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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS. AUTOR: DR. ANTONIO IVÁN RUIZ CHAVECO. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS. Para fazer possível a descrição matemática de um fenômeno real qualquer, inevitavelmente terá que ser simplificado idealizá-lo, fazendo ressaltar e tomando em conta só os fatores mais substanciais que atuam sobre este e desprezando os menos consideráveis. Então surge indevidamente o problema sobre se foram corretamente escolhidas ou não as hipóteses de simplificação. A modelagem de muitos desses processos naturais e das Ciências em geral é feita aplicando equações diferenciais, sejam estas do grau que forem em correspondência com o problema que se queira estudar, o qual pode ser ou não por médio de funções elementares, e em muitas ocasiões só podem-se descrever as características das soluções e não escrever ela de forma implícita ou explicitamente. Uma equação diferencial é uma relação funcional do tipo: 0 ) ,..., " , ' , , ( ) ( = n y y y y x F Onde x é a variável independente e ) ( ,..., " , ' , n y y y y representam à função desconhecida e suas derivadas. Se n=1 tem-se a equação de primeira ordem seguinte: F(x,y,y’)=0. Tem ocasiões que essa equação pode ser resolvida com relação à derivada, a qual se escreveria como a seguir: y’=f(x,y) (1) Uma solução da equação (1) é uma função y=y(x), que transforma a equação (1) em uma identidade, y’(x)=f(x,y(x)), igualdade que é satisfeita para todos os valores de x onde existem as soluções da equação.

Apostila de E.D.O

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS.

AUTOR: DR. ANTONIO IVÁN RUIZ CHAVECO.

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS.

Para fazer possível a descrição matemática de um fenômeno real qualquer,

inevitavelmente terá que ser simplificado idealizá-lo, fazendo ressaltar e tomando em

conta só os fatores mais substanciais que atuam sobre este e desprezando os

menos consideráveis. Então surge indevidamente o problema sobre se foram

corretamente escolhidas ou não as hipóteses de simplificação.

A modelagem de muitos desses processos naturais e das Ciências em geral é feita

aplicando equações diferenciais, sejam estas do grau que forem em

correspondência com o problema que se queira estudar, o qual pode ser ou não por

médio de funções elementares, e em muitas ocasiões só podem-se descrever as

características das soluções e não escrever ela de forma implícita ou explicitamente.

Uma equação diferencial é uma relação funcional do tipo:

0),...,",',,( )( =nyyyyxF

Onde x é a variável independente e )(,...,",', nyyyy representam à função

desconhecida e suas derivadas.

Se n=1 tem-se a equação de primeira ordem seguinte:

F(x,y,y’)=0.

Tem ocasiões que essa equação pode ser resolvida com relação à derivada, a qual

se escreveria como a seguir:

y’=f(x,y) (1)

Uma solução da equação (1) é uma função y=y(x), que transforma a equação (1) em

uma identidade,

y’(x)=f(x,y(x)), igualdade que é satisfeita para todos os valores de x onde existem as

soluções da equação.

Page 2: Apostila de E.D.O

Exempo1: A função kxcey = é solução da equação y’=ky para todo x real, pois

y’(x)=kxcke =ky(x).

Para cada valor de Rc ∈ , temos uma solução da equação, mas se desejamos a

solução que passa por um ponto dado ),( 00 yx do plano coordenado, nomeado plano

de fases, determina-se à solução que satisfaz essa condição, por exemplo, do

problema anterior a solução que satisfaz a condição y(0)=10, é kxey 10= .

Teorema1: Se a função f(x,y) é contínua na região D, a equação (1) tem solução

para todo (x,y) nessa região.

Pode ser que a solução seja única, mas dada uma condição inicial ),( 00 yx pode ter

mais de uma solução que passe por esse ponto, por isso é necessário conhecer as

condições de unicidade do problema.

Teorema de existência e unicidade.

A classe das equações diferenciais integráveis em quadratura é sumamente limitada;

por isso, já desde os tempos de Euler, obtiveram grande importância os métodos

aproximados na teoria de equações diferenciais. Na atualidade graça ao rápido

desenvolvimento da técnica de cálculo os métodos aproximado adquirem um valor

incomparavelmente maior.

Agora a minou resulta conveniente utilizar métodos aproximados com o uso de

calculadoras eletrônicas até nos casos em que a equação integra-se em quadratura.

Com grande freqüência a demonstração de teoremas de existência da solução da

também um método para a determinação exata ou aproximada da solução, o que

aumenta ainda mais a importância dos teoremas de existência.

A demonstração da existência das soluções de uma equação de primeira ordem da a

fundamentação do método de Euler de integração aproximada. Este método consiste

em que a curva integral buscada da equação diferencial,

),( yxfdx

dy = ,

que passa pelo ponto ( )00, yx , se substitui por uma quebrada construída por segmento

lineares cada um dos quais é tangente à curva integral em um dos seus pontos

fronteira. Nesse caso busca-se o valor da solução y=y(x) no ponto x=b, se 0xb > , o

Page 3: Apostila de E.D.O

segmento bxx ≤≤0 divide-se em n partes iguais pelos pontos nxxx ,...,, 10 , onde bxn = .

O comprimento de cada segmento hxx ii =−+1 chama-se passo do cálculo. O valor

aproximado da solução no ponto ix , é denotado por iy .

Para calcular 1y se substitui no intervalo 10 xxx ≤≤ a curva integral buscada pelo

segmento de sua tangente no ponto ( )00, yx Pelo tanto,

001 'hyyy += ,

onde ),(' 000 yxfy = . Em forma análoga calcula-se,

112 'hyyy += , onde ),(' 111 yxfy = ;

11 ' −− += iii hyyy , onde ),(' 111 −−− = iii yxfy , com i=3,4,...,n.

Se 0xb < , o esquema de cálculo se mantém, mas o passo h é negativo.

É natural esperar que quando 0→h as quebradas de Euler se aproximem da gráfica

da curva integral buscada. Pelo tanto, ao diminuir o passo h o método de Euler da um

valor a cada vez mais exato da solução buscada no ponto b.

