55
Marcos Henrique de Araújo Fundamentos da Poluição Ambiental

Apostila poluição ambiental

Embed Size (px)

Citation preview

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 1/54

Marcos Henrique de Araújo

Fundamentos da

Poluição Ambiental

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 2/54

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Fundamentos da Polui-

ção Ambiental , parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâ-

mico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às)

alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-

ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail .

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,

a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,

bem como acesso a redes de informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-

mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para

uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital

APRESENTAÇÃO

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 3/54

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 4/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br5

INTRODUÇÃO

No Brasil, nas últimas décadas, o crescimento demográfico e o aumento da produtividade indus-

trial fizeram com que uma parcela significativa dos resíduos gerados por diversas fontes poluidoras, prin-

cipalmente os originados pelas indústrias e veículos automotores, fosse liberada no ambiente sem o

tratamento adequado.

No caso dos resíduos industriais, estes são provenientes de diversos segmentos, como indústria

química, siderúrgica, eletrônica, alimentícia e gráfica, entre outros. Essa diversidade resulta na produção

de uma grande quantidade diária de elementos químicos, plásticos, orgânicos, além de papel, madeira,

vidros, borracha e metais. Os resíduos, em termos tanto de composição quanto de volume, variam em

função das práticas de consumo e dos métodos de produção. No caso dos resíduos perigosos, são parti-

cularmente preocupantes, pois, quando incorretamente gerenciados, tornam-se uma grave ameaça ao

meio ambiente e à saúde da população.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a estratégia de redução

ou eliminação de resíduos ou poluentes na fonte geradora consiste no desenvolvimento de ações que

promovam a redução de desperdícios, a conservação de recursos naturais, a redução ou eliminação de

substâncias tóxicas (presentes em matérias-primas ou produtos auxiliares), a redução da quantidade de

resíduos gerados por processos e produtos, e, consequentemente, a redução de poluentes lançados nas

águas, no solo e na atmosfera.

Com isso, a poluição ambiental causada pela ação antrópica, vem sendo considerada uma questão

preocupante para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre a

natureza e a utilização pelo homem dos recursos naturais disponíveis.

Portanto, caro(a) aluno(a), esta apostila tem o objetivo de fornecer não apenas os conceitos básicos

recorrentes à poluição ambiental, mas discutir os problemas originados pela ação dos poluentes, fazen-

do com que você apresente a capacidade de análise crítica e busque soluções para mitigar os efeitos

nocivos causados pelos diversos tipos de poluição à sociedade e ao meio ambiente.

Um grande abraço!

DicionárioDicionário

Antrópica: resultante da ação do homem.

DicionárioDicionário

Mitigar: atenuar, diminuir.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 5/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br7

POLUIÇÃO AMBIENTAL1 

Segundo Ormond (2004), conceitua-se “Sa-neamento” como toda ação ou efeito de tornarsaudável ou como um conjunto de ações adotadasem relação ao meio ambiente com a finalidade decriar condições favoráveis à manutenção do meioe à saúde das populações.

Contudo, Saneamento Ambiental pode serdefinido como um conjunto de ações socioeconô-micas que tem por objetivo alcançar SalubridadeAmbiental, por meio de abastecimento de águapotável; coleta e disposição sanitária de resíduossólidos, líquidos e gasosos; promoção da disciplinasanitária de uso de solo; drenagem urbana; contro-le de doenças transmissíveis e demais serviços eobras especializados, com a finalidade de protegere melhorar as condições de vida urbana e rural.

Essa salubridade ambiental está em risco,pois, a partir da Revolução Industrial até os diasatuais, a ampliação dos níveis de poluentes produ-zidos pelo homem promoveu o aumento da polui-ção atmosférica, como também a contaminaçãodas águas e do solo, influenciando diretamente noequilíbrio dos ecossistemas e na qualidade de vidada sociedade.

Para Valentim (2007), no caso do estado deSão Paulo, o início da formação da indústria paulis-

ta ocorreu no final da segunda metade do séculoXIX; as empresas instalavam-se em áreas amplas eplanas, próximo aos meios de transporte para faci-litar o processo de escoamento de seus produtose dos corpos d’água, com o objetivo de liberar nosefluentes os resíduos sem tratamento originadosde sua atividade produtiva. Começava, então, oprocesso de degradação ambiental através do ba-rulho proveniente da linha de produção das fábri-cas, da fumaça liberada pelas chaminés, da conta-

minação dos efluentes, do surgimento de doençasde veiculação hídrica e dos resíduos industriais de-positados em grandes áreas abertas.

No Brasil, o censo realizado em 1929 de-tectou a presença das primeiras multinacionaisamericanas e europeias representantes do setorquímico, automobilístico e eletrônico, além do de-senvolvimento de outros setores industriais, comoo têxtil e alimentício. Nesse mesmo período, o cen-so realizado em nosso país mostrou em números o

crescimento industrial e demográfico, dando des-taque para o estado de São Paulo, com a aberturade empresas do ramo têxtil, calçadista, químico,alimentício e metalúrgico, entre outros.

Ao mesmo tempo em que a cidade se desen-volvia com a instalação de diversas empresas, a ge-ração de empregos e o crescimento da construçãocivil, surgiam os impactos ambientais causadospelos diversos setores industriais, como exemplospodemos citar:

  o setor têxtil: contaminação do solo e das

águas subterrâneas por chumbo, cromo,cianetos e hidrocarbonetos;

  setor químico: principais poluentes sãoos ácidos, metais, bases, solventes, fenóise cianetos;

  setor de perfumaria: óleos, graxas, chum-

bo, glicerina e zinco;  setor metalúrgico: cádmio, chumbo, co-

bre, bário, níquel, solventes, tintas, ciane-tos e hidrocarbonetos.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 6/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

8

Na década de 1950, iniciou-se a expansão damalha rodoviária e o estado de São Paulo ocupavaposição de destaque no cenário brasileiro comopolo econômico nacional, através do desenvolvi-mento de diversos setores da indústria no territó-

rio paulista, como foi citado anteriormente.

Segundo Singer (1968), nos anos 1960, osnovos ramos industriais começavam a se instalarnas regiões periféricas da cidade e nos municípiosque faziam divisa com São Paulo, como Santo An-dré, Guarulhos e São Bernardo do Campo, que hojepertencem à Região Metropolitana de São Paulo.Esse era o primeiro sinal do deslocamento das in-

dústrias para outros locais, deixando as grandesáreas que ocupavam, muitas delas contaminadas,disponíveis para outra utilidade, iniciando-se mu-danças do uso do solo urbano.

De acordo com a CETESB (1994), nesse pe-ríodo o setor industrial pertencente à Região Me-tropolitana gerava 175 toneladas de resíduos in-

dustriais, cujo destino era as grandes áreas nãoocupadas que foram utilizadas como lixões, sendocomum o descarte do contaminante sólido no soloe do poluente líquido nos corpos d’água e tambémno solo.

Nos anos 1970, iniciou-se o processo de des-centralização industrial em São Paulo, com a mi-gração de empresas para regiões interioranas ou

para outras capitais brasileiras. Baldoni (2002) afir-ma que começaram a surgir novas práticas indus-triais adotadas até os dias de hoje, como a tecnolo-gia da automação, redução dos postos de trabalho,melhorias na eficiência produtiva, terceirização deserviços e investimentos em pesquisa, marketing

e design.

Para Ribeiro Filho et al. (2001), a utilizaçãode metais como matéria-prima para a produção

de bens de consumo e em fertilizantes agrícolascontribuiu para o desenvolvimento da sociedade,mas, ao mesmo tempo, a quantidade de metaispesados liberados no ambiente contaminou solose água, causando impactos ambientais de grandes

proporções.

Na atividade mineradora, apesar de ser uma

atividade que provoca uma degradação localiza-da em sua área de lavra, os efeitos causados pelos

rejeitos, ao atingirem um corpo d’água, podem

afetar uma determinada área localizada a váriosquilômetros da mineração (SALOMONS, 1995). Noentorno da mineradora, pode-se constatar a pre-sença de metais pesados nas cadeias alimentaresdo ecossistema local, colocando a saúde das pes-

soas em risco, bem como o equilíbrio ecológico domeio (PRIETO, 1998; JUNG, 2001).

Estudos realizados através de análises no

Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) perten-cente ao município de São Paulo, no período com-preendido entre 1996 e 2004, identificaram 2070áreas industriais que sofreram alterações de uso.Parte dessas áreas passou a desenvolver atividades

comerciais diversas, como lojas, armazéns e de-pósitos, enquanto outras foram destinadas a con- juntos residenciais e escolas. Além disso, muitosdesses terrenos permanecem desocupados (SEPE;SILVA, 2004).

Portanto, é provável que muitas dessas re-giões, as quais foram ocupadas no passado pe-las indústrias, apresentem em seu solo e entornosubstâncias químicas que contaminaram o meioambiente e colocam a saúde da população emrisco, ou seja, grande parte do passivo ambiental

existente na cidade de São Paulo é proveniente deindústrias que não exercem mais a atividade local.

Atualmente, em relação ao estado de SãoPaulo, o Poder Público demonstrou uma gran-de preocupação com os casos de contaminaçãodo solo por substâncias químicas perigosas, atra-vés de levantamentos realizados pela CETESB em2006, nos quais foram encontradas 1664 áreas con-taminadas no estado. Esses dados provavelmenteestão longe do número real, pois esse número

apresentado significa apenas uma pequena par-cela do problema, já que é preciso uma avaliaçãomais abrangente, que envolva grande parte dasatividades industriais e outros setores que contri-buam significativamente com a poluição ambien-tal, como os postos de gasolina (VALENTIM, 2007).

A CETESB (2006) classifica uma área contami-nada como aquela em que há comprovadamente

poluição causada por quaisquer substâncias ou

resíduos que tenham sido depositados, acumula-dos, armazenados, enterrados ou infiltrados e quedeterminam impactos negativos sobre os bens aproteger.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 7/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

9

De acordo com a Resolução do Conselho Na-cional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 001/86, apoluição é a degradação da qualidade ambientalresultante de atividades que direta ou indireta-mente:

 

prejudiquem a saúde, a segurança e obem-estar da população;

criem condições adversas às atividadessociais e econômicas;

afetem desfavoravelmente a biota;

afetem as condições estéticas ou sanitá-rias do meio ambiente;

lancem matérias ou energia em desacor-do com os padrões ambientais estabele-

cidos.

Os impactos ambientais de processos indus-triais resultam de subprodutos (matéria ou ener-

gia) gerados e não comercializados, sendo, porisso, lançados fora ao menor custo possível.

Alguns desses subprodutos podem causar

poluição, portanto a análise dos impactos am-bientais de qualquer processo industrial engloba aanálise dos fluxos de matéria e energia que afluempara o processo e que dele resultam.

Segundo a CETESB (2003), a estratégia de re-

dução ou eliminação de resíduos ou poluentes nafonte geradora consiste no desenvolvimento de

ações que promovam a redução de desperdícios,a conservação de recursos naturais, a redução oueliminação de substâncias tóxicas (presentes emmatérias-primas ou produtos auxiliares), a reduçãoda quantidade de resíduos gerados por processose produtos e, consequentemente, a redução de

poluentes lançados para o ar, solo e águas.

Nas próximas páginas desta apostila, aborda-remos a presença de poluentes no ar, no solo e naságuas, destacando as principais fontes geradorasdessa poluição e os impactos negativos causadosno ambiente e na sociedade em geral.

Caro(a) aluno(a), terminamos o primeiro capítulo desta apostila, no qual você aprendeu concei-tos sobre saneamento ambiental e poluição; além disso, fizemos um breve histórico sobre as atividadesdesenvolvidas em nosso país que contribuíram para o lançamento de poluentes no ambiente. Agora,chegou a sua vez de aplicar os conhecimentos adquiridos, realizando as atividades presentes no final de

cada capítulo. Informamos que os comentários dessas atividades encontram-se no final desta apostila.

1.1 Resumo do Capítulo

1.2 Atividades Propostas

1. Em que situações podemos considerar que uma determinada atividade é poluente?

2. Conceitue saneamento ambiental.

3. Segundo a CETESB, quando uma determinada área é considerada contaminada?

4. Existem estratégias para eliminar ou reduzir a quantidade de resíduos gerados?

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 8/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br11

A atmosfera é uma camada relativamente

fina de gases e material particulado que envolve aTerra. Essa camada é essencial para a vida e o fun-cionamento ordenado dos processos físicos e bio-lógicos sobre a Terra, protege os organismos da ex-posição a níveis arriscados de radiação ultravioleta,

contém os gases necessários para os processos vi-tais de respiração celular e fotossíntese e tambémfornece a água necessária para a vida.

Nosso planeta apresenta uma camada de araproximada de 800 quilômetros de espessura, sen-

do que quase a totalidade do ar situa-se apenasnuma faixa de 40 quilômetros, tornando-se umaatmosfera rarefeita os 760 quilômetros restantes.

Apresenta uma mistura de vários gases,

como o nitrogênio (78,1%), o oxigênio (20,9%), va-por de água e uma pequena quantidade de dióxi-do de carbono (0,03%) e gases residuais.

AR2 

Figura 1 – Atmosfera.

Fonte: Ribeiro.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 9/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

12

Em seu art. 1º, a Resolução CONAMA nº003/90 define como poluente atmosférico qual-

quer forma de matéria ou energia com intensidadee em quantidade, concentração, tempo ou carac-terísticas em desacordo com os níveis estabeleci-dos e que torne ou possa tornar o ar: (i) impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; (ii) inconveniente aobem-estar público; (iii) danoso aos materiais, à fau-na e flora; e (iv) prejudicial à segurança, ao uso egozo da propriedade e às atividades normais dacomunidade.

Após a Revolução Industrial, foi possível per-ceber a interação desastrosa do homem com a na-tureza, uma interação predatória sem a existência

de planejamento, gerando inúmeros poluentes ecausando impactos ambientais, muitas vezes irre-versíveis.

A poluição do ar tem sido a mais sentida pelapopulação, pois necessitamos do oxigênio para

nossa sobrevivência; portanto, é um tema exten-sivamente pesquisado nas últimas décadas e ca-racteriza-se como um fator de grande importânciana busca da preservação do meio ambiente e na

implementação de um desenvolvimento sustentá-vel, pois seus efeitos afetam de diversas formas asaúde humana, os ecossistemas e os materiais.

Vários fatores influenciam o nível de polui-

ção de uma determinada área, tais como:

  tipos e qualidades de poluentes produzi-dos pelas atividades comunitárias;

  topografia;

  meteorologia, como umidade relativa doar, ventos, precipitações, luz solar, tem-

peratura, massas de ar.

A atmosfera é o meio de propagação dospoluentes emitidos e são os movimentos atmosfé-

ricos que determinam a frequência, a duração e aconcentração dos poluentes a que estão expostos

os receptores.

No início da Revolução Industrial, pensava-se

erroneamente que a atmosfera era grande o sufi-ciente e que os problemas advindos da poluiçãodo ar gerados pela ação antrópica ficariam reclusosaos ambientes fechados ou áreas mais próximas dafonte de poluição. Houve avanços na avaliação dos

problemas ocasionados pela poluição do ar emdistintas escalas de influência, desde áreas próxi-mas a zonas industriais, grandes centros urbanos,o transporte entre regiões, até a contaminação emescala global, como o efeito estufa, que provoca al-terações no clima do planeta (CETESB, 2002).

Para Duchiade (1992), as condições mete-orológicas são particularmente importantes, na

medida em que os ventos turbulentos ajudam a

dispersar os poluentes. Estes também são deposi-tados pelas chuvas, que “lavam” o ar. A combinaçãoda estabilidade atmosférica com ausência de chu-vas torna-se, assim, profundamente desfavorável à

dispersão dos poluentes.

