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Page 2: apostila de pontuação - cederj.pdf

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APRESENTAÇÃO

Esse material foi elaborado com o intuito de apresentar, de forma simplificada,

algumas dicas sobre pontuação. A pontuação, se vista em toda sua amplitude, tem um

caráter bastante fluido, variando muito, a depender do gênero textual, do modo de

organização do discurso, do autor do texto, da intenção desse autor, etc. Por isso, cabe

ressaltar que as regras e dicas de pontuação abordadas nesse material têm por finalidade

tornar nossos alunos melhores produtores de textos dissertativos argumentativos formais

– já que esse é o tipo de texto predominante nas provas de vestibular. Assim, pontuações

que seriam muito interessantes numa narrativa ou num diálogo, por exemplo, não serão

aqui comentadas.

Esse assunto, muitas vezes evitado pelos professores em sala de aula, é de

extrema importância para tornar um aluno um bom produtor de textos. Entretanto,

geralmente é deixado de lado sob algumas alegações: 1° - muitos professores alegam que

não sobra tempo para abordar o assunto. 2° - muitos professores deixam de ensinar

pontuação porque “os alunos não sabem sintaxe” (dizem eles...). E para estes professores,

é impossível ensinar pontuação sem que o aluno saiba classificar todos os tipos de sujeito,

todos os tipos de predicados, todos os tipos de objetos, todos os tipos de adjuntos

(adnominais e adverbiais), todas as orações coordenadas, todas as subordinadas e,

obviamente, não podemos nos esquecer da célebre e fundamental distinção entre

complemento nominal e adjunto adnominal. Confesso que saber um pouco de sintaxe

ajuda, mas o aluno não precisa ser um sintaxista de carteirinha para aprender a pontuar.

Na verdade, o hábito de ler já resolveria o problema. A maior parte dos bons produtores

de textos (romancistas, cronistas, contistas, jornalistas, etc.) não fazem a mínima idéia de

como se classificam as orações, mas sabem pontuar muito bem seus textos, porque são

leitores proficientes. Mas como nosso objetivo é sistematizar o assunto de forma didática,

precisamos usar alguns conceitos da sintaxe para explicar a pontuação. Nada, porém,

muito aprofundado ou esmiuçado. Assim, a primeira parte desse material se destina a

comentar algumas noções de sintaxe que serão necessárias (e somente as que serão

necessárias) para explicar algumas regras de pontuação. A segunda parte é destinada à

apresentação dessas regras. A terceira parte é composta de exercícios de fixação dessas

regras.

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Esperamos que esse material possa ajudá-los a entender, um pouco melhor, esse

tão temido monstro chamado pontuação e que vocês possam produzir textos mais bem

pontuados e organizados.

JOÃO TAVARES**

** Bacharel em letras – português/literaturas pela

Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestrando

pela mesma instituição. Professor de redação do PVS-CEDERJ desde 2009. Atua também como professor

de redação do CPU-NI (Curso pré-universitário de

Nova Iguaçu) e como monitor da Faculdade de Letras

da UFRJ na disciplina Morfologia. Contato:

[email protected]

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Capítulo 1 A pontuação como organização do discurso.

O mistério da herança

Um homem rico estava muito mal, agonizando. Dono de uma grande fortuna, não teve

tempo de fazer o testamento. Lembrou, nos momentos finais, que precisava fazer isso.

pediu, então, papel e caneta. Só que, com a ansiedade que estava para deixar tudo

resolvido, acabou complicando ainda mais a situação, pois deixou o testamento sem

nenhuma pontuação. Escreveu assim:

“Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro

nada dou aos pobres”

morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna? Eram quatro

concorrentes. O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens a minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do

padeiro. Nada dou aos pobres.

A irmã chegou em seguida e pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens a minha irmã, não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro.

Nada dou aos pobres.

O padeiro puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens a minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do

padeiro. Nada dou aos pobres.

Então, chegaram os pobres da cidade. Espertos, fizeram a seguinte interpretação:

Deixo meus bens a minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do

padeiro? Nada! Dou aos pobres. Fonte: http://professoravivi.spaceblog.com.br/9/

O texto acima serve para ilustrar de forma simples e bem humorada a importância

da pontuação na organização do discurso. Ao contrário do que muitos pensam (

e do que muitos nos ensinam, infelizmente), os sinais de pontuação não são apenas para

marcar melodia e ritmo típicos do discurso oral. É esse mito que faz com que professores

ensinem que “a virgula serve para respirar” (nesses termos). Existe sim uma relação entre

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pontuação, melodia e ritmo. Mas essa, está muito longe de ser a função principal da

pontuação. A pontuação serve prioritariamente para a organização sintática do texto. E

daí surge um outro mito: o de que os alunos precisam ser Phds em sintaxe para aprender a

pontuar e organizar um texto. Nosso objetivo é tentar mostrar que nem um extremo, nem

outro são necessários (muito menos eficazes) na tarefa de tentar ensinar os alunos a

pontuar.

O texto “O mistério da herança” nos mostra como a pontuação pode organizar um

texto de formas diferentes, alterando totalmente o seu sentido. Precisamos então entender

que precisamos aprender a pontuar, para dizermos exatamente o que queremos dizer, sem

tornar o texto, ambíguo, incompreensível ou mesmo com uma interpretação que não nos

era pretendida. Nossa experiência como professores de redação em pré-vestibular tem nos

mostrado que muitos alunos dizem o que não queriam dizer por não fazerem a pontuação

adequada, ou mesmo escrevem coisas incompreensíveis devido à má pontuação.

Tentaremos mostrar, de forma bastante simples e didática, formas de pontuar

adequadamente seu texto, sem termos que recorrer a análises sintáticas aprofundadas e

nomenclaturas desnecessárias. Apresentaremos, a seguir, os termos sintáticos que serão

utilizados e como esses termos serão compreendidos nesse material.

O Sujeito

A definição de sujeito é assunto de grande polêmica. Não pretendemos aqui

definir sujeito ou fazer discussões aprofundadas sobre esse termo sintático. Preferimos

acreditar que você já sabe identificar o sujeito, mesmo que não acredite nesse potencial.

Caso você realmente ache que não sabe, aí vai uma dica: lembra das aulas daquela

professorinha dos primeiros anos escolares? Lembra quando ela mandava perguntar para

o verbo para achar o sujeito? Pois bem, é exatamente isso. Pergunte ao verbo (quem fez?

Quem comeu? Quem mandou fazer? Quem passou a falar mal?) e você achara o sujeito

sem dúvida.

O verbo

Também não vamos aqui fazer grandes comentários sobre a estrutura morfológica

dos verbos. Apenas queremos deixar claro que, para cumprir nosso objetivo de sermos

eficazes e simples, apresentando o mínimo de teoria possível, vamos chamar de verbo

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todo elemento verbal seja ele simples ou complexo. Sendo assim não nos interessa

distinguir o verbo simples da locução verbal (ou até mesmo de casos que não são

locuções). Colocaremos tudo no mesmo saco e chamaremos de verbo. Assim, nas frases

“Maria comeu dois pacotes de biscoito”, “Maria tinha feito o trabalho no sábado” e

“Maria quis fazer valer sua palavra de gerente perante os funcionários” chamaremos de

verbo os elementos sublinhados.