Teorema 2 (teorema de existência e unicidade): Se na equação,

),( yxfdx

dy = (1),

a função f(x,y) é contínua no retângulo D:

( ) },/,{ 00002 byybyaxxaxRyxD +≤≤−+≤≤−∈= ,

E satisfaz em D a condição de Lipschitz:

2121 ),(),( yyNyxfyxf −≤− ,

Onde N é uma constante, então existe uma única solução )(xyy = ,

HxxHx +≤≤− 00 da equação (1), que satisfaz a condição 00)( yxy = , onde,

<NM

baH

1,,min , ( )yxfM ,max= em D.

Observação: A condição de Lipschitz,

2121 ),(),( yyNyxfyxf −≤− ,

Page 4: Apostila de E.D.O

pode ser substituída por uma outra mais fácil de comprovar: a existência da derivada

parcial limitada ),(' yxf y na região D.

Em efeito, se em D,

Nyxf y ≤),(' ,

então, ao aplicar o teorema do valor médio, obtém-se,

2121 .),('),(),( yyxfyxfyxf y −≤− ξ ,

onde ξ é um valor entre 21eyy , pelo tanto o ponte ( )ξ,x encontra-se em D.; por isso,

se, Nyxf y ≤),(' , então, 2121 ),(),( yyNyxfyxf −≤− .

Demonstração do teorema1: Substituindo a equação diferencial

),( yxfdx

dy = ,

Coma condição inicial

00)( yxy = ,

Pela equação integral equivalente,

∫+=x

x

dttytfyy0

))(,(0 (2)

Para construir a quebrada de Euler )(xyy n= que parte do ponto ( )00, yx com um

passo n

Hhn = no segmento Hxxx +≤≤ 00 , o processo é dividido em três etapas:

1) A seqüência )(xyy n= é uniformemente convergente.

2) A função nyxy lim)( = é a solução da equação integral (2).

3) A solução )(xy é única.

Para demonstrar a etapa (1), se expressa a equação (1) da forma,

)())(,(' xxyxfy nnn η+= 1+≤≤ kk xxx (3)

onde,

( ) ( ))(,,)( xyxfyxfx nkkn −=η ,

Page 5: Apostila de E.D.O

Em virtude da continuidade uniforme de f(x,y) em D, tem-se que

nn x εη <)( (4)

onde 0→nε quando ∞→n .

Integrando (3) com relação a x entre 0x e x, e tendo em conta que 00 )( yxyn = , tem-

se:

∫ ∫++=x

x

x

x

nnn dttdttytfyxy0 0

)())(,()( 0 η (5)

Considerando um m>0, devido a validez de 4 para qualquer n, tem-se.

∫ ∫ +++ ++=x

x

x

x

mnmnmn dttdttytfyxy0 0

)())(,()( 0 η (6)

Tomando o módulo da diferença entre (5) e (4), obtém-se,

( )∫ ∫ −+−=− +++

x

x

x

x

nmnnmnnmn dtttdttytftytfyxy0 0

)]()([])(,))(,([)( ηη (7)

A partir de (7) tendo em consideração (4) e a condição de Lipschitz quando

Hxxx +≤≤ 00 , conclui-se que :

( ) HdttytyNxyxy nmn

x

x

nmnnmnHxxx

.)()(max)()(max0

00

εε ++−≤− ++++≤≤ ∫

De onde se conclui que,

( )ε

εε<

−+

≤− +++≤≤ NH

Hxyxy nmn

nmnHxxx 1

)()(max00

Para todo 0>ε , e todo )(1 εNn > , assim chega-se a que )(xyn é uniformemente

convergente em Hxxx +≤≤ 00 , e converge )(xy , onde )(xy é uma função

contínua.

Para demonstrar a etapa (2), se passa ao limite na equação (5) quando ∞→n :

∫ ∫∞→∞→∞→++=

x

x

x

x

nn

nn

nn

dttdttytfyxy0 0

)(lim))(,(lim)(lim 0 η (8)

Page 6: Apostila de E.D.O

Em virtude da convergência uniforme de )(xyn para )(xy , e a continuidade uniforme

de f(x,y) em D, a seqüência ( ))(, xyxf n converge uniformemente para ( ))(, xyxf . Assim

pode-se passar ao limite dentro da integral na expressão (8), e assim conclui-se que:

∫+=x

x

dttytfyxy0

))(,()( 0 .

Para provar a etapa (3), suponha-se que existem duas soluções )(1 xy e )(2 xy da

equação (2) tais que,

0)()(max 2100

≠−+≤≤

xyxyHxxx

.

Assim ter-se-ia que,

∫+=x

x

dttytfyxy0

))(,()( 101

E

∫+=x

x

dttytfyxy0

))(,()( 202

Para todo, Hxxx +≤≤ 00 , e restando membro a membro, e aplicando a condição de

Lipschitz se tem,

)()(max

)()(max)()(max

2100

00000

xyxyNH

dttytyNxyxy

Hxxxx

x

x

nmnHxxx

nmnHxxx

−≤

−≤−

+≤≤

++≤≤++≤≤ ∫ (9)

Isso é uma contradição com que 0)()(max 2100

≠−+≤≤

xyxyHxxx

, posto que pela hipótese

do teorema N

H1< , e de (9) se deduz que 1≥NH . De isso se chega a que

0)()(max 2100

=−+≤≤

xyxyHxxx

E assim ambas as soluções coincidem, ficando assim demonstrado o teorema.

Page 7: Apostila de E.D.O

Equações em variáveis separáveis.

Uma equação em varáveis separáveis é uma equação da forma:

f(y)dy=g(x)dx (3)

como temos a igualdade entre dois diferenciais suas integrais se diferenciam em

uma constante, assim temos que:

∫ ∫ += Cdxxgdyyf )()(

Exemplo 2: Seja a equação xdx+ydy=o então sua solução é,

Cyx =+ 2/2/ 22 , C ≥ 0

É evidente que a constante tem que ser não negativa, pois no membro esquerdo

temos uma soma de quadrados.

A continuação verá equações que podem ser reduzidas a variáveis separáveis.

1.- A equação da forma y’=f(ax+by), a y b reais, se reduz a variáveis separáveis por

médio da substituição:

z=a x+by⇒z’=a+by’⇒z’=a+bf(z)

a que é uma equação em varáveis separáveis.

Exemplo 3: Seja a equação y’=2x+y.

z=2x+y⇒z’=2+y’=2+z⇒ dxz

dz =+2

⇒ 2−= xCez

2.- A equação homogênea de primeira ordem

)('x

yfy =

Pode ser reduzida a varáveis separáveis com a transformação

x

yz = ⇒ )(zfz

dx

dzx =+

Que é uma equação em varáveis separáveis.

