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CONTROLADORIA- GERAL DA UNIÃO TREINAMENTO EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD) - FORMAÇÃO DE MEMBROS DE COMISSÕES APOSTILA DE PARECERES DA AGU E FORMULAÇÕES DO DASP JANEIRO DE 2008

Apostila Pareceres AGU CGU

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  • CONTROLADORIA-GERAL DA UNIO

    TREINAMENTO EM PROCESSO ADMINISTRATIVO

    DISCIPLINAR (PAD) - FORMAO DE MEMBROS

    DE COMISSES

    APOSTILA DE PARECERES DA AGU E FORMULAES DO DASP

    JANEIRO DE 2008

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    Nota: Esta Apostila, contendo apenas dados de base pblica e aplicveis a toda Administrao Pblica Federal, foi extrada do material elaborado e adotado pela Corregedoria-Geral da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

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    Treinamento em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) - Formao de Membros de Comisses

    Apostila de Pareceres da AGU e Formulaes do Dasp

    CONTEDO (Aps esta descrio do contedo, segue ndice com hyperlinks para o interior do texto)

    PARECERES DA AGU, POR ASSUNTO

    1 - ABANDONO DE CARGO

    PARECER N GQ-84 - Ementa: No implica nulidade do processo administrativo disciplinar a apurao do abandono de cargo consistente na tomada de depoimento, em vista dos boletins de freqncia, exclusivamente do acusado que tinha conhecimento prvio do apuratrio, na indiciao, na apresentao de defesa e na elaborao do relatrio final. No nulifica o processo a inexistncia de notificao do servidor a respeito dos direitos que as normas de regncia lhe asseguram, no curso do apuratrio, pois essa medida no decorre de imperativo de lei. Insere-se na rea de competncia do Presidente da Repblica a aplicao das penalidades de demisso e de cassao de aposentadoria ou disponibilidade tambm dos servidores das autarquias e das fundaes pblicas federais, includas as entidades universitrias. (Nota: O presente Parecer anterior Lei n 9.527, de 10/12/97, que estabeleceu o procedimento sumrio para apurao de abandono de cargo, e ao Decreto n 3.035, de 27/04/99, no qual o Presidente da Repblica delegou aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da Unio a competncia para julgar processos disciplinares e aplicar as penalidades de demisso e cassao de aposentadoria.)

    Assuntos abordados neste Parecer: No h nulidade por falta de notificao para acompanhar apurao se servidor assentiu ter cincia do processo. Configurao do abandono de cargo elide a caracterizao cumulativa da inassiduidade habitual.

    PARECER N GQ-143 - Ementa: Em decorrncia do disposto no art. 138 da Lei n 8.112, de 1990, o total de mais de trinta faltas consecutivas ao servio e a intencionalidade dessas ausncias so conceptualmente os elementos constitutivos da infrao disciplinar abandono de cargo.

    Assuntos abordados neste Parecer: Abandono de cargo se configura quando o servidor foge para frustar a execuo de priso ordenada por autoridade judicial.

    PARECER N GQ-201 - Ementa: Abandono de cargo. I - Na leitura do art. 138 da Lei n 8.112, de 1990, para a demisso por abandono de cargo, so imprescindveis a ausncia ao servio por mais de trinta dias e a intencionalidade dessa ausncia. II - A prova da inteno incumbe Administrao. III - Ficou comprovada a ausncia por mais de trinta dias, mas no logrou a Administrao fazer a prova da intencionalidade, imprescindvel para a caracterizao do abandono de cargo. IV - Ao contrrio, laudo mdico registra a existncia de distrbio psiquitrico. V - No cabe, em conseqncia, a aplicao da pena extrema.

    Assuntos abordados neste Parecer: nus da prova da intencionalidade de abandonar o cargo incumbe Administrao.

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    PARECER N GQ-205 - Ementa: Comprovado, s escncaras, nos autos do Processo Administrativo Disciplinar n 53000.01259/97 o animus de abandonar o cargo por parte da servidora (...), poder a autoridade superior, no caso o Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica, demiti-la com base no art. 132, inciso II e 138, da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990. II - A obedincia aos princpios do contraditrio e da ampla defesa foi, rigorosamente, observada pela Comisso Processante na apurao dos fatos que resultaram na indiciao da servidora. III - Valor indiscutvel dos laudos, percias e pareceres tcnicos emitidos por Juntas Mdicas Oficiais, uma vez que tm preeminncia sobre simples atestados mdicos fornecidos por facultativos particulares. (Nota: Neste Parecer, h manifestaes anteriores ao Decreto n 3.035, de 27/04/99, no qual o Presidente da Repblica delegou aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da Unio a competncia para julgar processos disciplinares e aplicar as penalidades de demisso e cassao de aposentadoria.)

    Assuntos abordados neste Parecer: Laudos, percias e pareceres tcnicos emitidos por Juntas Mdicas Oficiais tm preeminncia sobre simples atestados mdicos fornecidos por facultativos particulares.

    PARECER N GQ-207 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: O entendimento que se vem observando de exonerar ex officio o servidor que abandonou o cargo, pela impossibilidade de demisso, porque extinta a punibilidade pela prescrio, j mereceu aprovao do Poder Judicirio, inclusive pela sua mais alta Corte.

    Assuntos abordados neste Parecer: Na continuidade do abandono do cargo, no se configuram sucessivas infraes. Estando prescrita a punibilidade, sem pedido de exonerao, o servidor deve ser exonerado ex officio.

    PARECER N GQ-210 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Abandono de cargo. Prescrio. Proposta de exonerao ex officio. Havendo nos autos quota do servidor manifestando sua inteno em desligar-se do servio pblico, tal declarao deve ser recebida como pedido de exonerao, a ser concedida aps declarada extinta a punibilidade pela prescrio.

    Assuntos abordados neste Parecer: Tendo manifestado inteno de abandonar o cargo, com punibilidade prescrita, o servidor deve ser exonerado a pedido e no ex officio.

    PARECER N GQ-211 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Ocorrncia ou no da prescrio. Divergncia. Medida administrativa. I - O abandono de cargo infrao de que, regra geral, a Administrao tem conhecimento imediato. No caso, houve a prescrio. II - Extinta a punibilidade pela prescrio, e na permanncia do abandono, deve o servidor ser exonerado ex officio, conforme entendimento j consagrado na Administrao.

    Assuntos abordados neste Parecer: Na continuidade do abandono do cargo, no se configuram sucessivas infraes. Prescrio computada conforme Cdigo Penal. Estando prescrita a punibilidade, sem pedido de exonerao, o servidor deve ser exonerado ex officio, sendo incabvel intim-lo a reassumir o cargo.

    PARECER N GM-7 - Ementa: I - Nulidade do processo por cerceamento de defesa. II - A existncia de sindicncia preliminar no elimina a necessidade de repetir determinados atos processuais, dentre eles a citao. Os autos de sindicncia constituem elementos

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    informativos. III - O rito sumrio no elimina a necessidade de oportunizar ao indiciado ampla defesa. Irregularidade na citao. Nulidade do processo que, retroagindo ao ato inicial, determinar, no caso presente, a prescrio da pretenso punitiva. IV - Extinta a punibilidade pela prescrio, e na permanncia do abandono, deve o servidor ser exonerado ex officio, conforme entendimento j consagrado na Administrao (Pareceres GQ-207 e GQ-211). V - As irregularidades constatadas aconselham a apurao de responsabilidades, conforme sugerido pela SAJ/PR.

    Assuntos abordados neste Parecer: Nulidade do processo por falta de publicao de portaria e de edital. Na continuidade do abandono do cargo, o servidor deve ser exonerado ex officio se no manifesta vontade de se exonerar. Prescrio segundo Cdigo Penal.

    Ver tambm PARECER N GQ-160, no tpico INASSIDUIDADE HABITUAL; PARECER N GQ-102, no tpico NULIDADE; e PARECER N GQ-144, no tpico PRESCRIO.

    2 - ACUMULAO ILCITA DE CARGOS

    PARECER N GQ-7 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: A requisio, enquanto dure, no de molde a sustar a eficcia das normas constitucionais e infraconstitucionais que exigem a compatibilidade de horrios na acumulao de cargos pblicos.

    Assuntos abordados neste Parecer: As excees constitucionalmente permitidas de cargos acumulveis requerem compatibilidade de horrio. O afastamento para exercer cargo em comisso somente permitido quando lcita a acumulao de dois cargos efetivos. O afastamento dos cargos efetivos, mesmo se requisitado pela Administrao, no afasta a exigncia constitucional de compatibilidade de horrios.

    PARECER N GQ-145 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Ilcita a acumulao de dois cargos ou empregos de que decorra a sujeio do servidor a regimes de trabalho que perfaam o total de oitenta horas semanais, pois no se considera atendido, em tais casos, o requisito da compatibilidade de horrios. Com a supervenincia da Lei n 9.527, de 1997, no mais se efetua a restituio de estipndios auferidos no perodo em que o servidor tiver acumulado cargos, empregos e funes pblicas em desacordo com as excees constitucionais permissivas e de m f.

    Assuntos abordados neste Parecer: Licitude da acumulao de cargo tcnico, com jornada semanal de quarenta horas, com outro de professor, de vinte horas; ilicitude se ambos os cargos tm jornada de quarenta horas. Compatibilidade de horrio. Falta de previso para devoluo dos estipndios.

    3 - COMPULSORIEDADE DA APLICAO DA PENA

    PARECER N GQ-167 - Ementa: Configurada a infrao disciplinar prevista no art. 132 da Lei n 8.112, de 1990, a apenao expulsiva torna-se compulsria. Os fatores de graduao de pena, enumerados no art. 128 da Lei n 8.112, podem justificar punio mais grave que a expressamente cominada para o ilcito praticado.

    Assuntos abordados neste Parecer: Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito. Aplicabilidade do art. 128 da Lei n 8.112/90 na gradao da pena. Autorizao, no art. 129 da Lei n 8.112/90, para se aplicar suspenso em hiptese originariamente punvel com advertncia. Incontinncia pblica e conduta escandalosa.

