Aprendendo a Aprender

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  • 1 http://www.idph.com.br

  • Sumrio

    1. Sobre os Autores ...........................................................................................................4

    2. Apresentao ................................................................................................................5

    3. A Reconstruo da Torre de Babel ................................................................................6

    4. Aprendendo ingls com sries de TV - Parte 1 ...........................................................18

    5. Aprendendo Ingls com Sries de TV - Parte 2 ...........................................................24

    6. Como estudar a Gramtica da Lngua Inglesa .............................................................28

    7. Conversao em ingls ................................................................................................32

    8. Como desenvolver a compreenso do ingls falado ..................................................36

    9. Como aprender ingls com recursos da Internet ........................................................41

    10. Como Ler ....................................................................................................................46

    11. O Prazer da Leitura ....................................................................................................50

    12. O bvio ......................................................................................................................55

    13. Fcil e Difcil ...............................................................................................................60

    14. Enxergando o Invisvel ...............................................................................................64

    15. Voc mais inteligente do que pensa ......................................................................69

    16. Palavras mais comuns em ingls ...............................................................................76

    17. A Curva do Esquecimento .........................................................................................80

    18. Como passar em concursos e vestibulares ...............................................................83

    19. Mapas mentais, uma brincadeira de criana ............................................................88

    20. Mapas Mentais ........................................................................................................100

    21. Aprendizagem Acelerada de Lnguas Estrangeiras I ................................................109

    22. Aprendizagem Acelerada de Lnguas Estrangeiras II Hipnose Aplicada Educao ........................................................................................114

    23. Contradies do Aprendizado Tradicional de Idiomas ...........................................118

    24. Sugestes para Escolher o Prximo Curso de Idiomas ...........................................123

    2 http://www.idph.com.br

  • 25. Um Salto Frente no Aprendizado de Lnguas .......................................................126

    26. Permisso e disponibilidade interior para o estudo ...............................................152

    27. Seu filho vai bem na escola?....................................................................................159

    28. Focalizando sua mente Autocintica ....................................................................169

    29. Referncias Adicionais .............................................................................................180

    30. Leitura Recomendada .............................................................................................182

    3 http://www.idph.com.br

  • 1. 1. SSOBREOBRE OSOS A AUTORESUTORES

    Walther Hermann Kerth JuniorArquiteto do Aprendizado e Designer de programas de treinamentos comportamentais, conferencista, escritor, coach e consultor especialista em aprendizagem de adultos; co-criador do Curso de Ingls ONLINE do IDPH e mantenedor do site www.idph.com.br; autor e editor dos livros MAPAS MENTAIS Enriquecendo Inteligncias (2005), DOMESTICANDO O DRAGO Aprendizagem Acelerada de Lnguas Estrangeiras (1999), O SALTO DESCONTNUO (1996) e HISTRIAS QUE LIBERTAM (2000) e de vrias palestras gravadas em DVD e CD de udio. Criador do Sistema de Aberto de Aprendizagem de Lnguas (OLeLaS)

    Viviani BovoPalestrante, Coach membro da ICF (International Coaching Federation), da ICI (International Coaching Institutes), da ECA (European Coaching Association), Facilitadora Licenciada pela "Corporate Coach U" para o treinamento com certificao internacional "The Coaching Clinic", estudiosa e pesquisadora de cincias do comportamento, 'Green Belt' em Six Sigma, consteladora, co-autora e co-editora do livro 'MAPAS MENTAIS", ex-profissional e lder de rea financeira com experincia de mais de 20 anos em multinacional de grande porte.

    Rubens Queiroz de AlmeidaEngenheiro eletricista, analista de sistemas especialista em Linux, Unix e derivados, professor de ingls certificado pela Cambridge University, escritor, palestrante e conferencista, criador do mtodo de Lngua Instrumental que foi oferecido para 1.800 funcionrios da UNICAMP nos anos de 1996, 1997 e 2001.

    Alberto Dell'IsolaBacharel em psicologia pela UFMG e membro do LADI, laboratorio de pesquisa em psicologia da UFMG. mais conhecido por ser recordista latino americano de memorizao, tendo participado de diversos programas de TV, como Faustao, Fantstico e Caldeiro do Huck. Detentor de um recorde latino americano de memorizao: a sequncia de 280 cartas de baralho, previamente embaralhadas em apenas 1 hora. Membro do laboratrio da avaliao das diferenas individuais (LADI), do departamento de psicologia da UFMG. Sua coluna ensinar os segredos utilizados nos campeonatos de memria e sua aplicaao no dia a dia. Blog: http://memorizacao.blogspot.com

    4 http://www.idph.com.br

  • 2. 2. A APRESENTAOPRESENTAO

    ste ebook contm diversos artigos publicados na colu-

    na 10 anos do stio Dicas-L1 e na coluna Nova Educa-

    o, do stio do Instituto de Desenvolvimento do Po-

    tencial Humano2. So artigos relacionados com aprendizagem e

    so baseados na experincia pessoal dos autores com o desen-

    volvimento pessoal e aprendizado.

    EInfelizmente, muito da forma como hoje se aprende nas

    escolas, se prende a mtodos, elaborados por pessoas que no

    vivem o dia a dia das escolas, que prescrevem a mesma receita

    para milhares de alunos diferentes.

    Estes textos possuem uma abordagem reversa, com o

    foco no aprendiz e nas maravilhosas diferenas individuais.

    Visam demonstrar que cada um de ns aprende de forma dife-

    rente, e isto no um problema, mas sim o que nos torna es-

    peciais.

    Boa leitura!

