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A Unipública
Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação
e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,
câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e
empresas estatais nos municípios.
Os Cursos
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-
learning/online), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:
- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público
- Certificados de Participação
- Tira-dúvidas após a realização do curso
- Controle biométrico de presença (impressão digital)
- Corpo docente especializado e atuante na área
- Atendimento personalizado
- Rigor no cumprimento de horários e programações
- Fotografias individuais digitalizadas
- Material de apoio de qualidade
- Coffee Breaks em todos os períodos
-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado
de participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada, material
complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com
outros alunos e contato direto com professores.
Público Alvo
- Servidores públicos municipais (secretários, diretores, contadores, advogados,
controladores internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos,
tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .
- Vereança e Prefeitos (a)
Localização
Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao
Calçadão da XV, na Rua Clotário Portugal nº 41, com estrutura apropriada para realização de
vários cursos simultaneamente.
Feedback Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos,
alcançando índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2013, graças ao respeito e
responsabilidade empregada ao trabalho.
Transparência Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da
transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse
fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos e notas de avaliação dos alunos, todas as
certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.
Qualidade
Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos
serviços públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com
rigoroso critério define seu corpo docente.
Missão
Preparar os servidores municipais, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais
e específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:
a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto
para a população quanto para os agentes públicos c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão
Visão
Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade
proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores.
Valores
� Reputação ilibada � Seriedade na atuação � Respeito aos alunos e à equipe de trabalho � Qualidade de seus produtos � Modernização tecnológica de metodologia de ensino � Garantia de aprendizagem � Ética profissional
SEJA BEM VINDO! BOM CURSO!
Acesse nosso site:
www.unipublicabrasil.com.br
Telefone (41) 3099-5454 Sede: Rua Desembargador Clotário Portugal, n° 39, Centro (próx. à esquina da Saldanha Marinho).
Programação Dia: 12 • Horário: 09h00 as 12h00
As Responsabilizações na Prestação de Contas
1 A Obrigatoriedade da Prestação de Contas:
a) fundamentação e motivações
b) tipos de prestação de contas
c) quem deve prestar contas
c) a quem prestar contas
d) principais motivos das desaprovações
2 Agentes Públicos de Envolvimento Obrigatório nas PCs:
a) gestor (das contas ou atual)
b) contador
c) controlador interno
3 Vias de responsabilização dos envolvidos diretamente nas PCs:
a) administrativa (no órgão prestador das contas e/ou no CRC)
b) penal (judicial)
c) civil (judicial)
d) político-administrativa (câmara municipal)
4 Penas a que os responsáveis estão sujeitos:
4.1 No Processo Administrativo Junto ao TCE:
a) multa funcional
b) ressarcimento
c) inelegibilidade
d) declaração de inidoneidade
4.2 Em Ação civil pública
a) inelegibilidades (até 8 anos)
b) suspensão dos direitos políticos
c) penas pecuniárias
d) impedimento de contratar com órgãos públicos
e) impedimento de participar de concurso público
4.3 Em Processo penal
a) penas privativas de direitos
b) penas pecuniárias
c) penas de prestação de serviços
d) penas privativas da liberdade
e) liberdade ou benefícios condicionais
4.4 Em Processo disciplinar (funcional) onde esteja vinculado:
a) advertência
b) suspensão
c) demissão
4.5 Em Processo disciplinar (profissional), pelo CRC:
a) advertência
b) multa
c) suspensão
d) cassação do exercício profissional
4.6 No julgamento das contas na Câmara Municipal:
a) inelegibilidade
b) ressarcimento
c) afastamento do cargo
d) cassação do mandato
4.7 Outras responsabilizações na área cível:
a) ressarcimento ao erário
b) indenizatória (dano moral e material)
c) regressiva de ressarcimento
Dia: 12 • Horário: 13h:30 as 17h:30
Prestação de Contas de Convênios Federais
1 O dever de prestar contas
2 A quem prestar contas
3 Composição e conteúdo
4 Formulários componentes
5 Relatórios:
a) cumprimento do objeto
b) execução físico-financeira
6 Demonstrativos:
a) receita
b) despesa
7 Relações:
a) de pagamentos
b) de bens
8 Conciliação bancária
9 Declaração de realização do objeto
10 Termo de compromisso
11 Extrato bancário
12 Saldos não aplicados
13 Sistema de débitos do TCU
14 Tomada de contas:
a) conceito e fundamentos
b) prazos
c) procedimentos básicos
d) no órgão concedente do recurso
e) no TCU
15 Providências (nas desaprovações)
16 Responsáveis e responsabilizações
Dia: 13 • Horário: 09h00 as 12h00
Prestação de Contas Anual (PCA 2014)
1 Legislação fundamental:
a) constituição federal
b) lei 4.320/64
c) lei complementar 101/2000
d) constituição estadual
e) lei orgânica municipal
2 PCA: A Formação do Processo:
a) responsáveis pela prestação de contas
b) constituição do processo
c) documentos obrigatórios ao Executivo
d) documentos obrigatórios ao Legislativo
e) pareceres dos fundos municipais
3 Instruções do TCE/PR:
a) Plano de Contas 2014
b) IN 96: Agenda de Obrigações 2014
c) IN 97: PCA 2014
d) IN 103: Escopo da PCA 2014
4 O Relatório do Controle Interno:
a) importância e obrigatoriedade do relatório na PCA
b) conteúdo essencial no relatório
c) documentos e anexos
d) informações atuariais
e) parecer do dirigente do C.I.
Ministrante:
Jonias de O. e Silva: Advogado e Consultor -
Especialista em Administração Pública e Direito
Constitucional
Cleverson Salache: Possui Graduação em
Administração. Especialização em Gestão e Auditoria
de Negócios e Mestrado em Desenvolvimento
Econômico.
Ednilson da Silva Mota: Contador - Especialista na
área de Controle, Auditoria, Perícia Contábil e
Fiscalização.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 1
AS RESPONSABILIZAÇÕES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Jonias de O. e Silva
1 - Fundamentação e motivações
Seguindo a evolução social humana, sobretudo após a identificação da figura do estado moderno (povo, território, governo), a exigência de os governantes ou particulares dar satisfação aos contribuintes sobre o uso e aplicação dos recursos públicos (financeiros e de bens) tem crescido mais e mais.
Já na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada e aceita por muitos
povos na era da Revolução Francesa (1789), consta essa exigência:
“Art. 15 – A Sociedade tem o Direito de pedir conta a todo agente público de sua administração.”
Segundo o texto divulgado no site do Tribunal de Contas do Estado do Paraná:
“A Prestação de Contas é dever constitucional dos que utilizam, arrecadam, guardam, gerenciam ou administram dinheiros, bens e valores públicos.”
http://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/prestacao-de-contas-municipios/214 De fato, a Constituição Federal determina que:
“Art. 70...
