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NEWTON PAIVA Compromisso com o conhecimento APOSTILA DE AUDITORIA CURSO: GESTÃO FINANCEIRA 1

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NEWTON PAIVA Compromisso com o conhecimento

APOSTILA DE

AUDITORIA

CURSO: GESTÃO FINANCEIRA

PROF.: LÚCIO FLÁVIO BICALHO

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UN. 1 – INTRODUÇÃO À AUDITORIA FINANCEIRA

Conceito

Inicialmente a auditoria limitava-se à verificação dos registros contábeis, visando observar se eles eram exatos. Com o tempo ampliou-se o campo da auditoria, entretanto muitos ainda a julgam como portadora exclusiva desse remoto objeto.

O termo auditoria, de origem latina (vem de audire), foi utilizado pelos ingleses para rotular a tecnologia contábil da revisão (auditing), mas hoje tem sentido mais abrangente.

Atualmente, além da missão de exame, a auditoria passa também à crítica, como conseqüência das suas interpretações. Essa é uma tendência essencialmente dinâmica que se origina dos aspectos novos que se vêm imprimindo à ciência contábil.

Diante disso, Lopes de Sá (2.000, p. 25) define essa ciência em toda sua amplitude assim:

Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.

Crepaldi (2007), de forma bastante simples, define auditoria como o levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade.

Diz ainda que consiste em controlar as áreas-chaves nas empresas a fim de evitar situações que propiciem fraudes, desfalques e subornos, através de testes regulares nos controles internos específicos de cada organização.

História

Almeida (2008) conta que a auditoria externa ou auditoria independente surgiu como parte da evolução do sistema capitalista. No início, as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares. Com a expansão do mercado e o acirramento da concorrência, houve a necessidade de a empresa ampliar suas instalações fabris e administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e aprimorar os controles e procedimentos internos em geral, principalmente visando à redução de custos e, portanto, tornando mais competitivos seus produtos no mercado.

Entretanto, para processar todas essas mudanças foi necessário captar recursos junto a terceiros, principalmente mediante empréstimos bancários a longo prazo e abrindo seu capital social para novos acionistas.

No entanto, esses futuros investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira, a capacidade de gerar lucros e como a empresa estava sendo administrada. A melhor forma de ter essas informações era através das demonstrações contábeis da empresa.

Como conseqüência, as demonstrações contábeis passaram a ter importância muito grande para os futuros investidores. Como medida de segurança contra a manipulação das informações, os investidores passaram a exigir que essas empresas fossem examinadas por um profissional independente e de reconhecida capacidade técnica. Esse profissional é o auditor externo ou auditor independente.

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Foi a partir de 1934, nos EUA, que a profissão de auditor assume importância e cria um novo estímulo, uma vez que as empresas que transacionavam ações na Bolsa de Valores foram obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar maior credibilidade a suas demonstrações financeiras.

No Brasil, a evolução da auditoria está primariamente relacionada com a instalação de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter suas demonstrações financeiras auditadas.

Segundo Attie (2006, p.29), as principais influências que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil foram:

a. filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;b. financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais;c. crescimento de empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de

suas atividades econômicas;d. evolução do mercado de capitais;e. criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972; ef. criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades Anônimas em 1976.

Objetivo

O objetivo do exame das demonstrações financeiras é expressar uma opinião sobre a propriedade das mesmas e assegurar que elas representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, aplicados com uniformidade durante os períodos.

Dessa forma, o objetivo principal da auditoria pode ser descrito, em linhas gerais, como o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada e emite o parecer.

Órgãos relacionados com os auditoresOs principais órgãos relacionados com os auditores são os seguintes:

CVM: a Comissão de Valores Mobiliários, criada pela Lei 6.385/76, é uma entidade autárquica e vinculada ao Ministério da Fazenda. Ela funciona como um órgão fiscalizador do mercado de capitais no Brasil. O auditor externo ou independente, para exercer atividades no mercado de valores mobiliários, está sujeito a prévio registro na CVM.

IBRACON: o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, fundado em 1971, é uma pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos. Seus objetivos principais são: fixar princípios de contabilidade e elaborar normas e procedimentos relacionados com auditoria (interna e externa) e perícias contábeis.

CFC e CRC: o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade foram criados pelo Decreto-lei 9.295 de 27/05/1946. Esses conselhos representam entidades de classe dos contadores e têm a finalidade principal de efetuar o registro e fiscalizar o exercício da profissão de contabilista.

AUDIBRA: o Instituto dos Auditores Internos do Brasil, fundado em 20/11/1960, é uma sociedade civil de direito privado e não tem fins lucrativos. Seu principal objetivo é promover o

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desenvolvimento da auditoria interna, mediante o intercâmbio de idéias reuniões, conferências, congressos, publicações de livros e revistas e divulgação da importância da auditoria interna junto a terceiros.

O que leva uma empresa a contratar um auditor externo

Segundo Almeida (2008) os principais motivos que levam uma empresa a contratar um auditor externo ou independente são os seguintes:

obrigação legal (companhias abertas, fundos de pensão, seguradoras e quase todas as entidades integrantes do SFN);

como medida de controle interno; imposição de um banco para ceder empréstimo; imposição de um fornecedor; a fim de atender às exigências do próprio estatuto ou contrato social; para efeito de compra ou incorporação da empresa; para efeito de fusão ou cisão de empresas; para fins de consolidação das demonstrações contábeis (a consolidação é obrigatória para a

companhia aberta que tiver mais de 30% do valor de seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas).

Métodos de auditoria

Segundo Crepaldi (2007), os métodos aplicados pela técnica de auditoria são: retrospecção: a auditoria examina fatos já ocorridos e o faz sempre minuciosamente através

de amostragem. análise: é o fator predominante, o que realmente caracteriza o método ou conduta de

trabalho na técnica de auditoria.

Tecnicamente, o método orienta a execução do trabalho, dando-lhe, aproximadamente, as seguintes fases:

levantamento de condições de rotina administrativa financeira e contábil; planejamento da auditoria; obtenção das provas; relatório de auditoria; certificados.

Tipos de auditoria

Os trabalhos de auditoria podem ser classificados em dois tipos:

1. Auditoria de demonstrações financeiras: é o exame das referidas demonstrações contábeis, analisando os critérios adotados, a sua autenticidade e apresentar parecer ao final.

2. Auditoria operacional ou de gestão: consiste em revisões metódicas de programas, organizações, atividades ou segmentos operacionais dos setores público e privado, com a finalidade de avaliar e comunicar se os recursos da organização estão sendo usados eficientemente e se estão sendo alcançados os objetivos operacionais. A auditoria de gestão deve estar centrada em situações empresariais de maior risco para a continuidade dos negócios, proporcionando às organizações recomendações que auxiliem na tomada de decisões.

Procedimentos de auditoria

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Os procedimentos de auditoria representam um conjunto de técnicas que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das demonstrações financeiras. A seguir os principais procedimentos:

Contagem física: procedimento utilizado para as contas do ativo e consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações financeiras, como dinheiro em caixa, estoques, títulos de aplicações, bens do ativo imobilizado etc.

Confirmação de terceiros: esse procedimento é utilizado pelo auditor para confirmar, por meio de carta (carta de circularização), bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações.

Conferência de cálculos: o contador efetua diversos cálculos em todo o processo de elaboração das demonstrações financeiras, na base de teste. São testados, por exemplo, os cálculos de valorização de estoques, de amortização de despesas antecipadas e diferidas, das depreciações dos bens do ativo imobilizado, dos juros provisionados, etc.

Inspeção de documentos: existem dois tipos de documentos, os internos e os externos. Esses documentos representam os comprovantes hábeis que suportam os lançamentos nas contas contábeis. Exemplo de documentos internos: relatório de despesas, boletim de caixa, apropriação de custos, depreciação, registro de empregado, folha de pagamento, etc. Documentos externos: notas fiscais, duplicatas de fornecedores, apólice de seguro, contratos, escritura de imóveis, certificado de propriedade de veículos, etc.

EXERCÍCIOS

1) Assinale “V” ou “F” para as frases a seguir.( ) Pelo balanço patrimonial o futuro investidor pode avaliar a capacidade da empresa de gerar recursos.( ) Uma das melhores formas de o futuro investidor avaliar uma empresa é por meio de suas demonstrações contábeis.( ) O auditor externo, para dar sua opinião ou parecer, tem de examinar todos os lançamentos contábeis da empresa.( ) O auditor interno é um empregado da empresa auditada.( ) É uma das funções do auditor interno elaborar as demonstrações contábeis da empresa.( ) Em uma organização, o Departamento de Auditoria deveria estar subordinado à gerência financeira.( ) Uma das funções do auditor interno é verificar se as normas internas estão sendo seguidas pelos empregados da empresa. ( ) O Ibracon tem como finalidade principal a fiscalização do mercado de capitais no Brasil.( ) O objetivo principal do auditor externo é detectar todas as irregularidades da empresa.

2) Um dos principais objetivos do auditor interno é:a) Verificar a necessidade de aprimorar as normas internas vigentesb) Examinar a demonstração do resultado do exercício e emitir seu parecerc) Examinar as demonstrações contábeis e emitir sua opiniãod) Descobrir todos os roubos realizados

3) Um dos motivos que levam uma empresa a contratar o serviço de um auditor externo é o seguinte:

a) Aumentar os lucrosb) arranjar novos mercados para seus produtos

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c) promover melhor política de administração de pessoald) atender às exigências estatutárias

4) Relacione a coluna da esquerda com a da direita.1. Incorporação ( ) União de duas ou mais empresas para formar uma nova sociedade2. Fusão ( ) Agrupamento de demonstrações contábeis de duas ou mais empresas3. Cisão ( ) Uma empresa é absorvida por outra4. Consolidação ( ) A empresa transfere parcela de seu patrimônio para outra sociedade

5) Sob o aspecto financeiro, indique a proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimoniala) Contribui para a redução da ineficiência e da negligência.b) Possibilita melhor controle dos bens, direitos e obrigações.c) Assegura a maior exatidão dos custos e veracidade dos resultados.d) Resguarda créditos de terceiros, contra possíveis fraudes.

6) Qual o campo de atuação da Auditoria Contábil? (marque a alternativa correta)

a) Verifica exclusivamente os registros contábeis, se estes estão dentro dos padrões e recomendações aceitáveis, inerentes à legislação pertinente.

b) Todos os segmentos da empresa ou instituições que são controlados pelos registros e controles contábeis.

c) Verifica as demonstrações financeiras da empresa com base nos princípios contábeis, examina a eficiência dos procedimentos em vigor na empresa, avalia os controles internos e a política da empresa.

d) É fiscalizar o fiel cumprimento das normas internas da empresa e emitir relatório das falhas, irregularidades e desvios encontrados, além de verificar as demonstrações financeiras e a gestão da empresa.

7) Assinale a opção que contenha demonstrativos divulgados pelas companhias abertas no Brasil e que devem ser, obrigatoriamente, objeto da opinião de auditores independentes, de acordo com a legislação societária:

a) Balanço Patrimonial, DRE e DOARb) Balanço Patrimonial, Balanço Social e DREc) Balanço Patrimonial, Balanço Social e DOARd) DRE, DVA e Demonstração do Fluxo de Caixa

8) Relacione a coluna da esquerda com a da direita.1. Inspeção física ( ) Dinheiro em banco2. Carta de confirmação ( ) Dinheiro em caixa3. Conferência de cálculos ( ) Estoques armazenados na empresa4. Inspeção de documentos ( ) Estoques em poder de terceiros

( ) Avaliação de estoques( ) Compras de matéria-prima( ) Amortização de despesas antecipadas de seguro( ) Depreciação do ano( ) Despesas de salários( ) Fornecedores a pagar( ) Diferença de câmbio em empréstimos em moeda estrangeira( ) Pagamentos de empréstimos( ) Compra de bens do ativo imobilizado( ) Avaliação de investimentos( ) Títulos representativos dos investimentos( ) Duplicatas a receber de clientes

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AUDITORIA INTERNA E EXTERNA

As classes de auditoria variam de acordo com o tratamento que se dá ao objeto de estudo.

Existem duas classes fundamentais de auditoria quanto ao processo indagativo: auditoria geral ou sintética: situa-se como exame de cúpula, sem indagações de pormenores.

É a auditoria financeira, situa mais na análise de balanços. auditoria detalhada ou analítica: abrange o exame de todas as transações e todos os

documentos.

Outra classificação dos serviços de auditoria é relativa à forma de intervenção, a qual pode ser: interna; externa.

Relativo aos assuntos contábeis, o auditor interno e o externo operam em geral no mesmo campo, e ambos têm interesse na verificação da existência de:

Um sistema efetivo de controle interno para salvaguardar o patrimônio; Um sistema contábil capaz de refletir a posição contábil e o resultado das operações.

AUDITORIA INTERNA

É o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade.

Tem as seguintes características: É uma avaliação independente; É executada por um profissional da empresa; É ligada à direção da empresa; É contratado pela CLT;

Suas responsabilidades são: Informar e assessorar a administração; Coordenar suas atividades com a de outros, de modo a atingir com mais facilidade os

objetivos da auditoria em benefício das atividades da empresa.

Redução de custos:A atividade empresarial vem sendo pressionada pela sociedade, a qual exige continuamente maior qualidade e menores preços. Para atender a essas exigências e continuarem competitivas, as empresas têm que se modernizar, não apenas em instalações, mas no processo de gestão.

Assim, considerando que todas as atividades desenvolvidas pelas empresas que não agregam valor a seu produto final devem consumir o mínimo de recursos, elas se contrapõem à realidade de vários órgãos de Auditoria Interna, que possuem em seus quadros grande quantidade de pessoas não envolvidas diretamente com a atividade-fim da auditoria.

Diante disso, é fundamental que a Auditoria Interna tenha um quadro enxuto e contribua para o processo contínuo de redução de custos e qualidade na gestão das empresas.

Normas de Auditoria Interna:

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Assegurar a qualidade da auditoria; Auditores com as qualificações necessárias à função; Independência dos profissionais de auditoria; Emitir relatórios por escrito e revisados pelo setor auditado e pelos dirigentes da empresa; Os relatórios devem ser objetivos e apresentar dados fidedignos e os fatos descobertos de

maneira convincente e clara.

Síntese do trabalho da Auditoria Interna: Revisão de sistemas contábeis e de controle interno; Exame de informações financeiras e operacionais; Revisão da economia, eficiência e eficácia das operações; Revisão do cumprimento das leis e regulamentos; Cumprimento das exigências internas e externas; Diretivas e políticas administrativas.

AUDITORIA EXTERNA

É o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estes representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do Patrimônio Líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada consoante as normas brasileiras de contabilidade.

Auditoria Interna X Auditoria Externa:

Embora as técnicas de trabalho invariavelmente sejam semelhantes, as auditorias interna e externa diferenciam-se em vários aspectos, especialmente com relação à extensão, finalidade e direcionamento dos trabalhos, à responsabilidade e aos métodos aplicados.

Diferenças das AuditoriasElementos Auditoria Externa Auditoria Interna

Sujeito Profissional independente Funcionário da empresaAção e objetivo Exame das demonstrações

financeirasExame dos controles operacionais

Finalidade Opinar sobre as demonstrações financeiras

Promover melhorias nos controles operacionais

Relatório principal Parecer Recomendações de controle interno e eficiência administrativa

Grau de independência Mais amplo Menos amploInteressados no trabalho A empresa e o público em

geralA empresa

Responsabilidade Profissional, civil e criminal TrabalhistaNúmero de áreas cobertas pelo exame durante um período

Maior Menor

Intensidade dos trabalhos em cada área

Menor Maior

Continuidade do trabalho Periódico Contínuo

Integração de funções:

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A integração do trabalho entre auditores internos e externos se dá, normalmente, na auditoria permanente (demonstrações contábeis que abrangem exames em áreas operacionais) e na auditoria de balanço (exclusivamente demonstrações contábeis).

A utilização do trabalho dos auditores independentes deve seguir alguns critérios do IFAC - International Federation of Accoutants:

Segregação organizacional: o auditor interno deve ser livre para se comunicar irrestritamente com o auditor independente.

Alcance da função: o auditor independente deve verificar a natureza e profundidade da cobertura das tarefas que o auditor interno executa para a administração.

Competência técnica: o auditor independente deve certificar-se de que o trabalho de auditoria interna é executado por pessoas que tenham adequado treinamento técnico e proficiência como auditores.

