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SANEAMENTO
BSICO
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Prof. Carlos Roberto Bavaresco
NDICE
1 - GENERALIDADES ......................................................................................... 1
1.1 - Importncia da Disciplina na Formao do Engenheiro .............................. 1 1.2 - Conceitos Bsicos Relacionados ao Saneamento ........................................ 1
2 - SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE GUA .......................................... 3 2.1- Introduo ..................................................................................................... 3 2.2- Importncia Sanitria do Abastecimento de gua ....................................... 3 2.3 - Importncia Econmica do Abastecimento de gua ................................... 3 2.4 - Doenas Relacionadas com a gua ............................................................. 3
2.4.1 - Doenas Relacionadas Com a Ingesto de gua Contaminada ........... 4 2.4.2 - Doenas de Transmisso Hdrica ......................................................... 4 2.4.3 - Doenas de Origem Hdrica ................................................................. 4
2.5 - gua na Natureza ........................................................................................ 4 2.5.1 - Ciclo Hidrolgico ................................................................................. 5
2.6 - Qualidade da gua ...................................................................................... 5 2.7 Classificao das guas.............................................................................. 5
2.7.1 - gua Potvel ........................................................................................ 5 2.7.2 - gua Poluda ........................................................................................ 5 2.7.3 - gua Contaminada ............................................................................... 5
2.8 - Caractersticas da gua para o Abastecimento ........................................... 6 3 - ELABORAO DE PROJETO ..................................................................... 9
3.1 - Planejamento de Sistemas de Abastecimento de gua ............................... 9 3.2 - Elementos Bsicos para Desenvolvimento de Projetos ............................... 9
4 - ESTIMATIVA DE POPULAO ................................................................ 10 4.1 - Objetivo ..................................................................................................... 10 4.2 - Mtodos de Previso ................................................................................. 10
4.2.1 - Processo de Extrapolao Grfica ...................................................... 10 4.2.2 - Processo Aritmtico ........................................................................... 10 4.2.3 - Processo Geomtrico .......................................................................... 11 4.2.4 - Processo da Curva Logstica .............................................................. 11 4.2.5 - Populao Flutuante ........................................................................... 11 4.2.6 - Norma Casan - Comunidades de Pequeno Porte ................................ 11
4.3 - Distribuio da Populao ......................................................................... 11 5 - PREVISO DE CONSUMO ......................................................................... 12
5.1 - Variaes de Consumo .............................................................................. 12 5.1.1 - Variaes Dirias ............................................................................... 12 5.1.2 - Variaes Horrias ............................................................................. 12
5.1.3 - Volume de gua Necessria ............................................................. 12 5.2 - Consumo de gua para Combate a Incndio ............................................ 13 5.3 - Captao de guas Superficiais ............................................................... 13 5.4 - Captao em Rios ..................................................................................... 13
5.4.1 - Exame Prvio das Condies Locais ................................................. 13 5.4.2 - Localizao de Tomadas ................................................................... 14 5.4.3 - Partes Constitutivas de Captao em Rio .......................................... 14
6 - ADUO DE GUA ..................................................................................... 16 6.1- Conceito ..................................................................................................... 16 6.2- Traado ...................................................................................................... 16 6.3- Classificao .............................................................................................. 16
6.3.1- Quanto a Natureza da gua Aduzida ................................................. 16 6.3.2 - Quanto a Energia para Conduzir a gua ....................................... 16
6 .4 - Dimensionamento das Adutoras .............................................................. 17 6.5 - Peas Especiais e rgos Acessrios ....................................................... 20 6.6 - Materiais Empregados em Adutoras ......................................................... 21
7 - RESERVATRIOS DE DISTRIBUIO .................................................. 22 7.1 - Tipos de Reservatrios de Distribuio .................................................... 22
7.1.1 - Quanto Localizao no Sistema ...................................................... 22 7.1.2 - Quanto Localizao no Terreno ...................................................... 22
7.2 - Quanto ao Material de Construo ........................................................... 22 7.3 - Capacidade dos Reservatrios .................................................................. 22 7.4 Dimenses Econmicas. ......................................................................... 23
8 - REDE DE DISTRIBUIO ......................................................................... 24 8.1 Definio .................................................................................................. 24 8.3 - Clculo da Vazo de Distribuio ............................................................. 24 8.4 - Vazo Especifica ...................................................................................... 24 8.5- Dimensionamento da Rede ........................................................................ 25
8.5.1- Mtodo do Seccionamento Fictcio .................................................... 25 8.5.2 - Marcha de Clculo: ........................................................................... 25
8.6 - Condies para os Sistemas de Distribuio de gua .............................. 27 8.7 - Materiais Empregados .............................................................................. 27
9 - CAPTAO DE GUAS SUBTERRNEAS ............................................ 30 9.1 - Introduo ................................................................................................. 30 9.2 - Estudo dos Aqferos ................................................................................ 30 9.3 Conceitos e Definies das guas Subterrneas ...................................... 31 9.4 - Vantagens do Uso de guas Subterrneas ................................................ 32 9.5 Qualidade da gua ................................................................................... 32 9.6 Hidrulica de Poos ................................................................................. 32 9.7 Desinfeco .............................................................................................. 33
9.7 1 - Quantidade de Desinfetante a Usar: ................................................... 33 9.7.2 - Tcnica de Desinfeco: .................................................................... 33
10 - TRATAMENTO DE GUAS DE ABASTECIMENTO ........................... 34 10.1 - Principais Processos de Tratamento de gua .......................................... 34
10.1.1 - Aerao ............................................................................................ 34 10.1.2 - Coagulao e Floculao.................................................................. 34 10.1.3 - Decantao ....................................................................................... 35 10.1.4 - Filtrao ........................................................................................... 35 10.1.5 - Desinfeco ...................................................................................... 37
10.2 Esquema Geral de uma Estao de Tratamento ...................................... 38 11 - SISTEMAS DE ESGOTOS SANITRIOS ................................................ 39
11.1- Introduo ................................................................................................. 39 11.2 - Caractersticas das guas Resduarias .................................................... 39
11.2.1 - Caractersticas Fsicas ...................................................................... 39 11.2.2 - Caractersticas Qumicas .................................................................. 40 11.2.3- Caractersticas Biolgicas ................................................................. 41
11.3 - Finalidade do Tratamento ........................................................................ 41 11.3.1 - Importncia Sanitria ....................................................................... 41 11.3.2 - Importncia Econmica ................................................................... 42
11.4 - Solues Individuais para Destino dos Despejos .................................... 42 11.5 - Fossa Sptica ........................................................................................... 42
11.5.1 - Histrico ........................................................................................... 42 11.5.2 - Conceito ........................................................................................... 43 11.5.3 - Dimensionamento ............................................................................ 43