O complemento

Entende-se por complemento nesse nosso material qualquer complemento verbal

– objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito. Assim como com os verbos,

colocaremos tudo no mesmo saco e chamaremos de complemento. Mas não se preocupe,

pois você não terá nem que saber a diferença de um para o outro. Basta saber se é

complemento do verbo. E para isso, basta perguntar para o verbo (fez o que? Comeu o

que? Mandou fazer o que? Passou a falar mal de quem?) que você achará o complemento.

O adjunto

Esse será o nosso limbo, para onde vamos jogar tudo que não for sujeito, verbo ou

complemento. Dessa forma, apenas para facilitar a explicação (e a sua compreensão),

chamaremos de adjunto tudo que não for sujeito, nem verbo, nem complemento – seja um

termo oracional ou um termo não-oracional. Se você conseguir identificar o sujeito, o

verbo e complemento, o resto será considerado adjunto.

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Capítulo 2

As regras de pontuação

Não vamos tratar de todas as regras de pontuação. Trataremos apenas daquilo que

é essencial para escritura de períodos bem formados. Sendo assim, não trataremos de

regras simples e de conhecimento de todos, como, por exemplo, o uso dos pontos de

interrogação e exclamação, o uso da vírgula para enumerar elementos de mesmo valor

sintático, etc. Acreditamos que todos já sabem fazer isso.

2.1. O uso da vírgula

2.1.1. A ordem canônica

A ordem dita canônica da oração é SUJEITO – VERBO – COMPLEMENTO –

ADJUNTO. Os três primeiros nunca são separados por vírgula, estando na ordem

canônica ou não. Ou seja, o sujeito, o verbo e o complemento nunca vão ser separados

por vírgula, independente da ordem em que apareçam – S-V-C, V-C-S, S-C-V, C-V-S. O

adjunto, quando vem em posição canônica (no final da oração), pode ser separado por

vírgula ou não. Nesse caso, a vírgula é facultativa. Essa é a estrutura básica do período

simples; e, estando ele na ordem canônica, não se deve colocar nenhuma vírgula – por

maior que seja o período. Então não se preocupe se a frase é enorme, mas não tem

nenhuma vírgula. Se a estrutura dela é Suj-Vrb-Comp-Adj nessa ordem, não terá vírgula.

Ex 1: O presidente do sindicato das costureiras do bairro de São Bernardo de Aroeira

havia prometido remunerar todas as funcionárias contratadas até o ano de 2001 com juros

e correções monetárias.

Sujeito: O presidente do sindicato das costureiras do bairro de São Bernardo de Aroeira

Verbo: havia prometido remunerar

Complemento: todas as funcionárias contratadas até o ano de 2001

Adjunto: com juros e correções monetárias.

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Uma vírgula poderia ser posta depois de 2001. Porém, não é obrigatória. Esse

exemplo é importante também para fazer cair por terra o mito de que a vírgula é uma

pausa para respirar. Se fosse assim, não poderíamos respirar ao lermos em voz alta a frase

acima. Tente, pois, ler isso tudo sem respirar...

2.1.2. A quebra da ordem canônica

Só vamos começar a usar a vírgula quando houver a quebra dessa ordem canônica.

O primeiro caso de quebra dessa ordem é o deslocamento do adjunto para o inicio da

frase. Quando a frase se inicia com um adjunto, este deve ser separado por vírgula do

resto da oração, conforme o esquema abaixo.

ADJ, SUJ VERB COMP

Assim, a frase do exemplo 1 ficaria:

Ex 2: Com juros e correções monetárias, o presidente do sindicato das costureiras do

bairro de São Bernardo de Aroeira havia prometido remunerar todas as funcionárias

contratadas até o ano de 2001.

Outros exemplos:

A forte chuva na grande São Paulo causou deslizamento de terras nessa madrugada.

Nessa madrugada, a forte chuva na grande São Paulo causou deslizamento de terras

Os cientistas sempre se preocuparam com a descoberta de novas formas de prolongar a

vida humana desde tempos imemoriáveis.

Desde tempos imemoriáveis, os cientistas sempre se preocuparam com a descoberta de

novas formas de prolongar a vida humana.

O segundo caso de quebra da ordem canônica é a intercalação de um adjunto entre

o sujeito e o verbo ou entre o verbo e o complemento. Nesse caso qualquer elemento que

se ponha entre sujeito e verbo ou entre o verbo e o complemento será isolado por vírgula,

conforme esquema abaixo.

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SUJ, ADJ, VERB COMP SUJ VERB, ADJ, COMP SUJ, ADJ, VERB, ADJ, COMP

Perceba que o adjunto vem ISOLADO pelas vírgulas. Estará sempre entre virgulas (uma

antes e outra depois do adjunto)

Ex 3: A Defesa Civil de Teresópolis confirmou a morte de 122 pessoas em deslizamentos

de terra.

Sujeito: A Defesa Civil de Teresópolis

Verbo: confirmou

Complemento: a morte de 122 pessoas em deslizamentos de terra.

Veja como ficam as possíveis intercalações de adjuntos entre os termos:

A Defesa Civil de Teresópolis, na região serrana do Rio, confirmou a morte de 122

pessoas em deslizamentos de terra.

A Defesa Civil de Teresópolis confirmou, nessa madrugada, a morte de 122 pessoas em

deslizamentos de terra.

A Defesa Civil de Teresópolis, na região serrana do Rio, confirmou, nessa madrugada, a

morte de 122 pessoas em deslizamentos de terra.

2.1.3 Casos específicos

Iremos nesse item citar alguns casos específicos que fogem a algum tipo de generalização

ou que, por motivos de simplificação, preferimos não abordar de forma técnica e

carregada de teorias e nomenclaturas.

a) Coloque vírgula antes dos conectivos mas, porém, contudo, todavia, entretanto,

no entanto, porque, que, logo, portanto, pois, então, assim, por isso, de modo que,

já que, embora, embora, ainda que, mesmo que.

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b) Quando a frase se iniciar com porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto,

logo, portanto, pois, então, assim ou por isso coloque uma virgula depois do

conectivo.

c) Comentários em final de frase devem ser separados por vírgula.

As indústrias de cosméticos tiveram uma baixa produtividade no ano de 2010, o que

resultou num corte de aproximadamente dois mil funcionários só no Rio de Janeiro.

Manifestantes do Greenpeace pararam a AV. Presidente Vargas para fazer uma

manifestação contra a emissão de gazes poluentes dos carros e ônibus que trafegam pela

avenida todos os dias, fazendo com que a cidade parasse por cinco horas.

