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    CONTROLADORIA-GERAL DA UNIO

    TREINAMENTO EMPROCESSO ADMINISTRATIVO

    DISCIPLINAR (PAD) -FORMAO DE MEMBROS

    DE COMISSES

    APOSTILADEJURISPRUDNCIA

    (DECISES JUDICIAIS)

    DEZEMBRO DE 2009

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    Nota:Esta Apostila, contendo apenas dados de base pblica e aplicveis

    a toda Administrao Pblica Federal, foi extrada do materialelaborado e adotado pela Corregedoria-Geral da Secretaria daReceita Federal do Brasil.

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    Treinamento em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) -Formao de Membros de Comisses

    Apostila de Jurisprudncia (Decises Judiciais)

    Prefcio das edies anteriores

    Para a formao da presente apostila, inicialmente, fez-se uma pesquisa na jurisprudncia disponibilizada nos stios de Tribunais Regionais Federais (TRF,www.trfn.gov.br, onde n o n da Regio, de 1 a 5), Superior Tribunal de Justia (STJ,www.stj.gov.br), Supremo Tribunal Federal (STF, www.stf.gov.br) e Conselho da JustiaFederal (CJF, www.cjf.gov.br, que dispe da base de dados do STJ e dos TRFs). Dessapesquisa, tendo-se priorizado as decises emanadas h menos tempo e por tribunais de maisalto grau (alm de alguns poucos julgados de primeira instncia considerados relevantes),resultou uma seleo de julgados divididos em 63 grupos, de acordo com o principal assuntoneles abordado.

    Em funo da extenso e do carter muitas vezes repetitivo do resultado da pesquisa,foram adotados alguns critrios para apresentao dos julgados. Primeiramente, dentreaqueles 63 assuntos, elegeu-se um conjunto de maior relevncia para a matria disciplinar ecoletaram-se, para cada um desses assuntos, alguma(s) deciso(es) mais explicativa(s) edidtica(s), a fim de ter(em) reproduzida no s a ementa, mas tambm o relatrio e o voto(49 julgados). Para esses assuntos, aps a(s) deciso(es) mais completa(s), seguem outros

    julgados, apresentados de forma resumida (apenas ementa). E para os demais assuntos, demenor relevncia, as decises foram reproduzidas resumidamente, apenas com suas ementas.

    Em que pese o STF ser a mais alta Corte do Poder Judicirio, destaca-se no s amaior quantidade como tambm a relevncia dos julgamentos emitidos pelo STJ sobrematria administrativa disciplinar. Em suas competncias originrias, enquanto se tem o STFcomo um rgo de guarda da Constituio Federal, o STJ um rgo de defesa do

    ordenamento jurdico federal, sendo intitulado como a Corte Superior de uniformizaoinfraconstitucional. Como a normatizao da matria de interesse encontra-se precipuamenteem lei federal (a Lei n 8.112, de 11/12/90), h uma maior demanda ao STJ. Alm disso, a idaao Poder Judicirio por motivo disciplinar se d principalmente por meio de mandado desegurana contra ato de aplicao de pena capital e a aplicao de tais penas foi delegada peloPresidente da Repblica para os Ministros de Estado, por meio do Decreto n 3.035, de27/04/99. Uma vez que ao STF cabe julgar mandado de segurana contra o Presidente daRepblica (dentre outros) e ao STJ cabe faz-lo para o caso de Ministros, tambm por estemotivo esta ltima Corte passou a ser mais provocada.

    Os julgados so identificados com a origem e no mnimo mais um dos seguintesparmetros (o que suficiente para serem localizados nos respectivos stios):

    Origem (STF; STJ; e TRF)Existem cinco TRFs, assim distribudos:TRF da 1 Regio: DF e Estados de GO, TO, MT, MG, BA, PI, MA, PA, AM, AP,RR, RO e AC;TRF da 2 Regio: Estados do RJ e ES;TRF da 3 Regio: Estados de SP e MS;TRF da 4 Regio: Estados do PR, SC e RS; eTRF da 5 Regio: Estados de SE, AL, PB, PE, RN e CE

    Tribunal Pleno, Turma ou Seo responsvel pela deciso; Relator; Classe (Mandado de Segurana,Habeas Corpus, etc) e n da deciso;

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    N do processo original e UF de procedncia; Data da deciso (em geral, a data do julgamento; mas, por vezes, a da publicao).

    Alm disso, nos julgados apresentados de forma resumida, houve casos em que sereproduziram apenas parte das ementas (eliminando-se trechos sem interesse para a matria).

    Por outro lado, as decises com relatrio e voto que abordam mais de um assunto de

    interesse foram reproduzidas apenas em um grupo e, nos demais assuntos abordados, fez-seremisso quelas decises. No caso de julgados reproduzidos resumidamente cujas ementasabordam mais de um assunto de interesse, para no ser repetida na ntegra toda a ementa acada assunto nela abordado, adotou-se o critrio de reproduzir, para cada assunto, apenas otrecho a ele referente.

    Os assuntos esto seqenciados em ordem alfabtica. No ndice, para cada assunto,apresentou-se um ementrio, que sintetiza apenas o que de principal se encontra nos julgadosselecionados, e citou(aram)-se a(s) deciso(es) com relatrio e voto reproduzidos. Aps ondice, cada assunto apresentado, iniciando-se com a repetio do ementrio, seguido da(s)deciso(es) com relatrio e voto (quando for o caso) e dos julgados resumidos (apenasementa).

    No obstante os nomes, matrculas e, por vezes, at endereos dos envolvidos nosprocessos judiciais e/ou administrativos constarem da base de dados publicamentedisponibilizada nos stios acima, aqui optou-se por omiti-los, em postura de respeito intimidade que em nada prejudicou o entendimento do julgado.

    Prefcio da edio de dezembro de 2008

    Por determinao do Conselho Nacional de Justia (CNJ), exteriorizada por meio dasResolues n 41 e n 45, ambas de 2007, os endereos eletrnicos do Poder Judicirio devemser padronizados, com a utilizao de novo domnio (jus) em todos os stios. Assim, osstios acima mencionados passaram para www.stf.jus.br, www.stj.jus.br e www.trfn.jus.br.

    Alm da atualizao da apostila, com a introduo de novos julgados, foi promovidaalterao na disposio das decises, a fim de destacar as decises resumidamentereproduzidas, quando oriundas do STF, de tal modo que antecedam os acrdos integrais,provenientes de outros rgos do Poder Judicirio.

    Para determinados julgados, em face da sua relevncia, mesmo que ainda no haja apublicao oficial da deciso, so colacionadas as informaes, na forma de noticirio,reproduzidas a partir do prprio stio dos Tribunais.

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    CONTEDO(Aps esta descrio do contedo - em que se destacam as decises na ntegra,

    com relatrio e voto -, segue ndice com hyperlinks para o interior do texto)

    1 - ABANDONO DE CARGO

    Ementrio: Comprovao do elemento subjetivo da inteno do servidor. Ausnciaintencional. Animus abandonandi. Simples ausncia por mais de trinta dias continuados.Administrao no pode ficar sujeita vontade do servidor. Necessidade de instruoprepondera sobre rito sumrio.

    1.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.291, do STJ - Ementa: Emse tratando de ato demissionrio consistente no abandono de emprego ou inassiduidade aotrabalho, impe-se averiguar o animus especfico do servidor.

    Ver tambm no tpico INDEFERIMENTO PRODUO DE PROVAS, Embargos deDeclarao no Mandado de Segurana n 7.464, do STJ.

    2 - ABUSO DE AUTORIDADE

    Ementrio: Atentado incolumidade fsica. Alegao de abuso de autoridade em movimentoparedista. Ato lesivo honra do cidado. Ilicitude de sanes indiretas. Tentativa de cercearou impedir atividade profissional. Apreenso de livros e documentos de empresa se enquadrano regular exerccio do poder de polcia. Cumprimento de norma emitida por autoridadesuperior. Abuso de poder em tema de punies disciplinares.

    3 - ACUMULAO DE CARGO PBLICO

    Ementrio: Renncia remunerao de uma das fontes. Hipteses de exceo. Acumulao

    com proventos da inatividade.

    3.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 7.095, do STJ - Ementa: AConstituio Federal (art. 37, XVI) veda a acumulao remunerada de cargos pblicos,exceto para dois cargos de professor, um de professor com outro tcnico ou cientfico e doiscargos privativos de profissionais de sade, desde que haja compatibilidade de horrios,observado em qualquer caso, o teto de vencimentos e subsdios previstos no inciso XI domesmo dispositivo.

    4 - AFASTAMENTO PREVENTIVO DO CARGO

    Ementrio: Afastamento de at sessenta dias. Influncia na apurao da irregularidade.Motivao. Inocorrncia de cerceamento de defesa. Recebimento da remunerao.Impedimento dos acusados de circularem no local onde teriam ocorrido os ilcitos.

    4.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.998, do STJ - Ementa:Nostermos do art. 147 da Lei n 8.112/90, como medida cautelar e a fim de que o servidor novenha a influir na apurao da irregularidade, a autoridade instauradora do processodisciplinar poder determinar o seu afastamento do exerccio do cargo, pelo prazo de at 60(sessenta) dias, sem prejuzo da remunerao. Na hiptese dos autos, a portaria quedeterminou o afastamento do servidor est suficientemente motivada, tendo em vista quehouve a expressa remisso ao artigo em comento e ao processo administrativo disciplinar.

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    5 - AUSNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

    Ementrio: Aplicao de pena sem a instaurao de sindicncia ou de processoadministrativo disciplinar. Nulidade. Sindicncia preliminar.

    6 - CANCELAMENTO DE REGISTRO DE PENALIDADE

    Ementrio: Hiptese restrita aos casos de advertncia e suspenso.

    7 - CARGA DOS AUTOS POR TESTEMUNHAS

    Ementrio: Vista aos autos do processo por testemunhas ou seus representantes.

