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1 Relações Interpessoais (14 horas)

Apostila relações interpessoais

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Page 1: Apostila relações interpessoais

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Relações Interpessoais (14 horas)

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1 Graduada em Letras-Habilitação Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará. Especialista em

Linguagens e Culturas na Amazônia pela mesma instituição.

INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ

PRONATEC-CAMPUS BELÉM

PLANO DE ENSINO

Curso: Regência de Banda

Disciplina: Relações Interpessoais

Carga Horária: 14 horas

Professora: Pâmela Neri1 Carga horária diária: 4 horas

Objetivos: Comunicação interpessoal. Metodologia de relações interpessoais e

comunicação, assim como relações de atendimento ao público. Aspectos de

comportamento e personalidade. Relações humanas e dinâmicas interpessoais no trabalho.

Metodologia de dinâmica de grupo e relações humanas no trabalho. Meios de liderança e

formas para desenvolver dinâmicas de grupo. Organização de recursos humanos.

Metodologias para a motivação no trabalho e gestão de organização pessoal e profissional.

Novos desafios na relação interpessoal: As redes sociais.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICO:

Unidade 1: Competência Interpessoal

Apresentação da Disciplina: Discutindo Ética

O elemento humano e sua variabilidade;

As relações interpessoais

Teoria de Campo de Lewin;

Teoria da dissonância cognitiva;

Unidade 2: O fazer Humano: Como trabalhar

Motivação;

A hierarquia das Necessidades de Maslow;

A teoria dos dois fatores de Herzberg;

Unidade 3: O Pessoal: como gerenciá-lo no ambiente de trabalho

Personalidade;

Autoconhecimento;

Percepção social e interpessoal;

Inteligência emocional;

Unidade 4: Como gerenciar o coletivo

Page 3: Apostila relações interpessoais

3

Liderança;

O comportamento humano nas organizações;

Grupos e equipes;

Atributos básicos de um grupo;

Desenvolvimento dos grupos;

Tipos de equipes;

Unidade 5: Comunicação interpessoal

Relacionamento interpessoal;

Conflitos e suas implicâncias;

Administração de conflitos;

Técnicas de resolução de conflitos;

Habilidades para lidar com pessoas;

Feedback: a ponte ou o abismo para os relacionamentos?

Tipos de feedback;

Aplicação do Feedback Positivo;

Aplicação do Feedback Corretivo;

Habilidades de negociação;

Unidade 6: As novos desafios das relações interpessoais

As redes sociais;

Quando as redes sociais afetam as relações interpessoais.

Metodologias

Os metódos de aprendizagem serão direcionados por aulas expositivas teóricas com forte

teor dialógico, vídeos que irão fomentar discussões em sala. Dinâmicas em grupo que

simularam situações no trabalho. Paral alcançar os objetivos serão usados diversos

recursos audiovisuais entre eles datashow entre outros.

Avaliação

Contínua por meio de exercícios e debates em sala de aula.

Organização das aulas propostas

Data e Horários

das aulas

Metodologia Tema Carga

Horária

20/12/2014

10 as 12 hrs

Debate inicial.

Dinâmicas em

grupo e leitura

coletiva. Aulas

teóricas e vídeos

sobre o assunto.

Unidade 1

Apresentação da

Disciplina: Discutindo

Ética;

O elemento humano e

sua variabilidade;

Teoria de Campo de

Lewin;

4 horas

Page 4: Apostila relações interpessoais

4

Teoria da dissonância

cognitiva;

Motivação;

Liderança;

A hierarquia das

Necessidades de

Maslow;

A teoria dos dois fatores

de Herzberg;

21/12/2014

10 as 12 hrs

Dinâmicas em

grupo. Leituras

teóricas. Dinâmicas

em grupo.

Unidade 3: O Pessoal:

como gerenciá-lo no

ambiente de trabalho

Personalidade;

Autoconhecimento;

Fatores de percepção

externa;

Percepção social e

interpessoal;

Inteligência emocional;

Unidade 4: Como

gerenciar o coletivo

O comportamento

humano nas

organizações;

Grupos e equipes;

4 horas

22/12/2014

10 as 12 hrs

Leitura Teórica e

discussão em grupo.

Atributos básicos de um

grupo;

Desenvolvimento dos

grupos;

Tipos de equipes;

Unidade 5:

Comunicação

interpessoal

Relacionamento

interpessoal;

Conflitos e suas

implicâncias;

Administração de

conflitos;

Técnicas de resolução de

conflitos;

4 horas

Page 5: Apostila relações interpessoais

5

Habilidades para lidar

com pessoa;

23/12/2014

10 as 12 hrs

Leituras Teóricas e

dinâmicas em

grupo. Vídeos para

fomentar debates

Feedback: a ponte ou o

abismo para os

relacionamentos?

Tipos de feedback;

Aplicação do Feedback

Positivo;

Aplicação do Feedback

Corretivo;

Habilidades de

negociação;

Unidade 6: As novos

desafios das relações

interpessoais

As redes sociais;

Quando as redes sociais

afetam as relações

interpessoais;

Avaliação textual e oral.

2 horas

Page 6: Apostila relações interpessoais

6

1.1 A importância da ética para as relações interpessoais

MEDEIROS, Melo Alexsandro. Reflexões ético-políticas: A filosofia Grega clássica e a

política brasileira. RELEM – Revista Eletrônica Mut ações, janeiro-julho, 2011, p 1-2.

Quando a filosofia surge na Grécia Antiga e se consolida em Atenas, que naquela

época havia se tornado um centro intelectual e cultural, ela se estabelece dentro do

contexto da democracia grega das cidades-estado de tal forma que é possível afirmar –

como o fez o historiador da filosofia, Jean-Pierre Vernant (2006) – que “a Filosofia é filha

da cidade”. Nesse período, também conhecido como período antropológico, o homem é

o centro dos debates intelectuais e filosóficos, não apenas em sentido existencial e

individual, mas, sobretudo, em sentido social e coletivo. Assim, o homem é entendido

como: homem político, o cidadão grego, o zoon politikon2, para utilizar a expressão

aristotélica (CHÂTELET at all, 1985).

Pois bem, nesse contexto, uma das características principais do pensamento

filosófico grego é a inseparabilidade entre ética e política e isso por uma razão

aparentemente simples: o homem é ao mesmo tempo um ser individual e coletivo; pela

sua individualidade, se torna diferente de todos os demais, mas pela sua condição de zoon

politikon, sua existência só pode ser entendida dentro e a partir da sociedade (BARKER,

1978). Dessa forma, ética e política não podem ser separadas, pois, enquanto a primeira

diz respeito ao comportamento particular dos indivíduos em sua relação com o outro, a

segunda diz respeito ao comportamento deste mesmo indivíduo em relação à sociedade.

Poderíamos exprimir isso da seguinte forma: enquanto que a ética é a “doutrina moral

individual”, a política é a “doutrina moral social”. É fácil agora entender porque que para

os dois grandes mestres do pensamento político e social grego – Platão e seu discípulo,

Aristóteles – não se pode separar ética e política. Esta inseparabilidade se torna evidente

2 Animal político.

Unidade 1: Competência Interpessoal

• Apresentação da Disciplina: Discutindo Ética

• O elemento humano e sua variabilidade;

• As relações interpessoais

• Teoria de Campo de Lewin;

• Teoria da dissonância cognitiva;

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no conjunto de suas obras. Seja em A República de Platão ou em Política de Aristóteles,

a reflexão sobre a sociedade, o poder, a política, está diretamente relacionada à questão

dos valores e da virtude.