    1 http://www.Dicas-L.com.br/10anos 2 http://www.idph.com.br/novaeducacao

    5 http://www.idph.com.br

  • 3. 3. A RA RECONSTRUOECONSTRUO DADA T TORREORRE DEDE B BABELABEL Por Rubens Queiroz de Almeida

    iz a Bblia que muitos anos atrs todos os habitantes

    da Terra se uniram para construir uma torre que

    chegasse at o cu, para tornar seu nome clebre e

    impedir que fossem espalhados pelo mundo. Para punir os ho-

    mens por sua ambio demasiada, Deus confundiu sua lingua-

    gem e depois os dispersou pelo mundo.

    DAinda hoje os povos da Terra falam uma imensido de

    lnguas diferentes. Na Internet entretanto, apesar dos muitos

    povos que a utilizam, existe um meio de comunicao comum.

    Da mesma forma que os computadores se comunicam inde-

    pendentemente de cor e raa, ou melhor, de fabricante e pro-

    tocolo de comunicao, tambm os internautas possuem uma

    linguagem comum: a lngua inglesa. Ser a Internet uma nova

    Torre de Babel, construda para reunificar eletronicamente os

    habitantes deste lindo mundo azul?

    claro que nem todos que utilizam a Internet compreen-

    dem a lngua inglesa. Porm mais de 80% dos documentos e

    das comunicaes feitas atravs da Internet encontram-se em

    6 http://www.idph.com.br

  • ingls. Apenas 0,7 % do oceano de informao que a Inter-

    net est em portugus. perfeitamente possvel usar a Inter-

    net e se divertir muito navegando apenas por sites escritos em

    portugus. Fazer isto entretanto o equivalente a ir praia,

    no entrar na gua e ficar se molhando com um baldinho de

    gua que algum encher para voc. O que fazer? Aprender in-

    gls difcil e demora muitos anos. Como ento adquirir o do-

    mnio desta ferramenta to essencial utilizao plena da In-

    ternet? Realmente, para se ler, falar, escrever e ouvir com

    fluncia a lngua inglesa so necessrios de seis a oito anos de

    estudo constante. Para que aprender tanta coisa se o mais im-

    portante apenas ler? muito mais fcil dominar um dos as-

    pectos de um idioma (leitura) do que todos os quatro simulta-

    neamente (ler, ouvir, falar e escrever). A Internet possui mui-

    to contedo interativo, onde a capacidade de se falar e escre-

    ver bem a lngua inglesa certamente uma grande vantagem,

    mas o mais importante certamente saber ler. Ler para utili-

    zar a informao existente na Internet para aprender, resolver

    problemas pessoais ou profissionais, se divertir, enfim, para

    uma infinidade de propsitos.

    Como aprender a ler? raro encontrar um curso de in-

    gls onde se ensine o aluno apenas a ler. S vendem o pacote

    completo, o que totalmente insensato. Se precisamos inves-

    tir vrios anos para dominar o idioma em todos os seus aspec-

    tos, aprender a ler certamente demora muito menos. Em ape-

    nas quatro meses possvel obter uma compreenso razovel

    7 http://www.idph.com.br

  • do idioma que nos permite comear a compreender textos em

    ingls.

    Mas porque a leitura mais fcil de se dominar? A pr-

    pria Internet nos d a resposta. Em um estudo realizado em

    1997, realizamos um trabalho para determinar as palavras

    mais comuns da lngua inglesa e seu percentual de ocorrncia.

    Para este estudo utilizamos os livros online do Projeto Gutem-

    berg. Este projeto, integrado por voluntrios, tem por objetivo

    digitalizar obras de literatura cujos direitos autorais tenham

    se expirado. Nos Estados Unidos uma obra colocada no do-

    mnio pblico 60 anos aps a morte do autor. Obras de auto-

    res como Jane Austen, Conan Doyle, Edgar Rice Burroughs, e

    muitos outros esto disponveis gratuitamente na Internet. De

    posse destes livros, 1600 ao todo na poca da pesquisa, fize-

    mos ento nossos clculos. Os 1600 livros combinados gera-

    ram um arquivo de 680 MB contendo aproximadamente sete

    milhes de palavras. Os resultados foram bastante surpreen-

    dentes. As 250 palavras mais comuns compem cerca de 60%

    de qualquer texto. Em outras palavras, se voc conhece as 250

    palavras mais comuns, 60% de qualquer texto em ingls

    composto de palavras familiares. Para facilitar ainda mais a

    nossa tarefa os cognatos, que so as palavras parecidas em

    ambos os idiomas (possible e possvel, por exemplo), totali-

    zam entre 20 e 25% do total das palavras. A j temos ento

    80 a 85% do problema de vocabulrio resolvido. Se subirmos

    o nmero de palavras mais comuns a 1.000, chegamos a 70%.

    8 http://www.idph.com.br

  • Somando a este valor os cognatos chegamos a valores entre 90

    a 95% de um texto.

    claro que 90 ou 95% ainda no chega a 100%. Como fa-

    zer com o restante das palavras? Mais uma vez, usamos nossa

    intuio (lembra-se que nossa intuio est correta em

    99,999% das vezes?). Pensemos em nosso texto como um

    enigma a ser desvendado. Possumos alguns elementos famili-

    ares, as palavras que conhecemos, e outros que nos so desco-

    nhecidos. Devemos deduzir, por meio de nossa intuio, de

    nossos conhecimentos anteriores, o que as palavras desconhe-

    cidas podem significar. No precisamos nos preocupar com

    todas as palavras, apenas com aquelas que desempenhem um

    papel importante no texto. Quais so elas? Se uma palavra

    aparece com relativa frequncia em um texto, ela certamente

    desempenha um papel importante na compreenso do todo.