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    PARECER N GQ-177 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Verificadas a autoria e a infrao disciplinar a que a lei comina penalidade de demisso, falece competncia autoridade instauradora do processo para emitir julgamento e atenuar a penalidade, sob pena de nulidade de tal ato. Na hiptese em que o processo disciplinar seja nulo, deve assim ser declarado pela autoridade julgadora, vedado receber pedido de atenuao da penalidade como de reviso processual, pois dever da Administrao revisar seus atos inquinados de ilegalidade e o processo disciplinar revisto quando h elemento de convico capaz de demonstrar a inocncia do servidor punido ou a inadequao da pena infligida. O entendimento externado por Consultoria Jurdica, no respeitante a processo disciplinar, constitui-se em simples ato de assessoramento e no se reveste do poder de vincular a autoridade julgadora. O cerceamento de defesa um fato e, em decorrncia, quem o alega deve demonstrar o efetivo dano sofrido no exerccio do direito de defender-se, no se admitindo sua presuno. No nulifica o processo disciplinar a providncia consistente em colher-se o depoimento do acusado previamente ao de testemunha. O julgamento de processo disciplinar de que advm a aplicao de penalidade mais branda que a cominada em lei, efetuado pela autoridade instauradora, no obsta que aquela efetivamente competente julgue e inflija a punio adequada, sem que esse ato caracterize dupla irrogao de pena, em razo de um mesmo fato ilcito.

    Assuntos abordados neste Parecer: Verificadas autoria e infrao, a pena de demisso no se atenua. Nulidade requer comprovao do efetivo dano defesa. Consultoria jurdica ato de mera assessoria, no vinculante.

    PARECER N GQ-183 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: compulsria a aplicao da penalidade expulsiva, se caracterizada infrao disciplinar antevista no art. 132 da Lei n 8.112, de 1990.

    Assuntos abordados neste Parecer: Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito. Aplicabilidade do art. 128 da Lei n 8.112/90 na gradao da pena.

    PARECER N GM-1 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: No impeditivo da apurao de irregularidade verificada na Administrao Federal e de sua autoria o fato de os principais envolvidos terem se desvinculado do Servio Pblico, anteriormente instaurao do processo disciplinar. A averiguao de transgresses disciplinares compulsria e, dependendo de sua gravidade, pode ser efetuada por intermdio de processo disciplinar sem a realizao prvia de sindicncia. A imputao administrativa da responsabilidade civil exige que se constate a participao de todos os envolvidos nas irregularidades, considerados individualmente.

    Assuntos abordados neste Parecer: O fato de ex-servidor no mais integrar quadros da Administrao impede apenas aplicao da pena, mas no o dever de apurar. Havendo reingresso, pena aplicvel. Sindicncia no pr-requisito do processo administrativo disciplinar.

    PARECER N GM-5 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Apurada a responsabilidade administrativa, em processo disciplinar em que observado o princpio do contraditrio e assegurada ampla defesa, a aplicao da penalidade configura poder-dever, sem resultar de lei qualquer margem discricionariedade do administrador pblico.

    Assuntos abordados neste Parecer: Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito.

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    Ver tambm PARECER N GQ-128, no tpico DESDIA; PARECER N GQ-121, no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS; e PARECER N GM-3, no tpico IN DUBIO PRO REO.

    4 - CONSULTORIA JURDICA

    PARECER N GQ-108 - Ementa: A teor do art. 11 da Lei Complementar n 73, de l993, as Consultorias Jurdicas dos Ministrios so competentes para examinar processos disciplinares, mesmo que o julgamento destes caiba ao Presidente da Repblica, que, a seu juzo, poder submeter o assunto apreciao do Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado, previamente ao julgamento. (Nota: O presente Parecer anterior ao Decreto n 3.035, de 27/04/99, no qual o Presidente da Repblica delegou aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da Unio a competncia para julgar processos disciplinares e aplicar as penalidades de demisso e cassao de aposentadoria.)

    Assuntos abordados neste Parecer: Competncia para consultoria jurdica, que ato de mera assessoria, no vinculante. No caso de nulidade desde a instaurao, no se concretiza a interrupo da prescrio.

    Ver tambm PARECER N GQ-177, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; e PARECER N GQ-91, no tpico PRVIA COMINAO LEGAL.

    5 - CRIMES CONTRA ADMINISTRAO PBLICA

    PARECER N GQ-124 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Para a demisso fundamentada no inciso I do artigo 132 da Lei n 8.112/90, imprescindvel a existncia de sentena judicial transitada em julgado condenando o servidor pela prtica de crime contra a administrao pblica, sob pena de violao do disposto no inciso LVII do artigo 5 da Constituio Federal.

    Assuntos abordados neste Parecer: Enquadramento em crime contra Administrao requer condenao judicial transitada em julgado. Independncia das instncias.

    Ver tambm PARECER N GQ-121, no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS.

    6 - DESDIA

    PARECER N GQ-128 - Ementa: O servidor que, de forma dolosa, no observa normas tcnicas que disciplinam o deferimento de ttulos de relacionamento de granjas avcolas, inclusive omitindo-se na realizao de vistorias das granjas e na anlise dos projetos, relativos aos ttulos de relacionamento, a fim de proporcionar o favorecimento de terceiros, incorre na falta disciplinar denominada valer-se do cargo para lograr proveito de outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica, no se caracterizando o procedimento desidioso.

    Assuntos abordados neste Parecer: Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito. Desdia no tem natureza dolosa.

    PARECER N GQ-164 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: constatao da prtica de infrao proceder de forma desidiosa, a imputar-se em razo de fatos ligados titularidade de cargo de confiana,

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    necessrio o exame do mtodo e volume dos trabalhos e das condies de funcionamento e acesso de servidores s dependncias em que funciona a unidade administrativa dirigida pelo indiciado, na hiptese em que, no caso em apreciao, esses aspectos sejam considerados de relevo formao do juzo de culpabilidade ou inocncia. Em decorrncia de a leso aos cofres pblicos corresponder ao crime de peculato, a respectiva ao corretiva extingue-se em dezesseis anos.

    Assuntos abordados neste Parecer: Prescrio computada conforme Cdigo Penal quando a falta caracteriza-se tambm como crime, como exceo da independncia das instncias. Desdia.

    Ver tambm PARECERES N GQ-127, GQ-140 e GQ-141, no tpico GRADAO DA PENA; e PARECER N GM-3, no tpico IN DUBIO PRO REO.

    ENQUADRAMENTO SINGULAR OU MLTIPLO

    Ver PARECER N GQ-140, no tpico GRADAO DA PENA.

    EX-SERVIDOR

    Ver PARECER N GM-1, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; e PARECER N GQ-168, no tpico JULGAMENTO.

    7 - GRADAO DA PENA

    PARECER N GQ-127 - Ementa: Nada obstante a advertncia ser a penalidade estatuda para os casos de inobservncia de dever funcional, os fatores de graduao de pena, especificados no art. 128 da Lei n 8.112, de 1990, podem justificar punio mais grave.

    Assuntos abordados neste Parecer: Autorizao, no art. 129 da Lei n 8.112/90, para se aplicar suspenso em hiptese originariamente punvel com advertncia. Descumprimento do dever de promover imediata apurao. Desdia e inobservncia de norma.

    PARECER N GQ-140 - Ementa: No se caracteriza o procedimento desidioso quando o servidor, ao afastar-se do servio, durante o horrio normal de expediente, com o intuito de preservar o normal atendimento aos segurados, assina fichas de concesso de benefcios previdencirios, sem o necessrio preenchimento. O ato punitivo fundamentado num s dispositivo legal nos casos de infrao singular e de as plurais possurem as mesmas caractersticas. Impe-se a fundamentao mltipla na hiptese em que os fatos ilcitos apresentem diferenciao em suas conotaes intrnsecas.

    Assuntos abordados neste Parecer: Incoerncia na concluso por cometimento de desdia e aplicao de suspenso. No caracterizao de desdia. Autorizao, no art. 129 da Lei n 8.112/90, para se aplicar suspenso em hiptese originariamente punvel com advertncia. Enquadramentos mltiplos apenas havendo irregularidades independentes.

    PARECER N GQ-141 - Ementa: Configurada a infrao disciplinar, a apenao torna-se compulsria.

    Assuntos abordados neste Parecer: Afastamento da pena de demisso em conduta negligente. Desdia. Aplicabilidade do art. 128 da Lei n 8.112/90 na gradao da pena.

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    Ver tambm PARECERES N GQ-167 e N GQ-183, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; e PARECER N GM-17, no tpico IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

    8 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

    PARECER N GQ-200 - Ementa: Improbidade administrativa - Conceito - Dolo do agente. I - Improbidade administrativa ato necessariamente doloso e requer do agente conhecimento real ou presumido da ilegalidade de sua conduta. II - No provada a improbidade administrativa das servidoras, por conivncia com as irregularidades praticadas pela Administrao da entidade, no se h de aplicar as penas extremas de demisso s que se encontram na ativa e de cassao de aposentadorias s inativadas. III - Pelo arquivamento.

    Assuntos abordados neste Parecer: Conceito de improbidade administrativa requer comprovao do dolo do agente. Prescrio.

    PARECER N GM-17 - Ementa: caracterizao de falta disciplinar como ato de improbidade administrativa atentatrio contra os princpios que regem o Servio Pblico imprescindvel considerar a natureza da infrao e sua gravidade.

    Assuntos abordados neste Parecer: Enquadramento em improbidade administrativa requer avaliao da natureza e da gravidade da infrao. Improbidade por ato atentatrio contra princpios. Aplicabilidade do art. 128 da Lei n 8.112/90 na gradao da pena.

    Ver tambm PARECER N GQ-165, no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS; e PARECER N GM-3, no tpico IN DUBIO PRO REO.

    9 - INASSIDUIDADE HABITUAL

    PARECER N GQ-122 - Ementa: O elemento conceitual sem justa causa imprescindvel configurao do ilcito inassiduidade habitual a que alude o art. 139 da Lei n 8.112, de 1990.

    Assuntos abordados neste Parecer: nus da prova de ausncia de justa causa, na inassiduidade habitual, incumbe Administrao.

    PARECER N GQ-147 - Ementa: I - Recurso imprprio que, apresentado dentro do prazo legal, pode ser recebido como pedido de reconsiderao. II - No Processo Administrativo Disciplinar, o nus da prova incumbe Administrao. III - Para a configurao da inassiduidade habitual imputada ao servidor era imprescindvel a prova da ausncia de justa causa para as faltas ao servio. A Comisso Processante no produziu a prova, limitando-se a refutar as alegaes do servidor. Inverteram-se as posies, tendo a Comisso presumido a ausncia de justa causa, deixando ao servidor a incumbncia de provar sua ocorrncia. IV - No provada a ausncia de justa causa, no seria de aplicar-se a penalidade extrema ao servidor. V - O pedido de reviso deve ser provido para invalidar a demisso do servidor, com a sua conseqente reintegrao, na forma do art. 28 da Lei n 8.112, de 1990.