Exemplo 4: Seja a equação

+=x

ytg

x

y

dx

dy.

Esta equação com a transformação anterior adota a forma:

x

dxdz

senz

z =cos⇒ Cx

x

ysen =

, C∈R.

Page 8: Apostila de E.D.O

Exercícios:

Resolver as seguintes equações:

1. y

e

dx

dy x

ln

2

=

2. ( ) ( ) 011 22 =+−+ dyxyyx , y(0)=1

3. ,4 xtdt

dx = x(0)=2

4. ( )( )42 −−= ρρρϕρ

d

d

5. tgydx-cotgxdy=0

6. (12x+5y)dx+(5x+2y)=0

7. 22 yxy

dx

dyx ++=

8. 0cos

=− dxyex

dy x

9. 0cos2

2

=− dxx

esenydy

x

10. 04 2 =+− dxyxydx , y(1)=1

11. 041 22 =−−+ dxydyx

12. ( )( )dxyyyxxydy 231 23 +−+=

13. 01

ln =+− dxy

xydy

14. 2x+y)dy=(4x+2y)dx

15. ( ) 022 =−−+ xydydxyxyx

Equações lineares de primeira ordem.

Chama-se equação linear de primeira ordem a uma equação linear com respeito à

função desconhecida e a sua derivada. É dizer uma equação da forma:

y’+p(x)y=f(x) (4)

Page 9: Apostila de E.D.O

onde p(x) e f(x) são funções contínuas na região de integração.

Se f(x)=0 para todo x, a equação chama-se linear homogênea .

Para determinar a solução da equação (4) integramos a equação homogênea:

y’+p(x)y=0 (5)

e buscamos uma solução particular da equação de (4), e a soma delas é a solução

geral da equação (4).

Exemplo 4: Seja a equação 2' xx

yy =− .

0=−x

y

dx

dy ⇒

x

dx

y

dy = ⇒ cxyh =

Para determinar a solução particular aplicaremos o método de variação da

constante, é dizer,

xxcyp )(= ⇒ )()('' xcxxcy p +=

E substituindo na equação obtemos:

2)(' xxxc = ⇒c(x)= 2/3x ⇒ += cxy 2/3x .

Equação de Bernoulli.

A equação de Bernoulli constitui um exemplo de equação reduzível a linear, essa

equação tem a forma:

nyxfyxpy )()(' =+ , n 1,0≠ .

Para se reduzir a linear, dividamos a equação por ny , assim temos:

)()(' 1 xfyxpyy nn =+ −−

Equação que queda reduzida a linear só com a transformação nyz −= 1

.

Exemplo 4: Seja a equação y

x

x

y

dx

dy

22

2

=− .

Multiplicando por 2y obtemos a equação,

22

2'2 x

x

yyy =−

Page 10: Apostila de E.D.O

Equação que se reduze a linear por médio da transformação, 2yz = , chegando á

equação,

2' xx

zz =−

cuja solução é,

2

3xcxz += , e assim,

2

32 x

cxy += .

Exercícios.

16. y’+2xy=x, y(0)=-3.

17. xy’+y=2x, y(1)=1.

18. 2

1

yxdx

dy

+= , y(-2)=0

19. xeyy 3' =+

20. 223' xyxy +=

21. 1'2 =+xyyx

22. xdy=(xsenx-y)dx

23. 2

1'

yyxy =+

24. ( )1' 3 −= xyyy

25. xyyyx =+ 22 '

26. 2' yeyy x=−

27. ( ) 21' xyyxxy =+−

28. 42 32' yxyyx =− , y(1)=1/2.

Page 11: Apostila de E.D.O

29. 2'2

y

x

x

yy −= , y(1)=1.

Equação exata.

Uma equação da forma:

M(x,y)dx+N(x,y)dy=0 (6)

é uma equação diferencial exata se existe uma função U(x,y) tal que :

dU=M(x,y)dx+N(x,y)dy (7)

assim a equação toma a forma, dU(x,y)=0, e sua integral é:U(x,y(x))=C.

Considerando que a função U é duas vezes continuamente diferençável, e tendo em

conta que:

dyy

Udx

x

UdU

∂∂+

∂∂= (8)

Chega-se a que, uma condição necessária e suficiente para que a equação (6) seja

exata, é que:

x

N

y

M

∂∂=

∂∂

, para todo (x,y) na região de integração.

De (6) e (8) tem-se que;

),( yxMx

U =∂∂

, e ),( yxNy

U =∂∂

(9)

Integrando a primeira equação de (9) em relação a x, considerando ( )00, yx na

região de integração D, se obtém:

∫ +=x

x

yCdxyxMyxU0

)(),(),(

Derivando esta expressão em relação a y tem-se:

∫ +∂

∂=∂∂ x

x

yCdxy

M

y

U

0

)('

Fazendo uso da condição necessária e suficiente se chega a que,

∫=y

y

dyyxNyC0

),()( 0 ,

Page 12: Apostila de E.D.O

Assim concluímos que a solução está dada por:

CdyyxNdxyxMx

x

y

y

=+∫ ∫0 0

),(),( 0 (10)

Exemplo 4: Seja a equação ( ) ( ) 031 2 =+−+++ dyyxdxyx .

Tem-se que x

N

y

M

∂∂==

∂∂

1 , então é exata, aplicando a fórmula (10), temos que:

∫ ∫ =+−+++x

x

y

y

Cdyyxdxyx0 0

)3()1( 20 ,

Chega-se a:

1

32

332

Cyy

xxyx =+−++ .

Há ocasiões em que a equação (6) não é exata, mas existe uma função ),( yxµ ,

chamada fator integrante tal que:

0=+ NdyMdx µµ ,

É exata, então,

x

N

y

M

∂∂=

∂∂ µµ

,

Assim obtém-se que:

y

M

x

NN

xM

y ∂∂−

∂∂=

∂∂−

∂∂ µµ lnln

(11)

Como se pode ver a equação (11) é muito difícil de resolver, mas, para casos

particulares se pode ser integrada sem muita dificuldade. Se )(xµµ = , a equação

(11) tem a forma:

y

M

x

NN

dx

d

∂∂−

∂∂=− µln

.

Exemplo 4: A equação Linear y’+p(x)y=f(x). Pode ser integrada buscando um fator

integrante que só dependa de x, ou seja:

[p(x)y-f(x)]dx+dy=0.

