45
Apostila para a Disciplina Deontologia e Legislação Prof a . Ms. Flavia V. Gouveia [email protected]

APOSTILA DEONTOLOGIA

  • Upload
    dogaaa

  • View
    165

  • Download
    5

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: APOSTILA DEONTOLOGIA

Apostila para a Disciplina Deontologia e Legislação

Profa. Ms. Flavia V. Gouveia

[email protected]

Page 2: APOSTILA DEONTOLOGIA

2 Profa. Flavia V. Gouveia

Filosofia, Ética e Moral

Filosofia Origem grega

philos = amigo e Sophia = conhecimento Formular questões sobre a origem e a razão do universo e a buscar o sentido da própria existência. Questionar problemas humanos e discernir entre o certo e o errado através da própria razão humana. Ética e Moral Ética:

Origem grega: “ethos”. Modo de ser.

Moral: Origem latim: “mores”. Costumes.

Ética Conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive. Reflexão sobre a natureza do Bem e do Mal. Influência religiosa, cultural e familiar. Moral Conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. “ciência dos costumes”. A Moral tem caráter normativo e obrigatório. Ética x Moral Moral é o conjunto das condutas e normas que tu, eu e alguns dos que nos rodeiam costumamos aceitar como válidas. Ética é a reflexão sobre o porquê de as considerarmos válidas, bem como a comparação com as outras morais, assumidas por pessoas diferentes. Deontologia Origem Grega:

Deon = Dever, obrigação Logos = ciência

Teoria do Dever Conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma determinada profissão São normas estabelecidas para a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios. A ninguém é dado o direito do desconhecimento. Se não sabia, soubesse.

Page 3: APOSTILA DEONTOLOGIA

3 Profa. Flavia V. Gouveia

Bioética Bioética Bio = Vida Ethos = Ética

Ética em relação à vida. Lidar com pacientes Pesquisas com humanos Pesquisas com animais

Temas Polêmicos Aborto Eutanásia Transgênicos Fertilização in vitro Clonagem Testes com animais Juramento de Hipócrates Aplicar os tratamentos para ajudar os doentes conforme minha habilidade e minha capacidade, e jamais usá-los para causar dano ou malefício. Não dar veneno a ninguém, embora solicitado a assim fazer, nem aconselhar tal procedimento. Da mesma maneira não aplicar pessário em mulher para provocar aborto. Nas casas em que ingressar apenas socorrer o doente, resguardando-me de fazer qualquer mal intencional, especialmente ato sexual com mulher ou homem, escravo ou livre. Não relatar o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados. Código de Nuremberg Tribunal Militar de Nuremberg Agosto de 1947

Experiências de pesquisa, freqüentemente fatais, realizadas em prisioneiros de guerra por parte de médicos nazistas. Código de Nuremberg Um paciente falante e que tem autonomia para decidir o que é melhor e agir em conseqüência. Requer que o pesquisador proteja os melhores interesses do seu paciente, mas também proclama que os sujeitos podem ativamente protegerem a si mesmos. Os voluntários têm tanta autoridade para terminar sua participação no estudo quanto os próprios pesquisadores.

1. O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial.

Page 4: APOSTILA DEONTOLOGIA

4 Profa. Flavia V. Gouveia

As pessoas que serão submetidas ao experimento devem ser legalmente capazes de dar consentimento.

Não pode haver intervenção de elementos de força, fraude, mentira, coação, astúcia ou outra forma de restrição posterior.

Devem ter conhecimento suficiente do assunto em estudo para tomarem uma decisão lúcida.

2. O experimento deve ser tal que produza resultados vantajosos para a sociedade, que não possam ser buscados por outros métodos de estudo, mas não podem ser casuísticos ou desnecessários na sua natureza.

3. O experimento deve ser baseado em resultados de experimentação em

animais e no conhecimento da evolução da doença ou outros problemas em estudo.

4. O experimento deve ser conduzido de maneira a evitar todo sofrimento físico ou mental desnecessários e danos.

5. Não deve ser conduzido qualquer experimento quando existirem razões para acreditar que pode ocorrer morte ou invalidez permanente; exceto, talvez, quando o próprio médico pesquisador se submeter ao experimento.

6. O grau de risco aceitável deve ser limitado pela importância humanitária do problema que o experimento se propõe a resolver.

7. Devem ser tomados cuidados especiais para proteger o participante do

experimento de qualquer possibilidade de dano, invalidez ou morte, mesmo que remota.

8. O experimento deve ser conduzido apenas por pessoas cientificamente qualificadas. O mais alto grau de habilidade e cuidado deve ser requerido de aqueles que conduzem o experimento.

9. O participante do experimento deve ter a liberdade de se retirar no

decorrer do experimento, se ele chegou a um estado físico ou mental no qual a continuação da pesquisa lhe parecer impossível.

10. O pesquisador deve estar preparado para suspender os procedimentos

experimentais em qualquer estágio, se ele tiver motivos razoáveis para acreditar, no exercício da boa fé, habilidade superior e cuidadoso julgamento, que a continuação do experimento provavelmente resulte em dano, invalidez ou morte para o participante.

Page 5: APOSTILA DEONTOLOGIA

5 Profa. Flavia V. Gouveia

Informe de Belmont Fevereiro de 1976

Beneficiência Princípio ético de fazer o bem e evitar o mal para o sujeito ou para a sociedade Ajudar os outros a obter o que é benéfico para eles, ou que promova o bem estar deles, reduzindo os riscos maléficos, ou que possa lhes causar danos físicos ou psicológicos

Não Maleficiência Princípio de não causar mal ou danos ao paciente. O profissional precisa preocupar-se com a maneira de distribuir os benefícios ou recursos entre seus pacientes. Como dispor seu tempo a sua assistência entre os vários pacientes de acordo com as necessidades que apresentam Justiça Princípio de ser justo Igualdade de trato entre iguais e tratamento diferenciados entre desiguais de acordo com a necessidade individual. Isto significa que as pessoas que têm necessidades de saúde iguais devem receber igual quantidade de serviço e recursos. E as pessoas com necessidades maiores que outras, devem receber mais serviços que outras

Autonomia Princípio ético que defende a liberdade individual a cada um determinar suas próprias ações, de acordo com sua escolha. Problemas: é que o paciente pode apresentar diferentes níveis de capacidade de tomar uma decisão autônoma, dependendo de suas limitações internas (aptidão mental, nível de consciência, idade ou condições de saúde) ou externas (ambiente hospitalar, disponibilidade de recursos existentes).

Autonomia Reduzida Crianças Deficientes mentais Pessoas em estado de transtornos mentais agudas Indivíduos sob intoxicação Sob efeito de drogas Pessoas em coma

Autonomia do Profissonal Por razões éticas (cláusula de consciência) pode se opor aos desejos do paciente de ver realizados certos procedimentos, como, eutanásia, técnicas de reprodução assistida e aborto, mesmo que haja amparo legal

Experimentos em Animais Objetivos legítimos para a pesquisa em animais. Impor limites à dor e ao sofrimento.

Page 6: APOSTILA DEONTOLOGIA

6 Profa. Flavia V. Gouveia

Avaliar previamente os projetos por um Comitê independente. Fiscalizar instalações e procedimentos. Garantir a responsabilização pública.

Replace Substituição do uso de animais por métodos alternativos: Cultivo celular Simulações por computador Modelos Matemáticos

Reduce e Refine Redução do número de animais utilizados e aumento na qualidade do tratamento estatístico. Refinamento das técnicas utilizadas, visando minorar a dor e o sofrimento dos animais.

Declaração Universal dos Direitos dos Animais

a. Nem tudo o que é tecnicamente possível de ser realizado deve ser permitido.

b. Nem todo o conhecimento gerado em pesquisas com animais é plenamente transponível ao ser humano

c. A utilização de animais em projetos de pesquisa deve ser uma alternativa ao uso de seres humanos e ser indispensável

d. Declaração Universal dos Direitos dos Animais e. Todos os animais têm o mesmo direito à vida. f. Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem. g. Nenhum animal deve ser maltratado. h. Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat. i. O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca

abandonado. j. Declaração Universal dos Direitos dos Animais k. Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor. l. Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a

vida. m. A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes

contra os animais. n. Os diretos dos animais devem ser defendidos por lei. o. O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e

compreender os animais

Page 7: APOSTILA DEONTOLOGIA

7 Profa. Flavia V. Gouveia

Hierarquia dos Conselhos

Organograma do CRBM

Comissões Permanentes Integrantes da organização básica do Conselho Regional de Biomedicina. Ética Fiscal Social e Eventos Ensino e Docência Promoção de Classe Científica Imprensa Comissão Permanente De Ética Apreciar e julgar os processos em que haja indícios de infração à ética e ao exercício da profissão do biomédico, seja por pessoa física ou jurídica Estipular, junto com o Departamento de Fiscalização, o valor da multa devida em caso de atuação.

