26
1 Apostila Elaborada pelo Pr. Eguinaldo Hélio de Souza

APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 1/26

1

Apostila Elaborada pelo Pr. Eguinaldo Hélio de Souza

Page 2: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 2/26

2

Introdução

Teologia do povo de Israel

HISTÓRIAI – Período Vétero -TestamentárioII – Período Inter TestamentárioIII – Período Neo-TestamentárioIV – Período HistóricoV – Período Moderno

Introdução

"Bem-aventurado és tu, o Israel ! Quem e como tu..." (Dt 33.29)

Há três denominações diferentes para a descendência de Abraão: Hebreus,provavelmente por ser Abraão descendente de Éber (Gn 11.14-17). Israelitas, relativo a Israel,nome recebido pelo patriarca Jacó, após seu encontro com Deus no vau de Jaboque (Gn32.27,28). E por último judeu, relativo a Judá, um dos doze filhos de Jacó ao qual foi prometidoo cetro do reino (Gn 49.10). Sendo assim, não há qualquer diferença na designação destepovo. Paulo usou para si as três denominações (Fl 3.4; Rm 11.1; 1 Co 9.20).

Este foi o povo especial de Deus, com o qual ele fizera um pacto através de Abrãao (Gn15 e 17), para dar-lhe a terra de Canaã e abençoar através dele todos os povos da terra (Gn12.1-3). O propósito desta eleição foi usar Israel como o canal para espalhar sua salvação portodos os cantos da terra. As Sagradas Escrituras foram primeiro confiadas a eles (Rm 3.2). Aeles primeiro coube a adoção de filhos, as manifestações da glória de Deus, as alianças, a leidivina, o culto e promessas (Rm 9.4). Também coube a eles a tarefa de ser o povo do Messias,o Ungido (Rm 9.5).

Tudo isto os torna constante objeto da preocupação de Deus em toda a Bíblia, tornandoobrigatório estudar e entender o plano de Deus para este povo.

Teologia do Povo de Israel

Podemos resumir a questão teológica referente aos judeus em uma pergunta: Há aindaalgum propósito de Deus específico para este povo, após o surgimento da Igreja Cristãou eles serviram apenas até o início desta era, não havendo mais significado para suaexistência como nação ?

Alguns afirmam que a nação de Israel teve um papel provisório como instrumento dospropósitos de Deus. Este papel terminou com a vinda do Messias. Ao rejeitar a Jesus, Israel

Page 3: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 3/26

3

teria sido definitivamente perdido qualquer exclusividade diante de Deus. A menos que eles seconvertam e se integrem à Igreja, não há nenhuma outra perspectiva dentro do plano de Deus.

Para estes a Igreja seria agora o “Israel de Deus”. Por isso, as promessas contidas noVelho Testamento dirigidas a este povo, não são literais. São geralmente espiritualizadas. Não

existe no futuro algum privilégio, alguma distinção em relação aos demais. Os judeus passarama ser igual a todos os povos da terra.

Do outro lado estão aqueles que olham a aliança de Deus com Israel como algoincondicional. Embora quanto ao evangelho eles sejam inimigos, recebem um amor distinto doPai devido à Aliança com os patriarcas (Rm 11.28). Isto se tornará evidente no futuro, quando aIgreja for tirada da Terra, Israel reassumirá seu papel e no durante o Milênio terá uma posiçãodistinta. Essa visão teológica positiva quanto aos judeus, foi realçada principalmente pelarestauração de nação de Israel na Palestina. Seu retorno à terra bem como a reconstrução damesma apesar de todos os desejos contrários, obrigou a Teologia a uma revisão de seusconceitos.

I - Período Vétero-Testamentário

Este período se refere à História de Israel registrada no Velho Testamento. Israel e afigura central em todos os 39 livros, mesmo quando estes livros fazem referencia a outrospovos, fazem-no em sua relação com a nação eleita. A porção histórica do Velho Testamento,vai desde o Livro de Gênesis ate o Livro de Ester. Os Livros Poéticos (Jó, Salmo, Provérbios,Eclesiastes e Cantares) e os Livros Proféticos, embora possam conter alguma porção histórica,foram escritos dentro do período abrangido de Gênesis a Ester. Durou aproximadamente 1500anos e por isso vamos subdividir este período em 6 outros períodos para melhor entendermos:

1. Período pré-nacional (Gn 12.1 – Ex 19) – Este período vai desde a chamada de Abraão

em 2002 a.C. até seu estabelecimento na terra de Canaã por volta de 1500 a.C. Duranteeste período não podemos dizer que havia uma nação no sentido exato do termo. Para quehaja uma nação são necessários pelo menos três elementos: Um povo com uma culturaúnica, leis que o regulamentem e um território próprio. Estes elementos foram se unindo nodecorrer deste período até completar-se.Não podemos dizer que Abraão, Isaque e Jacó formaram uma nação. Eles não passavamde beduínos no deserto, indo de um lugar para outro. Mesmo os doze filhos Jacó, emboratendo multiplicado-se, não passavam de um grupo a mais naquele emaranhado de povosque era a Palestina daquela época. O povo só foi se multiplicar e surgir de forma maisnumerosa, no Egito. Ali sua cultura e costumes foram se definindo. Ao final de quatrocentosanos eram um povo numeroso, mas não uma nação. O segundo passo só seria dado após

sua libertação por Moisés.No Sinai começava uma nova fase para este povo. Eles receberam a Lei. Não apenas odecálogo, que se tornou padrão mundial. Receberam também toda uma legislação quedetalhava o decálogo, bem como outras instruções que regulamentavam a vida religiosa ecivil. Mesmo que o período no deserto pareça uma perda de tempo, foi ele quem possibilitoua existência de um código que garantiria para sempre a existência de Israel como nação.Esta Lei, de certa forma, tornou-se sua pátria.Josué, sucessor de Moisés, ajudou a consolidar Israel. Liderou a tomada da terra,guerreando e conquistando boa parte dela. Agora era um povo com cultura própria, leispróprias e em sua própria terra.

Page 4: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 4/26

4

2. Período teocrático (Ex 20.1 – 1 Sm 10.1)  – Corresponde ao período que vai desde atomada da terra por Josué até o estabelecimento da Monarquia com Saul. É o períododescrito principalmente no Livro de Juizes, embora durante o tempo de Moises e Josué,possamos dizer que eles exerceram um governo teocrático. Chamamos de teocrático

porque não havia um governo definido. Não havia um homem específico que poderia serchamado de líder. O governo de Moisés também foi teocrático, todavia, como vimos, nãohavia uma nação.Os juizes foram homens e mulheres ungidos em ocasiões especiais e que serviam comoautoridade a quem o povo recorria nas dificuldades. Este período durou cerca de 430 anos.O número de profetas apontados no livro de Juizes foram 12: 1. Otniel de Judá, que livrouIsrael dos reis da Mesopotâmia, Eúde, que expulsou os moabitas e os amonitas; Sangar,que matou 600 filisteus; Débora contra os cananeus; Gideão que expulsou os midianitas;Tola e Jadir; Jefté que subjugou os amonitas; Abesã, Aijalon e Abdon; Sansão grandeperseguidor dos filisteus.Este período foi caracterizado pelo caos (Jz 21.25). A falta de um governo central, forte e

definido, fez com que as transgressões se multiplicassem. A vida moral e religiosa da naçãoera uma derrocada só. O culto a baal e a astarte, eram muito atrativos pela suasensualidade. Os juizes tinham um campo de atuação muito restrito, geográfica epoliticamente. Os capítulos finais do Livro de Juizes conta a história de um crime hediondo eda conseqüente guerra civil, que serviu para ilustrar o período.

3. Período monárquico unificado (1 Sm 10.1 – 1 Rs 11.42) – Não demoraria muito e o povoestaria reivindicando um rei para si. Samuel, o último e maior de todos os juizes é levado porDeus a ungir a Saul, benjamita, como monarca de Israel. Abrange o período de três reis:Saul, Davi e Salomão, desde o ano 1040 a.C. até 920 a.C. Foi o Período Áureo de Israel.Durante este tempo, Israel ainda era uma única nação e não duas como aconteceu após a

morte de Salomão.Este foi um período de consolidação, que trouxe para Israel o status de nação. Asconquistas anteriores ganharam agora uma forma definida e os limites geográficos foramexpandidos ate onde Deus havia prometido. Apesar da desobediência de Saul e do declíniode Salomão nos seus últimos anos, o culto ao único Deus foi totalmente restabelecido e asituação religiosa caótica do tempo dos Juizes terminou.

Saul (1 Sm 10.1 – 1 Sm 31)  – Foi ele o primeiro rei de Israel. Começou a organizar esolidificar a nação. Ele e seu filho Jônatas guerrearam contra os diversos povos que aindanão haviam sido dominados e os derrotaram. Mas Saul cometeu dois erros decisivos. Oprimeiro foi na guerra contra os Amalequitas. A ordem de Deus era para exterminá-los

completamente sem nada deixar. Todavia Saul desobedeceu e não matou a Agague, bemcomo muitos animais. Por isto foi repreendido por Samuel. Na segunda vez, como Samueldemorasse, ele tomou para si o ofício sacerdotal, que não era permitido ao rei e fez osacrifício. Desta feita a repreensão de Samuel foi mais dura e ele proferiu a sentença sobreSaul de que Deus já o havia rejeitado e escolhido outro rei em seu lugar. Sua história estánarrada no Livro de 1º Samuel.

