicos:

1) Segurança Para efetua uma abordagem com segurança o

policial militar deve responder às perguntas: Quem? Como? O que? Quando?

Deve cercar-se de toda cautela para eliminar os riscos contra a própria integridade física ou de pessoas não envolvidas na abordagem. Evitar abordagens em ruas movimentadas, em meio a multidão ou em inferioridade numérica. Nestes casos os riscos são grandes. Caso não se sinta seguro, esperar nova oportunidade.

2) Surpresa O fator surpresa, além de contribuir

decisivamente para a segurança dos executantes da abordagem, é dissuador psicológico da resistência, propiciando o êxito da ação.

3) Rapidez A surpresa de uma abordagem está ligada a

rapidez com que é desencadeada e executada. Quanto mais rápida a ação, maior a surpresa e menor a possibilidade de reação.

4) Ação enérgica O policial militar deve manter atitude de decisão

e firmeza, com o fim de anular a resistência do abordado. Isso não significa que deve utilizar expressões agressivas ou de calão. Nunca confundir com violência.

5) Unidade de comando Deve-se observar o princípio da unidade de

comando em qualquer situação ou operação. Mais de uma pessoa dando ordens denota desorganização. Todos os envolvidos na abordagem obedecem, exclusivamente, a ordem do mais antigo, a quem cabe toda a responsabilidade do sucesso ou fracasso da operação.

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14 ABORDAGEM EFETUADA PELA PATRULHA MONTADA

Durante o policiamento, havendo necessidade de ação da patrulha, seja para dar buscas de pessoas ou fazer averiguações no interior de recintos, todos os seus componentes deverão apear.

O comandante da patrulha tanto poderá abordar como ficar na segurança, bem como o (s) outro (s) patrulheiros (s). Eles deixarão os cavalos aos cuidados do patrulheiro guarda-cavalos. Cada um deverá certificar-se de sua missão com antecedência, aumentando a eficiência de sua abordagem.

O comandante da patrulha definirá as missões de cada patrulheiro. Determinará, também, antes da abordagem, a andadura a ser empregada, levando em conta os princípios da abordagem, a situação do terreno e as características do local. Cabe ainda ao comandante da patrulha o anúncio da abordagem, cumprindo o princípio da unidade de comando.

O patrulheiro guarda-cavalos, mesmo responsável pelos animais da patrulha, permanecerá atento, vigilante, pronto para agir, pronto a não só conter os animais sob sua guarda, como auxiliar e dar cobertura aos seus companheiros em caso de necessidade.

Deve o patrulheiro guarda-cavalos permanecer, quando em dupla, durante toda a ação da abordagem, de frente para o cenário da mesma, com sua atenção voltada para o seu desenrolar, evitando se posicionar muito próximo à pessoa abordada ( deve ficar pelo menos a três metros ) a fim de impedir que, a um gesto brusco dessa, os animais se assustem, dificultando a sua contenção ou anulando ação da patrulha.

1) Na aproximação do (s) suspeito (s), os patrulheiros (dupla) mantêm-se com as armas empunhadas e sobre a perna.

2) O segurança apeia, posiciona-se, enquanto o revista permanece montado, apontando a arma para os suspeitos.

3) Apeia o revista, deixando o seu cavalo com o segurança para proceder a busca pessoal, conforme está preconizado pelos princípios de segurança.

4) O trio aproxima-se com a arma em punho sobre a perna.

5) Após os suspeitos terem se submetido aos procedimentos para a busca pessoal, o segurança da patrulha apeia e posiciona-se, sendo que o revista e o segurança do revista, mantêm suas armas apontadas para os suspeitos.

6) Apeia o revista mantendo o armamento apontado para os suspeitos, enquanto o segurança da patrulha volta-se para a área externa protegendo, também, a retaguarda da patrulha.

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7) Apeia o segurança do revista e assume sua função, para que o revista proceda a busca pessoal.

NOTA: Tanto no patrulhamento em dupla, quanto em trio, o

segurança da patrulha será também o guarda-cavalos.

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PATRULHA MONTADA (ABORDAGEM EM DUPLA)

Fig. 34 - Na aproximação do (s) suspeito (s), os patrulheiros (dupla) mantêm-se com as armas empunhadas e sobre a perna.

