APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1° SEMESTRE (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

PRA GALERA DO 1° SEMESTRE DE ENGENHARIA NA UNIP

Citation preview

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    1/9

    ~~ ~se L uiz d os S an to s': "'\

    -'u.,.j

    I

    das tern seu destine Hgado a sociedade naclonal queem sua expansao as envolve, colcca em risco suas o br ev iv en cia ff sic a e cultural, conduz a r nudancasem sua forma de viver e as introduz a novas con-cepcoes de vida, a novas tecnlcas, a urn novo idio-ma e a novos problemas,

    De modo que, no estudo da cultura em nossasociedade, valem as masmas ObSeN8:( (OeS feitas an-teriormente em rerayan ao relativ ismo. Observem quevlvemos numa sociedade que tern uma classe domi-nante, cujos interesses prevalecem. Sa f6ssemos re-iat lv izar as ori tsrios culturais existentes no interior dasociedade a ca b ar la rn o s p a r justificar as rel1ayoes dedorninacao e 0 exsrcicio t radiclonal do poder: alestarnbern seriam relatives.

    Assim, tanto no estudo de culturas de socieda-des diferentes quanta das formas culturais no inte-rior de uma sociedade, mostrar que a diversidadeexiste nao trnpiica conclulr que tudo e relativo, ape-nas entender as realidades culturais no contexte dahistorta de cada sociedade, das relacoes socialsdentro de cada qual e das relacoes entre elas, Nemtudo que e diverso 0 e de mesma forma. Nao . h araZ90 para querer l rnortauzar as facetas culturais queresultam da rntseria e da opressao. Afinal. as cultu-ras movern-se nao apenas pelo que exists, mas tam-bern pelas possibilidades e projetos do que pode vira ex ls tl r.

    III"

    o QUE SE EN TEN DEPO'R CULTURA

    do tem havido preocupa-[)esde 0 seculo pass: dar as culturas humanas,90es sistematicas em es ~ss.es estudios se intensifl-em discutir sob~e cUltura~e se aceleravani as oonta-caram n8 medlda en:.q s entre povos e n8yOes. Astos, nern sr:mpre paclfl~~r~ se voitaram tanto para ~preocupa90:S com cu. dades modern as e industn-compreensao das == esa -arecendo ou perdendoais quanta das, q~e lam? inaFs em virtude daquelessuas caract9nstlcas O : g essa preocupa9ao nao pro~contatos, Corntudo, tod_ 'ta or todos do queouz fu u rna d1ef in i980clara ~e~~:~d: muita co\sa'' ', e ~se~acultura. Por cul~ura ~a enas paginas anteriores emaneira como falel .de ntidos comuns de cultura.apen81s um entre mu~tos s~ sentida5 comuns- Cultu-

    Vejamos alguns. edsse studo educag8.0. forma-ra esta muito assoe' a a a e ,

    \!\.

    \

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    2/9

    2 2 Jose Luiz dos Santos23o que e culture

    < ; a o escolar. Por vezes se fala de cultura para sereferir unicamente a s manltestacoes artlsticas, comoo teatro, a rnuslca, a pintura, a escultura. Outrasvezes, ao se falar na cultura da nossa epoeaela equase identificada com 05 meios de comunlcacaode massa, tais como 0 radio, 0 cinema 8 televisao.Ou entao cultura diz respeito a s festas e cerirne-nias tradicionais, a s lendas e crsncas de um povo,01.1 a seu modo de se vestir, a sua comida a seuidiorna. A l ista pode ser ampliada.

    Ja eu tenho falado de cultura de maneira mals ge-nerica, preocupado com tude 0 que c ar ac te rlz a um apopulacao humane. Nao ha par que nos confundir-mas com tanta variacao de significado. 0 que lmpor-ta e que pensemos sobre os motivos de tanta var ia-cao, que local izemos as ideips e temas prmcipals so-br e as quais elas se sustentam. Vamos entao cercara assunto, localizar as sentidos basicos da concep-