    8 - CASSAO DE APOSENTADORIA

    Ementrio: Constitucionalidade da penalidade de cassao de aposentadoria. Irrelevncia dotempo de servio pblico ser suficiente para a aquisio da aposentadoria. Inocorrncia de

    violao ao princpio da proporcionalidade na aplicao da pena.8.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 21.948, do STF - Ementa:

    Alegao de inconstitucionalidade dos incisos III e IV do art. 127, da Lei n 8.112/1990, aoestabelecerem entre as penalidades disciplinares a demisso e a cassao de aposentadoriaou disponibilidade. Sua improcedncia. A ruptura do vnculo funcional prevista no art. 41, 1, da Constituio. Houve, no caso, processo administrativo, onde assegurada aoimpetrante ampla defesa.

    9 - CELETISTAS E O PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Ementrio: Necessidade de processo administrativo disciplinar. Apurao de falta de

    servidor regido pela CLT.

    9.1 - Deciso de primeira instncia na ntegra: Mandado de Segurana n2001.81.00.017551-1, da JF/CE - Ementa: Administrativo. Instaurao de inquritoadministrativo. Empregado regido pela CLT. Possibilidade. Lei n 8.112/90. Denegao dasegurana. Inexiste nulidade ou ofensa a dispositivo processual na sentena que adota como

    fundamento de decidir o parecer do Ministrio Pblico.

    10 - CERCEAMENTO DE DEFESA

    Ementrio: Oitivas de testemunhas de defesa. Tipificao errnea dos fatos. Punio combase em fato no constante da imputao (mutatio libelli). Notificao ao servidor quanto sconcluses do relatrio final. Oferecimento de alegaes finais ao indiciado. Aplicao depena sem a instaurao de apuratrio. Princpio do Pas de nullit sans grief. Comprovao deprejuzo. Instituto da verdade sabida. Direito certido.

    10.2 - Decises com relatrio e voto:Mandado de Segurana n 7.985, do STJ - Ementa: Inexiste qualquer determinao legal nosentido de que o indiciado seja intimado para o oferecimento de alegaes finais, nohavendo que falar, assim, em cerceamento de defesa.

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    Mandado de Segurana n 9.206, do STJ - Ementa: No h que se falar em violao aosprincpios constitucionais da ampla defesa e do contraditrio quando demonstrado nos autosque o impetrante, ao apresentar sua defesa escrita, em duas ocasies, foi informado danecessidade de comprovao das suas alegaes e o mesmo quedou-se inerte.

    Ver tambm no tpico DESDIA, Mandado de Segurana n 8.858, do STJ; no tpicoINADMISSIBILIDADE DA PROVA ILCITA,Mandado de Segurana n 7.981, do STJ; no

    tpico INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL,Mandado de Segurana n 8.276, do STJ;notpico INTERROGATRIO DO ACUSADO,Mandado de Segurana n 7.066, do STJ; notpico MEMBROS DA COMISSO,Mandado de Segurana n 8.146, do STJ.

    11 - CITAO

    Ementrio: Inexistncia de ignorncia quanto aos fatos imputados em mandado de citao.Citao por edital. Inexistncia de violao do direito de defesa quando do ato citatrio.

    12 - COISA JULGADA ADMINISTRATIVA E REVISO DO PAD

    Ementrio: Direito de a administrao rever seus prprios atos eivados de nulidade.Condies para reviso do processo administrativo.

    13 - DECISO DIFERENTE DA PROPOSTA DA COMISSO

    Ementrio: Harmonia entre o ato de punio e o teor do inqurito. Defesa dos fatos e no dacapitulao legal. Enquadramento jurdico diferente do proposto pela comisso. Valormeramente opinativo. Proporo entre a transgresso e a pena aplicada. Devidafundamentao e motivao.

    13.2 - Decises com relatrio e voto:Mandado de Segurana n 20.355, do STF - Ementa: O indiciado em processo disciplinar se

    defende contra os fatos ilcitos que lhe so imputados, podendo a autoridade administrativaadotar capitulao legal diversa da que lhes deu a comisso de inqurito, sem que impliquecerceamento de defesa.

    Recurso em Mandado de Segurana n 6.570, do STJ - Ementa: No a autoridadeadministrativa obrigada a acatar o parecer da comisso no tocante pena a ser aplicada.Pode adotar soluo diversa, porquanto o funcionrio se defende dos fatos que lhe soimputados. Faz-se necessrio, porm, em qualquer caso, de agravao, ou de atenuao da

    pena sugerida, que a deciso seja fundamentada.

    Recurso em Mandado de Segurana n 10.269, do STJ - Ementa:No processo administrativodisciplinar, instaurado para apurao de falta cometida por funcionrio pblico, a

    autoridade encarregada do julgamento no se vincula ao parecer da comisso e, desde que fundamente, pode, inclusive, aplicar penalidade mais grave, sem possibilidade de o Judicirio substituir sua legtima discricionariedade. No entanto, no estreito limite docontrole da legalidade do ato administrativo, defere-se ao Judicirio a competncia paraafastar alterao injustificada, em afronta gradao prevista na legislao de regncia

    para aplicao de penalidades, do enquadramento proposto pela comisso.

    14 - DEGRAVAO E GRAVAO AMBIENTAL

    Ementrio: Licitude da degravao de conversa telefnica. No acompanhamento por partedo acusado da degravao.

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    15 - DELEGAO DE COMPETNCIA DO PRESIDENTEDA REPBLICA PARA MINISTROS DE ESTADO

    Ementrio: Constitucionalidade de delegao de competncia para aplicar demisso ecassao de aposentadoria. Decreto n 3.035, de 27/04/99.

    15.2 - Decises com relatrio e voto: Ver no tpico CERCEAMENTO DEFESA,Mandado de Segurana n 7.985, do STJ; no tpico INTERCEPTAO TELEFNICA,Mandado de Segurana n 7.024, do STJ.

    16 - DENNCIA ANNIMA

    Ementrio: Inexistncia de ilegalidade. Definio constitucional da vedao do anonimato.Constrangimento ilegal. Demonstrao de violao de direito. Resoluo do conflito dedireitos bsicos.

    16.1 - Decises com relatrio e voto:

    Mandado de Segurana n 24.369, do STF - Ementa: Delao annima. Comunicao defatos graves que teriam sido praticados no mbito da administrao pblica. Situaes que serevestem, em tese, de ilicitude (procedimentos licitatrios supostamente direcionados ealegado pagamento de dirias exorbitantes). A questo da vedao constitucional doanonimato (CF, art. 5, IV, in fine), em face da necessidade tico-jurdica de investigaode condutas funcionais desviantes. Obrigao estatal, que, imposta pelo dever de observnciados postulados da legalidade, da impessoalidade e da moralidade administrativa (CF, art.37, caput), torna inderrogvel o encargo de apurar comportamentos eventualmente lesivosao interesse pblico. Razes de interesse social em possvel conflito com a exigncia de

    proteo incolumidade moral das pessoas (CF, art. 5, X). O direito pblico subjetivo docidado ao fiel desempenho, pelos agentes estatais, do dever de probidade constituiria umalimitao externa aos direitos da personalidade? Liberdades em antagonismo. Situao de

    tenso dialtica entre princpios estruturantes da ordem constitucional. Coliso de direitosque se resolve, em cada caso ocorrente, mediante ponderao dos valores e interesses emconflito.

    Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n 4.435, do STJ - Ementa: Processoadministrativo desencadeado atravs de denncia annima. Validade. Inteligncia daclusula final do inciso IV do art. 5 da Constituio Federal (vedao do anonimato).

    Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n 1.278, do STJ - Ementa: A instaurao deinqurito administrativo, ainda que resultante de denncia annima, no encerra, no caso,qualquer ilegalidade.

    Recurso em Habeas Corpus n 7.329, do STJ - Ementa: A delatio criminis annima noconstituiu causa de ao penal que surgir, em sendo caso, da investigao policialdecorrente. Se colhidos elementos suficientes, haver, ento, ensejo para a denncia. bemverdade que a Constituio Federal (art. 5, IV) veda o anonimato na manifestao

    pensamento, nada impedindo, entretanto, mas, pelo contrrio, sendo dever da autoridadepolicial proceder investigao, cercando-se, naturalmente, de cautela.

    Recurso em Habeas Corpus n 7.363, do STJ - Ementa: Carta annima, sequer referida nadenncia e que, quando muito, propiciou investigaes por parte do organismo policial, nose pode reputar de ilcita. certo que, isoladamente, no ter qualquer valor, mas tambmno se pode t-la como prejudicial a todas as outras validamente obtidas. O princpio do

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    fruto da rvore envenenada foi devidamente abrandado na Suprema Corte (HC n 74.599-7, Min. Ilmar Galvo).

    17 - DESDIA

    Ementrio: Cassao de aposentadoria por desdia. Requisito da habitualidade. Condutadesidiosa. Caracterizao da desdia integra o mrito administrativo. Fuga do controle

    judicial.

    17.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.858, do STJ - Ementa: Avia do mandado de segurana no se presta anlise das provas, que somente possvel navia ordinria, onde podero ser produzidas provas periciais e testemunhais. O presenteremdio constitucional imprprio para tal verificao. Sendo assim, no compete a esteColegiado a valorao das faltas imputadas impetrante, se insignificantes, se agiu comdolo ou culpa, se foi correta a interpretao na anlise das aposentadorias rurais, sesubmetida sobrecarga de trabalho, se insuficiente a quantidade de servidores, enfim, se amesma se comportou de forma desidiosa, sendo, tal exame, de competncia exclusiva dacomisso processante que conduziu o processo administrativo. Igualmente, no prospera aalegao de que a pena aplicada foi desproporcional face conduta sem importncia e

    nenhuma conseqncia prtica, tendo em vista a quantidade de benefcios irregularesconcedidos pela impetrante, devidamente relacionados, sem mencionar os prejuzos causadosaos cofres da Previdncia. Ainda que a comisso processante haja sugerido a pena desuspenso, conduta da impetrante, devidamente tipificada, incide a imposio legal dademisso. No h, portanto, que se falar em pena injusta, ilegal, imoral ou com desvio de

    finalidade. Impossvel o abrandamento da pena aplicada, tendo em vista o disposto nosartigos 117, XV e 132, XIII, ambos da Lei 8.112/90.