1.2. Ética e sociedade na Atualidade

REIS, Carmenci Pedroso dos. Ética na sociedade atual. Centro Universitário Leonardo

da Vinci – UNIASSELVI. Administração (ADG0231) – Filosofia 28/07/2009

Desde os primórdios da humanidade o homem precisou viver em grupos ou em sociedade

e em cada época foi criando padrões de comportamento como justiça, honestidade,

responsabilidade, lealdade e respeito de acordo com os valores estabelecidos na sua

cultura. Para Arruda (2001):

“A ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade dos atos humanos, enquanto livres

e ordenados a seu fim último. De modo natural, a inteligência adverte a bondade ou

malícia dos atos livres, haja vista o remorso ou satisfação que se experimenta por ações

livremente experimenta por ações livremente experimenta por ações livremente por que

tal ação é boa ou má. A resposta a tais questões conduz a um estudo científico dos atos

dos humanos enquanto bons e ruins”

1.3 Ética nas organizações

Nos dias atuais com um mundo cada vez mais globalizado e competitivo as organizações

empresariais preocupam-se em com a ética nos seus negócios mostrando-se cada vez mais

eficazes para competir com sucesso e obter resultados positivos e compensadores nas suas

vendas e satisfação dos funcionários, cliente fornecedores e da sociedade em geral.

Conforme Nash (2001): “Ética dos negócios é o estudo da forma pelas quais normas

morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial. Não se

trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria

seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que atua como um gerente desse

sistema”. A sobrevivência e evolução das empresas e de seus negócios, portanto, está

associada cada vez mais a sua capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas marcadas pela

seriedade, humildade, justiça e pela preservação da integridade e dos direitos das pessoas.

2. O elemento humano e sua variabilidade3

O homem é um ser gregário e como tal tem uma irreprimível necessidade de viver em

sociedade. Está inserido em vários grupos: família, trabalho, igreja, equipes de esportes e

3 Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/41453/o-elemento-humano-e-sua-

variabilidade#ixzz2qrpJRPbN. Acesso em: 19/01/2014.

Page 8: Apostila relações interpessoais

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outros e para qualquer um desses ambientes existe uma complexidade e uma dinâmica

para se viver. Dessa forma, entendemos que o homem possui uma variabilidade enorme,

cada pessoa é um fenômeno multidimensional, sujeito às influências de uma série de

variáveis. Entender as nuances que compõem o comportamento humano não é algo

simples de fazer, não é uma matemática. Mesmo que as empresas tenham vários

instrumentos para avaliar o comportamento, que mapeiam o perfil e busquem levantar os

traços de personalidade, as informações obtidas não são suficientes para compreender as

pessoas em sua total complexidade. Cognição é a forma como a pessoa percebe e

interpreta a si e ao seu meio externo. Funciona como um filtro pessoal, na qual ela forma

e estabelece uma opinião sobre o que vê, sente e pensa. Duas teorias explicam como é o

funcionamento da cognição humana: a teoria de campo de Lewin e a teoria da dissonância

cognitiva de Festinger (CHIAVENATO, 2006).

3. Relações interpessoais4

Para a maioria das pessoas, o trabalho é um importante componente da vida, não apenas

no sentido material (salário, benefícios), como também com relação ao desempenho das

atividades e para o contato social. Hoje se sabe que o cotidiano do trabalho influi na vida

e nas emoções das pessoas. Por exemplo, a realização de um projeto de trabalho

importante resulta em senti- mentos positivos, assim como uma discussão com o chefe

pode acarretar sentimentos de preocupação. Por isso, as organizações precisam, de

alguma forma, proporcionar um ambiente de trabalho agradável, pois perceberam a

influência do bom ambiente para a produtividade, e, por consequência, o andamento do

trabalho. Assim, alguns fatores tornaram-se fundamentais para a realização do trabalho:

o ambiente, o relacionamento, saber como as pessoas se sentem com relação às suas

tarefas, enfim, uma visão mais global do trabalhador.

3. 1 Relacionamento interpessoal

O processo de interação humana encontra-se presente nas organizações, e a forma como

se dão essas interações influencia os resultados de toda a empresa. Conviver com o outro

não é uma tarefa fácil, e conviver com o outro no trabalho sem entender o comportamento

de cada um é praticamente impossível. Cada um de nós possui algumas noções sobre o

comportamento e as reações de outras pessoas, e até já desenvolveu certa habilidade para

lidar com as maneiras diferentes que cada um possui; porém, essas noções são empíricas

e nos basearmos apenas no que “achamos” nem sempre é um bom caminho.

Se considerarmos essa interação de pessoas num ambiente organizacional, temos que

levar em consideração que as pessoas não funcionam como máquinas e Relações

interpessoais e qualidade de vida no trabalho que muitas vezes o comportamento é

diferente do que se espera. Isso porque, quando estamos em interação com outras pessoas,

4 Esse texto faz parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações

www.iesde.com.br. Disponível em:

http://concursospublicos.uol.com.br/aprovaconcursos/demo_aprova_concursos/marketing_pessoal_e_etiq

ueta_03.pdf. Acesso em: 19/01/2014.

Page 9: Apostila relações interpessoais

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o funcionamento de ser de cada um é afetado, alterando o que se poderia chamar de

“previsto ou esperado”.

Segundo Moscovici (1994), nas empresas, a interação humana ocorre em dois níveis

concomitantes e interdependentes. O nível da tarefa é o que podemos observar, que é a

execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-se às

sensações, aos sentimentos que são gerados pela convivência. Se esses sentimentos são

positivos, o nível da tarefa é facilitado, gerando uma produtividade satisfatória. Se, ao

contrário, o clima emocional não é satisfatório, a tarefa passa a sofrer os efeitos, que

muitas vezes se manifestam com interações de desagrado, antipatia, aversão etc.

A interação socioemocional pode favorecer o resultado do trabalho e as relações

interpessoais. Se os processos são construtivos, a colaboração e o afeto predominam, o

que possibilita a coesão do grupo. Caso contrário, o grupo passa a ter conflitos in- ternos.

O que se observa é que para trabalhar bem, e em grupo, as pessoas precisam possuir não

apenas competências técnicas para realizar suas funções, mas também competências

emocionais.

Bom Sucesso (2002, p. 29-30) destaca algumas dificuldades mais observadas na

dimensão interpessoal:

a) Falta de objetivos pessoais;

b) b) Dificuldade em priorizar;

c) Dificuldade em ouvir:

Saber ouvir

Saber ouvir é considerado uma das maiores habilidades humanas, isso implica dar àquele

que fala sua atenção, somada à capacidade de compreensão.

Muitas razões estão envolvidas no ato de ouvir, são elas: desejo de obter informação;

curiosidade em receber uma resposta;

interesse em participar da história de outro ser humano;

necessidade de estabelecer novos relacionamentos;

respeito e desejo de valorização da pessoa do outro. (MACKAY, 2002, p. 10).

Para ouvir efetivamente, não basta apenas estar atento, mas perceber também a voz de

quem fala, a escolha das palavras, o tom e ritmo, a linguagem corporal, enfim, é muito

mais do que ficar passivamente deixando o som entrar pelos ouvidos. É uma das melhores

formas de mostrar respeito pelo outro.

3.3 Como o conhecer do “eu” desenvolve o conhecer

do outro: as relações intrapessoais e o conceito de

alteridade

Page 10: Apostila relações interpessoais

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Muito tem se falado sobre relacionamento. Relacionamento com o cliente, com

colaborador, com a marca, com o produto. Ótimo! Realmente o relacionamento faz parte

da base de qualquer negócio. Porém, existe um tipo de relacionamento que não recebe a

devida importância, mas que faz toda diferença no resultado final (e também durante todo

o percurso): o relacionamento intrapessoal.

Muito confundido com o interpessoal, o relacionamento intrapessoal é a capacidade de

integração do autoconhecimento, autodomínio, autoafirmação e a automotivação.

Esse relacionamento somado ao interpessoal resulta no conceito de inteligência

emocional, que segundo Daniel Goleman é “a capacidade de identificar os nossos

próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro

de nós e nos nossos relacionamentos e também, é a grande responsável pelo sucesso e

insucesso das pessoas.

A alteridade

Ao falar sobre a relação com o outro na conquista da América, o autor Tzvetan

Todorov nos proporciona uma visão de alteridade a partir do paradoxo construído pelas

diferentes opiniões acerca do índio, segundo os relatos de Las Casas5 e Hernan Cortez6.

Todorov a relaciona com a descoberta que o “eu” faz do outro.