    Se uma palavra aparece apenas uma vez, muito provavelmen-

    te no precisaremos nos preocupar com ela.

    O maior problema que tal enfoque encarado de forma

    suspeita pela maioria das pessoas. Como possvel, ignorar

    uma palavra desconhecida e continuar lendo como se nada

    houvesse acontecido? O que estamos propondo no nada ab-

    surdo. Qual foi a ltima vez em que consultou um dicionrio?

    Toda vez que encontramos uma palavra desconhecida vamos

    em busca do dicionrio? Muito provavelmente no. O que

    acontece que, como a nossa familiaridade com o portugus

    grande, na hiptese de depararmo-nos com uma palavra des-

    9 http://www.idph.com.br

  • conhecida, o seu sentido, dado o contexto que a cerca, ser fa-

    cilmente deduzido. Isto tudo praticamente sem mesmo nos

    darmos conta do ocorrido. A no ser que nos proponhamos a

    tarefa de parar a cada vez que encontrarmos uma palavra des-

    conhecida, a nossa leitura se d com frequncia sem interrup-

    es. As palavras desconhecidas so intudas, quase que sub-

    conscientemente, e passam a integrar o nosso vocabulrio.

    Considerando-se que o vocabulrio de um adulto consiste de

    aproximadamente 50.000 palavras, ridculo imaginar que

    tal conhecimento tenha sido adquirido atravs de 50.000 visi-

    tas ao dicionrio. Este vocabulrio foi adquirido, em um pro-

    cesso iniciado em nossa infncia, de forma contnua e atravs

    da observao do nosso ambiente, observando outras pessoas

    falarem, prestando ateno nas palavras utilizadas em deter-

    minadas situaes e tambm atravs da leitura.

    A nossa estratgia para o domnio da lngua inglesa para

    leitura exatamente aquela utilizada h milhares de anos,

    com excelentes resultados, pela raa humana. Aprendizado

    natural, seguindo nossos instintos e pela interao com o am-

    biente que nos cerca.

    Como vimos, o domnio das palavras mais frequentes da

    lngua inglesa, pode nos ajudar a dar um impulso substancial

    em nosso aprendizado. Nesta listagem as palavras no esto

    organizadas alfabeticamente, mesmo porque no nosso ob-

    jetivo reproduzir aqui um dicionrio. Tambm no inclumos

    todos os significados possveis das palavras apresentadas. To-

    10 http://www.idph.com.br

  • das as palavras so apresentadas em contexto, em exemplos

    de utilizao. No fornecemos a definio da palavra. Para

    cada palavra so listados em mdia trs exemplos de utiliza-

    o, com a respectiva traduo.

    muito importante ressaltar que estas palavras no de-

    vem ser memorizadas de forma alguma. O ser humano no

    funciona de forma semelhante ao computador, onde as infor-

    maes podem ser armazenadas de qualquer forma, e ainda

    assim esto disponveis em milsimos de segundos quando

    necessitamos. O ser humano, para reter alguma informao,

    precisa situ-la dentro de um referencial de conhecimentos. A

    informao nova precisa se integrar nossa viso do mundo,

    nossa experincia prvia. Apenas desta forma podemos espe-

    rar que o conhecimento adquirido seja duradouro. A maioria

    de ns certamente j vivenciou situaes em que dados me-

    morizados desapareceram de nossa memria quando no

    mais necessrios. Ao contrrio, tudo que aprendemos ativa-

    mente, permanece presente em nossa memria de forma vvi-

    da por muitos e muitos anos.

    Embora esteja sendo fornecida uma lista de palavras, no

    adote de forma alguma o procedimento padro de memoriza-

    o, que a repetio intensiva dos itens a serem memoriza-

    dos. certo que cada um de ns possui estratgias distintas

    para lidar com o aprendizado, mas eu gostaria de sugerir uma

    forma de estudo que certamente funciona.

    11 http://www.idph.com.br

  • Primeiramente, no tenha pressa. No memorize, procu-

    re entender os exemplos. Para cada palavra apresentada, leia

    os exemplos e suas respectivas tradues. No se preocupe em

    reter na memria o formato exato das frases e nem de sua tra-

    duo. O objetivo apenas compreender o significado da pala-

    vra apresentada e apenas isto. Uma vez compreendido este

    significado o objetivo foi alcanado.

    Em segundo lugar, procure ler apenas enquanto estiver

    interessado. No adianta nada ler todas as palavras de uma

    vez e esquecer tudo dez minutos depois. Se nos forarmos a

    executar uma atividade montona por muito tempo, depois de

    alguns momentos a nossa ateno se dispersa e nada do que

    lemos aproveitado. Eu sugiro a leitura de dez palavras diari-

    amente. Caso voc ache que 10 palavras dirias muito, no

    tem importncia, este nmero sua deciso. Se quiser ler ape-

    nas uma palavra, o efeito o mesmo. Ir demorar um pouco

    mais, mas chegar ao final o que importa. s no esquecer,

    voc deve LER as palavras e NUNCA tentar memorizar as pa-

    lavras e os exemplos.

    E finalmente, faa reviso. No primeiro dia leia e entenda

    dez palavras (ou quantas julgar conveniente). No segundo dia

    leia mais dez palavras e faa a reviso das dez palavras apren-

    didas no dia anterior. No terceiro dia, aprenda mais dez pala-

    vras e revise as vinte palavras aprendidas nos dias anteriores.

