Apostila de Direito Constitucional II

Embed Size (px)

Citation preview

Direito Constitucional IIOrganizao do EstadoPrincpio RepublicanoA repblica surgiu para superar a monarquia. Em seu sentido literal Repblica a coisa pblica. O Estado essa coisa Pblica. Repblica um modelo de governo em que a gesto e feita ao bem comum, no ao interesse pessoal de quem quer que seja. Portanto, a gesto do Estado deve ser feita pelo interesse coletivo. Se todos tm o direito da gesto da coisa pblica, a repblica exige igualdade, pelo menos formal, e atendimento a critrios objetivos para esse gestor, diferente da monarquia em que os critrios so inatos (como nascer prncipe).Repblica o que chamamos de forma de governo, de governar; quer dizer que ela um tipo especfico de relao de governantes e governados. A relao de governo pode ser baseada em relao iguais ou desiguais: se igual, por meios objetivos; se desigual, por meios inatos.Nota HistricaInicialmente, no perodo Greco-romano , o conceito direcionado um governo da coletividade para a coletividade. No perodo Grego houve menes quanto s formas de governo, principalmente por Aristteles. Para esse filsofo havia formas boas (puras) e ruins (impuras) de governo, que se diferenciavam devido destinao do poder, ou seja, se esse poder estava ou no que seria para o bem da coletividade. As formas ruins eram deturpaes das formas boas. No perodo Romano, Ccero fez a mesma diferena em Da Repblica, a repblica a no-monarquia, ou seja, um governo da coletividade para a coletividade.Em seguida, na Idade mdia, no se fala em repblica. Emerge um estado absoluto, um poder concentrado no monarca. Na decadncia da Idade Mdia surgem as ideias de Maquiavel, o qual leciona pelo O prncipe que no importava como o exerccio do poder exerccio, se seria em benefcio do povo ou no, o objetivo nico a forma do governo.Na formao do Estado Moderno o conceito de repblica perde o contedo e se enfatiza a forma, desse modo, concede-se a repblica apenas como uma pluralidade de pessoas envolvidas na gesto pblica.Com o advento as revolues liberais h uma ressubstantivao do conceito formal de Repblica, uma retomada dos contedos: igualdade, prestao de contas, coisa pblica como pblica... Essas revolues liberais, tambm conhecidas como constitucionalistas, reapresentam a ideia de repblica como um governo justo, sendo o que mais se aproxima da ideia de repblica atual.As Revolues Inglesa, Anglicana e Francesa levaram formao do constitucionalismo, concebendo um poder que s pode ser exercido de acordo com o direito e em favor do interesse das pessoas. A Repblica passa a se misturar com as noes com as noes de separao dos poderes e a ideia de estado de direito, que perdura ate os dias de hoje: um Estado/governo dividido e que os direito fundamentais das pessoas precisam ser levados em conta.Com o advento do Republicanismo h uma reintroduo das virtudes republicanas: reaproximar as pessoas da preocupao da gesto pblica; menos interveno judicial e menos interveno dos governantes e mais participao popular.Contedos RelevantesA Doutrina elucida trs contedos relevantes para a composio de Repblica.O primeiro elemento refere-se eletividade e a impessoalidade. A eletividade significa que o acesso aos cargos pblicos deve ser feito por um processo eletivo; diferentemente da Monarquia em que o acesso se d por elemento subjetivo, o nascimento. Entretanto, nem todos os cargos pblicos so passveis de eleio. A impessoalidade qualidade aplicada junto eletividade, se d todo e qualquer cargo pblico, conferindo um acesso segundo um processo objetivo. Mesmo nos cargos de livre nomeao a logica o preenchimento do cargo por algum que satisfaa certos requisitos objetivos, mesmo que esse seja a confiana.Ao Direta de Constitucionalidade n 12: dispes sobre o nepotismo.EMENTA: AO DECLARATRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, AJUIZADA EM PROL DA RESOLUO N07, de 18.10.05, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA. ATO NORMATIVO QUE "DISCIPLINA O EXERCCIO DE CARGOS, EMPREGOS E FUNES POR PARENTES, CNJUGES E COMPANHEIROS DE MAGISTRADOS E DE SERVIDORES INVESTIDOS EM CARGOS DE DIREO E ASSESSORAMENTO, NO MBITO DOS RGOS DO PODER JUDICIRIO E D OUTRAS PROVIDNCIAS". PROCEDNCIA DO PEDIDO. (...) (ADC 12, Min. CARLOS BRITTO, 2008)O segundo elemento refere-se periocidade dos mandatos. uma clara oposio vitaliciedade da lgica monrquica. Esse elemento flui da ideia de que o povo possa fazer uma nova escolha periodicamente, para que se evite a personalizao do poder. Confere a rotatividade do poder, uma vez que a repblica exige a alternncia de poder. A nossa Constituio vai alm da rotatividade do titular do poder e no art. 14 alcana, inclusive, os parentes; salvo se for da mesma famlia e inimigos polticos (partidos diferentes). A periodicidade se aplica aos cargos eletivos, no existindo essa exigncia nos cargos efetivos (providos por concurso pblico).Art. 14, 5 O Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substitudo no curso dos mandatos podero ser reeleitos para um nico perodo subseqente. (...) 7 - So inelegveis, no territrio de jurisdio do titular, o cnjuge e os parentes consangneos ou afins, at o segundo grau ou por adoo, do Presidente da Repblica, de Governador de Estado ou Territrio, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substitudo dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se j titular de mandato eletivo e candidato reeleio.O terceiro elemento abarca a responsabilidade poltica, a transparncia e a prestao de contas. A responsabilidade poltica indica que em uma repblica os agentes pblicos so responsveis pelos seus atos por serem os gestores da coisa pblica. Aqui, no se exime nenhum gestor, ou seja, independente de serem provenientes de cargo eletivo, o gestor responde por todos os atos que cometer. A responsabilizao plena, ressalvando-se em casos que dever ser expressos: o Presidente da Repblica possui imunidade penal, s podendo responder penalmente por atos relativos ao cargo (dependendo de autorizao da cmara). Esse elemento contradiz o princpio monrquico que the king can do no wrong, ou seja, o rei no pode ser responsabilizado formalmente. A prestao de contas elemento cabvel a todo o poder pblico, possuindo significado amplo, no se limitando apenas dinheiro, mas, como Ex., a improbidade administrativa (leso ao errio, enriquecimento indevido e quebra da impessoalidade, dos princpios da administrao pblica).. O Estado dever dar satisfao, o fundamento das aes pblicas, o direito de peticionar ao Estado tem um correlato dever do estado de responder, no um dever de atender, mas responder. A responsabilizao pressupe transparncia. Quanto transparncia e o princpio da publicidade, por razo de interesse pblico certos atos podem ser restritos de publicao. art. 70, Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria.FederaoFormas de EstadoAs formas de Estado so o modo pelo qual o poder poltico distribudo. Um Estado Unitrio aquele em que no h diviso territorial de poder poltico. O tipo puro do Estado Unitrio aquele em que o governo nacional assume exclusivamente a direo de todos os servios pblicos, centralizando o poder, mesmo que esse Estado esteja dividido em circunscries. Isso significa que, embora existam rgos pblicos encarregados de servios locais, esses rgos no possuem autonomia poltico administrativa. No entanto, no significa, necessariamente, que haja centralizao administrativa. A descentralizao administrativa abarca a funo de aplicao das leis que pode ser delegada s circunscries.A Constituio de 1824 estabeleceu no Brasil o Estado Unitrio, com o territrio dividido em Provncias. Estas, a princpio, no tinham qualquer autonomia.J um Estado Federal aquele que possui descentralizao poltica, independente de sua intensidade; a repartio territorial de competncias. Ou seja, sobre o territrio h mais de uma ordem jurdica incidente. H uma figura de ente central, do qual emanam as ordens jurdicas centrais. Os entes de uma federao so todos autnomos, e apenas a sua unio dotada de Soberania, no qual o poder de autodeterminao no controlado por qualquer poder (seja interno ou externo).E o Estado Regional, tal como no federal, as unidades tm autonomia. A diferena o limite da autonomia, em que a determinao da ao de cada ente depende da aprovao do ente central, ao passo que na federao a determinao decorre as constituio. A exemplo temos a Itlia.Nota HistricaAs treze colnias que rejeitaram a dominao Britnica, em 1776, constituram-se em Estados livres. No entanto, verificou-se que o governo resultante dessa confederao era instvel e precrio, alm de que no solucionava os problemas internos (de ordem econmica e militar). As legislaes conflitantes, as desconfianas internas, as rivalidades regionais, ocasionavam o enfraquecimento dos ideais nacionalistas e dificultavam sobremaneira o xito da guerra de libertao. Foi na Conveno de Filadlfia, na qual iria se fazer uma reviso do Tratado Internacional que lhes institua como confederao que se implantou o federalismo nos EUA. A Constituio Norte-Americana de 1787 o marco inicial do Moderno Federalismo.13 colniasConfederaoFederao

O temor dos anti-federalistas era o abuso de poder, se submeter a um ente central e acabar por retornar a uma colnia. A concentrao do poder tende ao abuso, assim a separao do poder limitaria o prprio poder. No Entanto, os federalistas esclareciam que a qualidade da federao seria a eficincia, alcanada de uma forma mais fcil. poca no se tinha a ideia de soberania e autonomia.Com o tempo houve a construo terica, inicialmente chamado de Estados parcialmente soberanos. Na tentativa de esclarecer o federalismo, Hamilton lana a teoria da dupla soberania, na qual tanto um ente quanto o outro teriam soberania. Assim, os Estados soberanos iriam ceder parcela da soberania ao ente central. Em seguida, Kelsen constri a figura de ente central e entre local, na qual a soma de entes locais e central formaria o ente total, sendo esse ltimo o nico que dota de Soberania.Posto isso, ter autonomia exercer auto-governo, auto-organizao (Lei orgnica/Const. Estadual e a CF, quando se delimita Unio, porque pode ser ordem jurdica total ou da Unio), auto- administrao, e a autonomia financeira; ser um centro de poder poltico.Por fim, federao a repartio territorial de competncia, que aceita diferentes graus de autonomia. No h hierarquia entre os entes da federao, no h uma hierarquia entre Unio, Estados, Municpios e DF.EMENTA: (...) 