    18 - DIREITO DO ACUSADO DE PERMANECER CALADO

    Ementrio:Nemo tenetur se detegere. Direito ao silncio. Constrangimento confisso.

    18.2 - Despacho em medida liminar:Habeas Corpus n 71.421, do STF.

    19 - DISTINO ENTRE SINDICNCIA E PROCESSOADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Ementrio: Sindicncia com propsito de investigao preliminar. Sindicncia no pr-requisito do processo administrativo disciplinar. Princpio da proporcionalidade da pena.Legalidade do processo administrativo disciplinar independe de defeitos da prviasindicncia, se no influram na responsabilizao.

    20 - DOSIMETRIA DA PENA E PRINCPIO DAPROPORCIONALIDADE

    Ementrio: Requisitos subjetivos na dosimetria da pena. Dissenso entre a pena sugerida e apena imposta. Inaplicabilidade de enquadramento que pressupe o dolo para ao de naturezaculposa. Aplicao de pena sem se ater a critrios objetivos.

    20.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 6.667, do STJ - Ementa:Segundo a regra do art. 168, do Estatuto, somente cabvel a discrepncia entre a

    penalidade sugerida pela comisso de inqurito e a imposta pela autoridade julgadoraquando contrria prova dos autos, demonstrada em deciso fundamentada.

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    Ver tambm no tpico DESDIA,Mandado de Segurana n 8.858, do STJ.

    21 - EFETIVO EXERCCIO

    Ementrio: Responsabilizao de servidor por ato cometido em gozo de frias.

    22 - EMENDATIO LIBELLI

    Ementrio: Aplicao do emendatio libelli no processo disciplinar. Aplicao subsidiria dasnormas de Direito Processual Penal ao processo disciplinar.

    23 - ENCAMINHAMENTO AO MINISTRIO PBLICO

    Ementrio: Encaminhamento de peas dos autos ao Ministrio Pblico pela comisso. Noverificao de parcialidade.

    24 - ESTGIO PROBATRIO

    Ementrio: Necessidade de procedimento administrativo. Sindicncia despida de maioresformalidades. Exonerao no constitui penalidade. Avaliao de desempenho.Inaplicabilidade do art. 148 da Lei 8.112, de 11/12/90. Fatores objetivos da lei.

    Ver tambm no tpico ABANDONO DE CARGO,Recurso Extraordinrio n 226.966.

    25 - EXAME PELO PODER JUDICIRIO

    Ementrio: Competncia do Poder Judicirio para examinar processos disciplinares. Exameda legalidade. Vedao do exame do mrito. Graduao da pena imposta ao impetrante.Garantias constitucionais. Inafastabilidade da fiscalizao judicial.

    26 - EXERCCIO DE COMRCIO POR SERVIDOR PBLICO

    Ementrio: Vedao legal do exerccio de comrcio por servidor pblico.

    27 - FLAGRANTE PREPARADO

    Ementrio: Flagrante preparado com ocorrncia de obteno de vantagem ilcita.

    27.2 - Deciso com relatrio e voto: Ver no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIASADMINISTRATIVA E PENAL,Mandado de Segurana n 7.863, do STJ.

    28 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

    Ementrio: Tipificao. Proporcionalidade da pena. Lei n 8.429, de 02/06/92.

    28.2 - Deciso com relatrio e voto: Apelao Cvel n 429.764, do TRF da 4 Regio -Ementa: Embora a comisso os tivesse tipificado como ato de improbidade administrativa,violao de dever do servidor de exercer com zelo e dedicao as atribuies do seu cargo,de ser leal s instituies a que servir e de prtica de crime de omisso de socorro, previstasno art. 11 da Lei 8.429/92, incs. I e II do art. 116 da Lei 8.112/90 e art. 135 do Cdigo Penal,respectivamente, a concluso da autoridade julgadora pela prtica de conduta desidiosa,

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    cuja pena a mesma, no significou erro passvel de nulidade, o que afasta a incidncia daSmula 19 do Supremo Tribunal Federal.

    29 - INADMISSIBILIDADE DA PROVA ILCITA

    Ementrio: Inadmissibilidade da prova ilcita preceito constitucional. Gravao clandestinade conversa informal.

    Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 7.981, do STJ - Ementa: Aconcluso do processo administrativo disciplinar deu-se em 103 (cento e trs) dias, dentro,

    portanto, do prazo previsto no art. 152, da Lei 8.112/90, uma vez que houve a suaprorrogao. Ademais, no h que se falar em violao ao princpio da ampla defesa e docontraditrio caracterizada pela no intimao de testemunha arrolada pela defesa se, comono caso em tela, o termo de ausncia foi assinado pelo advogado dos impetrantes e este no

    protestou por nova oitiva. Improcede, tambm, a alegao de ausncia de prova material dofato delituoso imputado aos impetrantes quando esta se encontra demonstrada, saciedade,no termo de indiciamento dos mesmos (contas telefnicas, notas fiscais, etc). Outrossim, no

    prospera o argumento de produo de prova ilcita, porquanto o advogado dos impetrantes foi notificado das audincias em que seriam tomados os depoimentos das testemunhas

    arroladas pela comisso processante para apurar os fatos narrados pelo denunciante, sendo,inclusive, citado para apresentar defesa escrita.

    30 - INASSIDUIDADE HABITUAL

    Ementrio: Procedimento sumrio. Garantias constitucionais. Animus especfico. Ausnciainjustificada.Necessidade de instruo prepondera sobre rito sumrio.

    Ver tambm no tpico ABANDONO DE CARGO,Recurso Extraordinrio n 226.966.

    31 - INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL

    Ementrio: Dvida acerca da sanidade mental do servidor. Junta mdica oficial. Presena depsiquiatra na junta mdica. Servidor em gozo de licena mdica para tratamento de sade noconstitui bice demisso.

    31.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.276, do STJ - Ementa:Noh que se falar em nulidade do exame de insanidade mental do acusado, em face dacomposio da junta mdica oficial designada para a realizao do referido exame, se foramdevidamente observados os ditames do art. 160 da Lei n 8.112/90, que determina a

    participao de pelo menos um mdico psiquiatra. No h nulidade na realizao do examepericial do acusado por ausncia do assistente tcnico indicado pela defesa, se o defensor doacusado, devidamente comunicado acerca da impossibilidade de comparecimento do

    assistente na data previamente designada, compromete-se a indicar outro assistente tcnicopara participar do exame e deixa de faz-lo.

    32 - INDEFERIMENTO PRODUO DE PROVAS

    Ementrio: Direito produo de provas no absoluto. Momento da comunicao doindeferimento da prova requerida. Inteno procrastinatria. Comprovao independente deperito. Prova inservvel para a defesa. Solicitao aleatria desprovida de qualqueresclarecimento. Falta de fundamentao no indeferimento.

    32.2 - Decises com relatrio e voto:

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    Embargos de Declarao no Mandado de Segurana n 7.464, do STJ - Ementa: Acomunicao do indeferimento da prova requerida deve operar-se ainda na fase probatria,exatamente para oportunizar ao servidor a interposio de eventual recurso contra a decisodo colegiado disciplinar, sendo defeso comisso indeferi-lo quando da prolao dorelatrio final.

    Embargos de Declarao no Mandado de Segurana n 7.469, do STJ - Ementa: A falta de

    fundamentao no indeferimento de ouvida de testemunha caracteriza cerceamento de defesa.

    Ver tambm no tpico DESDIA, Mandado de Segurana n 8.858 do STJ; no tpicoINDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS ADMINISTRATIVA E PENAL, Mandado deSegurana n 7.863, do STJ; no tpico INTERCEPTAO TELEFNICA, Mandado deSegurana n 7.024, do STJ.

    33 - INDEPENDNCIA DAS INSTNCIASADMINISTRATIVA E PENAL

    Ementrio: Independncia do processo civil e penal. Desnecessidade do aguardo do desfechocivil ou criminal. Ausncia de deciso judicial com trnsito em julgado. Absolvio criminalfundamentada na negativa da autoria ou da existncia de crime. Afastamento daresponsabilidade administrativa. Smula 18 do STF. Interesses exclusivamente funcionais daadministrao pblica.

    33.2 - Decises com relatrio e voto:Mandado de Segurana n 21.301, do STF - Ementa: Alegaes improcedentes, porencontrar-se demonstrado que o reconhecimento dos impetrantes por suas vtimas, ocorrido7 dias apenas aps os fatos, se deu com observncia de todas as cautelas legais, e por nohaverem sido indicadas s diligncias que lhes teriam sido recusadas no processodisciplinar, onde foram ouvidas nada menos que 48 testemunhas, 29 arroladas pela defesa.

    Independncia das instncias administrativa e penal.

    Mandado de Segurana n 21.332, do STF - Ementa: Demisso por se ter prevalecido dacondio de policial. O ato de demisso, aps processo administrativo, no est nadependncia da concluso de processo criminal a que submetido o servidor, por crime contraa administrao pblica. Independncia das instncias. Constituio, art. 41, 1.Transgresses disciplinares de natureza grave.

    Mandado de Segurana n 7.035, do STJ - Ementa:A independncia entre as instncias penale administrativa, consagrada na doutrina e na jurisprudncia, permite administrao impor

    punio disciplinar ao servidor faltoso revelia de anterior julgamento no mbito criminal,mesmo que a conduta imputada configure crime em tese.

    Mandado de Segurana n 7.863, do STJ - Ementa: Doutrina e jurisprudncia so unnimesquanto independncia das esferas penal e administrativa; a punio disciplinar nodepende de processo civil ou criminal a que se sujeite o servidor pela mesma falta, nemobriga a administrao pblica a aguardar o desfecho dos mesmos.

    Ver tambm no tpico AFASTAMENTO PREVENTIVO DO CARGO, Mandado deSegurana n 8.998, do STJ; no tpico CASSAO DE APOSENTADORIA, Mandado deSegurana n 21.948, do STF; no tpico INTERCEPTAO TELEFNICA, Mandado deSegurana n 7.024, do STJ; no tpico PRESCRIO, Mandado de Segurana n 24.013, doSTF.