Davi (2 Sm 1 – 1 Reis 1) -  – Sucedeu a Saul após sua morte. Havia já conquistado granderespeito após ter derrotado Golias e se destacado como chefe militar. Mas o ciúme de Saulobrigou-o a fugir para o deserto de Nobe, até a morte deste, quando então foi ungido reipelo povo de Judá e depois por todo Israel. Davi então sitiou e tomou Jerusalém, baluarte

dos jebuseus, ampliando-a e fazendo dela a capital. Subjugou as nações ao redor,

Page 5: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 5/26

5

estendendo seus domínios nos limites prometidos à Abraão (Gn 15.18). Trouxe oTabernáculo para a cidade, juntamente com a Arca da Aliança e os demais utensílios. Apóster cometido adultério com a mulher de Urias, teve de enfrentar a sedição de seu filhoAbsalão. Morreu aos 71 anos de idade, após reinar 40 anos e meio, sendo sete e meio em

Hebrom e 33 em Jerusalém. Como era cantor, deixou muitos salmos inspirados, que vierama ser uma das mais amadas literaturas do mundo. Sucedeu-o seu filho Salomão, que tivercom Bete-Seba.

Salomão (1 Rs 1 – 1 Rs 11.43)  – Este foi o ponto culminante do período. Salomão foidotado por Deus de imensa sabedoria. Através de alianças de casamento com filhas dosreinos ao derredor, tornou Israel um reino próspero e respeitado. Construiu o Templo deJerusalém que pode ser apontado como uma das maravilhas do mundo antigo. Teve muitafama e muita riqueza. Deixou-nos um grande número de provérbios, encontrados Livro deProvérbios, bem como o Livro de Eclesiastes e Cantares de Salomão. No final de seus diasporém, as mulheres lhe perverteram o coração e ele construiu templos idólatras e colocou

imagens de escultura bem em frente ao Templo. A conseqüência deste pecado, foi a divisãodo reino

4. Período monárquico dividido (1 Rs 12 – 2 Rs 25.30) – Após a morte de Salomão o reinofoi dividido. Dez tribos do norte separaram-se das duas tribos do sul. O norte, com deztribos. Chamou-se Israel, tendo como capital a cidade de Samaria e seu primeiro rei foiJeroboão. O sul ficou conhecido como Judá, tendo como capital Jerusalém e teve comogovernante Roboão, filho de Salomão.

Como veremos, o reino de Israel muito cedo apostatou do Senhor, passando a servir aBaal e outros deuses, sendo completamente dominado pela idolatria. Sob o governo deAcabe, o culto a Yaweh foi praticamente abolido do país, principalmente devido as

instigações de sua mulher Jezabel. Foi neste período que surgiu o profeta Elias, o qualtambém fundou escolas de profetas e deixou Eliseu como seu sucessor. Mas Israel nuncase emendou de seus maus caminhos e no ano de 722 a.C. a Assíria cercou Samaria eretirou o povo da terra levando-os para o exílio. (2 Reis 17)

Judá, embora algumas vezes tenha falhado e desviado da Lei devido a impiedade dealgum rei, permaneceu fiel por mais tempo. Por ocasião do ataque de Senaqueribe sobre acapital Jerusalém, Judá foi poupado devido a fidelidade e fé do rei Ezequias (2 Reis 18).Mesmo assim não tardaria haver novas apostasias dentro do próprio Judá, como foi o casodo rei Manasses. Por fim então, Judá sofre ataques do rei da Babilônia, Nabucodonosor, em607 a.C. e em 586 a cidade de Jerusalém e atacada pelo mesmo, queimada e o Templo edestruído. Os objetos sagrados do templo são levados para Jerusalém e o povo vai para o

exílio na Babilônia, onde permanecera durante 70 anos.

Page 6: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 6/26

6

CRONOLOGIA DOS REIS DE ISRAEL E JUDA

JUDÁ  ISRAEL1. Roboão (931-915 a.C.) – 1 Rs 14.21 1. Jeroboão 931-910 a.C.) – 1 Rs 14.202. Abião (915-912 a.C.) – 1 Rs 15.1,2 2. Nadabe (910-909 a.C.) – 1 Rs 15.253. Asa (912-870 a.C.) - 1 Rs 15.9,10 3. Baasa (909-887 a.C.) – 1 Rs 15.28-334. Josafá(870-850 a.C.)- 1 Rs 22.41,42 4. Ela (887-886 a.C.) – 1 Rs 16.85. Jorão (850-842 a.C.) – 2 Rs 8.16,17 5. Zambri (886-874 a.C.) – 1 Rs 16.10,156. Ocozias (842-840 a.C.) – 2 Rs 8.25,26 6. Anri (874-872 a.C.) – 1 Rs 16.22,237. Joás (840-803 a.C.) – 2 Rs 11.1-3 7. Acabe (872-854 a.C.) – 1 Rs 16.298. Amazias (803-787 a.C.) – 2 Rs 14.1 8. Ocozias (854-853 a.C.) – 1 Rs 22.519. Azarias (787-750 a.C.) – 2 Rs 14.21 9. Jorão (853-842 a.C.) – 2 Rs 1.17

10. Joatão (750-730 a.C.) – 2 Rs 15.32,33 10. Jeú (842-821 a.C.) -11. Ezequias (730-698 a.C.) – 2 Rs 18.1,2 11. Joacaz (821- 805 a.C.) – 2 Rs 10.3612. Manassés (698-642 a.C.) – 2 Rs 21.1 12. Joás (805-790 a.C.) – 2 Rs 13.1013. Amon (642-639 a.C.) – 2 Rs 21.19 13. Jeroboão (790-748 a.C.) – 2 Reis 14.2314. Josias (639-609 a.C.) – 2 Rs 22.1 14. Zacarias (748-747 a.C.) – 2 Rs 15.815. Joacaz (609-608 a.C.) – 2 Rs 23.31 15. Selum (747-746 a.C.) – 2 Rs 15.1316. Joaquim (608-597 a.C.) – 2 Rs 23.36 16. Manaém (746-737 a.C.) – 2 Rs 15.1717. Sedecias (597- 586 ) – Rs 24.18 17. Facéia (737-730 a.C.) – 2 Rs 15.23

18. Osée (730-722 a.C.) – 2 Rs 17.1Em 586 a.C. Nabucodonozor destroi o templo deJerusalem e leva os vasos do Templo para a 722 a.C. – Cerco de Samaria e Fim do Reino de Israel

Babilonia

5. Período do cativeiro babilônico  - Embora tenha sido um período de apenas 70 anos (de607 a 538 a.C. aproximadamente) foi determinante para a História e o caráter de Israel. Porvolta do ano 607 a.C., Nabucodonozor, rei do Império Babilônico, ataca Jerusalém e levacativo alguns de Judá para a cidade de Babilônia, entre eles, Daniel e seus amigo. Em 587a.C., ele torna atacar Judá, sitiando Jerusalém, destruindo o Templo e levando embora osvasos sagrados, juntamente com a população da terra. Neste período de exílio surgemprofetas como Daniel e Ezequiel, enquanto em Jerusalém Jeremias continua tambémexercendo seu ministério profético. 

O Cativeiro está baseado na lei do descanso da terra, conforme demonstrou Jeremias. Pelalei, os judeus deveriam deixar a terra em descanso a cada 7 anos. Todavia, passaram-se490 anos e eles não obedeceram. Como conseqüência, os 70 anos foram uma forma deimpor esse descanso. Este fora o tempo predito por Jeremias (25.1,11,12)Em 539 a.C. Daniel compreendeu pelo Livro de Jeremias que o tempo do cativeiro estavachegando ao fim e começou a orar para restauração do povo (Dan 9.2). Em Daniel 5 temosnarrada a queda da cidade de Babilônia. Belsazar, na verdade, era o vice-rei da Babilônia,pois governava no lugar de Nabonido. Conta o historiador Herodoto que eles estavam emgrande festa, seguros pois os muros da cidade eram inexpugnáveis. Ciro, rei dos persas,usa então de um artifício e desvia as águas do Rio Eufrates para um lago artificial. Com istofoi possível entrar na cidade por baixo dos muros, com água pelos joelhos. Os persas já se

Page 7: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 7/26

7

encontravam dentro de Babilônia e Belsazar nem sequer tinha recebido a noticia. Ciro entãodeixa Dario em seu lugar.

Em torno do ano de 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia e novo soberano do Oriente Próximo,autoriza o retorno de Zorobabel para a reconstrução do Templo. Sua política religiosa,

diferente dos Babilônios e Assírios, era mais pacifica, permitindo a cada povo continuaradorando os seus deuses, pelo que ele mesmo ajudou a financiar a reconstrução do Templode Jerusalém.

O livro de Ester representa um parêntese na Historia de Israel. Não ocorre dentro doslimites geográficos da nação, mas no exílio, a partir da capital do Império Persa, Susa. O reiAssuero, conhecido na Historia como Xerxes, reinou de 485 a 465 a.C. E dentro desteperíodo que se insere Ester. Foi escrito para contar a origem da Festa do Purim e mostracomo os judeus foram salvos nesta época, de serem completamente destruídos pelasmaquinações de Hama. Foi a primeira tentativa de genocídio judaico.

6. Período de restauração – Este período é abrangido pelos livros de Esdras, Neemias eEster, embora a história de Ester tenha se passado fora da Palestina.

Sob o domínio de Zorobabel, 42.000 judeus retornam a Jerusalém no ano de 536 a.C.para reconstruir o Templo. A política religiosa de Ciro era bastante branda, permitindo quecada povo adorasse seus próprios deuses. Ele mesmo incentivou e financiou o retorno dopovo para Israel e a reconstrução do Templo.

Todavia, devida a oposições, o trabalho é interrompido e a obra só volta a ser realizada17 anos depois, em 520 a.C., quando os profetas Ageu e Zacarias começam a animar opovo.

Em 458 a.C. chega à Jerusalém o sacerdote Esdras com mais 1.755 judeus. Estesacerdote zeloso e instruído terá enorme papel na História Judaica. Ele está diante de uma

nação quebrantada, que viu os efeitos terríveis de sua idolatria e portanto estão prontospara receber forte instrução das Escrituras. No ano de 445 a.C., Jerusalém recebe novoreforço espiritual com a chegada de Neemias, que reconstruirá os muros da cidade erestaurará suas porta. O muro é reedificado e começa um grande avivamento no meio dopovo. Provavelmente o ministério do profeta Malaquias deu-se nesses dias, durante umasaída de Neemias para a Pérsia. Mais tarde, em 432 a.C., Neemias retorna à Pérsiadefinitivamente.

