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 SUMÁRIO INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS LINGÜÍSTICA TEXTUAL: BREVE HISTÓRICO .......................... IPTE 05 DEFINIÇÕES DE TEXTO E SUAS PR OPRIEDADES ................ IPTE 07 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... IPTE 09 PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS .................................... IPTE 11 P ARÁGRAFO: UNIDADE DE COMPOSIÇÃ O ............................ IPTE 15 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... IPTE 19 TEXTO DE OPINIÃ O..................................................................... IPTE 21 TEXTO DE INFORMA ÇÃO........................................................... IPTE 25 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... IPTE 29 DESCR IÇÃ O .................................................................................. IPTE 31 NARRAÇÃO ................................................................................... IPTE 35 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... IPTE 39 P ARÁFRASE - RECURSO DE REPETIÇÃO .............................. IPTE 41 F ALÁCIAS - ERROS DE RACIOCÍNIO ....................................... IPTE 45 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO ........................................... IPTE 47 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 1 4. 15.

apostila de interpretaçao e produçao de texto

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SUMRIO

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS 1. LINGSTICA TEXTUAL: BREVE HISTRICO .......................... IPTE 05 2. DEFINIES DE TEXTO E SUAS PROPRIEDADES ................ IPTE 07 3. SNTESE PARA AUTO-AVALIAO ........................................... IPTE 09 4. PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS .................................... IPTE 11 5. PARGRAFO: UNIDADE DE COMPOSIO ............................ IPTE 15 6. SNTESE PARA AUTO-AVALIAO ........................................... IPTE 19 7. TEXTO DE OPINIO ..................................................................... IPTE 21 8. TEXTO DE INFORMAO ........................................................... IPTE 25 9. SNTESE PARA AUTO-AVALIAO ........................................... IPTE 29 10. DESCRIO .................................................................................. IPTE 31 11. NARRAO ................................................................................... IPTE 35 12. SNTESE PARA AUTO-AVALIAO ........................................... IPTE 39 13. PARFRASE - RECURSO DE REPETIO.............................. IPTE 41 14. FALCIAS - ERROS DE RACIOCNIO ....................................... IPTE 45 15. SNTESE PARA AUTO-AVALIAO ........................................... IPTE 47

REFERNCIA CRUZADAInterpretao e Produo de Textos

APOSTILAATIVIDADE1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

INTERNETATIVIDADE1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

ASSUNTOLINGSTICA TEXTUAL: BREVE HISTRICO DEFINIES DE TEXTO E SUAS PROPRIEDADES SNTESE PARA AUTO-AVALIAO PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS PARGRAFO: UNIDADE DE COMPOSIO SNTESE PARA AUTO-AVALIAO TEXTO DE OPINIO TEXTO DE INFORMAO SNTESE PARA AUTO-AVALIAO DESCRIO NARRAO SNTESE PARA AUTO-AVALIAO PARFRASE RECURSO DE REPETIO FALCIAS - ERROS DE RACIOCNIO SNTESE PARA AUTO-AVALIAO

ASSUNTOVdeoaula 1 Vdeoaula 2 Auto-avaliao Vdeoaula 3 Vdeoaula 4 Auto-avaliao Vdeoaula 5 Vdeoaula 6 Auto-avaliao Vdeoaula 7 Vdeoaula 8 Auto-avaliao Vdeoaula 9 Vdeoaula 10 Auto-avaliao

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

LINGSTICA TEXTUAL: BREVE HISTRICO OBJETIVOS

ATIVIDADE 1

O objetivo deste contedo mostrar ao aluno uma breve histria da lingstica textual.

TEXTOA lingstica textual comeou a fazer parte da lingstica na dcada de 60, na Europa, mais precisamente na Alemanha. Como objetivo particular de investigao a lingstica Textual considera o texto, e no a palavra ou frase, pois considera o texto a forma especca de manifestao da linguagem. Um dos motivos que levaram os lingistas a desenvolverem gramticas textuais foram as lacunas deixadas pelas gramticas de frase, principalmente os fenmenos que s podem ser explicados em termos de texto ou, ento, com referncias a um contexto situacional. De acordo com os lingistas, construir uma gramtica do enunciado que levasse em conta o seu contexto no resolveria os problemas apresentados pelos fenmenos. Seria necessrio construir uma nova gramtica, a textual. De acordo com Dressler (1977, apud Fvero, 2000), no so muitos os problemas da gramtica que no tm alguma relao com a lingstica textual. A lingstica textual trata de diversas manifestaes da linguagem: com a semntica do texto explicita o que se deve entender por signicao de um texto e como ele se constitui; com base na pragmtica do texto para dizer qual a funo do texto no contexto (extralingstico); com apoio da sintaxe do texto verica-se como so expressas sintaticamente a signicao de um texto e como pode ser expresso o que est em sua volta e com a fontica do texto observa-se as caractersticas e os sinais fonticos da congurao sinttica textual. Verica-se, dessa forma, o papel interdisciplinar que a lingstica textual exerce. Para Conte (1977, apud Fvero, 2000), h trs momentos cruciais na passagem da teoria da frase para a teoria do texto e ressalta que se trata de uma distino tipolgica e no cronolgica. O autor apresenta, no primeiro momento, a anlise transfrsica, ou seja, uma anlise que trata das regularidades que ultrapassam os limites do enunciado. Houve, nesse momento, uma superao dos limites da frase, preparando o terreno para uma gramtica textual, embora sem um tratamento autnomo do texto e sem construir um modelo terico que garantisse um tratamento homogneo dos fenmenos pesquisados. No segundo momento, o surgimento da gramtica textual cuja nalidade reetir sobre fenmenos lingsticos inexplicveis por meio de uma gramtica do enunciado. O texto, para a gramtica textual, mais que uma simples seqncia de enunciados; sua compreenso e produo derivamIPTE 5

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 1 da competncia textual do falante: todo falante de uma lngua tem a capacidade de distinguir um texto coerente de um aglomerado incoerente de enunciados. Qualquer falante capaz de parafrasear um texto, de resumi-lo, de perceber se est completo ou no, de atribuir-lhe um ttulo ou produzir um texto a partir de um ttulo dado. Essas habilidades do usurio da lngua justicam a construo de uma gramtica do texto e esta, por sua vez, tem tarefas como: vericar o que faz de um texto um texto, sua constituio, os fatores responsveis pela sua coerncia, as condies em que se manifesta a textualidade, levantar critrios para a delimitao de textos e diferenciar as vrias espcies de texto. No terceiro momento, citado pelo autor, o tratamento do texto no contexto pragmtico adquire importncia. Nesse momento, as investigaes vo do texto ao contexto como conjunto de condies. Uma gramtica textual no um tipo especco de gramtica, como, por exemplo, a estrutural, a gerativo-transformacional ou a funcional. A gramtica do texto se dene em relao ao tipo de objeto que se prope descrever: o texto ou discurso. Os textos, orais ou escritos, para a lingstica textual so considerados como aquilo que tenha como extenso mnima dois signos lingsticos e sendo sua extenso mxima indeterminada. A lingstica do texto trabalha com textos delimitados, cujo incio e m so determinados de uma maneira mais ou menos explcita. Um sermo, um dilogo, um livro, por exemplo, so considerados textos devidamente delimitados. Muitos elementos estruturadores do texto atuam como conectores que ultrapassam as fronteiras da frase: aqueles que atuam de forma retroativa sobre a informao anterior do contexto j enunciado (ao que precede, ao que j foi dito anafrico) e aqueles que atuam de maneira projetiva sobre a informao a ser veiculada no contexto (ao que se segue, ao que vai ser dito catafrico). Os signos individuais que compem uma seqncia textual so interligados por relaes mltiplas de ordem semntica, sinttica e fonolgica. Os textos so organizados em forma de seqncias de signos verbais sistematicamente ordenados. A gramtica textual a descrio completa dos elementos constitutivos de que dispe uma dada lngua para a estruturao de textos. O texto que, por sua vez, entidade abstrata, lugar de descrio da gramtica textual. Esta responsvel por explicar o que faz com que um texto seja um texto, propriedade essa chamada de textualidade e que ser discutida a seguir, na prxima atividade.