Comissão Permanente Fiscal Examinar, no mínimo bimestralmente, as contas deste Conselho Regional, no que se refere às receitas, as despesas e programação orçamentária comparando com o realizado; Conferir o cumprimento das obrigações fiscais, verificando os valores e datas de recolhimento; Examinar estoques, consumo médio de materiais, preço médio de compras e cotações de preços realizados; Executar outras tarefas que lhe forem delegados pelo Plenário. Parágrafo único - As dúvidas surgidas no exercício das atribuições acima serão esclarecidas pelo contador responsável ou até por auditoria externa devidamente contratada, se necessário

Page 8: APOSTILA DEONTOLOGIA

8 Profa. Flavia V. Gouveia

Comissão Permanente Social E Eventos Manter contato com autoridades visando a divulgação e promoção da classe; Promover encontros com representantes de outras profissões assemelhadas, visando a troca de informações; Realizar eventos que promovam de forma objetiva e eficaz todas as atuações dos Biomédicos, propondo ainda níveis de remuneração compatíveis com a especialização profissional;

Comissão Permanente De Ensino e Docência Examinar e se manifestar sobre assuntos relativos às atribuições profissionais, sombreamento com áreas congêneres, exorbitância de atribuições; Examinar e se pronunciar sobre a compatibilidade de currículos das escolas com registro das especialidades anotadas em carteira dos profissionais; Exercer outras tarefas afins que lhe forem incumbidas pelo Plenário.

Comissão Permanente Promoção de Classe Manter contato com autoridades visando a divulgação e promoção da classe; Promover encontros com representantes de outras profissões assemelhadas, visando a troca de informações; Realizar eventos que promovam de forma objetiva e eficaz todas as atuações dos Biomédicos, propondo ainda níveis de remuneração compatíveis com a especialização profissional;

Comissão Permanente Científica Relacionar-se com as Faculdades e Centros de Estudo, obtendo informes que sirvam a atualização científica aos profissionais; Obter informes de congressos, simpósios e outros eventos científicos que abordem questões de interesse do profissional para divulgar aos inscritos; Promover encontros de profissionais que possam trazer benefícios ao conhecimento científico dos biomédicos.

Comissão de Imprensa Responsável pela análise e seleção de artigos na área da saúde, em especial, na área biomédica, para posterior publicação no jornal da categoria, além da elaboração de pesquisas científicas e da elaboração de matérias de interesse da classe.

Conselhos Os conselhos regionais foram criados para regular, orientar e fiscalizar o exercício profissional. São entidades fiscalizadas pelo Conselho Federal, órgão hierarquicamente superior do qual emanam resoluções para os regionais. Cabe a ele julgar em grau de último recurso procedimentos éticos e administrativos. A função do CFBM e dos CRBM é zelar pelo profissional responsável, salvaguardando seus direitos, e punir, quando necessário, os abusos e as irregularidades cometidas no exercício da profissão, em defesa da coletividade.

Page 9: APOSTILA DEONTOLOGIA

9 Profa. Flavia V. Gouveia

Associações As associações são sociedades de cunho científico, criadas com o objetivo de promover o aperfeiçoamento da categoria, auxiliando os profissionais e estudantes com atividades que agreguem valor aos seus currículos, como cursos, palestras, congressos e jornadas, encontros, simpósios e demais eventos científicos. Sindicatos Os sindicatos têm como missão principal defender e fazer prevalecer os direitos trabalhistas, lutando pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos profissionais, das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores, e à defesa da classe, entre outras atividades. Têm como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT.

Page 10: APOSTILA DEONTOLOGIA

10 Profa. Flavia V. Gouveia

Atuação Do Biomédico

1. Análises Clínicas

a. Realizar exames de Análises Clínicas;

b. Assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos;

c. Assumir e executar o processamento de sangue, suas sorologias e

exames pré-transfussionais;

d. Assumir chefias técnicas, assessorias e direção destas atividades;

2. Análises Ambientais

a. Realizar análises físico-químicas e microbiológicas para o

saneamento do meio ambiente.

3. Indústrias

a. Atuar em indústrias químicas e biológicas na elaboração de soros,

vacinas e reagentes.

4. Análises Bromatológicas

a. Realizar análises para aferição de qualidade dos alimentos.

5. Biologia Molecular

a. Realizar coleta de materiais, análise, interpretação, emissão e

assinatura de laudos e de pareceres técnicos.

6. Genética

a. Participar de pesquisas em todas as áreas da genética, como

coordenador ou membro da equipe;

b. Realizar exames de Citogenética Humana e Genética Humana

Molecular (DNA), realizando as culturas, preparações citológicas e

análises;

c. Assumir a responsabilidade técnica, elaborando e firmando os

respectivos laudos e transmitindo os resultados dos exames

laboratoriais a outros profissionais, como consultor, ou diretamente

aos pacientes, como aconselhador genético.

7. Reprodução Humana

a. Atuar em Identificação e Classificação oocitária; Processamento

Seminal; Espermograma; Criopreservação Seminal; Classificação

embrionária; Criopreservação Embrionária; Biópsia Embrionária e

Hatching;

Page 11: APOSTILA DEONTOLOGIA

11 Profa. Flavia V. Gouveia

b. Atuar em Embriologia. Realizar a manipulação de gametas (oócitos e

espermatozóides) e pré-embriões.

8. Citologia Oncótica

a. Realizar colheita de material cérvico vaginal e leitura da respectiva

lâmina, exceto a colheita de material através da técnica de Punção

Biópsia Aspirativa por Agulha Fina (PAAF);

b. Realizar a leitura de citologia de raspados e aspirados de lesões e

cavidades corpóreas, através da metodologia de Papanicolaou;

c. Atuar no setor de imunohistoquímica e imunocitoquímica, referente

ao diagnóstico citológico;

d. Assumir responsabilidade técnica, firmando os respectivos laudos.

9. Banco de Sangue

a. Executar o processamento de sangue e suas sorologia;

b. Realizar exames pré e pós transfusionais;

c. Assumir chefias técnicas, assessorias e direção de unidades;

d. Manusear equipamentos de auto-transfusão;

e. O profissional legalmente habilitado nesta área poderá exercer todas

as atividades inerentes a este campo, com exceção do ato

transfusional. A responsabilidade técnica deve ficar a cargo de um

médico especialista em Hemoterapia e / ou Hematologia.

10. Acupuntura

a. Realizar atendimento em consultório voltado à atividade e

procedimentos de Acupuntura;

b. Aplicar o diagnóstico energético (complementar ao diagnóstico

clínico nosológico);

c. Aplicar procedimentos técnicos para promoção do equilíbrio

energético - orgânico;

d. Exercer atividades ligadas à docência e pesquisa.

11. Imagenologia

a. Atuar em Tomografia computadorizada (TC), Ressonância

Magnética (RM), Medicina nuclear (MN), Radioterapia (RT), ultra-

sonografia (USG) e radiologia médica, excluída a interpretação de

laudos. No que se refere à Tomografia Computadorizada e à

Ressonância Magnética, as áreas mais significativas são:

b. Operação de equipamentos;

c. Desenvolvimento de protocolos de estudo e examinação;

d. Desenvolvimento de novas técnicas

Page 12: APOSTILA DEONTOLOGIA

12 Profa. Flavia V. Gouveia

e. Coordenação de grupos de colaboradores, administração e gestão

de conteúdo e contingente dos setores.

f. Atuar em exame de ultra-sonografia. Por ser um exame praticamente

médico dependente (o laudo será elaborado pelo executante do

exame) tem poucos Biomédicos atuando neste seguimento quando

comparado a TC e RM;

g. Atuar no campo da Informática Médica, exercendo atividades no

produto final dos exames, seja o conteúdo de dados ou

armazenamento das imagens adquiridas. Os sistemas HIS (Hospital

Information System), RIS (Radiology Information System) e PACS

(Picture Archiving in Communication System) estão sendo

implantados nos centros de diagnósticos e necessitam de

profissionais Biomédicos para atuar neste seguimento.

12. Coleta de materiais

a. Realizar toda e qualquer coleta de amostras biológicas para

realização dos mais diversos exames, como também supervisionar

os respectivos setores de coleta de materiais biológicos de qualquer

estabelecimento que a isso se destine. Excetuam-se as biópsias,

coleta de líquido, cefalorraquidiano (liquor) e punção para obtenção

de líquidos cavitários em qualquer situação.

**No exercício das atribuições acima indicadas, poderá o Biomédico assumir a

responsabilidade técnica, quer de Laboratórios, quer de indústrias, firmando os

respectivos laudos ou pareceres.

**Para a realização dessas atividades o biomédico deverá ter o reconhecimento

de habilitação na área específica.

**Para o exercício de quaisquer das atividades referidas, torna-se indispensável a

prévia inscrição do Biomédico neste Conselho.

Page 13: APOSTILA DEONTOLOGIA

13 Profa. Flavia V. Gouveia

Relação das Habilitações do Biomédico

1. Patologia Clínica (Análises Clínicas)

2. Biofísica

3. Parasitologia

4. Microbiologia

5. Imunologia

6. Hematologia

7. Bioquímica

8. Banco de Sangue

9. Virologia

10. Fisiologia

11. Fisiologia Geral

12. Fisiologia Humana

13. Saúde Pública

14. Radiologia

15. Imagenologia (excluindo interpretação)

16. Análises Bromatológicas

17. Microbiologia de Alimentos

18. Histologia Humana

19. Patologia

20. Citologia Oncótica

21. Análise Ambiental

22. Acupuntura

23. Genética

24. Embriologia

25. Reprodução Humana

26. Biologia Molecular

27. Farmacologia

28. Psicobiologia

29. Informática de Saúde

30. Anatomia Patológica

31. Toxicologia

32. Perfusão Extracorpórea

33. Sanitarista

34. Auditoria

35. Biomedicina Estética

Page 14: APOSTILA DEONTOLOGIA

14 Profa. Flavia V. Gouveia

Código de Ética da Profissão de Biomédico

RESOLUÇÃO Nº. 198, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2011.

Regulamenta o novo Código de Ética do Profissional Biomédico.