11.5.3.1 - Volume ..................................................................................... 43 11.5.3.2 - Geometria dos Tanques ............................................................ 44 11.5.3.3 - Medidas Internas Mnimas........................................................ 44
11.5.4 - Disposio do Efluente Lquido dos Tanques Spticos ................... 45 11.5.5. - Disposio do Efluente Slido ........................................................ 45 11.5.6 - Eficincia ......................................................................................... 45
11.5.6.1 - Slidos em Suspenso ............................................................... 45 11.5.6.2 - Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) ............................... 45 11.5.6.3 - Influncia de Outras Substncias .............................................. 45
11.6 - Filtro Anaerbio ...................................................................................... 46 11.6.1 - Dimensionamento ............................................................................ 46 11.6.2 Aspectos a Serem Observados na Construo do Filtro Anaerbio 46
11.7 - Sumidouro ............................................................................................... 48 11.7.1 - Teste de Percolao .......................................................................... 48 11.7.2 - Aspectos a Serem Observados na Construo do Sumidouro .......... 49
11.8 Vala de Infiltrao .................................................................................. 50
11.8.1 - Dimensionamento ............................................................................ 50 11.9 Desinfeco ............................................................................................... 51 11.9 - Tratamento de Esgoto ............................................................................. 51
11.9.1 - Consideraes Gerais ...................................................................... 51 11.9.2 - Fases e Graus de Tratamento de Esgotos ........................................ 52
11.9.2 1 - Tratamento Secundrio ............................................................ 52 11.9.3 Lagoas de Estabilizao .................................................................. 52
12 - POLUIO DE RECURSOS HDRICOS ................................................ 53 12.1 Fontes de Poluio ................................................................................. 53 12.2 Levantamento Sanitrio ......................................................................... 54 12.3 Avaliao de Cargas Poluidoras ............................................................. 54 12.4 Assimilao de Cargas Poluidoras ......................................................... 54 12.5 - Equao da Mistura ................................................................................ 55 12.6 - Equivalentes Populacionais .................................................................... 55 12.7 Oxignio Dissolvido .............................................................................. 55 12.9 Demanda Qumica de Oxignio ............................................................. 55
13 - REDE DE ESGOTO .................................................................................... 56 13.1 - Generalidades ......................................................................................... 56 13.2 - Sistemas de Esgotamentos ...................................................................... 57 13.3 - Hidrulica das Redes de Esgotos ............................................................ 57
13.3.1 - Lmina Lquida ............................................................................... 57 13.3.2 - Dimetro Mnimo ............................................................................ 57 13.3.3 Tenso Trativa ( ) .......................................................................... 57 13.3.4 - Declividade Mnima ........................................................................ 57 13.3.5 - Velocidades Mnimas ...................................................................... 58 13.3.6 Velocidade Mxima ........................................................................ 58 13.3.5 - Profundidade Mnima e Profundidade mais Conveniente ............. 58 13.3.6 - Simbologia ...................................................................................... 58
13.4 - Previso de Vazo ................................................................................... 59 13.5 - Relao gua/Esgoto .............................................................................. 59 13.6 - Perdas e Infiltraes ................................................................................ 59 13.7 - Traado da Rede - Localizao dos Coletores ........................................ 59 13.9 - Traado dos Coletores ............................................................................ 59 13.10 - Traado e Dimensionamento ................................................................ 60 13.11 - rgos Acessrios das Redes Coletoras ............................................... 61
13.11.1 - Poos de Visita (PV) ..................................................................... 61 13.11.2 - Tubo de Inspeo e Limpeza (TIL) ou Poo de Inspeo (PI) ...... 62 13.11.3 - Terminal de Limpeza (TL) ............................................................ 63 13.11.4 - Caixa de Passagem (CP) ................................................................ 63 13.11.5 - Tubo de Queda .............................................................................. 63
13.12 - Materiais Empregados ........................................................................... 64 13.12.1 - Critrios .......................................................................................... 64 13.12.2 - Requisitos ....................................................................................... 64 13.12.3 - Tubos ............................................................................................. 64
14 - REDE DE ESGOTO PLUVIAL .................................................................. 66 14.1 - Introduo ................................................................................................ 66 14.2 - Estimativa de Vazes de Projetos ............................................................ 66 14.3 - Coeficiente de Escoamento Superficial (Runoff) .................................... 66 14.4 - Clculo de Sistema de Microdrenagem ................................................... 68
14.4.1 - Introduo ........................................................................................ 68 14.5 - Capacidade Admissvel das Sarjetas ....................................................... 68 14.6 - Clculo das Galerias ................................................................................ 71 14.7 - Localizao das Bocas de Lobo............................................................... 74
14.7.1 - Clculo e Tipos de Bocas de Lobos ................................................. 74 14.7.1.1 - Boca de Lobo com Abertura na Guia ............................................ 74
14.7.1.2 - Boca de Lobo com Grade ......................................................... 75 15 - RESDUOS SLIDOS ................................................................................. 77
15.1 - Origem e Produo de Lixo ..................................................................... 77 15.2 - Origem e Formao do Lixo .................................................................... 77 15.3 - Fatores que Influenciam a Origem e Formao do Lixo ......................... 77 15.4 - Classificao do Lixo .............................................................................. 78 15.5 - Destino Final ........................................................................................... 79
15.5.1 - Aterro Sanitrio ................................................................................ 79 15.5.1.1 - Definio .................................................................................. 79 15.5.1.2 - Classificao dos Aterros.......................................................... 79
15.2 - Compostagem .......................................................................................... 80 15.2.1 - Definio .......................................................................................... 80
15.3 - Incinerao .............................................................................................. 80 15.3.1 - Definio .......................................................................................... 80 15.3.2 - Classificao .................................................................................... 80
16 - BIBLIOGRAFIA GERAL ........................................................................... 81
1 - GENERALIDADES
1.1 - Importncia da Disciplina na Formao do Engenheiro
Atualmente, os recursos naturais vem sendo destrudo devido s
atividades humanas, que se multiplicam rapidamente, e que alm de serem
numerosas, se diversificam.
Dessa forma, a relao, entre os recursos naturais, os espaos existentes,
os homens e suas atividades, passa progressivamente a apresentar um resultado
negativo, que se traduz em prejuzos qualidade do meio ambiente.
Pela existncia de uma correlao entre qualidade do meio e qualidade de
vida, pode-se afirmar que, medida que o meio ambiente se deteriora a qualidade
de vida afetada.
Portanto so necessrias aes que ataquem os problemas e permitam
rpidos equacionamentos, apresentando solues. Trata-se, portanto de aes
pertinentes rea do Saneamento.
No saneamento, deve-se observar as PARTES que compem o TODO, de
acordo com uma viso de carter global. Essas partes se referem aos recursos
naturais, aos recursos artificiais aos homens e suas atividades.
Os recursos naturais so: gua, ar, solo, flora, fauna, espao. Os recursos
artificiais so: edificaes e abrigos (casas, escritrios, fbricas, etc.),
equipamentos (vias de circulao e outras, redes de gua, esgoto, luz telefone, gs,
etc.), equipamentos/edificaes (portos, aeroportos, rodovirias e ferrovirias,
barragens, represas, etc.)
Relacionando-se diretamente com os recursos naturais e artificiais, o
homem exige cuidados especiais quanto s suas atividades bsicas, ou seja:
circulao, recreao, trabalho, habitao.