REFERNCIAFVERO, L.; KOCH, I. G.V. Lingstica textual: introduo. 5 ed. So Paulo: Cortez, 2000.

IPTE 6

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

DEFINIES DE TEXTO E SUAS PROPRIEDADES OBJETIVOS

ATIVIDADE 2

Esta aula tem por objetivo apresentar ao aluno algumas denies de texto e suas propriedades.

TEXTOAs diferentes concepes de texto e discurso confrontam o uso ora como sinnimos, ora como termos que designam entidades diferentes. De acordo com Van Dijk (1982, apud Fvero, 2000), o discurso uma unidade passvel de observao, que pode ser interpretada quando se v ou se ouve; o texto a unidade teoricamente reconstruda, subjacente ao discurso. Para lingistas que seguem a linha de Hjelmslev, o texto equivale a todo e qualquer processo discursivo. nessa linha de pesquisa que se pode considerar que uma das aptides especcas do ser humano a textualidade, ou seja, a capacidade de criar textos verbais e no-verbais. Para Fvero (2000), o texto pode ser considerado em duas acepes: texto como toda e qualquer manifestao da capacidade textual do ser humano (msica, poema, pintura, lme, escultura...), qualquer tipo de comunicao realizado por meio de um sistema de signos. Em relao atividade verbal, o discurso tido como atividade comunicativa de um falante, em uma dada situao de comunicao englobando o conjunto de enunciados produzido pelo locutor e o evento da enunciao. O discurso manifestado por meio de textos e, nesse caso, o texto consiste em qualquer passagem, falada ou escrita, que forme um todo signicativo independente de sua extenso. , dessa forma, uma unidade de sentido, de um contnuo comunicativo textual que se caracteriza por um conjunto de relaes responsveis pela composio, pela tessitura do texto. Nesse conjunto de relaes, ou de padres ou critrios de textualidade merece destaque especial a coeso e a coerncia. Halliday e Hasan (1973, apud Fvero, 2000) consideram o texto como unidade de lngua em uso, unidade semntica de signicado. De acordo com os autores, o texto no constitudo por simples soma de perodos ou oraes, mas realizado por seu intermdio. De acordo com Koch (2000), mesmo dentro do quadro da lingstica textual, o conceito de texto toma diferentes formas de acordo com o autor e sua orientao terica. Segundo a autora, num primeiro momento o texto foi visto como: unidade lingstica (do sistema) superior frase; como sucesso ou combinao de frases; como cadeia de pronominalizao ininterrupta; cadeia de isotopias, e complexo de proposies semnticas. Em orientaes tericas de natureza pragmtica, o texto visto como:IPTE 7

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 2 seqncia de atos de fala, nas teorias acionais; fenmeno psquico como resultado de processos mentais, nas vertentes cognitivas; como parte das atividades mais globais de comunicao, pelas orientaes que adotam a teoria da atividade verbal. Para a autora, o texto passa a ser abordado e entendido no prprio processo de planejamento, verbalizao e construo. Para ela, pode-se dizer que os textos so resultados da atividade verbal de indivduos socialmente atuantes, na qual estes coordenam suas aes no intuito de alcanar um m social, de conformidade com as condies sob as quais a atividade verbal se realiza. (KOCH, 2000, p. 22) Desta forma, para que um texto se constitua com tal, necessrio que os parceiros (falantes) dessa produo textual, ou seja, da atividade comunicativa, sejam capazes de construir determinado sentido para ela. Mas esse sentido, como observa Koch, no est no texto, mas se constri a partir dele, no decorrer da interao. Para elaborar o sentido adequado do texto, preciso que o falante recorra aos vrios sistemas de conhecimento (conhecimento de mundo, conhecimento partilhado...) e ative processos cognitivos e interacionais para que a manifestao verbal seja considerada coerente pelos interlocutores. Essa coerncia estabelecida leva os parceiros da comunicao a identicar um texto como tal.

REFERNCIASFVERO, L.; KOCH, I. G.V. Lingstica textual: introduo. 5 ed. So Paulo: Cortez, 2000. KOCH, I. G. V. O texto e a construo dos sentidos. 4 ed. So Paulo: Contexto, 2000.

ANOTAES

IPTE 8

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

SNTESE PARA AUTO-AVALIAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 3

Este resumo contm as principais informaes referentes aos contedos abordados nas atividades 1 e 2.

TEXTOA lingstica textual comeou a fazer parte da lingstica na dcada de 60, na Europa, mais precisamente na Alemanha. Como objetivo particular de investigao, a lingstica textual considera o texto, e no a palavra ou frase, pois considera o texto a forma especca de manifestao da linguagem. Um dos motivos que levaram os lingistas a desenvolverem gramticas textuais foram as lacunas deixadas pelas gramticas de frase, principalmente os fenmenos que s podem ser explicados em termos de texto ou, ento, com referncias a um contexto situacional. Uma gramtica textual no um tipo especco de gramtica, como, por exemplo, a estrutural, a gerativo-transformacional ou a funcional. A gramtica do texto se dene em relao ao tipo de objeto que se prope descrever: o texto ou discurso. A gramtica textual a descrio completa dos elementos constitutivos de que dispe uma dada lngua para a estruturao de textos. O texto que, por sua vez, entidade abstrata, lugar de descrio da gramtica textual. Esta responsvel por explicar o que faz com que um texto seja um texto, propriedade essa chamada de textualidade. As diferentes concepes de texto e discurso confrontam o uso ora como sinnimos, ora como termos que designa entidades diferentes. De acordo com Koch (2000), mesmo dentro do quadro da lingstica textual, o conceito de texto toma diferentes formas de acordo com o autor e sua orientao terica. Para a autora, os textos so resultados da atividade verbal de indivduos socialmente atuantes, na qual estes coordenam suas aes no intuito de alcanar um m social, de conformidade com as condies sob as quais a atividade verbal se realiza. (KOCH, 2000, p. 22) Desta forma, para que um texto se constitua com tal, necessrio que os parceiros (falantes) dessa produo textual, ou seja, da atividade comunicativa, sejam capazes de construir determinado sentido para ela. Mas esse sentido, como observa Koch, no est no texto, mas se constri a partir dele, no decorrer da interao. Para elaborar o sentido adequado do texto, preciso que o falante recorra aos vrios sistemas de conhecimento (conhecimento de mundo, conhecimento partilhado...) e ative processos cognitivos e interacionais para que a manifestao verbal seja considerada coerente pelos interlocutores. Essa coerncia estabelecida leva os parceiros da comunicao a identicar um texto como tal.IPTE 9

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 3

ANOTAES

IPTE 10

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS OBJETIVOS

ATIVIDADE 4

Esta aula tem por objetivo apresentar ao aluno as noes de pressuposto e subentendido para que ele saiba reconhec-las e aplic-las.

TEXTONo momento da leitura de um texto, sabe-se que h aspectos importantes a serem considerados para que haja uma boa compreenso deste mesmo texto. No entanto, existem alguns textos em que o que no foi escrito de maneira explcita tambm deve ser considerado. Segundo Ducrot (1972), para cada locutor, em cada situao particular, existem diferentes tipos de informao que ele no tem de dar, pois seria uma atitude considerada repreensvel. Desta forma, necessrio ter disposio modos implcitos de expresso da lngua, que permitem deixar entender sem acarretar a responsabilidade de ter dito. Para Orecchioni (1998, apud Fiorin 2006), os contedos transmitidos pelos atos de fala so considerados explcitos e implcitos. De acordo com Fiorin (2006), as implicaturas tentam explicar a questo dos contedos implcitos, ou seja, o que no dito explicitamente, o que no posto. Estes contedos implcitos so as inferncias e se dividem em pressupostos e subentendidos. O contedo explcito tido como o contedo posto, ou seja, o verdadeiro objeto do dizer, o que est evidente na mensagem. Observe-se o exemplo a seguir:

Paulo ganhou na loteria na semana passada. No exemplo acima, o verdadeiro objeto do dizer que algum ganhou o prmio da loteria em determinada data. Em relao ao contedo implcito, o pressuposto tido como a informao que no est abertamente posta, ou seja, no o verdadeiro objeto da mensagem, mas desencadeado pelo enunciado em que se encontra. Se tomarmos o mesmo exemplo acima, ter-se-:

Paulo ganhou na loteria na semana passada.