Um exemplo disso é a piora da qualidade doar com relação aos parâmetros de monóxido de

carbono, dióxido de enxofre e material particuladodurante os meses de inverno, em que as condições

meteorológicas existentes não favorecem a disper-são dos poluentes.

Temos também as circulações locais, que sãopadrões meteorológicos específicos de uma deter-minada região e apresentam movimentos atmos-

féricos de duração máxima de 24 horas. Podemoscitar como exemplos as brisas, as ilhas de calor eas inversões térmicas, que, por sua vez, interferemnas condições de tempo e dispersão de poluentes.

A temperatura média anual em um centro ur-bano é mais alta do que em seu entorno, podendoatingir uma diferença de até 10 °C. Esse contrastede temperatura forma uma circulação convectiva

2.1 Poluição Atmosférica

DicionárioDicionário

Nocivo: que causa dano, prejudica.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 10/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

13

que contribui para a concentração de poluentesnas grandes cidades, originando as ilhas de calor.Vários fatores contribuem para o desenvolvimentodessas ilhas, como o excesso de asfalto, diminuin-do a permeabilidade do solo, a falta de áreas verdes

e o excesso de prédios. O ar relativamente quente

sobe sobre o centro da cidade e é trocado por aresmais frios e mais densos, convergentes das zonasrurais. A coluna de ar ascendente acumula aeros-sóis sobre a cidade, formando uma nuvem de po-

luentes concentrados.

Algumas das características das ilhas de ca-lor diferem entre dia e noite, como, por exemplo,

a espessura da cobertura de poeira é muito maiordurante o dia quando os ventos estão fracos, pois,dessa forma, as circulações relacionadas à ilha decalor podem ter maiores dimensões (COELHO,2007).

Outro fator que influencia na dispersão depoluentes é a inversão térmica.

A inversão térmica é uma condição mete-orológica que ocorre quando uma camada de ar

quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, im-pedindo o movimento ascendente do ar, uma vezque o ar abaixo dessa camada fica mais frio, por-tanto, mais pesado, fazendo com que os poluentesse mantenham próximos da superfície.

Em um ambiente com um grande número deindústrias e de circulação de veículos, como o dasgrandes cidades, a inversão térmica pode levar aaltas concentrações de poluentes. Essas inversões

acontecem durante todo o ano, porém, no inverno,essa camada de inversão é mais estreita e, quandoocorre em uma cidade poluída como São Paulo,provoca transtornos, pois os poluentes ficam apri-

sionados muito próximos da população, tornandoo ar insalubre e agravando os problemas de saúdedesta.

Obs.:A) situação normal de dispersão dospoluentes atmosféricos;

B) situação de dispersão dos poluentes at-mosféricos sob o efeito de inversão térmica.

A grande dificuldade de estabelecer umaclassificação que determine a quantidade de subs-tâncias poluentes no ar é a diversidade de poluen-tes encontrados. Apesar disso, os poluentes sãoclassificados em:

 

poluentes primários:  são aqueles emi-tidos diretamente pelas fontes de emis-

são, ou seja, são agentes poluentes lan-çados diretamente na atmosfera.

  Exemplo: monóxido de carbono;

  poluentes secundários:  são poluen-tes que se formam na atmosfera através

de reações químicas entre os poluentesprimários e componentes naturais da at-

mosfera. Exemplo: gás ozônio.

As substâncias poluentes podem ser classifi-cadas de acordo com o seu grupo físico-químico:

Figura 2 – Esquema ilustrativo da ilha de calorurbana.

Fonte: Coelho (2007).

Figura 3 – Esquema ilustrativo do efeito deinversão térmica

Fonte: Coelho (2007).

A

B

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 11/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

14

  compostos de enxofre;

  compostos de nitrogênio;

  compostos orgânicos;

  compostos halogenados;

  monóxido de carbono;

  material particulado;

  ozônio.

O nível de qualidade do ar vai ser determi-nado através da interação das fontes de poluiçãoe da atmosfera, além da demonstração dos efeitosnegativos sobre os seres vivos receptores dessassubstâncias nocivas e dos materiais.

A qualidade do ar é determinada por um sis-tema de fontes móveis (veículos automotores) e

fontes estacionárias (indústrias), pela topografia epelas condições meteorológicas da região.

Os grupos de poluentes que determinam aqualidade do ar são escolhidos de acordo com afrequência de sua ocorrência e de seus efeitos no-civos, sendo eles:

  Material Particulado (MP): materialparticulado suspenso na atmosfera é o

nome dado aos poluentes constituídospor poeiras, fumaças e a totalidade dematerial líquido e sólido suspenso na at-mosfera. As principais fontes emissorasdessas partículas são: veículos automo-

tores, processos industriais, queima debiomassa, poeiras em suspensão, fumos.Esse MP pode formar-se na atmosfera apartir de gases originados na combus-

tão, como o dióxido de enxofre, óxido denitrogênio e compostos orgânicos volá-teis resultantes de reações químicas noar.Na natureza, os MPs ocorrem com váriostamanhos e formas, sendo classificadosem:

 - Partículas Totais em Suspensão (PTS):são partículas que apresentam diâme-

tro aerodinâmico menor que 50 micrô-metros. Uma parte dessas partículas éinalável pelo organismo, afetando asaúde das pessoas, além de interferir

esteticamente na paisagem local;

 - Partículas Inaláveis (PI): são aquelas emque o diâmetro aerodinâmico é menorque 10 micrômetros. Podem ser subdi-

vididas em partículas inaláveis finas,cujo diâmetro dinâmico é menor que

2,5 micrômetros, e partículas inaláveisgrossas, em que o diâmetro varia entre2,5 e 10 micrômetros.

As partículas grossas, quando inala-das, podem ficar retidas na porção su-perior do aparelho respiratório, já osparticulados finos são formados pri-meiramente pela combustão incom-pleta e/ou reações químicas de po-

luentes primários na atmosfera, sendoleves em peso e podendo persistir naatmosfera por dias. Alcançam o tecidoalveolar dos pulmões, aumentando orisco de doenças respiratórias crônicas

e agudas;

  Fumaça: processos de combustão origi-

nam esse MP suspenso na atmosfera;

  Dióxido de enxofre:  impureza encon-trada na queima dos derivados de petró-leo (gasolina e óleo diesel) e no carvãomineral. Quando eliminado no ar, o dió-xido de enxofre é oxidado e, ao entrar emcontato com a umidade atmosférica, for-ma-se o ácido sulfúrico, altamente corro-sivo, sendo componente da chuva ácida;além disso, o enxofre pode combinar-secom outras substâncias no ar, originandoos sulfatos responsáveis pela diminuição

da visibilidade atmosférica.Por ser um gás altamente solúvel nasmucosas do trato aéreo superior, provo-ca irritações e aumenta a produção demuco;

  Monóxido de carbono: resultante daqueima incompleta de combustíveis or-gânicos, sendo que os principais emisso-res são os veículos automotores. Ele nãoé percebido pelos nossos sentidos, pois

é inodoro, insípido, incolor e não causairritação. Sua molécula apresenta grandeafinidade com a hemoglobina, pigmen-to respiratório presente no interior das

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 12/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

15

hemácias, interferindo no transporte deoxigênio aos tecidos e podendo causara morte do indivíduo por asfixia. Quan-do inalado em baixas concentrações porum período contínuo, pode causar pro-blemas crônicos de infecção, além deagravar quadros anêmicos e deficiências

respiratórias e cardiovasculares;

  Oxidantes fotoquímicos:  conjunto degases originados a partir de hidrocar-bonetos e óxidos de nitrogênios que re-age na atmosfera quando ativado pela

radiação solar. Considerado parâmetropara indicador da presença de oxidantesfotoquímicos no ar, o principal produtodessa reação é o gás ozônio; nas cama-

das superiores da atmosfera (25 km dealtitude), são importantes na absorçãodas radiações ultravioletas, mas, quandopresentes nas faixas inferiores da atmos-fera, são nocivos.Esses poluentes podem ser formados

tanto nas áreas urbanas quanto nas zo-nas rurais, diminuindo a atividade fotos-sintética das plantas e lesões nas folhas

e causando prejuízos às atividades agrí-colas.

Reduzem também a visibilidade na at-mosfera, pois formam uma névoa quími-ca ou smog químico, além de serem pre- judiciais ao homem, causando infecçõesrespiratórias, agravamento de quadrosalérgicos respiratórios, lesões no tecido

pulmonar e irritações nos olhos.O ozônio na Região Metropolitana deSão Paulo destaca-se, atualmente, como

o poluente com maior número de ultra-passagens do padrão legal de qualidadedo ar na cidade (CETESB, 2002);

  Hidrocarbonetos:  a queima incompletae a evaporação dos combustíveis e pro-dutos orgânicos voláteis resultam em ga-

ses e vapores denominados hidrocarbo-netos. Também participam da formaçãoda névoa fotoquímica e alguns tipos dehidrocarbonetos, como o benzeno, en-contrados em refinarias e petroquímicas,são considerados agentes mutagênicos

e cancerígenos;

  Óxidos de nitrogênio:  são formados

por 90% de monóxido de nitrogênio e

10% de dióxido de nitrogênio. O monó-xido de nitrogênio, sob a ação dos raiossolares, transforma-se em dióxido de ni-trogênio, sendo fundamental na forma-

ção de oxidantes fotoquímicos, como oozônio. Em altas concentrações, são pre- judiciais à saúde. O dióxido de nitrogê-nio pode provocar irritações na mucosado nariz, coriza e lesões pulmonares, re-duzindo a capacidade pulmonar.

Os óxidos de nitrogênio são formadosnas câmaras de combustão dos moto-

res de veículos, nas quais, além do com-bustível, temos a combinação em altastemperaturas do nitrogênio e oxigênio,originando principalmente óxido nítricoe dióxido de nitrogênio.

Ribeiro Filho (1989) afirma que a maioria dos

poluentes é originada a partir da combustão in-completa dos combustíveis fósseis, como os meiosde transporte, o aquecimento e produção indus-trial, principalmente os setores de metalurgia, quí-mico e petroquímico. Somando-se aos processos

de combustão, a poluição atmosférica também écausada pela vaporização; pelo atrito, através de

operações de moagem, atividades de corte e per-furação; na combustão de materiais residuais; naformação de poluentes secundários atmosféricosa partir de poluentes primários; além de fontes

2.2 Fontes de Poluição do Ar

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 13/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

16

naturais, como os processos de polinização e vul-cões, sendo estes em menor escala.

As principais categorias de fontes de polui-ção são de origem antrópica, como os meios detransporte, os processos industriais, a combustãoe a produção de resíduos sólidos.

Em relação ao nosso meio de transporte, eleestá baseado na queima de combustíveis fósseis,consequentemente, a poluição do ar é um subpro-duto.

No caso das grandes metrópoles brasileiras,não houve a priorização por transportes coletivos

de qualidade, fazendo com que uma grande parce-la da população escolhesse o transporte individualcomo alternativa principal, devido à insuficiência

do transporte público e também à facilidade delinhas de crédito na compra do automóvel. Com

a falta de políticas públicas para o setor de trans-porte, temos a cidade de São Paulo, que apresentauma forte degradação da qualidade do ar, atingin-do, no ano de 2010, a marca de 6 milhões de veícu-los leves, sendo responsável por 90% das emissões

de poluentes da cidade, além de um aumento pro-gressivo de congestionamentos, em uma malha vi-

ária que não acompanhou o crescimento da frotaveicular.

O quadro a seguir mostra os tipos e quanti-

dades de poluentes liberados pelos veículos auto-motores na cidade de São Paulo.

Figura 4 – Trânsito em São Paulo.

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br.

Quadro 1 – Emissão de poluentes pelos veículos automotores.

Fonte: www.projetoempresa.com.br.

Para Brown (2010), os sistemas de transpor-tes urbanos baseados na combinação de linhas detrem, ônibus, ciclovias e passagens de pedestres

representam o melhor dos mundos, na medida emque fornecem mobilidade, baixo custo e um am-biente urbano saudável.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 14/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

17

Saúde humana

2.3 Efeitos da Poluição do Ar

Figura 5 – Aparelho respiratório humano.

Fonte: http://fisica.cdcc.usp.br/.

Quando existe uma maior concentração depoluentes no ar, a saúde humana é diretamenteafetada, especialmente os idosos, as crianças e osindivíduos que apresentam problemas crônicos

respiratórios e cardiovasculares. Portanto, é fun-damental que o poder público adote políticas pú-blicas preventivas para mitigar os efeitos nocivoscausados pela poluição atmosférica na sociedadee no meio ambiente.

Segundo Zanotti (2007), entre as internaçõesocorridas no Brasil, as doenças causadas pela po-luição do ar são responsáveis por 30% dos casos,entre elas, temos infecções do aparelho respira-

tório, problemas neurológicos, cardiovasculares,dermatológicos e oftalmológicos causados pelapoluição.

De acordo com Pereira et al. (1998), estudoscientíficos realizados no Laboratório de Poluição

Atmosférica Experimental do Departamento dePatologia da Faculdade de Medicina da Universida-

de de São Paulo (FMUSP) comprovaram os efeitosnocivos dos poluentes sobre o organismo huma-no.

Uma das descobertas está relacionada coma poluição e os abortos. Pesquisas mostraram que,a cada oito abortos ocorridos diariamente na cida-

de de São Paulo, 1,5 deles pode estar associado àpoluição atmosférica. O poluente mais ameaçadorpara os fetos é o dióxido de nitrogênio, formado

durante o processo de combustão, como ocorre nomotor dos automóveis, sendo este um dos maiores

responsáveis pela emissão desse poluente. O dió-xido de nitrogênio em contato com o feto provoca

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 15/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

18

o aumento de probabilidades do aparecimentode infecções bacterianas, além de enfraquecer osagentes de defesa que eliminam essas bactériaslocalizadas nos alvéolos pulmonares, local ondeocorre o processo de hematose.

Outro estudo feito pela universidade foi a

análise de 311.735 crianças nascidas entre 1998 e2000. Desse total, 4,6% dos bebês apresentarampeso abaixo de 2,5 kg ao nascer, uma quantidademuito alta comparando-se a áreas onde a poluiçãoé menor. Isso significa que a inalação de poluen-tes, como o monóxido de carbono, MP e dióxidode enxofre, presentes no ar durante os três pri-

meiros meses de gravidez influencia diretamenteno tamanho e peso do recém-nascido; além disso,acredita-se que grande parte dos casos de prema-turidade esteja relacionada à poluição atmosférica.

Outro poluente, o dióxido de enxofre, origi-nário das indústrias e dos motores movidos a óleodiesel, provoca irritações das vias aéreas superio-

res, causando a broncoconstrição, dificultando apassagem do ar pelos brônquios.

Temos também o monóxido de carbono, um

gás originado a partir da combustão incompleta

de combustíveis como a gasolina, gás de cozinhae madeira. Esse gás em altas concentrações, emcontato com o indivíduo, pode levá-lo a óbito, poiso monóxido associa-se ao pigmento hemoglobina

localizado no interior das hemácias, estabelecendouma ligação química estável; com isso, o gás oxigê-nio não é transportado para os tecidos. A ação des-se gás sobre o sistema nervoso pode levar a umadiminuição da atividade sensitiva e motora cere-

bral; além disso, estudos comprovaram que pesso-

as que apresentam problemas cardiovasculares, napresença do monóxido de carbono, aumentam achance de apresentar isquemias cardíacas.

Outro estudo realizado pela FMUSP revelouque a exposição à poluição veicular deforma es-permatozoides e reduz a fertilidade. Essa pesquisadetectou que alguns dos controladores de tráfego

da cidade de São Paulo selecionados para o estudo,que ficavam expostos aos gases poluentes por um

período aproximado de seis horas e quarenta mi-nutos diariamente, apresentaram, posteriormente,problemas na produção e morfologia de suas cé-

lulas germinativas. Entre as causas prováveis, estão

os metais pesados presentes na queima de com-bustíveis dos carros e a alta temperatura que oscontroladores de tráfego são submetidos nas viasda capital paulistana.