Fig. 35 - O segurança apeia, posiciona-se, enquanto o revista permanece montado, apontando a arma para os suspeitos.

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Fig. 36 - Apeia o revista, deixando o seu cavalo com o segurança.

Fig. 37 - O revista procede a busca pessoal, como está preconizado pelos princípios de segurança.

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PATRULHA MONTADA (ABORDAGEM EM TRIO)

Fig. 38 - O trio aproxima-se com a arma em punho sobre a perna.

Fig. 39 - Após os suspeitos terem se submetido aos procedimentos para a busca pessoal (detalhe), o segurança da patrulha apeia. O revista e o segurança do revista, mantêm suas armas apontadas para os suspeitos.

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Fig. 40 - Apeia o revista mantendo o armamento apontado para os suspeitos, enquanto o segurança da patrulha volta-se para a área externa protegendo, também, a retaguarda da patrulha (detalhe).

Fig. 41 - Apeia o segurança do revista e assume sua função, para que o revista proceda a busca pessoal.

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15 FORMAÇÃO DE CDC À CAVALO

Uma unidade hipomóvel poderá ser essencialmente um elemento de choque destinado à dispersão de distúrbios civis e ao restabelecimento da Ordem Pública.

É importante ressaltar que a simples presença do cavalo é

um grande elemento em tais situações, pelo impacto psicológico que impõe, sendo por isso o melhor processo de policiamento para ações de choque. Mesmo ao passo ou ao trote sua eficiência é enorme.

A utilização da força montada nas ações de Controle de

Distúrbios Civis, poderá ser feito antecipadamente, sempre que se previr a possibilidade de que ocorram tumultos.

As Subunidades Montadas, deverão sempre estar em

condições de serem empregadas como tropa de choque, caso em que atuarão com apoio de elemento motorizado. A maneira e o dispositivo utilizados irão depender do espaço para manobra, do número do efetivo, quantidade dos manifestantes e do terreno em que estarão operando.

Num centro urbano, de ruas pavimentadas, não é

aconselhável a utilização de andaduras muito vivas (galope largo), pelo perigo a que poderão expor não só os manifestantes como cavaleiro e o próprio animal.

A demonstração de força, deverá ser feita de maneira

imprevista para os manifestantes, em formação de choque mediante comando nítido e em tom alto, de forma a explorar o efeito de presença da tropa montada (desembainhar espadas, perfilar espadas, formações em culona etc.)

Poderá ainda ser efetuado patrulhamento na área de

manifestação utilizando-se a fração constituída com todo seu efetivo. O policiamento montado executará diversas formações, basicamente derivadas da formação em linha e em coluna. A formação em coluna, além

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de ser usada para deslocamento normal da tropa é usada para se proceder à divisão de massas tumultuosas (figs. 42,43 e 44).

Fig. 42 – Grupo de choque em coluna por um

Fig. 43 – Grupo de choque em coluna por um

Fig. 44 – Pelotão de choque em coluna por um

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A formação em linha é a mais eficiente para controle de

tumultos. É de grande utilidade como varredura, limpeza de área e demonstração de força, sendo nesta formação que se executa a carga como recurso extremo para debelar-se grandes massas em tumulto (figs. 45,46 e 47).

Fig 45 – Grupo de choque em linha.

Fig 46 – Grupo de choque em linha.

Fig 47 – Pelotão de choque em linha.

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16 DOENÇAS

16.1 PRINCIPAIS PARASITOSES

a) Ectoparasitas

Os Ectoparasitas mais comuns são os carrapatos, sarnas e fungos, os quais atuam como vetor para outras enfermidades e provocam sérias lesões cutâneas.

1) Carrapatos:

São vetores de nutaliose (babesia), e quando em infestação

maciça provocam dermatite com erupção, otite seguida de perda do formato da orelha (troncho), alopécia generalizada, anemia, paralisia e morte.

O contágio é direto principalmente em pastos altos e matas. O controle deve ser periódico através de medicamentos

aplicados por aspersão ou pulverizados, a base de peritróides ou organofosfarados, tais como butox, neguvon e tanidil.