Assim sendo, para satisfazer as necessidades do meio ambiente em geral,
deve-se preservar e controlar os recursos naturais e artificiais. Isso implica no
controle de resduos lquidos, gasosos, slidos, etc., no conforto trmico, acstico,
visual e espacial, na segurana pblica, do trabalho e social, na limpeza pblica e
na higiene, etc.
Para que se tenha qualidade do meio, exige-se qualidade da gua, do ar, do solo,
dos alimentos, dos meios de transporte, dos locais de habitao, recreao e
trabalho, entre outros.
1.2 - Conceitos Bsicos Relacionados ao Saneamento
SADE: um estado completo de bem estar fsico, metal e social, e no apenas a
ausncia de doenas ou enfermidades (OMS).
Sade a perfeita e contnua adaptao do organismo ao seu ambiente (H.
Spencer).
SADE PBLICA: a cincia e a arte de promover, proteger e recuperar a sade
atravs de medidas de alcance coletivo e de motivao da populao
SANEAMENTO: o controle de todos os fatores do meio fsico do homem, que
exerceram ou podem exercer efeitos deletrios, sobre seu bem estar. Fsico,
Mental e Social (OMS).
Com o crescimento da populao, principalmente, com a sua concentrao em
grandes cidades, o saneamento passou a ter aumentadas suas atividades. A grande
quantidade de resduos slidos produzidos, o escoamento das guas pluviais, os
resduos gasosos, a emisso de rudos, e muitos outros problemas ambientais,
resultaram na ampliao das aes do saneamento, as quais crescem a cada dia.
As atividades do saneamento podem ser assim enumeradas:
Abastecimento de gua; Coleta e disposio de guas residurias (esgotos
sanitrios, resduos lquidos industriais, guas pluviais);Acondicionamento, coleta,
transporte, tratamento e/ou destino dos resduos slidos, limpeza urbana;Controle
de artrpodes (moscas mosquitos, baratas, etc.) e de roedores (ratos, etc.) de
importncia em Sade Pblica;Saneamento de alimentos (leite, carne e outros);
Saneamento nos meios de transporte; Saneamento de locais de reunio, recreao
e locais de trabalho; Saneamento de escolas, hospitais e das habitaes;
Saneamento no planejamento territorial; Saneamento em situao de emergncia;
Aspectos diversos de interesse no saneamento do meio (cemitrios, rudos, etc.).
Saneamento Bsico
Prof. Carlos Roberto Bavaresco
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SANEAMENTO BSICO: esta expresso reconhecida no Brasil, no estgio
atual, como a parte do Saneamento do Meio que trata de problemas dos esgotos
sanitrios, incluindo os resduos lquidos industriais, o controle da poluio por
esses esgotos e, devido explorao urbana em alguns centros, tambm
drenagem urbana e o acondicionamento, coleta, tratamento e destino dos resduos
slidos.
Saneamento Bsico
Prof. Carlos Roberto Bavaresco
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2 - SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE GUA
2.1- Introduo
A gua constitui um elemento essencial a todo ser vivo inclusive o
homem, onde pode atingir 75% de seu peso. O homem tem necessidade de gua de
qualidade e em quantidade suficiente para todas suas necessidades, no s para
proteo de sua sade como tambm para o seu desenvolvimento econmico. A
presena de gua tem sido primordial na formao de aglomeraes humanas.
Atravs dos tempos, o homem aprimorou tecnologias, projetou e
construiu complexos sistemas urbanos de abastecimento de gua, com o qual
capta, trata, transporta e distribui este precioso lquido a comunidade.
2.2- Importncia Sanitria do Abastecimento de gua
Constitui o melhor investimento em beneficio da sade pblica.
A implantao ou melhoria dos servios de abastecimento de gua traz
como resultado uma rpida e sensvel melhoria da sade e das condies de vida
de uma comunidade, principalmente atravs de:
controle e preveno de doenas
promoo de hbitos higinicos
do desenvolvimento de esportes
da melhoria da limpeza pblica
melhoria do conforto e segurana coletiva: instalaes de ar condicionado, combate de incndio.
Segundo a OMS, aproximadamente dos leitos existentes em todos os
hospitais do mundo esto ocupados por enfermos, cujas doenas so ocasionadas
pela gua.
2.3 - Importncia Econmica do Abastecimento de gua
Sob o aspecto econmico, o abastecimento de gua visa, em primeiro
lugar, o:
aumento da vida mdia da populao servida (diminuio da mortalidade, principalmente infantil);
reduo do nmero de horas perdidas com doenas;
desenvolvimento industrial: matria-prima (bebidas), meio de operao (caldeiras), resfriamento, etc.
facilitar o combate a incndios.
2.4 - Doenas Relacionadas com a gua
De vrias maneiras a gua pode afetar a sade do homem: atravs da
ingesto direta, ou na preparao de alimentos, ou pelo seu uso na higiene pessoal
ou na agricultura, indstria ou lazer.
Os riscos para a sade relacionados com a gua podem ser distribudos
em duas categorias principais:
riscos relacionados com a ingesto de gua contaminada por agentes biolgicos (vrus, bactrias e parasitas) ou atravs de contato direto, ou por
meio de insetos vetores que necessitam de gua em seu ciclo biolgico;
riscos derivados de poluentes qumicos e radiativos, geralmente provenientes de esgotos industriais.
Os principais agentes biolgicos encontrados nas guas contaminadas so
as bactrias patognicas, os vrus e os parasitas. As bactrias patognicas
encontradas na guas e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de
morbidade e mortalidade em nosso meio. So responsveis pelos numerosos
casos de enterites, diarrias infantis e doenas, como a febre tifide, com
resultados freqentemente letais.
Na tabela 2.1, podem ser observado as principais doenas relacionadas
ingesto de gua contaminada e seus agentes causadores:
Saneamento Bsico
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2.4.1 - Doenas Relacionadas Com a Ingesto de gua Contaminada
gua utilizada no asseio corporal ou a que, por razes profissionais ou outras quaisquer, venha a ter contato direto com a pele ou mucosas do corpo humano
(lavanderias, atividades recreativas, lagos, piscinas, etc.);
gua empregada na manuteno da higiene do ambiente: locais (domicilio, restaurantes, bares, etc.), utenslios (preparo e apresentao de alimentos);
gua utilizada na rega de hortalia ou nos criadouros de moluscos (ostras, mariscos e mexilhes).
Tabela 2.1 Doenas relacionadas com a gua
2.4.2 - Doenas de Transmisso Hdrica
Relativo aos microrganismos patognicos, as doenas de transmisso
hdrica podem ser ocasionadas por:
Bactrias: febre tifide, febre paratifide, disenteria bacilar, clera;
Protozorios: amebiase ou disenteria amebiana;
Vermes e larvas: esquitossomiase;
Vrus: hepatite infecciosa e poliomielite.
