Apostila Previdenciário

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1DIREITO PREVIDENCIRIO

Atualizao: 1 Semestre/2011 PRIMEIRA PARTE: REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL

NOES ELEMENTARES SOBRE SEGURIDADE SOCIAL

Seguridade Social artigo 194, CF um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo sade, previdncia e assistncia social.

A Constituio Federal de 1988 reuniu as trs atividades da seguridade social: sade, previdncia social e assistncia social, ganhando autonomia em relao ao Direito do Trabalho, sendo tratada no Capitulo Da Ordem Social.

Portanto, a Seguridade Social compreende as aes nas reas da sade, da assistncia social e da previdncia social. Essas aes so de responsabilidade dos Poderes Pblicos (Unio, Estados, Distrito Federal de Municpios), que devem inserir recursos em suas leis oramentrias para garantir o desenvolvimento dessas aes, bem como da sociedade.

Para se obter as aes da seguridade social nas reas da sade e da assistncia social no necessrio contribuir para um sistema securitrio. A Constituio Federal estabelece que a sade direito de todos e dever do Estado (artigo 196, CF) e que a assistncia social ser prestada a quem dela necessitar (artigo 203, CF). Porm, para se obter as prestaes da previdncia social (benefcios e servios) a contribuio obrigatria. Organizao da Seguridade Social: Nos termos do nico do artigo 194 da CF, compete ao Poder Pblico, nos termos da lei, a organizao da Seguridade Social. A norma que regula as aes e servios de sade, estabelecendo condies para a sua promoo, proteo e recuperao a Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990. A Lei n 8.742, de 07 de dezembro de 1993 Lei Orgnica da Assistncia Social disciplina a assistncia social, como direito do cidado e dever do Estado, sendo Poltica de Seguridade Social no contributiva, que prov os mnimos sociais, realizada atravs de um conjunto integrado de aes de iniciativa pblica e da sociedade, para garantir o atendimento s necessidades bsicas.

2Na rea da Previdncia Social temos a Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991 que dispe sobre a organizao da Seguridade Social, estabelecendo o Plano de Custeio, e a Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991 que dispe sobre os Planos de Benefcios da Previdncia Social. Essas duas leis previdencirias foram regulamentadas

respectivamente pelos Decretos ns 356 e 357, de 07 de dezembro de 1991. O atual regulamento da Previdncia Social o Decreto n 3.048, de 06 de maio de 1999. PRINCPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL Nos termos do pargrafo nico do artigo 194 da CF, temos que a Seguridade Social ser organizada pelo Poder Pblico, baseando-se nos seguintes objetivos. Trata-se, na realidade, de princpios que regem a Seguridade Social, a saber:

universalidade da cobertura e do atendimento significa que todos devem estar cobertos pela proteo social e que esta deve abranger todos os riscos sociais (infortnios que causam incapacidade).

uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais a Constituio Federal igualou as populaes urbanas e rurais para fins de obteno da proteo social.

seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios a seletividade implica que as prestaes sejam fornecidas apenas a quem realmente necessitar, desde que se encontrem nas situaes que a lei definiu, como por exemplo, o benefcio de auxlio doena s ser concedido em situao de incapacidade temporria. No que se refere distributividade, o Poder Pblico se vale da Seguridade Social para distribuir renda entre a populao, o que significa dizer que alguns beneficirios recebem todos os benefcios, outros no.

irredutibilidade do valor dos benefcios busca assegurar reajustamento, preservando, em carter permanente, o seu valor real, igual poder de compra do benefcio originalmente recebido, no podendo sofrer reduo.

equidade na forma de participao no custeio leva em conta a capacidade de cada contribuinte, devendo-se cobrar mais contribuio de quem tem maior capacidade de pagamento para que se possa beneficiar os que no possuem as mesmas condies.

3 diversidade da base de financiamento o objetivo diminuir o risco financeiro do sistema protetivo. Quanto maior o nmero de fontes de recursos, menor ser o risco de a seguridade social sofrer, inesperadamente, grande perda financeira.

carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados a administrao da seguridade social permite a participao no s do Poder Pblico, mas tambm da sociedade, por isso que democrtico e descentralizado, especialmente os trabalhadores, os empresrios e os aposentados.

Pr-existncia do custeio nos termos do pargrafo 5 do artigo 195 da Constituio Federal, nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Esse princpio representa a chamada regra da contrapartida, uma vez que tambm no permitida a criao de uma fonte de custeio se no for para utilizao em benefcio ou servio da Seguridade Social.

A LEGISLAO PREVIDENCIRIA o conjunto de leis e atos administrativos que disciplinam a organizao e o funcionamento do sistema securitrio.

O contedo da legislao previdenciria envolve os dispositivos constitucionais, as leis, os regulamentos, os decretos, as portarias, as instrues normativas, as resolues, as circulares etc.

Fontes So os modos de expresso do direito. As fontes principais ou formais do Direito Previdencirio so a Constituio Federal, as Leis (Ordinrias,

Complementares e Delegadas), as Medidas Provisrias, as Smulas do STF que forem aprovadas aps a vigncia da EC 45. As fontes secundrias so os atos normativos emanados do Poder Executivo (decretos, regulamentos, instrues normativas etc.) que se destinam a completar o texto da lei, no podendo inovar ou modificar o texto da norma que complementam.Os costumes, a jurisprudncia, a doutrina e os princpios gerais de direito no so considerados fontes formais do Direito Previdencirio, mas sim critrios de integrao da ordem jurdica, adotados pelo juzo quando da existncia de lacunas no direito. A jurisprudncia porque no se configura como norma obrigatria. A doutrina porque os juzes no esto obrigados a

4observar a doutrina nas suas decises, at porque muitas vezes a doutrina no pacfica, tendo posicionamentos opostos.

Autonomia Para a corrente mais moderna, o Direito Previdencirio coloca-se como ramo do Direito Social, haja vista o avano da proteo social abrangendo tambm os segmentos da sade e da assistncia social. Para alguns, o Direito Previdencirio surgiu a partir da segmentao do Direito Administrativo, uma vez que o vnculo jurdico se d obrigatoriamente com o Estado. H um posicionamento minoritrio de que o Direito Previdencirio faz parte do Direito do Trabalho, posio essa rechaada pela maioria em razo de que as normas trabalhistas, e em especial a CLT, s seriam criadas muito tempo depois das normas previdencirias. Conclui-se, dessa forma, que o Direito Previdencirio reconhecidamente um ramo autnomo do Direito em relao s outras reas da cincia jurdica, uma vez que possui objeto prprio de estudo, princpios e conceitos especficos (tais como salrio de contribuio e salrio de benefcio) diferentes dos que informam os outros ramos do direito. Aplicao das normas previdencirias Aplicar a lei significa enquadrar determinado evento (situao concreta) na norma abstrata (situao genrica prevista em lei). Embora sendo a regra do direito, a subsuno no atende por completo todas as questes, da a grande importncia da hermenutica jurdica.

Vigncia o perodo que vai do momento em que a norma entra em vigor at o momento em que revogada. Publicada a lei, preciso identificar em que momento ela passa a ter vigncia e at quando vigorar.

Hierarquia a ordem de graduao entre as normas jurdicas, de forma que a superior o fundamento de validade da inferior. Se as normas estiverem no mesmo patamar hierrquico, aplicam-se as regras: 1. norma especfica prevalece sobre a geral; 2. in dbio pro misero - deve ser utilizada a lei mais benfica parte mais fraca.

Interpretao tem por objetivo extrair o verdadeiro significado do regramento jurdico. Os mtodos mais comumente utilizados so a Gramatical, Sistemtica, Histrica e Teleolgica. Integrao a busca de outra norma para adaptao ao caso concreto quando houver lacuna da lei. Neste caso, podero ser utilizadas a analogia, costumes, princpios gerais de direito, jurisprudncia e equidade.

5EVOLUO HISTRICA DA SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO E NO BRASIL. SEGURO SOCIAL.

Histrico Mundial: A Seguridade Social surgiu como um regime de proteo aos trabalhadores, oferecendo-lhes melhores condies de vida.

O primeiro ordenamento legal foi editado na Alemanha pelo chanceler Otto Von Bismarck, em 1883, instituindo-se o seguro-doena e estendendo-se posteriormente para outros benefcios. A participao do trabalhador era compulsria em conjunto com os empregadores e o governo.

A primeira Constituio a incluir o tema previdencirio foi a Carta Mexicana de 1917. Evoluo histrica brasileira: Foi com a organizao privada que se iniciou o seguro social brasileiro, sendo que o Estado foi se apropriando do sistema aos poucos, por meio de polticas intervencionistas.

O marco inicial da previdncia social brasileira foi a Lei Eloy Chaves, por meio do Decreto-Legislativo n 4.682, de 24 de janeiro de 1923. A partir da foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Penses CAPs, para os empregados das empresas ferrovirias, mediante contribuio dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado, assegurando aposentadoria aos empregados e penso aos seus dependentes. As CAPs eram organizadas por empresas, ou seja, cada empresa possua a sua Caixa.