II – Período Inter-Testamentário – (420 a.C. ao Nascimento de Jesus)

Durante este período Israel esteve primeiramente sob o domínio Persa, depois Grego e

por fim sob o julgo Romano. Após Malaquias não houve mais manifestações proféticas ou livrosinspirados. Livros como os de I e II Macabeus, por exemplo, que tratam deste período, emboralidos e reverenciados jamais foram aceitos como canônicos, quer pelos judeus querposteriormente pela Igreja.

Podemos subdividir este período assim:

Período Persa – Vai de 539 a.C. até cerca de 333 a.C., quando Alexandre o Grande entra emJerusalém e é recebido pelo sumo-sacerdote Jadua.A política religiosa Persa era de respeitar os deuses dos povos conquistados. Por isso, Ciro,após conquistar Babilônia, permitiu aos judeus retornarem a Jerusalém e reconstruir seuTemplo, bom como levar de volta os vasos sagrados que haviam sido levados por

Nabucodonosor. Como resultados disto, há uma grande consolidação do Judaísmo por essa

Page 8: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 8/26

8

época. O cativeiro curou os judeus da idolatria, definitivamente. Sob a liderança de Esdras, oestudo da Lei e dos profetas foi instituído, dentro de lugares específicas chamados desinagogas.

No geral foi um período calmo para os judeus, exceto por certas brigas internas pelo

cargo de sumo-sacerdote. Por causa disto o governo Persa teve de intervir. Devastaram acidade, impuseram pesada multa e perseguiram os judeus por algum tempo.

Também foi no final deste período que surge o culto rival dos samaritanos, povo mistoque foi ali colocado pelos reis da Assíria.

Período Grego – Começa com a entrada de Alexandre, o Grande, em Jerusalém, o ano de 333a.C. Durante o cerco de Tiro, Alexandre solicitou ajuda dos judeus, que se recusaram porterem uma aliança com os Persas e serem fiéis a esta aliança. Após destruir a cidade de Tiro, oGeneral Macedônico marchou contra Jerusalém, mas foi recebido com flores pelos sacerdotes.Assim nos conta o historiador judeu Flavio Josefo:

"Quando este ilustre conquistador (Alexandre) tomou esta ultima cidade (Gaza), ele avançoupara Jerusalém e o sumo-sacerdote Jado, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-secom todo o povo em tão grande perigo, recorreu a Deus, ordenou orações publicas paraimplorar o seu auxilio e ofereceu-lhe sacrifícios. Deus apareceu-lhes em sonhos na noiteseguinte e disse-lhes que fizessem espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas eir revestido de seus hábitos pontificiais, com todos os santificadores, também assim revestidose todos os demais, vestidos de branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer dosoberano, porque ele os protegeria...Os fenícios e os caldeus que estavam no exercito deAlexandre, não duvidavam que na cólera em que ele se achava contra os judeus ele lhespermitiria saquear Jerusalém. Mas aconteceu justamente o contrario, pois o soberano apenasviu aquela grande multidão de homens vestidos de homens vestidos de branco, os

sacrificadores revestidos de seus paramentos de linho e o sumo sacerdote, com seu éfode, decor azul adornado de ouro e a tiara sobre a cabeça, com uma lamina de ouro na qual estavaescrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou osumo-sacerdote, a quem ninguém havia saudado. Então os judeus se reuniram ao redor deAlexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Masos reis da Síria e os outros grandes que o acompanhavam, ficaram surpresos, de tal espantoque julgaram que ele havia perdido o juízo. Parmenio, que gozava de grande prestigio,perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o sumo-sacerdote dos

 judeus. Não e a ele, respondeu Alexandre, que eu adoro, mas e a Deus a quem ele e oministro, pois quando eu ainda estava na Macedônia e imaginava como poderia conquistar aÁsia, Ele me apareceu em sonho com estas mesmas roupas e me exortou a nada temer, disse-

me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu-me que ele estaria afrente do meu exercito e me faria conquistar o império dos persas. Eis porque jamais tendovisto alguém revestido com trajes semelhantes aos com que ele me apareceu em sonho, nãoposso duvidar de que não tenha sido por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assimvencerei Dario, destruirei o imperio dos Persas e todas as coisas suceder-se-ão conforme omeu desejo. Alexandre, depois de assim Ter respondido a Parmenio, abraçou o sumo-sacerdote e os outros sacrificadores, caminhou depois no meio deles ate Jerusalém, subiu aoTemplo, ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o sumo-sacerdote lhe dissera deviafazer. O soberano pontífice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual estava escrito queum príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era elede quem a profecia fazia menção. Alexandre ficou muito contente" (Antiguidades Judaicas Livro

XI, 8.452)

Page 9: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 9/26

9

Mas com a morte de Alexandre em 323 a.C., o Império Grego, que então abrangia aGrécia, o Egito e todo o Oriente próximo, foi divido entre 04 de seus principais generais. APtolomeu coube o Egito, fundando assim a dinastia Ptolemaida. A região da Síria, que abrangiaIsrael, ficou sob o Domínio de Seleuco, iniciando a dinastia dos Seleucidas.

Ptolomeus e Seleucidas vão realizar inúmeras guerras, com efeitos devastadores sobre os judeus.

Poderíamos subdividir ainda este período em 3 partes:

Período Egípcio (323 a 204 a.C.) – Foi o período mais longo desta época. Através de severaluta, o Egito e a Judéia caiu nas mãos de Ptolomeu. O conquistador foi chamado de PtolomeuSoter, isto e, Salvador, o primeiro da dinastia. Embora os judeus recusassem fidelidade a ele,atacou Jerusalém e levou cem mil judeus presos. Embora tenha sido severo com a nação

 judaica, tornou-se depois amigável. Seu sucessor, Ptolomeu Filadelfo, foi mais amigável ainda.Em seu tempo os judeus foram solicitados a traduzir suas Escrituras para o grego, dando ao

mundo a famosa versão Septuaginta, escrita por 72 sábios judeus. Esta tornou conhecida aPalavra entre os não-judeus e foi a versão conhecida pelos crentes do Novo Testamento.O terceiro rei da dinastia ptolemaica também foi favorável e por isto os judeus prosperaramcomo nunca nesse Império. Cidades como Alexandria, tornaram grandes centros de cultura

 judaica e eles constituíam cerca de um terço da cidade. O quarto rei, Ptolomeu Filopatro,porem, devido as guerras contra Antioco o Grande da Síria, foi hostil aos judeus. Seu principalagravo foi tentar entrar no Santo dos Santos. Ele perdeu a disputa e o rei da Síria apossou-seda Palestina.

Período Sírio (204-165 a.C.)  – A administração dos Seleucidas foi na maioria das vezes,nociva para os judeus e em alguns casos houve sangrenta perseguição a eles. Foi por esta

época que a Palestina foi dividida em 5 províncias: Judéia, Samaria, Galiléia, Peréia,Traconites.Tanto Antioco o Grande quanto seu sucessor, Seleuco Filopatro, foram muito cruéis, emboraos judeus tenham permanecido com certas liberdades em administrar suas próprias leis.Todavia, com ascensão de Antioco Epifânio (175-164 a.C.), um reinado de terror caiu sobreeles. Ele ficou conhecido como o anti-cristo do Velho Testamento.Por este tempo surgiram os helenistas, grupo que queriam implantar a cultura grega entre os

 judeus, os nacionalistas ortodoxos se opuseram, iniciando-se contendas e assassinatos. Porfim Antioco utilizou esta disputa para descarregar o seu furor sobre eles, fazendo uma grandedevastação na terra, em 170 a.C. Jerusalém foi saqueada, os muros derrubados, o Temploprofanado e o povo submetido as mais terríveis crueldades. Houve massacres e escravidões.

A religião judaica foi proibida. O paganismo foi imposto a forca. Uma pessoa foi encarregadade profanar o Templo de Jerusalém, dedicando-o a Júpiter Olímpio. Todas as cópias de Leique foram encontradas foram queimadas ou desfiguradas com figuras idólatras. Seusproprietários foram assassinados. Muitos judeus apostataram e perseguiram seus compatriotas.Em 168 a.C. Antioco ordenou que um porco fosse oferecido sobre o altar de sacrifícios e aseguir, mandou erguer uma estatua a Júpiter no lugar do altar. Neste período ocorre o famosomartírio dos sete irmãos juntamente com sua mãe, por recusarem-se a comer carne de porco.

Período Macabeu  – O movimento de resistência teve origem com um sacerdote idoso, denome Matatias e desenvolveu-se com seu filho Judas, mais tarde chamado Judas Macabeu,derivado do termo hebraico que significa Martelo. Este foi um poderoso movimento de

resistência sem paralelo dentro do povo judeu. A bravura e a fé destes homens os fizeram lutar

Page 10: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 10/26

10

ate a morte contra o extermínio de sua crença. Refugiados nas montanhas, iniciaram seusataques contra as tropas do exercito seleucida.Judas desenvolveu uma poderosa estratégia de guerrilhas e seu exercito cresceu muito.Combateu os exércitos invasores os derrotou em acirrada batalha. Varias tentativas do inimigo

de vence-los foi frustrada. Num dia 25 de dezembro Jerusalém foi retomada e o Templorededicado (esta e a origem da Festa de Dedicação – João 10.22). Embora Antíoco tenhaplanejado vingar-se, os reveses pelos quais passou deixaram-no extremamente doente.Contasse que morreu num estado de completa loucura. Para os judeus, ele e a abominação dadesolação descrita pelo profeta Daniel. Poderíamos chamá-lo sem duvida alguma de oanticristo do Velho Testamento.Com sua morte seu filho Lisias voltou com um exercito de 120.000 homens. Judas e seuexercito foram sitiados em Jerusalém e tiveram que render-se. Quando tudo parecia perdido,uma revolta nas regiões da Síria obrigou Lisias a fazer paz com os judeus e restabelecer suareligião.Com todos os altos e baixos do governo Macabeu sobre a Judéia, o poder permaneceu em

suas mãos ate o ano de 63 a.C., quando a região passou a ser uma província Romana.