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 2
... Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”
A constituição do Estado do Paraná reproduz o texto:
“Art. 74... Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária”
Nas Leis Orgânicas Municipais, esse texto é de reprodução obrigatória, pelo princípio
da simetria constitucional. Assim, devem prestar contas tanto o Prefeito, quanto o Presidente da Câmara de
Vereadores e outras pessoas que forem enquadradas nesses dispositivos, consideradas responsáveis pela coisa pública.
E para maior entrelaçamento dos Poderes constituídos, a prestação de contas possui
peculiaridades como, por exemplo, o ajuntamento das contas do Executivo com as do Legislativo, para envio ao órgão de controle externo.
Essa determinação consta naLei Complementar 101/2000, apelidada de lei de
responsabilidade fiscal (LRF):
“Art. 56.As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.”
2 - TIPOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS 2.1 - PCA: PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL (CONTAS DE GOVERNO)
Esse tipo, no município, é um processo de comprovação dos atos de governo de todo o exercício financeiro, de primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro de cada ano civil.
O principal fator é a comprovação da correta direção da Administração Direta e Indireta no município.
No município, são obrigados a prestar contas de governo, o prefeito e o presidente da câmara de vereadores. Deverão eles comprovar:
-execução do orçamento -execução do plano de governo, dos programas e das políticas públicas -demonstração da situação financeira e patrimonial -cumprimento das metas fiscais
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 3
A PCA deverá conter: -balanços Gerais -leis orçamentárias -relatórios (LRF e outros) -demonstrativos
O julgamento das contas anuais do prefeito é realizado pelo Poder Legislativo local.
Para esse tipo de prestação de contas o critério de julgamento é político, apesar da exigência de justificativa técnica; é mais pela conveniência, pela subjetividade.
O Ato Decisório é um Decreto Legislativo.
Todavia, a PCA do presidente da Câmara Municipal é julgado pela Tribunal de Contas, não concedendo ao Legislativo Municipal o mesmo tratamento dado às contas de governo do prefeito.
2.2 – PCTV: Prestação de contas de transferências voluntárias
Esse tipo é aquele processo que se exige dos órgãos públicos em razão daentrega/recebimento de recursos públicos a outro ente(público ou privado) que não decorra de determinação constitucional ou legal. Poderá ocorrer em forma de:
- Convênios - Acordos ou Ajustes - Auxílios - Subvenções Sociais - Termo de Parceria - Contrato de Gestão
O responsável pela prestação de contas é o administrador dos recursos ou bens.
Por isto, é chamada de CONTAS DE GESTÃO (aquela anual é denominada contas de governo). Matéria da PCTV:
-legalidade do processamento das despesas -regularidade dos atos e contratos administrativos -economicidade e destinação dos gastos públicos
Conteúdo do processo:
-notas de empenho -ordens de pagamento -comprovantes de despesas -processos licitatórios -contratos e atos administrativos -extratos bancários -folhas de pagamento
A periodicidade dessa prestação de contas varia, pois poderá ser anual, ou logo após o
encerramento do objeto.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 4
A competência para julgamento dessas contas é do Tribunal de Contas competente, e o critério de julgamento é estritamente técnico, dentro da legalidade e objetivo.
O Ato decisório geralmente é um acórdão. 2.3 – TOMADA DE CONTAS
2.3.1 – ORDINÁRIA
Pela previsão do Regimento Interno do TCE-PR (Resolução nº 01/2006), quando o responsável pelo órgão não encaminha a Prestação de Contas Anual (PCA), o Tribunal deverá instaurar a Tomada de Contas Ordinária.
“Art. 235. Na hipótese de descumprimento de prazo para a prestação de contas anuais, estaduais e municipais, a unidade administrativa competente comunicará ao Presidente do Tribunal, que determinará a instauração e autuação da Tomada de Contas Ordinária.”
2.3.2 - ESPECIAL
O R.I. do TCE-PR prevê, também, que, em caso de o gestor de um órgão da administração indireta (autarquias, fundações, etc.) ou terceiro setor (instituições não governamentais, sem fins lucrativos e reconhecidas de utilidade pública) não prestar as contas que possui obrigação legal de realizar, o TCE determina que o órgão repassador dos recursos aplique a Tomada de Contas Especial:
“Art. 233. Diante da omissão do dever de prestar contas, da não comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo Estado e Municípios na forma prevista no inciso VI, do art. 1º, da Lei Complementar nº 113/2005, da ocorrência de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou ainda, da prática de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, o órgão repassador, sob pena de responsabilidade solidária de seu gestor, deverá adotar providências com vistas à instauração de Tomada de Contas Especial para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano. (Redação dada pela Resolução nº
24/2010) § 1º Esgotadas todas as medidas ao alcance da autoridade administrativa e do órgão do controle interno, visando à apuração dos fatos irregulares, à perfeita identificação dos responsáveis e ao ressarcimento do erário, a Tomada de Contas Especial será encaminhada ao Tribunal para julgamento. (Redação
dada pela Resolução nº 24/2010)
2.3.3– EXTRAORDINÁRIA
Caso o gestor responsável pelo órgão repassador não tome as providências da Tomada de Contas Especial, o Tribunal de Contas então iniciará o processo de Tomada de Contas Extraordinária:
“Art.233...
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 5
§ 2º Na hipótese de omissão do dever de instauração de Tomada de Contas Especial o Tribunal determinará a instauração de Tomada de Contas Extraordinária.”
3 - A QUEM PRESTAR CONTAS
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 INDICA QUE:
“Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;” E no artigo 31 da Carta Magna, encontramos a indicação clara sobre a quem apresentar as contas: “Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. § 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. § 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. § 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.”
Com essa vedação constitucional, interrompeu-se a criação de novos tribunais de
contas municipais, permanecendo apenas aqueles pré-existentes:
-Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia - Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará - Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás - Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Pará - Tribunal de Contas do Município de São Paulo - Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 6
Por isto, as prestações de contas nos estados onde inexistir corte de contas municipal, deverão ser enviadas ao Tribunal de Contas do Estado. Por regra, consta nas Leis Orgânicas Municipais o seguinte dispositivo:
“Art. 71 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município e das entidades administrativa indireta ou fundacional, quanto a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renuncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal mediante controle externo e pelo controle interno de cada Poder, na forma da Lei e pela apreciação das contas municipais pelo exame público. § 1° - Prestara contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens ou valores públicos ou pelos quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária. ... Art. 72 – O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado ou órgão competente, deliberando a Câmara sobre os pareceres desses órgãos no prazo máximo de noventa dias de seu recebimento, observando os seguintes preceitos. (NR) I – o parecer prévio do Tribunal de Contas ou do órgão competente, somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos Membros da Câmara Municipal; (NR) II – decorrido o prazo de noventa dias, sem deliberação pela Câmara, as contas serão colocadas na ordem do dia da sessão imediata, sobrestando as demais proposições, até sua votação final; (NR) III – rejeitadas as contas, serão estas imediatamente, remetidas ao Ministério Público para os fins de direito; § 1° - As contas relativas às aplicações de recursos transferidos pela União e pelo Estado serão prestadas na forma da legislação Federal ou Estadual em vigor, podendo o Município suplementar essas contas, sem prejuízo de sua inclusão na prestação de contas anual.”
