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APOSTILA

LICITAÇÃO PÚBLICA

DIRECIONADA PARA CONCURSOS NA ÁREA ESTADUAL COM 200 QUESTÕES DE CONCURSOS

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Índice

1 Considerações Gerais 04

2 Conceito 04

3 Objeto 04

4 Competência para Legislar em Matéria de Licitação 04

5 Licitação e Ato Licitatório 05

6 Fundamentos Constitucionais da Licitação 05

7 Legislação infraconstitucional da licitação 05

8 Princípios 8.1 Princípio da Legalidade, da Impessoalidade, da Publicidade e da Moralidade 06

8.2. Princípio da Isonomia (Igualdade Formal, ou Igualdade) 06

8.3. Princípio da Probidade 07

8.4. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório 07

8.5. Princípio do Julgamento Objetivo da Proposta 07

8.6. Princípio do Procedimento Formal 07

8.7. Princípio da Adjudicação Compulsória 07

8.8. Princípio do sigilo das propostas 08

8.9. Princípio da competição ou competitividade 08

8.10. Princípio da Ampla Fiscalização da Licitação 08

9. Licitação- pressupostos e modalidades

9.1 Pressupostos 08

9.1.1. Pressuposto Lógico da Licitação 09

9.1.2. Pressuposto Jurídico 09

9.1.3. Pressuposto Fático 09

9.2 Exceções ao Dever de Licitar 09

9.2.1 Hipóteses de Dispensa de Licitação 10

9.2.2.1 Licitação dispensada 10

9.2.1.2 Licitação dispensável 11

9.2.2 Hipóteses de Inexigibilidade de Licitação 14

10. Modalidades de licitação 15

10.1 Concorrência 15

10.2. Tomada de Preços 15

10.3. Convite 16

10.4. Concurso 17

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10.5. Leilão 17 10.6. Pregão 18

11 Tipos de licitação 19 12. Fases do procedimento licitatório 19

12.1. Edital 20 12.1.1. Conteúdo do edital 20 12.1.2. Impugnação administrativa ao edital 21

12.2. Apresentação das Propostas 21 12.3. Habilitação 21 12.4. Classificação 22

12.4.1. Desclassificação das propostas 22 12.5. Homologação e Adjudicação 23 12.6. Anulação 24

12.6.1. Anulação pela via administrativa 24 12.7. Revogação 25 12.8. Desistência do Proponente 25

13. Sanções penais 25 14. Recursos 26

14.1 Recurso hierárquico 26 14.2 Representação 26 14.3 Pedido de reconsideração 26 14.4 Efeitos e Processamento 26

15. Crimes 27 16. Contratos administrativos 27

16.1 conceito 27 16.2 características 28 16.3 meios de formalização 28

16.3.1. Conteúdo 28 16.4 Execução dos Contratos Administrativos 29 16.5 Encargos 29

16.5.1. Álea 29 16.6 Alteração 30

16.6.1. Espécies 30 16.7. Extinção 30

16.7.1. Rescisão 30 17. Síntese de licitação e contratos 31 18. Teste seus conhecimentos

Tomo I 35 Tomo II 39 Tomo III 55 Tomo IV 70

19. Referências Bibliográficas 77

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1. Considerações gerais

O Poder Público não tem a liberdade que possuem os particulares para contratar, seja para atender as suas necessidades ou as da coletividade. Ao celebrar contratos o Poder Público deve preservar o interesse público, observando dois valores distintos:

• isonomia: o administrador público deve tratar igualmente os administrados e, em especial, os que tenham interesse em contratar;

• probidade: o Poder Público deve sempre escolher a melhor alternativa para a garantia dos interesses públicos, seja em razão do preço ou da técnica necessária.

Extraímos, desses valores que a licitação possui duas finalidades:

a) permitir a melhor contratação possível (seleção da proposta mais vantajosa);

b) possibilitar que qualquer interessado possa validamente participar da disputa pelas contratações.

2 Conceito

Licitação é o procedimento administrativo por meio do qual o Poder Público, mediante critérios preestabelecidos, isonômicos e públicos, busca escolher a melhor alternativa para a celebração de um ato jurídico (conceito amplo, que envolve tanto os atos administrativos quanto os contratos).

Na realidade, vale ressaltar que independe a fixação da designação, se processo ou procedimento, porquanto ambos são aceitos na doutrina (a Constituição Federal emprega a expressão “processo de licitação”).

3. Objeto

De acordo com o artigo 1.º da Lei n. 8.666/93, constituem objeto possível para o certame licitatório obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, locações, concessões e permissões, quando contratadas pela Administração.

4 Competência para Legislar em Matéria de Licitação

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 22, inciso XXVII, estabelece que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais em matéria de licitações.

A União não possui competência privativa para legislar sobre normas específicas. Todos os entes federativos têm competência para legislar sobre normas específicas, desde que não extrapolem os limites das normas gerais, ou seja, a edição de leis sobre licitação deve obedecer às normas traçadas pela União.

Assim, temos que, a competência para legislar em matéria de licitação é concorrente.

As normas legislativas provenientes da União são de âmbito nacional ou federal (esta aplicável somente à União), são normas que abarcam uma generalidade maior do que a da lei comum. Disso se extrai que a norma geral traz um comando genérico, permitindo que outra norma trate do mesmo assunto.

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O legislador estabeleceu, na Carta Magna, as normas gerais de caráter essencial para a licitação, tendo em vista a existência de entes federativos díspares. Com isso, visou unificar a licitação em todo o país.

5. Licitação e Ato Licitatório

No Direito brasileiro, o ato licitatório (contrato) não faz parte do procedimento da licitação.

O vencedor da licitação pode não ser contratado, pois tem apenas uma expectativa de direito.

6. Fundamentos Constitucionais da Licitação

O inciso XXI, do artigo 37, da Constituição Federal, consagra o dever de licitar. A Administração direta ou indireta tem o dever de efetivar a licitação, para contratar regularmente.

“Art. 37.(...)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

O artigo 173, § 1.º, inciso III, da Constituição Federal, impõe sobre o dever de licitar para as sociedades de economia mista e empresas públicas que exploram atividades econômicas.

O caput do artigo 175 da Constituição Federal afirma que as concessões e as permissões de serviços públicos devem ser antecedidas de licitação.

7. Legislação infraconstitucional da licitação

O Decreto-Lei n. 200/67, conhecido como a Reforma Administrativa Federal, foi baixado na época da ditadura e até hoje continua em vigor. Porém, a parte que dispunha sobre licitação foi revogada pelo Decreto-Lei n. 2.300/86. Este, por sua vez, foi revogado pela Lei n. 8.666/93 que disciplina as normas gerais da licitação.

O problema da lei é que ela é centrada em licitações de obras públicas e serviços de engenharia tratando, superficialmente, de obras não públicas e serviço que não de engenharia. Também não possui sistematização, sendo alguns assuntos tratados no início, no meio e no fim da lei.

Pergunta: A quem se aplica essa lei (Lei n. 8.666/93)?

Resposta: O artigo 1.º da Lei n. 8.666/93 dispõe que a lei estabelece normas gerais que se aplicam no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

No entanto, a lei não contém apenas normas gerais e que são dirigidas a todos os Entes da Federação e aos Três Poderes da República. Estados, Municípios e o

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Distrito Federal devem legislar, adaptando suas normas às normas gerais previstas na Lei n. 8.666/93.

As normas gerais são as de conteúdo amplo, como as que indicam o procedimento, as modalidades, os tipos de licitação, as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade, as regras contratuais, dentre outras.

As normas específicas, no entanto, são dirigidas apenas à Administração Federal. Assim, o Estado-membro não pode legislar para ampliar as hipóteses de contratações diretas, mas poderá legislar para restringi-las.

8. Princípios gerais da licitação

O artigo 3.º da Lei n. 8.666/93 estabelece os princípios da licitação (legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo) e termina sua redação observando: “... e dos princípios que lhe são correlatos”. Verifica-se que o rol de princípios previstos nesse dispositivo não é exaustivo.

8.1. Princípio da Legalidade, da Impessoalidade, da Publicidade e da Moralidade

O artigo 3.º, caput, da Lei n. 8.666/93 faz referência aos princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade, não relacionando o princípio da eficiência porque, quando do surgimento da lei, em 1993, ainda não existia no caput do artigo 37 da Constituição Federal a sua menção, que somente apareceu em 1998, com a Emenda Constitucional n. 19. O que não implica dizer que tal princípio não deva ser observado.

8.2. Princípio da Isonomia (Igualdade Formal, ou Igualdade)

Previsto no caput do artigo 5.º da Constituição Federal.

Esse princípio não se limita ao brocardo “os iguais devem ser tratados igualmente; os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades”.

O fato de se exigir licitação para a celebração de negócios com particulares não representa simplesmente o anseio estatal de alcançar o melhor serviço ou produto com menores ônus, mas também, na obrigação de conceder aos particulares a oportunidade de disputar em igualdade de condições, como já ressaltado.

Para o Professor Celso Antonio Bandeira de Mello, é errado imaginar que o princípio da isonomia veda todas as discriminações. Discriminar (retirando seu sentido pejorativo) é separar um grupo de pessoas para lhes atribuir tratamento diferenciado do restante, assim assevera: “Isonomia é igualdade entre os iguais, isto é, entre os que preencham as mesmas condições ou se encontram em situações comparáveis”.1

Pergunta: Quando a discriminação da norma é compatível com o princípio da isonomia?

Resposta: Deve-se confrontar o fato, discriminado pela norma, com a razão jurídica pela qual a discriminação é feita, a fim de verificar se há ou não correspondência lógica e respeito ao princípio da isonomia.

Exemplos didáticos: 1 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14.ª ed. Malheiros Editores, 2002. p. 58.

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• Abertura de concurso público para o preenchimento de vagas no quadro feminino da polícia militar. Qual é o fato discriminado pela norma? É o sexo feminino. Qual é a razão jurídica pela qual a discriminação é feita? A razão jurídica da discriminação é o fato de que, em determinadas circunstâncias, algumas atividades policiais são exercidas de forma mais adequada por mulheres. Há, portanto, correspondência lógica entre o fato discriminado e a razão pela qual a discriminação é feita, tornando a norma compatível com o princípio da isonomia.

• Uma licitação é aberta, exigindo de seus participantes um determinado equipamento. Qual é o fato discriminado pela norma? É o determinado equipamento. Qual é a razão jurídica pela qual a discriminação é feita? Responde-se com outra indagação: o equipamento é indispensável para o exercício do contrato? Se for, a discriminação é compatível com o princípio da isonomia.

8.3. Princípio da Probidade

Veicula o princípio da moralidade administrativa e obriga a todos: o administrador que necessita contratar e o particular que quer ou pretender ser contratado. Ser probo nas licitações é escolher objetivamente a melhor alternativa para os interesses públicos, não gerando prejuízo ou não se aproveitando da incúria do administrador. Por isso, a lei também reprime o ajuste entre os participantes da licitação, a fraude ou devassa das propostas etc. A probidade, como dito, obriga a todos.

8.4. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

O instrumento convocatório é o ato administrativo que chama os interessados a participarem da licitação; é o ato que fixa os requisitos da licitação. É nomeado, por alguns autores, de “lei daquela licitação”, ou de “diploma legal que rege aquela licitação”. Geralmente vem sob a forma de edital (princípio da vinculação ao edital - artigo 41 da Lei n. 8.666/93), exceção é o convite.

O processamento de uma licitação deve estar rigorosamente de acordo com o estabelecido no instrumento convocatório. Os participantes da licitação têm a obrigação de respeitá-lo.

8.5. Princípio do Julgamento Objetivo da Proposta

Esse princípio afirma que as licitações não podem ser julgadas por critérios subjetivos e discricionários. Os critérios de julgamento da licitação devem ser objetivos e uniformes para as pessoas participantes (v. artigo 45 da Lei n. 8.666/93). Exemplo: em uma licitação é estabelecido o critério do menor preço. A definição do que seja o menor preço deve atender a critérios técnicos, objetivos e capazes de serem alcançados por todos os participantes.

8.6. Princípio do Procedimento Formal

Estabelece que as formalidades prescritas para os atos que integram as licitações devem ser rigorosamente obedecidas. Constitui direito público subjetivo a sua fiel observância. A realização do certame segundo as regras legais não interessa apenas à Administração ou aos participantes, mas a qualquer cidadão ou a toda coletividade.

8.7. Princípio da Adjudicação Compulsória

Esse princípio tem denominação inadequada.

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Afirma que, se em uma licitação houver a adjudicação, esta deverá ser realizada em favor do vencedor do procedimento (artigo 50 da Lei n. 8.666/93).

A impropriedade da nomenclatura encontra-se no fato de que nem sempre a licitação leva à adjudicação, na medida em que pode o contrato não vir a ser celebrado. Afinal, o licitante vencedor não tem direito adquirido à futura contratação, possui apenas uma expectativa de direito em relação a ela.

Importante ressaltar que o licitante vencedor tem a obrigação de manter os termos da proposta inicialmente formulada durante o prazo de 60 dias, contados da data de sua entrega. A adjudicação indica, assim, que em havendo contratação o vencedor terá direito a celebrá-la.

8.8. Princípio do sigilo das propostas

Estabelece que as propostas de uma licitação devem ser apresentadas de modo sigiloso, sem que se dê acesso público aos seus conteúdos. Devassar conteúdo de proposta apresentada é crime (Lei n. 8.666/93, artigo 94) e, ainda, prática de ato de improbidade administrativa (Lei n. 8.429/92, artigo 10, inciso VIII). O princípio está diretamente relacionado a outro (o da probidade) e quer evitar a fraude realizada pelos participantes com ou sem o conluio de agentes públicos.

8.9. Princípio da competição ou competitividade

Trata da impossibilidade de serem colocadas cláusulas e regras em uma licitação com o intuito de eliminar ou reduzir o âmbito normal de competição de um procedimento licitatório.

8.10. Princípio da Ampla Fiscalização da Licitação

A fiscalização é essencial para a garantia de todos os princípios expostos, e pode ser feita não apenas pelos participantes da licitação como por qualquer cidadão ou órgão público.

A manutenção de respeito ao procedimento formal (visto anteriormente) constitui direito público de todos, e admite toda forma de fiscalização. Assim, qualquer pessoa que demonstrar legítimo interesse poderá examinar os autos do procedimento administrativo em que se realiza a licitação e, eventualmente, impugnar os atos praticados.

A fiscalização instrumentaliza, sobretudo, o controle externo da atividade administrativa.

9. LICITAÇÃO- PRESSUPOSTOS E MODALIDADES

9.1 Pressupostos

Não é somente com seus próprios meios, ou por intermédio de suas entidades ou órgãos, que a Administração Pública, gestora dos interesses da coletividade, realiza as suas atividades. Usualmente necessita contratar terceiros, e o faz, seja para aquisição, execução de serviços, locação de bens, seja para a concessão e permissão de serviços públicos, entre outros.

A escolha dos que serão contratados pela Administração Pública não pode decorrer de critérios pessoais do administrador ou de ajustes entre interessados. A escolha dos que serão contratados decorrerá do procedimento denominado licitação,

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de obrigatoriedade imposta por regra constitucional, à luz do artigo 37, inciso XXI.

A obrigatoriedade de licitar alcança a Administração Pública direta e indireta, inclusive as entidades empresariais (artigo 173, § 1.º, inciso III, da Constituição Federal), ainda que para estas concorram regras diferenciadas. As empresas públicas e as sociedades de economia mista, como dita aquela regra constitucional, podem dispor em estatuto próprio, mas, para que possam contratar, também devem promover o certame licitatório.

A expressão “obrigatoriedade de licitar” traz um sentido duplo. Significa não somente a imposição da licitação, mas também a imposição da modalidade de licitação prevista em lei para a espécie. Assim, não apenas está a Administração obrigada a licitar, mas a observar o processo legal.

A doutrina2 aponta a existência de, ao menos, três pressupostos da licitação:

• pressuposto lógico;

• pressuposto jurídico;

• pressuposto fático.

9.1.1. Pressuposto Lógico da Licitação

A licitação é voltada à obtenção de um contrato, necessário à Administração Pública para o atendimento do interesse público (exemplo: construção de um prédio público). A definição de quem será contratado decorre da eleição ou seleção da melhor proposta, segundo critérios objetivos e previamente fixados.

Assim, o pressuposto lógico da licitação é a possibilidade de sua ocorrência; seja porque há diversos interessados, seja porque o objeto pretendido pela Administração pode ser fornecido por todos ou por quase todos os interessados.

9.1.2. Pressuposto Jurídico

A licitação viabiliza a realização de algo efetivamente necessário ou indispensável. A Administração Pública identifica a necessidade de certa contratação, comprova ou justifica tal situação e, somente a partir daí, realiza ou não a licitação (casos de dispensa e inexigibilidade). Jamais poderá ordenar a licitação apenas para servir ao desejo dos interessados.

A licitação pressupõe a necessidade de atender ao interesse público e deve ser o meio apto para isso; demonstrando, assim, seu pressuposto jurídico.

A Administração não pode, por isso, atender a interesse outro que não seja o demonstrado por necessidade da coletividade. A Administração não contrata para satisfazer a necessidade do setor privado, mas para atender ao interesse público.

9.1.3. Pressuposto Fático

Por fim, somente é viabilizada a licitação se existentes diversos interessados na disputa. Se a licitação visa selecionar a melhor proposta, é lógico que pressupõe a existência de interessados e que esses possam concorrer. Constitui, então, pressuposto fático a possibilidade de participação de mais de um interessado a ser contratado, fornecedor ou prestador de serviços, na licitação. Se for certo que não haverá oportunidade para a confrontação de propostas, já que apenas determinada contratação atenderia eficazmente o interesse público, não deverá ser realizada a licitação. 2 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. Editora Malheiros, 2002. p.479.

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Se impossível a competição, a contratação direta será admitida. No entanto, a impossibilidade de competição não pode ser presumida e, por ser exceção, haverá de ser sempre plenamente justificada. A Administração deve sempre realizar o certame, apenas quando for absolutamente inviável poderá contratar diretamente.

9.2 Exceções ao Dever de Licitar

A nossa legislação, para alguns autores3, prevê duas exceções ao dever de licitar, a saber:

• Dispensa de licitação: é a situação que se verifica sempre que, embora viável a competição em torno do objeto licitado, a lei faculte a realização direta do ato. Os casos de dispensa devem estar expressamente previstos em lei - rol taxativo. Na Lei n. 8.666/93, há dois artigos que se referem aos casos de dispensa (artigos 17 e 24).

• Inexigibilidade de licitação: quando é inviável a competição em torno do objeto que a Administração quer adquirir ou porque há apenas uma pessoa que atende as necessidades da Administração (artigo 25 da Lei n. 8.666/93). O artigo 25 traz um rol exemplificativo, havendo a possibilidade de ampliação dos casos em concreto.

Ambas, dispensa e inexigibilidade, são formas de contratação direta sem licitação, sendo esta a única semelhança entre elas.

Observação: as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação somente podem ser vinculadas por lei federal, porque se trata de norma geral.

9.2.1 Hipóteses de Dispensa de Licitação

9.2.2.1 Licitação dispensada

É aquela que a própria lei declarou como tal.

