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    INTRODUO

    1. Contextualizao

    Ol nobre policial militar. com grande satisfao que produzo este material para oCurso de Habilitao de Cabos CHC 2010, da PMTO. Este material dever direcionar seuspensamentos e atitudes, com relao aos Direitos Humanos, dentro e fora da PMTO. svezes o policial militar se confronta com a disciplina de Direitos Humanos como uma disciplinaque vai de encontro com tudo o que aprendido nas ruas, na vida. No o correto. Muitosprofissionais no possuem uma viso correta do que vem a ser a disciplina, fazendo com queseu aprendizado seja permeado por uma srie de preconceitos.

    Claro que o policial militar tambm depara com situaes em que a disciplina deDireitos Humanos est sendo rasgada, com os manuais sendo esquecidos e a doutrinadeixada em segundo plano. Percebe que sozinho tambm no capaz de promulgar umaquesto que no depende somente dele.

    Assim, para entendimento sobre a disciplina de Direitos Humanos, aplicando-a naprtica, recordo uma fbula conhecida sobre um incndio em uma grande floresta:

    A FBULA DO BEIJA FLOR

    Era uma vez um Beija-Flor que fugia de um incndio juntamentecom todos os animais da floresta. S que o Beija-Flor fazia umacoisa diferente: apanhava gotas de gua de um lago e atirava-aspara o fogo. A guia, intrigada, perguntou: bichinho, achas quevais apagar o incndio sozinho com estas gotas? Sozinho, sei

    que no vou, respondeu o Beija-Flor, mas estou a fazer a minhaparte.

    Fazermos a nossa parte... Somente isso o que o militante em Direitos Humanos deveter em mente. No precisaria de muito esforo alm daquele: FAZER A MINHA PARTE.

    Ao depararmos com tantos horrores e iniqidades, percebemos que o mais sensato,cmodo e prtico simplesmente fecharmos os olhos. E o mundo continua como est. Claroque nos surpreendemos com alguns casos de destruio, fome, misria e outras imagensexploradas pela mdia de forma singular. Passados, entretanto, cerca de cinco minutos,estamos a nos deliciar com pratos tpicos, livros diversos, fofocas ou mesmo afazeres dirios.

    Esquecemos, como num passe de mgica, os problemas que afligem a sociedadecontempornea.Nesse clima de BEIJA-FLORES, gostaria de trazer algumas questes relevantes a

    vocs, nobres policiais militares, pois sei que a minha parte estou fazendo. Sei que o incndiono apagvel com um simples esguicho de gua, mas uma Tsunami advinda dos oceanos,que varre todo problema social, desigualdade, de sade, de educao, de lazer, cultura,cidadania, esporte e afins.

    Aproveite este pequeno material e espero que voc tambm faa A SUA PARTE.

    UMA VISO GERAL DO CURSO

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    Este curso ter, no decurso de suas 10h/a, uma contextualizao sobre Cidadania,incluindo os papeis sociais desempenhados pelos atores sociais.

    Ter ainda uma explanao sobre os Direitos Humanos sobre a tica internacional,englobando os organismos internacionais de proteo dos Direitos Humanos. Nessa rede deproteo, aparece a ONU Organizao das Naes Unidas, a OEA Organizao dos Estados

    Americanos), bem como os organismos sul-americanos e brasileiros de proteo de taisdireitos.(Ao ser falado sobre esses direitos, veremos um importante documento norteador dos

    Direitos Humanos, que a DUDH Declarao Universal dos Direitos Humanos), documentoque serviu de base para os Estados-membros da ONU a elaborarem suas Constituies apartir deste documento.

    Ver ainda a Constituio do Brasil, documento mximo norteador das legislaesinternas. Este documento ser analisado sob a perspectiva dos Direitos Humanos, fazendocom que o aluno perceba que h, naquele documento, os chamados Direitos individuais,coletivos, sociais e polticos.

    Num segundo momento, observaremos a situao de antagonismo existente entre

    polcia e Direitos Humanos, buscando quebrar os paradigmas. Neste debate, observaremosas ONGS de proteo e defesa dos Direitos Humanos no estado, contextualizando suaimportncia tica e jurdica.

    Permearemos os documentos norteadores sobre Direitos Humanos relacionados atividade policial, aprovados pela Cruz Vermelha, sendo eles o PBUFAF (Princpios Bsicosde Utilizao da fora e armas de fogo) e o CCEAL (Cdigo de Conduta aos Encarregadospela Aplicao da Lei).

    Tambm observaremos o crime como um problema de gesto pblica, incluindo opapel da polcia na soluo destes problemas.

    Comentaremos sobre a aplicao da lei nos casos dos GV (Grupos vulnerveis), grupoque inclui as minorias e desfavorecidos socialmente.

    Finalizaremos com a Polcia Militar frente Segurana Pblica, exemplificando osdireitos e obrigaes dos militares, como ao trabalho e greve. Tambm citaremos sobre aimportncia dos movimentos reivindicatrios, analisando a funo da PM como garantidorados direitos de todos.

    Nesse contexto, explanaremos tambm sobre a dignidade da funo policial e ocidado policial.

    Aproveite o contedo disponibilizado nesta apostila, bem como estude um pouco maissobre os temas em documentos os quais sero postados no e-mail da turma!!

    INTRODUO

    A SOCIEDADE E SEU PAPEL SOCIAL

    Na busca de uma sociedade mais justa e fraterna, a sociedade assume papel decisivo,especialmente pela contribuio a desempenhar para o estabelecimento da democraciaestruturada e praticada com a participao da sociedade como um todo. Essa funo a serexercida pela sociedade na construo de uma Democracia para o Sculo XXI, centrada naproteo dos direitos fundamentais da pessoa humana, foi destacada por Hermann AssisBaeta [01], com as seguintes expresses: "a sociedade , antes de tudo, um cidado que nofica margem, acima ou abaixo da conceituao destinada ao ser poltico". Prossegue, ainda,

    ressaltando que o "cidado-sociedade" tem um poder de participao superior ao cidadocomum na construo da Democracia, vez que a sociedade unida consegue levantar os

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    problemas e as solues aceitveis, podendo discernir e influir de forma mais eficiente eeficaz na persecuo da Democracia e da Justia.

    Na sociedade brasileira, pelas contradies e caractersticassocioeconmicas e polticas que apresenta, a populao exerce,dentre outras tantas, as funes de postular direitos e defender a

    Constituio, a ordem pblica do Estado Democrtico de Direito, osdireitos humanos, a justia social, e pugnar pela boa aplicao dasleis, pela rpida administrao da Justia e pelo aperfeioamento da

    cultura e das instituies jurdicas.

    O EXERCCIO DA CIDADANIA

    Muitas pessoas associam ser cidado como ser um sujeito com direito ao VOTO.Historicamente esta questo arraigou-se no domnio popular, uma vez que era no voto que aspessoas acreditavam nas mudanas. Infelizmente muitas pessoas repassavam, via voto, asresponsabilidades pelas mudanas sociais aos polticos. Esses, repleto de podes, deixavam asociedade deriva, sujeitos s vontades daqueles que dominavam a legislao, a execuo ea justia.

    No entanto, dentro de uma democracia, a prpria definio de Direito, pressupe acontrapartida de deveres, uma vez que em uma coletividade os direitos de um indivduo sogarantidos a partir do cumprimento dos deveres dos demais componentes da sociedadeCidadania, direitos e deveres.

    Mas ao analisarmos o conceito de Cidadania, percebemos que o seu significado estalm daquilo que se julgou ser. O conceito de cidadania tem origem na Grcia clssica, sendousado ento para designar os direitos relativos ao cidado, ou seja, o indivduo que vivia nacidade e ali participava ativamente dos negcios e das decises polticas. Cidadaniapressupunha, portanto, todas as implicaes decorrentes de uma vida em sociedade.

    Ao longo da histria o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar umconjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos, civis epolticos, de um cidado.

    Claro que a poltica possui o seu papel nessa busca pela garantia dos direitos inerentes condio humana. A prpria Constituio Federal, documento mximo norteador daslegislaes infraconstitucionais, estabelece limites para a atuao do estado, da sociedade e

    das instituies publicas e privadas. Assim, ao passo que garante os direitos das pessoas,exprime os limites. como se segussemos a mxima:

    O DIREITO DE UMA PESSOA TERMINA, NECESSARIAMENTE, QUANDO COMEA ODIREITO DE OUTRAS.

    Assim, as pessoas possuem seus direitos, mas no podem suprimir o direito dasoutras, sob pena de estar infringindo, diretamente, o preconizado na Constituio Federal.Muitos, entretanto, abdicam desta importante ferramenta, que o exerccio pleno dos direitoscivis e polticos, que acabam somente criticando as aes do governo, da sociedade e deseus prprios familiares. Angustiados por uma questo que, em muitos casos, nem elemesmo sabe explicar, acaba por deixar de exercer o que lhe ofertado e, h no muito tempoatrs, era direito de uma minoria.

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    Muitos estudiosos evidenciam a necessidade de se possuir taisdireitos. Mas o que se percebe uma sociedade abarcada e umamassa de direitos e, por conseguinte, de deveres. No assim que

    eles enxergam, Enxergam, sim, seus direitos, mas os deveres, nemsequer sabem que existem. E continuam a reclamar...

    CONTEXTO HISTRICO

    1. HISTRIA DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO(Disponvel em DH Net Autor: Joo Baptista Herkenhoff)

    Direitos Humanos na Antiguidade

    Num sentido prprio, em que se conceituem como direitos humanos, quaisquerdireitos atribudos a seres humanos, como tais, pode ser assinalado o reconhecimento de taisdireitos na Antiguidade: no Cdigo de Hamurabi (Babilnia. sculo XVIII antes de Cristo), nopensamento de Amenfis IV (Egito. sculo XIV a. C). Na filosofia de Mncio (China. sculo IVa. C), na Repblica. de Plato (Grcia. sculo IV a. C.), no Direito Romano e em inmerascivilizaes e culturas ancestrais, como vimos no capitulo anterior e como ainda veremos nocurso desta obra.

    Na Antiguidade, no se conhecia o fenmeno da limitao do poder doEstado. As leis que organizavam os Estados no atribuam ao indivduodireitos frente ao poder estatal. Quando Aristteles definiu Constituio,

    tinha diante de si esse tipo de legislao.

    No obstante tenha sido Atenas o bero de relevantepensamento poltico. No se imaginava ento a possibilidade de umestatuto de direitos oponveis ao prprio Estado. A formao da Polis foiprecedida da formao de um territrio cultural, como notou Franois dePolignae. Este balizou os limites da cidade grega.