Ora, o que é alteridade? Alteridade diz respeito à relação que se tem com outro,

ao encontro e descoberta do outro que não está, ou é constituindo diferente de um eu, nem

está fora do eu. Para Todorov (1993, p. 3): “Podem-se descobrir os outros em si mesmo,

e perceber que não se é uma substância homogênea, e radicalmente diferente de tudo o

que não é si mesmo; eu é um outro”. Falar de alteridade significa considerar uma relação

intersubjetiva entre o eu e o outro. Essa relação será definida, segundo o ponto de vista

de um eu que separa e distingue o outro, como já pontuou Todorov.

4. Teoria de Campo de Lewin

A teoria defende que o comportamento humano é dependente de dois fatores:

• O comportamento é derivado da totalidade dos fatos coexistentes;

• Esses fatos e eventos apresentam um campo dinâmico de forças, nos quais fatos ou

eventos têm uma inter-relação com os demais, influenciando e sendo influenciado por

eles.

5Foi um frade dominicano, exercendo a função de cronista, teólogo e considerado o primeiro sacerdote

ordenado na América. O espanhol é considerado o principal defensor dos povos indígenas nas terras

americanas. Entre as sua obras está a Brevissima relación de la destrucción de las Indias de 1542 (AMEDI,

2007, p. 1). 6Conquistador espanhol, mais conhecido por ter combatido o Império Asteca de Montezuma. Suas

narrativas de viagem foram construídas por cartas, das quais apenas cinco chegaram ao rei Carlos V, escritas

entre os anos de 1519 a 1526. As cartas de Cortez são referência para conhecer a conquista do México

(JOSÉ, 2012, p. 337).

Page 11: Apostila relações interpessoais

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O campo dinâmico é chamado campo psicológico, que é o espaço de vida que contém a

pessoa e seu ambiente psicológico. Este campo psicológico é o que a pessoa interpreta a

si e ao mundo externo. É o meio ambiente em que pessoas, objetos, situações podem ter

valências diferentes, sendo valência positiva quando atraem e vão ao encontro das

necessidades do indivíduo e sua satisfação e negativa quando podem ou sugerem causar

algum dano ou prejuízo. A partir dessa teoria podemos entender que o indivíduo se

comporta de acordo com suas percepções e não de acordo com a realidade, ou seja, reage

conforme àquilo que é confortável ou não com suas cognições.

5. Teoria da dissonância cognitiva

A teoria da dissonância cognitiva baseia-se na premissa de que a pessoa se esforça para

manter a coerência entre suas cognições (convicções e opiniões). Quando a uma pessoa

tem uma crença sobre algo e age diferente do que acredita, ocorre uma situação de

dissonância. A dissonância é a contradição e uma das principais fontes de inconsistência

no comportamento. O elemento cognitivo é uma convicção que o indivíduo tem sobre si

mesmo e o ambiente.

Esses três elementos podem estar relacionados de três maneiras:

• Relação Dissonante: Quando a pessoa tem uma opinião sobre algo e age de outra forma.

Exemplo: o indivíduo sabe que beber e dirigir são atos perigosos, no entanto mantém essa

atitude, mesmo conhecendo os riscos.

• Relação Consonante: Usando o exemplo anterior: o indivíduo sabe que beber e dirigir

são comportamentos perigosos e então os abandona.

• Relação irrelevante: Quando os elementos da relação não possuem ligação: o indivíduo

dirige e joga futebol.

Quando ocorre uma dissonância o indivíduo entra em um conflito íntimo e procura adotar

algumas formas para sair deste desconforto.

a) Mudança do Comportamento: tenta reduzir as dissonâncias, mudando suas opiniões

pessoais para adequá-las à situação externa conflitante.

b) Mudança do Ambiente: tenta mudar o ambiente e ajustá-lo às suas convicções.

Page 12: Apostila relações interpessoais

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c) Conflito permanente: Caso o indivíduo não consiga mudar as suas convicções e/ou

ambiente externo, passa então a conviver com o conflito íntimo da relação dissonante.

2. 1 Motivação

A motivação está associada a um processo responsável pela intensidade, pela direção e

pela persistência dos esforços de uma pessoa orientados para o alcance de determinado

propósito.” ROBINS (1999) apud BERGUE (2010).

2.1.2 Como motivar pessoas?

Segundo ROBBINS (2012), para que um líder motive seus colaboradores é preciso estar

atento a alguns fatores:

Os colaboradores são diferentes e essas diferenças precisam ser levadas em

consideração;

Os objetivos devem ser estabelecidos de forma clara e devem ser desafiadores;

O feedback é fundamental –saber se está caminhando rumo aos objetivos

esperados ou se está se distanciando deles;

Dar abertura aos colaboradores para que participem de tomadas de decisão que os

afetem pode motivá-los;

As recompensas devem ser proporcionais ao desempenho;

A justiça e a equidade devem estar presentes no sistema de recompensa

Unidade 2: O fazer Humano: Como trabalhar

• Motivação;

• Liderança;

• A hierarquia das Necessidades de Maslow;

• A teoria dos dois fatores de Herzberg;

Page 13: Apostila relações interpessoais

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2.1.3 A hierarquia das Necessidades de Maslow

Abraham Maslow sugeriu que muito do comportamento do ser humano pode ser

explicado pelas suas necessidades e pelos seus desejos. Quando uma necessidade, em

particular se torna ativa, ela pode ser considerada um estímulo à ação e uma

impulsionadora das atividades do indivíduo. Essa necessidade determina o que passa a

ser importante para o indivíduo e molda o seu comportamento como tal. Na teoria de

Maslow, portanto, as necessidades se constituem em fontes de motivação.

O comportamento motivado pode ser encarado como uma ação que o indivíduo se obriga

a tomar para aliviar a tensão (agradável ou desagradável) gerada pela presença da

necessidade ou desejo. A ação é intencionalmente voltada para um objeto ou objetivo que

aliviará a tensão interior. A teoria de Maslow sobre o comportamento motivado, por

analogia, poderia ser utilizada para entendermos um pouco melhor os clientes das

organizações. Poderíamos dizer que o ato de comprar um produto ou serviço é motivado

por uma tensão interna no nosso cliente, gerada por uma necessidade. Após a compra do

produto ou serviço, essa tensão é aliviada.

Page 14: Apostila relações interpessoais

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É importante lembrar que, embora a necessidade seja o grande motor da decisão racional

da compra, o desejo, de cunho marcadamente emocional, desempenha um papel

extraordinariamente importante no processo de compra. É fácil perceber que podemos

deixar de comprar algo que necessitamos se não o desejarmos no momento. Também

compramos coisas que não necessitamos quando assim o desejamos.

2.2 Teoria dos dois Fatores de Herzberg

Frederick Herzberg, psicólogo norte-americano nascido em 1923, realizou uma pesquisa

no final dos anos 50 na qual fez perguntas a 203 engenheiros e contadores de Pittsburg

sobre satisfação e insatisfação no emprego. As perguntas eram do tipo:

. “Você pode descrever, detalhadamente, o que sente quando está

excepcionalmente bem no trabalho?”

. “O que sente quando está excepcionalmente mal no trabalho?”

Tanto o método de pesquisa como seus resultados não foram considerados nada originais,

mas resultaram em boas ideias sobre o que leva as pessoas a reagirem com relação ao

trabalho.

Herzberg dividiu os fatores que causam satisfação e insatisfação no trabalho em duas

categorias, os que atendem a necessidades instintivas das pessoas e os que atendem a

necessidades humanas individualizadas. Herzberg chamou os fatores instintivos de

fatores de manutenção porque apenas mantêm a satisfação quando presentes ou causam

insatisfação quando ausentes, mas não geram nenhum aumento de satisfação. Esses

fatores incluem aspectos extrínsecos ao trabalho, isto é, que compõem o ambiente de

trabalho tais como salário, condições de trabalho, supervisão, benefícios, etc. Fazendo

uma analogia com um hospital ele os chamou de fatores higiênicos e funcionam como a

higiene no hospital, não fazem o paciente melhorar, apenas evitam que ele fique ainda

mais doente. Assim esses fatores não geram satisfação mas evitam a insatisfação,

portanto devem estar presentes, caso contrário não teremos motivação.