2.4.3 - Doenas de Origem Hdrica
Contaminantes txicos:
Flor, selnio, arsnio, boro;
Chumbo (acumulativo), empregado as vezes em tubulaes. Doena: saturnismo;
Cobre, zinco e ferro: do a gua gosto metlico caracterstico e so responsveis por certos distrbios em determinadas operaes industriais;
Nitratos: presentes na gua em quantidades maiores provocam em crianas o estado mrbido denominado cianose ou metemoglobinemia.
Obs.: Deve-se assinalar que a gua imprescindvel ao ciclo biolgico de muitos
vetores animados, de graves enfermidades, por exemplo, o mosquito que
transmitem a malria e a febre amarela tem a fase larvria, obrigatoriamente no
meio aqutico.
A gua de importncia bsica na transmisso da clera, febre tifide e
esquistossomose, de menor importncia na transmisso das disenterias bacilar e
amebiana.
2.5 - gua na Natureza
A gua atualmente encontrada na terra praticamente a mesma que
existia h centenas de milhes de anos, quando se formou a primeira nuvem e caiu
a primeira chuva. Cerca de 97% de toda a gua da terra esto nos oceanos, que
cobrem 71% da superfcie do planeta. Somente 3% da gua existente so gua
doce (aproximadamente, 40 quatrilies de m3). Dessa gua doce 75% esto
imobilizados nas capas ou calotas polares e 25% constituem as guas subterrneas
e de superfcie. Desses 25%, a quase totalidade, ou seja, cerca de 24,5% consistem
em gua subterrnea e somente 0,5% esto nos rios, lagos e na atmosfera.
A gua subterrnea vem sendo acumulada no subsolo h sculos e
somente uma frao desprezvel acrescentada anualmente atravs das chuvas ou
retiradas pelo homem. Em compensao, a gua dos rios renovada cerca de 31
vezes, em mdia, anualmente.
A precipitao mdia anual, na terra, de cerca de 86cm. Entre 70 a 75%
dessa precipitao voltam atmosfera como evapotranspirao e os 30% restantes
correm na superfcie, sendo que, destes, 65% voltam aos rios e o restante
consumido e volta atmosfera.
Doena Agente causador
Clera Vibrio cholerae
Disenteria bacilar Shiggella sp.
Febre tifide Salmonella typhi
Febre Paratifide Salmonella paratyphi A,B e C
Gastroenterite Outros tipos de Salmonella, Shiggella,proteus sp. etc.
Diarria infantil Tipos enteropatognicos e Escherichia coli
Leptospirose Leptospira sp.
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2.5.1 - Ciclo Hidrolgico
O ciclo hidrolgico movimento da gua em nosso planeta.
A gua da superfcie livre dos mares, rios e lagos est em constante
evaporao. Ao evaporar-se, aumenta extraordinariamente de volume e com isso
diminui sua densidade. A diminuio da densidade relativa da gua em relao
do ar faz com que o vapor da gua se eleve na atmosfera, formando nuvens. Em
conseqncia da condensao desse vapor, a gua se precipita sob a forma de
chuva, neve ou granizo.
Ao cair sobre a terra, parte da gua escoa-se na superfcie, formando
crregos, riachos e rios que vo ter aos lagos ou o mar. Uma parte infiltra-se no
solo; desta, uma poro vai alimentar os lenis subterrneos que, por sua vez vo
novamente alimentar os rios e os lagos; a outra poro usada pelos vegetais que
dela se apropriam, eliminando, pela transpirao, uma parcela se evapora.
2.6 - Qualidade da gua
A gua da chuva, ao cair, quase pura; ao atingir o solo, seu grande
poder de dissolver e carrear substncia altera suas qualidades.
Dentre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substncias
como, por exemplo, substncias calcrias e magnesianas que tornam a gua dura;
substncias ferruginosas que do cor e sabor diferentes mesma e substncias
resultantes das atividades humanas, tais como produtos industriais, que as tornam
imprprias ao consumo. Por sua vez, a gua pode carrear substncias em
suspenso, tais como partculas finas dos terrenos por onde passa e que do
turbidez mesma; pode tambm carrear substncias animadas, como algas, que
modificam seu sabor, ou ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos atividade
humana, podem levar em suspenso organismos patognicos. Em conseqncia da
sua grande atividade, a gua quimicamente pura no encontrada na natureza.
2.7 Classificao das guas
2.7.1 - gua Potvel
Chama-se gua potvel a que prpria para o consumo humano, pelas
suas qualidades organolticas (odor e sabor), fsicas, qumicas e biolgicas. Em
outras palavras, gua potvel a que, no contm, germes patognicos, nem
substncias qumicas alm dos limites de tolerncia, no so desagradveis pelo
seu aspecto.
2.7.2 - gua Poluda
a gua que contm substncias que modificam suas caractersticas e a
tornam imprpria para o consumo.
2.7.3 - gua Contaminada
a que contm germes patognicos.
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2.8 - Caractersticas da gua para o Abastecimento
A - CARACTERSTICAS FSICAS: esto relacionadas, principalmente, com o
aspecto esttico da gua, temperatura.
Inclui-se nestas caractersticas:
Cor: resulta da existncia, na gua, de substncia em dissoluo na gua e no afeta sua transparncia. Estas caractersticas acentuada quando da presena,
na gua, de matria orgnica, de minerais como o ferro e o mangans, ou de
despejos coloridos contidos em esgotos industriais. Mede-se em mg/l por
comparao, em aparelhos chamados colormetros. A escala que serve de
comparao a de platino-cobalto. Nos padres de potabilidade a cor mxima
admissvel de 20 unidades-padro (uH). A unidade de cor atualmente a
unidade Hazen , sendo que Hazen o que na antiga escala seria 1 mg/l;
Turbidez: causada pela presena de materiais em suspenso na gua, tais como, partculas insolveis de solo, matria orgnica e organismos
microscpios, a turbidez perturba sua transparncia. medida em mg/1, em
aparelhos denominados turbidmetros, sendo o mais comum o de Jakson. Nos
padres de potabilidade, a turbidez mxima admissvel; e de 5 unidades-padro
(uT).
Sabor e Odor: resultam da presena, na gua, de alguns compostos qumicos (Ex.: sais dissolvidos produzindo sabor salino, alguns gases (sulfidrico),
resultando em maus odores) ou de outras, tais como a matria orgnica em
decomposio, ou ainda, de algas. Assim estas caractersticas esto quase
sempre associadas s impurezas qumicas ou biolgicas da gua;
B - CARACTERSTICAS QUMICAS: determinao quantitativa de qualquer
substncia orgnica ou inorgnica que possa ser venenosa, injuriosa ou
inconveniente, dosagem de substncias desejveis, pesquisa de compostos que
sirvam de ndices de poluio.
Salinidade: presena de sais dissolvidos como bicarbonatos cloretos, sulfatos.
Dureza: substncias causadoras de dureza, como os cloretos, sulfatos e bicarbonatos de clcio e magnsio. As guas duras consomem mais sabo e,
alm disso, so inconvenientes para a indstria, pois incrustam-se nas caldeiras
e podem causar danos e exploses.