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    3/9

    2 4 iJose Luiz dos Santos., 0 qu e IiculturaI ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -" " " "primeira dessas co nce pQoes p re o cu pa- se comtOdo~ os, aspectos de urna r ,eaJidade social, Asslm

    cu!tu~a ~IZ respeito a tude aquila que cara'cteri2a ~eXIstencl8 Social de um oovo ou n8980" ouen'ta dg,wpOS lila i~terior de, urna sociedade. POdemoso as ~81 m fa la r n a c ultu ra francesaou na cultura xavants.Do~esmo modo faJamos na cultura camponesa auentao na cultura dos antigos {lstecas. Nesses C8-~os, Cu/tura refere-se, a reaJidades soclats bem dis-tlnta~, No e nt an re , 0 sentldoem que se f a J a de cul-tur~ ~ 0 m esm o: em cada caso dar conta das carac-tenstlcas dos agrupamentos a que se refere, prso-c~pando-se com a totalidade dessas caracteristicasdlg~m elas"respeH,o as maneiras de conceber e or~gamzar a VIda soeiai au a seus aspectos materiais,

    Embora essa concep980 de cultura POSsa serusada de modo generico, ela e rnais Usual quandose fala de coves '9 de realidades sociais bem dife-rentes das nossas, com as quais partilh.amos depou~as cara~terrsticas em comum, seja na organi-zacao da sQcledade, na fo rma de produzir neces-sane pa ra a so br 9v iv e ri ci a ou nas maneiras de vero rnundo,

    M~S eu disse que havia duas concepcoes oasl-cas de cultura, Vamos ,8segunda. Neste caso, quan-do fal~mos em cultura estamos nos referindo rnalsespecrfic,amente ao conhecimento, 'as ideias e cren-cas, ,a ss rm ,c om o a s maneiras Como eles existemna Vida socia l. O bservem que m esm a aqui a refe-

    J

    .f.

    rencta a totalidade de,caracterlstlcas de urns rsali-dads soctal est! presente, ja que nao S9 pode fa -la r em conhecimento, ide ias, crencas sem pensarna sociedade 8 qual se referern. 0 que ocorre eque hi! uma enfase especial no conhecimento e di-rn en so es a ss oc ia oa s. E nte nd em os neste caso quea cultura diz respeito a uma esfera, a um domlnlo,da vida social,

    D e acordo com esta segunda concepcao, quan-do falarmos em cultura francesa poderemos estarf az e ndo r et er en c ia a lingua francesa, a sua litera-tura, a o c on he cim e nto fiilo s6 fic o, c ie ntlfic o e a rtls tl-co produzidos na Franca e as lnstitulcoes mais deoerto associadas a ales. Outro exemplo comumdesta segunda concspcao de cultura e a referen-cia a cultura alternativa, compreendendo tenden-cias de pensar a vida e a sociedade na qual a natu-reza e a r ea li za cao individual sao e nfa tiz ad as , e quetern p ar te m as p nn cip ais a e co lo qla , a a llrn en ta ca o,o corpo, as relacoas pessaais e a espirlnralldade.Ao se falar em cultura alternativa inclui-se tarnbema s t ns tlt ulc oe s a ss oc la da s, como lojas de' produtosnaturals e cHnicas de medicina alternatlva, e damesma forma seus rneios de divulgst;90, .

    Oevo alerta-los de que ambas as concepcoeslevam muitas vezes a que se entenda a cultura comouma real idade estanqu, parada. 0 esforco de en-tender as culturas, de l oca ll za r t r8

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    4/9

    2 6 Jose Lutz dos Santos

    S8 penss a cultura c om o a lgo acabado,fechado,estagnado. Como jil dlsss antes,as culturas huma-nas sao dil1amicas. De rate, a : principal vantagemde estuda-Ias e por contribufrem parao entendimen-to d os p ro ce ss os de t ransforma y80 par que pas-sam as sociedades contempprl1eas. Esses urnponte muito importante. Como veremos a segulr, asproprias cOncepg5ss de culture estao l igadas multode p er to a a ss es p ro ce ss os .

    Dese nv olv im en to d asp re o cu pa < ;o e s com c ultu raA constatagao da variadads de modos de vida

    entre pavose nayoes e urn elernento fundamentaldas preoc'Upago8s corn cultura. Tanto asslrn que eimpossfvel discutirmos sabre cultura semfazermosreferen,cia a ela, Esse e sem duvida uma constata-\fao registrada entre muitos povos desdea AntiguI-dade..Sabe-s8 tarnbsm que de Jangadata S8 inda-gou sobrs as ra:z6esque explicavam a existencia decostumes, modos de vida, prancas e cren9as dep ov os d ife re nt es . P o de -s e encontrar reflex6es Sa-bre esses ternas em autores da Grecia, Roma eChina antigas, par exemplo.As preocupa90es sistematicas com a questaode cultura sao, perern, bemma i s recentes. Oesen-