Período Romano – No ano de 63 a.C. Pompeu entra em Jerusalém, após um cerco de trêsmeses, fazendo da Palestina uma das províncias romanas. Morreram cerca de 12.000 judeusquando da tomada da cidade, que foi facilitada pelo fato dos judeus se recusarem a guerrearem dia de Sábado, e nem mesmo a entrada dos exércitos romanos os impediram de continuarsacrificando. Após apossar-se do trono de Roma, Júlio César nomeia Antípater, procurador da Judéia. (47a.C.).Em 37 a.C. Herodes toma Jerusalém, mata Antígono Macabeu, que havia sido colocado nolugar de Antipater pelos partas, e apodera-se do trono. No ano de 19 a.C., após haver

construídos enormes obras na Judéia, Herodes resolve fazer uma grande reforma no Templode Jerusalém. Este foi o Templo que Jesus conheceu e no qual ele entrou, e sobre o qual elelançou sua profecia de destruição.

Transformações Religiosas

Como já vimos, o cânon das Escrituras foi concluído e os judeus se achavam agora em possede uma coleção de livros sagrados, os quais lhes permitiriam criar uma identidade nacionalindestrutível. A Lei passou a ser estudadas e guardadas zelosamente. Agora sim eles agiamcomo um povo separado, que se guardava da corrupção ao seu redor. O pesado jugo do exíliofez com que valorizassem suas tradições e sua religião.

Foi neste período que a sinagoga local ganhou enorme importância. Nela as SantasEscrituras eram lidas e expostas, de acordo com a interpretação e tradução dos escribas, queforam tornando-se mais e mais importantes. E neste período que surge a Lei Oral, tão criticadapor Jesus como um sistema de mandamentos e regras que por muitas vezes suplantavam atemesmo os mandamentos de Deus (Mt 15).

Outro movimento que neste período cresceu e tornou-se excessivamente forte foi a fé navinda do Messias. Mais uma vez sob o julgo estrangeiro, Israel olhava para o horizonteaguardando a vinda do Prometido. Inúmeras interpretações sobre ele foram desenvolvidas combase nas Escrituras. Ele era a esperança de Israel.

Alem dos escribas, surgem outros dois grupos neste período: os fariseus e os saduceus.O primeiro era um grupo extremamente rígido na observação da Lei. Seu nome significa

separatistas, provavelmente dado pelos seus inimigos. Buscavam obedecer a letra da lei.

Page 11: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 11/26

11

Provavelmente seu nascimento se deu como uma reação contra a politizacao do sacerdócio judaico, que se tornara um cargo cobiçado, vitima dos jogos de interesse com os governantesromanos. Cresceram a ponto de tornar-se uma das mais poderosas seitas da época, comoprova sua influencia quanto a crucificação de Jesus.

Os saduceus por sua vez tem seu titulo provavelmente dos filhos de Zadoque, que retiveram osumo sacerdócio a partir de Davi (2 Sm 8.17) ou de um Zadoque que viveu cerca de 250 anosa.C. ou ainda da palavra hebraica que significa  justo , não sendo fácil de determinar comexatidão. Também eram zelosos na guarda da lei, porem tinham uma visão bastante diferenteda dos fariseus. Só consideravam os cinco primeiros livros como regra e eram cépticos quantoa certas idéias como anjos e espírito. Eram um tipo de materialista. Tinham bastanteproeminência no Sinédrio e tornaram-se forte opositores de Jesus.

Também e por este tempo que surge a Mishna, ou Lei Oral. Tratava-se de umainterpretação das leis e que era obedecida paralelamente a Lei Escrita e que depois passou aser considerada mais importante do que a ultima. Era dividida em Halachoth (exegese legal oudeterminações) e sua Haggadoth (expansões morais, práticas e extravagante). Apos ser

transmitida oralmente durante muitos anos, foi colocada em forma escrita no final do segundoseculo d.C. (pelo rabino Jehuda no chamado Talmude e dividido em duas partes principais 1) aMishna, ou lei oral e a Gemara que eram comentário sobre a Mishna. Era um tipo deEnciclopédia Judaica.

III – Período Neo-Testamentário

Este período foi bastante agitado. Sob o governo de Roma, a Palestina tornou-se palcode diversas revoltas e movimentos messiânicos que almejavam a libertação. A Judéia foi, porcausa disto, anexada a província da Síria e governada por um procurador romano, enquanto asdemais tetrarquias permaneceram na mão dos Herodes. Diversas massacres tiveram lugar e

inúmeros grupos instigaram o povo a pegar armas contra Roma, ate que por fim, estourou aguerra que culminaria com a destruição de Jerusalém e do Templo.

Este período nos foi minuciosamente descrito por um historiador judeu de nome FlaviusJosefus, que lutou na Guerra de 66 d.C. e sendo capturado pelo exercito romano e levado aRoma onde escreve sobre a historia dos judeus e sobre esta guerra que ele presencioupessoalmente. Em seus escritos temos um amplo panorama que nos da o pano de fundo noNovo Testamento

A dinastia Herodiana  – Herodes o Grande era Idumeu, povo do sul da Judéia que foraconvertido ao judaísmo no tempo de Macabeus e que seguia o judaísmo apenasnominalmente. Em 37 a.C. Herodes, com a ajuda dos romanos, derruba a Antigono, aliados

dos partos, e passa a governar a Palestina, dando inicio a uma dinastia que governara a regiãoate a queda de Jerusalém, isto e, por mais de cem anos. O seu governo foi marcado porinúmeras intrigas familiares, por instigação de sua irmã Salome. Não foram poucas as vezesem que ele teve a sua vida ameaçada pelos próprios filhos, Alexandre e Aristobulo, sendo quepor fim mandou mata-los, bem como a própria mulher, Mariana, a quem amava muito, mas quese viu acusada de tentar envenena-lo. Mandou também matar Aristóbulo, irmão de Mariana,que tinha dezessete anos quando ele colocou na posição de sumo-sacerdote, bem como oavo de Marina, que tinha na epoca oitenta anos.

Fez grandes obras publicas entre elas, um anfiteatro e embelezou o Templo deJerusalém, construiu a cidade de Cesárea em honra a Augusto. Todavia a maioria das suasobras destinava-se ao beneficio dos gregos, visto que os judeus abominavam os jogos

Page 12: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 12/26

12

desportivos e outros costumes helênicos. Estas obras também geraram enorme criseeconômica.

No final de sua vida, o remorso de Herodes pelos crimes perpetrados contra a própriafamília, levaram-no quase a loucura. O medo de ser envenenado e perder a coroa afligia dia e

noite. Foi esta loucura que o levou a assassinar as crianças de Belém e ao redor, quando ouviufalar de um rei que havia nascido para reinar sobre os judeus. Apos tantas crueldades, suamorte foi de um sofrimento atroz. Assim conta Josefo sobre seus últimos dias:

"Deus queria que Herodes sofresse o castigo de sua impiedade; sua doença agravava-se cadavez mais. Uma febre lenta, que não transparecia exteriormente, queimava-o e o devorava pordentro; ele tinha uma fome tão violenta, que nada era capaz de sacia-lo; seus intestinosestavam cheios de ulceras; violentas cólicas faziam-no sofrer dores horríveis; seus pés estavaminchados e lívidos, suas virilhas também, as partes do corpo que se escondem com maiorcuidado, estavam tão corrompidas que já eram devoradas por vermes; seus nervos estavamfrouxos e ele respirava com dificuldade e seu hálito era tão mau, que ninguém o queria perto

dele. Todos os que consideravam com piedade o estado deste infeliz príncipe, estavamdispostos a admitir que tudo aquilo era castigo visível de Deus, para puni-lo pela suacrueldade." (Antiguidades Judaicas, Livro XVII, 8.739).

Morreu Herodes no ano 4 ou 5 a.C. e seu filho Arquelau, passa a governar em seu lugarno governo da Judéia, Herodes Antipas se torna governador da Tetrarquia da Galiléia e daPereia e Filipe fica como Tetrarca da Ituréia e de Traconites.

Arquelau so reinou dez anos como etnarca da Judéia. Sua crueldade levou os judeus aprotestarem diante de Augusto (Mt 2.22). Então ele foi destituído e a Judéia foi incorporada aSiria e governada por procuradores, dentre os quais, Poncio Pilatos, que torna-se procuradorno ano de 26 d.C., sob quem foi morto Jesus.

Herodes Antipas que governou a Galiléia e a Pereia. Divorciou-se de sua legitima

esposa, que era filha do rei Aretas, rei dos árabes nabateanos, para casar-se com Herodias,mulher do seu irmão Felipe. Este pecado pesou-lhe imensamente, pois foi por isto repreendidopor João Batista. Sua mulher era um verdadeiro demônio, que o induziu a diversos erros,inclusive ao de mandar matar João. E a este Herodes que Jesus chama da raposa (Mc 8.15)

Entre os anos de 41 e 44 d.C. a Judéia volta a ser governada por um dos Herodes. Porser amigo de Calígula, quando este se torna imperador, eleva Herodes Agripa, neto de Herodeso Grande, ao cargo de Rei da Judéia. Foi ele quem mandou matar Tiago, irmao do apostoloJoão e quem mandou prender a Pedro, o qual foi milagrosamente liberto (Atos 12). Por fim,devido a sua soberba, foi ferido por um anjo do Senhor e morreu comido de bichos.

Revoltas Judaicas – Não faltaram movimentos internos que viam no julgo romano umaopressão que precisava ser destruída. Pelo menos três destes estão descritos no NovoTestamento e a eles refere-se também Josefo. Teudas e Judas (Atos 5.36,37) e ainda háreferencia a um egípcio (Atos 21.38) que agitaram este período.

Conforme Josefo, este Judas era da cidade de Gamala e ajudado por um fariseu denome Sadoque incitou o povo a se rebelar, dizendo que o censo que estava sendo feito peloImpério Romano, tinha por finalidade escraviza-los. O povo, impressionado, rebelou-se e houvelatrocínio, saques e assassinatos por todos os lados.