Vale observar que, normalmente, as Leis Orgânicas locais preveem tanto a prestação
de contas quanto a tomada de contas... Assim, os responsáveis (ou interessados), devem encaminhar as contas de governo e
de gestão, ao órgão competente para a análise e julgamento dessas.
Ressaltando que o tribunal de contas com jurisdição sobre o município será aquele com poder de julgamento previsto na lei.
Por exemplo:
Em caso das contas anuais, o julgamento será realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou Município (TCM).
A PCTV referente a recursos ou bens repassados da União ao Município, deverá ser encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 7
A Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (LC 113/2005) indica que, no papel de apoiador do Poder Legislativo Municipal, no controle externo, a Corte Administrativa tem a seguinte competência:
“Art. 1º Ao Tribunal de Contas do Estado, órgão constitucional de controle externo, com sede na Capital do Estado, compete, nos termos da Constituição
Estadual e na forma estabelecida nesta lei: I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado e pelos Prefeitos Municipais, mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado nos prazos gerais previstos na Constituição Estadual, na Lei de
Responsabilidade Fiscal, e nos prazos específicos previstos nesta lei; II – julgar as contas dos chefes dos órgãos do Poder Legislativo estadual e municipal, do Poder Judiciário, do Ministério Público e deste Tribunal; III – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público, no âmbito estadual e municipal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; ... Art. 3º A jurisdição do Tribunal abrange: I – qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso III, do art. 1º, desta lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Estado ou o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária; II – aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário; III – os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio do Estado ou Município ou de outra entidade pública estadual ou municipal; IV – os responsáveis pelas contas das empresas estatais ou de cujo capital social o Estado ou o Município participe, de forma direta ou indireta, nos termos do ato constitutivo; V – os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, que recebam contribuições e prestem serviços de interesse público ou social, bem como, as que se vinculem ao Estado ou ao Município no regime de colaboração, incluídas as que formalizaram acordos de Parceria Público Privada, Organizações Sociais, Serviços Sociais Autônomos e Organizações Civis de Interesse Público; VI – todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à sua fiscalização por expressa disposição de lei ou pela natureza dos recursos, bens e valores públicos envolvidos;
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 8
VII – os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, que sejam contabilizados pelo Tesouro Estadual ou Municipal, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, inclusive recursos internacionais; VIII – os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos do inciso XLV, do art. 5º, da Constituição Federal; IX – os representantes do Poder Público na Assembleia Geral das empresas estatais, das autarquias e sociedades anônimas de cujo capital o Estado, os Municípios ou o Poder Público participem, solidariamente, com os membros dos Conselhos Fiscais e de Administração, pela prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas instituições. Parágrafo único. Os agentes públicos, mencionados neste artigo, ficam obrigados a franquear o acesso e fornecer informações e elementos indispensáveis ao desempenho da competência do Tribunal.”
Os resultados dos julgamentos de contas prestadas serão:
- REGULARES - IRREGULARES - REGULARES COM RESSALVA
O R.I. do TCE/PR prevê que:
“Art. 245. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se são regulares, regulares com ressalva ou irregulares. Art. 246. As contas serão julgadas regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos financeiros, a legalidade, a legitimidade, a eficácia e a economicidade dos atos de gestão do responsável, bem como, o atendimento das metas e objetivos. Parágrafo único. Quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará quitação plena ao responsável. Art. 247. As contas serão julgadas regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal, de que não resulte dano ao erário ou à execução do programa, ato ou gestão. § 1º O acórdão de julgamento deverá indicar os motivos que ensejaram a ressalva das contas e aplicar as sanções ao responsável, quando cabíveis. § 2º Na hipótese prevista no caput, após o pagamento da multa, caso haja, o Tribunal dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou a quem lhe haja sucedido, se cabível, a adoção de medidas necessárias à correção das impropriedades ou faltas identificadas, de modo a prevenir a ocorrência de outras semelhantes. Art. 248. As contas serão julgadas irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências: I -omissão no dever de prestar contas;
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 9
II - infração à norma legal ou regulamentar; III - dano ao erário, decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; IV - desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos; V - desvio de finalidade. § 1º O Tribunal poderá ainda julgar irregulares as contas no caso de reincidência de ressalva ou de descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas. (Redação dada pela Resolução nº 24/2010) § 2º A prestação de contas em desacordo com as normas legais e regulamentares aplicáveis à matéria ou que não consiga demonstrar por outros meios a boa e regular aplicação dos recursos ensejará a irregularidade das contas, nos termos do inciso II, sem prejuízo da imputação de débito. § 3º Nas hipóteses dos incisos III, IV e V, a responsabilidade será pessoal do agente público que praticou o ato irregular, podendo o Tribunal de Contas fixar a responsabilidade solidária do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado, bem como dos responsáveis pelo controle interno, por ação ou omissão. (Redação dada pela Resolução nº 24/2010) § 4º A responsabilidade do terceiro de que trata o parágrafo anterior derivará do cometimento de irregularidade que não se limite ao simples descumprimento de obrigações contratuais ou ao não pagamento de títulos de crédito. §5º Na hipótese do inciso V, a decisão do Tribunal de Contas fixará a responsabilidade do ente público beneficiado com o desvio de finalidade, podendo, ainda, excluir a responsabilidade do agente público, para fins de ressarcimento, quando inequívoca sua boa-fé e a integral utilização dos recursos em proveito da entidade, sem prejuízo das sanções pessoais aplicáveis. § 6º Verificadas as ocorrências previstas nos incisos III, IV e V, o Tribunal, por ocasião do julgamento, determinará a remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público Estadual, para ajuizamento das ações cabíveis, podendo decidir sobre essa mesma providência também nas demais hipóteses. § 7º Nas hipóteses dos incisos II, IV e V, em que restar evidenciada a responsabilidade profissional de servidor vinculado a órgão de classe, o Tribunal, por ocasião do julgamento, determinará a remessa de cópia das instruções e da decisão ao respectivo órgão ou conselho, para a adoção das medidas pertinentes, no que tange ao exercício impróprio da atividade profissional. (Incluído pela Resolução nº 24/2010) Art. 249. Quando julgar as contas irregulares, havendo dano, o Tribunal de Contas condenará o responsável ao recolhimento da dívida, atualizada monetariamente e com os acréscimos legais devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe multa nos termos da lei, sendo o instrumento da decisão considerado título executivo para fundamentar a respectiva ação de execução.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 10
Art. 250. O julgamento de irregularidade das contas poderá acarretar Declaração de Inidoneidade nos termos do art. 97, da Lei Complementar nº
113/2005, bem como a aplicação das demais sanções de que trata o art. 85 dessa mesma lei. Art. 251. O Tribunal de Contas ordenará o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, declarando os efeitos decorrentes e o consequente arquivamento do processo. Parágrafo único. As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, tornar materialmente impossível o julgamento de mérito.”