Devido cuidado profissional: o auditor independente deve certificar-se de que o trabalho de auditoria interna parece ser devidamente planejado, supervisionado, revisado e documentado.

A função estratégica da Auditoria Interna:A auditoria interna, como elemento-chave no processo de avaliação contínua dos processos e atividades das empresas, deve estar adequadamente sincronizada com o mercado.

A auditoria interna deve assumir uma participação pró-ativa no suporte à gestão empresarial sendo responsável não só por assegurar a qualidade e efetividade da estrutura de controle interno, como também propor recomendações de valor agregado às atividades e aos negócios da empresa.

EXERCÍCIOS

1) Um dos sistemas que diferenciam o auditor interno do externo é:a) A forma de avaliar o sistema de controle interno;b) O volume de testes nos serviços realizados;c) A forma de se portar na empresa e sua responsabilidade;d) A forma de preparar os papéis de trabalho.

2) A característica principal do auditor externo em relação ao auditor interno decorre de sua supremacia em relação:a) Ao conhecimento profissional auferido;b) À independência profissional;c) À experiência profissional obtida;d) Ao treinamento específico que se submete.

3) Um dos principais objetivos do auditor interno é:a) Examinar a integridade, a adequação e a eficácia dos controles internos;b) Examinar a demonstração do resultado do exercício e emitir seu parecer;c) Examinar as demonstrações contábeis e emitir sua opinião;d) Solucionar todas as situações de fraudes realizadas dentro da empresa.

4) O controle interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com o objetivo de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa.Das afirmativas abaixo, indicar a alternativa incorreta.

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a) Os objetivos dos controles internos são, entre outros, assegurar que as várias fases do processo decisório, o fluxo de informações e a implementação das decisões se revistam da necessária confiabilidade;

b) A auditoria interna tem a autoridade total para exigir que sejam adotadas as melhorias recomendadas nos controles internos;

c) O processo de avaliação do controle interno consta, basicamente, de três etapas: levantamento geral do sistema, sua avaliação e testes;

d) Os controles internos dividem-se em: controles contábeis, administrativos e operacionais.

1.1 – CONTROLE INTERNO*

Os problemas de Controle Interno encontram-se em todas as áreas das empresas modernas. Como exemplo disso podem-se citar: vendas, fabricação, compras, tesouraria etc. Segundo Crepaldi (2007), quando exercido adequadamente sobre cada uma das funções acima, o controle assume fundamental importância, objetivando atingir os resultados mais favoráveis com menores desperdícios.

É preciso que se distinga que o termo Controle Interno não tem o mesmo significado de Auditoria Interna. A Auditoria Interna equivale a um trabalho de revisão e apreciação de trabalho, normalmente executado por um departamento especializado, ao passo que Controle Interno refere-se aos procedimentos e à organização adotados como planos permanentes da empresa.

Antes de elaborar o plano ou programa que guiará o auditor, é necessário observar como se encontram os controles da empresa.

quanto melhor o controle, mais segurança para o trabalho; quanto menor o controle, mais cuidado será exigido na execução das tarefas.

Conceito e observações fundamentaisO Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas administrativas prescritas.

Quando se examinam os controles internos de uma empresa, está-se analisando a “organização dos controles” e também a “execução” deles. Essa análise, fundamentada nos conceitos da administração, parece plenamente justificável, visto que o referido conceito engloba e enfatiza:

o plano organizacional (estrutura organizacional); os sistemas administrativos; políticas administrativas; eficiência do pessoal da empresa.

Os ganhos com a Sarbanes-OxleyFoi promulgada em 2002 a Lei Sarbanes-Oxley (conhecida abreviadamente como Sox), na esteira dos maiores escândalos empresariais até aquele momento. Foi concebida como forma de proteger os acionistas das empresas de capital aberto. Na tentativa de evitar novas fraudes, a Sox passou a obrigar que as companhias descrevam detalhada e claramente cada um de seus processos administrativos e contábeis – assim fica fácil atribuir responsabilidade no caso de eventuais deslizes.

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A lei americana que endureceu os controles internos das empresas trouxe ganhos inesperados para os executivos e acionistas – melhores processos, mais segurança e até mesmo custos menores.

Avaliação do controle internoAs normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, estabelecem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de determinar a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria.

O auditor independente executa os seguintes passos na avaliação do controle interno: levanta o sistema de controle interno; verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática; avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato erros e irregularidades; determina o tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria.

Diversas irregularidades nos setores financeiro, administrativo e de compras das organizações passam, na maioria das vezes, despercebidas pelos próprios empresários. Preocupados com a evasão de divisas, eles armam-se contra o problema e mostram-se cada vez mais, interessados em aprender novas técnicas e procedimentos básicos para evitar situações de fraudes, subornos e desfalques. Além da adoção de rígidos controles internos, o papel da auditoria vem ganhando crescente importância e contribui para a eficácia dos resultados finais em qualquer companhia.

Como controlar as áreas de risco?Alguns setores na empresa são considerados mais sujeitos a irregularidades, como por exemplo:

Vendas: há facilidades para recebimento de comissões, descontos e consignações indevidas;

Compras: é um dos mais difíceis de se controlar por meio da auditoria, pois o delito fica registrado fora dos livros contábeis da empresa;

Contas a pagar: os cuidados concentram-se nos cheques de serviço, que podem ou não ser fantasmas, e na antecipação de pagamentos, com finalidade de recebimento de propinas.

Contas a receber: com a crise de caixa, a tendência é abrir mão de recolher parte do valor financeiro (multas, juros) e receber apenas o montante principal.

Para reduzir probabilidades de desvio destaca-se a importância do sistema de provas surpresas (sistema preventivo) realizado pela auditoria.

Recomenda-se criar um guia de procedimentos e provas departamentais, em cada unidade da organização, realizado pelos próprios funcionários.

Tipos de controles: Contábeis e Administrativos

Os controles contábeis compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos utilizados para salvaguardar o patrimônio e a propriedade dos itens que o compõem. São compreendidos por:

Segregação de funções: cria independência entre as funções de execução operacional, custódia dos bens patrimoniais e sua contabilização

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Sistema de autorização: controla as operações através de métodos de aprovações, de acordo com as responsabilidades e riscos envolvidos;

Sistema de registro: compreende a classificação dos dados dentro de uma estrutura formal de contas, existência de um Plano de Contas e a utilização de um manual descritivo para o uso das contas.

Os controles administrativos compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos utilizados para proporcionar eficiência às operações, dar ênfase à política de negócios da empresa, bem como a seus registros financeiros. são compreendidos por:

Normas salutares que observam práticas saudáveis aos interesses da empresa no cumprimento dos deveres e funções;

Pessoal qualificado, que esteja apto a desenvolver suas atividades bem instruído e supervisionado por seus responsáveis.

Componentes de controles internos

Para que a consideração dos muitos controles possíveis que podem ser relacionados com os objetivos de uma entidade possa ser colocada em uma estrutura conceitual, são identificados cinco componentes de controles internos, que se inter-relacionam:

Ambiente de controle: “dá o tom” de uma organização, influenciando a consciência de controle das pessoas que nela trabalham. Representa o alicerce dos demais componentes, disciplinando-os e estruturando-os.

Avaliação de risco: identificação e análise dos riscos relevantes para a consecução dos objetivos da entidade; forma a base para a determinação de como os riscos devem ser administrados.

Atividade de controle: políticas e procedimentos que ajudam a assegurar que as diretrizes da administração estejam sendo seguidas.

Informação e comunicação: identificação, captura e troca de informações sob forma e em época tais que permitam que as pessoas cumpram suas responsabilidades.

Monitoração: processo que avalia a qualidade do desempenho dos controles internos.

Importância do Controle Interno (Tipos de controles)

A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de controle interno, pela verificação de seu cumprimento pelos funcionários e por sua modificação, visando adaptá-lo às novas circunstâncias. O sistema de controle interno compreende os seguintes princípios:

Responsabilidade: as atribuições dos funcionários ou setores internos da empresa devem ser claramente definidas e limitadas, de preferência por escrito, mediante o estabelecimento de manuais internos de organização. Ex.: aprovação de aquisição de bens e serviços, assinatura de cheques, recebimento de numerário etc.

Rotinas internas: a empresa deve definir no Manual de Organização todas as suas rotinas internas.

Acesso aos ativos: a empresa deve limitar o acesso dos funcionários a seus ativos e estabelecer controles físicos sobre esses.

Segregação de funções: consistem em estabelecer que uma mesma pessoa não pode ter acesso aos ativos e aos registros contábeis, em virtude de essas funções serem incompatíveis dentro do sistema de controle interno.

Confronto dos ativos com os registros: a empresa deve estabelecer procedimentos de forma que os ativos, sob a responsabilidade de alguns funcionários, sejam periodicamente confrontados com os registros da contabilidade.

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Amarrações do sistema: o sistema de controle interno deve ser conhecido, de maneira que sejam registradas apenas as transações autorizadas, por seus valores corretos e dentro do período de competência. A garantia de operações seguras requer conferências periódicas de documentos, cálculos e transações comerciais.

Auditoria interna: não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstancias. Os objetivos da auditoria interna são exatamente esses.

Fraudes e desfalquesFraudes e desfalques são problemas comuns e crescentes em todas as empresas, decorrente do enfraquecimento dos valores éticos, morais, sociais e, principalmente, de ineficácia dos sistemas de controles internos.

O desfalque temporário ocorre quando um funcionário apossa-se de um bem da empresa e não altera os registros da contabilidade (transferindo o ativo roubado para despesas). São exemplos de desfalques temporários:

Funcionário apodera-se do dinheiro recebido de clientes, proveniente de vendas a prazo, antes do registro contábil do recebimento. Esse fato seria descoberto pelo confronto das duplicatas ainda não recebidas com a conta contábil ou pela confirmação do cliente.

Funcionário assenhoreia-se do dinheiro recebido de clientes, após o registro contábil do recebimento. Esse desfalque seria descoberto por meio da reconciliação bancária.

Funcionário apoderou-se de um ativo da empresa (dinheiro de caixa, estoques, imobilizado etc), entretanto o ativo continua registrado nos livros contábeis. Esse desfalque seria descoberto pelo confronto dos ativos existentes fisicamente com os registros contábeis.

O desfalque permanente ocorre quando um funcionário desvia um bem da empresa e modifica os registros contábeis, de forma que os ativos existentes concordem com os valores registrados na contabilidade. Exemplos:

Funcionário responsável pelos recebimentos de clientes e pelo preparo dos registros contábeis de vendas e recebimentos desvia um recebimento de vendas a prazo e baixa a duplicata correspondente contra vendas;

Funcionário responsável pelas matérias-primas e pela elaboração de lançamentos contábeis rouba uma matéria-prima e baixa o bem correspondente para despesa.

Levantamento do Sistema de Controle Interno

As informações sobre o sistema de controle interno são obtidas das seguintes formas: Leitura dos manuais internos de organização e procedimentos; Conversa com funcionários da empresa; Inspeção física desde o início da operação (compra, venda, pagamentos etc.) até o registro

no razão geral.

As informações obtidas sobre o controle interno são registradas pelo auditor, da seguinte forma: Memorandos narrativos; Questionários padronizados; Fluxogramas.

Normalmente, as empresas de auditoria preparam questionários-padrões de controle interno para serem preenchidos pelos auditores. Esses questionários funcionam como guia, a fim de evitar que o

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auditor omita a avaliação de uma parte importante das operações da empresa, e também servem para padronizar a forma de descrição do sistema.

Avaliação do Sistema de Controle Interno e Determinação dos Procedimentos de Auditoria

Consiste em aplicar medidas significativas na consideração de transações relevantes e ativos correlatos envolvidos na auditoria, tendo como finalidade principal detectar erros e irregularidades materiais nas demonstrações financeiras. Medidas que devem ser observadas:

Considerar os tipos de erros e irregularidades que poderiam ocorrer; Determinar os procedimentos de controle contábil que devam prevenir ou detectar esses

erros e irregularidades; Determinar se os procedimentos necessários são estabelecidos e estão sendo seguidos

satisfatoriamente; Avaliar as falhas, isto é, tipos de erros e irregularidades potenciais não cobertos pelo

procedimento de controle existente para determinar seu efeito sobre a natureza, caráter oportuno ou extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados, e sugestões a serem feitas ao cliente.

A avaliação do sistema de controle interno compreende: Determinar os erros ou irregularidades que poderiam acontecer; Verificar se o sistema atual de controles detectaria de imediato esses erros ou

irregularidades; Analisar as fraquezas ou falta de controle que possibilitam a existência de erros ou

irregularidades, a fim de determinar a natureza, data e extensão dos procedimentos de auditoria;

Emitir relatório-comentário dando sugestões para o aprimoramento do sistema de controle interno da empresa.

O processo de avaliação do controle interno consta de três etapas: Realce do sistema; Avaliação propriamente dita do sistema; Realização de testes de cumprimento de normas internas.

Questionário de Avaliação do Controle Interno

Estes questionários têm como finalidade auxiliar a avaliação da eficiência ou adequação dos controles internos (operacionais e contábeis) do cliente, ou seja:

se os controles contábeis internos asseguram o correto registro das transações financeiras; se os controles internos administrativos proporcionam eficiência operacional e observância

da política da empresa e da legislação em vigor; se as verificações internas protegem adequadamente os ativos do cliente contra fraudes e

outras irregularidades.

Forma de aplicaçãoAs questões devem ser formuladas de modo que uma resposta afirmativa implique numa condição satisfatória. Uma resposta negativa indica um ponto fraco com relação àquele item em particular.

Levantamento e descrição da rotinaOs auditores devem levantar e descrever rotinas objetivando:

identificar pontos críticos que facilitem a definição da extensão dos exames finais;

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fornecer dados para simplificar os trabalhos de auditoria e/ou possíveis consultorias futuras.

A rotina pode ser descrita por meio de uma narrativa, ou então pela elaboração de um fluxograma.

Narrativa: inclui uma descrição da rotina passo a passo de maneira lógica clara e concisa, evidenciando o fluxo de documentos de um ou mais departamentos desde sua origem até sua disposição final.

Fluxogramas: constitui uma técnica analítica que utiliza símbolos para descrever uma rotina passo a passo em um ou mais departamentos, evidenciando o movimento de documentos desde sua origem até sua disposição final.

Características de um eficiente sistema de controle internoUm eficiente sistema de controle interno compreende:

Plano de organização que proporcione apropriada segregação de funções e correta divisão das responsabilidades funcionais.

Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada um dos departamentos da organização.

Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas.

Categorias de controles internosNão existe uma terminologia universal para descrever as categorias de controles internos, entretanto pode-se classificá-los segundo suas finalidades, e neste caso seriam desdobrados em:

controles organizacionais, inclusive segregação de funções: referem-se ao controle obtido por meio da maneira de designar responsabilidades e delegar autoridade. Sua eficácia dependerá de considerações como atribuição de responsabilidades e delegação de autoridade claramente definidas, segregação de funções etc.

controles de sistemas de informação: referem-se ao controle obtido mediante a prestação de informações aos níveis adequados da administração.

controles de procedimentos: referem-se ao controle obtido mediante a observação de políticas e procedimentos dentro da organização.

Documentação de procedimentos: os procedimentos contábeis e de operação devem ser documentados em manuais e fluxogramas de modo que as políticas e instruções da empresa possam ser conhecidas de maneira explícita e uniformemente aplicadas.

Autorização e aprovação: é a decisão da gerência de utilizar determinados bens para um fim específico. Ex.: limite de crédito para um cliente; compra de um determinado bem etc.

Registros e formulários: o controle interno pode melhorar mediante a utilização de formulários que exijam observância dos procedimentos estabelecidos. Ex.: autorização de gastos com assinatura, carimbos, realização de determinados procedimentos etc.

Acesso aos ativos: a custódia dos bens da empresa é uma das principais responsabilidades de uma administração. Além dos controles contábeis informatizados, são fundamentais as medidas físicas de proteção aos ativos. Ex.: acesso restrito, sistemas de identificação, vigilantes, alarmes etc.

Limitações inerentes aos sistemas de controle interno

Na aplicação da maioria dos procedimentos de controle, podem ocorrer falhas resultantes de entendimento precário, erros de juízo, descuidos ou outros fatores humanos.Os procedimentos de controle cuja eficácia depende da divisão de funções podem ser burlados mediante conivência.