IPTE 11

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 4 Tem-se, ento, como informao pressuposta o fato de que Paulo jogou na loteria, pois se ganhou um prmio, deve-se partir do pressuposto de que jogou. Para Fiorin,

O uso adequado dos pressupostos muito importante, porque esse mecanismo lingstico um recurso argumentativo, uma vez que visa a levar o leitor ou o ouvinte a aceitar idias. (...). A pressuposio aprisiona o leitor ou o ouvinte numa lgica criada pelo produtor do texto, porque, enquanto o posto proposto como verdadeiro, o pressuposto , de certa forma, imposto como verdadeiro. Ele apresentado como algo evidente, indiscutvel. (FIORIN, 2006, p. 182) Alguns marcadores lingsticos evidenciam a pressuposio. So eles: - Adjetivos ou palavras similares:

Mas esse cinema no vive s do pblico que conquistou nos pases em volta da ndia ou dos imigrantes do primeiro mundo. (sobre o cinema Indiano, Superinteressante, jan 2008)

O termo s pressupe que outro tipo de pblico admira o cinema indiano. - Verbos que indicam permanncia ou mudana de estado (permanecer, continuar, tornar-se, converter-se, transformar-se, car, vir a ser, passar a, deixar de, comear a):

Nos ltimos anos, pequenas centrais hidreltricas, de 3 megawatts, comearam a se multiplicar em vrios pases do mundo, da China Alemanha, passando pela frica do Sul. (sobre o aquecimento global, Superinteressante, dez 2007)

Houve uma mudana de estado expressa pelo verbo comear a que indica que antes esse crescimento/multiplicao apontado no ocorria. Pedro continua bebendo.

IPTE 12

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 4 J neste exemplo h uma permanncia de estado, pressupondo que Pedro bebia antes. - Verbos que indicam ponto de vista em relao ao fato expresso pelo complemento (pretender, supor, alegar, presumir, imaginar...)= - Certos advrbios: Joo agora mora no Rio de Janeiro Pressupe-se que Joo no morava antes. - Certas conjunes: Juliana e Larissa j tinham sido bicampes do Circuito Mundial, mas caram conhecidas no Brasil depois do ouro no Pan do Rio. (sobre os atletas medalistas do Pan 2007, Superinteressante, dez. 2007) Pressupe-se que antes do Pan as atletas do vlei de praia no eram conhecidas. - Oraes adjetivas:

Os homens que inventaram o mal tentam descobrir o bem. A orao acima uma orao adjetiva restritiva e pressupe que o mal foi inventado pelos homens, mas que no so todos. J se essa mesma orao for reescrita como orao adjetiva explicativa, Os homens, que inventaram o mal, tentam descobrir o bem, teremos o pressuposto alterado e o que ca implcito que todos os homens inventaram o mal. O subentendido, por sua vez, uma informao veiculada por um enunciado; ele construdo para que o falante possa, caso seja interpelado, negar o que tenha dito se necessrio. Como arma Fiorin (2006), o subentendido um meio de o falante proteger-se, pois ele diz sem dizer. Segundo Ducrot, o subentendido diz respeito maneira pela qual o sentido deve ser decifrado pelo destinatrio. Observe o comentrio feito por FHC no discurso de encerramento do Congresso Nacional do PSDB em novembro de 2007:

H sim acadmicos entre ns. No temos vergonha disso. H sim gente que sabe falar mais de uma lngua, mas sabemos falar nossa lngua, e falamos direito. E faremos o possvel e o impossvel para que saibam falar bem a nossa lngua. Queremos brasileiros melhor educados, e no brasileiros liderados por gente que despreza a educao, a comear pela prpria.IPTE 13

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 4 Neste comentrio, o ex-presidente FHC deixa subentendido uma crtica ao atual presidente e ao seu modo de se expressar, ou seja, que ele no tem educao escolar e no conhece a lngua portuguesa. Caso FHC fosse interpelado pelo atual presidente ou por qualquer outra pessoa, ele poderia dizer que no se referiu a Lula, pois no citou nomes, e sim a todos aqueles que no se interessam pela educao do pas.

REFERNCIASDUCROT, O. Pressupostos e subentendido: a hiptese de uma semntica lingstica. In: O dizer e o dito. Campinas: Pontes, 1987. . Introduo lingstica. So Paulo: Contexto, FIORIN, J. L. A linguagem em uso. In: 2006, p. 165-186.

ANOTAES

IPTE 14

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

PARGRAFO: UNIDADE DE COMPOSIO OBJETIVOS

ATIVIDADE 5

O contedo que se segue mostrar a unidade de composio de um pargrafo e sua importncia.

TEXTO 1. CONCEITORocha Lima (1980) estabelece um conceito de pargrafo e o dene como uma unidade de composio constituda de um ou mais perodos, em que se desenvolve uma idia central/nuclear, ou seja, o tpico frasal. Em torno desse tpico frasal agregam-se outras idias secundrias que se relacionam pelo mesmo sentido. Pressupe-se ento que uma mudana de idia acarreta em uma mudana de pargrafo. Indica-se um pargrafo, na pgina manuscrita ou impressa, pelo recuo margem esquerda da folha.

2. CARACTERSTICASO pargrafo tambm possui suas caractersticas e, de acordo com o autor, duas se destacam por serem essenciais estruturao do pargrafo: unidade e coerncia. Os fatos, o conjunto formado pela idia central ou tpico frasal, precisam estar interligados pelo sentido (isso lhes unidade) e dispostos de maneira lgica (a coerncia).

3. TPICO FRASALO pargrafo padro, ou seja, a estrutura mais comum e ecaz, constitudo de uma introduo, que contm um ou dois perodos breves e que expressam a idia central, isto , o tpico frasal; o desenvolvimento, em que esse tpico vai ser explicado; e a concluso, que um pouco mais rara em pargrafos pouco extensos. Apesar de nem sempre este esquema de estrutura de pargrafo ser seguido, de acordo com Garcia (1997), em pesquisa desenvolvida por ele, a maioria dos pargrafos se encaixa nesta linha. Para ele enunciando logo de sada a idia-ncleo, o tpico frasal garante de antemo a objetividade, a coerncia e a unidade do pargrafo, denindo-lhe o propsito e evitando digresses impertinentes. (GARCIA, p. 193, 1997).IPTE 15

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 5

3.1 DIFERENTES MANEIRAS DE SE DESENVOLVER O TPICO FRASALTomando como recomendvel essa linha de estrutura do pargrafo, faz-se necessrio destacar as maneiras mais usuais de se desenvolver o tpico frasal. 1) Declarao inicial: maneira mais comum em que o autor expe sua idia logo no incio para, na seqncia, justicar e fundamentar sua proposta.

No rol dos tormentos urbanos causados pela insegurana, a falsa blitz ocupa lugar de destaque. Ao ser parado por um indivduo vestido de policial, no h para o cidado a opo de fugir. assustador. Apesar disso, eles continuam surgindo como pragas nas ruas do Rio de Janeiro. (Revista Veja, 12 set 2007) 2) Denio: mtodo preferencialmente didtico; uma forma simples e muito usada para introduzir pargrafos e tpicos frasais.

O trava-lngua aquele conjunto de palavras que formam uma ou mais frases de difcil pronncia, cuja graa est em repeti-lo de cor, vrias vezes seguidas e o mais rpido possvel. Depois de divertir geraes de crianas, o trava-lngua , desde setembro, o mais novo pretexto par um quadro de humor da Rdio MIX FM, um dos lderes de audincia em So Paulo. (Revista Lngua Portuguesa, n 25 2007) 3) Diviso ou apresentao de razes: as idias a serem desenvolvidas so apresentadas em um processo discriminatrio, separadas.