    E assim por diante at o ltimo dia, onde aprender as lti-

    mas dez palavras e revisar as 240 palavras anteriores. Muito

    12 http://www.idph.com.br

  • importante, por reviso no quero dizer que se deve fazer a

    leitura de todas as palavras e exemplos anteriores. As palavras

    mais frequentes esto grafadas em tipo diferente e em negrito,

    para que possamos localiz-las facilmente na pgina. Apenas

    examine as palavras anteriores em sua reviso. Caso no se

    recorde de seu significado, ento, e apenas ento, leia os

    exemplos. A reviso extremamente importante. Ns real-

    mente aprendemos quando revisamos conceitos aos quais j

    fomos expostos. Procedendo desta forma, tenha certeza de

    que tudo o que aprendeu ser absorvido de forma permanen-

    te, constituindo a base fundamental de tudo que ir aprender

    em seus estudos da lngua inglesa.

    Caso a sua motivao seja realmente alta e voc queira re-

    ler todos os exemplos j estudados, v em frente. Como voc

    pode notar, os exemplos empregam um vocabulrio bastante

    rico. A leitura mais frequente dos exemplos far com que ao

    final do estudo o seu vocabulrio tenha se enriquecido muito

    alm das 750 palavras bsicas.

    Outro ponto importante a questo do estudo da gram-

    tica. A gramtica, ou o estudo da estrutura da lngua, deve ser

    apenas para ajudar o aluno a identificar as construes ver-

    bais. No necessria, para fins de aprendizado da leitura, a

    memorizao de estruturas gramaticais. Como j afirmado, o

    nosso aprendizado se d de forma natural. Da mesma forma

    que uma criana no tem aulas de gramtica para aprender

    sua lngua materna, ns tambm no devemos nos preocupar

    13 http://www.idph.com.br

  • com este aspecto em nosso estudo. A leitura dos exemplos das

    palavras mais comuns ir lanar os fundamentos iniciais do

    conhecimento da estrutura da lngua inglesa.

    Resta agora esclarecer um ponto, que a desculpa favori-

    ta de todos ns nos dias de hoje: a falta de tempo. Tempo cer-

    tamente fcil de se encontrar para fazer aquilo que nos d

    prazer. Para resolver o problema de tempo para este estudo,

    pense nesta atividade como algo prazeroso e que lhe trar be-

    nefcios enormes, tanto no campo pessoal como profissional.

    E alm do mais, o aprendizado e a reviso das palavras pode

    ser feito diariamente em no mais de quinze minutos. Se le-

    varmos em conta que os intervalos comerciais em programas

    de televiso geralmente duram entre quatro a cinco minutos,

    todo o tempo necessrio para este estudo pode ser encaixado

    nos intervalos de sua novela favorita, certo?

    Ento, mos a obra. Depois que voc conhecer as 250 pa-

    lavras mais comuns da lngua inglesa voc poder verificar

    como o aprendizado da leitura da lngua inglesa se tornam

    muito mais fcil. Nesta lista foram includas 750 palavras.

    Faa um esforo e tente conhecer a todas elas. A sua tarefa vai

    ficar ainda mais fcil.

    Nos anos de 1996 e 1997 a Diretoria de Recursos Huma-

    nos da UNICAMP promoveu um programa de capacitao que

    inclua um programa de treinamento em ingls instrumental

    para seus funcionrios usando a metodologia descrita nos pa-

    rgrafos anteriores. Nestes dois anos passaram pelo programa

    14 http://www.idph.com.br

  • de ingls instrumental aproximadamente 1.000 funcionrios.

    Conseguiu-se atender um nmero to grande de pessoas jus-

    tamente porque o aprendizado da lngua inglesa para leitura

    consideravelmente mais fcil. Alm desta facilidade possvel

    se ministrar o curso em salas maiores, com at cem alunos, o

    que impensvel em um curso tradicional. Em cursos nor-

    mais de ingls cada aluno deve ter ateno especial do profes-

    sor como pr-requisito indispensvel ao aprendizado.

    Como produto deste treinamento foram criados vrios

    materiais didticos, um dos quais justamente um pequeno

    livro, j citado, contendo as 750 palavras mais comuns da ln-

    gua inglesa. O significado de cada palavra ilustrado com trs

    exemplos em mdia, onde a palavra usada em contextos di-

    ferentes. Este pequeno manual est disponvel para download

    na Internet. Alm deste manual, existem tambm outros do-

    cumentos que descrevem em detalhes como foi realizado o

    clculo que determinou estas palavras mais comuns (ver refe-

    rncias).

    Alm do aprendizado das palavras mais comuns, o inte-

    ressado em aprender o ingls para leitura, deve procurar in-

    tensificar o seu contato dirio com a lngua inglesa. Para isso a

    Internet pode novamente vir em nosso auxlio. Basta procurar

    nela pelo que nos interessa. Na Internet existe informao de

    todos os tipos e para todos os gostos. Basta saber e querer

    procurar.

    15 http://www.idph.com.br

  • No curso de ingls instrumental ministrado na Unicamp,

    para suplementar o ensino em sala de aula e para manter o

    aluno em contato dirio com a lngua inglesa, foi criada uma

    lista eletrnica chamada EFR (English for Reading). Nesta lis-

    ta veiculada diariamente uma histria, preferencialmente

    engraada (afinal, quem no gosta de uma boa piada?) ou

    uma citao. As histrias so em ingls e as palavras mais in-

    comuns so comentadas. Desta forma os alunos aprendem to-

    dos os dias duas ou mais palavras novas. Todos os dias. Em

    um ano este pequeno esforo dirio pode vir a fazer uma dife-

    rena. O curso acabou em 1997 mas a lista continua enviando

    suas mensagens. Esta lista hoje aberta a todos os internautas

    e conta com vrios participantes externos alm dos partici-

    pantes do curso ministrado na Unicamp. Todas as mensagens

    j veiculadas na lista EFR esto arquivadas na Web no stio

    Aprendendo Ingls.