    volveram-se a partir do seculo XVIII na Alemanha

    o qu e e culturaCultura era entao urns preecupacae de pensaco-res engajados em interpretar a historia. humana,em compreender a perticularldade dos costumes ecrencas, em entender 0 desenvolvi~~nto 80S po-vas no contexte das condlcoes rnatenals.em que sedesenvolviam. E . muitoimportante que voces 1'10-'tem que a Alemanhaera entao um~ nacao divididaem varlas unidades pottticas. A dlscussao sobrec ultu ra tln ha a ss im L Im s sn tld o m u lto e sp ec ia l: e la ,procurava expressar um a uniidade viva. daquela ~a- I 'ga o na o unlficada politicarnente, serVI! par~ fal~rde todos as atemaes na falta de uma organlzac;aopolltica comum. . .'

    Caminhou-se dessa rnaneira para consolidar asmodernas preocupacoes com culture, procurandodar conta sistematicamente de uma diversidade demane lra s d e v iv er q ue ja h av ia s id e m o tlv o d e re fle -xao por seculos. Observem, porern, que seessa pre-ocupacao j$ existia,a palavra cultura _percorrs lU un:'I .ongo caminho ate adquirir esse se~tld? Cultur~ :palavra de origem latina e em seu Significado Qrl'gl-na l esta Ugada.a s atividades aqrlcolas, Vam do ver-bo latina oo/ere, que quer etzer culnvar ..Pensadoresromanos antigos arnpllaram esse significado e ausararn par.~,se referir ao reflnarnento pessoal, eisso esta presents na expressao cultura de. alma.Como sinonimo de refinamento, soflstlcacao pessoal,educacao elaborada de urna peSS08, cu~tura.foii usa-da constanternente desde entao e e ate hOje.

    27

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    5/9

    '28 Jose Luiz dos Santos

    Mas retomemos ao significado moderno de cut-rura Esses preocupa90es que cultura passou a ex-pressar tornaram,,:se tanto mais importantes quantoa partir do secure XIX foi-se intsnsificando 0 poderiodas nacoes europeias frente aos oovos do rnundo,A um en ta ra m en tao os contatos entre as nacoes daEuropa, industrial izadas e sedentas de novos mer-cades; e papula90es do restq do rnundo. Sacieda~des antes isoladas foram subjugadas e incorpora-des ao ambito de influencia europeia. F a; n es saepoca que a preocupa.gao com cultura se senerau-ZOU como urna questao cientff ica; foI a partir de en -ta o qu e as ciencias humanas passaram a tratar sis-tematicamente dela.

    E preciso considerarmos dots aspectos principaisaos quais a cen~olida9ao das preocUpa90es Comcultura esteve associada. "E m primeiro lugar, foi nos ec ulo X IX q ue se tornou dominante urna vlsao laica,que r d iz 'e r, nao r elig io s a, d o mundo social e da vidahumana. Ate entao 0 crist ianisrno tivera forca parase irnpor na definicao de praticas e comportamen-tos; "a visao de mundo crista ofere cia a Europa osmodelos principais que o-rdenavam 0 conhecimentoe a ,interpretagao do mundo e des rela95es socials,A ruptura com essa visao rel igi'osa se fez atravesde preocupa90es com a entendimento da origem etransforma~ao da sociedade e tambem das espe-cies de vida. Nesse sentido, as novas teorias biol6-gieas e soclals desse seculo culminaram com uma

    o que e cultura/

    vtsac da humanidade firmemente ancorada numateoria da evolucao das especles, ou seja, da huma-nidade como uma especis animal produzida partransformacoes a partir de outras f~rmas d~ vida;numa humanidade com urna vida social tambem su-jeita a evelucao em virtude ~e fatores m~te~iais quepodiam ser estudados. Isso 11 8 cont~,a.as idelas ante-riormente dominantes, de cunho rel igloso, e que pre-gavam ter sido 0 homem erlado diretament~ peladivindade, urna divindade que atuava tam bern na,hist6ria das soeiedades humanas.