1. A "forma federativa de Estado" - elevado a princpio intangvel por todas as Constituies da Repblica - no pode ser conceituada a partir de um modelo ideal e apriorstico de Federao, mas, sim, daquele que o constituinte originrio concretamente adotou e, como o adotou, erigiu em limite material imposto s futuras emendas Constituio; de resto as limitaes materiais ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, 4, da Lei Fundamental enumera, no significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituiooriginria, mas apenas a proteo do ncleo essencial dos princpios e institutos cuja preservao nelas se protege. (ADI 2024, Min. SEPLVEDA PERTENCE, 2007)Elementos da FederaoOs Elementos se dividem em essencial e acidental.Os Elementos Essenciais so aqueles necessrios para a federao, que guardam um ncleo mnimo no conceito de federao. So eles a Constituio, a repartio territorial de competncia, e unio indissolvel e a existncia de um ente central. O pacto veiculado pela CF, rgida, escrita e suprema, que tambm delimita as competncias de matria aos entes.J os Elementos Acidentais decorrem da federao, mas podem ser dispensveis (prescindveis), no presentes em todas as formas de federao. So eles: o Senado e uma corte que soluciona o conflito entre os entes. O fato de um Senado se restringir a representao do estado, se esquecendo do municpio e o fato de o STF dirimir conflito entre os entes, mas no entre o municpio e outro ente, confirmam a presuno de que so elementos acidentais.Classificao das FederaesSegundo a Diviso de competncia sero duais ou cooperativas. As duais se dividem em dois nveis estanques, a presena de competncias apenas exclusivas; a diviso rgida de competncia, o que competncia de um ente, no competncia de outro. Na origem, os EUA adotavam essa diviso at a Grande depresso, queda da bolsa de Nova York em 1929. J a cooperativa admite as competncias comuns e concorrentes, como a figura do Brasil e os EUA de atualmente.Segundo a Formao histrica, tm-se a agregao e a desagregao. A formao federativa por agregao se d quando os estados eram soberanos e se agregaram formando um nico Estado soberano; traduz um movimento centrpeto. J a formao por desagregao se d quando o Estado era Unitrio e se repartiu em federao; traduz um movimento centrifugo.E, segundo a Prevalncia de Competncia, tm-se a centralizao, a descentralizao e a federao de equilbrio. A federao centralizada aquela em que o poder central tem maiores competncias, fazendo um movimento centrpeto. Aa unio, em matria concorrente, define norma geral. As consequncias da centralizao se d na nfase da figura do Presidente da Repblica, nos partidos polticos que procuram ser federais, na cultura que se torna muito similar...; e a vantagem a maior segurana jurdica.A federao descentralizada aquela em eu os estados membros detm maior competncia, fazendo um movimento centrifugo. A vantagem se d na eficincia e no respeito s diversidades, na facilitao do controle do povo sob o Estado, na maior autonomia privada e autonomia publica, na possibilidade de os estados membros servirem de laboratrio do ente maior...; e a desvantagem repousa no fato de possveis inibies de relaes por no se saber qual a legislao vigente em determinadas regies, na influncia das elites... Como forma de inibio dessas vantagens, procura-se dar mais publicidade, mais facilidade de acesso s informaes polticas (legislaes), incentivo autonomia pblica para neutraliza as oligarquias...Por fim, a Federao de Equilbrio aquela em que a competncia igual em ambos os entes.A Federao no BrasilArt. 18.A organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio.Os Entes da FederaoO ente federativo uma unidade federal dotada de algum nvel de autonomia, que pode ser mais ou menos abrangente. Os critrios de competncia aos entes se do de forma qualitativa, independente da quantidade de competncia, pouco ou muita, ainda autonomia.Na Federao Brasileira a Unio o ente que exerce o papel centralizador, enquanto os demais exercem o papel descentralizador. Segundo leciona Jos Afonso da Silva, a federao a unidade na diversidade, nesse sentido a Unio seria o que une a diversidade. Essa autonomia da Unio afasta a hierarquia e, do ponto de vista formal, todos os entes esto em mesma posio hierrquica, mesmo havendo o instituto da interveno da Unio nos Estados/DF. Apesar de tudo isso, a Unio, de fato, possui as competncias mais importantes, porque assim determinou a Constituio; detm, portanto, uma primazia de fato, e no jurdica. Por fim, a Unio se organiza em Legislativo (Congresso), Executivo (Presidente da Repblica) e o Judicirio (Tribunais superiores e federais).Os Estados so entes locais. So os primeiros entes local, que tambm de organiza em trs poderes: o Executivo, chefiado pelo governador; o judicirio, pelo tribunal de justia; e o legislativo, pela assembleia legislativa (que unicameral, necessariamente). O estado exerce poder de auto-organizao por meio da Constituio Estadual, a qual muito limitado, muito mais do que qualquer outra federao, uma vez que a Constituio Federal j traz uma srie de normas aplicveis aos estados e municpios, os princpios constitucionais estabelecidos e os princpios sensveis. Alm das limitaes que j esto na Constituio expressamente, o STF identifica o chamado princpio da simetria, que estaria implcito na Constituio Federal, e que exige que os estados e municpios reproduzam a organizao bsica da Unio em matria de separao dos poderes.Art. 25.Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituies e leis que adotarem, observados os princpios desta Constituio. 1 - So reservadas aos Estados as competncias que no lhes sejam vedadas por esta Constituio. 2 - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concesso, os servios locais de gs canalizado, na forma da lei, vedada a edio de medida provisria para a sua regulamentao.Os Municpios so os entes locais, uma peculiaridade do federalismo brasileiro. Essa figura aparece como um segundo nvel de poder local autnomo. A doutrina majoritria inclui os municpios como entes autnomos devido ao fato de receberem autonomia pela Constituio. Ao passo que uma viso oposta considera que os municpios no so entes da federao porque no esto representados no Senado, no possuem poder Judicirio e os conflitos de competncia entre eles e outro ente ou entre eles no so analisados pelo Supremo. Em verdade, os municpios s foram mencionados como entes da federao na Constituio atual. Vige o princpio da subsidiariedade, o qual elucida que resolver um problema no nvel local mais eficientes, pois quanto mais prximo o poder do povo, mais democrtico. O poder de auto-organizao dos municpios se d por meio de suas Leis Orgnicas, limitados pela Constituio Federal e pela Constituio Estadual do respectivo estado. Os municpios no tm judicirio prprio, por isso as controvrsias que envolvam o municpio, em geral, so decididas pelo judicirio estadual. Se organizam em dois poderes: o executivo, chefiado pelo prefeito e o legislativo, pela cmara de vereadores/cmara municipal.Por Fim, o Distrito Federal, e, tambm, ente local, que possui peculiaridade, mas dessa vez o seu regime prprio/diferenciado se d por ser a sede da Repblica, tendo caractersticas ora dos estados, ora dos municpios. Exerce a auto-organizao por meio de sua Lei Orgnica. O DF no pode ser dividido em municpios, segundo a previso expressa do art. 32 da Constituio:Art. 32.O Distrito Federal, vedada sua diviso em Municpios, reger- se- por lei orgnica, votada em dois turnos com interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros da Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio.O DF tambm se organiza em 3 poderes, entretanto o poder judicirio e mantido pela Unio, assim como o a polcia civil e militar, o corpo de bombeiros militar, o Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica, podendo o governo do DF influir nas polcias.Art. 21.Compete Unio:XIII - organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico do Distrito Federal e dos Territrios e a Defensoria Pblica dos Territrios;XIV - organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio;Art. 32, 4 - Lei federal dispor sobre a utilizao, pelo Governo do Distrito Federal, das polcias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.O Executivo chefiado pelo governador; o Legislativo, pelas assembleias legislativas distritais; e o Judicirio, pelo Tribunal de Justia do DF e Territrios. O DF titular das competncias estaduais e municipais, de modo que no haja um vazio de poder e se evite a desigualdade entre os entes. O DF edita lei de contedo tpico de lei estadual e municipal, cabendo ADIN contra lei estadual, ou seja, se for lei de competncia municipal no cabe ADIN.Art. 32, 1 - Ao Distrito Federal so atribudas as competncias legislativas reservadas aos Estados e Municpios.Criao de Estados e MunicpiosA criao de estado se d pela aprovao das populaes diretamente interessadas e pela aprovao de Lei Complementar Federal.Art. 18, 3 - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, atravs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.Enquanto o plebiscito consultaria o interesse das populaes diretamente interessadas, o Congresso nacional representaria o interesse nacional. Entretanto, ao editar a Lei complementar, o congresso no est vinculado deciso positiva do plebiscito, no sendo obrigado a criar o Estado, entretanto s edita tal lei com o resultado positivo do plebiscito.A criao de municpio possui um procedimento parecido com o da criao de Estados, a peculiaridade viria antes do plebiscito, em que se teria um Estudo de Viabilidade Municipal. Art. 18, 4 A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios, far-se-o por lei estadual, dentro do perodo determinado por Lei Complementar Federal, e dependero de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.O estudo de viabilidade do novo municpio verificaria se existe a viabilidade econmica, em outras palavras, se o municpio seria capaz de se bancar. A Constituio, entretanto, no diz como nem quem faz esse estudo que, em tese, seria matria regulada por lei complementar federal que no existe. Tal omisso do legislador um dever decorrente da Constituio que viola a prpria Constituio. Uma vez divulgado o Estudo, ser feita a consulta populao diretamente interessada por meio de plebiscito. Apesar de corrente doutrinria divergente, a rea que vai compreender o novo municpio e a rea que perder territrio para o novo municpio que compreendem os diretamente interessados. A Lei Estadual: no est obrigada a concordar com a concordncia do plebiscito; no um dever de referendar o Plebiscito, no entanto o mesmo no se d quando o plebiscito nega a criao.Quando o 4 coloca um perodo determinado pela lei Complementar encontra-se outra omisso do legislador, havendo um vazio legislativo, no qual o STF se pronunciou pelo congelamento do quadro de municpios at que se faa essa Lei complementar. O problema foi que muitos municpios forma criados, descumprindo a Constituio e a deciso do STF. A soluo do STF foi convalidou os municpios j criados, dando um prazo ao Congresso Nacional para editar a legislao necessria, vedando ao Congresso Nacional desfazer os municpios j existentes. O prazo se baseia na razoabilidade. Em resposta, criou-se a EC 57/08:Art. 96. Ficam convalidados os atos de criao, fuso, incorporao e desmembramento de Municpios, cuja lei tenha sido publicada at 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislao do respectivo Estado poca de sua criao.