Teudas foi um mago, que persuadiu o povo a segui-lo ate o Jordão, dizendo que eraprofeta e que deteria o curso do rio com apenas uma palavra. Através disto levou o povo arebelião, mas por fim o povo foi disperso e Teudas teve sua cabeça cortada e levada a

Jerusalém.

Page 13: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 13/26

13

Quanto ao Egípcio referido em Atos tratava-se de um outro que se dizia profeta e quelevando o povo ao monte das Oliveiras disse que depois de Ter proferido algumas palavras, osmuros de Jerusalém cairiam por terra. Mas o procurador Felix soube disso e foi ataca-lo comgrande numero desses soldados; uns 400 foram mortos e duzentos foram feitos prisioneiros

mas o egípcio escapou.Em outra ocasião também, Poncio Pilatos introduziu na cidade, legiões romanas que

traziam em suas bandeiras a imagem do imperador. Os judeus protestaram tanto, que Pilatosenviou um pelotão de soldados, ameaçando matá-los se eles não parassem de incomoda-lo.Mas os judeus dobraram os seus joelhos e expuseram suas gargantas, mostrando quemorreriam de bom grado pela sua fé. Mediante isto, o governador admirou-se e mandou retiraros estandartes.

Também durante o reinado do louco imperador Calígula, foi ordenado que dentro doTemplo de Jerusalém se colocasse uma estatua do imperador, que agora se dizia um deus equeria que todos o adorassem. Os judeus mandaram uma delegação a Roma, chefiado pelocelebre judeu Filo, de Alexandria, mas Calígula nem se quer os recebeu e ordenou ao

comandante Petrônio que colocasse a imagem no Templo nem que para isso tivesse quemassacrar aos judeus. Muitos deles morreram, mas fizeram de seus corpos uma barreirahumana, pelo que Petrônio desistiu diante de tal firmeza. Ao saber disto, Calígula mandou queele se matasse. Todavia, antes da carta chegar, Calígula já estava morto e Petrônio foi salvo.

Neste clima de revolta surgem os sicarios ou zelotes, homens cruéis que usavamespadas curtas como as dos persas e recurvas como punhais, a que os romanos davam onome de siques. Matavam impunemente, misturando-se no meio da multidão, cravando-lhesnas costas sua arma. E sob sua liderança que se iniciara a terrível Guerra Judaica.

Houve também, por ocasião de uma doença de Herodes, alguns judeus que subiram noportal do Templo e arrancaram e destruíram uma águia de ouro, símbolo do poder romano, queo rei Herodes havia mandado colocar. (Conforme uma nota do historiador inglês, Edward

Gibbon, Tacito chamava-a de Bellorum Deos. Era adorada pelos soldados juntamente comoutros deuses). Por causa disto foram presos uns quatrocentos judeus e os responsáveis forammortos.

O cerco e a queda de Jerusalém –

"Quando virdes Jerusalém cercada de exército, sabereis que e chegada a sua desolação...pois dias devingança são estes, para que se cumpram as coisas que estão escritas...Haverá grande aperto na terra eira sobre este povo. Cairão ao fio da espada e para todas as nações serão levados cativos. Jerusalém serápisada pelos gentios ate que o tempo deles se complete" (Lucas 21.20, 22, 23, 24)

"Ela (a nação) te sitiará em todas as cidades, até que venham a cair, em toda a tua terra, os altos e fortes

muros, em que confiavas...Comeras o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e filhas, que o Senhor teuDeus te houver dado, por causa do cerco e da angustia com que teus inimigos te apertarão...Quanto amulher mais delicada e afetuosa do teu meio...será mesquinha para com a placenta que lhe saiu do ventree dos filhos que acabou de dar a luz, pois na falta de tudo, ela comera as escondidas, na angustia e noaperto com que teu inimigo te apertara nas suas cidades" (Deuteronômio 28.52, 53, 56 e 57)

Cada vez mais se elevavam as vozes contra a odiada Roma. Ao partido dos zelotes afluíamfanáticos e rebeldes que reclamavam do domínio estrangeiro. Os abusos dos procuradoresromanos tornavam a situação ainda mais delicada. O movimento ia se radicalizando. Quando oprocurador Floro exigiu dois talentos de ouro do tesouro do Templo, no ano de 66 d.C., arevolta estourou. A guarnição romana foi atacada e Jerusalém caiu na mão dos rebeldes. Aeste fato, irrompeu a rebelião por todo país. Na Galiléia a revolta foi abafada, mas na Judéia a

Page 14: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 14/26

14

Guerra ainda prosseguiu e inúmeros judeus refugiaram-se em Jerusalém, que já se encontravalotada devido a festa da Páscoa. Em meio a esta campanha morre o Imperador Nero.Vespasiano, que então chefiava a guerra contra os judeus, e chamado a Roma e deixa o cercode Jerusalém por conta de seu filho Tito.

Os judeus, apesar da fome a que estavam sujeitos, recusavam-se a se render. Pordiversas vezes, Tito ofereceu-lhes propostas de paz. Nem mesmo a intermediação de Josefo,que mais tarde seria o celebre historiar desta guerra, seria suficiente para leva-los a razão.

Muitos judeus tentavam escapar durante a noite, e uma vez apanhados eramcrucificados pelos romanos. Tantos foram crucificados que toda a floresta que havia ao redor deJerusalém foi devastada. Espalhou-se também entre os soldados romanos que os judeusengoliam ouro quando fugiam, na esperança de recuperá-lo depois. Devido a isto, os fugitivosquando apanhados tinham o seu ventre aberto pelos soldados, ainda vivos. Quando Tito soubeisto puniu os acusados.

O espectro da fome apoderou-se da cidade superpovoada. A morte fazia uma colheitaterrível. A ânsia de comer fosse o que fosse não conhecia mais limites, matava qualquer outro

sentimento humano.A fome, cada vez mais insuportável, aniquilava famílias inteiras. Os terraços estavam

cheios de mulheres e crianças desfalecidas, as ruas juncadas de velhos mortos. Crianças e jovens cambaleantes erravam como fantasmas pela cidade, ate que caiam. Tão esgotadosestavam que não podiam enterrar ninguém e caiam sobre os mortos ao querer enterra-los. Amiséria era indizível e apenas surgia em algum lugar a simples sugestão de qualquer coisacomestível, começava logo uma luta para apoderar-se dela, e os melhores amigos lutavamentre si, arrancavam uns aos outros as coisas mais miseráveis. Ninguém acreditava que osmoribundos não tivessem algum alimento. Os ladrões se atiravam aos que jaziam nas ultimas erevistavam-lhes as roupas. Esses ladrões andavam de um lado para outro, batendo as portasdas casas como ébrios. Em seu desespero batiam duas ou três vezes no mesmo dia em uma

mesma casa. Haviam muitos que haviam começado a roer seu cinturão e sapatos e ate mesmoo couro dos casacos. Muitos, até feno velho comiam e talos de ervas.

Os zelotes percorriam as ruas em busca de alimentos. De uma casa saia um cheiro decarne assada. Os homens penetraram imediatamente na habitação e pararam diante de Maria,filha da nobre família Bet-Ezob, extraordinariamente rica, da Jordania Oriental. Maria tinha idocomo peregrina a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Os zelotes a ameaçaram de morte senão lhes entregasse o assado. Perturbada, a mulher estendeu-lhes o que pediam, e eles viram,petrificado, que era um recém-nascido meio devorado – o próprio filho de Maria.

A noticia transpôs os muros e Tito quando soube jurou que este crime não ficariaimpune.

Conseguiram por fim penetrar na cidade. Tito pediu todo o tempo que o Templo fosse

poupado, devido a sua suntuosidade. Mas em meio aos escarniçados combates, um soldadoapanhou uma tocha e atirou para dentro do santuário. Cheio de materiais inflamáveis, o fogose alastrou e embora o general tentasse impedir que este se alastrasse, já não era possível. Aschamas a tudo consumiram. E os soldados, impulsionados pelo desejo de saque, nada fizerampara impedir isto. Como havia revestimento de ouro por toda parte, os soldados derrubaramtijolo por tijolo, para apodera-se do ouro.

Segundo informações do historiador Tácito, havia na cidade 600.000 pessoas. FlavioJosefo registra que só por uma porta da cidade foram retirados, no espaço de três meses,cento e quinze mil e oitocentos cadáveres de judeus. Noventa e sete mil foram feitosprisioneiros.

No ano 71 d.C. Tito mostrava a gloria de sua vitória sobre os judeus, fazendo um

imenso desfile triunfal. O candelabro de sete braços (o Menora) e a mesa dos Paes da

Page 15: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 15/26

15

proposição foram conduzidos a Roma. Foram representados no Arco de Tito, o qual ele erigiupara comemorar esta campanha. Começa assim o maior período da Diáspora judaica, que sóencontraria seu fim quase dois mil anos depois.

IV – Período Histórico – (70 d.C ao final do sec XIX)

Este e o maior período da dispersão de Israel. Durante cerca de 1900 anos eles ficaramespalhados pelo mundo, vagando entre as nações, vitimas de perseguição e assassinato, tendocomo único elo de ligação a esperança de um dia retornar a sua terra. Por diversas vezes foramexpulsos de nações onde viviam a tempos. Outras vezes foram cruelmente assassinados.Outras vezes foram obrigados a aceitar pela força da espada uma religião que não era a sua.

A Revolta de Bar Kochba – Comecemos com a revolta de Bar Kochba, talvez o eventoprimeiro mais significativo ocorrido depois da queda de Jerusalém. Durante o reinado doImperador Adriano (117 – 138 d.C.). Esta revolta começou quando este imperador, querendo

levar avante sua política de tornar homogênea a cultura romana, transformou Jerusalém emuma verdadeira cidade romana, denominando-a Aelia Capitolina. Isto causou enorme agitaçãoe o famoso rabino Akiva tentou conter as massas.