4 - PRINCIPAIS MOTIVOS DAS DESAPROVAÇÕES Nas Transferências voluntárias, os erros mais frequentes nos processos de prestação de contas(PCTV) são:
- objeto genérico, pouco claro - plano de trabalho pouco detalhado - orçamentos subestimados ou superestimados - prazos insuficientes para execução - ausência de projetos - preenchimento dos relatórios da execução
O Tribunal de Contas do Paraná divulgou em 2006, que os principais indicadores das
desaprovações eram: PREFEITURAS Motivo Nº reprovados % - Falta de documentos 303 - 78% - Despesas sem licitação 301 - 77% - Erros na contabilização de receitas 202 - 52% - Erros em saldos bancários 177 - 45% CÂMARAS DE VEREADORES Motivo Nº reprovados % - Não recolhimento de IR 126 - 32% - Extrapolação de salários 101 - 26% - Atraso em relatório fiscal 97 - 25% - Falta de documentos 85 - 22%
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 11
Fonte: Tribunal de Contas do Estado - http://www.bemparana.com.br/noticia/9893/contas-
reprovadas-em-80-dos-municipios-do-pr
Em 2010, o TCE-PR apontou que os principais erros que justificaram desaprovações
de contas dos presidentes de câmaras foram:
5 - AGENTES PÚBLICOS DE ENVOLVIMENTO OBRIGATÓRIO NAS PCS:
Segundo determinação da Instrução Normativa nº 97, de 27 de fevereiro de 2014, editada pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná, que “dispõe sobre as prestações de contas anuais das administrações direta e indireta municipais, nos termos dos artigos 216 e 226 e seus parágrafos, do Regimento Interno, e dá outras providências, três são os responsáveis diretos pelas Prestações de Contas Anuais, nos Municípios (prefeitura, câmara, fundações públicas, autarquias, consórcios, empresas públicas, etc.). São eles:
a) gestor (das contas ou atual) b) contador c) controlador interno
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 12
Vejamos:
§ 1º “Art. 4º Para efeito da definição de responsabilidades, consideram-se:
§ 2º I - gestor das contas, a pessoa de cada representante legal da Entidade que tenha exercido a ordenação de despesas no período correspondente às contas prestadas;
§ 3º II - gestor atual, o nome do atual representante legal da Entidade, responsável pela apresentação da prestação de contas.
§ 4º Parágrafo único. Observada a delimitação do período de responsabilidade, consideram-se gestor das contas e gestor atual, nas Entidades integrantes da Administração Pública Municipal, o nome do responsável legal, na pessoa do Prefeito para o Poder Executivo, Presidente da Câmara para o Poder Legislativo e, nas Entidades integrantes da Administração Indireta, o nome do dirigente máximo, na pessoa do Presidente, Diretor Presidente, Superintendente ou quem a lei designar.
Art. 5º O recebimento da prestação de contas anual estará condicionado à identificação dos responsáveis pela Entidade, indicando-se as datas de início e fim dos períodos de responsabilidade, dentro do exercício financeiro de competência das contas.
§ 5º § 1º Deverão estar previamente cadastrados, no Sistema de Cadastro do Tribunal de Contas, todos os gestores que responderam pela Entidade, no exercício de competência da prestação de contas, os responsáveis pela Contabilidade e pelo Controle Interno do mesmo período e, ainda, o gestor atual, conforme definido no inciso II, do art. 4º.
§ 2º A ausência de cadastro ou a falta de atualização poderá acarretar na responsabilização do agente, nos termos da Lei Complementar nº 113/2005, do Regimento Interno e demais atos normativos do Tribunal.”
E ainda adverte que:
“Art. 5º... ... § 6º § 3º O responsável técnico pela Entidade deverá ser
necessariamente profissional de contabilidade, com registro ativo e regular junto ao Conselho Regional de Contabilidade do Paraná à época dos registros contábeis, comprovando esta qualificação junto ao processo.”
6 - VIAS DE RESPONSABILIZAÇÃO DOS ENVOLVIDOS DIRETAMENTE NAS PCS:
Na omissão, na ação irregular no órgão, bem como, na falta de prestação de contas, os responsáveis diretos estarão sujeitos a responder em mais de uma via, independentemente uma das outras.
Obviamente, através de processos que lhes propiciem o direito à defesa e ao contraditório (art. 5º, inciso LV da Constituição Federal), quais sejam:
a) administrativa (no órgão prestador das contas e/ou no CRC)
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 13
b) penal (judicial) c) civil (judicial) d) político-administrativa (câmara municipal)
7 - PENAS A QUE OS RESPONSÁVEIS ESTÃO SUJEITOS:
Após o trâmite processual, na respectiva via, podem ser aplicadas as seguintes penas aos responsabilizados:
7.1 No Processo Administrativo Junto ao TCE:
Por determinação da Lei Complementar do Estado do Paraná nº 113, de 15 de dezembro de 2005, que dispôs sobre a Lei Orgânica do TCE/PR, as sanções podem ser:
“Art. 85. O Tribunal de Contas, em todo e qualquer processo administrativo de sua competência em que constatar irregularidades poderá, observado o devido processo legal, aplicar as seguintes sanções e medidas: I - multa administrativa; II - multa por infração fiscal; III - multa proporcional ao dano e sem prejuízo do ressarcimento; IV - restituição de valores; V - impedimento para obtenção de certidão liberatória; VI - inabilitação para o exercício de cargo em comissão; VII - proibição de contratação com o Poder Público estadual ou municipal; VIII - a sustação de ato impugnado, se não sanada a irregularidade no prazo de 30 (trinta) dias.”
Contudo, tais sanções envolvem penas a serem aplicadas também aos órgãos envolvidos, como o impedimento de liberação da certidão institucional.
Concernentemente aos responsáveis, podemos dizer que os resultados negativos de sua conduta dolosa, culposa, ativa ou passiva, sejam:
a) multa funcional b) ressarcimento (restituição) c) inelegibilidade (indireta, da LC 64/90) d) declaração de inidoneidade e) impedimento de ocupar cargo comissionado
Aliás, outro ato do TCE/PR que pode ser considerado uma pena aos
responsabilizados, é o lançamento de seus nomes no cadastro dos responsáveis com contas julgadas irregulares.