Na Europa, a cada tentativa frustrada de atentados organizados por terroristas islmicos, a reao geral oscila entre dois sentimentos: o de alvio, por motivos bvios, e o de preocupao. (Revista Veja, 12 set 2007)

IPTE 16

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 5 4) Aluso histrica: artifcio usado com freqncia e que serve para relacionar fatos do cotidiano com assuntos dos textos dos autores.

Conta uma tradio cara ao povo americano que o Sino da Liberdade, cujos sons anunciaram em Filadla, o nascimento dos Estados Unidos, inopinadamente se fendeu, estalando, pelo passamento de Marshall. Era uma dessas causalidades eloqentes, em que a alma ignota das coisas parece lembrar misteriosamente aos homens as grandes verdades esquecidas (...). (Rui Barbosa, p. 14) 5) Interrogao: o pargrafo iniciado por uma pergunta para despertar o interesse do leitor. O desenvolvimento do texto segue em forma de resposta ou esclarecimento.

Quem j no sonhou em largar tudo e ir morar em Florianpolis? Pois quem vai mesmo atrs do sonho, e consegue banc-lo, tem um endereo em mente: Jurer Internacional, o condomnio que chega mais prximo do ideal desse tipo de empreendimento. (Revista Veja, 19 set 2007) 6) Omisso de dados identicadores: recurso usado para criar expectativa no leitor e consiste em omitir a verdadeira inteno do autor.

REFERNCIASGARCIA, O. M. Comunicao em prosa moderna. 17 ed. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1997. ROCHA LIMA, C. H da; BARBADINHO NETO,R. Manual de redao. Rio de Janeiro: FENAME, 1980.

IPTE 17

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 5

ANOTAES

IPTE 18

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

SNTESE PARA AUTO-AVALIAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 6

Este resumo tem por objetivo clarear as possveis dvidas das duas ltimas aulas.

TEXTO

PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOSO contedo explcito tido como o contedo posto, ou seja, o verdadeiro objeto do dizer, o que est evidente na mensagem. Em relao ao contedo implcito, o pressuposto tido como a informao que no est abertamente posta, ou seja, no o verdadeiro objeto da mensagem, mas desencadeado pelo enunciado em que se encontra. Alguns marcadores lingsticos evidenciam a pressuposio. So eles: adjetivos ou palavras similares; verbos que indicam permanncia ou mudana de estado (permanecer, continuar, tornar-se, converter-se, transformar-se, car, vir a ser, passar a, deixar de, comear a); verbos que indicam ponto de vista em relao ao fato expresso pelo complemento (pretender, supor, alegar, presumir, imaginar...); certos advrbios; conjunes; oraes adjetivas. O subentendido, por sua vez, uma informao veiculada por um enunciado; ele construdo para que o falante possa, caso seja interpelado, negar o que tenha dito se necessrio. Segundo Ducrot, o subentendido diz respeito maneira pela qual o sentido deve ser decifrado pelo destinatrio.

PARGRAFO COMO UNIDADE DE COMPOSIOCONCEITOPargrafo uma unidade de composio constituda de um ou mais perodos, em que se desenvolve uma idia central/nuclear, ou seja, o tpico frasal.

IPTE 19

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 6

CARACTERSTICASDuas se destacam por serem essenciais estruturao do pargrafo: unidade e coerncia. Os fatos, o conjunto formado pela idia central ou tpico frasal, precisam estar interligados pelo sentido (isso lhes unidade) e dispostos de maneira lgica (a coerncia).

TPICO FRASALIdia central a ser desenvolvida no pargrafo. Faz-se necessrio destacar as maneiras mais usuais de se desenvolver o tpico frasal. 1) Declarao inicial: maneira mais comum em que o autor expe sua idia logo no incio para, na seqncia, justicar e fundamentar sua proposta. 2) Denio: mtodo preferencialmente didtico; uma forma simples e muito usada para introduzir pargrafos e tpicos frasais. 3) Diviso ou apresentao de razes: as idias a serem desenvolvidas so apresentadas em um processo discriminatrio, separadas. 4) Aluso histrica: artifcio usado com freqncia e que serve para relacionar fatos do cotidiano com assuntos dos textos dos autores. 5) Interrogao: o pargrafo iniciado por uma pergunta para despertar o interesse do leitor. O desenvolvimento do texto segue em forma de resposta ou esclarecimento 6) Omisso de dados identicadores: recurso usado para criar expectativa no leitor e consiste em omitir a verdadeira inteno do autor.

ANOTAES

IPTE 20

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

TEXTO DE OPINIO OBJETIVOS

ATIVIDADE 7

O objetivo deste contedo colocar o aluno em contato com textos de carter opinativo para que ele possa ser orientado tanto na leitura quanto na produo de textos.

TEXTO 1. O QUE UM TEXTO/ARTIGO DE OPINIO.De acordo com Barbosa (2000), textos ou artigos de opinio, que comumente costuma-se ler em jornais, revistas e sites, tratam de assuntos polmicos que afetam grande parte da populao, ou seja, que envolve a coletividade. Por isso, esse tipo de texto requer uma boa argumentao, pois compreender e produzir artigos dessa natureza uma forma de estar no mundo de maneira mais completa, menos passiva.

2. A ESTRUTURA DO TEXTO/ARTIGO DE OPINIO.Para a autora, as formas de estrutura de organizao de um texto de opinio so vrias. Os elementos que compem o texto opinativo podem vir, de acordo com a autora, em qualquer ordem no texto e, s vezes, nem todos esses elementos aparecem compondo um artigo. Em geral, consideram-se os seguintes elementos:

contextualizao e/ou apresentao da questo em discusso; explicitao da posio assumida; utilizao de argumentos que sustentam a posio assumida; considerao da posio contrria e antecipao de possveis argumentos contrrios posio assumida; utilizao de argumentos que refutam a posio contrria; retomada da posio assumida e/ou retomada do argumento mais enftico; proposta ou possibilidade de negociao; concluso (que pode ser a retomada da tese ou posio defendida).

IPTE 21

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 7 Leia o texto a seguir e observe os elementos que o compem:

POR QUE TANTAS EMPRESAS AREAS VO FALNCIA NO BRASIL?TEXTO CIRCE BONATELLI.

Basicamente, porque voar um troo caro pra caramba seja aqui, seja em qualquer outro lugar do mundo. Tudo caro, do combustvel s taxas para pousar e decolar, dos gastos com pessoal superespecializado (pilotos e tcnicos de manuteno) prpria compra ou leasing das aeronaves. Um exemplo concreto ajuda a entender o preo da aviao. Para manter seus 65 avies no ar, a Gol gastou, em 2005, R$3,1 bilhes. Isso d nada menos que R$47 milhes por aeronave! Claro que, se tiver bastante gente disposta a voar pela companhia, o custo compensa. Em 2006, a Gol transportou 17 milhes de passageiros com uma tarifa mdia de R$205. Com 74% dos assentos ocupados e aeronaves no ar por 14horas dirias, a empresa conseguiu embolsar R$569 milhes um lucro de R$8,7 milhes por aeronave. O problema quando um dos enormes nmeros da dedicada equao que sustenta o faturamento diminui. Ou quando acontece algum problema de gesto. Na histria da nossa aviao, sobram exemplos de incompetncia relacionada a essa rea,arma o administrador da empresas Marcos Cobra, professor da FGV-SP e ex-coordenador de treinamento na TAM. Como os custos no caem, um pequeno desequilbrio vira um buraco sem fundo: a empresa deixa de pagar taxas aeroporturias (Varig), no consegue comprar combustvel (Transbrasil), tira turbina de um avio para pr em outro (a canibalizao da frota, que rolou com a Vasp), ca sem dinheiro para peas de reposio (BRA), e por a vai. No Brasil, em 80 anos de aviao comercial, dezenas de companhias deixaram os cus em meio a fuses, compras, suspenso dos vos beira da falncia e administraes confusas (veja mais detalhes sobre essa histria no infogrco). Mas esse caos areo no privilgio nosso. Empresas internacionais tradicionais, como as gigantescas Pan Am e Swissair, faliram ruidosamente. E antigas estatais como a Alitalia, British Airways e Aeromexico s no quebraram porque receberam socorro do governo. (Superinteressante, jan 2008)