    Nesse contexte de dlscussac sabre evolucao, cul-tura servia tanto para diferenciar populacoes huma-nas entre sl quanta para dist inguir 0 humano de ou-tras formas animais. Dai derivam mutas das dificul-dades em de fi ni r cultura. Assim, quando sa cornpara-va povos diferentes, culture era uma p~l~vr~ usadapara expressar a totalidade das c ara cte ns tlce s e .OO~-di90es de vida de urn povo, Trata-se de urns ideiamulto ample, como voces podem ver. Alem dlsso, co-mo cultura estava ligada a dlst inC;80 entre a humaneeo an ima l , he llurn sentido em que tude que e culturale humano, e tudo que e humane e cultural. ~ova-mente, a ldela e mui to geher ica , d if ic ii l de precisar,o desenvolvimento dessas teorias cientif icas sa-bre a vida e a sociedade e de fato muito im~ortantepara entendermos as preccupacces si~temat.ic~scom cultura. Lembrem que varlas vezes associet adlscussao sabre cuttura com a questaoda varieda-

    _/

    29

    \.[ ! I i - -,,~=.-,.wr"""'--CW~'''" W" m IX " "il,o . , .C2C!IUq ; : ..

    "W'P""

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    6/9

    I ~ .30 Jose Lutz dos Santos

    d e d os povos e modos de vida. S e fosse s6 par issonao terla sido ne ce ssa ri a e spe ra r tantos seculos par~que a discusseo sobre cultura sefirmas.se, pais alernde a propria Europa ser diversif icada em povos enacoes, canta tas cam paVQ,S mu lt o d iv er so s eramsnU gos e as co nqu is ta s co lo n ie ts ja t inham estabe-leeido rel,a90es sistematicas com outras cuiturasdesde .0 seculo XVI. E : que a te e nta o essas ques-toes podiam se r r espond idas , podiam se r enquadra ..das pela interpretag80 de cunho rel igioso. As preo-cupagoes sistematicas co m cultura nasceram asso-ciadas a novas formas de conhecimento.Assim, este e um do s aspectos principais com

    que a consolida

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    7/9

    Jose Luiz dos Santos

    cultu ra cam um unindo as varias un ioaoes po liticasque a consti t:uram servia para estabelecer umplano obletlvo de urudads, na falta de uma uni-dade polltlca comum. N O I caso, cultura podia servista como a expressso de urna nacao que nao ti-nha EstadQ.

    Nos Estados Unidos da America do Norte e naAmerica Latina, as preocupaQoes com cultura ternfeito parte constantemente das ref lex6es sobre arsalldads desses parses. Essas discuss5es estaomesma ligadas ao processo de cansti tui9a,o de na-90e8 modernas. Sao d ls c us so s s que procuram sa-ber 0 que ha na cultura de especificamente estadu-nidense au peruano au braslleiro, por exemplo. Elasservem de referencias no processo de incorpora-9ao as sociedades neclonals de popula90es nati-vas dominadas pela conquista europeia e de imi-grantes de toda parte do mundo que para asAmeri-cas vieram. Asslrn, nas Ame ric as d o-s ec ulo xx dife-rentemente ca Alemanha dos sscutos anteriores asdlscussoss sabre cultura expressam projetos' d~nacao em Estados derivados da colonizacao euro-peia dessas terras,

    Para cltar ainda outre exemplo dessa rela

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    8/9

    J os e L uis do s Santos o qu e e cultura

    Cu~t ura p od e p or u rn la oo re te nr -s e a "a lta cu ltu -ra", a culiura domlnante e par outre, a qualquer cul-tura. No primeiro caso, culture surge em oposleao aselvageria,a barbsrte: cultura e entaca propriamerca da civil izagao.. Oualnda, a "alta cultura" surgecomo marca das camadas dorninantas da popula-gao de urns sociedade; S8 opoe a fal ta de domtnioda linguaescrita; au a falta de acesso a ciancil8; aarte e a religiao daquelas camadas dominantes. Nosegundo caso, pods-se talar de cultura a respeitode qualquer povo, nagao1grupo au sociedade hu-mana ..Considera-se como cultura. todasas manei-ras de existencia hurnana.

    Essa tensao entre referir-se a uma cultura domi-n.ante ou a qualquer c ultu ra p erm an ec e, e explicaem parte a multipl icidade de signif icados do que,sejacultura, qu e mencionei anter lormente, ~otem qu e eno segundo senti do que as oiencias soclais costu-marn falar de cultura, e e neste ssntido que tennofalado dela aqui,

    Nas transformacoes da ideia de culture duranteo s s ec ulo s X V II I e XIX" a d i scussao sabre culture sur-giuassociada a. uma tentativa de distinguir entre ,aspectos rnaterlaise nao materials da vida social" Ientre a materia e oesplrlto de urns sociedade. Ate Ique a usa moderno de cultura se sedlmentasse, !.culture competiu com a ldela de clvlllzacac, multoembora seus conteudos fossem frequentemente tro-cados. Asslrn, ora elvillzacao, ora cultura serviam, )