    O objetivo primordial do curso de ingls instrumental era

    demonstrar que se possvel aprender ingls para leitura fa-

    cilmente e despertar o gosto pela leitura. Quanto mais se ler

    em ingls mais se aprende o idioma, o que no novidade ne-

    nhuma. Como vivemos no Brasil, pas de lngua portuguesa,

    as nossas necessidades de utilizar outra habilidade que no a

    leitura em ingls so bastante espordicas. Mas no precisa-

    mos parar por a. A leitura serve tambm para desenvolver as

    outras habilidades necessrias ao domnio da lngua inglesa: a

    fala, a escrita e a compreenso da lngua falada. O principal

    que em um perodo de tempo bastante curto j estaremos ha-

    16 http://www.idph.com.br

  • bilitados a navegar pela Internet inteira e no apenas pela pe-

    quena poro representada pela lngua portuguesa.

    Finalmente, queria lembrar a todos que aprender o ingls

    bastante fcil. Basta deixar de lado os preconceitos e trau-

    mas que temos com a lngua inglesa e realmente acreditarmos

    em nossa capacidade de aprender. No leva a nada guardar

    rancores de tentativas frustradas de aprendizado ocorridas no

    passado. O domnio da lngua inglesa hoje o nosso passapor-

    te para um mundo de informaes que podem nos ser teis

    tanto na esfera pessoal quanto profissional. Se voc no domi-

    na a lngua inglesa o momento certo para comear hoje.

    Consulte as referncias deste artigo, estude com calma a lista

    das palavras mais comuns e assine a lista EFR. Voc vai ver

    que sem fazer muita fora em, pouco voc estar se locomo-

    vendo com desenvoltura cada vez maior pela Torre de Babel

    reconstruda que a Internet. Depois me escreva contando os

    resultados.

    17 http://www.idph.com.br

  • 4. 4. AAPRENDENDOPRENDENDO INGLSINGLS COMCOM SRIESSRIES DEDE TV - P TV - PARTEARTE 1 1 Por Rubens Queiroz de Almeida

    m meus livros e artigos, eu sempre defendo a ideia de

    que aprender deve ser um processo que traga prazer e

    alegria ao aluno. difcil aprender alguma coisa quan-

    do se est tenso ou sobrecarregado. Com idiomas a situao

    ainda mais complicada, pois o progresso no linear. Estuda-

    mos com intensidade sem notar melhorias, quando de repente,

    notamos um grande salto de qualidade em nossas competncias.

    Estes saltos ocorrem diversas vezes. Ignorar ou desconhecer esta

    caracterstica pode ser muito desmotivante, levando muitas ve-

    zes desistncia.

    E

    Da mesma forma, em cursos tradicionais de ingls, a es-

    tratgia sempre a mesma, com pequenas variaes. Embora

    parea mais complicado, o fundamental para o sucesso que

    cada pessoa desenvolva suas prprias estratgias, tanto como

    complemento a cursos tradicionais ou para auto-estudo.

    Muitos anos atrs, em uma palestra do Prof. Walther

    Hermann, eu ouvi a histria de um executivo que sempre que

    precisava ir para um pas diferente, passava dias e mais dias

    18 http://www.idph.com.br

  • vendo um mesmo filme, vrias vezes ao dia. Ao final de um ou

    dois meses, estava familiarizado com a pronncia, tinha

    aprendido diversas frases, e j conseguia se comunicar.

    Mas em linha com o que eu j disse anteriormente, deve

    ser extremamente chato assistir a um mesmo filme centenas

    de vezes. Se algo chato, se torna montono, desmotivante e

    no fim abandonamos o estudo. O ideal se adotar esta estra-

    tgia, que certamente funciona, porm com pequenas varia-

    es. Aqui entram as srias de TV.

    Primeiro, escolha uma srie que seja engraada e com

    muitos dilogos. Prefira aquelas em que o ingls falado seja

    mais comum e sem regionalismos. Em segundo lugar, escolha

    sries em que os episdios sejam mais curtos, de preferncia

    no mais do que vinte minutos. As sries de TV, sem os inter-

    valos comerciais, variam de vinte a quarenta minutos. Tercei-

    ro, no assista na programao normal da TV, pois sempre

    difcil estar com o tempo livre exatamente no mesmo horrio,

    todos os dias. Imprevistos sempre acontecem. Se puder, com-

    pre uma caixa de uma temporada. O preo j est bem acess-

    vel e sempre existem ofertas.

    A estratgia para assistir aos episdios vai depender de

    cada pessoa. Apenas dois fatores so imprescindveis: regula-

    ridade e repetio. Por regularidade entenda-se assistir srie

    todos os dias. Por repetio entenda-se assistir a um mesmo

    episdios vrias vezes.

    19 http://www.idph.com.br

  • Eu recomendo uma estratgia que consiste em assistir a

    um mesmo episdio trs vezes: a primeira vez, com as legen-

    das em portugus, para podermos entender bem a histria; a

    segunda vez com as legendas em ingls e a terceira, sem le-

    gendas. Passamos ento para o segundo episdio, e assim por

    diante. Ao chegar ao ltimo episdio da srie, voltamos ao pri-

    meiro. Fazer isto por trs vezes gera resultados inacreditveis.