Page 13: Apostila de E.D.O

Se )(xµµ = , então,

)(ln

xpdx

d −=− µ⇒

∫=dxxp

e)(µ .

Assim a equação linear adota a forma

[p(x)y-f(x)]∫ dxxp

e)(

dx+∫ dxxp

e)(

dy=0,

Que como se pode comprovar é exata.

Exemplo 5: Seja a equação xx

yy 3' =− .

Aqui se têm que ∫=

−x

dx

eµ ⇒ µ =1/x. A equação então adota a forma:

032

=+

−−x

dydxx

x

y

A qual é uma equação exata, assim temos que:

∫∫ =+

+−y

y

x

x

Cx

dydx

x

y

00 02

3

E a solução é;

13 Cxx

y =− ,

Então

21 3xxcy +=

Observação: Para toda equação integrável em quadratura existe um fator

integrante, mas na maior parte das ocasiões é muito difícil determinar esse fator

integrante.

Exercícios:

Resolver as seguintes equações:

30. (2x-1)dx+(3y+7)dy=0

Page 14: Apostila de E.D.O

31. (5x+4y)dx+(4x-8 3y )dy=0

32. ( ) ( ) 0cos23 223 =++−− dyxyxydxxsenxyy

33. ( ) ( ) 01lnln =++− − dyyxdxeyy x

34. 262 xyxe

dx

dyx x +−=

35. 03

13

1 =

+−+

+− dyxy

dxyx

36. (tgx-senxseny)dx+cosxcosydy=0

37. ( ) xyxdx

dyyx 44221 32 +=−−

38. 2x-y)dx-(x+6y)dy=0

39. dyxdxx

yx )ln1(ln1 −=

++

40. 02

2

2

=− dyy

xdx

y

x

41. ( ) ( ) 1)0(,02 ==++++ ydyyexdxye yx

42. ( ) ( ) 1)1(,12 22 =−+++ ydyxxydxyx 3

Aplicações das equações diferenciais de primeira or dem.

Existem múltiplos exemplos de aplicações das equações diferenciais de primeira

ordem, ente elas o desenvolvimento de capital, crescimento de colônias de

bactérias, estúdio de ortogonalidade de curvas, etc. Só veremos a modo de exemplo

as curvas ortogonais e o crescimento de colônias de bactérias.

È conhecido que dadas duas retas 1r e 2r não paralelas aos eixos coordenados são

perpendiculares se e somente se, seus coeficientes angulares satisfazem a relação:

1. 21 −=mm .

Duas curvas 1C e 2C são ortogonais em um ponto se, e somente se, suas retas

tangentes forem perpendiculares no ponto de interseção.

Page 15: Apostila de E.D.O

Exemplo 6: Sejam as curvas definidas por 3xy = e .43 22 =+ yx elas são

ortogonais nos pontos de interseção.

Solução: Não é difícil ver que os pontos (1,1) e (-1,-1) são os pontos de interseção

dessas curvas. A inclinação da reta tangente à parábola é 23' xy = , logo,

y’(1)=y’(-1)=3.

Entretanto, a inclinação da reta tangente à elipse é y

x

dx

dy

3−= , assim temos que as

tangentes nos pontos indicados têm as seguintes inclinações:

y’(1,1)=y’(-1,-1)=-1/3.

Assim temos que se cumpre à condição, portanto as curvas são ortogonais.

Quando todas as curvas de uma família G(x,y,c)=0 interceptam ortogonalmente

todas as curvas de outra família H(x,y,c)=0, então dizemos que as famílias são

trajetórias ortogonais uma da outra.

Exemplo 7: Encontre as trajetórias ortogonais da família de curvas y=c/x.

A derivada da família de hipérboles é:

Substituindo c=xy obtém-se,

x

y

dx

dy −=

A equação diferencial da família ortogonal é:

y

x

dx

dy =

Separando as variáveis e integrando obtemos:

cxy =− 22

Como se percebe é outra família de hipérbole.

2'

x

cy −=

Page 16: Apostila de E.D.O

Em muitos problemas de natureza real envolvendo crescimentos ou decrescimento

de populações aparece o problema de valor inicial seguinte:

00 )(, xtxkxdx

dy ==

Onde em dependência do sinal de k, pode ser um crescimento ou um decrescimento

da população, sustância que se desintegra, capital, etc.

Exemplo 7: Em uma população de certa comunidade se tem um crescimento a uma

taxa proporcional ao número de pessoas presentes em qualquer instante. Se a

população duplicou em 5 anos, quando ela triplicará?

Solução: N(t)-população no momento t. Assim temo o problema:

0)0(, NNkNdt

dN ==

A solução desse problema tem a forma:

kteNtN 0)( =

Como para t=5 a população duplicou, temos que,

⇒ 5 2=ke ⇒

5 2ln=k

Assim temos que para que a população se triplique teríamos,

5 2ln003 teNN = ⇒ 523

t

= ⇒ 52ln

3ln

=t .

Exemplo 8: Segundo dados do IBGE a população no município de Tabatinga nos

censos dos anos de 1991 e 2000 foi respectivamente de 27. 923 e 37.919 habitantes

respectivamente. Aqui se tem que a taxa de crescimento da população foi de um

3.5%. Com esta taxa, qual deveria ser a população no ano 2010?

Solução: N(t)-população no momento t. Assim temo o problema:

0)0(, NNkNdt

dN ==

A solução desse problema tem a forma:

kteNtN 0)( =

keNN 5002 =

Page 17: Apostila de E.D.O

Onde 919.370 =N , e 100

5.3=k , como t=10, tem-se que,

311.53)10( =N , o que não esta longe do que reportou o censo do 2010 que foi

52.279 habitantes.

Aplicações nas comunidades indígenas.

Um dos instrumentos usados pelos indígenas é a zara batana o qual tem

mostrado muita efetividade na casaria.

Exemplo 9: Um índio com uma zarabatana quer atingir um macaco pendurado num

galho e coloca-se embaixo dele verticalmente, o índio aplica uma pressão

manométrica constante de P=5 kPa por detrás do dardo,o qual pesa w= 0.5N e tem

um área lateral de contato com aparte interna da zarabatana de A=1500mm2, a

separação do dardo e a zarabatana é de h= 0.01mm. A superfície interna da

zarabatana esta seca, o ar e o vapor da respiração do índio atuam como fluido

lubrificador entre o dardo e a zarabatana.