O Conselho Federal de Biomedicina – CFBM, no uso de suas atribuições

conferidas pela Lei nº. 6.684, de 03/09/79, modificada pela Lei nº. 7.017 de

30/08/82, ambas Regulamentadas pelo Decreto nº. 88.439, de 28 de junho de

1983, em consonância com a Lei nº. 6.838, de 29 de outubro de 1980 e Lei nº.

9.784, de 29 de janeiro de 1999, e suas alterações.

CONSIDERANDO as normas constituídas pela organização dos Conselhos

Federal e Regionais de Biomedicina, que são órgãos disciplinadores dos

profissionais biomédicos;

CONSIDERANDO as condições e procedimentos desempenhados pelos

profissionais biomédicos no exercício de suas funções, bem como, na observância

dos preceitos éticos e disciplinares;

CONSIDERANDO que os Conselhos são destinados a zelar pela fiel observância

dos princípios da ética e do profissional biomédico, de conseqüência de seu

exercício profissional;

CONSIDERANDO que os Conselhos de Biomedicina, tem o múnus público pelo

eficiente desempenho ético da Biomedicina, e ainda, o precípuo de zelo e pelo

correto conceito dos profissionais que exercem suas atividades de forma legal;

CONSIDERANDO que as normas constituídas no Código de Ética da Biomedicina,

são submetidas às regras constitucionais vigentes;

CONSIDERANDO que o Conselho Federal reunido em sessão plenária de nº. 72

de 03 de abril de 2009, decidiu pela aprovação do Novo Código de Ética do

Profissional Biomédico, e, Resolve:

Art. 1º - Aprovar o Código de Ética do Profissional Biomédico, anexo a esta

Resolução.

Art. 2º - O Código de Ética anexo nesta Resolução, entra em vigor a partir desta

publicação e, revoga-se o Código de Ética do Profissional Biomédico Resolução

nº. 002/84 de 16/08/84, e alterações contido na Resolução nº. 34 de 06/08/1991 e

Resolução nº. 001 de 25/03/1995, e demais disposições em contrário.

DR SILVIO JOSE CECCHI

Presidente do CFBM

DR SERGIO ANTONIO MACHADO

Secretário do CFBM

Page 15: APOSTILA DEONTOLOGIA

15 Profa. Flavia V. Gouveia

Código de Ética da Profissão de Biomédico

O CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA institui o Código de Ética, sabendo

que o profissional Biomédico, pela sua natureza em cuidar do interesse da saúde

humana e animal; norteia seus princípios sempre na busca da verdade real,

jamais deixando-se aniquilar por atos que não sejam fiéis ao seu juramento.

Assim, todo profissional biomédico representa uma parcela de grandeza

especialmente pelo reconhecimento público daqueles que utilizam de seus

préstimos, visto que age com retidão, em perfeita sintonia com as necessidades

sociais a que se dirige e ao bem comum. O presente Código, certamente abrirá

oportunidades e projeções diversificadas, resultando em benefícios da sociedade.

Este Código, desta forma, tem duas vertentes, que não se excluem, mas se

completam: a consolidação e o interesse sobre a proteção daqueles que utilizam

dos serviços prestados pelos profissionais Biomédicos e a consolidação das

normas de prevenção e práticas de nossos profissionais, visando unicamente

serem fiéis aos princípios éticos, e no domínio da ciência servindo com lealdade

ao cliente e a sociedade.

Preâmbulo

I – O presente Código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos

profissionais Biomédicos no exercício da profissão, independentemente da função

ou cargo que ocupem.

II – As organizações de prestação de serviços Biomédicos estão ligadas no que

couber às normas deste Código;

III – Para o exercício da Biomedicina, é obrigatória a inscrição no Conselho

Regional;

IV – A fim de garantir o acatamento e execução deste Código, é dever do

profissional Biomédico comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina, com

discrição, fundamento e provas, de fatos que tenha conhecimento e que

caracterizem possível infração do presente Código e das Normas que regulam o

exercício da profissão de Biomédico.

V – A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é

atribuição das Comissões de Ética, dos Conselhos Federal e Regionais de

Biomedicina, das autoridades da área de saúde e dos Biomédicos em geral.

VI – Os infratores sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei vigentes e

neste Código.

VII – O Biomédico é profissional da saúde e obrigatoriamente tem que contribuir

para a salvaguarda da saúde pública em geral, e as ações de educação dirigidas à

comunidade.

Page 16: APOSTILA DEONTOLOGIA

16 Profa. Flavia V. Gouveia

CAPÍTULO I - Dos princípios gerais

Art. 1º

A Biomedicina é uma profissão a serviço da saúde da pessoa humana, animal e

da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza;

PARAGRAFO ÚNICO - No exercício de suas atividades o biomédico submeter-se-

á às normas do presente Código, cuja transgressão resultará em sanções

disciplinares por parte do Conselho Regional de Biomedicina, após apuração

executadas pelas Comissões de Ética.

Art. 2º

O Código de Ética do Biomédico regula os direitos e deveres dos profissionais e

das empresas jurídicas com inscrição nos Conselhos Regionais de Biomedicina.

Art. 3º

Os Biomédicos respondem pelos atos que praticarem ou pelos que autorizarem no

exercício da profissão.

CAPÍTULO II - Deveres Profissionais do Biomédico

Art. 4º

Obriga-se o Biomédico a:

I. Zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos de Biomedicina,

dos mandatos e encargos que lhe forem confiados e cooperar com os

que forem investidos de tais mandatos e encargos;

II. Manifestar, quando de sua inscrição no Conselho, a existência de

qualquer impedimento para o exercício da profissão e comunicar, no

prazo de trinta dias, a superveniência de incompatibilidade ou

impedimento;

III. Respeitar as leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão;

IV. Guardar sigilo profissional;

V. Exercer a profissão com zelo e probidade, observando as prescrições

legais;

VI. Zelar pela própria reputação, mesmo fora do exercício profissional;

VII. Representar ao poder competente contra autoridade e funcionário por

falta de exação no cumprimento do dever;

VIII. Pagar em dia as contribuições devidas ao Conselho;

IX. Observar os ditames da ciência e da técnica, bem como as boas

práticas no exercício da profissão;

Page 17: APOSTILA DEONTOLOGIA

17 Profa. Flavia V. Gouveia

X. Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais;

XI. Zelar pelo perfeito desempenho ético da Biomedicina e pelo prestígio e

bom conceito da profissão;

XII. Comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e

fundamento, fatos que caracterizem infração a este Código e às normas

que regulam o exercício das atividades biomédicas;

XIII. Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina e às autoridades

sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego,

motivada pela necessidade de preservar os legítimos interesses da

profissão, da sociedade ou da saúde pública;

XIV. Denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição,

deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho,

prejudiciais à saúde e à vida;

XV. Prenunciar por escrito ao CRBM todos os vínculos profissionais, com

dados completos da empresa (razão social, nome dos sócios, CNPJ,

endereço, horário de funcionamento e, se possuir, informar a

responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço residencial,

telefones e e-mail;

XVI. Anunciar por escrito, com antecedência mínima de 10 (dez) dias ao

CRBM que estiver inscrito sobre o seu afastamento provisório e/ou

definitivo dos locais onde exercer a Responsabilidade Técnica.

XVII. Confirmar por escrito ao CRBM que estiver inscrito sobre a sua

inatividade ou transferência de Jurisdição, com antecedência mínima de

10 (dez) dias;

XVIII. Confirmar por escrito ao CRBM sobre o aprimoramento profissional

adquirido para que lhe seja conferida a respectiva habilitação;

CAPÍTULO III - Do Exercício Profissional

Art. 5º

No exercício de sua atividade, o Biomédico também deverá:

I. Empregar todo o seu zelo e diligência na execução de seus misteres;

II. Não divulgar resultados ou métodos de pesquisas que não estejam,

científica e tecnicamente, comprovados;

III. Defender a profissão e prestigiar suas entidades;

IV. Não criticar o exercício da atividade de outras profissões;

V. Selecionar, com critério e escrúpulo, os auxiliares para o exercício de

sua atividade, e realizar os exames postos sob sua responsabilidade

utilizando os materiais e meios adequados aos respectivos exames;

Page 18: APOSTILA DEONTOLOGIA

18 Profa. Flavia V. Gouveia

VI. Ser leal e solidário com seus colegas, contribuindo para a harmonia da

profissão;

VII. Não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização

profissional as infrações legais e éticas que forem de seu conhecimento;

VIII. Exigir justa remuneração por seu trabalho, a qual deverá corresponder

às responsabilidades assumidas e aos valores de remuneração e

honorários fixados pela entidade competente da classe;

IX. Zelar sempre pela dignidade da pessoa humana;

X. Cooperar com a proteção do meio ambiente e da saúde pública;

XI. Não participar de qualquer tipo de experiência em ser humano com fins

bélicos, raciais, eugênicos, ou em que se constate desrespeito a algum

direito inalienável do ser humano;

XII. No exercício da profissão, o biomédico não poderá praticar

procedimentos que não sejam reconhecidos pelo Conselho Federal de

Biomedicina;

XIII. Não praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico

ao usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia,

negligência ou imprudência;

XIV. Não deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento

com o qual mantém vínculo profissional, ou permitir a utilização do seu

nome por qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça

pessoal e efetivamente sua função;

XV. Não realizar, ou participar de atos fraudulentos relacionados à profissão

biomédica, em todas as suas áreas de abrangências;

XVI. Não declarar possuir títulos científicos ou especialização que não possa

comprovar;

XVII. Não exercer a profissão em estabelecimento que não esteja

devidamente registrado nos órgãos de fiscalização sanitária e do

exercício profissional;

XVIII. Não se omitir e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a

Biomedicina, ou com profissionais ou instituições biomédicas que

pratiquem ato ilícitos;

XIX. Não manter vínculo com entidade, empresas ou outro designo que os

caracterizem como empregado, credenciado ou cooperado quando as

mesmas se encontrarem em situação ilegal, irregular ou inidônea.