Outros efeitos podem ser causados pelospoluentes presentes no ar, como ardência e lacri-

mejamento nos olhos, tonturas, dores de cabeça,infecções na garganta, tosse e espirros alérgicos.

Para Saldiva (2008), a poluição é um proble-ma de saúde pública, sendo que o Brasil gasta apro-ximadamente três bilhões de dólares com morte e

internações causadas pela poluição atmosférica.

Como exemplo, ele cita as consultas realiza-

das pelo Instituto do Coração (InCor), em que, acada 100 consultas no pronto-socorro, 12 estão as-sociadas a problemas respiratórios causados pelapoluição. Os idosos também são os mais afetados;estima-se que aproximadamente 6% das mortespor causas “naturais” foram aceleradas pela polui-

ção do ar. Existe uma relação entre poluição at-mosférica e tumores no pulmão; um exemplo sãoos moradores da cidade de São Paulo, que apre-sentam uma probabilidade maior de desenvolvera doença comparando-se com outros locais com

menor índice de poluição.

De acordo com o pesquisador da Universi-

dade de São Paulo (USP), médico Nelson Gouveia(2004), os efeitos agudos da poluição no ser huma-no são conhecidos, mas, para a contribuição crôni-ca, em que o indivíduo vai respirando o ar poluídopor muitos anos, prejudicando o seu organismoaos poucos, ainda não existe em nosso país um

tipo de estudo, pois necessitaria a presença de di-versos profissionais acompanhando vários pacien-tes por um grande período de tempo, tornando-se

AtençãoAtenção

Você deve ter percebido que o principalresponsável pela emissão dos poluen-tes atmosféricos que contribuem com abaixa qualidade do ar é os veículos auto-motores. Faça uma reflexão sobre o quedeve ser feito para melhorar a qualidadedo ar que respiramos.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 16/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

19

inviável a disponibilidade de recursos humanos efinanceiros para realizar uma pesquisa dessa mag-nitude, embora fosse importante, pois determina-ria com exatidão os efeitos causados pela poluiçãoem nosso organismo.

Vegetação

Os poluentes são altamente prejudiciais aosvegetais, devido a uma série de fatores, como a se-dimentação de partículas em suspensão atmosfé-

rica na lâmina foliar, a penetração de poluentes nosestômatos das plantas, a deposição de resíduosno solo, permitindo a absorção pelas raízes, entreoutros. Esses efeitos são nocivos para as plantas,podendo ocasionar a diminuição da taxa fotossin-

tética do vegetal, o colapso do tecido foliar, altera-

ções da cor do vegetal, além de limitações no seucrescimento e no desenvolvimento.

Lemos (2010) afirma que a cobertura vegetalé mais sensível à poluição atmosférica do que os

animais. Com o passar do tempo, os efeitos dos po-luentes e suas interações podem resultar em umasérie de alterações: eliminação de espécies sensí-veis, redução na diversidade, remoção seletiva das

espécies dominantes, diminuição no crescimentoe na biomassa e aumento da suscetibilidade aoataque de pragas e doenças.

As extensões dos danos são variáveis, poisdependem das características dos poluentes,como sua concentração, duração, propriedades fí-sicas e químicas, além das condições climáticas econdições do solo.

EconomiaAlém dos prejuízos já citados com as inter-

nações hospitalares, os poluentes também afetam

a agricultura, provocando danos diversos aos ve-getais, causando a descoloração de folhas e flores,problemas na floração e produção de frutos, mal-formação e até mesmo a morte de plantas, afetan-do a qualidade e o valor do produto.

A poluição do ar também contribui para da-

nificar bens materiais, causando prejuízos incalcu-láveis, como a corrosão e escurecimento de metais;

o enfraquecimento da borracha; a danificação demóveis; o desgaste de monumentos e fachadas deprédios; a perda de cor de vários tipos de materiais;o enfraquecimento do algodão, lã, fibra de seda enáilon, além de alterar a estética e paisagem locais.

(RIBEIRO FILHO, 1989).

 

1.1 Padrões de Qualidade do Ar

Saiba maisSaiba mais

Alvéolos pulmonaresCada pulmão humano apresenta apro-ximadamente 300 milhões de alvéolos.Essas células receberam essa denomi-nação por apresentar semelhanças comos favos de mel de uma colmeia; alémdisso, são os únicos locais onde ocorremtrocas gasosas entre o ar atmosférico eos gases presentes no sangue. Esse pro-

cesso, chamado hematose, acontecepor difusão simples, em que o oxigênioatravessa o citoplasma da célula alveolarpara o sangue e o gás carbônico segueem sentido contrário.Fonte: www.unifesp.br.

DicionárioDicionário

Fotossíntese (do grego  phôs,  photos = luz; syn-

tesis  = reunião): processo celular no qual or-ganismos clorofilados produzem substânciasorgânicas, transformando energia luminosaem energia química potencial, essencial para amaioria das formas de vida existentes.

Figura 6 – A chuva ácida acelerou o processo natural

de desgaste desse anjo em rocha.

Fonte: Drager (s.d.).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 17/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

20

Os primeiros sinais de poluição do ar nomundo ocorreram na era pré-cristã, na qual o car-

vão mineral era utilizado como combustível e, nascidades onde eram adotadas essas práticas, o arapresentava traços de poluição; além disso, pesso-

as doentes eram transportadas para locais onde oar era mais puro.

No início do século XX, devido ao crescimen-

to populacional e ao desenvolvimento industrialem vários países, houve um aumento significativonos níveis de poluentes presentes no ar. Mesmo as-

sim, segundo Shy (1979) a sociedade não demons-trava nenhuma preocupação com o controle da

qualidade do ar, mas foi a partir de três episódiosdramáticos de poluição excessiva que as autorida-des políticas e científicas foram despertadas paradiscutir o assunto.

O primeiro episódio aconteceu no Vale Meu-se, Bélgica, no ano de 1930, onde existia uma gran-de concentração de indústrias de cerâmica e vidro,

transformações químicas e minerais, cimento, si-derúrgicas, carvoarias, fábrica de pólvora, ácidosulfúrico, entre outras. No início de dezembro, afalta de chuvas e ventos propiciou o acúmulo depoluentes na região, ocasionando, em dois dias, amorte de sessenta pessoas. Outro caso aconteceu

no ano de 1948, em Donora, Pensilvânia, EstadosUnidos, quando, durante seis dias do mês de no-vembro, uma nuvem concentrada de poluentes

ficou estacionada na cidade, causando a morte de20 pessoas e o adoecimento de milhares de indi-

víduos com problemas respiratórios e cardíacos.Presumiu-se que a grande quantidade de MP edióxido de enxofre contribuiu para o episódio. Apartir daí, as autoridades americanas começarama desenvolver estudos no sentido de estabelecer

parâmetros para regulamentar a poluição atmos-férica, sendo seguidas pelo Japão e alguns paísesda Europa. Contudo, o caso mais grave aconteceuem Londres, no ano de 1952, onde uma inversãotérmica fez com que uma nuvem de poluentescomposta principalmente de dióxido de enxofre e

MP permanecesse estacionada na cidade por um

período de cinco dias. O saldo dessa tragédia foi a

morte de 4 mil pessoas, despertando novamentea atenção da sociedade, pesquisadores e autorida-des para a importância de estabelecer programasresponsáveis em controlar a emissão de poluentes.

No Brasil, no ano de 1972, iniciou-se na cida-

de de São Paulo, pela CETESB, o monitoramentoda qualidade do ar, com a instalação de quatorzeestações responsáveis por medir os níveis de dió-xido de enxofre e fumaça preta. Nove anos depois,a CETESB adotou o monitoramento automático,

através da instalação de novas estações que avalia-vam a quantidade de MP, dióxido de enxofre, ozô-

nio, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono ehidrocarbonetos presente no ar, além da utilizaçãode parâmetros meteorológicos, como velocidade e

direção do vento e umidade relativa do ar.

O nível de poluição do ar é medido pela quan-tificação das substâncias poluentes presentes nes-

se ar. Esses indicadores de qualidade do ar definemlegalmente o limite máximo de um determinadopoluente encontrado na atmosfera, que garanta a

saúde das pessoas e proteja o meio ambiente.Os Padrões de Qualidade do Ar (PQAr), se-

gundo publicação da Organização Mundial daSaúde (OMS), em 2005, variam de acordo com a

2.4 Padrões de Qualidade do Ar

Figura 7 – Imagens de Londres sob forte poluiçãoatmosférica em 5/12/1952, publicadas em The London

Smog Disaster of 1952.

Fonte: www.ambiente.hsw.uol.com.br.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 18/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

21

abordagem adotada para balancear riscos à saú-de, viabilidade técnica, considerações econômicase vários outros fatores políticos e sociais, que, porsua vez, dependem, entre outras coisas, do nível dedesenvolvimento e da capacidade nacional de ge-

renciar a qualidade do ar. As diretrizes recomenda-

das pela OMS levam em conta essa heterogeneida-de e, em particular, reconhecem que, ao formularpolíticas de qualidade do ar, os governos devemconsiderar cuidadosamente suas circunstâncias

locais antes de adotar os valores propostos comopadrões nacionais.

Através da Portaria Normativa nº 348, de

14/03/90, o Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) esta-beleceu os padrões nacionais de qualidade do ar eos respectivos métodos de referência, ampliando onúmero de parâmetros anteriormente regulamen-

tado através da Portaria GM nº 0231, de 27/04/76.Os padrões estabelecidos através dessa portariaforam submetidos ao CONAMA em 28/06/90 etransformados na Resolução CONAMA nº 03/90.

Portanto, o CONAMA vem estabelecendo,por meio de resoluções, as normas para o controlede emissão de poluentes do ar por fontes fixas e

móveis.

Segundo a Resolução CONAMA n° 03/90:

Art. 1º - São padrões de qualidade do ar asconcentrações de poluentes atmosféricosque, ultrapassadas, poderão afetar a saú-de, a segurança e o bem-estar da popula-ção, bem como ocasionar danos à flora eà fauna, aos materiais e ao meio ambienteem geral.Parágrafo Único - Entende-se como po-luente atmosférico qualquer forma dematéria ou energia com intensidade e emquantidade, concentração, tempo ou ca-racterísticas em desacordo com os níveisestabelecidos, e que tornem ou possamtornar o ar:I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;II - inconveniente ao bem-estar público;III - danoso aos materiais, à fauna e flora.IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo

da propriedade e às atividades normais dacomunidade.Art. 2º - Para os efeitos desta Resolução fi-cam estabelecidos os seguintes conceitos:

I - Padrões Primários de Qualidade do Arsão as concentrações de poluentes que,ultrapassadas, poderão afetar a saúde dapopulação.

II - Padrões Secundários de Qualidadedo Ar são as concentrações de poluentesabaixo das quais se prevê o mínimo efeitoadverso sobre o bem-estar da população,assim como o mínimo dano à fauna, à flo-ra, aos materiais e ao meio ambiente emgeral.

Parágrafo Único - Os padrões de qualida-de do ar serão o objetivo a ser atingidomediante a estratégia de controle fixa-da pelos padrões de emissão e deverãoorientar a elaboração de Planos Regionaisde Controle de Poluição do Ar.

Os principais objetivos para o monitoramen-to do ar são:

fornecer dados para ativar ações deemergência, quando os níveis de po-luentes no ar possam apresentar risco àsaúde pública;

  acompanhar as mudanças e tendênciasna qualidade do ar devido às alteraçõesnas concentrações de poluentes;

  controle do processo poluidor;

  controle dos padrões de emissão;

  controle da eficiência de um equipa-mento;

  comparação de métodos diferentes demedição;

  calcular fatores de emissão;

  implantar ações para mitigar os efeitosnocivos dos poluentes detectados na

medição.

Os parâmetros regulamentados são: partí-culas totais em suspensão, fumaça, partículas ina-láveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono,ozônio e dióxido de nitrogênio.

Além desses poluentes, para os quais foram

estabelecidos padrões de qualidade do ar (Resolu-ção CONAMA nº 3/90), as condições meteorológi-cas são determinantes na concentração de poluentes,

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 19/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

22

uma vez que ventos fracos, inversões térmicas abaixas altitudes e alta porcentagem de calmariacontribuem para o índice elevado dessas substân-cias.

Outra resolução importante, anterior à Reso-lução nº 3/90, foi a Resolução CONAMA n° 018/86,

que estabeleceu o Programa de Controle da Polui-ção do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE),objetivando a redução de emissões de poluentes.

Desde que foi implantado esse programa,

em 1986, houve a redução de emissão de poluen-tes dos veículos novos em 97%, por meio da limita-ção progressiva da emissão de poluentes, atravésda introdução de tecnologias, como o catalisador,injeção eletrônica e melhorias na qualidade dos

combustíveis.Nas Resoluções nº 003/90 e nº 008/90, são

estabelecidas concentrações máximas para: partí-culas totais em suspensão (MP), fumaça (compostaprincipalmente de dióxido de carbono – CO

2), par-

tículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de

carbono (CO), ozônio e dióxido de nitrogênio.

A fixação de parâmetros para a emissão de

poluentes gasosos e MPs (materiais sólidos pul-

verizados) por fontes fixas começou a ser efetua-da por meio da Resolução CONAMA1 nº 005/89,que dispõe sobre o Programa Nacional de Con-

trole da Qualidade do Ar (PRONAR).

Seguindo um padrão internacional, o PRO-NAR trata da qualidade do ar estabelecendo pa-drões de qualidade de acordo com os usos das áre-

as consideradas.

Para Pereira Júnior (2007), trata-se de um

programa pioneiro no país, que estabelece metase instrumentos de ação, incluindo a elaboração deum inventário nacional de fontes de poluição do are de áreas críticas de poluição.

As Resoluções CONAMA nº 003/90  e nº

008/90  complementam o PRONAR, estabelecen-do limites para a concentração de determinados

poluentes no ar. Esses limites tiveram como basenormas (ou recomendações) da OMS que levamem conta limites de concentrações compatíveiscom a saúde e o bem-estar humanos.

Nos últimos anos, com o crescimento da fro-ta de motocicletas, houve um aumento significa-tivo nas emissões de poluentes atmosféricos. Esse

crescimento levou à criação de um Programa deControle da Poluição do Ar por Motociclos e Veí-culos Similares (PROMOT), estabelecendo limitede emissões, conforme Resolução CONAMA nº

297/02.

Índice de qualidade do ar e saúde

A tabela a seguir mostra os parâmetros uti-lizados pela CETESB para determinar a qualidade

do ar. Os poluentes considerados na amostra são:dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão,partículas inaláveis, fumaça, monóxido de carbo-no, ozônio e dióxido de nitrogênio. Para cada subs-tância, é calculado um índice que indicará qual aqualidade do ar naquele momento.

Tabela 1 – Índice de qualidade do ar.

Fonte: CETESB (2001a).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 20/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

23

Para divulgação, utiliza-se o índice mais alto,ou seja, a estação que apresentar o pior caso. Essaqualificação do ar está associada aos efeitos cau-

sados na saúde, independentemente do poluenteem questão, como apresentado na tabela a seguir.

Alterações na composição dos combustíveis,o surgimento do catalisador, o controle de emissão

de poluentes e as redes de monitoramento do arsão medidas importantes que contribuíram signi-ficativamente para mitigar os efeitos nocivos dapoluição, mas estamos muito longe em apresentar,nas grandes metrópoles, um ar adequado que nãocoloque a nossa saúde em risco.