Esta mistura tem uma viscosidade de

µ =3.10-5 Ns/m2

Calcular:

a) A variação da Velocidade(V) com relação a Z, como função.

dV/dZ= f (P, D ,W A, h, V )

Quando se dispara o dardo acima verticalmente.

Page 18: Apostila de E.D.O

Solução.

Dados:

V = velocidade do dardo no instante t.

Z = altura do dardo no instante t.

t = 0, Z = 0 (boca do índio), a=dV/dt,V=dZ/dt, a aceleração e V- velocidade do dardo.

Para formar a equação diferencial precisamos da lei de viscosidade de Newton

idF dV

dA dyµ= ,

Fi – Força de resistência lateral do fluido a movimento do dardo.

Veja no gráfico

Da lei da viscosidade de Newton obtemos a força Fi de resistência pelo o fluido

viscoso.

i

dV VdF dA dA

dy hµ µ= =

De onde integrando

i

VF A

hµ=

por outra parte i

FP

A= , F –força produto da pressão manométrica,

2 2( / 2 )i iA r D hπ π= = −

Aplicando a segunda lei de Newton e transformando convenientemente obtemos

Page 19: Apostila de E.D.O

i

dVdV dV dZ dVdZF F W ma m m m m V

dtdt dZ dt dZdZ

− − = = = = =

onde isolamos dV

dZ

2/ ( / 2 ) /i i iF F W PA VA h W P D h VA h WdV

dZ mV mV mV

µ π µ− − − − − − −= = =

b) Calcular o comprimento necessário da zarabatana, sim deseja que a velocidade

do dardo na saída atinja 15 m/s.

Temos no anterior uma equação de variáveis separáveis com relação a V e Z,

obtemos.

2( / 2 )i

mVdVdZ

AP D h W V

hπ µ

=− − −

,

integrando ambos os lados

15

20 0( / 2 )

l

i

mVdVdZ

AP D h W V

hπ µ

=− −

∫ ∫ ,

onde l é a longitude da zarabatana

De onde obtemos resolvendo as integrais uma expressão para calcular o l

Resposta l=1.88m

Exercícios:

Encontre as trajetórias ortogonais das famílias de curvas seguintes:

43. y=C/x

44. 2Cxy =

44. xCey −=

45. ( )2Cxy −=

46. xC

y+

= 1

Page 20: Apostila de E.D.O

47. Em uma cultura, há inicialmente 0N bactérias. Uma hora depois (t=1) o número

de bactérias passa a ser 2

3 0N. Se a taxa de crescimento é proporcional ao número

de bactérias presentes, determine o tempo necessário para que o número de

bactérias triplique.

48. A população de uma cidade cresce a uma taxa proporcional à população em

qualquer tempo.Sua população inicial de 500 habitantes aumenta 15% em 10 anos.

Qual será a população em 30 anos.

49. Segundo dados de IBGE a população de Tabatinga no ano 2010 é de 52.279

habitantes, isso representou uma taxa de crescimento com relação ao censo anterior

de um 3.4%. Com essa taxa de crescimento qual será a população no ano 2020?

Quantos anos demorarão em atingir uma população 100.000 habitantes?

50. Segundo dados de IBGE a população do Alto Solimões no ano 2010 é de

214.411 habitantes se a taxa de crescimento fosse a mesma de Tabatinga, qual será

a população no ano 2020? Quantos anos demorarão em atingir uma população de

um milhão de habitantes?

Equações lineares de ordem superior.

Muitos problemas da Ciência e a Técnica são modelados por equações de ordem

superior, em particular as equações lineares têm um role muito importante nas

aplicações fundamentalmente na Física.

Uma equação linear de ordem n tem a forma:

)()(...)( )1(1

)( xfyxpyxpy nnn =+++ −

(12)

Onde )(),(),...,(1 xfxpxp n são funções contínua na região de integração da equação,

[a,b]. Então para qualquer ),(0 bax ∈ tal que:

(13)

Existe uma única solução de (12) que satisfaz a condição inicial (13).

Se f(x)=0 para todo x, então a equação (12) diz-se homogênea, a qual tem a forma:

0)(...)( )1(1

)( =+++ − yxpyxpy nnn

(14)

0)1(

0)1(

0000 )(,...,')(',)( −− === nn yxyyxyyxy

Page 21: Apostila de E.D.O

Considerando um operador diferencial linear L tal que:

yxpyxpyyL nnn )(...)(][ )1(

1)( +++= −

A equação (14) toma a forma:

L[y]=0 (15)

Propriedades.

1.- Se myy ,...,1 são soluções de (15), então ∑=

m

iii yc

1 é solução de (15).

D; L[∑=

m

iii yc

1

]= 0][1

=∑=

m

iii yLc .

É evidente que y(x)=0 é solução de (15), isso unida a que se satisfaz a propriedade

(1) implica que o o conjunto das soluções de (15) é um espaço vetorial de

dimensão n. Assim para ter qualquer solução de (15) só precisamos de uma base

de esse espaço.

2.- Se y=u+iv é solução então u e v são soluções de (15).

D; 0=L[u+iv]=L[u]+iL[v] ⇒L[u]=0 e L[v]=0.

3.- Se nyy ,...,1 , são linearmente independente, então ∑=

=n

iiih ycy

1

é a solução

geral de (15), é dizer toda solução de (15) expressa-se dessa forma.

nyy ,...,1 -sistema fundamental de soluções.

Seja a equação linear homogênea com coeficientes constantes,

0...)1(1

)( =+++ − yayay nnn

(16)

Onde ),...,1(, niai = são constantes, neste caso sem muita dificuldade podem

ser determinadas as n soluções LI da equação (16), as quais serão determinadas

da forma kxey = , dado que temos uma combinação linear de uma função e sua s

derivadas. Substituindo kxey = na equação (16), obtém-se:

.0...11 =+++ − kx

nkxnkxn eaekaek

Page 22: Apostila de E.D.O

Como 0≠kxe , pode-se cortar essa expressão uma vez posta em evidencia, e

assim queda a equação,

0...11 =+++ −

nnn akak (17)

A equação (17) denomina-se equação característica da equação (17), e ela permite

uma vez determinados os valores de k obter as n soluções LI.

Caso I) Se nkkk ,...,, 21 são n raízes reais diferentes de (17), então,

,

São as n soluções LI da equação (16).