O artigo 17, incisos I e II, da Lei n. 8.666/93 cuida das hipóteses de dispensa de licitação em casos de alienação de bens públicos.

No inciso I, encontram-se as hipóteses de dispensa de licitações destinadas à alienação de bens imóveis:

a) dação em pagamento - se o Poder Público tem dívida e quer dar um bem em pagamento, não haverá necessidade de licitação;

b) doação de bens - desde que seja feita exclusivamente para entes da Administração Pública;

c) permuta (troca) - o bem da permuta deve possuir características que o torne único para a hipótese que a Administração necessita. A avaliação deve ser prévia e o preço compatível com o valor de mercado;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera do governo;

f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de

3 Como: Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella di Pietro e Celso Spitzcovsky.

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bens imóveis construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse social, por órgãos ou entidades da Administração Pública, especificamente, criados para esse fim.

O inciso II trata das hipóteses de dispensa de licitações destinadas à alienação de bens móveis:

“a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§1.º - Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste artigo, cessadas as ações que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora.(...)”

Observação: está suspensa em virtude de uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN n. 927-3-RS, DJU de 10.11.93, p. 23.801) a eficácia de disposições do artigo 17, (incisos I, b e c; e II, b; e § 1.º) da Lei n. 8.666/93, quanto aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

Necessário observar o § 4.º do artigo em estudo que traz uma exceção à regra de dispensa de licitação para a doação de bens públicos, móveis ou imóveis - exigindo a licitação, sob pena de nulidade do ato, quando se tratar de doação com encargo:

“§ 4.º - A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado.”

Note-se, porém, a possibilidade de dispensa da licitação para doação com encargo de bens públicos, desde que haja interesse público devidamente justificado.

9.2.1.2 Licitação dispensável

Nesse caso, a Administração pode dispensar a competição. A contratação direta existirá porque a competição, embora possível, não ocorrerá, por opção da Administração.

O artigo 24 da Lei n. 8.666/93 trata de todos os outros casos de dispensa que não se refiram à alienação de bens públicos:

• Inciso I: dispensa a licitação para obras e serviços de engenharia de valor até 10 % do limite previsto para a execução dessas atividades na modalidade de convite (artigo 23, inciso I, alínea “a”).

• Inciso II: dispensa a licitação para outros serviços e compras de valor até 10 % do limite previsto para a sua aquisição na modalidade de convite e para

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alienações nos casos estabelecidos na lei (artigo 23, inciso II).

• Inciso III: dispensa de licitação em casos de guerra e de grave perturbação da ordem. Apenas podem ser dispensados da licitação os contratos que tenham relação com esses eventos.

• Inciso IV: dispensa de licitação em casos de emergência ou calamidade pública. A lei dispõe que, nos casos em que o Estado estiver emergencialmente necessitando contratar, poderá firmar um contrato sem licitação. Situação emergencial é aquela em que o decurso de tempo poderá ocasionar prejuízo ou dano (por esse motivo, a licitação deve ser dispensada). Os contratos firmados por emergência não podem ter prazo de vigência por mais de 180 dias.

• Inciso V: dispensa de licitação no caso de desinteresse pela licitação anterior. O desinteresse se demonstra na licitação deserta (aquela em que não aparecem interessados) e na licitação fracassada (caracterizada quando todos os licitantes são desqualificados ou nenhuma proposta é classificada).

As condições exigidas para que uma licitação deserta possa vir a ocasionar uma contratação sem licitação são: a Administração deve demonstrar que a realização de um novo procedimento licitatório lhe trará prejuízos e as condições de contratação devem ser as mesmas da licitação deserta.

• Inciso VI: poderá ser dispensada a licitação “quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento”.

• Inciso VII: quando as propostas apresentadas revelarem preços excessivos, ou seja, superiores aos praticados no mercado nacional.

• Inciso VIII: dispensável a licitação “para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública...”.

• Inciso IX: casos em que houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional.

• Inciso X: dispensável a licitação “para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo a avaliação prévia”.

• Inciso XI: na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual. Em vez de proceder nova licitação, a Administração pode contratar diretamente, desde que atendida a ordem de classificação anterior e nas mesmas condições ofertadas pelo licitante vencedor.

• Inciso XII: na compra de produtos perecíveis (pão, hortifrutigranjeiros) – a característica do bem permite a contratação direta, mas apenas durante o período necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes.

• Inciso XIII: contratação de instituição brasileira de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, ou dedicada à recuperação social do preso. É

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dispensável a licitação tendo em conta as pessoas que estão sendo contratadas, desde que detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos.

• Inciso XIV: aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional, específico, aprovado pelo Congresso Nacional, desde que apresente condições vantajosas para a Administração.

• Inciso XV: aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos.

• Inciso XVI: “para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da Administração e de edições técnicas oficiais, bem como para a prestação de serviços de informática à pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico”.

• Inciso XVII: “aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia”.

• Inciso XVIII: serviços e compras indispensáveis ao abastecimento de embarcações, aeronaves e tropas, quando fora de suas sedes e os prazos legais puderem comprometer a operação. O valor dessas compras não deve exceder ao fixado para a modalidade de convite (artigo 23, inciso I, alínea “a”).

• Inciso XIX: materiais para as Forças Armadas, excepcionando-se os materiais de uso pessoal e administrativo.

• Inciso XX: contratação de associação de portadores de deficiência física para prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que não possua fins lucrativos e tenha comprovada idoneidade.

• Inciso XXI: aquisição de bens destinados com exclusividade à pesquisa científica e tecnológica, com recursos concedidos por instituições oficiais de estímulo à pesquisa.

• Inciso XXII: “contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural4 com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica”.

• Inciso XXIII: “na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado”.

• Inciso XXIV: “para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão”.

A dispensa da licitação, tendo em vista o artigo e seus incisos acima descritos, poderá ser caracterizada segundo 4 (quatro) critérios:

4O gás natural foi acrescentado pela Lei n. 10.438 de 24.04.2002.

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• em razão do valor (Lei n. 8.666/93, artigo 24, parágrafo único);

• em razão da pessoa a ser contratada (como, por exemplo, associações de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade);

• em razão da situação (guerra, grave perturbação da ordem, emergência ou calamidade);

• em razão do objeto (gêneros perecíveis, materiais usados pelas Forças Armadas).

9.2.2 Hipóteses de Inexigibilidade de Licitação

É inexigível licitação quando inviável a competição em torno do objeto pretendido pela Administração. Nesse caso, contrata-se diretamente.

O que diferencia dispensa e inexigibilidade é que, na primeira, a competição é possível, mas a Administração poderá dispensá-la, enquanto a inexigibilidade é a possibilidade de contratação sem licitação, por ser a competição inviável.

O artigo 25 da Lei n. 8.666/93 enumera algumas das hipóteses de inexigibilidade de licitação.

• Inciso I: “para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes”. (itálico nosso)

• Inciso II: trata de contratação direta quando o serviço for de natureza singular e desenvolvido por profissional notoriamente especializado. São necessários, portanto, dois requisitos: serviço de natureza singular (artigo 13, incisos I a VIII) e realizado por profissional notoriamente especializado (no próprio artigo 25, § 1.º, a lei dispõe quem é o profissional notoriamente especializado).

Observação: é vedada a inexigibilidade para os serviços de publicidade e divulgação.

• Inciso III: contratação de profissional do setor artístico, desde que reconhecido pela crítica ou pela população.

O § 2.º do artigo 25 dispõe sobre a responsabilidade solidária do fornecedor ou prestador de serviços e o agente público responsável pelos danos causados à Fazenda Pública, se comprovado superfaturamento, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

O artigo 26 refere-se tanto à dispensa como à inexigibilidade, sendo necessária a motivação, ou seja, tanto uma como a outra devem ser necessariamente justificadas.

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10. MODALIDADES DE LICITAÇÃO

A licitação pode ser processada de diversas maneiras. As modalidades de licitação estão dispostas no artigo 22 da Lei n. 8.666/93, que prescreve cinco modalidades de licitação:

• Concorrência

• Tomada de preços

• Convite

• Concurso

• Leilão

Há uma modalidade de licitação que não consta no artigo citado acima, instituída inicialmente por Medida Provisória, ora transformada na Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002: é a licitação por Pregão. Assim, hoje subsistem seis modalidades, já que o PREGÃO passou definitivamente a integrar o rol de modalidades.

10.1 Concorrência

A concorrência está prevista no artigo 22, § 1.º, da Lei n. 8.666/93 e pode ser definida como “modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto”.

A concorrência pública é a modalidade de licitação utilizada, via de regra, para maiores contratações, aberta a quaisquer interessados que preencham os requisitos estabelecidos no edital.

É a modalidade mais completa de licitação. Destinada a contratos de grande expressão econômica, possui um procedimento complexo e exige o preenchimento de vários requisitos e a apresentação detalhada de documentos.

A Lei prevê, no artigo 23, a tabela de valores para cada modalidade de licitação. A concorrência é a modalidade obrigatória para os valores determinados nos incisos deste artigo.

Temos, ainda, casos em que a lei manda que seja adotada a modalidade concorrência, independentemente de “valores”, a saber:

• nos casos de alienação (ver exceções que constam no tópico 3.5. deste módulo);

• licitações internacionais;

• licitações de concessões e permissões de serviços públicos.

A concorrência possui uma publicidade aberta a toda a coletividade.

A Administração Pública deve contratar com pessoas idôneas. Assim, embora a convocação se volte a toda coletividade, o edital estabelecerá certos requisitos técnicos, econômicos, fiscais e jurídicos.

10.2. Tomada de Preços

Prevista no artigo 22, § 2.º, da Lei n. 8.666/93, pode ser definida como “modalidade de licitação entre interessados previamente cadastrados no ramo do objeto licitado ou entre pessoas que previamente, no prazo legal, atenderem a todas

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as condições exigidas para cadastramento” (até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação).

É uma modalidade mais simplificada, mais célere que a concorrência e, por esse motivo, não está voltada a contratos de grande valor econômico, e sim aos de vulto médio.

A tomada de preços, portanto, destina-se a dois grupos de pessoas previamente definidos:

• Cadastrados: para que a empresa tenha seu cadastro, deverá demonstrar sua idoneidade. Uma vez cadastrada, a empresa estará autorizada a participar de todas as tomadas de preço.

• Não cadastrados: se no prazo legal – três dias antes da apresentação das propostas – demonstrarem atender aos requisitos exigidos para o cadastramento, poderão participar da tomada de preço.

Na tomada de preço, os licitantes têm seus documentos analisados antes da abertura da licitação e, por este motivo, é uma modalidade de licitação mais célere, podendo a Administração conceder um prazo menor para o licitante apresentar sua proposta.

O cadastramento tem prazo de validade de 1 (um) ano. Ao final de um ano os interessados deverão cadastrar-se novamente.

É possível que a administração fixe requisitos mais rigorosos no cadastramento do que os necessários para a execução do contrato – o objeto da tomada de preços (artigo 22, § 9.º).

Assim, aquele que não atende aos requisitos para o cadastramento, mas atende aos requisitos para aquela tomada de preços poderá participar.

Conclusão: o cadastramento na tomada de preços traz uma vantagem –o concorrente em vez de apresentar toda a documentação novamente, (pois já apresentou no cadastramento), apresentará apenas o “certificado de cadastramento”.

10.3. Convite

O convite está previsto no artigo 22, § 3.º, da Lei n. 8.666/93, e pode ser definido como “modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas”.

É a modalidade mais simplificada de licitação e, por isso, é destinada a contratos de pequeno valor. Além de prazos mais reduzidos, o convite tem uma convocação restrita. Pela lei, somente dois grupos podem participar do convite:

• Convidados: a Administração escolhe no mínimo três interessados para participar da licitação e envia-lhes uma carta-convite, que é o instrumento convocatório da licitação nesta modalidade.

• Cadastrados, no ramo do objeto licitado, mas não convidados: todos os cadastrados no ramo do objeto licitado poderão participar da licitação, desde que, no prazo de até 24h antes da apresentação das propostas, manifestem seu interesse em participar da licitação. Observação: Alguns autores têm

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sustentado que essa exigência de manifestação dos cadastrados até 24h antes da apresentação das propostas seria inconstitucional, tendo em vista que fere o princípio da isonomia.

De acordo com a liberalidade da lei, esses são os dois grupos que podem participar do convite. Há, entretanto, uma construção interpretativa da doutrina que entende que um terceiro grupo poderia participar da licitação:

• Não cadastrados, não convidados, que demonstrem atender previamente aos requisitos exigidos para o cadastramento: se para a tomada de preços, que é uma modalidade mais rigorosa, admite-se a participação dos não cadastrados que demonstrem atender previamente os requisitos exigidos para o cadastramento, não haveria lógica em não se autorizar os não cadastrados, nesta situação, a participarem do convite.

O artigo 22, § 3.º, da Lei n. 8.666/93 deixa claro e induvidoso que a carta-convite deve ser afixada em local de acesso público, de forma que as pessoas não cadastradas ou não convidadas tomem conhecimento do convite e, se interessadas, possam participar da licitação (apenas a modalidade convite é que não exige a publicação em imprensa oficial).

Há entre essas três modalidades de licitação uma relação de complexidade, ou seja, a concorrência é mais complexa que a tomada de preço que por sua vez é mais complexa que a modalidade convite.

Podem-se utilizar modalidades mais rigorosas quando o que está previsto é uma modalidade menos rigorosa; porém, o inverso não é possível (artigo 23, § 4.º, da Lei 8.666/93).

10.4. Concurso

O artigo 22, § 4.º, da Lei n. 8.666/93 prevê o concurso, que pode ser definido como “modalidade de licitação aberta entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias”.

Essa modalidade de licitação não pode ser confundida com o concurso para provimento de cargo público. O concurso é uma modalidade de licitação específica, que tem por objetivo a escolha de um trabalho técnico, artístico ou científico.

Seu procedimento está previsto no artigo 52 da Lei n. 8.666/93.

10.5. Leilão

Previsto no artigo 22, § 5.º, da Lei n. 8.666/93, pode ser definido como “modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no artigo 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação”. (itálico nosso)

Observação: “bens móveis inservíveis não são, necessariamente, bens deteriorados, mas sim bens que não têm utilidade para a Administração.” 5

O leilão tem um objetivo próprio, visa à alienação de bens. Na redação original

5 PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 14.ª ed. Jurídico Atlas, 2002. p.323.

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da Lei em estudo, o leilão somente se destinava à alienação de bens móveis. A redação original, entretanto, foi modificada pela Lei n. 8.883/94, que passou a permitir que o leilão se destinasse, em certos casos, à alienação de bens imóveis.

O artigo 19 dispõe que, nos casos de alienação de um bem que tenha sido adquirido por via de procedimento judicial ou por dação em pagamento, a alienação pode ser feita por leilão. Nos demais casos, somente por concorrência.

Seu procedimento está previsto no artigo 53 da Lei n. 8.666/93. Normalmente as licitações são julgadas pela comissão de licitações, composta por um número de três pessoas; contudo, na modalidade “leilão”, são processadas e julgadas pelo leiloeiro, que pode ser oficial, ou, servidor especial designado para processar a licitação.

10.6. Pregão

Modalidade licitatória inicialmente inserida pela Medida Provisória n. 2.026, de maio de 2000, reeditada na Medida Provisória n. 2.182-16 de 28.6.2001, transformada na Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002.

É a modalidade de licitação voltada à aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados: os com padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos no edital por meio de especificações do mercado.

No pregão não há comissão de licitação. Há o pregoeiro que é quem processa e julga o pregão.

Não há limite de valor especificado.

A Medida Provisória de n. 2.182-18 criou a modalidade pregão no âmbito da União. Com a Lei n. 10.520/02, no entanto, tanto a União como os Estados, os Municípios e o Distrito Federal podem utilizar nas suas licitações para as compras e serviços comuns (assim entendidos aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado) a modalidade de pregão, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública, ou pela Internet (“por meio de utilização de recursos de tecnologia da informação”).

A Administração deve antecipar critérios de aceitabilidade de preços, não elegendo como a melhor proposta que seja inexeqüível.

O objetivo da modalidade é o de facilitar a tramitação do procedimento, desburocratizando-o e tornando célere a contratação. Os interessados devem declarar que se acham em situação regular e que atendem às exigências da convocação.

Os que forem habilitados passam a apresentar suas propostas, admitindo-se a sucessão de propostas até a eleição da que apresentar o menor valor (podem concorrer: o interessado que apresentou a menor proposta e os que efetuaram a oferta com preços até 10% superiores. Todos serão chamados, na mesma sessão, a apresentar novos lances).

Somente depois de eleita a melhor proposta é que os envelopes, contendo a documentação, serão examinados. Se o eleito não cumprir as exigências do edital, a análise recairá no interessado classificado em segundo lugar (e assim sucessivamente).

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11 TIPOS DE LICITAÇÃO

A Lei n. 8.666/93 define os tipos de licitação no art. 45, § 1.º, ou seja, a maneira de julgamento de um procedimento licitatório. Nada impede, entretanto, que leis especiais disponham de forma diversa, trazendo regras específicas a esse procedimento.

Há a previsão de quatro tipos diferentes de licitação que podem ser aplicados a todas as modalidades (salvo a modalidade concurso, que pode adotar outros tipos de procedimento):

• Menor preço: o proponente vencedor será aquele que apresentar proposta com o menor valor nominal.

• Melhor técnica: será vitorioso o proponente que apresentar a proposta de melhor técnica dentro das especificações da Administração. É o instrumento convocatório aquele que define qual a melhor técnica e quais os critérios a serem observados.

• Técnica e preço: de acordo com os preceitos do instrumento convocatório, a Administração conjuga a melhor técnica e o menor preço (a proposta deverá apresentar técnica satisfatória e preço mais vantajoso).

• Maior lance ou oferta: será aplicado nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

Entre os quatro critérios apontados, dois são objetivos (menor preço e maior lance) e dois subjetivos (melhor técnica e técnica e preço).

O tipo regra é o de menor preço. Os demais se aplicam aos casos expressamente previstos em lei.

Os tipos melhor técnica ou técnica e preço podem ser adotados no caso de serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento, e de serviços de engenharia consultiva em geral, principalmente para a elaboração de estudos técnicos preliminares, projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4.º do art. 45 da Lei n. 8.666/93.

Alguns doutrinadores entendem que, para essas hipóteses, os tipos melhor técnica ou técnica e preço devem prevalecer. Como são tipos excepcionais, entretanto, não há como torná-los obrigatórios. À Administração é facultado adotá-los. Para isso, será necessária autorização expressa da autoridade de maior nível hierárquico da Administração promotora da licitação (art. 46, § 3.º, da Lei n. 8.666/93).

O art. 45, § 4.º, “Contratação de bens e serviços de informática”, dispõe que o tipo obrigatório para esses casos é o de técnica e preço, permitindo o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

O tipo melhor lance pode ser adotado nos casos de alienações ou de concessões de direito real de uso (art. 45, § 1.º, inc. IV, da Lei n. 8.666/93). Nos casos de concessão de uso ou permissão de uso, analogicamente, pode ser usado o tipo melhor lance.

12. FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

A licitação, procedimento administrativo que visa selecionar a proposta mais

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vantajosa para a contratação com a Administração, é um conjunto de atos que pode ser dividido em diversas fases.

Alguns autores entendem que o ato em que se inicia a licitação é a publicação do instrumento convocatório. O art. 38 da Lei n. 8.666/93, no seu caput, entretanto, dispõe que o procedimento da licitação será iniciado com a abertura do processo administrativo (que ocorre antes da publicação do instrumento convocatório).

Os autores dividem a licitação em duas fases: interna e externa.

A fase interna tem início com a decisão de realizar o procedimento licitatório. Reúne todos os atos que, pela lei, devem anteceder o momento da publicação do instrumento convocatório.

Não há uma definição da seqüência dos atos que devem ser praticados na fase interna, o que fica a critério de cada Administração. Com a publicação do instrumento convocatório, encerra-se a fase interna.

A fase externa é iniciada com a publicação do instrumento convocatório, que se destina aos interessados em contratar com a Administração.

Nessa fase, as etapas do processo são perfeitamente definidas e a seqüência deve ser obrigatoriamente observada:

• edital;

• apresentação da documentação e das propostas;

• habilitação;

• classificação;

• adjudicação;

• homologação.

Para alguns autores, a homologação estaria antes da adjudicação.

12.1. Edital

O edital reflete a lei interna das licitações e obriga as partes envolvidas às suas regras, decorrência do princípio da vinculação ao edital, que deve ser respeitado tanto pela Administração quanto pelos participantes.

12.1.1. Conteúdo do edital

O art. 40 da lei em estudo dispõe sobre o conteúdo do edital:

• objeto da licitação, que não poderá ser descrito genericamente;

• prazos e condições para a assinatura do contrato ou para a retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64;

• garantias para a execução do contrato;

• sanções para o caso de inadimplemento;

• local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

• critério de julgamento das propostas;

• condições de pagamento.

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12.1.2. Impugnação administrativa ao edital

As regras constantes do edital poderão ser impugnadas pelos licitantes (no prazo de dois dias) ou por qualquer cidadão (art. 41, § 1.º) que entender ser o edital discriminatório ou omisso em pontos essenciais.

12.2. Apresentação das Propostas

As propostas são as ofertas feitas pelos licitantes. A lei exige um prazo mínimo a ser observado entre o momento da publicação do instrumento convocatório e o da apresentação das propostas. Esse prazo variará de acordo com a modalidade, o tipo e a natureza do contrato (art. 21 da Lei n. 8.666/93).

A proposta deve ser apresentada em envelope lacrado, por força do princípio do sigilo das propostas, diverso do envelope referente aos documentos necessários para habilitação. Devassar o conteúdo de uma proposta é crime previsto pela Lei das Licitações. Assim, o licitante deve apresentar no mínimo dois envelopes: o primeiro contendo a documentação relativa à capacitação do licitante, condições técnicas, econômicas, jurídicas e fiscais, e o segundo, a proposta propriamente dita.

Em certos tipos de licitação (melhor técnica e técnica e preço), deverão ser entregues três envelopes. A proposta deve ser desdobrada em dois deles: um deve conter a proposta de técnica e o outro a de preço; no terceiro, deve ser incluída a documentação sobre a capacitação do licitante.

Os envelopes são encaminhados à comissão de licitação, composta por, no mínimo, três servidores. Excepcionalmente, no convite, pode haver o julgamento por apenas um servidor, e, no leilão, não há comissão de julgamento, mas leiloeiro.

12.3. Habilitação

Nessa fase, o objetivo da Administração Pública é o conhecimento das condições pessoais de cada licitante. O órgão competente examinará a documentação apresentada, habilitando-a ou não.

O art. 27 dispõe sobre a documentação exigida dos interessados:

• habilitação jurídica;

• qualificação técnica;

• qualificação econômico-financeira;

• regularidade fiscal;

• cumprimento ao inc. XXXIII, art. 7.º, da Constituição Federal.

O art. 28 trata da documentação relativa à habilitação jurídica, documentos que demonstrarão que o licitante estará apto a exercer direitos e a contrair obrigações.

O art. 29 refere-se à habilitação fiscal. Serão analisadas a existência de débitos do licitante com a Administração Pública e sua regularidade com a Seguridade Social (art. 195, § 3.º, da Constituição Federal).

Quanto à qualificação técnica, as exigências encontram-se relacionadas no art. 30 da lei em estudo, “Demonstração da capacidade para executar o contrato”. Ex.: possuir equipamento, material e mão-de-obra suficientes para a execução do contrato.

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O art. 31 dispõe sobre a habilitação financeira. A documentação exigida possibilita a análise da saúde financeira do licitante em suportar o cumprimento do contrato.

O licitante deverá, ainda, demonstrar que tem qualificação trabalhista e cumpre a proibição imposta pelo art. 7.º, inc. XXXIII, da Constituição Federal.

A lei faculta a possibilidade de a Administração Pública se utilizar de registros cadastrais de outros órgãos de entidades públicas (art. 34, § 2.º, da Lei n. 8.666/93).

Se o licitante demonstrar possuir as condições necessárias, será considerado habilitado e poderá passar para a fase seguinte. Os inabilitados, ao contrário, serão excluídos da licitação, recebendo os seus envelopes com as propostas devidamente lacradas.

12.4. Classificação

É a etapa do procedimento licitatório em que são apreciadas e julgadas as propostas dos licitantes habilitados. Nesse momento, serão abertos os envelopes das propostas comerciais.

O processamento da fase de classificação variará de acordo com o tipo de procedimento (tipificado no art. 45 da lei em estudo).

12.4.1. Desclassificação das propostas

A desclassificação das propostas está disciplinada no art. 48, caput, da Lei n. 8.666/93:

• Inc. I – serão desclassificadas “as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação”.

• Inc. II – “propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüíveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação”.

O inc. II dispõe sobre duas situações distintas:

• o licitante apresenta proposta com valor superior ao limite máximo previsto no instrumento convocatório;

• falta de seriedade econômica da proposta.

Admite-se que o instrumento convocatório contenha um parâmetro relativo ao valor do objeto. O licitante que apresentar uma proposta abaixo do parâmetro mínimo especificado deverá demonstrar como executará o contrato. Caso demonstre, a proposta poderá ser classificada; se não demonstrar, será desclassificada.

Há certas hipóteses em que a estipulação do valor mínimo é obrigatória (art. 48, § 1.º, da Lei n. 8.666/93), como nos contratos que envolvem serviços de engenharia; nesses casos, sempre que a proposta estiver abaixo do percentual que a lei prescreve, o licitante deverá demonstrar como cumprirá o contrato (é um parâmetro legal que independe da vontade do administrador).

Se uma proposta trouxer uma vantagem extraordinária que não esteja explícita no instrumento convocatório, a Administração deve desconsiderá-la, como se não

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estivesse escrita, e julgar apenas a parte que está em conformidade com o instrumento convocatório (art. 44, § 2.º, da Lei n. 8.666/93).

Se todas as propostas forem inabilitadas ou desclassificadas, verifica-se o que se chama de “licitação fracassada”. Nesse caso, a lei faculta à Administração tentar “salvar” a licitação (art. 48, § 3.º, da Lei n. 8.666/93), permitindo que todos os inabilitados apresentem nova documentação ou todos os desclassificados apresentem nova proposta (o prazo para apresentação de documentos ou propostas é de oito dias).

Quando o tipo de licitação for o de melhor técnica, processa-se de acordo com o regulado pelo art. 46, §1.º, da Lei n. 8.666/93. Deverão ser apresentados dois envelopes. Os da proposta técnica deverão ser abertos primeiro. Com o resultado do julgamento técnico, abrem-se os envelopes da proposta preço. O administrador deverá comparar o preço apresentado pelo licitante vencedor do julgamento técnico com o menor preço apresentado pelos demais licitantes. Se o preço do vencedor estiver muito acima, pode-se fazer uma tentativa de acordo para diminuição do valor; se não houver acordo a Administração, poderá ser afastado o primeiro colocado e iniciar-se-á uma negociação com o segundo, e assim por diante.

Quando o tipo for técnica e preço, em primeiro lugar serão abertos os envelopes da proposta técnica. Concluído o julgamento, abrem-se os envelopes da proposta preço, havendo o julgamento deste. Encerrado, combinam-se as propostas conforme o critério determinado no instrumento convocatório. Nesse tipo de licitação, não se faz acordo como no anterior.

12.5. Homologação e Adjudicação

Adjudicação Homologação

Classificação

Homologação Adjudicação

Para aqueles que defendem que a próxima fase é a adjudicação, após esta, abrir-se-á prazo para recurso, e o processo será encaminhado a uma comissão superior para homologação. No caso, a classificação e a adjudicação seriam feitos pela Comissão de Licitação.

Para aqueles que defendem que a fase de homologação é anterior à adjudicação, o julgamento da licitação é feito na fase de classificação, abrindo-se, logo após esta, oportunidade para recurso, então encaminhando-se o processo à autoridade superior para homologação e em seguida para adjudicação.

Homologação é o ato administrativo pelo qual a autoridade superior manifesta sua concordância com a legalidade e conveniência do procedimento licitatório.

Adjudicação é o ato administrativo pelo qual se declara como satisfatória a proposta vencedora do procedimento e se afirma a intenção de celebrar o contrato com o seu ofertante.

A divergência na doutrina advém do disposto nos arts. 38, inc. VII, e 43, inc. VI, ambos da Lei n. 8.666/93. Observadas, entretanto, as formas de processamento, é correto afirmar que o mais adequado é o disposto no art. 43, tendo em vista que o art. 38 trata da juntada de documentos. Ainda, não é lógico adjudicar antes da

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homologação pela autoridade superior, entretanto, se isto ocorrer, não se deve considerar nula a licitação.

O primeiro classificado não tem direito subjetivo à adjudicação.

O adjudicatário não tem direito subjetivo ao contrato, visto que a Administração poderá revogar a licitação antes da assinatura do contrato.

São efeitos da adjudicação:

• direito do adjudicatório de assinar o contrato, na hipótese de ele vir a ser celebrado;

• liberação dos demais proponentes em relação às propostas apresentadas;

• direito da Administração de, no prazo de validade da proposta, exigir do adjudicatário o aperfeiçoamento do contrato nos termos resultantes do procedimento licitatório.

O adjudicatário que se recusar a assinar o contrato será considerado inadimplente, ou seja, ficará na mesma situação daquele que assinar o contrato e não o cumprir. Responderá por perdas e danos e sofrerá as sanções administrativas previstas no art. 87 da Lei n. 8.666/93,que serão aplicadas de acordo com o comportamento do adjudicatário.

Havendo a recusa (justificada ou injustificada), a lei admite a possibilidade de a Administração propor a assinatura do contrato ao segundo colocado, nos termos da proposta vencedora. Se houver concordância do segundo colocado, o contrato será firmado; se ele não concordar, a Administração poderá propor ao terceiro colocado, e assim por diante, sempre nos termos da proposta vencedora.

12.6. Anulação

Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos em razão de sua ilegalidade. Quando se fala, portanto, em anulação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalidade da mesma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação poderá ser anulada pela via administrativa ou pela via judiciária.

A anulação de uma licitação pode ser total (se o vício atingir a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se o vício atingir parte dos atos licitatórios).

12.6.1. Anulação pela via administrativa

Está disciplinada no art. 49 da Lei n. 8.666/93. A autoridade competente para a aprovação do procedimento será competente para anular a licitação. O § 3.º do mesmo art. dispõe, ainda, que, no caso de anulação da licitação, ficam assegurados o contraditório e a ampla defesa. A anulação da licitação deve vir acompanhada de um parecer escrito e devidamente fundamentado.

Nada impede que, após a assinatura do contrato, seja anulada a licitação e, reflexamente, também o contrato firmado com base nela (art. 49, § 2.º, da Lei n. 8.666/93).

A anulação da licitação, em regra, não gera o dever de indenizar (art. 49, § 1.º), salvo na hipótese do par. ún. do art. 59 da Lei n. 8.666/93, que disciplina a indenização do contratado se este não tiver dado causa ao vício que anulou o contrato (indenização pelos serviços prestados e pelos danos sofridos). Nos casos em que a anulação da licitação ocorrer após a assinatura do contrato e o contratado não tiver dado causa ao vício, será a Administração, portanto, obrigada a indenizar.

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Há uma corrente intermediária que entende que o dever de indenizar existirá se tiver ocorrido a adjudicação somente em relação ao adjudicatário, independentemente da assinatura ou não do contrato.

12.7. Revogação

Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconveniente ou inoportuna. Desde o momento em que a licitação foi aberta até o final da mesma, pode-se falar em revogação. Após a assinatura do contrato, entretanto, não poderá haver a revogação da licitação.

A revogação também está disciplinada no art. 49 da Lei n. 8.666/93, que restringiu o campo discricionário da Administração: para uma licitação ser revogada, é necessário um fato superveniente, comprovado, pertinente e suficiente para justificá-lo.

Somente se justifica a revogação quando houver um fato posterior à abertura da licitação e quando o fato for pertinente, ou seja, quando possuir uma relação lógica com a revogação da licitação. Ainda deve ser suficiente, quando a intensidade do fato justificar a revogação. Deve ser respeitado o direito ao contraditório e ampla defesa, e a revogação deverá ser feita mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

Quanto à indenização, no caso, a lei foi omissa, fazendo alguns autores entenderem que há o dever de indenizar, fundamentado no art. 37, § 6.º, da Constituição Federal de 1988. A posição intermediária, entretanto, entende que somente haveria indenização nos casos de adjudicação em relação ao adjudicatário pelos prejuízos que sofreu, mas não pelos lucros cessantes.

12.8. Desistência do Proponente

Até o final da fase de habilitação, o licitante pode, legitimamente, desistir da licitação, visto que sua proposta ainda não foi conhecida. Abertos os envelopes na fase de classificação, porém, o licitante não poderá desistir, salvo nos casos de fato superveniente que justifique a sua desistência (a justificação deve ser aceita pela Comissão de Licitação).

13. SANÇÕES PENAIS

Os arts. 89 a 98 da Lei n. 8.666/93 tipificam as condutas criminosas e as respectivas penas, que serão de detenção (variável de seis meses a dois anos) ou de multa (fixada entre 2% e 5% do valor do contrato, revertendo-se à Fazenda da entidade licitante).

14. RECURSOS

A Lei n. 8.666/93 prevê, no Cap. V – art. 109, três tipos de recursos possíveis no processo licitatório:

• recurso hierárquico;

• representação;

• pedido de reconsideração.

Os três recursos aperfeiçoam o sistema de controle interno da licitação, por serem conhecidos e processados pela própria Administração Pública, não se

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confundindo com o direito de petição (art. 5.º, inc. XXXIV, da CF) nem com a possibilidade de representação, seja ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas. Tais instrumentos (petição e representação) podem ser exercitados por qualquer pessoa e serão ou não atendidos além dos limites da Administração-licitante.

14.2 Recurso hierárquico

O recurso hierárquico (ou recurso administrativo em sentido estrito) é cabível contra:

• habilitação ou inabilitação do licitante;

• julgamento das propostas;

• anulação ou revogação da licitação;

• indeferimento, alteração ou cancelamento de inscrição no registro cadastral.

O prazo para a interposição será de 5 dias, salvo se a modalidade for a do convite e o recurso dirigido contra a habilitação, ou inabilitação, e contra o julgamento, hipóteses em que será de 2 dias úteis. O prazo é contado a partir da intimação ou da lavratura do termo (para os que estiverem presentes).

14.2 Representação

Cabe a representação contra decisões havidas no processo licitatório e que não comportam recurso hierárquico. É dirigida à autoridade superior para que se altere decisão emanada da autoridade inferior (Ex.: modificação do objeto da licitação).

14.3 Pedido de reconsideração

O pedido de reconsideração é cabível contra decisão que impôs as sanções de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar. É dirigido ao ministro de Estado ou ao secretário estadual ou municipal, no prazo de 10 dias úteis.

14.4 Efeitos e Processamento

Os recursos operam efeitos devolutivos, salvo nos casos de habilitação ou inabilitação e julgamento das propostas, que sempre produzirão efeitos suspensivos, conforme dispõe o § 2.º do art. 109 da Lei n. 8.666/93.

Os demais apenas produzirão efeitos suspensivos por decisão da autoridade destinatária do recurso. A decisão, que concede ou não o aludido efeito, é discricionária. Para conceder o referido efeito, porém, deverá a autoridade motivar o ato, indicando o interesse público presente.

A interposição dos recursos hierárquico e de representação deve ser comunicada aos demais licitantes, que poderão impugná-los no prazo de 5 dias úteis.

Sempre que um recurso for provido, os efeitos serão retroativos, alcançando o ato desde a sua edição.

Se não ocorrer a interposição de recursos, ou seja, se os licitantes não impugnarem as decisões no curso do processo licitatório, decaindo do direito de recorrer, aqueles atos passarão a ser definitivos, operando-se a preclusão administrativa, ou coisa julgada administrativa.

Como dito, o sistema de recursos não se confunde com a possibilidade de representação ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público (como permite o art. 113)

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ou com o direito de petição. Ambos podem ser exercitados por qualquer pessoa, e não apenas pelos proponentes ou licitantes. Em verdade, a comunicação ao Tribunal de Contas (ver art. 74, § 2.º, da CF) é autêntica denúncia.

15. CRIMES

A Lei n. 8.666/93 descreve condutas típicas, permitindo a apuração da responsabilidade penal, independentemente da responsabilização administrativa e civil.

A despeito de a referida lei somente ser inteiramente aplicável na órbita da Administração Pública Federal, os dispositivos que consagram a responsabilização penal constituem normas gerais, daí serem aplicáveis em todo o território nacional. Estados, Distrito Federal e Municípios não podem legislar a respeito, porque não reúnem competência para tanto. Apenas a União (art. 22, inc. I, da CF) pode legislar em matéria penal.

A descrição de condutas típicas pela Lei de Licitações provocou a revogação parcial do CP, caso, por exemplo, do tipo previsto no art. 326 (devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo). Assim, subsistem apenas tipos penais não incompatíveis com os novos tipos previstos na Lei n. 8.666/93.

Aplicam-se à Lei de Licitações as mesmas regras gerais para a determinação do momento consumativo dos delitos e para as hipóteses de tentativa, concurso, desistência voluntária e arrependimento eficaz, dentre outras previstas na parte geral do Código Penal.

O bem jurídico protegido tanto poderá ser a moralidade administrativa como a regularidade do processo licitatório ou o patrimônio público.

O sujeito ativo dos delitos, previstos na Lei de Licitações, será sempre a pessoa física a quem se atribua a conduta ilícita, podendo ou não manter vínculo com a Administração (funcional ou contratual). Assim, poderão ser apontados como autores os particulares que participam do certame; os membros da Comissão de Licitação; a autoridade administrativa ou qualquer contratado.

Todos os delitos descritos na Lei de Licitação são punidos apenas a título de dolo, não havendo possibilidade de punição a título de culpa.

A ação penal sempre será pública incondicionada, não dependendo, pois, de requisição ou representação.

Todos os tipos penais autorizam a imposição da pena de detenção, não havendo a previsão para a imposição da pena de reclusão.

17. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

16.1 CONCEITO

Contrato administrativo é todo ajuste celebrado pela Administração, mediante regras previamente estabelecidas por ela, visando a preservação do interesse público.

O Poder Público traça as diretrizes do contrato no edital de licitação, o particular irá apenas aderir a essa minuta (contrato de adesão). A prerrogativa da Administração tem em vista o interesse público.

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16.2 CARACTERÍSTICAS

Características marcantes dos contratos administrativos são as cláusulas exorbitantes, que conferem vantagens para a Administração, colocando-a em uma posição de superioridade em relação ao particular que com ela contratar. Essa regra está disposta no art. 58 da Lei n. 8.666/93.

São exorbitantes porque exorbitam o padrão das cláusulas do direito privado. Exemplo: o contrato celebrado pelos particulares se aperfeiçoa quando as partes entram em um acordo. No contrato administrativo, só a Administração estipula as regras; não há convenção entre as partes. No contrato privado, se uma parte descumprir o trato, a outra pode invocar a exceptio non adimpleti contractus, ou seja, pode alegar que deixou de cumprir sua obrigação porque o outro contratante já havia feito isso. No contrato administrativo, o particular não pode invocar tal princípio– deve cumprir o contrato ainda que o Poder Público descumpra seu encargo, pois prioriza-se o interesse público em detrimento do particular. O particular pode rescindir o contrato privado unilateralmente, em razão do interesse que defende, que é próprio; não poderá fazê-lo quando o contrato for administrativo, por prevalecer o interesse da sociedade; deverá socorrer-se do Poder Judiciário para rescisão do contrato.

Os incs. do art. 58 da Lei n. 8.666/93 dispõem sobre as prerrogativas da Administração. São cláusulas exorbitantes que possuem a característica de unilateralidade, pois o Poder Público está em situação de superioridade ao particular. As principais são:

• alteração e rescisão unilateral do contrato;

• aplicação de penalidades contratuais;

• fiscalização da execução;

• ocupação provisória de bens, serviços e pessoal.

16.3 MEIOS DE FORMALIZAÇÃO

O contrato administrativo é formalizado por termo contratual, conforme disposto no art. 62 da Lei. Nada impede que, excepcionalmente, seja elaborado de forma diversa, que não a escrita.

16.3.1. Conteúdo

Conforme o art. 55 da Lei, as cláusulas essenciais a qualquer contrato administrativo são:

• Objeto e seus elementos característicos.

• Regime de execução ou a forma de fornecimento.

• Preço e condições de pagamento.

• Prazo inicial, execução, entrega. O prazo deve ser certo e determinado.

• O crédito pelo qual ocorrerá a despesa.

• As garantias oferecidas para assegurar a execução, quando exigidas.

• Os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas.

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• Os casos de rescisão.

• As condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso.

• A vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou não a exigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor.

• A legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos.

• A obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Quanto ao limite do contrato administrativo, o art. 57 da Lei n. 8.666/93 dispõe que “a duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários”, com exceções expostas em seus incisos:

• Aos projetos incluídos em planos plurianuais (que ultrapassem um ano), desde que previsto no ato convocatório.

• À execução de serviço de natureza contínua, cuja prorrogação limita-se a 60 meses. Tal prazo pode ser prorrogado, ainda, por mais 12 meses em caso de necessidade e mediante autorização – § 4.º do artigo em análise. Exemplo: serviço de segurança, limpeza, coleta de lixo.

• Para aluguel de equipamento de informática, em que o prazo pode estender-se em até 48 meses.

O art. 57, § 3.º, veda contrato com prazo de vigência indeterminado.

16.4 Execução dos Contratos Administrativos

Dispõe o art. 66 da Lei n. 8.666/93 que “o contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial”.

As cláusulas são imutáveis, pacta sunt servanda: o pacto deve ser cumprido conforme o avençado inicialmente. Poderão ocorrer, entretanto, situações que impeçam ou retardem a normal execução do contrato – teoria da imprevisão, provinda da cláusula rebus sic stantibus.

16.5 Encargos

Conforme dispõe o art. 71 da Lei, “o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato”. A Administração Pública não é solidariamente responsável por esses encargos, salvo no que concerne aos delitos previdenciários, conforme dispõe o § 2.º do art. 71.

16.5.1. Álea

a) Conceito

São os riscos que o particular enfrenta quando contrata com a Administração Pública.

b) Espécies

As áleas podem aparecer de duas formas:

• Ordinária: quando os riscos são os normais (previsíveis), decorrentes da execução de um contrato – não geram a revisão do contrato.

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• Extraordinária: em que os riscos e prejuízos decorrentes da execução do contrato são anormais (imprevisíveis) – geram a revisão do contrato para a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro.

16.6 Alteração

De acordo com o exposto, o contrato deve ser cumprido conforme estipulado, podendo ser alterado, no entanto, para conservação do seu equilíbrio inicial (da equação econômico-financeira, que é a relação de igualdade entre os encargos do contratado e a remuneração a que ele faz jus).

Exemplo: aumento da gasolina é álea extraordinária, que autoriza a alteração do contrato (porque gera o desequilíbrio), permitindo assim a aplicação da Teoria da Imprevisão.

16.6.1. Espécies

Conforme disposto no art. 65da Lei n. 8.666/93, a alteração poderá ser unilateral ou bilateral, mas sempre acompanhada de justificação, em respeito ao princípio da motivação.

A alteração unilateral vem prevista no art. 65, inc. I, da Lei n. 8.666/93, sendo cláusula exorbitante, fazendo-se necessário combiná-lo com o art. 58:

• Quando houver modificação do projeto para melhor adequação técnica aos seus objetivos – não se pode mudar o objeto sob pena de burlar a licitação. A manutenção do objeto é limite para alteração do contrato administrativo.

• Quando necessária a modificação do valor contratual, em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites previstos no § 1.º do próprio art. – 25% ou 50%.

O § 2.º do art. 65 estipula que nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites impostos no parágrafo que o antecede, porém traz uma exceção: as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes podem ultrapassar os parâmetros legais.

O inc. II do artigo em estudo estabelece as hipóteses de alteração dos contratos por acordo das partes:

• quando conveniente a substituição da garantia de execução;

• quando necessária a modificação do regime de execução;

• quando necessária a modificação da forma de pagamento;

• para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente.

16.7. Extinção

Extinção do contrato é a cessação do vínculo entre a Administração e o contratado. Poderá ocorrer de forma normal, pelo cumprimento integral de suas cláusulas ou término do prazo de duração, ou de forma anormal, pela anulação, que decorre de alguma nulidade no contrato, ou pela rescisão.

16.7.1. Rescisão

• Administrativa: promovida unilateralmente pelo Poder Público, por razões de interesse público ou por falta do contratado (art. 78 da Lei n. 8.666/93).

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• Consensual ou amigável: levada a efeito por acordo entre as partes, desde que haja conveniência para a Administração (art. 79 da Lei n. 8.666/93).

• Rescisão judicial: decretada pelo Judiciário por iniciativa do particular, art. 79, inc. III.

17. SÍNTESE DE LICITAÇÃO E CONTRATOS

Licitação

Dispõe o art. 14 da Lei n. 8.987/95, que toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação.

O seu art. 18 estabelece que o edital será elaborado pelo poder concedente, observada, no que couber, a Lei de Licitações.

Contratos

O art. 55 da Lei n. 8.666/93 dispõe sobre as cláusulas necessárias aos contratos administrativos; em paralelo, o art. 23 da Lei n. 8.987/95 traça as cláusulas específicas dos contratos de concessão. Entre essas cláusulas, as mais importantes são:

• Inciso I: diz respeito ao objeto, à área e ao prazo da concessão. Os contratos de concessão têm prazo certo e determinado, comumente maior do que o prazo para os contratos em geral – dependendo do volume de investimento que será feito no momento do ajuste.

• Inciso III: critérios definidores da qualidade do serviço. O art. 6.º desta lei define quais são as características de um serviço público adequado.

• Inciso IV: reajuste e revisões das tarifas.

• Inciso V: direitos e obrigações das partes. Na qualidade de titular do serviço, o poder concedente fiscaliza, impõe penalidades, homologa reajustes, pode intervir no serviço e extinguir unilateralmente o contrato (art. 29 da Lei n. 8.987/95). O concessionário tem seus direitos e obrigações previsto no art. 31 da mesma lei.

• Inciso IX: hipóteses de extinção, dispostas no art. 35 da lei em análise.

Responsabilidade

A responsabilidade pelos prejuízos causados durante a vigência do contrato será da concessionária ou permissionária; o art. 25 da Lei n. 8.987/95 dispõe que a responsabilidade é objetiva.

Se o dano for resultado da má-fiscalização do poder concedente, a responsabilidade será da concessionária ou permissionária, porque a omissão do concedente não exclui a responsabilidade daquela.

Subconcessão

É o instrumento pelo qual o concessionário, durante a execução do contrato, repassa parte de seu objeto para terceiros. A subconcessão está prevista no art. 26 da Lei n. 8.987/95. Para a transferência de parte do objeto do contrato de concessão para terceiros, deve-se observar os seguintes requisitos:

• previsão no contrato;

• autorização do poder concedente;

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• licitação na modalidade concorrência pública.

Sendo espécie de contrato administrativo, a subconcessão deve seguir as regras da contratação com o Poder Público. O subconcessionário mantém vínculo com o poder concedente.

Contratação de terceiros

Durante a execução de um contrato de concessão, o concessionário poderá celebrar contratos com terceiros, segundo dispõe os parágrafos do art. 25 da Lei n. 8.987/95, desde que não envolvam o objeto da concessão. O contrato com terceiros tem natureza de contrato privado (regido pelo Direito privado), estabelecendo vínculos somente entre o concessionário e o terceiro, não tendo o terceiro qualquer vínculo com o poder concedente.

Intervenção

A intervenção está autorizada no art. 32 da Lei n. 8.987/95. É a possibilidade de o Poder Público interferir no contrato administrativo – decorre do poder de fiscalização que possui sobre o ajuste. O objetivo é verificar se há qualquer tipo de irregularidade na execução dos contratos.

Ao final da intervenção, se o Poder Público nada apurar, o serviço é retomado pelo concessionário que faz jus a uma indenização pelos prejuízos que sofrer. Se a suspeita de irregularidade se confirmar, a intervenção pode levar à extinção do contrato.

O instrumento da intervenção é o decreto. O prazo para apuração das irregularidades é de 180 dias.

A intervenção não é forma de extinção do contrato de concessão, e sim apenas um instrumento que viabiliza sua extinção.

Formas de extinção

Aspectos Gerais

O art. 35 da Lei n. 8.987/95 elenca as formas de extinção dos contratos (rol exaustivo). As conseqüências encontram-se nos §§ 1.º e 2.º:

• assunção do serviço pelo poder concedente: o serviço que estava sendo executado pelo concessionário, e cuja titularidade pertence ao Poder Público, volta para esse (o serviço é retomado);

• reversão dos bens ligados à prestação do serviço: os bens que estavam sendo utilizados pelo concessionário para prestação do serviço público voltam ao patrimônio público.

Espécies de Extinção

a) Termo

É a forma de extinção dos contratos de concessão em decorrência do término do prazo inicialmente previsto. É a única forma de “extinção natural”.

b) Encampação

É a forma de extinção dos contratos de concessão durante a sua vigência por razões de interesse público. Tendo em vista que o concessionário não deu causa à extinção do contrato, terá direito ao pagamento prévio de uma indenização. É

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necessária a edição de lei específica que autorize a extinção do contrato por encampação. O Poder Judiciário pode fazer o controle de legalidade desse ato.

c) Caducidade

É a forma de extinção do contrato de concessão durante a sua vigência por força do descumprimento das obrigações pelo concessionário. As hipóteses que dão ensejo à aplicação da caducidade estão dispostas no art. 38, § 1.º, da Lei n. 8.987/95. Quando o concessionário descumpre suas obrigações, o poder concedente pode decretar a caducidade ou aplicar penalidades mais brandas, mantendo o contrato até o final. Antes de decretar a caducidade do ajuste, o Poder Público deverá comunicar ao concessionário a irregularidade e, se essa não for sanada, instaura-se processo administrativo, assegurando-se a ampla defesa. Não sendo sanada a irregularidade, declara-se a caducidade por decreto, independente de prévia indenização e edição de lei específica. O § 5.º do artigo em comento prevê indenização posterior, descontados os valores das multas contratuais e os danos causados pela concessionária.

d) Rescisão

É a forma de extinção do contrato de concessão durante a sua vigência pelo descumprimento, ou inexecução do contrato, das obrigações pelo poder concedente. Nesse caso a iniciativa será da concessionária mediante ação judicial. Entretanto, enquanto não sobrevier sentença com trânsito em julgado, a concessionária deve manter a execução dos serviços.

e) Anulação

É a forma de extinção dos contratos de concessão durante a sua vigência por razões de nulidades. Seus efeitos são ex tunc (retroagem a sua origem). Incidem as Súmulas n. 346 e n. 473, ambas do Supremo Tribunal Federal.

f) Falência

É a forma de extinção dos contratos de concessão durante a sua vigência, considerando-se a falta de condições financeiras do concessionário para continuar cumprindo o contrato.

Autorização

É um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público transfere por delegação a execução de um serviço público para terceiros. O ato é precário porque não tem prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a qualquer momento.

O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o grau de precariedade. A autorização de serviço público tem precariedade acentuada e não está disciplinada na Lei n. 8.987/95. É aplicada para execução de serviço público emergencial ou transitório (serviços de táxi, de despachantes, de guarda particular em estabelecimentos, de pavimentação de ruas pela própria população etc.).

Considerações doutrinárias

A execução de um serviço público pode ser centralizada, feita pelo Poder Público, ou descentralizada, transferida para terceiros, por:

• Concessão: é a delegação da execução de um serviço por contrato, com prazo certo e determinado. Não é precária.

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• Permissão: é a delegação da execução do serviço público por ato discricionário e precário. Há, entretanto, divergência com relação a sua natureza. Alguns autores defendem que a permissão ocorre por contrato e não é precária – igualando-se à concessão.

• Autorização: ato administrativo de precariedade acentuada.

Permissão Imprópria ou Qualificada

É aquela que tem prazo certo e determinado, feita por contrato e sem caráter de precariedade – contestada pelos doutrinadores que não admitem a permissão de serviço público como contrato.

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TOMO I

TESTE SEUS CONHECIMENTOS

Concursos diversos - Questões de licitação

01. Um prefeito, iniciando seu mandato, decidiu revogar uma licitação que havia sido vencida por uma empresa que apoiara um candidato de outro partido político, e que se encontrava em fase de adjudicação. Pode o novo prefeito fazer isso? a) Não, porque isso seria sempre considerado desvio de poder. b) Não, porque a licitação já se encontrava em fase de adjudicação. c) Sim, desde que comprove ilegalidade no procedimento da licitação. d) Sim, desde que haja fatos supervenientes que comprovem que a contratação objeto da licitação não é conveniente nem oportuna. 02. Serão necessariamente precedidos de licitação, quando contratados com terceiros, as obras, serviços, compras e alienações, no âmbito da administração pública, salvo as hipóteses de: a) Concurso. b) Leilão. c) Dispensabilidade de convite. d) Dispensabilidade, de inexigibilidade e de vedação. 03. Admita, por hipótese, que o Estado do Espírito Santo pretende realizar licitação com o objetivo de selecionar uma pessoa jurídica para fazer o estudo de impacto ambiental (EIA) de uma ferrovia que o Estado pretende construir entre Vitória - ES e ltapemirim - ES. Nessa situação, a) seria lícito realizar a referida licitação na modalidade pregão do tipo "técnica e preço". b) seria vedado realizar a referida licitação na modalidade tomada de preços, independentemente do valor estimado da contratação. c) seria lícito realizar licitação do tipo "melhor técnica". d) a realização do referido EIA é facultativa porque, dada a presunção de legitimidade dos atos administrativos, os entes federativos são dispensados da obrigação de realizar esse tipo de estudo, mesmo em caso de obras potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente. 04. Município realizou procedimento de Pregão (presencial) para contratar fornecimento de bens comuns. Não tendo a licitante sagrada vencedora celebrado o contrato, pode o Município contratar a licitante classificada em segundo lugar? a) Sim, desde que ela venha a ser devidamente habilitada. b) Sim, desde que a segunda classificada concorde com o preço apresentado na proposta da licitante classificada em primeiro lugar. c) Não, a não ser que se trate da modalidade de concorrência. d) Sim, após reabrir prazo para apresentação de novos lances para todas as

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licitantes classificadas. 05. São tipos de licitação: a) Menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta. b) Concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão. c) Execução direta, execução indireta, tarefa e empreitada integral. d) Empreitada por preço global e empreitada por preço unitário. 06. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, a) sempre por meio de licitação, a prestação de serviços públicos. b) sem necessidade de procedimento licitatório, a prestação de serviços públicos. c) sempre por meio de licitação, a utilização da propriedade privada, por necessidade de interesse público, para a prestação de serviços públicos. d) sempre por meio de procedimento administrativo disciplinar, para a prestação de serviços públicos. 07. Analise as afirmativas abaixo: I - Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. II - Segundo a Lei Licitatória, ocorre inexigibilidade de licitação para a contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido. III - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três), pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório, e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. Assinale a alternativa CORRETA. a) As afirmativas I e II estão corretas. b) As afirmativas I e III estão corretas. c) As afirmativas II e III estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. 08. Um Estado iniciou processo licitatório sem respaldo orçamentário, tendo celebrado o contrato com a empresa licitante vencedora. O Tribunal de Contas da União, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, determinou ao Chefe do Executivo que anulasse o contrato e a licitação prévia. A empresa contratada deveria ser ouvida antes da decisão do Tribunal de Contas? a) Não, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga o ente público, não o

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particular. b) Sim, como corolário da garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório. c) Sim, desde que a empresa, na qualidade de administrado, represente ao Tribunal. d) Não, porque contratos administrativos sem respaldo orçamentário constituem crime de responsabilidade fiscal. 09. É caso de inexigibilidade de licitação: a) Contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento em conseqüência de rescisão contratual. b) Contratação de serviço técnico de natureza singular. c) Contratação nos casos de emergência ou de calamidade pública. d) Contratação de valor inferior a determinado limite legalmente estabelecido. 10. A locação de imóvel, para nele funcionar determinado serviço público, será uma modalidade de contratação que: a) depende de prévia licitação, em qualquer caso. b) pode dispensar a licitação, nos casos previstos em lei. c) não exige a licitação, nos casos previstos em lei. d) prescinde de licitação em qualquer caso. 11. Após regular procedimento licitatório e celebrado o contrato, poderá ser alterado o objeto de contrato de prestação de serviços de limpeza, para serviço de vigilância, no caso de a contratada ser empresa especializada também em vigilância e o poder público alegar que o interesse público exige a alteração? a) Sim, porque se trata de ato discricionário. b) Sim, pelo poder da administração de alteração unilateral dos contratos. c) Não, porque se trata de serviço técnico especializado. d) Não, pelo princípio da vinculação ao edital de licitação. 12. Em um Pregão realizado pela União para a aquisição de impressoras para computadores, a licitante que, nos lances, deu o segundo menor preço foi contratada, apesar de haver uma licitante que teria dado um preço menor. Este procedimento: a) não está correto, porque esta modalidade necessariamente determina a contratação por menor preço. b) está correto, desde que a licitante com o menor preço venha a ser inabilitada. c) está correto, porque esta modalidade é para aquisição de bens e serviços comuns, e como se trata de aquisição de bens não comuns, não se aplica o critério de julgamento do menor preço. d) não está correto, porque a desclassificação da proposta de preço só pode ocorrer entre licitantes já devidamente habilitadas. 13. Em licitação, em que todos os licitantes têm suas propostas técnicas desclassificadas, o ente licitador:

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a) Pode revogar a licitação, considerando-a deserta. b) Pode fixar prazo para que os proponentes reapresentem suas propostas escoimadas dos motivos que ensejaram a desclassificação. c) Não pode anular a licitação, ainda que os vícios das propostas sejam decorrentes de erros insertos no edital. d) Não pode permitir o conserto das propostas, sob pena de ferir o princípio do sigilo delas. 14. O princípio da licitação, contido no art. 41 da Lei Federal de Licitações n. 8.666/1993 e suas alterações posteriores, que sujeita ao edital tanto os licitantes como a própria administração que o elaborou, é denominado princípio da: a) probidade administrativa. b) impessoalidade. c) igualdade dos licitantes. d) vinculação ao instrumento convocatório. 15. Assinale a alternativa correta. De acordo com a Constituição Federal, a administração está obrigada a praticar licitação: a) Somente para realização de obras e serviços contratados por empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica. b) Para a realização de obras, serviços e alienações, bem assim, para concessão e permissão de serviços públicos. c) Somente para a realização de obras, serviços e alienações, bem como para a concessão de serviços públicos. d) Somente para a realização de obras, serviços e alienações. 16. Assinale a alternativa incorreta: a) Na concorrência, a administração acha-se vinculada ao edital. b) Na tomada de preços, o licitante decairá do direito de impugnar o edital, se o não fizer até cinco dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação. c) A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes. d) A lei admite o tipo de licitação denominado "técnica e preço". 17. O convite e o pregão constituem modalidades de licitação que dispensam, respectivamente, a) a habilitação e o edital. b) o edital e a comissão de julgamento. c) a adjudicação e a habilitação. d) a convocação e a habilitação. 18. Homologado o resultado da licitação: a) A administração não pode deixar de realizar o contrato com o licitante vencedor. b) A administração pode revogar contrato que tenha sido celebrado sem

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obediência da ordem de classificação da licitação; c) A administração pode anular a licitação desde que haja interesse público. d) A administração pode deixar de realizar o contrato havendo interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, caso em que pode revogar a licitação.