Existiam tambm as Santas Casas de Misericrdia que atuavam na seguridade social no ramo da assistncia social.

Ainda com carter mutualista existiam os Montepios, tais como o Mongeral Montepio Geral dos Servidores do Estado, primeira entidade de previdncia privada no pas, cuja finalidade era complementar a renda dos servidores quando deixassem de trabalhar.

No incio da era Vargas (1930-1945) surgem os IAPs Instituto de Aposentadoria e Penses, organizados por categoria profissional, agrupando-se as CAPs e dando mais solidez ao sistema previdencirio, uma vez que contavam com um nmero de segurados superior s destas e empresas pequenas sem condies mnimas para a criao de uma Caixa de Aposentadoria para seus empregados ficavam

desprotegidas.

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A partir de 02.01.1967 todos os IAPs foram unificados no INPS Instituto Nacional do Seguro Social por meio do Decreto-Lei n 72, de 21.11.1966, consolidando-se o sistema previdencirio brasileiro.

Para reorganizar a previdncia social foi institudo o SINPAS Sistema Nacional de Previdncia e Assistncia Social, por meio da Lei 6.439/77, que se tornou o responsvel pela integrao das reas de assistncia social, de previdncia social, assistncia mdica e gesto das entidades ligadas ao Ministrio da Previdncia e Assistncia Social. O SINPAS compreendia:

IAPAS Instituto de Administrao Financeira da Previdncia e Assistncia Social, autarquia que administrava os recursos financeiros, responsvel pela arrecadao, fiscalizao e cobrana de contribuies e demais recursos.

INPS Instituto Nacional de Previdncia Social, autarquia responsvel pela administrao das prestaes (benefcios e servios). INAMPS Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia e Assistncia Social, autarquia responsvel pela prestao da sade, da assistncia mdica.

LBA Legio Brasileira de Assistncia, fundao pblica responsvel pela assistncia social aos carentes. FUNABEM Fundao Nacional do Bem Estar do Menor fundao pblica responsvel pela promoo de poltica social em relao ao menor. CEME Central de Medicamentos, rgo ministerial responsvel pela distribuio de medicamentos por preos acessveis ou a ttulo gratuito. DATAPREV Empresa de Processamento de Dados da Previdncia Social, empresa pblica que gerencia o sistema tecnolgico de informtica.

O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei 8.029/90 criou o INSS Instituto Nacional do Seguro Social, com a juno do IAPAS e do INPS, autarquia responsvel pelo seguro social, passando a administrar os recursos financeiros e as prestaes da previdncia social. O INAMPS foi extinto em 1993 e suas atividades integradas ao SUS Sistema nico de Sade. A LBA e a FUNABEM foram extintas em 1993 e a CEME em 1997.

A Medida Provisria n 222, de 04. 10.2004, convertida na Lei n 11.098, de 13.01.2005, cria a Secretaria da Receita Previdenciria, atribuindo ao Ministrio da Previdncia Social competncias relativas arrecadao, fiscalizao, lanamento e normatizao de receitas previdencirias.

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A Lei 11.457, de 16.03.2007 cria a Secretaria da Receita Federal do Brasil, unificando a Secretaria da Receita Federal e Secretaria da Receita Previdenciria, com o objetivo de centralizar num s rgo a receita tributria federal.

Alm das competncias atribudas pela legislao vigente Secretaria da Receita Federal, cabe Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributao, fiscalizao, arrecadao, cobrana e recolhimento das contribuies sociais das empresas, incidentes sobre a remunerao paga ou creditada aos segurados a seu servio, dos empregadores domsticos e dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salrio de contribuio e ainda as contribuies institudas a ttulo de substituio.

O produto da arrecadao dessas contribuies especificadas e acrscimos legais incidentes sero destinados, em carter exclusivo, ao pagamento de benefcios do Regime Geral de Previdncia Social e creditados diretamente ao Fundo do Regime Geral de Previdncia Social.

A Secretaria da Receita Federal do Brasil prestar contas anualmente ao Conselho Nacional de Previdncia Social dos resultados da arrecadao das contribuies sociais destinadas ao financiamento do Regime Geral de Previdncia Social e das compensaes a elas referentes.

Cabe ao INSS, alm das demais competncias estabelecidas na legislao que lhe aplicvel emitir certido relativa a tempo de contribuio, gerir o Fundo do Regime Geral de Previdncia Social e calcular o montante das contribuies referidas emitindo o correspondente documento de arrecadao, com vistas no atendimento conclusivo para concesso ou reviso de benefcio requerido.

REGIMES DE PREVIDNCIA SOCIAL: REGIME GERAL DE PREVIDNCIA SOCIAL, REGIME PRPRIO DE PREVIDNCIA SOCIAL E REGIME FACULTATIVO COMPLEMENTAR DE PREVIDNCIA SOCIAL.

Regimes de Previdncia Social todo aquele que oferea aos segurados os benefcios de aposentadoria e penso por morte. No Brasil existem trs tipos de regimes previdencirios:

81. Regimes Prprios de Previdncia Social RPPS - fazem parte os servidores pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios que preferiram organizar o seu pessoal segundo um estatuto prprio, com contribuies e benefcios especficos, sempre regidos por lei. A base de contribuio dos servidores pblicos ainda no tem limite mximo.

2. Regime Geral de Previdncia Social RGPS - regime de previdncia social de organizao estatal, contributivo e compulsrio, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil SRFB. o regime obrigatrio para todos aqueles que exercem atividades remuneradas por ele descritas.

3. Regimes de Previdncia Complementar facultativo e de natureza privada. organizado de forma autnoma em relao ao RGPS e baseia-se na constituio de reservas que garantam o benefcio contratado.

Os Regimes Prprios e o Regime Geral de Previdncia Social so administrados pelo Poder Pblico. O regime de previdncia complementar de natureza privada.

O Regime Geral de Previdncia Social se estrutura na Lei n 8.212, de 24.07.1991, que dispe sobre o Custeio da Seguridade Social, e Lei n 8.213, de 24.07.1991, ambas regulamentadas pelo Decreto 3.048, de 06.05.1999.

A PREVIDNCIA SOCIAL DO RGPS

Finalidade da Previdncia Social objetiva a cobertura dos riscos sociais, garantindo meios indispensveis de manuteno em razo de incapacidade laboral, de idade avanada, de tempo de servio, de encargos familiares, de priso ou morte daqueles de quem dependiam economicamente e do desemprego involuntrio. Beneficirios da Previdncia Social todo aquele que pode ser contemplado com um benefcio previdencirio. So os segurados e os dependentes.

Segurados - so pessoas fsicas que contribuem para o RGPS.

Os segurados se dividem em dois grupos:

91. obrigatrios so todos aqueles que exercem atividade remunerada. Nos termos do artigo 11 da Lei 8.213/91 e artigo 9 do Decreto 3.048/99, distribuem-se em:

a. empregado aquele que presta servio de natureza urbana ou rural a empresa, em carter no eventual, sob sua subordinao e mediante remunerao, inclusive como diretor empregado; e outros...

b. empregado domstico aquele que presta servio de natureza contnua, mediante remunerao, a pessoa ou famlia, no mbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos;

existem trs diferenas entre o empregado e o empregado domstico: - quanto ao empregador o empregado presta servio empresa ou pessoa fsica equiparada empresa; o empregado domstico presta servio pessoa ou famlia. - quanto ao local de trabalho a atividade do empregado exercida em mbito empresarial (indstria, comrcio) e a do empregado domstico em mbito residencial. - quanto aos fins a atividade do empregado pode ou no gerar lucro para o empregador, mas a atividade do empregado domstico sempre sem fins lucrativos.

c. contribuinte individual aquele que desenvolve atividade por conta prpria de natureza eventual; e outros...

d. trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou no, presta servio de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vnculo empregatcio, com a intermediao obrigatria do rgo gestor de mode-obra;

e. segurado especial - a pessoa fsica residente no imvel rural ou em aglomerado urbano ou rural prximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxlio eventual de terceiros, na condio de: a) produtor, seja proprietrio, usufruturio, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatrio ou arrendatrio rurais, que explore atividade: 1. agropecuria em rea de at 4 (quatro) mdulos fiscais 2. de seringueiro ou extrativista vegetal

10que exera suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faa dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faa da pesca profisso habitual ou principal meio de vida; e c) cnjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. Para serem considerados segurados especiais, o cnjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados devero ter participao ativa nas atividades rurais do grupo familiar.