    Assuntos abordados neste Parecer: nus da prova de ausncia de justa causa, na inassiduidade habitual, incumbe Administrao. Pedido de reconsiderao e reviso processual.

    PARECER N GQ-156 - Ementa: Processo Administrativo Disciplinar n 427/97 - GMEX. O relatrio conclusivo da Comisso de Inqurito, que o conduziu, se acha dssono com os

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    documentos que integram os autos. Quando o relatrio da comisso contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora, no caso o Chefe do Poder Executivo, poder, motivadamente, isentar o servidor de responsabilidade (cf. o art. 168, pargrafo nico, da Lei n 8.112/90).

    Assuntos abordados neste Parecer: nus da prova de ausncia de justa causa, na inassiduidade habitual, incumbe Administrao. Relatrio contrrio prova dos autos no vincula o julgador.

    PARECER N GQ-160 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Os elementos conceituais ausncia intencional e sem justa causa so imprescindveis configurao dos ilcitos respectivamente abandono de cargo e inassiduidade habitual a que se referem os arts. 138 e 139 da Lei n 8.112, de 1990.

    Assuntos abordados neste Parecer: Abandono de cargo e inassiduidade habitual requerem comprovao, por parte da Administrao, de que faltas foram intencionais ou sem justa causa.

    PARECER N GQ-193 - Ementa: Demisso de servidor pblico por inassiduidade habitual com base nos arts. 141, inciso I, 132, inciso III e 139, da Lei n 8.112, de 11.12.90. Deve-se assegurar ao acusado, no processo administrativo disciplinar, a ampla defesa. A falta de oitiva das testemunhas arroladas pela defesa constitui vcio insanvel. de ser anulado, em razo disso, o processo contaminado, devendo ser constituda nova Comisso Processante, com fundamento no art. 169 da Lei 8.112/90.

    Assuntos abordados neste Parecer: Inassiduidade habitual. Rito sumrio no afasta a produo de provas, se necessria para o esclarecimento do fato. Nulidade decorrente de cerceamento defesa.

    Ver tambm PARECER N GQ-84, no tpico ABANDONO DE CARGO.

    10 - INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS

    PARECER N GQ-121 - Ementa: A substituio ou omisso de dispositivo legal na indiciao, por si s, no implica prejuzo para a defesa, no advindo, da, nulidade do processo disciplinar. Somente se configura a inobservncia da proibio nsita ao inciso XVIII do art. 117 da Lei n 8.112, de 1990, quando o servidor desempenha atividade, incompatvel com o exerccio do cargo, durante o horrio de trabalho.

    Assuntos abordados neste Parecer: Independncia das instncias. Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito. Enquadramento em crime contra Administrao requer condenao judicial transitada em julgado. Possibilidade de alterao do enquadramento proposto na indiciao. Participao na gerncia ou administrao de empresa. Atividade incompatvel durante o horrio de trabalho.

    PARECER N GQ-165 - Ementa: O ato de improbidade que enseja a resciso contratual, com justa causa, possui sentido amplo e, por esse aspecto, no correspondente, necessariamente, ao crime de estelionato ou de concusso. A absolvio judicial, calcada na insuficincia de prova, no invalida a aplicao de penalidade administrativa a servidor regido pela legislao trabalhista. A reintegrao versada nos arts. 28 e 182, da Lei n 8.112, de 1990, no se aplica no caso de demisso de servidor celetista, efetuada anteriormente vigncia desse Diploma Legal.

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    Assuntos abordados neste Parecer: Independncia das instncias. Absolvio judicial por insuficincia de prova no invalida penalidade administrativa.

    Ver tambm PARECER N GQ-124, no tpico CRIMES CONTRA ADMINISTRAO PBLICA; PARECER N GM-3, no tpico IN DUBIO PRO REO; e PARECER N GQ-55, no tpico NULIDADE.

    11 - IN DUBIO PRO REO, PRESUNO DE INOCNCIA E NUS DA PROVA

    PARECER N GQ-136 - Ementa: A penalidade do servidor deve adstringir-se s faltas sobre as quais existam, nos autos, elementos de convico capazes de imprimir a certeza quanto materialidade da infrao e autoria. No processo disciplinar, o nus da prova incumbe Administrao.

    Assuntos abordados neste Parecer: nus da prova da irregularidade incumbe Administrao. Autorizao, no art. 129 da Lei n 8.112/90, para se aplicar suspenso em hiptese originariamente punvel com advertncia. Ressarcimento do dano causado ao errio no elide a responsabilizao.

    PARECER N GQ-139 - Ementa: apenao imprescindvel que estejam demonstradas, de maneira convincente, a materialidade e a autoria da infrao, hiptese em que a edio do ato disciplinar torna-se compulsria. A caracterizao da inobservncia da proibio de receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie, compreendida no art. 117, XII, da Lei n 8.112, de l990, pressupe o exerccio regular das atribuies cometidas ao servidor.

    Assuntos abordados neste Parecer: Enquadramento no art. 117, XII da Lei n 8.112, de 11/12/90, decorrente das atribuies regularmente desenvolvidas pelo servidor. nus da prova da irregularidade incumbe Administrao.

    PARECER N GQ-173 - Ementa: A Administrao pode editar o ato punitivo apenas na hiptese em que esteja convencida quanto responsabilidade administrativa do servidor a quem se imputa a autoria da infrao. A dvida deve resultar em benefcio do indiciado.

    Assuntos abordados neste Parecer: In dubio pro reo. Dvida acerca da responsabilidade impede imposio de pena.

    PARECER N GQ-182 - Ementa: A Administrao deve editar o ato punitivo apenas na hiptese em que esteja convencida a respeito da responsabilidade administrativa do indiciado. A dvida induz exculpao.

    Assuntos abordados neste Parecer: In dubio pro reo. Dvida acerca da responsabilidade impede imposio de pena.

    PARECER N GM-3 - Ementa: O Direito Disciplinar rege-se por normas especficas e independentes do Direito Penal, inexistindo viabilidade jurdica de serem aproveitadas normas criminais, por via analgica, a fim de nulificar processo disciplinar por haver-se efetuado a citao por hora certa com vistas apresentao de defesa. Incumbe Administrao apurar as irregularidades verificadas no Servio Pblico e demonstrar a culpabilidade do servidor, proporcionando seguro juzo de valor sobre a verdade dos fatos. Na dvida sobre a existncia de falta disciplinar ou da autoria, no se aplica penalidade, por ser a soluo mais benigna. Apuradas a materialidade da infrao e a autoria, por

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    intermdio de processo disciplinar em que se assegurou o exerccio do direito de defesa, e se o servidor tinha capacidade de entendimento do carter ilcito de sua atuao funcional, a irrogao da penalidade torna-se compulsria, sem margem discricionariedade da autoridade julgadora e constatao do dolo. responsabilizao administrativa por proceder o servidor de forma desidiosa, no exerccio de cargo ou funo de confiana, imprescindvel o exame da conduta do indiciado em face de fatores variados e condicionantes de sua realizao funcional.

    Assuntos abordados neste Parecer: Independncia das instncias. Enquadramento em crime contra Administrao requer condenao judicial transitada em julgado. Conceitos de atos de improbidade e de desdia. Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito. In dubio pro reo.

    PARECER N GM-14 - Ementa: Uma vez inibida a ao corretiva do Estado pela prescrio, anota-se esta e a concluso da comisso processante na pasta de assentamentos funcionais dos indiciados e arquiva-se o processo disciplinar.

    Assuntos abordados neste Parecer: nus da prova da irregularidade incumbe Administrao. Anotao do fato em assentamentos funcionais quando prescrita a punibilidade.

    Ver tambm PARECER N GQ-201, no tpico ABANDONO DE CARGO; e PARECERES N GQ-122, GQ-147 e GQ-156, no tpico INASSIDUIDADE HABITUAL.

    12 - JULGAMENTO, LIVRE APRECIAO DAS PROVAS, RELATRIO CONTRRIO S PROVAS DOS AUTOS,

    AGRAVAMENTO

    PARECER N GQ-60 - Ementa: Processo Administrativo Disciplinar n 06000.003405/94. Acusados, respectivamente, ex-Diretor-Geral e ex-Diretor-Geral Adjunto de Operaes do Departamento Nacional de Obras contra as Secas - DNOCS. Erro na classificao das infraes disciplinares. No julgamento proferido por autoridade incompetente foram cominadas penas inadequadas e contrrias s provas dos autos. Necessidade de acerto e agravamento das penalidades impostas aos acusados, na conformidade das razes fticas e jurdicas apresentadas pela Comisso Especial, criada pelo Decreto n 1001, de 6 de dezembro de 1993. Cabe ao Presidente da Repblica nos precisos termos do art. 141, da Lei n 8.112/90, aplicar penalidades quando se tratar de demisses, cassaes de aposentadorias de servidores vinculados ao Poder Executivo. Reviso do Processo Disciplinar 06000.003405/94. O no acatamento das premissas argidas neste parecer enseja a determinao, de ofcio, da instaurao de processo de reviso, na conformidade do art. 174, da Lei n 8.112/90. Remessa dos autos ao rgo do Ministrio Pblico para as providncias cabveis, tendo em vista os delitos praticados pelos acusados contra a Administrao Pblica Federal. (Nota: O presente Parecer anterior ao Decreto n 3.035, de 27/04/99, no qual o Presidente da Repblica delegou aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da Unio a competncia para julgar processos disciplinares e aplicar as penalidades de demisso e cassao de aposentadoria.)

    Assuntos abordados neste Parecer: Competncia para aplicar penas. Aplicao compulsria da penalidade administrativa uma vez configurado o ilcito. Relatrio contrrio prova dos autos no vincula o julgador. Anulao de julgamento ilegal e promoo de novo julgamento, ainda que agravando proposta deciso inicial. Converso de exonerao em destituio de cargo em comisso.

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    PARECER N GQ-135 - Ementa: Na hiptese em que a veracidade das transgresses disciplinares evidencia a conformidade da concluso da comisso de inqurito com as provas dos autos, torna-se compulsrio acolher a proposta de aplicao de penalidade.

    Assuntos abordados neste Parecer: Desde que no contrrias s provas dos autos, as concluses da comisso devem ser acolhidas no julgamento.