Duas mulheres quebraram uma loja do centro do Rio numa briga. As mulheres

disputavam a mesma mercadoria – uma calça Jean número 38 – que era a última da loja.

Com a briga, elas quebraram um espelho e duas vitrines, dando um prejuízo ao dono da

loja de aproximadamente dois mil e quinhentos reais.

O grupo Roupa Nova se apresentou ontem à noite na apoteose. A banda tocou clássicos

de sua carreira como Dona, A viagem e A lenda, o que levou a platéia ao delírio.

Nos dois últimos exemplos, há mais de uma frase. Logo, os comentários são

acerca da última frase de cada exemplo: “Com a briga, elas quebraram um espelho e duas

vitrines, dando um prejuízo ao dono da loja de aproximadamente dois mil e quinhentos

reais.” e “A banda tocou clássicos de sua carreira como Dona, A viagem e A lenda, o que

levou a platéia ao delírio.”

d) A oração subordinada adjetiva explicativa deve vir separada por vírgula.

Não vamos também nos preocupar em nos aprofundar na célebre distinção entre

oração adjetiva restritiva e oração adjetiva explicativa. Grosso modo, a adjetiva

explicativa funciona como um comentário acerca do que foi dito. Assim como os

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comentários dos exemplos do item anterior. A diferença é que esses comentários são

sempre introduzidos pelo pronome QUE.

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central

um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu.

No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom

Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso

à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei.

Observe que na frase OS VIZINHOS, QUE NÃO GOSTAM DOS MEUS

HÁBITOS RECLUSOS E CALADOS, DERAM CURSO À ALCUNHA o trecho QUE

NÃO GOSTAM DOS MEUS HÁBITOS RECLUSOS E CALADOS pode ser

interpretado como um simples comentário ou não. E isso vai fazer a frase mudar de

sentido. Se interpretado como um comentário, entenderemos que os vizinhos em geral

(ou seja, todos os vizinhos) não gostam dos hábitos desse que narra a história e todos eles

deram curso à alcunha. Se não interpretarmos como um mero comentário, entenderemos

que apenas alguns vizinhos (ou seja, apenas aqueles que não gostam dos hábitos do

narrador) deram curso à alcunha. Para a primeira interpretação temos a seguinte

pontuação:

Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha.

Já para a segunda interpretação, temos a pontuação abaixo:

Os vizinhos que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados deram curso à alcunha.

Aconselhamos que você busque mais a respeito da diferença entre oração

subordinada adjetiva restritiva e oração subordinada adjetiva explicativa1, pois é um

assunto um bocado complexo e, até certo ponto, extenso, o que nos obrigaria a fugir do

1 Aconselhamos que seja feita pesquisa em gramáticas, manuais e livros didáticos. Além disso, procure

sanar suas duvidas comigo ou com o(a) professor(a) de português.

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nosso objetivo principal (objetividade, simplicidade e ausência de excesso de teorias e de

nomenclaturas). Logo, para esse manual, pararemos por aqui. Cabe apenas dizer que este

é um assunto importante, já que a diferença de pontuação entre a restritiva e a explicativa

marca uma diferença de significado no sentido das frases.

2.2. O uso do ponto

O ponto só deve ser usado quando a frase termina. Mas como saber afinal que a

frase acabou? Othon Moacir Garcia define frase como todo enunciado suficiente por si

mesmo para estabelecer comunicação. O autor diz também que a frase precisa encerrar

um pensamento completo, ou seja, a frase não pode nos parecer algo incompleto ou sem

lógica como, por exemplo, “os funcionários da Petrobras fizeram.” Vê-se nitidamente que

o pensamento que se quis expressar nessa frase não está completo. Pois bem, pelo mesmo

motivo de não querermos abusar de teorias para explicar as regras de pontuação, não

vamos também abusar de teorias para explicar o que é uma frase. Vamos ficar apenas

com essas duas noções iniciais de Othon Moacir Garcia. Assim, saberemos que a frase

terminou quando seu pensamento estiver totalmente completo e suficiente para

estabelecer comunicação. Acrescentaremos a essa definição o fato de esse pensamento

estar girando em torno de uma idéia central2. Uma frase, então, deve ter pensamento

completo, ser suficiente para estabelecer comunicação e seu conteúdo deve se restringir a

um único “assunto/pensamento/idéia” central. Uma frase pode ter mais de uma idéia

dentro dela, mas há apenas uma idéia principal e as outras são apenas idéias acessórios

que giram em torno desta idéia central3, conforme exemplo abaixo:

Ex 4: Carlos Drummond de Andrade, que levou, por toda a sua vida, a saudade da

infância como o mais recorrente de seus temas, nasceu na cidade mineira de Itabira, a

qual precisou deixar para trás ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte.

2 Para maiores esclarecimentos sobre a estrutura da frase, ver o material “Estruturação da frase e do

parágrafo” de Tavares e Saraiva. 3 Conforme consta em “Estruturação da frase e do parágrafo” de Tavares e Saraiva

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Veja que essa frase, embora fale sobre o tema mais recorrente da carreira de

Drummond, fale também sobre sua partida para Friburgo e Belo Horizonte, ela tem o

nascimento de Drummond em Itabira como idéia central. Cabe ressaltar, por fim, que,

para simplificarmos a explicação, não faremos a distinção entre frase, oração e período.

Chamaremos, pois, tudo de frase.

2.3 aplicação das regras

Para aplicarmos as regras acima, vamos tomar por base um texto que narra o mito

de Orfeu. O texto abaixo não possui nenhum tipo de pontuação. Leia e depois veja o

processo de pontuação de alguns trechos do texto.

O mito de Orfeu

Orfeu é na mitologia grega poeta e músico filho da musa Calíope Orfeu era o

mais talentoso dos músicos quando tocava a sua lira os pássaros paravam de voar para

escutá-lo e os animais selvagens perdiam o medo as árvores curvavam-se para ouvir seus

sons no vento Orfeu tocava a lira de Apolo pois dizem que Apolo era seu pai Orfeu era

casado com Eurídice ela era tão bonita que atraiu um homem chamado Aristeu quando

ela recusou as suas atenções Aristeu perseguiu-a tentando escapar-lhe ela tropeçou numa

serpente que a mordeu e Eurídice morreu Orfeu ficou transtornado de tristeza levando a

sua lira foi até o Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta a canção pungente e

emocionada de sua lira convenceu o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo Rio Estige a

canção da lira adormeceu Cérbero o cão de três cabeças que vigiava os portões o seu tom

carinhoso aliviou os tormentos dos condenados finalmente Orfeu chegou ao trono de

Hades o rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado no seu domínio

mas a agonia na música de Orfeu comoveu-o e ele chorou lágrimas de ferro sua mulher

Perséfone implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu Assim Hades atendeu o seu

desejo Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos mas com uma condição

que ele não olhasse para ela até que ela de novo estivesse à luz do sol Orfeu partiu pelo

caminho íngreme que levava para fora do escuro reino da morte tocando músicas de

alegria e celebração enquanto caminhava para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida

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ele não olhou nenhuma vez para trás até atingir a luz do sol mas então virou-se para se

certificar de que Eurídice o estava seguindo por um momento ele viu-a perto da saída do

túnel escuro perto da vida outra vez enquanto ele olhava ela transformou-se de novo num

fino fantasma soltou um doloroso gemido final de amor e pena não mais do que um

suspiro na brisa que saía do Mundo dos Mortos ele havia-a perdido para sempre em total

desespero Orfeu tornou-se amargo recusava-se a olhar para qualquer outra mulher não

querendo lembrar-se da perda da sua amada furiosas por terem sido desprezadas um

grupo de mulheres selvagens chamadas Mênades caíram sobre ele frenéticas e

despedaçaram-no jogaram a sua cabeça cortada no Rio Hebrus e ela flutuou ainda

cantando "Eurídice! Eurídice!" chorando as nove musas reuniram os seus pedaços e

enterraram-nos no Monte Olimpo dizem que desde então os rouxinóis das proximidades

cantaram mais docemente do que os outros Orfeu na morte uniu-se à sua amada Eurídice

quanto às Mênades que tão cruelmente mataram Orfeu os deuses não lhes concederam a

misericórdia da morte quando elas bateram os pés na terra em triunfo sentiram seus dedos

entrarem no solo quanto mais tentavam tirá-los mais profundamente eles se enraizavam

as suas pernas tornaram-se troncos de madeira pesada e também os seus corpos até que

elas se transformaram em silenciosos carvalhos assim permaneceram pelos séculos

batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu até que

por fim esses troncos mortos e vazios caíram no chão.

Vamos começar pelo trecho a seguir:

Orfeu é na mitologia grega poeta e músico filho da musa Calíope Orfeu era o mais

talentoso dos músicos quando tocava a sua lira os pássaros paravam de voar para escutá-

lo e os animais selvagens perdiam o medo

Apenas para mantermos uma linha de raciocínio de cada vez, vamos começar

identificando onde colocaremos ponto e depois veremos onde colocaremos as vírgulas.

Lendo trecho e levando em consideração que usamos ponto no fim da frase e que

a frase deve ter pensamento completo, ser suficiente para estabelecer comunicação e seu

conteúdo deve se restringir a um único “assunto/pensamento/idéia” central, podemos

chegar à conclusão de que o primeiro ponto deve ficar depois da palavra MÚSICO. Se

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colocarmos ponto depois de qualquer palavra depois de MÚSICO, a frase vai ficar sem

sentido. O próximo ponto deve ser colocado após a palavra MÚSICOS. Por que não

podemos botar o ponto depois de lira? Porque com isso estaríamos dizendo que Orfeu era

o mais talentoso dos músicos apenas quando ele tocava sua lira. Ou seja, quando ele não

tocava deixava de ser um músico talentoso. Conhecemos o mito de Orfeu e sabemos que

essa leitura não condiz com sua história. Mas se caso fosse isso que quiséssemos dizer

(que Orfeu só era talentoso quando tocava a lira) deveríamos colocar o ponto depois de

lira. Esse trecho (e muitos outros nesse texto) mostra que precisamos saber onde colocar

a pontuação de acordo com aquilo que queremos realmente dizer. O próximo ponto é no

fim do trecho, após a palavra MEDO. Bem, temos então três frases:

1 - Orfeu é na mitologia grega poeta e músico.

2 - Filho da musa Calíope Orfeu era o mais talentoso dos músicos.

3 - Quando tocava a sua lira os pássaros paravam de voar para escutá-lo e os animais

selvagens perdiam o medo.

Vamos agora colocar as vírgulas em cada uma delas. Para isso é preciso identificar o

sujeito, o verbo e o complemento de cada frase. E para isso, comece pelo verbo.

Frase 1: Orfeu é na mitologia grega poeta e músico.

Verbo → é

Sujeito (quem é?) → Orfeu

Complemento (Orfeu é o que?) → poeta e músico

Bem, já podemos perceber uma coisa: tirando o sujeito, o verbo e o complemento, tem

alguém sobrando nessa história. Chamaremos isso de adjunto. Perceba que o termo NA

MITOLOGIA GREGA está entre o verbo e o complemento, quebrando a ordem canônica.

Nesse caso, como vimos no esquema acima, devemos isolá-lo com vírgulas (uma antes e

outra depois). A frase 1, totalmente pontuada, fica:

Orfeu é, na mitologia grega, poeta e músico.

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Frase 2 - Filho da musa Calíope Orfeu era o mais talentoso dos músicos.

Verbo → era

Sujeito (quem era?) → Orfeu

Complemento (Orfeu era o que?) → o mais talentoso dos músicos

Adjunto (o que sobra) → filho da musa Calíope

Como esse adjunto está no inicio da frase, devemos colocar uma vírgula depois dele. A

frase 2, totalmente pontuada, fica:

Filho da musa Calíope, Orfeu era o mais talentoso dos músicos.

Frase 3: Quando tocava a sua lira os pássaros paravam de voar para escutá-lo e os

animais selvagens perdiam o medo.

Esse caso é um pouquinho mais complicado porque tem mais de um verbo.

Nesses casos, tente perceber qual é a informação central de toda a sentença, sobre o que

essa sentença fala exatamente e qual sua informação principal. Achando isso, você acha o

verbo que deve ser tomado por base na análise. A informação central dessa sentença é

que os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagem perdiam o medo. O

trecho QUANDO TOCAVA A SUA LIRA informa apenas o momento que os pássaros

paravam de voar etc. não é, pois, informação central. Sendo assim, temos:

Verbo → paravam de voar

Sujeito (quem parava de voar) → os pássaros

Adjunto (o que sobra) → quando tocava a sua lira

Adjunto (o que sobra) → para escutá-lo

Duas questões se levantam ai: em primeiro lugar, por que chamamos PARA

ESCUTÁ-LO de adjunto e não de complemento? Em segundo, porque não incluímos o

trecho E OS ANIMAIS SELVAGENS PERDIAM O MEDO? Respondendo à primeira

pergunta, chamamos PARA ESCUTÁ-LO de adjunto porque o verbo PARAVAM DE

VOAR não pede propriamente um complemento. Obviamente seu significado pode ser

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complementado por vários tipos de informação (paravam de voar porque? Pra que?

Quando? Onde? Etc.), mas essas informações não são muito bem uma exigência do verbo.

A segunda pergunta se justifica pelo fato de termos em E OS ANIMAIS SELVAGENS

PERDIAM O MEDO uma outra frase. Da mesma forma que unimos palavras ou grupo

de palavras através do conectivo E também unimos frases, conforme mostram os

exemplos abaixo:

Ex 5: banana e maçã (unindo palavras)

De manhã e de tarde (unindo grupo de palavras)

Todas as terças e às vezes às quintas (unindo grupo de palavras)

Maria fez um bolo de chocolate e Pedro comprou um presente (unindo frases)

Assim, OS ANIMAIS SELVAGENS PERDIAM O MEDO é outra frase que também

pode ser analisada.