2. facultativos so todos aqueles que no se enquadram como segurados obrigatrios, como por exemplo, a dona-de-casa, o estudante, o desempregado etc, desde que tenham a idade mnima de 16 anos. Em nenhuma hiptese ser permitida a filiao como segurado facultativo daquele que j estiver protegido por um sistema securitrio obrigatrio (RGPS ou RPPS). Artigo 13 da Lei 8.213/91 e artigo 11 do Decreto 3.048/99. Servidor pblico vinculado a RPPS excludo do RGPS em razo de j existir um sistema securitrio de proteo. Porm, caso venha a exercer, concomitante, uma ou mais atividades abrangidas pelo RGPS, tornar-se- segurado obrigatrio em relao a essas atividades. vedada a filiao ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime prprio de previdncia ( 5 do art. 201, CF). O Regulamento da Previdncia Social RPS, Decreto n 3.048/99, permite uma exceo a essa regra na hiptese de afastamento sem vencimento e desde que no permitida, nesta condio, contribuio ao respectivo regime prprio ( 2 do art. 11 do RPS). Artigo 12 da Lei 8.213/91 e artigo 9 do RPS.

Dependentes so aqueles que dependem economicamente do segurado, na forma da lei. No cabe ao segurado a livre indicao de seus dependentes. Artigo 16 da Lei 8.213/91 e artigo 16 do Decreto 3.048/99.

Os dependentes agrupam-se em trs classes:

1 classe - cnjuge e ex-cnjuge com penso alimentcia, filhos e equiparados de qualquer condio, menor de 21 anos, no emancipado ou maior de 21anos invlido.

112 classe - pais. 3 classe - irmos de qualquer condio, menor de 21 anos, no emancipado ou maior de 21 anos invlido.

preciso atentar para trs regras bsicas:

1. havendo dependentes na primeira classe, os dependentes das demais classes ficam automaticamente excludos. 2. os dependentes de uma mesma classe concorrem entre si em igualdade de condies. O benefcio rateado em cotas iguais e havendo perda da qualidade de dependente, a cota revertida em favor dos demais. 3. a dependncia econmica das pessoas da primeira classe presumida e a das demais classes deve ser comprovada.

Prestaes da Previdncia Social o RGPS compreende as prestaes divididas em benefcios e servios. Os benefcios so personalssimos, portanto, seus titulares so os segurados ou os dependentes. So prestaes pagas em pecnia. Os servios so prestados indistintamente aos segurados e aos dependentes e so prestaes sem valor econmico. Artigo 18 da Lei 8.213/91 e artigo 25 do Decreto 3.048/99.

Quanto ao segurado, os benefcios podem ser: 1. auxlio doena; 2. auxlio acidente; 3. aposentadoria por invalidez; 4. aposentadoria por idade; 5. aposentadoria por tempo de contribuio; 6. aposentadoria especial; 7. salrio famlia; 8. salrio maternidade.

Quanto ao dependente, os benefcios podem ser: 1. penso por morte; 2. auxlio recluso.

Os servios so: 1. reabilitao profissional; 2. percia mdica; 3. servio social.

12Filiao o vnculo que se estabelece entre as pessoas que contribuem para a previdncia social e esta, do qual decorrem direitos e obrigaes. Para o segurado obrigatrio a filiao automtica, pois decorre do exerccio da atividade remunerada. Para o segurado facultativo, a filiao s ocorrer aps a inscrio formalizada com o pagamento da primeira contribuio. Lembre-se que a filiao do segurado facultativo um ato volitivo, ao contrrio do segurado obrigatrio que tem sua filiao determinada por lei, em razo de sua atividade remunerada. Inscrio o ato pelo qual o segurado cadastrado no RGPS, desde que tenha a idade mnima de 16 anos. Portanto, para o segurado obrigatrio pode haver filiao sem que haja a inscrio, como por exemplo, um advogado que exerce a atividade h trs anos sem nunca ter contribudo. Esse advogado um contribuinte individual devedor que dever fazer sua inscrio e recolher o perodo retroativo.

Para o segurado facultativo, a filiao jamais vir antes da inscrio, pois sem esta no possvel o recolhimento, no podendo as contribuies retroagir a perodos anteriores a sua inscrio.

Se o segurado exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS, ser obrigatoriamente inscrito em relao a cada uma delas. Se em uma das atividades estiver recolhendo sua contribuio social pelo teto mximo permitido, em relao s demais atividades estar dispensado do recolhimento. Assim por exemplo, um segurado que exerce a atividade de advogado (contribuinte individual) e concomitantemente de professor (empregado da universidade), que na empresa j esteja recolhendo no limite mximo, no ter que recolher como contribuinte individual porque estar dispensado.

Se, na condio de aposentado do RGPS, voltar a exercer atividade abrangida por este regime segurado obrigatrio em relao a essa atividade, ficando sujeito s contribuies. Manuteno e Perda da Qualidade de Segurado Manter a qualidade de segurado significa manter o vnculo com o RGPS, uma vez que se trata de um sistema essencialmente contributivo. Entretanto, o RGPS permite que o segurado passe algum tempo sem efetuar recolhimentos, mantendo, assim mesmo, a condio de segurado. Esse perodo em que ele no contribui, mas mantm o vnculo previdencirio denominado perodo de graa, no qual poder obter benefcios previdencirios,

13exceto salrio famlia e auxlio acidente para segurados empregados (artigos 97 e 104, 7 do Decreto 3.048/99).

Durante o perodo de graa no h que se falar em tempo para aposentadoria, uma vez que no esto sendo vertidas as contribuies para o RGPS.

O perodo da manuteno da qualidade de segurado est especificado da seguinte forma:

sem limite de prazo para quem estiver em gozo de benefcio. At 3 meses aps a cessao do servio militar. At 6 meses aps a cessao das contribuies do segurado facultativo. At 12 meses aps: o o o o a cessao do benefcio por incapacidade; a cessao das contribuies do segurado obrigatrio; a cessao da segregao compulsria; o livramento do segurado detido ou recluso.

A cessao das contribuies do segurado obrigatrio ocorre no s porque este deixou de exercer atividade remunerada, mas tambm quando estiver suspenso ou licenciado sem remunerao.

Para o segurado que j tiver efetuado mais de 120 contribuies, sem interrupo que acarrete a perda da qualidade de segurado, o prazo de 12 meses aps a cessao do benefcio por incapacidade e da cessao das contribuies ser prorrogado para at 24 meses. Se ocorrer situao de desemprego, devidamente comprovado no rgo prprio do Ministrio do Trabalho e Emprego, o prazo ser acrescido de mais 12 meses. Vale dizer que o prazo aqui tratado pode alcanar at 36 meses.

A segregao compulsria abrange quem tenha sofrido doena epidemiolgica para a qual a vigilncia sanitria obriga o isolamento com o intuito de evitar a difuso da contaminao. utilizado apenas em relao a casos em que a enfermidade no enseje a concesso de auxlio doena.

No caso de livramento do segurado, inclui-se tambm a situao de fuga.

14A perda da qualidade de segurado ocorre no dia seguinte ao do vencimento da contribuio do contribuinte individual relativa ao ms imediatamente posterior ao trmino dos prazos fixados.

Vamos a um exemplo prtico: segurado foi demitido da empresa aps 15 anos de trabalho. Sabe-se que seu perodo de graa de 24 meses (tem mais de 120 contribuies). No 24 ms ele comprova no MTE sua situao de desempregado, estendendo sua qualidade de segurado por mais 12 meses. Supondo que sua demisso tenha ocorrido em 30 de junho de 2007, a perda da qualidade de segurado ocorrer no dia 16 de agosto de 2010, se o dia 15 de agosto de 2010 for dia til. Explicando: at a competncia junho de graa; a competncia julho dever ser recolhida e seu prazo ser at 15 de agosto, caso seja dia til. No ocorrendo o recolhimento nesse dia, no dia seguinte, 16 de agosto de 2010, haver a perda da qualidade de segurado e o desligamento do segurado com o RGPS.

No momento em que o segurado vier a recolher novamente uma contribuio social, j ter recuperado sua qualidade de segurado.

A perda da qualidade de segurado importa na caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade. Entretanto, a perda da qualidade de segurado no prejudica o direito aposentadoria para cuja concesso tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislao em vigor poca em que estes requisitos foram atendidos. Da mesma forma, no ser concedida penso por morte aos dependentes do segurado que falecer aps a perda desta qualidade, salvo se preenchidos os requisitos para obteno de aposentadoria.

A partir de Lei 10.666, de 08.05.2003, a perda da qualidade de segurado no est sendo considerada para efeito de concesso das aposentadorias por tempo de contribuio, especial e por idade. Entretanto, no caso de aposentadoria por idade, necessrio que o segurado conte, na data do requerimento do benefcio, com, no mnimo, o nmero de contribuies mensais exigido para efeito de carncia.

Carncia o nmero mnimo de contribuies mensais indispensveis para que o beneficirio faa jus ao benefcio. O perodo de carncia contado da data de filiao ao RGPS quando se tratar de segurado empregado e trabalhador avulso e da data do efetivo recolhimento da primeira contribuio sem atraso para o segurado empregado domstico, contribuinte individual e facultativo.