XX. Não se prevalecer do cargo de chefia ou de empregador para

desrespeitar a dignidade da pessoa humana;

PARÁGRAFO ÚNICO - Quando atuante no serviço público, é vedado ao

biomédico: Utilizar-se do serviço ou cargo público para executar trabalhos de

empresa privada de sua propriedade ou de outrem. Cobrar ou receber

Page 19: APOSTILA DEONTOLOGIA

19 Profa. Flavia V. Gouveia

remuneração do usuário do serviço. Reduzir, irregularmente, quando em função

de chefia, a remuneração devida a outro biomédico.

CAPÍTULO IV - Direitos do Biomédico

Art. 6º

São direitos do Biomédico:

I. Exercer com liberdade e dignidade a Biomedicina em todo o território

nacional sem ser discriminado por questões de credo religioso, sexo,

raça, nacionalidade, opção sexual, idade, condição social, opinião

política ou de qualquer outra natureza.

II. Indicar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que

trabalhe, quando as julgar indignas do exercício da profissão ou

prejudiciais à coletividade, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos

competentes e, obrigatoriamente ao Conselho Regional de Biomedicina

de sua jurisdição.

III. Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada

onde as condições de trabalho sejam indignas ou possam prejudicar

pessoas e mesmo a coletividade.

IV. Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a

instituição pública ou privada para qual labore deixar de oferecer

condições mínimas para o exercício da profissão ou não o remunerar

condignamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência,

devendo comunicar incontinente sua decisão ao Conselho Regional de

Biomedicina ao qual seja inscrito.

V. Resguardar o segredo profissional;

VI. Ter respeitada, em nome da liberdade de profissão e do sigilo

profissional, a inviolabilidade de seu laboratório, ou local de trabalho, de

seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas

comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de requisição

judicial;

VII. Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Biomedicina

quando atingido no exercício de sua profissão.

VIII. Usar os símbolos privativos da profissão de Biomédico.

IX. Reclamar, por escrito, perante qualquer juízo ou autoridade, contra a

inobservância deste código e da legislação pertinente à profissão de

biomédico;

X. Dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por

seu desempenho;

Page 20: APOSTILA DEONTOLOGIA

20 Profa. Flavia V. Gouveia

XI. Não se deixar explorar por terceiros seja com objetivo de lucro,

finalidade política ou religiosa;

XII. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o seu respeito,

salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o biomédico

se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que

revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da justiça.

CAPÍTULO V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade

Biomédica.

Art. 7º

O Biomédico pode utilizar-se dos meios de comunicação para conceder

entrevistas ou palestras sobre assuntos da Biomedicina, com finalidade educativa

científica e de interesse social.

PARÁGRAFO ÚNICO - Os assuntos divulgados pelos Biomédicos, neste artigo,

serão de sua inteira responsabilidade.

Art. 8º

Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se:

a) Ao nome do biomédico e respectivo número de inscrição no Conselho;

b) Às habilitações devidamente registradas;

c) Aos títulos da profissão;

d) Aos endereços e horários de trabalho.

Art. 9º

O Biomédico somente poderá afixar placa externa em seu local de trabalho e em

sua residência, obedecendo a legislação pertinente.

PARÁGRAFO ÚNICO - a placa externa obedecerá às indicações constantes do

artigo 8º e alíneas.

Art. 10º

É vedado ao Biomédico:

a) Oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para

promover-se profissionalmente;

b) Divulgar nome, endereço, laudos ou qualquer outro elemento que

identifique o paciente;

c) Publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação

estritamente científica e com prévia e expressa autorização do paciente ou

de seu representante legal;

Page 21: APOSTILA DEONTOLOGIA

21 Profa. Flavia V. Gouveia

d) Anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de

comercialização;

e) Promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário;

f) Anunciar títulos científicos que não possa comprovar ou habilitação e/ou

especialidade para a qual não esteja qualificado;

g) Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado;

h) Atribuir como de sua autoria exclusiva trabalho realizado por seus

subordinados ou outros profissionais, mesmo quando executados sob sua

orientação e supervisão;

i) Utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, de

informações, dados ou opiniões ainda não publicados ou divulgadas em

veículo oficial;

j) Apresentar e divulgar como originais quaisquer idéias descobertas ou

ilustrações que na realidade não o sejam.

CAPÍTULO VI - Das Relações com os Colegas

Art. 11º

Nas relações com os colegas, o Biomédico deve manter sempre respeito,

urbanidade e solidariedade, sendo vedado:

a) Criticá-los em público por razões de ordem profissional;

b) Aceitar remuneração inferior à reivindicada por colega sem o seu prévio

consentimento ou autorização do órgão de fiscalização profissional; aceitar

remuneração abaixo do estabelecido como piso salarial, mediante acordos

ou dissídios da categoria;

c) Angariar clientela, renunciando a qualquer vantagem de ordem pecuniária

ou descumprindo determinação legal ou regulamentar;

d) Angariar clientela mediante propaganda não permitida pelo órgão de

fiscalização profissional;

e) Oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de

justificá-la;

f) Pleitear de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou

função que esteja sendo exercido por outro biomédico, bem como praticar

atos de concorrência desleal;

Page 22: APOSTILA DEONTOLOGIA

22 Profa. Flavia V. Gouveia

CAPÍTULO VII - Das Relações com a Coletividade

Art. 12º

Nas relações com a coletividade, o Biomédico não poderá:

I. Praticar ou permitir a prática de atos que, por ação ou omissão,

prejudiquem, direta ou indiretamente, a pessoa humana e a saúde

pública;

II. Recusar, a não ser por motivo relevante, assistência profissional a quem

dela necessitar;

III. Ser conivente de qualquer forma com o exercício ilegal da profissão ou

acumpliciar-se, direta ou indiretamente, com quem o praticar;

IV. Prestar serviço profissional ou colaboração a entidade ou empresa onde

sejam desrespeitados princípios éticos ou inexistam condições que

assegurem adequada assistência;

V. Revelar fatos sigilosos de que tenham conhecimento, no exercício de

sua atividade profissional, a não ser por imperativo de ordem judicial;

VI. Unir-se a terceiros para obtenção de vantagens que acarretem prejuízos

ou inadequada assistência à saúde pública;

VII. Recusar colaboração às autoridades constituídas, mormente

autoridades sanitárias nas campanhas que visem a resguardar a saúde

pública e o meio ambiente;

VIII. Valer-se de mandato eletivo ou administrativo em proveito próprio, ou

para obtenção de vantagens ilícitas;

IX. Discriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto;

X. Participar ou auxiliar, a qualquer modo, da prática de tortura em relação

à pessoa ou formas de procedimento degradantes, desumanas e cruéis;

XI. Silenciar sobre a prática de torturas às pessoas ou não as denunciar

quando delas tiver conhecimento;

XII. Prover com instrumentos, substâncias, ou qualquer outro meio, aqueles

que pratiquem torturas ou outras formas de procedimentos degradantes,

humilhantes, desumanas e cruéis, em relação à pessoa;

XIII. Utilizar dos seus conhecimentos, fornecer substância ou instrumentos,

participar de qualquer modo, na execução de pena de morte;

XIV. Utilizar da profissão para corromper os bons costumes, favorecer ou

praticar delito.

XV. Falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação científica.

Page 23: APOSTILA DEONTOLOGIA

23 Profa. Flavia V. Gouveia

CAPÍTULO VIII - Das Relações com o Conselho Federal e os Regionais de

Biomedicina.

Art. 13º

Nas relações com o Conselho Federal e os Regionais, o Biomédico deverá:

I. Cumprir, integral e fielmente, obrigações e compromissos assumidos

mediante contratos e outros instrumentos, visados e aceitos, pelo

CRBM, relativos ao exercício profissional;

II. Acatar, respeitar e cumprir resoluções, portarias e atos baixados pelo

CFBM ou CRBM;

III. Tratar, com urbanidade e respeito, os representantes do órgão

profissional, quando no exercício de suas funções, favorecendo e

facilitando o seu desempenho, bem como assim não deturpar

informações ou desviar as finalidades destas, tampouco incitar terceiros

a fazê-lo utilizando-se de bases e fundamentos inexistentes ou

inverídicos;

IV. Propiciar, com fidelidade, informações a respeito do exercício

profissional, que lhe forem solicitadas;

V. Atender sempre convocação feita pelo órgão profissional, a não ser por

motivo de força maior, comprovadamente justificado;

VI. Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina em que estiver

inscrito, toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que observar na

prática profissional.

Art. 14º

É vedado ao biomédico divulgar/anunciar por qualquer meio de informação que

trata de assuntos de interesse relativo ao Conselho Federal e Regional do qual faz

parte em função expressamente do cargo que ocupa e/ou que ocupou; sem

autorização expressa do Presidente do Conselho Federal e/ou Regional

respectivo.