(Includo pela Emenda Constitucional n 57, de 2008).Situaes particulares na Federao BrasileiraOs Territrios e as Aglomeraes Urbanas no so entes federativos, ou seja, no possuem autonomia, mas possuem um regime jurdico diferenciado.Os Territrios Federais so unidades territoriais controladas e subordinadas Unio, no tendo, portanto, autonomia. So institudos por lei, podendo ser divididos por municpios, que, apesar do nome, no dotaro de nenhuma autonomia.Art. 33.A lei dispor sobre a organizao administrativa e judiciria dos Territrios. 1 - Os Territrios podero ser divididos em Municpios, aos quais se aplicar, no que couber, o disposto no Captulo IV deste Ttulo. 2 - As contas do Governo do Territrio sero submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prvio do Tribunal de Contas da Unio. 3 - Nos Territrios Federais com mais de cem mil habitantes, alm do Governador nomeado na forma desta Constituio, haver rgos judicirios de primeira e segunda instncia, membros do Ministrio Pblico e defensores pblicos federais; a lei dispor sobre as eleies para a Cmara Territorial e sua competncia deliberativa.As Aglomeraes Urbanas se formam, de fato, quando h uma interdependncia entre os municpios, seja interdependncia econmica, de segurana, de servios (que tem que conjugado)... Essas aglomeraes so feitas por lei complementar estadual, sendo inconstitucional a consulta ao municpio, uma vez que os municpios, se quiserem cooperar entre si, podem faz-lo por convnio. A consequncia prtica de tais aglomeraes possuem trs vertentes:1 defendida por Nelson Jobim, em que o Estado pode assumir servios que seriam de competncia dos municpios. J que o estado pode criar compulsoriamente uma regio, ele pode prestar diretamente certos servios para integrar a gesto de certos servios (de interesse comum); Prestao ser unificada. Ex: saneamento.2 por Joaquim Barbosa, em que o Estado no pode assumir nada, ele s pode, no mximo, fazer uma mediao. Como os entes so autnomos, no se pode simplesmente receptar competncias.E a 3 defendida pelo Min. Gilmar Mendes, em que nem pode o Estado assumir sozinho, nem pode o Estado ficar sem nenhum poder, porque se no perde o efeito dessas figuras. Aqui, haveria uma gesto compartilhada por parte dos municpios e do Estado.Art. 25, 3 - Os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum.So classificados por: Regio metropolitana: municpios contguos em torno de um municpio principal. Ex: Rio de Janeiro com Duque de Caxias.Aglomerado urbano: no tem continuidade territorial, mas existe um municpio polo (no h uma confuso territorial do municpio); h uma cooperao de fato. Ex: Florianpolis e os municpios que a cerca.Microrregio: no tem continuidade territorial e que no tem um municpio polo. Um conjunto de municpios prximos, sem que haja um municpio principal. Ex: a Regio dos Lagos Bzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio.Repartio de CompetnciasA repartio de competncias na federao um sistema complexo. Como afirma a doutrina italiana, no um poder absoluto, mas um poder dever. Divide-se a competncia pela sua natureza, o tipo de atividade que cada ente produz, em 3 tipos: Legislativa, poltico administrativa e tributria.A competncia Legislativa traduz-se em poder para criar direito novo, novas normas jurdicas; poder de editar leis. At mesmo a administrao cria atos de contedo normativo, portanto no competncia exclusiva do Legislativo. A lei continua sendo o principal veculo das normas, mas, na realidade, instancias administrativas tm criado normas, a prpria lei quem permite que essas instncias criem normas. Ex: agncias reguladoras, quando produzem uma portaria regulando certas matrias, isso , nada menos nada mais, que uma norma, que poderia ser colocada em uma lei; a lei que as criou j deu esse poder a elas.A Constituio enumera algumas competncias legislativas expressamente, mas atribui aos Estados uma competncia residual. Todas as Competncias Legislativas da Unio esto expressas, arts. 22 e 24; j no caso dos Estados, a competncia legislativa residual, ou seja, tudo aquilo que no for atribudo a outro ente, ser do Estado. O problema que as expressas so tantas e to especficas que sobra pouca residual para os estados. As competncias privativas da Unio esto enunciadas no art. 22, entretanto admite delegao pontual, ou seja, uma delegao que no pode ser completa.Art. 22, Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.As competncias concorrentes entre a Unio, os Estados e o DF esto enunciadas no art. 24 da constituio e traduzem um federalismo cooperativo, em que esses entes legislam conjuntamente sobre determinada matria. Entretanto, preciso que que haja uma diviso interna, que regulada pelos pargrafos do referido artigo. Nesse sentido, a Unio seria a responsvel pior legislar sobre normas gerais, ou seja, aquelas necessrias para a uniformizao, que devem ser uniformizadas para se evitar uma disperso. Quando uma norma federal regula algo que era regulado por norma estadual por ausncia da prpria norma federal no ocorre a repristinao, mas sim a norma federal suspende a eficcia da norma estadual; no repristinao porque no houve revogao. Art. 24, 2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementar dos Estados. 3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.A competncia legislativa dos municpios disciplinada pelo art. 30, I e II, que seguem a lgica do interesse local. O interesse local define-se por aquilo que o interesse predominante municipal, ou seja, basta a predominncia local, no necessariamente aquilo que apenas afeta o municpio, mas aquilo que no o transcende.Art. 30.Compete aos Municpios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;A competncia Poltico-administrativa poder para a execuo de determinada atividade material. Aqui no se fala da criao de norma, mas a execuo de uma atividade que a Constituio atribui ao ente. a execuo das normas ou a criao de polticas em geral. Para tal, a Constituio criou um sistema que necessita da interpretao conjunta de seus arts 21, 23, 25 e 30.O Art. 21 enumera algumas competncias exclusivas, ou seja, aquelas que no possuem ressalva quanto delegao. O Art. 23 estabelece competncias comuns a todos os entes, no entanto, o artigo no diz como exercer essa competncia. Para tentar solucionar tal omisso. A jurisprudncia diz que o interesse predominante o que apontar as competncias. Em questes ambientais, parte da doutrina utiliza-se do Princpio In Dubio Pro Natura, que, em dvida quanto competncia, cabe a execuo da lei mais rigorosa; privilegiar o ente que tem protegido mais a natureza, mas uma ideia questionvel que subverte a diviso de competncias , ou seja, ao invs de olhar quem competente, se olha quem tem a melhor norma; Assim, parte-se da ideia que a Unio criaria um piso, mas os outros entes poderiam aumentar essa proteo.Aos Estados, cabe a mesma lgica das competncias legislativas, ou seja, uma competncia residual, alm do que est expresso.Art. 25, 2 - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concesso, os servios locais de gs canalizado, na forma da lei, vedada a edio de medida provisria para a sua regulamentao.Em relao aos Municpios, a lgica que, alm das expressas no art. 30, o interesse local determinaria essa competncia. Por fim, a competncia Tributria perfaz-se no poder para instituir, arrecadar e fiscalizar os tributos. Envolvem uma srie de atividades, inclusive legislativas (art. 150, I) e poltico-administrativa, regendo-se por princpios. Sua singularidade a importncia de tal atividade.Art. 150.Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios:I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea; O Tributo uma exigncia que o Estado faz para o custeio geral do estado que no constitua uma sano. As competncias nessa matria so tratadas em separado, na prtica, divide-se em 5 tipos os tributos: Impostos, Taxas, Contribuies de Melhoria, Emprstimo Compulsrio e Outras Contribuies.Imposto: so cobrados em razo de algumas circunstncias (materialidades) que indicam a capacidade contributiva, sendo essas materialidade indicadas na prpria constituio. Ex: Imposto de renda, em que a materialidade ter renda. O art 153 trata da Unio; o art. 155, dos Estados e do DF; e o art. 156, dos municpios e do DF. Somente esses impostos mencionados na Constituio podem ser cobrados e institudos, salvo previsto no art. 154. Art. 154.A Unio poder instituir:I - mediante lei complementar, impostos no previstos no artigo anterior, desde que sejam no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados nesta Constituio;II - na iminncia ou no caso de guerra externa, impostos extraordinrios, compreendidos ou no em sua competncia tributria, os quais sero suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criao.Taxas: cobrada para remunerar a prestao de um servio pblico divisvel ou o exerccio do poder de polcia, especificamente sobre o contribuinte. S vlida se for diretamente refervel ao contribuinte, ou seja, para voc ou sobre voc. Pode ser cobrada pelo ente que exercer a atividade, seguindo a competncia material e poltico administrativa.Contribuio de melhoria: um tributo institudo em razo da valorizao privada decorrente da atividade pblica. A contribuio cobrada pelo ente que exerceu a atividade geradora da melhoria, seguindo a competncia Legislativa e poltico-administrativa; No necessrio que a contribuio corresponda a toda melhoria, usado um percentual dessa valorizao. um papel de justia fiscal, como coloca a doutrina. bastante incomum no Brasil. Emprstimo compulsrio: consiste na tomada compulsria de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a ttulo de "emprstimo", para que este o resgate em certo prazo, conforme as determinaes estabelecidas por lei. O emprstimo compulsrio serve para atender a situaes excepcionais, e s pode ser institudo e cobrado pelaUnio.Art. 148.A Unio, mediante lei complementar, poder instituir emprstimos compulsrios:I - para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia;II - no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".Pargrafo nico. A aplicao dos recursos provenientes de emprstimo compulsrio ser vinculada despesa que fundamentou sua instituio.Outras contribuies: so as Contribuies de interveno do domnio econmico, de interesse das categorias sociais econmicas e a contribuio social. So institudos pela Unio, ou seja, s lei federal. Excetua-se as contribuies sociais, que podem cobradas por qualquer ente. Art. 195.Quanto repartio das receitas tributrias, o normal (em regra) que o ente tributante fique com toda a receita.Art. 152. vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios estabelecer diferena tributria entre bens e servios, de qualquer natureza, em razo de sua procedncia ou destino.Art. 162.A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios divulgaro, at o ltimo dia do ms subsequente ao da arrecadao, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributria entregues e a entregar e a expresso numrica dos critrios de rateio.Pargrafo nico. Os dados divulgados pela Unio sero discriminados por Estado e por Municpio; os dos Estados, por Municpio.