2) Sarnas

É uma infestação cutânea parasitária, com intenso prurido,

sendo o eqüino, hospedeiro de três espécies: Sarcoptes equi, localizado principalmente, na cabeça. Psoroptes equi, acomete principalmente, nuca, crina e

cauda. Chorioptes bovis, variedade equi, que causa a sarna

carpiana. ciclo varia de 1 a 7 semanas.

A transmissão resulta de contato direto, bem como por objetos inanimados (materiais de limpeza), peças de arreamento e capas.

A infecção é favorecida por uma pelagem espessa,

condições ambientais frias, umidade e maus tratos à pelagem. Na prevenção, devemos observar as condições higiênico-

sanitárias dos animais, levando em consideração os cuidados periódicos, evitar que o animal seja recolhido a sua baias ainda molhado e individualização do material de animais infestados.

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O tratamento é feito com drogas a base de organofosforados

e peritróides, porém, antes de iniciarmos o mesmo, devemos fazer uma limpeza geral do animal para que o medicamento entre em contato com a pele.

3) Fungos

A dermatite fúngica é uma doença contagiosa, localizada

principalmente nas regiões da cabeça, lombo e garupa, com formação de crostas e produção de exsudados.

O contágio é por contato direto, com outros animais

infectados, ou pela transmissão indireta através do material de limpeza e peças de arreamento, ou em baias onde estiveram animais acometidos.

A infecção é favorecida pelo agrupamento de animais,

estábulos pouco higienizados e elevado teor de umidade. O controle é feito com o isolamento, não utilização o

material de limpeza e peças de arreamento dos animais contaminados e evitar os mesmos sejam colocados em baias molhadas.

No tratamento, utiliza-se fungicidas a base de iodo e violeta,

e dependendo do caso deve ser utilizado antibioticoterapia. Antes da aplicação do medicamento é necessária remoção das crostas para que o mesmo entre em contato com a pele. b) Endoparasitoses

A infestação verminótica é um inevitável e potencialmente um

sério problema de saúde para os eqüinos de todas as idades, raças e atividades. O contágio se dá ingestão de larvas e ovos dos vermes são encontrados nas pastagens, na água, cocheiras e até mesmo em insetos e no colostro.

Sintomas

Coprofagia, progressiva perda de peso, retardo no desenvolvimento, anemia, pelagem fosca, diarréia, cólicas, pneumonia, gastroenterite hemorrágica e sintomas neurológicos.

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Principais vermes e sua localização a. Estômago: Habronema, Trichostrongylos, Strongylus, Gasterófilos,

parascaris. b. Intestino Delgado: Strongylóides, Anaplocephala, Parascaris,

Trichostrongylos. c. Intestino grosso: Pequenos Strongylus, Grandes Strongylus,

Anaplocephala, Oxiúros equi. d. Artéria mesentéria: Strongylus vulgaris e. Pulmão: Dictyocaulus arnfield, Stringyloides westeri. f. Pele: Habronema, Onchocericose. Diagnóstico

Exame clínico, Histórico e Laboratório

Tratamento

Escolher um vermífugo de amplo espectro. Deixar os animais em jejum mínimo de 12 horas. Manter um intervalo de no máximo de 3 meses entre as

desvermifugações.

1) Habronema Cutânea É uma perturbação cutânea estacional, em que a infecção

larval de ferimentos menores provoca o surgimento de lesões granulamentosas, geralmente estão associadas a fungos. Duas espécies são responsáveis por estas lesões, a Habronema muscae e a microstoma.

A transmissão é feita pela mosca doméstica, no momento do

repasto sangüíneo em lesões, ou as larvas são depositadas nas narinas ou lábios dos eqüinos, sendo ingeridos, penetram na parede estomacal e migram pelos tecidos.

O tratamento é difícil e prolongado, deve-se associar vermífugos específicos extirpação cirúrgica da lesão, curativos diários, manter as feridas cobertas para evitar a infestação.

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16.2 AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTIVO 1) Introdução

O cavalo é um herbívoro, e seu aparelho digestivo consiste

em um tubo muscular de aproximadamente 30 metros de comprimento, que se estende da boca ao reto.