Um exemplo é as partículas sólidas inaláveis,

o ozônio e o óxido de nitrogênio que em muitasocasiões, na cidade de São Paulo, apresentaram ín-

dices acima do permitido pela OMS.Para Brown (2010), os sistemas de transpor-

tes urbanos baseados na combinação de linhas detrem, ônibus, ciclovias e passagens de pedestresrepresentam o melhor dos mundos na medida em

que fornecem mobilidade, baixo custo e um am-biente urbano saudável.

Tabela 2 – Qualificação do ar.

Fonte: CETESB (2001a).

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, o assunto que abordamos foi a poluição atmosférica, em quevocê conheceu os tipos de poluição do ar, a classificação e origem desses poluentes, seus efeitos na

sociedade e os parâmetros utilizados para medir a qualidade do ar. Agora chegou o momento de vocêaplicar os seus conhecimentos, realizando as atividades propostas.

No final desta apostila, você vai encontrar os comentários dessas atividades propostas.

Bom trabalho!

2.5 Resumo do Capítulo

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 21/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

24

1. Quem são os responsáveis pela poluição do ar nas grandes metrópoles brasileiras?

2. Cite os prejuízos causados ao cidadão, quando exposto a agentes poluentes.3. O que deve ser feito para diminuir os níveis de poluição acima dos limites permitidos?

4. Qual o caminho que o ar percorre até chegar aos alvéolos pulmonares?

5. Em que situação ocorre a inversão térmica?

2.6 Atividades Propostas

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 22/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br25

A água é um composto inorgânico presente

no meio celular de qualquer ser vivo, sendo fun-damental nas diversas reações metabólicas queocorrem na matéria viva; portanto, essa substânciaé motivo de preocupação do homem em obtê-laem quantidades suficientes para o seu consumo e

necessidades diárias. Na natureza, a água é respon-sável pela manutenção da umidade do ar e contri-bui para a estabilidade do clima no planeta, alémde ser protagonista das mais belas paisagens.

O volume total da água permanece cons-tante no planeta, sendo estimado em torno de 1,5bilhão de quilômetros cúbicos. Os oceanos cons-tituem cerca de 97,5% de toda a água do plane-

ta. Dos 2,5% restantes, aproximadamente 1,9%está localizada nas calotas polares e nas geleiras,enquanto apenas 0,6% é encontrada na forma de

água subterrânea, em lagos, rios, e também na at-mosfera, como vapor d’água (SABESP, 2001).

Esses números são importantes para nosconscientizarmos e sabermos da importância depreservar os recursos hídricos disponíveis no pla-neta.

ÁGUA3 

AtençãoAtenção

• Cada brasileiro consome cerca de 132litros de água por dia;

• Milhões de pobres no mundo sobrevi-vem com menos de 19 litros;

• 46% da população mundial não temágua encanada em casa;

• Em 15 anos, 1,8 bilhão de pessoas vive-rá em regiões com grave escassez deágua.

Figura 8 – Disponibilidade de água no mundo.

Fonte: www.semarh.df.gov.br/Sedhab.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 23/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

26

O ciclo biogeoquímico da água é responsá-vel pela renovação de água no planeta. Esse cicloinicia-se com os raios solares incidentes nas águasdos oceanos, rios e reservatórios. A seguir, descre-

vemos a transferência de água que ocorre nesseciclo:

  precipitação: resultante da condensaçãodo vapor d’água na forma de gotículasque se precipitam, compreendendo a to-talidade das águas que caem da atmos-

fera e entram em contato com a super-fície. Podem apresentar-se sob diversasformas: chuva, neve, granizo e orvalho.

Quando a água das chuvas atinge a terra,

ocorrem dois fenômenos: um deles con-siste no seu escoamento superficial emdireção aos canais de menor declividade,alimentando diretamente os rios, e o ou-tro é a infiltração no solo, alimentando os

lençóis subterrâneos. A quantidade deágua que escoa depende da intensidadedas chuvas e da capacidade de absorçãodo solo;

  evapotranspiração: a energia solar, in-cidente no planeta Terra, é responsá-vel pela evaporação das águas dos rios,

reservatórios e mares, bem como pelatranspiração das plantas.

3.1 Ciclo Hidrológico da Água

Figura 9 – Ciclo biogeoquímico da água.

Fonte: www.sabesp.gov.br; www.usp.br.

Segundo Azevedo (1999), várias formasde poluição aquática afetam as nossas reservas

d’água, podendo ser classificadas em:

  poluição biológica:  presença de vírusou bactérias patógenas, principalmentena água potável;

3.2 Formas de Poluição Aquática

DicionárioDicionário

Patógenas: que provocam doenças.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 24/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

27

  poluição térmica:  pelo descarte, noscorpos receptores, de grandes volumesde água aquecida usada no arrefeci-

mento de uma série de processos indus-triais.

Esse tipo de poluição causa três efeitos

deletérios: com o aumento da tempera-

tura, ocorre a diminuição da solubilida-

de dos gases em água, ocasionando um

decréscimo na quantidade de oxigêniodissolvida na água; diminuição do ciclo

de vida de algumas espécies aquáti-

cas, afetando o ciclo de reprodução; e

potencializa-se a ação dos poluentes já

presentes na água, pelo aumento na ve-

locidade das reações;

  poluição física ou sedimentar: descar-ga de material em suspensão. Esses se-dimentos bloqueiam a entrada dos raiossolares na lâmina de água, interferindo

no processo de fotossíntese e diminuin-

do a visibilidade dos animais aquáticosde encontrar alimento; além disso, car-reiam poluentes químicos e biológicosneles adsorvidos;

  poluição química: ocorre devido à pre-sença de produtos químicos e indesejá-

veis. Os agentes poluidores mais comunspresentes nas águas são:

fertilizantes: utilizados na agriculturapara aumentar a produtividade, os fer-

tilizantes são arrastados pela irrigação epelas chuvas para as águas subterrâne-as, lagos e rios. Quando os fertilizantes

e outros nutrientes vegetais entram naságuas paradas de um lago ou em umrio de águas lentas, causam um rápidocrescimento de plantas superficiais, es-pecialmente das algas. À medida que es-sas plantas crescem, formam um tapete

que pode cobrir a superfície, isolando aágua do oxigênio do ar. Sem o oxigênio,os peixes e outros animais aquáticos vir-tualmente desaparecem dessas águas;

  outros problemas ocasionados pelaproliferação das algas são alterações naágua, como o sabor, a turbidez, a cor e

a presença de odores e de substânciastóxicas liberadas por esses organismos,além de aderirem às paredes dos reser-vatórios e tubulações, aumentando oscustos no tratamento da água;

  compostos orgânicos sintéticos: existeuma grande diversidade desses com-postos; entre eles, temos os plásticos,

detergentes, solventes, tintas, insetici-das, herbicidas, produtos farmacêuticose aditivos alimentares. Muitos dessesprodutos são tóxicos e dão cor ou sabor

à água.

DicionárioDicionário

Arrefecimento: perda do calor, esfriamento.

DicionárioDicionário

Deletérios: que destrói; nocivo à saúde.

3.3 Águas Subterrâneas

Dados históricos relatam que a civilizaçãohumana sempre utilizou o solo para disposiçãodos resíduos gerados em suas atividades gerais,pois este apresenta certa capacidade de amenizar

e depurar parte desses resíduos. Com o passar dotempo, com o crescimento populacional e o au-mento na quantidade e composição desses resí-duos e efluentes produzidos pela sociedade, o solo

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 25/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

28

saturado foi perdendo a capacidade de reter ospoluentes. Com isso, as águas subterrâneas corremo risco de ser contaminadas quando o solo perdeessa propriedade de depuração.

São inúmeras as fontes poluidoras que amea-çam as águas subterrâneas, como os lixões; aterrossanitários não adequados; acidentes com substân-cias tóxicas; atividades incorretas de armazena-mento; manuseio e descarte de matérias-primas,produtos, efluentes e resíduos provenientes deatividades industriais e mineradoras, que expõemo aquífero; sistemas de saneamento in situ; vaza-mento das redes coletoras de esgoto; uso incorretode agrotóxicos e fertilizantes; processos de irriga-ção que podem provocar problemas de salinizaçãoou aumentar a lixiviação de contaminantes para aágua subterrânea; outras fontes dispersas de po-luição (CETESB, 2001b).

A presença do nitrato em águas subterrâne-as é um indicador de poluição, pois a origem dessasubstância está relacionada a atividades agrícolase esgotos sanitários. O grande problema é a re-moção do nitrato presente na água; muitas vezes,

torna-se oneroso e inviável recuperar a porção de

água que foi contaminada por essa substância, co-locando em risco a potabilidade da água utilizadapor uma determinada população, pois a concen-tração máxima permitida é de 10 mg/l. Citamos

como exemplo o aquífero de Bauru, que vem apre-sentando um aumento ao longo dos anos na con-centração de nitrato em suas águas, conforme afigura a seguir.

 

DicionárioDicionário

In situ: no lugar.

Outra forma de contaminação do aquíferoé o lançamento direto de poluentes, através de

poços absorventes, nos quais a substância conta-minante não passa pelas camadas do solo. Essespoços geralmente são mal construídos e/ou ope-rados de forma inadequada.

O potencial de poluição de um determinado

aquífero depende de sua vulnerabilidade, ou seja,são levados em conta se esse aquífero está confi-

nado ou não, a sua profundidade, as característicasdo estrato acima da zona saturada; além disso, ou-tros fatores importantes a serem considerados sãoa quantidade, forma e características do poluentelançado.

Figura 10 – Aquífero de Bauru – Concentração de nitrato.

Fonte: CETESB (2001b).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 26/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

29

No Brasil, o controle da poluição das águas,na maioria das vezes, segue o modelo tradicional,

que consiste em tratar os efluentes gerados pelosesgotos domésticos, pela agricultura e pelas indús-trias, de modo a reduzir a níveis apropriados a con-

centração de poluentes, ou seja, tentar “consertaro mal feito”. O outro modelo é considerado o ideal,pois visa à prevenção, ou seja, evitar que o corpod’água receba poluentes. Essa abordagem estáamparada em dois pilares: a Educação Ambiental,que, além de outros objetivos, busca a conscienti-

zação das pessoas para a necessidade de reduzira quantidade de resíduos domésticos gerados e adiminuição de rejeitos industriais através da alte-ração de projetos e processos industriais, como aadoção da Produção Mais Limpa (P+L).

O grau de tratamento requerido por um dadoefluente depende principalmente dos padrões de

lançamento em questão, que, por sua vez, estão li-gados às características do corpo receptor.

O arsenal de tecnologias de tratamento deefluentes é muito amplo. A seguir, apresenta-seum resumo (AZEVEDO, 1999) das tecnologias dis-poníveis para tratamento de efluentes:

  Tratamento Primário: remoção de sóli-dos em suspensão e de materiais flutu-

antes.

 - Gradeamento;

 - Decantação;

 - Flotação;

 - Separação de óleo;

 - Equalização;

 - Neutralização;

  Tratamento Secundário: visa a removeras substâncias biodegradáveis presentesno efluente.

 - Lagoas de estabilização;

 - Lagoas aeradas;

 - Lodos ativados e suas variantes;

 - Filtros de percolação;

 - RBCs (sistemas rotativos);

 - Reatores anaeróbicos etc.;

  Tratamento Terciário:  emprega técni-cas físico-químicas e/ou biológicas para

a remoção de poluentes específicos nãoremovíveis pelos processos biológicosconvencionais.

 - Microfiltração;

 - Filtração;

 - Precipitação e coagulação; - Adsorção (carvão ativado);

 - Troca iônica;

 - Osmose reversa;

 - Ultrafiltração;

 - Eletrodiálise;

 - Processos de remoção de nutrientes(N, P);

 - Cloração; - Ozonização;

 - Processos Avançados de Oxidação

(PAOs) etc.

3.4 Controle da poluição Aquática

Segundo Lamparelli (2010), na avaliação daqualidade das águas devemos observar quais vari-áveis, incluindo nesse universo as biológicas, serãoescolhidas e monitoradas; além disso, saber que os

padrões utilizados para análise dos resultados de-pendem do enquadramento e, consequentemente,dos usos previstos para os diferentes tipos de água.Esses usos são diversos, incluindo o abastecimento

3.5 Monitoramento da Qualidade das Águas

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 27/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

30

público, a irrigação, a dessedentação, atividades re-creativas, balneabilidade, proteção da vida aquáticae uso paisagístico.

Os padrões de qualidade para as variáveisbiológicas apresentam regulamentação Federal,determinada pela Portaria nº 518/04 do Ministérioda Saúde, o qual define padrões para as variáveis,como coliformes fecais, presença de protozoá-rios, concentração de cianotoxinas e quantidadede cianobactérias, com o objetivo de preservar a

saúde da população. Existe também a ResoluçãoCONAMA nº 274/00, que estabelece os padrõespara balneabilidade, incluindo coliformes termo-tolerantes e  E. coli , e a Resolução CONAMA nº357/05, que estabelece critérios para classificaçãoe enquadramento dos corpos d’águas, bem comocondições e padrões de lançamentos de efluentes.Esses instrumentos legais são acrescidos da legisla-ção existente nas esferas estadual e municipal.

O monitoramento das águas interiores no es-

tado de São Paulo é realizado pela CETESB desdeos anos 1970, tendo como objetivo avaliar a evolu-ção da qualidade das águas, diagnosticar locais crí-ticos e, posteriormente, descobrir causas e definirprioridades nas ações de prevenção, tratamento,controle e recuperação, de acordo com o uso des-tinado, além de subsidiar o planejamento ambien-tal e fornecer informações aos Comitês de Bacia epopulação.

Entre as análises laboratoriais realizadas pela

CETESB referentes à rede de monitoramento, te-mos:

  ecotoxicológicos: testes de toxicidadeaguda (bactérias, algas, microcrustáceose equinodermos); testes de mutagenici-dade e genotoxicidade; estudos de bio-acumulação em organismos aquáticos;

  microbiológicos e parasitológicos: indi-cadores microbiológicos de contamina-

ção, como coliformes, S.  aureus, bacte-riófagos, bactérias heterotróficas, entre

outros. Patógenos: vírus entéricos, Vibrio

cholerae, protozoários, helmintos etc.Microrganismos associados com corro-são e deterioração de água;

  hidrobiológicos: comunidades aquáti-cas; algas tóxicas; clorofila a.

Índices de Qualidade das Águas

A apresentação dos resultados de monitora-mento é feita por meio de índices que sistemati-zam a informação de grande número de variáveis,

facilitando a compreensão dos resultados obtidos.Esses índices são utilizados para classificar deter-minado corpo d’água em faixas de qualidade: pés-

sima, ruim, regular, boa e ótima.Em 1998, a Secretaria do Meio Ambiente do

Estado de São Paulo criou um grupo de trabalhoformado por pesquisadores para revisar os indica-

dores de qualidade de água, resultando na propos-ta de três diferentes índices de avaliação da quali-dade das águas, relativos a diferentes usos:

  Índice de qualidade das águas para fins

de proteção da Vida Aquática (IVA): dosrios e reservatórios. Inclui a avaliação desubstâncias tóxicas, ensaios ecotoxicoló-

gicos e grau de eutrofização;

  Índice de qualidade da água bruta com

vistas ao Abastecimento Público  (IAP):Inclui a presença de substâncias tóxicase organolépticas, a determinação do nú-mero de células cianobactérias e os en-saios de mutagenicidade;

  Índice de Balneabilidade  (IB): Avalia acondição da água para recreação, pormeio de ensaios microbiológicos.