Exemplo 8: Seja a equação: y”-3y’+2y=0.

A equação característica é,

0232 =+− kk

E suas raízes são 12 11 == ekk , assim a solução geral será;

xxh ececy 2

21 += .

Caso II) Si existem as raízes ibaibekak −=+= 21 , da equação (17) então,

( )isenbxbxe ax +cos , é solução da equação (16), e assim a parte real

bxe ax cos e a parte imaginária senbxeax são também soluções de (16). E são

as duas soluções LI correspondente a essa dupla de valores próprios.

Exemplo 9: Seja a equação: y”+4y=0.

Como as raízes da equação característica,

042 =+k , são 2i e -2i, tem que, a solução geral da equação é:

xsencxcyh 22cos 21 +=

Caso III) Se 1k é uma raiz da equação (17) de multiplicidade m, então essas m

soluções de (16) LI têm a forma:

xkxkxk neee ,...,, 21

Page 23: Apostila de E.D.O

xkmxkxk exxee 111 1,...,, −

Exemplo 10: Seja a equação y”+2y’+y=0.

A equação característica tem a forma,

0122 =++ kk ⇒ ( ) 01 2 =+k ,

tem-se a raiz k=-1 de multiplicidade 2. Assim a solução geral é,

xxh xececy −− += 21 .

Exercícios:

Determine a solução geral das equações seguintes:

51. y”+9y=0

52. y’’’+y’=0

53. y’’’+2y’’+y’=0

54. y”-7y’+12y=0

55. y’’’+10y’’+25y’=0

56. y’’+2y’+2y=0

57. y’’’+3y’’=0

Determine a solução que satisfaz a condição indicada:

58. y’’-y=0, y(0)=0, y’(0)=2.

59. y”-4y’+4y=0, y(0)=0, y’(0)=8

60. y’’-4y’+9y=0, y(0)2, y’(0)=0

61. 0=− yy IV , y(0)=1, y’(0)=0y’’(0)=0y”’(0)=0

Método dos coeficientes indeterminados.

Dada la equação linear não homogênea com coeficientes constantes seguinte,

)(...)1(1

)( xfyayay nnn =+++ −

(18)

ou o que é o mesmo

L[y]=f(x)

Teorema: Se hy é solução de (16) e py é solução de (18), então y= hy + py é

solução de (18).

Page 24: Apostila de E.D.O

D: Aplicando o operador a ambos os membros, temos que.

L[y]=L[ hy + py ]=L[ hy ]+L[ py ]=f(x).

O método dos coeficientes indeterminado consiste em expressar por médio de

coeficientes paramétricos a solução particular py da equação (18), parâmetros

que são determinados de modo que tal função satisfaça a equação. Esse processo

é feito em correspondência com a função f(x), de acordo a como seja essa equação

assim será a solução da equação aparecendo assim quatro casos diferentes:

Caso I.- Se f(x) é um polinômio da forma,

mmnm

m axaxaxaxpxf ++++== −−

11

10 ...)()(

Se k=0 é raiz da equação característica de multiplicidade r, então a solução

particular tem a forma,

]...[)( 11

10 mmnmr

mr

p bxbxbxbxxqxy ++++== −−

Exemplo 10: Seja a equação, y’’-y=x+1.

A solução da equação homogênea é, xx

h xececy −+= 21 , onde 1 e -1 são as

raízes da equação característica, assim temos que py =ax+b, pois f(x) é um

polinômio de grau um e o zero não é raiz da equação característica.

Avaliando na equação temos que

(0)+(ax+b)=x+1⇒a=1, e b=1, então py =x+1.

Caso II.- Se x

m expxf α)()( = , e α é raiz da equação característica de

multiplicidade r, então,

xm

rp exqxy α)(=

Exemplo 11: Seja a equação y’’+3y’+2y= xe−

Page 25: Apostila de E.D.O

Aqui temos que xx

h xececy −− += 22

1 , como que α =-1 é raiz da equação

característica de multiplicidade r=1, temos que :

xp axey −= ⇒

xxp aeaxey −− +−=' ⇒

xxp aeaxey −− −= 2''

[xx aeaxe −− − 2 ]+3[

xx aeaxe −− +− ]+2[xaxe−

]=xe−⇒a=1.

Assim, x

p xey −= .

Caso III.- Se ])(cos)([)( xsenxtxxpxf sm ββ += , e iβ é raiz da equação

característica de multiplicidade r, então a solução particular da equação (18) tem a

forma :

])(cos)([ xsenxgxxqxy kkr

p ββ +=

Onde k=Max{m,s}, indica o grado de tais polinômios.

Exemplo 11: Seja a equação y’’-4y=cosx.

As raízes da equação características são 2 e -2, assim,

xxh ececy 2

22

1−+=

E a solução particular tem a forma:

bsenxxay p += cos

Derivando e substituindo na equação, temos que,

-[acosx+bsenx]-[acosx+bsenx]=cosx

Assim temos que: a=-1/5, e b=0 ⇒ xy p cos5/1−= .

IV.- Se ])(cos)([)( xsenxtxxpexf smx ββα += , e iβα + é raiz da equação

característica de multiplicidade r, então a solução particular tem a forma:

])(cos)([ xsenxtxxpexy kkxr

p ββα +=

Onde k=Max{m,s}, indica o grado de tais polinômios.

Exemplo 11: Seja a equação y’’-y’= senxex.

A solução geral da equação homogênea é:

Page 26: Apostila de E.D.O

xh eccy 21 +=

Como que 1+i não é raiz da equação característica, a solução particular tem a forma:

]cos[ bsenxxaey xp +=

Derivando e substituindo na equação temos que,

]cos[2 xbsenxex +− -[ ]cos[ bsenxxaex + + ]cos[ xbsenxex +− ]=

senxex

Igualando os coeficientes de expressões semelhantes temos que:

=+−=−−

0

1

ba

ba⇒a=b=-1/2.

Conclui-se então que

][cos21

senxxey xp +−= .

Teorema: Se iy é solução da equação )(][ xfyL i= (i=1,...,m), então y=∑=

m

iiy

1

é

solução da equação ∑=

=m

iifyL

1

][ .

Exercícios: Resolver as seguintes equações não homogêneas.

62. y’’’-y’=2x.

63. y’’’-y= xe x +2 .

64. y’’+y=cosx.