Os alimentos fazem o percurso total pelo sistema digestivo

em aproximadamente 72 horas. Os principais órgãos do sistema digestivo de eqüino são:

Boca, glândulas salivares, estômago, fígado, intestino delgado, ceco, intestino grosso e reto.

A digestão inicia-se na boca com a mastigação e pela saliva ( um eqüino adulto produz cerca de 35 litros de saliva por dia). No estômago, pelo suco gástrico (ácido clorídrico), onde há pouca absorção de nutrientes. O estômago ocupa menos de 10% da capacidade total do sistema digestivo, e os alimentos permanecem neste, por no máximo de 6 horas.

O intestino delgado representa 1/3 da capacidade do trato digestivo, secreta enzimas que digerem a maior parte dos nutrientes dos alimentos ( proteínas, carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas).

No ceco ocorre digestão das fibras pelas bactérias, produzindo ácidos graxos voláteis.

O intestino grosso representa quase 50% da capacidade do sistema digestivo, responsáveis pela digestão de fibras não digeridas no ceco.

Finalmente o material fecal é eliminado pelas fezes, através do reto. 2) Síndrome Cólica

Manifestação de dor abdominal visceral, associada ao trato gastrointestinal, urinário e reprodutivo, podendo ser aguda, crônica ou recorrente. 2.1) Causas

As alimentares estão relacionadas com erro qualitativos, quantitativos e de manejo, tais como: excesso de ração, alimentos mofados ou fermentados, arroçoamento logo após o trabalho, alimentos com excesso

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de fibras, mudanças bruscas com a alimentação, ingestão de corpos estranhos.

As mecânicas estão relacionadas com a motilidade, conteúdo das alças, presença de forames naturais e gestação, sendo as principais: torções, vólvulo, intussusepção, obstrução, impactação, deslocamento e encarceramento.

As verminoses provocam úlceras gástricas, obstruções do intestino delgado e aneurisma de artéria mesentérica.

As renais devido a cálculos e obstrução de ureter e uretra Nas éguas prenhas podo ocorrer torção uterina.

2.2) Sintomas

Anorexia, inquietação, cava o solo, sudorese, deita e rola, taquipnéia, olha para o flanco, escoiceira o abdome, adota a posição de cão sentado, de micção e decúbito dorsal.

2.3) Tratamento

É direcionado de acordo com o diagnóstico de cada caso Geralmente usa-se: Lavagem gástrica ( sonda nasogástrica ) Analgésicos – Banamine, fenilbutazona, etc. Laxantes – óleo mineral, sulfato de magnésio, linhaça. Reposição de fluídos – soro Ringer com lactato. Cirurgia - nos casos de torções.

3) Diarréia

É um distúrbio do trato digestivo, caracterizado por fezes aquosas, de odor fétido, seguido de grave desidratação. 3.1) Causas

Infeções por vírus, protozoários, salmonela e Clostridium.

Verminoses. Ingestão de alimentos altamente fibrosos ou morados Induzida por alimentos Leite de égua durante o cio

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3.2) Tratamento

Recomenda-se hidratação, mudança da alimentação, uso de antibiótico, analgésicos e protetores de mucosa. 17 AFECÇÕES DO APARELHO LOCOMOTOR

São aumentos de volumes, moles ou duros, que se desenvolvem geralmente nos membros, ao longo dos raios ósseos e ao redor das articulações, são chamadas de taras moles e duras.

17.1 Higromas

São aumentos de volume, oriundo de derrame de líquido sinovial ou tendinoso

17.2 Exostoses

São aumentos de volumes, por crescimento ósseo devido a osteíte e periostites, provenientes de traumatismos ou pelo desbalanço mineral, os quais se desenvolvem geralmente nos membros

Principais locais: articulação metacarpo falangeana, falanges, quartela, metacarpiano rudimentar, canela, jarrete (esporão)

17.3 Laminite

São alterações na lâmina sensitiva do casco

17.3.1 Causas

Ingestão inadequada ou excesso de alimentos altamente protéicos e por um metabolismo deficiente, devido a exercícios inadequados, doenças infecciosas e outras enfermidades com toxinas circulantes (cólica, retenção de placenta).

