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FACULDADES DA TERRA DE BRASÍLIA AGRONOMIA / ZOOTECNIA AGROMETEOROLOGIA PROFESSOR: RICARDO MENDES - 2º SEMESTRE DE 2009

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  • FACULDADES DA TERRA DE BRASLIA

    AGRONOMIA / ZOOTECNIA

    AGROMETEOROLOGIA

    PROFESSOR: RICARDO MENDES - 2 SEMESTRE DE 2009

  • 1

    UNIDADE/ CONTUDO

    1. Introduo e importncia dos fatores

    climticos e meteorolgicos

    1.1 . Definio de tempo e clima /

    meteorologia e climatologia

    1.2 . Agroclimatologia: Definio, objetos e

    sua relao com outras cincias.

    1.3 . Elementos e fatores climticos

    1.4 . Escala espacial dos fenmenos

    atmosfricos

    2. Atmosfera terrestre

    2.1. Importncia

    2.2. Composio atmosfrica

    2.3. Estrutura vertical da atmosfera

    2.4. Controle atmosfrico como ferramenta

    agrcola

    3. Radiao solar

    3.1. Espectros solares e sua significao

    biolgica

    3.2. Balano e distribuio geogrfica da

    radiao solar

    3.3. Efeito da radiao no crescimento vegetal

    (fotoperodo)

    4. Temperatura

    4.1. Temperatura do ar, termoperiodismo,

    vernalizao e unidades trmicas

    4.2. Temperatura do solo e plantas cultivadas

    5. Umidade do ar

    5.1. Caractersticas fsicas

    5.2. Clculo da umidade relativa

    6. Ventos

    6.1. Correntes de ventos

    6.2. Formao de massas de ar (altas e baixas

    presses)

    6.3. Classificao de ventos

    6.4. Equipamentos e instrumentos de medio

    do vento

    7. Chuvas

    7.1. Classificao de nuvens e chuvas

    7.2. Formao atmosfrica diferenciada

    7.3. Conseqncias para a agricultura

    7.4. Medio e elaborao de mapas

    pluviomtricos

    8. Evapotranspirao

    8.1. Definies e tipos de evapotranspirao

    8.2. Determinao da evapotranspirao

    (mtodos diretos e indiretos)

    8.3. Coeficiente de cultura (Kc)

    8.4. Aplicaes agronmicas da

    Evapotranspirao

    9. Balano Hdrico Climatolgico

    9.1. Definies dos fatores que determinam o

    BHC

    9.2. Determinao do BHC

    9.3. Aplicaes do BHC

    10. Interaes agrometeorolgicas na

    agricultura e Zoneamento Agroclimtico

    11. Glossrio Meteorolgico

    12. Estudo Dirigido

    13. Trabalhos Extra-Classe

    14. Referncias Bibliogrficas

  • 2

    METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA AGRCOLA

    INTRODUO: TEMPO X CLIMA

    TEMPO METEOROLGICO = ESTADO INSTANTNEO DA ATMOSFERA

    VARIAO GEOGRFICA

    VARIAO TEMPORAL

    EXPERINCIA DIRIA

    INSTRUMENTOS DE MEDIO DIRIA

    CLIMA = GENERALIZAO OU INTEGRAO DAS CONDIES DO TEMPO PARA UM CERTO PERODO

    CRONOLGICO, EM UMA DETERMINADA REA. TAMBM DEFINIDO COMO A SUCESSO HABITUAL DE

    TEMPOS ATMOSFRICOS OU A SNTESE DO TEMPO ATMOSFRICO NUM DADO LUGAR, DURANTE UM

    PERODO DE APROXIMADAMENTE 30 A 35 ANOS.

    VARIAO GEOGRFICA (MACROESCALA)

    VARIAO TEMPORAL

    SRIES HISTRICAS DE DADOS

    INTERPOLAO DE DADOS

    SOBRE A CURVA DA CONFIGURAO MDIA CLIMA - SOBREPEM-SE AS VARIAES INSTANTNEAS TEMPO.

    METEOROLOGIA = CINCIA ATMOSFRICA (SENTIDO AMPLO)

    FSICA, QUMICA, DINMICA ATMOSFRICA

    EFEITOS DINMICOS SOBRE A SUPERFICIE DA TERRA OU DA GUA

    CONSIDERA A BIOSFERA

    ENTENDIMENTO, PREVISO E CONTROLE DOS FENMENOS ATM.

    COMPLEXIDADE INTRNSECA

    Meteorologia Cincia Atmosfrica

    CLIMATOLOGIA = ESTUDO CIENTFICO DO CLIMA

    APLICAES PRTICAS

    MESMOS DADOS BSICOS DA METEOROLOGIA

    RESULTADOS LARGAMENTE UTILIZADOS (PREVISO DO TEMPO, AGRICULTURA, INDSTRIA, TRANSPORTES, BIOLOGIA, MEDICINA)

    CINCIA APLICADA

    VISA O BENEFICIO HUMANO

    MTODOS METEOROLGICOS X RESULTADOS GEOGRFICOS

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    Tipos Climticos Brasileiros

    AGROCLIMATOLOGIA / AGROMETEOROLOGIA RAMO DA CLIMATOLOGIA LIGADO S PRTICAS AGRRIAS

    PRODUO E PRODUTIVIDADE

    RISCOS

    OPORTUNIDADES

    MELHORAMENTO

    IRRIGAO

    ZONEAMENTO AGROCLIMTICO

    Agrometeorologia e interdisciplinaridade

  • 4

    METEOROLOGIA

    Meteorologia a cincia que estuda a

    atmosfera terrestre e seus fenmenos; tambm

    conhecida como Cincias Atmosfricas. A

    palavra Meteorologia vem do grego, meteoron

    (alto no cu) e logia (conhecimento). Os

    gregos da antiguidade observavam as nuvens,

    os ventos e a chuva e tentavam entender como

    eles estavam conectados. A compreenso do

    tempo era importante naquela poca por causa

    da agricultura e das atividades de navegao.

    As relaes da sociedade atual com o meio

    ambiente se tornaram muito mais complexas e

    por isso podemos ser mais seriamente afetados

    com as mudanas que ocorrem na atmosfera. O

    tempo pode nos afetar de diversas maneiras.

    Por exemplo, a seca resulta na falta de gua, aumento do potencial de incndios, e estrago na colheita.

    Para entender como ocorrem as mudanas na atmosfera e como elas afetam o tempo e o clima de uma

    regio, existe uma importante rea da Meteorologia que se dedica ao estudo e previso do tempo. Mas

    a Meteorologia no faz s isso; ela conhecida como sendo uma cincia interdisciplinar. Isto significa

    que ela se relaciona com outras cincias por causa de suas aplicaes em: agricultura

    (Agrometeorologia), biologia (Biometeorologia), clima (Climatologia), hidrologia

    (Hidrometeorologia), interao ar-mar (interaes com a Oceanografia), ilhas de calor urbana

    (Meteorologia Urbana); entre outras. A posssibilidade de se estudar os impactos ambientais da

    atmosfera e suas relaes com a atividade humana so aspectos interessantes da Cincia Atmosfrica.

    O meteorologista pode atuar em diversas reas, entre outras podemos citar:

    a. Pesquisas atmosfricas em laboratrios, universidades, institutos de pesquisa com problemas

    relacionados com aquecimento global; com qumica atmosfrica que estuda processos relacionados

    com poluio atmosfrica; previso de eventos extremos como furaces e tornados; previso de

    relmpagos; etc.

    b. Previso do tempo e clima: em institutos de pesquisas que fornecem previses para a sociedade

    atravs dos meios de comunicao, para o setor agrcola, aviao, etc.

    c. Educao: Existe grande nmero de cursos de graduao em Meteorologia no pas que necessitam de

    conhecimento especializado de um profissional da rea

  • 5

    METEOROLOGIA AGRCOLA

    A Meteorologia Agrcola, tambm conhecida como Agrometeorologia, o ramo

    da Meteorologia que estuda a influncia das condies meteorolgicas nas atividades

    agropecurias. Interage com as mais diversas reas de conhecimento das Cincias Agrrias e isso faz dela uma disciplina extremamente importante na formao do

    Engenheiro Agrnomo / Zootecnista.

    OFERECE RESPOSTAS S SEGUINTES QUESTES:

    1. Por que se cultiva uma cultura numa regio e em outra no?

    2. Por que as safras ou pocas de semeadura so denominadas de safra das guas, safra da seca ou safrinha e safra de inverno?

    3. Por que a poca de semeadura das culturas anuais varia entre regies para uma mesma safra ?

    4. Por que as culturas anuais e perenes tem seus rendimentos variveis entre regies e anos de produo ?

    5. Por que no se cultiva mas na BA e nem caf no RS ?

    6. Por que a irrigao necessria em algumas regies e em outras no ?

    7. Por que as doenas de plantas ocorrem mais em alguns anos do que em outros ?

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    Zoneamento Agroclimtico

    Delimita as reas aptas ao cultivo de determinada cultura, levando-se em conta as

    exigncias trmicas, hdricas e fotoperidicas.

    Tomadas de Deciso

    Possibilita decidir sobre a viabilidade ou necessidade de realizao de uma prtica agrcola, em funo das condies meteorolgicas ou hdricas atuais do solo e da

    previso do tempo para os prximos dias. A isso chamamos de Agrometeorologia

    Operacional.

    ELEMENTOS X FATORES CLIMTICOS

    ELEMENTOS: CONFEREM PROPRIEDADES E PECULIARIDADES AO MEIO ATMOSFERICO EX.: TEMPERATURA, UMIDADE, CHUVA, VENTO, NEBULOSIDADE, PRESSO ATM, etc.

    FATORES: CIRCUNSTNCIAS CAPAZES DE INFLUENCIAR OS ELEMENTOS CLIMTICOS EX.: FATORES CSMICOS (MANCHAS SOLARES, RBITA TERRESTRE), VULCANISMO, ATIVIDADE

    ANTRPICA, etc.

  • 7

    Os fatores climticos que se destacam na formao do clima so:

    1) Latitude

    Quanto maior a latitude (mais perto dos plos - 90 norte ou sul), mais frio ser. E

    quanto menor a latitude (mais perto do equador - 0), mais quente ser. Junto ao equador os raios solares so mais concentrados porque atingem uma rea menor e nas grandes

    latitudes so dispersos pois atingem uma rea bem maior.

    Os raios solares sobre a Terra atingem a superfcie de forma desigual. Por

    exemplo, entre os trpicos de Cncer e Capricrnio, o Sol atinge a superfcie de forma

    perpendicular ou pouco inclinado, isto , ao meio dia no hemisfrio sul o Sol est exatamente sobre as nossas cabeas (no vero) ou um pouco inclinado para o norte (no

    inverno). Quem est muito prximo dos plos, no vero, enxerga o Sol 24 horas por dia,

    mas ele est sempre inclinado e, mesmo ao meio dia, parece o Sol do incio da manh.

    No inverno no se v o Sol.

    Latitudes terrestres

    2) Altitude

    Quanto maior a altitude, mais frio ser e quanto menor a altitude, mais quente. Isto ocorre, entre outros motivos, porque os raios solares chegam com certo

    comprimento de onda e ao refletirem de volta para o espao mudam este comprimento.

    Alm disso, nas baixas altitudes o ar mais concentrado (maior densidade) e por

    isso tem maior capacidade de acumular calor, enquanto nas altas altitudes o ar mais

    rarefeito e possui menor capacidade de armazenar calor. A altitude to importante para a determinao da temperatura que mesmo em reas de baixa latitude podemos

    encontrar montanhas com neve eterna.

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    Altitude

    3) Albedo

    O albedo definido como o ndice de reflexo dos raios solares. Quanto maior a

    reflexo, menor ser o calor acumulado. Ao atingirem a superfcie, os raios solares encontram diferentes materiais como o gelo ou o asfalto, o gelo muito claro e por isso

    reflete a maior parte da energia solar (albedo de 50 a 70% e absorve 50 a 30%), a cidade

    muito mais escura e reflete apenas de 14 a 18% (absorve 86 a 82% da energia solar).

    Conseqentemente a cidade muito mais quente que as superfcies brancas. Por sua vez, as florestas refletem de 3 a 10% e a gua reflete de 2 a 4%.

  • 9

    Escala espacial dos fenmenos atmosfricos MACRO-ESCALA Trata dos fenmenos em escala regional ou geogrfica, que caracteriza o macro-clima de

    grandes reas, devido aos fatores geogrficos, como a latitude, altitude, correntes ocenicas, oceanalidade/continentalidade, atuao de massas de ar e frentes. Esses fatores so denominados macroclimticos. O macroclima o primeiro a ser considerado no zoneamento agroclimtico.

    TOPO-ESCALA Refere-se aos fenmenos em escala local, em que a topografia condiciona o topo-clima, devido s condies do relevo local: exposio e configurao do terreno. Esses fatores so

    denominados de topoclimticos e so de grande importncia no planejamento agrcola.

    MICRO-ESCALA aquela que condiciona as condies meteorolgicas (microclima) em uma pequena escala,

    ou seja, pela cobertura do terreno ou pela adoo de alguma prtica de manejo (irrigao, adensamento de plantio, cultivo protegido, etc). Cada tipo de vegetao ou estrutura gera um microclima diferenciado. Culturas anuais semeadas no sistema convencional tem um

    microclima diferente daquelas cultivadas no sistema de plantio direto. A presena de mato nas entrelinhas e o adensamento das culturas perenes tambm interferem no microclima. O uso de ambientes protegidos (coberturas plsticas) altera o microclima, especialmente

    reduzindo a radiao solar e aumentando a temperatura diurna.