IPTE 22

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 7

3. O TEXTO DE OPINIO E SEU CONTEXTO DE PRODUOQualquer tipo de texto que lido ou escrito possui um contexto de produo. Esses artigos sempre sero escritos/lidos por algum, para algum, com uma determinada inteno, em certo tempo e lugar e divulgados por um ou outro veculo de informao. Esses elementos, e outros mais, devem ser considerados, pois inuenciam no sentido do texto. De acordo com Barbosa (op. cit), o contexto de produo de textos de opinio pode ser descrito da seguinte forma: produtor do artigo de opinio: o produtor de um artigo de opinio, geralmente, um especialista no assunto ou representante de alguma instituio social que tem algo a dizer sobre o tema em pauta e apresenta argumentos para sustentar seu posicionamento; leitores do artigo de opinio: pessoas que lem certos jornais, revistas e que esto de alguma forma interessadas nas questes polmicas; circulao: os textos de opinio podem circular em jornais, revistas (impressos) e pela interne; objetivo(s): inuenciar o pensamento do destinatrio/leitor. Construir ou mudar a posio desse destinatrio em relao a um tema discutido. Desta forma, em textos de opinio, para convencer algum de que determinadas posies, idias, teses e temas so mais acertados ou adequados preciso argumentar; e argumentar vai alm de dar uma opinio sobre algo, necessrio sustentar essa opinio com argumentos que sejam razes, evidncias, provas, dados que sustentam a idia defendida. Diferentes tipos de argumentos foram propostos por estudiosos da rea. Alguns deles so: - Argumento de autoridade: concluso pode ser sustentada por uma fonte convel de um especialista ou por dados de pesquisa.

O historiador Frank Sulloway, da Universidade da Califrnia, tem estudos nessa linha. Ele analisou a ordem de nascimento de mais de 6 mil personalidades mundiais e concluiu que os lhos mais velhos so mais conservadores, j os mais novos so os mais criativos e revolucionrios 18 vezes mais fcil achar um revolucionrio caula que um primognito. (Superinteressante, jan 2008)IPTE 23

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 7 - Argumento de princpio: justicativa legtima, faz apelo a princpios, tornando a concluso quase que incontestvel.

No entanto, a cpula da Igreja parte do pressuposto de que s ela deve julgar os pecados cometidos por seu clero (...) (Superinteressante, dez 2007) - Argumento por causa: justicativa e concluso apresentam reversibilidade plausvel.

Calcula-se que, h poucas dcadas, 3% dos elefantes asiticos machos nasciam sem presas hoje, a cifra em alguns grupos chega a 10%. A explicao para isso que esses animais esto passando por uma evoluo natural causada por alterao em seus genes. (Revista Veja, ago 2005) - Argumento por exemplicao: remete a exemplos comparveis ao que se pretende defender.

Os religiosos contra-atacam ao insistir, por exemplo, que as escolas pblicas americanas deixem de ensinar as teorias de Darwin e as substituam pelos ensinamentos da Bblia. H tambm personalidades ilustres que tentam contemporizar, como o bilogo americano Francis Collins, que se declara cristo, diz que cincia e religio no se misturam e que se podem cultivar ambas. (Revista Veja, fev 2007)

REFERNCIABARBOSA. J. P. Seqncia didtica: artigo de opinio. So Paulo, 2000.

IPTE 24

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

TEXTO DE INFORMAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 8

O objetivo deste contedo colocar o aluno em contato com textos de carter informativo para que ele possa ser orientado tanto na leitura quanto na produo de textos.

TEXTO 1. O QUE UM TEXTO/ARTIGO DE INFORMAOComo foi visto na aula anterior, o texto de opinio traz consigo a idia de persuaso, convencimento. O autor expressa sua opinio e, por meio de argumentos, tenta convencer o leitor a concordar com seu ponto de vista. J o texto de Informao, assunto desta aula, tem como caracterstica relatar um fato ou uma srie de fatos que possa ocorrer de maneira sucessiva em um mesmo local ou no contexto de um mesmo assunto. O texto informativo, ou expositivo, apresenta determinados fatos ou realidades de forma neutra (imparcial e impessoal) e objetiva, apoiando-se na funo referencial da linguagem, com a nalidade de informar. Um exemplo tpico de texto informativo o texto cientco.

2. A ESTRUTURA DO TEXTO/ARTIGO DE INFORMAO.Os textos de carter informativo, geralmente, apresentam uma estrutura simples, com uma introduo breve, um desenvolvimento razoavelmente extenso e uma concluso rpida. As informaes so passadas de maneira ordenada para facilitar a compreenso do leitor em relao ao tema discutido. A divulgao da informao a inteno principal do texto e, por isso, a objetividade fundamental. Alm disso, a coerncia e a coeso so fatores que tambm devem constar na produo de um texto informativo. Levando em considerao todos os pontos anteriores pode-se desenvolver diversos tipos de textos informativos como, por exemplo, notcias, reportagens, biograas, textos cientcos, anncios, avisos publicitrios, informes, convocatrias, matrias de revistas e outros.

3. TIPOS DE TEXTO DE INFORMAO.Os textos de informao podem ser classicados em dois tipos: - Textos de divulgao: tipo de texto expositivo dirigido grande maioria do pblico, com informaes pouco especcas, vocabulrio padro e de fcil compreensoIPTE 25

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 8 e objetividade. Esse tipo de texto pode ser encontrado em exames, conferncias, notcias, livros, enciclopdias e outros. A seguir um exemplo desse tipo de texto: 1) O Prefeito de So Paulo, Gilberto Kassab (DEM), dividiu ontem palanque com o governador Jos Serra (PSDB) e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ao inaugurar duas novas estaes da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Diante da situao de disputa entre DEM e PSDB pela sucesso na capital, o governador justicou em seu discurso a ausncia do ex-governador Geraldo Alckimin (PSDB), que coloca-se como pr-candidato, ameaando desfazer a aliana. (Comrcio da Franca 30 jan 2008) 2)

Instituto UNIBANCOSustentabilidade cuidar de quem vai cuidar do mundo.Criado h 25 anos, o Instituto Unibanco trabalha para a melhoria

da educao dos jovens e sua insero no mercado de trabalho. O Unibanco acredita que esta uma das melhores maneiras de garantir a sustentabilidade: educando e formando as geraes que vo cuidar do mundo. (Anncio Unibanco, Revista Veja, dez 2007) - Texto especializado: dirigido a um pblico especco de determinada rea de conhecimento, apresentando um vocabulrio tcnico e especco e, consequentemente, de difcil compreenso para aqueles que no dominam o tema discutido. Apresenta tambm grande objetividade. Encontramos esses textos em artigos cientcos, leis e outros.IPTE 26

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 8 1) Insucincia cardaca: importncia da atividade fsica

A insucincia cardaca uma sndrome complexa de prognstico sombrio. associada a limitao fsica mesmo com medidas teraputicas adequadas. Um dos principais sintomas a limitao da capacidade funcional, com dispnia aos esforos. Atribuem-se diversas causas, como vaso constrio, disfuno endotelial e anormalidade da musculatura esqueltica, alm da disfuno ventricular. O treinamento fsico torna-se uma opo de treinamento adequado, no-farmacolgico, visando a melhorar a respirao do paciente sem causar dano ao msculo cardaco. (Revista da Sociedade de Cardiologia de Estado de So Paulo mar/abr 2005)

REFERNCIASwww.contenidoweb.info/textos/texto-informativo.htm www.wikipedia.org/wiki/tipos_de_texto

ANOTAES

IPTE 27

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 8

ANOTAES

IPTE 28

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

SNTESE PARA AUTO-AVALIAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 9

Este contedo traz um apanhado geral referente ao que foi estudado sobre texto de opinio e texto de informao.