Índices de Comunidades Aquáticas

O monitoramento biológico, realizado pelaCETESB, tem por objetivo integrar e traduzir, pormeio de indicadores biológicos, eventuais impac-

tos a que as comunidades aquáticas estão subme-tidas no ambiente. Alguns exemplos de índices decomunidade aquática utilizados no monitoramen-to da qualidade das águas são:

DicionárioDicionário

Dessedentação: matar a própria sede.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 28/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

31

  Índice de Comunidade Fitoplanctôni-

ca (ICF)

 - Fitoplâncton: utilizado como indi-cador de água, principalmente emreservatórios, pois a análise de sua es-trutura permite avaliar alguns efeitos

das alterações ambientais. Esses seresvivos constituem a base da cadeia ali-mentar, portanto a produtividade dosníveis tróficos seguintes depende dasua biomassa.

Os fitoplânctons respondem rapida-mente às alterações ambientais decor-

rentes da interferência antrópica ounatural e são utilizados como indica-dor de poluição por pesticidas ou me-

tais pesados em reservatórios destina-dos ao abastecimento (LAMPARELLI et

al.,1996). A presença de algumas espé-cies em altas densidades pode com-prometer a qualidade das águas. Ogrupo das Cianobactérias possui espé-cies de grande potencial tóxico e sua

ocorrência está relacionada a eventosde mortandade de animais e danos à

saúde humana (CHORUS; BARTRAN,1999).

 O ICF é baseado em três medidas: aproporção dos grandes grupos quecompõem o fitoplâncton, da densida-

de dos organismos e a concentraçãode clorofila a, classificando a água emótima, boa, regular, ruim e péssima.

  Índice da Comunidade Zooplanctôni-

ca para reservatórios (ICZ) - Zooplâncton: comunidade formada

por protozoários, rotíferos, cladócerose copépodes, grupos dominantes no

ecossistema de água doce; é impor-

tante na manutenção do equilíbriodo ambiente aquático, podendo atu-ar como reguladora da comunidadefitoplanctônica e na reciclagem denutrientes, além de servir de alimento

para diversas espécies de peixes.- Uma das alterações da comunidadede zooplâncton está associada ao au-mento da poluição aquática, reduzin-do o número de espécies.

 - O ICZ considera a presença ou ausên-cia dos grupos principais e relacionaa razão entre o número total de cala-noides, indicadores de melhor qua-lidade da água, e o número total de

ciclopoides, indicadores de ambientesaltamente eutróficos, com o respecti-vo índice de estado trófico, calculadocom os dados de clorofila a. Esses doisresultados são associados a categoriasde qualidade boa, regular, ruim e pés-

sima (COELHO; BOTELHO, 2003).

DicionárioDicionário

Fitoplâncton (de  phyto  = planta;  plankton  =flutuante): formado por organismos fotossinte-

tizantes, em geral microscópicos, de vida livre,que flutuam no corpo de águas marinhas oudoces, sendo responsável pela produção ener-gética primária em ambiente marinho.

Saiba maisSaiba mais

EutroficaçãoAumento da concentração de nutrien-tes em águas naturais, doces ou salga-das, decorrentes de um processo deintensificação do fornecimento de nu-trientes (principalmente nitratos e fos-fatos), o que acelera o crescimento dealgas e outros vegetais e a deterioraçãoda qualidade das águas. Embora seja

um processo natural de maturação deuma massa d’água, pode ser causadoou intensificado pela ação humana (lan-çamento de esgotos e outros efluentes,lixiviação de fertilizantes do solo etc.). Éum dos principais problemas enfrenta-dos no gerenciamento de recursos hí-dricos (IBGE, 2011).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 29/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

32

  Índice da Comunidade Bentônica para

rios e reservatórios (ICB)

 - Bentos: a comunidade bentônica cor-responde ao conjunto de organismosque vivem todo ou parte de seu ciclode vida no substrato de fundo de am-

bientes aquáticos. Os macroinverte-brados (0,5 mm) compõem essa comu-nidade, que ocorre em todos os tiposde ecossistemas aquáticos, exibindovariedade de tolerâncias a vários grause tipos de poluentes. Possuem baixa 

motilidade¹, estando sujeitos às al-

terações de qualidade do ambienteaquático, servindo como monitorescontínuos que possibilitam a avalia-ção, em longo prazo, dos efeitos dedescargas regulares, intermitentes ou

difusas, de concentrações variáveis depoluentes.O ICB aplicado considera diferentes

descritores, os quais foram fundidosem índices multimétricos, adequadosa cada tipo de ambiente, ou seja, zo-

nas sublitoral e profunda de reservató-rios e rios.

Os índices de comunidades planctônicas, juntamente aos da comunidade bentônica da re-gião sublitoral, permitem um diagnóstico inte-

grado dos ecossistemas aquáticos, cuja avaliaçãoconsidera em conjunto os resultados das variáveisfísicas e químicas, bem como climatológicas.

Os desafios para os programas de monitora-mento são: ter agilidade, continuidade, atualizaçãoe qualidade dos resultados. Além disso, quando é

incluído o biomonitoramento, além de infraestru-tura laboratorial adequada, metodologia padro-

nizada e garantia de qualidade, visando a com-parações espaciais e temporais, o significado dosindicadores deve ser claro para os tomadores dedecisão e público geral (USEPA, 2005).

 DicionárioDicionário

Motilidade: mover-se espontaneamente.

Prezado(a) aluno(a),

Neste capítulo, tratamos da água, destacando o seu ciclo no meio ambiente, as formas existentes

de poluição aquática, além do controle e monitoramento que deve ser feito para proteger as áreas demananciais.

Finalizando este capítulo, temos atividades propostas para você, aluno(a), ter a oportunidade dedesenvolver o conteúdo estudado.

Não esqueça que todas as atividades propostas encontram-se comentadas no final desta apostila.

3.6 Resumo do Capítulo

3.7 Atividades Propostas

1. Como são classificadas as formas de poluição aquática?

2. Cite fontes poluidoras que ameaçam os nossos mananciais.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 30/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br33

Segundo a CETESB (2001c), o solo é um meio

complexo e heterogêneo, produto de alteração doremanejamento e da organização do material ori-ginal (rocha, sedimento ou outro solo), sob a açãoda vida, da atmosfera e das trocas de energia queaí se manifestam, e constituído por quantidades

variáveis de minerais. matéria orgânica, água dazona não saturada e saturada, ar e organismos vi-vos, incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoá-rios, invertebrados e outros animais. 

As propriedades físicas, químicas e biológi-cas de cada tipo de solo são determinadas peloprocesso geológico de formação, pelos seres vivoslocais, pela evolução desse sedimento de acordocom o relevo e clima, como também pela origemdos minerais.

O solo apresenta diferentes conteúdos dasfrações: areia, siltes ou argilas, pois depende dos ti-pos de minerais originais, dos processos de intem-

perismo e transporte. A textura define o tamanhorelativo dos grãos e a granulometria, a sua medida(escala granulométrica).

Observe a escala de textura utilizada para osolo:

 

As camadas do solo, que se diferenciam entresi, são formadas a partir da alteração do sedimentooriginal, através de processos como o intemperis-mo. As diversas colorações são originadas de acor-

do com a intensidade de hidratação do ferro, dosteores de cálcio e óxido de silício, além da presen-ça de material orgânico nas camadas superficiais.Portanto, o perfil do solo será definido pelo con- junto dos horizontes e/ou camadas que abrangeverticalmente, desde a superfície até o material

originário, podendo apresentar uma grande varie-dade numa mesma região.

A granulometria e o tipo de material consti-

tuinte do sedimento apresentam influência diretanas propriedades do solo e processos de atenua-ção e transporte de poluentes.

SOLO4 

Figura 11 – Componentes do solo.

Fonte: CETESB (2001c).

Figura 12 – Escala de textura para o solo.

Fonte: CETESB (2001c).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 31/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

34

Comparando com os solos temperados, ossolos tropicais apresentam uma maior profundida-de e temperatura; além disso, a decomposição damatéria orgânica ocorre em uma maior velocidade,como também uma absorção de água maior pelos

vegetais.

AtençãoAtenção

Degradação dos solosUm solo é considerado degradado quan-do são modificadas as suas característicasfísicas, químicas e biológicas. Essas altera-ções podem ser provocadas por esgota-mento, erosão, salinização, compactaçãoe desertificação.

Solo contaminado, segundo a CETESB

(2001c), é um local onde há poluição ou conta-minação causada pela introdução de quaisquersubstâncias ou resíduos que nele tenham sido de-

positados, acumulados, armazenados, enterradosou infiltrados de forma planejada, acidental e atémesmo natural.

De acordo com Lemos (2010), a poluição dosolo vem se tornando motivo de preocupação paraa sociedade e para o poder público, devido não

só aos aspectos de proteção à saúde pública e aomeio ambiente, mas também à publicidade dadaaos relatos de episódios críticos de poluição emvárias partes do mundo, provenientes de efeitoscumulativos da deposição de poluentes atmosféri-cos, da aplicação de agrotóxicos e fertilizantes e da

disposição de resíduos sólidos domésticos, indus-triais, materiais tóxicos e radioativos.

A poluição do solo acontece quando este so-

fre alterações significativas em suas característicasnaturais, podendo ser ocasionada por fenômenosnaturais – terremotos, inundações – e, principal-mente, pela ação do homem, através da ocupaçãoirregular do solo para construção de sua moradia,a deposição inadequada de resíduos domésticos eindustriais, o desenvolvimento de atividades mine-radoras e agropecuárias e acidentes no transporte

de cargas.

Apesar de o solo apresentar uma grande ca-pacidade de imobilizar e depurar certa quantidadede impurezas nele encontrada, essa capacidadetorna-se limitada quando existem resíduos deposi-

tados no sedimento, provenientes de diversas ori-

gens, como o lixo doméstico, industrial, poluentesatmosféricos, fertilizantes e materiais tóxicos; alémdisso, os efeitos cumulativos desses resíduos po-dem alterar a característica do solo original.

O grande problema, atualmente, a ser dis-cutido pela sociedade e pelo poder público é os

índices alarmantes de poluição do solo em todomundo, causando alterações significativas nomeio ambiente, colocando a saúde das pessoas

em risco, como também podendo trazer conse-quências irreversíveis nos ciclos biogeoquímicos,

influenciando a produção de alimentos de origemvegetal e animal.

Apesar dessa realidade, a poluição do solo

ainda não foi plenamente discutida; além disso,não existe consenso entre os pesquisadores dequais seriam as melhores formas de abordagemda questão. Juntamente às dificuldades técnicas, a

questão política, não sendo adequadamente con-duzida, é outro obstáculo para controlar a poluiçãodo solo, induzindo à ocorrência de áreas que apre-sentam condições adversas para a ciclagem de nu-trientes, no ciclo da água, prejudicando a produ-ção de alimentos.

Dados históricos demonstram que a deposi-ção de resíduos no solo, resultante de atividadesantrópicas, sempre foi prática comum, que se per-

petuou por diversas gerações.Para Sánches (2001), a poluição do solo pode

ser definida como a presença de substâncias quealteram negativamente a sua qualidade e podem,

4.1 Poluição do Solo

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 32/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

35

por conseguinte, afetar a vegetação que dele de-pende e a qualidade da água subterrânea ou, ain-da, representar um risco para a saúde das pessoasque com ele entrem em contato direto.

As indústrias manufatureiras, de extraçãomineral, construção civil, da produção de energia,

com tratamento e disposição dos resíduos, as em-presas que produzem bens ou matérias-primas emescala industrial, como também os armazenadoresde matéria-prima e produtos, são as principais res-ponsáveis pela contaminação do solo e do passi-vo ambiental existente. O passivo ambiental podeser definido como o acúmulo de danos ambientais

que devem ser reparados a fim de que seja man-tida a qualidade ambiental de um determinadolocal.

A contaminação do solo pode ocorrer pordiversas formas, entre elas, temos: a deposiçãode resíduos; estocamento e/ou processamentode produtos químicos; disposição de resíduos e

efluentes, devido a algum vazamento; deposiçãopela atmosfera, por inundação ou práticas agríco-las indiscriminadas; atividades mineradoras.

Segundo Cunha (1997), a origem das áreascontaminadas pode estar associada a diferentesfontes de poluição, entre elas, temos as de natureza

industrial, de sistemas de tratamento e disposiçãode resíduos e as relacionadas ao armazenamento edistribuição de substâncias químicas, entre elas, a

comercialização de combustíveis.Quando um determinado poluente está pre-

sente na superfície do solo, ele pode ser absorvido,deslocado pela ação dos ventos ou pelas águas doescoamento superficial ou lixiviado  pelas águasde infiltração, passando pelas camadas inferiores,

atingindo as águas subterrâneas e contaminandoo recurso hídrico indispensável para a sociedade.

A figura a seguir demonstra as fontes de po-luição do solo e sua migração:

DicionárioDicionário

Lixiviado: percolar, entrar (água da chuva ou dairrigação) no solo.

As atividades incluídas na categoria poten-cialmente poluente são diversas; algumas delas

estão descritas no quadro a seguir.

Figura 13 – Fontes de poluição do solo.

Fonte: CETESB (2001c).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 33/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

36

Para Ribeiro Filho et al. (2001), a granulome-

tria e o tipo de material constituinte do sedimentoapresentam influência direta nas propriedades dosolo e processos de atenuação e transporte de po-luentes.

A textura, estrutura, densidade, porosidade,permeabilidade, fluxo de água, aeração e calor,

ou seja, os processos físicos, são importantes nosprocessos de atenuação física de poluentes, comofiltração e lixiviação, facilitando as condições para

que os processos de atenuação química e biológi-ca possam ocorrer.

O deslocamento da água no solo aconteceem um meio poroso e heterogêneo, no qual a velo-cidade desse composto orgânico será determina-

da pelo seu tamanho, forma e as conexões entre osvazios do solo e a viscosidade do fluido. Portanto, amobilidade de um determinado poluente presen-te no solo depende da granulometria que compõeum determinado solo, como também da intensida-

de de sua compactação.

Em relação às propriedades químicas dos so-

los, pH, quantidades de nutrientes, capacidade detroca iônica, condutividade elétrica e matéria orgâ-nica são fundamentais na atenuação de poluentesnesse meio. Podemos citar a adsorção, a fixaçãoquímica, a precipitação, a oxidação, a troca e a neu-tralização iônica que ocorrem no solo.

Segundo Oliveira e Jucá. (2004), atualmente,

um dos principais problemas de poluição do soloestá relacionado à disposição inadequada de resí-duos, ocasionando um grande impacto ambiental,como a contaminação da água, sua escassez e oaparecimento de doenças correlacionadas.

Quadro 2 – Atividades de uso e ocupação do solo potencialmente poluentes.

Aplicação no solo de lodos de esgoto, lodosorgânicos industriais ou outros resíduos

  Aterros e outras instalações de tratamento e disposição de resíduos

Silvicultura   Estocagem de resíduos perigosos

Atividades extrativistas   Produção e teste de munições

Agricultura/horticultura   Refinarias de petróleo

Aeroportos   Fabricação de tintas

Atividades de processamento de animais   Manutenção de rodovias

Atividades de processamento de asbestos   Estocagem de produtos químicos, petróleo e derivados

Atividades de lavra e processamento de argila   Produção de energia

Enterro de animais doentes   Estocagem ou disposição de material radioativo

Cemitérios   Ferrovias e pátios ferroviários

Atividades de processamento de produtos químicos   Atividades de processamento de papel e impressão

Mineração   Processamento de borracha

Atividades de docagem e reparação de embarcações   Tratamento de efluentes e áreas de tratamento de lodos

Atividades de reparação de veículos   Ferros-velhos e depósitos de sucata

Atividades de lavagem a seco   Construção civil

Manufatura de equipamentos elétricos   Curtumes e associados

Indústria de alimentos para consumo animal   Produção de pneus

Atividades de processamento do carvão   Produção, estocagem e utilização de preservativos de madeira

Manufatura de cerâmica e vidro   Atividades de processamento de ferro e aço

Hospitais  Laboratórios

Fonte: CETESB (2001c).