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EXERCÍCIOS

1) O processo que tem por finalidade, entre outras, proporcionar à empresa razoável garantia de promover eficácia em suas operações é denominado:

a) Auditoria operacional e financeirab) Sistema contábil e de controle internoc) Auditoria das demonstrações contábeisd) Supervisão e controle de qualidade

2) As verificações da existência de limites de autoridades e responsabilidade definidos de segregação de funções, de limites de acesso físico a ativos e registros contábeis são alguns procedimentos aplicados pelo auditor independente de demonstrações contábeis com a finalidade principal de:

a) Avaliar o ambiente de controleb) Determinar o risco de detecção c) Elaborar relatório de recomendaçõesd) Emitir relatório de revisão das informações trimestrais

3) Indique a opção que representa um fator relevante que deve ser considerado pelo auditor independente no estudo e avaliação do sistema contábil e de controle interno:

a) O grau de descentralização de decisão adotado pela administraçãob) O índice de liquidez e de rentabilidade da entidadec) As transações e os eventos subseqüentes à data-base do balançod) A reavaliação de ativos tangíveis e a aprovação em assembléia

4) Ao término dos trabalhos de avaliação de controle interno, o auditor independente constatou diversas fraquezas que poderiam ser eliminadas pela entidade auditada. De acordo com as normas de auditoria vigentes, o auditor:

a) Deve ajustar o balanço pelos efeitos e colocar parágrafo de ênfase no parecer.b) Deve sempre mensurar os efeitos das fraquezas e ajustar as demonstrações contábeis.c) Não deve fazer sugestões de melhorias, para não configurar a perda de independência.d) Deve efetuar sugestões objetivas, visando ao aprimoramento dos controles internos.

5) Um funcionário da entidade auditada, em conluio com o fornecedor, realizou pagamentos por serviços não prestados. Esse fato:

a) Constitui uma limitação inerente dos sistemas de controles internos.b) Será detectado nos exames de auditoria de “circularização” de fornecedores.c) Será detectado nos exames de auditoria de pagamentos subseqüentes.d) Será detectado no acompanhamento do inventario físico de estoques.

6) Representa uma das formas de o auditor externo obter informações sobre o sistema de controle interno da empresa audita:

a) Questionário de controle interno.b) Fluxogramas.c) Memorandos narrativos.d) Leitura de manuais internos de organização.

7) Representa exemplo de controle contábila) Estudos de tempos e movimentos.b) Treinamento de pessoal.c) Análise das variações entre os valores orçados e os incorridos.d) Segregação de funções.

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8) Durante o trabalho final de auditoria, o auditor identificou algumas diferenças numéricas em determinadas áreas testadas. Assinale, entre os pontos relacionados a seguir, o de maior relevância:

a) Ausência de apropriação pro-rata temporis de receita financeira.b) Diferença de 5% no valor da provisão para devedores duvidosos.c) Ausência de contratos de seguros dos veículos e caminhões.d) Diferença de 5%, considerado imaterial, de conciliação bancária.

9) Faça comentários sobre a incompatibilidade das funções abaixo relacionadas. 1. Compra e recebimento de bens. 2. Contabilidade e custódia de bens (acesso aos ativos). 3. Contabilidade e contas a pagar (habilitação de documentos para pagamento). 4. Contabilidade e pagamentos. 5. Recebimento de bens e contas a pagar.

10) Analise o sistema de controle interno de compras e pagamentos, abaixo mencionado, e determine a forma pela qual esse sistema detectaria possíveis documentos falsos colocados por qualquer das áreas envolvidas.

Compras: seleciona o fornecedor que ofereceu as melhores condições comerciais e formaliza a compra por meio do formulário ordem de compra. Uma cópia desse formulário é enviada diretamente para o setor de contas a pagar.

Recepção: recebe a nota fiscal e o material do fornecedor, confere a quantidade e a qualidade do bem e evidencia essa conferência através de carimbo próprio e assinatura no verso do documento fiscal. Depois envia a nota fiscal para a contabilidade.

Contabilidade: recebe a nota fiscal, efetua o registro contábil da compra (débito no ativo e crédito em fornecedores a pagar) e remete a nota fiscal para o setor fiscal.

Setor fiscal: recebe a nota fiscal, efetua o registro nos livros fiscais e remete-a para o contas a pagar.

Contas a pagar: recebe a nota fiscal, confere-a e confronta suas informações com a ordem de compra (enviada diretamente pelo setor de compras). Posteriormente, apõe carimbo e assinatura na nota fiscal, evidenciando a concordância com o instrumento contratual, e a envia para a programação financeira.

Programação financeira: recebe a nota fiscal, programa-a para pagamento e remete-a para o caixa.

Caixa: recebe a nota fiscal e processa o pagamento. Depois remete o processo de pagamento (nota fiscal, duplicata quitada etc.) para a contabilidade.

Contabilidade: recebe o processo de pagamento e efetua o registro contábil (débito na conta de fornecedores a pagar e crédito na conta de bancos).

1. Documento falso incluído pela área de compras.2. Documento falso incluído pela área de recepção.3. Documento falso incluído pela contabilidade.4. Documento falso incluído pelo setor fiscal.5. Documento falso incluído pelo contas a pagar.6. Documento falso incluído pela programação financeira.7. Documento falso incluído pelo caixa.

11) Indique com “T” se o desfalque for temporário e com “P” se for permanente.

1. ( ) O funcionário desvia recebimentos de venda a prazo antes de seu registro inicial e altera os registros analíticos de duplicatas a receber (tem uma ficha para cada cliente e representa o detalhe do razão geral de duplicatas a receber), de forma que esses registros concordem com os valores efetivamente devidos pelos clientes.

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2. ( ) O funcionário, responsável pelo pagamento aos fornecedores, efetua um desfalque na empresa, apagando o nome do fornecedor beneficiário no cheque e colocando seu nome.

3. ( ) O funcionário rouba matéria-prima e faz lançamento contábil debitando a conta de despesa de material de escritório e creditando a conta de matéria-prima.

4. ( ) O funcionário inclui um empregado fictício na folha de pagamento, apodera-se do envelope de salário desse empregado e posteriormente faz o lançamento contábil da folha de pagamento (débito em despesa de salários e crédito em bancos).

12) (Refere-se ao tópico “Componentes de controles internos”- Boynton). Cinco componentes de controles internos foram identificados neste capítulo. A seguir, são listadas algumas políticas e procedimentos de controle estabelecidos pela Suntron Companhia.

1. A administração dedica atenção cuidadosa ao conhecimento e habilidades que o pessoal da organização deve ter, em todos os níveis hierárquicos.

2. Controles gerais e controles de aplicativos são estabelecidos no departamento de processamento eletrônicos de dados.

3. A administração atua para reduzir ou eliminar incentivos e tentações que possam levar indivíduos a praticar atos desonestos ou ilegais.

4. A administração mostra-se alerta a reclamações de clientes sobre erros de faturamento.

5. A administração dedica atenção especial aos riscos que podem surgir pela utilização de tecnologia da informação no sistema contábil.

6. A atribuição de responsabilidades a empregados é feita de forma a impedir que qualquer indivíduo esteja em posição em que possa cometer uma irregularidade ou erro e então escondê-lo.

7. A administração de TI tem desenhado controles para impedir uso não autorizado de equipamentos, arquivos de dados e programas de TI.

8. No processamento de folha de pagamento, faz-se conferência do total de horas a serem pagas. Se o total de horas por semana for superior a 65, a transação é impressa em um relatório de exceções e colocada em um arquivo de pendências, para que haja revisão ou autorização adicional.

9. A equipe de auditoria interna da empresa avalia periodicamente a eficácia de vários componentes da estrutura de controles internos.

10. Manuais de políticas e manuais de contabilidade (inclusive plano de contas) e de elaboração e apresentação de demonstrações contábeis foram desenvolvidos e implantados.

Pede-se:a) Nessa lista, identifique o componente de controles internos com o qual cada política ou

procedimento se relaciona.b) Para cada item, identifique outra política ou procedimento que não se encontra na lista e que

se relacione com o mesmo componente.

13) (Segregação de funções - Boynton) A Richmond Company, um cliente de sua empresa de auditoria, traz-lhe o seguinte problema. Ela tem três empregados administrativos que precisam realizar as seguintes tarefas:

1. Manter o razão geral.2. Manter o razão de contas a pagar.

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3. Manter o razão de contas a receber.4. Preparar cheques para assinatura.5. Manter o diário de pagamentos.6. Emitir créditos por devoluções de mercadorias e descontos.7. Conciliar saldos de contas bancárias.8. Movimentar e depositar recebimentos operacionais de caixa.

A empresa solicita-lhe que recomende como as tarefas devem ser distribuídas entre os três empregados – sobre cuja capacidade profissional não existem dúvidas – para que haja o mais alto grau de controles internos. Você pode admitir que os empregados não desempenharão nenhuma outra atividade contábil além das que constam da lista.

a) Registre como você distribuiria as funções entre os empregados. Suponha que, exceto conciliação de contas bancárias e emissão de créditos por devoluções ou descontos, todas as funções exigem a mesma quantidade de tempo. (Dica: dê um título a cada empregado).

b) Relacione quatro possíveis combinações insatisfatórias.

1.2 – A OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS NA AUDITORIA

Princípios contábeis são as premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade econômica, social e institucional.

“A observância dos Princípio Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).” Resolução CFC nº 750-93

1.2.1 – PRINCÍPIO DA ENTIDADE

O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

1.2.2 – PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos. A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

1.2.3 – PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

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Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência. (provisões para secas, guerras, etc)II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários.III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade, em um período de tempo determinado.

1.2.4 – PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.Resultados deste princípio:I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada.II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores, admitindo-se tão somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste.IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada.V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

1.2.5 – PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.São resultantes da adoção deste princípio:I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos de poder aquisitivo.II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido.III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores.

1.2.6 – PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido

1.2.7 – PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

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O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido.

EXERCÍCIOS

1) Uma característica do Regime de Competência é:a) Receita recebidab) Aquisição de despesac) Pagamento de despesad) Consumo de despesa

2) Regime de Caixa como instrumento de decisão:a) É obrigatório b) É facultativoc) É dispensáveld) É aceito pelo Imposto de Renda

3) Apure o lucro do período pelo Regime de Caixa e de Competência da Cia América:Faturamento do período 100.000

Recebimento de duplicatas 70.000Despesa consumida 40.000Pagamento de despesa 30.000Empréstimo obtido 30.000

1.3 – PLANEJAMENTO DA AUDITORIA*

Capítulo 6 do livro de Marcelo C. Almeida

As normas de auditoria geralmente aceitas exigem que o trabalho de auditoria seja adequadamente planejado. Planejar significa estabelecer metas para que o serviço de auditoria seja de excelente qualidade e ao menor custo possível.

Os principais objetivos são: Adquirir conhecimento sobre a natureza das operações, dos negócios e forma de

organização da empresa. Planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares. Obter maior cooperação do pessoal da empresa. Determinar a natureza, amplitude e datas dos testes de auditoria. Identificar previamente problemas relacionados com contabilidade, auditoria e impostos.

1.4 – O PAPEL DO AUDITOR*

Segundo Crepaldi (2007, p. 6), “as expectativas da economia alimentadas pelos bons sinais de acabar com o processo hperinflacionário quando os preços sobem acentuadamente e as taxas de

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juros alcançam patamares jamais vistos começam a desenhar uma alternativa de estabilização: a urgente execução de um sério ajuste fiscal”.

As tendências são visivelmente fortes. A política fiscal contracionista deve desempenhar o papel tomado pela política monetária. Nesse sentido, haverá cortes em despesas; já não existem muitas opções para aumento de receitas.

Nesse momento, os empresários necessitam do maior número possível de informações claras e objetivas a respeito do desempenho de seu empreendimento. É justamente neste ponto que a auditoria independente assume importante papel auxiliando o empresário a escolher a melhor forma de entrar no mercado, com o uso do trabalho de consultoria de reorganização societária.

Neste caso, o auditor passa a ser útil tanto à empresa quanto aos investidores, que, por meio da análise das demonstrações financeiras, devidamente acompanhadas do parecer do auditor independente, podem eleger seguramente as empresas nas quais efetuarão aplicações de sua poupança pessoal em ações.

Os auditores independentes assumem a partir de então a um reconhecimento maior de sua função. Até algum tempo atrás, muitas empresas consideravam a contratação de auditoria independente como um custo, nunca como benefício.

A responsabilidade da função de auditor é tão grande que atinge inclusive a possibilidade de o mesmo responder com seus bens pessoais, caso seja acionado por causar prejuízos a terceiros em razão da não-correspondência dos números certificados da sociedade auditada com a realidade.

Os trabalhos de auditoria abrangem os seguintes aspectos: assessoria no planejamento tributário; instrumentos adicionais de controle das atividades e do patrimônio; sistema informal de atualização dos executivos; avaliação de desempenho e sistemas de informações internas para gestão; assessoria na área de controle e utilização de informática; planos de reorganização societária (fusão, cisão, incorporação, holding), inclusive com o

objetivo de atender a planos para abertura de capital; expansão de atividades, mudanças geográficas e decisões quanto a descontinuidade de linhas

e unidades.

EXERCÍCIOS

1) O planejamento de auditoria deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos trabalhos. Assinale a opção que não se constitui em fator relevante para o planejamento de auditoria:

a) Riscos de auditoria.b) Existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas.c) Uso dos trabalhos de especialistas.d) Prevenção de fraude e erro.

2) Os procedimentos de auditoria descritos no programa de trabalho devem ser aplicados em termos de:

a) Oportunidade, controle interno e relevância.b) Volume de saldo, relevância e extensão.c) Natureza, oportunidade e extensão.

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d) Risco, complexidade e relevância.

3) A determinação precisa dos objetivos da auditoria, bem como a identificação do universo a ser examinado, são algumas das exigências básicas para a elaboração de um adequado:

a) Plano de contingência de auditoria.b) Programa de risco de auditoria.c) Sistema de controles internos.d) Programa de trabalho de auditoria.

4) Ao determinar os honorários a serem pagos, o auditor externo deve considerar:a) O tipo de parecer a ser emitido à entidade auditada.b) O conjunto de trabalhos de auditoria e consultoria prestados.c) A peculiaridade de tratar-se de cliente eventual ou habitual.d) A limitação de acesso à documentação da entidade a ser auditada.

5) Entre as assertivas a seguir, indique a opção que não representa uma consideração relevante a ser feita no planejamento do trabalho da auditoria externa.

a) O conhecimento detalhado do sistema contábil e de controles internos da entidade e seu grau de confiabilidade.

b) A natureza, oportunidade extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados nos trabalhos.

c) O uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e auditores internos.d) O conhecimento das práticas contábeis adotadas pelos fornecedores e clientes da empresa

auditada e as alterações procedidas.

6) Os procedimentos de auditoria independente incluídos em um programa de trabalho são planejados para:

a) Desenvolver um plano estratégico da empresa.b) Avaliar a estrutura de controles internos.c) Obter evidência suficiente de auditoria.d) Proteger o auditor em caso de litígio legal.

7) Caracterizam-se como objetivos do Planejamento da Auditoria, exceto:a) Propor alterações na estrutura da entidade auditada.b) Definir a forma de divisão de tarefas entre os membros da equipe de auditoria .c) Estimar os prazos necessários para a realização dos trabalhos.d) Identificar os problemas potenciais da entidade.

8) O Planejamento de auditoria é a etapa do trabalho na qual o auditor independente:a) Estabelece a estratégia geral dos trabalhos a executar na entidade a ser auditada.b) Busca estabelecer os procedimentos aplicáveis à revisão de uma determinada conta.c) Avalia os riscos da auditoria anteriormente à sua contratação.d) Estabelece qual o tipo de parecer a ser emitido como conclusão do seu trabalho

UN. 2 – CONTROLADORIA

A empresa enquanto sistema alcança o sucesso quando os seus subsistemas desempenham suas funções de forma eficiente, interagindo entre si na busca do melhor resultado do todo. Neste sentido, destaca-se que o melhor resultado de um subsistema, em detrimento do somatório do todo, levará a empresa a um resultado não desejado.

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Neste contexto, é necessário que exista dentro de uma organização, funções otimizadoras que conduzam a empresa ao melhor resultado. Estas funções percorrem desde a fase do planejamento até a execução e controle das atividades empresariais.