Agressividade: uma caracterstica da presena de gases em soluo na gua, como o oxignio, o gs carbnico e o gs sulfdrico. Uma gua agressiva pode
causar a corroso de metais ou de outros materiais, tais como o cimento.
Ferro e Mangans: so produtos que, em excesso na gua, podem causar problemas, tais como: colorao avermelhada no caso do ferro, ou marrom,
devida ao mangans, produzindo: manchas em roupas, peas sanitrias, sabor
metlico, em doses elevadas, podem ser txicos.
Compostos de Nitrognio: o nitrognio segue um ciclo, podendo estar presente em diversas formas - amoniacal, nitritos, nitratos. Estes compostos
ocorrem na gua originrios de esgotos domsticos e industriais ou da
da carga poluidora (esgoto), dependendo do estgio em que se encontram.
Teores elevados de nitratos so responsveis pela incidncia de uma doena
infantil chamada metemoglobinemia (ou cianose), que provoca a descolorao
da pele.
Cloretos: estes compostos podem estar presentes na gua, naturalmente ou como conseqncia da poluio devida a intruso da gua do mar, de esgotos
sanitrios ou industriais. Em teores elevados causam sabor acentuado, podendo
ainda provocar reaes fisiolgicas ou aumentar a corrosividade da gua. Os
cloretos so usados, tambm, como indicadores de poluio por esgotos
sanitrios.
Fluoretos: quando em teores adequados, o flor benfico, sendo um preventivo de cries dentrias. No entanto, em doses mais elevadas, pode
resultar em problemas para o homem, tais como provocar alteraes sseas ou
ocasionando a fluorose dentria (aparecimento de manchas escuras nos
dentes).
Compostos txicos: alguns elementos ou compostos qumicos, quando presentes na gua, a tornam txica, podemos citar: cobre, zinco, chumbo,
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cianetos, cromo hexavalente, cdmio, arsnio, selnio, prata, mercrio, brio e
o boro. Estas impurezas podem alcanar a gua a partir dos esgotos industriais
ou de usos agrcolas.
Fenis: os fenis e seus compostos, existentes em resduos industriais, alm de serem txicos, causam problemas em sistemas de tr
combinam-se com o cloro, produzindo odor e sabor desagradveis
Detergentes: os detergentes, principalmente os no biodegradveis, so causadores de alguns problemas, quando incorporados gua: sabor
desagradvel; formao de espuma em guas agitadas; problemas operacionais
em estaes de tratamento de gua e de tratamento de esgoto, devido espuma;
toxidez, em teores mais elevados.
Pesticidas: so substncias qumicas usadas no combate s pragas, tais como: inseticidas, raticidas, herbicidas, fungicidas, formicidas, e outros. Acima de
certos teores, os pesticidas so txicos ao homem, peixes e outros animais. O
uso, cada dia mais intenso, destes produtos tem causado a mortandade de
Substncias indicadoras de poluio por matria orgnica
Compostos nitrogenados: nitrognio amoniacal, nitritos e nitratos. Os compostos de nitrognio provm de matria orgnica e sua presena indica
poluio recente ou remota. Quanto mais oxidados so os compostos de
nitrognio, tanto mais remota a poluio. Assim, o nitrognio amoniacal
indica poluio recente e os nitratos indicam que a poluio ocorreu h mais
tempo.
Oxignio consumindo: A gua possui normalmente oxignio dissolvido em quantidade varivel conforme a temperatura e a presso. A matria orgnica
em decomposio exige oxignio para sua estabilizao; conseqentemente,
uma vez lanada na gua, consome o oxignio nela dissolvido. Assim, quanto
maior for o consumo de oxignio, mais prxima e maior ter sido a poluio.
Cloretos: existem normalmente nos dejetos animais. Estes, sob certas circunstncias, podem causar poluio orgnica dos mananciais.
C - CARACTERSTICAS BIOLGICAS
O meio aqutico habitado por um grande nmero, de formas vivas,
vegetais e animais. Nestas, encontram-se os microrganismos, entre os quais
acham-se os tipicamente aquticos ou os que so introduzidos na gua a partir de
uma contribuio externa.
Os microrganismos aquticos desenvolvem, na gua, suas atividades
biolgicas de nutrio, respirao excreo, etc. Provocando modificaes de
carter qumico e ecolgico no prprio ambiente aqutico.
Os microrganismos de origem externa (Ex.: microrganismos patognicos
introduzidos na gua junto com matria fecal) normalmente no se alimentam ou
se reproduzem no meio aqutico, tendo apenas carter transitrio neste ambiente.
Exames Bacteriolgicos: indicam a presena ou no de microrganismos
patognicos, atravs da contagem do nmero de coliformes. Os coliformes so
bactrias que habitam os intestinos dos animais de sangue quente (sua presena
indica poluio fecal), assim, a quantidade de coliformes presentes representa uma
medida do grau de poluio. A pesquisa de coliforme tem maior significado
sanitrio que a pesquisa direta de micrbios patognicos, porque evidencia a
poluio por excreta; em conseqncia , deve-se temer que organismos
patognicos ocorram de um momento para outro, mesmo na hiptese de exames
especficos os revelarem ausentes na ocasio. A gua em questo ser
caracterizada como potencialmente contaminada. Sua determinao se faz por
tcnicas bem estabelecida, os resultados so expressos em nmero de coliformes
pelo denominado (N.M.P.), que obtido atravs de
estudos estatsticos; representa a quantidade mais provvel de coliformes
existentes em 100 ml de gua da amostra.
Os coliformes totais constituem um grande grupo de bactrias
encontradas na gua, no solo, e em fezes de seres humanos e de outros animais de
sangue quente. Os coliformes fecais integram um grupo de bactrias originrias do
trato intestinal humano e de outros animais. A Escherichia coli inclui-se entre os
coliformes fecais, sendo um dos mais importantes indicadores.
Embora os coliformes totais sejam usados como indicadores de
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caractersticas bacteriolgicas da gua, a determinao de coliformes fecais mais
recomendada, pois os mesmos mostram, com maior preciso, a presena de
matria fecal.
Os coliformes fecais no so, de um modo geral, patognicos. No entanto,
como existem em grande quantidade nas fezes, a sua presena na gua indica que a
mesma recebeu dejetos, podendo, ento, conter microrganismos patognicos.
Uma gua com coliformes fecais suspeita de conter microrganismos
causadores de doenas. Por isso, os padres de qualidade da gua para consumo
humano (padres de potabilidade) exigem a ausncia total de coliformes fecais nas
amostras de gua destinada ao abastecimento da populao
Os coliformes fecais foram escolhidos como indicadores da qualidade
bacteriolgica da gua, pelas seguintes razes:
existem em grande quantidade nas fezes; sua presena na gua indica
que a mesma recebeu dejetos.
sua sobrevivncia na gua , de um modo geral, comparvel dos
microrganismos patognicos; no havendo coliformes, no deve haver
microrganismos patognicos;
so de determinao relativamente fcil em laboratrio.
D - PADRES DE POTABILIDADE
Os padres de potabilidade indicam ou fixam os limites gerais aceitveis
para as impurezas contidas nas guas destinadas ao abastecimento pblico.