Gabarito: 01. D 02. D 03. C 04. A 05. A 06. A 07. B 08. B 09. B 10. B 11. D 12. B 13. B 14. D 15. B 16. B 17. B 18. D

TOMO II Simulado sobre licitação Questões de concurso

01)(ADV. UNIÃO/94) Constitui situação de inexigibilidade de licitação, nos termos da Lei 8.666/93, a) quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional. b) a aquisição ou restauração de obras de arte. c) a contratação de serviços técnicos especializados de notória especialização. d) quando não acudirem interessados à licitação anterior. e) quando as propostas apresentadas em licitação anterior consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado. (02) ADV. UNIÃO/94) 0 regime jurídico próprio dos contratos administrativos, instituído pela Lei 8.666/93, confere à Administração Pública, em relação a eles, a prerrogativa de poder, unilateralmente, a) ocupar os bens móveis e imóveis do contratado, vinculados ao objeto da contratação, no caso de rescisão do contrato para obras, fornecimentos ou serviços em geral. b) substituir a garantia da sua execução.

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c) modificar suas cláusulas, para melhor adequação às finalidades de interesse público, sem necessidade de respeitar os direitos do contratado. d) alterar as cláusulas econômico-financeiras e cambiais. e) rescindi-los, no caso de decretação da falência do contratado. (03) ADV. UNIÃO/94) 0 prazo mínimo de antecedência, para a publicação dos editais, em relação à data do recebimento das propostas, nos casos de concorrência destinada a obras, sob o regime de empreitada integral, é de a) 30 dias. b) 45 dias. c) 60 dias. d) 15 dias. e) 20 dias. 04) (ADV. UNIÃO/94) Para a alienação de bens imóveis públicos, é dispensada a licitação no caso de a) bens havidos por doação. b) bens havidos por permuta. c) bens de uso especial. d) investidura de bem desapropriado. e) bens de uso dominial. (05) MPF/12º- CONCURSO) As normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades a) são da competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal, e obrigam a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas respectivas esferas de governo, e empresas sob seu controle. b) são da competência legislativa privativa da União, e obrigam a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle. c) são da competência legislativa comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e obrigam a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas respectivas esferas de governo, e empresas sob seu controle. d) Nenhuma das opção é correta. 06) (MPF/12º- CONCURSO) No processo de licitação, a exclusividade do fornecimento do bem necessário e a notória especialização são hipóteses de: a) inexigibilidade. b) inexigibilidade ou dispensa. c) dispensa. d) Nenhuma das opções é correta. 07) (PR/97-G I) Em relação ao procedimento licitatório, pode-se afirmar que I. ele pode ser anulado por interesse público ou revogado por motivo de ilegalidade.

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II. no caso de empate entre licitantes é possível considerar vantagens contidas nas propostas mas não previstas pelo Edital para a declaração do vencedor; III. leilão é a modalidade de licitação utilizável para a venda de bens móveis, e de bens imóveis, estes últimos apenas quando adquiridos mediante procedimento judicial ou por dação em pagamento. Analisando as afirmativas acima, verifica-se que: a) todas estão erradas. b) apenas a I está correta. c) apenas a II está correta. d) apenas a III está correta. 08) (MPU/93) Em face da legislação vigente, a modalidade de licitação, própria para a contratação de obras de grande vulto e de elevado custo, bem como para a compra de bens imóveis, é a: a) concorrência. b) tomada de preços. c) carta convite. d) concurso. e) leilão. 09) (AFC/92) Havendo inviabilidade de competição, o caso é de: a) dispensa de licitação. b) inexigibilidade de licitação. c) licitação deserta. d) licitação vedada. e) execução direta. 10) (AFTN / 94) A modalidade de licitação apropriada para contratar serviços profissionais, cujo critério de julgamento consiste na avaliação do trabalho técnico ou artístico, de criação ou desenvolvimento intelectual, pago mediante prêmio, é o(a): a) convite. b) tomada de preço. c) concorrência. d) concurso. e) leilão. 11) (AFTN/96) Na licitação, entende-se o ato de adjudicação como o(a) a) julgamento das propostas na modalidade concorrência. b) reconhecimento da hipótese de inexigibilidade da licitação. c) ato formal, pela autoridade superior, de reconhecimento da licitude da concorrência. d) entrega, simbólica, do objeto licitado ao vencedor do procedimento. e) reconhecimento da adequação do licitante aos termos do edital. 12) (AFTN/96) Quanto à dispensa e inexigibilidade de licitação é correto afirmar: a) A enumeração legislativa das hipótese de inexigibilidade é exaustiva.

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b) Singularidade do serviço é requisito essencial para o reconhecimento da situação de inexigibilidade por notória especialização. c) Licitação deserta entende-se como aquela na qual os licitantes apresentam propostas com preços abaixo do mercado. d) É possível a inexígibilidade de licitação em serviços de publicidade. e) As hipóteses de dispensa de licitação têm caráter vinculado para administração. 13) (FISCAL INSS/97) No que tange às licitações promovidas pelo poder público, julgue os itens seguintes. 1) ( ) 0 propósito de uma licitação é selecionar as melhores propostas para a Administração Pública e não somente uma delas; por isso, o resultado da licitação não vincula, o administrador, que pode,justificadamente, recusar a proposta mais vantajosa e eleger outra. 2) ( ) Os atos do procedimento da licitação são públicos e acessíveis ao público, mantendo-se sigiloso apenas o conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 3) ( ) Embora a formalidade seja característica do ato administrativo, a licitação pode excepcionalmente,e apenas em algumas etapas, prescindir deste atributo. 4) ( ) Quando há inviabilidade de competição, a licitação é inexigível. 5) ( ) A licitação é procedimento obrigatório para a administração pública direta e indireta, não sendo necessária para a fundacional, em virtude da sua índole privada. 14) (AFR-SP/97) Em licitação, sob a modalidade Tomada de Preços, acudiram três empresas. Houve empate entre duas propostas, sendo que uma das empresas é constituída sob as leis brasileiras. Nesse caso, a Administração deverá a) negociar com as duas empatadas. b) promover sorteio público. c) dividir o objeto em partes iguais. d) pedir novas propostas a todos. e) dar preferência à empresa brasileira. 15) A Administração Pública, desejando adquirir determinado produto, solicitou por escrito a três fornecedores que fizessem proposta, ficando determinado que seria escolhida a de menor preço. Qual a modalidade de licitação de que se trata: a) Concorrência. b) Tomada de preço. c) Convite. d) Leilão. 16) Pretendendo alienar mercadorias apreendidas de contrabandistas, a Administração poderá lançar mão de que modalidade de licitação: a) Concorrência. b) Tomada de preço, se o valor não exigir concorrência. c) Convite, observada a faixa de preço. d) Concurso. e) Leilão. 17) (Procurador-INSS/98) Julgue os itens seguintes, acerca de dispensa, inexigibilidade

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e modalidades de licitação. 1) ( ) Obras, compras e serviços podem ser contratados pela Administração Pública sob diferentes modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços ou convite. Quando, porém, em face do valor estimado da contratação, o objeto licitado for enquadrável em uma dessas modalidades, a administração não poderá realizar a licitação por meio de qualquer uma das outras. 2) ( ) Caso as circunstâncias o justifiquem, o administrador público poderá dispensar a realização de licitação, qualquer que seja o valor da contratação, quando não se apresentarem interessados na licitação anterior. 3) ( ) Se o contratado não concluir a obra licitada, ocasionando a rescisão do contrato, será inexigível a realização de licitação para contratação do remanescente da respectiva obra. 4) ( ) É licita a combinação de diferentes modalidades de licitação, desde que o objeto licitado seja adequadamente dividido e, conseqüentemente, sejam observados os limites de valor de cada modalidade. 5) ( ) As modalidades de licitação são previstas em lei de forma taxativa, de maneira que o administrador não pode, em hipótese alguma, criar uma nova forma de licitação pública. 18) (Procurador-INSS/98) Julgue os itens que se seguem, relativos ao procedimento e às fases da licitação. 1) ( ) 0 licitante decairá do direito de impugnar os termos do edital se não propuser a respectiva ação judicial até o segundo dia útil que anteceder à abertura dos envelopes de habilitação. Consumada a decadência, o licitante só poderá questionar em juízo irregularidades eventualmente havidas em fases posteriores à publicação do edital. 2) ( ) Para a habilitação nas licitações, é lícito exigirem-se dos interessados, exclusivamente, documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira e regularidade fiscal. 3) ( ) A lei admite que a administração desclassifique concorrentes por motivo relacionado à habilitação,mesmo após a abertura das propostas dos licitantes, mas somente em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. 4) ( ) A Administração Pública pode, discricionariamente, deliberar que a escolha da proposta vencedora para a construção de um edifício seja feita pelo critério melhor preço, melhor técnica ou técnica e preço. 5) ( ) A par de implementar os princípios da isonomia e da moralidade administrativa, o instituto da licitação objetiva viabilizar ao gestor alcançar o melhor contrato possível para a Administração Pública. Assim, em uma concorrência do tipo menor preço, estando definida a habilitação e a qualificação dos interessados, à administração é indiferente o fato de a melhor proposta apresentar preços meramente simbólicos. À Administração Pública não cabe gerir os interesses de particulares. 19) (AFTN/98) As contratações de compras e obras no serviço público dependem de prévia licitação, exceto no caso de a) publicidade. b) inexigibilidade. c) informática. d) alimentos. e) importações.

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20) (PFN-GI/98) 0 último ato do procedimento licitatório, pelo qual se atribui ao vencedor o objeto licitado,denomina-se a) homologação. b) julgamento. c) habilitação. d) adjudicação. e) contratação. 21) (ESAF/TRF/2000) Para a alienação por venda de bens imóveis da Administração Pública, de acordo com as normas pertinentes estabelecidas na legislação que rege a matéria (Lei Nº 8666/93), a modalidade de licitação cabível é a) concorrência ou tomada de preços. b) concorrência ou leilão. c) tomada de preços em qualquer caso. d) tomada de preços ou leilão. e) tomada de preços ou convite. 22) (ESAF/AFC/STN/2000) A modalidade do pregão, recentemente inserida no âmbito do procedimento licitatório, tem as seguintes características, exceto: a) exigência de garantia de proposta pelos licitantes. b) a disputa ocorre por meio de propostas e lances em sessão pública. c) inversão de fases, ocorrendo a habilitação a posteriori. d) maior celeridade de suas fases. e) possibilidade de negociação do preço com o licitante vencedor. 23) (ESAF/TCU/2000) 0 contrato de gestão, a ser firmado entre o Poder Público e órgãos ou entidades da Administração Pública, pode ter, nos termos da lei, os seguintes objetos, exceto: a) critérios de remuneração de pessoal. b) obrigações e responsabilidades dos dirigentes. c) ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira. d) dispensa de observância de procedimento licitatório para as contratações. e) critérios de avaliação de desempenho. 24) (ESAF/TCU/2000) A etapa preliminar da pré-qualificação é possível na seguinte modalidade licitatória: a) concorrência. b) carta-convite. c) tomada de preços. d) leilão. e) concurso. 25) (ESAF/TCU/2000) A alienação de bem imóvel federal exige as seguintes etapas, exceto: a) prévia avaliação.

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b) apresentação de projeto de uso do imóvel. c) licitação. d) autorização legislativa. e) demonstração de interesse público. 26) (ESAF/AFRF/2001) Para se dar a revogação do procedimento licitatório, deve haver a) vício no edital. b) recurso provido de licitante. c) fato superveniente e motivação. d) conveniência do Poder Público. e) ilegalidade em qualquer fase do procedimento. 27) (ESAF/MPOG/2001) 0 tipo de licitação de maior lance ou oferta, visto na Lei no 8.666/93, ocorre na: a) aquisição de bens e serviços de informática. b) construção de obras públicas. c) concessão de direito real de uso. d) aquisição de material permanente. e) contratação de serviços técnicos especializados. 28) (ESAF/MPOG/2001) Tratando-se de empresas em consórcio no procedimento de licitação, não é correto afirmar: a) deve ser apresentada, na fase de habilitação, comprovação do compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados. b) existe responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na licitação quanto na execução contratual. c) a empresa consorciada pode, na mesma licitação, participar isoladamente do certame. d) deve haver a indicação da empresa responsável pelo consórcio, que atenderá às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital. e) deve haver apresentação dos documentos exigidos para regularidade fiscal por cada consorciado. 29) (Prom. de Just. Adjunto/MP/DF/99) Não constitui um dos princípios que regem a licitação, qualquer que seja a sua modalidade, a a) publicidade de seus atos. b) vinculação ao edital. c) publicidade na apresentação das propostas. d) igualdade entre os licitantes. 30) (UnB/Analista Jud./TJDF/97) As condutas tipificadas como crimes na Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei Nº 8.666, de 21 de junho de 1993) não incluem a) deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade de licitação.

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b) fraudar licitação instaurada para aquisição de bens ou mercadorias, em prejuízo da administração, elevando preços arbitrariamente. c) frustrar, mediante qualquer expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. d) apresentar proposta que não atenda aos requisitos do ato de convocação. e) dificultar injustamente a inscrição de interessado nos registros cadastrais. 31) (Juiz Subst./MG/2000) Os contratos administrativos estão, via de regra, sujeitos à realização prévia da licitação que a) é um procedimento administrativo especial, composto de fases sucessivas e vinculado à lei e ao edital e obrigatório para os Poderes Executivo e Legislativo. b) pode ser dispensada pelo Prefeito Municipal, em face do interesse público e nas hipóteses de convite e leilão. c) abrange, entre suas modalidades, o concurso, como forma de selecionar-se trabalho técnico ou artístico, e o leilão, como meio próprio para alienação de bens. d) tem na concorrência e na tomada de preços suas espécies, respectivamente mais complexa e mais simples, ambas sujeitas às regras do edital ou da carta-convite. e) submete-se, em cada caso de inexigibilidade ou dispensa, à deliberação prévia da Câmara Municipal. 32) (FUMARC/TCE-MG/Redator/98) No que se refere à licitação, assinale a afirmativa incorreta: a) A licitação é um procedimento integrado por atos e fatos da Administração e atos e fatos do licitante, todos contribuindo para formar a vontade contratual. b) Pela licitação, a Administração abre a todos os interessados que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de apresentação de proposta. c) Quando a Administração convida os interessados pela forma de convocação prevista na lei (edital ou carta-convite), nesse ato convocatório vêm contidas as condições básicas para participar da licitação, bem como as normas a serem observadas no contrato que se tem em vista celebrar. d) 0 atendimento à convocação implica a aceitação dessas condições por parte dos interessados, razão por que se diz que o edital é a lei da licitação e, em conseqüência, a lei do contrato. e) A Administração pode alterar as condições estabelecidas no edital, em face de razão de estado ou conveniência para o interesse público. 33) (FUMARC/TCE-MG/Téc. Documentação/98) Não contém princípio a ser observado nas licitações: a)julgamento subjetivo. b) legalidade. c) lgualdade. d) impessoalidade. e) vinculação ao instrumento convocatório. 34) (OAB/SP/08/98) Para um Município contratar um parecer jurídico de um advogado, deverá a) realizar concurso público. b) realizar sempre procedimento de licitação.

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c) dispensar procedimento licitatório, desde que o advogado já tenha sido contratado anteriormente para serviço de igual natureza. d) tratar-se, o parecer, de um trabalho singular e ser o advogado um profissional de notória especialização. 35) (OAB/RJ/Março/99) Deverão ser particularizadas em estatuto jurídico próprio as normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, aplicáveis a) aos órgãos da administração direta. b) às fundações públicas. c) às empresas públicas. d) as autarquias. 36) (Escrevente/Tupã/SP) Analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta: I - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. II - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. III- As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão sempre pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, assegurado ao poder público o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. a) Apenas o item I está correto. b) Apenas o item H está correto. c) Apenas o item III está correto. d) Apenas os itens I e II estão corretos. e) Apenas os itens I e III estão corretos. 37) (Fiscal/MS/2000) Considere as seguintes afirmativas: I - Estão obrigadas a licitar as entidades da Administração Pública direta e indireta. II - A aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, bem como a contratação de artistas são hipóteses do procedimento licitatório. III - Sobre licitação, cabe à União fixar as normas gerais, podendo cada entidade política (União, Estado Membro, Distrito Federal, Município) legislar sobre licitação, complementando, assim, as normas gerais editadas pela União. Assinale: a) Se apenas I e II forem verdadeiras. b) Se apenas I e III forem verdadeiras. c) Se apenas II e III forem verdadeiras. d) Se I, II, e III (todas) forem verdadeiras.