O acompanhamento da gestão dos recursos disponíveis numa organização representa um dos fatores do sucesso de uma instituição no cumprimento de seu objetivo. Os recursos são colocados à disposição das atividades que planejam, executam e acompanham a operacionalização do uso destes recursos. O registro, a mensuração e a análise do desempenho das operações que conduzem aos resultados obtidos no processo de transformação dos produtos e serviços, são pontos cruciais na gestão organizacional.

A unidade administrativa responsável pelo acompanhamento da gestão e controle dos recursos disponíveis para o processo de produção, bem como pela análise do desempenho das operações da empresa como um todo é a controladoria. Tornando-se desta forma um dos principais órgãos administrativos de uma empresa e sendo muitas vezes responsável pelo sucesso da organização no mercado no qual está inserida.

Conceito

Controladoria é um órgão administrativo que tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas áreas quanto aos aspectos econômicos e assegurar a eficácia empresarial.

É uma unidade administrativa, cuja responsabilidade é gerar informações úteis aos gestores da organização. Suas atribuições fundamentais são conceber, implantar, operar e manter sistemas geradores de informações sobre as atividades empresariais sob o aspecto econômico.

2.1 - VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA

Sistema é um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de finalidades. Estas partes coordenadas, possuem funções específicas com a finalidade de fazer com que o todo atinja um objetivo comum.

A ausência do pensamento sistêmico é caracterizada pela indefinição do objetivo global do sistema , da incorreta identificação das partes e suas funções específicas, aliada à falta de visão do desempenho de cada um dos subsistemas no todo. Ao contrário, a presença de uma visão sistêmica está associada à determinação clara do objetivo global ou principal do sistema, além da determinação dos seus subsistemas com suas respectivas funções bem definidas e caracterizada a importância das partes no todo. Esta participação individual dos subsistemas será avaliada permanentemente através de avaliações de desempenho e de resultado, que provocará medidas corretivas para o bom funcionamento do sistema.

2.1.1. MISSÃO

O objetivo fundamental de uma empresa representa “o porquê” da sua existência. A determinação desse objetivo, que incorpora valores dos seus proprietários, direciona a empresa para o seu

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mercado, clientes, produtos ou serviços a serem produzidos e/ou oferecidos. Este objetivo fundamental é caracterizado como a missão da empresa.

A missão deve ser cuidadosamente definida, pois é a partir da determinação do mercado, da clientela, do produto (produzido ou adquirido) e do serviço, que o sistema empresa se estrutura, isto é, seus subsistemas com funções bem definidas, fazem com que a missão seja atingida.

Exemplo:

Tintas Coral: “Tornar-se a melhor indústria de tintas da América Latina”.Banco do Brasil: “ Ser o melhor Banco do Brasil, assegurar a satisfação dos clientes, atender às expectativas dos acionistas e contribuir para o desenvolvimento do País.”

2.1.2. A EMPRESA E SEU AMBIENTE

O ambiente está em constante mutação e qualquer empresa que pretenda manter a sua continuidade deverá aproveitar as oportunidades, eliminando ou amenizando as ameaças ambientais.

As influências ambientais sofridas pelas empresas são derivadas de: Entidades, como: fornecedores, concorrentes, clientes, governo, sindicatos, etc. Variáveis ambientais, sejam elas: tecnológicas, econômicas, sociais, ecológicas, normativas

(legislação), etc.Estas variáveis e entidades ocorrem e estão localizadas fora da empresa, e exercem certa

influência sobre o sistema, embora este pouco interfira em seus comportamentos.

2.1.3. ELEMENTOS DO SISTEMA EMPRESA

Os elementos que compõem o sistema empresa, também denominados subsistemas, ou partes do sistema empresarial, são os instrumentos utilizados pela administração para fazer com que a missão do sistema seja cumprida.

Guerreiro (1989, p.165), classifica em seis “os elementos ou subsistemas interdependentes, que interagem no sentido da empresa cumprir a sua missão”. Os subsistemas são os seguintes: 1) Subsistema Institucional; 2) Subsistema Físico; 3) Subsistema Social; 4) Subsistema Formal; 5) Subsistema de Informação; e 6)Subsistema de Gestão.

A - SUBSISTEMA INSTITUCIONAL

O sistema institucional reúne características filosóficas que vão reger o sistema. Ele contempla o porquê da sua existência, como será exercida esta existência e quais os princípios, os valores e as crenças que vão orientar o seu comportamento perante os ambientes externo e internos do sistema. Os instrumentos institucionais auxiliam a administração a definir os motivos pelos quais a empresa existe (missão), o que ela se propõe a fazer (propósitos) e no que ela acredita (princípios). Na prática, utilizam-se várias designações para estas definições: Missão, Valores, Princípios, Razão de Ser, etc.”

Os princípios e os valores vão determinar o comportamento empresarial em relação aos seus clientes, fornecedores, produtos, funcionários, sindicatos, governo, além das variáveis econômicas, ecológicas, sociais, etc.

B - SUBSISTEMA FÍSICO

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O subsistema físico é composto pelos recursos materiais e financeiros, excetuando-se os recursos humanos (subsistema social). Os recursos pertencem ao sistema, fazem parte dele e são controlados por ele; são meios necessários para fazer com que o sistema funcione, desenvolvendo tarefas e atividades. São exemplos de recursos: máquinas, dinheiro, prédios, estoques, etc. É indispensável, no momento da avaliação do retorno dos recursos aplicados no negócio, considerar o custo de oportunidade deles, isto é , ao aplicar esses recursos no sistema (empresa), que outros investimentos poderiam ser realizados.

C - SUBSISTEMA SOCIAL

Este subsistema é representado pelos recursos humanos da empresa, e é altamente impactado pelos princípios definidos pelo subsistema institucional, nos aspectos de motivação, responsabilidade, política salarial, benefícios, treinamento, etc. Este recurso, juntamente com os demais subsistemas, operacionaliza as atividades empresariais necessárias para o alcance da missão.

Os instrumentos de motivação estão relacionados não apenas com a remuneração, mas também com as demais necessidades dos indivíduos, como o ambiente de trabalho, as oportunidades de ascensão, os benefícios, etc. Ativação relaciona-se com a capacitação profissional, a delegação de responsabilidades, o estímulo à criatividade, etc. Por fim a integração, visa o envolvimento dos indivíduos no caminho para o alcance dos resultados empresariais. Os trabalhos em equipe, reuniões, seminários, são alguns dos instrumentos utilizados para a integração dos funcionários aos objetivos empresariais.

D - SUBSISTEMA FORMAL

O subsistema formal apresenta a estrutura organizacional agrupando as atividades necessárias para operacionalizar as funções empresariais. Esta estrutura é montada considerando, dentre outros fatores, o grau de descentralização, responsabilidades, autoridade e a natureza das funções empresariais (suprimentos, produção, vendas, finanças, etc.), Arantes (1994, p.93), inclui no “subsistema de organização” os seguintes instrumentos: “especificação das funções (papéis e responsabilidades) necessárias para realizar a tarefa empresarial, o agrupamento dessas funções em unidades organizacionais (departamentos, setores...), a fixação das relações de autoridade entre essas unidades e a designação das pessoas para a execução dessas funções”.

E - SUBSISTEMA DE INFORMAÇÃO

O subsistema de informação é responsável pelo recebimento de dados, pelo seu processamento e divulgação das informações. O subsistema de informação gera informação necessária para acompanhar todas as fases do processo de gestão, ou seja, planejamento, execução e controle.

A construção do subsistema de informação está baseada em procedimentos, princípios e conceitos, que são definidos nos modelos de gestão, decisão, mensuração e informação.

Outro componente do subsistema de informação está relacionado com a maneira de processar os dados. Os subsistemas manuais utilizam-se de tecnologia menos avançadas, ou seja, máquinas de escrever, arquivos, relatórios, mensageiros internos, etc. Os sistemas que utilizam-se do computador para armazenamento, processamento e comunicação das informações, são sistemas

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que atendem melhor os princípios da boa informação, tais como, oportunidade, segurança, flexibilidade, etc.

F - SUBSISTEMA DE GESTÃO

É responsabilidade do subsistema de gestão definir quais os procedimentos que serão seguidos durante todo o processo de gestão empresarial. Neste contexto são definidos os parâmetros (qualidade, satisfação do cliente, liquidez, rentabilidade e motivação) que orientam a execução das atividades empresariais e os critérios para avaliar o desempenho após a execução. Nota-se que as fases de execução e controle devem ser precedidas pela fase de planejamento, sendo que os critérios e procedimentos utilizados nesta fase devem ser os mesmos considerados nas outras fases.

Outro aspecto que está presente no subsistema de gestão, refere-se ao estilo gerencial, que consiste na forma de participação das pessoas no processo de gestão, na centralização ou descentralização das decisões, na delegação de poderes, etc.

Verifica-se que, tanto a definição “deve haver” planejamento e controle das operações e o estilo gerencial presente, são impactados pelo subsistema institucional (crenças, valores e princípios).

2.2 – A CONTROLADORIA NAS ORGANIZAÇÕES

A visão sistêmica aplicada nas organizações permite o conhecimento claro do objetivo principal da entidade. Neste contexto, consubstancia a necessidade de funções que permitam entender o funcionamento do sistema empresa como um todo. Kanitz (1977, p.5) apresentando as origens da controladoria, descreve que os primeiros controladores foram recrutados das áreas de contabilidade ou de finanças. Este fato decorre das características destes profissionais, na qual destacamos a visão ampla da empresa, o que os torna capazes de enxergar as dificuldades como um todo e propor soluções.

Neste sentido, podemos definir como missão da controladoria: Assegurar a otimização do resultado econômico da organização.

2.2.1 – FUNÇÕES DA CONTROLADORIA

O controller desempenha sua função de controle de maneira muito especial, isto é, ao organizar e reportar dados relevantes, exerce uma força ou influência que induz os gerentes a tomarem decisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos da empresa. Pelo exposto, destacamos os principais objetivos e funções da controladoria a seguir:1 Desenhar, implantar e manter estrutura de informação que oriente o desempenho dos gestores;2 Coordenar o processo de planejamento e controle;3 Coordenar a padronização de procedimentos de mensuração:4 Garantir a informação adequada para avaliação de desempenho e apuração de resultados; 5 Identificar ações corretivas.6 Verificar se as áreas estão identificando as potencialidades e fraquezas da Empresa perante

oportunidades e ameaças;7 Garantir o cumprimento do processo de tomada de decisão. Responsabilizar-se pela

coordenação da elaboração do planejamento (Orçamento, Procedimentos, etc.);

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8 Atuar em conjunto com as demais da elaboração de atribuições e responsabilidade para cargos de decisão dentro da organização;

9 Responsabilizar-se pelos critérios de mensuração adotados pela Empresa;10 Monitoria do controle do desempenho das unidades a partir de interação com as mesmas;11 Estruturar e coordenar métodos eficientes de comunicação entre as unidades, e destas com a alta

direção;12 Garantia Patrimonial e Controle Interno; e13 Responsabilizar-se pelos graus de eficiência e eficácia da empresa como um todo, base para

avaliação de desempenho.

2.2.2 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE CONTROLADORIA

A informação é fundamental para o tomador de decisão e sem ela não existe administração eficaz. Mas, afinal, o que é informação? Informação é a transformação do conhecimento. Os dados são os itens básicos de informação, antes de serem transformados, enquanto que informações são os resultados. Assim, os dados (entrada) são transformados (processamento) e geram resultados (saída). Os dados alimentam, dão entrada no sistema e as informações são produzidas, saem do sistema.

Entretanto, para que sejam utilizadas de forma eficaz pelo tomador de decisão e possam ser consideradas como um recurso estratégico, as informações devem ser geradas a partir das necessidades do usuário e serem comparativas, confiáveis, econômicas, com periodicidade certa e detalhamento adequado. Tanto mais dinâmica será uma empresa quanto melhores e mais adequadas forem as informações de que os gerentes dispõem para as suas tomadas de decisão.

O sistema de informação de controladoria é, basicamente, o sistema de informação contábil, pois neste sistema concentram-se todas as informações necessárias para auxiliar nas tomadas de decisão.

O sistema de informação deve permitir três procedimentos básicos:

procedimentos de mensuração: mensurar (atribuir valor) corretamente o resultado econômico dos eventos econômicos, produtos, atividades e áreas.

procedimentos de acumulação: apropriar ou alocar os eventos de acordo com o sistema de apuração do resultado econômico.

Procedimentos de comunicação: comunicar aos gestores os objetivos e os resultados de cada área, cada produto, cada atividade, cada evento.

O sistema de informações da controladoria conta com os seguintes subsistemas:

a) Simulaçõesb) Orçamentosc) Padrões d) Realizado

2.2.3 – O PAPEL DO CONTROLLER

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O controller é o profissional encarregado de executar as funções da controladoria nas empresas e deve ter os seguintes conhecimentos, experiências e habilidades para o exercício do cargo:

Compreensão geral da empresa, dos fatores sociais, econômicos e políticos direta e indiretamente relacionados com ela.

Conhecimento da própria organização, sua historia, políticas, programas, organização e sua tecnologia operacional e administrativa.

Compreensão dos problemas básicos do processo de gestão. Compreensão dos problemas básicos dos sistemas de produção, distribuição, finanças e

recursos humanos. Capacidade para analisar e interpretar as informações contábeis, fiscais, econômicas e

financeiras e as informações extra-contábeis relacionadas com os eventos econômicos, tornando-os capaz de induzir os gestores a tomar decisões visando a excelência empresarial.

Capacidade para expressar claramente suas idéias. Capacidade para ouvir o interlocutor, persistir na solução de problemas, iniciativa. Capacidade de ser inovador.

A função básica do controlador consiste em implantar e dirigir os sistemas de: informação, motivação, coordenação, avaliação, planejamento e acompanhamento. As principais responsabilidades do controller são:- Coordenação do Sistema de Planejamento e Controle (Sistema Orçamentário);- Assessoria à Alta Direção na tomada de decisões;- Produção de Relatórios Especiais para estudos e análises não rotineiras;- Controle das Atividades (Análise dos Desvios Orçado x Realizado);- Avaliação de Desempenho.

2.3 – O PROCESSO DE GESTÃO

A palavra processo tem o sentido de fazer, acontecer, executar, ou simplesmente processar e, de forma genérica, executar atos. Já a palavra gestão, que deriva do latim gestione, quer dizer ato de gerir ou gerenciar.

Isto posto, incursiona-se de que o processo de gestão é executar atos relacionados à gerência e, segundo nos ensina Catelli (1972):

“... gerir é fazer as coisas acontecerem. A pessoa que faz a gerência, denominado gestor, é quem toma as decisões para que as coisas aconteçam, de tal forma que a empresa atinja seus objetivos. Assim, administrar é conduzir a organização para seus objetivos”.

O processo de gestão empresarial passa necessariamente pelo tripé: planejamento, execução e controle.

2.3.1 - PLANEJAMENTOO planejamento é caracterizado por decisões presentes tendo em vista um estado futuro desejável e os caminhos para atingi-lo. Algumas características, porém, devem ser destacadas:

I- O planejamento antecede às operações;II- O planejamento sempre existe em uma empresa, mesmo que informal, e quando informal estará contido no cérebro do dirigente;III- O planejamento deve ser um processo flexível e dinâmico, o que permitirá adaptações às mudanças ambientais;

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IV- O planejamento diminui riscos e incertezas quanto aos objetivos almejados pela empresa;V- O planejamento, em sinergia com o controle, permite a avaliação de desempenho de áreas específicas e da empresa como um todo.

O planejamento pode ser visto em dois níveis:• Planejamento estratégico• Planejamento operacional

Planejamento estratégicoO termo “estratégia” tem origem na literatura militar européia e quer dizer “arte do general”. No mundo empresarial a palavra estratégia foi introduzida por Von Neumann e Morgenstern no livro “Theory of games and economic behavior”, onde se definiu como estratégia medidas de médio e longo prazo para o desenvolvimento de produtos e mercados definidos e formas possíveis de alcançá-los.

Segundo Drucker (1974), “ o planejamento estratégico não envolve decisões futuras e sim a futuridade das decisões atuais”. O que interessa ao administrador são os efeitos que sua decisão, hoje, terá no futuro.

Portanto, o planejamento estratégico estabelece quais os caminhos a serem percorridos para se atingir a situação desejada, é a passagem de onde estamos para onde queremos ir.