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    34 - INDICIAO

    Ementrio: Congruncia entre a indiciao e o fundamento da punio aplicada.Especificao dos fatos imputados e das respectivas provas. Mutatio libelli. Tipificao.Punio com base em fato no constante na indiciao.

    34.1 - Decises com relatrio e voto:

    Mandado de Segurana n 21.721, do STF - Ementa: Somente depois de concluda a faseinstrutria (na qual o servidor figura como acusado), e que, se for o caso, ser tipificada ainfrao disciplinar, formulando-se a indiciao do servidor, com a especificao dos fatos aele imputados e das respectivas provas (artigo 161, caput), sendo, ento, ele, j nacondio de indiciado, citado, por mandado expedido pelo presidente da comisso, paraapresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias (que poder ser prorrogado pelo dobro,

    para diligencias reputadas indispensveis), assegurando-se-lhe vista do processo narepartio (art. 161, caput e pargrafos 1 e 3).

    Mandado de Segurana n 6.853, do STJ - Ementa: A descrio circunstanciada dos fatos,com a tipificao da falta cometida, tem momento prprio, qual seja, o do indiciamento doservidor (artigo 161, caput, da Lei 8.112/90).

    Ver tambm no tpico INTERROGATRIO DO ACUSADO, Mandado de Segurana n7.066, do STJ.

    35 - INTERCEPTAO TELEFNICA

    Ementrio: Lei n 9.296/96. Licitude da prova. Autorizao judicial. Contaminao de outrasprovas.

    35.2 - Decises com relatrio e voto:Habeas Corpus n 74.678, do STF - Ementa: Utilizao de gravao de conversa telefnica

    feita por terceiro com a autorizao de um dos interlocutores sem o conhecimento do outroquando h, para essa utilizao, excludente da antijuridicidade. Afastada a ilicitude de talconduta - a de, por legtima defesa, fazer gravar e divulgar conversa telefnica ainda queno haja o conhecimento do terceiro que est praticando crime -, ela, por via deconseqncia, lcita e, tambm conseqentemente, essa gravao no pode ser tida como

    prova ilcita, para invocar-se o art. 5, LVI, da Constituio com fundamento em que houveviolao da intimidade (art. 5, X, da Carta Magna).

    Habeas Corpus n 74.152, do STF - Ementa: Havendo-se apoiado a sentena condenatria,confirmada pelo acrdo impugnado, em provas licitamente obtidas, ou seja, nocontaminadas pela prova ilcita, consistente na interceptao de comunicao telefnica, no caso de se anular a condenao.

    Mandado de Segurana n 7.024, do STJ - Ementa: A interceptao telefnica foi requeridanos exatos termos da Lei n 9.296/96, uma vez que os impetrantes tambm respondem a

    processo criminal.

    Ver tambm no tpico PROVA EMPRESTADA E PROVA TESTEMUNHAL, Questo deOrdem no Inqurito 2.424, do STF.

    36 - INTERROGATRIO DO ACUSADO

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    Ementrio: Oitiva do acusado antes das testemunhas. No comparecimento do acusado aoseu interrogatrio.

    36.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 7.066, do STJ - Ementa: Intimado por vinte vezes para interrogatrio, o impetrante no compareceu, a despeito deestar gozando de perfeita sade, resultando da a inexistncia de qualquer prejuzo suadefesa.

    37 - JUNTADA EXTEMPORNEA DE PROVAS

    Ementrio: Acesso a qualquer tempo prova licitamente produzida. Fatos novos que podeminfluenciar no julgamento.

    38 - LICENA PARA TRATO DE ASSUNTOS PARTICULARES

    Ementrio: Servidor com licena para trato de assuntos particulares que exerce gerncia deempresa privada. Inexistncia de obstculo pena de demisso.

    39 - LIVRE CONSTITUIO DE PROCURADOREmentrio: No constituio de advogado. Defesa feita pelo prprio acusado.

    Ver tambm no tpico SMULAS DO STF, o Enunciado da Smula Vinculante n 5.

    40 - MANDADO DE SEGURANA NOPROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    Ementrio: Utilizao de mandado de segurana para invalidar demisso. Autoridadeincompetente ou preterida formalidade essencial. Inexistncia de necessidade do aguardo detrnsito do Mandado de Segurana para continuidade dos trabalhos da comisso. Exigncia de

    instruo probatria. Dilao Probatria dissonante do pressuposto de mandado de segurana.

    40.2 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 5.626, do STJ - Ementa: Aapreciao da veracidade ou no das concluses tcnicas contidas em parecer de auditoriademandaria, na espcie, dilao probatria dissonante do pressuposto do mandado desegurana de pr-constituio das provas.

    Ver tambm no tpico AFASTAMENTO PREVENTIVO DO CARGO, Mandado deSegurana n 8.998, do STJ; no tpico DESDIA,Mandado de Segurana n 8.858, do STJ;no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS ADMINISTRATIVA E PENAL,Mandado de Segurana n 7.863, do STJ; no tpico INDICIAO, Mandado de Segurana n6.853, do STJ.

    41 - MEMBROS DA COMISSO

    Ementrio: Comisso composta por quatro servidores, sendo um secretrio. Presidente comcargo efetivo de nvel superior ou de mesmo nvel.

    41.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.146, do STJ - Ementa: Emse identificando os membros da comisso processante, inclusive o seu presidente, o acusado,e os fatos a serem apurados, no h que falar em ilegalidade da portaria instauradora do

    processo administrativo disciplinar. No h bice legal a que a comisso seja composta por

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    quatro servidores, desde que trs deles a integrem na qualidade de membro e um naqualidade de secretrio. Inteligncia do artigo 149 da Lei n 8.112/90.

    42 - NOTIFICAO X CITAO

    Ementrio: Cincia da instaurao ao acusado atravs de notificao e no citao.Formalidades legais.

    43 - NMERO DE TESTEMUNHAS

    Ementrio: Nmero de testemunhas de defesa. Intuito meramente protelatrio. Testemunhasapenas abonatrias. No fundamentao de indeferimento.

    43.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.431, do STJ - Ementa: Emhavendo a comisso processante indeferido a oitiva das testemunhas arroladas peloimpetrante, considerao de que se tratava de medida protelatria, sem qualquer

    fundamentao outra, escolhendo duas dentre as dez testemunhas arroladas, de sereconhecer a ocorrncia de cerceamento de defesa.

    44 - PENALIDADES DIVERSAS

    Ementrio: Referncia a transgresses diversas enquadradas em diferentes penalidades.Questo do ne bis in idem. Smula 19 do STF.

    45 - PERDO TCITO

    Ementrio: Superao do prazo legal sem previso de sano no importa em perdo tcito.

    46 - PERCIA

    Ementrio: Ausncia do assistente tcnico indicado pela defesa. Formulao de quesitos.Indeferimento de percia contbil. Percia em assinaturas reconhecidas pela acusada.Comunicao de indeferimento de percia deve ser na fase probatria.

    46.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 7.051, do STJ - Ementa:Oportunizado ao acusado o ofertamento de quesitos relativos a exame grafotcnico, no hque falar em violao do direito ampla defesa e ao contraditrio, em no vindo luz aquesitao facultada. De qualquer modo, nulidade houvesse pela falta de intimao para a

    formulao de quesitos, seria de natureza relativa, a reclamar argio oportuna edemonstrao de prejuzo, inocorrentes na espcie at por que a comisso processante sevaleu de elementos outros de convico para formar seu juzo da autoria e materialidade dos

    fatos imputados, que, alis, foram confessados no prprio interrogatrio.

    Ver tambm no tpico INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL,Mandado de Segurana n8.276, do STJ; no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS ADMINISTRATIVA EPENAL,Mandado de Segurana n 7.863, do STJ.

    47 - PORTARIA DE INSTAURAO

    Ementrio: Referncias genricas. Descrio sucinta. Ausncia de prejuzo defesa.Exposio dos fatos na portaria de instaurao. Momento da descrio circunstanciada dos

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    fatos e tipificao na indiciao. Publicao da portaria inaugural. Princpio doinformalismo.

    47.2 - Decises com relatrio e voto:Recurso em Mandado de Segurana n 2.501, do STJ - Ementa: O processo administrativoest sujeito ao contraditrio (Const., art. 5, LV). Impe-se, por isso, perfeita identificao de

    fato imputado. Desnecessrio, porm, ser exibida no corpo da portaria. O Direito no deve

    aprisionar-se em dados meramente formais. Urge sentir a finalidade da norma. No caso,chegar ao conhecimento do funcionrio.

    Embargos de Declarao no Mandado de Segurana n 8.259, do STJ- Ementa:Identificadosos membros da comisso processante, inclusive o seu presidente, o acusado, e os fatos aserem apurados, no h que falar em ilegalidade da portaria instauradora do processoadministrativo disciplinar. A descrio minuciosa dos fatos, com a tipificao da faltacometida, tem momento prprio, qual seja, o do indiciamento do servidor (artigo 161,caput, da Lei 8.112/90).

    Recurso em Mandado de Segurana n 2.203, do STJ - Ementa: Portaria instauradora do processo administrativo, que faz expressa referncia aos fatos a apurar constantes de

    sindicncia, no se pode dizer omissa ou imprecisa. O funcionrio sabia, desde ento, do quetinha de defender-se e a comisso o campo delimitado para atuar. Carncia de direito lquidoe certo.

    Ver tambm no tpico ABANDONO DE CARGO,Mandado de Segurana n 8.291, do STJ;no tpico DESDIA, Mandado de Segurana n 8.858, do STJ; no tpicoINTERROGATRIO DO ACUSADO, Mandado de Segurana n 7.066, do STJ; no tpicoMEMBROS DA COMISSO,Mandado de Segurana n 8.146, do STJ.