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38) (Fiscal-INSS/98) Suponha que tenha sido realizada licitação pelo INSS para a construção de cem metros quadrados de calçadas para pedestres, conforme especificações constantes no edital. Julgadas as propostas, a licitação foi encaminhada à autoridade competente, que a homologou. Não sendo o objeto da licitação adjudicado, a empresa vencedora apresentou pedido de reconsideração em que alegou ter direito adquirido à celebração do contrato. Tendo sido este pedido aceito, a autoridade competente, antes de assinar o contrato, nele fez incluir cláusula em que impôs ao contratado a obrigação de apresentar garantia sob a modalidade de fiança bancária. Durante a execução do contrato, o INSS, julgando necessário construir dez metros quadrados adicionais de calçadas, fez novamente incluir, unilateralmente, essa alteração no contrato. Em face dessa situação, julgue os itens abaixo. 1) ( ) Foi correta a atitude da comissão de licitação ao encaminhar o processo licitação à autoridade competente, pois a esta cabe adjudicar o objeto da licitação. 2) ( ) Tendo sido realizada a licitação, o INSS estaria obrigado a celebrar o contrato licitado com a empresa vencedora. 3) ( ) A atitude do INSS de exigir a apresentação de garantia pela empresa contratada é lícita, ainda que essa previsão não constasse no edital. 4) ( ) A empresa contratada está obrigada a aceitar a alteração do contrato relativo ao aumento, do objeto do contrato. 5) ( ) Em face da situação descrita, é correto concluir que se trata de contrato de concessão de obra pública. 39) (Fiscal-INSS/98) Acerca da obrigatoriedade e das modalidades de licitação, julgue os itens que se seguem. 1) ( ) A tomada de preços é modalidade de licitação em que somente poderão participar oferecendo propostas as pessoas cadastradas no órgão ou entidade licitante antes da publicação do edital. 2) ( ) Ainda que não tenha sido convidada, a empresa previamente cadastrada poderá apresentar proposta na licitação, sob a modalidade convite. 3) ( ) A existência de uma primeira fase de habilitação preliminar é uma das características da concorrência pública. 4) ( ) Em face de situação de emergência ou de calamidade pública, a licitação é dispensável. 5) ( ) Caracteriza situação de inexigibilidade de licitação a existência de fornecedor exclusivo do produto ou serviço. 40) (PFN-GI/98) 0 último ato do procedimento licitatório, pelo qual se atribui ao vencedor o objeto licitado,denomina-se a) homologação. b) julgamento. c) habilitação. d) adjudicação. e) contratação. 41) (MPU/99-Nível Técnico) Acerca dos princípios e subprincípios norteados da licitação, assinale a opção incorreta.

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a) 0 princípio da impessoalidade exige que o julgamento sobre o caráter vantajoso da proposta seja apurado segundo critérios objetivos. b) 0 princípio da moralidade vincula tanto o administrador quanto os licitantes, exigindo-lhes conduta honesta e proba. c) 0 princípio da adjudicação compulsória visa assegurar o direito do vencedor à contratação imediata, impedindo que a administração revogue a licitação ou adie o contrato por tempo indeterminado. d) 0 princípio da economicidade deve ser considerado pelo administrador, que não o poderá invocar como justificativa à contratação direta quando a disputa mostrar-se desvantajosa economicamente para a administração. e) 0 princípio do procedimento formal não se confunde com o mero formalismo, posto que a nulidade dos atos do procedimento está condicionada à efetiva prova de prejuízo para as partes envolvidas. 42) (MPU/99-Nível Técnico) Quanto à utilização da licitação e às modalidades de licitar, a Administração a) pode promover a contratação direta, mediante as seguintes justificativas: ter realizado a licitação e não terem surgido interessados e a renovação do procedimento redundar em prejuízos. b) está obrigada a promover a concorrência, mediante licitação internacional, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no país. c) pode realizar tomada de preços para venda de imóveis de baixo valor de mercado. d) não pode utilizar a concorrência quando seja hipótese de tomada de preços, tampouco esta, quando o valor do objeto comporte o convite. e) é obrigada a realizar leilão no caso de venda de bens móveis inservíveis, mantido o sigilo quanto ao conteúdo das propostas. 43) Marque a segunda coluna de acordo com a primeira. 1 - Dispensa da Licitação 2 - Inexigibilidade da Licitação ( ) Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento. ( ) Para a compra de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo a avaliação prévia. ( ) Para a contratação de serviços técnicos, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização. ( ) Na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. ( ) Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. ( ) Para aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão

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ou entidade. ( ) Na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da lei específica. ( ) Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. ( ) Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia. ( ) Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas. 44) Julgue os itens abaixo: 1) ( ) 0 prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de trinta dias para o concurso. 2) ( ) 0 prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de trinta dias para a concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral. 3) ( ) 0 prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de quarenta e cinco dias para a concorrência, quando a licitação for do tipo melhor técnica. 4) ( ) 0 prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de trinta dias para a tomada de preço, em todos os casos. 5) ( ) 0 prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de dez dias para o convite. 45) É obrigada a realizar licitação a) a Sociedade de Economia Mista. b) a Empresa Pública. c) as Autarquias. d) as Fundações de Direito Público. e) Todas as respostas anteriores estão corretas. 46) "0 julgamento das propostas há de ser feito de acordo com os critérios fixados no edital". Esta expressão configura o princípio a) do sigilo das propostas. b) da adjudicação compulsória. c) do julgamento objetivo. d) da igualdade entre os licitantes. e) da impessoalidade. 47) 0 Estado realizou licitação para e execução de obra pública. Classificadas as propostas, após decididos todos os recursos cabíveis, a Comissão de licitação decidiu adjudicar o objeto da concorrência ao licitante que teve sua proposta classificada em

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segundo lugar, quanto ao preço, alegando que o licitante vencedor não tinha idoneidade técnica para realizar a obra. Pode-se considerar esta decisão como a) errada, porque, ultrapassada a fase de habilitação, torna-se impossível a Administração examinar a idoneidade dos proponentes. b) certa, porque é facultado à Administração preterir a proposta de melhor preço, quando provar a idoneidade do proponente. c) certa, porque a Administração tem liberdade para escolher a proposta que melhor atenda ao interesse público. d) errada, porque a adjudicação sempre deve ser feita ao proponente que oferecer o menor preço. e) certa, porque a falta de idoneidade técnica desclassifica o licitante. 48) Constitui inexigibilidade de licitação, nos termos da Lei 8.666/93 a) quando não acudirem interessados à licitação anterior. b) quando as propostas apresentadas em licitação anterior consignarem preços manifestadamente superiores aos praticados no mercado. c) quando houver possibilidade de comprometimento de segurança nacional. d) a aquisição ou restauração de obras de arte. e) a contratação de serviços técnicos especializados de notória especialização. 49) Analise a veracidade das frases: I. No caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação, o conteúdo do contrato deve ater-se ao despacho que autorizou sua realização e à proposta escolhida, devendo, ainda, mencionar o número do processo que a autorizou. II. Compete ao contrato executar pessoalmente o objeto do contrato, sem transferência de responsabilidade ou subcontratações não autorizadas pela Administração. III. Compete a Administração Pública de forma discricionária decidir pela inexigibilidade ou dispensa da licitação. Está(ão) correta(s): a) Todas b) Nenhuma. c) I e II. d) II e III. e) I e III. 50) Licitante preterido em concorrência pública, sem recorrer às vias administrativas, pleiteia a anulação do ato pelo Poder Judiciário, alegando não ter sido o julgamento realizado com os dispositivos prescritos no edital. No caso a) o Judiciário pode apreciar a pretensão do autor, e, caso fiquem provados os fatos alegados, adjudicará o objeto da licitação ao autor. b) o Poder Judiciário não pode anular a concorrência porque seu julgamento deve ser em favor da proposta mais vantajosa para a Administração e esse é um julgamento de mérito, que o Judiciário não pode modificar. c) o Judiciário deverá julgar o autor carecedor de ação, por não ter ele esgotado as vias administrativas. d) o Judiciário poderá anular a concorrência, se o autor provar os fatos alegados, já

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que o julgamento da licitação é ato vinculado aos critérios do edital. 51) (OAB/SP/dez.96) A respeito das diversas modalidades de licitação previstas em lei, podemos afirmar que a) com relação às relações jurídicas de maior vulto, não resta dúvida de que a tomada de preços é precipuamente a modalidade licitatória mais adequada. b) a concorrência, em termos de acessibilidade, é muito mais ampla que a tomada de preços, que sempre pressupõe a existência de um prévio cadastramento. c) na concorrência, na tomada de preços e no convite há sempre necessidade de publicação de edital na imprensa, para que se permita a ampla divulgação e publicidade do certame. d) o mandado de segurança não é via hábil para que sejam salvaguardados os direitos postulados por um licitante. 52) Para a divulgação de edital, na concorrência, é obrigatória a publicação a) da integridade do seu texto. b) do seu aviso resumido, noticiando a abertura da licitação, através da imprensa oficial e particular. c) do seu texto integral em lugar público da repartição, com o envio concomitante à Associação Comercial. d) apenas do seu aviso resumido pelo Diário do Comércio e da Indústria, durante 30 (trinta) dias. 53) Em licitação, a proposta não a) obriga o proponente, quanto a seus termos. b) é oferta de contrato. c) vincula a Administração a contratar. d) indica o modo de realização e preço, para execução de seu objetivo. 54) (TRT-9ª R.-A.J./99) A modalidade de concorrência na licitação pública é aquela entre: a) interessados previamente cadastrados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a remuneração de vencedores, conforme critérios constantes do edital. b) quaisquer interessados para escolha de trabalho arquitetônico, mediante instituição de prêmios aos vencedores que apresentarem toda documentação em consonância com Resoluções do Tribunal de Contas. c) interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do edital. d) quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. e) quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para alienação de bens imóveis pertencentes ao poder público. 55) (TRT-9ª R.-A.J./99) A licitação pública realizada dentre interessados para a escolha de trabalho artístico mediante a instituição de prêmio para seu vencedor corresponde à

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modalidade: a) concorrência. b) tomada de preços. c) convite. d) concurso. e) leilão. 56) (Promotor de Justiça/GO-96) Marque a alternativa errada. a) A inexigibilidade da licitação é caracterizada pela inviabilidade de competição. b) São modalidades de licitação a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão. c) Concorrência é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. d) 0 procedimento licitatório não é sigiloso, sendo públicos e acessíveis todos os atos, exceto quanto ao conteúdo das propostas até a sua respectiva abertura. 57) (Procurador da República-96) Quanto às licitações públicas, é correta a resposta: a) A prestação de serviços públicos por meio de permissão depende de prévia licitação. b) A concorrência, a tomada de preços e o convite são as únicas modalidades de licitação. c) Finda a licitação, a Administração Pública é sempre obrigada a contratar. d) As sociedades de economia mista não estão sujeitas à obrigatoriedade de licitar. 58) (Juiz de Direito/SP-93) A ocorrência de guerra ou de grave perturbação da ordem são situações que tomam a licitação a) previamente dispensada ex vi legis. b) mesmo assim obrigatória. c) dispensável ao alvedrio do administrador público. d) dispensável para os contratos relacionados com tais eventos. 59) (Juiz de Direito/RS-94) Qual a modalidade de licitação cabível para concessão de direito real de uso de bens Imóveis integrantes do patrimônio público? a) Tomada de preços. b) Convite. c) Concorrência. d) Leilão. e) Concurso. 60) (promotor de Justiça/PR-95) A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, sendo processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da a) legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento

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objetivo e dos que lhe são correlatos. b) legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. c) legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. d) legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da sujeição ao edital de chamamento, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. e) legalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. 61) (Promotor de Justiça/PR-96) Assinale a alternativa incorreta: a) A alienação de bens da Administração Pública deve subordinar-se à existência de interesse público devidamente justificado, ser precedida de avaliação e, tratando-se de imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta, entidades autárquicas e fundacionais, bem como de licitação na modalidade de concorrência. b) Constatado o superfaturamento em alguma das hipóteses que autorizam a dispensa ou inexigibilidade de licitação, responderão pelos danos causados ao erário público apenas os agentes públicos responsáveis, podendo eles se eximir das demais sanções previstas em lei, desde que reparem a lesão patrimonial. c) Inexiste direito adquirido a ser oposto à Administração Pública quando ocorrer nulidade constatada no curso do procedimento licitatório, não podendo o particular exigir a manutenção do ato nulo ou de seus efeitos. d) A Administração Pública, para revogar ou declarar nulo um ato praticado no curso do procedimento licitatório que implique desfazimento deste, deve observar os princípios do contraditório e da ampla defesa. e) 0 regime jurídico dos contratos administrativos, instituído pela Lei de Licitações, confere à Administração Pública, em relação a eles, prerrogativa de modificá-los ou rescindi-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado. 62) (ESAF/Téc. C. Int./SEFAZ-PI/2001) Em relação à licitação é correto afirmar. a) Configura-se como hipótese de dispensa de licitação a celebração do contrato de gestão entre o Poder Público e a entidade qualificada como Organização Social. b) As hipóteses de inexigibilidade de licitação estão exaustivamente arroladas no artigo 25 da Lei Nº 8.666/93. c) A lei federal sobre licitação admite exclusivamente os seguintes tipos de licitação: menor preço, melhor técnica e técnica e preço. d) A fundação governamental qualificada como agência executiva tem o valor limite para dispensa de licitação majorado em 50% (cinqüenta por cento). e) 0 julgamento do concurso, modalidade de licitação, pode ser realizado por comissão composta sem a participação de servidor público.

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63) (ESAF/AFC/2001) Caracteriza a permissão de serviço público, exceto: a) exigência de licitação prévia. b) natureza bilateral e precária do ato de permissão. c) objeto consistente de execução de serviço público. d) sujeição do permissionário à fiscalização da Administração. e) serviço executado em nome do permissionário.

GABARITO 01-C 02-E 03-B 04-D 05-B 06-A 07-D 08-A 09-B 10-D 11-D 12-B 13-

ECECE 14-B 15-C 16-E

17-ECEEE

18-ECCEE

19-B 20-D 21-B 22-A 23-D 24-A

25-B 26-C 27-C 28-C 29-C 30-D 31-C 32-A 33-A 34-D 35-C 36-D 37-A 38-

CEECE 39-ECCCC

40-D

41-C 42-A 43-1121211211

44-EECEE

45-E 46-C 47-A 48-E

49-E 50-D 51-B 52-B 53-C 54-D 55-D 56-C 57-A 58-D 59-C 60-A 61-B 62-E 63-B

TOMO III

CONTRATO ADMINISTRATIVO 01) (PR/97-G I) 0 contrato administrativo tem como característica I - a presença de cláusulas exorbitantes; II - sua imutabilidade; III - incompatibilidade total com a natureza do contrato de adesão. Analisando as assertivas acima, verifica-se que: a) Todas estão erradas. b) Apenas a I está correta. c) Apenas a II está correta. d) Apenas a III está correta. 02) (AU/98-2ª C) A locação de imóvel, para nele funcionar determinado serviço público, será uma modalidade de contratação que (em que) a) depende de prévia licitação, em qualquer caso. b) prescinde de licitação, em qualquer caso. c) pode ser dispensada a licitação, nos casos previstos na lei. d) é inexigível a licitação, nos casos previstos na lei. e) é discricionariamente dispensável ou inexigível a licitação.

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03) (AU/98-2ª C) 0 regime jurídico dos contratos administrativos, inclusive no que confere à Administração as prerrogativas de modificá-los, rescindi-los e outras compreendidas nas chamadas cláusulas derrogativas ou excepcionais do direito privado, a) não se aplica aos de seguro, em que a União for parte. b) não se aplica aos de locação, em que a União for locatária. c) não se aplica àqueles em que a União for parte como usuária de serviço público. d) aplica-se àqueles em que a União for parte como usuária de serviço público, no que couber. e) aplica-se aos de locação, mas somente quando a União for locadora. 04) (AFC/93 - CE) Cláusulas exorbitantes, nos contratos administrativos, são aqueles que: a) podem figurar, normalmente, nos contratos de direito privado. b) se encontram, a todo instante, normalmente, nos contratos de direito privado. c) inseridas em contrato de direito privado, poderiam ser normalmente cumpridas, em razão de sua natureza privatística. d) não podem figurar nos contratos de concessão de serviço público, pois estes são espécie do gênero contrato administrativo. e) inseridas em contratos de direito privado, atentariam, se cumpridas, contra a ordem pública, porque estranhas do direito civil e mais próximas das sanções penais. 05) (AFTN /91) Convênio administrativo é a) o contrato firmado entre entidades públicas para realização de obras públicas do interesse dos partícipes. b) acordo firmado por organizações particulares visando a objetivos de interesses comuns. c) acordo firmado por entidades públicas ou entre estas e organizações particulares, para realização de interesses comuns. d) instrumento, dotado de personalidade jurídica, de que se utiliza a Administração Pública para realização de obras por administração indireta. e) acordo firmado entre pessoas estatais, autárquicas e paraestatais sempre da mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum dos participes. 06) (AFTN / 94) A transferência a um particular, mediante contrato específico, do poder de explorar determinado serviço público, por sua conta e risco, configura: a) autorização. b) permissão. c) cessão. d) concessão. e) delegação. 07) (AFTN/SET/94) As disposições da Lei nº. 8.666/93, relativas às cláusulas necessárias nos contratos administrativos, as que conferem a Administração algumas prerrogativas especiais e as suas demais normas gerais, no que couber

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a) não se aplicam àqueles contratos referidos nas letras "a", "b" e "c" anteriores. b) não se aplicam aos contratos de locação, em que o Poder Público seja locatário. c) não se aplicam aos contratos cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por normas de direito privado. d) aplicam-se aos contratos em que a Administração Pública for parte, como usuária de serviço público. e) não se aplicam aos contratos em que a Administração Pública for parte, como usuária de serviço público. 08) (AFTN/96) Quanto ao contrato administrativo, é falso afirmar que a) não são suscetíveis de alteração unilateral as cláusulas econômico-financeiras do contrato. b) a ocorrência do fato do príncipe justifica a revisão contratual. c) independe do limite a alteração quantitativa do contrato administrativo. d) a imprevisibilidade é requisito para a aplicação da teoria da imprevisão. e) a mutabilidade do contrato administrativo permite a manutenção do respectivo equilíbrio econômico-financeiro. 09) (AFTN/96) São exemplos de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos exceto: a) Restrição à aplicação da exceção do contrato não cumprido. b) Alteração unilateral. c) Retomada do objeto contratado. d) Aplicação de penalidades. e) Rescisão bilateral. Marque Certo (C) ou Errado (E) nas questões de 10 e 11. 10) (PROCURADOR- INSS/97) Acerca dos contratos administrativos, no regime da Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei de Licitações), julgue os itens a seguir. 1) ( ) São consideradas essenciais nos contratos exclusivamente as cláusulas indicadas como tal, de modo expresso, na lei. 2) ( ) As chamadas cláusulas exorbitantes, por serem excepcionais e por implicarem derrogação do princípio da igualdade, no aspecto específico do equilíbrio contratual devem estar expressas no instrumento do contrato. 3) ( ) As garantias do contrato administrativo objetivam resguardar o interesse público, no sentido de seu cabalmente adimplido o objeto da avença contratual; por isso, cabe à administração indicar, entre as opções legalmente previstas, a garantia a ser prestada pelo contratante particular. 4) ( ) Como regra geral, qualquer interessado pode obter cópia dos contratos administrativos firmados pela administração. 5) ( ) A forma dos atos, em direito administrativo, é geralmente tida como condição de validade; não obstante os contratos administrativos podem ser formalizados por outros instrumentos, além do tradicional termo de contrato. 11) (PROCURADOR INSS/97) Em relação ao regime legal dos contratos administrativos (Lei nº. 8.666, de 21de junho de 1993), julgue os seguintes itens.