Planejamento operacionalDefinida a estratégia da empresa, a fase seguinte é operacionalizá-la, ou seja, como realizar a estratégia. Isto é feito no planejamento operacional, que consiste na definição de políticas e metas operacionais da empresa.

No planejamento operacional os orçamentos global e setorial da entidade são elaborados, bem como o custo padrão é fixado.

2.3.2 - EXECUÇÃOÉ a etapa do processo de gestão onde as coisas acontecem, ou seja, onde as ações emergem. As ações devem estar em sintonia com o que foi planejado. Assim, o planejamento antecede as ações.

Na execução, dados são armazenados no que concerne ao desempenho realizado para a comparação com os planos e padrões na fase de controle. Todas as fases do processo de gestão devem ser alicerçadas por sistema de informação gerencial, para fins de planejamento e controle.

2.3.3 - CONTROLESegundo Brisolla (1990) controle é:

“Um processo de verificação prévia, concomitante ou a posteriori, que ocorre num lapso de tempo para conhecer a evolução do desempenho de um sistema ou de uma atividade através da comparação de novo estágio com outro inicial definido como padrão, desencadeando ações que assegurem a consecução dos objetivos esperados”.

Segundo o Prof. Nakagawa (1997): “O controle possui quatro fases distintas:I- Conhecer a realidade;II- Compará-la com o que ‘deveria ser’;III- Tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens;IV- Tomar atitudes para sua correção”.

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Portanto, controle consiste na comparação do padrão com o real, com o objetivo de analisar as variações favoráveis ou desfavoráveis ao padrão e sugerir ações que redirecionem os resultados aos objetivos pré-estabelecidos.

Todas as fases do processo de gestão devem estar alicerçadas em um sistema de informação gerencial para fins de planejamento e controle.

2.4 – MENSURAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Devido à complexidade das empresas e à grande quantidade de informações, a adoção de um sistema de informação gerencial facilita muito a mensuração e análise dos resultados.

O sistema de Gestão Econômica – GECON tem sido aplicado pela FIPECAFI, fundação ligada à USP. É um modelo de gestão de vanguarda já testado em grandes empresas do país e é alicerçado por um sistema de gestão e outro de informação que lhes dão o necessário suporte.

O sistema de informação do modelo GECON utiliza conceitos e critérios que atendem às necessidades informativas dos diversos gestores da empresa para o seu específico processo de tomada de decisões, fato que impulsiona as diversas áreas a implementarem ações que otimizem o resultado global da empresa.

O Modelo de Mensuração como Efetiva Resposta para a Área de ControladoriaA base conceitual aplicada na mensuração dos eventos econômicos no modelo GECON reveste-se de fundamental importância para que se espelhe o verdadeiro valor econômico do patrimônio, dos resultados das atividades e do resultado global da empresa, indo ao encontro dos reclamos e exigências informativas da área de controladoria. Assim este modelo reconhece:

a) A riqueza da empresa aumenta pela agregação de valor proporcionado pelo processo de transformação de insumos em produtos e serviços nas diversas atividades;

b) Ao identificar, mensurar e reportar resultados das atividades das diversas unidades administrativas, transforma o tradicional “centro de custos” em “centro de resultados” ou em área de responsabilidade;

c) Reconhece em cada atividade o aspecto operacional, o aspecto econômico e o aspecto financeiro, apurando margens de contribuição e resultados econômicos através da mensuração dos produtos e recursos pelos seus valores à vista;

d) Apura margens de contribuição e resultados financeiros das atividades, através da mensuração do custo do dinheiro no tempo, relativo aos prazos de recebimento, de pagamento, de estocagem e das imobilizações dos recursos;

e) Reconhece, ainda, o aspecto econômico de que a riqueza de uma empresa aumenta ou diminui à medida que o mercado atribui maior ou menor valor para os ativos que ela possui.

Destacam-se ainda diversos conceitos e procedimentos de mensuração:I- Competência de períodos;II- Reconhecimento de receitas das atividades pela produção dos bens e serviços e não apenas no momento da venda;III- Preços de transferências departamentais;IV- Custo de oportunidade dos ativos;V- Custeio variável e margem de contribuição;VI- Valores à vista;VII- Valor do dinheiro no tempo;VIII- Custos e receitas controláveis;

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IX- Sistemas de padrões e análise das variações; etc.

EXERCÍCIOS

1) O que é controladoria e qual a sua importância no processo de gestão nas empresas?

2) Os subsistemas são os elementos que compõem o sistema de uma empresa, os quais se interagem para que a sua missão seja cumprida. Assinale a alternativa que não corresponde a um desses subsistemas.

a) Subsistema institucional.b) Subsistema físico.c) Subsistema de informação.d) Subsistema financeiro.e) Subsistema social.

3) O objetivo da controladoria é organizar e reportar dados relevantes que induzem os gerentes a tomar decisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos da empresa. Dentre as alternativas a seguir, marque aquela que não representa uma função da controladoria.

a) Coordenar o processo de planejamento e controle.b) Coordenar a padronização de procedimentos de mensuração.c) Garantir o cumprimento do processo de tomada de decisão.

Responsabilizar-se pela coordenação da elaboração do planejamento (Orçamento, Procedimentos, etc.).

d) Garantia Patrimonial e Controle Interno.e) Todas as alternativas são funções da controladoria.

4) O controller é o profissional encarregado de executar as funções da controladoria nas empresas. Marque a alternativa que não representa um conhecimento, experiência ou habilidade exigida para a atividade desse profissional.

a) Compreensão geral da empresa, dos fatores sociais, econômicos e políticos direta e indiretamente relacionados com ela.

b) Compreensão dos problemas básicos do processo de gestão.c) Compreensão dos problemas básicos dos sistemas de produção,

distribuição, finanças e recursos humanos.d) Capacidade para se apresentar em público, divulgar os resultados para

platéia de acionistas e ministrar palestras de treinamentos.

e) Conhecimento da própria organização, sua historia, políticas, programas, organização e sua tecnologia operacional e administrativa.

5) O processo de gestão nas empresas diz respeito ao processo de executar atos relacionados à gerência. Marque a alternativa que contém as três atividades relacionadas ao processo de gestao.

a) Planejamento, execução e controle.b) Planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacionalc) Coordenação, avaliação e decisão.d) Coordenação, controle e decisão.e) Nenhuma das alternativas acima.

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UN. 3 – AUDITANDO OS ESTOQUESCapítulo 9 (livro Marcelo C. Almeida)

Os estoques constituem o principal item de ativo de muitas empresas e, nestas, dedica-se geralmente um tempo considerável à verificação dos mesmos. Uma vez que estes constituem itens tangíveis, os auditores têm de se preocupar em determinar quantidades e qualidades dos mesmos, assim como em conferir a exatidão dos cálculos referentes a seu valor.

Os objetivos dos auditores, com respeito ao exame dos estoques, compreendem:

determinação de que há bom controle sobre os estoques; verificação de que o cliente é realmente o proprietário do estoque; determinação de quantidades de estoques existentes; averiguação e certeza de que o cliente atribui preço adequado a seu estoque; determinação se há ônus sobre o estoque; determinação da possibilidade de venda do estoque existente (mercadoria danificada, itens

obsoletos etc); determinação da forma correta de apresentação do estoque nas demonstrações financeiras.

Observação dos estoquesUm procedimento que as Normas de Auditoria dão como geralmente aceita, é a observação dos estoques. Esse procedimento ajuda os auditores a atingirem vários objetivos, inclusive aqueles relativos à propriedade, quantidades, existência real e possibilidade de venda.

Aspectos contábeis Classificação Contabilização Sistema de custeio da matéria-prima Sistema de custeio dos produtos produzidos Métodos de valorização de estoques (Peps, Ueps, Média ponderada) Avaliação dos estoques (legislação fiscal)

INVENTÁRIO FÍSICO

O inventario físico representa um procedimento de controle que visa apurar as responsabilidades das pessoas que custodiam bens da empresa. Esse procedimento é executado pela contagem física dos bens e confronto do resultado com os registros de estoques. Assim, é recomendável que os participantes das contagens não sejam as pessoas responsáveis pela custódia dos estoques.

A contagem física deve ser realizada pelo menos uma vez por ano. Normalmente o inventário é feito em 31/12, entretanto há empresas que fazem a contagem próximo do final do exercício social.

As instruções por escrito e treinamento adequado do pessoal participante são pré-requisitos para que o inventario físico seja bem-sucedido. Os passos do inventário são:

1. inventariar os bens;2. confrontar os itens inventariados e o razão geral de estoques;3. analisar e investigar as diferenças anormais;4. fazer os ajustes contábeis das diferenças encontradas.

Antes de iniciar à contagem física, o cliente deve elaborar as instruções referentes ao inventario, as quais devem fazer referência aos seguintes pontos:

local

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bens que serão inventariados dias e horários pessoal equipamentos e utensílios necessários na contagem (empilhadeiras, balanças, etc) layout dos locais a serem inventariados arrumação movimentação dos estoques corte das operações execução das contagens (etiquetas numeradas e destacáveis e 3 partes, rubrica) outros pontos:

- cada inventariante só deve participar de uma única contagem- coordenador do inventário deve ficar alerta para produtos em trânsito- atenção para produtos de terceiros em poder da empresa devem ser contados, mas não deverão ser incluídos no inventário.

PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

1. Verificação da existência física

- Leia as instruções da empresa e observe principalmente os seguintes detalhes: planejamento controle de etiquetas corte das operações movimentação externa e interna de produtos identificação dos produtos

- Leia os papeis de trabalho do exercício anterior- Obtenha o valor aproximado do estoque em cada local da empresa (antecipadamente).- Visite os locais de armazenamento antecipadamente, verifique a arrumação, veja as áreas problemáticas, etc.- Veja com a empresa sobre a possibilidade de se usar os auditores internos no inventário.- Determinar os auditores externos necessários para as contagens.- Efetuar testes de contagem;- Perguntar sobre materiais obsoletos- Em caso de estoques em poder de terceiros, solicitar a confirmação das quantidades.- Teste o cutoff de entradas e saídas.- Teste o cutoff de etiquetas ao final do inventário.

2. Teste de avaliação

- Revise o sistema de alocação de custos aos estoques.- Verifique se o somatório das relações finais de inventário batem com o razão.- Selecione materiais para testes, com base nas relações finais de inventário.- Teste as matérias-primas:

* confira as informações com os registros perpétuos* verifique se as quantidades x custo unitário = custo total* revise os cálculos dos custos (Peps, Ueps, Média Ponderada)* compare o custo unitário atual com o do ano anterior e investigue as anormalidades* compare o custo unitário com o custo de reposição. Se necessário faça provisão

- Teste os produtos em processo: informações, quantidades, método de custeio, provisão, etc.- Teste os produtos acabados: idem

3. Outros procedimentos de auditoria

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- Verifique os procedimentos quanto aos materiais obsoletos (quantidades, provisão, etc).- Calcule a rotação de cada classe de estoque e compare com o resultado do ano anterior.

Rotação matéria-prima = 365 / (matérias-primas aplicadas na produção ano / saldo médio mensal da conta estoque)

Rotação prod. acabado = 365 / (CPV anual / saldo médio mensal da conta prod. acabado) - Investigar se existem estoques penhorados ou dados em garantia. Caso isso ocorra, deve ser divulgado nas notas explicativas.

EXERCÍCIOS

1) No acompanhamento dos inventários físicos de estoques de materiais, o auditor observou a existência de diversos itens obsoletos. Qual procedimento deve adotar?

a) Propor a imediata baixa dos estoques para despesas não operacionais.b) Propor reclassificação dos itens para outros valores a receber.c) Propor a imediata baixa dos estoques para o custo dos produtos vendidos.d) Propor a constituição de provisão para perdas em estoques.

2) Assinale a opção que apresenta procedimento não aplicável à auditoria dos estoques de materiais de uma entidade.

a) Coordenação e responsabilidade pela realização de contagens físicas.b) Revisão preliminar das instruções de inventário físico.c) Exame do “corte” dos documentos de movimentação dos estoques.d) Verificação da existência de penhoras e/ou hipotecas de itens.

3) A empresa B superavaliou o inventario inicial de mercadorias de revenda em 2008. Nesse caso, diz-se que:

a) O inventário final de mercadorias será subavaliado.b) O Custo das Mercadorias Vendidas será subavaliado.c) O Lucro Líquido do período será subavaliado.d) O Lucro Líquido do período será superavaliado.

4) Durante o acompanhamento de um inventário físico de estoques, o auditor deve efetuar o cut-off para:

a) Determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos com eles relacionados, refletem o levantamento do inventário.

b) Comprovar que efetivamente todos os itens a serem inventariados estão adequadamente acondicionados no almoxarifado da empresa.

c) Determinar o momento em que as três ultimas compras e as três ultimas vendas de mercadorias ocorreram durante o inventario.

d) Comprovar que os procedimentos adotados pela administração para a contagem de estoques são adequados às práticas usuais.

5) É recomendável que os estoques sejam inventariados pelo menos no seguinte intervalo de tempo:a) Anualmente. b) Mensalmente.c) Semestralmente.d) Trimestralmente.

6) As contrapartidas do ajuste de inventário físico devem ser registradas da seguinte forma:a) No grupo de despesas antecipadas no ativo circulante.b) No resultado do exercício.

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c) No grupo de despesas antecipadas no ativo realizável a longo prazo.d) No grupo do ativo diferido.

UN. 4 – AUDITANDO O BALANÇO PATRIMONIAL - ATIVOCapítulo 7 do livro Marcelo C. Almeida

1 - CAIXA E BANCOS

Os ativos são classificados em ordem decrescente de liquidez. Caixa e bancos são os ativos de maior liquidez. São registrados neste grupo os recursos disponíveis para aplicação nas transações da empresa, tais como:

dinheiro em caixa; dinheiro em contas correntes bancárias; recebimentos não depositados; dinheiro ou cheques em trânsito.

Aspectos de administração financeira

O auditor externo deve ter conhecimento sobre administração financeira, para que ele possa entender o funcionamento das contas de caixa e bancos e dar sugestões construtivas para o aprimoramento das políticas financeiras da empresa.

Principais ponto que o auditor externo deve observar: se é elaborado orçamento financeiro; se as previsões do orçamento são precisas se o orçamento é revisado periodicamente se há relatório previsto x realizado se os valores de caixa pequena (fundo fixo) são excessivos ou muito baixos se as sobras de caixa são devidamente aplicadas se a empresa está usando os meio mais baratos de financiamentos se há uma centralização no controle dos recursos mantidos em diversos locais, de modo a

evitar que um local tenha excesso enquanto outro toma empréstimo se existe uma política definida para os descontos financeiros se é preparado diariamente um relatório de fluxo de caixa

Aspectos de auditoria

Caixa e bancos, por ser um ativo de pronta liquidez, é o mais sujeito a uma utilização indevida. Nessa área, mesmo que haja bom sistema de controle interno o auditor faz maior volume de testes do que o normal, já que o risco é maior.

A melhor forma de se certificar de que os recursos em caixa existem é contá-los fisicamente. Já para as contas correntes a melhor maneira é a confirmação do saldo através de carta e confrontá-lo com a contabilidade.

PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

Contagem de caixa Em conjunto com o responsável, defina quais os caixas serão contados;

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Faça contagem simultânea de todos os caixas e valores; Conte sempre na presença do responsável; Esteja atento para presença de situações anormais (cheques antigos, cheques pessoais do

responsável, comprovante de desembolso de caixa sem data ou data antiga, etc); Para recebimentos não depositados (normalmente cheques), acompanhe o depósito no

banco; Atenção para cheques de funcionários no caixa;

Circularização de saldos bancários Solicite o preenchimento da carta de confirmação bancária; Inclua na carta um envelope selado endereçado à própria firma de auditoria Para cartas não respondidas, envie outra após 15 dias ou confirme pessoalmente;

Cutoff de chequesCom o objetivo de se certificar de que os cheques estão sendo registrados no período de sua competência e que as conciliações bancárias não contêm item errôneo ou se compensando com outro item, efetue os seguintes procedimentos de auditoria:

Obtenha ou prepare uma relação do último cheque emitido e dos cheques em branco para a data do exame;

Verifique se não foi lançado nenhum cheque de número posterior ao do cutoff no razão contábil ou no extrato bancário;

Verifique se não foi lançado nenhum cheque de número anterior ao do cutoff no razão ou no extrato bancário posterior à data do exame.