    Se a srie for boa, voc no vai se aborrecer e vai aprender

    muito, sem nem notar que est aprendendo.

    Aps algumas semanas voc notar a incorporao de di-

    versas frases ao seu vocabulrio, sem nem se dar conta disto.

    A sua pronncia ter uma melhoria substancial tambm.

    Em complemento a esta estratgia, voc pode tambm

    baixar da Internet as transcries dos episdios, de forma po-

    der dedicar mais alguns minutos de seu dia ao estudo. As

    transcries so teis para que voc possa identificar e gravar

    expresses idiomticas, construes gramaticais com as quais

    no tenha familiaridade e palavras desconhecidas.

    Ainda uma outra possibilidade, para quem tem facilidade

    de visualizar situaes, se lembrar dos quadros da srie e re-

    petir as falas, em voz alta ou mentalmente. Com o tempo voc

    ser capaz de aproveitar estas situaes em dilogos de seu

    dia a dia, substituindo as palavras por outras mais adequadas

    ao contexto.

    20 http://www.idph.com.br

  • As possibilidades so infinitas, mas se voc no tem tem-

    po, ou no quer pensar muito, limite-se a assistir aos episdi-

    os da forma recomendada.

    A escolha da srie o prximo passo. Eu recomendo for-

    temente a srie Friends. curta, cada episdio dura por volta

    de 22 minutos. Por ter sido encerrada h alguns anos, o box

    sai por algo entre 50 e 60 reais. Extremamente divertida e vi-

    ciante, repleta de dilogos interessantes e os atores falam o

    tempo todo. Se voc comprar as dez temporadas, o preo cai

    ainda mais, para algo em torno de 40 reais. Como hoje tudo

    parcelado em dez vezes, voc desembolsa apenas 40 reais por

    ms, bem mais barato do que um curso de ingls e os resulta-

    dos so equivalentes. s fazer como digo :-) E acredite, voc

    vai querer assistir a todas as temporadas.

    Na mesma linha da srie Friends, tem a srie Two and a

    Half Men, que tambm muito engraada e possui uma dura-

    o curta. Os dilogos no so to ricos, mas d para o gasto.

    No recomendo sries como Lost. Eu adorei a srie, vi to-

    dos os episdios, mas os episdios so muito longos, 40 minu-

    tos, e tem muita ao, ou seja, muitos minutos com gente bri-

    gando, tiros, exploses, etc. E no engraada, voc precisa

    rir para se esquecer que est tentando aprender ingls. E no

    sei se aguentaria assistir um episdio de Lost mais do que

    uma vez.

    Existem muitas outras sries por a, as minhas recomen-

    daes se basearam naquelas que eu assisti, mas a deciso fi-

    21 http://www.idph.com.br

  • nal sua. Voc quem tem que gostar, para no desistir no

    meio.

    Como j disse, aprender ingls assistindo sries de TV

    apenas mais uma estratgia. Uma estratgia muito rica, pois

    voc assiste s situaes que por sua vez lhe do os elementos

    para compreender cada vez mais o vocabulrio, a pronncia e

    outros elementos que compem um idioma. Mas existem ou-

    tras estratgias. Eu aprendi muita coisa de ingls lendo as his-

    torinhas do Charlie Brown, Snoopy e sua turma. Eu tinha

    umas cinco revistas e devo ter lido cada uma delas algumas

    centenas de vezes. Depois de algum tempo sabia todas as his-

    trias de cor, as frases, as situaes, etc. Quando precisava

    conversar com algum em ingls era s buscar uma frase no

    meu repositrio, trocar uma ou outra palavra e parecer inteli-

    gente :-)

    Outra possibilidade, aprender com msica, ouvindo a

    mesma msica diversas vezes. Muita gente aprende ingls

    sem se dar conta e mesmo sem querer, ouvindo suas msicas

    favoritas inmeras vezes. Eu particularmente no gosto, pois

    muitas msicas possuem letras incompreensveis, mas enfim,

    a estratgia sua.

    Para quem f da srie Friends, eu baixei as transcries

    de quase todos os episdios, e gerei arquivos PDF, a partir das

    pginas html, com a ajuda do software htmldoc. Todos estes

    arquivos foram reunidos coloquei um arquivo zipado (17 MB),

    com todos os arquivos, na seo de downloads da Dicas-L.

    22 http://www.idph.com.br

  • Cada temporada est gravada em dois arquivos. Para econo-

    mizar papel de quem for imprimir, eu criei arquivos em que

    coloquei duas pginas por folha, reduzindo pela metade o ta-

    manho do arquivos. Por exemplo, para a stima temporada, o

    arquivo friends-7.pdf, maior, contm uma pgina por folha. J

    o arquivo friends-7-2x1.pdf (metade do tamanho) contm

    duas pginas por folha, no formato paisagem (landscape). As

    pginas foram baixadas do stio TWIZ TV.

    Em linhas gerais, isto. Se voc resolver seguir por este

    caminho, passe por aqui novamente e conte suas experincias

    e as estratgias desenvolvidas para seu aprendizado. A comu-

    nidade agradece.

    23 http://www.idph.com.br

  • 5. 5. AAPRENDENDOPRENDENDO I INGLSNGLS COMCOM S SRIESRIES DEDE TV - P TV - PARTEARTE 2 2 Por Rubens Queiroz de Almeida

    profundando um pouco mais o que foi abordado no

    primeiro artigo sobre o aprendizado da lngua inglesa

    com sries de televiso, gostaria de apresentar mais

    algumas sugestes para aqueles que desejam ir um pouco alm

    em seu aprendizado.