    Sem garantia legal, os direitos humanos padeciam de certa precariedade na estrutura

    poltica. O respeito a eles ficava na dependncia da virtude e da sabedoria dos governantes.Esta circunstncia, porm, no exclui a importante contribuio de culturas antigas na criaoda idia de Direitos Humanos.

    Alguns autores pretendem afirmar que a histria dos Direitos Humanos comeou com obalizamento do poder do Estado pela lei. Creio que essa viso errnea. Obscurece o legadode povos que no conheceram a tcnica de limitao do poder mas privilegiaramenormemente a pessoa humana nos seus costumes e instituies sociais.

    A dimenso social da democracia

    A dimenso social da democracia marcou o primeiro grande salto na conceituao

    dos direitos humanos.

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    A afirmao dos direitos sociais derivou da constatao da fragilidade dos direitosliberais, quando o homem, a favor do qual se proclamam liberdades, no satisfez aindanecessidades primrias: alimentar-se, vestir-se, morar, ter condies de sade, ter seguranadiante da doena, da velhice, do desemprego e de outros percalos da vida.

    2. Direitos Humanos no Brasil.

    HISTRICO DOS DH NO BRASIL(Disponvel em DH Net adaptado)

    Em 1946, a Organizao das Naes Unidas criou o Comit de Direitos Humanosresponsvel pela redao da Declarao Universal dos Direitos Humanos, documento queconseguiu expressar uma viso de mundo, at hoje atual, desejada pela comunidadeinternacional.

    A Declarao adotada pela ONU em 1948, tem por misso exclusiva contribuir para aconstruo da paz por meio da cooperao entre as naes, visando fortalecer o respeito

    universal justia, o estado de direito e a garantia dos direitos humanos e liberdadesfundamentais. Desde sua criao, a UNESCO tem participado da organizao e realizao detodos os eventos mundiais sobre direitos humanos, bem como da construo de parmetros estandards internacionais relacionados a esse tema. Presente na base da criao daUNESCO, o tema Direitos Humanos tratado por essa Organizao de forma transdisciplinare multisetorial.

    A histria dos Direitos Humanos no Brasil est vinculada, de forma direta com a histriadas constituies brasileiras. E observado as Constituies brasileiras, todas apenaspermeavam sucintamente o assunto, deixando vrias lacunas e fazendo com que o tema nofosse trabalhado de uma forma mais adequada.

    Um dos destaques histricos com relao Revoluo de 1930, que provocou umtotal desrespeito aos Direitos Humanos, que foram praticamente esquecidos. O CongressoNacional e as Cmaras Municipais foram dissolvidos, a magistratura perdeu suas garantias,

    suspenderam-se as franquias constitucionais e o habeas corpus ficou restrito a rus ouacusados em processos de crimes comuns.No foram poucos os que se rebelaram contra essa "prepotncia", culminando com a

    Revoluo constitucionalista de 1932, que acarretou na nomeao, pelo governo provisrio,de uma comisso para elaborar um projeto de Constituio, comisso esta que, por reunir-seno Palcio do Itamaraty, recebeu o nome de "a comisso do Itamaraty". A participaopopular, no entanto, ficou por demais reduzida em razo da censura imprensa.

    Outro fator marcante na histria dos Direitos Humanos foi com a Constituio de 1967,que trouxe inmeros retrocessos, suprimindo a liberdade de publicao, tornando restrito odireito de reunio, estabelecendo foro militar para os civis, mantendo todas as punies earbitrariedades decretadas pelos Atos Institucionais. Hipocritamente, a Constituio de 1967

    determinava o respeito integridade fsica e moral do detento e do presidirio, no entanto naprtica, tal preceito no existia.

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    No que pertine aos demais direitos, a constituio brasileira de 1967, teve outrosretrocessos: reduziu a idade mnima de permisso para o trabalho, para 12 anos; restringiu odireito de greve; acabou com a proibio de diferena de salrios, por motivos de idade e denacionalidade; restringiu a liberdade de opinio e de expresso; recuou no campo doschamados direitos sociais, etc.

    A Constituio de 1967 vigorou, formalmente, at 17 de outubro de 1969, com a novaConstituio. Na prtica, foi baixado o mais terrvel Ato Institucional, o AI-5, o que maisdesrespeitou os Direitos Humanos no Pas, provocando a revolta na sociedade civil, jovens,estudantes, etc., acarretando a runa da Constituio de 1967.

    O AI-5 trouxe de volta todos os poderes discricionrios do Presidente, estabelecidospelo AI-2, alm de ampliar tais arbitrariedades, dando ao governo a prerrogativa de confiscarbens, suspendendo, inclusive, o habeas corpus nos casos de crimes polticos contra asegurana nacional, a ordem econmica e social e a economia popular.

    A vigncia do AI-5 foi um longo perodo de arbitrariedades e corrupes. A tortura e osassassinatos polticos foram praticados de forma brbara, com a garantia do silncio daimprensa, que se encontrava praticamente amordaada e as determinaes e "proteeslegais" do AI-5. Tanto foi assim, que a Constituio de 1969 somente comeou a vigorar, com

    a queda do AI-5, em 1978. A constituio de 1969 retroagiu, ainda mais, j que tiveramincorporadas ao seu texto legal, as medidas autoritrias dos Atos Institucionais. No foramrespeitados os Direitos Humanos.

    A anistia conquistada em 1979, no aconteceu da forma que era esperada, j queanistiou, em nome do regime, at mesmo os criminosos e torturadores. No entanto,representou uma grande conquista do povo.

    A Constituio de 1988 veio para proteger, talvez tardiamente, os direitos do homem.Tardiamente, porque isso poderia ter se efetivado na Constituio de 1946, que foi uma belaConstituio, mas que, logo em seguida foi derrubada, com a ditadura. por isso que UlissesGuimares afirmava que a Constituio de 1988 era uma "Constituio cidad", porque elamostrou que o homem tem uma dignidade, dignidade esta que precisa ser resgatada e que se

    expressa, politicamente, como cidadania.O problema da dignidade da pessoa humana vem tratado na Constituio de 1988, j

    no prembulo, quando este fala da inviolabilidade liberdade e, depois, no artigo primeiro,com os fundamentos e, ainda, no inciso terceiro (a dignidade da pessoa humana), maisadiante, no artigo quinto, quando fala da inviolabilidade do direito vida, liberdade, segurana e igualdade.

    A Constituio de 1988 fixou os direitos humanos como um dos princpios que devemreger as relaes internacionais do Brasil (artigo 4, inciso II). O texto reconhece ainda, comotendo status constitucional, os direitos e garantias contidos nos tratados internacionaisratificados pelo Brasil, que no tenham sido includos no artigo 5 da Constituio.

    O Brasil signatrio dos mais importantes tratados internacionais de direitos humanostanto na esfera da Organizao das Naes Unidas (ONU) como da Organizao dos EstadosAmericanos (OEA), entre os quais o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Polticos; o Pacto

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    Internacional dos Direitos Econmicos, Sociais e Culturais; a Conveno Contra Tortura eOutros Tratamentos ou Penas Cruis, Desumanos ou Degradantes; e a ConvenoAmericana sobre os Direitos Humanos. O Pas no tem reservas a qualquer dessesinstrumentos jurdicos.

    O Brasil teve um destacado papel na preparao e realizao da Conferncia Mundial

    de Direitos Humanos, realizada em Viena, em 1993, onde presidiu o comit de redao daDeclarao e do Programa de Ao, adotada consensualmente pela conferncia em 25 dejunho de 1993. Em 1996, assumiu a presidncia da 52 Reunio da Comisso de DireitosHumanos da ONU.

    OS ORGANISMOS DE TUTELA DOS DIREITOS HUMANOS

    Quando se fala em Direitos Humanos, impossvel pensar sobre o tema sem comentarsobre os organismos nacionais e internacionais de tutela dos Direitos Humanos. Destaquepara a ONU (Organizao das Naes Unidas), com um trabalho em vrios pases e com aaceitao, via ingresso no grupo, de quase 200 pases.

    A Organizao das Naes Unidas uma instituio internacional formada por 192Estados soberanos, fundada aps a 2 Guerra Mundial para manter a paz e a segurana nomundo, fomentar relaes cordiais entre as naes, promover progresso social, melhorespadres de vida e direitos humanos. Os membros so unidos em torno da Carta da ONU, umtratado internacional que enuncia os direitos e deveres dos membros da comunidadeinternacional.

    As Naes Unidas so constitudas por seis rgos principais: aAssemblia Geral, o Conselho de Segurana, o Conselho

    Econmico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacionalde Justia e o Secretariado. Todos eles esto situados na sede daONU, em Nova York, com exceo do Tribunal, que fica em Haia,na Holanda.

    Ligados ONU h organismos especializados que trabalham em reas to diversascomo sade, agricultura, aviao civil, meteorologia e trabalho por exemplo: OMS(Organizao Mundial da Sade), OIT (Organizao Internacional do Trabalho), BancoMundial e FMI (Fundo Monetrio Internacional). Estes organismos especializados, juntamentecom as Naes Unidas e outros programas e fundos (tais como o Fundo das Naes Unidaspara a Infncia, UNICEF), compem o Sistema das Naes Unidas.

    No campo nacional, temos a SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos), rgovinculado presidncia da Repblica e composto por vrios Conselhos alusivos aos DireitosHumanos, como:

    CDDPH Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana CONANDA Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente CNCD Conselho Nacional de Combate Discriminao CONADE - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficincia CNDI Conselho Nacional dos Direitos do Idoso CONATRAE - Comisso Nacional de Erradicao do trabalho Escravo

    A SEDH ainda possui vrios segmentos voltados s minorias, como GLBT, Mulheres,Crianas e outras. Seus trabalhos enfocam os Direitos Humanos, sob a perspectiva nacional.

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    Cada estado, por sua vez, responsvel por criar mecanismos de proteo e defesados Direitos Humanos, com vista a continuar as Diretrizes elaboradas nos moldes nacionais.Vrios documentos norteadores fazem este papel. Destaque para o atual PNDH, o chamadoPNDH 3. A terceira verso do Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3 representamais um passo largo nesse processo histrico de consolidao das orientaes para

    concretizar a promoo dos Direitos Humanos no Brasil. Entre seus avanos mais robustos,destaca-se a transversalidade e inter-ministerialidade de suas diretrizes, de seus objetivosestratgicos e de suas aes programticas, na perspectiva da universalidade, indivisibilidadee interdependncia dos direitos.