Então um descendente da linhagem de Davi por nome de Simão bar Kozeba torna-selíder da rebelião. Sua linhagem colaborava para que ele pudesse ser considerado o Messias.Ate mesmo o sábio Akiva o seguiu e mudou o nome dele para Bar Kochba ou seja, Filho daEstrela.

Na primeira fase da rebelião Jerusalém foi tomada pelo judeus e os sacrifícios foramrestabelecidos, embora sem o Templo. O próprio Sinédrio foi reorganizado, mesmo que porpouco tempo. Novamente era hasteada a bandeira da independência judaica.

Mas as legiões romanas conseguiram expulsa-los da cidade Bar Kohba transferiu-se

para Betar, treze quilômetros ao sul. Porem, apesar das fortificações improvisadas, nãoresistiriam as investidas do exercito Romano. A cidade caiu após três ano e meio de cerco. BarKochba estava entre os mortos. Akiba e seus rabinos foram martirizados. Esta seria a ultimadas tentativas de independência dos judeus durante muitos séculos.

Novos Centros da Diáspora – Os judeus tinham agora de encontrar novos territórios paraestabelecer-se, e prosseguir com sua existência. Cerca de 400.000 judeus permaneceram emcomunidades espalhadas pela Galiléia, a maioria nas cidades de Tiberiades e Tzipori, existindomenores em Shafram e Bet Shearim. Mas neste período inicial foram privados de sua máximaexpressão, pois foram proibidos de exercer muitos aspectos de sua religião como acircuncisão, a guarda do sábado, a ordenação rabínica ou qualquer outra observância da lei.

O sucessor de Adriano, Antonino Pio (138-161) todavia, foi mais liberal, o que possibilitouaos judeus um renascimento. O estudo passou a ser considerado a essência da sobrevivêncianacional para um povo ao qual faltavam as condições normais de identidade coletiva. Duranteum bom tempo a Galiléia teve o cetro da liderança espiritual para a comunidade judaica. Nelaviveram homens de grande capacidade, como Shimon bem Iokhai, Iossi bem Halafta e osrabinos Natan e Iokhanan bar Napakha. Mas o mais famoso foi o rabi Meir, de que se contaque escreveu o Livro de Ester de cor, sem errar uma única letra. Era famoso pelas suasfabulas, e dele se dizia: Aquele que toca o bastão de Meir, se torna sábio.

Depois houve um deslocamento para Babilônia e Síria, onde grandes comunidades judaicas se estabeleceram. Embora o povoamento judaico ali tenha se iniciado desde a épocade Nabucodonosor, o crescimento do Cristianismo retirou cada vez mais o deslocamento do

centro de influência de Jerusalém para Babilônia, onde haviam cidades quase inteiramente

Page 16: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 16/26

16

 judaica. A frente da comunidade estava o exilarca (Rosh Há-golah), cuja autoridade era maiordo que a do Patriarca de Jerusalém.

Aqui foi produzido o famoso Talmude Babilônico, muito mais completo que o Palestino,pois sua formação levou quase dez séculos para ser escrito. Trata-se de toda uma coleção de

ledas, poemas, contos, alegorias, interpretações, reflexões éticas e reminiscências históricasrelacionadas as Escrituras.

Alem desta forte comunidade, haviam muitas outras no Norte da Europa, onde os judeusforam chamados de Asquenazins. Mas o fato do Cristianismo tornar-se religião oficial e de Terdominado toda a Europa fez com que a situação dessas comunidades se tornassem cada vezmais inseguras. Muitas medidas restritivas foram promulgadas, proibindo os judeus decasarem-se com cristãos, terem escravos cristãos e construir novas sinagogas.

A Era Islâmica –  Enquanto isto os judeus que viviam na Europa, viram as nações tornarem-se católicas e passarem a adotar uma política anti-semita. Na Espanha, os ConcíliosEclesiásticos de Toledo exigiam a aplicação das leis antijudaicas. Na Franca, durante a dinastia

dos Merovingios, exigiu-se o batismo ou a expulsão dos judeus em 629. Isto levou muitos auma conversão nominal. Com todas estas pressões o numero de judeus decaiu em toda regiãodo Império Romano. Dos três milhões de judeus que havia no tempo do segundo Templo, estenumero caiu para menos de meio milhão no início do seculo VII.

Por este tempo, a situação na comunidade da Babilônia foi melhor do que nas regiõesda Europa. A dinastia Sassanida foi mais branda, com raras exceções. Por isso ao judeusconstruíram ai o maior reservatório de forca espiritual e física judaica.

O ano de 622 d.C. marca o inicio do calendário muçulmano, quando Maomé foge deMeca para Medina. Entrava então no mundo Mediterrâneo e no Oriente Médio uma nova era,dominada pelos seguidores do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. Em Medina a posiçãode Maomé, no que tange aos árabes, estava assegurada. Mas encontrou inesperada

resistência por parte dos judeus. Por causa da semelhança da nova religião com o judaísmo,Maomé esperava contar com a simpatia dos judeus árabes, contando que eles abraçariam semhesitação ao judaísmo. Deixara de reconhecer dois fatores: primeiro, o alto grau de consciênciacultural e histórica que existia entre os judeus da Arábia e que era em boa parte responsávelpelo desdém em relação a este pretenso profeta e seus discípulos grosseiros e iletrados;segundo, a destacada posição política e social dos judeus árabes, que tornava desnecessáriopara eles tomar em consideração a conversão como meio de progredir socialmente. Dequalquer modo, enfurecido por sua oposição e invejoso de seu êxito financeiro, concebeuMaomé um ódio aos judeus que em anos subseqüentes teria conseqüências graves para nãopoucas comunidades judaicas.

Mas no geral, a situação dos judeus foi positiva. Maomé morreu em 632 e sob a

dominação muçulmana os judeus ingressaram num novo período de expansão física eintelectual. Em contraste com o Zoroastrismo e o Cristianismo que sofreram grandedecadência, os judeus não só conservaram sua crença ancestral como também ganharam umanova forca nos paises da conquista muçulmana. Na região da Babilônia e da Palestina, os

 judeus floresceram como nunca, bem como nas comunidades judaicas da Síria e do Egito, bemcomo na região a Oeste, próximo ao local da antiga cidade de Cartago.

Haviam certas restrições sofridas pelos judeus, como a proibição de construir sinagogas,um imposto especial pago somente pelos não-muçulmanos, a proibição de andar a cavalo eportar armas, de casar com muçulmanos e a conversão só era permitida de uma fe muçulmanapara o Islã. Mas estas imposições raramente eram aplicadas na íntegra. Os judeus não eramobrigados a viver em guetos e podiam manter suas próprias instituições comunitárias. Assim os

tribunais judaicos exerciam poder judiciário completo sobre a comunidade e não era necessário

Page 17: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 17/26

17

recorrer aos tribunais árabes. As comunidades judaicas, na maior parte das vezes, puderamfuncionar com relativa autonomia na execução de seus negócios interno. Mesmo as leisrelativas a cores especiais pelas quais os trajes de infiéis deveriam distinguir-se dos demuçulmanos eram freqüentemente ignoradas, embora em outros casos fossem não só

aplicadas mas levadas a extremos absurdos. Um califa fatímida, por exemplo, ordenou aos judeus usarem bolas de dois quilos em volta do pescoço, em comemoração a cabeça debezerro que seus ancestrais haviam adorado. Outra prescrição dizia que cada judeus deveriausar um distintivo amarelo em seu chapéu e pendurar no pescoço uma moeda de prata.

Legislação alguma, porem, podia impedir um certo grau de confraternização. E issoprincipalmente nas camadas mais altas da sociedade. Os judeus galgaram altas posições naárea das finanças, medicina e erudição. O respeito árabe pela perícia judaica sobrepunha-semuitas vezes as barreiras legais e sociais.

No sul da Espanha foi constituído um grande reino muçulmano, onde eles foramchamados de mouros. A cidade de Codova tornou-se um grande centro cultural, onde haviauma biblioteca com cerca 400.000 manuscritos.

O esclarecimento cultural da Espanha muçulmana ia de mãos dadas com a tolerânciapolítica. Durante o reinado de Abb-el-Rahman III muitos judeus alcançaram uma posição dedestaque na administração. Dentre eles salientou-se Hasdai ibn Shaput (915-970) que demedico da corte ascendeu a posição de principal conselheiro do califa em questões financeirase diplomáticas.

Foi com o Rabi Moises Bem Maimon (1135-1204) que o período muçulmano atinge oápice. Foi pela obra de Moises Maimones que o pensamento do hebraísmo pós-bíblicoalcançou ao mundo não judeu. Foi um ilustre medico, da corte da família real de Saladino.Escreveu obras medicas e de ciência natural (astronomia, matemática e física). Apesar de suadebilidade física tomou parte em assuntos seculares judaicos e comunidades judaicas de todomundo mediterrâneo freqüentemente recorria a ele para questões de lei e ética judaica, bem

como sobre problemas de crença. Tão generalizada era sua fama e tão reverenciada a sualembrança, que apos a sua morte foi homenageado com a frase: De Moises a Moises, nãosurgiu ninguém como Moises.

Durante dois séculos apos a morte de Maimones houve uma frenética e arbitrariapolítica de discriminação por parte dos árabes com relação aos judeus e a qualquer grupo não-muçulmano. Eles eram culpados por todos os reveses que atingiram os árabes, ferindo seuorgulho e autoconfiança. Chegava ao fim o período áureo das relações árabes judaicas, econseqüentemente da própria civilização árabe estabelecida na Península Ibérica.