Unidade 3: O Pessoal: como gerenciá-lo no ambiente de trabalho

• Personalidade;

• Percepção social e interpessoal;

Page 15: Apostila relações interpessoais

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Pós-Graduação Uniasselvi. Integração e Relações Interpessoais. São Paulo. Universidades

Uniasselvi, 2009.

3. 1 Personalidade

Para entender o conceito de relações interpessoais

é necessário definir o termo personalidade.

A palavra personalidade deriva do grego persona

– máscara utilizada pelos autores gregos para dar

“vida” aos seus personagens – embora a

personalidade possa ser classificada sob diversos

enfoques teóricos. Neste caso, a ênfase será dada

ao perfil de personalidade como agente facilitador

ou dificultador da dinâmica das relações humanas

e, consequentemente, do processo de comunicação.

A personalidade determina a forma de se comunicar. A pessoa que tem dificuldade de se

comunicar, geralmente não consegue demonstrar suas qualidades, isto é, tende a não

revelar ao seu ciclo de relacionamento quem ela realmente é. Ao adotar tal atitude, a sua

vida social e a realização dos projetos pessoais e profissionais tendem a ficar prejudicados,

gerando um círculo vicioso, pois a dificuldade em se comunicar afeta a personalidade e,

logicamente, sua relação com o mundo. (ELTZ, 1998).

O autor referido salienta que a personalidade cria barreiras à comunicação e que essas

podem ter diversas origens: hereditariedade, educação, experiências pessoais e condições

emocionais de cada um. Para melhor entender o perfi l de personalidade e o contexto das

relações interpessoais (entre pessoas) e intrapessoal (relação com o próprio eu, ou seja,

diálogo interior), destacamos três dimensões básicas:

3.1.2 Tipos de personalidade

Para Sucesso (2002), a nossa cultura enfatiza a observação dos próprios defeitos e

qualidades, e também os dos outro, e sobre esses dois pilares fundamentais, o

relacionamento interpessoal. Os aspectos considerados “qualidades” são

supervalorizados, provocando comentários como: “Ele consegue se manter equilibrado

durante todo o tempo em que fala com sua mulher. Se fosse eu, já teria perdido a calma”.

Page 16: Apostila relações interpessoais

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a) Extroversão: as pessoas extrovertidas tendem a serem ativas, mais expressivas,

sociáveis e, até mesmo, impulsivas. Geralmente falam alto, são expansivas e loquazes.

Os extrovertidos sociáveis têm vários amigos e precisam de pessoas ao seu redor, tendem

a ser alegres, gostam de rir e de ser felizes. Enfi m, gostam de mudanças.

b) Introversão: os introvertidos típicos são silenciosos e tendem a preferir fi car isolados,

por exemplo, lendo livros, a ter pessoas ao seu redor. Geralmente, são reservados e

distantes, exceto com relação aos amigos íntimos. São pessoas que planejam as coisas

com antecedência e não cedem a impulso momentâneo. Controlam seus sentimentos e

dão muito valor a padrões éticos.

c) Neurose: toda pessoa possui alguns traços neuróticos sem que isso signifique

desequilíbrio emocional. No entanto, em casos extremos, a pessoa tende a ser instável,

com tendência à negatividade, e tem necessidade de chamar a atenção para si mesma. Os

traços associados à neurose são muitos conhecidos: ansiedade, distúrbios de

personalidade, solidão e pessimismo. O neurótico pode tender a ter mais fobias e

propensão à depressão.

Embora não possamos generalizar os traços de personalidade (Quadro 1) anteriomente

expostos, estes podem dar pistas das possíveis variações no processo de comunicação.

Percepção social e interpessoal;

3.2 Percepção social

Como criamos nossas primeiras impressões sobre as

pessoas? Formar as primeiras

impressões sobre as pessoas é

mais complexo do que podemos

imaginar, pois muitos fatores

estão envolvidos e sendo

considerados nesta questão. Para

Soto (2002), “a percepção se

refere ao processo ativo de

perceber a realidade e organizá-

la em interpretações ou visões

sensatas”.

O processo perceptivo é

importante nas organizações,

pois percebemos diferentes

pessoas com diferentes interpretações ou visões, muitas vezes contraditórias, do mesmo

fato ou pessoa. É difícil ter uma interpretação sem um foco, uma estratégia e pessoas que

façam as coisas como desejamos.

Page 17: Apostila relações interpessoais

17

Os erros de uma percepção sensorial podem causar danos irreparáveis às pessoas,

podendo levar uma organização à desgraça.

3. 2.1 fatores que influenciam a percepção

Soto (2002) descreve que alguns fatores influenciam a percepção das pessoas. Os mais

signicativos são:

• Atenção: muitos são os estímulos presentes durante o estado de vigília, aos quais

compete captar a nossa atenção; mas não reagimos da mesma maneira a todos eles. A

atenção é definida como a abertura seletiva de uma pequena porção de fenômeno que nos

atrai.

• Fatores Externos: existem certas características dos estímulos que frequentemente

determinam nossa atenção. Os mais importantes são a intensidade, o tamanho, a mudança

e a repetição.

• Fatores Internos: classificam-se em: a) motivacionais: se temos fome, os estímulos que

se associam a esse motivo se tornarão o foco de nossa percepção. Os motivos fazem nossa

percepção seletiva; b) interesses e valores: atendemos àqueles aspectos do mundo que nos

rodeiam que se relacionam com os nossos interesses.

• Formação de Juízos: quando observamos as pessoas, tratamos de desenvolver

explicações sobre o porquê de se comportarem de certa maneira.

3.2. 2 distorções da percepção

As percepções verdadeiramente objetivas são muito raras. Em sua maioria, as percepções

são subjetivas e, em consequência, sofrem de inexatidão ou distorções. As distorções que

podem afetar a percepção são:

• Percepção Seletiva: as pessoas interpretam seletivamente o que veem a partir dos seus

interesses, antecedentes, experiências e atitudes.

• Efeito de Halo: é obtida a impressão geral de um indivíduo a partir de uma só

característica.

• Projeção: atribuição das características próprias a outra pessoa.

• Estereótipo: juízo formulado a respeito de alguém segundo o critério da percepção

própria do grupo ao qual essa pessoa pertence.

• Efeito de Contraste: avaliação das características de uma pessoa afetada pela

comparação com as mesmas características de outra pessoa recentemente contatada, que

qualifica de forma mais alta ou mais baixa.

3. 2.3 reduzindo os problemas de percepção

Para reduzir os problemas de percepção, devemos aumentar a frequência de observações.

Além disso, é útil garantir a representatividade das informações por meio do cuidado com

o modo e o momento da observação.

Page 18: Apostila relações interpessoais

18

Para Dimitrius e Mazzarella (2003, p. 2), ainda é importante dominar as seguintes

habilidades:

a) Passar mais tempo com as pessoas. Este é o melhor modo de aprender a entendê-las.

b) Parar, olhar e ouvir. Não existem substitutos para a paciência e a atenção.

c) Aprender a revelar algo de nós mesmos. Precisamos nos abrir primeiro para

conseguirmos que os outros se abram.

d) Saber o que estamos procurando. Há uma boa chance de nos desapontarmos, a menos

que saibamos o que desejamos da outra pessoa.

e) Treinar para sermos objetivos. A objetividade é essencial para decifrar pessoas, mas é

a habilidade que temos mais dificuldade em desenvolver, entre todas.

f) Começar do início, sem desvios nem preconceitos.

g) Tomar uma decisão e, depois, agir.

3.2.4 Distorções da percepção

As percepções verdadeiramente objetivas são muito raras. Em sua maioria, as percepções

são subjetivas e, em consequência, sofrem de inexatidão ou distorções. As distorções que

podem afetar a percepção são:

• Percepção Seletiva: as pessoas interpretam seletivamente o que veem a partir dos seus

interesses, antecedentes, experiências e atitudes.

• Efeito de Halo: é obtida a impressão geral de um indivíduo a partir de uma só

característica.