    O debate pblico, em escala nacional, para elaborao do PNDH-3 coincidiu com os 60

    anos da Declarao Universal dos Direitos Humanos e com a realizao da 11 ConfernciaNacional dos Direitos Humanos (11 CNDH). Convocada por decreto presidencial em abril de2008, a 11 Conferncia contou com um Grupo de Trabalho Nacional institudo pela Portarian. 344 da SEDH/PR, cuja tarefa era coordenar as atividades preparatrias, formularpropostas e orientar as conferncias estaduais e distrital. Sua composio incluiurepresentantes de entidades nacionais e movimentos de Direitos Humanos, bem comomembros dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio, do Ministrio Pblico e daDefensoria Pblica.

    Tanto nos campos estadual quanto municipal, os Direitos Humanos precisam de umaregulao e fiscalizao para que o Estado no venha a suprimir os direitos que ele mesmo

    promulgou. Assim, aparecem as ONGs (Organizaes ou organismos No-governamentais).Exercem um papel fundamental na fiscalizao e efetivao do preconizado nos diplomaslegais.

    Como exemplo, as ONGs nacionais correlacionadas com Direitos Humanos e Polcia:

    Comunidade Segura Conectas Direitos Humanos Fundao Friedrich Ebert Fundao Konrad Adenauer Fundao SEADE

    Instituto Ethos Instituto Sou da Paz Plis Rede de Policiais e Sociedade Civil na Amrica Latina Segurana com Cidadania Sur - Rede Universitria de Direitos Humanos Viva Rio

    Vrias outras ONGS tambm possuem seu valor, sendo referncias e apoiadoras dos

    Direitos Humanos.

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    DIREITOS PRECONIZADOS NA CONSTITUIO FEDERAL

    1. A CONSTITUIO CIDAD

    Como contextualizado anteriormente, as Constituies do Brasil permeavam o temaDireitos Humanos, mas sem garantir tais direitos em sua prtica. J na Constituio Federalde 1988, os direitos aparecem de forma ntida, estampada e de forma a garantir a dignidade

    da pessoa humana, a partir do chamado Conjunto de direitos e Garantias Fundamentais.Direitos e Garantias Fundamentais na Constituio do Brasil o termo referente a um

    conjunto de dispositivos contidos na Constituio brasileira de 1988 destinados a estabelecerdireitos, garantias e deveres aos cidados da Repblica Federativa do Brasil. Estesdispositivos sistematizam as noes bsicas e centrais que regulam a vida social, poltica ejurdica de todo o cidado brasileiro.

    Os Direitos e Garantias Fundamentais encontram-se regulados entre os artigos 5 ao17, e segundo o doutrinador Jos Afonso da Silva, esto reunidas em cinco grupos bsicos:

    Individuais; Coletivos; Sociais; De nacionalidade; Polticos.

    A matria dedicada aos Direitos e Garantias Fundamentais foi contemplada com dozeartigos pelo Constituinte brasileiro, iniciando-se com o artigo 5 e estendendo-se ao 17. Osdispositivos apresentam-se organizados da seguinte forma:

    O artigo 5, provido de setenta e oito incisos, traz em seu contedo os direitos e

    garantias individuais e coletivos. Os artigos 6 ao 11 dedicam-se ao tratamento dos direitos sociais:

    o O artigo 6 traz a definio de quais so os direitos sociais (a saber: educao,sade, trabalho, moradia, lazer, segurana, previdncia social, proteo maternidade e infncia e a assistncia aos desamparados).

    A seguir o artigo 7, munido de trinta e quatro incisos, estabelece os direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, em prol da melhoria de sua condio social.

    O artigo 8, com seus oito incisos, dispe sobre a associao profissional ou sindical. Em seguida, o artigo 9 trata do direito de greve. O artigo 10 dispe sobre a participao de empregados e trabalhadores nos colegiados

    de rgos pblicos que tratem de seus respectivos interesses profissionais.

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    http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://images.quebarato.com.br/photos/big/4/1/9EF41_1.jpg&imgrefurl=http://www.quebarato.com.br/classificados/constituicao-federal-brasileira-em-audio-mp3__651073.html&usg=__tvTOaMZf8xQFim1PncWzFYgvVuQ=&h=228&w=157&sz=9&hl=pt-BR&start=1&itbs=1&tbnid=j-CDzUL_-2e0tM:&tbnh=108&tbnw=74&prev=/images%3Fq%3DConstitui%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bfederal%2BBrasileira%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1
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    O ltimo artigo tratando de direitos sociais, o artigo 11, trata da garantia eleio deum representante dos empregados em empresas que possuam mais de 200funcionrios, permitindo o contato efetivo com o empregador acerca dos interesses deseu emprego.

    Os artigos 12 ao 13 foram dedicados aos direitos de nacionalidade:

    O artigo 12 trata de estabelecer quem brasileiro, encaixando-se em uma das duascategorias, nato ou naturalizado.

    O artigo 13 foi dedicado aos smbolos e caractersticas da Repblica Federativa doBrasil, como por exemplo, a lngua portuguesa, considerada idioma oficial do pas, ossmbolos oficiais: bandeira, hino, armas e selo, e ainda a garantia aos Estados, DistritoFederal e Municpios de adoo de smbolos estaduais prprios.

    Os artigos 14 a 16, que tratam dos Direitos Polticos, e o artigo 17 que se dedica aospartidos polticos.

    O artigo 14 traz o conceito de soberania popular, uma subespcie do conceitosoberania. Esta soberania popular, de acordo com o artigo, ser exercida por meio desufrgio universal, atravs de voto direto e secreto, sendo trs as suas formas:plebiscito, referendo e iniciativa popular. Estabelece o artigo 14 ainda os cidadoscapazes de participarem ativamente em eleies, condies de suspenso de talgarantia, e as condies passivas de exerccio de cidadania (elegibilidade).

    O artigo 15 tratar da cassao dos direitos polticos; E finalmente, o artigo 16 tratar da entrada em vigor de lei que altere o processo

    eleitoral.

    Concluindo a deliberao sobre os Direitos e Garantias Fundamentais, a Constituiotraz, como ltimo artigo da srie o artigo 17, dedicado exclusivamente aos partidos polticos.Este artigo trar as condies para sua criao, manuteno, organizao e vedaes.

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    http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://lucylle.files.wordpress.com/2007/10/200572965-001.jpg&imgrefurl=http://lucylle.wordpress.com/2007/10/20/nacionalidade-francesa-nao-e-pedigre-minha-filha/&usg=__rGVOStZ_dkxDeql5liouA0kD3-8=&h=440&w=363&sz=45&hl=pt-BR&start=2&itbs=1&tbnid=G-FmXp5bUJ6yeM:&tbnh=127&tbnw=105&prev=/images%3Fq%3Dnacionalidade%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://macaunews-jovanil.lima.zip.net/images/como-justificar-voto.jpg&imgrefurl=http://macaunews-jovanil.lima.zip.net/&usg=__1pTar7rAcrNArh6T4oKWRONwFLg=&h=300&w=400&sz=24&hl=pt-BR&start=12&itbs=1&tbnid=zr_VL5mnIeOi1M:&tbnh=93&tbnw=124&prev=/images%3Fq%3Do%2Bvoto%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://blogalize.net/wp-content/uploads/2009/10/trabalho.jpg&imgrefurl=http://blogalize.net/reclamacao-trabalhista.html&usg=__YklfL5h5vbB6hr_vR2adj3RgHOY=&h=300&w=400&sz=44&hl=pt-BR&start=13&itbs=1&tbnid=lMbKMkaAOIAh9M:&tbnh=93&tbnw=124&prev=/images%3Fq%3DDireitos%2Bdo%2Btrabalhador%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1
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    Como se pode observar, os artigos iniciais da Constituio Federal tratam, de forma bemdirecionada, sobre os direitos humanos j preconizados na DUDH (Declarao Universal dosDireitos Humanos).

    A DUDH como pressuposto norteador da Constituio federal

    A Declarao Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU em 10 dedezembro de 1948 (A/RES/217). Esboada principalmente por John Peters Humphrey, doCanad, mas tambm com a ajuda de vrias pessoas de todo o mundo - Estados Unidos,Frana, China, Lbano entre outros, delineia os direitos humanos bsicos.

    Abalados pela barbrie recente e ensejosos de construir um mundo sob novosalicerces ideolgicos, os dirigentes das naes que emergiram como potncias no perodops-guerra, liderados por URSS e Estados Unidos estabeleceram na Conferncia de Yalta, naUcrnia, em 1945, as bases de uma futura paz definindo reas de influncia das potncias eacertado a criao de uma Organizao multilateral que promova negociaes sobre conflitosinternacionais, objetivando evitar guerras e promover a paz e a democracia e fortalea os

    Direitos Humanos.Embora no seja um documento que representa obrigatoriedade legal, serviu como

    base para os dois tratados sobre direitos humanos da ONU, de fora legal, o TratadoInternacional dos Direitos Civis e Polticos, e o Tratado Internacional dos Direitos Econmicos,Sociais e Culturais. Continua a ser amplamente citado por acadmicos, advogados e cortesconstitucionais. Especialistas em direito internacional discutem com freqncia quais de seusartigos representam o direito internacional usual.

    A Assemblia Geral proclama a presente Declarao Universal dos Direitos Humanoscomo o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as naes, com o objetivo deque cada indivduo e cada rgo da sociedade, tendo sempre em mente esta Declarao, seesforce, atravs do ensino e da educao, por promover o respeito a esses direitos eliberdades, e, pela adoo de medidas progressivas de carter nacional e internacional, porassegurar o seu reconhecimento e a sua observncia universal e efetiva, tanto entre os povosdos prprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territrios sob sua jurisdio.

    POLCIA E DIREITOS HUMANOS SITUAO DE ANTAGONISMO

    A questo dos paradigmas

    Quando o assunto Direitos Humanos, toda a classe de policiais

    inicia um debate em torno, principalmente, da proteo ao criminoso, aomarginal, ao meliante, ao bandido. Muitas vezes esquecem da formaodos Direitos Humanos e seu real sentido. E a deturpao deste conceitoimplica nas cenas comumente estampadas nos jornais e mdia televisiva,colocando o profissional encarregado pela aplicao da lei em destaquecomo o primeiro a extirpar esse direito.

    evidente que o desrespeito aos Direitos Humanos implica, necessariamente, emquebra do que est escrito na Constituio Federal. Entretanto, muitos profissionais ligados Segurana Pblica insistem em banalizar, esquecer ou mesmo deixar em segundo plano otema Direitos Humanos.

    , sem dvida, um paradigma herdado, sobretudo, da poca da ditadura militar. Malsabem os prprios crticos que este paradigma advm do citado perodo em que havia um

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    grupo dominante. E este grupo no era de policiais militares, mas de MILITARES DASFORAS ARMADAS.