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  • 11

    ATMOSFERA TERRESTRE

    CAMADA GASOSA QUE ENVOLVE A TERRA, PELA AO DA GRAVIDADE.

    CONSTITUI-SE DE UMA MISTURA MECNICA DE GASES (PRINCIPALMENTE

    NITROGNIO E OXIGNIO), PARTCULAS SLIDAS E MASSAS LQUIDAS,

    CONFERINDO-LHE CARACTERSTICAS PECULIARES.

    IMPORTNCIA DA ATMOSFERA

    AMBIENTE PROPCIO VIDA

    FLUXO DE ENERGIA

    FLUXO HDRICO

    PROTEO CONTRA EFEITOS DANOSOS AO PLANETA o RADIAO

    o TEMPERATURA o IMPEDE A PERDA DE GASES ESSENCIAIS o BARREIRA MECNICA

    EQUILBRIO CLIMTICO DO GLOBO

    FENMENOS METEOROLGICOS

    INTERFACE SOLO-ATMOSFERA EST DIRETAMENTE LIGADA ATIVIDADE

    AGRRIA

    COMPOSIO ATMOSFRICA

    TABELA 1 Composio no-varivel do ar atmosfrico (FLEAGLE & BUSINGER, 1980)

    CONSTITUINTE % POR VOLUME

    NITROGNIO N2 78,084

    OXIGNIO O2 20,948

    ARGNIO Ar 0,934

    NENIO Ne 1,818 x 10-3

    HLIO He 5,24 x 10-4

    METANO CH4 2 x 10-4

    CRIPTNIO Kr 1,14 x 10-4

    HIDROGNIO H 0,5 x 10 4

    XENNIO Xe 0,087 x 10-4

    TABELA 2 Composio varivel do ar atmosfrico (FLEAGLE & BUSINGER, 1980)

    CONSTITUINTE % POR VOLUME

    VAPOR DGUA H2O 0 a 7

    DIXIDO DE CARBONO CO2 0,033

    OZNIO O3 0 a 0,01

    DIXIDO DE ENXOFRE SO2 0 a 0,0001

    DIXIDO DE NITROGNIO NO2 0 a 0,000002

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    CONSTITUINTES ATMOSFRICOS

    AEROSIS

    PARTCULAS MATERIAIS NO FORMADAS POR GUA OU GELO, DE TAMANHO

    MICROSCPICO OU NO, QUE FUNCIONAM COMO IMPORTANTES NCLEOS DE

    CONDENSAO E DE CRISTALIZAO, ABSORVEDORES E ESPALHADORES DE

    RADIAO E COMO PARTICIPANTES DE VRIOS CICLOS QUMICOS.

    EX.: POEIRA, FUMAA, MATRIA ORGNICA, SAL MARINHO, etc.

    VAPOR DGUA

    MATRIA PRIMA NA FORMAO DE NUVENS

    VECULOS PARA O TRANSPORTE DE CALOR

    IMPORTANTE NO TEMPO METEOROLGICO

    TERMORREGULADOR (EFEITO ESTUFA)

    DIXIDO DE CARBONO (CO2)

    TERMORREGULADOR

    SUBPRODUTO FISIOLGICO (RESPIRAO)

    SUBPRODUTO TECNOLGICO

    AQUECIMENTO GLOBAL

    OZNIO (O3)

    PRESENTE EM QUANTIDADES PEQUENAS

    SUBPRODUTO INDUSTRIAL

    POLUENTE EM BAIXAS CAMADAS (SUPERFCIE)

    PROTEO CONTRA RADIAO ULTRAVIOLETA (15 A 50 Km de altitude Camada de oznio)

    AQUECIMENTO DA ALTA ATMOSFERA

    DESTRUIO DA CAMADA DE OZNIO o CLOROFLUORCARBONOS

    ESTRUTURA VERTICAL DA ATMOSFERA

    A ATMOSFERA POSSUI ESTRUTURA VERTICAL VARIVEL QUANTO :

    COMPOSIO,TEMPERATURA, UMIDADE, PRESSO, MOVIMENTOS E FENOMENOLOGIA

    CAMADAS ATMOSFRICAS : TROPOSFERA tropopausa ESTRATOSFERA

    estratopausa MESOSFERA mesopausa TERMOSFERA.

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    TROPOSFERA

    CONTATO COM A SUPERFCIE TERRESTRE

    ALTITUDE APROXIMADA: 15-18 km (EQUADOR) e 6-8 km (PLOS)

    ESPESSURA VARIVEL (ESTAES DO ANO)

    FENMENOS METEOROLGICOS MAIS IMPORTANTES

    MOVIMENTOS ATMOSFRICOS INTENSOS

    TEMPERATURA CAI COM A ALTITUDE (6,5 C / km)

    AQUECIDA PELA ABSORO DE ONDAS LONGAS EMITIDA PELA SUPERFICIE

    CONTM 75% DA MASSA TOTAL E PRATICAMENTE TODO VAPOR DGUA TROPOPAUSA REGIO DE TRANSIO ENTRE A TROPOSFERA E A ESTRATOSFERA. ISOTRMICA (-50 a 55C). ESPESSURA: 3 km. ESTRATOSFERA

    LIMITE SUPERIOR: APROX. 50 km DE ALTITUDE

    TEMPERATURA AUMENTA COM A ALTITUDE (OZNIO)

    FRIO POR BAIXO / QUENTE POR CIMA = SEM MOVIMENTOS VERTICAIS

    ESTRATOPAUSA

    REGIO DE TRANSIO ENTRE A ESTRATOSFERA E A MESOSFERA. ISOTRMICA (~0C). ESPESSURA: 3 5 km.

    MESOSFERA

    LIMITE SUPERIOR: APROX. 80 km DE ALTITUDE

    TEMPERATURA DIMINUI COM A ALTITUDE (3,5 C / km)

    TEMPERATURA MAIS BAIXA DE TODA ATMOSFERA (-90C)

    PRESENA DE ONS E PARTCULAS LIVRES

    MESOPAUSA REGIO DE TRANSIO ENTRE A MESOSFERA E A TERMOSFERA. ISOTRMICA

    (~0C). ESPESSURA: ~10 km.

    TERMOSFERA

    A PARTIR DE 90 km DE ALTITUDE

    LIMITE SUPERIOR: TOPO DA ATMOSFERA (1.000 km DE ALTITUDE)

    IONOSFERA (PRIMEIROS 50 km DE TERMOSFERA)

    o GRANDE QUANTIDADE DE TOMOS E MOLCULAS IONIZADAS E ELTRONS LIVRES, PELA AO FOTOQUMICA DA RADIAO SOLAR, O

    QUE PERMITE REFLETIR EFICIENTEMENTE ONDAS DE RDIO.

    POLUIO ATMOSFRICA

    PRESENA NA ATMOSFERA DE UM OU MAIS CONTAMINANTES, EM QUANTIDADE E DURAO TAIS QUE SEJAM OU TENDAM A SER PREJUDICIAIS AO SER HUMANO, S

    PLANTAS, VIDA ANIMAL OU S PROPRIEDADES, OU QUE INTERFIRAM NO

    CONFORTO DA VIDA OU NO USO DAS PROPRIEDADES.

  • 14

  • 15

    UNIDADE 2 ATMOSFERA TERRESTRE EXERCCIO DE FIXAO

    UMA SONDA METEOROLGICA FOI LANADA A PARTIR DA SUPERFCIE

    TERRESTRE (SOLO), COM O OBJETIVO DE COLETAR A RESPEITO DAS CONDIES

    ATMOSFRICAS AT A ALTITUDE DE 120 km, PARA A COMPOSIO DE MAPAS

    CLIMTICOS DE UMA DETERMINADA REGIO. CONSIDERANDO OS DADOS

    FORNECIDOS, RESPONDA AS QUESTES PEDIDAS.

    DADOS

    CAMADA

    ATMOSFRICA

    LIMITE

    SUPERIOR

    (km)

    ESPESSURA AMPLITUDE

    TRMICA ( C

    /km)

    TROPOSFERA 15 15 -6,5

    TROPOPAUSA 18 3 +5,0

    ESTRATOSFERA 50 32 +2,0

    ESTRATOPAUSA 55 5 -3,0

    MESOSFERA 80 25 -3,5

    MESOPAUSA 90 10 +3,0

    TERMOSFERA 1000 ~ 910 +10,0

    A SONDA ENCONTRA-SE INICIALMENTE EM EQUILIBRIO TRMICO COM O

    AMBIENTE, A UMA TEMPERATURA DE 25 C.

    RESPONDA

    1. A QUE TEMPERATURA A SONDA SE ENCONTRA EM SEU DESTINO FINAL?

    2. EM QUAL CAMADA A SONDA SE ENCONTRA?

  • 16

    MOVIMENTOS DA TERRA E ESTAES

    A Terra tem dois movimentos principais: rotao e translao. A rotao em torno de seu

    eixo responsvel pelo ciclo dia-noite. A translao se refere ao movimento da Terra em sua rbita

    elptica em torno do Sol.

    A posio mais prxima ao Sol, o perilio (147x 106

    km), atingido aproximadamente em 3 de

    janeiro e o ponto mais distante, o aflio (152 x 106 km), em aproximadamente 4 de julho. As

    variaes na radiao solar recebida devidas variao da distncia so pequenas.

    Figura 1 - Relaes entre o Sol e a Terra

    As estaes so causadas pela inclinao do eixo de rotao da Terra em relao

    perpendicular ao plano definido pela rbita da Terra (plano da eclptica). Esta inclinao faz com que a

    orientao da Terra em relao ao Sol mude continuamente enquanto a Terra gira em torno do Sol. O

    Hemisfrio Sul se inclina para longe do Sol durante o nosso inverno e em direo ao Sol durante o

    nosso vero. Isto significa que a altura do Sol, o ngulo de elevao do Sol acima do horizonte, para

    uma dada hora do dia (por exemplo, meio dia) varia no decorrer do ano.

    Figura 2 - Posies relativas do sol

  • 17

    No hemisfrio de vero as alturas do Sol so maiores, os dias mais longos e h mais radiao solar. No hemisfrio de inverno as alturas do Sol so menores, os

    dias mais curtos e h menos radiao solar.

    A quantidade total de radiao solar recebida depende no apenas da durao do dia como tambm da altura do Sol. Como a Terra curva, a altura do Sol varia

    com a latitude.

    A altura do Sol influencia a intensidade de radiao solar de duas maneiras. Primeiro, quando os raios solares atingem a Terra verticalmente, eles so mais

    concentrados. Quando menor a altura solar, mais espalhada e menos intensa a

    radiao.

    Segundo, a altura do sol influencia a interao da radiao solar com atmosfera. Se a altura do sol decresce, o percurso dos raios solares atravs da atmosfera cresce (Fig. 2) e a radiao solar sofre maior absoro, reflexo ou espalhamento,

    o que reduz sua intensidade na superfcie.

    Fig. 3- Variao da altura do Sol com a latitude. Se a altura do Sol pequena, os raios que atingem a

    Terra percorrem distncia maior na atmosfera.

  • 18

    MOVIMENTO DE TRANSLAO E FORMAO DAS ESTAES DO ANO

    DECLINAO SOLAR (LATITUDE NA QUAL O SOL EST PASSANDO)

  • 19

    H 4 dias com especial significado na variao anual dos raios solares em relao Terra. No

    dia 21 ou 22/12 os raios solares incidem verticalmente (h=90) em 2327S (Trpico de Capricrnio). Este o solstcio de vero para o Hemisfrio Sul (HS).

    Em 21 ou 22/6 eles incidem verticalmente em 2327N (Trpico de Cncer). Este o solstcio de inverno para o HS.

    A meio caminho entre os solstcios ocorrem os equincios (dias e noites de igual durao).

    Nestas datas os raios verticais do Sol atingem o equador (latitude = 0). No HS o equincio de

    primavera ocorre em 22 ou 23 de setembro e o equincio de outono em 21 ou 22 de maro

    (Fig. 4).

    Fig. 4- Caractersticas dos solstcios e equincios

    Relao da Posio do Sol e as Estaes Terrestres

    DATA EVENTO ESTAO POSIO

    DO SOL

    FOTOPERODO

    22 DEZ Solstcio de

    Vero

    VERO 90 Trpico

    de

    Capricrnio

    > 12 h

    21 MAR Equincio de

    Outono

    OUTONO 90 Equador = 12 h

    22 JUN Solstcio de

    Inverno

    INVERNO 90 Trpico

    de Cncer

    < 12 h

    23 SET Equincio de

    Primavera

    PRIMAVERA 90 Equador = 12 h

  • 20

    SOLSTCIOS

  • 21

    EQUINCIOS

    Alm da variao temporal, o movimento aparente do Sol em relao superfcie da Terra origina tambm uma variao espacial tanto da disponibilidade de radiao solar (Qo) como

    do fotoperodo (N). Quanto mais se afasta do Equador maior a variao estacional da

    irradincia solar e do fotoperodo ao longo do ano, sendo esses os fatores mais importantes na formao do clima da Terra.