Teste das conciliações bancárias Confira as conciliações bancárias (reconciliação) elaboradas pela empresa. Confira as somas das reconciliações. Confira os saldos com o extrato bancário e com o razão contábil. Cruze o saldo bancário com a confirmação bancária. Teste os itens pendentes referentes a pagamentos contabilizados pela empresa e não

acusados pelo banco. Teste os itens pendentes referentes a recebimentos (depósitos) contabilizados pela empresa e

não acusados pelo banco. Teste os débitos ou créditos acusados pelo banco mas não contabilizados pela empresa.

Teste das transferências bancáriasDurante as conciliações bancárias, identifique itens pendentes que correspondam a transferências entre bancos. Adicionalmente, identifique transferências entre bancos nos últimos dias do mês da conciliação e execute os procedimentos:

Prepare um papel de trabalho para essas transferências. Veja registro no razão analítico do banco sacado e no banco recebedor, e no razão da conta

de transferência. Inspecione cópia do cheque, recibo de deposito bancário (confirmando que o cheque

depositado é o mesmo da cópia de cheque) e extratos bancários do banco sacado e do banco recebedor.

Investigue quaisquer anormalidades de datas e valores das transferências bancárias.

Revisão das conciliações bancárias preparadas durante o exercício Verifique se a empresa preparou conciliações mensais durante o ano. Verifique se as conciliações têm evidência de conferência e aprovações. Leia os itens pendentes nas conciliações e atente para situações anormais (item antigo,

incomum, valor redondo, valor grande, etc)

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Page 38: apostila+auditoria+revisada

EXERCÍCIOS

1) Assinale a opção abaixo que não corresponde a um procedimento geralmente empregado na auditoria das disponibilidades financeiras das entidades.

a) Confirmação de assinaturas autorizadas.b) Análise do fluxo de caixa projetado.c) Contagem de fundo fixo de caixa.d) Confirmação de contas bancárias paralisadas.

2) O procedimento técnico de confirmação não se aplica nos exames de auditoria de:a) Reavaliação de imobilizado.b) Saldos de fornecedores.c) Saldos de clientes.d) Cobertura de seguros.

3) São procedimentos a serem observados em um programa de auditoria das disponibilidades, exceto:a) Contagem de caixa.b) Verificação das contas incobráveis.c) Circularização dos saldos bancários.d) Cut-off de cheques.

4) Um depósito bancário apresentado no extrato, o qual a empresa indevidamente não contabilizou, seria demonstrado da seguinte forma na reconciliação bancária:

a) Aumento do saldo do razão analítico.b) Redução do saldo do razão analítico.c) Aumento do saldo do extrato.d) Redução do saldo do extrato.

5) Os testes principais de auditoria dirigidos para os saldos da conta Caixa são, respectivamente:a) Subavaliação e inspeção física.b) Superavaliação e inspeção documental.c) Subavaliação e inspeção documental.d) Superavaliação e inspeção física.

6) A empresa Ordem S/A estabelece, em seus controles internos de tesouraria, que todos os pagamentos devem ser efetuados mediante a emissão de cheques, assinados por um diretor e um gerente de tesouraria. O auditor, ao entrar na sala do gerente de tesouraria, percebe que dois talões de cheques, sem preenchimento dos valores, já estão assinados pelo diretor financeiro para serem utilizados pelo tesoureiro. É possível afirmar que:

a) A empresa não possui controles internos para os processos de tesouraria.b) Os controles internos de tesouraria são eficazes para qualquer tipo de desvio financeiro.c) O tesoureiro é uma pessoa de confiança, não sendo necessário à segregação de funções.d) Não há conformidade entre os controles internos definidos e sua ocorrência no processo.

7) Qual o critério básico para classificar um gasto no Ativo Permanente – Diferido ou no Ativo Circulante – Despesa Antecipada?

a) No Ativo Permanente, quando o fato gerador já ocorreu; e, no Ativo Circulante, quando o fato gerador não ocorreu;

b) No Ativo Permanente, quando o fato gerador não ocorreu; e, no Ativo Circulante, quando o fato gerador ocorreu;

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c) No Ativo Permanente, quando beneficia um período certo; e, no Ativo Circulante, quando o fato gerador beneficia um período incerto.

d) No Ativo Permanente, quando o gasto já foi desembolsado; e, no Ativo Circulante, quando ainda não foi desembolsado;

8) Um empréstimo creditado no extrato bancário (conta corrente), mas não contabilizado pela empresa, seria apresentado da seguinte forma na reconciliação bancária:

a) aumento do saldo do razão analíticob) redução do saldo do razão analíticoc) aumento do saldo do extratod) redução do saldo do extrato

9) Durante seu exame dos documentos comprobatórios das transações com o banco, para o qual a “Cia Alfa” mantém conta corrente, você fez as seguintes notas referentes a diversos itens fora do comum:

os cheques nº 11.708 e 11.709, incluídos no extrato no mês de dezembro, foram por você examinados e localizados no razão analítico no mês de novembro;

o cheque nº 11.715 de R$1.000 foi emitido para adiantamento de salário a um funcionário; entretanto, a Cia Alfa esqueceu-se de efetuar o registro no razão analítico;

o depósito de R$12.000 em 28/12/X0 foi creditado pelo banco indevidamente na conta corrente da Cia Alfa, já que pertencia a outra companhia;

os cheques nº 11.717 ($4.500), 11.721 (2.500) e 11.722 (3.500) e o depósito de R$11.000 efetuado em 31/12/X0 foram apresentados no extrato em 02/01/X1.

Saldo em 31/12/X0: extrato = R$122.000 razão = R$111.500Pede-se:- Preparar a reconciliação bancária, com base em 31/12/X0;- Preparar lançamento(s) contábil(eis) necessário(s) para ajustar o razão analítico.

2 – CONTAS A RECEBER

As contas a receber representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados com o objetivo social da empresa. Além disso, as seguintes transações são classificadas também como contas a receber:

- adiantamentos diversos a terceiros;- impostos a recuperar;- depósitos compulsórios;- bancos conta vinculada;- sinistros a receber;

PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA

Existência, avaliação e classificação são os três principais pontos que o auditor deve cobrir na auditoria dos valores a receber.

Confirmação de contas a receber de clientes Obtenha junto à empresa auditada uma listagem dos saldos individuais ou o razão analítico

de clientes. Confira a soma da listagem ou do razão analítico de clientes e verifique se o total concorda

com o saldo da conta do razão geral de clientes. Selecione clientes e envie carta de confirmação de saldos.

Teste de avaliação das contas a receber de clientes Obtenha da empresa um mapa das contas a receber por idade de vencimento.

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Efetue o cálculo de rotação das contas a receber da seguinte forma:365 dias / (Vendas do ano a prazo / Contas a receber média)

Compare com a média do ano anterior.

Teste das duplicatas descontadas Obtenha confirmação bancária e cruze o saldo confirmado pelo banco com o saldo do

extrato bancário demonstrado no papel de trabalho. Analise as diferenças apresentadas. Confira o saldo pelo razão apresentado no papel de trabalho com o razão analítico.

Teste das outras contas a receber Obtenha da empresa análises compondo os saldos das contas. Confira a soma com o razão analítico. Inspecione em base de teste a documentação comprobatória correspondente. Obtenha carta de confirmação, caso os valores sejam significativos.

Outros procedimentos de auditoria Verifique se as contas a receber foram devidamente classificadas entre ativo circulante e

ativo realizável a longo prazo. Verifique se não existe ônus sobre as contas a receber (por exemplo, duplicatas dadas em

garantia de empréstimos bancários. Caso sim, constar em nota explicativa.

EXERCÍCIOSA seguir relatamos várias situações de exceções contidas nas cartas de confirmações de saldos. Indique as providências que o auditor deve tomar e, quando aplicável, faça comentários sobre as causas e possíveis influências.

1) O cliente não assinou a carta de confirmação.

2) A data-base da confirmação é 31/12/X1. O cliente informa que nessa data não devia à empresa e que só recebeu a mercadoria em 5/01/X2.

3) A data-base da confirmação é 31/10/X1. O cliente informa que pagou ao banco em28/10/X1

4) A data-base da confirmação é 31/12/X1. O cliente informa que pagou no caixa da empresa em 3/11/X1.

5) O cliente informa que não deve nada à empresa e que não efetuou nenhuma compra.

6) As contas a receber são contabilizadas:a) Quando o cliente faz a cotação de preçosb) Quando o cliente emite o instrumento formalizador da compra (ordem de compra)c) Por ocasião da emissão da nota fiscal de vendasd) Por ocasião da passagem de propriedade do bem vendido

7) As contas a receber que serão recebidas até o fim do exercício social seguinte são classificadas no seguinte grupo de contas do balanço patrimonial:

a) Ativo circulanteb) Ativo realizável a longo prazoc) Passivo circulanted) Passivo exigível a longo prazo

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3 - ATIVO IMOBILIZADO

Os bens do ativo imobilizado representam normalmente uma parcela significativa dos ativos de uma empresa, principalmente no caso de indústria. Esses bens têm uma permanência prolongada na companhia, não são destinados à venda e são utilizados na manutenção de suas atividades.

Esses ativos são contabilizados por todos os custos envolvidos em sua aquisição, instalação ou para pôr em funcionamento. Os bens do ativo imobilizado são deduzidos da depreciação, que representa um processo de apropriação de custo e despesa e conseqüente redução do valor contábil desses bens.

Principais Procedimentos de Auditoria

Elaboração do papel de trabalho dando detalhes em reais e por categoria de bens do ativo imobilizado.

Conferência dos saldos iniciais e finais. Verificação da existência física. Teste das aquisições (confira e inspecione a documentação de compra, aprovação, etc.) Teste de despesas de manutenção e reparos (atenção para aumento de vida útil do bem). Teste das depreciações (faça testes individuais e por grupos). Teste de baixas (faça teste nas baixas, confira contabilização, documentação, etc.). Verificação da conta imobilizações em andamento. Verificação de propriedade e ônus sobre imóveis. Teste de reavaliação (confira os laudos dos peritos, confira com razão contábil, etc.).

EXERCÍCIOS

1) Um dos objetivos da auditoria do ativo imobilizado é:a) Verificar se os bens estão produzindob) Verificar se os bens de terceiros utilizados na fábrica estão produzindo bemc) Verificar se os bens existemd) Verificar se a manutenção dos bens está sendo feita adequadamente

2) O procedimento de auditoria de selecionar bens na listagem e identificá-los fisicamente pode evidenciar:a) Bens que não foram depreciados adequadamenteb) Bens registrados indevidamente como despesac) Bens destruídos cujo fato não foi registrado contabilmented) Cálculos errôneos de correção monetária

3) O procedimento de auditoria de selecionar bens fisicamente e identificá-los na listagem pode evidenciar:a) Bens registrados indevidamente como despesab) Bens roubados e não registradosc) Bens vendidos e não contabilizadosd) Bens destruídos e não registrados

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4) Com base nas seguintes informações, elabore o cálculo global de auditoria das depreciações .- Máquinas e equipamentos:

Saldo em 01/01/20X0 R$1.500.000Aquisições: Janeiro R$ 150.000

Fevereiro R$ 200.000Julho R$ 300.000Agosto R$ 250.000

- Em 1º de janeiro de 19X0 existia R$370.000 de custo de bens 100% depreciados.- A taxa de depreciação é de 10% a.a.- A política da companhia é depreciar os bens do ativo imobilizado no mês seguinte ao de aquisição.

UN. 5 – AUDITANDO O BALANÇO PATRIMONIAL - PASSIVO

As obrigações representam fontes de recursos de terceiros. As contas do passivo são testadas para a subavaliação, ou seja, o auditor está interessado em constatar se todas as dívidas da companhia foram devidamente registradas na contabilidade. As obrigações da empresa compreendem normalmente as seguintes contas:

empréstimos a pagar fornecedores a pagar impostos a pagar salários a pagar provisões

Principais procedimentos de auditoria Teste de fornecedores Inspecione a documentação comprobatória dos empréstimos (contratos etc).

- Confira os cálculos das variações cambiais ou correção monetária.- Obtenha confirmação com bancos (carta)- Confira as taxas e os cálculos.

Teste do Imposto de Renda: confira os cálculos da declaração, verifique os ajustes no Lalur, verifique os incentivos fiscais, inspecione as guias, etc.

Teste dos outros impostos Teste dos salários a pagar e descontos e encargos sociais a recolher: confira a folha de

pagamentos e os encargos sociais. Teste das provisões. Teste dos passivos omitidos: revise os pagamentos efetuados no mês subseqüente. Revise

também transações registradas no passivo no mês seguinte ao da data do balanço, a fim de constatar se não se referem ao exercício sob exame.

Carta de confirmação de advogados referentes ao risco jurídico. Eventos subseqüentes: verifique os eventos importantes ocorridos após a data do balanço. Se

necessário, registre nas notas explicativas. Carta de representação da administração para assegurar de que teve acesso a todas as

informações e possíveis irregularidades.

No Patrimônio Líquido: Leia os livros sociais (atas, estatutos etc) para comprovar se as transferências de ações foram

devidamente aprovadas.

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Verifique se os ágios foram registrados nas reservas específicas de capital. Confira o valor das reavaliações. Verifique a reserva legal (5%). Verifique se as reservas estatutárias estão de acordo com o estatuto.

EXERCÍCIOS

1) O direcionamento dos testes de auditoria nas contas do passivo devem focar, principalmente:a) Superavaliação.b) Subavaliação.c) Verificar se os valores contabilizados estão corretos.d) Verificar se existe documentação comprobatória para as transações registradas.

2) Uma das principais características da provisão é:a) Estar suportada por nota fiscal.b) Ser constituída por estimativa.c) Ser registrada por ocasião do pagamento.d) Ser de valor relevante.

3) Marque a alternativa que contém o principal procedimento de auditoria utilizado para o grupo de contas de fornecedores:

a) Confirmação de saldo.b) Inspeção física.c) Conferência de cálculos.d) Inspecionar notas fiscais de venda.

4) Os salários devem ser registrados:a) No mês em que o empregado trabalhou.b) No mês do pagamento dos salários.c) No mês do pagamento dos encargos sociais.d) No mês do recolhimento dos descontos.

5) A confirmação, por escrito, de um fornecedor que mantém estoques da empresa auditada em seu poder na data-base do balanço:

a) É um procedimento que não deve ser aplicado na auditoria contábil de estoques.b) Não pode ser aceita pelo auditor como prova de propriedade e existência do ativo.c) Deve obrigatoriamente ser validada com a realização de inspeção física no local.d) É um procedimento usual de auditoria independente das demonstrações contábeis.

6) A posição negativa do capital circulante líquido (CCL) pode indicar que a empresa tem risco de continuidade operacional. Essa situação ocorre quando o:

a) Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante.b) Ativo Circulante e o Realizável a Longo Prazo são inferiores ao Passivo Total.c) Ativo Circulante, deduzido dos Estoques, é superior ao Passivo Circulante.d) Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante.

7) Um dos indicadores de riscos de continuidade operacional citado pelas normas de auditoria independente de demonstrações contábeis é a existência de passivo a descoberto, ou seja, quando o(a):

a) Ativo Total é superior ao Passivo Total.b) Ativo Total é inferior à soma do Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo.c) Ativo Total é superior ao Patrimônio Líquido.d) Passivo Circulante é superior ao Patrimônio Líquido.

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8) O auditor constatou que o balanço patrimonial da empresa foi manipulado para apresentar melhor Índice de Liquidez Seca. Indique a opção que apresenta a evidência do fato:

a) Reclassificação de contas a pagar de curto prazo para longo prazo.b) Reclassificação de realizável a longo prazo para ativo permanente.c) Reclassificação de duplicatas descontadas do ativo circulante para passivo circulante.d) Contabilização de resultado negativo de equivalência patrimonial de investimentos.

9) Assinale a alternativa que contém um objetivo aplicável ao Programa de Auditoria para exame de Empréstimos e Financiamentos.

a) Verificar no extrato os créditos relativos à liberação de empréstimos obtidos.b) Verificar o cálculo dos juros sobre empréstimos.c) Certificar-se quanto à real existência de empréstimos em nome da instituição.d) Certificar-se quanto à liquidação subseqüente das parcelas do empréstimo.