15Exige-se carncia de: 12 contribuies mensais para auxlio-doena e aposentadoria por invalidez 180 contribuies mensais para aposentadoria por idade, tempo de contribuio e especial 10 contribuies mensais para salrio-maternidade da segurada contribuinte individual e facultativa

A carncia do segurado especial sempre contada em meses de atividade rural anteriores ao requerimento do benefcio, ainda que de forma descontnua, igual ao nmero de meses correspondente carncia do benefcio requerido.

No se exige carncia: penso por morte e auxlio recluso, por se tratar de benefcios de dependentes; salrio famlia; salrio maternidade, para as seguradas empregada, empregada domstica e trabalhadora avulsa; auxlio acidente de qualquer natureza ou causa, entendendo-se como tal aquele de origem traumtica e por exposio a agentes exgenos (fsicos, qumicos e biolgicos), que acarrete leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte, a perda, ou a reduo permanente ou temporria da capacidade laborativa; auxlio doena e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, aps filiarse ao Regime Geral de Previdncia Social, for acometido de alguma das doenas ou afeces especificadas em lista elaborada pelos Ministrios da Sade e da Previdncia e Assistncia Social a cada trs anos, de acordo com os critrios de estigma, deformao, mutilao, deficincia ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que meream tratamento particularizado; reabilitao profissional.

A carncia no se confunde com o tempo de contribuio. Se o segurado obrigatrio exerce atividade h trs anos sem nunca ter recolhido contribuio social, dever efetuar os recolhimentos em atraso porque devedor, mas essas contribuies sero computadas apenas como tempo de contribuio, uma vez que a carncia contada a partir do primeiro recolhimento sem atraso.

16No caso de auxlio doena, de aposentadoria por invalidez e salrio maternidade, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuies anteriores a esta perda somente contaro para efeito de carncia, depois de o segurado contar, a partir da nova filiao, com quatro contribuies mensais (um tero da carncia exigida). Essa exigncia no se aplica aos benefcios de aposentadoria por idade, por tempo de contribuio e especial.

Para efeito de carncia, considera-se presumido o recolhimento das contribuies do segurado empregado, do trabalhador avulso e as descontadas do contribuinte individual que presta servio a empresa.

As contribuies vertidas para regime prprio de previdncia social sero consideradas para todos os efeitos, inclusive para os de carncia, para os segurados que se desvinculem deste regime, filiando-se ao RGPS.

A carncia das aposentadorias por idade, tempo de contribuio e especial para os segurados inscritos na previdncia social urbana at 24 de julho de 1991, bem como para os trabalhadores e empregadores rurais amparados pela previdncia social rural, obedecer tabela do artigo 142 da Lei 8.213/91 e artigo 182 do Decreto 3.048/99, levando-se em conta o ano em que o segurado implementou todas as condies necessrias obteno do benefcio. No ano de 2009 so exigidas 168 contribuies. Salrio de benefcio - o valor bsico utilizado para clculo da renda mensal dos benefcios de prestao continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salrio famlia, a penso por morte, o salrio-maternidade e o auxlio recluso. Vale dizer, o salrio de benefcio a base de clculo das aposentadorias, do auxlio doena e do auxlio acidente. A partir desta base que ser calculado o efetivo valor da renda mensal do beneficio previdencirio, por meio de aplicao de percentuais, a depender do benefcio.

At a aprovao da Lei 9.876/99, o valor do benefcio era baseado nos ltimos 36 salrios de contribuio do segurado. Essa forma de clculo colocava em risco a continuidade do sistema de proteo social em razo da falta de razoabilidade financeira, uma vez que os segurados costumavam aumentar as suas contribuies nesse perodo para alcanar benefcios elevados.

17A partir da Lei 9.876/99, o salrio de benefcio consiste na mdia aritmtica simples dos maiores salrios de contribuio correspondentes a oitenta por cento de todo o perodo contributivo.

Todos os salrios de contribuio utilizados no clculo do salrio de benefcio sero corrigidos, ms a ms, de acordo com a variao integral do INPC, referente ao perodo decorrido a partir da primeira competncia do salrio de contribuio que compe o perodo bsico de clculo at o ms anterior ao do incio do benefcio, de modo a preservar o seu valor real.

Em se tratando de aposentadoria por tempo de contribuio e aposentadoria por idade, o salrio de benefcio consiste na mdia aritmtica simples dos maiores salrios de contribuio correspondentes a oitenta por cento de todo o perodo contributivo, multiplicada pelo fator previdencirio.

O fator previdencirio ser calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuio do segurado ao se aposentar. A idade e o tempo de contribuio encontram-se no numerador da frmula de clculo do salrio de benefcio, ou seja, quanto maiores a idade e o tempo de contribuio, maior ser o salrio de benefcio, elevando o valor do benefcio. Em contrapartida, a expectativa de sobrevida, baseada em tabela do IBGE, est no denominador da frmula, logo, quanto maior a expectativa de sobrevida, menor ser o benefcio.

Fica garantido ao segurado com direito aposentadoria por idade a opo pela no aplicao do fator previdencirio, devendo o INSS, quando da concesso do benefcio, proceder ao clculo da renda mensal inicial com e sem o fator previdencirio.

Para o segurado filiado previdncia social at 28 de novembro de 1999, inclusive o oriundo de regime prprio de previdncia social, que vier a cumprir as condies exigidas para a concesso dos benefcios do Regime Geral de Previdncia Social, no clculo do salrio de benefcio ser considerada a mdia aritmtica simples dos maiores salrios de contribuio, correspondentes a, no mnimo, oitenta por cento de todo o perodo contributivo decorrido desde a competncia julho de 1994.

O salrio de benefcio do segurado que contribui em razo de atividades concomitantes ser calculado com base na soma dos salrios de contribuio das atividades exercidas at a data do requerimento ou do bito ou no perodo bsico de clculo. Se o segurado satisfizer, em relao a cada atividade, as condies para

18obteno do benefcio requerido, o salrio de benefcio ser calculado com base na soma dos respectivos salrios de contribuio. No se verificando essa hiptese, o salrio de benefcio corresponder soma das seguintes parcelas: 1. o salrio de benefcio calculado com base nos salrios de contribuio das atividades em relao s quais so atendidas as condies do benefcio requerido; e 2. um percentual da mdia do salrio de contribuio de cada uma das demais atividades, equivalente relao entre o nmero de meses completos de contribuio e os do perodo da carncia do benefcio requerido. Quando se tratar de benefcio por tempo de contribuio, o percentual de que trata o item 2 ser o resultante da relao entre os anos completos de atividade e o nmero de anos de contribuio considerado para a concesso do benefcio. O valor do salrio de benefcio no ser inferior ao de um salrio mnimo, nem superior ao limite mximo do salrio de contribuio na data de incio do benefcio.

Renda Mensal do Benefcio calculada aplicando-se um percentual ao salrio de benefcio. Assim: auxlio doena: 91% do salrio de benefcio aposentadoria por invalidez: 100% do salrio de benefcio aposentadoria por tempo de contribuio: 100% do salrio de benefcio aposentadoria especial: 100% do salrio de benefcio aposentadoria por idade: 70% do salrio de benefcio, mais um por cento deste por grupo de doze contribuies mensais, at o mximo de trinta por cento auxlio acidente: 50% do salrio de benefcio que deu origem ao auxlio doena penso por morte: 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento A renda mensal do benefcio de prestao continuada que substituir o salrio de contribuio ou o rendimento do trabalho do segurado no ter valor inferior ao do salrio mnimo nem superior ao limite mximo do salrio de contribuio, exceto no caso da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistncia permanente de outra pessoa em que o valor ser acrescido de 25%. A renda mensal dos benefcios por totalizao, concedidos com base em acordos internacionais de previdncia social, pode ter valor inferior ao do salrio mnimo. Isso o

19recorre quando o segurado recebe parte do seu benefcio pelo regime brasileiro (RGPS) e outra parte por regime estrangeiro.

BENEFCIOS EM ESPCIE

1. Auxlio Doena - artigos 59 ao 64 da Lei 8.213/91 e artigos 71 ao 80 do Decreto 3.048/99 - Ser devido ao segurado que, aps cumprida, quando for o caso, a carncia exigida (12 contribuies mensais), ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos. Trata-se de uma incapacidade temporria, verificada mediante exame mdico-pericial a cargo do INSS. No ser devido auxlio-doena ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdncia Social j portador de doena ou leso invocada como causa para a concesso do benefcio, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso. A data do incio do benefcio ser: - para segurado empregado: a contar do dcimo sexto dia do afastamento da atividade, se requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 30 dias do afastamento da atividade; - para os demais segurados: a contar da data do incio da incapacidade, se requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 30 dias do afastamento da atividade.

O segurado empregado em gozo de auxlio-doena considerado pela empresa como licenciado. Durante os primeiros quinze dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de doena, incumbe empresa pagar ao segurado empregado o seu salrio. O auxlio doena do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdncia social ser devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exerccio de uma delas. Se nas vrias atividades o segurado exercer a mesma profisso, ser exigido de imediato o afastamento de todas. Se o segurado empregado, por motivo de doena, afastar-se do trabalho durante quinze dias, retornando atividade no dcimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de sessenta dias desse retorno, em decorrncia da mesma doena, far jus ao auxlio doena a partir da data do novo afastamento.