Verbo → perdiam

Sujeito (quem perdia(m)?) → os animais selvagens

Complemento (perdiam o que?) → o medo

Porque então na pagina 12 separamos apenas três frases e não quatro? Porque nossa

intenção era separar as sentenças por ponto e não seria correto colocar um ponto depois

da palavra ESCUTÁ-LO ou de qualquer outra palavra antes de MEDO. Mas perceba que

por ser uma frase poderia vir “quebrada” por um adjunto e teríamos que analisá-la

separadamente para podermos pontuá-la. Digamos que a frase fosse:

Quando tocava a sua lira os pássaros paravam de voar para escutá-lo e os animais

selvagens num piscar de olhos perdiam o medo.

Verbo → perdiam

Sujeito (quem perdia(m)?) → os animais selvagens

Complemento (perdiam o que?) → o medo

Adjunto (o que sobra) → num piscar de olhos

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Logo, teríamos que isolar o adjunto com vírgulas. Toda a frase pontuada fica:

Quando tocava a sua lira, os pássaros paravam de voar para escutá-lo e os animais

selvagens, num piscar de olhos, perdiam o medo.

Vamos analisar agora o trecho abaixo, seguindo o mesmo raciocínio – primeiro os pontos,

depois as vírgulas:

as árvores curvavam-se para ouvir seus sons no vento Orfeu tocava a lira de Apolo pois

dizem que Apolo era seu pai Orfeu era casado com Eurídice

frase 1: As árvores curvavam-se para ouvir seus sons no vento.

Frase 2: Orfeu tocava a lira de Apolo pois dizem que Apolo era seu pai.

Frase 3: Orfeu era casado com Eurídice.

Há também, nesse trecho, três frases. Vamos agora colocar as vírgulas.

frase 1: As árvores curvavam-se para ouvir seus sons no vento.

Verbo → curvavam-se

Sujeito → As árvores

Adjunto → Para ouvir seus sons no vento.

Como esses termos estão na ordem canônica, essa frase não precisa de vírgula.

Frase 2: Orfeu tocava a lira de Apolo pois dizem que Apolo era seu pai.

Esse caso é um daqueles mais complicados, como o da frase 3 do exemplo

anterior. Temos, pois, que achar a informação principal, para acharmos o verbo que deve

ser tomado por base na análise. A informação principal está na parte em que diz que

Orfeu tocava a lira de Apolo. Daremos aqui mais uma dica. A informação principal nunca

vai estar na frase que começa com conectivo. Logo, POIS DIZEM QUE APOLO ERA

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19

SEU PAI não pode conter a informação principal da frase. Vamos então partir para a

análise.

Verbo → tocava

Sujeito (quem tocava?) → Orfeu

Complemento (Orfeu tocava o que?) → a lira de Apolo

Como esses três termos (S-V-C) nuca vêm separados por vírgulas, deixaremos do jeito

que está. Conforme consta na página 9, devemos colocar vírgula antes do conectivo POIS.

A frase toda pontuada fica:

Orfeu tocava a lira de Apolo, pois dizem que Apolo era seu pai.

Essa é a única vírgula que iremos colocar, já que a segunda frase (dizem que Apolo era

seu pai) não possui adjuntos intercalados ou deslocados. Mas se caso tivesse, deveríamos

isolá-lo com vírgula. Digamos que a frase fosse:

Orfeu tocava a lira de Apolo, pois dizem que Apolo deus do sol era seu pai.

Vamos analisar apenas a segunda frase.

Verbo → era

Sujeito (quem era?) → Apolo

Complemento (Apolo era o que?) → seu pai

Adjunto (o que sobra) → deus do sol

Logo, teríamos:

Orfeu tocava a lira de Apolo, pois dizem que Apolo, deus do sol, era seu pai.

Frase 3: Orfeu era casado com Eurídice.

Verbo → era

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20

Sujeito (quem era?) → orfeu

Complemento (orfeu era o que?) → casado

Adjunto (o que sobra) → com Eurídice

Por estar na ordem canônica, não se deve colocar vírgula nenhuma nessa frase.

Façamos a análise desse terceiro trecho.

Ela era tão bonita que atraiu um homem chamado Aristeu quando ela recusou as suas

atenções Aristeu perseguiu-a tentando escapar-lhe ela tropeçou numa serpente que a

mordeu e Eurídice morreu Orfeu ficou transtornado de tristeza levando a sua lira foi até o

Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta a canção pungente e emocionada de sua

lira convenceu o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo Rio Estige.

Bem, o primeiro ponto fica depois da palavra ARISTEU. Por que não devemos

colocar o ponto depois de ATENÇÕES? Porque, se assim o fizermos, estaremos dizendo

que Eurídice chamou a atenção de Aristeu apenas quando recusou suas atenções. Ou seja,

antes de recusar suas atenções ela não havia chamado sua atenção. Sabemos que essa não

é uma leitura muito coerente. Mas que fique bem claro que, se fosse essa a nossa intenção

comunicativa, deveríamos por o ponto depois de ATENÇÕES. O próximo ponto deve ser

colocado depois PERSEGUIU-A. Colocar depois de outra palavra deixaria a frase sem

nexo. O terceiro ponto vem depois de MORREU e o quarto depois de TRISTEZA. Se

botássemos o quarto ponto depois de LIRA, estaríamos colocando o fato de Orfeu levar a

lira como uma espécie de motivo ou causa da sua tristeza, o que não é coerente com a

história. O quinto ponto vem depois de VOLTA. Temo então seis frases.

Frase 1: Ela era tão bonita que atraiu um homem chamado Aristeu.

Frase 2: Quando ela recusou as suas atenções Aristeu perseguiu-a.

Frase 3: Tentando escapar-lhe ela tropeçou numa serpente que a mordeu e Eurídice

morreu.

Frase 4: Orfeu ficou transtornado de tristeza.

Frase 5: Levando a sua lira foi até o Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta.

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Frase 6: A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro Caronte a

levá-lo vivo pelo Rio Estige.

Vamos às vírgulas

Frase 1: Ela era tão bonita que atraiu um homem chamado Aristeu.

Verbo → era

Sujeito (quem era?) → Ela

Complemento (Ela era o que?) → tão bonita que atraiu a atenção de um homem

chamado Aristeu.

Nesse caso, não há vírgulas.

Frase 2: Quando ela recusou as suas atenções Aristeu perseguiu-a.

Verbo → perseguiu

Sujeito (quem perseguiu?) → Aristeu

Complemento (Aristeu perseguiu quem?) → a

Adjunto (o que sobra) → quando ela recusou suas atenções

A frase pontuada fica:

Quando ela recusou as suas atenções, Aristeu perseguiu-a.