Quanto ao conflito de competncias, o critrio de soluo est na identificao do interesse predominante.IntervenoA Regra do Estado Federativo a autonomia dos entes federados, caracterizado pela trplice capacidade: auto-normatizao, auto-governo e auto-administrao. O afastamento dessa autonomia poltica a exceo e tem por finalidade a preservao da existncia e da prpria unidade da federao e da Constituio. A Interveno consubstanciada por decreto, sendo ato privativo do Chefe do Poder Executivo (Presidente ou governador de estado). um direito dever da Unio ou do estado e conta, necessariamente, com a presena dos seguintes requisitos: que se perfaa alguma hiptese prevista no rol taxativo do art. 34, se o interventor for a Unio, ou do art. 35, se o interventor for o estado no municpio; e o ato privativo do Chefe do Executivo, a quem caber, igualmente a execuo das medidas interventivas. Cabe ao decreto fixar a amplitude, o prazo e as condies, podendo, inclusive, nomear um interventor quando ele se faz necessrio. A Unio intervm nos Estado e DF, mas s poder intervir diretamente nos municpios dos territrios.O Decreto de interveno depender de ato ex officio do Presidente com a simples verificao de motivos que autorizem a interveno quando satisfeitos os incisos a baixo: Art. 34.A Unio no intervir nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:I - manter a integridade nacional;II - repelir invaso estrangeira ou de uma unidade da Federao em outra;III - pr termo a grave comprometimento da ordem pblica;V - reorganizar as finanas da unidade da Federao que:a) suspender o pagamento da dvida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de fora maior;b) deixar de entregar aos Municpios receitas tributrias fixadas nesta Constituio, dentro dos prazos estabelecidos em lei;Nas hipteses do artigo acima o Presidente ouvir previamente os conselhos da Repblica e o da Defesa Nacional, que oferecero parecer no vinculativo.Art. 90.Compete ao Conselho da Repblica pronunciar-se sobre:I - interveno federal, estado de defesa e estado de stio;Art. 91.O Conselho de Defesa Nacional rgo de consulta do Presidente da Repblica nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrtico, (...) 1 - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:II - opinar sobre a decretao do estado de defesa, do estado de stio e da interveno federal;O Decreto de interveno depender de solicitao do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou da requisio do STF, se coacto for exercida contra o Poder Judicirio. Quando feita a solicitao cabe ao Presidente definir se decretar ou no a interveno, mas quando feita requisio pelo STF a decretao vinculada.Art. 34, IV - garantir o livre exerccio de qualquer dos Poderes nas unidades da Federao;Art. 36.A decretao da interveno depender:I - no caso do art. 34, IV, de solicitao do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisio do Supremo Tribunal Federal, se a coao for exercida contra o Poder Judicirio;No Caso de desobedincia a ordem ou deciso judicial, segundo J. Afonso da Silva, cabe requisio do STF, STJ ou TSE, fundando-se nas regras de competncia jurisdicional ratione materie. Segundo reiteradas decises, o STF entende que competncia sua a requisio de interveno federal quando o descumprimento vier, inclusive, de decises da Justia Federal, Estadual ou do Trabalho.Art. 34, VI - prover a execuo de lei federal, ordem ou deciso judicial;Art. 36,II - no caso de desobedincia a ordem ou deciso judiciria, de requisio do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justia ou do Tribunal Superior Eleitoral;Nos Casos em que h no observncia dos princpios constitucionais sensveis, a requisio ser feita pelo STF por provimento de representao do Procurador-Geral da Repblica, cuja representao se dar por Ao Direita de Inconstitucionalidade Interventiva. Art. 34, VII - assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais:a) forma republicana, sistema representativo e regime democrtico;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;d) prestao de contas da administrao pblica, direta e indireta.e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade.Os Princpios sensveis constitucionais so de tal forma to importantes que a sua no observncia acarreta na sano poltica mais grave de uma Federao. Cabe ao PGR, no exerccio do cargo e com base na independncia funcional do Ministrio Pblico, no se obrigar a ajuizar qualquer representao que lhe tenha sido dirigida, atuando, portanto, discricionariamente. Mas, uma vez enviada ao STF, cabe a esta corte deliber-lo, no lhe cabendo concesso liminar. Essa ao possui dupla finalidade, uma jurdica e a outra poltica: declarar inconstitucional, formal ou materialmente, uma lei ou ato normativo estadual e a decretao de interveno federal no Estado ou no DF. Art. 36, III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representao do Procurador-Geral da Repblica, na hiptese do art. 34, VII, e no caso de recusa execuo de lei federal. 1 - O decreto de interveno, que especificar a amplitude, o prazo e as condies de execuo e que, se couber, nomear o interventor, ser submetido apreciao do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.Transitada em Julgado a deciso do STF, a corte comunicar a autoridade competente interessada e ao PR, para que tome aas providncias constitucionais cabveis. Portanto, mediante a requisio do STF, o decreto presidencial de limitar a suspender a execuo do ato impugnado, se dessa medida bastar ao reestabelecimento da normalidade. Caso no seja suficiente, ser efetivamente feita a interveno.Art. 84.Compete privativamente ao Presidente da Repblica:X - decretar e executar a interveno federal;H intervenes sem interventor. Se for no executivo, o que tem sido em regra, a nomeao do interventor ser necessria, para que exera as funes de governador. Se for no legislativo apenas ser dispensado a nomeao de um interventor de o ato de interveno atribuir ao Chefe do Executivo essa funo legislativa. Mas se for em ambos, o interventor ser necessrio para assumir as funes executivas e legislativas. Como salienta o Min. R. Lewandowski, nem sempre necessria a nomeao de interventor (...) tal caso, por exemplo, quando o Chefe do Executivo limita-se a suspender a execuo do ato indevidamente praticado se a medida bastar ao restabelecimento da normalidade.O Decreto Presidencial ser apreciado pelo Congresso me 24 horas podendo ser convocado extraordinariamente se no estiver funcionando. Ao suspender a interveno, o Congresso tornar o ato inconstitucional, devendo ser cessado imediatamente que, se permanecer em vigor, acarretar em crime de responsabilidade ao Presidente.art. 36, 1 - O decreto de interveno, que especificar a amplitude, o prazo e as condies de execuo e que, se couber, nomear o interventor, ser submetido apreciao do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 2 - Se no estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assemblia Legislativa, far-se- convocao extraordinria, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. 3 - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciao pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se- a suspender a execuo do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 4 - Cessados os motivos da interveno, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltaro, salvo impedimento legal.No h controle jurisdicional sobre o ato de interveno ou sobre o controle poltico do Congresso, salvo se manifesta infringncia s normas constitucionais. Cabe controle jurisdicional, tambm, na interveno que tenha sido considerada suspensa pelo Congresso e que persista, pois ser considerada inconstitucional; lembrando que, nesse caso, o judicirio ter que ser provocado, Princpio da inrcia do judicirio. Por fim, haver controle jurisdicional nos atos do interventor.Interveno municipalCompete ao Estado a interveno em municpio situado em seu territrio, por meio de decreto do Governador. O decreto designar o interventor quando necessrio, o prazo e os limites as interveno.Art. 35.O Estado no intervir em seus Municpios, nem a Unio nos Municpios localizados em Territrio Federal, exceto quando:I - deixar de ser paga, sem motivo de fora maior, por dois anos consecutivos, a dvida fundada;Segundo o inciso primeiro, o contedo de dvida fundada pode ser encontrado pela lei 4320, no art. 98, em que A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contrados para atender a desequilbrio oramentrio ou a financeiro de obras e servios pblicos.Art. 35, II - no forem prestadas contas devidas, na forma da lei;III - no tiver sido aplicado o mnimo exigido da receita municipal na manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade;Esse mnimo a que se refere o inciso III ser de 25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferncia. Art. 212.A Unio aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municpios vinte e cinco por cento, no mnimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino.Art. 158.Pertencem aos Municpios:III - cinquenta por cento do produto da arrecadao do imposto do Estado sobre a propriedade de veculos automotores licenciados em seus territrios;Art. 35, IV - o Tribunal de Justia der provimento a representao para assegurar a observncia de princpios indicados na Constituio Estadual, ou para prover a execuo de lei, de ordem ou de deciso judicial.Cabe ao Procurador Geral de Justia Estadual, que funcione junto ao Tribunal de Justia competente para conhecer a representao. A representao, entretanto, pode ser feita por outro, uma vez que a constituio, aqui, no resguardou a competncia ao PGJ-Estadual. O PGJ-Estadual limitar o decreto de interveno a suspender o ato impugnado, se essa bastar ao reestabelecimento da normalidade. Por ser uma deciso poltico-administrativa do Tribunal, no cabe recurso ao STF, assim consolida a smula 637."STF, Smula 637 - No cabe recurso extraordinrio contra acrdo de Tribunal de Justia que defere pedido de interveno estadual em Municpio.Exceto no inciso IV, a medida ser submetida ao controle poltico, que ser feito pela Assembleia Legislativa, no prazo de 24 horas. A convocao do Legislativo ser feita extraordinariamente se estiver em recesso.Separao dos PoderesA separao dos poderes nasceu da ideia de que o poder estatal precisa ser dividido em funes. A separao evita a concentrao