    REGIO EQUATORIAL (N 12 h e Qo entre 33 e 38 MJm-2d-1) LATITUDE DE 30o (N entre 10 e 14 h e Qo entre 18 e 44 MJm-2d-1)

    REGIO POLAR (N entre 0 e 24 h e Qo entre 0 e 48 MJm-2d-1)

  • 22

    Instrumentao meteorolgica*

    A importncia dos instrumentos

    Todo estudo cientfico da atmosfera supe dispor, antes de tudo, de dados

    meteorolgicos precisos. Nossos sentidos e principalmente a vista e o tato nos permitem

    estimar um grande nmero de observaes. Por exemplo, podemos observar a quantidade de

    nuvens presente no cu ou determinar a direo do vento pelo movimento das folha. Estas

    observaes se denominam observaes sensoriais.

    Porm, nossos sentidos no bastam e temos que recorrer aos instrumentos. Por exemplo,

    uma pessoa pode determinar se a presso atmosfrica est subindo ou descendo, mas no pode

    saber o valor exato da mesma, para o qual necessrio consultar um instrumento. Neste caso,

    as observaes se chamam observaes instrumentais.

    Os elementos que se medem com ajuda dos instrumentos so:

    a) Durao da insolao ou brilho solar.

    b) Temperatura do ar, da gua e do solo.

    c) Presso atmosfrica.

    d) Umidade.

    e) Velocidade e direo do vento.

    f) Altura da base das nuvens.

    g) Quantidade de chuva.

    h) Quantidade de evaporao.

    i) Radiao solar.

    A medida de certos elementos meteorolgicos depende da instalao dos instrumentos.

    necessrio evitar toda influncia de rvores ou edifcios.

    Os instrumentos meteorolgicos para fins cientficos devem cumprir os seguintes

    requisitos: regularidade no funcionamento, preciso, facilidade de manejo e solidez de

    construo.

    De acordo com o modo de realizar a leitura, os instrumentos meteorolgicos podem se

    dividir em duas categorias fundamentais: instrumentos de leitura direta e aparelhos

    registradores. Os primeiros so mais precisos, porm cada medida necessita de uma leitura.

    Os segundos se referem a instrumentos nos quais o movimento das partes mveis se

    amplia por alavancas, que atuam sobre uma pena que escreve sobre um rolo de papel. Estas

    bandas esto graduadas para poder determinar a hora exata de cada ponto da curva registrada.

    Material retirado do site do Curso Tcnico de Meteorologia do CEFETSC (www.cefetsc.edu.br)

  • 23

    ESTAES METEOROLGICAS

    A seguir temos uma lista das estaes meteorolgicas existentes e dos instrumentos

    meteorolgicos mais comuns:

    ESTAO METEOROLGICA CONVENCIONAL

    Estao formada por instrumentos convencionais dos quais so observados por alunos e

    professores de meteorologia para a obteno e atualizao de dados tais como:

    - Temperatura do momento

    - Umidade relativa

    - Temperaturas extremas

    - Precipitao

    - Evaporao

    - Horas de sol

    ESTAO METEOROLGICA AUTOMTICA

    Estao meteorolgica dotada de sensores eletrnicos, por sua caracterstica de funcionamento

    pode ser colocada em qualquer lugar que possa fornecer energia eltrica ou em alguns casos pode

    funcionar com baterias.

  • 24

    As estaes meteorolgicas automticas integram sensores de temperatura, umidade, presso,

    vento, precipitao, alcance visual de pista(visibilidade), altura de nuvens at os 1500 metros, cobertura

    de cu nublado, etc.

    Por meio de um programa computacional instalado em um ordenador comum, integra todos os

    dados e entrega informao meteorolgica em apresentao de tela de projeo.

    ABRIGO METEOROLGICO

    uma casa de madeira ou fibra de vidro, cujas paredes so dispostas como persianas, que

    permitem a livre circulao do ar. Os instrumentos que ficam dentro da casa so:

    - Termmetro de Mxima

    - Termmetro de Mnima

    - Higrotermgrafo

    - Psicrmetro

    EVAPORMETRO

    Instrumento para medir a quantidade de gua que se evapora na atmosfera durante um intervalo

    de tempo. Se denomina tambm Atnmetro e termo geral para denominar qualquer aparato que serve

    para medir a evaporao. As unidades so em mililitro (mm) ou em milmetro de gua evaporada.

    PLUVIGRAFO

  • 25

    um instrumento que registra a quantidade de precipitao cada e indica a intensidade da

    mesma. As unidades so em mililitro (mm) ou em milmetro de gua evaporada.

    PLUVIMETRO

    um instrumento que mede a quantidade de gua cada em um perodo de tempo determinado

    (cada 6 horas). Mede a quantidade de chuva cada, em milmetros (mm).

    PSICRMETRO

    Instrumento utilizado para medir a umidade da atmosfera, formado por dois termmetros

    idnticos, um chamado "Termmetro Seco", serve essencialmente para obter a temperatura do ar, e o

    outro, chamado "Termmetro mido", que mede a umidade relativa (%) de um modo indireto.

  • 26

    ANEMMETRO

    Instrumento para medir a velocidade do vento (m/s) para a observao simultnea da direo e

    velocidade do vento. Mede a velocidade do vento (m/s) e, em alguns tipos, tambm a direo (em

    graus).

    HELIGRAFO

    Instrumento registrador que mede unicamente a durao da insolao (horas de brilho solar) em

    horas e dcimos.

    PIRANMETRO

    Instrumento que mede a radiao solar (radiao global) recebida de todo o hemisfrio celeste

    sobre uma superfcie horizontal terrestre. A unidade usada (cal.cm-).

  • 27

    RADIAO SOLAR

    SOL PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA PARA A SUPERFCIE DA TERRA

    A energia solar constitui a verdadeira causa de todos os processos fsicos e qumicos que ocorrem na

    Terra, responsveis pelas condies meteorolgicas, pelas circulaes ocenicas, pela modelao da

    crosta terrestre e por todos os fenmenos biolgicos. Todos os componentes do sistema climtico,

    designadamente a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a biosfera, devem a sua origem e as suas

    caractersticas radiao solar. Por isso, podemos dizer que a radiao solar o fator meteorolgico

    essencial do ambiente.

    CONCEITOS LIGADOS RADIAO SOLAR

    1. RADIAO SOLAR A QUANTIDADE DE ENERGIA, SOB A FORMA DE LUZ E

    CALOR, RECEBIDA POR UNIDADE DE UMA SUPERFCIE HORIZONTAL.

    2. CONSTANTE SOLAR A QUANTIDADE DE ENERGIA SOLAR RECEBIDA NO

    LIMITE SUPERIOR DA ATMOSFERA PELA SUPERFCIE DE 1 CM2, NA

    PERPENDICULAR COM OS RAIOS SOLARES, DURANTE UM MINUTO. EXPRIME-SE

    EM CALORIAS (CAL) E O SEU VALOR MDIO DE CERCA DE 2 CAL/CM2/MN.

    3. COMPRIMENTO DE ONDA A DISTNCIA ENTRE DUAS CRISTAS

    CONSECUTIVAS (DISTNCIA PERCORRIDA POR UMA VIBRAO). EXPRIME-SE

    EM METROS, MILMETROS, MICRONS (M) OU ANGSTROMS (A). O

    COMPRIMENTO DE ONDA INVERSAMENTE PROPORCIONAL TEMPERATURA,

    ISTO , QUANTO MAIS ELEVADA FOR A TEMPERATURA DE UM CORPO MENOR

    O SEU COMPRIMENTO DE ONDA.

    4. MCRON OU MICROMETRO (M) - UM MICRMETRO OU MCRON (M), UMA

    UNIDADE DE COMPRIMENTO DEFINIDO COMO UM MILIONSIMO DE METRO (OU

    1 10-6

    M). EQUIVALE MILSIMA PARTE DO MILMETRO. USADO PARA

    DESCREVER OS COMPRIMENTOS DE ONDA DA RADIAO E NA CONSTRUO

    CIVIL, NOMEADAMENTE NA DEFINIO DE ESPESSURAS DE DIVERSOS

    MATERIAIS (PINTURAS, METALIZAES, ETC.).

  • 28

    5. ABSORVICIDADE (a) FRAO DA RADIAO INCIDENTE QUE ABSORVIDA

    PELO MATERIAL. VARIA DE 0 a 1.

    6. REFLETIVIDADE (r) FRAO DA RADIAO INCIDENTE QUE REFLETIDA

    PELO MATERIAL.

    7. TRANSMISSIVIDADE (t) FRAO DA RADIAO INCIDENTE QUE

    TRANSMITIDA PELO MATERIAL.

    a + r + t = 1

    8. CORPO NEGRO MATERIAL HIPOTTICO QUE APRESENTA UM ESPECTRO DE

    RADIAO CONTNUO EM TODOS OS COMPRIMENTOS DE ONDA E CAPAZ DE

    ABSORVER, POR OUTRO LADO, TODA A ENERGIA RADIANTE QUE INCIDE SOBRE

    ELE.

    9. ALBEDO UM TERMO QUE EXPRIME A REFLETIVIDADE DE UM MATERIAL. O

    COEFICIENTE DE REFLEXO. QUANTO MAIOR A INCLINAO DO NGULO DO

    RAIO SOLAR, MAIOR O ALBEDO (FIGURA ABAIXO).

    Albedo de superfcies sob diferentes inclinaes dos raios solares.

  • 29

    Albedo para algumas superfcies no intervalo visvel ( % )

    Solo descoberto 10-25

    Areia, deserto 25-40

    Grama 15-25

    Floresta 10-20

    Neve (limpa, seca) 75-95

    Neve (molhada e/ou suja) 25-75

    Superfcie do mar (sol > 25 acima do horizonte)

  • 30

    CARACTERSICAS DA RADIAO SOLAR

    A MAIOR FONTE DE ENERGIA PARA A TERRA

    UM FATOR METEOROLGICO

    O PRINCIPAL ELEMENTO METEOROLGICO, AFETANDO TODOS OS OUTROS

    ELEMENTOS (TEMPERATURA, PRESSO, VENTO, CHUVA, UMIDADE)

    ELEMENTO PRIMORDIAL NO ENTENDIMENTO DOS DEMAIS ELEMENTOS

    METEOROLGICOS

    A FONTE PRIMRIA DE ENERGIA NOS PROCESSOS TERRESTRES:

    o CICLO DA GUA OU CICLO HIDROLGICO

    o FOTOSSINTESE

    o FLUXO DE CALOR

    o DESIGUAL DISTRIBUIO DA TEMPERATURA

    o CIRCULAO GERAL DA ATMOSFERA E OCEANOS

    o TEMPESTADES

    o VENTOS E FURACES

    o DIVERSIDADE DE CLIMAS, DESDE OS CLIMAS FRIOS DAS REGIES

    POLARES, PASSANDO PELOS TEMPERADOS DAS LATITUDES MDIAS, AOS

    QUENTES E MIDOS DAS REGIES EQUATORIAIS.

    FUNDAMENTAL EM ESTUDOS ECOLGICOS E DE DISPONIBILIDADE

    ENERGTICA

    Distribuio da Radiao Solar na Terra.

  • 31

    ESPAO PERCORRIDO PELA RADIAO SOLAR

    UM FENMENO DE NATUREZA ELECTROMAGNTICA, PROPAGANDO-SE

    SEGUNDO UM MOVIMENTO ONDULATRIO.

    DISTNCIA APROXIMADA: 150 MILHOES DE km (1,5 * 108 km)

    VELOCIDADE : 300 * 103 km/s

    A RADIAO GASTA, ENTO CERCA DE 500s (8,3 min) NESTA TRAJETRIA

    TODOS OS FENMENOS SOLARES VISTOS DA SUPERFICIE J ACONTECERAM A

    PELO MENOS 8,3 min

    O SOL EMITE RADIAES IGUALMENTE EM TODAS AS 4 DIREES

    SE A INTENSIDADE LUMINOSA EM UM DADO INSTANTE FOR IGUAL A I, ENTO O

    TOTAL DE ENERGIA EMITIDA NAQUELE INSTANTE SER IGUAL A 4 I.

    NESTE INSTANTE A TERRA SE SITUA EM UMA ESFERA CUJO RAIO IGUAL

    SUA A DISTNCIA DO SOL (D)

    O TOTAL DE ENERGIA EMITIDA (4 I) SER IGUALMENTE DISTRIBUIDO NA

    REA 4 D2 , RESULTANDO EM UMA DENSIDADE DE FLUXO GLOBAL IGUAL A I

    / D2

    DEFINIDA PELA LEI DO INVERSO DO QUADRADO DA DISTNCIA, OU SEJA: A

    ENERGIA RECEBIDA EM UMA SUPERFCIE INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO

    QUADRADO DA DISTNCIA ENTRE A FONTE E A SUPERFCIE RECEPTORA

    DEVIDO DISTNCIA TERRA-SOL, APENAS UMA PEQUENSSIMA FRAO DA

    ENERGIA EMITIDA ATINGE A SUPERFICIE DA TERRA, NA FORMA DE FEIXE DE

    RAIOS PARALELOS ENTRE SI.