    Assim, o que houve na poca da ditadura militar foi uma ao voltada para a repressoe para o militarismo no poder, com caa aos contrrios a este modelo de administrao. Epara realizar a parte operacional, coube s polcias assim realizar. O que no se esperava era

    a questo histrica permear at os dias atuais, lembrando somente da POLCIA MILITAR.Um importante livro publicado pelo Secretrio Nacional de Segurana Pblica, RicardoBalestreri, expe de forma mais aberta e ampla, um tema to criticado nas Academias depolcia, nos centros de formao policial ou mesmo nas ruas. Com o ttulo DIREITOSHUMANOS: COISA DE POLCIA, o autor consegue trazer o discurso a esta classe deprofissionais que, at ento, no haviam descoberto seu real papel como promulgador dosdireitos inerentes condio humana.

    Um dos trechos de destaque do livro, no seu prefcio assinado pelo ento SecretrioEspecial de Direitos Humanos, assim expe:

    Ao abordar questes como antagonismo moral entre polcia e bandido, tica

    corporativa versus tica cidad, lgica policial e lgica militar, esta obra, dorepresentante da Anistia Internacional no Brasil, Ricardo Balestreri, estar,certamente, sendo includa na coleo de obras referenciais sobre o assuntoespinhoso que a segurana pblica. O autor demonstra estar ciente dosgraves problemas que o Brasil enfrenta nesse campo e, o que maisimportante, aponta alguns dos caminhos que se pode trilhar para atingir operfil do policial protagonista, educador em direitos humanos, promotor dacidadania.

    Como bem define o autor "h que haver, por parte do agente estatal, umaoposio radical, do ponto de vista moral e metodolgico, entre a sua prpriaprtica e a prtica do bandido... o agente do Estado precisa ser parte

    exemplar dessa histria". Da a necessidade de que o policial protagonistainternalize um campo definido de regras de conduta para que seucomportamento seja, ao mesmo tempo, eficiente e educativo, capaz dealimentar o imaginrio social de forma positiva.

    Outro ponto interessante do livro, que o trouxe de vez ao centro das discusses, foi quandotrouxe as treze reflexes sobre polcia e direitos humanos. Vejamos:

    TREZE REFLEXES SOBRE POLCIA E DIREITOS HUMANOS

    Durante muitos anos o tema Direitos Humanos foi considerado antagnico ao de

    Segurana Pblica. Produto do autoritarismo vigente no pas entre 1964 e 1984 e damanipulao, por ele, dos aparelhos policiais, esse velho paradigma maniquesta cindiusociedade e polcia, como se a ltima no fizesse parte da primeira.

    Polcia, ento, foi uma atividade caracterizada pelos segmentos progressistas dasociedade, de forma equivocadamente conceitual, como necessariamente afeta repressoantidemocrtica, truculncia, ao conservadorismo. Direitos Humanos como militncia, naoutra ponta, passaram a ser vistos como ideologicamente filiados esquerda, durante toda avigncia da Guerra Fria (estranhamente, nos pases do socialismo real, eram vistos comouma arma retrica e organizacional do capitalismo). No Brasil, em momento posterior dahistria, a partir da rearticulao democrtica, agregou-se a seus ativistas a pecha dedefensores de bandidos e da impunidade.

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    Evidentemente, ambas as vises esto fortemente equivocadas e prejudicadas pelopreconceito.

    Estamos h mais de um dcada construindo uma nova democracia e essa paralisia deparadigmas das partes (uma vez que assim ainda so vistas e assim se consideram),

    representa um forte impedimento parceria para a edificao de uma sociedade maiscivilizada.

    Aproximar a policia das ONGs que atuam com Direitos Humanos, e vice-versa, tarefaimpostergvel para que possamos viver, em mdio prazo, em uma nao que respire culturade cidadania. Para que isso ocorra, necessrio que ns, lideranas do campo dos DireitosHumanos, desarmemos as minas ideolgicas das quais nos cercamos, em um primeiromomento, justificvel, para nos defendermos da polcia, e que agora nos impedem deaproximar-nos. O mesmo vale para a polcia.

    Podemos aprender muito uns com os outros, ao atuarmos como agentes defensores da

    mesma democracia.

    Nesse contexto, a partir de quase uma dcada de parceria no campo da educao paraos direitos humanos junto a policiais e das coisas que vi e aprendi com a polcia, quegostaria de tecer as singelas treze consideraes a seguir:

    CIDADANIA, DIMENSO PRIMEIRA

    1 - O policial , antes de tudo um cidado, e na cidadania deve nutrir sua razo de ser.Irmana-se, assim, a todos os membros da comunidade em direitos e deveres. Sua

    condio de cidadania , portanto, condio primeira, tornando-se bizarra qualquer reflexofundada sobre suposta dualidade ou antagonismo entre uma sociedade civil e outrasociedade policial. Essa afirmao plenamente vlida mesmo quando se trata da PolciaMilitar, que um servio pblico realizado na perspectiva de uma sociedade nica, da qualtodos os segmentos estatais so derivados. Portanto no h, igualmente, uma sociedadecivil e outra sociedade militar. A lgica da Guerra Fria, aliada aos anos de chumbo, noBrasil, que se encarregou de solidificar esses equvocos, tentando transformar a polcia, deum servio cidadania, em ferramenta para enfrentamento do inimigo interno. Mesmo apso encerramento desses anos de parania, seqelas ideolgicas persistem indevidamente,obstaculizando, em algumas reas, a elucidao da real funo policial.

    POLICIAL: CIDADO QUALIFICADO2 - O agente de Segurana Pblica , contudo, um cidado qualificado:emblematiza o Estado, em seu contato mais imediato com a populao. Sendo a

    autoridade mais comumente encontrada tem, portanto, a misso de ser uma espcie de portavoz popular do conjunto de autoridades das diversas reas do poder. Alm disso, porta asingular permisso para o uso da fora e das armas, no mbito da lei, o que lhe conferenatural e destacada autoridade para a construo social ou para sua devastao. O impactosobre a vida de indivduos e comunidades, exercido por esse cidado qualificado , pois,sempre um impacto extremado e simbolicamente referencial para o bem ou para o mal-estarda sociedade.

    POLICIAL: PEDAGOGO DA CIDADANIA

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    3 - H, assim, uma dimenso pedaggica no agir policial que, como em outrasprofisses de suporte pblico, antecede as prprias especificidades de suaespecialidade.

    Os paradigmas contemporneos na rea da educao nos obrigam a repensar oagente educacional de forma mais includente. No passado, esse papel estava reservadounicamente aos pais, professores e especialistas em educao. Hoje preciso incluir comprimazia no rol pedaggico tambm outras profisses irrecusavelmente formadoras deopinio: mdicos, advogados, jornalistas e policiais, por exemplo.

    O policial, assim, luz desses paradigmas educacionais mais abrangentes, um plenoe legitimo educador. Essa dimenso inabdicvel e reveste de profunda nobreza a funopolicial, quando conscientemente explicitada atravs de comportamentos e atitudes.

    A IMPORTNCIA DA AUTO-ESTIMA PESSOAL E INSTITUCIONAL

    4 - O reconhecimento dessa dimenso pedaggica , seguramente, ocaminho mais rpido e eficaz para a reconquista da abalada auto-estima policial.

    Note-se que os vnculos de respeito e solidariedade s podem constituir-sesobre uma boa base de auto-estima. A experincia primria do querer-se bem fundamentalpara possibilitar o conhecimento de como chegar a querer bem o outro. No podemos viverpara fora o que no vivemos para dentro.

    Em nvel pessoal, fundamental que o cidado policial sinta-se motivado e orgulhosode sua profisso. Isso s alcanvel a partir de um patamar de sentido existencial. Se afuno policial for esvaziada desse sentido, transformando o homem e a mulher que aexercem em meros cumpridores de ordens sem um significado pessoalmente assumido comoiderio, o resultado ser uma auto-imagem denegrida e uma baixa auto-estima.

    Resgatar, pois, o pedagogo que h em cada policial, permitir a ressignificao daimportncia social da polcia, com a conseqente conscincia da nobreza e da dignidadedessa misso.

    A elevao dos padres de auto-estima pode ser o caminho mais seguro para uma boaprestao de servios.

    S respeita o outro aquele que se d respeito a si mesmo.POLCIA E SUPEREGO SOCIAL

    5 - Essa dimenso pedaggica, evidentemente, no se confunde com dimensodemaggica e, portanto, no exime a polcia de sua funo tcnica de intervirpreventivamente no cotidiano e repressivamente em momentos de crise, uma vez quedemocracia nenhuma se sustenta sem a conteno do crime, sempre fundado sobre umamoralidade mal constituda e hedonista, resultante de uma complexidade causal que vai dosocial ao psicolgico.

    Assim como nas famlias preciso, em ocasies extremas, que o adulto sustente,sem vacilar, limites que possam balizar moralmente a conduta de crianas e jovens, tambm

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    em nvel macro necessrio que alguma instituio se encarregue da conteno dasociopatia.

    A polcia , portanto, uma espcie de superego social indispensvel em culturasurbanas, complexas e de interesses conflitantes, contenedora do bvio caos a que estaramos

    expostos na absurda hiptese de sua inexistncia. Possivelmente por isso no se conheanenhuma sociedade contempornea que no tenha assentamento, entre outros, no poder dapolcia. Zelar, pois, diligentemente, pela segurana pblica, pelo direito do cidado de ir e vir,de no ser molestado, de no ser saqueado, de ter respeitada sua integridade fsica e moral, dever da polcia, um compromisso com o rol mais bsico dos direitos humanos que devemser garantidos imensa maioria de cidados honestos e trabalhadores.

    Para isso que a polcia recebe desses mesmos cidados a uno para o uso dafora, quando necessrio.

    RIGOR versus VIOLNCIA

    6 - O uso legtimo da fora no se confunde, contudo, com truculncia.

    A fronteira entre a fora e a violncia delimitada, no campo formal, pelalei, no campo racional pela necessidade tcnica e, no campo moral, pelo antagonismo quedeve reger a metodologia de policiais e criminosos.

    POLICIAL versus CRIMINOSO: METODOLOGIAS ANTAGNICAS

    7 - Dessa forma, mesmo ao reprimir, o policial oferece uma visualizao pedaggica,ao antagonizar-se aos procedimentos do crime.

    Em termos de inconsciente coletivo, o policial exerce funo educativa arquetpica:deve ser o mocinho, com procedimentos e atitudes coerentes com a firmeza moralmentereta, oposta radicalmente aos desvios perversos do outro arqutipo que se lhe contrape: obandido.