Os padres podem ser estabelecidos, exigidos, adotados ou recomendados
por:
rgos internacionais - (Organizao Mundial de Sade)
Instituies tcnicas - (Associao Brasileira de Normas Tcnicas)
Entidades governamentais. O critrio de potabilidade adotado :
ou biolgicos, alm de apresentar certos requisito
Entre os contaminantes qumicos esto compreendidos os elementos ou
compostos de radiaes ionizantes.
Entre os contaminantes biolgicos so citados organismos patognicos,
principalmente vrus, bactrias, protozorios e vermes que, veiculados pela gua,
possam parasitar o organismo humano por ingesto ou simples contado.
Os requisitos de ordem esttica so principalmente; baixos ndices de cor
e turbidez e ausncia de propriedades organolpticas; odor e sabor.
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3 - ELABORAO DE PROJETO
3.1 - Planejamento de Sistemas de Abastecimento de gua
Importncia do abastecimento de gua: aspectos sanitrios e aspectos econmicos.
Importncia do Planejamento das obras de saneamento bsico: Obter solues que: ofeream continuidade de funcionamento, ou seja, captao
segura, no interrupo por acidentes freqentes. Que ofeream segurana
(qualidade de gua). Que ofeream uma operao facilitada. Que sejam
viveis.
Requisitos necessrios para um bom planejamento: informaes abundantes e seguras. Levantamentos adicionais de campo envolvendo aspectos
hidrolgicos, geolgicos, demogrficos, econmicos, geo-politicos,
administrativos. Profissionais experientes e qualificados.
Etapas de elaborao de projetos: relatrio preliminar (R.T.P.), onde so abordados: dados da cidade, dados de populao, dados dos mananciais, dados
de projetos, com pr-dimensionamento e oramento das alternativas
apresentadas.
Projeto Executivo: projeto detalhado para fins de execuo; projeto estrutural, projeto hidrulico, projeto eltrico, projetos especiais. Acompanhamento
tcnico das obras (fiscalizao). Cadastro tcnico final, conforme obra
construda.
3.2 - Elementos Bsicos para Desenvolvimento de Projetos
Para a implantao de um sistema de abastecimento pblico de gua, faz-
se necessria a elaborao de estudos e projetos com vistas definio precisa das
obras a serem empreendidas. O projeto de um sistema de abastecimento de gua
dever atender eficazmente a uma populao futura (P) durante um determinado
intervalo de tempo: perodo de projeto (T).
O perodo de atendimento das obras projetadas, tambm chamado de alcance do plano, varia normalmente entre 10 e 30 anos.
Estimativa de populao para o perodo de alcance.
Consumo de gua
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4 - ESTIMATIVA DE POPULAO
4.1 - Objetivo
Uma das condies de um sistema de abastecimento eficiente que a
gua distribuda seja capaz de atender demanda. Sem dvida alguma a demanda
de gua cresce com a populao.
Um sistema de abastecimento, quando instalado, deve ter condies de
fornecer gua em quantidade superior ao consumo. Todavia, depois de certo
nmero de anos, a demanda passa a corresponder capacidade mxima de aduo
e, ento, diz-se que o sistema atingiu o seu limite de eficincia.
A populao futura tem que ser definida por previso. Como esta sujeita
a falhas, encontram-se sistemas atingindo o seu limite de eficincia antes ou depois
de decorridos os n anos. O importante que a previso seja feita de modo
criterioso, com base no desenvolvimento demogrfico do passado prximo, a fim
de que a margem de erro seja pequena.
Geralmente n varia de vinte a trinta anos, prazo geralmente necessrio
amortizao integral do capital investido nas obras.
4.2 - Mtodos de Previso
4.2.1 - Processo de Extrapolao Grfica
a) Prolongamento Manual:
Num sistema de coordenadas, leva-se ao eixo das abscissas os diversos
anos para os quais se dispe dos valores populacionais e estes no eixo das
ordenadas para tanto utilizando-se escalas convenientes.
Em seguida, marcam-se os diversos pontos correspondentes aos pares de
valores ano - populao, pelos quais faz-se passar uma curva.
Prolonga-se a curva em observncia sua tendncia natural de
crescimento de modo que o novo trecho forme com o primeiro um conjunto
harmonioso.
Grfico 4.1 Prolongamento manual da curva de crescimento
10
20
30
40
50
60
70
1900 10 20 30 40
1950 60 70 80 90
2000 10
anos
Po
p.
(mil
ha
b)
b) Comparao com curvas de crescimento de outras cidades
As cidades pesquisadas devem apresentar caractersticas anlogas,
populao superior a da cidade em estudo.
As cidades devem ser da mesma regio geo-econmica.
A transladao da curva no deve ser superior a 30 anos.
4.2.2 - Processo Aritmtico
Calcula-se o incremento populacional:
r = (P1 P0) / (t1 t0)
sendo :
P0 = populao do primeiro censo representativo, realizado no ano t0
P1 = populao do segundo censo, realizado no ano t1
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A populao de projeto P, referente a data futura t calculada pela formula:
P = P0 + r (t t0)
4.2.3 - Processo Geomtrico
Razo do crescimento geomtrico no perodo conhecido:
tt PqP
01 1
0
Populao de projeto P:
P = P0 (q)t-to
4.2.4 - Processo da Curva Logstica
Dados: P1, P2, P3 relativas a trs datas anteriores: t1, t2, t3
A curva definida por estes trs pontos obedece a equao logstica
btaePsP
1
Onde P = populao em determinado ano
Ps = populao de saturao
e = base dos logaritmos neperianos
a, b = parmetro da curva
t = alcance de projeto mais a diferena entre os tempos do ltimo e do
primeiro censo. (ex. alcance de projeto 30 anos, primeiro censo 1990 ltimo censo 2010, t = 30 + 20 = 50)
Condies: (T3 T1) = 2(T2 T1) , P1< P2 < P3 e P22 > P3 x P1
31
2
2
32131
2
2 2)(
PPP
PPPPPPPs
1
1lnP
PPa s
)(
(ln
1
12
21
12 PPP
PPP
TTb
s
s
4.2.5 - Populao Flutuante
Quando significativa, dever ser levada em considerao a populao
flutuante das zonas balnerias e estaes hidrominerais.
4.2.6 - Norma Casan - Comunidades de Pequeno Porte
a) Quando a populao prevista para o 20o ano for inferior ao dobro da populao
de incio do plano, adotar-se- como populao de projeto a correspondente ao
dobro.
b) Quando a populao de 20o ano for superior ao dobro da populao do inicio do
plano, adotar-se- como populao a correspondente ao triplo.
4.3 - Distribuio da Populao
Em complementao estimativa de populao, faz-se necessria a
previso de como essa populao ficar distribuda na cidade, o que ser de maior
importncia sobretudo para o dimensionamento da rede de distribuio.