20Se o segurado requerer novo benefcio decorrente da mesma doena no prazo de 60 dias contados da cessao do benefcio anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefcio anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. Tratando-se de outra doena, ser um novo benefcio. O segurado em gozo de auxlio doena est obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspenso do benefcio, a submeter-se a exame mdico a cargo da previdncia social, processo de reabilitao profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos. O auxlio doena cessa pela recuperao da capacidade para o trabalho, pela transformao em aposentadoria por invalidez ou auxlio-acidente de qualquer natureza, e pela transformao em aposentadoria por idade, desde que haja carncia e que seja requerida pelo prprio segurado. 2. Aposentadoria por Invalidez - artigos 42 ao 47 da Lei 8.213/91 e artigos 43 ao 80 do Decreto 3.048/99 - Ser devida ao segurado que, aps cumprida, quando for o caso, a carncia exigida (12 contribuies mensais) e estando ou no em gozo de auxlio doena, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetvel de reabilitao para o exerccio de atividade que lhe garanta a subsistncia, e ser-lhe- paga enquanto permanecer nessa condio. Trata-se de uma incapacidade permanente, verificada mediante exame mdico-pericial a cargo do INSS. No ser devido quando o segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdncia Social j portador de doena ou leso invocada como causa para a concesso do benefcio, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progresso ou agravamento dessa doena ou leso. A data do incio do benefcio ser: - para segurado empregado: a contar do dcimo sexto dia do afastamento da atividade, se requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 30 dias do afastamento da atividade ou ainda a contar do dia imediato ao da cessao do auxlio doena; - para os demais segurados: a contar da data do incio da incapacidade, se requerido no prazo de 30 dias ou a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 30 dias do afastamento da atividade, ou ainda a contar do dia imediato ao da cessao do auxlio doena. Durante os primeiros quinze dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caber empresa pagar ao segurado empregado o salrio.

21A concesso de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante transformao de auxlio doena, est condicionada ao afastamento de todas as atividades. Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para uma delas, dever o auxlio doena ser mantido indefinidamente, no cabendo sua transformao em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade no se estender s demais atividades. O segurado aposentado por invalidez est obrigado, a qualquer tempo, e independentemente de sua idade, a submeter-se a exame mdico a cargo da previdncia social, processo de reabilitao profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirrgico e a transfuso de sangue, que so facultativos, sob pena de suspenso do benefcio. O aposentado por invalidez fica obrigado a submeter-se a exames mdico-periciais, a realizarem-se bienalmente, sob pena de sustao do pagamento do benefcio. Cessa o benefcio: a) quando o segurado retornar voluntariamente atividade; b) quando o segurado se julgar apto a retornar atividade, devendo solicitar a realizao de nova avaliao mdico-pericial, que concluindo pela recuperao da capacidade laborativa, cancelar o benefcio. O segurado que retornar atividade poder requerer, a qualquer tempo, novo benefcio, tendo este processamento normal. 3. Auxlio Acidente artigo 86 da Lei 8.213/91 e artigo 104 do Decreto 3.048/99 - benefcio de natureza indenizatria, concedido ao segurado empregado, trabalhador avulso e especial quando, aps a consolidao das leses decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqela definitiva que implique reduo da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia ou impossibilidade de desempenho da atividade que exercia a poca do acidente, porm permita o desempenho de outra, nos casos indicados pela percia mdica do INSS. Ser devido a contar do dia seguinte ao da cessao do auxlio doena at a vspera de incio de qualquer aposentadoria ou at a data do bito do segurado. O recebimento de salrio ou concesso de outro benefcio no prejudicar a continuidade do recebimento do auxlio acidente. Entretanto, vedada a sua acumulao com qualquer aposentadoria, com outro auxlio-acidente e com auxlio doena em razo da mesma causa. No cabe a concesso de auxlio acidente quando o segurado estiver desempregado, podendo ser concedido o auxlio doena previdencirio, desde que atendidas as condies inerentes espcie.

224. Aposentadoria por Idade artigos 48 ao 51 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - A perda da qualidade de segurado no ser considerada para a concesso da aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mnimo, o nmero de contribuies mensais exigido para efeito de carncia na data do requerimento do benefcio. Ser devida ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta e cinqenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais, bem como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar. A carncia para os segurados filiados aps 24.07.91 de 180 contribuies mensais e para os filiados anteriormente a essa data, aplica-se a tabela do artigo 182 do RPS.

A data do incio do benefcio ser: - para segurado empregado e empregado domstico: a contar da data do desligamento do emprego, se requerida em 90 dias; a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 90 dias do desligamento ou quando no houver desligamento; - para os demais segurados: a contar da data de entrada do requerimento.

A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carncia, quando este completar setenta anos de idade, se do sexo masculino, ou sessenta e cinco, se do sexo feminino, sendo compulsria, caso em que ser garantida ao empregado a indenizao prevista na legislao trabalhista, considerada como data da resciso do contrato de trabalho a imediatamente anterior do incio da aposentadoria.

A aposentadoria por idade poder ser decorrente da transformao de aposentadoria por invalidez ou auxlio doena, desde que requerida pelo segurado, observado o cumprimento da carncia exigida na data de incio do benefcio a ser transformado. 5. Aposentadoria por Tempo de Contribuio - artigos 52 ao 56 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - A perda da qualidade de segurado no ser considerada para a concesso do benefcio. Ser devida ao segurado aps trinta e cinco anos de contribuio, se homem, ou trinta anos. No caso do professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exerccio em funo de magistrio na educao infantil, no ensino fundamental ou no ensino mdio, ser devida nos termos do 8 do art. 201 da Constituio. Considera-se funo de magistrio a atividade docente do professor exercida exclusivamente em sala de aula.

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A data do incio do benefcio ser: - para segurado empregado e empregado domstico: a contar da data do desligamento do emprego, se requerida em 90 dias; a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 90 dias do desligamento ou quando no houver desligamento; - para os demais segurados: a contar da data de entrada do requerimento.

Considera-se tempo de contribuio o tempo, contado de data a data, desde o incio at a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdncia social, descontados os perodos legalmente estabelecidos como de suspenso de contrato de trabalho, de interrupo de exerccio e de desligamento da atividade. Cabe ao contribuinte individual comprovar a interrupo ou o encerramento da atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena de ser considerado em dbito no perodo sem contribuio.

A prova de tempo de servio, considerado tempo de contribuio feita mediante documentos que comprovem o exerccio de atividade nos perodos a ser contados, devendo esses documentos ser contemporneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de incio e trmino e, quando se tratar de trabalhador avulso, a durao do trabalho e a condio em que foi prestado.

No ser admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de comprovao de tempo de servio ou de contribuio, salvo na ocorrncia de motivo de fora maior ou caso fortuito. Se o documento apresentado pelo segurado no atender ao estabelecido neste artigo, a prova exigida pode ser complementada por outros documentos que levem convico do fato a comprovar, inclusive mediante justificao administrativa.

O segurado filiado ao Regime Geral de Previdncia Social at 16 de dezembro de 1998, cumprida a carncia exigida, ter direito a aposentadoria, com valores proporcionais ao tempo de contribuio, quando, cumulativamente: I - contar cinqenta e trs anos ou mais de idade, se homem, e quarenta e oito anos ou mais de idade, se mulher; e II - contar tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de: a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e b) um perodo adicional de contribuio equivalente a, no mnimo, quarenta por cento do tempo que, em 16 de dezembro de 1998, faltava para atingir o limite de tempo mnimo.

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6. Aposentadoria Especial - artigos 57 ao 58 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - A perda da qualidade de segurado no ser considerada para a concesso do benefcio. Ser devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produo, que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso, sujeito a condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica. A concesso da aposentadoria especial depender de comprovao pelo segurado do tempo de trabalho permanente, no ocasional nem intermitente, exercido em condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante o perodo mnimo exigido.

possvel a converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividade comum, mas ao contrrio no permitido. Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades sujeitas a condies especiais prejudiciais sade ou integridade fsica, sem completar em qualquer delas o prazo mnimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos perodos sero somados aps converso.

A comprovao da efetiva exposio do segurado aos agentes nocivos ser feita mediante formulrio denominado perfil profissiogrfico previdencirio emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo tcnico de condies ambientais do trabalho expedido por mdico do trabalho ou engenheiro de segurana do trabalho. A empresa que no mantiver laudo tcnico atualizado com referncia aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovao de efetiva exposio em desacordo com o respectivo laudo estar sujeita aplicao de auto de infrao. O perfil profissiogrfico previdencirio, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador, ser fornecido a este, quando da resciso do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, em cpia autntica, sob pena de multa. A data do incio do benefcio ser: - para segurado empregado: a contar da data do desligamento do emprego, se requerida em 90 dias; a contar da data de entrada do requerimento, se requerido aps 90 dias do desligamento ou quando no houver desligamento; - para os demais segurados: a contar da data de entrada do requerimento.