    PARECER N GQ-149 - Ementa: Processo Administrativo Disciplinar. A autoridade julgadora no se vincula, obrigatoriamente, ao relatrio conclusivo da comisso processante, quando contrrio s provas dos autos, podendo, se assim o desejar, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrand-la e at mesmo isentar o indiciado de responsabilidade (art. 168, da Lei n 8.112/90). O ato de julgamento dever ser, ento, motivado pela autoridade competente, apontando, na sua pea expositiva, as irregularidades havidas no iter inquisitivo, tornando-se, desse modo, imune s interpretaes e conseqncias jurdicas que podero advir de seu ato. No caso sob exame, h a necessidade de que seja feita adenda Exposio de Motivos oferecida considerao da autoridade superior, evitando-se, com isto, a configurao do chamado julgamento extrapolante. Sugesto de devoluo dos autos do processo origem para que seja motivada a proposta de aplicao da pena demissria.

    Assuntos abordados neste Parecer: Livre apreciao da prova. Relatrio contrrio a prova dos autos no vincula o julgador.

    PARECER N GQ-168 - Ementa: Na hiptese em que a penalidade administrativa tenha sido infligida com observncia das normas legais e constitucionais, constituindo-se em ato perfeito e acabado, descabe a modificao deste para consignar fato diverso daquele que ensejou a apenao e sem efeito retroativo.

    Assuntos abordados neste Parecer: Apurao de outra irregularidade por servidor j demitido. Anotao do fato em assentamentos funcionais. Descabe modificao de ato que aplicou penalidade conforme normas legais.

    PARECER N GQ-176 - Ementa: No sistema da livre apreciao das provas, vigente no Direito Positivo ptrio, quando o relatrio da comisso processante contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora que no se vincular s suas concluses, poder, motivadamente, agravar a penalidade sugerida, abrand-la ou isentar o indiciado de responsabilidade (cf. o art. 168, pargrafo nico, da Lei n 8.112/90). No caso, h que se inferir que a autoridade instauradora do Processo Administrativo Disciplinar em tela, na formao de sua livre convico, sugeriu autoridade julgadora, o Chefe do Poder Executivo, que comine ao servidor indiciado a pena de demisso, por abandono de cargo, ficando ao alvedrio deste aplic-la ou no. (Nota: O presente Parecer anterior ao Decreto n 3.035, de 27/04/99, no qual o Presidente da Repblica delegou aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da Unio a competncia para julgar processos disciplinares e aplicar as penalidades de demisso e cassao de aposentadoria.)

    Assuntos abordados neste Parecer: Relatrio contrrio a prova dos autos no vincula o julgador.

    Ver tambm PARECER N GQ-177, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; e PARECER N GQ-35, no tpico PORTARIA INSTAURADORA.

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    NOVO ACUSADO OU INFRAO CONEXA

    Ver PARECERES N GQ-55, GQ-98 e GQ-100, no tpico NULIDADE.

    13 - NULIDADE, CERCEAMENTO DEFESA E PRINCPIOS DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA

    PARECER N GQ-10 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Decreto n 20.910/32. Prescrio qinqenal. Postulao deduzida perante a Administrao Pblica, objetivando rever ato com vcio de nulidade, acha-se sujeita prescrio qinqenal, na conformidade do que estabelece o Decreto n 20.910/32. A matria tem merecido do Poder Judicirio, atravs de iterativos arestos de seus Pretrios, entendimento divergente do consagrado no Parecer JCF-11, de 30.01.1991 (anexo ao Parecer CR/CG n 01, de 11.02.1992), motivo pelo qual deve ser revisto, para se conformar doutrina e jurisprudncia vigorantes. Acatamento do Parecer CJ n 074/MJ, de 25.03.1993, do Ministrio da Justia que abordou de modo correto os aspectos jurdicos da questo e as razes para a reviso pleiteada.

    Assuntos abordados neste Parecer: Prescreve em cinco anos o direito de se pleitear Administrao que reveja ato nulo ou anulvel, no se podendo relevar.

    PARECER N GQ-25 - Ementa: Na hiptese em que o processo disciplinar esteja inquinado do vcio de cerceamento de defesa, deve ser declarada sua nulidade e designada nova comisso de inqurito para proceder nova apurao dos fatos, mas se no o converte em sindicncia, dada a inadequao dessa medida com a situao apuratria dos fatos e a falta de previso legal, para tanto.

    Assuntos abordados neste Parecer: Nulidade detectada em PAD implica designao de nova comisso de inqurito, no havendo previso legal para convert-lo em sindicncia. Sindicncia no pr-requisito do PAD.

    PARECER N GQ-37 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: O servidor envolvido na prtica de infraes disciplinares, objeto de processo administrativo, h de ser notificado a respeito dos depoimentos das testemunhas, em conseqncia de o inqurito jungir-se ao princpio do contraditrio. No entanto, a quantidade de provas, inclusive a reiterada confisso do servidor e seu representante legal, que evidencie, de forma inconteste, a existncia do fato, a autoria e a ampla defesa assegurada, autoriza a ilao da regularidade do apuratrio. insuscetvel de eivar o processo disciplinar de nulidade o interrogatrio do acusado sucedido do depoimento de testemunhas, vez que, somente por esse fato, no se configurou o cerceamento de defesa. s informaes consignadas na indiciao, por fora do art. 161 da Lei n 8.112, de 1990, no se acrescem formalidades desprovidas de previso legal, de modo a obstar a validade de documento adequado, inquinando de nulidade o processo disciplinar. Com o intuito de impedir influncias no trabalho da comisso de inqurito ou alegao de presuno de culpabilidade, no se consignam, no ato de instaurao do processo disciplinar, os ilcitos e respectivos preceitos transgredidos, bem assim os possveis autores. Por imperativo de Lei, so adnumerados na indiciao. A legalidade do processo disciplinar independe da validade da investigao, efetuada atravs da sindicncia de que adveio aquele apuratrio.

    Assuntos abordados neste Parecer: Notificao do depoimento de testemunhas ao envolvido. Oitiva de testemunha aps o interrogatrio do acusado. Cerceamento defesa requer prejuzo. No se indicam irregularidades e autores na portaria de designao, mas sim

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    na indiciao. No PAD, contedo dos autos prevalece em relao sua forma. PAD no tem sindicncia como pr-requisito e a validade daquele no depende da validade desta.

    PARECER N GQ-55 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Em virtude dos princpios constitucionais do contraditrio e da ampla defesa, o servidor que responde a processo disciplinar deve ser notificado da instaurao deste imediatamente aps a instalao da comisso de inqurito e, em qualquer fase do inqurito, cientificado dos atos processuais a serem praticados com vistas apurao dos fatos, de modo que, tempestivamente, possa exercitar o direito assegurado no art. 156 da Lei n 8.112, de 1990. Na hiptese em que ressaia da apurao dos fatos a culpabilidade de servidor no acusado, no mesmo processo, dever ser imediata e expressamente notificado quanto a esse aspecto e faculdade nsita ao art. 156, supramencionado, assegurando-se-lhe o direito ao contraditrio e ampla defesa. A falta constatada no curso do processo dever ser nele apurada, desde que conexa com as que ensejaram o apuratrio ou, se no houver conexidade, essa medida no resulte em danos considerveis para a concluso gil dos trabalhos. Caso contrrio, a c.i. deve alvitrar a designao de outro colegiado, incumbido de investigar a infrao. O prazo para a Administrao exercer o poder-dever de infligir penalidade comea a correr da data em que tem conhecimento do fato delituoso. O poder de julgar a regularidade das contas dos responsveis por dinheiros, bens e valores pblicos, inscrito na esfera de competncia do colendo Tribunal de Contas da Unio, no inibe a ao disciplinar do Estado, salvo se for negada a existncia do fato ou a autoria.

    Assuntos abordados neste Parecer: Contraditrio e ampla defesa. Momento de notificar acusado. Surgimento de outro acusado ou de infrao conexa. Termo inicial da contagem da prescrio. Independncia da instncia disciplinar em relao ao TCU.

    PARECER N GQ-66 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Aps a vigncia da Lei n 8.112, de 11.12.1990, torna-se necessrio, ainda na fase instrutria, facultar vista dos autos ao acusado em processo administrativo disciplinar, para que possa requerer o que for de direito.

    Assuntos abordados neste Parecer: Lei n 8.112, de 11/12/90, exige instruo contraditria, cuja afronta enseja nulidade.

    PARECER N GQ-87 - Ementa: insuscetvel de nulificar o processo disciplinar o fato de no haver sido publicada a portaria de designao de comisso de inqurito, desde que considerada a data do mesmo ato como de incio do prazo estipulado para a concluso do processo disciplinar e, em decorrncia, no se constate infringncia ao princpio do contraditrio. A comisso de inqurito no obrigada a especificar, no ato de notificao da instaurao do processo disciplinar, os direitos que as normas processuais asseguram ao acusado durante a apurao da irregularidade, medida somente exigvel se estatuda em lei, stricto sensu. A conduta do servidor tendente a procrastinar seu retorno ao desempenho das respectivas atribuies, aps ser notificado do trmino do prazo de afastamento legalmente autorizado para que freqentasse curso de aperfeioamento, no exterior, no de molde a tipificar a infrao disciplinar proceder de forma desidiosa, vez que sua caracterizao imprescindvel o real exerccio do cargo.

    Assuntos abordados neste Parecer: Desnecessidade de publicao de portaria instauradora. Desdia pressupe exerccio das atribuies. Nulidade por falta de notificao de oitiva.

    PARECER N GQ-98 - Ementa: nulo o processo disciplinar em que se define a autoria previamente apurao dos fatos, o servidor qualificado como indiciado durante toda a

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    evoluo do processo, no se efetua a indiciao e so tomados depoimentos sem notificar-se o acusado, para presenci-los.

    Assuntos abordados neste Parecer: Nulidade. Indicao de irregularidade e autor na portaria de instaurao. Falta de notificao do acusado para acompanhar testemunhos. Surgimento de outro acusado ou de infrao conexa. Pr-julgamento em proposta punitiva sem indiciao.

    PARECER N GQ-99 - Ementa: O cerceamento de defesa, por ser um fato, no se presume; porm, h de ser demonstrado, em face do contexto do processo disciplinar.

    Assuntos abordados neste Parecer: Cerceamento de defesa deve ser provado e no apenas presumido. Ausncia de advogado no interrogatrio do acusado. Oitiva de testemunha aps o interrogatrio do acusado.

    PARECER N GQ-100 - Ementa: imprescindvel declarar-se a nulidade de processo administrativo disciplinar, originria da inobservncia do princpio do contraditrio de que resulta prejuzo para a defesa.