    Ao olhar para uns e outros, preciso que a sociedade perceba claramente asdiferenas metodolgicas ou a confuso arquetpica intensificar sua crise de moralidade,incrementando a ciranda da violncia. Isso significa que a violncia policial geradora demais violncia da qual, mui comumente, o prprio policial torna-se a vtima.

    Ao policial, portanto, no cabe ser cruel com os cruis, vingativo contra os anti-sociais,hediondo com os hediondos. Apenas estaria com isso, liberando, licenciando a sociedadepara fazer o mesmo, a partir de seu patamar de visibilidade moral. No se ensina a respeitardesrespeitando, no se pode educar para preservar a vida matando, no importa quem seja.O policial jamais pode esquecer que tambm o observa o inconsciente coletivo.

    A VISIBILIDADE MORAL DA POLCIA: IMPORTNCIA DO EXEMPLO

    8 - Essa dimenso testemunhal, exemplar, pedaggica, que o policial carregairrecusavelmente , possivelmente, mais marcante na vida da populao do que a prpria

    interveno do educador por ofcio, o professor.

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    Esse fenmeno ocorre devido gravidade do momento em que normalmente o policialencontra o cidado. polcia recorre-se, como regra, em horas de fragilidade emocional, quedeixam os indivduos ou a comunidade fortemente abertos ao impacto psicolgico e moralda ao realizada.

    Por essa razo que uma interveno incorreta funda marcas traumticas por anos ouat pela vida inteira, assim como a ao do bom policial ser sempre lembrada comsatisfao e conforto.

    Curiosamente, um significativo nmero de policiais no consegue perceber com clarezaa enorme importncia que tm para a sociedade, talvez por no haver refletidosuficientemente a respeito dessa peculiaridade do impacto emocional do seu agir sobre aclientela. Justamente a reside a maior fora pedaggica da polcia, a grande chave para aredescoberta de seu valor e o resgate de sua auto-estima.

    essa mesma visibilidade moral da polcia o mais forte argumento para

    convenc-la de sua responsabilidade paternal (ainda que no paternalista)sobre a comunidade. Zelar pela ordem pblica , assim, acima de tudo, darexemplo de conduta fortemente baseada em princpios. No h exceo quandotratamos de princpios, mesmo quando est em questo a priso, guarda econduo de malfeitores.

    Se o policial capaz de transigir nos seus princpios de civilidade, quando no contatocom os sociopatas, abona a violncia, contamina-se com o que nega, conspurca anormalidade, confunde o imaginrio popular e rebaixa-se igualdade de procedimentos comaqueles que combate.

    Note-se que a perspectiva, aqui, no refletir do ponto de vista da defesa do bandido,mas da defesa da dignidade do policial.

    A violncia desequilibra e desumaniza o sujeito, no importa com que fins sejacometida, e no se restringe a reas isoladas, mas, fatalmente, acaba por dominar-lhe toda aconduta. O violento se d uma perigosa permisso de exerccio de pulses negativas, quevazam gravemente sua censura moral e que, inevitavelmente, vo alastrando-se em todas asdirees de sua vida, de maneira incontrolvel.

    TICA CORPORATIVA versus TICA CIDAD

    9 - Essa conscincia da auto-importncia obriga o policial a abdicar de qualquer lgicacorporativista.

    Ter identidade com a polcia, amar a corporao da qual participa, coisas essasdesejveis, no se podem confundir, em momento algum, com acobertar prticasabominveis. Ao contrrio, a verdadeira identidade policial exige do sujeito um permanentezelo pela limpeza da instituio da qual participa.

    Um verdadeiro policial, ciente de seu valor social, ser o primeiro interessado noexpurgo dos maus profissionais, dos corruptos, dos torturadores, dos psicopatas. Sabe queo lugar deles no polcia, pois, alm do dano social que causam, prejudicam o equilbrio

    psicolgico de todo o conjunto da corporao e inundam os meios de comunicao social comum marketing que denigre o esforo herico de todos aqueles outros que cumprem

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    corretamente sua espinhosa misso. Por esse motivo, no est disposto a conceder-lhesqualquer tipo de espao.

    Aqui, se antagonista a tica da corporao (que na verdade a negao de qualquerpossibilidade tica) com a tica da cidadania (aquela voltada misso da polcia junto a seu

    cliente, o cidado).

    O acobertamento de prticas esprias demonstra, ao contrrio do que muitas vezesparece, o mais absoluto desprezo pelas instituies policiais. Quem acoberta o espriopermite que ele enxovalhe a imagem do conjunto da instituio e mostra, dessa forma, no terqualquer respeito pelo ambiente do qual faz parte.

    CRITRIOS DE SELEO, PERMANNCIA E ACOMPANHAMENTO

    10 - Essa preocupao deve crescer medida que tenhamos clara a preferncia dapsicopatia pelas profisses de poder. Poltica profissional, Foras Armadas, ComunicaoSocial, Direito, Medicina, Magistrio e Polcia so algumas das profisses de encantadapredileo para os psicopatas, sempre em busca do exerccio livre e sem culpas de seu podersobre outrem.

    Profisses magnficas, de grande amplitude social, que agregam heris e mesmosantos, so as mesmas que atraem a escria, pelo alcance que tm, pelo poder querepresentam.

    A permisso para o uso da fora, das armas, do direito a decidir sobre a vida e a morte,exercem irresistvel atrao perversidade, ao delrio onipotente, loucura articulada.

    Os processos de seleo de policiais devem tornar-se cada vez mais rgidos nobloqueio entrada desse tipo de gente. Igualmente, nefasta a falta de um maioracompanhamento psicolgico aos policiais j na ativa.

    A polcia chamada a cuidar dos piores dramas da populao e nisso reside umcomponente desequilibra dor. Quem cuida da polcia?

    Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente os servios de atendimentopsicolgico aos policiais e aproveitam muito mal os policiais diplomados nas reas de sademental.

    Evidentemente, se os critrios de seleo e permanncia devem tornar-se cada vezmais exigentes, espera-se que o Estado cuide tambm de retribuir com salrios cada vezmais dignos.

    De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decncia dos quadros policiais no cabeapenas ao Estado, mas aos prprios policiais, os maiores interessados em participarem de

    instituies livres de vcios, valorizadas socialmente e detentoras de credibilidade histrica.

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    http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.capitaldojerico.com/noticias/fotos/1459g.jpg&imgrefurl=http://www.capitaldojerico.com/noticias/servicos-publicos/1459/concurso-da-pm-em-rondonia-confira-os-gabaritos-das-provas.html&usg=__REuje-qpe-q4geT_MBzx6-350sc=&h=530&w=800&sz=69&hl=pt-BR&start=20&itbs=1&tbnid=5ExTh6jBaRN3GM:&tbnh=95&tbnw=143&prev=/images%3Fq%3Dprova%2Bconcurso%2BPolicial%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1
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    DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS HUMILHAO versus HIERARQUIA

    11 - O equilbrio psicolgico, to indispensvel na ao da polcia, passa tambm pelasade emocional da prpria instituio. Mesmo que isso no se justifique, sabe-mos quepoliciais maltratados internamente tendem a descontar sua agressividade sobre o cidado.

    Evidentemente, polcia no funciona sem hierarquia. H, contudo, clara distino entrehierarquia e humilhao, entre ordem e perversidade.

    Em muitas academias de polcia ( claro que no em todas) os policiais parecem aindaser adestrados para alguma suposta guerra de guerrilhas, sendo submetidos a toda ordemde maus-tratos (beber sangue no pescoo da galinha, ficar em p sobre formigueiro, ser

    afogado na lama por superior hierrquico, comer fezes, so s alguns dos recentesexemplos que tenho colecionado a partir da narrativa de amigos policiais, em diversas partesdo Brasil).

    Por uma contaminao da ideologia militar (diga-se de passagem, presente noapenas nas PMs, mas tambm em muitas polcias civis), os futuros policiais so, muitasvezes, submetidos a violento estresse psicolgico, a fim de atiar-lhes a raiva contra oinimigo (ser, nesse caso, o cidado?).

    Essa permissividade na violao interna dos Direitos Humanos dos policiais pode darguarida ao de personalidades sdicas e depravadas, que usam sua autoridade superior

    como cobertura para o exerccio de suas doenas.

    Alm disso, como os policiais no vo lutar na extinta guerra do Vietn, mas atuar nasruas das cidades, esse tipo de formao (deformadora) representa uma perda de tempo,geradora apenas de brutalidade, atraso tcnico e incompetncia.

    A verdadeira hierarquia s pode ser exercida com base na lei e na lgica, longe,portanto, do personalismo e do autoritarismo doentios.

    O respeito aos superiores no pode ser imposto na base da humilhao e do medo.No pode haver respeito unilateral, como no pode haver respeito sem admirao. Nopodemos respeitar aqueles a quem odiamos.

    A hierarquia fundamental para o bom funciona-mento da polcia, mas ela s pode serverdadeiramente alcanada atravs do exerccio da liderana dos superiores, o quepressupe prticas bilaterais de respeito, competncia e seguimento de regras lgicas e suprapessoais.

    DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS HUMILHAO versus HIERARQUIA

    12 - No extremo oposto, a debilidade hierrquica tambm um mal. Pode passar uma

    imagem de descaso e desordem no servio pblico, alm de enredar na malha confusa daburocracia toda a prtica policial.

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    http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://lh6.ggpht.com/_jjpRjH0_LYQ/Sw-6munIYNI/AAAAAAAAAMo/5aErrRgrZvI/policial-militar.jpg&imgrefurl=http://pe.candeeiro.net/br/2009/11/27/anulao-do-concurso-da-pm/&usg=__uYZArDWjtax6VH91udGw_Pze_nk=&h=347&w=521&sz=25&hl=pt-BR&start=17&itbs=1&tbnid=lys5bYj7QRFmrM:&tbnh=87&tbnw=131&prev=/images%3Fq%3Dprova%2Bconcurso%2BPolicial%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1
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    A falta de uma Lei Orgnica Nacional para a polcia civil, por exemplo, pode propiciarum desvio fragmentador dessa instituio, amparando uma tendncia de definio deconduta, em alguns casos, pela mera juno, em colcha de retalhos, do conjunto dasprticas de suas delegacias.

    Enquanto um melhor direcionamento no ocorre em plano nacional, fundamental queos estados e instituies da polcia civil direcionem estrategicamente o processo de maneira aunificar sob regras claras a conduta do conjunto de seus agentes, transcendendo a merapredisposio dos delegados localmente responsveis (e superando, assim, a ordemfragmentada, baseada na personificao). Alm do conjunto da sociedade, a prpria polciacivil ser altamente beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos (includas a ascondutas internas) s podem dar maior segurana e credibilidade aos que precisam executarto importante e ao mesmo tempo to intrincado e difcil trabalho.