17.3.2 Sintomas

Febre, calor ao redor dos cascos. Aumento da freqüência respiratória. Sudorese, anorexia. Claudicação severa

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Postura – Acampado de diante estacado e sobre si de trás Recusa-se a locomoção Deita-se freqüentemente Descolamento do casco Rotação de 3° falange Perfuração da sola

17.3.4 Tratamento

Retirar a ferradura do casco (caso esteja ferrado ) ou afrouxa-la Baia com cama Corticóides Hidratação Anti-histamínico Antiboiticoterapia Ferradura especial Vasodilatadores Mudança de alimentação

17.4 Mioglobinúria

Surge na forma hiperaguda durante o exercício, após alguns

dias de atividade inadequada ou repouso, e de excessivo armazenamento de glicogênio na musculatura

Ocorre acúmulo de ácido lático e outros subprodutos tóxicos, que precipitam a degeneração muscular, ocorre liberação de mioglobina que ao passar pelo rim, provoca nefrose e conseqüente oligúria

17.4.1 Sintomas

Sudorese – hipertermia Relutância ao deslocamento Tremores musculares Rigidez dos quartos traseiros, as vezes do dorso e lombo

17.4.2 Tratamento

Interrupção do trabalho Correção da acidose Antiinflamatórios Hidratação Vitamina E, selênio

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18 DOENÇAS BACTERIANAS

As enfermidades bacterianas geralmente são de curso crônico, e na maioria das vezes, secundárias a uma infecção viral

18.1 Pneumonia

É caracterizada pela inflamação do parênquima pulmonar, brônquios e bronquíolos.

Além das bactérias Steptococcus e Rhodococcus, outros agentes podem provocar pneumonia, tais como agentes alérgicos, vírus, verminoses e corpos estranhos

18.1.2 Sintomas

Respiração superficial com odor fétido na expiração Febre contínua Estertores pulmonares Tosse de intensidade variável Corrimento nasal presente ou não

18.1.3 Tratamento

Antibioticoterapia Mucolíticos Inalação nos casos graves Estimulantes respiratórios

18.2 Tétano

Doença infecciosa altamente fatal, causada pela toxina do

Clostridium tetani. O Contágio é por ferimentos provocados por objetos, feridas

cirúrgicas contaminadas.

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18.2.1 Sintomas

O período de incubação de 15 a 21 dias Espasmos musculares (tetania) Prolapso da terceira pálpebra Trisma maxilar Rigidez muscular Cauda em bandeira Orelhas eretas Dilatação das pupilas e narinas Reação exagerada a estímulos externos

18.2.2 ProfiLaxia

Vacinação Curativos de ferimentos

18.2.3 Tratamento

Colocar o animal em local escuro Antibioticoterapia Soro antitetânico Relaxantes musculares Hidratação Alimentação por sonda

18.3 Garrotilho

Doença aguda causada por bactérias, provocando inflamação do trato respitatório superior

18.3.1 Etiologia

Steptococus equi

18.3.2 Sintomas

Apatia; anorexia; febre 40° C ou mais; tosse; corrimento nasal, geralmente bilateral.

Aumento dos linfonodos sub-mandibulares podendo ocorrer fistulação.

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18.3.3 Transmissão

Contato direto Locais ou materiais onde escorrer secreção nasal de animais

infectados: baldes, coxo d’água, aerossóis.

18.3.4 Diagnóstico

Sinais clínicos

18.3.5 Controle

Recomenda-se o isolamento de animais infectados Há vacina, porém a resposta é boa ao tratamento clínico

18.3.6 Tratamento

Antibioticoterapia a base de penicilinas, associado a antiinflamatórios e mucolíticos.

19 DOENÇAS VIRÓTICAS 19.1 Anemia infecciosa eqüina

Enfermidade infecto-contagiosa, específica dos equídeos, provocada por vírus.

19.1.1 Etiologia

RNA- Vírus da família dos retrovírus 19.1.2 Sintomas

A doença interfere na capacidade de trabalho do anormal e pode apresentar-se de várias formas: aguda, sub-aguda, crônica e inaparente

Depressão, fraqueza profunda levando a incoordenação Febre de até 42°C com variações, mucosas pálidas Perda de peso acentuada Hemorragias sublinguais, epistaxe Edema na região ventral do abdome, prepúcio, pernas e etc Diarréia Alterações hematológicas

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19.1.3 Transmissão

Basicamente pelo sangue, através de picada de mosca (tabanídeo), instrumentos cirúrgicos, materiais de limpeza, peças de arreamento, pela placenta e colostro.