  • 32

    EFEITOS DA ATMOSFERA SOBRE O BALANO DE ENERGIA RADIANTE

    AO ATRAVESSAR A ATMOSFERA, A RADIAO SOLAR INTERAGE COM SEUS

    CONSTITUINTES (NATURAIS E ARTIFICIAIS) RESULTANDO NA MODIFICAO DA:

    QUANTIDADE, QUALIDADE E DIREO DOS RAIOS SOLARES

    ESTA INTERAO OCORRE DE DOIS MODOS, DEPENDENDO DO COMPRIMENTO DE

    ONDA E DO TAMANHO DO CONSTITUINTE ATMOSFRICO:

    1. ABSORO DA RADIAO

    SELETIVA POR CERTOS CONSTITUINTES DA ATMOSFERA E PARA

    CERTOS COMPRIMENTOS DE ONDAS

    PELO OXIGNIO / OZNIO = QUASE TODA A RADIAO (ULTRAVIOLETA)

    GS CARBNICO E VAPOR DE GUA TAMBM ABSORVEM BASTANTE

    RADIAO (INFRAVERMELHO)

    RADIAO ALTAMENTE ENERGTICA

    TEM ALTO PODER DE PENETRAO

    CAUSA DISTRBIOS EM ORGANISMOS VIVOS (PRINCIPALMENTE

    MICROORGANISMOS)

    EM REGIES ALTAS = INCIDNCIA MAIOR

    NO NVEL DO MAR = INCIDNCIA MENOR

    A RADIAO VISVEL PASSA PELA ATMOSFERA PRATICAMENTE SEM

    SOFRER ABSORO

    2. DIFUSO (ESPALHAMENTO) DA RADIAO

    OS CONSTITUINTES ATMOSFRICOS MUDAM A DIREO DOS RAIOS

    SOLARES. PARTCULAS DE IMPUREZAS E MOLCULAS DE GASES CAUSAM O

    ESPALHAMENTO DA RADIAO

    O PROCESSO AFETA A QUANTIDADE E A QUALIDADE DA RADIAO

    ESTE FENMENO CAUSA A COR AZUL DO CU, PELA DISPERSO, NA ALTA

    ATMOSFERA, DAS MOLCULAS DE GASES NA FAIXA DO AZUL,

    PRINCIPALMENTE O OZNIO.

  • 33

    PARTE DEVOLVIDA PARA O ESPAO SIDERAL

    FACILMENTE PERCEPTVEL EM DIAS NUBLADOS, COM MUITA POEIRA OU

    POLUIO. A RADIAO QUE SOFRE MUDANA DE DIREO, VINDO DE TODOS

    OS LADOS, NO PROJETA SOMBRA NOS OBJETOS, SENDO DENOMINADA DE

    RADIAO DIFUSA (Qc)

    RAIOS LUMINOSOS DE COMPRIMENTO DE ONDA MAIS CURTOS SO MAIS

    FACILMENTE DISPERSOS. RAIOS DE COMPRIMENTO DE ONDAS MAIS LONGOS

    CHEGAM DIRETAMENTE AO SOLO.

    COM A ATMOSFERA LIMPA, GRANDE PARTE DOS RAIOS SOLARES ATINGE

    DIRETAMENTE A SUPERFCIE, PROJETANDO SOMBRA NOS OBJETOS. A

    RADIAO DIRETA (Qd)

    A RADIAO DIRETA UNIDIRECIONAL E DETERMINADA PELO NGULO

    ZENITAL DOS RAIOS SOLARES

    A RADIAO SOLAR TOTAL QUE ATINGE A SUPERFICIE CHAMADA DE

    RADIAO SOLAR GLOBAL (Qg), SENDO A SOMA DA RADIAO DIFUSA COM A

    RADIAO DIRETA.

    A CONTRIBUIO DE CADA UMA PARA Qg DEPENDE, ENTO, DAS

    CONDIES ATMOSFRICAS DO PERODO

    ALGUNS AUTORES CONSIDERAM AINDA UM TERCEIRO PROCESSO, A

    REFLEXO, QUE CONSISTE NA QUANTIDADE DE RADIAO QUE AO INCIDIR SOBRE

    UM CORPO DEVOLVIDA SEM MODIFICAR SUAS CARACTERSTICAS, SEPARANDO-A

    DA DIFUSO OU ESPALHAMENTO. A REFLEXO E A DISPERSO, NESTE CASO, DO

    COMO RESULTADO A RADIAO SOLAR DIFUSA.

  • 34

    BALANO DA RADIAO NA ATMOSFERA

    A RADIAO SOLAR RECEBIDA NA SUPERFCIE DA TERRA CONSISTE EM

    DUAS PARTES:

    RADIAO SOLAR GLOBAL = RADIAO SOLAR DIRETA + RADIAO SOLAR

    DIFUSA , OU

    Qg = Qd + Qc

    Distribuio da Radiao Solar na Atmosfera

    Componentes da radiao solar ao nvel do solo

  • 35

    DISTRIBUIO DA RADIAO SOLAR NO TERRITRIO BRASILEIRO

    Radiao solar global diria - mdia anual tpica (Wh/m2.dia)

  • 36

    PROCESSOS DE TRANSFERNCIA DE CALOR NA ATMOSFERA

    Uma das maiores contribuies da radiao solar o aquecimento do nosso planeta, sem o qual a

    temperatura mdia na Terra seria de aproximadamente -238 C e a gua apenas existiria no estado

    slido. Ao ser absorvida pela Terra, a radiao solar converte-se em energia calorfica, aquecendo a

    superfcie terrestre. Esta, por sua vez, emite a mesma quantidade de energia que recebe, encontrando-

    se, por isso, em equilbrio trmico.

    Os processos de transferncia de calor que ocorrem na atmosfera so:

    1. CONDUO: ENERGIA TRANSFERIDA DE UMA MOLCULA PARA OUTRA.

    2. CONVECO: OCORRE MOVIMENTAO DE UMA MASSA FLUIDA (AR, GUA)

    PROVOCADA POR UMA DIFERENA DE DENSIDADE.

    a. O AR AQUECIDO POR CONDUO DE UMA SUPERFICIE QUALQUER;

    b. O AR SE EXPANDE E SE TORNA MENOS DENSO

    c. A MASSA DE AR QUENTE SUBSTITUDA POR AR MAIS FRIO

    A CONVECO UM DOS PRINCIPAIS MEIOS DE TRANSFERNCIA DE CALOR NA

    ATMOSFERA (1500 3000m).

    PODE SER HORIZONTAL OU VERTICAL

    3. RADIAO: TRANSFERNCIA DE CALOR (ENERGIA) DE UM OBJETO PARA

    OUTRO SEM HAVER NECESSIDADE DE UM MEIO DE CONEXO, OU SEJA, POR

    MEIO DE ONDAS.

    Ilustrao dos mecanismos de transferncia de calor

  • 37

    BALANO GLOBAL DO CALOR PROVENIENTE DA RADIAO

    Existe um balano quase perfeito entre a quantidade de radiao solar incidente e a quantidade de radiao terrestre (sistema Terra-atmosfera) retornada para o espao; caso contrrio, o sistema Terra-atmosfera estaria progressivamente se aquecendo ou resfriando. Vamos examinar este balano na abaixo, usando 100 unidades para representar a radiao solar interceptada no topo da atmosfera.

    Balano de Calor da Terra e atmosfera

    Da radiao total interceptada pela Terra, aproximadamente 30 unidades so refletidas de volta para o espao. As restantes 70 unidades so absorvidas, 19 unidades pela atmosfera e 51 unidades pela superfcie da Terra (Terra-oceano). Certos gases na atmosfera atuam no sentido de retardar a perda de radiao terrestre, absorvendo uma boa parte dela e reirradiando parte desta energia de volta para a Terra.Como resultado deste processo, a superfcie recebe uma grande quantidade de radiao de onda longa da atmosfera (95 unidades). A superfcie, por sua vez, irradia 116 unidades de energia de onda longa para a atmosfera. Portanto, nesta troca (em onda longa) a atmosfera tem um ganho lquido de 15 unidades, enquanto a Terra tem uma perda lquida de 21 unidades. As restantes 6 unidades passam diretamente atravs da atmosfera e so perdidas no espao. At agora contamos uma perda de 21 das 51 unidades de radiao de onda curta absorvidas pela superfcie da Terra. E as 30 unidades restantes? Parte desta energia transferida da superfcie da Terra para a atmosfera atravs de calor latente, por molculas de gua durante o processo de evaporao (23 unidades). Outra parte das 30 unidades transferida da superfcie da Terra para a atmosfera por calor sensvel (conduo e conveco -7 unidades). Um balano geral obtido porque a atmosfera emite 64 unidades de energia para o espao como radiao de onda longa, fechando o balano entre radiao incidente e radiao emitida.

  • 38

    ESPECTRO SOLAR E BIOLOGIA

    ENERGIA SOLAR:

    CONJUNTO DE RADIAES

    COMPRIMENTOS DE ONDA VARIVEIS

    0,2 A 4 MICRAS

    CONSTITUEM O ESPECTRO SOLAR

    ESPECTRO SOLAR

    0,2 a 0,4 mcron ULTRAVIOLETA 9%

    0,4 a 0,7 mcron PARTE VISVEL 41%

    Radiaes azuis, verdes e parte das vermelhas

    0,7 a 4 micra INFRAVERMELHO 50%

    ESPECTRO VISVEL

    EM ORDEM CRESCENTE DE TEM-SE O VIOLETA AZUL VERDE

    AMARELO LARANJA VERMELHO

    UTILIZADA PELAS PLANTAS NO PROCESSO FOTOSSINTTICO

    CHAMADO DE RADIAO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA

    INFRAVERMELHO

    RADIAO TERMAL

    LONGO COMPRIMENTO DE ONDA

    ABSORVIDAS PELO VAPOR DAGUA E GS CARBNICO ATMOSFRICOS

    PARTCULAS SLIDAS PROVOCAM DISPERSO

    IMPORTANTES PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL

    FITOCROMOS E HORMNIOS SO ATIVADOS / DESATIVADOS POR ESTA

    RADIAO

    EFEITOS MAIS QUALITATIVOS QUE QUANTITATIVOS

    ULTRAVIOLETA

    ABSORVIDAS NAS CAMADAS SUPERIORES DA ATM.

    OXIGNIO E OZNIO ATUAM

    PROTEO CONTRA A NOCIVIDADE DESTA RADIAO

  • 39

    COMPOSIO DA RADIAO SOLAR

    As figuras seguintes mostram a diviso espectral da radiao solar, em diferentes

    comprimentos de onda.

  • 40

    UTILIZAO DA RADIAO SOLAR PELAS PLANTAS

    Da energia recebida na superfcie da terra, aproximadamente 20% refletida pelas nuvens e partculas atmosfricas,

    enquanto outra parte absorvida pela superfcie terrestre (solo, vegetao etc.). Da radiao lquida disponvel, 40%

    utilizada na evapotranspirao e somente 2% desta usada no processo da fotossntese que resulta no desenvolvimento e

    crescimento dos vegetais.

    Efeito da Radiao Solar no Crescimento Vegetal

    Nas plantas com clorofila, cada cloroplasto um minsculo laboratrio. Nestas pequenas formaes

    microscpicas, a energia procedente da radiao solar desencadeia reaes qumicas cujos produtos

    finais so diversos tipos de acares, porm, tambm podem ser gorduras.

    Nessas reaes os cloroplastos utilizam comprimentos de onda da luz visvel compreendidos entre 400

    nm e 720 nm. Apenas algumas reaces utilizam os infravermelhos e os ultravioletas. Dentro do

    espectro absorvido, a clorofila absorve principalmente na zona do vermelho, emitindo a radiao com

    outros comprimentos de onda. A luz vermelha fornece a energia necessria para a fotossntese.

    Portanto, as plantas terrestres captam sobretudo a luz vermelha e refletem a cor complementar, o verde.

    Nas algas marinhas que vivem a profundidades relativamente grandes (20 m-30 m) ocorre o fenmeno

    inverso: so coloridas geralmente de vermelho intenso e tm de utilizar o resduo verde-azulado da luz

    solar, que ilumina tenuemente o seu espao vital, j que a gua do mar filtra a radiao.

  • 41

    BANDAS DO ESPECTRO SOLAR QUE AFETAM

    O CRESCIMENTO VEGETAL

    1 BANDA ( > 1,0 ): NO CAUSAM DANOS E SO ABSORVIDAS PELA

    PLANTA.

    2 BANDA (1,0 > > 0,72 ): A REGIO QUE EXERCE EFEITO SOBRE O

    CRESCIMENTO DAS PLANTAS. O TRECHO PRXIMO 1,0 IMPORTANTE

    PARA O FOTOPERIODISMO, GERMINAO DE SEMENTES, CONTROLE DA

    FLORAO E COLORAO DOS FRUTOS.

    3 BANDA (0,72 > > 0,61 ): REGIO ESPECTRAL FORTEMENTE

    ABSORVIDA PELA CLOROFILA. GERA FORTE ATIVIDADE

    FOTOSSINTTICA, APRESENTANDO EM VRIOS CASOS TAMBM FORTE

    ATIVIDADE FOTOPERIDICA.

    4 BANDA (0,61 > > 0,51 ): REGIO ESPECTRAL DE BAIXO EFEITO

    FOTOSSINTTICO E DE FRACA AO SOBRE A FORMAO DA PLANTA.

    CORRESPONDE A REGIO VERDE DO ESPECTRO VISVEL.

    5 BANDA (0,51 > > 0,40 ): A REGIO DE MAIOR ABSORO PELA

    CLOROFILA E PIGMENTOS AMARELOS (CAROTENIDES). CORRESPONDE

    AO AZUL VIOLETA E TAMBM REGIO DE GRANDE ATIVIDADE

    FOTOSSINTTICA, EXERCENDO AINDA VIGOROSA AO NA FORMAO

    DA PLANTA.

    6 BANDA (0,40 > > 0,315 ): ESTA FAIXA EXERCE EFEITOS

    DEFORMATIVOS NAS PLANTAS, QUE TORNAM-SE MAIS BAIXAS E COM

    FOLHAS MAIS ESPESSAS.