    A FORMAO DOS POLICIAIS

    13 - A superao desses desvios poderia dar-se, ao menos em parte, peloestabelecimento de um ncleo comum, de contedos e metodologias na formao de ambasas polcias, que privilegiasse a formao do juzo moral, as cincias humansticas e atecnologia como contraponto de eficcia incompetncia da fora bruta.

    Aqui, deve-se ressaltar a importncia das academias de Polcia Civil, das escolasformativas de oficiais e soldados e dos institutos superiores de ensino e pesquisa, comobases para a construo da Polcia Cidad, seja atravs de suas intervenes junto aospoliciais ingressantes, seja na qualificao daqueles que se encontram h mais tempo naativa. Um bom currculo e professores habilitados no apenas nos conhecimentos tcnicos,mas igualmente nas artes didticas e no relacionamento interpessoal, so fundamentais paraa gerao de policiais que atuem com base na lei e na ordem hierrquica, mas tambm naautonomia moral e intelectual. Do policial contemporneo, mesmo o de mais simples escalo,se exigir, cada vez mais, discernimento de valores ticos e conduo rpida de processos deraciocnio na tomada de decises.

    CONCLUSO

    A polcia, como instituio de servio cidadania em uma de suas demandas maisbsicas Segurana Pblica tem tudo para ser altamente respeitada e valorizada.

    Para tanto, precisa resgatar a conscincia da importncia de seu papel social e, porconseguinte, a auto-estima.

    Esse caminho passa pela superao das seqelas deixadas pelo perodo ditatorial:velhos ranos psicopticos, s vezes ainda abancados no poder, contaminao anacrnica

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    http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://central2.to.gov.br/img/%3Fsite%3D6%26id%3D494%26l%3D300&imgrefurl=http://www.pm.to.gov.br/conteudo/apmt---academia-de-policia-militar-tiradentes/338&usg=__XlR2ntJVkJzoXIkwcMyezFvWk-8=&h=225&w=300&sz=15&hl=pt-BR&start=1&itbs=1&tbnid=R2rfOJZ7mlGVeM:&tbnh=87&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Dacademia%2Bde%2Bpol%25C3%25ADcia%2Bmilitar%2BTiradentes%26hl%3Dpt-BR%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1
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    pela ideologia militar da Guerra Fria, crena de que a competncia se alcana pela truculnciae no pela tcnica, maus-tratos internos a policiais de escales inferiores, corporativismo noacobertamento de prticas incompatveis com a nobreza da misso policial.

    O processo de modernizao democrtica j est instaurado e conta com a parceria de

    organizaes como a Anistia Internacional (que, dentro e fora do Brasil, alis, mantm umnotvel quadro de policiais a ela filiados).

    Dessa forma, o velho paradigma antagonista da Segurana Pblica e dos DireitosHumanos precisa ser substitudo por um novo, que exige desacomodao de ambos oscampos: Segurana Pblica com Direitos Humanos.

    O policial, pela natural autoridade moral que porta, tem o potencial de ser o maismarcante promotor dos Direitos Humanos, revertendo o quadro de descrdito social equalificando-se como um personagem central da democracia. As organizaes no-governamentais que ainda no descobriram a fora e a importncia do policial como agente

    de transformao, devem abrir-se, urgentemente, a isso, sob pena de, aferradas a velhosparadigmas, perderem o concurso da ao impactante desse ator social.

    Direitos Humanos, cada vez mais, tambm coisa de polcia!

    A CONDUTA TICA E LEGAL NA APLICAO DA LEI

    Ao debatermos sobre conduta tica, vrias questes emergem, tais como as TICASPROFISSIONAIS, PESSOAL e de GRUPOS. Para delimitar um pouco mais o assunto,

    trazemos um documento norteador em Direitos Humanos para a atividade policial: o CCEAL Cdigo de conduta para os Encarregados pela Aplicao da Lei.

    Cdigo de Conduta para os Funcionrios Responsveis pela Aplicao da Lei

    ARTIGO 1.Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devem cumprir, a todo o momento, o deverque a lei lhes impe, servindo a comunidade e protegendo todas as pessoas contra actosilegais, em conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profisso requer.

    Comentrio *

    a) A expresso funcionrios responsveis pela aplicao da lei inclui todos os agentes dalei, quer nomeados, quer eleitos, que exeram poderes de polcia, especialmente poderes depriso ou deteno.b) Nos pases onde os poderes policiais so exercidos por autoridades militares, quer emuniforme, quer no, ou por foras de segurana do Estado, a definio dos funcionriosresponsveis pela aplicao da lei incluir os funcionrios de tais servios.c) O servio comunidade deve incluir, em particular, a prestao de servios de assistnciaaos membros da comunidade que, por razes de ordem pessoal, econmica, social e outrasemergncias, necessitam de ajuda imediata.d) A presente disposio visa, no s todos os actos violentos, destruidores e prejudiciais,mas tambm a totalidade dos actos proibidos pela legislao penal. igualmente aplicvel

    conduta de pessoas no susceptveis de incorrerem em responsabilidade criminal.

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    ARTIGO 2.No cumprimento do seu dever, os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devemrespeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais de todasas pessoas.Comentrio

    a) Os direitos do homem em questo so identificados e protegidos pelo direito nacional einternacional. De entre os instrumentos internacionais relevantes contam-se a DeclaraoUniversal dos Direitos do Homem, o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Polticos, aDeclarao sobre a Proteco de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ouTratamentos Cruis, Desumanos ou Degradantes, a Declarao das Naes Unidas sobre aEliminao de Todas as Formas de Discriminao Racial, a Conveno Internacional sobre aSupresso e Punio do Crime de Apartheid, a Conveno sobre a Preveno e Punio doCrime de Genocdio, as Regras Mnimas para o Tratamento de Reclusos, e a Conveno deViena sobre Relaes Consulares.b) Os comentrios nacionais a esta clusula devem indicar as provises regionais ounacionais que definem e protegem estes direitos.

    ARTIGO 3.Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei s podem empregar a fora quando tal seafigure estritamente necessrio e na medida exigida para o cumprimento do seu dever.Comentrioa) Esta disposio salienta que o emprego da fora por parte dos funcionrios responsveispela aplicao da lei deve ser excepcional. Embora admita que estes funcionrios possamestar autorizados a utilizar a fora na medida em que tal seja razoavelmente consideradocomo necessrio, tendo em conta as circunstncias, para a preveno de um crime ou paradeter ou ajudar deteno legal de delinquentes ou de suspeitos, qualquer uso da fora foradeste contexto no permitido.b) A lei nacional restringe normalmente o emprego da fora pelos funcionrios responsveispela aplicao da lei, de acordo com o princpio da proporcionalidade. Deve-se entender quetais princpios nacionais de proporcionalidade devem ser respeitados na interpretao destadisposio. A presente disposio no deve ser, em nenhum caso, interpretada no sentido daautorizao do emprego da fora em desproporo com o legtimo objectivo a atingir.c) O emprego de armas de fogo considerado uma medida extrema. Devem fazer-se todosos esforos no sentido de excluir a utilizao de armas de fogo, especialmente contra ascrianas. Em geral, no devero utilizar-se armas de fogo, excepto quando um suspeitooferea resistncia armada, ou quando, de qualquer forma coloque em perigo vidas alheias eno haja suficientes medidas menos extremas para o dominar ou deter. Cada vez que uma

    arma de fogo for disparada, dever informar-se prontamente as autoridades competentes.ARTIGO 4.As informaes de natureza confidencial em poder dos funcionrios responsveis pelaaplicao da lei devem ser mantidas em segredo, a no ser que o cumprimento do dever ouas necessidades da justia estritamente exijam outro comportamento.

    ComentrioDevido natureza dos seus deveres, os funcionrios responsveis pela aplicao da leiobtm informaes que podem relacionar-se com a vida particular de outras pessoas ou serpotencialmente prejudiciais aos seus interesses e especialmente sua reputao. Deve-se ter

    a mxima cautela na salvaguarda e utilizao dessas informaes as quais s devem ser

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    divulgadas no desempenho do dever ou no interesse. Qualquer divulgao dessasinformaes para outros fins totalmente abusiva.

    ARTIGO 5.Nenhum funcionrio responsvel pela aplicao da lei pode infligir, instigar ou tolerar qualquer

    acto de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante, neminvocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de guerra ouuma ameaa segurana nacional, instabilidade poltica interna ou qualquer outraemergncia pblica como justificao para torturas ou outras penas ou tratamentos cruis,desumanos ou degradantes.

    Comentrioa) Esta proibio decorre da Declarao sobre a Proteco de Todas as Pessoas contra aTortura e outras Penas ou Tratamentos Cruis, Desumanos ou Degradantes, adoptada pelaAssembleia Geral, de acordo com a qual:tal acto uma ofensa contra a dignidade humana e ser condenado como uma negao aos

    propsitos da Carta das Naes Unidas e como uma violao aos direitos e liberdadesfundamentais afirmados na Declarao Universal dos Direitos do Homem (e noutrosinstrumentos internacionais sobre os direitos do homem).b) A Declarao define tortura da seguinte forma:Tortura significa qualquer acto pelo qual uma dor violenta ou sofrimento fsico ou mental imposto intencionalmente a uma pessoa por um funcionrio pblico, ou por sua instigao,com objectivos tais como obter dela ou de uma terceira pessoa informao ou confisso, puni-la por um acto que tenha cometido ou se supe tenha cometido, ou intimid-la a ela ou aoutras pessoas. No se considera tortura a dor ou sofrimento apenas resultante, inerente ouconsequncia de sanes legtimas, na medida em que sejam compatveis com as RegrasMnimas para o Tratamento de Reclusos*.c) A expresso penas ou tratamento cruis, desumanos ou degradantes no foi definidapela Assembleia Geral, mas deve ser interpretada de forma a abranger uma proteco toampla quanto possvel contra abusos, quer fsicos quer mentais.

    ARTIGO 6.Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devem assegurar a proteco da sadedas pessoas sua guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para assegurar aprestao de cuidados mdicos sempre que tal seja necessrio.

    Comentrio

    a) Cuidados Mdicos, significando servios prestados por qualquer pessoal mdico,incluindo mdicos diplomados e paramdicos, devem ser assegurados quando necessriosou solicitados.b) Embora o pessoal mdico esteja geralmente adstrito aos servios de aplicao da lei, osfuncionrios responsveis pela aplicao da lei devem tomar em considerao a opinio de talpessoal, quando este recomendar que deva proporcionar-se pessoa detida tratamentoadequado, atravs ou em colaborao com pessoal mdico no adstrito aos servios deaplicao da lei.c) Subentende-se que os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devem assegurartambm cuidados mdicos s vtimas de violao da lei ou de acidentes que dela decorram.