    Assuntos abordados neste Parecer: Inobservncia do contraditrio. Nulidade. Indicao de irregularidade e autor na portaria de instaurao. Escolha entre sindicncia e PAD. Surgimento de outro acusado ou de infrao conexa.

    PARECER N GQ-102 - Ementa: insuscetvel de nulificar o processo o fato de haver a comisso de inqurito intimado o acusado a prestar depoimento, sem notific-lo no respeitante aos direitos que lhe so assegurados nas normas pertinentes, durante o curso do processo, dada a inexistncia de lei que contemple a ltima medida. A falta de depoimento do indiciado, por si s, no significa inobservncia dos princpios do contraditrio e da ampla defesa, com a conseqente nulidade, nem obsta a tipificao do ilcito. A Lei n 8.112, de 1990, art. 138, modificou o conceito da infrao abandono de cargo, do que resulta sua caracterizao quando se constatam mais de trinta ausncias consecutivas e a intencionalidade em faltar ao servio.

    Assuntos abordados neste Parecer: No so causas de nulidade a falta de notificao ao acusado do teor do art. 156 da Lei n 8.112, de 11/12/90, e a falta de interrogatrio do acusado, embora regularmente intimado. Materializao do abandono de cargo, mediante configurao da intencionalidade.

    PARECER N GQ-138 - Ementa: No implica nulidade do processo disciplinar a falta de publicao do ato de sua instaurao, pois dessa omisso no advm prejuzo para o contraditrio ou a defesa. A indiciao tem a finalidade de facilitar ao servidor a verificao das irregularidades que a ele sejam atribudas e o exame das respectivas provas, proporcionando oportunidade de contraditar-se a acusao, razo pela qual sua inexistncia pode resultar em nulidade do processo disciplinar que, de forma analtica, verse sobre assunto complexo. O fato de o representante legal do indiciado receber a citao para o servidor apresentar defesa, por si s, no fator nulificante do processo disciplinar.

    Assuntos abordados neste Parecer: Falta de publicao do ato de instaurao. Alegao de insanidade mental. Citao do acusado entregue a seu representante. Nulidade por ausncia de indiciao.

    PARECER N GQ-152 - Ementa: Processo Administrativo Disciplinar n 02024.000839/96-57. Declarao de nulidade parcial do processo administrativo disciplinar no qual se depara

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    com a falta da citao por edital do indiciado no Dirio Oficial da Unio (cf. o art. 163, da Lei n 8.112/90). Convalidao dos atos praticados antes da fase citatria, desde que julgados vlidos por nova Comisso Processante (cf. o art. 169, da Lei n 8.112/90). Aceitao dos argumentos jurdicos esposados na Nota n 2137/97-SAJ/PR-JM, de 10.07.97.

    Assuntos abordados neste Parecer: Nulidade parcial. Citao por edital. Convalidao de atos anteriores.

    PARECER N GM-4 - Ementa: Direito Administrativo. Processo Administrativo Disciplinar. Comisso Processante. Existindo vcios insanveis no processo no respeitante duplicidade de opinies que encerram contradies evidentes e anacrnicas, deve-se declarar a sua nulidade parcial, devendo a autoridade que determinou a sua instaurao, ou outra de hierarquia superior, ordenar que seja constituda outra Comisso para a feitura de novo processo.

    Assuntos abordados neste Parecer: Designao de outra comisso diante de vcios insanveis.

    Ver tambm PARECERES N GQ-84 e GM-7, no tpico ABANDONO DE CARGO; PARECER N GQ-177, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; PARECER N GQ-108, no tpico CONSULTORIA JURDICA; PARECER N GQ-193, no tpico INASSIDUIDADE HABITUAL; PARECER N GQ-121, no tpico INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS; PARECER N GQ-35, no tpico PORTARIA INSTAURADORA; e PARECER N GQ-28, no tpico REVISO PROCESSUAL.

    OITIVA DE TESTEMUNHA POSTERIOR AO INTERROGATRIO DO ACUSADO

    Ver PARECER N GQ-177, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; PARECER N GQ-37, no tpico NULIDADE; e PARECER N GQ-99, no tpico NULIDADE.

    PERCIA, LAUDO E ATESTADO MDICOS

    Ver PARECERES N GQ-201 e GQ-205, no tpico ABANDONO DE CARGO; e PARECER N GQ-138, no tpico NULIDADE.

    14 - PORTARIA INSTAURADORA

    PARECER N GQ-12 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: (...) No ato de designao da comisso de inqurito, no devem ser consignadas as infraes a serem apuradas, os dispositivos infringidos e os nomes dos possveis responsveis. Dos servidores a serem designados para integrar comisso processante podero ser exigidas condies pessoais no previstas em lei.

    Assuntos abordados neste Parecer: PAD no tem sindicncia como pr-requisito. Indicao de irregularidade e de autor na portaria de instaurao. Qualificaes pessoais dos integrantes da comisso processante.

    PARECER N GQ-35 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Apura-se a responsabilidade administrativa dos servidores em geral, includos os titulares unicamente de cargos de natureza especial ou em comisso. Em relao aos ltimos, so imperativas a indiciao e defesa, ainda que tenha ocorrido sua

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    exonerao, pois essa desvinculao suscetvel de converso em destituio de cargo em comisso, na conformidade da Lei n 8.112, de 1990, salvo se os fatos ilcitos precederam sua edio. A comisso de inqurito efetiva a apurao dos fatos na fase instrutria, com independncia e imparcialidade, e somente indicia se comprovadas a falta e respectiva autoria. No constitui nulidade processual a falta de indiciao de quem o tenha sido em processo anterior, instaurado em virtude dos mesmos fatos, mas sendo este inacabado pelo decurso do prazo estabelecido para a concluso dos trabalhos de apurao. No fator impeditivo da punio de servidor comprovadamente faltoso o aspecto de seus superiores hierrquicos, tambm envolvidos nas mesmas irregularidades, no terem sido indiciados porque a desvinculao destes do cargo de confiana tornou invivel a inflio de penalidade. A nulidade processual no se configura se, no ato de designao da comisso de inqurito, forem omitidas as faltas a serem apuradas, bem assim quando o colegiado processante integrado por servidor de nvel funcional inferior ao dos envolvidos.

    Assuntos abordados neste Parecer: Processo disciplinar se aplica por atos cometidos por servidores tanto no exerccio de cargo efetivo quanto no exerccio unicamente de cargo em comisso. Converso da exonerao em destituio de cargo em comisso aplicvel somente a partir da Lei n 8.112, de 11/12/90. Impossibilidade de indiciao de ex-servidor, defendida neste Parecer, exclusivamente em funo da situao especfica da falta de previso legal poca para responsabilizao administrativa. Indicao de irregularidade e de autor na portaria de instaurao. Relatrio contrrio prova dos autos no vincula o julgador. Subordinao funcional somente se d para cargo em comisso. No h hierarquia entre cargos efetivos.

    Ver tambm PARECERES N GQ-37, GQ-87, GQ-98, GQ-100 e GQ-138, no tpico NULIDADE.

    15 - PRESCRIO

    PARECER N GQ-144 - Ementa: A designao de nova comisso de inqurito para prosseguir na apurao de irregularidade objeto do processo disciplinar inicial no interrompe, de novo, o curso do prazo prescritvel, dado que a interrupo aludida no 3 do art. 142 da Lei n 8.112, de 1990, no tocante ao mesmo fato, ocorre uma s vez. A deciso final que, a teor do 3 do mesmo art. 142, faz cessar a interrupo do transcurso do prazo de prescrio pertinente ao processo disciplinar inicial vlido, no repercutindo, como causa extintiva da ao disciplinar, aquela adotada em apuratrio posterior, relativo mesma irregularidade. O abandono de cargo previsto como crime e, por esse fato, sua punibilidade extingue-se em dois anos.

    Assuntos abordados neste Parecer: Interrupo da prescrio ocorre apenas uma vez. Abandono de cargo configura crime sua prescrio ocorre em dois anos.

    PARECER N GQ-159 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: A fim de obstar a perpetuao do poder de o Estado infligir penalidade ao servidor que tenha praticado infrao disciplinar, presume-se que a apurao e a deciso final, esta capaz de fazer cessar a interrupo do prazo prescricional proveniente da instaurao do processo, tenham se verificado nos perodos a que aludem os arts. 152 e 167 da Lei n 8.112, de 1990, findos os quais termina a interrupo e recomea a contagem de novo prazo.

    Assuntos abordados neste Parecer: Interrupo do prazo de prescrio.

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    Ver tambm PARECER N GQ-211, no tpico ABANDONO DE CARGO; PARECER N GQ-108, no tpico CONSULTORIA JURDICA; PARECER N GQ-164, no tpico DESDIA; PARECER N GM-14, no tpico IN DUBIO PRO REO; e PARECERES N GQ-10 e GQ-55, no tpico NULIDADE.

    16 - PRVIA COMINAO LEGAL E RELAO COM ATRIBUIES DO CARGO

    PARECER N GQ-91 - Ementa: A disciplina da competncia atribuda ao Advogado-Geral da Unio para emitir parecer de carter normativo, vinculando os rgos e entidades da Administrao Federal, no autoriza os rgos de execuo da AGU a formularem pedidos de seu reexame, em vista de excepcionalidade, qualificada a juzo de hermeneutas neles em exerccio. H de ser mantido o entendimento isento de erro, de fato ou de direito, e caracterizado pela razoabilidade do resultado interpretativo.

    Assuntos abordados neste Parecer: O ordenamento vigente no prev que consultorias jurdicas proponham reexame de Parecer vinculante da AGU. Ratificao do Parecer-AGU n GQ-35, luz dos princpios da moralidade e da legalidade, de que aplicao de penalidade requer prvia cominao. Retroatividade da lei penal mais benfica e irretroatividade da mais severa. Ato vinculado e ato discricionrio e conformao deste lei. Regime disciplinar prev responsabilizao para servidor ativo, inativo ou exonerado.

    PARECER N GQ-153 - Ementa: Incabvel a responsabilizao administrativa se a infrao praticada no exerccio de cargo de confiana de entidade representativa de classe de servidor federal, portanto, em regra, sem relao com o desempenho do cargo e o Servio Pblico.

    Assuntos abordados neste Parecer: Compulsoriedade de se apurar irregularidades e de se aplicar pena caso configurada a materialidade e a autoria. A responsabilidade administrativa est associada ao exerccio das atribuies do cargo, o que no inclui irregularidade praticada em entidade de direito privado. Princpio da legalidade. Aplicao de penalidade requer prvia cominao legal.