19.1.4 Diagnóstico

Sintomas clínicos Exame de imunodifusão em agar-gel (IDGA)

19.1.5 Tratamento

Não há tratamento específico, nem vacina. Recomenda-se o sacrifício. 19.2 Encefalomielite

Doença infecto-contagiosa, que acomete eqüinos,

caracterizada por perturbação da consciência, incoordenação motora e paralisia. 19.2.1 Etiologia

Arbovírus Leste, Oeste e Venezuela. 19.2.2 Sintomas

Febre de até 41°C no início, persistindo por 24 a 48 h, com sinais nervosos aparecendo no pico febril.

Hipersensibilidade sonora e ao toque Andar em círculos e esbarram em obstáculos Tremores musculares na paleta r faciais Paralisia do lábio inferior, e a língua pode está pendurado do

lado de fora A defecação e a micção estão suprimidas e o animal não é

capaz de engolir.

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19.2.3 Transmissão

Picadas de artrópodes, principalmente mosquito e carrapatos.

19.2.4 Diagnóstico

Sinais clínicos e exames laboratoriais tais como: soroneutralização, inibição de hemaglutinação ou fixação de complementos.

19.2.5 Controle

Vacina, quarentena de animais provenientes de regiões endêmicas.

19.2.6 Tratamento

Terapia de apoio, cuidados com o animal para que não se traumatize.

19.3 Influenza (gripe eqüina)

Doença respitatória, infecto-contagiosa, causada por vírus

19.3.1 Etiologia

Ortomioxovírus tipo A

19.3.2 Controle

Vacinação, controle de hematófagos, isolamento de animais suspeitos.

19.3.3 Tratamento

Em animais não é aconselhado.

19.4 Raiva Doença infecto-contagiosa aguda, quase sempre fatal, que

acomete o sistema nervoso central. É uma zoonose e apresenta-se nas formas paralítica ou furiosa.

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19.4.1 Etiologia

Rabdovírus que produz lesões apenas no tecido nervoso

19.4.2 Sintomas

Período de incubação de 3 semanas a 3 meses Paralisia gradual ascendente dos membros posteriores. Agressividade (na forma furiosa) Na forma moderada ou paralítica, o dobramento do boleto

posterior, o bamboleio dos membros posteriores ao caminhar, o desvio, freqüente, para um lado ou a flacidez da cauda são sinais clínicos iniciais

Salivação profusa O animal não consegue manter-se de pé e é incapaz de se

levantar. Aparência tensa e alerta, hipersensibilidade ao som. Libido aumentada.

19.4.3 Transmissão

Mordedura de animais infectados, principalmente morcegos hematófagos e cães.

19.4.4 Diagnóstico

Sintomas (suspeita) Laboratório – post-morten.

20 DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS ( VÍCIOS) 20.1 Introdução

São as más qualidades do comportamento, que depreciam parcial ou totalmente o animal para o fim destinado.

20.2 Principais vícios

Geralmente relacionam-se com o temperamento (índole),

medo, irritação corretivos brutais, maus tratos, ociosidade, doma incorreta, defeitos físicos ( visão, conformação) e peças de arreamento.

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20.2.1 Aerofagia

A ingestão de ar é causada normalmente pela ociosidade. O eqüino apoia os incisivos superiores em u obstáculo rígido contraindo-se espasmodicamente sobre o pescoço, desviando o ar da traquéias para o esôfago, produzindo um ruído característico de arroto.

Há alguns casos, em que o eqüino não necessita de apoio para a ingestão de ar.

Na correção, usam-se mordaças plásticas ou de ferro e coleiras, dependendo de cada caso.

20.2.2 Dança do urso

Oscilação rítmica da cabeça pescoço, acompanhado de apoio alternado dos membros anteriores no mesmo compasso

É comum nos casos de ociosidade, impaciência e irritação. É de difícil controle.