Costuma-se definir o nmero de habitantes por hectare ou o nmero de
habitantes por metro de canalizao. No primeiro, caso, temos a densidade
demogrfica, geralmente usada no dimensionamento das redes pelo mtodo de
Hardy Cross. O nmero de habitantes por metro de canalizao til no clculo
das redes ramificadas ou nas redes malhadas dimensionadas pelo processo de
seccionamento fictcio.
Analisar a distribuio da populao futura, influenciada por: condies
topogrficas, facilidades de expanso da rea urbana, preos do terreno, planos
diretores e urbansticos, zoneamento, facilidades de transporte e comunicao,
hbitos e condies scio-econmicas dos moradores, etc. Consultar os
levantamentos cadastrais.
A densidade demogrfica interessa principalmente ao projeto da rede de
distribuio.
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5 - PREVISO DE CONSUMO
A elaborao de um projeto de abastecimento de gua exige o
conhecimento das vazes de dimensionamento das diversas partes constituintes do
sistema. Por sua vez, a determinao dessas vazes implica no conhecimento da
demanda de gua na localidade que funo do nmero de habitantes serem
atendidos e do consumo per capita.
- Normas das entidades federais:
a) Para cidades com P < 50.000 hab.
Recomendado - 150 a 200 l/hab.dia
Mnimo - 100 l/hab.dia
- Normas da CASAN:
a) Para cidades de pequeno porte P < 5.000 hab. q = 150 a 200 l/hab.dia
b) Para cidades com P > 5.000 hab. q 150 l/hab.dia
Dentre os fatores que afetam o consumo per capita de gua pode-se
destacar: O clima; padro de vida da populao; hbitos da populao; sistema de
fornecimento e cobrana (servio medido ou no); qualidade da gua fornecida;
custo da gua (tarifa); presso na rede distribuidora; consumo comercial; consumo
industrial; consumo pblico; perdas no sistema; existncia de rede de esgotos;
entre outros fatores.
5.1 - Variaes de Consumo
A gua distribuda para uma cidade, no tem vazo constante, mesmo
considerada invarivel populao consumidora.
5.1.1 - Variaes Dirias
k1 = maior consumo dirio do ano, varia entre 1,2 e 2,0
vazo mdia diria do ano
K1 = 1,2 - Normas CASAN
k1 o na determinao da vazo de dimensionamento para: captao,
aduo, estaes de tratamento e elevatrias.(da captao at o reservatrio).
5.1.2 - Variaes Horrias
K2 = vazo da hora de maior consumo, varia entre 1,5 e 3,0
vazo mdia horria no dia
K2 = 1,5 - Normas CASAN
K2 utilizado para o dimensionamento da rede de distribuio (desde o
reservatrio at a rede).
5.1.3 - Volume de gua Necessria
Vazo Mdia
Q = P x q / 3600 x h (l/s)
onde:
Q = vazo mdia, l/s;
P = populao abastecvel a ser considerada no projeto, hab.;
q = taxa de consumo per capita em l/hab.dia;
h = nmeros de horas de funcionamento do sistema .
Vazo dos Dias de Maior Consumo
Q = P x q x K1 / 3600 x h (l/s)
Vazo dos Dias de Maior Consumo e na Hora de Maior Consumo
Q = P x q x K1 x K2 / 3600 x h (l/s)
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5.2 - Consumo de gua para Combate a Incndio
O consumo anual destinado a combate de incndio desprezvel.
A vazo instantnea requerida pelos incndios influem consideravelmente
no dimensionamento dos reservatrios e redes de distribuio.
Para cidades pequenas, no devero ser previstas demandas especiais para
combate a incndios. Empregam-se as vazes normais disponveis.
Para cidades de maior porte, fica a critrio do projetista o estabelecimento
do tipo e amplitude da proteo contra incndio a ser dada.
Para P > 50.000 hab. devero ser previstos hidrantes nas tubulaes
principais da rede de distribuio separados de 600 m no mximo.
Para reas de P > 150 hab./ha, os hidrantes devero possibilitar uma
vazo de 30 l/s.
Para as demais reas permitida uma vazo de 15 l/s.
5.3 - Captao de guas Superficiais
Obras de Captao
Conjunto de estruturas e dispositivos construdos junto ao manancial, para
a tomada de gua destinada ao sistema de abastecimento.
As obras de captao devem ser projetadas e construdas de forma que em
tanto quanto possvel, da melhor qualidade encontrada no manancial em
considerao. Outrossim, deve-se ter sempre em vista, ao desenvolver um projeto,
facilidades de operao e manuteno ao longo do tempo.
Por tratar-se, geralmente, de estruturas construdas junto ou dentro
gua, sua ampliao , por vezes, muito trabalhosa. Por isso, recomenda-se a
construo das partes mais difceis numa s etapa de execuo, mesmo que isto
acarrete maior custo inicial.
Mananciais
Os mananciais superficiais so constitudos pelos crregos, rios, lagos,
represas e reservatrios artificialmente construdos.
5.4 - Captao em Rios
A captao de rios tem sido em muitas regies do pas, a forma mais
usual de utilizao das guas de mananciais de superfcie para o abastecimento de
cidades em extensas regies do pas. As obras so relativamente simples, na
maioria dos casos.
-se
localizados em cota inferior cidade; por isso, as obras de tomada esto quase
sempre associadas instalaes de bombeamento. Essa circunstncia faz com que
os projetos das obras de captao propriamente ditas, fique condicionado s
possibilidades e limitaes dos conjuntos elevatrios.
5.4.1 - Exame Prvio das Condies Locais
Inspeo Local: possibilidade de implantao da obra;
se a geologia ou natureza do solo da regio atravessada pelo rio favorece a
presena de areia em suspenso na gua.
Dados Hidrolgicos (coletar ou medir diretamente) vazes (mximas, mdias e mnimas)
oscilaes do nvel de gua
Exames Sanitrios pesquisar focos de poluio
coletar e analisar a gua (T 1 ano)
Levantamento Topogrfico batimetria e sondagens geolgicas
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5.4.2 - Localizao de Tomadas
Implantar em trechos retilneos ou margem cncava (velocidades maiores, mais
difceis ocorrncia de bolses de areia).
Estabelecer com preciso, as cotas de todas as partes da obra, tendo em vista:
permitir a entrada permanente de gua para o sistema
proteger contra enchentes o equipamento eletromecnico
Estudar o acesso permanente ao local da captao
Pesquisar o fornecimento de energia eltrica
5.4.3 - Partes Constitutivas de Captao em Rio
a) Barragens de nvel, vertedores
Quando: Qmin Qdemanda, executam-se estas obras para elevar o NA e
permitir a captao.
b) Barragem de regularizao
Quando: Qdemanda > Qmin, constroem-se estas obras para armazenar gua
em perodos de estiagem.
Condio: Qmdio Qdemanda
c) Dispositivos retentores de materiais estranhos
Caixas de areia (desarenadores):
Retm os slidos decantveis (areia), assegurando escoamento a velocidade
baixa.
Flutuadores:
Para impedir a entrada, no sistema, de materiais flutuantes e em suspenso
folhas, galhos de rvores, plantas aquticas e ainda peixes, rpteis e moluscos,
utilizam-
proximidades da tomada, para manter afastados os materiais flutuantes.