• Projeção: atribuição das características próprias a outra pessoa.

• Estereótipo: juízo formulado a respeito de alguém segundo o critério da percepção

própria do grupo ao qual essa pessoa pertence.

• Efeito de Contraste: avaliação das características de uma pessoa afetada pela

comparação com as mesmas características de outra pessoa recentemente contatada, que

qualifica de forma mais alta ou mais baixa.

3.2.5 Reduzindo os problemas de percepção

Para reduzir os problemas de percepção, devemos aumentar a frequência de observações.

Além disso, é útil garantir a representatividade das informações por meio do cuidado com

o modo e o momento da observação.

Para Dimitrius e Mazzarella (2003, p. 2), ainda é importante dominar as seguintes

habilidades:

a) Passar mais tempo com as pessoas. Este é o melhor modo de aprender a entendê-las.

b) Parar, olhar e ouvir. Não existem substitutos para a paciência e a atenção.

Page 19: Apostila relações interpessoais

19

c) Aprender a revelar algo de nós mesmos. Precisamos nos abrir primeiro para

conseguirmos que os outros se abram.

d) Saber o que estamos procurando. Há uma boa chance de nos desapontarmos, a menos

que saibamos o que desejamos da outra pessoa.

e) Treinar para sermos objetivos. A objetividade é essencial para decifrar pessoas, mas é

a habilidade que temos mais dificuldade em desenvolver, entre todas.

f) Começar do início, sem desvios nem preconceitos. g) Tomar uma decisão e, depois,

agir.

Pós-Graduação Uniasselvi. Integração e Relações Interpessoais. São Paulo. Universidades

Uniasselvi, 2009.

4. 1 Liderança, líder e tipos de liderança

A liderança é um processo de estímulo mútuo, pelo qual, por meio de ações recíprocas

bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a energia humana que delas

deriva é encaminhada em benefício de uma causa comum. É o processo de influenciar

pessoas por meio de ideias.

Líder é aquele que, em uma dada situação social, influencia, por suas ideias e ações, o

pensamento e as atitudes dos outros. Líder que dá destaque ao indivíduo é mais

personalista.

Andreola (1992) também contribui para o entendimento da temática da liderança quando

apresenta tipo e formas de liderança:

• Líder autocrático: autoritário, concentra o poder de decisão, dita sozinho as normas e

atividades do grupo – proíbe, ameaça, exige e castiga. É ditador.

• Líder paternalista: mantém o grupo dependente por meio de superproteção e

assistencialismo; não valoriza iniciativas, não promove lideranças; todos devem recorrer

a ele para soluções.

Unidade 4: Como gerenciar o coletivo

• Liderança;

• O comportamento humano nas organizações;

• Grupos e equipes;

• Desenvolvimento dos grupos;

• Tipos de grupos

Page 20: Apostila relações interpessoais

20

• Líder laissez-faire: “deixa rolar”, não assume, não dirige, não coordena, é inseguro; o

grupo se desintegra pelo desinteresse ou pelos conflitos que se criam.

• Líder democrático: valoriza as ideia e iniciativas do grupo, coordena, anima, oportuniza

a participação, a cooperação e o surgimento de lideranças. Cria clima de liberdade, de

comunicação e integração.

Andreola (1992) elucida que, para alguns autores, a denominação de líder é apenas para

o democrático, enquanto que, como termo genérico, vale para todos o termo dirigente,

estando implícito no processo de influência social que caracteriza essa relação. Quanto à

liderança situacional, a teoria mais atualizada é chamada de “trilha-meta” de liderança,

que utiliza o modelo de expectativa da teoria motivacional de processo, no

reconhecimento explícito da relação existente entre liderança, motivação e poder. Esta

teoria procura explicar o impacto do comportamento do líder sobre a motivação, a

situação e o desempenho dos membros do grupo. De acordo com a teoria motivacional

de expectativa, o comportamento do líder será aceitável para os liderados se for percebido

como uma fonte de satisfação imediata ou instrumental à satisfação futura.

Este tipo de liderança apresenta três variáveis básicas de situação:

a) relações membro-líder: como são as relações interpessoais;

b) estrutura tarefa: grau de estrutura da tarefa a executar;

c) poder de posição: poder e autoridade inerentes à posição do líder.

4.2 O comportamento humano nas organizações

O comportamento humano dentro das organizações tem mudado ao longo dos anos e

exigindo dos líderes o desenvolvimento de novas habilidades, bem como a melhoria do

processo de comunicação, seja ela horizontal ou vertical. É importante que a liderança

seja acima de tudo uma posição (não apenas uma função ou cargo) e para isso os líderes

precisam entender bem o comportamento humano e atuar sobre ele de forma proativa.

Baseado na análise do comportamento humano pode-se dividir em quatro grandes grupos

os indivíduos de acordo com suas características de comportamento. Abaixo a definição

de cada grupo, bem como a análise de como o líder deve abordar cada grupo de forma a

maximizar o desempenho e extrair o melhor de cada um de sua equipe, tendo em vista

que os perfis aparecem misturados nas mais diversas equipes de trabalho:

a) Catalisador: indivíduo essencialmente criativo, sendo motivado por reconhecimento à

autoestima. É percebido como empreendedor, convincente e vibrante pelo demais,

contudo, é considerado superficial, vaidoso e pretensioso. Tem dificuldades com

disciplina e moderação. Tem uma tendência a gostar de coisas exclusivas que o diferencie

dos demais.

Page 21: Apostila relações interpessoais

21

a. Função do Líder: buscar a todo o momento envolver o funcionário em novas funções

que exijam alto poder de criatividade e ao mesmo tempo dar constante feedback no que

diz respeito à humildade e trabalho em equipe.

b) Controlador: indivíduo focado basicamente em resultados efetivos, sendo motivado

essencialmente pela realização. É percebido como dinâmico, eficiente e objetivo. Em

compensação, é percebido também como crítico, dono da verdade e “mandão”. Costuma

ter dificuldade em ouvir os outros e esperar a hora certa de executar algo.

a. Função do Líder: desenvolver no colaborador a escuta ativa mostrando a importância

de ouvir, entender e praticar conceitos de terceiros. Estimular o foco em metas e objetivos

direcionados a m crescimento sólido.

c) Apoiador: indivíduo com grande foco em relacionamentos, onde o convívio harmônico

é sua grande fonte de motivação. É percebido como amável, compreensivo e disponível.

Contudo, é percebido também como ineficiente, fingido e bonzinho demais. Tem grande

dificuldade em dizer não e trabalhar com metas e objetivos.

a. Função do Líder: buscar desenvolver no colaborador um foco no resultado e

direcionado a conquistas tangíveis. Focar no aperfeiçoamento do nível de assertividade

para eliminar o rótulo que possa ser criado pelo foco em pessoas.

d) Analítico: indivíduo apagado a procedimento e normas, onde seu grande motivador é

a segurança e estabilidade. É percebido como disciplinado, sério e cuidadoso. Contudo, é

visto também como confuso e perfeccionista. Num processo de decisão busca o máximo

de informações possíveis para uma escolha certa. Tem grande dificuldade em tomar

decisões rápidas ou que tenham algum tipo de risco.

a. Função do Líder: promover aprendizado inovador contínuo, tentando mostrar ao

colaborador como pensar “fora da caixa”; Importante valorizar a disciplina como sendo

a forma mais apropriada de se alcançar maiores ambições.

É importante ressaltar que não existe modelo ideal ou perfeito para se formar uma equipe

de trabalho. Cabe ao líder identificar o perfil de cada componente da sua equipe e dentro

da particularidade de cada um buscar extrair os melhores resultados de cada um, sem que

os mesmos percam a sua essência.

4.3 Grupos e equipes

Quando um grupo se inicia, qualquer que seja sua denominação, existem várias palavras

que não se expressam, que ficam guardadas, escondidas, disfarçadas. Somos iguais?

Somos um? Somos diferentes? Somos vários? Igual + diferente somos um?

Page 22: Apostila relações interpessoais

22

À medida que as pessoas vão e vêm entre si, os mistérios vão se abrindo, as flores vão

desabrochando, o conhecimento acontece, o laço se estabelece. Sobra, porém, algo por

descobrir. Existe sempre um mistério por se revelar.