10) O auditor deve, sempre que possível, testar as transações que influenciam o lucro líquido ou o prejuízo do período, em conexão com a auditoria das contas do Balanço Patrimonial.Das opções abaixo, assinale qual a despesa que o auditor testará com a auditoria do ativo imobilizado.

a) Despesa de ágio amortizado.b) Despesa de manutenção e reparos.c) Despesa de variação cambial.d) Despesa de juros com debêntures.

11) Assinale a alternativa que contém uma conta que não integra o grupo do patrimônio líquido.a) Reserva legal.b) Provisão para contingência.c) Prejuízos acumulados.d) Capital social a realizar.

UN. 6 – AUDITANDO O RESULTADO

A auditoria de receitas, despesas e custos compreende os valores registrados na demonstração do resultado do exercício e os débitos nas contas de estoques, referentes a compras de matérias-primas e custos incorridos na fabricação ou aquisição de produtos para a venda.

O teste dessas transações consiste em verificar se os valores foram registrados dentro do regime de competência, se foram aprovados, se estão de acordo com a natureza dos negócios da companhia, se existe documentação de suporte e se a classificação contábil foi adequada.

6.1 - RECEITAS

As receitas dividem-se em três grandes grupos a saber: receitas operacionais; receitas financeiras; receitas não operacionais.

Teste das receitas operacionais Compare a nota fiscal selecionada com o pedido de compra do cliente, confira todos os

dados da nota. Selecione algumas notas fiscais de venda e verifique os cálculos e classificação. Confira a soma e o saldo do registro de vendas.

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Confira a soma e o saldo do razão analítico.

O objetivo desses procedimentos é identificar subavaliações nas contas de receitas. Essas subavaliações poderiam acontecer da seguinte maneira:- não contabilização de notas fiscais de vendas;- soma a menor dos registros de vendas;- transporte a menor dos valores de vendas.

O auditor deverá estar atento para diferenças anormais no inventário físico de produtos acabados (quantidades inventariadas em número inferior às apresentadas no registro de estoque), as quais poderiam evidenciar vendas não contabilizadas.

6.2 - DESPESAS E CUSTOS

A auditoria de despesas e custos é dividida da seguinte forma:- despesas que são testadas em conexão com as contas do balanço patrimonial;- aquisições de matérias-primas e serviços;- custo das vendas;- impostos;- folha de pagamento;- outras despesas e gastos gerais de fabricação.

Procedimentos de Auditoria nas Despesas e Custos

Teste as despesas em conexão com as contas do balanço patrimonial. Ex.:- Contas a receber: despesa com devedores duvidosos.- Ativo imobilizado: depreciações- Obrigações: despesas de imposto de renda, 13º e férias- Empréstimos: correção monetária, variação cambial

Teste as aquisições de matérias-primas e serviços:- Confira o valor no razão com a documentação de compra.- Veja a autenticidade da nota fiscal e se está em nome da empresa. - Inspecione a nota fiscal e o pedido de compra, cotação de preços, aprovação, se recebeu o bem, etc.

Teste de custo das vendas: - Verificar super ou subavaliação.- Verificar se eles correspondem a créditos nas contas de estoques.

Teste de despesas com impostos: - Verificar a legislação.- Conferir cálculos.- Verificar escrituração nos livros fiscais.- Inspecionar guias quitadas.

Teste da folha de pagamento:- Seleção de pessoal.- Registro de empregados- Carteiras profissionais

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- Admissão (conferir documentação)- Salário-família- Imposto de Renda Retido na Fonte- Horas extras- Encargos sociais

EXERCÍCIOS

1) Marque V ou F para as frases a seguir:( ) A receita operacional bruta é a primeira Linha da demonstração do resultado do exercício.( ) A receita financeira é classificada após o lucro operacional( ) O teste principal das receitas é para superavaliação.( ) As receitas provenientes da venda de bens do ativo imobilizado são classificadas no grupo de

receitas não operacionais.( ) O valor da venda de tinta em uma fábrica é classificado no grupo de receitas financeiras.( ) As receitas financeiras são classificadas na demonstração do resultado do exercício abatendo

as despesas financeiras.( ) As receitas não operacionais são classificadas na demonstração do resultado do exercício antes

das receitas financeiras.( ) Os rendimentos ganhos na aplicação em CDB são classificados no grupo de receitas financeiras.( ) As receitas financeiras são apresentadas na demonstração do resultado do exercício após

a receita bruta das vendas.( ) As receitas financeiras são classificadas na demonstração do resultado do exercício antes do

lucro bruto.

2) Marque a alternativa que contém a uma despesa que é testada em conexão com a auditoria das contas do ativo imobilizado.

a) Variação cambialb) Saláriosc) Depreciação de móveis e utensíliosd) Imposto sobre serviços

3) Marque a alternativa que contém a uma despesa que é testada em conjunto com as contas de empréstimos:

a) Salários b) Amortização de gastos pré-operacionaisc) Imposto sobre produtos industrializadosd) Variação cambial

4) Marque a alternativa que contém a uma despesa que é testada em conjunto com as contas do passivo:a) Salários b) Depreciação c) Amortizaçãod) Juros

5) No teste de compras de matérias-primas o auditor executa o seguinte procedimento:a) Seleciona fontes independentes do razão geral para teste.b) Seleciona os débitos para teste na conta do razão geral de gastos gerais de produção.c) Seleciona créditos para teste na conta do razão geral de matérias-primas.d) Seleciona débitos para teste na conta do razão geral de matérias-primas.

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6) O principal motivo da verificação da autenticidade da documentação representa:a) Constatar se a documentação não é falsa.b) Constatar se a duplicata está inclusa no processo de compra.c) Constatar a correta classificação contábil.d) Constatar a aprovação dos documentos, segundo os limites internos de competência da

companhia.

7) O principal objetivo de se inspecionar o registro de cotação de preços por ocasião da auditoria de compras é:

a) Verificar se os documentos foram aprovados.b) Verificar se a companhia comprou nas melhores condições comerciais.c) Verificar se os documentos são autênticos.d) Verificar a correta classificação contábil.

8) O objetivo principal ao confrontar a nota fiscal de compra com o pedido de compra ou contrato é:a) Verificar se a companhia comprou nas melhores condições comerciais.b) Verificar se a matéria-prima chegou à companhia.c) Verificar se as condições comerciais da nota fiscal estão de acordo com o que a companhia

tratou previamente.d) Verificar se a nota fiscal foi classificada adequadamente.

9) Marque a alternativa que representa a influência do salário de um operário da fábrica debitado em despesa administrativa em vez de custo de fabricação:

a) Aumento do lucro líquido do exercício.b) Superavaliação do estoque de matéria-prima.c) Subavaliação do estoque de produtos acabados.d) Diminuição do lucro bruto.

10) O salário bruto constante na folha de pagamento deve ser checado com:a) Razão analítico de salários.b) Recibo de pagamento.c) Registro de empregados.d) Carteira de trabalho.

11) Assinale a opção que não representa um controle eficaz para prevenir o inflacionamento da folha de pagamento.

a) Reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria.b) Anotações formais de realização de jornada de trabalho.c) Resumo da folha de pagamento contabilizado mensalmente.d) Conferência dos cálculos realizada por funcionário independente.

UN. 7 – RELATÓRIOS DE AUDITORIA

O relatório do auditor é a peça mais importante da auditoria realizada. Ele representa a fase principal do trabalho dos auditores, que é a comunicação dos resultados.

Um relatório mal apresentado e que permita a contestação do auditado, ou possibilita à direção da empresa fazer uma má avaliação de todo um trabalho executado, significa a desmoralização do valor da auditoria e, por fim, a desmoralização do próprio profissional.

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É através do relatório que o auditor vai mostrar o que foi examinado. É nesse momento que a direção da empresa e os envolvidos na execução das tarefas vão ser informados sobre o que pode ser melhorado.

Os relatórios de auditoria podem ser divididos em cinco tipos, quais sejam:

Relatórios finais sintéticos: são os que resumem em uma simples e rápida forma de transmissão de fatos e exigem maior capacidade do auditor. É o relatório que informa à alta direção da empresa, de forma rápida e sucinta sobre o que não vai bem ou necessita correção.

Relatórios finais analíticos: são os relatórios que devem levar aos setores auditados todas as informações e detalhes permissíveis à boa solução dos problemas, sem longas e infindáveis relações numéricas e cifras que não levam a nada.

Relatórios especiais: são os relatórios que fogem do cotidiano e podem ser considerados como confidenciais. São aqueles solicitados exclusivamente pelo diretor da empresa e que tem interesse exclusivo sobre um determinado assunto.

Relatórios parciais: durante as verificações, o auditor muitas vezes se depara com fatos ou ocorrências que devem ser levadas de imediato ao conhecimento da gerência ou direção da empresa. O relatório parcial é o recurso disponível para essas situações.

Relatórios verbais: os mesmos conceitos dos demais relatórios se aplicam ao relatório verbal, porém com uma fundamental diferença: não existe rascunho para ser corrigido antes da redação final. A característica deste relatório é a rapidez nas informações.

7.1 – A QUALIDADE NA AUDITORIA

Capítulo 4 do livro Crepaldi.

Segundo Crepaldi (2007, p. 105), “os auditores independentes – empresas ou profissionais autônomos – devem implantar e manter regras e procedimentos de supervisão e controle interno de qualidade, que garantam a qualidade dos serviços executados”.

As regras e os procedimentos relacionados ao controle de qualidade interno devem ser, formalmente, documentados, e ser do conhecimento de todas as pessoas ligadas aos auditores independentes.

As regras e os procedimentos devem ser colocados à disposição do Conselho Federal de Contabilidade para fins de acompanhamento e fiscalização, bem como dos organismos reguladores de atividades do mercado, com vistas ao seu conhecimento e acompanhamento, e dos próprios clientes, como afirmação de transparência.

As equipes de auditoria são responsáveis pelo atendimento das normas da profissão contábil e pelas regras e procedimentos destinados a promover a qualidade dos trabalhos de auditoria.

Na supervisão dos trabalhos da equipe técnica durante a execução da auditoria, o auditor deve:a) avaliar o cumprimento do planejamento e do programa de trabalho;b) avaliar se as tarefas distribuídas à equipe técnica estão sendo cumpridas no grau de

competência exigido;

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Page 49: apostila+auditoria+revisada

c) resolver questões significativas quanto à aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

d) avaliar se os trabalhos foram, adequadamente, documentados e os objetivos dos procedimentos técnicos alcançados; e

e) avaliar se as conclusões obtidas são resultantes dos trabalhos executados e permitem ao auditor fundamentar sua opinião sobre as Demonstrações Contábeis.

Plano de Controle de QualidadeO Controle Externo de Qualidade está definido no art. 33 da Resolução nº 308/99 da CVM.

Os auditores independentes deverão, a cada quatro anos, submeter-se à revisão de seu controle de qualidade, segundo as diretrizes emanadas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), que será realizada por outro auditor independente, também registrado na CVM, cuja escolha deverá ser comunicada previamente àquela autarquia.

EXERCÍCIOS

1) De acordo com a Resolução CFC nº 910/01, o objetivo da revisão pelos pares de auditoria é a:a) Revisão interna das práticas de auditoria aplicadas por sócios de outros escritórios da mesma

empresa de auditoria.b) Avaliação dos procedimentos adotados pelos auditores, com vista em assegurar a qualidade

dos trabalhos desenvolvidos.c) Revisão dos procedimentos e técnicas adotadas pelas empresas de auditoria que suportaram

a emissão do parecer.d) Avaliação das práticas e das estimativas contábeis adotadas pelos auditores que suportaram

a emissão do parecer.

2) O auditor independente deve observar o sigilo profissional, exceto:a) No caso de S/A de capital aberto, quando solicitado pela CVM e no caso de instituição

financeira, quando solicitado pelo Banco Central do Brasil.b) Quando já terminados os compromissos contratuais.c) Quando solicitado pelo auditor independente que o suceder, após o término de

compromissos contratuais.d) Por quaisquer terceiros interessados, desde que expressamente autorizado por escrito pela

administração da entidade auditada, que contém os limites da informação.

3) A CVM, no intuito de reduzir a possibilidade de comprometer a qualidade dos serviços de auditoria, em virtude de o auditor manter a prestação de serviços a um mesmo cliente por período indeterminado, instituiu o rodízio das empresas de auditoria ao realizarem trabalhos em companhias abertas. Assim, efetuado o rodízio, é permitido o retorno da empresa de auditoria ao mesmo cliente após:

a) 1 anob) 2 anosc) 3 anosd) 4 anos

4) A qualidade nos trabalhos da auditoria independente é essencial para a boa condução dos trabalhos e para emissão do parecer. Assim, em que periodicidade os auditores independentes devem-se submeter à revisão dos controles de qualidade internos, por outros auditores independentes com estrutura compatível, conforme determinação do CFC, Ibracon e CVM?

a) 1 ano

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b) 2 anosc) 3 anosd) 4 anos

5) O auditor independente deve, com relação à supervisão e ao controle de qualidade do seu trabalho:a) Avaliar o ambiente de controle da entidade.b) Obter evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício não contenham

representações errôneas ou inconsistentes.c) Avaliar o cumprimento do planejamento e do programa de trabalho.d) Avaliar o risco de controle.

7.2 – PAPEIS DE TRABALHO

Capítulo 9 do livro Crepaldi.

O auditor deve documentar as questões que foram consideradas importantes para proporcionar evidência, visando fundamentar seu parecer da auditoria e comprovar que a auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis.

Os papeis de trabalho constituem a documentação preparada pelo auditor ou fornecida a este na execução da auditoria, por intermédio de informações em papel, meios eletrônicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam.

Os papeis de trabalho destinam-se a: Ajudar no planejamento e na execução da auditoria; Facilitar a revisão do trabalho de auditoria; e Registrar as evidências do trabalho executado, para fundamentar o parecer do auditor

independente.

Os papeis de trabalho devem manter um padrão para melhorar a eficácia dos trabalhos. São confidenciais e devem ser guardados sob a custodia da firma de auditoria.

Pontos essenciais de um papel de trabalho: concisão objetividade limpeza lógica completo

EXERCÍCIOS

1) Definir papel de trabalho.

2) Quais são as finalidades do papel de trabalho?

3) Quais são os pontos essenciais que devem ser observados nos papeis de trabalho?

4) O objetivo principal de se codificar e se referenciar os papeis de trabalho é:a) Facilitar de imediato a identificação.

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b) Avaliar os auditores.c) Estabelecer o planejamento da auditoria.d) Levantar pontos construtivos para o relatório-comentário.

5) A principal finalidade dos papeis de trabalho é:a) Registrar as evidências obtidas durante a execução do trabalho de auditoria.b) Fornecer dados para a empresa elaborar as demonstrações financeiras.c) Ajudar a empresa na maximização de seus lucros.d) Ajudar o auditor independente no preparo das demonstrações contábeis e do relatório do

conselho de administração.

6) Assinale a opção que não se relaciona com os papeis de trabalho utilizados pelo auditor no transcorrer de seus trabalhos.

a) Os papéis de trabalhos são o conjunto de documentos e apontamentos do auditor.b) Os papéis de trabalho, por serem confidenciais, são de propriedade da empresa auditada.c) Os papeis de trabalho constituem a evidência do trabalho executado pelo auditor.d) Os papeis de trabalho devem ser mantidos em arquivo, no mínimo, por 5 anos.

7) Os papéis de trabalho devem seguir um padrão definido e claro. Com base nesta afirmação, assinale a opção que não se constitui regra básica que deve ser observada na elaboração dos papéis de trabalho.

a) Os papéis de trabalho devem ser limpos, claros e evidenciar a obediência às normas de auditoria.

b) Os papéis de trabalho devem incluir todos os dados pertinentes, inclusive os irrelevantes.c) Os papéis de trabalho devem ser limpos, claros e corretos, e ainda sem erros matemáticos.d) Os papéis de trabalho devem ser concisos, limpos, claros e sem erros matemáticos e

objetivos.

7.3 – PARECER

O parecer representa o produto final do trabalho do auditor. O parecer-padrão ou limpo compreende tais parágrafos:

parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades da administração e dos auditores.

Parágrafo referente à extensão dos trabalhos. Parágrafo referente à opinião sobre as demonstrações contábeis.

Como o auditor assume, através do parecer, responsabilidade técnico-profissional definida, inclusive de ordem pública, é indispensável que tal documento obedeça às características intrínsecas estabelecidas nas presentes normas.

Em condições normais, o parecer é dirigido aos acionistas, ao conselho de administração ou à diretoria da entidade. Em circunstâncias próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços.