TEXTO

TEXTOS DE OPINIODe acordo com Barbosa (2000), textos ou artigos de opinio, que comumente costuma-se ler em jornais, revistas e sites, tratam de assuntos polmicos que afetam grande parte da populao, ou seja, que envolvem a coletividade. Por isso, esse tipo de texto requer uma boa argumentao, pois compreender e produzir artigos dessa natureza uma forma de estar no mundo de maneira mais completa, menos passiva. Em geral, um artigo de opinio composto dos seguintes elementos: contextualizao e/ou apresentao da questo em discusso; explicitao da posio assumida; utilizao de argumentos que sustentam a posio assumida; considerao da posio contrria e antecipao de possveis argumentos contrrios posio assumida; utilizao de argumentos que refutam a posio contrria; retomada da posio assumida e/ou retomada do argumento mais enftico; proposta ou possibilidade de negociao; concluso (que pode ser a retomada da tese ou posio defendida).

O artigo de opinio pode ser visto como uma conversa com o pensamento do leitor, para inuenciar e mudar suas opinies. Para tanto, preciso que haja uma boa argumentao por parte de quem produz o texto. Diferentes tipos de argumentos foram propostos por estudiosos da rea. Alguns deles so: argumento de autoridade: concluso pode ser sustentada por uma fonte convel de um especialista ou por dados de pesquisa; argumento de princpio: justicativa legtima, faz apelo a princpios, tornando a concluso quase que incontestvel; argumento por causa: justicativa e concluso apresentam reversibilidade plausvel; argumento por exemplicao: remete a exemplos comparveis ao que se pretende defender;IPTE 29

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 9

TEXTO DE INFORMAOO texto de Informao tem como caracterstica relatar um fato ou uma srie de fatos que possa ocorrer de maneira sucessiva em um mesmo local ou no contexto de um mesmo assunto. O texto informativo, ou expositivo, apresenta determinados fatos ou realidades de forma neutra (imparcial e impessoal) e objetiva, apoiando-se na funo referencial da linguagem, com a nalidade de informar. Os textos de informao podem ser classicados em dois tipos: textos de divulgao: tipo de texto expositivo dirigido grande maioria do pblico, com informaes pouco especcas, vocabulrio padro e de fcil compreenso. Esse tipo de texto pode ser encontrado em exames, conferncias, notcias, livros, enciclopdias e outros; textos especializados: dirigido a um pblico especco de determinada rea de conhecimento, apresentando um vocabulrio tcnico e especco e, consequentemente, de difcil compreenso para aqueles que no dominam o tema discutido. Apresenta tambm grande objetividade. Depara-se com esses textos em artigos cientcos, leis e outros.

ANOTAES

IPTE 30

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

DESCRIO OBJETIVOS

ATIVIDADE 10

Mostrar ao aluno os elementos de composio de uma descrio e como conduzi-los a um texto que que claro e conciso, sem perder a percepo e a sensibilidade.

TEXTO 1. DESCRIO 1.1 DEFINIODescrio: ato de contar em mincias, retratar, reproduzir. Uma pintura por meio de palavras. Caractersticas da descrio: procura retratar algo/algum de maneira el; ao descrever, retrata-se o que v com assertivas, armaes; h o predomnio de verbos de ligao; relata propriedades e aspectos simultneos dos elementos descritos que so considerados numa nica situao, ou seja, a caracterstica central da descrio a simultaneidade; no h relao de anterioridade e posterioridade entre os enunciados, pois o que descrito tido como simultneo; os tempos verbais mais utilizados so o presente ou o pretrito imperfeito; h uma organizao central e lgica; uso de adjetivos em abundncia.

1.2 PARTES DA DESCRIOEm termos estruturais, a descrio possui trs partes distintas, a saber, introduo, desenvolvimento e concluso. No entanto, a descrio precisa ser considerada como um todo, como uma nica coisa. preciso manter em todas as partes de uma descrio a temtica do texto; somente assim que se chega a uma das mais importantes caractersticas de uma produo que a unidade.

IPTE 31

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 10

INTRODUO:- ainda no a descrio propriamente dita, embora possa sugerir ou anotar ligeiros traos descritivos. Nesta fase, pode-se emitir opinies e revelar estados, sentimentos.

DESENVOLVIMENTO:- situa-se nesta fase a temtica da redao, ou seja, aqui que tem de ser observadas todas as caractersticas do tipo de trabalho proposto. No se pode deixar de fazer o retrato do que foi proposto (pessoa, animal, ambiente, objeto).

CONCLUSO:- nesta parte do texto que se aplicam os ltimos retoques, ou seja, a concluso uma continuao da introduo, pois dever dar continuidade s idias e aos traos j sugeridos e mencionados. Vejamos um exemplo de um texto que apresenta as trs partes da descrio, uma interligada outra:

Sinto-me pequeno ao lado de Joo Cisco. Ele caminha annimo pelas ruas, mas impressiona sobremaneira quando emite opinies sobre qualquer assunto. A grandeza de alma e a cultura profunda parecem, ento, emergir de sob a pele negra. Tem os cabelos encarapinhados e sujos de branco. A sua testa grande, cheia de rugas profundas. As sobrancelhas so espessas e os clios curtos. Possui olhos negros, irrequietos e pequenos, mas seu nariz grosso e achatado. No usa bigode e se apresenta sempre com o rosto barbeado. Tem a boca grande, os lbios grossos e os dentes brancos e perfeitos. Seu queixo ligeiramente arredondado e o pescoo grosso e curto. Possui ombros largos, braos curtos, mos e dedos grossos. Veste sempre roupas simples e cala e sapatos de uma s cor. O seu tipo fsico no o difere de outros negros. A sua viso do mundo, a sua calma ante as adversidades, as suas ponderaes nas situaes difceis, porem, fazem-no um homem assaz diferente da maioria das pessoas. (Luiz Cruz de Oliveira Redao)IPTE 32

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 10

1.3 PONTO DE VISTA NA DESCRIODe acordo com Garcia (1997), o ponto de vista na descrio tem uma grande importncia, pois leva em conta tanto a posio fsica do observador quanto a sua atitude em relao ao objeto a ser descrito: ponto de vista fsico- ordem do detalhes: para Garcia, o ponto de vista fsico a perspectiva que o observador tem do objeto, e vai assim determinando a ordem dos pormenores. Na descrio os objetos so apresentados progressivamente, em detalhes para que o leitor possa organizar suas impresses e formar uma imagem unicada, ou seja, a ordem dos detalhes de grande importncia. No se descreve, por exemplo, um ambiente de maneira desordenada. preciso pensar na viso de conjunto e depois percebendo pouco a pouco os traos mais caractersticos para dar ao leitor uma viso do todo. O autor lembra tambm que a observao feita com todos os sentidos, ou seja, preciso perceber os sons, rudos, sensaes, vultos, cheiros para que a descrio no se torne uma mera fotograa plida (p. 233). ponto de vista mental- descrio subjetiva (expressionista) e descrio objetiva (impressionista): Segundo Garcia (op. cit), esse ponto de vista de igual importncia para a descrio. a impresso pessoal, a predisposio psicolgica do observador em relao ao objeto e que pode dar a este imagens muito diferentes. Desse ponto de vista surgem outros dois tipos de descrio: - Subjetiva (expressionista): reete o estado de esprito do observador, suas preferncias. O observador no descreve o que v, mas o que quer ou pensa ver. As descries nestes casos tm uma imagem vaga, imprecisa, nebulosa. Tomemos como exemplo um trecho de O Ateneu, de Raul de Pompia:

Nas ocasies de aparato que se podia tomar o pulso ao homem. No s as condecoraes gritavam-lhe no peito como uma couraa de grilos: Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anuncio: os gestos, calmos, soberanos, eram de um rei o autocrata excelso dos silabrios; a pausa hiertica do andar deixava sentir o esforo, a cada passo, que ele fazia para levar adiante, de empurro, o progresso do ensino pblico; o olhar fulgurante, sob a crispao spera dos superclios de monstro japons, penetrando de luz as almas circunstantes era a educao da inteligncia; o queixo, severamente escanhoando de orelha a orelha,IPTE 33