Grades:
Barras metlicas afastadas de 3 a 7 cm.
Limpeza: manual ou mecanizadas.
Crivos:
Peas adaptadas na extremidade de tubos imersos na gua. So feitos de
chapas perfuradas (vlvulas de p)
Telas:
Peas com passagens pequenas, confeccionadas com fios metlicos.
d) Dispositivos para controlar a entrada de gua:
Regulam ou vedam a entrada de gua no sistema, para possibilitar reparos ou
limpeza em caixas de areia, poos de tomada, vlvulas de suco ou em
tubulaes.
Comportas (stop-log)
Placa de vedao
movedia, que desliza
em canaletas verticais.
So instaladas em
canais ou entradas de
tubulao de grande
dimetro.
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Vlvulas ou registros
Regula ou interrompe o fluxo de gua em condutos fechados
Adufas
Semelhantes as comportas, adaptadas na
extremidade inicial de tubos de pequeno dimetro.
e) Canais e tubulaes de interligao
A ligao entre o rio e a caixa de areia ou poo das bombas, quando
afastada das margens, feita por: - canais abertos
- tubulaes fechadas
Tubos - tomada no meio do rio
- margens muito elevadas
f) Poos de tomada ou suco:
Os poos de tomada destinam-
se, essencialmente, a receber as
tubulaes e peas que compem o
trecho de suco das bombas. Devero
ter dimenses apropriadas em planta e
em elevao, para facilitar o trabalho de
colocao ou reparao das peas e para
elevatrio, qualquer que seja a situao
do nvel no rio.
O projeto dever prever condies que evitem a formao de
redemoinhos (vrtex) no interior do poo de tomada; para isso h necessidade de
se estudar convenientemente o ponto de entrada da gua, em funo da posio
das tubulaes ligadas bomba.
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6 - ADUO DE GUA
6.1- Conceito
A aduo a parte de um sistema de abastecimento de gua constituda de
canalizaes, que se destinam a conduzir gua entre unidades que precedem a rede
distribuidora. No possuem derivaes para alimentar distribuidores de rua ou
ramais prediais. H, entretanto, casos em que da adutora principal partem
ramificaes (sub-adutoras) para levar gua a outros pontos fixos do sistema.
Interligam captao, estaes de tratamento e reservatrio.
So canalizaes de importncia vital para o abastecimento das cidades,
normalmente quando constitudas de uma s linha, como acontece na maioria dos
casos. Qualquer interrupo que venham a sofrer, afetam o abastecimento da
populao, com conseqncias significativas.
6.2- Traado
Considerar:
topografia - evitar regies muito acidentadas pois dificulta e onera a construo e manuteno.
caractersticas do solo - evitar terrenos rochosos e solos agressivos (atacam a tubulao).
obras complementares - evitar obras dispendiosas ou que encaream a operao e a manuteno.
facilidade de acesso - para construo, operao e manuteno.
6.3- Classificao
6.3.1- Quanto a Natureza da gua Aduzida
adutora de gua bruta
adutora de gua tratada
6.3.2 - Quanto a Energia para Conduzir a gua
a) adutora por gravidade
- em conduto forado
- em conduto livre ou aqueduto
- combinao de conduto forado e livre
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b) adutora por recalque
c) adutora mistas
parte por recalque e parte por gravidade
6 .4 - Dimensionamento das Adutoras
Para o dimensionamento de uma adutora h necessidade do conhecimento
prvio dos seguintes elementos:
vazo de aduo (Q)
comprimento (L)
material do conduto, que determina a rugosidade (por exemplo: Coeficiente C
da frmula de Hazen & Williams, da frmula de Bazin, n da frmula de
Ganguillet & Kutter e tambm de Manning).
A vazo de aduo, Q, estabelecida em funo da populao a ser
abastecida, da quota percapita, do coeficiente relativo ao dia de maior consumo
(K1) e do nmero de horas de funcionamento.
A diferena entre os nveis de gua e o comprimento, em geral so dados
fsicos conhecidos.
a) Adutoras por gravidade
Condutos livres:
Para os condutos livres, tm sido comumentemente aplicadas as frmulas
de Bazin, Ganguillet & Kutter ou ainda a chamada frmula de Kutter simplificada.
Normalmente as adutoras so dimensionadas para a vazo do dia de
maior consumo.
Q = P x q x K1 / 3600 h onde:
Q = vazo de aduo (Q max. Diria) (l/s)
q = consumo per capita (l/hab. dia)
P = populao abastecivel
K1 = coef. de variao diria
clculo da velocidade
A velocidade dada pela expresso de Chezy:
V = C (RI)1/2 onde:
V = velocidade
C = coeficiente que depende da natureza e do estado das paredes do
conduto.
R = raio hidrulico
I = declividade
Segundo Bazin: C = 87 (R)1/2 / m+(R)1/2
A frmula de Bazin pode tambm ser escrita sob a forma de V = Rx I0,5
Onde: C e x dependem da categoria da parede do canal.
Segundo Kutter C = 100 (R)1/2 / m+(R)1/2
A frmula de Kutter pode ser escrita ainda com: V = CRxI0,5
Onde: C e x so valores tabelados que dependem da categoria das paredes.
Os valores de C e x esto expressos na tabela 6.1.
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clculo da rea da seo
A = Q/V
Condutos forados:
Para os condutos forados de uso mais corrente, a frmula de Hazen-
Williams
V = 0,355 x C x D0,63
x J0,54
Q = 0,2785x C xD2,63
xJ 0,54
onde:
Q = Vazo (m/s)
V = velocidade na tubulao (m/s)
C = coeficiente rugosidade do material (tabela 6.2)
D = dimetro (m)
J = perda de carga unitria (m/m)
Tabela 6.2 - Valores de C para clculos de condutos forados Hazen Hilliams
Material C
Condutos muito lisos (cimento ou argamassa muito lisos; cimento amianto; cobre, lado ou plstico)
140-145
Condutos lisos (condutos novos de ferro fundido, concreto ou argamassa lisos; tubos de cimento amianto com muitos amos de servio, lado, bronze ou chumbo em condies mdias)..
130
Condutos lisos (madeira, ferro fundido com 3 anos de servio, ao soldado, concreto com revestimento de argamassa em condies mdias)
120
Condutos de chapas de ao soldadas; condutos de ferro fundido com grande dimetro e 10 amos de servio
115
Condutos novos de ao rebitado; ferro fundido com 10 anos de servio; condutos cermicos, vitrificados, em boas condies
110
Condutos de ferro fundido, com 13 a 20 anos de servio; condutos de esgoto; alvenaria de tijolo bem executado
100
Condutos de ao rebitado, com 15 a 20 anos de servio 95
Condutos de ferro fundido com 20 a 30 anos de servio; condutos de pequeno dimetro com 15 a 20 anos
90
Condutos de ferro fundido com 30 a 40 amos 80
Tubos de ao corrugado 60
Tneis em rocha, sem revestimento 38 a 50