    48 - PRAZOS DO PROCESSO DISCIPLINAR

    Ementrio: Ultrapassagem do prazo fixado para trmino do processo. Cessao da medidacautelar de afastamento do servidor. Inexistncia de punio administrativa para o agente queextrapola os prazos de instruo. No concluso do processo disciplinar no prazo do artigo152 da Lei 8.112/90. Dilao legal no julgamento. Prazo qinqenal.

    48.2 - Decises com relatrio e voto:Mandado de Segurana n 21.494, do STF - Ementa:Ato demissrio de responsabilidade damesa da Cmara dos Deputados. Pretenso anulatria do ato, luz do excesso verificado no

    prazo para o encerramento do inqurito. Inconsistncia da argumentao, visto que o artigo169, 1 da Lei 8112/90 proclama no ser, semelhante demora, fator nulificante do processo.

    Mandado de Segurana n 22.656, do STF - Ementa: No configura nulidade, falta de

    previso legal nesse sentido, a no-concluso do processo administrativo no prazo do art.152 da Lei n 8.112/90. Circunstncia que, de resto, no prejudicou o impetrante, processadosem o afastamento previsto no art. 147 do mesmo diploma legal. Prazo que foi estabelecidoem prol da administrao, com o fim de afastar o inconveniente do retorno do servidorafastado, antes de apurada a sua responsabilidade funcional (art. 147, pargrafo nico).

    Ver tambm no tpico INADMISSIBILIDADE DA PROVA ILCITA, Mandado deSegurana n 7.981, do STJ; no tpico INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL, Mandado deSegurana n 8.276, do STJ.

    49 - PRESCRIO

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    Ementrio: Prescrio da ao disciplinar. Aplicao dos prazos de prescrio da lei penal.Interrupo da prescrio. Reviso a qualquer tempo. Prazo qinqenal. nus a quem dercausa demora processual.

    49.2 - Decises com relatrio e voto:Mandado de Segurana n 22.728, do STF - Ementa: Improcedncia da alegao de

    ocorrncia de prescrio. Interpretao da fluncia do prazo de prescrio na hiptese deser interrompido o seu curso (art. 142, I e 3 e 4, da Lei 8.112/90).

    Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n 23.436, do STF - Ementa: A interrupoprevista no 3 do artigo 142 da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, cessa uma vezultrapassado o perodo de 140 dias alusivo concluso do processo disciplinar e imposio de pena - artigos 152 e 167 da referida lei - voltando a ter curso, na integralidade,o prazo prescricional.

    Mandado de Segurana n 22.679, do STF - Ementa:I. Servidor pblico: infrao disciplinar: prescrio: clculo conforme o prazo correspondente aos tipos no penais em que o atopunitivo classificou os fatos. II. Servidor pblico: infrao disciplinar no criminal sujeita

    demisso: prescrio quatrienal, conforme a L. 1.711/52, vigente ao tempo do fato, no selhe aplicando o prazo qinqenal da L. 8.112/90.

    Mandado de Segurana n 8.558, do STJ - Ementa: A declarao de nulidade do processoadministrativo implica na desconstituio de todos os seus atos, inclusive o de instaurao dacomisso disciplinar, o que resulta na inexistncia do ato interruptivo da prescrio, quedeve ser contada, conseqentemente, desde o conhecimento do fato lesivo at a instauraodo segundo processo disciplinar. In casu, entre o conhecimento do fato, que se deu emoutubro de 1994, e a instaurao do procedimento disciplinar vlido, ocorrida em junho de1999, no transcorreu o prazo prescricional de 5 (cinco) anos previsto no inciso I do art. 142da Lei 8.112/90, aplicvel s infraes apenadas com demisso.

    Mandado de Segurana n 4.549, do STJ - Ementa: Conquanto o 3 do art. 142 da Lei n8.112/90 determine que a abertura de sindicncia ou a instaurao de processo disciplinarinterrompe a prescrio, at a data da deciso final proferida por autoridade competente, oefeito obstativo do reincio do curso prescricional desaparece a partir do encerramento do

    prazo legal. In casu, o processo disciplinar foi instaurado em 11/02/94 (fls. 30), atravs daPortaria n 081 do Ministro da Justia, tendo a deciso final ocorrido em 14/02/96 (fls. 57),quando j transcorrido os 180 (cento e oitenta) dias do prazo prescricional, previsto quanto pena de advertncia (art. 142, III), considerado o termo a quo em 02/07/94, ou seja, 141(cento e quarenta e um) dias aps o incio do processo, ao cessar o impedimento do curso da

    prescrio, nos termos dos arts. 152 e 167 da Lei n 8.112/90.

    Ver tambm no tpico ACUMULAO DE CARGO PBLICO,Mandado de Segurana n7.095, do STJ; no tpico AFASTAMENTO PREVENTIVO DO CARGO, Mandado deSegurana n 8.998, do STJ.

    50 - PRINCPIO DOIN DUBIO PRO REO

    Ementrio: Presuno de inocncia. Autoria e culpabilidade dos acusados no evidenciadas.Inexistncia de fato concreto.

    50.2 - Deciso com relatrio e voto: Recurso Criminal n 95.02.24316, do TRF da 2 Regio- Ementa: caracterizao do crime de descaminho, h de ficar comprovado, nos autos, que

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    o agente usou ou tentou usar artifcio para iludir a Fazenda e, assim, conseguir deixar depagar o tributo devido. Elemento subjetivo do tipo da conduta do agente o dolo genrico,que consiste no animus do agente, conscientemente dirigido a fraudar o pagamento detributos ou direitos. Proposio acusatria vazada em mera suposio. nico documentocomprobatrio do fato delituoso est ilegvel em cpia, assim como seu original. Dolo.

    Inexistncia.

    51 - PROVA TESTEMUNHALEmentrio: Testemunha ouvida informalmente. Tomada de depoimento de acusados emconjunto. No comparecimento e protesto por nova oitiva. Anlise do conjunto probatrio.Alegao de falsidade. Prova testemunhal emprestada. Inverso de ordem.

    51.2 - Decises com relatrio e voto: Ver no tpico DECISO DIFERENTE DAPROPOSTA DA COMISSO, Recurso em Mandado de Segurana n 6.570, do STJ; notpico INADMISSIBILIDADE DA PROVA ILCITA, Mandado de Segurana n 7.981, doSTJ.

    52 - PUBLICIDADE DO PROCESSO

    Ementrio: Cpia do processo a terceiros. Fornecimento de dados. Publicao na imprensaoficial. Publicao do ato constitutivo da comisso em boletim de servios e no em DirioOficial.

    52.1 - Decises com relatrio e voto: Ver no tpico INDICIAO,Mandado de Seguranan 6.853, do STJ; no tpico PERCIA,Mandado de Segurana n 7.051, do STJ.

    53 - RECURSOS DISCIPLINARES

    Ementrio: Conhecimento do ato demissrio atravs do Dirio Oficial da Unio e o direito

    de recorrer. Reviso processual a qualquer tempo. Efeito devolutivo e suspensivo.

    53.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 8.084, do STJ - Ementa: Oprocesso disciplinar poder ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando seaduzirem fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido ou ainadequao da penalidade aplicada. (artigo 174 da Lei n 8.112/90). O requerimento dereviso do processo ser dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, seautorizar a reviso, encaminhar o pedido ao dirigente do rgo ou entidade onde seoriginou o processo disciplinar. (artigo 177, caput, da Lei n 8.112/90). da atribuiodo Ministro de Estado ou autoridade equivalente o juzo de admissibilidade do pedido dereviso de processo administrativo, que, se autorizar a reviso, o encaminhar ao dirigentedo rgo ou entidade onde se originou o processo disciplinar, para as providncias

    necessrias constituio da comisso de reviso, cabendo o seu julgamento autoridadeque aplicou a penalidade (artigos 177 e 181 da Lei n 8.112/90). Em no tendo sido aduzidos

    fatos novos ou qualquer outra circunstncia suscetvel de justificar a inocncia do punido oua inadequao da pena aplicada, impe-se reconhecer a legalidade do ato que indeferiu ainstaurao do processo revisional. Ademais, o artigo 176 da Lei n 8.112/90 estabelece que(...) a simples alegao de injustia da penalidade no constitui fundamento para a reviso,que requer elementos novos, ainda no apreciados no processo originrio.

    Ver tambm no tpico PERCIA,Mandado de Segurana n 7.051, do STJ.

    54 - RECUSA DE CUMPRIR MISSO URGENTE

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    Ementrio: Pagamento de diria em misso urgente.

    55 - RELATRIO FINAL DA COMISSO

    Ementrio: Inexistncia de determinao legal que intime o indiciado sobre o relatrio finalda comisso.

    55.2 - Decises com relatrio e voto: Ver no tpico CERCEAMENTO DE DEFESA,Mandado de Segurana n 7.985, do STJ; no tpico PERCIA, Mandado de Segurana n7.051, do STJ.

    56 - REPRESENTANTE SINDICAL

    Ementrio: Estabilidade do representante sindical estatutrio.

    57 - RESPONSABILIDADE CIVIL

    Ementrio: Responsabilizao de indenizar errio requer prvia responsabilizaoadministrativa. Indenizao na forma do art. 46 da Lei n 8.112, de 11/12/90, requeraquiescncia do servidor ou trnsito em julgado da ao condenatria. Ratificao de parecerdanoso para a administrao. Licena remunerada no utilizada para fins que se destinava.

    57.1 - Deciso com relatrio e voto: Mandado de Segurana n 24.182, do STF - Ementa: Mandado de segurana. 2. Desaparecimento de talonrios de tquetes-alimentao.Condenao do impetrante em processo administrativo disciplinar, de ressarcimento aoerrio do valor do prejuzo apurado. 3. Deciso da Mesa Diretora da Cmara dos Deputadosde descontos mensais, em folha de pagamento, sem a autorizao do servidor. 4.

    Responsabilidade civil de servidor. Hiptese em que no se aplica a auto-executoriedade do procedimento administrativo. 5. A administrao acha-se restrita s sanes de natureza

    administrativa, no podendo alcanar, compulsoriamente, as conseqncias civis e penais. 6. falta de prvia aquiescncia do servidor, cabe administrao propor ao de indenizaopara a confirmao, ou no, do ressarcimento apurado na esfera administrativa. 7. O art. 46da Lei n 8.112, de 1990, dispe que o desconto em folha de pagamento a forma como

    poder ocorrer o pagamento pelo servidor, aps sua concordncia com a conclusoadministrativa ou a condenao judicial transitada em julgada. 8. Mandado de seguranadeferido.