DicionárioDicionário

Adsorção: concentração de substâncias dissolvi-

das à superfície de outra, por adesão molecular.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 34/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

37

Caro(a) aluno(a), abordamos, neste capítulo, as características gerais do solo e as atividades de usoe ocupação do solo potencialmente poluentes. Agora, temos atividades propostas para você aplicar os

seus conhecimentos aprendidos.

4.2 Resumo do Capítulo

4.3 Atividades Propostas

1. Por que a poluição do solo vem se tornando motivo de preocupação para a sociedade?

2. Quem são os principais responsáveis pela contaminação do solo em nosso país?

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 35/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br39

Segundo a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT, 2004), a norma brasileira NBR

10004:2004 define-se resíduo sólido como:

[...] resíduos nos estados sólido e semi-só-lido, que resultam de atividades da comu-nidade de origem industrial, doméstica,

hospitalar, comercial, agrícola, de serviçose de varrição. Ficam incluídos nesta defini-ção os lodos provenientes de sistemas detratamento de água, aqueles gerados emequipamentos e instalações de controlede poluição, bem como determinados lí-quidos cujas particularidades tornem invi-ável o seu lançamento na rede pública deesgotos ou corpos de água, ou exijam paraisso soluções técnicas e economicamenteinviáveis em face à melhor tecnologia dis-

ponível.

Para a OMS, resíduos podem ser definidoscomo algo que não apresenta valor comercial e oseu proprietário dispensa.

A Agenda 21, em seu capítulo 21, diz que

o manejo ambientalmente saudável de re-síduos deve ir além da simples deposiçãoou aproveitamento por métodos segurosdos resíduos gerados e buscar desenvolvera causa fundamental do problema, procu-rando mudar os padrões não-sustentáveisde produção e consumo. Isto implica a uti-lização do conceito de manejo integradodo ciclo vital, o qual apresenta oportuni-dade única de conciliar o desenvolvimen-to com a proteção do meio ambiente.

RESÍDUOS SÓLIDOS5 

Saiba maisSaiba mais

Agenda 21A Agenda 21 foi elaborada durante aConfederação das Nações Unidas parao Meio Ambiente e o Desenvolvimento

(UNCED/Rio 92), estabelecendo açõespara serem adotadas global, nacional elocalmente, visando a criar um modelode desenvolvimento sustentável a partirdo século XXI que altere consideravel-mente os padrões de consumo e pro-dução, de forma a mitigar os problemasambientais e atender às necessidadesbásicas de qualquer ser humano.Esse novo padrão de desenvolvimentoserá considerado sustentável quando

promover a justiça social e for ecologi-camente correto e viável economica-mente.Esse documento apresenta 40 capítulose 4 seções, que abordam temas como abiodiversidade, os recursos hídricos, ha-bitação, educação, entre outros.Fonte: www.ambiente.sp.gov.br.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 36/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

40

De acordo com o Instituto de Pesquisas Tec-nológicas (IPT, 2000), os resíduos sólidos podem

ser classificados de várias formas: 1) por sua natu-reza física: seco ou molhado; 2) por sua composi-ção química: matéria orgânica e matéria inorgâni-ca; 3) pelos riscos potenciais ao meio ambiente; e4) quanto à origem.

No entanto, as normas e resoluções exis-tentes classificam os resíduos sólidos em funçãodos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde,como também em função da natureza e origem.

Com relação aos riscos potenciais ao meioambiente e à saúde pública, a NBR  10004:2004 classifica os resíduos em:

Classe I – resíduos perigosos: são aque-les que requerem a maior atenção porparte do administrador, em função desuas propriedades físicas e químicas ouinfectocontagiosas, exigindo tratamen-to, pois colocam em risco a saúde públi-

ca e o meio ambiente e apresentam asseguintes características:

 - inflamáveis: frascos pressurizados deinseticidas, pólvora suja etc.;

 - corrosivos: resíduos de processos in-dustriais contendo ácidos e bases for-tes;

 - patogênicos: material com presençade microrganismos, como vírus e bac-

térias; - reativos: resíduos industriais contendosubstâncias altamente reativas comágua;

 - tóxicos: resíduos contendo alta con-centração de metais pesados.

Esses resíduos podem ser condiciona-dos, armazenados por um curto período,incinerados ou depositados em aterrossanitários adequados para o recebimen-

to desse material perigoso;  Classe II – não perigosos: resíduos de

restaurantes, papelão, papel, sucata fer-rosa não contaminada.

 - II A – não inertes: não se enquadramnas classes I e IIB, mas apresentam ca-

racterísticas inflamáveis e biodegradá-veis; podemos incluir o lixo doméstico.Esses resíduos podem ser dispostosem aterros sanitários ou, através deobservações, ser avaliada a potenciali-dade desse material para a reciclagem;

 - II B – inertes: de acordo com as NBRs10006 e 10007, não apresentaram ne-nhum de seus componentes solubili-zados a concentrações superiores aospadrões de potabilidade da água. Po-dem ser dispostos em aterros sanitá-rios ou reciclados.

Os rejeitos são os resíduos sólidos que, de-pois de esgotadas todas as possibilidades de trata-mento e recuperação por processos tecnológicosdisponíveis e economicamente viáveis, não apre-sentem outra possibilidade que não a disposição

final ambientalmente adequada. Com relação à responsabilidade pelo geren-

ciamento dos resíduos sólidos, pode-se agrupá-laem dois grandes grupos. O primeiro grupo refere--se aos Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs), compre-endendo:

  resíduos domésticos ou residenciais;

  resíduos comerciais;

 

resíduos públicos.

O segundo grupo, dos Resíduos de FontesEspeciais (RFEs), abrange:

  resíduos industriais;

  resíduos da construção civil;

  rejeitos radioativos;

  resíduos de portos, aeroportos e termi-

nais rodoferroviários;  resíduos agrícolas;

  resíduos de serviços de saúde.

5.1 Classificações dos Resíduos

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 37/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

41

Os RSUs compreendem os resíduos produzi-dos pelas inúmeras atividades desenvolvidas em

áreas com aglomerações humanas do município,abrangendo resíduos de várias origens, como resi-dencial, comercial, de estabelecimentos de saúde,

industriais, da limpeza pública (varrição, capina,poda e outros), da construção civil e, finalmen-te, os agrícolas. Entre os vários RSUs gerados, sãonormalmente encaminhados para a disposição ematerros, sob responsabilidade do poder municipal,

os resíduos de origem domiciliar ou aqueles com

características similares, como os comerciais, e osresíduos da limpeza pública.

No caso dos resíduos comerciais, estes po-dem ser aceitos para coleta e disposição no aterrodesde que autorizado pelas instituições responsá-veis. Ressalta-se que o gerenciamento de resíduosde origem não domiciliar, como, por exemplo, os

resíduos de serviço de saúde ou da construção ci-vil, é igualmente de responsabilidade do gerador,

estando sujeito à legislação específica vigente.A composição dos RSUs domésticos é bastantediversificada, compreendendo desde restos de

alimentos, papéis, plásticos, metais e vidro atécomponentes considerados perigosos, por seremprejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública(ZANTA; FERREIRA, 2003).

Os municípios brasileiros, em sua maioria,possuem grande demanda por sistemas de sane-

amento de RSUs. Dados do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE, 2002) demonstram

que, no Brasil, ainda persiste a falta de tratamentoou a disposição final precária desses resíduos, cau-sando problemas que envolvem aspectos sanitá-rios, ambientais, econômicos e sociais, tais como:disseminação de doenças, contaminação do solo e

das águas subterrâneas e superficiais, poluição doar pelo gás metano e o favorecimento da presençade catadores.

  Segundo a Agência Nacional de VigilânciaSanitária (ANVISA, 2006), entre os componentesperigosos presentes nos RSUs, destacam-se os me-

tais pesados e os biológicos-infectantes.

Metal pesado é um termo coletivo para um

grupo de metais e metaloides que apresenta den-sidade atômica maior que 6 g/cm³. No entanto,atualmente é utilizado para designar alguns ele-mentos (cádmio, cromo, cobre, mercúrio, níquel,chumbo e zinco), que estão associados aos proble-

mas de poluição e toxicidade (ALLOWAY, 1997).

Os metais pesados são utilizados nas indús-trias eletrônicas, maquinários e outros utensílios

da vida cotidiana. Sua ocorrência nos resíduos está

correlacionada às principais fontes, como baterias(inclusive de telefones celulares), pilhas e equipa-mentos eletrônicos em geral (chumbo, antimô-nio, zinco, cádmio, níquel, mercúrio), pigmentos e

tintas (chumbo, cromo, arsênio, selênio, molibdê-nio, cádmio, bário, zinco, cobalto e titânio), papel(chumbo, cádmio, zinco, cromo, bário), lâmpadasfluorescentes (mercúrio), remédios (arsênio, bis-muto, antimônio, selênio, bário, tântalo, lítio, plati-

na), entre outros.Como componentes biológicos presentes

nos resíduos urbanos, destacam-se: Escherichia

coli  ,  Klebsiella sp. ,  Enterobacter sp. ,  Proteus sp. , 

Staphylococcus sp. ,  Enterococus ,  Pseudomonas

 sp. , Bacillus sp. , Candida sp., que pertencem à mi-

crobiota normal humana.

O contato dos agentes existentes nos resí-

duos sólidos ocorre principalmente através de viasrespiratórias, digestivas e pela absorção cutânea emucosa. Pelas vias respiratórias, ocorre mediante a

inalação de partículas em suspensão durante a ma-nipulação dos resíduos. Pela via digestiva, quando

há ingestão de água poluída, vegetais, peixes, fru-tos do mar e outros alimentos contaminados.

5.2 Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs)

DicionárioDicionário

Microbiota: fauna e flora microscópica de umaregião.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 38/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

42

As atividades capazes de proporcionar dano,doença ou morte para os seres vivos são caracteri-zadas como atividades de risco à saúde e risco parao meio ambiente.

De acordo com a ANVISA (2006),

Risco à Saúde é a probabilidade da ocor-rência de efeitos adversos à saúde relacio-nados com a exposição humana a agentesfísicos, químicos ou biológicos, em queum indivíduo exposto a um determinadoagente apresente doença, agravo ou atémesmo morte, dentro de um período de-terminado de tempo ou idade.

Risco para o Meio Ambiente é a probabili-dade da ocorrência de efeitos adversos ao meio

ambiente, decorrentes da ação de agentes físicos,químicos ou biológicos, causadores de condiçõesambientais potencialmente perigosas que favore-çam a persistência, disseminação e modificaçãodesses agentes no ambiente.

Os dados a seguir apresentam o balanço dageração e coleta dos RSUs no Brasil, em 2009, sen-do possível verificar que quase 7 milhões de tone-ladas de resíduos geridos deixaram de ser coleta-

dos.

A seguir, temos a destinação final do total deRSU coletado no Brasil, em 2009.

O quadro a seguir ilustra os dados do Brasil ede São Paulo em relação à geração e coleta de RSUem 2009.

Em relação ao estado de São Paulo, o total deRSU coletado no ano de 2009 teve o seguinte per-centual de destinação final:

O Inventário Estadual de Resíduos SólidosDomiciliares publicado anualmente pela CETESB

desde 1997 demonstra uma sensível melhora dascondições de disposição final dos resíduos dos 645municípios do estado. Esse resultado positivo de-ve-se a uma série de fatores, como o aumento defiscalizações realizadas pelas Agências Ambientais

e as ações desenvolvidas pelos técnicos da CETESB

na elaboração dos índices utilizados na classifica-ção dos locais de deposição dos resíduos e no de-senvolvimento de políticas públicas auxiliando eassessorando os municípios.

Figura 14 – Geração e coleta de RSU no Brasil.

Figura 15 – Destinação final dos resíduos sólidos noBrasil.

Quadro 3 – Geração e coleta de RSU no Brasil e noestado de São Paulo, em 2009.

Fonte: Abrelpe (2009).

Fonte: Abrelpe (2009).

Fonte: Abrelpe (2009).

Fonte: Abrelpe (2009).

Figura 16 – Destino final do RSU coletado no estadode São Paulo, em 2009.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 39/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

43

A evolução dos índices de qualidade de dis-posição dos resíduos sólidos domiciliares está ilus-trada a seguir.

Figura 17 – Situação da disposição final dos resíduos domiciliares nos municípios do estadode São Paulo – Período 1997-2009.

Fonte: CETESB (2010). 

A Resolução CONAMA n° 358/05  e a Re-solução de Diretoria Colegiada (RDC) ANVISA n°

306/04 dispõem 5 artigos que versam sobre o ge-

renciamento dos RSSSs em todas as suas etapas,definem a conduta dos diferentes agentes da ca-

deia de responsabilidades pelos RSSSs e refletem

um processo de mudança de paradigma no tratodos RSSSs, fundamentado na análise dos riscosenvolvidos, em que a prevenção passa a ser eixo

principal e o tratamento é visto como uma alter-nativa para dar destinação adequada aos resíduos

com potencial de contaminação. Com isso, exigem

Inadequado Controlado Adequado

Figura 18 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR) no estado de São Paulo.

Fonte: CETESB (2010).

5.3 Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSSSs)

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 40/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

44

que os resíduos recebam manejo específico, des-de a sua geração até a disposição final, definindocompetências e responsabilidades para tal.

A Resolução CONAMA n° 358/05 trata dogerenciamento sob o prisma da preservação dosrecursos naturais e do meio ambiente, e promove

a competência aos órgãos ambientais estaduais emunicipais para estabelecerem critérios para o li-cenciamento ambiental dos sistemas de tratamen-to e destinação final dos RSSSs.

Por outro lado, a RDC ANVISA n° 306/04 concentra sua regulação no controle dos proces-sos de segregação, acondicionamento, armazena-mento, transporte, tratamento e disposição final,estabelece procedimentos operacionais em fun-

ção dos riscos envolvidos e concentra seu controlena inspeção dos serviços de saúde (ANVISA, 2006).

Segundo Moura (2010), três princípios de-vem orientar o gerenciamento dos resíduos de ser-viços de saúde: redução, segregação e disposiçãofinal.

Ao reduzir os RSSSs no momento da geraçãoe evitar o desperdício, economizam-se recursosnão só em relação ao uso dos materiais, mas tam-

bém no tratamento diferenciado desses resíduos.A segregação é o ponto fundamental na discussãosobre a periculosidade ou não dos RSSSs. Apenasuma parcela é potencialmente infectante, con-tudo, se ela não for segregada, todos os resíduosque a ela estiverem misturados também deverão

ser tratados como potencialmente infectantes,exigindo procedimentos especiais para o acondi-cionamento, coleta, transporte e disposição final,elevando, assim, os custos do tratamento dessesresíduos.

De acordo com a ANVISA (2006), os resíduosgerados nos serviços de saúde são classificados em5 grandes grupos, descritos a seguir:

  GRUPO A: são resíduos com a possível

presença de agentes biológicos, que, porsuas características de maior virulênciaou concentração, podem apresentar ris-co de infecção;

  GRUPO B: são resíduos contendo subs-tâncias químicas que podem apresentarrisco à saúde pública ou ao meio am-biente, dependendo de suas caracterís-ticas de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade e toxicidade;

 

GRUPO C: quaisquer materiais resultan-tes de atividades humanas que conte-nham radionuclídeos em quantidadessuperiores aos limites de isenção especi-ficados nas normas da Comissão Nacio-nal de Energia Nuclear (CNEN) e para os

quais a reutilização é imprópria ou nãoprevista;

  GRUPO D: são resíduos que não apre-

sentam risco biológico, químico ou ra-diológico à saúde ou ao meio ambiente,podendo ser equiparados aos resíduosdomiciliares;

  GRUPO E: são materiais escarificantes,tais como: lâmpadas de barbear, agu-lhas, ampolas de vidro, brocas, limas,

pontas diamantadas, lâminas de bisturi,lancetas, tubos capilares, micropipetas,

espátulas e todos os utensílios de vidroquebrados no laboratório.