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 10 lembrava a lisura das conscincias limpas era a educao moral. A prpria estatura, na imobilidade do gesto, na mudez do vulto, a simples estatura dia dele: aqui est um grande homem...no vem os cvados de Golias?!...(...) (Raul Pompia, O Ateneu) - Objetiva (impressionista): reete uma objetividade, a descrio realista, dimensional; a impresso do objeto como ele . Os detalhes no se diluem e nem se perdem na penumbra. Segue um exemplo retirado de Memrias de um sargento de milcias:

As chamadas baianas no usavam de vestidos: traziam somente umas poucas saias presas cintura, e que chegavam pouco abaixo do meio da perna, todas elas ornadas de magncas rendas; da cintura para cima apenas traziam uma nssima camisa, cuja gola e manga eram tambm ornadas de renda; ao pescoo punham um cordo de ouro, um colar de corais, os mais pobres eram de miangas; ornavam a cabea com uma espcie de turbante a que davam o nome de trunfas, formado por um grande lao branco muito teso e engomado; calavam umas chinelas de salto alto to pequenas que apenas continham os dedos dos ps, cando de fora todo o calcanhar, e alem de tudo isso, envolviam-se graciosamente em uma capa de pano preto, deixando de fora os braos ornados de argolas de metal simulando pulseiras. (Memrias de um sargento de milcias, Manuel Antnio de Almeida)

REFERNCIAGARCIA, O. M. Comunicao em prosa moderna. 17 ed. Rio de Janeiro: Editora Fundao Getlio Vargas, 1997.

IPTE 34

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

NARRAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 11

O objetivo deste contedo introduzir mais uma tipologia textual (a narrao), seus elementos, sua composio e tentar suscitar no aluno o interesse pela vrias maneiras de contar, de conhecer e construir o real.

TEXTO 1. NARRAO 1.1 DEFINIONarrao: narrar, contar histrias que podem ser verdicas ou, simplesmente, inventar um acontecimento (co). Caractersticas da narrao: h o predomnio de verbos de ao; h uma relao de anterioridade e posterioridade dos acontecimentos; h, geralmente, uma ordem cronolgica dos fatos narrados; os verbos, aparecem, via de regra, no pretrito; ocorre uma mudana de situao (de um estado a outro); expresses indicando circunstncia.

2. PARTES DA NARRAOOs textos narrativos representam acontecimentos indicando transformao de situaes e de estados que ocorrem pela interferncia de algo ou algum. H textos que podem ser considerados predominantemente narrativos como, por exemplo, uma novela, reportagens, romances e outros. Mas encontram-se textos ou fragmentos narrativos em noticirios, depoimentos, relatrios de manuais cientcos, didticos, editoriais e outros. Em relao estrutura, na narrao, assim, como na descrio, tm-se trs partes distintas formando uma nica unidade:

INTRODUO:- sugere o que dever acontecer em seguida; abre caminho para os acontecimentos (onde, quando, quem, circunstncias).

IPTE 35

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 11

DESENVOLVIMENTO:- nesta fase o assunto, o tema proposto narrado, sem necessidade de se ater em muitos detalhes (o que aconteceu, como aconteceu).

CONCLUSO:- encerramento da histria e do texto (conseqncias) A seguir, um exemplo de um texto narrativo:

Rodrigo era morador de um bairro classe media. Levava uma vida controlada com a famlia at ser despedido do trabalho. Foi pego de surpresa. Transtornado e abatido, sem saber como pagar as contas e despesas, a nica idia que lhe veio mente foi colocar o pai em um lar de idosos. Seu pai, senhor Ernesto, era um velhinho simptico e alegre. Tinha uma enorme vontade de viver, apesar da idade e do cansao proveniente de muito trabalho. Estava um pouco doente e sua aposentadoria no era suciente para a compra dos medicamentos. Necessitava de ajuda do nico lho, Rodrigo. Depois de vrias noites sem dormir, Rodrigo decidiu levar o pai para morar em um lar de idosos. Convidou o pai para acompanh-lo em uma visita a um amigo. Entraram numa casa sombria e estranha. Rodrigo deixou seu, sozinho, num dos corredores. Enquanto tratava dos papeis com o diretor, Senhor Ernesto foi levado por dois enfermeiros at seu quarto. Rodrigo conseguiu roubar a alegria e a vontade de viver de seu pai. At hoje, Rodrigo no visitou o pai. O remorso e a dor so maiores que a coragem de encar-lo. Senhor Ernesto, apesar de ter sofrido muito, conseguiu recuperar-se com a ateno recebida dos novos amigos. Porm, nunca entendeu a atitude do lho.

2.1 TIPOS DE DISCURSO NA NARRAOComo arma Barbosa (1991), em uma histria, os personagens narram os acontecimentos, ou seja, eles falam, agem de acordo com o desenrolar dos eventos. Essas falas so chamadas tipos de discurso. Tem-se, assim:IPTE 36

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 11 - discurso direto: a fala do personagem apresentada de forma direta, ou seja, reproduzida literalmente, na primeira pessoa. A pontuao vem marcada por dois pontos, travesso, e h geralmente um verbo de elocuo (dizer, falar, exclamar) introduzindo a fala:

Que horror! exclamou Padre Silvestre quando chegou a notcia. Ele tinha inimigos? (Graciliano Ramos, So Bernardo) A casa Verde crcere privado, disse um mdico sem clnica. (Machado de Assis, O Alienista)

- discurso indireto: a fala do personagem transmitida pelo narrador, de forma indireta, ou seja, na terceira pessoa. H neste discurso verbos de elocuo seguidos de orao substantiva.

RelicrioNo baile da Corte Foi o Conde DEU quem disse Para dona Benvinda Que farinha de Sururu Pinga de Parati Fumo de Baependi com beb pit e ca (Oswald de Andrade)

O marido perguntou a esposa se ela queria caf no quarto. - discurso indireto livre: um discurso indireto sem apresentar os elementos caractersticos que so os verbos de elocuo e a conjuno que.

O guarda-noturno olha para as casas, para os edifcios, para os muros e grades, para as janelas e os portes. Uma pequena luz, l em cima:IPTE 37

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 11 h vrias noites, aquela vaga claridade na janela: uma pessoa doente? O guarda-noturno caminha com delicadeza, para no assustar, para no acordar ningum. L vo seus passos vagarosos, cadenciados, cosendo a sua sombra com a pedra da calada. (Ceclia Meireles)

REFERNCIABARBOSA, S. A .M. Redao: escrever desvendar o mundo. 7 ed. Campinas: Papirus, 1991.

ANOTAES

IPTE 38

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

SNTESE PARA AUTO-AVALIAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 12

Este resumo contm os principais pontos sobre descrio e narrao.

TEXTO DESCRIOCaractersticas da descrio. Procura retratar algo/algum de maneira el; ao descrever, retrata-se o que v com assertivas, armaes; h o predomnio de verbos de ligao; relata propriedades e aspectos simultneos dos elementos descritos que so considerados numa nica situao, ou seja, a caracterstica central da descrio a simultaneidade; no h relao de anterioridade e posterioridade entre os enunciados, pois o que descrito tido como simultneo; os tempos verbais mais utilizados so o presente ou o pretrito imperfeito; h uma organizao central e lgica uso de adjetivos em abundncia. A descrio composta por trs partes distintas: introduo, desenvolvimento e concluso que, por sua vez, so consideradas como um todo, formando uma unidade de entendimento. De acordo com Garcia (1997), na descrio consideram-se dois pontos de vista: ponto de vista fsico e o ponto de vista mental, de grande importncia para a descrio. Do ponto de vista mental surgem outros dois tipos de descrio: subjetiva (expressionista) e a objetiva (impressionista).

NARRAOCaractersticas da narrao. H o predomnio de verbos de ao; h uma relao de anterioridade e posterioridade dos acontecimentos; h, geralmente, uma ordem cronolgica dos fatos narrados; os verbos, aparecem, via de regra, no pretrito;IPTE 39

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 12 ocorre uma mudana de situao (de um estado a outro); expresses indicando circunstncia. Em relao estrutura, na narrao, assim, como na descrio, tm-se trs partes distintas formando uma nica unidade: introduo, desenvolvimento e concluso. Como arma Barbosa (1991), em uma histria, os personagens narram os acontecimentos, ou seja, eles falam, agem de acordo com o desenrolar dos eventos. Essas falas so chamadas tipos de discurso e so classicados como direto, indireto e indireto livre.