Nos inúmeros julgamentos da Corte de Contas paranaense envolvendo as Prestações de Contas, não foram poucas as vezes que o TCE aplicou essas penas (ao gestor, ao contador, ao controlador), como pode ser verificado pelo material eletrônico constante do A.V.A. e vinculado a este curso.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 14
7.2 Em Ação Civil Pública (ou Ação Popular):
Quando da incidência de um ato ou omissão do agente público, que cause prejuízos ao erário ou que desobedeça a princípio aplicável à Administração Pública, caracterizando Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92),esse estará sujeito às seguintes sanções:
a) perda da função pública b) perda dos bens adquiridos ilicitamente
c) suspensão dos direitos políticos (inelegibilidade de até 10 anos) d) penas pecuniárias (até cem vezes) e) impedimento de contratar com órgãos públicos f) impedimento de participar de concurso público g) impedimento de receber benefícios públicos h) impedimento de receber incentivos fiscais
7.3 Em Processo penal
Como dito anteriormente, é possível existirem processos em várias vias, apurando os mesmos atos ou omissões, em busca de responsabilizações em campos diversos.
Uma das vias possíveis de apuração, paralela, concomitante, ou até em sequencia, é a penal.
A intenção aqui neste campo é apurar se houve ocorrência de crime.
Nessa área de apuração, as penas resultantes podem ser:
a) penas privativas de direitos b) penas pecuniárias c) penas de prestação de serviços d) penas privativas da liberdade e) liberdade ou benefícios condicionais
Inclusive, dentre outros, relacionamos abaixo alguns crimes ligados à Prestação de Contas, puníveis pelo Poder Judiciário, relativos à Lei 10.028/00, que inseriu no Código Penal brasileiro a previsão de penas para os crimes contra as finanças públicas:
a)- Art. 359-B Inscrição de despesas não empenhadas em RP (Detenção de 6m a 2 a). b) - Art. 359-C- Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura. (Reclusão de 1 a 4 anos). c) - Art. 359-D – Ordenação de despesa não autorizada (Reclusão de l a 4 anos. d) - Art. 5° - I- deixar de divulgar ou enviar ao PL e ao TC o relatório de gestão fiscal.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 15
7.4 Em Processo disciplinar (funcional) onde esteja vinculado:
Por falta funcional cometida por servidor, o órgão ao qual esteja vinculado poderá abrir processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar eventuais responsabilizações.
O processo administrativo disciplinar – PAD (lato sensu) abrange a sindicância administrativa e o processo administrativo disciplinar (stricto sensu), nos termos do art. 143 da Lei nº 8.112/90.
O processo administrativo disciplinar é o meio de apuração e punição de faltas graves dos servidores públicos e demais pessoas sujeitas ao regime funcional de determinados estabelecimentos da Administração, enquanto que a sindicância é o meio sumário de elucidação de irregularidades no serviço para subseqüente instauração de processo e punição ao infrator.
Esta é o verdadeiro inquérito administrativo que precede o processo administrativo
disciplinar. Numa primeira modalidade a sindicância caracteriza-se como peça preliminar e
informativa do processo administrativo disciplinar, ou seja, é meio de apuração prévia. A segunda espécie seria a sindicância de caráter processual, pois destina-se a apurar a
responsabilidade de servidor identificado, por falta leve, podendo resultar em aplicação de pena – é um processo administrativo disciplinar sumário.
A sindicância administrativa poderá resultar em:
I – arquivamento do processo, no caso de inexistência de irregularidade ou de impossibilidade de se apurar a autoria; II – aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até trinta dias; ou III – instauração de processo administrativo disciplinar.
O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.
Após as apurações deve a administração pública chegar à conclusão se cabe ou não instaurar o processo administrativo disciplinar.
Verificando que o caso concreto exige a aplicação de punição administrativa, que não é compatível com a sindicância, deve proceder à instauração do referido processo, abrindo prazo para defesa do acusado, sob pena de nulidade do processo.
A instauração de PAD será sempre necessária para a aplicação das seguintes penalidades:
a) demissão b) cassação de aposentadoria c) disponibilidade d) destituição de cargo em comissão e) destituição de função comissionada f) suspensão superior a 30 dias (o limite da penalidade de suspensão é de 90 dias).
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 16
Nos demais casos, basta a sindicância para apurar a infração imputada ao servidor e, desde que se lhe assegure contraditório e ampla defesa prévios, aplicar a respectiva sanção – advertência ou suspensão por até 30 dias.
As fases do processo administrativo disciplinar de procedimento ordinário são, no sistema federal:
a) instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; b) inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; c) julgamento (art. 151 da Lei nº 8.112/90).
7.5 Em Processo disciplinar (profissional), pelo CRC:
Por certo que o Contador, enquanto profissional com regulamentação federal, deve atuar com disciplina, ética e responsabilidade, independentemente de estar vinculado ao poder público ou à iniciativa privada.
Segundo previsão do Decreto-Lei nº 9.295/1946, o contador, bem como o técnico em contabilidade, oficialmente inscrito no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), estarão sujeitos às seguintes penalidades, que podem ser aplicadas independentes de outras consequências em vias distintas:
“Art. 27. As penalidades ético-disciplinares aplicáveis por infração ao exercício legal da profissão são as seguintes: (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) a) multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade do exercício em curso aos infratores dos arts. 12 e 26 deste Decreto-Lei; (Redação dada pela Lei nº
12.249, de 2010) b) multa de 1 (uma) a 10 (dez) vezes aos profissionais e de 2 (duas) a 20 (vinte) vezes o valor da anuidade do exercício em curso às empresas ou a quaisquer organizações contábeis, quando se tratar de infração dos arts. 15 e 20 e seus respectivos parágrafos; (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) c) multa de 1 (uma) a 5 (cinco) vezes o valor da anuidade do exercício em curso aos infratores de dispositivos não mencionados nas alíneas a e b ou para os quais não haja indicação de penalidade especial; (Redação dada pela Lei nº
12.249, de 2010) d) suspensão do exercício da profissão, pelo período de até 2 (dois) anos, aos profissionais que, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas públicas; (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ao profissional com comprovada incapacidade técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada, porém, ao interessado a mais ampla defesa; (Redação dada
pela Lei nº 12.249, de 2010) f) cassação do exercício profissional quando comprovada incapacidade técnica de natureza grave, crime contra a ordem econômica e tributária, produção de falsa prova de qualquer dos requisitos para registro profissional e apropriação indevida de valores de clientes confiados a sua guarda, desde que homologada por 2/3 (dois terços) do Plenário do Tribunal Superior de Ética e Disciplina; (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 17
g) advertência reservada, censura reservada e censura pública nos casos previstos no Código de Ética Profissional dos Contabilistas elaborado e aprovado pelos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade, conforme previsão do art. 10 do Decreto-Lei no 1.040, de 21 de outubro de 1969. (Incluído
pela Lei nº 12.249, de 2010)” 7.6 No julgamento das contas na Câmara Municipal:
Como dito no início deste material, dos diferentes tipos de prestação de contas, apenas a P.C.A. (prestação de contas anual) do Executivo, está sujeita ao julgamento da Câmara de Vereadores.