    7 BANDA (0,315 > > 0,28 ): PREJUDICIAL MAIORIA DAS PLANTAS,

    MATANDO-AS DEPOIS DE ALGUM TEMPO DE EXPOSIO.

  • 42

    A RADIAO ULTRAVIOLETA E OS ORGANISMOS VIVOS

    A radiao solar mais conhecida a faixa visvel, mas duas outras faixas importantes so a do

    ultravioleta e a do infravermelho. A faixa do ultravioleta subdividida em 3: UV-A (entre 400 e 320

    nm), UV-B (entre 320 e 280 nm) e a UV-C (entre 280 e 100).

    A UV-A chega normalmente superfcie terrestre, no sendo absorvida eficientemente por nenhum dos

    constituintes atmosfricos. Em excesso a radiao UV-A pode trazer complicaes sade, porm esta

    no tende a aumentar sua intensidade com o tempo, como a UV-B.

    A UV-B fortemente absorvida pela camada de oznio da atmosfera terrestre, causando uma variao

    muito forte na intensidade da radiao medida na superfcie entre os limites de 280 e 320nm. J o UV-

    C totalmente absorvido pela atmosfera terrestre.

    A radiao ultravioleta mais merecedora de cuidados no dia-a-dia a UV-B que afetada pela camada

    de oznio.

    O sol direto com irradiao prolongada pode resultar em graves queimaduras, que seriam muito

    agravadas se no fosse a proteo invisvel que o oznio proporciona. A camada de oznio absorve

    apenas a radiao UV-B, entre 280 e 320nm.

  • 43

    TEMPERATURA

    ENERGIA PROPAGADA NA FORMA DE CALOR, DECORRENTE DA TRANSFORMAO

    DA ENERGIA ELETROMAGNTICA DE ONDAS CURTAS OU LONGAS (PROVENIENTES

    DA RADIAO SOLAR) NA FORMA DE ENERGIA TERMAL.

    O AQUECIMENTO DA ATMOSFERA SE D MEDIDA EM QUE SE DESENVOLVEM OS

    PROCESSOS DE CONDUO, CONVECO OU TRANSMISSO DE CALOR

    (RADIAO) OCORREM, EM CAMADAS DISTINTAS.

    TEMPERATURA DO AR INFLUENCIA A TEMPERATURA DO SOLO.

    VARIVEL CLIMATOLGICA INTRINSECAMENTE RELACIONADA AO CRESCIMENTO

    E DESENVOLVIMENTO VEGETAL.

    RESPONSVEL DIRETA PELA DISTRIBUIO DAS PLANTAS NA TERRA;

    EXISTE AMPLA FAIXA DE TEMPERATURAS PARA CRESCIMENTO VEGETAL (0

    a 40C);

    ADAPTAO DOS VEGETAIS EM DIFERENTES FAIXAS DE TEMPERATURA;

    PLANTAS TEMPERADAS (HEMISFRIO NORTE) OU TROPICAIS (EQUADOR E

    HEMISFRIO SUL);

    MELHORAMENTO GENTICO AMPLIOU A FAIXA DE ADAPTAO A

    DIFERENTES TEMPERATURAS;

    CASAS DE VEGETAO SIMULAM SITUAES FAVORVEIS DE

    TEMPERATURA;

    MEDIO DE TEMPERATURA: FEITA COM DIVERSOS TIPOS DE TERMMETROS, QUE

    MEDEM AS TEMPERATURAS MNIMA, MDIA E MXIMA.

    TEMPERATURAS CARDEAIS

    O CRESCIMENTO VEGETAL EST LIMITADO POR FAIXAS DE TEMPERATURA QUE

    VARIAM DE UM VALOR MNIMO, PASSANDO POR UM VALOR TIMO, AT UM VALOR

    MXIMO. ESTA VARIAO SE D CONFORME:

    COMPLEXIDADE FISIOLGICA

    CULTURAS DE INVERNO (AVEIA, TRIGO, CENTEIO, CEVADA):

    MNIMA: 0 a 5 C TIMA: 25 a 31 C MXIMA: 31 a 37 C

    CULTURAS DE VERO (MELO, SORGO, FRUTEIRAS TROPICAIS):

    MNIMA: 15 a 18C TIMA: 31 a 37 C MXIMA: 44 a 50 C

  • 44

    TEMPERATURAS CARDEAIS VARIAM COM:

    FISIOLOGIA

    ESTDIO DE DESENVOLVIMENTO

    ESPCIE

    DISTRIBUIO GEOGRFICA

    TEMPERATURA DO AR E DO SOLO A ENERGIA RADIANTE QUE ATINGE A SUPERFCIE TERRESTRE SER DESTINADA A

    ALGUNS PROCESSOS FSICOS PRINCIPAIS:

    CONVECO RELACIONADO PRINCIPALMENTE AO AQUECIMENTO DO AR CONDUO RELACIONADO PRINCIPALMENTE AO AQUECIMENTO DO SOLO

    TEMPERATURA DO AR

    UM DOS EFEITOS MAIS IMPORTANTES DA RADIAO SOLAR

    OCORRE PELO TRANSPORTE DE CALOR DA SUPERFCIE AQUECIDA

    (CONDUO/CONVECO OU DIFUSO TURBULENTA)

    A CONVECO OU DIFUSO TURBULENTA DO AR AQUECIDO TRANSPORTA

    CALOR, VAPOR DGUA, AEROSIS, POEIRA, ETC., PARA AS CAMADAS

    SUPERIORES

    VARIAO DA TEMPERATURA DO AR: TEMPORAL E ESPACIAL

    VARIAO TEMPORAL = BALANO DE ENERGIA NA SUPERFCIE (MAIOR

    INTENSIDADE AO MEIO DIA)

    VARIAO ESPACIAL

    o ESCALA MACROCLIMTICA: PREDOMINNCIA DOS EFEITOS DA

    RADIAO SOLAR; VENTOS; NEBULOSIDADE; TRANSPORTE

    CONVECCTIVO DE CALOR E CONCENTRAO DE VAPOR DGUA NA

    ATMOSFERA.

    o ESCALA TOPOCLIMTICA: EXPOSIO E CONFIGURAO DO TERRENO

    SO OS MODULADORES DA TEMPERATURA

    o ESCALA MICROCLIMTICA: FATOR CONDICIONANTE A COBERTURA DO

    TERRENO

    PARA FINS METEOROLGICOS E CLIMATOLGICOS A TEMPERATURA DO AR

    MEDIDA SOB UMA CONDIO DE REFERNCIA (PADRO), PARA QUE SE PERMITA A

    COMPARAO ENTRE LOCAIS DIFERENTES. AS CONDIES PADRO SO: REA

    PLANA (TOPOCLIMA) E GRAMADA (MICROCLIMA). NESSE CASO AS DIFERENAS

    REGISTRADAS SERO EM DECORRNCIA APENAS DO MACROCLIMA.

    A ALTURA DE MEDIO ENTRE 1,5 A 2,0 m ACIMA DO NIVEL DO SOLO (DENTRO

    DO ABRIGO).

    A TEMPERATURA MXIMA OCORRE COM UMA DEFASAGEM DE DUAS A TRS

    HORAS EM RELAO AO HORRIO DE MAIOR IRRADINCIA SOLAR (12h EM

    DIAS SEM NUVENS).

    A TEMPERATURA MNIMA OCORRE UM POUCO ANTES DO NASCER DO SOL.

  • 45

    TEMPERATURA DO AR REQUERIDA PELAS PLANTAS

    1. FASE VEGETATIVA

    FOTOSSNTESE X RESPIRAO

    TEMPERATURA DE EQUILBRIO (TIMO) - FIGURA

    FOSSNTESE CAI DRASTICAMENTE SE A TEMPERATURA > 35C

    RESPIRAO CAI DRASTICAMENTE COM TEMPERATURAS > 45C

    EXEMPLO: TOMATEIRO

    TEMPERATURA: 20 C TEMPERATURA: 35 C

    BAIXA RESPIRAO ALTA RESPIRAO

    MXIMA PRODUO DE MS BAIXA PRODUO DE MS

    DESENVOLVIMENTO LENTO DESENVOLVIMENTO RPDO

    CICLO TARDIO CICLO PRECOCE

    GRANDES CLULAS PEQUENAS CLULAS

    BOA COLHEITA M COLHEITA

    2. FASE REPRODUTIVA

    INDUO FLORAL

    POLINIZAO

    FERTILIZAO

    FORMAO DO FRUTO

    DORMNCIA DE GEMAS REPRODUTIVAS

    CICLOS DE CRESCIMENTO

    LEI DE VANT HOFF

    PARA CADA 10C DE AUMENTO DE TEMPERATURA, CONSIDERANDO-SE ENTRE O MNIMO E O TIMO, A FORMAO DE MATRIA SECA DOBRA.

    O DESENVOLVIMENTO VEGETAL TAMBM VAI DEPENDER DA RAZO ENTRE:

    TEMPERATURAS DIURNAS FOTOTEMPERATURAS (MORANGO, ERVILHA)

    TEMPERATURAS NOTURNAS NICTOTEMPERATURAS (TOMATE, BATATA, PIMENTA)

  • 46

    TEMPERATURA DO SOLO

    FLUXO DE CALOR DA SUPERFCIE PARA O INTERIOR DO SOLO (DURANTE E O DIA) E

    DO INTERIOR PARA A SUPERFCE (NOITE). O PROCESSO RADIATIVO DE PERDA MAIS

    EFICIENTE QUE O DE GANHO.

    OCORRE VARIAO TEMPORAL (DIRIA E ANUAL, DE ACORDO COM AS ESTAES) E

    VARIAO ESPACIAL, QUE DEPENDE DOS:

    FATORES EXTERNOS (ELEMENTOS METEOROLGICOS QUE AFETAM O

    BALANO NA SUPERFCIE)

    FATORES INTRNSECOS

    o TIPO DE COBERTURA DA SUPERFCIE = SOLOS NUS OU COBERTOS

    (VEGETAO, MULCH)

    o RELEVO = CONDICIONA O TERRENO A DIFERENTES EXPOSIES

    RADIAO SOLAR

    o TIPO DE SOLO = TEXTURA, ESTRUTURA E TEOR DE GUA.

    OUTROS EFEITOS DA TEMPERATURA

    CONDICIONA O NVEL DAS REAES FSICO-QUMICAS DAS PLANTAS

    PERDA DE GUA AUMENTA OU DIMINUI CONFORME A TEMPERATURA;

    A TEMPERATURA DO AR INFLUI DIRETAMENTE SOBRE A TEMPERATURA DO SOLO

    COM VALORES DE TEMPERATURA BAIXOS, A PLANTA DIMINUI SEU METABOLISMO E TRANSPIRAO;

    TEMPERATURAS MUITO ALTAS OU MUITO BAIXAS IMPOSSIBILITAM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL.

  • 47

    UNIDADES TRMICAS DE CRESCIMENTO

    TEMPERATURA-BASE (OU BASAL)= TEMPERATURA ABAIXO DA QUAL AS PLANTAS

    NO SE DESENVOLVEM. VARIVEL PARA CADA ESPCIE VEGETAL.

    UNIDADES DE CALOR OU GRAUS-DIA = UM GRAU-DIA A MEDIDA DA DIFERENA DA TEMPERATURA MDIA DIRIA ACIMA DO MNIMO DE TEMPERATURA,

    NECESSRIO PARA UMA ESPCIE.

    O CRESCIMENTO VEGETAL VARIA DE ACORDO COM A QTDE DE CALOR AO

    QUAL SUBMETIDO DURANTE O CICLO VITAL;

    O SOMATRIO DO CALOR EFETIVO PARA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS,

    ACUMULADO DURANTE O DIA;

    CONSTANTE TRMICA = UM NDICE RESIDUAL OU SEJA, A TEMPERATURA

    ACUMULADA DESDE OS PRIMEIROS DIAS AT A MATURAO DA PLANTA.

    SE DESDE O MOMENTO EM QUE SE VERIFICA A GERMINAO SOMAR-SE A TEMPERATURA MDIA DIRIA, A SOMA TOTAL SEMPRE A MESMA, QUALQUER

    QUE SEJA A SITUAO;

    APROXIMADAMENTE CONSTANTE PARA CADA ESTAO DO ANO E PARA

    CADA CULTURA QUE CRESCE NUM MESMO LOCAL;

    TEMPERATURAS ABAIXO DE 0C SO DESCONSIDERADAS.

    APLICA-SE TAMBM S SUBFASES DE CULTIVO;

    EXEMPLOS: MILHO = 2500C; CEVADA = 1700C; TRIGO: 2000C.

    SE O MILHO FOR CULTIVADO EM LOCAL ONDE A TEMPERATURA MDIA DIRIA DE

    25C, O CICLO SER DE 100 DIAS.

    MTODOS DE CLCULO:

    DIRETO = TEMPERATURA-BASE DE 0C

    RESIDUAL = TEMPERATURA-BASE DE 6C

    EXPONENCIAL = VELOCIDADE DAS REAES FISICO-QUIMICAS

    TERMOFISIOLGICO = VELOCIDADE DE CRESCIMENTO

    IMPERFEIES DA TEORIA DE GRAUS-DIA:

    SOMENTE UMA TEMPERATURA BASAL DURANTE O CICLO;

    TEMPERATURAS NOTURNAS E DIURNAS TEM O MESMO PESO;

    RESPOSTA LINEAR;

    TEMPERATURAS ACIMA DE 27C PODEM SER PREJUDICIAIS (PELO MTODO, QUANTO MAIOR A TEMPERATURA, MAIOR EFICINCIA);

    O VALOR MDIO DIRIO NO SIGNIFICATIVO.