    ARTIGO 7.

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    Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei no devem cometer qualquer acto decorrupo. Devem, igualmente, opor-se rigorosamente e combater todos os actos destandole.

    Comentrio

    a) Qualquer acto de corrupo, tal como qualquer outro abuso de autoridade, incompatvelcom a profisso de funcionrio responsvel pela aplicao da lei. A lei deve ser aplicada nantegra em relao a qualquer funcionrio que cometa um acto de corrupo, dado que osGovernos no podem esperar aplicar a lei aos cidados se no a puderem ou quiseremaplicar aos seus prprios agentes e dentro dos seus prprios organismos.b) Embora a definio de corrupo deva estar sujeita legislao nacional, deve entender-secomo incluindo tanto a execuo ou a omisso de um acto, praticada pelo responsvel, nodesempenho das suas funes ou com estas relacionado, em virtude de ofertas, promessasou vantagens, pedidas ou aceites, como a aceitao ilcita destas, uma vez a aco cometidaou omitida.c) A expresso acto de corrupo, anteriormente referida, deve ser entendida no sentido de

    abranger tentativas de corrupo.

    ARTIGO 8.Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devem respeitar a lei e o presente Cdigo.Devem, tambm, na medida das suas possibilidades, evitar e opor-se vigorosamente aquaisquer violaes da lei ou do Cdigo.Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei que tiverem motivos para acreditar que seproduziu ou ir produzir uma violao deste Cdigo, devem comunicar o facto aos seussuperiores e, se necessrio, a outras autoridades com poderes de controlo ou de reparaocompetentes.

    Comentrioa) Este Cdigo ser observado sempre que tenha sido incorporado na legislao ou na prticanacionais. Se a legislao ou a prtica contiverem disposies mais limitativas do que as doactual Cdigo, devem observar-se essas disposies mais limitativas.b) O presente artigo procura preservar o equilbrio entre a necessidade de disciplina internado organismo do qual, em larga escala, depende a segurana pblica, por um lado, e anecessidade de, por outro lado, tomar medidas em caso de violaes dos direitos humanosbsicos. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devem informar das violaes osseus superiores hierrquicos e tomar medidas legtimas sem respeitar a via hierrquicasomente quando no houver outros meios disponveis ou eficazes. Subentende-se que os

    funcionrios responsveis pela aplicao da lei no devem sofrer sanes administrativas oude outra natureza pelo facto de terem comunicado que se produziu ou que est prestes aproduzir-se uma violao deste Cdigo.c) A expresso autoridade com poderes de controlo e de reparao competentes refere-sea qualquer autoridade ou organismo existente ao abrigo da legislao nacional, quer estejaintegrado nos organismos de aplicao da lei quer seja independente destes, com poderesestatutrios, consuetudinrios ou outros para examinarem reclamaes e queixas resultantesde violaes deste Cdigo.d) Nalguns pases, pode considerar-se que os meios de comunicao social desempenhamfunes de controlo, anlogas s descritas na alnea anterior. Consequentemente, osfuncionrios responsveis pela aplicao da lei podero como ltimo recurso e com respeito

    pelas leis e costumes do seu pas e pelo disposto no artigo 4. do presente Cdigo, levar asviolaes ateno da opinio pblica atravs dos meios de comunicao social.

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    e) Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei que cumpram as disposies desteCdigo merecem o respeito, o total apoio e a colaborao da comunidade em que exercem assuas funes, do organismo de aplicao da lei no qual servem e dos demais funcionriosresponsveis pela aplicao da lei.

    ANALISANDO...

    Possuir, ento, conduta tica e legal na aplicao da lei pressupe, sobretudo, atendera estes princpios contidos no CCEAL. As polcias no mundo inteiro doutrinam seusprofissionais baseados neste documento.

    Ainda continuando o debate sobre Direitos Humanos, voltamos comentar sobre outrodocumento norteador na rea policial, principalmente por estar diretamente relacionado aoequipamento de proteo individual mais potente que o encarregado pela aplicao da leidispe: a arma de fogo.

    Observe este documento norteador, pois deve ser cone para a preservao dosdireitos inerentes pessoa humana.

    Disposies gerais

    1. Os Governos e os organismos de aplicao da lei devem adoptar e aplicar regras sobre autilizao da fora e de armas de fogo contra as pessoas, por parte dos funcionriosresponsveis pela aplicao da lei. Ao elaborarem essas regras, os Governos e osorganismos de aplicao da lei devem manter sob permanente avaliao as questes ticasligadas utilizao da fora e de armas de fogo.

    2. Os Governos e os organismos de aplicao da lei devem desenvolver um leque de meiosto amplo quanto possvel e habilitar os funcionrios responsveis pela aplicao da lei comdiversos tipos de armas e de munies, que permitam uma utilizao diferenciada da fora edas armas de fogo. Para o efeito, deveriam ser desenvolvidas armas neutralizadoras noletais, para uso nas situaes apropriadas, tendo em vista limitar de modo crescente o recursoa meios que possam causar a morte ou leses corporais. Para o mesmo efeito, deveriatambm ser possvel dotar os funcionrios responsveis pela aplicao da lei deequipamentos defensivos, tais como escudos, viseiras, coletes antibalas e veculos blindados,a fim de se reduzir a necessidade de utilizao de qualquer tipo de armas.

    3. O desenvolvimento e utilizao de armas neutralizadoras no letais deveria ser objecto deuma avaliao cuidadosa, a fim de reduzir ao mnimo os riscos com relao a terceiros, e a

    utilizao dessas armas deveria ser submetida a um controlo estrito.4. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei, no exerccio das suas funes, devem,na medida do possvel, recorrer a meios no violentos antes de utilizarem a fora ou armas defogo. S podero recorrer fora ou a armas de fogo se outros meios se mostraremineficazes ou no permitirem alcanar o resultado desejado.

    5. Sempre que o uso legtimo da fora ou de armas de fogo seja indispensvel, osfuncionrios responsveis pela aplicao da lei devem:a) Utiliz-las com moderao e a sua aco deve ser proporcional gravidade da infraco eao objectivo legtimo a alcanar;

    b) Esforar-se por reduzirem ao mnimo os danos e leses e respeitarem e preservarem avida humana;

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    c) Assegurar a prestao de assistncia e socorros mdicos s pessoas feridas ou afectadas,to rapidamente quanto possvel;d) Assegurar a comunicao da ocorrncia famlia ou pessoas prximas da pessoa ferida ouafectada, to rapidamente quanto possvel.

    6. Sempre que da utilizao da fora ou de armas de fogo pelos funcionrios responsveispela aplicao da lei resultem leses ou a morte, os responsveis faro um relatrio daocorrncia aos seus superiores, de acordo com o princpio 22.

    7. Os Governos devem garantir que a utilizao arbitrria ou abusiva da fora ou de armas defogo pelos funcionrios responsveis pela aplicao da lei seja punida como infraco penal,nos termos da legislao nacional.

    8. Nenhuma circunstncia excepcional, tal como a instabilidade poltica interna ou o estado deemergncia, pode ser invocada para justificar uma derrogao dos presentes PrincpiosBsicos.

    Disposies especiais

    9. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei no devem fazer uso de armas de fogocontra pessoas, salvo em caso de legtima defesa, defesa de terceiros contra perigo iminentede morte ou leso grave, para prevenir um crime particularmente grave que ameace vidashumanas, para proceder deteno de pessoa que represente essa ameaa e que resista autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente quando medidas menos extremas se mostreminsuficientes para alcanarem aqueles objectivos. Em qualquer caso, s devem recorrerintencionalmente utilizao letal de armas de fogo quando isso seja estritamenteindispensvel para proteger vidas humanas.

    10. Nas circunstncias referidas no princpio 9, os funcionrios responsveis pela aplicaoda lei devem identificar-se como tal e fazer uma advertncia clara da sua inteno deutilizarem armas de fogo, deixando um prazo suficiente para que o aviso possa serrespeitado, excepto se esse modo de proceder colocar indevidamente em risco a seguranadaqueles responsveis, implicar um perigo de morte ou leso grave para outras pessoas ouse mostrar manifestamente inadequado ou intil, tendo em conta as circunstncias do caso.

    11. As normas e regulamentaes relativas utilizao de armas de fogo pelos funcionriosresponsveis pela aplicao da lei devem incluir directrizes que:

    a) Especifiquem as circunstncias nas quais os funcionrios responsveis pela aplicao dalei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas de fogo emunies autorizados;b) Garantam que as armas de fogo sejam utilizadas apenas nas circunstncias adequadas ede modo a reduzir ao mnimo o risco de danos inteis;c) Probam a utilizao de armas de fogo e de munies que provoquem lesesdesnecessrias ou representem um risco injustificado;d) Regulamentem o controlo, armazenamento e distribuio de armas de fogo e prevejamnomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionrios responsveis pelaaplicao da lei devam prestar contas de todas as armas e munies que lhes sejamdistribudas;

    e) Prevejam as advertncias a efectuar, sendo caso disso, se houver utilizao de armas defogo;

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    f) Prevejam um sistema de relatrios de ocorrncia, sempre que os funcionrios responsveispela aplicao da lei utilizem armas de fogo no exerccio das suas funes.

    Manuteno da ordem em caso de reunies ilegais

    12. Dado que a todos garantido o direito de participao em reunies lcitas e pacficas, deacordo com os princpios enunciados na Declarao Universal dos Direitos do Homem e noPacto Internacional sobre os Direitos Civis e Polticos, os Governos e os servios efuncionrios responsveis pela aplicao da lei devem reconhecer que a fora e as armas defogo s podem ser utilizadas de acordo com os princpios 13 e 14.

    13. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei devem esforar-se por dispersar asreunies ilegais mas no violentas sem recurso fora e, quando isso no for possvel, limitara utilizao da fora ao estritamente necessrio.

    14. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei s podem utilizar armas de fogo para

    dispersarem reunies violentas se no for possvel recorrer a meios menos perigosos, esomente nos limites do estritamente necessrio. Os funcionrios responsveis pela aplicaoda lei no devem utilizar armas de fogo nesses casos, salvo nas condies estipuladas noprincpio 9.

    Manuteno da ordem entre pessoas detidas ou presas

    15. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei no devem utilizar a fora na relaocom pessoas detidas ou presas, excepto se isso for indispensvel para a manuteno dasegurana e da ordem nos estabelecimentos penitencirios, ou quando a segurana daspessoas esteja ameaada.