do poder, alm de ser mais eficiente por ser uma forma de controle do arbtrio do poder Estatal, de modo que ele no se torne ilegtimo.Comeou a ser implementado sistematicamente com as revolues liberais, seu nascimento moderno veio de Montesquieu, mas j se ouvia resqucios desde Polbio e Hobbes, ou o governo misto em Aristteles e Ccero. Em verdade, o terico mais especfico foi Montesquieu.A ideia da separao surge em contraposio concentrao absolutista, em que se admite que todo o poder que for concentrado se tornar arbitrrio. por isso que o cenrio no podia ser diferente e, em meio ao Poder Absolutista do Rei, surgem os movimentos liberais. A separao dos poderes surge como uma necessidade do governo e, desse modo, toma uma importncia to significativa que colocado na Declarao dos Direitos do Cidado (Frana). Nesse sentido, um Estado que no tenha a separao dos poderes e no tenha direitos fundamentais, no tem constitucionalismo, no tem um Estado limitado pelo direito. Isso virou um dogma e por isso que se discute como dividir os poderes, mas nunca a separao. A finalidade seria, basicamente, evitar o surgimento de uma instncia hegemnica de poder, ou seja, uma instncia que se coloca acima dos outros poderes. Dividir para controlarAssim, o conceito exato de um nico poder estatal, que dividido, para evitar arbtrios; em um sentido tcnico, dividido em diferentes funes, de modo a evitar a concentrao. A desconcentrao deita por dois contedos, que esto mutuamente relacionados: Especializao funcional e a Independncia orgnica.Especializao funcionalO princpio da Separao dos Poderes divide o poder poltico em funes especializadas e atribui a cada uma delas a predominncia de uma estrutura particular, um organismo autnomo com predominncia. Cada rgo recebe um desenho constitucional que favorece sua funo. A especializao promove a eficincia, respeitando a capacidade institucional, ou seja, a capacidade tcnica e funcional predominante para que decida-se a matria. Essa especializao feita por 2 fundamentos: controle e eficincia. No significa exclusividade no exerccio da funo, significa predominncia, ou seja, cada poder exerce a sua funo tpica com predominncia em relao aos outros. Porm, os poderes tambm exercem funes atpicas, ou seja, a funo dos outros, s que de forma excepcional, ou pelo menos eventual.Os poderes exercem auto tutela para preservar a sua independncia, ou seja, cada exerce funo atpica para garantir sua prpria independncia funcional. A interferncia de um pode no outro, no entanto, evita a supremacia de um pode em relao aos outros. Se consolidou a ideia de que no basta separar os poderes, a Constituio, assim, vai alm, alm de separar, h controles recprocos para evita o agigantamento dos poderes. Checks and balances, ou freios e contrapesos. O exerccio de funes atpicas excepcional, por isso s possvel quando decorra da CF. Independncia OrgnicaBasicamente, enuncia que um poder no se subordina a nenhum outro e que a mesma pessoa no pode, ao mesmo tempo, exercer funo em mais de um poder. Como afirma Jos Afonso da Silva, uma forma de organizao jurdica das manifestaes de poder.Poderes da UnioSegundo o art. 2 da CF, so poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si: Legislativo, Executivo e o Judicirio.Art. 2 So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.Cada um dos Poderes possui uma funo predominante, que o caracteriza com detentor de parcela da soberania estatal, alm de outras funes previstas no texto constitucional. So chamadas funes tpicas e atpicas.Poder LegislativoArt. 44. O Poder Legislativo exercido pelo Congresso Nacional, que se compe da Cmara dos Deputados e do Senado Federal.As funes Legislativas da Unio so realizadas pelo Congresso Nacional, que , por tradio constitucional brasileira, bicameral. Assim, exercido pelo Congresso Nacional, o legislativo composto pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal; porm, diferente no mbito estadual, distrital e municipal, em que se consagra o unicameralismo. O bicameralismo do Legislativo Federal est intimamente relacionado escolha pelo constituinte da forma federativa do Estado, pois o Senado Federal encontra-se, de forma paritria, como representante dos Estados membros de do DF, consagrando o equilbrio entre esses entes da federao. A dogmtica constitucional, desde a promulgao da Constituio dos EUA, recusa-se a aceitar o unicamenralismo nas federaes, por entender que o Senado, como representante dos Estados, possui uma representao necessria. As funes tpicas do legislativo so fiscalizar e legislar.Art. 49, X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta;Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.As funes atpicas constituem-se em administrar e julgar. Tem-se como exemplo da primeira quando o legislativo dispe sobre sua organizao interna, provendo cargos, promovendo servidores; e, como exemplo da segunda, quando processa e julga o Presidente da Repblica por crime de responsabilidade (art. 52, I).Sistema eleitoralNo sistema majoritrio, o candidato vitorioso o nico a ganhar a eleio, ao passo que nos proporcionais, a vitria partilhada, exigindo-se apenas uma quota suficiente (n mnimo de votos). Art. 45. A Cmara dos Deputados compe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Territrio e no Distrito Federal. 2 - Cada Territrio eleger quatro Deputados. A Cmara dos Deputados ser composta por representantes do povo e, como tal, os representar. Como bem explica Alexandre de Moraes, O sistema proporcional quando a distribuio proporcionalmente dos mandatos ocorre de maneira que o nmero de representantes em cada circunscrio eleitoral seja dividido em relao com o nmero de eleitores, de sorte que resulte uma proporo; Ou seja, uma representao proporcional ao nmero de votos obtidos por cada uma das legendas polticas. A constituio, entretanto, atenua esse critrio ao determinar um mnimo e um mximo de deputados, quer seja 8 ou 70 proporcionalmente populao de cada unidade da federao, alm de fixar, independente da populao, um nmero fixo de 4 deputados por territrio.Art. 45, 1 - O nmero total de Deputados, bem como a representao por Estado e pelo Distrito Federal, ser estabelecido por lei complementar, proporcionalmente populao, procedendo-se aos ajustes necessrios, no ano anterior s eleies, para que nenhuma daquelas unidades da Federao tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.Critica-se o 1 do art. 45 por contradizer o previsto no art. 14, caput, que dispe da igualdade de votos, uma vez que se favorece os Estados-Membros de menor densidade demogrfica em prejuzo dos mais populosos.O sistema proporcional pode ser de lista aberta ou fechada. Quando lista aberta os votos so nominais aos candidatos e aslistas partidriasso compostas pelos membros mais votados de cada partido, cada partido obtm um nmero de vagas proporcionais soma dos votos em todos os seus candidatos, e estas vagas so distribudas, pela ordem, aos candidatos mais votados daquele partido. Mas, quando lista fechada os assentos so alocados aos candidatos numa ordem fixa que o partido escolhe, se vota no partido e, de acordo com a quantidade de votos que este receber, ele escolhe o candidato segundo um lista a seu critrio. Segundo o cdigo eleitoral brasileiro, utilizamos o sistema de Lista Aberta. O sistema proporcional dispe do mtodo do quociente eleitoral para indicar o nmero de votos que um partido deve receber para dispor de uma cadeira, que o resultado da diviso do total de votos vlidos dados em candidatos pelo nmero de cargos que disputa. O nmero de votos validos corresponde ao total de votos excluindo-se os nulos e brancos.Para que se descubra o nmero de vagas que o partido ter, o quociente partidrio, basta a diviso do total de votos obtidos pela legenda divididos pelo quociente eleitoral. A legislao disciplinou o sistema de sobras pelo critrio da melhor mdia, ou seja, divide-se os votos validos do partido pelo nmero de lugares obtidos por ele mais uma (Ex: se o partido conseguiu 3 cadeiras, divide-se por 4), e, desse modo, o partido que apresentar a maior mdia ter aquela cadeira que sobrou. Art. 46. O Senado Federal compe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princpio majoritrio. 1 - Cada Estado e o Distrito Federal elegero trs Senadores, com mandato de oito anos. 2 - A representao de cada Estado e do Distrito Federal ser renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois teros. 3 - Cada Senador ser eleito com dois suplentes.O Senado Federal, como representante dos Estados, em respeito ao princpio federativo, ter seus senadores eleitos pelo sistema majoritrio, aquele em que ser considerado vencedor o que obtiver o maior nmero de votos. A representao no Senado ser renovada de quatro em quatro anos, em 1/3 ou 2/3.O sistema adotado no Senado o Majoritrio Simples, em que ser considerado eleito o candidato que obtiver o maior nmero de votos, independentemente de ter alcanado a maioria. O Outro sistema majoritrio o chamado majoritrio complexo, em que ser considerado eleito o candidato em que obtiver a maioria absoluta dos votos validos. Caso o candidato mais votado no a obtenha na primeira votao, dever ser realizada um segundo turno, o que fora a populao a se manifestar de maneira direta sobre o candidato que ser eleito. Esse e o sistema para eleio de Presidente da Repblica, governador e para prefeitos de municpios com mais de 200 mil habitantes.Um terceiro tipo de o chamado voto distrital, que no aplicado no Brasil. Nesse sistema, cada estado dividido em um nmero de distritos equivalente ao de cadeiras no Legislativo, os partidos apresentam seus candidatos e o mais votado em cada distrito ganha a cadeira. Aqui, os distritos do podem abranger vrios municpios pequenos ou grandes municpios podem ser divididos em vrios distritos. Os defensores desse voto arguem que ele aumentaria o poder de fiscalizao dos eleitores sobre os representantes, pois acredita ele que as regras atuais facilitam a atuao de polticos que conseguem se reeleger em outro local mesmo que no tenham tido um bom desempenho parlamentar.Em derivao desse sistema distrital, se pensa em um sistema misto, no qual os estados so divididos num nmero de distritos equivalente metade do nmero de vagas no Legislativo, da metade dos deputados eleita pelos distritos e metade pelo voto proporcional.