    OUTRAS VARIVEIS CLIMATOLGICAS INTERFEREM

  • 48

    FATORES AMBIENTAIS QUE FAZEM VARIAR A CONSTANTE TRMICA

    FERTILIDADE

    POPULAO DE PLANTAS

    SOLOS

    TEMPERATURAS DO SOLO (DIFERENTES DA TEMP. DO AR)

    UMIDADE

    EXERCCIO DE FIXAO (UNIDADES TRMICAS)

    UM AGRICULTOR QUER FORNECER FEIJO PARA UMA FEIRINHA LOCAL DE SUA

    CIDADE, MAS PRETENDE PLANEJAR SEU CULTIVO PARA ALCANAR A POCA ONDE O

    PREO DO FEIJO MELHOR PARA ELE (MAIOR LUCRO). O AGRICULTOR DISPE DE

    APENAS UMA VARIEDADE DE FEIJO E DE UMA FAIXA DE TEMPO DE PLANTIO DE 15

    DE SETEMBRO A 15 DE OUTUBRO. LEVANDO EM CONTA QUE O AGRICULTOR DEVE

    PLANTAR DIA 15 DE CADA MS, QUAL DATA SER MELHOR PARA O PLANTIO,

    VISANDO MAIOR LUCRO?

    VARIEDADE DE FEIJO (HIPOTTICA)

    Exigncia de 1276 graus-dia para amadurecer

    Temperatura-base = 6C

    TEMPERATURA MDIA MENSAL

    SETEMBRO = 18C

    OUTUBRO = 22C

    NOVEMBRO = 20 C

    DEZEMBRO = 18,5 C

    JANEIRO = 17C

    SAZONALIDADE DE PREOS (R$/saca)

    SETEMBRO= 50,00

    OUTUBRO = 60,00

    NOVEMBRO = 70,00

    DEZEMBRO = 80,00

    JANEIRO = 40,00

  • 49

    UMIDADE DO AR

    GUA NA FORMA DE VAPOR, EXISTENTE NA ATMOSFERA.

    FONTES NATURAIS:

    SUPERFCIES DE GUA, GELO E NEVE

    SOLO

    SUPERFCIES VEGETAIS E ANIMAIS

    PROCESSOS FSICOS DETERMINANTES

    EVAPORAO

    SUBLIMAO

    TRANSPIRAO

    CONCENTRAO DE VAPOR DGUA NA ATMOSFERA

    BAIXA (MX. 4%)

    EXTREMAMENTE VARIVEL

    LIBERAO OU ABSORO DE CALOR LATENTE

    DISTRIBUIO DE CALOR NA TERRA

    TRANSPORTE DO VAPOR DGUA NA ATMOSFERA

    BALANO DE RADIAO: EVAPORAO DA GUA

    TRS PROCESSOS:

    o DIFUSO o CONVECO (LIVRE OU FORADA)

    o ADVECO

    CONTEDO DE VAPOR DGUA NO AR ATMOSFRICO

    AR SATURADO = QUANTIDADE DE VAPOR DGUA EM SUA CONCENTRAO

    MXIMA.

    QUANTO MAIOR A TEMPERATURA, MAIOR A CAPACIDADE DO AR EM RETER GUA.

    UMIDADE RELATIVA DO AR = RELAO PERCENTUAL ENTRE A CONCENTRAO DE

    VAPOR DGUA EXISTENTE NO AR E A CONCENTRAO DE SATURAO, NA PRESSO E TEMPERATURA EM QUE O AR SE ENCONTRA.

  • 50

    MEDIO DA UMIDADE DO AR

    PSICRMETROS = FORMADO POR DOIS TERMMETROS COMUNS, SENDO: o 1 BULBO SECO

    o 1 BULBO MIDO

    HIGRMETROS OU HIGRGRAFOS = VARIAO DO COMPRIMENTO DO CABELO HUMANO COM A UMIDADE RELATIVA DO AR.

    PSICRMETROS (COMO MEDIR)

    VER TEMPERATURA BULBO SECO (Ts)

    VER TEMPERATURA BULO MIDO (Tu)

    VER DEPRESSO PSICROMTRICA (d)

    d = Ts- Tu

    ENTRA COM VALOR DE Ts e d NA TABELA

    ENCONTRA UMIDADE RELATIVA DO AR NAQUELE MOMENTO

    UMIDADE ABSOLUTA DO AR = QUANTIDADE DE VAPOR DGUA TOTAL EXISTENTE

    NO AR, EM DETERMINADAS CONDIES DE TEMPERATURA E PRESSO.

    A UMIDADE DO AR DEVE SER MEDIDA SOMBRA, EM LOCAL VENTILADO E

    PROTEGIDO DA PRECIPITAO (CHUVA). GERALMENTE FICA DENTRO DOS ABRIGOS

    METEOROLGICOS.

  • 51

    VARIAO DIRIA DA UMIDADE DO AR

    A UR DO AR APRESENTA UM CURSO DIRIO INVERSO AO DA TEMPERATURA DO AR,

    SENDO MENOR DURANTE O DIA E MAIOR DURANTE A NOITE. ISTO PORQUE A TENSO

    DE SATURAO DE VAPOR DGUA DIRETAMENTE PROPORCIONAL TEMPERATURA E INVERSAMENTE PROPORCIONAL UMIDADE RELATIVA DO AR.

    O VALOR MNIMO DE UMIDADE ALCANADO NA TEMPERATURA MXIMA.

    EM CONDIES DE RESFRIAMENTO NOTURNO MODERADO, A UR TENDE A SE

    ESTABILIZAR EM UM VALOR MXIMO, PRXIMO 100%, AT A MANHA SEGUINTE

    (ORVALHO E/OU NEVOEIRO).

    VARIAO ANUAL DA UMIDADE DO AR

    ACOMPANHA O CURSO ANUAL DA COBERTURA DO CU E PRECIPITAO.

    TABELA 1: PRECIPITAO TOTAL ANUAL (MDIA) E UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES

    REGIES:

    ESTADO PRECIPITAO (mm) UMIDADE RELATIVA (%)

    CE 971 70

    DF 1000 65

    BA 1203 72

    MT 1404 75

    MG 1421 76

    RS 1555 77

    AM 2705 87

  • 52

    GRFICO PSICROMTRICO ( Porcentagem de umidade relativa (1000 Milibares)

    DEPRESSO DE BULBO MIDO (Td - TW)

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    -

    20 28

    -

    18

    40

    -

    16

    48 0

    -

    14 55 11

    -

    12

    61 23

    -

    10

    66 33 0

    -8 71 41 13

    -6 73 48 20 0

    -4 77 54 32 11

    -2 79 58 37 20 1

    0 81 63 45 28 11

    2 83 67 51 36 20 6

    4 85 70 56 42 27 14

    6 86 72 59 46 35 22 10 0

    8 87 74 62 51 39 28 17 6

    10 88 76 65 54 43 33 24 13 4

    12 88 78 67 57 48 38 28 19 10 2

    14 89 79 69 60 50 41 33 25 16 8 1

    16 90 80 71 62 54 45 37 29 21 14 7 1

    18 91 81 72 64 56 48 40 33 26 19 12 6 0

    20 91 82 74 66 58 51 44 36 30 23 17 11 5 0

    22 92 83 75 68 60 53 46 40 33 27 21 15 10 4 0

    24 92 84 76 69 62 55 49 42 36 30 25 20 14 9 4 0

    26 92 85 77 70 64 57 51 45 39 34 28 23 18 13 9 5

    28 93 86 78 71 65 59 53 47 42 36 31 26 21 17 12 8 4

    30 93 86 79 72 66 61 55 49 44 39 34 29 25 20 16 12 8 4

    32 93 86 80 73 68 62 56 55 46 41 36 32 27 22 19 14 11 8 4

    34 93 86 81 74 69 63 58 52 48 43 38 34 30 26 22 18 14 11 8 5

    36 94 87 81 75 69 64 59 54 50 44 40 36 32 28 24 21 17 13 10 7

    38 94 87 82 76 70 66 60 55 51 46 42 38 34 30 26 23 20 16 13 10

    40 94 89 82 76 71 67 61 57 52 48 44 40 36 33 29 25 22 19 16 13

  • 53

    VENTO

    O VENTO O MOVIMENTO DO AR EM RELAO SUPERFCIE TERRESTRE.

    O ambiente em que as plantas e animais crescem nem sempre o ideal ou timo para sua produo.

    Vrias so as condies adversas do clima que interferem no seu crescimento e desenvolvimento. A

    manipulao do solo, a irrigao e o uso de ambientes parcialmente protegidos so algumas tcnicas

    utilizadas com a finalidade de alterar o microclima de um local, proporcionando melhores condies

    para a produo.

    A atmosfera se movimenta em decorrncia da diferena de presso entre duas regies, principalmente

    por causa da incidncia e absoro dos raios solares de maneira distinta entre diferentes regies. O

    vento, que o ar em movimento, se desloca de reas de maior presso (mais frias) para reas de menor

    presso (mais quentes) e quanto maior a diferena entre as presses dessas reas, maior ser a

    velocidade de deslocamento.

    ORIGEM

    GRADIENTES DE PRESSO ATMOSFRICA

    ROTAO DA TERRA

    FORA CENTRFUGA AO MOVIMENTO DA TERRA

    ATRITO COM A SUPERFCIE

    GRADIENTE DE PRESSO ATMOSFRICA

    GERADO PELO AQUECIMENTO DIFERENCIAL DA ATMOSFERA

    VARIAO DE PRESSO

    ISBARAS = LOCAIS QUE APRESENTAM O MESMO VALOR DE PRESSO ATMOSFRICA.

    CARTA GEOGRFICA ISOBRICA

    DELIMITA REGIES DE ALTA E BAIXA PRESSO

    CRUZAM-SE COM GRADIENTES HORIZONTAIS DE PRESSO

    O GRADIENTE HORIZONTAL DE PRESSO DETERMINA UMA MOVIMENTAO

    DO AR DAS ZONAS DE MAIORES PRESSES PARA A DE MENORES PRESSES, NA

    TENDNCIA DE IGUAL-LAS.

    ESTA FORA TENDE A INICIAR E MANTER O VENTO.

    QUANTO MAIS PRXIMAS FOREM AS ISBARAS, MAIOR O GRADIENTE DE

    PRESSO E MAIOR DEVER SER A VELOCIDADE DO VENTO.

    EFEITO DA ROTAO DA TERRA

    MOVIMENTO DE OESTE PARA LESTE

    O AR ATMOSFRICO TAMBM SE MOVE, MAS EM VELOCIDADE DIFERENTE;

  • 54

    EFEITO DA FORA CENTRFUGA

    O VENTO SE DESLOCA EM DIREO PERPENDICULAR S ISBARAS

    MOVIMENTO CURVO

    FORA

    CENTRFUGA

    ACIMA DE 500m = VENTO GRADIENTE (PARALELO S ISBARAS)

    ESCALAS DE FORMAO DO VENTO

    Ocorre nas trs escalas do clima: Macro, Meso e Micro.

    MACROESCALA: so os ventos associados circulao geral da atmosfera, sendo funo dos

    gradientes de presso. Apesar da variao temporal e espacial dos ventos sobre a superfcie, possvel

    se verificar uma certa tendncia:

    a. Entre os Trpicos e o Equador: Alsios de NE (Hemisfrio Norte) e Alsios de SE

    (Hemisfrio Sul).

    b. Entre os Trpicos e as regies Sub-Polares: Ventos de Oeste.

    c. Regies Polares: Ventos de Leste.

    Classificao dos Ventos em nvel Global

  • 55

    MESOESCALA: os ventos oriundos da circulao geral modificam-se acentuadamente na escala de

    tempo e espao devido ao aquecimento diferenciado, e conseqente diferena de presso, entre

    continentes e oceanos; configurao da encosta, sistema orogrfico e topografia, variando diariamente

    ou sazonalmente. Os principais tipos de vento na mesoescala so:

    Brisa Terrestre (noite) e Brisa Martima (dia);

    Brisa de montanha ou Catabtica (noite) e Brisa de Vale ou Anabtica (dia);

    Ventos Foehn ou Chinook.

    Uma Brisa um vento local suave causado pelo aquecimento e pelo arrefecimento desigual de

    superfcies adjacentes, sob influncia da radiao solar (durante o dia) e da radiao terrestre (durante

    a noite), que produzem um gradiente de presso (razo de decrscimo ou aumento da presso por

    unidade de distncia num determinado perodo de tempo) entre o cume e o vale ou numa zona

    costeira,entre a superfcie aquosa e terrestre.

    Brisa da montanha - vento fresco e moderado que sopra noite do cume

    da montanha para o vale porque noite, os cumes arrefecem mais

    rapidamente, formando-se a altas presses e nos vales, com um

    arrefecimento mais lento, formam-se baixas presses.

    Brisa do vale - sopra de manh do vale para a montanha porque os cumes

    da montanha aquecem primeiro que o vale, formando-se nos cumes baixas

    presses.

    Brisa martima - vento que sopra de dia, do mar para terra. Durante o dia,

    a terra aquece mais rapidamente, originando em terra baixas presses e no

    mar altas presses.