65. y’’+2y’+y= xe x cos .

66. y’’’+4y’’+4y’= senxe x.

67. y’’+6y’+9y=9.

68. y’’’+8y=cosx+2.

69. y’’+4y= senxex.

70. y’’’-3y’’+2y’=2x+1.

Page 27: Apostila de E.D.O

Método de variação das constantes.

Este é o método mais geral que existe para a determinação de uma solução

particular da equação (18), inclusive aplicável a equações com coeficientes variáveis

uma vez conhecido um sistema fundamental de soluções para a equação

homogênea.

Se ∑=

=n

iiih ycy

1é a solução geral da equação homogênea (16), então se pode

determinar uma solução particular da forma:

∑=

=n

iiip yxcy

1

)(

E dizer, considerando as )(xcc ii = , não como constantes senão como funções de

x, as quais são determinadas de modo que py satisfaz a equação (18), assim para

sua determinação forma-se um sistema que permite lhe calcular.

∑=

=n

iiip yxcy

1

)( = hyxC ).( , o que é o mesmo o produto escalar desses vetores.

Derivando py temos que py' = hyxC ).(' + hyxC ').( , se consideramos que py'

tenha a forma que corresponde aos ic constantes, então teríamos

hyxC ).(' =0 (19)-1.

E py ' = hyxC ').( , derivando novamente esta expressão temos que,

py' = hyxC ').(' + hyxC '').( , se fizermos novamente a suposição anterior, temos

que

py' = hyxC '').( , e se teria a condição.

hyxC ').(' =0 (19)-2

Continuando o processo se teria

Page 28: Apostila de E.D.O

hnyxC )1().(' −

=0 (19)-(n-1)

E a n-ésima condição sai de considerar py solução de (18), e assim temos que

hnyxC )().(' =f(x) (19)-(n)

E o sistema é :

=

=

==

)().('

0).('

...................

0').('

0).('

)(

)1(

xfyxC

yxC

yxC

yxC

nh

nh

h

h

(19)

Esses produtos escalares podem-se expressar em forma desenvolvida, por exemplo:

hyxC ).(' =∑=

n

iii yc

1

' .

Exemplo 11: Seja a equação y’’+y=1/cosx.

Como se pode ver esta não é uma das equações do tipo tratado no método de

coeficientes indeterminados. A solução geral da equação homogênea é:

senxcxcyh 21 cos +=

Buscaremos a solução particular da forma,

senxxcxxcy p )(cos)( 21 +=

Assim o sistema para determinar as ic tem a forma;

=+−

=+

xxxcsenxxc

senxxcxxc

cos1

cos)(')('

0)('cos)('

21

21

De sua solução tem-se que xxc =)(2 , e xxc cosln)(1 = , e assim a

solução particular é a seguinte,

Page 29: Apostila de E.D.O

xsenxxxy p += coscosln

E a solução geral da equação não homogênea é:

senxcxcy 21 cos += + xsenxxx +coscosln .

Exercícios: Resolver as seguintes equações não homogêneas:

71. y’’’+5y’’=4

72. y’’+y=cotx

73. y’’+4y=2/cos2x

74. y’’+9y=3/sen3x

75. y’’’+4y’=cot2x

76. y’’-4y=2x

77. y’’’-2y’’=10

78. y’’’+y’’=4x

Sistemas de equações diferenciais.

Dado o sistema de equações diferenciais linear,

)(...'

...................................................

)(...'

)(...'

2211

222221212

112121111

xfxaxaxax

xfxaxaxax

tfxaxaxax

nnnnnnn

nn

nn

++++=

++++=++++=

(20)

En forma vetorial este sistema pode ser escrito da forma

X’=AX +F(X) (21)

Onde

Page 30: Apostila de E.D.O

A=

nnnn

n

n

aaa

aaa

aaa

.

....

.

.

21

22221

11211

nx

x

x

X.2

1

=

nf

f

f

F.2

1

=

Para o estudo do sistema não homogêneo (21) procederemos de um jeito

semilhante a como fizermos no caso da equação de ordem superior, para isso

determinaremos inicialmente a solução geral do sistema homogêneo:

X’=AX (22)

Propriedades.

1) Se X eY são soluções de (22), então X+Y é soluão de (22).

D: (X+Y)’=X’+Y’=(AX)+(AY)=A(X+Y).

2) Se X é solução de (22), então mX, para qualquer m real é solução de (22).

D: (mX)’=mX’=m(AX)=A(mX).

As propriedades (1) e (2) permitem garantir que o conjunto das soluções de (22)

constitue um espaço vetorial.

Este espaço tem dimenção n, e uma base é dizer n soluções LI, se denomina

sistema fundamental de soluções.

3) Se ,,...,, 21 nXXX é um sistema fundamental de soluções, então

∑=

=n

iiih XcX

1

É a solução geral do sistema (22).

4) Se X=U+iV é solução de (22), então U e V são soluções de (22).

D: Temos que, X’=0, então (U+iV)’=U’+iV’, então U’=0 e V’=0.

Determinaremos as soluções LI do sistema (22) da forma

ktheX =

Page 31: Apostila de E.D.O

Aqui temo que h é um vetor constante da forma

nh

h

h

h.2

1

= e k é um número real.

Substituindo X na equação 22) temos:

(A-kI)h=0 (23)

kaaa

akaa

aaka

nnnn

n

n

−−

.

....

.

.

21

22221

11211

=0 (24)

A equação (24) chama-se equação característica do sistema (22), isso indica que os

valores de k são os valores proprios y os vetores h que satisfazem (23) são os

vetores próprios da matriz A.

Para o caso de duas equações com duas funções incógnitas o sistema (22) tem a

forma:

+=+=

dycxy

byaxx

'

' (24)

Neste caso a equação característica tem a forma:

0=−

−kdc

bka (25)

E a equação para determinar os vetores próprios é,

02

1 =

−−

h

h

kdc

bka

Aqui temos os seguintes casos:

Caso I: Se 21 kk ≠ são duas soluções reais da equação (25), então a solução

geral de (3) tem a forma:

Page 32: Apostila de E.D.O

tktk ehcehcX 21

2211 +=

Pois tkeh 1

1 e tkeh 2

2 constituem um sistema fundamental de soluções, pois são

dois soluções LI do sistema (24).