    ALevando em conta a questo primordial, que sempre o

    tempo, o segredo encaixar naqueles minutos ociosos de nos-

    so dia, algumas atividades de estudo. Nossos dias so cheios

    destes pequenos buracos: nas filas de bancos, correios, no ni-

    bus, intervalos comerciais ao assistir televiso, no banheiro e

    por a vai. Na maior parte dos casos no aproveitamos estes

    minutos por julgarmos que o estudo deve ser concentrado e

    criamos barreiras artificiais determinando que devemos estu-

    dar por no mnimo uma hora para que valha a pena. Uma

    hora um nmero redondo e frequentemente adotamos valo-

    res semelhantes ou mltiplos de uma hora.

    Se derrubarmos esta barreira ficaremos surpresos com o

    quanto podemos fazer usando estes pedacinhos de tempo es-

    24 http://www.idph.com.br

  • palhados ao longo do dia. claro que precisamos de uma pa-

    rada de tempos em tempos, mas se voc tornar o seu aprendi-

    zado prazeroso, voc no ter o sentimento de que est des-

    perdiando seu tempo, ao contrrio, passar a ansiar por en-

    contrar estes minutinhos e para divertir/aprender algo.

    Agora voltamos novamente questo das sries de TV.

    Elas devem ser divertidas, mas muito divertidas, para que

    voc possa dar timas e gostosas gargalhadas, e neste proces-

    so, esquecer-se de que est estudando alguma coisa. Para au-

    mentar o tempo de sua exposio srie, ou ao seu aprendiza-

    do de ingls, uma boa alternativa extrair as trilhas de udio

    de seu DVD para ouvir em seu MP3 player. Existem diversas

    alternativas de softwares que fazem esta funo. D um pou-

    quinho de trabalho, mas vale a pena, pois voc ter acesso a

    este material em qualquer lugar, sem precisar de televiso e

    do aparelho de DVD. Os seus minutinhos livres sero provi-

    denciais. Com a transcrio dos episdios, voc poder tirar

    dvidas a respeito de palavras que ouviu e que no conseguiu

    identificar. Ao ouvir o udio dos episdios que j assistiu, voc

    poder recriar mentalmente as cenas, tornando o aprendizado

    ainda mais vvido, til e divertido.

    Nos comentrios do primeiro artigo, os leitores Marcos e

    Thiago Zerbinato sugeriram o stio ESLPOD e China232, para

    aprender ingls com o uso de podcasts. Podcasts so muito in-

    teressantes tambm para que voc aprenda uma nova habili-

    dade ao mesmo tempo em que aprende ingls (ou outro idio-

    25 http://www.idph.com.br

  • ma). Uma pessoa que conheci sempre procurava podcasts nas

    reas que desejava conhecer melhor, como fotografia, por ex-

    emplo.

    Toda estratgia tem suas vantagens e desvantagens e po-

    dem funcionar muito bem para alguns e pessimamente para

    outros. A receita mgica sempre a mesma: divertir-se duran-

    te o processo, constncia e repetio. Se voc conseguir satis-

    fazer estes trs pr-requisitos com sua estratgia, siga em

    frente.

    Todos somos diferentes, possumos formas de aprender

    diferentes. O objetivo destes artigos sempre mostrar um ca-

    minho e valorizar as escolhas pessoais. Nenhuma receita v-

    lida para todos. Veja o caso de escolas tradicionais e as taxas

    de evaso. O aluno abandona a escola, invariavelmente, com

    duas atitudes possveis: ou pensa que pouco inteligente, e

    no tem capacidade de aprender a lngua inglesa, ou ento

    pe a culpa no idioma, no professor. Em ambos os casos sai

    perdendo, pois desistiu de adquirir uma competncia funda-

    mental nos dias de hoje. Pior, se pensa que no inteligente,

    esta postura logo se espalha por todos os aspectos de sua vida.

    Vai comear a pensar que no inteligente o suficiente para

    ter bons relacionamentos, desenvolver novas habilidades, en-

    fim, um caos.

    Eu criei um arquivo com a transcrio de todas as tempo-

    radas da srie Friends. O processo de se fazer isto muito

    simples, e voc pode fazer o mesmo com a sua srie de TV pre-

    26 http://www.idph.com.br

  • ferida. Para aprender como usar este software e como fazer o

    download, leia um tutorial que escrevi sobre o assunto. No

    servidor FTP da empresa desenvolvedora do aplicativo, voc

    pode encontrar os binrios para diversas plataformas

    computacionais.

    Para usurios do ambiente GNU/Linux que entendem

    bem de programao shell, eu preparei um outro arquivo,

    contendo todos os PDFs gerados, as pginas html usadas e os

    scripts que utilizei para criar automaticamente os arquivos.

    Este arquivo est disponvel na seo de downloads da Dicas-

    L. Os programas no foram refinados, foram criados rapida-

    mente para facilitar o trabalho de criao dos arquivos PDF.

    Mas com um pouco de estudo, voc poder adapt-los facil-

    mente para outras finalidades.

    RefernciasDevidify - Extrao de audio de DVDs em sistemas GNU/Linux

    27 http://www.idph.com.br

  • 6. 6. CCOMOOMO ESTUDARESTUDAR AA G GRAMTICARAMTICA DADA L LNGUANGUA I INGLESANGLESA Por Rubens Queiroz de Almeida

    ma pergunta recorrente e que incomoda muita gente.