  • 56

    Brisa terrestre - vento que sopra de noite, da terra para o mar. Durante a

    noite a terra arrefece mais rapidamente, formando-se aqui altas presses,

    enquanto a gua arrefece mais lentamente, criando-se no mar baixas

    presses.

    MICROESCALA: o processo semelhante ao da mesoescala, porm, com menor magnitude do

    fenmeno. Exemplos desse tipo de contraste so: reas ensolaradas e sombreadas; objetos com

    diferentes coeficientes de absoro de radiao solar; reas irrigadas e no irrigadas, etc.

    Vento em microescala (luz/sombra)

    Mapa de ventos do Brasil

  • 57

    PERFIL DO VENTO

    a velocidade do vento em diversas alturas em relao ao solo.

    Fornecem medidas de fluxo de momento que permite avaliar a transferncia de vapor dgua e dixido

    de carbono e estimar a velocidade do vento em alturas diferentes a partir da medida em outra altura.

    Tais utilizaes de dados sobre o perfil do vento so de extrema importncia no planejamento de

    diversas prticas agrcolas como, por exemplo, a irrigao por asperso, cuja locao dos irrigadores

    dependente da velocidade do vento no local.

    Equao Logartmica do Perfil do Vento

    O perfil do vento prximo ao solo pode ser determinado com a seguinte equao:

    V = 1/k . 1/2/ . ln . Z/Zo

    V= velocidade do vento na altura Z;

    k=constante de von Karman de valor 0,40;

    = fora tangencial;

    = densidade do ar;

    Zo= parmetro de rugosidade.

    EFEITOS DO VENTO NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS

    O VENTO AFETA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS SOB TRS ASPECTOS (PRINCIPALMENTE):

    1. TRANSPIRAO a. Aumenta com a velocidade do vento at certo ponto b. varivel conforme a espcie vegetal

    c. Maior influncia sobre a transpirao cuticular que sobre a estomtica d. Principalmente em hidrfitas (plantas com alta respirao cuticular e. Em condies normais, varia com a rugosidade, que determinada pela rea exposta

    f. Efeito maior em plantas isoladas do que em populaes i. Ex.: Palmeiras isoladas (100% de aumento da transpirao para velocidade de 2

    m/s

    g. Faixa de 2 a 6% de perda de gua pela planta pode ser atribuda ao vento h. Varia com a temperatura e a umidade do ar que incide sobre as plantas i. Ventos secos e quentes causam rpido murchamento das plantas (climas ridos)

    2. ABSORO DE CO2 a. O suprimento de CO2 favorecido pela turbulncia, o que favorece a fotossntese

    b. H um aumento linear da absoro de CO2 com relao velocidade do vento at 167 cm / s

    3. EFEITO MECNICO SOBRE AS FOLHAS E RAMOS a. Altas velocidades do vento so prejudiciais ao crescimento das plantas

  • 58

    b. Plantas de altitudes elevadas e do litoral tem configurao peculiar c. Folhas mecanicamente danificadas pelo vento tm reduzida capacidade de translocao

    e fotossntese

    d. Estudo com a cana de acar (HARTT, 1963): i. Quebra da nervura central da folha diminui a translocao em 34-38% e a

    fotossntese em 30%;

    ii. Quebra da nervura central e do limbo foliar diminui a translocao em 99-100% e a fotossntese em 84 % acima da regia afetada.

    CLASSIFICAO DAS PLANTAS QUANTO REAO AOS VENTOS

    FORTES

    1. As que ESCAPAM ao do vento: plantas pequenas e rasteiras

    2. As que TOLERAM a ao do vento: diminuio da matria seca em menor proporo

    3. As SENSVEIS ao vento: no sobrevivem exposio.

    MEDIDA DO VENTO

    O regime dos ventos medido por sua VELOCIDADE e DIREO.

    A velocidade dada pela componente horizontal em m/s ou km/h, sendo que 1 m/s = 3,6 km/h.

    A direo dos ventos definida pelo seu ponto de origem, com oito direes fundamentais: N,

    NE, NO, S, SE, SO E O.

    Nos sensores digitais a direo dada em graus.

    Os equipamentos medidores de velocidade so os ANEMMETROS:

    O nmero de giros das hlices ou canecas transformado em deslocamento (espao

    percorrido) por um odmetro. O espao percorrido dividido pelo tempo fornece a

  • 59

    velocidade mdia do vento. Em estaes meteorolgicas automticas utiliza-se o

    ANEMGRAFO.

    ESCALA DE VELOCIDADE DOS VENTOS Escala Categoria Velocidade (km/h) 0 Calmo: fumaa vertical < 2

    1 Quase calmo: fumaa desviada 2 a 5

    2 Brisa amena: agitao das folhas 6 a 10

    3 Vento leve: agitao das bandeiras 11 a 20

    4 Vento moderado: poeira no ar 21 a 30

    5 Vento forte: ondas em lagos e rios 31 a 40

    6 Vento muito forte 41 a 50

    7 Ventos fortssimos: fios assobiam 51 a 60

    8 Ventania: impossvel caminhar 61 a 75

    9 Vendaval: danos em edificaes 76 a 100

    10 Tornado, furaco: danos generalizados > 100

    Efeitos do vento na Agricultura

    Essa importante varivel climtica tem efeitos em praticamente todos os setores da agricultura, desde a

    criao de animais at o cultivo de vegetais. Sua importncia engloba tanto aspectos positivos quanto

    negativos, sendo decisivo na implantao de projetos. Os efeitos podem ser favorveis ou

    desfavorveis.

    Efeitos favorveis do vento na agricultura Translocao de calor de regies mais quentes para regies mais frias, amenizando assim o

    efeito da temperatura;

    Translocao de vapor dgua, tirando o excesso de regies midas e umedecendo regies

    mais secas;

    Disperso de gases e partculas suspensas no ar, diminuindo as concentraes que podem

    ser problemticas principalmente no inverno, quando o ar se torna mais denso;

    Remoo de calor de plantas e animais durante pocas quentes, atuando como substncia de

    arrefecimento;

    Renovao do ar prximos s plantas, mantendo assim o suprimento de CO2 para as folhas

    durante o processo de fotossntese e aumentando sua eficincia;

    Disperso de esporos, sementes, plen, facilitando a disseminao e diversificao de

    espcies;

    Fonte limpa e renovvel de energia, podendo ser muito utilizada no campo.

  • 60

    Efeitos desfavorveis

    Eroso elica e deformao de paisagens, constituindo um acelerador do processo de

    desertificao;

    Eliminao de insetos polinizadores devido dificuldade de vo em reas com grande

    incidncia de ventos;

    Desconforto animal devido remoo excessiva de calor, fazendo com que o

    metabolismo fique acelerado para produzir calor e manter a temperatura corporal

    constante, resultando em diminuio de ganho de peso;

    Deformaes de plantas devido ao efeito mecnico do vento;

    Danificao de tecidos vegetais devido abraso de partculas transportadas pelo vento;

    Fissura de tecidos vegetais pela agitao contnua, permitindo a penetrao de patgenos

    e diminuindo a translocao de substncias, acarretando diminuio na taxa de

    fotossntese;

    Desfolha por efeito mecnico do vento;

    Aumento da evapotranspirao podendo levar ao fechamento dos estmatos;

    Queda na taxa de fotossntese devido aos danos citados;

    Para manter as taxas de transpirao e fotossntese a planta desenvolve um sistema

    radicular profundo, podendo provocar o nanismo da parte area devido ao gasto

    excessivo de energia com as razes;

    Para minimizar a perda de gua por transpirao a planta reduz a rea foliar e o nmero

    de estmatos por rea (caractersticas xerfitas) o que resulta em reduo na taxa de

    fotossntese;

    Parte da energia armazenada e produzida destinada aos processos de reconstruo dos

    tecidos danificados, diminuindo assim a energia disponvel para o crescimento e

    desenvolvimento;

    Disseminao de patgenos e ervas-daninhas;

    Aumento do risco de incndios em reas florestais;

    Conseqente diminuio da produtividade.

  • 61

    Irrigao por Piv Central

    Irrigao por Asperso

    Em conseqncia do efeito sobre os processos nos vrios processos citados, em geral

    plantas submetidas a ventos de 10 km/h ou mais continuamente, apresentam:

    Reduo no crescimento no desenvolvimento

    Interndios menores e em menor nmero

    Nanismo da parte area

    Menor dimetro

    Menor nmero de folhas (menores, mais grossas)

    Menor nmero de estmatos por rea foliar e estmatos menores.

    O vento um elemento do clima que influi diretamente no microclima de uma rea, interferindo no

    crescimento de culturas e animais, tendo tanto efeitos favorveis como desfavorveis. Ventos

    excessivos e contnuos representam um grande problema nas reas rurais, sendo necessrio a proteo

    das culturas, principalmente, atravs da utilizao de quebra-ventos, sejam eles naturais ou artificiais,

    para que as atividades agrcolas sejam viveis.

  • 62

    Prticas Preventivas Contra os Efeitos Desfavorveis do Vento Locais menos sujeitos incidncia dos ventos

    Ao se instalar uma cultura ou atividade agropecuria dentro de uma propriedade agrcola, deve-

    se escolher as reas da propriedade menos sujeitas aos ventos frios e intensos.

    Uso de Quebraventos (QV)

    QUEBRA VENTOS (QV)

    Estruturas fsicas que servem para reduzir a velocidade do vento a nveis suportveis pelos seres

    vivos; Geralmente, se utiliza como QV plantas de porte maior do que aquelas que se quer proteger.

    Outras estruturas como telhados (sombrites e ripados) tambm vem sendo utilizados como QV;

    Os QV servem tanto na proteo vegetal com na animal, ajudando tambm na conteno de dunas, minimizando o processo de desertificao, principalmente em regies planas.

    VANTAGENS DO USO DE QV

    a) altera o microclima, principalmente a luminosidade e o vento, que por conseqncia altera as taxas

    de evapotranspirao da cultura, que passa a viver num ambiente menos estressante, com menor demanda atmosfrica por gua, o que permite que ela aproveite melhor a acua disponvel no solo. Desse modo, os estmatos permanecem mais tempo abertos facilitando tambm a fotossntese.

    b) o QV tambm serve para proteger pastagens e animais. A reduo da velocidade do vento promove

    ambiente mais agradvel aos animais, repercutindo na produtividade. c) as rvores utilizadas como QV servem como abrigo para a fauna silvestre, contribuindo para a

    manuteno do equilbrio ecolgico da rea. Para melhorar o aspecto ecolgico pode-se considerar a

    possibilidade de se utilizar mais de uma espcie na linha de QV, promovendo uma certa diversidade

    biolgica.

    d) as rvores do QV favorecem a manuteno de insetos polinizadores e de pssaros, inimigos naturais

    de alguns insetos predadores da cultura.

    TIPOS DE QV

    VEGETAIS: utilizados para grandes reas

    a. Temporrios: plantas anuais ou semi-perenes. Ex: milho, sorgo, cana-de-acar. bananeira, capim;

    b. Permanentes: rvores. Ex: grevlea. eucalipto, pinus. Seringueira;

    c. Misto: combinao de rvores e plantas anuais. Ex. grevlea e milho.

  • 63

    ARTIFICIAIS: utilizados para plantas de pequeno porte em cultivo intensivo e com alto valor econmico, sendo temporrios, pois dependem da durabilidade do produto empregado. Ex: sombrites e ripados.

    Energia elica

    a energia contida na fora dos ventos que sopram sobre a superfcie da

    Terra. Quando captada, a energia elica pode ser convertida em energia

    mecnica, para a realizao de tarefas como bombear gua, moer gros e serrar madeira. Conectando um rotor giratrio (um conjunto de ps ligadas a um eixo) a

    um gerador eltrico, as modernas turbinas elicas convertem a energia elica, que gira o

    rotor, em energia eltrica.

    Energia elica

  • 64

    PRECIPITAO (CHUVA)

    Na regio tropical, as chuvas so as principais formas de retorno da gua para a superfcie terrestre,

    aps a evaporao e condensao, completando o ciclo hidrolgico.

    Conceito: Processo pelo qual a gua condensada na atmosfera atinge gravitacionalmente

    a superfcie terrestre. A precipitao ocorre sob as formas: Pluvial (chuva)

    Granizo

    Neve

    Originam-se de nuvens formadas pelo processo de resfriamento por expanso de massas de ar que se

    elevam na atmosfera, podendo ser dos tipos:

    Orogrfico

    Convecctivo

    Frontal

    A unio dos elementos de nuvem forma os elementos de chuva

    Superao da fora da gravidade;

    Coalescncia: crescimento das gotculas e agregao das mesmas. resultado da diferena

    de temperatura, quantidade, tamanho, carga eltrica e turbulncia das gotculas no interior

    das nuvens.

    Precipitaes orogrficas Ocorrem nas regies que apresentam grandes variaes de altitude, podendo abranger o ano

    todo ou qualquer poca dele.

    Originam-se devido formao de nuvens por causa do relevo acidentado (regies

    montanhosas)

    Precipitaes convectivas Localizam-se na poca de maior ganho de energia do ano.

    So originrias de nuvens convectivas (Conveco trmica) e caracterizam-se pela forte

    intensidade, curta durao, podendo ocorrer descargas eltricas, trovoadas, ventos fortes e

    granizos, predominando no perodo da tarde e noite (chuvas de vero);

    Pela forte intensidade, provocam muitos danos (eroso, derrubada de vegetao, inundao),

    pois a incidncia maior que a capacidade de infiltrao do solo.