    16. Os funcionrios responsveis pela aplicao da lei no devem utilizar armas de fogo narelao com pessoas detidas ou presas, excepto em caso de legtima defesa ou para defesade terceiros contra perigo iminente de morte ou leso grave, ou quando essa utilizao forindispensvel para impedir a evaso de pessoa detida ou presa representando o risco referidono princpio 9.

    17. Os princpios precedentes entendem-se sem prejuzo dos direitos, deveres eresponsabilidades dos funcionrios dos estabelecimentos penitencirios, tal como soenunciados nas Regras Mnimas para o Tratamento de Presos, em particular as regras 33, 34

    e 54.Habilitaes, formao e aconselhamento

    18. Os Governos e os organismos de aplicao da lei devem garantir que todos osfuncionrios responsveis pela aplicao da lei sejam seleccionados de acordo comprocedimentos adequados, possuam as qualidades morais e aptides psicolgicas e fsicasexigidas para o bom desempenho das suas funes e recebam uma formao profissionalcontnua e completa. Deve ser submetida a reapreciao peridica a sua capacidade paracontinuarem a desempenhar essas funes.

    19. Os Governos e os organismos de aplicao da lei devem garantir que todos osfuncionrios responsveis pela aplicao da lei recebam formao e sejam submetidos a

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    testes de acordo com normas de avaliao adequadas sobre a utilizao da fora. Osfuncionrios responsveis pela aplicao da lei que devam transportar armas de fogodeveriam ser apenas autorizados a faz-lo aps recebimento de formao especial para a suautilizao.

    20. Na formao dos funcionrios responsveis pela aplicao da lei, os Governos e osorganismos de aplicao da lei devem conceder uma ateno particular s questes de ticapolicial e de direitos do homem, em particular no mbito da investigao, aos meios de evitara utilizao da fora ou de armas de fogo, incluindo a resoluo pacfica de conflitos, aoconhecimento do comportamento de multides e aos mtodos de persuaso, de negociao emediao, bem como aos meios tcnicos, tendo em vista limitar a utilizao da fora ou dearmas de fogo. Os organismos de aplicao da lei deveriam rever o seu programa deformao e procedimentos operacionais, em funo de incidentes concretos.

    21. Os Governos e os organismos de aplicao da lei devem garantir aconselhamentopsicolgico aos funcionrios responsveis pela aplicao da lei envolvidos em situaes em

    que sejam utilizadas a fora e armas de fogo.

    Procedimentos de comunicao hierrquica e de inqurito

    22. Os Governos e os organismos de aplicao da lei devem estabelecer procedimentosadequados de comunicao hierrquica e de inqurito para os incidentes referidos nosprincpios 6 e 11 f). Para os incidentes que sejam objecto de relatrio por fora dos presentesPrincpios, os Governos e os organismos de aplicao da lei devem garantir a possibilidadede um efectivo procedimento de controlo e que autoridades independentes (administrativas oudo Ministrio Pblico), possam exercer a sua jurisdio nas condies adequadas. Em casode morte, leso grave, ou outra consequncia grave, deve ser enviado de imediato umrelatrio detalhado s autoridades competentes encarregadas do inqurito administrativo oudo controlo judicirio.

    23. As pessoas contra as quais sejam utilizadas a fora ou armas de fogo ou os seusrepresentantes autorizados devem ter acesso a um processo independente, em particular umprocesso judicial. Em caso de morte dessas pessoas, a presente disposio aplica-se spessoas a seu cargo.

    24. Os Governos e organismos de aplicao da lei devem garantir que os funcionriossuperiores sejam responsabilizados se, sabendo ou devendo saber que os funcionrios sob

    as suas ordens utilizam ou utilizaram ilicitamente a fora ou armas de fogo, no tomaram asmedidas ao seu alcance para impedirem, fazerem cessar ou comunicarem este abuso.

    25. Os Governos e organismos responsveis pela aplicao da lei devem garantir quenenhuma sano penal ou disciplinar seja tomada contra funcionrios responsveis pelaaplicao da lei que, de acordo como o Cdigo de Conduta para os FuncionriosResponsveis pela Aplicao da Lei e com os presentes Princpios Bsicos, recusem cumpriruma ordem de utilizao da fora ou armas de fogo ou denunciem essa utilizao por outrosfuncionrios.

    26. A obedincia a ordens superiores no pode ser invocada como meio de defesa se os

    responsveis pela aplicao da lei sabiam que a ordem de utilizao da fora ou de armas defogo de que resultaram a morte ou leses graves era manifestamente ilegal e se tinham uma

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    possibilidade razovel de recusar cumpri-la. Em qualquer caso, tambm existeresponsabilidade da parte do superior que proferiu a ordem ilegal.

    OS DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS

    Dentro do discurso de Direitos Humanos, no poderamos deixar de inserir um debatelatente na segurana pblica: Os Direitos Humanos dos policiais. A finalidade da Polcia, naeterna luta pela segurana pblica, alm da promoo do bem-estar social atravs da garantiada prpria segurana, ser promotora de democracia e cidadania. Mas no h como falar empromoo da cidadania se o seu promulgador, o policial, no se sentir cidado.

    Seguindo este discurso, observe uma crnica do escritor Marcos Rolim, que jornalistaformado pela Universidade Federal de Santa Maria, autor de "A sndrome da Rainhavermelha, quando analisa as instituies policiais andando no mesmo lugar, autor de AImitao da Poltica", um estudo sobre a burocratizao dos partidos polticos e de "TesesPara Uma Esquerda Humanista", recente publicao crtica ideologia tradicional daesquerda e de afirmao do paradigma dos Direitos Humanos, bem como militante ativo dosDireitos Humanos no Brasil.

    O POLICIAL COMO CIDADO

    O policial, civil ou militar, , antes de tudo, um cidado. Como qualquer um, seucotidiano feito de relaes pessoais, afetos e desavenas, esperanas, angstias e contas apagar. J h muito tempo, as condies de trabalho destes servidores esto a exigir umaateno especial dos governos e da sociedade. Expostos a uma rotina marcada pelas mais

    insondveis tenses; convivendo, de uma forma ou de outra, com o frgil equilbrio entre avida e a morte; submetidos, via de regra, a uma estpida sobrecarga de trabalho, os policiaisbrasileiros recebem salrios de fome. Os baixos nveis de remunerao, particularmenteaqueles praticados nos escales inferiores da Brigada e da Polcia, caracterizam umasituao rigorosamente insustentvel e conduzem a segurana pblica beira de um colapso.J h alguns anos tenho assinalado que os desnveis salariais existentes no interior dascorporaes policiais, somados ausncia de investimentos em segurana no RS, estavampor ameaar as prprias noes de hierarquia e disciplina e haveriam de construir uma crisesem precedentes. Ao que tudo indica, chegamos a ela.

    As tarefas de policiamento so imprescindveis e indelegveis. Trata-se, bem

    entendido, de uma das atribuies essenciais do Estado. A polcia que temos, por certo, estmuito longe daquela que desejamos. Sua formao precria e, em largos aspectos,distanciada de um conceito moderno de policiamento concebido como afirmao e garantiados Direitos Humanos. A herana de dcadas de autoritarismo ainda se faz presente nointerior das corporaes policiais e os inmeros casos de tortura, espancamentos e abusos deautoridade o comprovam. Tais desvios de conduta e mais as prticas de corrupo terminampor comprometer qualquer padro de eficcia e, mesmo quando punidos, atentam contra aimagem das instituies. Como se no bastasse, nossa polcia no conta com os maisbsicos recursos cientficos e tecnolgicos de que necessita. Suas carncias em reas vitaiscomo informao, comunicao e armamento, para citar algumas, so mais do queconhecidas. Todas estas debilidades, confrontadas ainda com o avano da criminalidade -

    notadamente com o incremento do crime organizado, agravam as condies de policiamentoem nosso pas.

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    Os efeitos j so h muito sentidos pelo conjunto dos cidados. Ocorre que tambm ospoliciais so vitimados pela mesma insegurana que nos aflige. Obrigados a garantir a nossasegurana, os policiais trabalham inseguros. Voltados proteo de nossas famlias, exige-sedeles que no zelem por suas prprias. Lembrados quando se trata de proteger a propriedade

    dos mais favorecidos, os policiais nada possuem. So estas condies inaceitveis queemprestam aos movimentos reivindicatrios em curso plena legitimidade. Por isso, cabe sociedade apoiar as demandas das categorias policiais e ao governo atend-las,urgentemente.

    Marcos Rolim - 06/07/97

    O DIREITO GREVE E AO TRABALHO

    Quando o assunto Direitos Humanos, a profisso policial logo argumenta sobre ondeesto preconizados os direitos humanos dos policiais. Uma questo emerge deste tema: SE

    OS DIREITOS SO INERENTES QUESTO HUMANA, LOGO, SO INERENTES AOSPOLICIAIS.

    Entrando neste tema,.abordamos o Direito Greve, preconizado na ConstituioFederal. Vejamos:

    DIREITO DE GREVE

    A Constituio Federal, em seu artigo 9 e a Lei n. 7.783/89 asseguram o direito degreve a todo trabalhador, competindo-lhe a oportunidade de exerc-lo sobre os interesses quedevam por meio dele defender. E considera-se legtimo o exerccio de greve, com asuspenso coletiva temporria e pacfica, total ou parcial, de prestao de servios, quando oempregador ou a entidade patronal, correspondentes tiverem sido pr-avisadas 72 horas, nasatividades essenciais e 48 horas nas demais.

    PROIBIO AOS POLICIAIS MILITARES

    Alguns Direitos preconizados nas Declaraes sobre Direitos Humanos esto vetadas,como o previsto na Constituio Federal e voltada aos militares. Vejamos:

    CAPTULO IIDAS FORAS ARMADAS

    Art. 142. As Foras Armadas, constitudas pela Marinha, pelo Exrcito e pela Aeronutica, soinstituies nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e nadisciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Repblica, e destinam-se defesa daPtria, garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e daordem.

    1 - Lei complementar estabelecer as normas gerais a serem adotadas na organizao, nopreparo e no emprego das Foras Armadas.

    2 - No caber "habeas-corpus" em relao a punies disciplinares militares.

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    3 Os membros das Foras Armadas so denominados militares, aplicando-se-lhes, almdas que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposies:

    (...)

    IV - ao militar so proibidas a sindicalizao e a greve;

    V - o militar, enquanto em servio ativo, no pode estar filiado a partidos polticos;

    VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e noart. 37, incisos XI, XIII, XIV