    35

    esta ultima, em que farnecem 'elementos e caracte-rfsticas que daoa esta carater particular, tals comoc or nld as , n om s s, ro up as , le nd as , D a mesma formaS8.0 tratadas asccntribuicoes culturais das popula-90es que, vieram para ca como lmiqrantes de ou-tras partes do rnundc.ou que para ca foram trazidascomo escravas.Assim,e com um que na America Latina as dls-

    cussoss sabre cultura se refiram a urna historia decont ri buh ;; 6e s ou lt ur ais de mu lt lp la origem, as quaista m par polo de integrs980 as processes que sa odominantes no mundo ocidental no que concerne aproducao econornlca, a orqanizacao da socisdade,a estrutura da fam.fl ia,. ao dlrettoeasjdeias, con-cepcoes e modos die conhecimentos. E preclso cau-te la c om e ss a te nd en cia a e nte nd er parses como 0nosso como urna mistura de traces culturais. Comoveremos numa sessao posterior, 0 importante parapensarrnos a ncssa realldace cultural e entender-mas c processohist6rico que a produz, as relacoesde poder e 0 confronto de Ir r terasses dentro da 50-ciedade.

    Preocupacoes da culturaHa algumas preocupacoes par asslm dizer em-

    butidas nas dlscussoes sobre culture que vem delonqa data e convem rnenclonsr aqul,. .

  • 5/13/2018 APOSTILA HOMEM E SOCIEDADE - UNIP ENGENHARIA 2012 - 1 SEMESTRE (1)

    9/9

    I ,i

    I I,II

    J os e L uiz d os S an to s o qu e e culturapanorama da hist6r ia cornurn a todos, da civi lizacaomundial que cada vez rnals toma corpo.

    E impartante ainda le m br ar q ue essas discus-soes. sabre cultura flrmaram-se no mesmo perlodcem que outras abordagens se preocupavarn emestudar critleamente as caractertsticas internas dasociedade capltal lsta, em estudar as condicoes paraa sua supsracao e oontnbulr para as lutas opera-rlas. Es tudava -se a ss im a n atu re za d as classes s o -clais e sua dlnamlca, a sxpansao do capitalismo eseus fundamentos ..Os dais pianos de estudo, 0 dacultura e 0 da sociedade de classes, andam muitasvezes separados, mas nada impede que as pense-mos conjuntamente.

    Relacoes entre as duas concepcoesbasicas de cultura

    Como as paginas anteriores sugerem, desdemuito tempo as preocupacoes com cultura crientarn--se pel'as duas concepcces basicas que js haviamosdiscutido: ou t ratam da total idade das caracter ist i-cas de uma rea li dad s social, au dizem respeito aoconhecimento que a socledade, pavo, nayao ou gru-po social tem da realidade e a maneira como 0 ex-pressam. Assim, a preocupacao com a totalidadesedimentou-se na concepcao de culture da clenciado seculo XIX. Js a assoctacao de cultura com co-

    37/

    \.

    para signiflcar as aspectos materials da vida social'. ,o mesmo ocorrendo com universe de idelas con-, .oepcoss, crencas,Com 0 passar do tempo, cut tu ra e c iv il i'Z 8 .980fi-caram quase sinonlrnas, se bern que usualmente se

    reserve civil izaC;8o para fazer referencia a socieda-des poderosas, de longa tradi9ao hist6rica ,e gran-de ambito de, in f luEmcia .Alem do mais, usa-se cultu-ra para falar nao apenas em sociedades, mas tam-bern em grupos no seu interior, 0 que nao ocorrecom civilizagao. Quanto aquela preocupacao em dis-tinguir aspectos de vida social, ela psrmaneceu as~sociada as discuss6es sobre cultura. Embora estaseja com frequencia entendida come a dimensaonao material da scciedads, a preccupacao com asaspectos mater iais nao a abandonou.

    Apesar de tadas as variac;oes na maneira de COI1-caber cultura, quero ressaitar que sua discussaocontsrn tendenclas fortes e importantes, qua! seja,que a' discussao sabre cultura tem a humanidadecomo referellcia e ao mesmo tempo procura darconta de partic.ularidades de cad a realidade cuitu-rat, Pensem tarnbem que essa humanldads nao e86 uma ideia vaga, poiacorn 0 processo de expan-sao dos centres de poder contemporaneos, de con,quista e inccrporacao acelerada de povos e nacces,do estabelecimento de relac;.oes perduravals deinterdependencia e de processes comuns de mu-clangs polltica, a humarudada surge com forca no