Note que o adjunto contém verbo, ou seja, é uma oração. Dessa forma, também podia vir

intercalada por adjuntos. Logo precisamos fazer uma análise para ver se há a necessidade

de se colocar alguma vírgula em QUANDO ELA RECUSOU AS SUAS ATENÇÕES.

Verbo → recusou

Sujeito (quem recusou?) → Ela

Complemento (Ela recusou o que?) → as suas atenções.

Logo, não há vírgulas. Mas a frase poderia ser, por exemplo, QUANDO ELA AFLITA E

TRANSTORNADA RECUSOU AS SUAS ATENÇÕES ARISTEU PERSEGUIU-A.

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adj em relação a “ela

┌ recusou as suas atenções”┐

Quando ela, aflita e transtornada, recusou as suas atenções, Aristeu perseguiu-a.

└ adjunto em relação a “Aristeu perseguiu-a” ┘

Frase 3: Tentando escapar-lhe ela tropeçou numa serpente que a mordeu e Eurídice

morreu.

Verbo → tropeçou

Sujeito (quem tropeçou?) → ela

Complemento (ela tropeçou onde/em que?) → numa serpente que a mordeu

Adjunto (o que sobra) → tentando escapar-lhe

A parte E EURÍDICE MORREU é outra frase unida pelo conectivo E, como na frase 3

do primeiro trecho analisado.

Verbo → morreu

Sujeito → Eurídice

A frase plenamente pontuada fica:

Tentando escapar-lhe, ela tropeçou numa serpente que a mordeu e Eurídice morreu.

Frase 4: Orfeu ficou transtornado de tristeza.

Verbo → ficou

Sujeito (quem ficou?) → Orfeu

Complemento (Orfeu ficou o que) → transtornado de tristeza

Não há vírgulas.

Frase 5: Levando a sua lira foi até o Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta.

Verbo → foi

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Sujeito (quem foi?) → Orfeu (embora não esteja escrito, sabemos que é Orfeu)

Complemento (Orfeu foi onde?) → até o Mundo dos Mortos

Adjunto → levando a sua lira

Adjunto → para tentar trazê-la de volta

O primeiro adjunto deve vir separado por vírgula, já que está no inicio da frase. O

segundo, porém, não, pois está na posição canônica (fim da frase).

Levando a sua lira, foi até o Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta.

Frase 6: A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro Caronte a

levá-lo vivo pelo Rio Estige.

Verbo → convenceu

Sujeito (quem convenceu?) → A canção pungente e emocionada de sua lira

Complemento (A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu quem a

fazer o que) → o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo Rio Estige.

O complemento possui verbo e também devemos analisá-lo:

o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo Rio Estige.

Verbo → levar

Sujeito → o barqueiro

Complemento → lo

Adjunto → Caronte

Adjunto → vivo

Adjunto → pelo Rio Estige

O primeiro adjunto será isolado por vírgula por estar entre o sujeito e o verbo.

A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro, Caronte, a levá-lo

vivo pelo Rio Estige.

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Para fechar esse capítulo, vamos colocar apenas algumas dicas importantes

1. Dentro do que estamos chamando aqui de frase básica (sujeito, verbo e

complemento e adjunto), uma frase na ordem canônica nunca vai começar com:

a) Preposição

b) Conjunção

c) Verbo no gerúndio

d) Verbo no particípio

Então, se uma frase começa de uma dessas formas, é porque temos um adjunto deslocado

ou uma frase que se inicia com um comentário acerca do que se vai dizer. Logo devemos

colocar uma vírgula entre o termo adjunto ou comentário e a oração principal.

De todas as formas de preconceito, o preconceito racial é o mais comum entre os

cidadãos brasileiros (começando com preposição)

Embora tenha feito tudo do jeito que sua mãe mandou, não conseguiu realizar as tarefas

como ela queria. (começando com conjunção)

Passando pela rua do ouvidor, vi um camelô vendendo DVDs piratas. (começando com

gerúndio)

Acabada a cerimônia de casamento, iremos passar em casa antes de ir para a festa.

(começando com particípio)

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25

Capítulo 3

Exercícios de Fixação

1. Dividimos a parte do texto sobre o mito de Orfeu que ainda não foi pontuada em

trechos para que você pontue. Divirta-se!

A) a canção da lira adormeceu Cérbero o cão de três cabeças que vigiava os portões o

seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados finalmente Orfeu chegou

ao trono de Hades o rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado

no seu domínio mas a agonia na música de Orfeu comoveu-o e ele chorou

lágrimas de ferro sua mulher Perséfone implorou-lhe que atendesse o pedido de

Orfeu

B) Assim Hades atendeu o seu desejo Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo

dos vivos mas com uma condição que ele não olhasse para ela até que ela de novo

estivesse à luz do sol Orfeu partiu pelo caminho íngreme que levava para fora do

escuro reino da morte tocando músicas de alegria e celebração enquanto

caminhava para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida ele não olhou nenhuma

vez para trás até atingir a luz do sol mas então virou-se para se certificar de que

Eurídice o estava seguindo

C) por um momento ele viu-a perto da saída do túnel escuro perto da vida outra vez

enquanto ele olhava ela transformou-se de novo num fino fantasma soltou um

doloroso gemido final de amor e pena não mais do que um suspiro na brisa que

saía do Mundo dos Mortos ele havia-a perdido para sempre em total desespero

Orfeu tornou-se amargo recusava-se a olhar para qualquer outra mulher não

querendo lembrar-se da perda da sua amada

D) furiosas por terem sido desprezadas um grupo de mulheres selvagens chamadas

Mênades caíram sobre ele frenéticas e despedaçaram-no jogaram a sua cabeça

cortada no Rio Hebrus e ela flutuou ainda cantando "Eurídice! Eurídice!"

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E) chorando as nove musas reuniram os seus pedaços e enterraram-nos no Monte

Olimpo dizem que desde então os rouxinóis das proximidades cantaram mais

docemente do que os outros Orfeu na morte uniu-se à sua amada Eurídice quanto

às Mênades que tão cruelmente mataram Orfeu os deuses não lhes concederam a

misericórdia da morte quando elas bateram os pés na terra em triunfo sentiram

seus dedos entrarem no solo quanto mais tentavam tirá-los mais profundamente

eles se enraizavam as suas pernas tornaram-se troncos de madeira pesada e

também os seus corpos até que elas se transformaram em silenciosos carvalhos

assim permaneceram pelos séculos batidas pelos ventos furiosos que antes se

emocionavam ao som da lira de Orfeu até que por fim esses troncos mortos e

vazios caíram no chão.

2. Pontue os textos abaixo, retirados da página do O Globo online

(http://oglobo.globo.com/)

A) Afastado do comando da Polícia Civil depois de uma tensa negociação que

começou na noite de segunda-feira durou toda a madrugada e terminou nesta

terça-feira com comunicados oficiais o delegado Allan Turnowski deverá ser

indiciado nesta quarta-feira pela Polícia Federal por suspeita de vazamento de

informação ele teria sido flagrado em grampos telefônicos alertando o inspetor

Christiano Gaspar Fernandes sobre uma investigação da PF Turnowski já foi

informado pelo secretário de Segurança José Mariano Beltrame de que precisará

prestar novos esclarecimentos aos agentes no Rio.