Parágrafo 1º

Em conexão com o cumprimento do art. 14, deve o profissional que ocupa

e/ou ocupou cargo nos Conselhos Federal e Regionais:

a) Não se aproveitar do cargo que detém e/ou deteve para divulgar assuntos

inerentes ao Conselho, visto ser esta atividade, quando se fizer necessário,

é exclusiva do Presidente;

b) Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupar e/ou ocupou,

sem autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional;

Page 24: APOSTILA DEONTOLOGIA

24 Profa. Flavia V. Gouveia

c) Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua

profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento por escrito

e, deixar de cumprir salvo por motivo justo as normas emanadas dos

Conselhos Federal e Regionais.

CAPÍTULO IX - Das Infrações Disciplinares

Art. 15º

Constituem infrações disciplinares:

I. Transgredir preceito do Código de Ética Profissional;

II. Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por

qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;

III. Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos

estabelecidos na legislação em vigor;

IV. Valer-se de agenciador, mediante participação nos honorários a

receber;

V. Violar sem justa causa sigilo profissional;

VI. Prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato

contrário à lei ou destinado a fraudá-la;

VII. Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei define como

crime ou contravenção;

VIII. Não cumprir no prazo estabelecido determinação emanada de órgão de

fiscalização profissional, em matéria de competência, dos Conselhos,

depois de regularmente notificado;

IX. Faltar a qualquer dever profissional;

X. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias ou

profissionais;

XI. Injuriar, difamar/caluniar qualquer profissional de maneira incivil, bem

como, a atividade de classe a qual pertence;

XII. Assentar dúvidas através de qualquer meio de comunicação as

atividades dos Presidentes do Conselho Federal e Regionais;

XIII. Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupa e/ou

ocupou, sem autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional

de Biomedicina;

XIV. Insinuar-se através de reportagens e/ou fazer declarações públicas por

qualquer meio de divulgação a respeito do Conselho Federal e Regional

de Biomedicina, sem a prévia autorização do Presidente do respectivo

Conselho;

Page 25: APOSTILA DEONTOLOGIA

25 Profa. Flavia V. Gouveia

XV. Considera-se falta grave as declarações/informações mediantes

remessa de correspondência e/ou mesmo por qualquer outro meio a

uma coletividade, salvo para comunicar a clientes e colegas a instalação

ou mudança de endereço, a indicação expressa de seu nome e de sua

atividade laborial.

XVI. Exercer a profissão biomédica quando estiver sob sanção disciplinar de

suspensão;

XVII. Delegar a outros profissionais atos ou atribuições da profissão

biomédica;

Art. 16º

As faltas serão consideradas gravíssimas, graves, leves, ou escusáveis conforme

a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso.

CAPÍTULO X - Competência do Presidente do Conselho Federal, Regionais e

membros de Comissões.

Art. 17º

Compete ao Presidente do Conselho Federal e Regionais de Biomedicina, bem

como aos Conselheiros e membros de Comissões:

I. Instaurar, de ofício, o processo competente sobre ato ou matéria que

considere passível de configurar, em tese, infração ao princípio ou

norma de ética profissional;

a) O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante

representação dos interessados, que não pode ser anônima

b) O relator do processo ético, pode propor ao Presidente do Conselho

Federal e Regional, o arquivamento de representação, quando

estiver desconstituída dos pressupostos de admissibilidade, após

parecer jurídico;

II. Organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e

discussões a respeito de ética profissional, em parceria com o

Departamento Jurídico.

CAPÍTULO XI - Sanções Éticas e Disciplinares.

Art. 18º

As transgressões aos Acórdãos, Normativas e Resoluções do CFBM, as

Deliberações dos CRBM’s e as infrações à legislação biomédica são passíveis de

recurso ao CFBM.

Page 26: APOSTILA DEONTOLOGIA

26 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 19º

As infrações éticas e disciplinares serão apenadas, de forma alternada, sem

prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, com as penas conforme

o Art. 16º desse Código de Ética.

Art. 20º

Considera-se infração, a desobediência ou a inobservância ao disposto nas

normas legais e outras, que, por qualquer forma digam respeito às atividades de

Biomédico.

Art. 21º

As infrações, quanto ao exercício profissional, classificam-se em:

I. Leves, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância

atenuante;

II. Graves, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;

III. Gravíssimas, aquelas em que seja verificada a existência de duas ou

mais circunstâncias agravantes.

Art. 22º

São circunstâncias atenuantes:

I. A ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do

evento;

II. O infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou

minorar as conseqüências do ato que lhe foi imputado;

III. Ter o infrator sofrido coação a que não podia resistir para a prática do

ato;

IV. Ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve.

Art. 23º

São circunstâncias agravantes:

I. Ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual, fraude ou má-fé;

II. Ter o infrator cometido a infração para obter vantagem pecuniária

decorrente de ação ou omissão contrária ao disposto na legislação em

vigor;

III. Tendo conhecimento do ato ou fato irregular, o infrator deixar de tomar

as providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo ou saná-lo;

IV. O infrator coagir outrem para a execução material da infração;

V. A premeditação;

Page 27: APOSTILA DEONTOLOGIA

27 Profa. Flavia V. Gouveia

VI. A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais sejam cometidas

no mesmo momento;

VII. Os antecedentes do infrator em relação às normas profissionais de

regulação da biomedicina.

PARÁGRAFO ÚNICO - Sem prejuízo no disposto neste artigo e no artigo 22º, na

aplicação de penalidade infração ou as infrações serem cometidas durante o

processo ético administrativo ou o cumprimento de pena disciplinar;

VIII. o conluio ou concussão com outras pessoas;

IX. ter a infração conseqüências para a atividade profissional, a pessoa

humana, saúde coletiva ou a categoria profissional biomédica;

X. a reincidência.

Art. 24º

Para efeito, ficará caracterizada a reincidência especifica quando o infrator, após

decisão definitiva na esfera administrativa do processo que lhe houver imposto

penalidade, cometer nova infração ou permanecer em infração continuada.

PARÁGRAFO ÚNICO - A reincidência específica torna o infrator passível de

enquadramento na penalidade máxima e a caracterização da infração como

gravíssima.

Art. 25º

Para a imposição de penalidade e a sua graduação, levar-se-á em conta:

I. As circunstâncias atenuantes e agravantes;

II. A gravidade do fato, tendo em vista as suas conseqüências para a

coletividade, para a classe dos biomédicos e para a saúde pública.

Art. 26º

Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a aplicação da

pena será considerada em razão das que sejam preponderantes.

Art. 27º

Em conformidade com o disposto na Lei Federal 6.684/79, regulamentada pelo

Decreto Federal 88.439/83, as infrações, sem prejuízo das sanções de natureza

civil ou penal, cabíveis, serão punidas, alternativa ou cumulativamente, com

penalidade de:

Page 28: APOSTILA DEONTOLOGIA

28 Profa. Flavia V. Gouveia

I. Advertência;

II. Repreensão;

III. Multa equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade devida a

este conselho;

IV. Suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3 (três) anos;

V. Cancelamento do registro profissional, e da inscrição na sociedade, se

for o caso;

§ 1º

Salvo os casos de gravidade manifesta ou reincidência, a imposição das

penalidades obedecerá a graduação deste artigo, observadas as normas

estabelecidas por este Conselho para disciplina no processo de julgamento das

infrações;

§ 2º

A pena de Advertência será aplicada, de forma escrita, por ofício do

Presidente do CRBM, fazendo constar dos assentamentos do profissional;

§ 3º

A pena de repreensão será aplicada de forma escrita, com o emprego da

palavra “censura” por ofício do Presidente do CRBM, fazendo constar dos

assentamentos do profissional;

§ 4º

A pena de multa consiste no recolhimento de importância em espécie,

equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade segundo a gravidade da

infração, aplicada com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do

profissional;

§ 5º

A pena de suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 03 (três)

anos consiste no impedimento de qualquer atividade profissional biomédica, sendo

a pena variável segundo a gravidade da infração, aplicável pelo CRBM com

publicidade, fazendo constar dos assentamentos do profissional.

§ 6º

A pena de cancelamento do registro profissional será aplicada por falta

gravíssima, com a devida publicidade, fazendo-se constar dos assentamentos do

profissional. Dever-se-á comunicar o fato ao Serviço de Fiscalização do Exercício

Profissional dos Estados Membros, ao órgão sanitário competente, ao

empregador, publicado no D.O.U.

Art. 28º

Se a irregularidade não se revestir de gravidade, será expedido termo de

intimação ao infrator, para corrigi-lo no prazo de 30 (trinta) dias.

Page 29: APOSTILA DEONTOLOGIA

29 Profa. Flavia V. Gouveia

§ 1º

O prazo para cumprimento da intimação será contado a partir da data de

cientificação do infrator;

§ 2º

O prazo para cumprimento da intimação poderá ser reduzido ou

aumentado, em casos excepcionais, por motivos de interesse público, mediante

despacho fundamentado.

Art. 29º

O termo de intimação será lavrado em 4 (quatro) vias, destinando-se a primeira ao

intimado e conterá:

I. O nome da pessoa física, ou denominação da entidade intimada,

especificação do seu ramo de atividade e endereço;

II. Número, série e data do auto de intimação respectivo;

III. A disposição legal ou regulamentar infringida;

IV. A medida exigida;

V. O prazo para sua execução;

VI. Nome da pessoa que expediu a intimação e assinatura;

§ 1º

Lavrado o Termo de Intimação, recolher-se-á a assinatura do intimado, ou

na sua ausência, de seu representante legal ou preposto; em caso de recusa, a

consignação dessa circunstância e a assinatura de suas testemunhas, quando

possível.