    17 - PUBLICIDADE POR MEIO DE BOLETIM INTERNO

    PARECER N GQ-38 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: A publicao de ato decisrio de que possa resultar pedido de reconsiderao ou interposio de recurso, em boletim de servio, ou de pessoal, na forma do art. 108 da Lei n 8.112, de 1990, gera presuno de conhecimento que admite prova em contrrio. O pedido de reconsiderao, ou o recurso, apresentado aps o decurso do prazo fixado no aludido art. 108, deve ser recebido pela autoridade competente, se plausvel a ilao de que o servidor desconhecia a publicao (em boletim de servio ou de pessoal) do ato passvel de impugnao, por motivo imputado Administrao.

    Assuntos abordados neste Parecer: Possibilidade de flexibilizao nos prazos para pedido de reconsiderao ou interposio de recurso, contados a partir de publicao de ato em boletim de servio ou de pessoal.

    Ver tambm PARECERES N GQ-87 e GQ-138, no tpico NULIDADE.

    RESPONSABILIDADE CIVIL DE RESSARCIR PREJUZO

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    Ver PARECER N GM-1, no tpico COMPULSORIEDADE DA APLICAO DA PENA; e PARECER N GQ-136, no tpico IN DUBIO PRO REO.

    18 - REVISO PROCESSUAL

    PARECER N GQ-28 (Parecer vinculante, conforme art. 40 da Lei Complementar n 73, de 10/02/93) - Ementa: Pedido de Reviso de Processo Administrativo Disciplinar para anular decreto demissrio. Deciso deferitria do pedido. Comisso Revisora. Fato novo. Acatamento do Parecer CJ n 227/93-MJ. Elididos completamente os pressupostos fticos e jurdicos do ato demissrio, e provada a inobservncia por parte da Comisso de Inqurito dos princpios do contraditrio e da ampla defesa em face do ordenamento jurdico vigente, impe-se a nulidade do Processo Administrativo Disciplinar n 1/80/SR-SP, com a conseqente reintegrao do ex-Delegado Federal punido, restabelecendo-se todos os seus direitos, atingidos pelo referido ato.

    Assuntos abordados neste Parecer: Afronta os princpios da ampla defesa e do contraditrio. Nulidade. Princpios do PAD. Fato novo e reviso processual.

    PARECER N GQ-133 - Ementa: Reviso de Processo Administrativo Disciplinar para anular ato demissrio. A reviso do processo administrativo disciplinar tem, como pressuposto, a aduo de fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido ou a inadequao da penalidade aplicada (cf. o art. 174, da Lei n 8.112/90). Imprestvel sob todos os aspectos processo de reviso que se baseia, to somente, em pareceres antinmicos, sem o exame de elementos novos, ainda no apurados no processo originrio. Devoluo dos processos origem para os fins de ser instaurado novo processo revisional.

    Assuntos abordados neste Parecer: Reviso requer prova do fato novo alegado.

    PARECER N GQ-154 - Ementa: Reviso de processo administrativo disciplinar. Procedncia. O instituto da reviso tem, como um dos seus pressupostos, a alegao da inadequao da penalidade aplicada (art. 174, da Lei n 8.112/90). Os relatrios conclusivos das Comisses Processante e Revisora foram favorveis reintegrao do ex-servidor ao servio pblico, podendo, portanto, a autoridade julgadora, se lhe convier, isent-lo de responsabilidade, declarando sem efeito a penalidade que lhe foi cominada, restabelecendo-se todos os seus direitos.

    Assuntos abordados neste Parecer: Reviso. Inadequao da penalidade.

    PARECER N GM-26 - Ementa: I - No se aplica ao caso dos autos o Parecer GQ-10. A reviso pode realmente efetivar-se a qualquer tempo, uma vez dependente da supervenincia (que foge competncia do interessado) de fato novo, ou de circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido ou a inadequao da penalidade aplicada (Leis 8.112 e 9.784; Decreto 59.310). Precedente: Parecer GQ-28 (vigentes Lei 8.112 e Dec. 20.910 e 59.310). II - A penalidade imposta no PAD resultou de inadequada apurao e valorao dos fatos. Mas est sujeita reviso pela supervenincia de fato novo a demonstrar a inocncia do servidor . III - A reviso est sujeita ao prazo prescricional de cinco anos (art. 1, Dec. 20.910). O prazo comea a correr da data em que o interessado teve conhecimento do fato novo, mas interrompe-se com a apresentao do pedido de reviso (art. 4, par. nico, Dec. 20.910) na repartio pblica. IV - A prescrio no corre durante a demora da Administrao no exame do pedido (art. 4, Dec. 20.910). V - No caso destes autos, o fato novo ocorreu em 17/4/96 e em 24/5/96 o interessado protocolou seu requerimento. Com o requerimento, em 24/5/96 interrompeu-se a prescrio (art. 4, par. nico, Dec. 20.910). VI -

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    Salvo o requerimento de 1996, nenhum outro ato ficou na dependncia do interessado. Toda a demora se deve, nica e exclusivamente, Administrao. VII - A reviso deve ser julgada procedente e deve ser declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos. (Dec. 59.310, art. 436. Ver tambm Lei 8.112/90, art. 182).

    Assuntos abordados neste Parecer: Reviso pode ser pedida a qualquer tempo, no havendo prazo prescrional para o surgimento de fato novo. A prescrio qinqenal computada, uma vez tendo-se o servidor conhecimento do fato novo a seu favor, at a petio da reviso. O pedido de reviso interrompe o prazo prescricional.

    Ver tambm PARECER N GQ-177, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; e PARECER N GQ-147, no tpico INASSIDUIDADE HABITUAL.

    SINDICNCIA PRVIA AO PAD

    Ver PARECER N GM-7, no tpico ABANDONO DE CARGO; PARECER N GM-1, no tpico COMPULSORIEDADE NA APLICAO DA PENA; PARECERES N GQ-25, GQ-37 e GQ-100, no tpico NULIDADE; e PARECER N GQ-12, no tpico PORTARIA INSTAURADORA.

    19 - FORMULAES DO DASP

    20 - PARECERES DO DASP

    21 - ORIENTAES NORMATIVAS DO DASP

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    PARECERES DA AGU

    Esta apostila contm 68 Pareceres adotados pelo Advogado-Geral da Unio e aprovados pelo Presidente da Repblica, sobre direito ou processo administrativo disciplinar. Esses textos, extrados do universo de pouco mais de 260 Pareceres emitidos pela AGU entre julho de 1993 e setembro de 2004, disponveis no stio www.agu.gov.br, sobre os mais diversos assuntos, compreendem a quase totalidade das manifestaes do rgo mximo de consultoria jurdica do Poder Executivo acerca da matria disciplinar.

    A base legal de tais manifestaes repousa na Lei Complementar n 73, de 10/02/93, que a lei orgnica da AGU. O art. 4, X e XI, dessa norma estabelece, para o Advogado-Geral da Unio, competncia para emitir pareceres enfocando matria acerca da qual paire divergncia de entendimento na Administrao. Na verdade, tais pareceres so lavrados por Consultores da Unio e recebem numerao individualizada com iniciais dos nomes de seus autores. Assim, para o assunto de interesse, tm-se Pareceres n AGU/WM (de Wilson Teles de Macdo); AGU/MF (de Mirt Fraga); AGU/LS (de Luiz Augusto Paranhos Sampaio); AGU/PRO (de Miguel Pr de Oliveira Furtado) e AGU/LA (de Luiz Alberto da Silva).

    Caso seja adotado pelo Advogado-Geral da Unio, o parecer recebe nova numerao, precedida das iniciais do nome do titular da AGU, tendo como anexo o parecer originrio do Consultor da Unio. Uma vez que, com o Decreto n 3.035, de 27/04/97, o Presidente da Repblica delegou aos Ministros de Estado a competncia para julgar processos disciplinares e aplicar penalidades de demisso e cassao de aposentadoria, tm sido decrescente, em quantidade, as provocaes ao rgo mximo de assessoramento jurdico da Unio, j que as decises mais relevantes em matria disciplinar, via de regra, passaram a se concentrar nas Consultorias Jurdicas dos respectivos Ministrios.

    Como conseqncia, da base de dados disponibilizada no stio da AGU, constam pareceres, sobre a matria de interesse, adotados apenas por dois Advogados-Gerais da Unio. Com isso, nesta apostila, tm-se os Pareceres n GQ (de Geraldo Magela da Cruz Quinto, de 1993 a 1999) e GM (de Gilmar Ferreira Mendes, de 2000 a 2001), que tm como anexo algum Parecer n AGU/WM, AGU/MF, AGU/LS, AGU/PRO ou AGU/LA. Aps o Parecer GM-26, ltimo aqui reproduzido, no houve nenhum outro sobre matria disciplinar, adotado pelos posteriores Advogados-Gerais da Unio (JB, de Jos Bonifcio Borges de Andrada, e AC, de lvaro Augusto Ribeiro da Costa).

    Conforme o art. 40 da citada Lei Complementar n 73, de 10/02/93, os pareceres adotados pelo Advogado-Geral da Unio so submetidos aprovao do Presidente da Repblica. Uma vez aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial, o parecer vincula a Administrao Federal, ficando os rgos e entidades obrigados a lhe dar fiel cumprimento. Por outro lado, o parecer aprovado, mas no publicado, obriga apenas as reparties interessadas, a partir do momento em que dele tenham cincia.

    Na presente apostila, os pareceres da AGU acerca de direito ou processo administrativo disciplinar, integralmente reproduzidos, foram divididos em dezenove grupos, em ordem alfabtica, de acordo com o principal assunto neles abordado. Dentro de cada grupo, os pareceres so listados em ordem crescente de numerao (primeiramente os GQ e por ltimo os GM). Como comum que um parecer aborde mais de um assunto e que nem todos constem de sua ementa, para facilitar a pesquisa, alm de se reproduzir a ementa e a informao de que vinculante (quando o caso), foram listados, para cada parecer, todos os assuntos abordados. Os pareceres que abordam mais de um assunto foram integralmente reproduzidos apenas no grupo do seu principal assunto e, como complemento da informao, foram citados ao final dos demais grupos tambm abordados.

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    No obstante os nomes, matrculas e, por vezes, at endereos dos envolvidos nos processos administrativos constarem da base de dados publicamente disponibilizada no stio da AGU, aqui optou-se por omiti-los, em postura de respeito intimidade, que em nada prejudicou o entendimento do Parecer.