B) A conversa interceptada por policiais federais teria acontecido em 2010 depois de

a PF chegar a um informante que trabalhava na Delegacia de Combate às Drogas

(Dcod) Allan teria dito a seu subordinado para ficar atento porque a PF preparava

uma operação um dos alvos do inquérito Christiano acabou preso com passagem

pela Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) o policial civil estava

lotado na 22 DP (Penha) na sexta-feira passada quando a Operação Guilhotina foi

deflagrada pela PF a delegacia foi fechada durante duas horas para o cumprimento

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27

de mandados de busca e apreensão armas, munição, celulares e documentos foram

recolhidos e estão sendo analisados.

C) Turnowski que nega qualquer envolvimento no esquema está sendo acusado de

receber propina da máfia dos caça-níqueis e de uma quadrilha de contrabandistas

que atuaria no comércio de produtos piratas no Centro em depoimento na sexta-

feira ele desqualificou as denúncias feitas por uma testemunha ouvida pela PF ao

todo 45 pessoas tiveram a prisão decretada pela Justiça entre elas o delegado

Carlos Oliveira ex-subchefe Operacional da Polícia Civil e braço direito de

Turnowski a PF investiga outros delegados que podem ser presos a qualquer

momento.

D) A PF com o apoio da Secretaria de Segurança e do Ministério Público estadual

identificou um grupo de policiais civis e militares envolvido com roubos de bens

de traficantes na recente ocupação de favelas de Santa Teresa e do Complexo de

São Carlos numa das interceptações telefônicas um policial que receberia propina

de um bandido leva uma bronca de um traficante e acaba sugerindo que o

criminoso atire nos colegas policiais.

E) Cientistas identificaram uma complexa reação química responsável pela mudança

de cor de duas telas de Vincent van Gogh e outros artistas do fim do século 19 a

descoberta é o primeiro passo para explicar a razão dos amarelos brilhantes das

telas terem sido cobertas por uma sombra marrom esmaecida ao longo do tempo.

F) Testes com raio-X microscópico revelaram uma reação química desencadeada

pela luz do sol que transforma o amarelo em marrom de acordo com o trabalho

publicado no jornal científico Analytical Chemistry.

G) Para resolver esse quebra-cabeças conhecido há 200 anos os cientistas coletaram

até amostras de tintas da época e as envelheceram artificialmente 500 horas

através de lâmpadas UV apenas uma amostra escureceu e em três semanas o

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amarelo virou marrom mudança identificada em uma análise com raio-X o

mesmo método foi usado nas telas do Museu Van Gogh, em Amsterdã.

3. Pontue as dissertações abaixo

Mais que um hábito, um objeto de poder

Em sociedades não tão primordiais a leitura era um privilegio para poucos todavia

ao longo do tempo ela tornou-se mais popular em todas as camadas da sociedade e com o

capitalismo informal ela deixou de ser um objeto de poder pois é através da leitura que

obtemos conhecimento.

Atualmente para se obter uma realização profissional ou simplesmente para se

obter um emprego o mercado de trabalho exige um conhecimento cada vez mais amplo

curso de especialização nível técnico especialização pós-graduação entre outros que

formam a qualificação do profissional

Um profissional qualificado ou seja uma pessoa com um teor de conhecimento

amplo tem uma probabilidade maior de ingressar na carreira profissional pois segundo o

mercado de trabalho estará mais preparado para trabalhar em qualquer ramo

Torna-se evidente portanto que a leitura é algo de suma importância pois é

principalmente através dela que obtemos o conhecimento que através do capitalismo

informacional passou a ser um objeto de poder

(JBM)

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Ler para compreender

Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional devemos portar de

boa formação e informação nada melhor para obtê-las do que sendo leitor assíduo quem

pratica a leitura está fazendo o mesmo com a consciência o raciocínio e a visão crítica.

A leitura tem a capacidade de influenciar nosso modo de agir pensar e falar com a

sua prática freqüente tudo isso é expresso de forma clara e objetiva pessoas que não

possuem esse hábito ficam presas a gestos e formas rudimentares de comunicação.

Isso tudo é comprovado por meio de pesquisar as quais revelam que na maioria

dos casos pessoas com ativa participação no mundo das palavras possuem um bom

acervo léxico e por isso entram mais fácil no mercado de trabalho ocupando cargos de

diretoria.

Porém conter um bom vocabulário não é o único meio de “vencer na vida”. É

preciso ler e compreender para poder opinar criticar e modificar situações.

Diante de tudo isso sabe-se que o mundo da leitura pode transformar enriquecer

culturalmente e socialmente o ser humano não podemos compreender e sermos

compreendidos sem sabermos utilizar a comunicação de forma correta e portanto torna-se

indispensável a intimidade com a leitura.

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4. Pontue as matérias jornalísticas abaixo

Bullying: O drama de quem sofre em silêncio na escola

Timidez e insegurança fazem da criança um alvo fácil para os valentões

POR CLARISSA MELLO

Você sabe o que o diretor Steven Spielberg a modelo Gisele Bundchen e o

jogador David Beckham têm em comum além da fama todos sofreram bullying na

infância Gisele era considerada „magrela‟ Spielberg sofria preconceito por ser judeu e

Beckham era chamado de “mulherzinha” por se recusar a beber e sair à noite.

Os famosos conseguiram deixar as perseguições no passado mas nas escolas

longe de holofotes a história é bem diferente o bullying é um dos principais problemas

enfrentados por estudantes.

“É uma agressão intencional e contínua ocorre quando um grupo escolhe um

aluno para humilhar bater roubar xingar sempre de forma a depreciar” explica a

educadora Tânia Zagury autora do livro „Educar sem Culpa‟ segundo ela os agressores

são principalmente crianças de famílias desestruturadas que não aprenderam a ter limites

e são violentas.

“A vítima normalmente é tímida tem poucos amigos não sabe se colocar e tem

medo de incomodar por isso se submete ela tem medo de contar aos pais pois acha que a

agressão pode piorar” explica o psiquiatra infantil Fábio Barbirato.

Alguns “sintomas” indicam se a criança está sofrendo bullying arranhões queda

no rendimento escolar falta de vontade súbita de ir para a escola objetos danificados ou

desaparecidos são alguns “Se os pais percebem mudanças no comportamento da criança é

preciso conversar saber o que está acontecendo mas não devem colocar a criança contra a

parede” diz Tânia.

Tirar a criança da escola não resolve “Só muda o problema de lugar” afirma

também não adianta forçar a barra exigindo que a vítima se defenda “A criança que sofre

Page 31: apostila de pontuação - cederj.pdf

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bullying não é agressiva não consegue revidar se os pais exigem que ela dê o troco ela

pode se sentir mais diminuída” diz Tânia o ideal é por a boca no trombone garantindo o

anonimato da vítima “Vá à escola converse com professores peça que fiquem de olho

mas peça que não falem o nome da criança” ensina.