Poder legislativo Estadual e MunicipalO poder legislativo Estadual ser realizado pela Assembleia legislativa a dispor do art. 27 da Constituio.Art. 27.O nmero de Deputados Assembleia Legislativa corresponder ao triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados e, atingido o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.O poder legislativo municipal ser realizado pela Cmara de Vereadores, a dispor do art. 26, incido V, da Constituio.Art. 29, IV - para a composio das Cmaras Municipais, ser observado o limite mximo de:a) 9 (nove) Vereadores, nos Municpios de at 15.000 (quinze mil) habitantes; (...)x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municpios de mais de 8.000.000 (oito milhes) de habitantes;A respeito da composio da Cmara dos vereadores, cabe o RE 197.917, do Relator Maurcio Corra. No caso discutiu-se o nmero de vereadores da Cmara do Municpio de Mira Estrela, em que se declarou inconstitucional dispositivo da Lei Orgnica do municpio que no observava a proporcionalidade prevista no art.29,IV, daConstituio federal. Segundo o Ministro relator, a CF estabeleceu uma "fico legislativa que transps, para essa finalidade especfica, a proporo de um para nove (...) para concluir que todos os municpios com populao inferior a 47.619 habitantes tero, obrigatoriamente, nada menos e nada mais que nove vereadores Cmara Municipal".Funcionamento do ParlamentoA Legislatura tem durao de quatro anos, marcando o perodo de funcionamento de cada casa do congresso.Art. 44, Pargrafo nico - Cada legislatura ter a durao de quatro anos.A Sesso Legislativa Ordinria o perodo anual em que os congressistas esto reunidos para a realizao dos trabalhos legislativos. Divide-se em dois perodos legislativos pelos recessos parlamentares.Art. 57.O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro.Recesso02/02SLO17/07Recesso01/08SLO22/12Recesso

Nos casos em que a LDO ainda no estiver sido deliberada, a prorrogao da SLO ser automtica. um, dos dois casos (SDE) que pode haver sesso no perodo de recesso.Art. 57, 2 - A sesso legislativa no ser interrompida sem a aprovao do projeto de lei de diretrizes oramentrias.

Durante o recesso o Congresso no Funciona, exceto nos casos em que for convocado extraordinariamente. Desse modo, se tem uma Sesso Legislativa Extraordinria apenas quando convocada em recesso pelo Congresso Nacional.MotivoQuem convoca

R.I.P. UR.A.Relevante Interesse Pblico ou URgnciA(com a APROVAO da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional)

Pela convocao da PR; ouPor ato conjunto dos presidentes do Senado e da Cmara; ouRequerimento da maioria absoluta de cada casa (41 Sen. E 257 Dep. depende, ainda, de votao da maioria absoluta de cada casa);

Aprovao do Estado de Defesa ou de Interveno federal;Autorizao de Estado de Stio; Compromisso;Posse da PR e seu Vice-PR;Presidente do Senado;

Nessa sesso o congresso apenas deliberar sobre a matria para qual foi convocado, exceto quando houver M.P. em vigor na data de convocao, uma vez que elas sero automaticamente includas na pauta da convocao.Art. 57, 6 A convocao extraordinria do Congresso Nacional far-se-:I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretao de estado de defesa ou de interveno federal, de pedido de autorizao para a decretao de estado de stio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da Repblica;II - pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes da Cmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgncia ou interesse pblico relevante, em todas as hipteses deste inciso com a aprovao da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 7 Na sesso legislativa extraordinria, o Congresso Nacional somente deliberar sobre a matria para a qual foi convocado, ressalvada a hiptese do 8 deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatria, em razo da convocao. 8 Havendo medidas provisrias em vigor na data de convocao extraordinria do Congresso Nacional, sero elas automaticamente includas na pauta da convocao.Ao trabalhos se realizam efetivamente nas reunies dirias, chamadas de sesses ordinrias, que se procedem em dias teis e so reguladas pelas casas nos seus respectivos regimentos internos. Fora desses horrios preestabelecidos, os parlamentares podero ser convocados para sesses extraordinrias, apreciando matria determinada, ou apreciao que j tenha tido a discusso iniciada.Organizao Interna das Casas do Congresso (Estrutura)A cada uma das casas cabe elaborar seus respectivos regimentos internos, que disciplinam sua organizao sem a interferncia de uma cada na outra. As Mesas so os rgos diretores das Casas do Congresso Nacional, so rgos mximos tanto na esfera administrativa, como na conduo dos trabalhos legislativos. Sua composio est disposta no regimento interno, entretanto, impe-se atender, na constituio da mesa, a representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares da respectiva Casa.Art. 58, 1 - Na constituio das Mesas e de cada Comisso, assegurada, tanto quanto possvel, a representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.A formao das mesas ser formada nas sesses preparatrias, em cada casa, segundo coordena o regimento interno. O mandato de cada componente da mesa, independente da casa, ser de dois anos, vedada a reconduo. A eleio da mesa feita nas 1 e nas 3 sesses legislativasArt. 57. O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de agosto a 22 de dezembro. 4 Cada uma das Casas reunir-se- em sesses preparatrias, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleio das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a reconduo para o mesmo cargo na eleio imediatamente subsequente.Segundo o 4 do art. 57, a reconduo est vedada para o mesmo cargo na eleio imediatamente subsequente, entretanto, por interpretao do Senado, ainda no apreciada pelo STF, o dispositivo constitucional, como trata da eleio imediatamente subsequente quis se referir, na verdade, quelas eleies feitas em mesma legislatura, quando o Senado ainda no foi renovado. Por isso que, caso seja uma eleio em legislatura diferente, poderia haver a reeleio. Art. 57. 5 - A Mesa do Congresso Nacional ser presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos sero exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Cmara dos Deputados e no Senado Federal.A respeito da formao da mesa, ilustrou-se no quadro abaixo:

Na falta do presidente do Senado, o primeiro vice presidente do senado assume sua competncias. Nesse sentido, foi impetrado o MS 24.041 no STF. Relata-se nos fatos que o presidente do senado tirou licena de 60 dias, assumindo, portanto, o vice presidente do senado; entretanto, a divergncia ocorreu quando o primeiro vice presidente do senado, na funo de presidente, convocou sesso conjunta do congresso como se presidente do congresso fosse. Eis que deputado da Cmara, contra esse ato do primeiro vice do Senado, impetrou referido mandato para que se assegurasse ao primeiro vice presidente da cmara o direito de assumir como presidente do Congresso. Por maioria, o STF conheceu o mandato e, no mrito, por unanimidade, o deferiu. Para tanto, leia-se a Ementa, na relatoria do Ministro Nelson Jobim:EMENTA: CONSTITUCIONAL. MESA DO CONGRESSO NACIONAL. SUBSTITUIO DO PRESIDENTE. MANDADO DE SEGURANA. LEGITIMIDADE ATIVA DE MEMBRO DA CMARA DOS DEPUTADOS EM FACE DA GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO. HISTRIA CONSTITUCIONAL DO PODER LEGISLATIVO DESDE A ASSEMBLIA GERAL DO IMPRIO. ANLISE DO SISTEMA BRASILEIRO BICAMERALISMO.CONSTITUIODE 1988. INOVAO - ART. 57 5. COMPOSIO. PRESIDNCIA DO SENADO E PREENCHIMENTO DOS DEMAIS CARGOS PELOS EQUIVALENTES EM AMBAS AS CASAS, OBSERVADA A ALTERNNCIA. MATRIA DE ESTRITA INTERPRETAO CONSTITUCIONAL. COMPETNCIA DESTE TRIBUNAL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAR NORMA INTERNA - REGIMENTO DO SENADO FEDERAL - PARA INTERPRETAR ACONSTITUIO. SEGURANA CONCEDIDA.Segundo o princpio do bicameralismo, as casas do congresso funcionam e deliberam cada qual por si, separadamente. Entretanto, a constituio prev hipteses em que se reuniro em Sesso Conjunta.Art. 57, 3 - Alm de outros casos previstos nesta Constituio, a Cmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-o em sesso conjunta para:I - inaugurar a sesso legislativa;II - elaborar o regimento comum e regular a criao de servios comuns s duas Casas;III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica;IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.As casas so compostas de Comisses, que apreciaram as matrias de competncia da sua instituio. A Ideia das comisses surgiu em 1571, na Inglaterra, com as Select committees. Eram comisses temporrias destinadas a apreciar projetos de lei que, entretanto, no deliberam, apenas proferem parecer.Nos EUA, a ideia se desenvolveu. As comisses possuem uma fora muito grande e so altamente especializadas (possuem um corpo tcnico especfico), alm de, inclusive, serem dotadas de oramento prprio. No mesmo sentido do modelo ingls, essas no deliberam em carter final, apesar de, por sua fora, o plenrio apenas reafirma o posicionamento da comisso, sendo muito difcil que reveja o parecer, proferindo alguma deciso em sentido divergente.No Brasil, as Comisses exercem tanto a funo legislativa, quanto a fiscalizatria.Art. 58.O Congresso Nacional e suas Casas tero comisses permanentes e temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criao.As comisses parlamentares so organismos constitudos em cada cmara, composto de nmero geralmente restrito de membros, encarregados de estudar e examinar as proposies legislativas e apresentar seu parecer. Elas so permanentes ou temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no respectivo regimento interno ou no ato de que resulta sua criao, assegurada a representao proporcional dos partidos ou de blocos partidrios que participem da respectiva cmara.As comisses so compostas pelas indicaes dos lderes de acordo com a proporcionalidade partidria em que, na inrcia do lder, o presidente da casa pode escolher. Lembrando que a cadeira na comisso do partido. Nas comisses tambm h eleio da mesa, na qual o respectivo presidente da comisso escolhido pelos seus pares (membros da comisso); no Senado o mandato de 2 anos, ao passo que na Cmara 1 ano.As comisses permanentes so organizadas em funo da matria, cabendo elas:Art. 58, 2 - s comisses, em razo da matria de sua competncia, cabe:I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competncia do Plenrio, salvo se houver recurso de um dcimo dos membros da Casa;Adota-se aqui o critrio da Constituio italiana, de atribuir a comisses o exerccio da funo legislativa plena, que, num determinado momento, se chamou delegao interna. Por isso se diz que possuem dupla funo: emitem parecer ou decidem a matria sem a necessidade de apreciao do plenrio.Art. 58, 2, II - realizar audincias pblicas com entidades da sociedade civil;III - convocar Ministros de Estado para prestar informaes sobre assuntos inerentes a suas atribuies;IV - receber peties, reclamaes, representaes ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omisses das autoridades ou entidades pblicas;V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidado;VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.Na Cmara so distribudas em 20 comisses temticas, alm da mesa diretora. J no Senado so 11 comisses temticas, alm da mesa diretora.As comisses temporrias (ou especiais) so criadas para exaurir determinada matria, se extinguem com o termino da legislatura ou, antes dela, quando tenham atingido sua finalidade. Se subdividem em externas, parlamentares de inqurito ou especiais/internas. As externas cuidam de assuntos de fora do parlamento; as parlamentares de inqurito so constitudas para apurar fato determinado, dotadas de poderes investigatrios prprios das autoridades judicirias; e as especiais, para a cmara, ou internas, para o senado, so constitudas para proferir parecer sobre PECs, projeto de cdigo, projetos que demandem o exame por mais de 3 comisses.As comisses mistas so formadas por Deputados e Senadores, em sesso conjunta, podendo ser, tambm, permanentes ou temporrias. Tambm estudam assuntos expressamente fixados. As permanentes so: CMP, que trata sobre mudanas climticas e a CMO, a Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao. As temporrias so, basicamente: a CPMI, a comisso para examinar Medida Provisria, etc. H uma ressalva no tocante s temporrias que analisem MP: se for de matria oramentria, independente do fato de ser MP, ela enviada para a CMO, mesmo que para crdito extraordinrio ( quele aberto somente por MP).As Comisses Parlamentares de Inqurito so organismos que desempenham importante papel de fiscalizao e de controle da administrao. Dependem de trs requisitos para sua criao: requerimento de 1/3 dos membros de cada casa, fato determinado e prazo certo de funcionamento. Atendidas tais exigncias (CF, art.58, 3), cumpre, ao Presidente da Casa legislativa, adotar os procedimentos subsequentes e necessrios efetiva instalao da CPI, no lhe cabendo qualquer apreciao de mrito sobre o objeto da investigao parlamentar, que se revela possvel, dado o seu carter autnomo (RTJ 177/229 - RTJ 180/191-193), ainda que j instaurados, em torno dos mesmos fatos, inquritos policiais ou processos judiciais.