Aqui temo que 0)( 11 =− hIkA , 0)( 22 =− hIkA

Caso II ) Se 21 kk = solução real da equação (25), então a solução geral de (3) tem

a forma:

tktk ethhcehcX 21 )( 12211 ++=

Aqui temo que 0)( 11 =− hIkA , 121 )( hhIkA =−

Caso III) Se qipk +=1 , qipk −=2 , tem-se aqui que h=u+iv, e,

)cos(

)cos(

2**

1

21

senqtcqtcey

senqtcqtcexpt

pt

+=

+=

Pois,

qticoqte iqt sen+=

Exemplo 1: Determine a solução do sistema:

x’=2y, y’=-2x, x(0)=1, y(0)=-1

Solução: a) 02

2=

−−−

k

k042 =+⇒ k ⇒ ik 2±= .

Assim 022

22

2

1 =

−−−

h

h

i

i⇒ 022 21 =+− hih para 11 =h temos

que ih =2 , e teremos que

+−+

=

+=

=

titsen

tisent

itisent

ieX it

2cos2

22cos1)22(cos

12.

E teríamos

Page 33: Apostila de E.D.O

+

−=

=

t

tsenC

tsen

tC

y

xX

2cos

2

2

2cos21 .

Para determinar a solução que satisfaz a condição x(0)=1, y(0)=-1, é preciso

determinar os valores de 1C e 2C , sob essa condição.

tctsency

tsenctcx

2cos2

22cos

21

21

+−=+=

De x(0)=1, y(0)=-1, temos que ,

1C =1, e 2C =-1, e assim,

ttseny

tsentx

2cos2

22cos

−−=−=

Exemplo 2: Determine a solução do sistema:

x’=2x+6y, y’=x+y

Exemplo 3: Determine a solução do sistema:

x’=3x-y, y’=x+y

Exercícios:

Achar a solução geral dos seguintes sistemas:

79.

+==

yxy

yx

3'

2'

80.

+=+=

yxy

yxx

4'

5'

81.

−−=+=

yxy

yxx

'

2'

82.

−=+=yxy

yxx

'

2'

II.-Resolver os seguintes problemas de valores inic iais:

Page 34: Apostila de E.D.O

83.

+=+−=yxy

yxx

'

3' x(0)=1, y(0)=0

84.

+=−−=

yxy

yxx

2'

' x(0)=0, y(0)=2

85.

−−=+=

yxy

yxx

2'

23' x(0)=0, y(0)=1

Sistema linear não homogêneo.

Para a determinação da solução geral do sistema não homogêneo (22), precisamos

da solução geral do sistema homogêneo (21) e uma solução particular de (22), pois

aqui tem lugar o seguinte resultado que fala da soma de uma solução de (21) e uma

solução de (22).

Teorema: Se 1X é solução de (21) e 2X é solução de (22), então

21 XXX += é solução de (21).

D: Derivando a expressão correspondente a X, temos,

FAXFAXXXX =++=+= 2121 '''

Para determinar a solução particular de (21) aplicaremos o método mais geral

que existe para a determinação de uma solução particular, este é o método de

variação das constantes, o qual consiste no seguinte procedimento. Se

2211 hhh XCXCX += é a solução geral da equação (22), buscaremos pX

da forma:

2211 )()( hhp XtCXtCX +=

Onde )(1 tC e )(2 tC , são determinadas de modo que pX seja solução de

(21). Derivando pX , e considerando os sistemas (21) e (22), temos que:

FXtCXtC hh =+ 2211 )(')(' (26)

Page 35: Apostila de E.D.O

O sistema (26) tem solução única, pois o determinante do sistema esta determinado

pelo sistema fundamental de soluções o qual é diferente de zero.

Exemplo: Seja o sistema

+=

−=

txy

yx

cos

1'

'

.

01

1=

−−−

k

k012 =+⇒ k ⇒ ik ±=

01

1

2

1 =

−−−

h

h

i

i⇒ 021 =− ihh para 12 =h temos ih =1

++−

=

+=

=

isentt

tisentiisentt

ieX it

cos

cos

1)(cos

1

+

−=

=

sent

tC

t

sentC

y

xX

cos

cos 21

x h =- 1C sent+ 2C cost

y h = sentCtC 21 cos +

Assim tem-se que,

{ senttcttcyttcsenttcx pp )(cos)(,cos)()( 2121 +=+−=

E o sistema para determinar )(1 tC e )(2 tC esta dado por:

{t

senttcttcttcsenttccos

1)('cos)(',0cos)(')(' 2121 =+=+−

De aqui temos que ttC =)(1 e ttC cosln)(2 −= , logo

−=

−−=

sentttty

tttsentx

p

p

coslncos

coscosln

Page 36: Apostila de E.D.O

Exercícios:

Determinar a solução geral dos seguintes sistemas:

86.

−=++=

yxy

yxx

'

22'

87.

+=+−=

yxy

tyx

2'

'

88.

=+−=

xy

tgtyx

'

'

89.

−=+=xy

tsenyx

2'

22'

90.

−=+=

3'

2'

xy

yx

Achar a solução que satisfaz a condição indicada:

91.

=+=

xy

eyx t

'

' x(0)=1, y(0)=1

92.

−=

+=

xysent

yx

'

1'

x(0)=1, y(0)=2

93. Um móvel é posto em movimento, a partir de uma posição inicial s(0)=0, com

uma velocidade inicial v(0)=0. Se a variação da posição e a velocidade é dada pelo

sistema:

s’=2s+v

v’=s+2v,

Se o espaço mede-se em Km e o tempo em horas, determine a posição e a

velocidade no momento T=10h.

Page 37: Apostila de E.D.O

Bibliografia :

1. Burtom, T and Grimmer, R. “On continuability of solutions of second order differential equations”, Proc. Amer. Math. Soc. No. 29, 1971.

2. Burtom, T and Grimmer, R. “On the asimtotic behaviour of solutions of x”+a(t)f(x)=0”. Proc. Amer. Math. Soc. No. 29, 1971.

3. Burtom, T and Townsend, C. “Stability regions of the forced Lienard equatin” . J London Math. Soc., 1971.

4. Bibikov, Y. N. “Convergence in Lienard`s equation with a forcing term”. Vestnik . No. 7. 1976.

5. Simmon, G.F. “Differential Equatins with applications and history notes”. Ed. Mc. Granw-Hill. México. 1977.

6. Kaplan, W. “Ordinary Differential Equations”. Ginn and Company. 1968.