Quando um grupo se inicia, todos chegam trazendo o que é seu. Desconfiados,

apreensivos, alegres, interessados, observadores, distraídos, esperançosos, temerosos,

tímidos, expansivos, silenciosos, resistentes, eles vêm se aproximando em busca de algo,

cada um com seu jeito, sua forma, seu temperamento, sua história de vida, seu desejo, seu

destino. Mãos soltas e olhares inquietos começam a ver outros seres, outros olhos e, ao

se darem as mãos, somam afetos, alegrias, preocupações, carinhos e medos.

Um grupo se forma quando todos nele encontram seus lugares, lugares flexíveis,

garantindo a cada um sua importância, seu significado. Eu, você, o outro, nós.

4.4 Desenvolvimento dos grupos;

Em relação à estrutura, descreveremos o desenho que o grupo tem, partindo do tamanho

e forma, seguindo pelas suas fases e necessidades interpessoais, contemplando suas

interações, normas e regras de funcionamento, aspectos relevantes da comunicação e do

feedback. Daremos sequência com as necessidades humanas e os correspondentes fatores

motivacionais especialmente no trabalho, a influência e liderança, com foco nas bases de

poder e da autoridade que o poder lhe confere, os diversos papéis que as interações em

pequenos grupos exigem, como essa dança de papéis determina consciência ou mascara

o que acontece nas relações dentro do grupo. Finalizaremos com o que faz do grupo uma

totalidade com identidade e autonomia social e com sua existência.

4.5 Tipos de grupos

Kurt Lewin fez as primeiras diferenciações de tipos de grupo. Importa aqui destacar “O

sociogrupo como sendo o grupo centrado na tarefa, isto é, o grupo estruturado e orientado

para execução ou cumprimento de uma tarefa”. Já o psicogrupo é o grupo de formação

no sentido amplo do termo, ou seja, um grupo estruturado, orientado e polarizado em

função dos seus próprios membros; poderíamos dizer centrado em si mesmo.

(MAILHIOT, 1967). Esta diferenciação destacada aqui é ainda atual, pois é aceita nos

estudos mais recentes sobre grupos.

Estes grupos – o sociogrupo e o psicogrupo – têm semelhanças quanto ao tamanho.

Ambos, via de regra, são microgrupos com um pequeno número de pessoas que varia de

sete a quinze. Sabemos que um número menor do que oito na composição do grupo resulta

em processos de características terapêuticas, existindo “[...] tendência para o

aparecimento de forte componente terapêutico [...] (ZIMERMAN, 1993, p. 93). Isto

porque todos procurariam ser atendidos clinicamente nos seus processos atuais e de

história de vida, como numa terapia de grupo, o que atrapalharia o desdobramento das

atividades em se tratando de sociogrupo e psicogrupo. Assim, também alteraria as

Page 23: Apostila relações interpessoais

23

interações e os processos uma quantidade de participantes superior a trinta membros, o

que causaria dificuldades de observação e registro e coordenação.

Os grupos pequenos tendem a aproximar as pessoas, e essa aproximação tem

características físicas e psicológicas, influenciando a estrutura organizacional do grupo e

os métodos e técnicas responsáveis pelo cumprimento da tarefa. O pequeno grupo, seja

de empresa, seja de crescimento pessoal, com o tempo de convivência de seus membros,

passa a ter um clima de grupo mais informal, em que as questões de ordem pessoal passam

a assumir papel relevante no campo de vida do grupo.

Ambos os grupos veem-se às voltas com questões como conflito, controle, reformulação

de normas e regras, feedback, inaptidão de algum membro para trabalhar em grupo.

Porém, os grupos de crescimento pessoal, por força do conteúdo programado para sua

formação e pelo perfil do coordenador, trata daquelas questões – conflito, controle,

reformulação, etc. – como oportunidades para o treino das capacidades para as relações

humanas.

Já os grupos orientados para a tarefa quase sempre lidam de maneira inadequada com as

situações interpessoais difíceis, resolvendo-as empiricamente ou pela truculência do

autoritarismo, comprometendo os resultados e limitando os potenciais individuais e

grupais.

O trabalho é a atividade humana que tem consumido a maior parcela de energia, física e

emocional, assim como a maior parte do tempo, dos homens e mulheres ativos

economicamente em nosso tempo, sendo que também as oportunidades de trabalhar e

viver em grupo se manifestam em alto grau. Os estudiosos do trabalho, como os

ergonomistas, administradores e educadores, somam esforços com a dinâmica de grupo

para entender melhor os relacionamentos interpessoais, especialmente os de pequenos

grupos.

Unidade 5: Comunicação interpessoal

• Relacionamento interpessoal;

• Conflitos e suas implicâncias;

• Técnicas de resolução de conflitos;

• Habilidades para lidar com pessoas;

• Feedback: a ponte ou o abismo para os relacionamentos?

• Tipos de Feedback;

• Habilidades de negociação;

Page 24: Apostila relações interpessoais

24

Pós-Graduação Uniasselvi. Integração e Relações Interpessoais. São Paulo. Universidades

Uniasselvi, 2009.

5.1 Relacionamentos interpessoais

Sempre gosto de lembrar que falar do ser humano é algo complexo e subjetivo porque

pessoas são essencialmente diferentes. Estas diferenças são resultantes de uma rede

enorme e intrincada de situações que se desenvolvem ao longo de nosso crescimento,

influenciada pela escola, amigos, famílias de amigos, vizinhos, clubes, além de exemplos

fornecidos pelos pais e outras pessoas que servem de referência para cada um de nós. A

mistura destes aspectos com elementos genéticos e hereditários são responsáveis pela

definição de como as pessoas serão. Daí a grande importância de buscarmos nosso

autoconhecimento e procurarmos conhecer o ser humano.

Para começar, este é um tema delicado que exige de cada um de nós, antes de mais nada,

muito respeito com as pessoas. Sem respeito pelo nosso semelhante, um bom

relacionamento interpessoal não será possível. Por exemplo, é preciso ter em mente de

que não somos câmeras nem gravadores que filmam, fotografam e gravam uma

determinada situação tal qual se apresenta em um determinado e exato momento quando

fotografada ou filmada. Por sermos seres humanos diferentes uns dos outros, costumamos

ver as pessoas e as situações que vivemos da forma como fazem sentido para nós, de

acordo com nossos vícios e o hábito que temos de ver as pessoas e o mundo, e não

necessariamente da forma como a realidade se apresenta.

Não fotografamos com nossos olhos exatamente o que vemos. Constantemente

respondemos a impulsos e sugestões que possuem algum significado para nós. Vemos o

que queremos ver ou o que necessitamos ver. Não vemos as pessoas tal como elas são,

mas sim as percebemos de acordo com o que elas significam para cada um de nós.

Analisemos nossa interpretação do mundo em que vivemos e particularmente tudo e todas

as pessoas com as quais nos relacionamos. Inicialmente, organizamos o mundo segundo

conceitos e/ou categorias. Dizemos que existem coisas quentes e frias, boas e ruins,

sensíveis ou complexas. Cada um destes conceitos pode ser considerado de acordo com

a dimensão através da qual podemos oferecer nossa contribuição com o mundo. Algumas

parecidas, outras diferentes.

Cada vez que consideramos nossas próprias qualidades, as de outras pessoas ou os

acontecimentos do mundo inanimado utilizamos estes conceitos. Somos dependentes de

nossa compreensão do mundo. Organizamos nossas experiências com base em conceitos

e categorias. Se perdemos um conceito relacionado com algo que ocorre no mundo

deveremos inventar outro ou não poderemos responder aos acontecimentos de maneira

organizada. Como por exemplo: alguém poderá explicar seu próprio comportamento ou

o de outra pessoa sem os conceitos de amor e de ódio?