O objeto a ser apreciado pela CPI/CPMI dever ser determinado, em consonncia com a esfera de competncia legislativa ou fiscalizatria da respectiva casa legislativa.Lei 1579, Art. 5.As Comisses Parlamentares de Inqurito apresentaro relatrio de seus trabalhos respectiva Cmara, concluindo por projeto de resoluo. 1. Se forem diversos os fatos objeto de inqurito, a comisso dir, em separado, sobre cada um, podendo faz-lo antes mesmo de finda a investigao dos demais. 2 - A incumbncia da Comisso Parlamentar de Inqurito termina com a sesso legislativa em que tiver sido outorgada, salvo deliberao da respectiva Cmara, prorrogando-a dentro da Legislatura em curso.Cabe CPI/CPMI promover a pertinente investigao de fatos conexos e, inclusive, promover o aditamento do objeto, uma vez que o inqueri parlamentar qualifica-se como procedimento jurdico-constitucional revestido de autonomia e dotado de finalidade prpria. Nesse sentido ficou firmado a MS 23639.Na Cmara dos Deputados, a comisso tem prazo de 120 dias, prorrogvel por mais 60, e uma limitao de funcionamento de apenas 5.RICD, Art. 35, 3 A Comisso, que poder atuar tambm durante o recesso parlamentar, ter o prazo de cento e vinte dias, prorrogvel por at metade, mediante deliberao do Plenrio, para concluso de seus trabalhos. 4 No ser criada Comisso Parlamentar de Inqurito enquanto estiverem funcionando pelo menos cinco na Cmara, salvo mediante projeto de resoluo com o mesmo quorum de apresentao previsto no caput deste artigo.Nesse sentido, a ADI 1635, de relatoria do Ministro Maurcio Corra.EMENTA: AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMISSO PARLAMENTAR DE INQURITO. INSTAURAO. REGIMENTO INTERNO DA CMARA DOS DEPUTADOS. RESTRIO: IMPOSSIBILIDADE DE INSTITU-LA ENQUANTO ESTIVER FUNCIONANDO PELO MENOS CINCO DELAS.1. A restrio estabelecida no 4 do artigo 35 do Regimento Interno da Cmara dos Deputados, que limita em cinco o nmero de CPIs em funcionamento simultneo, est em consonncia com os incisosIIIeIVdo artigo51daConstituio Federal, que conferem a essa Casa Legislativa a prerrogativa de elaborar o seu regimento interno e dispor sobre sua organizao. Tais competncias so um poder-dever que permite regular o exerccio de suas atividades constitucionais.2. Ao direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. Art. 58, 3 - As comisses parlamentares de inqurito, que tero poderes de investigao prprios das autoridades judiciais, alm de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, sero criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um tero de seus membros, para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.Para desempenho eficaz de suas atribuies, receberam poderes de investigao prprios das autoridades judicirias, alm de ter suas concluses enviadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade civil e criminal dos infratores. Ao utilizar a expresso poderes de investigao prprios de autoridades judiciais o legislador refere-se queles poderes do juiz no bojo da instruo do processo judicial, ressalvando alguns dispositivos que so exclusivos dos juzes (reserva de jurisdio). Para melhor explicao, extrai-se trecho da MS 23639: (...) A quebra do sigilo fiscal, bancrio e telefnico de qualquer pessoa sujeita a investigao legislativa pode ser legitimamente decretada pela Comisso Parlamentar de Inqurito, desde que esse rgo estatal o faa mediante deliberao adequadamente fundamentada e na qual indique a necessidade objetiva da adoo dessa medida extraordinria. (...)O princpio constitucional da reserva de jurisdio - que incide sobre as hipteses de busca domiciliar (CF, art.5,XI), de interceptao telefnica (CF, art.5,XII) e de decretao da priso, ressalvada a situao de flagrncia penal (CF, art.5,LXI)- no se estende ao tema da quebra de sigilo, pois, em tal matria, e por efeito de expressa autorizao dada pela prpriaConstituioda Repblica (CF, art.58, 3), assiste competncia Comisso Parlamentar de Inqurito, para decretar, sempre em ato necessariamente motivado, a excepcional ruptura dessa esfera de privacidade das pessoas. AUTONOMIA DA INVESTIGAO PARLAMENTAR (...)As CPI/CPMI no possuem poder cautelar, ou seja, de assegurar cumprimento de uma deciso, no podendo, portanto, decretar a indisponibilidade de bens, priso cautela, priso preventiva. Entretanto, pode decretar priso em flagrante em dois nicos casos: falso testemunho e desacato a autoridade, uma vez que nesses casos pode faz-lo qualquer do povo.A instaurao de uma CPI/CPMI direito publico das minorias; uma vez preenchidos os requisitos constitucionais para que se fixe uma CPI, no depende mais da vontade da maioria legislativa desconstitu-la. At mesmo a recusa ou inrcia de um lder em indicar os parlamentares a lugares na comisso no pode frustrar esse exerccio das minorias legislativas que o integram. Assim, depois de apresentado o requerimento mesa, vedada a retirada de assinaturas. Nesse sentido, cabe ressaltar trecho da EMENTA da MS 24831, de relatoria do Ministro Celso de MelloEMENTA: COMISSO PARLAMENTAR DE INQURITO - DIREITO DE OPOSIO - PRERROGATIVA DAS MINORIAS PARLAMENTARES - EXPRESSO DO POSTULADO DEMOCRTICO - DIREITO IMPREGNADO DE ESTATURA CONSTITUCIONAL - INSTAURAO DE INQURITO PARLAMENTAR E COMPOSIO DA RESPECTIVA CPI - TEMA QUE EXTRAVASA OS LIMITES "INTERNA CORPORIS" DAS CASAS LEGISLATIVAS - VIABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL - IMPOSSIBILIDADE DE A MAIORIA PARLAMENTAR FRUSTRAR, NO MBITO DO CONGRESSO NACIONAL, O EXERCCIO, PELAS MINORIAS LEGISLATIVAS, DO DIREITO CONSTITUCIONAL INVESTIGAO PARLAMENTAR (CF, ART.58, 3)- MANDADO DE SEGURANA CONCEDIDO. CRIAO DE COMISSO PARLAMENTAR DE INQURITO: REQUISITOS CONSTITUCIONAIS (...)Ainda nessa alada, a ADI 3619 declarou inconstitucional a exigncia da Assembleia Legislativa de So Paulo, que adicionava um quarto requisito: aprovao do requisito de instaurao da CPI pela maioria absoluta.Ao Supremo Federal compete exercer, originariamente, o controle jurisdicional sobre atos de comisso parlamentar de inqurito que envolvam ilegalidade ou ofensa a direito individual, dado que a ele compete processar e julgar habeas-corpus e mandado de segurana contra atos das Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, art. 102, I, i, daConstituio, e a comisso parlamentar de inqurito procede como se fora a Cmara dos Deputados ou o Senado Federal ou o Congresso Nacional.Art. 102.Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituio, cabendo-lhe:I - processar e julgar, originariamente:i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionrio cujos atos estejam sujeitos diretamente jurisdio do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito mesma jurisdio em uma nica instncia;Atribuies (Competncias)Compete ao Congresso Nacional dispor sobre todas as matrias de competncia da Unio.Art. 48.Cabe ao Congresso Nacional, com a sano do Presidente da Repblica, no exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matrias de competncia da Unio, especialmente sobre:Quando o artigo anuncia essa competncia, ele no prope que as casas estejam atuando, necessariamente, de forma conjunta. A matria de aprovao de leis sempre ser separado, comeando no Senado se for de iniciativa de senador ou conjunto de senadores que propem o projeto de lei e, nos outros casos, comeando pela Cmara. Segundo o prprio artigo, o Congresso tem competncia nessa matria com a sano ou veto da Presidente, a menos que esse poder seja afastado por alguma outra norma, como por exemplo nas Emendas Constituio, que dispensa o veto/sano da PR.Art. 60, 3 - A emenda Constituio ser promulgada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo nmero de ordem.No seu art. 49 a constituio resguarda a competncia privativa (exclusiva) do Congresso certas matrias que, no normal, no se tratam propriamente de leis, mas de alguma deciso do prprio legislativo. Nesse sentido, o instrumento utilizado o Decreto Legislativo, que dispensa a sano ou veto presidencial. O normal deliberao sucessiva, e no conjunta das casas.Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional;Esse inciso trata-se de claro costume constitucional, que acarreta duas consequncias: a primeira refere-se ressalva compromissos gravosos ao patrimnio nacional, uma vez que ela no respeitada, ou seja, desconsiderada, e, por isso, devemos interpretar essa parte final do inciso com temperamentos, de modo extensivo. E a segunda refere-se ao prprio contedo do inciso, em que se levssemos ao p da letra sua instruo, o ato do Congresso seria a ltima palavra, o que significaria que o executivo celebraria um tratado, mas o Legislativo quem iria decidir, por isso que no Brasil, depois de editado o decreto legislativo, exige-se do Executivo um outro decreto que promulgue o reconhecimento do tratado. Art. 49, V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa; comum que as leis prevejam um regulamento para detalhar as condies de sua aplicao, desse modo cabe ao executivo exercer esse poder regulamentar. P Poder de regulamentar decorre diretamente dessa lei, o inciso d competncia ao legislativo apenas de paralisar a eficcia de qualquer regulamento que exceda os limites da matria.Art. 84.Compete privativamente ao Presidente da Repblica:IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo;VI - dispor, mediante decreto, sobre:a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos;b) extino de funes ou cargos pblicos, quando vagos;H hiptese, inclusive, do legislativo suspender a eficcia de lei que foi delegada ao executivo, desde que exceda a pontualidade da matria delegada. Art. 49, IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;Cabe