A seguir, está a distribuição total da porcen-

tagem de RSSS coletada por região do Brasil emrelação às 221.270 toneladas coletadas no país, em2009.

DicionárioDicionário

Escarificante: objeto ou instrumento contendocantos, bordas ou protuberâncias rígidas e agu-das capazes de cortar e perfurar.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 41/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

45

O estado de São Paulo coletou, no

ano de 2009, 85.378 t/ano (ABRELP, 2009) de

RSSSs, possuindo uma capacidade instalada de

tratamento desses resíduos que corresponde

a 100.978,80 t/ano, distribuída em 3 diferentes

tecnologias. A capacidade apresentada em

porcentagem, no gráfico a seguir, é em relação à

capacidade total.

Figura 19 – Distribuição total dos RSSSs coletados por

região do Brasil.

Fonte: Abrelpe (2009).

Figura 20 – Tecnologias aplicadas no tratamento dosRSSSs coletados no estado de São Paulo.

Fonte: Abrelpe (2009).

RSI é todo resíduo que resulte de atividades

industriais e que se encontre nos estados sólido,semissólido, gasoso – quando contido – e líquido,cujas particularidades tornem inviável o seu lan-çamento na rede pública de esgoto ou em corposd’água ou exijam, para isso, soluções técnicas ou

economicamente inviáveis em face da melhor tec-nologia disponível. Ficam incluídos nessa definiçãoos lodos provenientes de sistemas de tratamen-to de água e aqueles gerados em equipamentose instalações de controle de poluição (Resolução

CONAMA nº 313/02).

A legislação invoca o princípio da responsa-bilidade do gerador, tratando da responsabilida-

de desde a geração, estocagem, armazenamento,transporte, tratamento, até sua disposição final. Osriscos ambientais constituem uma nova preocu-pação, que deve estar presente nas decisões dosempresários e nos programas de imagem institu-

cional das empresas.

A legislação ambiental, como hoje está co-

locada, pode punir severamente as indústrias quetransgridam os padrões de qualidade em suas des-

cargas de resíduos para o meio ambiente a níveismaiores que os padrões permitidos na legislação.Trata-se de enfrentar os riscos, muito maiores, de

uma interdição, com os lucros cessantes decorren-tes, e até de um descomissionamento ou interdi-ção definitiva da instalação (SOUZA et al., 1997).

Os resíduos originados pela atividade indus-

trial são diversos, com isso, a classificação ocorrede acordo com o seu grau de periculosidade.

De acordo com a NBR 10004, periculosidadeé a característica apresentada por um resíduo, que,em função de suas propriedades físicas, químicas

ou infectocontagiosas, pode apresentar:

risco à saúde pública, provocando ouacentuando de forma significativa um

aumento de mortalidade e/ou incidên-cia de doenças;

  riscos ao meio ambiente, quando o resí-duo é manuseado ou destinado de for-ma inadequada.

Segundo Silva (2004), o quadro a seguir re-presenta os principais componentes dos resíduos

sólidos de acordo com as indicações das tipologias

industriais.

5.4 Resíduos Sólidos Industriais (RSIs)

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 42/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

46

Quadro 4 – Principais componentes dos resíduos sólidos de acordo com as tipologias industriais.

Atividades industriais Principais componentes dos resíduos sólidos

Indústria de tratamento deminérios

Materiais inerentes (entulho e refugos de minério).

Indústria de minerais nãometálicos e cerâmicos

Entulho, materiais inertes. Algumas indústrias podem apresentar plásticos, ácidos,componentes orgânicos.

Indústria metalúrgicaAreia de fundição, escórias, restos de carvão, refugo de peças e coque. As coqueriasproduzem alcatrão rico em compostos orgânicos.

Indústria metálicaSucatas metálicas contaminadas com óleos e graxas lubrificantes, lamasprovenientes de estações de tratamento de águas residuárias frequentementecontaminadas com substâncias tóxicas, resíduos líquidos perigosos.

Indústria de mobiliário

Pedaços de madeira, serragem, palha, material plástico de enchimento e tecidos.

A fabricação de chapas e placas de materiais aglomerados ou prensados originaresíduos sólidos contendo: tintas, vernizes, colas, resinas e solventes.

Indústria de papel epapelão

Fibras de celulose e aparas de papel, lamas provenientes do processamentoindustrial e de estações de tratamento de águas residuárias.

Indústria de borrachaAparas e grânulos de borracha, resinas, solventes, plásticos, papel e pedaço demadeira.

Indústria química, deperfumaria, sabões e velas

Produtos químicos orgânicos e inorgânicos, pedaço de metal, plásticos,catalisadores exaustos, lamas oriundas do processamento de estações detratamento de águas residuárias e de tanques de armazenamento de matérias-primas e/ou combustíveis, resíduos de incineração, resíduos viscosos (resinas,

alcatrão, piche e substâncias graxas).

Indústria de produtosfarmacêuticos e

veterinários

Produtos químicos (drogas), vidros, plásticos e papéis, resíduos biológicos (porexemplo, culturas de microrganismos patogênicos).

Indústria de produtos ematérias plásticas

Plásticos, papel e papelão contaminados, frequentemente, com restos de tintas,resinas, solventes e materiais de carga.

Indústria têxtilRestos de fios (naturais ou sintéticos), tecidos e papéis, podendo ainda tais resíduosconter tintas e solventes provenientes de estamparia.

Indústria de vestuário,calçados e artefatos de

tecidosPeças refugadas, pedaços de tecidos e couro.

Indústria de produtosalimentares

Restos de alimentos, embalagens danificadas (metálicas, plásticas, de papel e vidro),lamas provenientes do processo industrial e de tratamento de águas residuárias.

Indústria de bebidasPapéis, vidro, plásticos, resíduos provenientes do processamento industrial e daestação de tratamento de águas residuárias.

Indústria editorial e gráfica Papel, restos de tinta, papelão e arame.

Indústrias diversasOs resíduos sólidos gerados por esse grupo incluem desde materiais inertes(plásticos, metais, papéis), resíduos específicos dos materiais produzidos, até

resíduos sólidos contendo substâncias tóxicas.

Fonte: Silva (2004).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 43/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

47

Dentro dessas condições, foram levantadasquantidades de RSIs recebidos e tratados no Brasilpor empresas privadas, de acordo com a tecnolo-gia utilizada no processo de tratamento. O quadroa seguir apresenta essas quantidades no período

de 2006 e 2007.

Nas figuras a seguir, há a representatividadedo percentual dessas quantidades em relação aototal de RSI tratado, em 2006 e 2007, respectiva-mente.

Nas indústrias, o tratamento dos resíduosconstituintes de passivos ambientais apresenta-sede forma crescente. O quadro a seguir apresenta asquantidades dos resíduos industriais tratados emrelação à origem dos resíduos.

Isso ocorre, principalmente, pelo custo detransporte dos resíduos e, também, pelas restri-ções e dificuldades impostas por diversos estadosno recebimento de resíduos provenientes de ou-tros estados. Segundo a CETESB, estudos realiza-dos no ano de 1996 mostraram, de acordo com osgráficos a seguir, que as indústrias do estado de SãoPaulo geraram por ano mais de 500 mil toneladasde resíduos sólidos perigosos; cerca de 20 milhõesde toneladas de resíduos sólidos não inertes e não

perigosos; e acima de um milhão de toneladas deresíduos inertes. Os estudos revelaram, ainda, que53% dos resíduos perigosos são tratados, 31% sãoarmazenados e os 16% restantes são depositadosno solo.

Quadro 5 – Quantidades de RSIs coletados e tratadosno Brasil.

Fonte: Abrelpe (2009).

Figura 21 – Percentual do total coletado e tratado deRSI no Brasil, em 2006-2007.

Fonte: Abrelpe (2009).

Quadro 6 – Quantidades de resíduos tratados em

relação à sua origem.

Fonte: Abrelpe (2009).

Figura 22 – Maiores geradores de resíduos industriaisperigosos (Classe I) no estado de São Paulo, em 1996. 

Fonte: CETESB (1996).

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 44/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

48

Diante dessa situação, o setor, por meio daanálise de projetos de sistemas de armazenamen-to, reaproveitamento, tratamento e/ou disposiçãofinal de resíduos sólidos industriais e da elabora-ção/revisão de normas técnicas, legislação am-

biental estadual e federal e resoluções, tem con-

tribuído para a melhoria dos índices de qualidadeambiental.

Figura 23 – Tratamento e disposição final de resíduosindustriais perigosos (Classe I) no estado de São Paulo,em 1996.

Fonte: CETESB (1996).

Nos últimos anos, têm aumentado as preo-

cupações com o saneamento dos ambientes urba-nos e a necessidade de ampliar o conceito desse

termo para a totalidade dos componentes queinterferem com a qualidade de vida da socieda-de, mas aos Resíduos de Construção e Demolição

(RCDs) não se tem dado ênfase.

Os resíduos provenientes da construção ci-

vil, além dos problemas semelhantes aos resíduosdomésticos, apresentam agravantes, pois a quan-tidade dos volumes produzidos, os impactos am-bientais gerados e os custos sociais envolvidos são

desconhecidos, inclusive as possibilidades do rea-proveitamento desse material são mínimas.

Segundo Pinto (1999), faz-se necessária a for-mulação de uma metodologia para a gestão dife-

renciada de resíduos sólidos da construção urbanacomo novo modelo para a superação dos proble-mas econômicos e ambientais existentes.

A Metodologia para a Gestão Diferenciadaé um conjunto de ações de entes públicos e pri-

vados, visando à reorientação de sua prática, paraque recursos naturais não renováveis sejam usa-dos com racionalidade e o ambiente seja preserva-

do da disposição aleatória de resíduos com eleva-

do potencial de aproveitamento. Esse modelo degestão originou-se a partir da constatação de queas sociedades nunca consumiram tantos recursos

naturais e geraram tantos resíduos como na atuali-dade e, em função disso, é dever do poder públicoa interrupção de práticas coadjuvantes, por seremmeramente corretivas, sendo necessária a estru-turação de redes de áreas descentralizadas para acaptação e a reciclagem de resíduos provenientes

das atividades de construção civil.

A aplicação dessa metodologia permitirá o

desenvolvimento de procedimentos adequados

para minimizar e valorizar os resíduos, com redu-ção de custos aliada à preservação ambiental.

5.5 Resíduos Sólidos de Construção (RSCs)

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 45/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

49

No Brasil, as formas de disposição final sãousualmente designadas como lixão ou vazadouro

a céu aberto, aterros controlados e aterros sanitá-rios.

Lixão ou vazadouro a céu aberto

É uma forma inadequada de disposição fi-nal de resíduos sólidos, caracterizada pela simplesdescarga de lixo de forma descontrolada sobre osubstrato rochoso ou solo. Não há critérios técni-cos para escolha e operação dessas áreas. Os re-

síduos depositados diretamente no solo podemcontaminar o solo, as águas superficiais e subterrâ-neas, causando grande impacto negativo ao meioambiente e colocando em risco a saúde pública.

Com a aprovação e o sancionamento da Leinº 12.305/10, que estabelece a Política Nacional deResíduos Sólidos, a existência de lixões não serápermitida.

Aterro controlado

Esse sistema prescinde  da coleta e trata-mento do chorume, assim como da drenagem equeima do biogás, não evitando os problemas depoluição. No mais, o aterro controlado deve serconstruído e operado exatamente como um aterrosanitário.

Aterro sanitário

Esse sistema está baseado em estudos de

engenharia e normas operacionais específicas eé utilizado para disposição de resíduos sólidos nosolo, de forma controlada e segura, reduzindo aomáximo os impactos causados ao meio ambientee preservando a saúde pública.

O local para receber o lixo deve estar total-mente impermeabilizado. A impermeabilização éfeita através de Geomembrana de PVC Viniman-ta acoplada com manta geotêxtil, recoberta por

uma camada de aproximadamente 50 cm de argilacompactada.

Posteriormente à impermeabilização, os re-síduos são depositados e compactados em cama-

das sobre o solo devidamente impermeabilizado.Sobre a camada de argila compactada, são assen-tados tubos perfurados (drenantes), vertical e hori-zontalmente, recobertos com pedras marroadas erevestidos por uma manta bidim, a qual evita a col-matação do sistema de drenagem, que tem comofinalidade o recolhimento dos líquidos percolados(chorume) e eliminação de gases (metano, sulfídri-co, mercaptana etc.).

5.6 Disposição Final dos Resíduos

Figura 24 – Lixão a céu aberto.

Fonte: www.ib.usp.br.

DicionárioDicionário

Prescindir: dispensar, passar sem, renunciar.

DicionárioDicionário

Colmatação: aterrar, atulhar.

Figura 25 – Impermeabilização de base –Aterro sanitário – Nova Iguaçu-RJ.

Fonte: S.A. Paulista/Adriana Filipetto.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 46/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

50

O chorume é um líquido escuro contendoalta carga poluidora, o que pode ocasionar diver-sos efeitos sobre o meio ambiente. O potencial deimpacto desse efluente está relacionado com a altaconcentração de matéria orgânica, a reduzida bio-

degradabilidade e a presença de metais pesados

e substâncias recalcitrantes. Ele é captado atravésde drenos e conduzido ao tanque de equalização,que tem a função de reter os metais pesados e ho-mogeneizar os afluentes. Em seguida, é conduzido

à lagoa anaeróbica, na qual bactérias vão atacar aparte orgânica, provocando a biodegradação. Paracomplementar a biodegradação, o chorume éconduzido para a lagoa facultativa, que irá tratá-lopor processo aeróbico e anaeróbico. Os efluentes,

após passarem por esse sistema de tratamento ecom a redução de sua carga orgânica em torno de89 a 92%, são lançados nos rios; nesse momento,não causarão mais danos ao meio ambiente.

O biogás gerado nos aterros sanitários deveser drenado e queimado para mitigação dos efei-tos causados pelo seu lançamento na atmosfera,

notadamente no que concerne à potencializaçãodo efeito estufa, ou ser utilizado como uma fonteenergética em potencial.

Cada setor do aterro sanitário esgotadodeve ser objeto de contínuo e permanente moni-toramento, para avaliar as obras de captação dospercolados, a drenagem das águas superficiais, o

sistema dos gases e a eficiência dos trabalhos derevegetação da área.

Figura 26 – Aterro sanitário – Nova Iguaçu-RJ. 

Fonte: S.A. Paulista/Adriana Filipetto. 

Com relação à Política Nacional de ResíduosSólidos, as primeiras iniciativas legislativas para adefinição de diretrizes para a área de resíduos só-lidos surgiram no final da década de 1980. Desde

então, foram elaborados mais de 70 Projetos de Leie só agora o país conta com uma lei que disciplinade forma abrangente a gestão de resíduos sólidosno território nacional. Em agosto de 2010, foi san-

cionada a Lei nº 12.305/10, que estabelece a Políti-ca Nacional de Resíduos Sólidos, criando um mar-co regulatório no país na área dos resíduos sólidos.

Sendo o resultado de uma ampla discussão

com órgãos do governo, instituições privadas, or-ganizações do terceiro setor e sociedade civil, a Po-lítica Nacional de Resíduos Sólidos reúne objetivos,princípios, instrumentos e diretrizes para a gestãodesses resíduos.

O sancionamento da Lei nº 12.305/10 benefi-ciará todo o território nacional, por meio da regula-

ção dos resíduos sólidos desde a sua geração à dis-

posição final, de forma continuada e sustentável,com reflexos positivos no âmbito social, ambientale econômico, norteando os estados e municípiospara a adequada gestão desses resíduos.