Page 25: Apostila relações interpessoais

25

A maioria de nós desenvolve sua própria série de conceitos para interpretar o

comportamento dos outros. Nossas preferências conceituais estão no geral relacionadas

com nossa educação, aprendizado da vida e nossas motivações. Assim, um administrador

excessivamente sensível ao fato de que seus subordinados são ou não amigáveis pode, em

consequência, ter uma apreciação inadequada ao julgar outros importantes aspectos do

desempenho de seus subordinados.

5.2 Conflitos e suas implicâncias e Técnicas de resolução de conflitos

O que é conflito? Segundo Robbins e Coutier (2007), “Diferenças incompatíveis

percebidas, que resultam em alguma forma de interferência ou oposição.” Para Rummel

(apud VEZULLA, 2001, p. 18), “Conflito é uma luta pelo poder, que se manifesta em

todas as coisas.”

Não importa se as diferenças são reais ou irreais. Se as pessoas percebem que existem

diferenças, o conflito existe. Os conflitos podem ser classificados em:

a) Reais: baseados em diferenças percebidas e bem conhecidas entre opiniões e interesses,

que tenham sido examinadas pelas partes e que não tenham podido resolvê-las.

b) Irreais: baseados em comunicação errônea, uma percepção

Equivocada, um mal entendido. Mesmo que não tenha fundamento, o conflito irreal pode

causar problemas difíceis de resolver e, se não forem tratados com presteza, podem chegar

a se converterem em um verdadeiro conflito.

Uns dizem que o conflito deve ser evitado, outros dizem que deve ser provocado e outros,

ainda, assumem a posição de que ele é simplesmente natural, faz parte da vida.

5.2.1 Visões de conflito

a) Visão tradicional: • O conflito deve ser evitado, porque causa um mau funcionamento

na organização.

b) Visão de relações humanas: • É natural e inevitável. • Não é necessariamente negativo.

• Tem o potencial de ser uma força positiva para o desempenho da organização.

c) Visão Interacionista: • Tem o potencial de ser uma força positiva. • Uma pequena

quantidade dele é absolutamente necessária para que uma organização tenha um

desempenho eficiente.

O conflito é bom quando é funcional, pois é de natureza construtiva, visto que traz

benefícios para a organização.

5.2.2 Efeitos positivos do conflito funcional

Entre os efeitos positivos do conflito funcional, se encontram: • Motiva grupos e

indivíduos a se unirem na resolução de um problema. • Pode amenizar tensões sociais,

ajudando a estabilizar e a integrar as relações. • Permite às partes expressarem

reivindicações rivais e pode propiciar a oportunidade para reajustar alocação de recursos

valorizados. • Pode ajudar a manter o nível de estímulo ou inovação necessário a operar

Page 26: Apostila relações interpessoais

26

de modo inovador. Ao fazer isso, pode servir de fonte de motivação para a busca de

mudança adaptativa. • Leva à descoberta de novos fatos e informações que podem resultar

em benefícios para a organização. • Esclarece as relações de poder. • Aumenta a coesão

dos grupos.

5.2.3 Efeitos negatitivos do conflito funcional

O conflito é ruim quando é disfuncional. É aquele de natureza destrutiva, que traz

prejuízos. O conflito funcional: • Causa tensão que tem efeitos ou sequelas físicas e

emocionais nos membros dos grupos: úlceras, dores nas costas, insônia.

• Cria ambiente não-produtivo. • Distorce o comportamento das pessoas ou grupos, cada

qual a defender acirradamente suas posições particulares em detrimento da solução mais

racional e lógica.

5.2.4 Equívocos frequentes sobre os conflitos

• Conflitos se resolvem sozinhos.

• O confronto é desagradável.

• Presença de conflito é sinal de gerenciamento inadequado.

• Conflitos entre funcionários é sinal de pouca preocupação com a empresa.

• A raiva é sempre negativa e destrutiva.

4.5 Feedback: a ponte ou o abismo para os relacionamentos?

Feedback é um termo anglo-saxão para o qual a língua portuguesa não tem uma expressão

equivalente. É mal compreendido e mal utilizado em nossa cultura, onde é visto como

uma crítica, aconselhamento, desabafo, carregado de emoção ou oportunidade de

demonstrar inteligência e habilidade de observação (VEIGA, 2004). Porém, o feedback

pode ser traduzido como retroalimentação, uma espécie de mecanismo de revisão. No

controle de sistemas eletrônicos, onde este termo nasceu, significa qualquer procedimento

em que parte do sinal de saída de um circuito é injetado no sinal de entrada para: diminuí-

lo, ampliá-lo, modificá-lo ou controlá-lo.

Nas relações interpessoais e na dinâmica de grupo, feedback é um processo de ajuda para

mudança. É uma forma específica e especial de comunicação a outra pessoa ou grupo,

fornecendo-lhe informações sobre como sua atuação está afetando as outras pessoas.

O tipo de feedback que interessa para qualificar o relacionamento interpessoal é o

desenhado para a dinâmica de grupo, expresso pela seguinte fórmula: “Eu me sinto desta

ou daquela maneira toda vez que você faz tal ou qual coisa”.

A autoexposição é o movimento da pessoa em dar feedback aos outros, revelando

pensamentos próprios e originais, percepções e sentimentos de como o comportamento

dos outros a está afetando.

Page 27: Apostila relações interpessoais

27

Por fim, o feedback deve privilegiar o aqui e o agora, de acordo com o princípio da

contemporaneidade. A energia, assim como o contexto, é mais forte e visível no momento

próprio em que o comportamento acontece, e o feedback é mais efetivo e útil quando

aproveita a oportunidade no seu tempo certo, para criar fatos e acontecimentos presentes.

O feedback é positivo, quando encoraja a manutenção do comportamento, e negativo (de

crescimento), quando reprova a atitude e estimula sua correção.

5.4.1 Tipos de Feedback

O feedback poderá ter uma fórmula ou uma receita para viabilizar um tempo

relativamente curto a sua prática adequada. A formula é: Eu me sinto... (a pessoa que está

dando feedback diz qual é o sentimento), toda vez que você (diz o nome da pessoa) faz...

(diz qual é a atitude que causa o sentimento). Essa fórmula está associada a um padrão

que define como o feedback deve ser. Segundo Moscovici (1995), o feedback deve ser:

• Descritivo e não avaliativo: não há julgamento, apenas relato de um acontecimento

visível por todos, o que reduz as relações de defesa (aquele que recebe o feedback pode

sentir-se livre para usá-lo como julgar conveniente).

• Específico e não geral: quando se diz a alguém que ele é... isso tem menos significado

do que dizer como nos sentimos diante de um comportamento numa determinada ocasião.

• Compatível com as necessidades do comunicador e do receptor: não deve satisfazer

apenas as necessidades de um.

• Dirigido: para o comportamento que o receptor possa modificar.

• Solicitado ao invés de imposto: será mais útil quando o receptor tiver formulado

perguntas e os que observam possam responder.

• Oportuno: logo após o comportamento em questão.

• Esclarecido: a comunicação deve ser precisa, não é permitido interpretação indevidas,

procurando sempre verificar se é uma impressão individual ou compartilhada por todos.

5.5.1 Habilidades de negociação

Uma diversidade de técnicas de administração de conflitos foi desenvolvida para resolvê-

los e lidar com as modalidades dos efeitos negativos. Em geral, essas técnicas são de dois

tipos: procedimentos de barganha e negociação.

A barganha consiste em ofertas, contraofertas e concessões trocadas numa tentativa de

resolução mutuamente aceitável. A negociação, por sua vez, é o processo por meio do

qual as partes decidem o que cada um dará e receberá na troca entre as partes.

Existem cinco abordagens que determinam o grau em que pode se dar a barganha ou a

negociação entre as partes:

Page 28: Apostila relações interpessoais

28

1. Competição (assertivo, não-cooperador): isso significa sobrepujar a outra parte no

conflito e promover os próprios interesses à custa dos interesses dos outros. Uma maneira

de fazer isso é pelo recurso à autoridade para satisfazer os próprios interesses.

2. Acomodação (não-assertivo, cooperativo): permite que as outras partes satisfaçam seus

interesses à custa dos próprios interesses. Na acomodação, as diferenças são aplainadas

para manter a harmonia superficial.