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1) ( ) A Lei de Licitações aplica-se a todos os contratos de que toma parte a Administração Pública. 2) ( ) A administração, em vista do princípio da supremacia do interesse público, pode instabilizar quaisquer de suas cláusulas e condições. 3) ( ) Não se admite, da parte do contratante particular, a "exceptio nom adimpleti contractus". 4) ( ) A garantia, quando exigida, pode ser prestada à escolha do contratado entre as modalidades legalmente previstas. 5) ( ) A administração pode aplicar multa ao contratante particular e cobrá-la, independentemente do recurso à via judicial. 12) (AFR-SP/97) As cláusulas exorbitantes e derrogatórias do contrato administrativo conferem à Administração o poder de, com algumas limitações, a) fiscalizar a inexecução contratual. b) sugerir à contratada alteração bilateral. c) rescindir o contrato, sem formalismos. d) alterar, unilateralmente, o objeto do contrato. e) ocupar, definitivamente, o bem contratado. 13) (MP/SP) Com respeito às normas para contratos e licitações da Administração Pública: I - São modalidades de licitação: a concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. II - Os Estados e Municípios poderão criar novas modalidades de licitação. III - Não se aplicam, ao concurso o tipo de licitação de menor preço, melhor técnica, melhor técnica e preço e maior lance ou oferta. a) Apenas as afirmativas I e II são corretas. b) Apenas as afirmativas II e III são corretas. c) Apenas as afirmativas I e III são corretas. d) Todas as afirmativas são corretas. e) Apenas as afirmativas I e III são incorretas. 14) 0 Contrato Administrativo tem como característica ser a) consensual. b) formal. c) oneroso e comutativo. d) realizado intuito personae. e) Todas estão corretas. 15) Nos contratos administrativos a invocação, pelo contratado, da cláusula de "exceção de contratos não cumprida" a) pode ser aceita, em certas situações ou em relação a determinados serviços públicos. b) é sempre inoponível, face ao princípio da continuidade do serviço público. c) deve ser acatada, com fundamento na teoria dos motivos determinantes. d) é inadmissível, se existir para o contratado um encargo extraordinário.

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16) (OAB/SP/ago.96) 0 contrato administrativo é aquele celebrado entre a Administração e terceiros no qual a permanência do vínculo e das condições está sujeita às imposições do interesse público. Pode-se afirmar em relação ao contrato administrativo que a) como corolário do princípio pacta sunt servanda, a Administração não poderá alterar ou rescindir unilateralmente o contrato celebrado com o particular. b) diante da supremacia do interesse público, havendo inexecução ou inadimplência sem culpa, surgirá mesmo assim a responsabilidade para os contratantes particulares. c) não cabe ação popular para invalidar-se contrato firmado com a Administração, autarquia e entidade paraestatal, mas sim, mandado de segurança, que sem dúvida, poderá cessar os efeitos do contrato, o que equivale à sua rescisão. d) o equilíbrio econômico-financeiro, a revisão de preços e tarifas, a aplicação de penalidades contratuais, dentre outras, são cláusulas exorbitantes, que apesar de não serem lícitas nos contratos privados, são admitidas nos contratos administrativos, na medida em que o Poder Público usufrui de todos os poderes indispensáveis à proteção do interesse público consubstanciado nestes contratos. 17) (ESAF-ASS. JURÍDICO DA AGU/99) Não é característica do contrato administrativo: a) natureza de contrato de adesão. b) finalidade pública. c) liberdade de forma. d) presença de cláusulas exorbitantes. e) mutabilidade. 18) (Juiz Federal/1ª R-96) 0 contrato de concessão a) administrativa de uso confere ao concessionário um direito pessoal, transferível a terceiros. b) de direito real de uso confere ao concessionário um direito real, transferível a terceiros por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária. c) de direito real de uso é contrato de colaboração, no qual o particular se obriga a prestar ou realizar algo para a Administração. d) de serviço público é contrato de atribuição, exigindo sempre prévia licitação. 19) (Juiz Federal/lª R-96) As afirmativas seguintes são verdadeiras, exceto: a) Convênios administrativos são contratos firmados entre entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e organismos particulares, para a realização de objetivos de interesse comum dos participantes. b) Consórcios administrativos são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas ou paraestatais, da mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum dos participantes. c) Compete ao Estado-Membro os serviços públicos não reservados constitucionalmente à União Federal, nem atribuídos ao Município pelo critério do interesse local. d) Compete ao Estado-Membro explorar diretamente, ou mediante concessão a empresa estatal, com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás

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canalizado. 20) (Promotor de Justiça/RR-94) Escolha a alternativa correta: a) Contrato administrativo é o ato bilateral envolvendo a Administração Pública, nessa qualidade, e terceiros, sempre objetivando uma finalidade pública, formal, oneroso, comutativo e realização intuitu personae. b) Permissão é o ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o poder público contrata com o particular a execução de serviço coletivo. c) Autorização é o ato administrativo bilateral pelo qual se conforma atividade de interesse exclusivo do particular. d) Licença é o ato administrativo unilateral, vinculado, de que não exsurge direito, facultando desempenho de atividade. 21) (Juiz Federal-92) A retomada coativa de serviço pelo poder concedente, vigente ainda a concessão, em face de conveniência ou interesse administrativo, denomina-se a) rescisão. b) revogação. c) resgate. d) anulação. 22) (Juiz de Direito/RS-94) 0 contrato pelo qual a Administração Pública transfere a um particular a utilização privativa de imóvel público, mediante remuneração mensal, constitui a) permissão de uso. b) cessão de uso. c) concessão de uso. d) concessão de direito real de uso e) locação. 23)(ESAFITRF-2000) A forma própria, pela qual um serviço público, afeto a determinado órgão estatal, tem sua execução transferida e delegada a particulares, para sua devida exploração, por contrato administrativo, é a a) autorização. b) permissão. c) expropriação. d) desafetação. e) concessão. 24) (ESAF/TRF/2000) Nos contratos administrativos em geral, de acordo com a legislação que rege essa matéria (Lei Nº 8666/93 com suas modificações, não se faz necessária a inclusão de cláusula específica, estabelecendo a) os casos de sua alteração unilateral ou por acordo das partes. b) as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas. c) a legislação aplicável à sua execução. d) o preço, as condições de pagamento e o crédito pelo qual correrá a despesa. e) os casos de sua rescisão.

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25) (ESAF/TCU/2000) A característica de mutabilidade do contrato administrativo pode ser encontrada nos seguintes institutos, exceto: a) alteração unilateral do contrato. b) teoria da imprevisão. c) observância da forma prescrita em lei. d) equilíbrio econômico-financeiro. e) fato do príncipe. 26) (ESAF/AFRF/2001) Em relação à concessão de serviço público, é correto afirmar: a) decadência é a retomada do serviço público ao final do prazo da concessão. b) a rescisão unilateral por motivo de inadimplência contratual denomina-se caducidade. c) a responsabilidade do concessionário por prejuízos causados a terceiros, por conseqüência de seus serviços, tem natureza subjetiva. d) é possível a alteração unilateral do objeto da concessão. e) a incorporação dos bens do concessionário ao poder concedente dar-se-á mediante encampação. 27) 0 Município de Nossa Senhora dos Concursandos, situado no sertão Norte Mineiro, já tão castigado pela seca, viu-se às voltas com uma epidemia de tifo. Sem detença, o Alcalde determinou à sua Secretaria de Saúde que desse início a uma intensa campanha de vacinação da população, com vistas a erradicar o mal. Ocorre, todavia, que o Município só conta com quatro agentes de saúde, número evidentemente insuficiente para cumprir o desiderato do Prefeito. 0 que pode o Prefeito fazer: a) Buscar na comunidade pessoas voluntárias, para gratuitamente realizarem a campanha de vacinação. b) Deverá, com urgência urgentíssima, enviar projeto de lei à Câmara Municipal propondo a criação de novos cargos de agente de saúde, a serem lotados na Secretaria de Saúde. c) Deverá contratar agentes de saúde, sob o regime de contratação temporária. d) Deverá requisitar do Estado e da União servidores, até o número necessário. 28) A Construtora CSJ Almeida Prates S.A., empresa do ramo da construção civil, foi contratada pelo Município de São Sebastião do Rio Abaixo para a edificação do novo Paço Municipal. Na fase de acabamento, o Município, alterando cláusula contratual, determinou a Construtora que, ao contrário do que havia sido entabulado, fosse empregado na obra acabamento de primeira, ficando expressamente estabelecido que os pisos de cerâmica deveriam ser substituídos por granito. Entregue a obra, a Construtora cobrou do Município o valor correspondente à diferença de preço do acabamento, sem sucesso, pois a prefeitura insistiu em afirmar que o preço contratado havia sido pago. Pergunta-se: quem tem razão? a) 0 Município, pois o contratado é obrigado a suportar acréscimos e reduções da obra. b) 0 contratado, pois a alteração contratual afetou o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. c) 0 Município, porque seria necessário que o contratado demonstrasse que sofreu prejuízo com a alteração do ajuste. d) 0 contratado, porque o Município não poderia alterar o contrato sem sua anuência.

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29) Durante a execução da obras de canalização do Ribeirão das Almas, a Prefeitura de Velha Lima constatou que a empreiteira contratada estaria empregando material diverso daquele que havia sido determinado em contrato, o que, além de infringir o ajuste, comprometia a qualidade e segurança da obra. Após ouvir as explicações da construtora, a Prefeitura determinou a paralisação dos trabalhos. Inconformada, a empreiteira entrou na Justiça pedindo a rescisão contratual e indenização. Quem tem razão? a) A empreiteira, pois a Prefeitura não poderia paralisar a obra. b) A Prefeitura, pois o Poder Público pode interditar a obra quando constatar irregularidades na sua execução. c) A empreiteira, porque o Poder Público só poderia, quando muito, recusar receber a obra realizada em desacordo. d) A Prefeitura, porém errou ao determinar a paralisação da obra sem estar munida de um mandado judicial. 30) (ESAF/MPOG/2001) Em relação ao contrato administrativo é correto afirmar: a) o seu extrato resumido deve ser publicado, no Diário Oficial, no prazo de quinze dias contados de sua assinatura. b) não é permitido o contrato verbal. c) a formalização dar-se-á, sempre, mediante "termo de contrato". d) o prazo de sua vigência pode ser indeterminado, tratando-se de concessões de serviços públicos. e) são consideradas regulamentares as cláusulas contratuais relativas à rescisão. 31) (ESAF/MPOG/2001) São hipóteses de rescisão unilateral do contrato administrativo, exceto: a) falência do contratado. b) razões de interesse público. c) cumprimento irregular das cláusulas contratuais pelo contratado. d) caso fortuito ou de força maior. e) não-pagamento, pela Administração, dos serviços contratados e executados, por prazo superior a trinta dias úteis. 32) (Juiz Subst./MG/2000) No âmbito do domínio público, se o Poder Executivo Municipal transferir, através de contrato próprio, a exploração de um bem ou serviço a um cidadão ou empresa, estará praticando a) a cessão de uso, como forma de transferência interna e gratuita da posse de um bem público. b) o instituto do aforamento ou enfiteuse, que implica o pagamento aos cofres públicos de uma pensão anual pela sua utilização regular ou do laudêmio, em caso de sua alienação autorizada a uma terceira pessoa. c) a reversão de direito real de uso, que poderá ser remunerada ou gratuita e terá destinação específica predeterminada. d) a permissão, como meio discricionário e precário de se facultar a utilização ou exploração individual do bem ou serviço. e) a concessão, que, por seu caráter contratual, estável e, via de regra, condicionada

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ao procedimento licitatório prévio, se distingue da autorização e da permissão. 33) (FUMARC/TCE-MG/Redator/98) No que concerne à doutrina sobre os contratos administrativos. Assinale a afirmativa incorreta: a) A expressão contratos da Administração abrange todos os contratos celebrados pela Administração Pública seja sob regime de direito público, seja sob regime de direito privado. E a expressão contrato administrativo é reservada para os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público. b) Nos contratos de direito privado, a Administração se nivela ao particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da horizontalidade; nos contratos administrativos, a Administração age como poder público, com todo o seu poder de império sobre o particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da verticalidade. c) 0 contrato administrativo está fundado na prerrogativa da imperatividade, que permite à Administração utilizar-se de seu poder de império para praticar atos unilaterais que criam obrigações para o particular, independentemente de sua concordância ou ainda contra a sua vontade. d) Dentre os contratos administrativos incluem-se os tipicamente administrativos, sem paralelo no direito privado e inteiramente regidos pelo direito público, como a concessão de serviço público, de obra pública e de uso de bem público. e) Dentre os contratos administrativos incluem-se os que têm paralelo no direito privado, mas são também regidos pelo direito público, como o mandato, o empréstimo, o depósito e a empreitada. 34) (FUMARC/TCE-MG/Redator/98) Observe as colunas 1 e 2 e, em seguida, escolha a alternativa que traduz sua correlação: COLUNA 1 A. equilíbrio econômico-financeiro do contrato B. rescisão unilateral do contrato administrativo C. autotutela D. exceção do contrato não cumprido E. mutabilidade COLUNA 2 1. decorrência, segundo muitos doutrinadores, de determinadas cláusulas exorbitantes 2. direito do contratado 3. princípio do direito privado que, no âmbito administrativo, não milita em favor do particular 4. decorrência do não atendimento das determinações da autoridade fiscalizadora 5. poder-dever da Administração de anular os atos administrativos ilegais a) A-2 B-4; C-5 ; D-3 E-1 b) A-2 B-3 C-4; D-1 E-5 c) A-3 B-1 C-5 D-3 E-4 d) A-3 B-1 C-4 D-2 E-5 e) A-2 B-5 C-3 D-4 E-1 35) (FUMARC/TCE-MG/Téc. Documentação/98) No que concerne aos contratos administrativos, assinale a afirmativa incorreta: a) Nos contratos administrativos, a Administração aparece com uma série de

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prerrogativas que garantem a sua posição de supremacia sobre o particular. b) As cláusulas dos contratos administrativos são fixadas bilateralmente. c) As cláusulas exorbitantes constituem forma de expressão das prerrogativas de que trata a opção "a". d) A forma do contrato administrativo é objeto de extensa e minuciosa disciplina legal, e sua importância para a Administração é fundamental, tendo em vista o controle de legalidade. e) A finalidade pública é uma característica que está presente em todos os atos e contratos da Administração pública, ainda que regidos pelo direito privado. 36) (FUMARC/Pref, Contagem/99) Com base na Lei Nº 8.666, de 21/6/93, é incorreto afirmar, relativamente ao contrato administrativo: a) É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, cujo limite é definido em lei. b) 0 instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites das mencionadas modalidades de licitação. c) 0 contrato poderá ser alterado unilateralmente pela Administração, com a devida justificativa, no caso de haver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos. d) A paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à administração constitui motivo para rescisão do contrato. e) A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento. 37) (FUMARC/MPE-MG/99) A rescisão unilateral do contrato administrativo pela Administração Pública por culpa do contratado pode acarretar as seguintes conseqüências, exceto: a) a execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração e dos valores das multas e indenizações a ela devidos. b) a assunção imediata, por ato da Administração, do objeto do contrato no estado e local em que se encontrar. c) a sub-rogação, em favor da Administração, dos direitos, créditos, garantias e privilégios do contratado decorrentes de relação com a Administração Pública de qualquer unidade federativa, até o montante necessário à indenização dos prejuízos. d) a retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração. e) a ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato e necessários à sua continuidade. 38) (Insp. Fiscal/Pret Munic./SP) Em se tratando de contrato administrativo, assinale a conseqüência jurídica que decorre do falecimento do contratado. a) Rescisão de pleno direito. b) Revisão do contrato. c) Suspensão do contrato. d) Rescisão amigável. e) Rescisão judicial.

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39) (Insp. Fiscal/Pref. Munic./SP) Na execução de determinada obra pública, a empresa contratada encontra um terreno rochoso, e não arenoso como indicado pela Administração Pública no projeto de execução. Esta ocorrência configura a) força maior. b) interferências imprevistas. c) fato da Administração. d) fato do príncipe. e) caso fortuito. 40) (Procurador/RS/97) Assinale a alternativa correta: a) A concessionária e a permissionária que prestam serviço público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros. b) A concessionária e a permissionária que prestam serviço público não respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, por culpa, causem a terceiros. c) A concessionária e a permissionária, prestando ou não serviço público, respondem objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros. d) A concessionária e a permissionária que prestam serviço público respondem objetivamente pelos danos que seus agentes causem a terceiros, ainda que em atividades estranhas a concessão ou a permissão. e) A concessionária e a permissionária que prestam serviço público respondem subjetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros. 41) (Procurador/RS/97) Assinale a alternativa incorreta: Tendo em vista os poderes que lhe assistem, a Administração fica autorizada - respeitado o objeto do contrato administrativo - a: a) determinar modificações nas prestações devidas pelo contratado em função das necessidades públicas. b) acompanhar e fiscalizar continuamente a execução dele. c) impor as sanções estipuladas quando faltas do obrigado as ensejarem. d) rescindir o contrato unilateralmente se o interesse público demandar. e) alterar as cláusulas de conteúdo econômico "sponte propria" para ajustá-las às modificações da economia nacional. 42) (Fiscal/MS/2000) 0 contrato de obra pública é uma das modalidades de contrato administrativo, sendo incorreto afirmar que: a) Sua celebração independe de autorização legislativa, mas, em tese, exige licitação e, uma vez celebrado, publicação. b) A empreitada pode ser por preço global ou unitário. c) A obra pública pode ser executada somente por empreitada. d) Tem por um de seus objetivos a construção de certa obra pública. 43) Julgue os itens abaixo: 1) ( ) São características do Contrato Administrativo: presença da Administração Pública como poder público; finalidade pública; obediência à forma prescrita em lei; procedimento legal; natureza de contrato de adesão; natureza intuitu personae; presença de cláusulas exorbitantes e mutabilidade.