Sendo assim, quando da análise das respectivas contas prestadas, ou na falta delas, o Poder Legislativo poderá encontrar razões para o afastamento temporário ou a cassação do mandato do prefeito.
Se isso acontecer, a pena poderá ser aplicada com base no Decreto-Lei 201/67, após o processamento com a concessão da defesa e contraditório.
Ao final, ainda poderá ocorrer a indicação de prejuízo ao erário, com o envio dos motivos ao Ministério Público, para propositura da ação judicial competente, a fim de buscar o ressarcimento.
Do resultado das contas desaprovadas, assim como, da cassação do prefeito, acontecerá a incidência obrigatória da inelegibilidade prevista na Lei Complementar 64/90 (art. 1º, I, “c” e “g”)
7.7 Outras responsabilizações na área cível:
De registrar ainda, que, além das penalidades antes abordadas, poderão também ser propostas outras ações no Judiciário, em busca da responsabilização de gestores e servidores públicos, por atos cometidos ou informados nas prestações de contas ou em sua omissão, tais como:
a) ressarcimento ao erário (imprescritível, segundo o STF) b) indenizatória (dano moral e material) c) regressiva de ressarcimento (se o órgão for penalizado, por exemplo)
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 18
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 19
PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CONVÊNIOS FEDERAIS
Cleverson Salache
1. O DEVER DE PRESTAR CONTAS
A Prestação de Contas é obrigatória para qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária, conforme disposto no § único, art. 70, da CF/88, art. 93, do Dec-Lei
200/67 e art. 66, do Dec. nº 93.872/86.
Sendo a Constituição Federal de 1988 a base da legislação brasileira, no parágrafo
único do Art. 70- a redação é a seguinte:
“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária”.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 20
Desde a Constituição de 1891, inclusive, todas as Cartas Magnas brasileiras preveem,
de alguma forma, a prestação de contas dos recursos públicos.
O objetivo da prestação de contas é demonstrar a correta aplicação dos recursos
transferidos.
A elaboração da prestação de contas é sempre responsabilidade do gestor que está em
exercício na data definida para sua apresentação, quer ele tenha assinado ou não o termo de
convênio, ou referente ao exercício equivalente.
Segundo jurisprudência do TCU, compete ao prefeito sucessor apresentar as contas
referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou,
na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio
público com a instauração da competente Tomada de Contas Especial, sob pena de
responsabilidade (Súmula 230).
Para isso, é necessário que o gestor observe os procedimentos descritos na Legislação
referentes às fases de proposição, celebração e execução dos convênios, como também em
algumas regras, baseadas em Adendos.
2. A QUEM PRESTAR CONTAS
Na gestão pública ou privada, prestamos contas cotidianamente, pois sempre existem
as relações de poder e de delegação, ainda que no setor público esses delegantes sejam menos
individualizados, dado que se encontram na sociedade e seus diversos segmentos.
Peter Drucker, acrescenta que em relação ao fundo público, se não houvessem os
processos e os formulários, seríamos condenados a pilhagem sistemática. Tal sentença de tão
celebre pensador reforça o valor dos mecanismos burocráticos nessa tarefa de prestar contas,
na busca de se identificar, registrar e formalizar os atos, ainda que o enfoque dado a esse
processo de agrupamento de informações seja muitas vezes débil para inibir desvios e
identificar fragilidades, por ter uma visão puramente documental, ensimesmada, no aspecto
negativo da burocracia.
A prestação de contas na administração pública se faz em vários momentos, seja nas
contas anuais dos administradores julgados pelos Tribunais de Contas, sejam nas contas do
Presidente da República, as chamadas contas de governo, ou ainda, nas descentralizações de
recursos de um ente para o outro, nas ações em parceira no contexto federativo, nos
chamados convênios e outros instrumentos congêneres.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 21
3. COMPOSIÇÃO E CONTEÚDO
A Prestação de Contas pode ser realizada em forma parcial ou final.
Ambas as formas apresentam características similares, sendo estas apresentadas
contendo todas as informações referente a liberação, acompanhamento e aplicação dos
recursos.
Em caso de convênios, para cada item do Plano de Trabalho o Convenente deverá
apresentar: Cópias de Fotos/ vídeo/ imagens/ jornais (devidamente acompanhado do arquivo
original, salvo em CD) ou a critério do Convenente, apresentar os originais ou qualquer
registro que comprove de maneira inequívoca a execução do item/ação constante no Plano de
Trabalho, de modo que fique evidenciada a utilização da logomarca do apoio pelos órgãos e
entidades da administração pública federal, onde ocorreu à ação, a data em que ocorreu o
registro e, quando for o caso a ação para qual se faça necessária a identificação específica,
além de todos os respectivos documentos fiscais comprobatórios. (Acórdão Nº 996/2009).
4. FORMULÁRIOS, COMPONENTES E RELATÓRIOS
A prestação de contas tanto parcial quanto final, deve ser acompanhada de relatórios
comprobatórios, os quais devem contém informações e documentos que contemplem todas as
informações prestadas.
Em caso de convênios, o Convenente possui o prazo de até60 dias após o fim da
vigência do Convênio para apresentar a prestação de contas final do total dos recursos
recebidos.
Abaixo estão apresentados os componentes básicos das prestações de contas.
4.1.Cumprimento do objeto
O relatório de Cumprimento de Objeto éde fundamental importância para a análise
técnica. Deve demonstrar o atingimento dos objetivos do convênio e os resultados e impactos
sociais do Programa.
Deve-se justificar as razões do não cumprimento das metas físicas e financeiras, se for
o caso. (p. 14 a 16 Manual de PC do TCU).
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 22
4.2.Relatório de Execução Físico Financeira
São 3 formulários (físico, financeiro e um conciliado).
Seus dados devem estar compatíveis com os dados constantes do Plano de trabalho
(meta/ação; prazo; e, valor).
Exemplo:
Observa-se que no modelo acima, apresenta-se duas colunas, devendo ser computadas
as despesas conforme segue:
NO PERÍODO – são os registros relativos à parcela da prestação de contas.
ATÉ O PERÍODO – são os registros referentes à soma das parcelas anteriores + a
parcela que se está prestando contas.
4.3.Demonstrativos de Execução de Despesas e Receitas
Trata-se de um demonstrativo e deve evidenciar os recursos recebidos em:
Transferências, a contrapartida e os rendimentos da aplicação dos recursos no
mercado financeiro (quando for o caso) e as despesas realizadas (por rubrica ou por natureza
de despesa) e saldo.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 23
Exemplo de Demonstrativo
4.4.Relações de Pagamentos e de Bens
São demonstrativos que apresentam todos os pagamentos realizados e os bens
adquiridos.
O documento relação de pagamentos, deve conter os números de CNPJ/CPF, os
respectivos números de nota fiscal e a data de emissão.
Todos os pagamentos devem constar dos extratos bancários.
A natureza da despesa dos pagamentos deve ser compatível com o previsto no Plano
de Trabalho.