3. Abstenção (não-assertivo, não-cooperativo): requer a permanência na neutralidade a

todo custo ou a recusa em assumir papel ativo.

4. Colaboração (assertivo, colaborador): as partes que se envolvem nessa estratégia

tentam satisfazer todos mediante a consideração das diferenças e a busca de soluções que

resultem em ganho para todos os interessados.

5. Transigência (faixa média entre assertivo e colaborador): essa abordagem procura a

satisfação parcial de todos mediante a troca e o sacrifício, decidindo mais pela resolução

aceitável que pela resolução ótima. Negociação contratual entre representantes sindicais

e a direção, normalmente envolve considerável transigência de ambos os lados.

6.1 As redes sociais7

7 HAHL. Bruno Rodrigues. A influência das redes sociais nas relações interpessoais. Revista Eletrônica

Colégio Mãe de Deus. Volume 4, Setembro de 2013.

Unidade 6: As novos desafios das relações interpessoais

• As redes sociais;

• Quando as redes sociais afetam as relações interpessoais.

Page 29: Apostila relações interpessoais

29

O século XXI é considerado a era da tecnologia e esta constatação não vem do nada.

Desde a Revolução Industrial, lá no longínquo século XVIII na Inglaterra, o homem

passou a inventar novos meios e a modificar seu modo de viver a partir disso. Passaram-

se mais de duzentos anos e a evolução tecnológica permaneceu e se acentuou. A internet

atingiu seu ápice e junto com ela veio o sucesso das redes sociais. Redes sociais são

plataformas sociais virtuais compostas por pessoas conectadas por vários tipos de

relações, que dividem valores, objetivos, interesses e ideologias comuns, possibilitando

um relacionamento democrático e igualitário.

Para elas não existem barreiras geográficas que possam impedir a interatividade.

Atualmente, elas são as plataformas mais acessadas da internet e quase uma unanimidade

entre as pessoas, principalmente jovens. É por estarmos vivendo esse período e pelo tema

estar muito em evidência, que escolhemos tratar do assunto e trazer todos os pontos

positivos e até os negativos do uso das redes sociais. Os jovens, que são a grande maioria

dos usuários, precisam saber como usar os meios eletrônicos e tudo que existe por trás de

fotos, vídeos, status, perfis compartilhados com um mundo virtual. Nós sabemos o quanto

é difícil interpretar estas situações camufladas e se desprender de uma realidade que está

muito inserida no nosso cotidiano. Estar conectado e interagindo com vários lugares

simultaneamente é prazeroso e curioso, mas devemos ter um limite e procurar um uso

mais adequado sem a interferência de qualquer outra pessoa ou instituição, pois queremos

esclarecer qual a real influência das redes sociais nas relações entre as pessoas.

6.1.1 As redes sociais e o cotidiano

É comprovado, pelos números, que o mundo virtual

proporciona a integração e participação de uma grande

quantidade de pessoas, nas mais diversas localidades do

mundo. No Brasil, a frequência nas redes sociais é tida

como uma das mais altas do mundo. Esta participação

que é considerada muito boa, por dar a oportunidade ao

usuário de integrar-se com

o mundo de uma maneira muito rápida e eficaz, pode ter

uma influência muito negativa na vida dos usuários.

Algumas vezes, a exposição nas redes sociais é tão grande

que passa a expor a intimidade de seus integrantes. Dados

pessoais como número de telefone, fotos e endereço

residencial podem ser facilmente utilizados contra os

interesses individuais e patrimoniais do internauta, pois no meio eletrônico também

existem pessoas com intenções criminosas que, devido a facilidade em fazer amizades

nas redes sociais, aproveitam-se de inocentes que não observam o perigo iminente. Por

causa desta exposição e também da liberdade que temos de postar tudo aquilo que

pensamos e fazemos, acabamos perdendo a nossa privacidade, pois em algumas

comunidades muito conteúdo é público e tudo se sabe já que no mundo virtual a discrição

inexiste e a informação é de fácil acesso. Hoje em dia, é possível encontrar qualquer

pessoa através de uma breve pesquisa em qualquer site de busca, basta colocar o nome

Page 30: Apostila relações interpessoais

30

dela que aparecem todas as suas fotos, suas

últimas atividades, seus gostos, sua cultura

e outras informações que deveriam ser

restritas, mas que um grande número de

desconhecidos fica sabendo. Porém, temos

a possibilidade de nos informar e,

sobretudo, escolher a fonte desta

informação para usarmos as redes sociais

de um modo mais atento e disciplinado.

Mesmo com seus perigos e suas

peculiaridades, as redes sociais são uma

forma intensa de viver, principalmente

para os jovens, sendo que poucos conseguiriam ficar desconectados por apenas um dia.

Fato este preocupante à medida que eles deixam de comer, estudar, praticar atividades

físicas, relacionar-se fisicamente com as pessoas e viver normalmente para ficar a frente

da tela de um computador.

6.2 Quando as redes sociais afetam as relações interpessoais.

Todos nós sabemos que as redes sociais podem no oferecer. Apesar de ter esse

conhecimento, muitas vezes somos tentados a permanecer conectados de uma maneira

fora do normal, pois esperamos uma mensagem ou um resultado de jogo, por exemplo,

como se fosse o nosso último desejo. Na geração atual, com o avanço da tecnologia, as

redes sociais tornaram o ser humano mais dependente. Com facilidade de acessos a

conteúdos que, antigamente, somente era possível encontrar em livros, hoje basta ter um

aparelho celular para obter uma infinidade de informações, já que a internet proporcionou

as pessoas uma acomodação fora do mundo físico. Porém o que ocorre quando o uso das

redes sociais interferem nas relações sociais? Incluindo o ambiente de trabalho. A seguir

vamos acompanhar uma matéria do site G1 sobre o assunto:

Enfermeira é demitida depois de publicar fotos do trabalho na internet A decisão da Justiça chamou a atenção para os perigos de divulgar informações ou

publicar fotos na internet, principalmente informações do trabalho.

Uma enfermeira de Pernambuco foi demitida por justa causa depois de publicar fotos dela e

da equipe em uma rede social. As fotos e os comentários sugeriam que a equipe estava

brincando em vez de trabalhar.

As fotos da equipe de enfermagem da unidade de tratamento intensivo de um hospital

particular de Pernambuco foram parar na internet.

“Foi um domingo de plantão, estava tranqüilo. Lembrei que tinha uma máquina na bolsa e eu

e uma enfermeira decidimos bater uma foto, só para postar para os amigos”, conta Klaudia

Page 31: Apostila relações interpessoais

31

Elizabeth Da Silva Pottes. A direção do hospital não gostou e Klaudia Elizabeth foi demitida

por justa causa. A enfermeira recorreu à Justiça e o caso foi parar no Tribunal Superior do

Trabalho, que manteve a demissão. O TST entendeu que “a conduta da enfermeira foi grave

ao ponto de justificar a sua dispensa."

“Ela alegou que eu usei a logomarca da empresa, porque estavam todos com as batas, com o

logotipo da empresa. Fiquei surpresa, achei que não poderia tomar essa proporção, achei que

seria só uma brincadeira que a gente faz nessas redes sociais”, diz.

Brincadeiras na internet são comuns e os chefes não são os únicos citados nos comentários. O

que não faltam são reclamações da empresa também.

Você não pode falar tudo o que quer sobre o seu trabalho na rede social. Mesmo que seja na

sua página pessoal. Às vezes, o que você publica sai do seu controle, porque outros amigos

acabam fazendo comentários maldosos e o seu nome está como responsável por aquela

publicação.

“Como é uma novidade, e a gente acaba se expondo demais, muitas vezes ultrapassamos o

limite legal e colocamos situações totalmente indevidas”, alerta o advogado Leandro Bissoli.

Por isso, se quiser evitar problemas trabalhistas e até demissões, evite comentários sobre o

trabalho, sobre seus projetos especiais e sobre sua rotina; não defenda ou acuse seu chefe ou a

empresa em uma discussão na internet e evite publicar fotos em que você ou seus colegas

estejam em um ambiente de trabalho ou com o uniforme da empresa.

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