    PARECERES DA AGU, POR ORDEM DE NUMERAO (Tabela com hyperlink nos n dos Pareceres)

    PARECERES N GQ (GERALDO MAGELA DA CRUZ QUINTO)

    PARECER N GQ-7 (Parecer vinculante), de 06/09/93 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-8/93) PARECER N GQ-10 (Parecer vinculante), de 06/10/93 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-4/93) PARECER N GQ-12 (Parecer vinculante), de 07/02/94 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-2/94) PARECER N GQ-25, de 09/08/94 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-6/94) PARECER N GQ-28 (Parecer vinculante), de 30/08/94 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-7/94) PARECER N GQ-35 (Parecer vinculante), de 30/10/94 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-9/94) PARECER N GQ-37 (Parecer vinculante), de 09/11/94 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-13/94) PARECER N GQ-38 (Parecer vinculante), de 22/11/94 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-14/94) PARECER N GQ-55 (Parecer vinculante), de 30/01/95 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-1/95) PARECER N GQ-60, de 31/01/95 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-1/95) PARECER N GQ-66 (Parecer vinculante), de 31/03/95 (tem anexo o Parecer n AGU/PRO-4/95)

    PARECER N GQ-84, de 16/10/95 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-8/95) PARECER N GQ-87, de 13/11/95 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-12/95) PARECER N GQ-91, de 14/12/95 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-5/95) PARECER N GQ-98, de 14/03/96 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-13/95) PARECER N GQ-99, de 14/03/96 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-1/96) PARECER N GQ-100, de 14/03/96 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-2/96) PARECER N GQ-102, de 16/05/96 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-11/95) PARECER N GQ-108, de 22/07/96 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-5/96) PARECER N GQ-121, de 20/03/97 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-1/97) PARECER N GQ-122, de 10/04/97 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-2/97)

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    PARECER N GQ-124 (Parecer vinculante), de 28/05/97 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-1/97) PARECER N GQ-127, de 26/07/97 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-5/97) PARECER N GQ-128, de 24/07/97 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-6/97) PARECER N GQ-133, de 10/12/97 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-3/97) PARECER N GQ-135, de 18/12/97 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-7/97) PARECER N GQ-136, de 26/01/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-1/98) PARECER N GQ-138, de 02/02/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-2/98) PARECER N GQ-139, de 19/02/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-3/98) PARECER N GQ-140, de 19/02/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-4/98) PARECER N GQ-141, de 05/03/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-6/98) PARECER N GQ-143, de 18/03/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-7/98) PARECER N GQ-144, de 18/03/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-8/98) PARECER N GQ-145 (Parecer vinculante), de 30/03/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-9/98) PARECER N GQ-147, de 27/04/98 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-4/98) PARECER N GQ-149, de 27/04/98 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-1/98) PARECER N GQ-152, de 20/05/98 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-3/98) PARECER N GQ-153, de 25/06/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-5/98) PARECER N GQ-154, de 25/06/98 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-5/98) PARECER N GQ-156, de 25/06/98 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-2/98) PARECER N GQ-159 (Parecer vinculante), de 10/08/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-16/98) PARECER N GQ-160 (Parecer vinculante), de 10/08/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-15/98) PARECER N GQ-164 (Parecer vinculante), de 24/09/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-18/98) PARECER N GQ-165, de 01/10/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-22/98) PARECER N GQ-167, de 01/10/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-21/98) PARECER N GQ-168, de 01/10/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-20/98) PARECER N GQ-173, de 28/10/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-23/98) PARECER N GQ-176, de 03/12/98 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-6/98) PARECER N GQ-177 (Parecer vinculante), de 03/12/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-24/98) PARECER N GQ-182, de 28/12/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-25/98) PARECER N GQ-183 (Parecer vinculante), de 28/12/98 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-28/98) PARECER N GQ-193, de 21/06/99 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-1/99) PARECER N GQ-200, de 10/09/99 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-3/99)

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    PARECER N GQ-201, de 10/09/99 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-4/99) PARECER N GQ-205, de 14/12/99 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-2/99) PARECER N GQ-207 (Parecer vinculante), de 14/12/99 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-2/99) PARECER N GQ-210 (Parecer vinculante), de 21/12/99 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-9/99) PARECER N GQ-211 (Parecer vinculante), de 21/12/99 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-11/99)

    PARECERES N GM (GILMAR FERREIRA MENDES)

    PARECER N GM-1 (Parecer vinculante), de 10/04/00 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-2/2000) PARECER N GM-3, de 10/04/00 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-4/2000) PARECER N GM-4, de 31/03/00 (tem anexo o Parecer n AGU/LS-2/2000) PARECER N GM-5 (Parecer vinculante), de 26/03/00 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-3/2000) PARECER N GM-7, de 28/04/00 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-5/2000) PARECER N GM-14, de 11/12/00 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-6/2000) PARECER N GM-17, de 02/02/01 (tem anexo o Parecer n AGU/WM-10/2000) PARECER N GM-26, de 27/09/01 (tem anexo o Parecer n AGU/MF-3/2001)

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    NDICE

    1 - ABANDONO DE CARGO............................................................................................29 PARECER N GQ-84 .....................................................................................................29 PARECER N GQ-143 ...................................................................................................38 PARECER N GQ-201 ...................................................................................................41 PARECER N GQ-205 ...................................................................................................49 PARECER N GQ-207 ...................................................................................................75 PARECER N GQ-210 ...................................................................................................79 PARECER N GQ-211 ...................................................................................................81 PARECER N GM-7.......................................................................................................88

    2 - ACUMULAO ILCITA DE CARGOS ...................................................................93 PARECER N GQ-7.......................................................................................................93 PARECER N GQ-145 ...................................................................................................97

    3 - COMPULSORIEDADE DA APLICAO DA PENA.............................................104 PARECER N GQ-167 .................................................................................................104 PARECER N GQ-177 .................................................................................................108 PARECER N GQ-183 .................................................................................................121 PARECER N GM-1 ....................................................................................................126 PARECER N GM-5 ....................................................................................................132

    4 - CONSULTORIA JURDICA .....................................................................................137 PARECER N GQ-108 .................................................................................................137

    5 - CRIMES CONTRA ADMINISTRAO PBLICA................................................142 PARECER N GQ-124 .................................................................................................142

    6 - DESDIA......................................................................................................................150 PARECER N GQ-128 .................................................................................................150 PARECER N GQ-164 .................................................................................................155

    7 - GRADAO DA PENA .............................................................................................168 PARECER N GQ-127 .................................................................................................168 PARECER N GQ-140 .................................................................................................174 PARECER N GQ-141 .................................................................................................179

    8 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA......................................................................187 PARECER N GQ-200 .................................................................................................187 PARECER N GM-17 ..................................................................................................204

    9 - INASSIDUIDADE HABITUAL .................................................................................211

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    PARECER N GQ-122 .................................................................................................211 PARECER N GQ-147 .................................................................................................215 PARECER N GQ-156 .................................................................................................225 PARECER N GQ-160 .................................................................................................232 PARECER N GQ-193 .................................................................................................236

    10 - INDEPENDNCIA DAS INSTNCIAS..................................................................241 PARECER N GQ-121 .................................................................................................241 PARECER N GQ-165 .................................................................................................249

    11 - IN DUBIO PRO REO, PRESUNO DE INOCNCIA E NUS DA PROVA.....256 PARECER N GQ-136 .................................................................................................256 PARECER N GQ-139 .................................................................................................262 PARECER N GQ-173 .................................................................................................266 PARECER N GQ-182 .................................................................................................271 PARECER N GM-3 ....................................................................................................276 PARECER N GM-14 ..................................................................................................298

    12 - JULGAMENTO, LIVRE APRECIAO DAS PROVAS, RELATRIO CONTRRIO S PROVAS DOS AUTOS, AGRAVAMENTO....................................304

    PARECER N GQ-60 ...................................................................................................304 PARECER N GQ-135 .................................................................................................315 PARECER N GQ-149 .................................................................................................322 PARECER N GQ-168 .................................................................................................328 PARECER N GQ-176 .................................................................................................331

    13 - NULIDADE, CERCEAMENTO DEFESA E PRINCPIOS DO CONTRADITRIO E DA AMPLA DEFESA................................................................335

    PARECER N GQ-10 ...................................................................................................335 PARECER N GQ-25 ...................................................................................................344 PARECER N GQ-37 ...................................................................................................350 PARECER N GQ-55 ...................................................................................................358 PARECER N GQ-66 ...................................................................................................372 PARECER N GQ-87 ...................................................................................................375 PARECER N GQ-98 ...................................................................................................382 PARECER N GQ-99 ...................................................................................................388 PARECER N GQ-100 .................................................................................................396 PARECER N GQ-102 .................................................................................................403 PARECER N GQ-138 .................................................................................................414 PARECER N GQ-152 .................................................................................................422 PARECER N GM-4 ....................................................................................................428

  • 28

    14 - PORTARIA INSTAURADORA...............................................................................439 PARECER N GQ-12 ...................................................................................................439 PARECER N GQ-35 ...................................................................................................442

    15 - PRESCRIO ..........................................................................................................449 PARECER N GQ-144 .................................................................................................449 PARECER N GQ-159 .................................................................................................452

    16 - PRVIA COMINAO LEGAL E RELAO COM ATRIBUIES DO CARGO ............................................................................................................................455

    PARECER N GQ-91 ...................................................................................................455 PARECER N GQ-153 .................................................................................................472

    17 - PUBLICIDADE POR MEIO DE BOLETIM INTERNO........................................480 PARECER N GQ-38 ...................................................................................................480

    18 - REVISO PROCESSUAL .......................................................................................487 PARECER N GQ-28 ...................................................................................................487 PARECER N GQ-133 .................................................................................................512 PARECER N GQ-154 .................................................................................................546 PARECER N GM-26 ..................................................................................................554

    19 - FORMULAES DO DASP....................................................................................570 20 - PARECERES DO DASP...........................................................................................589

    21 - ORIENTAES NORMATIVAS DO DASP..........................................................592

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    1 - ABANDONO DE CARGO

    Assuntos abordados neste Parecer: No h nulidade por falta de notificao para acompanhar apurao, se servidor assentiu ter cincia do processo. Configurao do abandono de cargo elide a caracterizao cumulativa da inassiduidade habitual.

    PARECER N GQ-84

    NOTA: A respeito deste Parecer, o Excelentssimo Senhor Vice-Presidente da Repblica, no exerccio do cargo de Presidente da Repblica, exarou o seguinte despacho: Aprovo. Em 16.10.95. Parecer no publicado.