    Precipitaes frontais Originrias de nuvens formadas a partir do encontro de massas de ar frio e quente, caracterizam-

    se pela intensidade moderada, longa durao (dias) e sem horrio predominante;

    Concentram-se no perodo do ano em que ocorre a penetrao de massas de ar de origem polar.

  • 65

    Medio da precipitao A medida da precipitao feita por pluvmetros e pluvigrafos. Consiste em determinar a espessura

    da camada de gua lquida que se depositaria sobre a superfcie horizontal, em decorrencia da

    precipitao, assumindo-se que:

    Evaporao

    Escorrimento superficial

    Infiltrao

    Interceptao

    Esta espessura, denominada altura de precipitao, determinada pela medida do volume de gua

    captado por uma superfcie horizontal de rea conhecida, atravs da expresso:

    h = 10 . V / A

    Onde:

    h = altura de precipitao (mm)

    V = volume de gua captada (ml)

    rea da superfcie coletora (cm2)

    Figuras do Pluvimetro e do Pluvigrafo

    Variao anual da precipitao O curso anual da precipitao apresentado normalmente como um histograma (grfico de barras),

    indicando os totais mensais.

  • 66

    Precipitao no Brasil

    Regio Sul = as precipitaes mensais variam pouco ao longo do ano, no

    existindo diferenciao de perodos mais ou menos chuvosos;

    Regies Sudeste de Centro Oeste: chuvas concentram-se na poca mais

    quente do ano, em torno do solsticio de vero;

    Regio Nordeste: equincio de outono e solsticio de inverno so mais

    chuvosos; equincio de primavera menos chuvoso.

    Regio Norte: precipitaes mensais elevadas, com poca mais chuvosa no

    equincio de primavera;

  • 67

    Chuva na agricultura

    Fornecimento de gua p/ as plantas

    Umidade relativa do ar

    Umidade do solo

    Ciclos biogeoqumicos

    Fator de intemperizao

    gua para consumo humano e animal

    Muitos outros efeitos.

    NUVENS

    QUALQUER CONJUNTO VISVEL DE GOTCULAS DGUA, PARTCULAS DE GELO, OU DE AMBAS, EM SUSPENSO NA ATMOSFERA.

    EVENTUALMENTE PODE INCLUIR ELEMENTOS DE NATUREZA HDRICA

    DE MAIORES DIMENSES, ALM DE POEIRA, FUMAA OU RESDUOS INDUSTRIAIS.

    FORMAO DAS NUVENS

    A Condensao ou sublimao do vapor dgua origina nuvens, nevoeiros, orvalho e

    geadas.

    Vapor dgua condensado nas nuvens: Precipitao.

    A condensao do vapor dgua no interior de uma massa de ar inicia-se quando esta atinge

    a saturao e ocorre sobre partculas microscpicas que se encontram em suspenso no

    interior da massa de ar, e que so chamadas de ncleo de condensao.

    Os ncleos de condensao so constitudos de sais higroscpicos, provenientes da gua do

    mar e xidos higroscpicos de enxofre e fsforo, produzidos nos centros urbanos e

    industriais.

    Existem sais e xidos higroscpicos normalmente na atmosfera e tornam-se ativos quando a

    umidade relativa do ar atinge um determinado valor (geralmente superior a 70%) e

    comeam a adsorver molculas de vapor dgua, aumentando de tamanho e formando as

    nvoas, nuvens, etc.

    O processo de condensao pode ser descontnuo, com a diminuio do teor de vapor e

    liberao de calor latente (vapor-lquido) e mantm-se enquanto prevalecerem as condies

    que propiciam a saturao da massa de ar;

    Uma massa se mantm ou pode ser levada saturao atravs do resfriamento, adio de

    vapor dgua ou mistura com outra massa de ar de temperatura menor.

  • 68

    Processos de formao das Nuvens

    Processo principal: resfriamento por expanso adiabtica (sem troca de energia/calor com o

    meio externo;

    Elevao da massa de ar menor presso expanso da massa de ar diminuio da energia

    interna resfriamento.

    Se o inverso acontece: disperso das nuvens;

    Resfriamento diminuio da capacidade de reteno de vapor dgua condensao dos

    ncleos existentes.

    Quanto mais ncleos, maior a condensao, mesmo com Umidade Relativa baixa.

    Deslocamento vertical de massas de ar

    Depende de:

    Relevo (esquema)

    Altitude do nvel de condensao

    Processo de conveco trmica

    Superfcies frontais

    Classificao das nuvens

    O aspecto de uma nuvem depende essencialmente de:

    Natureza, dimenso, nmero e distribuio no espao, DAS PARTCULAS

    QUE A CONSTITUEM;

    So sempre brancas. As coloraes so decorrncia de sua posio em relao

    ao sol e ao observador;

    Podem assumir infinitas formas

    Atlas internacional de nuvens

    Constituem-se em quatro famlias

    Famlias de nuvens

    Altas: ocorrem na camada mais alta da Troposfera (acima de 6000 m)

    Cirrus, Cirrocumulus e Cirrostratus

    Mdias: Ocorrem entre 2.000 e 6000 m

    Autocumulus e Altostratus

    Baixas: do solo at 2000 m

    Cumulus, Stratocumulus, Stratus e Ninbostratus

    Grande desenvolvimento vertical: ocorrem dos 600 at o limite superior da

    atmosfera.

    Cumuloninbus

  • 69

    Classificao das Nuvens

  • 70

    Tipos de nuvens

    Cirros

    As nuvens em forma de filamentos, das extenses de maior altitude, formam-se entre os 5 e os 11 Km de altitude e so inteiramente constitudas por cristais de gelo. Elas podem apresentarem a forma de pequenos

    fragmentos brancos e sedosos ou ento serem repuxados pelo vento e tomarem a forma de finos filamentos com as extremidades enroladas. Quando aparecerem no cu de forma espetacular so muitas vezes o

    pronuncio de uma tempestade ou de uma frente quente em aproximao. Quando uma massa de ar quente se eleva abruptamente a grande altitude a cima do ar frio o vapor de gua nela contido vai condensar-se,

    congelando instantaneamente. Os enrolamentos e formas de gancho dos cirros so os finos rastos de cristais de gelo que caem lentamente. As nuvens de gelo tais como os cirros, cirrostratos e cirrocmulos

    formam-se quando o ar atinge o seu ponto de saturao a temperatura inferiores a 40c e congela imediatamente.Aps o congelamento estas nuvens tendem, no a evaporar mas sim a crescer e podem ter uma durao longa.

    Cirrocmulos

    Os cirrocmulos do " cu encarneirado" so nuvens altas formadas entre os 5 e os 11 Km. So constitudas por cristais de gelo e desenvolvem uma configurao regular em bandas e filas de pequenssimos tufos

    brancos. Em geral precedem uma tempestade ou uma frente quente em aproximao, anunciando a chegada de tempo instvel.

    Cirrostratos(Cs)

    Os Cirrostratos so nuvens de cristais de gelo ,com o aspecto de um vu nebuloso transparente, formadas entre 5 e 11Km. freqente seguirem os cirros na aproximao de uma frente quente, mas difcil distingui -

    las da bruma ou da neblina. Contudo, ao contrrio da bruma, que constituda por gotculas de gua , os minsculos cristais de gelo dos quais o vu de Cirrostratos composto ref letem a luz, produzindo os

    caractersticos halos roda do sol e da lua.

    Pileus

    Quando se observa o desenvolvimento dos grandes cmulos congestus, pode ter-se a sorte de avistar os

    sinais da evasiva nuvem pileus, uma nuvem pequena com uma cpula superior arredondada, formada transitoriamente acima de um cmulo em desenvolvimento. Quando os cmulos se elevam at uma camada

    superior de ar, que tem movimento horizontal, o ar ascendente que os precedem abre uma pequena brecha

    nesta camada, antes de penetrar completamente nela. Se o ar for suficientemente hmido forma-se uma pequena nuvem no momento em que o ar atinge o pico desta brecha, mas rapidamente o topo do cmulo

    chega a e a nuvem pileus desaparece na massa de nuvem que se eleva.

    Cumulonimbos (cb)

    Em condies atmosfricas extremamente instveis formam-se enormes e densos cmulos, brancos nos bordos mas muitos escuros na base e que se elevam como torres gigantescas at ao limite superior da

    troposfera. Crescem a partir de cmulos grandes, tm a base entre os 500m e os 2Km e o topo situa-se entre os 3 e 6 Km. Em condies instveis, o ar no interior destas nuvens mais quente do que o ar na vizinhana

    e assim as nuvens continuam a crescer, devido s fortes correntes ascendentes convectivas no seu interior. O calor resultante da condensao de enormes quantidades de vapor de gua realimenta as correntes

    ascendentes de ar quente. O topo destas nuvens congela em cristais de gelo, que crescem constantemente

    medida que as gotculas de gua so arrastadas para cima, colocando-se a eles. A cpula borbulhante, caracterstica dos cmulos em desenvolvimento, torna-se achatada assim que congela e espraia-se

    freqentemente em forma de penacho (a "bigorna"), por ao dos ventos dominantes a grande altitude. Os cumulonimbos completamente desenvolvidos so nuvens que provocam chuva forte ou granizo ou

    trovoadas.

    Cmulos (cu)

    Os cmulos so freqentes em dia de sol, quando o sol est fortemente aquecido. Formam-se muitas vezes

    agrupamentos destas nuvens, todas com a base ao mesmo nvel (Alinhamento de nuvens). O aquecimento local do sol provoca correntes ascendentes de ar quente (Trmicas), cada uma das quais produz uma nuvem

    em forma de couve flor, medida que o ar arrefece e o vapor de gua nele contido condensa. Os cmulos tm contornos bem marcados devido continua produo de gotculas dentro da nuvem, alimentada pelas

    correntes ascendentes de ar quente, e sua rpida evaporao no ar mais seco circundante. Os cmulos

    pequenos duram apenas entre 15 e 20 minutos, dissipando medida que se afastam da fonte de ar quente que alimenta a sua formao. Os cmulos comeam tipicamente a formar-se a meio da manh, enquanto o

    sol aquece, alcanam o seu mximo de extenso a meio da tarde dissipam-se quando o sol comea a arrefecer.

  • 71

    Estratos(st)

    A camada nebulosa, baixa e cinzenta, designada por estrato, tem a base a cerca de 400metros, ou ainda

    mais abaixo, Formam-se em condies de atmosfera estvel, mas onde o vento superfcie mantm, abaixo da base da nuvem, uma camada de ar bem misturado e demasiado quente para que se possa ocorrer

    condensao. O nevoeiro um estrato que se forma ao nvel do solo na ausncia da turbulncia., e inversamente, os estratos podem resultar da subida do nevoeiro. Os estratos raramente so suficientemente

    espessos para produzir chuva, mas podem provocar chuvisco, ou neve fraca a maior altitude. Quando possvel ver o sol atravs dos estratos, os contornos so ntidos. Os estratos podem tambm formar-se por

    baixo de um nimbostrato, quando a chuva, fria, produzida por este, cai numa camada mais quente,

    evaporando e fazendo aumentar a umidade desta camada, ao mesmo tempo em que a arrefece.

    Altocmulos

    Os Altocmulos, nuvens brancas ou acinzentadas das camadas mdias da tropopausa, com a base entre os

    2Km e 6Km, formam-se acima dos estratocmulos. Podem Ter origem em extenses mais altas de estratocmulos ou em cmulos de grandes dimenses; Podem ainda aparecer num cu sem nuvens quando,

    pela aproximao de uma frente, o ar quente obrigado a subir. Os Altocmulos so basicamente constitudos por gotculas de gua mas podem conter cristais de gelo nas camadas superiores. De acordo

    com o movimento do ar podem tomar variadas formas, incluindo as bandas paralelas e configuraes em clula. Assemelham-se freqentemente aos estratocmulos e poder ser difcil distingui-los mas os seus

    elementos individuais parecem geralmente mais pequenos, pois esto mais altos e mais longe.

    Altostratos(as)

    Os altostratos so uma camada uniforme acinzentada ou azulada de nuvens, s vezes listrada, cobrindo o

    cu totalmente ou parcialmente, com base entre os 2Km e os 6Km de altitude. Esta camada por vezes suficientemente tnue para deixar perceber a posio do sol atravs dela, mas sem o deixar ver claramente,

    Consistem principalmente de gotculas de gua sobrearrefecidas, mas estas podem congelar ao serem

    capturadas por cristais de gelo que caem de nuvens mais altas. Substituem os cirrostratos medida que uma frente quente se aproxima. Se tornam mais espessas abaixam a sua base no seio de massa de ar frio e

    mido, podem transformar-se em nimbostratos, as nuvens causadoras de chuva, ou neve, forte e contnua.

    Nimbostratos

    O nimbostrato uma camada nebulosa espessa, cinzenta, muitas vezes sombria, com base entre os 900 metros e os 3 km. D lugar a chuva ou neve, de acordo com a temperatura do ar abaixo dela . O nimbostrato

    produz um cu pesado cinzento e mido, freqentemente com chuva contnua e apresentando farrapos

    soltos de nuvens cinzentas que correm muito depressa abaixo da base da nuvem principal; ou ento um cu quase negro que anuncia queda de neve. Os nimbostratos formam-se quando uma camada de ar quente

    forada a elevar-se por cima do ar frio ou ento a subir uma montanha, e quando a nuvem resultante tem a capacidade de se tornar suficientemente espessa para se formarem cristais de gelo nas camadas superiores