Os Judeus na Europa ate 1492 – Os judeus funcionaram como uma classe medianeira entre aEuropa Crista e o mundo muçulmano. O principal motivo foi sua facilidade em comunicar-se

com comunidades no mundo inteiro através do idioma hebraico. Tornaram-se também por istograndes comerciantes. Mas seu principal destaque, onde eles foram sempre difamados, foi a doempréstimo de dinheiro. Como as leis muçulmanas e a Igreja Católica criticavam a usura,legaram esta área aos infiéis. Assim os judeus obtiveram um quase monopólio. Com o passardo tempo, reis e imperadores também ficaram vitalmente interessados no comercio monetário

 judaico.A partir do século X e XI existem provas de comunidades judaicas firmemente

estabelecidas em todas as cidades importantes da Franca e da Alemanha. Depois disso ahabitação e continua. Ate o final do século XI a relação entre judeus e não-judeus foirelativamente tranqüilas e amistosas. Diversas comunidades desenvolveram uma florescentevida intelectual e sustentaram academias talmúdicas. Depois, nos séculos XII e XIII, quando os

estados nacionalistas começaram a evoluir na Alemanha (sob Frederico II) e Franca (sob Felipe

Page 18: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 18/26

18

Augusto), os judeus mais uma vez foram vitimas das intolerâncias do mundo medieval. Os judeus, que haviam aberto o caminho para o comercio nativo e para a industria podiam serdispensados. Ficaram na mão de igreja católica que constantemente pressionavam-nos para aconversão.

Nas Grã-bretanha o declínio da comunidade judaica foi tão rápido quanto a suaascensão. Eles foram chamados ao país por causa de uma urgente necessidade econômica –o desenvolvimento do mercado monetário. Foram transformados numa classe de usuráriosreais, cuja principal função era fornecer credito para empreendimentos tanto políticos quantoeconômicos.. Em 1200 d.C. havia uma população judaica de cerca de 2.500 famílias

Mas a partir do final do século XI a atitude dos ocidentais para com os Israelitas mudourepentinamente. As cruzadas geraram intolerância nos cristãos. E o fato de os judeusrecusarem veementemente o batismo, agravou esta situação. Já em 1096 o exercito doscruzados realizou verdadeiros massacres no sul da Franca. E possível que com o passar dotempo motivos econômicos passassem a motivar este anti-semitismo, uma vez que os judeuseram os capitalistas da Europa. A superstição e a sugestão das massas tornaram-se dois

fatores importantes da propaganda anti-semita. Acusavam os judeus de profanar a hóstia. Em1179 e em 1215 o Concílio de Latrão emitiram medidas discriminatórias contra eles. Isoladosem certas áreas, assim foi aberto o caminho para os futuros guetos.

Eduardo, rei da Inglaterra, para resolver o problema expulsou os judeus de seu reino em1290. Os franceses seguiram o exemplo dos ingleses e Felipe o Belo , em sua avidez, ocupou-se dos judeus. Em 1306 todos os judeus da Franca foram presos e postos na fronteira e osseus bens confiscados. Permitiu que eles voltassem dez anos depois. Mas em 1321 começoua circular um terrível boato de que os leprosos, por instigação dos judeus, teriam contaminadoas de fontes de água do reino. Apoderou-se do povo uma verdadeira histeria. Mataram-se nestaocasião apenas leprosos, mas os boatos prosseguiram. Quando estourou a peste negra naEuropa, não houve duvida de que foram os judeus. O povo exigiu o sangue judaico. Em

Estrasburgo foram encurralados no bairro que lhes estava reservado e queimados vivos, cercade 2000. Em muitas cidades houve chacinas semelhantes. Foram muitas vezes torturados epara por fim a esta, confessavam-se culpados. Outras vezes matavam-se junto com afamília.Também na Alemanha o anti-semitismo impôs proibições terríveis sobre eles, ate oponto de terem de se retirar.

Na Espanha, por esse período surgem os Marranos, judeus que foram convertidos aforca ao catolicismo. Eram chamados também de cristãos-novos, para diferenciar dos demaiscristãos. Foi a primeira vez na historia que os judeus se sujeitaram a isto, provavelmenteporque sua condição na Península Ibérica ate então era bastante próspera. Com o tempo,passaram a ser acusados de estar praticando o judaísmo ocultamente e foram perseguidospela Inquisição. Também aqui, o principal motivo passa a ser econômico, uma vez que

Fernando de Aragão buscava fundos para sua guerra contra os mouros.Por fim, em 1492 os judeus foram definitivamente expulsos da Espanha. Algunspermaneceram em Portugal em troca de pagamento, mas em 1496, D. Manuel I, desejoso decasar com a filha de Fernando e Isabel, só obteve o consentimento com a condição de quelivrasse o seu país dos judeus. E assim fez.

Expulso destas terras os judeus emigraram para o norte de África, Roma, Veneza eoutras áreas da Itália, Polônia e Turquia (foi nestas duas ultimas áreas que eles maisfloresceram). Apos a Guerra dos 30 anos foi-lhes permitido emigrarem para a Holanda,Inglaterra e no Novo Mundo. Na Holanda eram donos de cerca de 25% do capital daCompanhia das Índias Orientais.

Page 19: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 19/26

Page 20: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 20/26

Page 21: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 21/26

21

Tal como um novo Moisés, ele levantou o animo do povo, e novamente lhes insuflouesperança de conquistar a terra prometida. Em Viena, ele lançou sua profecia:

Na Basiléia criei o Estado Judeu. Daqui a cinco anos talvez e daqui a cinqüenta,com certeza, todos o verão.

Cinqüenta e um anos após Ter sido feita essa incrível afirmação, a criação de Israel foiproposta pelas nações unidas. Theodor Herzl morreu no dia 3 de Julho de 1904, sem ver seusonho realizado. Mas nem seus sonhos, nem suas palavras morreram. Elas ganharam vida nocoração dos judeus, que viviam resignados em seus sofrimentos e agora aprenderam a

moldar sua própria vida e tomar o seu futuro em suas próprias mãos. 

Declaração Balfour – A Primeira Guerra Mundial veio trazer mais um beneficio em direção acriação do Estado Judeu. Por essa época já havia algumas colônias de judeus estabelecidosna Terra Santa, mas não havia qualquer legalidade. A região era dominada pelos turcosotomanos desde muito, porem seu império era considerado ``o homem doente da Europa``.Entraram na Guerra do lado da Alemanha, e com a derrota desta, perderam o direito pelaPalestina, que passou para as mãos da Grã-Bretanha.

Lord Bafour, secretario do exterior da Grã-Bretanha havia oferecido a Chaim Weizmann,então presidente da Agencia Judaica, um território na Uganda. Como este recusasse, Balfourcriticou-o, mas Weizmann convenceu-o de que só a terra da Palestina satisfaria aos judeus

como território. Mediante estas declarações, foi escrita uma carta, que passou para a historiacomo ``Declaração Balfour`` e que serviu como base futura para a fundação do Estado deIsrael. A declaração dizia:

``Caro Lorde Rothschild,

Tenho grande prazer em transmitir-lhe, m nome do governo de sua majestade, a seguinteDeclaração de simpatia para com as aspirações judaicas sionistas, que foi submetida ao, eaprovada pelo Gabinete:

O Governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar

nacional para o povo judeu, e envidara seus melhores esforços para facilitar a consecuçãodeste objetivo, ficando claramente entendido que não se fará nada que possa prejudicar osdireitos civis e religiosos das comunidades não judaicas existentes na Palestina, bem como osdireitos e condições políticas gozadas pelos judeus em qualquer outro paísEu lhe ficaria agradecido se esta declaração fosse levada ao conhecimento da FederaçãoSionista.

SINCERAMENTE,ARTHUR JAMES BALFOUR

David Ben Guryon  – Pode ser considerado o pai do moderno Israel. Nasceu em 1886, em

Plonsk, na Polônia. Seu nome era David Grin, filho de Victor e Sheindal Grin. Ainda com 14

Page 22: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 22/26

22

anos, passou a fazer parte de um movimento sionista juvenil Ezra. Aos 17, vai para a capital,Varsóvia, para completar seus estudos e passa a fazer parte do Poalei Sion, um partido sionistatrabalhista. Em 1906 ele muda-se para a Palestina e instala-se em uma das colônias agrícolas,trabalhando duramente o solo. Em 1935 ele e eleito presidente do Executivo Sionista e chefe da

Agencia Judaica, embrião do futuro governo judaica da Palestina. Em 1948, juntamente commais 37 pessoas fundaram e organizaram o primeiro governo de Israel. Em 1949 ocorrem asprimeiras eleições políticas para a formação do Parlamento, onde o Dr. Chaim Weizmann eeleito presidente e Bem Gurion assume como Primeiro-Ministro e ministro da Defesa de Israel.

O livro Branco – Foi publicado pela Inglaterra em 1939, no inicio da Segunda Guerra. Estedocumento reduziu drasticamente a cota de imigração judaica para a Palestina. Isto gerouinúmeros problemas, principalmente porque muitos judeus estavam fugindo da Europa Nazistae não podiam entrar na Palestina. Isto gerou o celebre episódio do navio Êxodos, que foiobrigado a permanecer no mar sem poder entrar na terra de Israel. Leon Uris, famosoromancista judeu, eternizou esse acontecimento em romance com o mesmo nome do navio.

Isto gerou inúmeros conflitos políticos com a Inglaterra para os colonos judeus estabelecidosna terra. Bem Gurion teve de usar toda sua perícia diplomática para lidar com este caso, semprejudicar o relacionamento com os ingleses: "Temos que apoiar a Grã-Bretanha como se oLivro Branco não existisse e lutar contra o Livro Branco como se não houvesse guerra."

O Holocausto  – Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas atuaram deliberada esistematicamente para alcançar seu objetivo de destruir a comunidade judaica da Europa. Dossete milhões de judeus que viviam nos paises ocupados pelos nazistas, seis milhões foramassassinados, alguns conseguiram escapar e algumas centenas de milhares foram encontradosnos campos de concentração no fim da guerra. Durante a guerra os judeus da Palestinaparticiparam ativamente do esforço de guerra dos Aliados. Quando esta acabou muitos deles

passaram a integrar a Alia Bet, que organizou a imigração ilegal de milhares de sobreviventesdo Holocausto a Palestina, apesar das restrições imigratória impostas pelos ingleses.