Todas as páginas devem ser assinadas.
Já o documento Relação de bens, Deve-se informar a aquisição de bens permanentes,
que foram adquiridos.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 24
Exemplo do Documento Relação de Pagamentos:
Exemplo do Documento Relação de Bens:
4.5.Conciliação Bancária
Trata-se do relatório onde são realizadas as apurações referente todas as
movimentações bancárias.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 25
A conciliação bancária deve ser precisa, não admitindo diferenças, nem que sejam
mínimas.
A conciliação bancária deve ser enviada junto com os extratos bancários
comprobatórios.
Exemplo de Conciliação Bancária:
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 26
4.6.Termo de Aceitação Definitiva da Obra e Declaração de Realização do Objeto.
Tais documentos, devem ser confeccionados ao final do processo de prestação de
contas, podendo ser feitos através de declarações assinadas pelo responsável maior da
instituição.
Em caso de obras, de posse do termo de aceitação e não havendo mais itens para
execução é possível caminhar para a confecção do Declaração de Realização do Objeto.
4.7. Comprovante de recolhimento do saldo de recursos
Em caso de sobras de recursos, por falta de execução ou economicidade dos processos
licitatórios, as sobras de recursos devem ser recolhidas ao Tesouro Nacional por meio de
GRU, a qual deve ser quitada e encaminhada junto com a prestação de contas.
4.8. Cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações realizadas.
Para comprovação da legalidade das despesas realizadas devem ser encaminhados
juntamente com a prestação de contas as cópias dos despachos adjudicatórios e homologação
das licitações realizadas ou em caso da não existências dos documentos descritos acima,
justificativa para sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal.
5. Quem analisa e assina a Prestação de Contas.
A prestação de contas é analisada pelas seguintes áreas:
Unidade Técnica;
Unidade Financeira;
Ordenador de Despesas;
Tribunal de Contas
Análise Realizada pela Unidade Técnica.
Analisa o Relatório de Execução Físico-Financeira (campo físico), certificando se as
informações constantes deste campo estão de acordo com o cronograma de execução e com a
execução física do objeto;
Analisa o Relatório de Cumprimento do Objeto;
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 27
Analisa a Relação de Bens certificando se os bens adquiridos, produzidos ou
construídos com os recursos recebidos, estão de acordo com o pactuado entre as partes;
Analisa o Termo de Aceitação definitiva do objeto – verificando se o objeto foi
realizado e recebido de acordo o projeto apresentado, quando for o caso.
Emite parecer técnico decisivo quanto ao cumprimento do objeto pactuado, ou da
parcela em questão.
5.2. Análise Realizada pela Unidade Financeira.
A Unidade Financeira, inicialmente analisa o Relatório de Execução Físico-Financeira
(campo financeiro), certificando se os recursos foram utilizados de acordo com o proposto,
isto é, se os valores foram aplicados em cada meta, de acordo com o Projeto Básico;
Analisa a Relação de Pagamentos – verificando, por intermédio das informações
constantes do formulário, se os recursos foram aplicados de acordo com o Plano de
Aplicação; se as despesas ocorreram dentro da vigência do convênio, e se os valores
requereram processo licitatório.
Analisa o Demonstrativo da Receita e Despesa;
Analisa o extrato da conta bancária específica, comparando-o com os valores, os
cheques e as ordens bancárias constantes da Relação de Pagamentos.
Apura o valor oriundo da aplicação no mercado financeiro, e compara-o com o
mencionado no Demonstrativo da Receita e Despesa.
Analisa o comprovante de recolhimento do saldo de recursos à conta do concedente –
verificando se o valor devolvido coincide com o mencionado no Demonstrativo da Receita e
Despesa;
Verifica se existe a cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações ou
justificativas para sua dispensa ou inexigibilidade;
Emite parecer técnico quanto a aplicação dos recursos financeiros transferidos.
5.3. Ordenador de Despesas e Unidade Financeira.
Aprova a prestação de contas. Expressa no processo que os recursos transferidos
tiveram boa e regular aplicação.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 28
Encaminha o processo à Unidade de Orçamento e Finanças para instauração de
tomada de contas especial, caso não aprove a prestação de contas, após exauridas todas as
medidas administrativas cabíveis para sanar as possíveis impropriedades e irregularidades
constantes do referido processo.
Cabe a Unidade Financeira a instauração da Tomada de Contas Especial.
6. Tomada de Contas Especial.
A Tomada de Contas Especial (TCE) é um processo devidamente formalizado, com
rito próprio que visa à apuração de responsabilidade por ocorrência de dano à administração
pública federal e à obtenção do respectivo ressarcimento (art. 3º da Instrução Normativa TCU
56/2007).
Em regra, a TCE deve ser instaurada pela autoridade competente do próprio órgão ou
entidade jurisdicionada (responsável pela gestão dos recursos), depois de esgotadas as
providências administrativas internas com vista à recomposição do erário. A não adoção
dessas providências no prazo máximo de cento e oitenta dias caracteriza grave infração à
norma legal, sujeitando a autoridade administrativa federal competente omissa à imputação
das sanções cabíveis, incluindo a responsabilidade solidária no dano identificado (art. 1º, §1º,
da IN/TCU 56/2007).
Entretanto, a TCE pode ser instaurada por recomendação dos órgãos de controle
interno (art. 50, III, da Lei 8.443/92) ou por determinação do próprio Tribunal, nos casos de
omissão na prestação de contas ou inércia na instauração da TCE pelo gestor. A TCE pode
ser, ainda, oriunda de conversão de outros processos de controle externo, tais como,
denúncia, representação, inspeção, auditoria e processos de registro de atos de pessoal (art.
47 da Lei 8.443/92).
A norma reguladora do processo de TCE no TCU é a Instrução Normativa TCU
56/2007, vigente desde 1º de janeiro de 2008, que estabelece como objetivo do processo de
TCE:
a) apurar os fatos (o que aconteceu);
b) identificar os responsáveis (quem participou e como);
c) quantificar os danos (quanto foi o prejuízo ao erário).
Para tal, o processo de TCE deve conter elementos de prova/convicção suficientes
para se definir qual foi a conduta dos agentes públicos e demais responsáveis envolvidos
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 29
(agentes solidários ou não), qual/quanto foi o dano e, principalmente, o nexo de causalidade
entre a conduta dos agentes e o dano.
Conforme estabelece o art. 1º da Instrução Normativa TCU 56/2007 c/c o art. 8º da
Lei 8.443/92 (Lei Orgânica do TCU), são determinantes para a instauração de TCE a
ocorrência de pelo menos um dos seguintes fatos:
a) omissão no dever de prestar contas;
b) não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, mediante convênio,
contrato de repasse ou instrumento congênere;
c) ocorrência de desfalque, desvio ou desaparecimento de dinheiros, bens ou valores
públicos;
d) prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano à administração
pública federal.