Se a situação persistir procure um psicólogo “Crianças que sofrem bullying

precisam aprender a se colocar isso evita depressão e que eles se tornem adultos

submissos no futuro” orienta Barbirato.

Universitários vão dar aula de reforço na rede municipal

Prefeitura abre inscrição para voluntários ajudarem em programas de apoio

escolar. Participantes receberão bolsa de até R$ 600

POR MARIA LUISA BARROS

Os alunos da rede municipal de ensino que retornam às aulas hoje ganharão força

extra nos estudos a Secretaria Municipal de Educação (SME) abriu inscrições para

selecionar estudantes de universidades e voluntários interessados em auxiliar o trabalho

dos professores em programas de reforço escolar na rede da Prefeitura do Rio são 2.300

vagas distribuídas entre as dez Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) ao todo o

município tem 669.203 alunos

Os estagiários e voluntários receberão bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 400

para atuar em escolas regulares e de R$ 600 para exercer a função em unidades

localizadas em áreas de risco as chamadas „Escolas do Amanhã‟.

Todos terão direito também ao vale transporte de R$ 105,60 a carga horária é de

quatro horas por dia que equivale a 20 horas semanais para se inscrever no projeto de

estágio o estudante deve estar matriculado em uma das universidades conveniadas com a

prefeitura públicas e particulares e poderá ser de qualquer curso superior a necessidade

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maior é de estagiários para o reforço de Matemática podendo o bolsista estar cursando

Engenharia Física Economia e outros cursos das áreas de Ciências Exatas.

As inscrições devem ser feitas nas coordenadorias regionais e ficarão abertas até

todas as vagas terem sido preenchidas os candidatos precisam procurar a CRE da região

onde pretende trabalhar é necessário levar os seguintes documentos carteira de identidade

CPF comprovante de residência carta de apresentação da universidade e comprovante de

conta corrente do titular.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Os universitários poderão atuar em todos os programas de reforço escolar da

secretaria como „Autonomia Carioca‟ que atende estudantes com dois anos ou mais de

defasagem idade-série os estagiários também vão ajudar os professores no programa

„Nenhuma Criança a Menos‟ que acompanha os alunos e as escolas com as piores notas

da Prova Rio.

Além dos programas já existentes os bolsistas vão participar da „Educopédia‟ um

portal de aulas digitais que está sendo implementado este ano para tornar as aulas mais

dinâmicas e interessantes de acordo com a secretaria em 2009 1.700 bolsistas fizeram

estágio em escolas da prefeitura no ano passado o número de interessados subiu para

2.700.

ÍNDIA APRESENTA GENERICO DE iPad QUE CUSTARÁ R$ 60,00

Governo negocia com fabricantes a produção em massa do tablet educacional

O governo da Índia apresentou nesta sexta-feira um similar de baixo custo do

iPad que pode ser o tablet mais barato do mundo ao custo de 35 dólares (cercad e R$

60) o ministro de Desenvolvimento de Recursos Humanos Kapil Sibal disse haver

negociações com fabricantes para a produção em massa do aparelho informou a

Reuters.

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Segundo o governo indiano genérico de iPad custará 35 dólares desenvolvido

com fins educacionais por pesquisadores indianos e financiado pelo governo o tablet

tem tela sensível ao toque (touchscreen) bateria recarregável com energia solar

sistema operacional Linux browser leitor de PDF recursos de vídeoconferência e

pode ser adaptado para receber mais recursos.

A Índia espera que o genérico de iPad seja adotado no ensino superior até o

ano que vem e pretende que o preço final do produto caia para 20 dólares (cerca de

R$ 34) ou até mesmo 10 dólares (cerca de R$ 17).

Escola nas Filipinas é construída com garrafas

PET usadas

Débora Spitzcovsky 25 de fevereiro de 2011

Angustiado com a falta de escolas de ensino básico em algumas províncias

filipinas o conterrâneo Illac Diaz resolveu dar um jeito no problema e fundou o Bottle

School Project que como o próprio nome diz pretende construir escolas de uma forma

bem barata e que de quebra ainda ajuda o meio ambiente com garrafas PET usadas.

Para quem achou a ideia maluca Diaz já tem a prova de que seu projeto não é nem

um pouco utópico a primeira escola da iniciativa está pronta em San Pablo e foi

construída com milhares de garrafas PET de 1,5 e 2 litros que foram preenchidas com

adobe líquido uma substância feita com terra crua, água e fibras naturais ou palha para

dar consistência às paredes segundo Diaz além de ser mais barato do que o concreto o

adobe é cerca de três vezes mais forte do que o cimento.

O visionário no entanto não conseguiu a proeza sozinho para que o projeto desse

certo ele contou com a ajuda da My Shelter Foundation (Fundação Meu Abrigo, em

português) que promoveu uma corrida beneficente no início da obra para coletar garrafas

PET usadas. Além disso dezenas de voluntários botaram a mão na massa e ajudaram na

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34

construção da escola cujo terreno foi doado pelo governo local de San Pablo que foi outro

colaborador.

Após a conclusão da primeira obra Diaz pretende expandir o projeto para

construir outras “escolas de garrafa” nas Filipinas na Ásia e quem sabe no restante do

mundo mas mais do que isso a partir de seu esforço para erguer instituições de ensino

básico em lugares onde a educação ainda é precária ele espera conscientizar os governos

a respeito da importância e da urgência em se investir mais no ensino

Forçar sorriso piora o seu humor.

Sabe aquele sorriso forçado que você solta para esconder um pouco do mau

humor ou para disfarçar o quanto detesta o chato que veio dar oi colando ou não (aí vai

depender das suas habilidades cênicas) colocá-lo no rosto piora o seu estado de espírito

e no trabalho pode enxugar um bocado a sua produtividade quem diz são pesquisadores

da Universidade Estadual de Michigan nos EUA. Eles acompanharam um grupo de

motoristas de ônibus (ótimas cobaias já que são forçados a lidar com pessoas o tempo

todo estando ou não a fim de socializar) por duas semanas e constataram que conforme

eles sorriam sinceramente seus humores iam melhorando cada vez mais ok isso é óbvio

mas quando o sorriso vinha por algum motivo forçado o humor dos motoristas tendia a se

deteriorar rapidinho e eles ainda perdiam a concentração no trabalho conta o New

York Times é que como todo mundo sabe esconder as emoções não dá muito prazer e o

efeito no caso foi ainda mais significativo entre as mulheres tudo culpa das convenções

sociais elas crescem sendo encorajadas a demonstrar mais as emoções do que os homens

disfarçá-las então tende a ser ainda mais sacrificante ou seja a dica é quer ficar de cara

fechada fique mesmo pense no seu bem-estar e deixe que os outros lidem com o seu mau

humor ou com a sua antipatia o problema é deles.