    58 - REVELIA E DEFENSOR DATIVO

    Ementrio: Revelia do indiciado ou recusa de apresentar defesa. Nomeao de defensordativo.

    59 - SEPARAO DE PROCESSOS DEVIDOAO NMERO DE ACUSADOS

    Ementrio: Facultao da separao dos processos quando pelo excessivo nmero deacusados ou por outro motivo relevante.

    60 - SIGILO BANCRIO

    Ementrio: Princpio da convivncia das liberdades. Sigilo bancrio.

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    Deciso de primeira instncia na ntegra: Ao Cautelar n 2001.5101003489-6, da JF/RJ.

    61 - SUSPEIO

    Ementrio: Participao de membro ou testemunha em sindicncia como membro decomisso de inqurito. Ausncia de apreciao de preliminar de suspeio. Fundamentao

    em provas.

    62 - SUSTENTAO ORAL

    Ementrio: Sindicncia administrativa desprovida de procedimento formal. Sustentao oralna sesso de instaurao do processo administrativo.

    63 - VISTA DOS AUTOS A ADVOGADO

    Ementrio: Vista ao processo judicial ou administrativo de qualquer natureza. Retirada porprazo legal.

    64 - SMULAS DO STF

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    NDICE

    1 - ABANDONO DE CARGO.......................................................................29

    1.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) .............................. .29

    1.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.............................................................31

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.291 ..........................................31

    1.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).............38

    2 - ABUSO DE AUTORIDADE ....................................................................41

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS..................................................41

    3 - ACUMULAO DE CARGO PBLICO.............................................. 44

    3.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) .............................. .44

    3.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.............................................................46

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.095 ..........................................46

    4 - AFASTAMENTO PREVENTIVO DO CARGO .................................... 54

    4.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.............................................................54

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.998 ..........................................54

    4.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS..........................................62

    5 - AUSNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL ................................... 63

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS..................................................63

    6 - CANCELAMENTO DE REGISTRO DE PENALIDADE..................... 65

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS..................................................65

    7 - CARGA DOS AUTOS POR TESTEMUNHAS...................................... 66

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA......................................................66

    8 - CASSAO DE APOSENTADORIA..................................................... 67

    8.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) .............................. .67

    8.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.............................................................68

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 21.948.........................................68

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    8.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).............76

    9 - CELETISTAS E O PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR ............................................................................................... 77

    9.1 - DECISO DE PRIMEIRA INSTNCIA NA NTEGRA ....................................77

    N do processo original: Mandado de Segurana n 2001.81.00.017551-1................77

    9.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS..........................................80

    10 - CERCEAMENTO DE DEFESA............................................................ 81

    10.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) .............................81

    10.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.........................................................87

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.985 ..........................................87

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 9.206 ..........................................96

    10.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........100

    11 - CITAO ............................................................................................. 104

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................104

    12 - COISA JULGADA ADMINISTRATIVA E REVISO DO PAD ..... 106

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................106

    13 - DECISO DIFERENTE DA PROPOSTA DA COMISSO............. 109

    13.1. DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF).............................109

    13.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................110

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 20.355.......................................110

    Classe e n da deciso: Recurso em Mandado de Segurana n 6.570 ....................116

    Classe e n da deciso: Recurso em Mandado de Segurana n 10.269 ..................118

    13.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........121

    14 - DEGRAVAO E ESCUTA AMBIENTAL...................................... 123

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................123

    15 - DELEGAO DE COMPETNCIA DO PRESIDENTE DAREPBLICA PARA MINISTROS DE ESTADO...................................... 127

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    15.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STF) ...............................127

    15.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................128

    16 - DENNCIA ANNIMA ...................................................................... 129

    16.1 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................129

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 24.369.......................................129

    Classe e n da deciso: Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n 4.435...137

    Classe e n da deciso: Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n 1.278...139

    Classe e n da deciso: Recurso emHabeas Corpus n 7.329...................................141

    Classe e n da deciso: Recurso emHabeas Corpus n 7.363...................................143

    16. 2 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA.........................................145

    17 - DESDIA ............................................................................................... 146

    17.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................146

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.858 ........................................146

    17.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................154

    18 - DIREITO DO ACUSADO DE PERMANECER CALADO............... 156

    18.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................156

    18.2 - DESPACHO EM MEDIDA LIMINAR.............................................................157

    Classe e n da deciso:Habeas Corpus n 71.421 .....................................................157

    18.3 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STJ E/OU TRF).............161

    19 - DISTINO ENTRE SINDICNCIA E PROCESSOADMINISTRATIVO DISCIPLINAR......................................................... 162

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................162

    20 - DOSIMETRIA DA PENA E PRINCPIO DAPROPORCIONALIDADE .......................................................................... 166

    20.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................166

    20.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................169

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 6.667 ........................................169

    20.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........176

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    21 - EFETIVO EXERCCIO....................................................................... 178

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................178

    22 - EMENDATIO LIBELLI ...................................................................... 179

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................179

    23 - ENCAMINHAMENTO AO MINISTRIO PBLICO ..................... 180

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................180

    24 - ESTGIO PROBATRIO .................................................................. 181

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................181

    25 - EXAME PELO PODER JUDICIRIO............................................... 189

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................189

    26 - EXERCCIO DE COMRCIO POR SERVIDOR PBLICO .......... 193

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................193

    27 - FLAGRANTE PREPARADO.............................................................. 194

    27.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA..........................................194

    27.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................195

    28 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA............................................... 196

    28.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................196

    28.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................198

    Classe e n da deciso: Apelao Cvel n 429.764...................................................198

    28.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........204

    29 - INADMISSIBILIDADE DA PROVA ILCITA.................................. 207DECISO COM RELATRIO E VOTO...................................................................207

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.981 ........................................207

    30 - INASSIDUIDADE HABITUAL........................................................... 210

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................210

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    31 - INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL............................................ 212

    31.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................212

    31.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................214

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.276 ........................................214

    31.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........220

    32 - INDEFERIMENTO PRODUO DE PROVAS ........................... 222

    32.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STF) ...............................222

    32.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................223

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.464 ........................................223

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.469 ........................................230

    32.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................233

    33 - INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS ADMINISTRATIVA EPENAL.......................................................................................................... 235

    33.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................235

    33.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................237

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 21.301.......................................237

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 21.332.......................................242

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.035 ........................................246

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.863 ........................................249

    33.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........259

    34 - INDICIAO ....................................................................................... 261

    34.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STF) ...............................261

    34.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................262

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 21.721.......................................262

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 6.853 ........................................267

    34.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........277

    35 - INTERCEPTAO TELEFNICA................................................... 278

    35.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................278

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    35.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................280

    Classe e n da deciso:Habeas Corpus n 74.678 .....................................................280

    Classe e n da deciso:Habeas Corpus n 74.152 .....................................................287

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.024 ........................................291

    36 - INTERROGATRIO DO ACUSADO................................................ 296

    36.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STF) ...............................296

    36.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................297

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.066 ........................................297

    36.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........314

    37 - JUNTADA EXTEMPORNEA DE PROVAS ................................... 315

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................315

    38 - LICENA PARA TRATO DE ASSUNTOS PARTICULARES........ 316

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................316

    39 - LIVRE CONSTITUIO DE PROCURADOR ................................ 318

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................318

    40 - MANDADO DE SEGURANA NO PROCESSO ADMINISTRATIVODISCIPLINAR ............................................................................................. 319

    40.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................319

    40.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................321

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 5.626 ........................................321

    40.3 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STJ E/OU TRF).............331

    41 - MEMBROS DA COMISSO .............................................................. 33241.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................332

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.146 ........................................332

    41.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................346

    42 - NOTIFICAO x CITAO ............................................................. 347

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................347

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    43 - NMERO DE TESTEMUNHAS......................................................... 348

    43.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................348

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.431 ........................................348

    43.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................354

    44 - PENALIDADES DIVERSAS............................................................... 355

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................355

    45 - PERDO TCITO............................................................................... 357

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................357

    46 - PERCIA ............................................................................................... 358

    46.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................358Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 7.051 ........................................358

    46.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................369

    47 - PORTARIA DE INSTAURAO....................................................... 370

    47.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................370

    47.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................371

    Classe e n da deciso: Recurso em Mandado de Segurana n 2.501 ....................371

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.259 ........................................373

    Classe e n da deciso: Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n 2.203...382

    47.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........384

    48 - PRAZOS DO PROCESSO DISCIPLINAR ........................................ 387

    48.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................387

    48.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................388

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 21.494.......................................388

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 22.656.......................................394

    48.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........398

    49 - PRESCRIO...................................................................................... 400

    49.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................400

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    49.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................405

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 22.728.......................................405

    Classe e n da deciso: Recurso OrdinrioemMandadodeSeguranan23.436..413

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 22.679.......................................417

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.558 ........................................422

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 4.549 ........................................426

    49.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........430

    50 - PRINCPIO DOIN DUBIO PRO REO................................................ 434

    50.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STF) ...............................434

    50.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................435

    Classe e n da deciso: Recurso Criminal n 95.02.24316 .......................................435

    50.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........439

    51 - PROVA EMPRESTADA E PROVA TESTEMUNHAL.................... 441

    51.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF) ...........................441

    51.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................442

    51.3 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STJ E/OU TRF).........443

    52 - PUBLICIDADE DO PROCESSO........................................................ 444

    52.1 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................444

    52.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................445

    53 - RECURSOS DISCIPLINARES........................................................... 446

    53.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................446

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.084 ........................................446

    53.2 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA..........................................455

    54 - RECUSA DE CUMPRIR MISSO URGENTE................................. 456

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................456

    55 - RELATRIO FINAL DA COMISSO .............................................. 457

    55.1 - DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA (STF) ...............................457