20.2.3 Coprofagia

A ingestão de fezes é comum nas deficiências minerais (verminóticas e/ou alimentares ), ou em casos de restrição alimentar.

A correção se faz pela aplicação de vermífugos, mineralização, fornecimento constante de forragem e limpeza das baias. 20.2.4 Empacar

O eqüino pára, firma as patas, recusa-se a prosseguir mesmo quando açoitado, podendo até recuar.

É comum quando o animal apresenta medo, dor na coluna vertebral ou na doma defeituosa.

20.2.5 Escoicear

Geralmente para trás, com um ou dois posteriores, podendo ser uma só vez, ou várias vezes. Ao aplicar o coice, em geral o animal murcha as orelhas e abaixa a cabeça.

Pode ser encarado como um gesto de defesa ou ataque

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20.2.6 Negar estribo O eqüino oferece dificuldade ao cavaleiro para montar,

atirando o corpo para o lado oposto e afastando-se. Este vício pode ser devido ao medo ou a doma mal feita.

20.2.7 Bolear

O eqüino empina e atira-se bruscamente para trás, cai de costas ou de flanco.

A correção é através da colocação de gamarra, porém nem sempre obtemos bons resultados.

20.2.8 Corcovear

O eqüino salta repetidas e desordeiramente, arqueando o dorso e abaixando a cabeça, com o objetivo de derrubar o cavaleiro ou livrar-se dos arreamentos.

Este vício pode ser devido a má índole ou atitude de defesa ao uso de esporas, ferimentos no dorso e lombo ou contato da cilha na virilha. 20.2.9 Disparar

Este vício está mais relacionado ao cavaleiro do que ao cavalo.

Pode ser corrigido com o uso de freios e cabeçadas especiais associado a trabalhos contínuos.

20.2.10 Morder

Decorrente de má índole, vingança ou represália a maus tratos durante o emprego de material de limpeza e ato de encilhar.

A correção inicia-se com a aquisição de confiança do animal, sendo que nos casos graves, recomenda-se o uso de mordaças.

20.2.11 Manotear

Pode ser em estação, ou empinado, com um ou os dois membros anteriores, geralmente é uma atitude de defesa.

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20.2.12 Refugar

O animal nega-se a passar por determinado local, mesmo sendo forçado.

20.2.13 Masturbar

É comum em potros ou em garanhões que foram afastados da vida reprodutiva. Correção: uso de argolas no pênis.

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CCOONNTTEENNÇÇÃÃOO EE TTRRAANNSSPPOORRTTEE

1. INTRODUÇÃO

O transporte e a contenção de eqüinos, de maneira geral, trazem riscos à

saúde e à integridade física dos animais. Estes riscos são diminuídos pela

adoção de medidas preventivas. O objetivo da disciplina é tentar descrever

os diferentes meios de contenção e transporte de eqüinos e as medidas de

segurança.

2. O TRANSPORTE

2.1. CARACTERÍSTICAS PARA O TRANSPORTE

O cavalo, sendo um ser de hábitos rotineiros, deve-se esperar que qualquer

transporte o perturbe, desfavoravelmente, do ponto de vista físico e mental,

somente um certo hábito pode reduzir esse inconveniente após o animal ter

viajado várias vezes na medida do possível, acompanhado por parte de seu

ambiente costumeiro: o alimento, o cavalariço, outros animais, se for o

caso.

Sempre que se fizer um transporte de cavalos, o animal deve ser preso pelo

buçal/cabresto ou por um par de presilhas curtas. Excetuando-se no caso do

transporte em compartimentos que não possibilitem a locomoção do animal.

O animal ao ficar preso por uma corda ou buçal, o nó tem que ser fácil de

desatar.

A temperatura no interior do veiculo de transporte não deverá exceder a

30ºC e a ventilação deverá ser bem feita. Nesses casos o melhor horário

para viagem será das 18:00 às 10:00 horas. Nos intervalos, o pessoal e os

animais devem desembarcar e descansar o máximo possível.

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Os pisos dos transportes, de preferência, devem ser duros evitando-se a

utilização de serragem nos compartimentos. Tal medida deve-se ao fato dos

solípedes, durante a viagem, não se movimentarem o que, em conseqüência

dificulta a circulação do sangue nos membros, haja vista, a ranilha não estar

em contato direto com o piso e sim com a serragem.