A decisão da ONU – Quando a Assembléia da ONU, presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranhase reuniu naquela quarta-feira, 26 de Setembro de 1947 para decidir a divisão das terrasPalestinas entre judeus e palestinos, todos sabiam que não havia votos suficientes. Eramnecessários dois terços dos votos para que a decisão fosse aprovada. Contra isso haviam as22 nações árabes, fora outras nações que seriam contrarias a divisão. Por isso, Moshe Sharett,ministro dos Negócios Estrangeiros da Agencia Judaica, fizeram uma manobra desesperada econseguiram adiar a votação por 48 horas. Durante este período fizeram pressão sobre ospaíses que haviam se decidido contra a partilha: Grécia, Haiti, Libéria e Filipinas. No dia 29 de

novembro de 1947, no momento em que se iniciaram as votações, o resultado ainda pareciaincerto. Neste momento, um som ecoou na galeria destinada ao publico: "Anna HashemHoshia-na!" – O Deus, salvai-nos !

Por fim a Assembléia votou a favor da divisão, por 33 votos a 13 e dez abstenções. AONU aprovava assim o nascimento de Israel.

A Guerra de Independência – Mas o nascimento do Estado de Israel só se daria em 14 demaio de 1948, quando as tropas britânicas deixariam o governo da terra aos judeus e aospalestinos. Isto significava que ainda restavam mais de oito meses ate a posse definitiva.Durante este tempo a Liga Árabe estaria fazendo todo tipo de pressão sobre a ONU, ateanular a decisão da ONU. Isto provocou grande preocupação no grupo chefiado por Bem

Gurion, que agora temiam fundar o Estado sem o apoio da ONU. Então um dos elementos que

Page 23: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 23/26

23

compunham o grupo recebeu uma promessa do presidente dos EUA, Truman, de que se oEstado de Israel fosse fundado, dariam sua aprovação. Isto foi suficiente para que a naçãofosse fundada.

Mas depois disto um outro problema surgiu. As nações árabes ao redor declararam

guerra ao recém-nascido Israel. Para uma nação de certo modo tão jovem, era um golpe muitoforte. Egito, Líbano, Síria, Jordânia e Arábia Saudita uniram suas forcas. A resposta dosdirigentes de Israel foi: "Se os países árabes querem paz, eles podem tê-la. Se quiserem guerrapodem Ter isso também. Mas quer queiram paz ou guerra, só podem tê-la com o Estado deIsrael". Havia 5 soldados inimigos para cada soldado israelense. Suas armas eram antiquadase não tiveram apoio de qualquer nação ocidental, nem mesmo dos EUA ou da Grã-Bretanha.Mesmo assim ao termino da guerra os resultados foram totalmente favoráveis a Israel. Muitasdas terras conquistadas nesta disputa estão em questão ate os dias de hoje.

A Guerra do Sinai – Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionaliza o canal eimpede a passagem de navios israelenses, originando um conflito internacional. Com o apoio

da França e do Reino Unido, tropas israelenses invadem o Egito em outubro de 1956. Apesarda derrota militar egípcia, a intervenção da ONU e as pressões dos EUA e da União Soviéticagarantem o controle do Egito sobre o canal, com a obrigatoriedade de mantê-lo aberto ànavegação mundial. 

A Guerra dos Seis Dias – Conflito armado entre Israel e a frente árabe, formada por Egito,Jordânia e Síria, e apoiada pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. O crescimentodas tensões árabe-israelenses, em meados de 1967, leva ambos os lados a mobilizar suastropas. Sem esperar que a guerra chegue às suas fronteiras, os israelenses, fortementearmados pelos EUA, tomam a iniciativa do ataque. O pretexto é a intensificação do terrorismopalestino no país e o bloqueio do Golfo de Ácaba pelo Egito – passagem vital para os navios de

Israel. O plano traçado pelo Estado-Maior israelense, chefiado pelo general Moshe Dayan(1915-1981), começa a ser posto em prática às 8 horas da manhã do dia 5 de junho de 1967,quando os caças israelenses atacam nove campos de pouso e aniquilam a força aérea egípciano chão. Ao mesmo tempo, forças blindadas israelenses investem contra a Faixa de Gaza e onorte do Sinai. A Jordânia abre fogo em Jerusalém e a Síria intervém no conflito. Mas, noterceiro dia de luta, o Sinai inteiro já está sob o controle de Israel. Nas próximas 72 horas, osisraelenses impõem uma derrota devastadora aos adversários, controlando também aCisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã , na Síria. A resolução da ONUde devolver os territórios ocupados é rejeitada por Israel. Como resultado da guerra, aumenta onúmero de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitam ainda mais asrelações com a URSS, renovam seu arsenal de blindados e aviões, e conseguem a instalação

de novos mísseis perto do Canal de Suez .

A Guerra do Yom Kippur – Quarto conflito armado entre Israel e os países árabes vizinhos.Tem início com o ataque da Síria e do Egito às posições israelenses no Sinai e nas Colinas deGolã , em 6 de outubro de 1973, dia em que os judeus comemoram o Yom Kippur (DiadoPerdão), feriado religioso. Os árabes tentam recuperar as áreas perdidas para Israel na Guerrados Seis Dias (1967), além de responder aos bombardeios israelenses na Síria e no Líbano, embusca das bases militares da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). A guerra dura19 dias e é concluída sob intervenção das potências mundiais. Os sírios, ajudados por tropas

 jordanianas e iraquianas, avançam ao norte em direção a Golã , enquanto as forças egípciasinvadem pelo sudoeste, a partir do Canal de Suez . Obrigam os israelenses a abandonar as

suas linhas de defesa em Bar-Leve, os campos petrolíferos de Balayim, ocupando toda a área

Page 24: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 24/26

24

do Canal, de Port Said a Suez . Mas o contra-ataque de Israel força o recuo dos egípcios esírios. Damasco é bombardeada e os blindados israelenses obrigam as forças sírias aretroceder até as linhas demarcadas pela guerra de 1967. No Sinai, cerca de 200 tanques e 10mil soldados de Israel cruzam o Canal, destruindo instalações de artilharia e bases de

lançamento egípcias na margem oeste. Essa manobra militar de Israel isola o Exércitoadversário na margem leste do deserto. Pressões diplomáticas dos Estados Unidos e da UniãoSoviética impedem o massacre das forças egípcias cercadas no Canal. O cessar-fogo éassinado em 24 de outubro. As posições vigentes ao final da Guerra dos Seis Dias sãopraticamente restabelecidas com os acordos assinados entre Israel e Síria, em 1974, e entreisraelenses e egípcios, em 1975.

ISRAEL MODERNO

•  Em 1985 a população total era de 4.037.600, sendo que 83% eram de judeus e 17% de não- judeus.

•  Desde 1949 e membro integrante das Nações Unidas.•  Desde 1964, os hidrólogos unificaram todas as fontes de água do pais em um sistema

integrado. Sua artéria central, o Aqueduto Nacional, conduz água do Mar da Galiléia,através de canais e encanamentos, ate o sul árido. Isso possibilitou o aumento da área deterra agrícola irrigada, passando de 30.375 hectares em 1948 para 202.500 em 1980.

•  Israel e principalmente uma sociedade urbana, com 90% de seus habitantes vivendo em112 centros urbanos e em três grandes cidades: Jerusalém, Tel Aviv que e composta deduas cidades Jafa e Haifa.

•  Na área rural foram criados os Kibutz, verdadeiras aldeias comunitárias onde tudo pertencea todos, partilhando os meios de produção e as propriedades. Produzem cerca de 40% detodo o consumo nacional. Ate mesmo a parte industrial do país tem contribuição de pelo

menos 5% da produção por parte dos kibutz.•  Na questão política Israel e uma republica parlamentarista, onde o chefe de estado e o

primeiro ministro.•  Em 1951 foi promulgada a Lei de Direitos Iguais para a Mulher que confere a esta o mesmo

status que ao homem.•  Todas as religiões gozam dos mesmos direitos, conforme reza sua Declaração de

independência. Todos os locais santos de todas as religiões são respeitados•  O serviço militar e obrigatório, tanto para homens como para mulheres. Dura 3 anos para

os homens e 2 anos para as mulheres. Mulheres casadas são isentas. Os homens apos oserviço permanecem como reserva ate os 55 anos e as mulheres até os 25.

•  Na educação a Lei de Educação Compulsória obriga e fornece estudo gratuito ate os 16anos. O grande desafio e a integração de milhares de crianças e adultos procedentes demais de 70 paises diferentes.

•  Quanto aos esportes o futebol e o esporte mais popular em Israel, seguido de perto pelobasquetebol.

•  A imprensa e livre, sujeita a censura apenas quando se trata de assuntos militares ou desegurança

•  Na economia, a ascensão Israelita foi impressionante. De um PIB de 1,3 bilhões em 1950,atingiu 22,1 bilhões em 1984.

•  A unidade monetária de Israel e o Shekel. O Shekel era conhecido como unidade de peso,usada para efetuar pagamentos em ouro e prata no terceiro milênio a.C.

  O Turismo e a atividade que mais divisas traz ao país, com total liquido de quase um bilhão

Page 25: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 25/26

25

de dólares anuais.

BIBLIOGRAFIAHistoria do Povo de IsraelAbba EbanEdições Bloch

Josefo – Obras completasFlavio JosefoCPAD

Atlas da Historia do Mundo

Diversos autoresFolha de São Paulo

Bíblia Sagrada Edição ContemporâneaTradução de João Ferreira de AlmeidaEditora Vida

...E a Bíblia tinha RazãoWerner KellerCirculo do Livro

Ó JerusalénLarry Collins e Dominique La PierreCírculo do Livro

Dicionário BíblicoJohn D. DavisJUERP

The decline and fall of the Roman EmpireEdward GibbonEncyclopedia Britannica, INC.

Uma Carta de IsraelCentro de Informação de Israel

A Época OgivalCarl GrimbergEditora Azul

Assim Vive IsraelAbraão de AlmeidaCPAD

Page 26: APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

8/9/2019 APOSTILA DA HISTÓRIA DE ISRAEL.pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-da-historia-de-israelpdf 26/26