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    55.2 - DECISES COM RELATRIO E VOTO.......................................................458

    56 - REPRESENTANTE SINDICAL.......................................................... 459

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................459

    57 - RESPONSABILIDADE CIVIL............................................................ 46057.1 - DECISO COM RELATRIO E VOTO.........................................................460

    Classe e n da deciso: Mandado de Segurana n 24.182.......................................460

    57.2 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS......................................464

    58 - REVELIA E DEFENSOR DATIVO.................................................... 465

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................465

    59 - SEPARAO DE PROCESSOS DEVIDO AO NMERO DEACUSADOS ................................................................................................. 466

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................466

    60 - SIGILO BANCRIO............................................................................ 467

    DECISO DE PRIMEIRA INSTNCIA NA NTEGRA ..........................................467

    N do processo: Ao Cautelar n 2001.51.01.003489-6...........................................467

    61 - SUSPEIO ......................................................................................... 475

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................475

    62 - SUSTENTAO ORAL ...................................................................... 476

    DECISO RESUMIDAMENTE REPRODUZIDA....................................................476

    63 - VISTA DOS AUTOS A ADVOGADO................................................. 477

    DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS................................................477

    64 - SMULAS DO STF.............................................................................. 478

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    1 - ABANDONO DE CARGO

    Ementrio: Greve em estgio probatrio. Comprovao do elemento subjetivo dainteno do servidor. Ausncia intencional. Animus abandonandi. Simples ausncia pormais de trinta dias continuados. Administrao no pode ficar sujeita vontade doservidor. Necessidade de instruo prepondera sobre rito sumrio.

    1.1 - DECISES RESUMIDAMENTE REPRODUZIDAS (STF)

    Origem: SUPREMO TRIBUNAL FEDERALrgo julgador: Primeira TurmaRelator: Ministro Carlos Alberto Menezes DireitoClasse e n da deciso: Recurso Extraordinrio n 226.966UF: RSData da deciso: 11/11/08 (Acrdo no publicado at 24/04/09)

    http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=98881&caixaBusca=N

    Tera-feira, 11 de novembro de 2008

    1 Turma do STF mantm cargo de servidor que fez greve durante estgio probatrio

    Por 3 votos a 2, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve ocargo de servidor pblico que, durante o estgio probatrio, aderiu a movimento de greve efaltou ao trabalho por mais de 30 dias. A greve ocorreu no Estado do Rio Grande do Sul,antes de o STF determinar a aplicao da Lei de Greve da iniciativa privada ao serviopblico.

    A tese vencedora foi a de que a falta por motivo de greve no pode gerar demisso. Ainassiduidade decorrente de greve no legitima o ato demissrio, disse o ministro CarlosAyres Britto. Para ele, a inassiduidade que justifica a demisso obedece a uma outrainspirao: o servidor que no gosta de trabalhar.

    Na mesma linha, o ministro Marco Aurlio disse entender que, no caso, no h oelemento subjetivo que a vontade consciente de no comparecer por no comparecer aotrabalho. A ministra Crmen Lcia tambm votou com a maioria. O estgio probatrio

    para mim, por si s, no fundamento para essa exonerao, disse ela.

    A matria chegou ao STF por meio de um Recurso Extraordinrio (RE 226966) deautoria do governo do Rio Grande do Sul, que exonerou o servidor grevista. Este, por sua vez,

    voltou ao cargo por fora de um mandado de segurana concedido pela Justia estadualgacha.

    O relator do caso no STF, ministro Carlos Alberto Menezes Direito, e o ministroRicardo Lewandowski foram contra a deciso do Judicirio do Rio Grande do Sul. ParaMenezes Direito, o servidor fez greve antes de o direito ser regulamentado por meio dedeciso do STF e, alm disso, estava em estgio probatrio. Portanto, cometeu umairregularidade que justificou sua exonerao.

    Como no havia a regulamentao do direito de greve, que s veio com a nossadeciso, [o servidor] no tinha cobertura legal para faltar e estava em estgio probatrio. Se

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    ele estava em estgio probatrio e cometeu esse delito civil, eu entendo que ele no temrazo, disse Menezes Direito.

    Lewandowski reiterou que o direito de greve realmente exigia uma regulamentao,prova de que o dispositivo constitucional que trata da matria (inciso VII do artigo 37) no eraauto-aplicvel.

    Origem: SUPREMO TRIBUNAL FEDERALrgo julgador: Primeira TurmaClasse e n da deciso: Recurso Extraordinrio n 266.397UF: PRData da deciso: 09/03/04

    VOTO

    (...) O Estatuto do Servidor Pblico Federal (...) deixa claro que s configura abandonode cargo a ausncia intencional do servidor, ou seja, a voluntariedade, a sua intencionalidadede abandonar o cargo. (...)

    O animus abandonandi, de que falam o eminente Relator Seplveda Pertence e ailustre advogada, da tribuna, essencial que se caracterize esse tipo de demisso do servidorpor justa causa. O Estatuto do Funcionrios Pblicos Civis (...) chega a ser didtico aoestabelecer a diferena entre hiptese de abandono de cargo e demisso por inassiduidadehabitual. Claro que ambos so pressupostos da pena de demisso, mas, enquanto para um seexige a intencionalidade, para outro, no; ela no elemento do tipo, no elementoconceitual do instituto jurdico. (grifo no do original)

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    1.2 - DECISO COM RELATRIO E VOTO

    Origem: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIAClasse e n da deciso: Mandado de Segurana n 8.291N do processo original e UF: 2002/0041936-0 - DFData da deciso: 11/12/02

    EMENTA: Mandado de segurana. Processo administrativo disciplinar. Demisso. Nulidades.Cerceamento de defesa. Inocorrncia. Abandono de emprego. Ausncia do animus especficodo servidor. Precedente da 3 Seo. Ordem concedida.1. Identificados os membros da comisso processante, inclusive o seu presidente, o acusado eos fatos a serem apurados, no h que falar em ilegalidade da portaria instauradora doprocesso administrativo disciplinar.2. A descrio circunstanciada dos fatos, com a tipificao da falta cometida, tem momentoprprio, qual seja, o do indiciamento do servidor (artigo 161, caput, da Lei 8.112/90).3. A 3 Seo desta Corte Superior de Justia firmou j entendimento no sentido de que emse tratando de ato demissionrio consistente no abandono de emprego ou inassiduidade aotrabalho, impe-se averiguar o animus especfico do servidor, a fim de avaliar o seu graude desdia (cf. MS n 6.952/DF, Relator Ministro Gilson Dipp, in DJ 2/10/2000). (grifo no

    do original)4. A cpia do inteiro teor do processo administrativo, que instrui a inicial, torna certa no s aobteno pelo impetrante de licena mdica de 90 dias, a partir de 1 de abril de 2001, perodono qual foi indiciado por abandono de cargo, mas tambm, a inexistncia de prova legal deque tenha sido intimado do parecer da Junta Mdica Oficial da Universidade de Braslia,realizado no dia seguinte ao da obteno da licena a que antes se aludiu.5. Ordem concedida.

    RELATRIO

    Exmo. Sr. Ministro Hamilton Carvalhido (Relator):

    Mandado de segurana impetrado por (...), contra o Exmo. Sr. Ministro de Estado daEducao e o Reitor da Universidade Federal do Esprito Santo, visando anulao daPortaria MEC n 2.676, de 12 de dezembro de 2001, que o demitiu do cargo de Professor de3 Grau do Quadro de Pessoal Permanente da Universidade Federal do Esprito Santo, porabandono de cargo.

    Alega o impetrante a nulidade da portaria instauradora do processo administrativodisciplinar, por violadora do princpio do contraditrio e da ampla defesa, j que nela noconstou o nome do acusado, a descrio e a qualificao dos fatos, a acusao, bem como oenquadramento legal.

    Sustenta que no restou demonstrado o requisito essencial para a demisso porabandono de cargo, qual seja, o animus abandonandi, da a violao do princpio darazoabilidade, porquanto (...) ainda que a atitude do impetrante seja passvel de punio,mediante a aplicao de determinada penalidade, esta jamais poderia ser a pena mxima;no poderia ser a demisso, em virtude de estar em total dissonncia com a conduta faltosa

    praticada. Demitir o impetrante por estar doente seria, na melhor das hipteses,desarrazoado. (fl. 12).

    Aduz, ainda, ser desnecessria a homologao de laudo emitido por junta mdicaoficial, sendo certo que (...) apenas no retornou ao trabalho porque estava amparado pelolaudo que lhe foi entregue pela Junta Mdica da UnB, assinado pelo presidente da mesma.

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    Some-se a boa-f do Professor, o fato de a UFES, em nenhum momento, ter convocado oimpetrante para retornar as suas atividades. (fl. 16).

    Liminar deferida para determinar a reintegrao do impetrante ao cargo queanteriormente ocupava, at o julgamento do presente mandamus.

    Informaes prestadas s fls. 148/158 dos autos.

    O parecer do Ministrio Pblico Federal pela concesso da ordem (fls. 285/287).

    o relatrio.

    VOTO

    Exmo. Sr. Ministro Hamilton Carvalhido (Relator): Senhor Presidente, em 1 de junhode 2001, o Subchefe do Departamento de Administrao da Universidade Federal do EspritoSanto encaminhou Diretora do Departamento de Recursos Humanos Memorando de n 082-DAD-CCJE, comunicando que o servidor (...), ora impetrante, apresentava falta sem

    justificativa durante os perodos de 1 a 14 de abril e 30 de abril de 2001 e 1 a 31 de maio de

    2001.