21 2.2. DESLOCAMENTOS

a) Quando a cavalhada vai montada

Segue-se à risca as prescrições regulamentares inerentes às marchas, no

tocante às etapas, escolha dos itinerários, regulagem das andaduras,

pequenos altos, estacionamentos, etc.

2.4. TIPOS DE TRANSPORTE DE CAVALOS

2.4.1. Transporte em furgões

Os furgões são sempre muito confortáveis. Trata-se de uma caminhonete

para dois cavalos ou de reboque com um lugar ou mais, para o animal, o

pessoal e material correspondente.

A melhor posição é a do sentido do compartimento do veiculo com a

cabeça para frente.

Em caso de calor excessivo, deverão ser dados ao animal alguns goles

d’água e aspergir em sua cabeça e nuca.

6 km/h passo

7 km/h passo alongado ou trote curto

até 9 km/h trote

> 12 km/h galope

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Em viagens com duração superior a 06 (seis) horas, convém prever paradas

onde serão desembarcados para descanso e alimentação, se for o caso.

Na chegada, o animal devera ser desembarcado fazendo com que caminhe e

depois colocado na baia e observado.

2.4.2. Transporte em caminhões

O embarque é feito com o caminhão em rampas (declives bastantes altos

para nivelar ao do chassis do veiculo) naturais ou artificiais. Os animais

poderão ser colocados no sentido da marcha do carro. Perpendicular ao eixo

do veiculo ou na diagonal.

Obs: Sempre que possível voltados para frente do veículo. Em casos de

rampas fixas nos veículos devem ser alongados para diminuir o declive. A

rampa deve ter a largura da carroceria.

2.4. EMBARQUE E DESEMBARQUE

Para o embarque e desembarque devem ser tomadas todas as precauções

para que não ocorram lesões nos solípedes, pois acidentes são simples em

ocorrer, muitas vezes os animais estranham em adentrar em um

compartimento diferente da sua rotina, ou mesmo no afã de sair deste, venha

a se lesionar. Os animais colocados de forma errônea nos compartimentos

facilitam a ocorrência de lesões também durante a viagem. Os animais

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podem ser conduzidos para o policiamento arreados ou não, isto vai

depender da distância que o transporte irá percorrer.

Em casos de deslocamentos curtos, principalmente para o policiamento

montado os animais podem ser conduzidos encilhados.

3. CONTENÇÃO DE ANIMAIS

Existem dois processos para a contenção de animais: mecânica e

medicamentosa.

3.1. MECÂNICA

Recursos mecânicos e manuais, utilizados pelo homem, para contenção de

animais:

buçal;

mão de amigo ou mão amiga;

torcer a orelha ou orelhar;

cachimbo (utilizado na narina do solípede);

paletó (agarrar o couro da tábua do pescoço e torcer);

peias (pulseiras de couro resistente com argolas ao qual se fixam aos

membros dos animais depois juntam-se pôr uma corda);

tronco (fechado, suporte no chão);

corda tronco (duas cordas estendidas uma a 70 cm e outra a 1,40 m

do solo, a superior para atar os buçais dos cavalos, buscando deixar o

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comprimento do buçal de forma que os animais não possam alcançar o

chão para comer e beber água. A corda mais próxima do solo servirá para

que os animais não possam de um lado para o outro. Caso não estejam

sendo forrageados devem ser atados os buçais bem curto.

Anel de bivaque (junção de cinco ou seis animais pelo buçal ou pelos

estribos - “os animais não correm todos para o mesmo lado”);

Em liberdade (soltos, contidos somente pelo espaço a eles

destinados).

Ex: baias, potreiros, etc.

3.2. MEDICAMENTOSA

Recursos medicamentosos utilizados pelo homem para contenção de

animais. Tais drogas agem diretamente no cérebro e no músculo do animal:

- DEMOSEDAN > age no cérebro, fica em estação, abre os membros,

baixa a cabeça e alivia a musculatura.

- ACEPRAN > age na musculatura, pênis exposto.

- SIDVET > age no cérebro e musculatura, pênis exposto.