25O segurado que retornar ao exerccio de atividade ou operaes que o sujeitem aos agentes nocivos, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma de prestao do servio, ou categoria de segurado, ter seu benefcio cessado a partir da data do retorno atividade.

7. Salrio Famlia artigos 65 ao 70 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - Ser devido, mensalmente, apenas ao segurado empregado e ao trabalhador avulso, na proporo do respectivo nmero de filhos ou equiparados de qualquer condio, at quatorze anos de idade ou invlido, tenham salrio de contribuio inferior ou igual a R$ 810,18 (valor atualizado pela Portaria Interministerial MPS/MF n 333/2010). Quando o pai e a me so segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos tm direito ao salrio-famlia.

Valor da cota, por dependente, partir de 1 de janeiro de 2011, de: R$ 29,41 (vinte nove reais e quarenta e um centavos) para o segurado com remunerao mensal no superior a R$ 573,58 (quinhentos e setenta e trs reais e cinquenta e oito centavos); R$ 20,73 (vinte reais e setenta e trs centavos) para o segurado com remunerao mensal superior a R$ 573,59 (quinhentos e setenta e trs reais e cinquenta e nove centavos) e igual ou inferior a R$ 862,11 (oitocentos e sessenta e dois reais e onze centavos).

O salrio famlia ser pago: 1. pela empresa - ao empregado, com o respectivo salrio, devendo deduzir as cotas quando do recolhimento das contribuies sobre a folha de salrio. 2. pelo sindicato ou rgo gestor de mo-de-obra, mediante convnio ao trabalhador avulso. 3. pelo INSS - ao empregado e trabalhador avulso aposentados por idade, por invalidez ou em gozo de auxlio-doena, juntamente com o benefcio.

As cotas do salrio famlia, pagas pela empresa, devero ser deduzidas quando do recolhimento das contribuies sobre a folha de salrio. A empresa dever conservar, durante dez anos, os comprovantes dos pagamentos e as cpias das certides correspondentes, para exame pela fiscalizao do Instituto Nacional do Seguro Social.

O pagamento do salrio famlia ser devido a partir da data da apresentao da certido de nascimento do filho ou da documentao relativa ao equiparado, estando

26condicionado apresentao anual de atestado de vacinao obrigatria, at seis anos de idade, e de comprovao semestral de freqncia escola do filho ou equiparado, a partir dos sete anos de idade, sob pena de suspenso do benefcio. No devido salrio-famlia no perodo entre a suspenso do benefcio motivada pela falta de comprovao da freqncia escolar e o seu reativamento, salvo se provada a freqncia escolar regular no perodo.

Tendo havido divrcio, separao judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do poder familiar, o salrio-famlia passar a ser pago diretamente quele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinao judicial nesse sentido.

O salrio-famlia cessa automaticamente por morte do filho ou equiparado, a contar do ms seguinte ao do bito; quando o filho ou equiparado completar quatorze anos de idade, salvo se invlido, a contar do ms seguinte ao da data do aniversrio; pela recuperao da capacidade do filho ou equiparado invlido, a contar do ms seguinte ao da cessao da incapacidade; ou pelo desemprego do segurado.

As cotas do salrio famlia no sero incorporadas, para qualquer efeito, ao salrio ou ao benefcio. 8. Salrio Maternidade - artigos 71 ao 73 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - devido segurada da previdncia social, durante cento e vinte dias, com incio vinte e oito dias antes e trmino noventa e um dias depois do parto, podendo ser prorrogado, em casos excepcionais, de mais duas semanas, mediante atestado mdico especfico.

Em caso de parto antecipado ou no, a segurada tem direito aos cento e vinte dias e em caso de aborto no criminoso, comprovado mediante atestado mdico, a segurada ter direito ao salrio-maternidade correspondente a duas semanas.

devido segurada da Previdncia Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoo de criana, independentemente de a me biolgica ter recebido o mesmo benefcio quando do nascimento da criana, cujo prazo varia de acordo com a idade da criana: at um ano completo, por cento e vinte dias; a partir de um ano at quatro anos completos, por sessenta dias; ou a partir de quatro anos at completar oito anos, por trinta dias.

27Renda Mensal: para a segurada empregada consiste numa renda mensal igual sua remunerao integral e ser pago pela empresa; para a segurada empregada domstica ser o valor correspondente ao do seu ltimo salrio de contribuio; para a trabalhadora avulsa consiste numa renda mensal igual sua remunerao integral equivalente a um ms de trabalho; para a segurada especial ser um salrio mnimo. para as seguradas contribuinte individual, facultativa e a desempregada que mantm a qualidade de segurada, em um doze avos da soma dos doze ltimos salrios de contribuio, apurados em perodo no superior a quinze meses.

Nos meses de incio e trmino do salrio maternidade da segurada empregada, o salrio maternidade ser proporcional aos dias de afastamento do trabalho.

No caso de empregos concomitantes, a segurada far jus ao salrio maternidade relativo a cada emprego.

O salrio maternidade no pode ser acumulado com benefcio por incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em concomitncia com o perodo de pagamento do salrio maternidade, o benefcio por incapacidade, conforme o caso, dever ser suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou ter sua data de incio adiada para o primeiro dia seguinte ao trmino do perodo de cento e vinte dias.

A segurada aposentada que retornar atividade far jus ao pagamento do salriomaternidade. 9. Penso por Morte artigos 74 ao 79 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - Ser devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou no, a contar da data: - do bito, quando o dependente requerer at trinta dias depois deste; - da data do requerimento, quando requerida aps esse prazo; - da deciso judicial, no caso de morte presumida.

Cessa o benefcio: - pela morte do pensionista;

28- para o pensionista menor de idade, ao completar vinte e um anos, salvo se for invlido, ou pela emancipao, ainda que invlido, exceto, neste caso, se a emancipao for decorrente de colao de grau cientfico em curso de ensino superior; - para o pensionista invlido, pela cessao da invalidez, verificada em exame mdico pericial a cargo da previdncia social. - pela adoo, para o filho adotado que receba penso por morte dos pais biolgicos. - pelo reaparecimento do segurado, ficando os dependentes desobrigados da reposio dos valores recebidos, salvo m-f. 10. Auxlio Recluso artigo 80 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99. Aplicam-se ao auxlio recluso as mesmas regras da penso, no que couber. Ser devido aos dependentes do segurado recolhido priso que no receber remunerao da empresa nem estiver em gozo de auxlio-doena, aposentadoria ou abono de permanncia em servio, desde que o seu ltimo salrio de contribuio seja inferior ou igual a R$ 862,11 (oitocentos e sessenta e dois reais e onze centavos).

devido auxlio recluso aos dependentes do segurado quando no houver salrio de contribuio na data do seu efetivo recolhimento priso, desde que mantida a qualidade de segurado e ser pago apenas durante o perodo em que o segurado estiver recolhido priso sob regime fechado ou semiaberto. vedada a concesso do auxlio recluso aps a soltura do segurado.

A data de incio do benefcio ser fixada na data do efetivo recolhimento do segurado priso, quando o dependente maior de dezesseis anos de idade requerer at trinta dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior, observado, no que couber, ou quando o dependente menor at dezesseis anos de idade, requerer at trinta dias aps completar essa idade ou ainda da data do requerimento, quando requerida aps esses prazos.

O beneficirio dever apresentar trimestralmente atestado de que o segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente. No caso de fuga, o benefcio ser suspenso e, se houver recaptura do segurado, ser restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.

Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxlio-recluso que estiver sendo pago ser automaticamente convertido em penso por morte.

29Acumulao de benefcios - artigo 124 da Lei 8.213/91 e artigos 51 a 55 do Decreto 3.048/99 - Salvo no caso de direito adquirido, no permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefcios da previdncia social, inclusive quando decorrentes de acidente do trabalho: 1. aposentadoria com auxlio doena; 2. mais de uma aposentadoria; 3. aposentadoria com abono de permanncia em servio; 4. salrio maternidade com auxlio doena; 5. mais de um auxlio acidente; 6. mais de uma penso deixada por cnjuge; 7. mais de uma penso deixada por companheiro ou companheira; 8. mais de uma penso deixada por cnjuge e companheiro ou companheira; e 9. auxlio acidente com qualquer aposentadoria.

SEGUNDA PARTE: CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL

RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL artigos 16 ao 28 da Lei 8.212/91 e artigos 196 ao 213 do Decreto 3.048/99. A seguridade social financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e de contribuies sociais.

Receitas da Unio - A contribuio da Unio constituda de recursos adicionais do Oramento Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Oramentria anual. A Unio responsvel pela cobertura de eventuais insuficincias financeiras da seguridade social, quando decorrentes do pagamento de benefcios de prestao continuada da previdncia social, na forma da Lei Oramentria anual.