    Encaminhado o memorando Reitoria da Universidade Federal do Esprito Santo, foieditada, em 27 de junho de 2001, a Portaria n 372, cujos termos so os seguintes:

    Portaria n 372, de 27 de junho de 2001O Reitor da Universidade Federal do Esprito Santo, usando de suasatribuies legais e estatutrias, e tendo em vista o protocolado n23068.717014/01-78

    Resolve: Designar os membros abaixo relacionados, para sob presidncia do primeiro, comporem a comisso de processo administrativo disciplinar,

    para promover a apurao do que consta do processo 23068.004215/01-66.(...) Prof. Adjunto(...) Assis. Administrao(...) Assis. Administrao. (fl. 30)

    Instaurado processo administrativo disciplinar sob o n 4215/01-66, procedeu-se lavratura da ata de instalao dos trabalhos e, depois, ao indiciamento do servidor, nosseguintes termos:

    Termo de IndiciaoO presidente da comisso de processo administrativo disciplinar, institudanos termos do artigo 148 da Lei 8.112/90 pela Portaria n 372/01, do

    Magnfico Reitor publicada no dia 09 de julho de 2001, cita o Sr. (...),brasileiro, funcionrio pblico federal, ocupante do cargo de Professor

    Adjunto I, matrcula (...), Siape (...), para, na forma prevista nos artigos 133e 140 da Lei 8112/90, apresentar, no prazo de 05 (cinco) dias corridos acontar do recebimento deste, defesa escrita nos autos do processoadministrativo disciplinar - rito sumrio - instaurado contra a sua pessoa

    para apurar a infrao administrativa de abandono de cargo, prevista noart. 138 da Lei 8.112/90, devido s faltas injustificadas no perodo de 30/04a 30/06/2001, de acordo com denncias de fls. 01 e Fichas de QualificaoFuncional do Departamento de Recursos Humanos, fls. 02 e 18, sendo

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    prevista a penalidade do art. 132, da mesma Lei, ficando-lhe, para esseefeito, facultada vista dos respectivos autos na CPPAD, pessoalmente ouatravs de procurador regularmente constitudo. (...) (fl. 56)

    O impetrante, na qualidade de indiciado, por seu procurador constitudo, ofereceudefesa, alegando, em sntese, que (...) Os perodos alegados como faltantes, quais sejam, de01/04 a 14/04/01 e 30/04/01, e 01/05 a 31/05/01, no podem ser computados como faltas

    injustificadas, uma vez que o servidor estava regularmente afastado para tratamento mdico,como pode ser conferido do relatrio mdico da Universidade de Braslia que se acosta aosautos. (fl. 62)

    Sustentou, ainda, que jamais tomou conhecimento do Parecer da Junta Mdica Oficialda Universidade de Braslia, datado de 2 de abril de 2001, que decidira que j estava emcondies de retornar ao servio, (...) sendo que a nica coisa que lhe foi dito pela Junta de que estaria afastado por mais noventa dias, conforme estabelecido no relatrio mdico,datado de 01 de abril de 2001, cuja cpia lhe foi entregue. (fl. 63)

    Prorrogado o prazo de concluso do processo administrativo disciplinar (Portaria n514, de 4 de setembro de 2001), oficiou-se Universidade de Braslia para se apurar as

    alegaes deduzidas na defesa oferecida pelo impetrante.

    Em resposta ao Ofcio n 038/01-CPPAD, de 1 de agosto de 2001, a Junta MdicaOficial da Universidade de Braslia prestou os seguintes esclarecimentos:

    1. O relatrio mdico preenchido e datado em 01 de abril de 2001 peloDr. (...) - neurocirurgio - CRM/DF 3040, foi solicitado e assinado no atoda entrega, para dar f e respaldo ao pedido do Dr. (...), em 21 de maro de2001, ao professor (...), conforme rotina desta Junta Mdica Oficial. Aassinatura do presidente da Junta no rodap do relatrio no foi um ato decincia do contedo do mesmo.

    2. O relatrio em questo foi entregue pelo prof. (...) no dia 02 de abril de2001, no ato da percia mdica, ao Dr. (...).

    3. Toda deciso tomada por esta Junta notificada ao servidor no ato da percia mdica. Portanto a alegao do prof. (...) de que desconhecia adeciso desta Junta no tem procedncia.

    4. O documento decisivo e conclusivo o Parecer da Junta Mdica Oficialemitido em 02 de abril de 2001, que foi enviado a essa Universidade com oOfcio-JMO 005/2001 de 04 de abril de 2001 para conhecimento e

    providncias.

    5. Reiteramos a deciso constante no Parecer da Junta Mdica Oficialemitido em 02 de abril de 2001, que foi enviado Universidade Federal doEsprito Santo. (...) (fl. 108)

    O impetrante foi notificado para tomar cincia do ofcio encaminhado pelaUniversidade de Braslia, manifestando-se, por meio do seu procurador, s fls. 113/115 dosautos.

    A comisso processante, em 23 de outubro de 2001, elaborou relatrio final,concluindo o seguinte:

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    (...) Diante do exposto, entendemos que o servidor indiciado tevesuficientes informaes para perceber que sua situao funcional noestava regular, seno vejamos: o servidor no recebeu, conformeinformaes nos autos, os pagamentos do perodo em que se declara emlicena mdica; segundo a JMO/UnB foi cientificado de todos os atosrealizados em sua percia mdica, inclusive de seu relatrio final, que

    concluiu por sua aptido para retornar ao servio.

    Consta do prprio Parecer da JMO/UnB, que o servidor indiciado, no atoda percia mdica, declarou que tinha interesse em transferir-se para acidade de Braslia, local de residncia de sua famlia. O mesmo Parecerindica que o servidor indiciado j havia pedido transferncia para a UnB,em 1999, sendo-lhe indeferido o pedido. A JMO/UnB, declara, ainda, que'ficou evidente durante a entrevista que o servidor utiliza a sua doena decarter crnico para obter ganhos secundrios, como ficar junto a sua

    famlia em Braslia e a sua transferncia para a UnB'.

    Desta forma, no so suficientes os argumentos apresentados na defesa

    escrita do servidor, para a permanncia do mesmo nos quadros da UFES.Conclui esta comisso que configura-se, no caso, s.m.j, a infraoadministrativa de abandono de cargo, com a conseqente penalidade dedemisso do servio pblico, conforme art. 132, II, da Lei 8112/90.

    o parecer que submetemos elevada considerao de VossaMagnificncia. (fls. 121/122)

    Encaminhado o relatrio final ao Reitor da Universidade Federal do Esprito Santo e,posteriormente, ao Ministro de Estado da Educao, foi editada a Portaria n 2676, publicadaem 13 de dezembro de 2001, vazada nos seguintes termos:

    O Ministro de Estado da Educao, tendo em vista a delegao decompetncia de que trata o inciso I do art. 1 do Decreto n 3.035, de 27 deabril de 1999, o disposto no art. 138, combinado com o inciso II do art. 132,ambos da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e o contido no processoadministrativo disciplinar n 223068.004215/2001-18, resolve:

    N 2676 - Demitir (...), matrcula Siape n (...), do cargo de Professor de 3Grau do Quadro de Pessoal Permanente da Universidade Federal doEsprito Santo, por abandono de cargo. (fl. 22)

    De incio, de se afastar a preliminar de decadncia para a impetrao do mandamus,suscitada pela autoridade apontada como coatora.

    que o ato impugnado o de demisso do servio pblico, por abandono de cargo,publicado em 13 de dezembro de 2001. O presente mandado de segurana foi impetrado em11 de abril de 2002, dentro, portanto, do prazo de 120 dias previsto no artigo 18 da Lei n1.533/51, no havendo falar, assim, em ocorrncia de decadncia da impetrao.

    No mais, a jurisprudncia desta Corte Superior de Justia, em relao ao controle jurisdicional do processo administrativo disciplinar, firme no sentido de que compete aoPoder Judicirio apreciar a regularidade do procedimento, luz dos princpios docontraditrio, da ampla defesa e do devido processo legal, sem, contudo, adentrar no mritoadministrativo.

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    In casu, alega o impetrante a nulidade da portaria instauradora do processoadministrativo disciplinar, por violadora do princpio do contraditrio e da ampla defesa, jque nela no constou o nome do acusado, a descrio e a qualificao dos fatos, a acusao,bem como o enquadramento legal.

    Veja-se, a propsito, mais uma vez, o inteiro teor da portaria inquinada de ilegal pelo

    impetrante:

    Portaria n 372 de 27 de junho de 2001O Reitor da Universidade Federal do Esprito Santo, usando de suasatribuies legais e estatutrias, e tendo em vista o protocolado n23068.717014/01-78

    Resolve: Designar os membros abaixo relacionados, para sob presidncia do primeiro, comporem a comisso de processo administrativo disciplinar,para promover a apurao do que consta do processo 23068.004215/01-66.Gilson Pinciara Sarmento 4915/2945547 Prof. AdjuntoCamilo Espndula Gianordoli 60739/11728910 Assis. Administrao

    Ivoni Maria Victor 37559/2969616 Assis. Administrao. (fl. 30)

    A lei, ela mesma, no estabelece qualquer formalidade para a portaria que instaura oprocesso administrativo, constituindo a comisso processante.

    Recolhe-se, a propsito, em Palhares Moreira Reis:

    (...) Como sabido, o processo disciplinar substancialmente informal, ouseja, no requer necessidade de cumprimento de um rito prprio, salvonaquilo que for expressamente determinado pela legislao pertinente ouassegurado pela Constituio.

    Trata-se, no entanto, de um ato administrativo complexo, que tem inciocom a designao da comisso processante, ou sindicante singular.

    Indispensvel, pois, que a autoridade que tenha conhecimento dairregularidade promova a elaborao e publicao da portaria dedesignao da comisso, na qual devero estar perfeitamente identificadostodos os membros e em especial o seu presidente, e bem assim estejamdescritos os fatos a apurar e, se for o caso, qual o acusado. Isto porque acomisso designada para apurar uma irregularidade ou ilegalidadedeterminada, a isto dever ficar adstrita, e no caso de se encontrar, nocurso da apurao, qualquer outra irregularidade ou ilegalidade, esteevento dever ser comunicado autoridade instauradora, para que

    promova as providncias apuratrias. (in CD-ROM Processo Disciplinar,Editora Consulex).

    Ao que se tem, inexiste, na espcie, qualquer ilegalidade na portaria instauradora doprocesso administrativo disciplinar ora em exame, j que identificados os membros dacomisso, inclusive o seu presidente, e per