DicionárioDicionário

Biodegradação: (i) redução de uma substância aconstituintes mais simples e menos prejudiciais,como dióxido de carbono, água ou elementos

individuais, pela ação de organismos vivos;(ii) destruição ou mineralização de matéria or-gânica natural ou sintética por microrganismosexistentes no solo, água natural ou em um sis-tema de tratamento de água residuária.

5.7 Política Nacional dos Resíduos Sólidos

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 47/54

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 48/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br53

O atual modelo econômico estimula um consumo crescente e irresponsável de bens materiais,

mas, a cada dia, percebemos que há um limite para essas práticas consumistas, pois nos deparamos

com algumas das consequências indesejáveis desse tipo de ação humana, como a contaminação

da água, o esgotamento do solo e a crescente poluição atmosférica, principalmente nas grandes

cidades.

Os problemas causados pela poluição são diversos e apresentam diferentes graus de complexi-

dade, pois variam conforme o caso e as características específicas da região que sofreu o impacto

ambiental. As soluções para mitigar os efeitos negativos do poluente serão dispendiosas para a

sociedade caso as medidas a serem tomadas não apresentem ações preventivas e, também, caso

não ocorra o envolvimento, além do poder público, das empresas, do terceiro setor e da própria

população.

Estender a Educação Ambiental a todos os setores da sociedade será fundamental para que possa-

mos mudar comportamentos, posturas e práticas habituais nocivas ao meio ambiente e estabele-

cer atitudes que verdadeiramente visem ao desenvolvimento sustentável.

Portanto, as questões ambientais não devem ser tratadas apenas como um conjunto de temáticas

para proteger a vida dos seres vivos, mas também promover melhorias do meio ambiente com

ações concretas que transformem essa realidade e obtenha qualidade de vida para todos.

Aluno (a), chegamos ao final desta apostila. Esperamos que este material tenha contribuído para

a sua formação e que os conhecimentos adquiridos sejam importantes no seu crescimento profis-

sional.

Até a próxima e um grande abraço.

CONSIDERAÇÕES FINAIS6 

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 49/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br55

Capítulo 1

1. Pode ser considerada uma atividade poluente quando:

   prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

crie condições adversas às atividades sociais e econômicas;

afete desfavoravelmente a biota;

afete as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lance matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

2. Saneamento Ambiental pode ser definido como um conjunto de ações socioeconômicas que

tem por objetivo alcançar Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potá-

vel; coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos; promoção da discipli-

na sanitária de uso de solo; drenagem urbana; controle de doenças transmissíveis; e demais

serviços e obras especializados, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida

urbana e rural.

3. A CETESB classifica uma área contaminada como aquela onde há comprovadamente poluição

causada por quaisquer substâncias ou resíduos que tenham sido depositados, acumulados,

armazenados, enterrados ou infiltrados e que determinam impactos negativos sobre os bens

a proteger.

4. As estratégias são diversas, mas todas elas devem consistir no desenvolvimento de ações que

promovam a redução de desperdícios, a conservação de recursos naturais, a redução ou eli-

minação de substâncias tóxicas (presentes em matérias-primas ou produtos auxiliares), a re-

dução da quantidade de resíduos gerados por processos e produtos e, consequentemente, a

redução de poluentes lançados para o ar, solo e águas.

Capítulo 2

1. Quase todo o volume de gases nocivos liberados nas grandes cidades, como São Paulo, vem

do trânsito, sendo os principais vilões da poluição os veículos de passeio, as motocicletas, ca-

minhões e ônibus a diesel e os táxis.

2. Os prejuízos para a saúde são variáveis, podendo levar a uma simples lacrimação e infecções

nos olhos, irritações da pele, ardência na mucosa que reveste o nariz e a garganta, tosse e di-

ficuldade para respirar, até casos mais graves de rinite, sinusite, asma, bronquite, pneumonia,

doenças como infarto e derrame, entre outros problemas de saúde.

3. Para melhorar a qualidade do ar é fundamental que o poder público invista em transporte

RESPOSTAS COMENTADAS DASATIVIDADES PROPOSTAS

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 50/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

56

público de qualidade, fazendo com que o cidadão deixe o carro em casa; adote a inspeção

veicular nas cidades em que o programa não foi implantado; aumente as áreas verdes; utilize

fontes limpas de combustíveis, principalmente nos veículos movidos a diesel; e incentive o

cidadão ao uso de bicicleta, ampliando as ciclovias na cidade.

4. O caminho que o ar percorre no nosso organismo: narinas > fossas nasais > faringe > laringe

> traqueia > brônquios > bronquíolos > alvéolos.5. A inversão térmica é uma condição meteorológica que ocorre quando uma camada de ar

quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento ascendente do ar, uma

vez que o ar abaixo dessa camada fica mais frio, portanto, mais pesado, fazendo com que os

poluentes se mantenham próximos da superfície. Em um ambiente com um grande número

de indústrias e de circulação de veículos, como o das grandes cidades, a inversão térmica

pode levar a altas concentrações de poluentes. Essas inversões acontecem durante todo o

ano, porém no inverno essa camada de inversão é mais estreita e, quando ocorre em uma

cidade poluída, como São Paulo, provoca transtornos, pois os poluentes ficam aprisionadosmuito próximos da população, tornando o ar insalubre e agravando os problemas de saúde

da população.

Capítulo 3

1. A poluição aquática pode ser classificada em:

a) biológica: quando temos a presença de microrganismos patógenos na água;

b) térmica: a indústria libera de seu processo industrial um grande volume de água aquecidadiretamente no efluente, sem que tenha sofrido um processo de resfriamento;

c) sedimentar: presença de sedimentos que bloqueiam a penetração dos raios solares na colu-na d’água, prejudicando consideravelmente o processo fotossintético do local;

d) química: consiste no lançamento de uma série de produtos químicos na água, como os de-tergentes domésticos e os fertilizantes provenientes da agricultura, que são transportados pela

água da chuva.

2. A poluição dos mananciais acontece por diversos fatores, sendo os principais:

  ocupação irregular do solo;

  lançamento de esgoto doméstico;

  desmatamentos;

  presença de resíduos industriais;

  acúmulo de resíduos sólidos (lixo) nesses corpos d’água.

Capítulo 4

1. Porque, nos últimos anos, é crescente o número de acontecimentos em várias partes do mun-

do de problemas ambientais que afetam diretamente a vida de milhares de pessoas e de ou-

tros seres vivos devido ao lançamento de resíduos contaminantes diretamente no solo, sem o

tratamento adequado desse material.

2. A poluição do solo acontece quando este sofre alterações de suas características naturais cau-

sadas por fenômenos naturais, como as inundações, ou principalmente pela ação antrópica,

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 51/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Fundamentos da Poluição Ambiental

57

através da ocupação irregular do solo e a deposição de resíduos contaminantes sem o devido

tratamento.

Capítulo 5

1. São classificados em classe I (resíduos perigosos), pois colocam em risco a saúde pública e o

meio ambiente, e classe II (resíduos não perigosos).

2. Porque, a partir dessa regulamentação, sabemos quem são os responsáveis pela gestão ade-

quada do resíduo sólido gerado.

3. A disposição inadequada de resíduos sólidos ocasiona uma série de problemas, tais como:

  proliferação de vetores, como moscas, insetos e roedores;

  contaminação de águas subterrâneas e superficiais do solo;

  contaminação da cadeia alimentar com compostos tóxicos;

  o arraste desses resíduos pode provocar o assoreamento de corpos d’água, além do entupi-

mento de redes de drenagem das áreas urbanas.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 52/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br59

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Gerenciamento dos resíduos de serviços de

saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

AMARAL, D. M.; PIUBELI, F. A. A poluição atmosférica interferindo na qualidade de vida da sociedade. In:SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 10., 2003, Bauru. Anais... São Paulo: UNESP, 2003. p. 2-10.

ARAÚJO, M. H. Considerações sobre plano de manejo de resíduos sólidos na indústria gráfica: o es-

tudo de caso da Versacolor Rótulos e Etiquetas Adesivas Ltda . 2010. 46 f. Monografia (Especialização)

– Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL (ABES). Resíduos sólidos urbanos

– Coleta e destino final. Ceará, 2006. Disponível em: <http://www.abes-dn.org.br/portal>. Acesso em: 21nov. 2010.

AZEVEDO, E. B. Poluição vs. tratamento de água: duas faces da mesma moeda. Química Nova na Escola,

São Paulo, n. 10, p. 21-25, nov. 1999.

BROWN, L. R. Plano B 4.0: Mobilização para salvar a civilização. São Paulo: New Content, 2010.

COELHO, M. S. Z. S. Uma Análise estatística com vistas à previsibilidade de internações por doenças

respiratórias em função de condições metereotrópicas na cidade de São Paulo. 2007. 179 f. Tese(Doutorado) – Instituto de Astronomia e Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo,São Paulo, 2007.

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Ar. 2001a. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar-Cetesb.mht>. Acesso em: 8 dez. 2010.

______. Águas subterrâneas. 2001b. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/ agua_sub/im-portancia.asp>. Acesso em: 21 nov. 2010.

______. Solo. 2001c - Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Solo/agua_sub/ importancia.asp>.

Acesso em: 21 nov. 2010.

______. Relatório de qualidade do ar no estado de São Paulo. São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/publicacoes.asp>. Acesso em: 21 nov. 2010.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resoluções do Conama: resoluções. Brasília, s.d.

DEL PINO, J. C.; KRUGER, V.. FERREIRA, M. Poluição do ar. Porto Alegre: Instituto de Química do Rio Gran-

de do Sul, 1996.

DRAGER, M. Anjo em rocha. s.d. 1 fotografia.

DUCHIADE, M. P. Poluição do ar e doenças respiratórias; uma revisão. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro,v. 8, n. 3, p. 311-330, jul./set. 1992.

FELIPETTO, A. Minimização de gases de efeito estufa e aproveitamento energético do biogás na

REFERÊNCIAS

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 53/54Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br

Marcos Henrique de Araújo

60

CTR Nova Iguaçu. Rio de Janeiro: [s.n.], 2005.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP). Resíduos sólidos. São Paulo, 2010.Disponível em <http://www.fiesp.com.br/ambiente/area_tematicas/ residuos.aspx>. Acesso em: 9 jan.2010.

GALVÃO FILHO, J. B. Poluição do ar, aspectos técnicos e econômicos do meio ambiente . São Paulo:

Engenharia Consultoria e Planejamento Ambiental, s.d.

GERAQUE, E. A. Perigo no ar: apesar dos avanços nos últimos 20 anos, a poluição atmosférica continua aser um problema grave de saúde pública em São Paulo. Revista Scientific American Brasil, São Paulo,n. 54, p. 1-7, 2006.

GOMES, A. Legislação ambiental e direito: um olhar sobre o artigo 225 da Constituição da República Fe-

derativa do Brasil. Revista Científica Eletrônica de Administração, Garça, n. 14, p. 1-8, 2008.

GOUVEIA, N. et al. Hospitalizações por causas respiratórias e cardiovasculares associadas à contaminaçãoatmosférica na cidade de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 12, 2006.

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS (IPT). Relatório técnico – Saneamento ambiental. São Paulo,2007. Disponível em: <HTTP://www.sigrh.sp.gov.br>. Acesso em: 28 dez. 2010.

LAMPARELLI, M. C. O papel do biólogo no monitoramento da qualidade das águas do estado de São Pau-lo. BioBrasilis, São Paulo, n. 1, p. 9-13, 2010.

LATORRE, M. R. D. O. et al. Relação entre poluição atmosférica e atendimento por infecções de vias aéreassuperiores no município de São Paulo: avaliação do rodízio de veículos. Revista Brasileira de Epidemio-

logia, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 220-229, 2001.

LEMOS, M. M. G. Qualidade dos ecossistemas terrestres. BioBrasilis, São Paulo, n. 1, p. 13-16, 2010.

LIMA, R. S. R.; LIMA, R.; OKANO, N. H. Saneamento ambiental. Cartilha temática. Curitiba: CREA, 2010.LISBOA, H. M. Efeitos causados pela poluição atmosférica. In: CONTROLE da poluição atmosférica. SãoCarlos: Universidade Federal de São Carlos, 2007. p. 1-34.

MACEDO, S. L. V. Problemas ambientais urbanos causados pelo trânsito na Região Metropolitana de

São Paulo (RMSP). Disponível em: <http:www.nossasaopaulo.org.br/ portal/files/ProblemasAmbientai-

sUrbanos.pdf >. Acesso em: 29 dez. 2010.

MOTTA, R. S.; MENDES, A. P. F. Custos de saúde associados à poluição do ar no Brasil. Brasília: IPEA,1994.

MOURA, R. Requisitos de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde em municípios de menorporte. 2010. 15 f. Monografia (Especialização) – Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2010.

NACIONAL do meio ambiente. Brasília: CONAMA, 2008.

NASS, D. P. O conceito de poluição. Revista Eletrônica de Ciências, São Carlos, n. 13, p. 1-2, 2002.

OLIVEIRA, F. J. S.; JUCÁ, J. F. T. Acúmulo de metais pesados e capacidade de impermeabilização do soloimediatamente abaixo de uma célula de um aterro de resíduos sólidos. Engenharia Sanitária e Ambien-

tal, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, 2004.

PÁDUA, V. L. (Coord.). Esgotamento sanitário – Qualidade da água e controle da poluição. Belo Horizon-

te: Nucase, 2007.PEREIRA, L. A. et al. Association between air poluition and intrauterine mortality in São Paulo, Brazil. Jour-

nal Environmental Health Perspectives, v. 106, n. 6, p. 325-329, 1998.

8/20/2019 Apostila poluição ambiental

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-poluicao-ambiental 54/54

Fundamentos da Poluição Ambiental

PEREIRA JÚNIOR, J. S. Legislação brasileira sobre poluição do ar. Brasília: Consultoria Legislativa daCâmara dos Deputados, 2007.

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da construção  urbana. 1999.218 f. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

REIS JÚNIOR, N. C. Poluição do ar. Espírito Santo: Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito

Santo, 1999.

RUSSO, P. R. Poluição atmosférica: refletindo sobre a qualidade ambiental em áreas urbanas. Disponívelem: <HTTP://WWW.portal.cederj.edu.br>. Acesso em: 21 nov. 2010.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Relatório técnico – Saneamento ambiental. São Pau-lo, 2006. Disponível em: <HTTP://www.sigrh.sp.gov.br>. Acesso em: 14 nov. 2010.

SILVA, F. C. Poluição ambiental – Módulo saneamento. Braga: FCH/UCP, 2009.

SILVA, J. S. Estudo do reaproveitamento dos resíduos sólidos industriais na região metropolitana

de João Pessoa (Bayeux, Cabedelo, João Pessoa e Santa Rita). 2004. 111 p. Dissertação (Mestrado) –Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2004.

SILVA, S. R. et al. Caracterização de rejeito de mineração de ouro para avaliação de solubilização de metais

pesados e arsênio e revegetação local. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Belo Horizonte, n. 28, p.189-196, 2004.

SOARES, S. R. A.; BERNARDES, R. S.; NETTO, O. M. C. Relações entre saneamento, saúde pública e meioambiente: elementos para formulação de um modelo de planejamento em saneamento. Cad. Saúde

Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1713-1724, dez. 2002.

SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: UFMG,

2005.

VALENTIM, L. S. O. Requalificação urbana, requalificação do solo e riscos à saúde. São Paulo: Fapesp;Annablume, 2007.

ZANTA, V, M.; FERREIRA, C. F. A. Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos. In: CASTILHOSJÚNIOR, A. B. C. (Coord.). São Carlos: UFSCar, 2003. p. 1-274.