Receitas de outras fontes Constituem outras receitas da seguridade social: 1. as multas, a atualizao monetria e os juros moratrios; 2. a remunerao recebida pela prestao de servios de arrecadao, fiscalizao e cobrana prestados a terceiros; 3. as receitas provenientes de prestao de outros servios e de fornecimento ou arrendamento de bens;

304. as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; 5. as doaes, legados, subvenes e outras receitas eventuais; 6. cinqenta por cento da receita obtida na forma do pargrafo nico do art. 243 da Constituio Federal, repassados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (atualmente SRFB) aos rgos responsveis pelas aes de proteo sade e a ser aplicada no tratamento e recuperao de viciados em entorpecentes e drogas afins; 7. quarenta por cento do resultado dos leiles dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Federal; 8. outras receitas previstas em legislao especfica; e 9. As companhias seguradoras que mantm seguro obrigatrio de danos pessoais causados por veculos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei n. 6.194, de 19 de dezembro de 1974, devero repassar seguridade social cinqenta por cento do valor total do prmio recolhido, destinados ao Sistema nico de Sade, para custeio da assistncia mdico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trnsito.

Receitas das Contribuies Sociais dividem-se em:

I - Empregado, Trabalhador Avulso e Empregado Domstico:

Salrio de contribuio at 1.106,90 de 1.106,91 at 1.844,83 de 1.844,84 at 3.689,66

Alquota em % 8,00 9,00 11,00

Nota: esses valores foram estabelecidos na Portaria Interministerial MPS/MF n 568/2010, com vigncia a partir de 01.01.2011.

Salrio de Contribuio para empregado e trabalhador avulso a remunerao auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer ttulo, durante o ms, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servios efetivamente prestados, quer pelo tempo disposio do empregador ou tomador de servios, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conveno ou

31acordo coletivo de trabalho ou sentena normativa;. Para empregado domstico a remunerao registrada na Carteira de Trabalho e Previdncia Social e/ou na Carteira Profissional. Limites: o mnimo piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salrio mnimo, tomado no seu valor mensal, dirio ou horrio, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o ms. O mximo o estabelecido em portaria do Ministrio da Previdncia Social.

Parcelas que integram o salrio de contribuio:

1. A gratificao natalina - dcimo terceiro salrio - integra o salrio de contribuio, exceto para o clculo do salrio de benefcio, sendo devida a contribuio quando do pagamento ou crdito da ltima parcela ou na resciso do contrato de trabalho. 2. O salrio-maternidade. 3. O valor das dirias para viagens, quando excedente a cinquenta por cento da remunerao mensal do empregado, integra o salrio de contribuio pelo seu valor total.

II Contribuinte Individual e Facultativo:

A alquota de contribuio dos segurados contribuinte individual e facultativo de vinte por cento aplicada sobre o respectivo salrio de contribuio, cujo limite mnimo o salrio mnimo e mximo o estabelecido em Portaria Ministerial.

A partir da competncia em que o segurado fizer a opo pela excluso do direito ao benefcio de aposentadoria por tempo de contribuio, de onze por cento, sobre o valor correspondente ao limite mnimo mensal do salrio de contribuio, a alquota de contribuio: do segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta prpria, sem relao de trabalho com empresa ou equiparado; do segurado facultativo; e especificamente quanto s contribuies relativas sua participao na sociedade, do scio de sociedade empresria que tenha tido receita bruta anual, no ano calendrio anterior, de at R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais).

32Salrio de contribuio do segurado facultativo o valor por ele declarado e do contribuinte individual a remunerao auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerccio de sua atividade por conta prpria, durante o ms. III Empregador Domstico:

de doze por cento do salrio de contribuio do empregado domstico a seu servio.

IV Empresa sobre a folha de salrios:

Empresa urbana: vinte por cento sobre o total das remuneraes pagas, devidas ou creditadas, a qualquer ttulo, no decorrer do ms, aos segurados empregado e trabalhador avulso;

-

vinte por cento sobre o total das remuneraes ou retribuies pagas ou creditadas no decorrer do ms ao segurado contribuinte individual;

-

quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestao de servios, relativamente a servios que lhes so prestados por cooperados por intermdio de cooperativas de trabalho;

-

um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado mdio; ou trs por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave, incidentes sobre o total da remunerao paga, devida ou creditada a qualquer ttulo, no decorrer do ms, ao segurado empregado e trabalhador avulso.

-

se a atividade exercida pelo segurado a servio da empresa ensejar a concesso de aposentadoria especial aps quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuio, a s alquotas sero acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, incidente exclusivamente sobre a remunerao do segurado sujeito s condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica.

33Empresa rural:

-

dois vrgula cinco por cento sobre o total da receita bruta proveniente da comercializao da produo rural, quando se tratar de pessoa jurdica que tenha como fim apenas a atividade de produo rural.

-

zero vrgula um por cento incidente sobre a receita bruta proveniente da comercializao de sua produo, quando se tratar de produtor rural pessoa jurdica.

V Produtor rural pessoa fsica e segurado especial:

-

dois por cento para a seguridade social; e

-

zero vrgula um por cento para o financiamento dos benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

VI Associao desportiva que mantm equipe de futebol profissional:

de cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetculos desportivos de que participe em todo territrio nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocnio, licenciamento de uso de marcas e smbolos, publicidade, propaganda e transmisso de espetculos desportivos.

Iseno de Contribuies artigos 206 ao 210 do Decreto 3.048/99 a pessoa jurdica de direito privado beneficente de assistncia social fica isenta das contribuies referentes ao aporte patronal desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos: - seja reconhecida como de utilidade pblica federal; - seja reconhecida como de utilidade pblica pelo respectivo Estado, Distrito Federal ou Municpio onde se encontre a sua sede; - seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistncia Social, renovado a cada trs anos;

34- promova, gratuitamente e em carter exclusivo, a assistncia social beneficente a pessoas carentes, em especial a crianas, adolescentes, idosos e portadores de deficincia; - aplique integralmente o eventual resultado operacional na manuteno e desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando, anualmente, relatrio circunstanciado de suas atividades ao Instituto Nacional do Seguro Social (atualmente SRFB); e - no percebam seus diretores, conselheiros, scios, instituidores, benfeitores, ou equivalentes, remunerao, vantagens ou benefcios, por qualquer forma ou ttulo, em razo das competncias, funes ou atividades que lhes so atribudas pelo respectivo estatuto social. - esteja em situao regular em relao s contribuies sociais. Entende-se por assistncia social beneficente a prestao gratuita de benefcios e servios a quem destes necessitar. Considera-se pessoa carente a que comprove no possuir meios de prover a prpria manuteno, nem t-la provida por sua famlia, bem como ser destinatria da Poltica Nacional de Assistncia Social, aprovada pelo Conselho Nacional de Assistncia Social.

A iseno das contribuies extensiva a todas as entidades mantidas, suas dependncias, estabelecimentos e obras de construo civil da pessoa jurdica de direito privado beneficente, quando por ela executadas e destinadas a uso prprio. A iseno concedida a uma pessoa jurdica no extensiva e nem abrange outra pessoa jurdica, ainda que esta seja mantida por aquela, ou por ela controlada.

Ser cancelada a iseno da pessoa jurdica de direito privado beneficente que no atender aos requisitos, a partir da data em que se a fiscalizao verificar que a pessoa jurdica deixou de cumprir os requisitos previstos na legislao, emitindo Informao Fiscal na qual relatar os fatos que determinaram a perda da iseno. A pessoa jurdica de direito privado beneficente ser cientificada do inteiro teor da Informao Fiscal, sugestes e concluses emitidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social e ter o prazo de quinze dias para apresentao de defesa e produo de provas. Apresentada a defesa ou decorrido o prazo sem manifestao da parte interessada, a autoridade competente decidir acerca do cancelamento da iseno, emitindo Ato Cancelatrio, se for o caso. Cancelada a iseno, a pessoa jurdica de direito privado beneficente ter o prazo de trinta dias contados da cincia da deciso, para interpor recurso com efeito suspensivo ao Conselho de Contribuintes.

35A pessoa jurdica de direito privado sem fins lucrativos, que exerce atividade educacional ou que atenda ao Sistema nico de Sade, mas no pratique de forma exclusiva e gratuita atendimento a pessoas carentes, gozar da iseno das contribuies, na proporo do valor das vagas cedidas, integral e gratuitamente, a carentes ou do valor do atendimento sade de carter assistencial, desde que satisfaam os requisitos constantes dos incisos I, II, III, V e VI do caput do art. 206 do RPS.

A pessoa jurdica de direito privado beneficiada com a iseno obrigada a apresentar, anualmente, at 30 de abril, relatrio circunstanciado de suas atividades no exerccio anterior.

Prazo de Vencimento artigos 216, 239 do Decreto 3.048/99 - o prazo para cumprimento da obrigao principal :

-

at dois dias teis: associao desportiva que mantm equipe de futebol profissional quando da realizao dos espetculos desportivos.