nesse inciso interpretao decorrente da exigncia do princpio republicano de prestao de contas, alm da interpretao do princpio de diviso dos poderes, que exige um controle recproco dos poderes.A constituio resguarda competncia exclusiva agora Cmara, por meio da resoluo legislativa, sem sano ou veto, para matrias de repercusso interna, ou seja, auto-organizar e auto administrar.Art. 51. Compete privativamente Cmara dos Deputados:I - autorizar, por dois teros de seus membros, a instaurao de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica e os Ministros de Estado;Esse, entretanto, possui repercusso externa. A Cmara, aqui, faz um juzo de admissibilidade, mas no julga. Por fim, a constituio resguarda competncia exclusiva ao Senado, tambm por meio da resoluo legislativa, sem sano ou veto, para matrias que, em alguns mbitos, possuem a mesma logica da Cmara, o papel de auto-organizao e administrao. Esses atos prprios do Senado no precisam de provocao.No Caso do Senado h vrias hipteses com efeitos que se projetam externamente. A primeira refere-se competncia para nomeao de certas autoridades. Art. 52, III - aprovar previamente, por voto secreto, aps arguio pblica, a escolha de:a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituio;Os Ministros do STF so sabatinados pelo Senado. Comumente, o senado tende a aprovar todos os nomes. O indicado vai a CCJ, os senadores fazem perguntas e, por fim, levam ao plenrio a aprovao ou reprovao. Essa deciso, entretanto, no precisa de fundamentao. Art. 52, III, b) Ministros do Tribunal de Contas da Unio indicados pelo Presidente da Repblica;c) Governador de Territrio;d) Presidente e diretores do banco central;e) Procurador-Geral da Repblica;f) titulares de outros cargos que a lei determinar;Entende-se por outros titulares aqueles no judicirio, no executivo e no Tribunal de contas ou, ento, nas agncias reguladoras, em que suas leis preveem essa prerrogativa ao Senado.Art. 52, IV - aprovar previamente, por voto secreto, aps arguio em sesso secreta, a escolha dos chefes de misso diplomtica de carter permanente; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exonerao, de ofcio, do Procurador-Geral da Repblica antes do trmino de seu mandato;A segunda competncia de consequncia externa a Casa refere-se ao controle das finanas pblicas, sobretudo, controle do endividamento pblico, tanto dos entes locais, quanto da Unio, j que o Senado o representante dos Estados Federados. O comprometimento das finanas pblicas em uma federao no afeta apenas entes isolados, em ltima instncia, mas poder repercutir em uma federao por inteiro. Art. 52, V - autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios;VI - fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o montante da dvida consolidada da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;VII - dispor sobre limites globais e condies para as operaes de crdito externo e interno da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Pblico federal;VIII - dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia da Unio em operaes de crdito externo e interno;IX - estabelecer limites globais e condies para o montante da dvida mobiliria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;Por ltimo, a competncia do inciso X do art. 52, que refere a suspenso de lei inconstitucional, declarada pelo STF.Art. 52, X - suspender a execuo, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal;Essa deciso, entretanto, no se aplica a qualquer deciso do STF. Certas decises do supremo tm por sua prpria natureza uma eficcia geral, e por isso esse inciso se aplicaria apenas quelas que no possuem essa eficcia geral. Um exemplo foi o caso da anencefalia que, por meio de uma ADPF, que tem repercusso geral, possui o efeito erga omines, no necessitando dessa declarao do Senado. Existe uma corrente mais tradicional, e ainda utilizada, que admite que existam decises tomadas pelo STF que, teoricamente, no tm validade por si mesma. Essas decises so as proferidas pelo Supremo nos casos concretos, e que s valem para esses casos concretos (controle difuso). Em verdade, esse efeito da declarao do Senado vem dar uma racionalidade; o fato de proferir o efeito geral s declaraes de inconstitucionalidade que fora feito em um caso concreto concede certa isonomia s decises. Parece-nos estranho, portanto, imaginar que uma lei seria inconstitucional apenas para certas partes de um processo. Mas, mesmo assim, a viso dominante que esse inciso uma faculdade do senado, ou seja, o senado pode decidir por no faz-lo. H uma ressalva a esse pensamento desenvolvido aqui. O caso sobre a progresso de regime nos crimes Hediondos, em que o Supremo afirmou em HC que a vedao progresso feita anteriormente na lei era inconstitucional. Segundo o Ministro Gilmar Mendes, na Rcl 4335, mesmo nas decises que no se tenha eficcia erga omines, a jurisprudncia consolidaria o entendimento do Supremo e desconsiderar a jurisprudncia seria um anacronismo; o art. 52 serve apenas para dar publicidade s decises do Supremo, uma vez que o Supremo no julga, em si, o caso, mas a tese apresentada no caso.Por essa deciso, pode se concluir que esse inciso passou por uma mutao constitucional, de interpretao mesmo. Os argumentos contra essa deciso propem que o art. 52, X, tem um sentido mnimo, j que se no se passa a interpretar o artigo, mas sim a legislar e, alm do mais, recentemente a EC 45 criou a Smula vinculante, e o pensamento apresentado pelo Ministro estaria acabando com a lgica da smula vinculante, uma vez que se passa a aceitar que as decises em controle difuso seriam vinculantes por si s.Estatuto dos CongressistasDevemos entender como o conjunto de prerrogativas e impedimentos aplicveis aos parlamentares. Significa, portanto, um regime jurdico de exerccio da funo parlamentar, que se destina a preservar o exerccio da funo parlamentar, a proteger o parlamentar e o interesse pblico relacionado ao exerccio da funo.As prerrogativas estabelecem a ideia de conceder iseno e independncia a quem exercer esse cargo.Art. 53. Os Deputados e Senadores so inviolveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos.O artigo acime interpretado de forma ampliativa. A inviolabilidade, ou imunidade material, sustenta que os parlamentares so inviolveis por quaisquer declaraes que manifestem e tem por fim proteger aquele discurso que incomoda (elogio no gera processo judicial). O ato imune, no podendo ser responsabilizado nem depois do mandato. a imunidade parlamentar por excelncia, o parlamentar sem medo de falar o que pensa. Essa prerrogativa ampla quando na Casa parlamentar. EMENTA: (...) A palavra "inviolabilidade" significa intocabilidade, intangibilidade do parlamentar quanto ao cometimento de crime ou contraveno. Tal inviolabilidade de natureza material e decorre da funo parlamentar, porque em jogo a representatividade do povo. O art.53da Constituio Federal, com a redao da Emenda n35, no reeditou a ressalva quanto aos crimes contra a honra, prevista no art.32da Emenda Constitucional n1, de 1969. Assim, de se distinguir as situaes em que as supostas ofensas so proferidas dentro e fora do Parlamento. Somente nessas ltimas ofensas irrogadas fora do Parlamento de se perquirir da chamada "conexo como exerccio do mandato ou com a condio parlamentar" (INQ 390 e 1.710). Para os pronunciamentos feitos no interior das Casas Legislativas no cabe indagar sobre o contedo das ofensas ou a conexo com o mandato, dado que acobertadas com o manto da inviolabilidade. Em tal seara, caber prpria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais excessos no desempenho dessa prerrogativa. No caso, o discurso se deu no plenrio da Assembleia Legislativa, estando, portanto, abarcado pela inviolabilidade. Por outro lado, as entrevistas concedidas imprensa pelo acusado restringiram-se a resumir e comentar a citada manifestao da tribuna, consistindo, por isso, em mera extenso da imunidade material. Denncia rejeitada. (Inq. 1958/AC)Quando Proferidas fora da Casa parlamentar, o supremo cogita de restries, necessrio verificar se a declarao guarda alguma relao possvel e razovel com o mandato, ou inteiramente alheia funo pblica (Ex: Inq. 2036/PA).A Imunidade Processual, ou formal, sustenta-se em uma imunidade contra o seguimento de processo penal. Entretanto, no se diz que o ato do parlamentar no ser considerado crime, mas que em certos casos o processo apenas no corre no perodo do mandato, fica suspenso. Pela EC 35 de 2001 o artigo sofreu mudanas por causar muita impunidade, uma vez que anteriormente era necessrio que a casa o liberasse expressamente para que ele continuasse tramitando. Atualmente, o processo anda normalmente, a menos que, por maioria absoluta, a casa suspenda o processo. Uma vez que ocorra a suspenso do processo, a prescrio tambm fica suspensa. Pelo STF, essa no matria penal, mas de processo e, por isso, a Emenda tem aplicao imediata, atingindo os processos suspensos. Art. 53. 3 Recebida a denncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido aps a diplomao, o Supremo Tribunal Federal dar cincia Casa respectiva, que, por iniciativa de partido poltico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poder, at a deciso final, sustar o andamento da ao. 4 O pedido de sustao ser apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogvel de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.O Foro por prerrogativa de funo, ou foro privilegiado, indica que o processo criminal ser feito no Supremo (questo jurisprudencial). Como ponto positivo, pode se arguir que ela concentra os processos, o que tambm ajuda