    PROCESSO N 23080.053900/92-77

    ORIGEM: Universidade Federal de Santa Catarina

    ASSUNTO: Declarao de nulidade de processo administrativo disciplinar, em conseqncia da inobservncia de comando de que se assegure ao servidor, envolvido na irregularidade, o direito de acompanhar o processo e de se no o haver notificado do apuratrio.

    Adoto, para os fins e efeitos dos arts. 40 e 41 da Lei Complementar n 73, de 10 de fevereiro de 1993, o anexo Parecer n AGU/WM-8/95, da lavra do eminente Consultor da Unio, Doutor Wilson Teles de Macdo.

    Braslia, 16 de outubro de 1995

    Geraldo Magela da Cruz Quinto Advogado-Geral da Unio

    PARECER N AGU/WM-8/95 (Anexo ao Parecer n GQ-84)

    EMENTA: No implica nulidade do processo administrativo disciplinar a apurao do abandono de cargo consistente na tomada de depoimento, em vista dos boletins de freqncia, exclusivamente do acusado que tinha conhecimento prvio do apuratrio, na indiciao, na apresentao de defesa e na elaborao do relatrio final. No nulifica o processo a inexistncia de notificao do servidor a respeito dos direitos que as normas de regncia lhe asseguram, no curso do apuratrio, pois essa medida no decorre de imperativo de lei. Insere-se na rea de competncia do Presidente da Repblica a aplicao das penalidades de demisso e de cassao de aposentadoria ou disponibilidade tambm dos servidores das autarquias e das fundaes pblicas federais, includas as entidades universitrias.

    PARECER

    Em abril de 1992, titular do cargo de Eletricista do quadro de pessoal da Universidade Federal de Santa Catarina, passou a faltar ao servio sistematicamente, resultando dessa conduta funcional a instaurao de processo administrativo disciplinar, destinado a apurar o possvel abandono de cargo, em que teria incorrido.

    2. A conduta funcional do servidor foi apurada por comisso de inqurito, designada pela Portaria n 534/GR/93, de 11 de maro de 1993, do Pr-Reitor de Ensino de Graduao da

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    Instituio de Ensino, no exerccio da Reitoria, a qual concluiu, no relatrio final, pela inflio da penalidade de suspenso, por trinta e cinco dias.

    3. Examinaram os autos os rgos jurdicos da Universidade, do Ministrio da Educao e do Desporto e do Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado, divergindo todos da ilao do rgo colegiado, incumbido do apuratrio, nos seguintes aspectos:

    a) nos termos do art. 169 da Lei n 8.112. de 1990, concluiu-se pela nulidade do processo disciplinar, decorrente do fato de no se ter assegurado ao servidor o direito de acompanhar a apurao do ilcito disciplinar, notificando-o de seus direitos, por escrito, antes mesmo de ser intimado para depoimento. De outro lado, alertado dos mesmos, pelo menos, quando de sua intimao, o que no ocorreu;

    b) h inadequao da penalidade de suspenso, impondo-se a edio de ato expulsivo pela prpria Universidade, com base no item III do art. 132 da Lei n 8.112, de 1990 (comina a penalidade de demisso por inassiduidade habitual), por isso que se trata de servidor sem estabilidade;

    c) cabvel a aplicao da pena de demisso, face caracterizao do abandono de cargo a que aludem os arts. 132, II, e 138 da Lei n 8.112, de 1990.

    4. Em vista da sugesto do Senhor Ministro de Estado da Administrao Federal e Reforma do Estado, os autos foram encaminhados, de ordem, a esta Instituio, por despacho do Senhor Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidncia da Repblica, a fim de pacificar divergncias verificadas entre as Consultorias Jurdicas do MEC e do MARE.

    5. Do incio do presente Processo Disciplinar consta expediente do Chefe da Seo de Engenharia Eltrica do Hospital Universitrio do referido estabelecimento de ensino, informando Diretoria Administrativa, que integra, as ausncias ao servio praticadas pelo acusado, desde 11 de julho de 1992. O assunto tramitou por diversas unidades administrativas da Universidade e foi objeto da juntada dos boletins de freqncia de fls. 3 a 10 e da ficha financeira de 1992 (fl. 11).

    6. De maneira seqencial, expediu-se a portaria de designao da comisso processante de fl. 12. Instalados os respectivos trabalhos, o colegiado deliberou, na mesma reunio, no sentido de ouvir-se o servidor, possivelmente faltoso (fls. 15 e 16).

    (Nota: O presente Parecer anterior Lei n 9.527, de 10/12/97, que estabeleceu o procedimento sumrio para apurao de abandono de cargo.)

    7. A seguir, a c.i. comunicou autoridade instauradora do processo a instalao dos trabalhos de apurao (fl. 17) e convidou para prestar esclarecimentos, no processo que apura a prtica de irregularidades que lhe so atribudas, com indicao do local e hora (fl. 19), procedendo juntada dessa convocao (fl.18).

    8. Aps colher o depoimento do servidor aludido, (fls. 20/1), o presidente da c.i. oficiou ao Departamento de Pessoal da Universidade, encarecendo informaes pertinentes licena para o trato de interesses particulares, que foi solicitada pelo acusado e a que se referiu, no depoimento (fl. 22). Em resposta, dilucidou-se que nada constava quanto concesso da cogitada licena e encontrava-se suspenso o pagamento do acusado (fl. 22v).

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    9. Como passo seguinte, lavrou-se o documento de fl. 23, onde consignado o encerramento da fase instrutria do processo e se delibera pela citao do acusado para apresentar defesa, consoante se verificou, nos termos do documento de fl. 24.

    10. Em seqncia defesa (fls. 25 e 26), foram juntados aos autos contracheques de pagamentos do indiciado, cpia de memorando em que solicitara o deferimento de licena para tratar de interesses particulares e o Processo n 23080.022557/91-19, originrio desse pedido de licenciamento. No consta do apuratrio o termo de juntada desses documentos, nem se dirime sobre a manifestao volitiva do indiciado para que assim se procedesse.

    11. As providncias subseqentes consistiram na elaborao do relatrio e encaminhamento do processo, presumidamente, autoridade instauradora (fls. 42/52).

    12. exposta, de maneira minudente, a atuao da comisso apuradora, com o intuito de proporcionar melhor visualizao do desenvolvimento do processo e evidenciar a desnecessidade da notificao para o acusado acompanhar os trabalhos, executados com o objetivo de determinar a verdade dos fatos, pois a comisso entendeu como suficientes, para a convico de que se incorreu em abandono de cargo, a comunicao das faltas ao servio, os respectivos registros e o depoimento do prprio acusado, afigurando-se-lhe despiciendos outros depoimentos e investigaes, alm de acareaes e diligncias. Assim que no documento de fl. 23, a c.i. consigna que as provas documentais, aliadas s informaes extradas do depoimento do prprio acusado, constituem indcio forte da responsabilidade do servidor, conforme art. 138 da j citada Lei: Configura abandono de cargo a ausncia intencional do servidor ao servio por mais de trinta dias consecutivos. Portanto, fica encerrada a fase de instruo deste processo. Com isto, o Presidente passa a citar o acusado para que apresente sua defesa, por escrito, no prazo legal que lhe concedido (dez dias).

    13. O acusado no peticionou no sentido de arrolar ou reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas ou formular quesitos (art. 156 da Lei n 8112, de 1990), no obstante haver sido convocado, imediatamente aps a instalao dos trabalhos da c.i, para prestar depoimento relativo infrao que lhe estava sendo imputada, o que evidencia o conhecimento do processo.

    14. Os arts. 153 da Lei n 8.112, de 1990, e 5, inciso LV da Constituio so peremptrios em exigir que se observem o princpio do contraditrio e a ampla defesa na apurao de infraes disciplinares. inconteste que o acusado deve ser notificado para comparecer, se o quiser, aos depoimentos concernentes aos fatos irregulares, cuja autoria possivelmente ser-lhe- atribuda.

    15. essa a linha de raciocnio desenvolvida por Celso Ribeiro Bastos, verbis:

    O contedo da defesa consiste em o ru ter iguais possibilidades s conferidas ao autor para repelir o que contra ele associado. Essa igualao no pode ser absoluta porque autor e ru so coisas diferentes. Uma mesma faculdade conferida a um e a outro poderia redundar em extrema injustia. A prpria posio especfica de cada um j lhes confere vantagens e nus processuais. O autor pode escolher o momento da propositura da ao. Cabe-lhe pois o privilgio da iniciativa, e bvio que esse privilgio no pode ser estendido ao ru, que h de acat-lo e a ele submeter-se. Da a necessidade de a defesa poder propiciar meios compensatrios da perda da iniciativa. A ampla defesa visa pois a restaurar um princpio de igualdade entre partes que so essencialmente diferentes.

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    A ampla defesa s estar plenamente assegurada quando uma verdade tiver iguais possibilidades de convencimento do magistrado, quer seja ela alegada pelo autor, quer pelo ru.

    s alegaes, argumentos e provas trazidos pelo autor necessrio que corresponda uma igual possibilidade de gerao de tais elementos por parte do ru.

    H que haver um esforo constante no sentido de superar as desigualdades formais em sacrifcio da gerao de uma igualdade real.

    O contraditrio, por sua vez, se insere dentro da ampla defesa. Quase que com ela se confunde integralmente na medida em que uma defesa hoje em dia no pode ser seno contraditria. O contraditrio pois a exteriorizao da prpria defesa. A todo ato produzido caber igual direito da outra parte de opor-se-lhe ou de dar-lhe a verso que lhe convenha, ou ainda de fornecer uma interpretao jurdica diversa daquela feita pelo autor.

    Da o carter dialtico do processo que caminha atravs de contradies a serem finalmente superadas pela atividade sintetizadora do juiz.

    por isto que o contraditrio no se pode limitar ao oferecimento de oportunidade para produo de provas.

    preciso que ele mesmo (o magistrado) avalie se a quantidade de defesa produzida foi satisfatria para a formao do seu convencimento.

    Portanto, a ampla defesa no aquela que satisfatria segundo os critrios do ru, mas sim aquela que satisfaz a exigncia do juzo. (Comentrios Constituio do Brasil, Ed. Saraiva, 1989, 2 vol, p. 267). (grifo no do original)

    16. No caso dos autos em exame, comisso de inqurito pareceu suficiente, para formar a convico da culpabilidade, a singela apurao dos fatos, consistente numa s