Parecer sem ressalvas ou limpo

O auditor emite um parecer sem ressalvas, limpo ou padrão, nas seguintes circunstâncias: Exame efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas. Demonstrações financeiras elaboradas de acordo com os princípios fundamentais de

contabilidade. Princípios contábeis aplicados com uniformidade. Demonstrações financeiras contendo todas as exposições informativas necessárias.

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Parecer com Ressalvas

No caso da emissão de um parecer com ressalvas, o parágrafo de opinião deve ser alterado de forma a deixar clara a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situação patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos.

Outra maneira de esclarecer a natureza da ressalva seria fazer referência, no parágrafo de opinião, a uma nota explicativa ou a outro parágrafo do parecer, que descreva o motivo da ressalva.

Parecer Adverso

O parecer adverso é emitido quando o auditor possui informações suficientes para formar a opinião de que as demonstrações financeiras não representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, e as demais demonstrações contábeis. Esse fato ocorre quando o auditor constata que a transação é tão importante que não justifica a simples emissão de um parecer com ressalvas.

Negativa de Parecer

O auditor deve dar negativa de parecer quando ele não obtém elementos comprobatórios suficientes para formar sua opinião sobre as demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

A abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, os desvios relevantes que normalmente seriam incluídos como ressalvas.

Situações que impedem a emissão do parecer sem ressalva

As situações que normalmente mais ocorrem na prática e que levam o auditor a não emitir o parecer-padrão são:

Limite no escopo do exame. Parte do exame efetuado por outros auditores independentes. As demonstrações financeiras não estão de acordo com os princípios fundamentais de

contabilidade. Exposições informativas inadequadas. Falta de uniformidade na aplicação dos princípios contábeis. Incertezas quanto ao efeito de eventos futuros.

EXERCÍCIOS

1) Qual é a finalidade de um parecer de auditoria?

2) Constituem-se situações que levam o auditor a não emitir um parecer sem ressalvas:a) Verificação de limites no escopo do exame, uniformidade na aplicação dos princípios

contábeis e identificação de eventos subseqüentes irrelevantes.b) Não-identificação de limites no escopo do exame, homogeneidade dos princípios contábeis e

identificação de incertezas quanto ao efeito de eventos subseqüentes.c) Ocorrência de limites na extensão de seu trabalho, identificação de eventos futuros

relevantes e não-uniformidade na aplicação dos princípios contábeis.

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d) Identificação de ajustes imateriais na exposição de motivos de auditoria, e Demonstrações Financeiras apresentadas conforme os princípios fundamentais de contabilidade.

3) A incerteza quanto à realização de um ativo mensurado em bases razoáveis e considerado relevante para as demonstrações contábeis da entidade auditada implica a emissão de:

a) Parecer com parágrafo de ênfase.b) Parecer sem ressalva.c) Parecer com ressalva ou adverso.d) Parecer com abstenção de opinião.

4) O exame das demonstrações contábeis de sociedades controladas e/ou coligadas, relevantes, por outros auditores independentes, implica a seguinte obrigação para o auditor da sociedade controladora:

a) Ressalvar seu parecer, por esse fato.b) Emitir parecer com parágrafo de ênfase.c) Destacar esse fato em seu parecer.d) Emitir parecer com abstenção de opinião.

5) As alternativas a seguir caracterizam relevância a ser obrigatoriamente considerada pelo auditor externo em seu trabalho, com exceção de:

a) Determinar a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria.b) Fixar normas para inventário.c) Avaliar o efeito das distorções sobre saldos, denominações e classificação das contas.d) Determinar a adequação da apresentação e da divulgação da informação contábil.

6) Quando a chance de uma entidade incorrer em um passivo for provável, mas o montante não puder ser razoavelmente estimado, o auditor deverá emitir parecer:

a) Restritivo.b) Adverso.c) Com opinião qualificada.d) Com parágrafo de ênfase.

7) Os auditores independentes que estavam examinando as demonstrações contábeis da Empresa Ramos S/A, relativas ao exercício de 20X0, tomaram conhecimento pela imprensa que, em fevereiro de 20X1, o maior cliente da Ramos falira. Analisando o Relatório de Contas a Receber, os auditores não constaram a existência de débitos relativos ao cliente que havia falido. Dessa forma, emitiram parecer:

a) Sem ressalvas e sem menção do fato.b) Sem ressalvas e com menção do fato.c) Com ressalvas e sem menção do fato.d) Com ressalvas e com menção do tato.

8) Quando os dirigentes de uma entidade recusarem confirmar uma determinada informação na carta de responsabilidade da administração, ao auditor independente, esse fato caracteriza:

a) Parecer com ressalva.b) Parágrafo de ênfase no parecer.c) Limitação de escopo.d) Abstenção de opinião.

9) Você foi designado para auditar as demonstrações financeiras de Máquinas Modernas S/A, relativas ao exercício social findo em 31/12/X2. Você comprovou satisfatoriamente todas as transações, exceto pelo fato de que, de acordo com os termos de contratação do serviço de auditoria, você não circularizou as contas a receber e, também, os registros da companhia não permitiram a aplicação de procedimentos alternativos de auditoria para esse grupo de contas do balanço

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patrimonial. As demonstrações financeiras para o ano terminado em 31/12/X1 foram auditadas por outros auditores, com parecer sem ressalvas e datado de 10/03/X2. Redija o parecer com ressalvas dos auditores independentes.

7.4 – RECOMENDAÇÕES

Segundo Almeida (2008, p.492), “conforme já abordado, o objetivo principal do auditor externo é emitir uma opinião sobre as demonstrações financeiras da empresa.” No entanto, o empresário normalmente supõe que o auditor, depois de passar algumas semanas ou meses examinando sua empresa, lhe ofereça alguma coisa mais do que um simples parecer.

Ele espera que o auditor, com base na experiência adquirida ao longo dos anos, dê recomendações construtivas visando ao aprimoramento dos controles internos, redução de custos, melhoramento das práticas contábeis e administrativas e até mesmo uma forma mais adequada de conduzir sua empresa.

Alias, a qualidade profissional dos auditores é que distingue as firmas de auditoria. O auditor deve olhar a empresa também como um empresário e não apenas como um contador especializado.

Baseado nesses fatos, os auditores externos passaram a emitir relatórios-comentários, em que são descritos os problemas de maior importância constatados durante o decurso normal do serviço de auditoria, e dadas sugestões para solucioná-los.

Comentários e sugestõesOs comentários e sugestões devem ser ordenados no relatório. A título de exemplo, poderia ser por grau decrescente de importância do assunto ou por ordem de grupamento das contas no balanço patrimonial. O ponto deve ser redigido de forma clara e sucinta e ter certo encaminhamento lógico. A fim de facilitar o entendimento do assunto relatado, os auditores, de forma geral, dividem cada ponto em três parágrafos, a saber:

- procedimento em vigor ou situação constatada;- influências ou conseqüências;- sugestões ou recomendações.

O auditor deve discutir os pontos com as áreas envolvidas da empresa antes de apresentar o relatório ou carta em seu formato final, com o objetivo de dirimir, antecipadamente, quaisquer dúvidas porventura existentes.

A seguir, alguns exemplos de pontos do relatório-comentário:

Caixa e Bancos:

Existia, em 31 de dezembro de 20X1, na conta corrente do Banco do Brasil S/A, um saldo de R$10.000.000 sem ser movimentado nos últimos quatro meses.

Caso esse numerário tivesse sido aplicado a uma taxa de mercado, para o período de tempo referente a sua não-utilização, a empresa teria tido um rendimento adicional de R$2.000.

Recomendamos que sejam acompanhadas as folgas de caixa, no sentido de que os recursos em excesso às necessidades normais sejam devidamente aplicados.

Notamos, durante nosso teste das reconciliações bancárias, a existência de avisos de débitos antigos lançados pelo

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banco, mas não registrados pela empresa.

Como conseqüência, as transações não estão sendo contabilizadas em seu período de competência.

Recomendamos que sejam tomadas medidas mais rigorosas junto à rede bancária para obtenção desses avisos de débito

Contas a Receber:

As fichas individuais de clientes, mantidas pelo Departamento de Crédito e Cobrança, não fazem referência aos documentos que originam o recebimento das duplicatas.

Esse procedimento acarreta uma demora desnecessária na procura de documentos, principalmente pelas áreas de análise de contas e auditoria interna.

Recomendamos que a empresa passe a incluir, nas referidas fichas, o código de identificação dos comprovantes de recebimentos.O somatório dos saldos do razão analítico de duplicatas a receber não é confrontado periodicamente com a respectiva conta do razão geral.

Consequentemente, eventuais erros de registro não serão detectados em tempo hábil. Citamos, como exemplo, o fato de existir em 31 de dezembro de 20X1 uma diferença de R$4.231.144 entre os controles analítico e geral.

Recomendamos que o Departamento de Contabilidade cheque mensalmente o razão analítico com o razão geral, analisando eventuais divergências.

Estoques:

Observamos que o almoxarifado não tem conhecimento de dados para determinar estoques mínimos e máximos.

As informações para estabelecimento do nível de estoques são importantes no sentido de evitar que faltem materiais essenciais ao estoque e, também, para que não sejam comprados materiais além das necessidades normais.

Sugerimos que informações sobre estoques mínimos e máximos sejam dadas ao Almoxarifado pelo Departamento de Planejamento.

Investimentos:

A empresa, em 31 de dezembro de 20X0, tinha participações no capital social de Máquinas Pesadas S/A e Indústrias Plásticas S/A, no valor contábil de R$401.231 e R$637.421, respectivamente. Essas participações estão classificadas no ativo permanente, grupo de investimentos, e nos últimos anos as companhias investidas não deram dividendos e não existe perspectiva de distribuí-los no próximo exercício social.

Recomendamos que a companhia estude a possibilidade de alienar os investimentos supracitados.

Ativo Imobilizado:

A empresa não prepara a análise das contas do ativo imobilizado para o período compreendido entre o início e o fim do exercício social, demonstrando as aquisições, baixas, depreciações e transferências entre contas, bem como identificando os reflexos nas contas de resultado.

Essa informação, além de ser útil para qualquer análise gerencial sobre o comportamento desse grupo de contas, é fonte essencial para compilação dos dados sobre o ativo imobilizado a serem incluídos na demonstração de origens e aplicações de recursos, peça integrante dos demonstrativos das contas da empresa e informação a ser apresentada

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obrigatoriamente pelas companhias que se enquadram na Lei nº 6.404 por ocasião do encerramento de seus exercícios sociais.

Recomendamos que a empresa adote o procedimento de elaborar a análise mencionada acima.

Obrigações:

A empresa incluiu como despesa não dedutível aproximadamente R$2.000 referentes a imposto de renda retido na fonte sobre remessas de juros de empréstimos em moeda estrangeira, por ocasião de constituição da provisão para o imposto de renda para o ano findo em 31/12/X1.

Entendemos que, quando o contrato de financiamento estipula o ônus do imposto de renda na fonte por conta do devedor, esse tributo é despesa financeira e, portanto, dedutível para fins do imposto de renda.

Recomendamos que na época de apresentação da declaração de rendimentos esse valor seja considerado como despesa dedutível, o que beneficiará a empresa em aproximadamente R$500.

A provisão para o 13º salário é constituída ao longo do exercício, mediante o cômputo de duodécimos da remuneração salarial mensal.

Entretanto, não é registrado também, a título de provisão, o FGTS correspondente ao 13º salário, sendo este contabilizado somente no último mês do exercício, fato esse que distorce a comparabilidade dos resultados mensais alcançados.

Recomendamos que o FGTS sobre o 13º salário seja provisionado em base mensal.

Patrimônio Líquido:

Em dezembro de 20X0, os acionistas subscreveram R$10.000 do capital social e integralizaram R$6.000. A parte não realizada, totalizando R$4.000, foi classificada no grupo de contas a receber do ativo circulante.

De acordo com os princípios contábeis e procedimentos estabelecidos pela Lei das S/A, a parte do capital subscrita e não integralizada deve ser demonstrada de forma redutora no grupo de contas do capital social, dentro do patrimônio líquido.

Recomendamos a adoção do procedimento acima descrito.

Organização e Controles:

A empresa não possui um manual de políticas e procedimentos para compras.

A inexistência de um manual concorre para que os procedimentos variem em aquisições da mesma natureza, podendo ocorrer casos em que a compra não seja efetuada nas melhores condições comerciais ou mesmo fora dos objetivos da administração da empresa. adicionalmente, a saída de funcionários poderia ocasionar uma parada temporária da área envolvida.

Recomendamos que a empresa elabore um manual de políticas e procedimentos para compras. A título de contribuição, o manual poderia abordar, entre outros, os seguintes assuntos.- pessoas responsáveis pela autorização da compra;- requisição de compra;- cadastro de fornecedores;- licitação;- seleção do fornecedor;- formalização da compra;- diligenciamento ou acompanhamento da compra.

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O Departamento de Compras não efetua rodízios periódicos dos compradores.

O principal objetivo desse procedimento é dificultar que alguns fornecedores ofereçam gratificações aos compradores, além de permitir que todos os compradores conheçam de uma maneira geral os tipos de materiais e serviços objeto de compra pela empresa.

Recomendamos que o Departamento de Compras adote a prática de efetuar rodízio periódico dos compradores.

EXERCÍCIO

Redija os pontos do relatório-comentário com base nas informações abaixo relatadas.

1) A contabilidade debita diretamente a conta do banco destinatário, por ocasião da transferência de numerário entre filiais, ou seja, a empresa não tem uma conta específica para contabilização do numerário em trânsito.

2) Durante a auditoria, você observou que, com freqüência, os cheques são emitidos e contabilizados (débito em fornecedores e crédito em bancos) em um mês e o pagamento ao fornecedor ocorre no mês subseqüente. Segundo o chefe da Tesouraria, os cheques são preparados e assinados dois dias antes da data do vencimento da obrigação com o objetivo de agilizar o processo de pagamento, entretanto, alguns fornecedores demoram algum tempo para vir apanhar seu pagamento na empresa.

3) Na auditoria da conta de duplicatas a recebe em 31/12/X1 você constatou que a provisão para devedores duvidosos foi constituída aplicando-se um percentual sobre o saldo total dessa conta.

4) Durante a revisão da conta de adiantamentos a empregados para despesas de viagens, você observou que existiam muitos saldos antigos pendentes de prestação de contas.

5) Revisando as fichas de estoques, você constatou que a matéria-prima WTZ, utilizada na fabricação do produto Y, não foi requisitada há mais de doze meses. Conversando com o gerente da fábrica, você ficou sabendo que esse produto foi retirado da linha de produção no ano passado, ou seja, ele não será mais produzido em função de uma empresa concorrente ter colocado outro produto no mercado, com preço mais baixo e maior produtividade.

Além disso, você apurou que o valor de venda dessa matéria-prima é inferior ao valor do custo do estoque.

6) A Empresa Mecânica S/A encerrará seu próximo exercício social em 31/12/X0. Em 30/06/X0, essa empresa fez um seguro de seu ativo imobilizado para o período de 30/06/X0 a 30/06/X3. A parte do seguro que será amortizada em X1 foi classificada no grupo de despesas antecipadas no ativo circulante. A outra parte do seguro, referente ao período de 01/01/X2 a 30/06/X3, foi registrada no ativo diferido.

7) Auditando as contas do ativo imobilizado, você constatou que esses ativos eram depreciados às seguintes taxas anuais:- terrenos: 4%- edifícios: 4%- máquinas e equipamentos: 10%- móveis e utensílios: 10%- veículos: 20%

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8) Durante o exame do ativo diferido, você observou que os gastos pré-operacionais estavam sendo amortizados em vinte anos.

9) A empresa tem como procedimento contabilizar os gastos com férias somente por ocasião do pagamento.

10) Por ocasião da auditoria de uma empresa prestadora de serviços, você constatou que ela não tem um sistema que permita apurar o custo de cada serviço prestado.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Marcelo C. de. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas,

2008.

ATTIE, William. Auditoria: Conceito e Aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

CREPALDI, Silvio A. Auditoria Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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MARION, José C. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional. São Paulo: Pioneira

Thomson Learning, 2003.

PINHO, Ruth Carvalho de Santana. Fundamentos de Auditoria – Auditoria Contábil / Outras

aplicações de Auditoria. São Paulo: Atlas, 2007.

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