São elementos essenciais ao processo de TCE, para tomada de contas especial de
acordo com a Instrução Normativa TCU 56/2007:
a) ficha de qualificação do responsável;
b) demonstrativo financeiro do débito;
c) cópia integral do processo de transferência de recursos, juntamente com a prestação de
contas, quando for o caso;
d) cópia do relatório de comissão de sindicância ou de inquérito, acompanhado de cópia dos
documentos que caracterizam a responsabilidade apurada;
e) cópia das notificações de cobrança expedidas;
f) cópia da notificação da entidade beneficiária, no caso de omissão no dever de prestar
contas de recursos repassados mediante convênio, contrato de repasse ou instrumento
congênere;
g) relatório do tomador de contas (pode ser o responsável pela gestão dos recursos ou outro
agente designado para tomar as contas);
h) relatório e o certificado de auditoria (emitidos pelo controle interno);
i) pronunciamento ministerial;
j) outros elementos que contribuam para caracterização do dano e da responsabilidade.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 30
As TCE só devem ser instauradas pelas unidades competentes e encaminhadas ao
TCU para julgamento se o dano ao erário, atualizado monetariamente, for de valor igual ou
superior à quantia estabelecida pelo Tribunal, atualmente fixada em R$ 23.000,00 (IN/TCU
56/2007, art. 11).
Se o dano for de valor inferior, a autoridade administrativa federal competente, ainda
assim, deverá esgotar as medidas administrativas internas visando ao ressarcimento
pretendido e providenciar a inclusão do nome do responsável no Cadastro Informativo dos
débitos não quitados de órgãos e entidades federais – Cadin e em outros cadastros afins,
observando-se os requisitos especificados na respectiva legislação (art. 1º, §3º, c/c art. 5º, §2º,
da Instrução Normativa TCU 56/2007).
A TCE, no âmbito no TCU, possui etapas instrutivas e decisórias, garantidos o
contraditório e a ampla defesa, havendo, ainda, a possibilidade de interposição de recursos.
Os processos de TCE no TCU poderão ser julgados regulares (dando quitação plena
aos responsáveis), regulares com ressalva (falhas formais) e irregulares. Podem ainda ser
considerados iliquidáveis (trancamento das contas por impossibilidade de julgamento) ou
arquivados sem apreciação do mérito quando verificada a ausência de pressupostos de
constituição ou de desenvolvimento válido e regular do processo (arts. 197 a 213 do
Regimento Interno do TCU).
Quando as contas são julgadas irregulares há imputação de débito e/ou multa, decisão
que tem eficácia de título executivo extrajudicial (art. 71, § 3º, da CF/88 e art. 585, VII, do
CPC), tornando a dívida líquida e certa.
Após o julgamento, o responsável é notificado para, no prazo de quinze dias, recolher
o valor devido. Se o responsável, regularmente notificado, não recolher tempestivamente a
importância devida, é formalizado processo de cobrança executiva, o qual é encaminhado ao
Ministério Público junto ao Tribunal para, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) ou
das unidades jurisdicionadas ao TCU que detêm essa competência, promover a cobrança
judicial da dívida ou o arresto de bens.
Além dessas consequências, outras sanções podem ser aplicadas a partir do
julgamento das contas, tais como, declaração de inidoneidade do particular para licitar ou
contratar com a administração, declaração de inabilitação para o exercício de cargo ou função
pública, inclusão no Cadastro Informativo dos débitos não quitados de órgãos e entidades
federais - Cadin, comunicação ao Ministério Público Federal e solicitação do arresto de bens
para garantir o ressarcimento.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 31
O próprio julgamento das contas pela irregularidade já apresenta, como consequência,
a inclusão no cadastro a ser enviado à Justiça Eleitoral, a partir do qual o responsável poderá
figurar na lista de inelegíveis.
7. Auditoria da Controladoria Geral da União.
A qualquer tempo, mesmo não havendo indício de irregularidade na execução do
objeto do convênio, os Órgãos de Controle Interno poderão fiscalizar todos os atos e fatos
relacionados direta ou indiretamente com o instrumento pactuado.
Os servidores dos Órgãos de Controle Interno terão livre acesso às instalações e
documentação relativa ao convênio em escrutínio.
Curso: Prestação de Contas Municipal 12 e 13 de Fevereiro/Curitiba Página 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Prestação de Contas de Convênios: dever do gestor, direito da sociedade: módulo 3:
Prestação de contas/ Tribunal de Contas da União. – Brasília: Instituto Serzedello Corrêa,
2009. 37 p.
Prestação de Contas de Convênios: dever do gestor, direito da sociedade: módulo 2: Fases do
Convênio/ Tribunal de Contas da União. – Brasília: Instituto Serzedello Corrêa, 2009. 37 p.
FONSECA, Luiz Carlos da. Google grupos: Convênios Federais/SICONV.2010. Disponível
na via WWW.URL: http://groups.google.com/group/convenios?hl=pt-BR.
CheckList referente à documentação obrigatória a ser apresentada nas Prestações de Contas
no MTUR. – Brasília. Ministério do Turismo. 4 p.
Portaria Interministerial 127/2008. Feitas alterações pelas Portarias n° 165, 342, 404 e 268,
de 20/06, 05/11 e 23/12/08 e 25/08/09. – Brasília. Ministério do planejamento, orçamento e
gestão Gabinete do ministro. 29 de maio de 2008.
Guarda documental por 20anos – Orientações Atualizadas, pesquisado em 19 de maio de
2014. Disponível em WWW.URL:
https://www.convenios.gov.br/portal/avisos/GuardaDocumental20anos-
OrientacoesAtualizadas.pdf
Mendonça, Wanessa Silva. Fazendo sua Licitação. Pág. 107. Disponível em:
www.educacao.go.gov.br/documentos/apostila_licitacao_resumida.pdf.
Manual de Prestação de Contas de Convênios. Pesquisado em 7 de junho de 2014. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/manual_pc.pdf
Orientação para Prestação de Contas de Convênios. Pesquisado em 7 de junho de 2014.
Disponível na internet via WWW.URL:
http://www.fns.saude.gov.br/documentos/normasdefinanciamento/Orientacao_para_Prestaca
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Dicas e formulários para elaboração de prestação de contas de convênios. Pesquisado em 7
de junho de 2010.Disponível na internet via WWW.URL:
http://www.conder.ba.gov.br/convenios.htm
Treinamento de Execução no SICONV - Módulo. Ministério da Integração Nacional.
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. 5ª
Superintendência Regional. Maio 2010.
Grazziotin, Paulo. Google grupos: Ementário De Gestão Pública. Pesquisado em 17 de junho
de 2010. Disponível na internet via WWW.URL:
http://groups.google.com.br/group/prgg/msg/698741e6fe2a191a?pli=1
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Parabéns por se qualificar!
Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos serviços públicos!
Obrigado pela atenção
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EM CASO DE EMERGÊNCIA