§ 2º

Na impossibilidade de ser dado conhecimento diretamente ao interessado,

da intimação ou do despacho que reduzir ou aumentar o prazo para sua

execução, o infrator deverá ser cientificado por meio de carta registrada, ou

publicação na imprensa oficial.

Art. 30º

São infrações éticas e disciplinares:

I. Deixar de comunicar às autoridades biomédicas, com discrição e

fundamento, fatos de seu conhecimento que caracterizem infração ao

Código de Ética da Profissão Biomédica e às normas que regulam as

atividades biomédicas.

Pena: Advertência.

II. Violar o sigilo profissional de fatos que tenha tomado conhecimento no

exercício da profissão, com exceção daqueles presentes em lei que

Page 30: APOSTILA DEONTOLOGIA

30 Profa. Flavia V. Gouveia

exigem comunicação, denúncia ou relato a quem de direito.

Pena: Suspensão de 3 (três) meses.

III. Exercer a profissão biomédica sem condições dignas de trabalho e

remuneração.

Pena: Advertência

IV. Participar de qualquer tipo de experiência em seres humanos com fins

bélicos, raciais, eugênicos ou em que se observe desrespeito aos

direitos humanos.

Pena: Multa e/ou cancelamento.

V. Praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou material,

comprovados mediante decisão judicial com trânsito em julgado, ao

usuário do serviço, caracterizado como imperícia, negligência ou

imprudência,

Pena: Suspensão por até 3 (três) anos ou cancelamento.

VI. Deixar de prestar assistência técnica ao estabelecimento com o qual

mantenha vínculo profissional ou permitir a utilização de seu nome por

qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça pessoal e

efetivamente sua função.

Pena: multa e/ou suspensão de até 6 (seis) meses.

VII. Efetivar ou participar de fraudes em relação à profissão biomédica em

todos os campos de conhecimento e técnica biomédica.

Pena: Multa e/ou suspensão de até 6 (seis) meses.

VIII. Emitir laudos técnicos e realizar perícias técnico-legais sem

observância ou obediência à legislação vigente.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

IX. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora dos fiscais do CRBM, quando

no exercício de suas funções.

Pena: Repreensão e/ou multa.

X. Omitir das autoridades competentes, ou participar com quaisquer

formas de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes

ao trabalho, prejudiciais à saúde e à vida.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XI. Aceitar remuneração inferior ao piso salarial estabelecido por acordos

ou dissídios da categoria, para exercício profissional, assunção de

direção e responsabilidade técnica.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XII. Delegar a outras pessoas atos ou atribuições da profissão biomédica.

Pena: multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XIII. Exercer a atividade profissional incompatível com a habilitação

conferida pelo CRBM.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

Page 31: APOSTILA DEONTOLOGIA

31 Profa. Flavia V. Gouveia

XIV. Declarar possuir títulos científicos que não possa comprovar.

Pena: Multa e/ou repreensão.

XV. Omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a

profissão biomédica ou com os profissionais ou instituições que

pratiquem atos ilícitos.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XVI. Deixar-se explorar por terceiros, com finalidade política ou religiosa.

Pena: Multa e repreensão.

XVII. Exercer a profissão quando estiver sob a sanção disciplinar de

suspensão.

Pena: Cancelamento de Registro Profissional.

XVIII. Exercer a profissão em estabelecimento sem registro obrigatório no

Conselho de Classe Profissional.

Pena: Multa e repreensão.

XIX. Publicar em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado

ou atribuir-se autoria exclusiva, quando houver participação de

subordinados ou outros profissionais biomédicos ou não.

Pena: Multa e repreensão.

XX. Inobservar os Acórdãos, Resoluções, Portarias, Atos Administrativos e

Normatizações do CFBM e CRBM.

Pena: Repreensão com o emprego da palavra “censura”, multa e/ou

suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XXI. Deixar de informar, por escrito, ao CRBM sobre todos os vínculos

profissionais, com dados completos da empresa (razão social, nome

dos sócios, CNPJ, endereço, horário de funcionamento e, se possuir,

informar a responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço

residencial, telefones e e-mail.

Pena: Advertência e/ ou multa.

XXII. Deixar de pagar as contribuições devidas ao CRBM.

Pena: Multa e/ou Suspensão s/ou Cancelamento de Registro

Profissional.

XXIII. Pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou

função que esteja sendo exercido por outro biomédico, bem como

praticar atos de concorrência desleal

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XXIV. Oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de

justificá-la.

Pena: Multa e/ou suspensão de 6 (seis) a 12 (doze) meses.

XXV. Não acatar, respeitar e cumprir as resoluções, as portarias e os atos

baixados pelo CFBM ou CRBM.

Pena: Multa e/ou suspensão de 12 (doze) meses a 3 (três) anos.

Page 32: APOSTILA DEONTOLOGIA

32 Profa. Flavia V. Gouveia

XXVI. Não tratar, com urbanidade e respeito, os representantes do órgão

profissional, quando no exercício de suas funções, favorecendo e

facilitando o seu desempenho.

Pena: Multa e/ou suspensão de 6 (seis) a 12 (doze) meses

XXVII. Não propiciar com fidelidade informações a respeito do exercício

profissional, da Legislação Biomédica e acerca das atividades e

atuação dos CRBM’s e CFBM.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.

XXVIII. Não atender convocação feita pelo órgão profissional, a não ser por

motivo de força maior, comprovadamente justificado.

Pena: Multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses

PARAGRAFO ÚNICO - Os tipos descritos acima são apenas enumerativos não

restringindo ao órgão de fiscalização ética a apuração, processamento e aplicação

de penas aqui não discriminados, devendo para tanto, observar a legislação

vigente bem como as normativas e resoluções do Conselho Federal.

Art. 31º

As infrações éticas e disciplinares prescrevem em 5 (cinco) anos.

Art. 32º

O infrator tomará ciência das decisões proferidas:

I. Pessoalmente, ou por procurador, à vista do processo; ou

II. Mediante notificação, que poderá ser feita por carta registrada ou

através da imprensa oficial, considerando efetivada 5 (cinco) dias após a

publicação.

CAPÍTULO XII - Disposições Finais

Art. 33º

O Biomédico obedecerá aos princípios da legalidade, podendo exercer dois

cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões

regulamentadas, sendo vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,

exceto quando houve compatibilidade de horários.

Art. 34º

O exercício da biomedicina exige conduta compatível com os preceitos deste

Código, em obediência as Leis, do Estatuto, dos Provimentos, Normativas e com

os demais princípios da legalidade, da moral individual, ética, social e profissional.

Page 33: APOSTILA DEONTOLOGIA

33 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 35º

O profissional Biomédico, obrigatoriamente tem que contribuir pra o

aprimoramento da Biomedicina e das instituições que a ela se encontram

interligadas,

Art. 36º

O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente transitada em

julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, ficará suspenso da

atividade enquanto durar a execução da pena.

Art. 37º

O Biomédico portador de doença incapacitante para o exercício da biomedicina,

apurada pelo Conselho Regional de Biomedicina em processo administrativo com

perícia médica, terá o seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade.

Art. 38º

Ao Biomédico que tiver sido condenado em processo administrativo ético com

decisão transitada em julgado é impedido de candidatura para participar dos

pleitos eleitorais de sua categoria pelo período de 08 (oito) anos, aplicando-se o

mesmo impedimento àqueles que tiverem respondido a processo crime transitado

em julgado ou de improbidade administrativa transitado em julgado.

Art. 39º

O Conselho Federal de Biomedicina e os Conselhos Regionais deverão cumprir e

fiscalizar as normas emanadas do Governo Federal pertinentes a sua área de

atuação.

Art. 40º

O Conselho Federal de Biomedicina, ouvidos os Conselhos Regionais de

Biomedicina, promoverá a revisão e a atualização do presente Código quando

necessárias.

Art. 41º

As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de Biomedicina.

Art. 42º

O presente Código Ética entra em vigor na data de sua publicação e revoga o

anterior Código de Ética aprovado pela Resolução do C. F. B. M. - no 0002/84 de

16/08/84, e alterações contido na Resolução nº.34, de 06/08/91 e Resolução nº.

001 de 25/03/95.

Page 34: APOSTILA DEONTOLOGIA

34 Profa. Flavia V. Gouveia

CÓDIGO DO PROCESSO ÉTICO

RESOLUÇÃO N.º 069 DE AGOSTO DE 2001

EMENTA: Aprova o Código de Processo Ético-Profissional de Biomédico.

O CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA, no uso da atribuição que lhe

confere a Lei nr 6.684 de 08-09-1979, regulamentada pelo Decreto nr. 88.439, de

28.06.1983, RESOLVE: Aprovar o Código de Processo Ético-Profissional para os

Conselhos de Biomedicina.

CAPÍTULO I - Do processo ético-profissional

Art. 1º

É competente para apreciar e julgar infrações éticas o Conselho Regional de

Biomedicina onde o Biomédico estiver inscrito, ao tempo do fato ou de sua

ocorrência.

PARÁGRAFO ÚNICO - No caso da infração ética ter sido cometida em local onde

o Biomédico não possua inscrição, é facultado a Comissão de Ética determinar

que a apuração dos fatos sejam realizado no local onde a infração ocorreu.

Art. 2º

O Processo Ético-Profissional, nos Conselhos Federal e Regionais de

Biomedicina, reger-se-á por este Código.