ANOTAES

IPTE 40

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

PARFRASE - RECURSO DE REPETIO OBJETIVOS

ATIVIDADE 13

Este contedo trata de um recurso da lngua usado como procedimento coesivo.

TEXTODe acordo com Antunes (2005), a parfrase pode ser considerada como uma operao de reformulao, de dizer o que foi dito de outro jeito. A parfrase, segundo o autor, um recurso reiterativo e pode claricar um conceito, uma idia, uma informao por meio de uma reformulao diferente, nova, desses itens. Alm disso, um recurso coesivo, pois liga segmentos textuais. Os fragmentos da parfrase podem ser introduzidos por elementos como: em outros termos, ou seja, isto , quer dizer, em suma, em resumo, em outras palavras, sinalizando que a mesma informao vai ser dita novamente, mas com uma reformulao. A parfrase aparece com freqncia em textos literrios, cientcos, religiosos e da comunicao comum. Para Meserani (1995, apud Pantaleoni), a parfrase pode ser dividida em dois tipos de discurso: a parfrase reprodutiva e a criativa: - parfrase reprodutiva: reproduz em outras palavras um outro texto, de modo quase literal. Dentro de limites bastante estreitos, ela serve para reiterar, insistir, xar, explicar, precisar, expandir ou sintetizar uma mensagem, no todo ou parcialmente. Veja o exemplo abaixo:

Democracia quando eu mando em voc, ditadura quando voc manda em mim (Millr Fernandes - citao) Com exemplica Pantaleoni (s.d.) para Millr Fernandes, democracia tem um conceito bem relativo, depende do lugar onde a pessoa esteja. Se ela estiver no comando, h democracia; se ela for comandada, ento s existe a ditadura. (parfrase da citao acima.)

O ato de escrever deve ser visto como uma atividade sociocultural. Ou, dito de outra forma, escrevemos pra algum ler. (Faraco, 2003)

IPTE 41

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 13

- parfrase criativa: ultrapassa os limites da simples rearmao ou resumo do texto original, da simples traduo literal. Neste tipo de parfrase, o texto se desdobra e se expande em novos signicados. Ainda que no discorde do texto de origem, dele se distancia, usando-o como patamar ou pretexto. Neste tipo de parfrase, muitas vezes, o texto-fonte transforma-se em um mote que desenvolvido semntica e formalmente.Texto original: mote Pus meus olhos numa funda, E z um tiro com ela s grades duma janela Parfrase: glosa ou volta Uma dama, de malvada, Tomou seus olhos na mo E tirou-me uma pedrada Com eles ao corao. Armei minha funda ento, E pus os meus olhos nela: Trape! quebro-lhe a janela. (Cames)

- parfrase estrutural: de acordo com Pantaleoni (s.d.) ocorre o aproveitamento da forma, da estrutura frasal e do pargrafo, substituindo o contedo por outro parcialmente ou completamente diferente.O sertanejo , antes de tudo, um forte. (Euclides da Cunha) O advogado , antes de tudo, um obstinado. O advogado , antes de tudo, um defensor da lei. Para Garcia (1997) a parfrase constitui exerccio dos mais proveitosos, pois no s contribui para o aprimoramento do vocabulrio mas tambm proporciona inmeras oportunidades de reestruturao de frases (...) (p. 185)

IPTE 42

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 13

REFERNCIASANTUNES, I. C. Lutar com palavras: coeso e coerncia. So Paulo: Parbola, 2005. GARCIA, O. M. Comunicao em prosa moderna. 17 ed. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1997. PANTALEONI, N. A parfrase. [s.l.]: [s.e.], [s.d.].

ANOTAES

IPTE 43

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 13

ANOTAES

IPTE 44

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

FALCIAS - ERROS DE RACIOCNIO OBJETIVOS

ATIVIDADE 14

O objetivo desta aula colocar o aluno em contato com as falcias da lngua.

TEXTOAo tratar das falcias da lngua, Garcia (1997) observa que h, do ponto de vista lgico, duas maneiras de errar: o erro em que se raciocina mal com dados corretos e o erro que se raciocina bem com dados falsos. Se for por vcio de matria resulta neste; se for por um vcio de forma, resulta naquele. Os sosmas so os chamados raciocnios viciosos, falaciosos, ou seja, um falso raciocnio elaborado com a inteno de enganar. De acordo com o autor, os sosmas so divididos em formas que so resultado de um erro de forma, e os materiais (fatos), resultantes de um engano da apreciao da matria. Alguns sosmas materiais levantados pelos estudiosos da rea so os falsos axiomas, a ignorncia da questo, petio de princpio, observao inexata, a ignorncia da causa, o erro de acidente e a falsa analogia. - falsos axiomas: o axioma um princpio necessrio, muitas vezes aplicado Matemtica, e empregado no sentido de proposio ou mxima. Muitas sentenas assumem o papel de axiomas e o falante constri sua argumentao com essas aparentes verdades, demonstrando apenas sua ignorncia e insucincia de argumentao. - ignorncia da questo: para Garcia, a mais comum. O falante/escritor desvia-se da questo em foco, justamente por no ter argumentos contra ou a favor, e a substitui por outro assunto no pertinente, mas que consiga comover, irritar, desestruturar o ouvinte/leitor. - petio de princpio: a apresentao da prpria declarao como prova dela mesma; admite-se como verdadeiro aquilo que est em discusso. Essas ocorrncias so chamadas de redundncia, ou seja, repetir o que est implcito numa declarao prvia. - observao inexata: a no observao atenta de fatos ou dados concretos que pode levar a concluses falsas ou a declaraes incompletas, a menos que se trate, como diz Garcia, de uma escamoteao, algo proposital, dos fatos para falsear concluses. - erro de acidente: um tipo de falcia em que se leva em considerao o acidental como atributo essencial, como se fosse uma regra geral, ou seja, h uma generalizao falsa.IPTE 45

INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS ATIVIDADE 14 - falsa analogia: a concluso de algo por induo parcial ou imperfeita. H uma inferncia em virtude de uma semelhana. De acordo com Garcia, comparaes e exemplos tambm constituem formas de raciocnio por analogia.

REFERNCIAGARCIA, O. M. Comunicao em prosa moderna. 17 ed. Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1997.

ANOTAES

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INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

SNTESE PARA AUTO-AVALIAO OBJETIVOS

ATIVIDADE 15

Nesta ltima aula o aluno, ter de forma resumida um dos recursos de coeso parfrase - e as falcias que so muito comuns na lngua.

TEXTO PARFRASEPara Garcia (1997) a parfrase constitui exerccio dos mais proveitosos, pois no s contribui para o aprimoramento do vocabulrio mas tambm proporciona inmeras oportunidades de reestruturao de frases (...) (p. 185) A parfrase constitui um recurso reiterativo e pode claricar um conceito, uma idias, uma informao por meio de uma reformulao diferente, nova, desses itens. Alm disso, um recurso coesivo, pois liga segmentos textuais. A parfrase pode ser dividida em parfrase reprodutiva, parfrase criativa e parfrase estrutural.

AS FALCIAS DA LNGUAAo tratar das falcias da lngua, Garcia (1997) observa que h, do ponto de vista lgico, duas maneiras de errar: o erro em que se raciocina mal com dados corretos e o erro que se raciocina bem com dados falsos. Se for por vcio de matria, resulta neste; se for por um vcio de forma, resulta naquele. Os sosmas so os chamados raciocnios viciosos, falaciosos, ou seja, um falso raciocnio elaborado com a inteno de enganar. De acordo com o autor, os sosmas so divididos em formas que so resultados de um erro de forma, e os materiais (fatos), resultantes de um engano da apreciao da matria. Alguns sosmas materiais levantados pelos estudiosos da rea so os falsos axiomas, a ignorncia da questo, petio de princpio, observao inexata, a ignorncia da causa, o erro de acidente e a falsa analogia.

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