-

At o dia 15 do ms seguinte: o o o o Contribuinte individual Segurado facultativo Empregador domstico Entidade sindical que remunera dirigente que mantm a qualidade de contribuinte individual

No havendo expediente bancrio no dia 15, o vencimento ser prorrogado para o dia til posterior.

-

At o dia 20 do ms seguinte: o Vencem todas as demais contribuies.

No havendo expediente bancrio no dia 20, o vencimento ser antecipado para o dia til anterior.

-

At o dia 20 de dezembro: o O dcimo terceiro salrio. Relativamente aos que recebem salrio varivel, o recolhimento da contribuio decorrente de eventual

36diferena da gratificao natalina (13 salrio) dever ser efetuado juntamente com a competncia dezembro do mesmo ano. o O empregador domstico poder recolher a competncia novembro juntamente com o dcimo terceiro.

No havendo expediente bancrio no dia 20 de dezembro, o vencimento ser antecipado para o dia til anterior. Recolhimento Trimestral - facultado aos segurados contribuinte individual e facultativo, cujos salrios de contribuio sejam iguais ao valor de um salrio mnimo, optarem pelo recolhimento trimestral das contribuies previdencirias, com vencimento no dia quinze do ms seguinte ao de cada trimestre civil, prorrogando-se o vencimento para o dia til subseqente quando no houver expediente bancrio no dia quinze. Aplica-se tambm a mesma regra ao empregador domstico relativamente aos empregados a seu servio, cujos salrios de contribuio sejam iguais ao valor de um salrio mnimo, ou inferiores nos casos de admisso, dispensa ou frao do salrio em razo de gozo de benefcio. Recolhimento Presumido - O desconto da contribuio e da consignao legalmente determinado sempre se presumir feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador domstico, pelo adquirente, consignatrio e cooperativa a isso obrigados, no lhes sendo lcito alegarem qualquer omisso para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos diretamente responsveis pelas importncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com este Regulamento. Contribuies Devidas e no recolhidas at o vencimento Os dbitos com a Unio decorrentes das contribuies sociais das empresas, incidentes sobre a remunerao paga ou creditada aos segurados a seu servio, dos empregadores domsticos, dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salrio de contribuio, das institudas a ttulo de substituio e das contribuies devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, no pagos nos prazos previstos na lei, sero acrescidos de multa de mora e juros de mora. A multa de mora ser calculada taxa de trinta e trs centsimos por cento, por dia de atraso, a partir do primeiro dia subseqente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuio at o dia em que ocorrer o seu pagamento e limitado a vinte por cento. Os juros de mora sero calculados pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidao e Custdia - SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir do

37primeiro dia do segundo ms subseqente ao do encerramento do perodo de apurao at o ltimo dia do ms anterior ao do pagamento e de um por cento no ms do pagamento.

Reteno e Responsabilidade Solidria - A empresa contratante de servios executados mediante cesso ou empreitada de mo-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporrio, dever reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestao de servios e recolher a importncia retida em nome da empresa contratada. Esse percentual ser acrescido de quatro, trs ou dois pontos percentuais, relativamente aos servios prestados pelos segurados empregado, cuja atividade permita a concesso de aposentadoria especial, aps quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuio, respectivamente.

Entende-se como cesso de mo de obra a colocao disposio do contratante, em suas dependncias ou nas de terceiros, de segurados que realizem servios contnuos, relacionados ou no com a atividade fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratao, inclusive por meio de trabalho temporrio.

A empresa contratante do servio dever manter em boa guarda, em ordem cronolgica e por contratada, as correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de prestao de servios, Guias da Previdncia Social e Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servio e Informaes Previdncia Social com comprovante de entrega.

O contratado dever elaborar folha de pagamento e Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servio e Informaes Previdncia Social distintas para cada estabelecimento ou obra de construo civil da empresa contratante do servio.

As empresas que integram grupo econmico de qualquer natureza, bem como os produtores rurais integrantes do consrcio simplificado, respondem entre si, solidariamente pelas obrigaes previstas no Regulamento da Previdncia Social.

O operador porturio e o rgo gestor de mo-de-obra so solidariamente responsveis pelo pagamento das contribuies previdencirias e demais obrigaes, inclusive acessrias, devidas seguridade social, relativamente requisio de mode-obra de trabalhador avulso, vedada a invocao do benefcio de ordem.

38No existe responsabilidade solidria na contratao pela empresa de servios de cooperados por intermdio de cooperativa de trabalho.

Na obra de construo civil, o proprietrio, o incorporador, o dono da obra ou condmino da unidade imobiliria cuja contratao da construo, reforma ou acrscimo no envolva cesso de mo-de-obra, so solidrios com o construtor, e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigaes para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a reteno de importncia a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigaes, no se aplicando, em qualquer hiptese, o benefcio de ordem.

Exclui-se da responsabilidade solidria perante a seguridade social o adquirente de prdio ou unidade imobiliria que realize a operao com empresa de comercializao ou com incorporador de imveis definido na Lei n. 4.591, de 1964, ficando estes solidariamente responsveis com o construtor. Decadncia e Prescrio Os dois institutos existem no direito previdencirio, especialmente na rea de custeio.

No Direito Tributrio, a distino entre prescrio e decadncia no oferece discusso, porque existe o instituto do lanamento, que o marco divisor entre um e outro, ou seja, antes do lanamento s se pode falar de decadncia e aps o lanamento s podemos trabalhar com a prescrio.

Os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91 tratavam da decadncia e da prescrio, respectivamente. Tais dispositivos foram declarados inconstitucionais, pois esses institutos deveria se aplicado o Cdigo Tributrio Nacional, at porque no cabe lei ordinria dispor sobre decadncia.

Assim, nos termos da Smula Vinculante n 8: So inconstitucionais o pargrafo nico do artigo 5 do Decreto-Lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrio e decadncia de crdito tributrio. Foi publicada no DJU de 20/06/2008.

Tendo em vista que a declarao da inconstitucionalidade no bastava para tirar do ordenamento jurdico a disposio de lei, tivemos a Lei Complementar n 128, de 2008 que revogou os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91.

39Dessa forma, aplica-se o artigo 174 do Cdigo Tributrio Nacional para a decadncia.

Art. 174. O direito de a Fazenda Pblica constituir o crdito tributrio extingue-se aps 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a deciso que houver anulado, por vcio formal, o lanamento anteriormente efetuado. Pargrafo nico. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituio do crdito tributrio pela notificao, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatria indispensvel ao lanamento.

A prescrio a perda da exigibilidade do crdito da Seguridade pelo decurso do prazo previsto em lei. Aplica-se o artigo 173 do CTN.

Art. 173. A ao para a cobrana do crdito tributrio prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituio definitiva. Pargrafo nico. A prescrio se interrompe: I pelo despacho do juiz que ordenar a citao em execuo fiscal; (Redao dada pela LC n 118, de 2005) II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequvoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do dbito pelo devedor.

Prescrio e decadncia aplicada aos benefcios da previdncia social - Em face da natureza alimentar do benefcio previdencirio, tem-se, em regra, que os mesmos so imprescritveis, uma vez que se inserem no patrimnio jurdico de seu titular, tornando-se indisponvel. Ocorre, porm, que as parcelas vencidas anteriores aos cinco anos de sua postulao sero alcanadas pela prescrio, em razo da inrcia de seu titular, ressalvado o direito dos menores, ausentes e incapazes.

O artigo 103 da Lei n 8.213/91 previa em sua redao original o prazo prescricional de dez anos:

40Art. 103. de dez anos o prazo de decadncia de todo e qualquer direito ou ao do segurado ou beneficirio para a reviso do ato de concesso de benefcio, a contar do dia primeiro do ms seguinte ao do recebimento da primeira prestao ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da deciso indeferitria definitiva no mbito administrativo. Pargrafo nico. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ao para haver prestaes vencidas ou quaisquer restituies ou diferenas devidas pela Previdncia Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Cdigo Civil. Recursos Administrativos - Das decises do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficirios, caber recurso para o Conselho de Recursos da Previdncia Social (CRPS), e nos processos de interesse dos contribuintes da seguridade social, caber recurso para o Conselho de Contribuintes do Ministrio da Fazenda. de trinta dias o prazo para interposio de recursos e para o oferecimento de contrarazes, contados da cincia da deciso e da interposio do recurso, respectivamente.

Em se tratando de processo que tenha por objeto a discusso de crdito previdencirio, o recurso somente ter seguimento se o recorrente pessoa jurdica ou scio desta instru-lo com prova de depsito, de valor correspondente a trinta por cento da exigncia fiscal definida na deciso. Sendo o recorrente for pessoa fsica, independe de garantia de instncia, facultada a realizao de depsito.

A propositura, pelo beneficirio ou contribuinte, de ao que tenha por objeto idntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistncia do recurso interposto. Os recursos tempestivos contra decises das Juntas de Recursos do Conselho de Recursos da Previdncia Social tm efeito suspensivo e devolutivo.