Art. 3º

Os atos processuais serão sigilosos e poderão realizar-se em horário noturno.

Art. 4º

O Processo disciplinar instaurar-se-á;

I. De ofício", por determinação do conselho de biomedicina, ao conhecer do

fato que tenha característica de infração ético-profissional;

II. Mediante denúncia por escrito, devidamente assinada e com firma

reconhecida, no qual conste o relato dos fatos e a identificação completa do

denunciante; e,

III. Por representação de qualquer autoridade pública.

PARÁGRAFO ÚNICO - Nos casos de pequenas infrações e desde que não

reincidentes e de conhecimento do Conselho "de ofício", é facultado ao Presidente

Page 35: APOSTILA DEONTOLOGIA

35 Profa. Flavia V. Gouveia

do Conselho, convocar o infrator para reexaminar a sua atitude, a fim de que se

abstenha de tal comportamento, no sentido de evitar o Processo Ético-

Profissional.

Art. 5º

O Processo Ético-Profissional terá a forma de autos judiciais, com as peças

anexadas por termo, devidamente numeradas e em ordem cronológica, rubricadas

pela Secretaria, bem como os despachos, pareceres e decisões exaradas.

CAPÍTULO II - Do procedimento

SECÃO I - Da instrução

Art. 6º

Apresentada a denúncia, representação ou a sua determinação, consoante dispõe

o art. 4º, a Secretaria do Conselho fará as anotações devidas, em livro próprio,

autuando a peça inicial e eventuais documentos. Deverá constar da representação

ou denúncia, o rol das testemunhas, quando for o caso, as quais deverão

comparecer no dia designado pela Comissão de ética, independentemente de

intimação.

§ 1º

Recebidos os autos, o Presidente do Conselho encaminhará os autos à

Comissão de Ética, que será composta de três membros, Presidente, Revisor e

Relator.

§ 2º

Recebidos os autos, o Presidente da Comissão de Ética designará Relator

para o procedimento, a quem compete, após análise dos autos, exarar parecer

preliminar, devidamente fundamentado, quanto ao seguimento ou não da

denúncia, representação e/ou determinação do Conselho, no prazo de trinta (30)

dias.

§ 3º

Concluindo o relator do processo pelo arquivamento liminar do Processo

Ético-Profissional, na hipótese, tão somente de ausência de fundamento ou

desacompanhada de um mínimo de prova dos fatos alegados, o mesmo será

encaminhado ao Presidente do Conselho Regional para ser colocado em pauta

para decisão em Sessão Plenária Extraordinária Especial de Julgamento.

§ 4º

Decidindo a Plenária Extraordinária Especial de Julgamento que a

denúncia, representação e/ou determinação de abertura do Processo Ético-

Page 36: APOSTILA DEONTOLOGIA

36 Profa. Flavia V. Gouveia

Profissional, tenha fundamento e está revestida de provas suficientes dos fatos

alegados, os autos serão encaminhados à Comissão de Ética para dar

prosseguimento a fase de instrução do processo.

Art. 7º

O Relator designado para o processo terá o prazo de sessenta (60) dias para

instruir o processo.

PARÁGRAFO ÚNICO - O prazo de instrução poderá ser prorrogado, por até três

(03) vezes, por igual prazo, por solicitação motivada do Relator do Processo ao

Presidente do Conselho.

Art. 8º

O Biomédico denunciado será intimado, nos termos do que dispõe o art. 37, para

oferecer,no prazo de trinta (30) dias, em petição escrita, a sua defesa,

assegurando-lhe o direito de vista do processo na Secretaria do Conselho.

§ 1º

O prazo para oferecer defesa começa a ser contado a partir da juntada nos

autos do Aviso de Recebimento da citação ou da publicação do edital, nos temos

do que dispõe o art. 37.

§ 2º

Compete ao Biomédico denunciado alegar em seu favor toda a matéria de

defesa, expondo as razões de fato e de direito, especificando as provas que

pretende produzir, apresentando nesta oportunidade o rol de testemunhas. No

caso de oitiva de testemunhas, as mesmas deverão comparecer no dia designado

pela Comissão de Ética, independentemente de intimação.

§ 3º

A notificação deverá ser acompanhada da cópia da denúncia,

representação ou do termo de determinação de abertura do processo.

Art. 9º

As notificações e intimações, para fins do Processo Ético-Profissional, consoante

dispõe o art. 37, dar-se-ão por via postal, com aviso de recebimento. Não

encontrado o destinatário, será feita a publicação no Diário Oficial do Estado, em

que residir o Biomédico e, não atendido o chamamento, o Biomédico denunciado

será havido como revel, não podendo ser alegada a ineficácia do chamamento, se

tiver sido endereçado para o local constante dos assentamentos do Conselho

feitos por declaração do próprio interessado.

Page 37: APOSTILA DEONTOLOGIA

37 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 10°

É facultado à Comissão de Ética determinar a realização das diligências que julgar

necessárias e, em especial o que dispõe o parágrafo único do art. 1º.

Art. 11°

Concluída a instrução, será elaborada pelo Relator do processo, relatório

circunstanciado, com o voto dos membros da Comissão de Ética, o qual será

encaminhado ao Presidente do Conselho, que por sua vez, determinará que o

processo seja colocado em pauta para julgamento em Sessão Plenária

Extraordinária Especial de Julgamento.

SEÇÃO II - Do depoimento

Art. 12°

Os depoimentos serão conduzidos pelo Presidente da Comissão de Ética,

reduzidos a termos e assinados pelos interessados e pelos membros da Comissão

de Ética.

Art. 13°

O Biomédico denunciado, após devidamente qualificado, será cientificado da

denúncia a ele interessada e, em seguida será interrogado sobre os fatos

apresentados, tomando-se por termo suas declarações.

Art. 14°

Antes de iniciar interrogatório, o Presidente da Comissão de Ética, cientificará o

Biomédico denunciado de que, embora desobrigado de responder as perguntas

que lhe forem formuladas, o seu silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da

sua própria defesa.

Art. 15°

O Biomédico denunciado poderá ser acompanhado por advogado, o qual não

poderá intervir ou influir de qualquer modo nas perguntas e nas respostas, sendo

a este facultado, contudo, apresentar perguntas, as quais serão sempre dirigidas

ao Presidente da Comissão de Ética.

Art. 16°

As testemunhas arroladas, que serão no maximo três (03) para cada um dos

interessados, denunciante ou denunciado, deverão comparecer na data designada

pelo Conselho, independente de intimação. As testemunhas serão devidamente

qualificadas, declinando o seu grau de relacionamento com os interessados, em

Page 38: APOSTILA DEONTOLOGIA

38 Profa. Flavia V. Gouveia

seguida, será colhido os seus testemunhos com relação aos fatos pertinentes ao

Processo Ético Profissional.

Art. 17°

A acareação será admitida entre o denunciante, denunciado e testemunhas,

sempre que suas declarações divergirem sobre os fatos ou circunstancias

relevantes.

CAPITULO III

SEÇÃO I - Do julgamento

Art. 18°

O Presidente do Conselho, após o recebimento do processo, devidamente

instruído e, com o relatório conclusivo elaborado pela Comissão de Ética, no prazo

de 60 (sessenta) dias, encaminhará o processo para pauta de julgamento em

Sessão Extraordinária Especial de Julgamento.

Art. 19°

Os interessados serão notificados da data de julgamento com antecedência

mínima de quinze (15) dias.

Art. 20°

O julgamento disciplinar na Sessão Extraordinária Especial de Julgamento será

realizado a portas fechadas, sendo permitido apenas a presença dos interessados

e seus procuradores, até a fase da apresentação da sustentação oral, aludida no

Art. 22.

Art. 21°

Na Sessão Extraordinária Especial de Julgamento, o Presidente do Conselho dará

a palavra ao Relator designado para o processo, para que ele apresente o

relatório conclusivo da Comissão de Ética.

Art. 22°

Após apresentação do relatório conclusivo do Processo Ético-Profissional pelo

Relator designado para o processo, o Presidente do Conselho dará a palavra aos

interessados ou seus respectivos advogados, pelo tempo improrrogável de 10

(dez) minutos para cada um, para apresentação de sustentação oral, encerrando a

permanência dos mesmos na sessão de julgamento.

Page 39: APOSTILA DEONTOLOGIA

39 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 23°

Após a sustentação oral, os Conselheiros que compõem a Sessão Extraordinária

Especial de Julgamento, poderão solicitar esclarecimentos sobre o processo ao

Relator do processo, por intermédio do Presidente do Conselho.

Art. 24°

Em seguida, serão proferidos os votos, seqüencialmente, pelos Conselheiros

Titulares, por ordem alfabética, e no caso de empate, caberá ao Presidente do

Conselho o voto de Minerva.

Art. 25°

Proferidos os votos, o Presidente do Conselho anunciará o resultado do

julgamento.

PARÁGRAFO ÚNICO - A decisão da Sessão Extraordinária Especial de

Julgamento constará em Ata, que será consubstanciada em Acórdão,

devidamente fundamentado, consignando a pena a ser aplicada.

Art. 26°

As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Federal e Regionais são as

previstas no art. 25 da Lei nr. 6.684, de 03 de setembro de 1979 e artigo 34 do

Decreto nr. 88.439 de 28 de junho de 1983.

Art. 27°

Os interessados serão notificados da decisão, através do acórdão, nos termos do

que dispõe o art. 37.