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2) ( ) É possível a alteração unilateral do contrato, inclusive o equilíbrio financeiro do contrato. 3) ( ) Ao poder de alteração unilateral, conferido à Administração, corresponde o direito do contratado,de ver mantido o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 4) ( ) A rescisão unilateral do contrato administrativo pode ocorrer nos casos previsto em lei, nunca gerando o dever de indenizar. 5) ( ) Nos casos de interesse público, caso fortuito ou força maior, a Administração fica obrigada a ressarcir o contrato dos prejuízos regularmente comprovados e, ainda, a devolver a garantia, pagas a prestações devidas até a data da rescisão e o custo da desmobilização. 44) Marque a alternativa falsa. a) 0 regime jurídico administrativo caracteriza-se por prerrogativas, que conferem poderes à Administração, e sujeições, que são impostas como limites à atuação administrativa, necessários para garantir o respeito às finalidades públicas e aos direitos dos indivíduos. b) A finalidade do contrato administrativo há de ser sempre pública, sob pena de desvio de poder. c) As cláusulas exorbitantes (ou de privilégio ou de prerrogativa) são aquelas que não são comuns ou que seriam ilícitas nos contratos entre particulares, por encerrarem prerrogativas ou privilégios de uma das partes em relação à outra. d) Nos contratos administrativos, as cláusulas exorbitantes não podem existir implicitamente. e) Será administrativo o contrato que tiver por objeto a utilização privativa de bem público de uso comum ou uso especial. 45) É possível a alteração unilateral do contrato pela Administração Pública: quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; ou quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto. Com base na assertiva acima, marque a alternativa correta. a) A assertiva é correta. b) A assertiva é incorreta, pois uma das características do contrato administrativo é inalterabilidade, devido ao princípio da supremacia do interesse público. c) A assertiva é incorreta, pois o contrato administrativo só pode ser alterado bilateralmente. d) A assertiva é incorreta, pois o contrato administrativo pode ser alterado unilateralmente pela Administração sempre que estiver presente o interesse público. e) A assertiva é incorreta, pois o valor contratual nunca pode ser alterado unilateralmente. 46) Analise a veracidade das frases: I . Ao poder de alteração unilateral, conferido à Administração, corresponde o direito do contratado, de ver mantido o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. II. A rescisão unilateral do contrato administrativo pode ocorrer: por motivo de inadimplemento; no caso de situações que caracterizam desaparecimento do sujeito, sua insolvência ou comprometimento da execução do contrato; razões de interesse público ou caso fortuito ou força maior.

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III. Em caso de extinção do contrato administrativo por motivo de interesse público, caso fortuito ou força maior, a Administração não fica obrigada a ressarcir o contratado dos prejuízos regularmente comprovados e nem a devolver a garantia, pagas a prestações devidas até a data da rescisão e o custo da desmobilização. Está(ão) correta(s): a) 1 e II. b) II e III. c) I e III. d) Nenhuma. e) Todas. 47) Marque a alternativa correta. a) Nos contratos administrativos, fica vedada, implicitamente, em qualquer hipótese, a acumulação de sanções administrativas. b) Nos contratos administrativos, enquanto a pena de suspensão não pode ultrapassar três anos, a de declaração de inidoneidade não tem um limite preciso definido em lei. c) Fato da Administração é um ato de autoridade, não diretamente relacionado com o contrato, mas que repercute indiretamente sobre ele; nesse caso, a Administração também responde pelo restabelecimento do equilíbrio rompido. d) Fato do Príncipe é toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda, agrava ou impede a sua execução. e) Álea econômica é todo acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande, tomando a execução do contrato onerosa para o contratado. 48) É o contrato administrativo pelo qual a Administração confere ao particular a execução remunerada de serviço público ou de obra pública, ou lhe cede o uso de bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais. a) Permissão. b) Autorização. c) Tarefa. d) Concessão. e) Delegação. 49) Sobre as cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, assinale a alternativa correta. a) Figuram, normalmente, nos contratos de direito privado. b) Não podem figurar nos contratos de concessão de serviço público, pois estes são espécie do gênero contrato administrativo. c) Figuram tanto nos contratos de direito público quanto nos de direito privado, sendo que, nestes, são obrigatórias. d) São as que excedem do direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. e) Nenhuma das respostas anteriores está correta.

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50) A extinção dos contratos administrativos pela anulação só pode ser declarada quando a) se verificar ilegalidade na sua formalização ou em cláusula essencial. b) houver o recebimento provisório do objeto, ou estar ele em desacordo com o contrato. c) esgotado o prazo contratual não houver ocorrido a entrega do seu objeto. d) tendo sido incorporado o objeto do contrato ao patrimônio da Administração, for verificado parcial atendimento pelo contrato. 51) Equilíbrio financeiro ou equilíbrio econômico, ou ainda, equação financeira do contrato administrativo é a) a previsão orçamentária para fazer frente às despesas com o contrato. b) a programação da execução financeiro-orçamentária para retribuição do contratante pela realização do objeto do contrato. c) fórmula financeira usada para liberação de verbas suplementares para possibilitar a celebração futura de ajustes pela Administração. d) a relação estabelecida inicialmente pelas partes entre os encargos do contrato e a retribuição da Administração para ajusta remuneração do objeto do ajuste. 52) A intervenção na execução do contrato é providência passível de ser adotada, quando a) a Administração constata que, efetivamente, o contratado se revela incapaz de dar fiel cumprimento ao avençado, ou há iminência, ou efetiva paralisação dos trabalhos, com prejuízo para o serviço público. b) para evitar dar continuidade à execução, no momento da rescisão contratual, a Administração assume as obrigações do contratado. c) a Justiça determina ao síndico da massa que controla os créditos da contratada falida, resultante de contratação com a Administração, em fase de execução. d) a Administração designa um seu representante para efetuar medições em contrato de edificação de obra, para depois, e somente então, realizar pagamentos. 53) Nos contratos administrativos, considera-se requisito para aplicação da teoria da imprevisão que o fato seja a) imprevisível, estranho à vontade das partes e inevitável. b) estranho à vontade das partes, inevitável, capaz de causar grande desequilíbrio no contrato, embora previsível. c) inevitável, imprevisível, capaz de causar desequilíbrio no contrato e atribuível à responsabilidade do contratado. d) imprevisível, estranho à vontade das partes, inevitável e que cause desequilíbrio muito grande no contrato. 54) A execução de contrato administrativo nulo, por contratante de boa-fé a) gera a obrigação de indenização. b) compromete de forma irremediável o contrato, não gerando qualquer efeito jurídico. c) não surte conseqüência de conteúdo obrigacional, se houve vantagem auferida pela Administração. d) é írrita, dependendo do equilíbrio financeiro do ajuste. 55) (TRT-9ª R.-A.J./99) São modalidades de garantia dos contratos administrativos:

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a) fiança bancária, aval do Tribunal de Contas, caução em dinheiro. b) títulos da dívida pública, aval do Tribunal de Contas, caução em dinheiro. c) seguro-garantia, títulos da dívida pública, fiança bancária. d) fiança bancária, depósito judicial, títulos da dívida pública. e) seguro-garantia, caução em dinheiro, depósito judicial. 56) (Procurador da República-96) Quanto aos contratos administrativos, é correta a resposta: a) A alteração unilateral do contrato pela Administração somente pode ocorrer se não houver aumento de despesas para o contratado. b) No contrato de concessão de serviço público, quem remunera o contratado são os particulares. c) A lei poderá permitir ao particular contratar com o Poder Público, mesmo estando em débito com o sistema de seguridade social. d) Todas as alternativas estão erradas. 57) (Juiz Federal/lª R-96) 0 contrato de concessão a) administrativa de uso confere ao concessionário um direito pessoal, transferível a terceiros. b) de direito real de uso confere ao concessionário um direito real, transferível a terceiros por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária. c) de direito real de uso é contrato de colaboração, no qual o particular se obriga a prestar ou realizar algo para a Administração. d) de serviço público é contrato de atribuição, exigindo sempre prévia licitação. 58) (Juiz de Direito/SP-93) Nos contratos administrativos não cumpridos, o contratado infrator sujeita-se à sanção denominada "declaração de inidoneidade", que tem por escopo a) admoestar o contratante que descumpriu a avença. b) alertar as administrações públicas para prevenir futuras infrações. c) afastar o inadimplente de entre os fornecedores da Administração contratante. d) responsabilizar civilmente o inadimplente que causou lesão patrimonial. 59) (Promotor de Justiça/RR-94) Escolha a alternativa correta: a) Contrato administrativo é o ato bilateral envolvendo a Administração Pública, nessa qualidade, e terceiros, sempre objetivando uma finalidade pública, formal, oneroso, comutativo e realização intuitu personae. b) Permissão é o ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o poder público contrata com o particular a execução de serviço coletivo. c) Autorização é o ato administrativo bilateral pelo qual se conforma atividade de interesse exclusivo do particular. d) Licença é o ato administrativo unilateral, vinculado, de que não exsurge direito, facultando desempenho de atividade. 60) (Juiz de Direito/DF-96) A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida a prestação de garantia no âmbito dos contratos administrativos. Considerando a afirmativa feita, assinale a alternativa correta:

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a) A exigência de garantia diz respeito apenas a obras, serviços e compras, devendo ela estar contida no instrumento convocatório da licitação, onde também deverá estar indicada a modalidade desejada. b) A exigência de garantia, como faculdade posta na lei para a Administração, é geral, cabendo apenas que ela declare, no instrumento convocatório, a modalidade desejada. c) Deve estar prevista no instrumento convocatório, mas apenas para a contratação de obras, serviços e compras, competindo ao licitante, na proposta, indicar a modalidade escolhida. d) Não poderá, em nenhuma hipótese, exceder a 5% do valor do contrato.

GABARITO

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

01-B 02-C 03-D 04-E 05-C 06-D 07-D 08-C

09-E 10-EECCC

11-EEECC

12-D 13-C 14-B 15-C 16-E

17-C 17-B 19-A 20-A 21-C 22-C 23-E 24-A

25-C 26-B 27-C 28-B 29-B 30-E 31-E 32-E

33-C 34-A 35-B 36-E 37-C 38-A 39-B 40-A

41-E 42-C 43-CECEC

44-D 45-A 46-A 47-E 48-D

49-D 50-A 51-D 52-A 53-D 54-A 55-C 56-B

57-B 58-C 59-A 60-C

TOMO IV

ESTUDO DIRIGIDO – CONTRATOS

1. De acordo com a lei 8666/93, o que se considera contrato administrativo?

Considera-se contrato administrativo todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas. (8666/ 93, 2º, par. Único)

2. Qual a diferença entre contrato administrativo e contrato da administração?

Contratos administrativos – a Administração Pública, invocando sua supremacia (que encontra respaldo na primazia do interesse público, defendido pela administração, sobre o interesse privado) aplica aos contratos administrativos regras de direito público, valendo-se das regras de direito privado apenas supletivamente e desde que compatíveis com a índole pública do instituto.

3. Qual a competência da União no tocante à licitação?

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A União tem competência privativa para legislar sobre normas gerais de licitação é o disposto na CR/88, verbis:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III;

4. A CR/88, em seu art. 73, § 1º diz que a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços. A aludida lei versará sobre quais modalidades de contratação do poder público?

Consoante o art. 73, §12º, III, a lei deverá versar sobre licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública.

5. Sobre quais órgãos estende-se a subordinação à Lei 8.666/93?

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (8666/93, art. 1º, par. único).

6. Quais órgãos que compõe a Administração Pública direta?

Composta de todos os órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas (União – soberana –, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios) e Entidades Estatais; todos possuem autonomia política, financeira e administrativa.

7. Quais órgãos compõe a Administração Pública indireta?

Compostas das pessoas jurídicas de direito público ou privado, instituídas ou autorizadas a se constituírem por lei: Entidades Autárquicas; Entidades Paraestatais; Sociedade de Economia Mista, Empresas Públicas, Serviços Sociais Autônomos (SESI, SENAI, SENAC); e fundacionais.

8. Qual o objetivo da licitação?

A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública. (8666/93 3º, 1ª parte)

9. Como será processada e julgada a licitação?

Será julgada e processada em observância dos princípios básicos da legalidade, moralidade, impessoalidade, probidade administrativa, igualdade, publicidade, vinculação do instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. (8666/93 3º, 2ª parte)

10. Quais os princípios norteadores da licitação pública?

Moralidade, probidade administrativa, publicidade, legalidade, igualdade, impessoalidade. (8666/93 3º, 2ª parte)

Princípio da Legalidade

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Os órgãos da Administração Pública devem atuar em obediência à lei e ao direito, dentro dos limites dos poderes que lhes estejam atribuídos e em conformidade com os fins para os quais estes poderes lhes foram conferidos. A Administração só pode agir segundo a expressa determinação legal, seu raio de ação não está amparado em fazer o que a lei não veda, mas sim, somente o que a lei expressamente determina como ação executória.

“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa ”pode fazer assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim” (Direito Administrativo Brasileiro, 1998, p. 85)”.

Princípio da Igualdade

Também conhecido como princípio da impessoalidade, tem em sua essência o fato de que nas suas relações com os particulares, a Administração Pública não deve privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito ou isentar de qualquer dever nenhum administrado em razão seja de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação econômica ou condição social. Todos são iguais perante a Administração. Prevalece a impessoalidade, assim evita-se o favoritismo, a preferência e melhor se resguarda o interesse público.

Princípio da Publicidade

Todos os atos e termos pertinentes ao processo licitatório, inclusive as decisões da Administração devidamente motivadas, necessariamente devem ser expostos ao conhecimento de todo e qualquer cidadão (devem ser amplamente divulgados), que interessado se demonstrar querer ser conhecedor. É a transparência para todos, não somente aos que participam do procedimento licitatório, mas certamente, daqueles outros que do procedimento queiram conhecer, ainda que dele não participem.

Um dos princípios da licitação é a publicidade dos seus atos. Assim o direito de acesso de qualquer cidadão a documentos a ele relacionados não pode ser negado pela Administração Pública. – O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra a ilegalidade ou abuso de poder, e a obtenção de documentos em repartições públicas, são assegurados pela Constituição Federal (art. 5º, XXXIV, “b”).

Princípio da Moralidade e Probidade Administrativa

No exercício da atividade administrativa e em todas as suas formas e fases, a Administração Pública e os particulares devem agir e relacionarem-se segundo as regras da boa-fé. Devem nas suas relações sempre trazer a ponderação os valores fundamentais, éticos e morais do Direito, relevantes em cada circunstância de maneira a se garantir a todo o tempo, uma mútua relação de confiança, de maneira a se evitar, sobretudo a utilização de cargo ou função na Administração para auferir vantagens impertinentes, seja para si próprio ou outrem. O Administrador público deve ser probo.

Tanto o Administrador público quanto o Licitante devem ter como parâmetro uma conduta digna, honesta, alheia a qualquer tipo de conluio ou concertos obscuros.

A Administração Pública e os Licitantes sempre estarão limitados em suas ações ao exato conteúdo dos termos do Edital. Iniciado o procedimento, nada mais se altera, nada se muda, nada se troca. As normas e procedimentos para se avaliar a capacidade do licitante (habilitação) bem como, definir o vencedor do certame, necessariamente são imutáveis.

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Portanto, deve o Edital conter determinações claras, objetivas, precisas, dos diversos procedimentos em suas diversas etapas, para que não permitam, em momento algum, a possibilidade, ainda que mínima, de se definir subjetivamente em qualquer das etapas do certame.

11. O contrato administrativo pode ser feito em moeda estrangeira?

A regra é que seja feita em moeda nacional (real), mas no caso de concorrência de âmbito internacional, conforme disposto no art. 42 da 8666/93.

12. Defina de acordo com a lei 8.666/93 obra, serviço, compra, alienação, seguro garantia, execução direta e indireta.

Em consonância com o art. 6º, tem-se as seguintes definições:

Obra – toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; Serviço – toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; Compra – toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; Alienação – toda transferência de domínio de bens a terceiros; Seguro-Garantia – o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos; Execução direta – a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; Execução indireta – a que o órgão ou entidade contrata com terceiros

13. Quais os regimes a serem observados na execução indireta?

Na execução indireta observar-se-ão os seguintes regimes:

a) empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; b) empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; c) tarefa – quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; d) empreitada integral – quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;

14. O que é projeto básico e quais elementos deve ele conter?

De acordo com o art. 6, IX, da Lei 866693, Projeto Básico é o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

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a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

15. O que é projeto executivo

É o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. (8666/93, X)

16. Quais as regras norteadoras na execução de obras e prestação de serviços para a Administração Pública?

obedecerão ao disposto no artigo 7 º da Lei 8666/93 e, em particular, à seguinte seqüência: I – projeto básico; II – projeto executivo; III – execução das obras e serviços.

17. Quais as regras a serem observadas para que as obras e serviços possam ser licitadas?

De acordo com o art. 7º, §2º, as obras e serviços somente poderão ser licitadas quando:

I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório; II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

18. Pode o cidadão, requerer à Administração Pública o quantitativo das obras e preços unitários de determinada obra executada?

Sim, é um direito do cidadão que vai de encontro ao princípio da moralidade e publicidade. Esta garantia encontra-se expressa na Lei 8666/93 art. 7º, §8º.

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19. Pode a Administração Pública, valendo-se de sua supremacia, fracionar determinado serviço público, mesmo quando haja verba disponível para a execução total da obra?

Não, é proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total. (8666/93, 8º, par. único)

20. Quais são as pessoas impedidas de participar na execução de obras ou serviços ou fornecimento de bens a eles necessários?

Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. (8666/93, 9º)

21. Onde deverão ser efetuadas as licitações?

As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.

22. Para participar da licitação o interessado deverá residir no local em que esta ocorrer?

Não, é possível a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros estados. (8666/93, 20, par. único)

23. Quais são as modalidades de licitação

Consoante o art. 22 da Lei 8666/93 são modalidades de licitação: I – concorrência; II – tomada de preços; III – convite; IV – concurso; V – leilão. § 1º. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. § 2º. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. § 3º. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. § 4º. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na

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imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. § 5º. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19 a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

24. Na hipótese de convite, existindo na praça mais de três possíveis interessados, como deverá proceder a Administração Pública?

a cada novo convite realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (8666/93, 22, §6º)

25. O convite poderá ser realizado mesmo sem o número mínimo de interessados?

Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção dos três licitantes exigidos, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. (8666/93 22, §7º)

26. Para as modalidades de licitação, concorrência, tomada de preços e convite, quais os lindes legais para o valor estimado da contratação?

I – para obras e serviços de engenharia: a) convite – até R$150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); b) tomada de preços – até R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); c) concorrência – acima de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite – até R$80.000,00 (oitenta mil reais); b) tomada de preços – até R$650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); c) concorrência – acima de R$650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

27. O art. 23, §3º da lei 8666/93 diz que “a concorrência é modalidade de licitação sempre cabível qualquer que seja o valor do objeto”, essa regra é absoluta?

Não, pois, embora a concorrência seja a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, essa regra não é absoluta, comportando exceções, como no caso previsto no disposto no art. 19, quando bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, mediante prévia avaliação, comprovação da necessidade ou utilidade da alienação e adoção de concorrência ou leilão. Outra exceção é nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites previstos no art. 23, da 8666/93, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

Importante: acompanhar a resolução dessas questões com a Lei 8666/93, que pode ser acessada no site www.presidencia.gov.br. De preferência acesse o site e copie a lei no dia de resolver as questões, assim, eventuais mudanças na lei poderão ser detectadas e as questões adaptadas. O texto está atualizado até janeiro de 2007.

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SIMAS, Henrique de Carvalho, Manual Elementar de Direito Administrativo, 1974.

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