SEÇÃO II - Do recurso

Art. 28°

Das decisões proferidas pelos Conselhos Regionais caberá recurso, com efeito

devolutivo e suspensivo, em última instância, ao Conselho Federal de

Biomedicina, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência da decisão, por

petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

PARÁGRAFO ÚNICO - Recebido o recurso, abre-se vista ao recorrido, pelo prazo

de quinze (15) dias para apresentação de contra-razões.

Art. 29°

É admitido recurso por parte do denunciante.

Page 40: APOSTILA DEONTOLOGIA

40 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 30°

No caso da reforma da decisão que determinou o arquivamento liminar do

processo Ético-Profissional, os autos retornarão ao Conselho Regional de

Biomedicina de origem.

Art. 31°

Recebido o recurso pelo Conselho Federal de Biomedicina, o seu Presidente

designará um Conselheiro Federal para assumir a função de Relator do processo,

o qual terá o prazo de sessenta (60) dias para apresentar um relatório conclusivo

do Processo Ético-Profissional, e em seguida será encaminhado o processo para

pauta em Sessão Plenária extraordinária Especial de Julgamento.

Art. 32°

A decisão da Plenária Extraordinária Especial de Julgamento do Conselho Federal

de Biomedicina constará em Ata, consubstanciada em Acórdão.

Art. 33°

Da decisão da Plenária Extraordinária Especial de Julgamento do Conselho

Federal de Biomedicina, não caberá nenhum recurso, cujos autos serão, após

decisão proferida, imediatamente remetidos ao Conselho Regional de Biomedicina

de origem.

Art. 34°

Os interessados serão notificados da decisão, nos termos do que dispõe o art. 37.

CAPITULO IV - Da execução

Art. 35°

A execução da decisão transitada em julgado, será promovida pelo Conselho

Regional de Biomedicina de Origem.

Art. 36°

As execuções das penalidades impostas pelos Conselhos Regionais e Federal de

Biomedicina serão processadas na forma estabelecida pelas respectivas decisões,

em consonância com o que estabelece o art. 25 da Lei nr. 6.684, de 03 de

setembro de 1979 e artigo 34 do Decreto nr. 88.439 de 28 de junho de 1983.

PARÁGRAFO ÚNICO - Em caso de pena de suspensão do exercício profissional

ou cancelamento do registro profissional, será dada ciência da decisão às

autoridades interessadas e apreendida a carteira profissional de Biomédico

Page 41: APOSTILA DEONTOLOGIA

41 Profa. Flavia V. Gouveia

infrator, publicada a decisão no diário oficial, em jornal de grande circulação do

local onde o Biomédico infrator exercia as suas funções e nas revistas dos

Conselhos Federal e Regional.

CAPITULO V - Das intimações e notificações

Art. 37°

As intimações e notificações serão feitas aos interessados:

I. Por carta registrada, com aviso de recebimento; e,

II. Por edital, publicado uma única vez, no Diário Oficial e em jornal local,

de grande circulação, quando a parte não for encontrada.

Art. 38°

Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para as

partes interessadas.

Art. 39°

A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

I. Por suspeição argüida contra membros do Conselho, acolhida pelo

Plenário;

II. Por falta de cumprimento das formalidades legais prescritas no presente

Código.

Art. 40°

Nenhum dos interessados poderá argüir nulidade a que haja dado causa ou para a

qual tenha concorrido, ou referente à formalidade cuja observância só ao outro

interessado interesse.

Art. 41°

Não será declarada nulidade de ato processual que não houver influído na

apuração da verdade substancial ou na decisão.

Art. 42°

As nulidades considerar-se-ão sanadas:

I. Se não forem argüidas em tempo oportuno; e,

II. Se, praticado por outra forma, o ato atingir suas finalidades.

Page 42: APOSTILA DEONTOLOGIA

42 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 43°

Declarada a nulidade de um ato, considerar-se-ão nulos todos os atos dele

derivados.

Art. 44°

A nulidade dos autos dever ser alegada na primeira oportunidade em que couber o

interessado se manifestar nos autos, sob pena de preclusão.

CAPITULO VII - Da revisão do processo

Art. 45°

Caberá revisão de processo disciplinar condenatório, transitado em julgado.

Art. 46°

Julgada procedente a revisão será declarada sem efeito a penalidade aplicada,

restabelecendo-se todos os direitos do Biomédico denunciado.

PARÁGRAFO ÚNICO - Da revisão do processo não poderá resultar agravamento

de pena.

Art. 47°

No julgamento da revisão serão aplicadas, no que couber, as normas prescritas

neste Código, e das decisões proferidas haverá recurso obrigatório ao Conselho

Federal de Biomedicina.

CAPITULO VIII - Da prescrição

Art. 48°

A punidade por falta ética, sujeita a Processo Ético-Profissional, prescreve em

cinco (05) anos, contados a partir da data do conhecimento do fato.

Art. 49°

O conhecimento expresso ou a notificação feita diretamente ao Biomédico

denunciado interrompe o prazo prescricional de que trata o artigo anterior.

PARÁGRAFO ÚNICO - O conhecimento expresso ou a notificação de que trata

este artigo ensejará defesa escrita, a partir do qual recomeçará a fluir novo prazo

prescricional.

Page 43: APOSTILA DEONTOLOGIA

43 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 50°

A execução da pena aplicada prescreverá em cinco (05) anos, tendo como termo

inicial a data em que o denunciado recorrer ao Conselho Federal de Biomedicina.

CAPITULO IX - Da reabilitação

Art. 51°

Decorrido cinco (05) anos após o cumprimento da pena e sem que tenha sofrido

qualquer outra penalidade Ético-Profissional, poderá o Biomédico infrator requerer

sua reabilitação ao Conselho Regional de Biomedicina onde teve sua condenação,

com a retirada de seu prontuário dos apontamentos referentes a condenação

anteriores.

§ 1º

Excluir-se da concessão do beneficio do caput deste artigo o Biomédico

punido com a pena da cassação do exercício profissional.

§ 2º

Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de

reabilitação depende, também, da correspondente reabilitação criminal.

CAPITULO X - Das disposições finais

Art. 52°

Nenhuma penalidade será aplicada ou mantida sem que tenha sido assegurado

ao infrator pleno direito de defesa.

Art. 53°

Continuará em vigor, no que for cabível, o Regimento Interno dos Conselhos

Federal e Regionais e, nos casos omissos, aplicar-se-ão, supletivamente, ao

presente Código as normas de processo civil, penal, administrativo, e a Lei nr.

9.784, de 29 de janeiro de 1999, bem como os princípios gerais de direito.

Art. 54°

Aos Membros da Comissão de Ética caberá prover todos os atos que julgarem

necessários à conclusão e elucidação dos fatos, devendo requerer ou requisitar

aos órgãos da administração pública, direta, indireta, da União, dos Estados, dos

Municípios, do Distrito Federal e de Instituições Privadas, quaisquer documentos,

peças ou informações necessárias à instrução do Processo Ético-Profissional.

Page 44: APOSTILA DEONTOLOGIA

44 Profa. Flavia V. Gouveia

Art. 55°

Os prazos contarão, obrigatoriamente, a partir de data da juntada aos autos, do

aviso de recebimento da carta registrada, comprovando o recebimento da citação,

intimação e notificação ou da publicação do edital, consoante dispõe ao art. 37.

Art. 56°

Os atos e termos processuais deste Código deverão ser processados nos moldes

em anexos, que ficam fazendo parte integrante deste diploma.

Art. 57°

Aos Processo Ético-Profissionais em trâmite, aplicar-se-ão, de imediato, este

Código, sem prejuízo da validade dos atos processuais até então praticados.

Art. 58°

Este Código será apresentado para o registro perante o Cartório de Registro de

Títulos e Documentos da Comarca de Ribeirão Preto do Estado de São Paulo.

Art. 59°

Este Código entra em vigor na data da publicação do extrato da resolução que o

aprovar na imprensa oficial, revogando as disposições em contrario, em especial o

art.2º do Código de Ética da Profissão de Biomédico aprovado pela Resolução do

C.F.B.M. nr. 0002/84-D.O.U. de 27 de agosto de 1984.

Page 45: APOSTILA DEONTOLOGIA

45 Profa. Flavia V. Gouveia

Trabalho: Montagem de um laboratório de análises clínicas

Formato:

Grupos de 5 alunos no máximo.

Parte 1: Escrita.

Deverá ser montado um laboratório fictício de análises clínicas. O texto

deverá explanar sobre a localização, público alvo, estrutura arquitetônica, porte do

laboratório e setores de Hematologia, Microbiologia, Bioquímica Clínica e

Parasitologia. Fica opcional a adição de setor de Imaginologia (Raio X ou TC).

O trabalho deve conter Capa, Introdução, Capítulos e Bibliografia e ser

entregue impresso em formato espiral.

A nota do trabalho escrito será a mesma para todos os integrantes do

grupo.

Parte 2: Apresentação.

Todos os alunos do grupo deverão apresentar o trabalho de forma oral em

sala de aula em data previamente agendada pelo professor.

A apresentação poderá ser feita em Power Point, Retroprojetor, Cartaz ou

Lousa. É opcional a montagem de maquete da estrutura física do laboratório.

A nota da apresentação será individual, portanto, a não apresentação ou

falta resultará em perda de nota.

Bibliografia Sugerida:

Henry, John Bernard. Diagnósticos clínicos e tratamentos por métodos

laboratoriais. Manole.

Site CRBM:

www.crbm1.gov.br

Site Anvisa:

www.portal.anvisa.gov.br

Site CNEN:

www.cnen.gov.br