    Como devo estudar a gramtica da lngua inglesa? A

    resposta, muito simples, : voc no deve estudar a

    gramtica da lngua inglesa. Estudar gramtica muito chato e

    se chato voc vai acabar desistindo. O pior de tudo, que 99%

    do que voc estudar voc vai esquecer no minuto seguinte. O

    problema no com voc, com o projeto de nosso crebro, que

    no foi feito para estas coisas. Tem gente que gosta, nada errado

    com eles, mas se voc pertence aos 99% da humanidade a que

    me refiro, se encontrar um livro de gramtica pela frente, saia

    correndo.

    U

    Existem excees? Sim, se voc for um professor de in-

    gls e tiver um aluno que fique querendo saber o tempo intei-

    ro porque as coisas so do jeito que so. A voc, como profes-

    sor, explica, e o seu aluno, na primeira virada de cabea, es-

    quece. E vai perguntar de novo no dia seguinte, no dia depois

    do dia seguinte, e assim por diante. Um dia ele vai entender e

    assimilar a forma de uso, mas no vai ser por causa das suas

    28 http://www.idph.com.br

  • mltiplas explicaes. Ele vai entender por meio da receita in-

    falvel de aprender qualquer coisa: constncia (todo dia um

    pouquinho), repetio e leitura, muita leitura.

    Mas vamos ento ver uma nova estratgia para aprender

    gramtica sem estudar a gramtica.

    Tomemos uma frase complexa:

    If you hadn't been so rude to me, I wouldn't have hit you on the

    nose.

    Ao e reao, frente a uma situao hipottica. Se voc

    no tivesse sido to rude comigo, eu no teria socado o seu

    nariz. Existe uma regra gramatical que explica qual este

    tempo verbal, se a primeira parte da frase for de um jeito, o

    complemento ter que ser do jeito blah, blah, blah.

    Eu escolhi esta frase de propsito, pois eu tinha uma difi-

    culdade enorme de compor frases neste tempo verbal. Os

    exerccios tradicionais apresentam a primeira parte da frase e

    solicitam que voc complete a segunda parte, ou vice-versa. E

    eu no conseguia. Um belo dia, eu peguei esta frase em um li-

    vro de ingls que usava. O livro, por sinal, era muito engraa-

    do. Ao ver esta frase, eu visualizei a cena, da namorada bri-

    gando com o namorado e socando-o no nariz (para quem no

    sabe, um soco no nariz di muito). A situao, por alguma ra-

    zo, ficou bem marcada na minha mente, e eu nunca mais er-

    rei. O que eu fiz foi memorizar a frase, em conjunto com a vi-

    sualizao da situao, e tambm ouvindo a moa dizer isto.

    Da para a frente, sempre que eu precisava usar este tempo

    29 http://www.idph.com.br

  • verbal, em outro contexto, bastava substituir os verbos e as

    palavras. Por exemplo:

    If you had studied more, you would have passed your exams.

    No falha nunca. Lembram-se dos primeiros dois artigos

    desta srie, sobre aprender ingls assistindo episdios de TV?

    Um passo adicional, que vai dar um grande impulso ao seu

    aprendizado, selecionar, de cada episdio, uma construo

    verbal com a qual voc tenha dificuldade. Voc pode usar as

    transcries dos episdios para lhe ajudar nesta tarefa. Uma

    vez selecionada a construo verbal desejada, passe o filme

    novamente, repetindo algumas vezes a cena, at que voc se

    lembre bem de tudo: da entonao dos atores, de suas expres-

    ses e da frase, claro. Em seguida, tente recriar esta situao

    em sua mente e, se possvel, pense em situaes alternativas

    em que possa usar esta frase, como mostrei acima.

    Mas no complique, nem se proponha a metas irreais,

    como memorizar vinte frases de uma s vez. Ningum, nem

    mesmo a pessoa mais determinada tem tempo ou disposio

    para fazer isto todos dias. Inevitavelmente voc deixar de fa-

    zer isto durante alguns dias, e estar falhando em cumprir

    uma parte importante da receita: a constncia. melhor estu-

    dar um minuto todos os dias do que dez horas em um nico

    dia.

    Lembre-se sempre, o seu dia est cheio de buraquinhos

    de tempo, que voc pode usar para aprender muita coisa.

    Aprenda a valoriz-los.

    30 http://www.idph.com.br

  • Se voc tem uma estratgia para aprender a como usar o

    idioma corretamente, use a seo de comentrios desta pgina

    e compartilhe suas ideias com os leitores desta coluna.

    31 http://www.idph.com.br

  • 7. 7. CCONVERSAOONVERSAO EMEM INGLSINGLS Por Rubens Queiroz de Almeida

    ara toda situao, existe o ideal e o possvel. O ideal

    ter diversas horas de aula por semana, com um profes-

    sor(a) que seja culto(a), inteligente, que fale e, mais

    importante, deixe voc falar.

    PEsta situao ideal bem difcil de se conseguir. Talvez

    voc no tenha este tempo todo. Se tiver o tempo, talvez no

    tenha o dinheiro para pagar pelas aulas de algum to qualifi-

    cado, que ministre aulas agradveis e produtivas. O problema

    que muita gente, por no poder ter a situao ideal, acaba

    desistindo e no faz nada.

    Mas no precisamos ser to radicais. D para ter timos

    resultados com estratgias alternativas, ao alcance de qual-

    quer pessoa. Mas antes de passar para as estratgias, eu vou

    falar um pouco do que deve ser evitado a todo custo.

    O primeiro, corra de professores que te corrigem o tempo

    inteiro. O aprendizado de qualquer coisa passa por quatro eta-

    pas: 1) falar errado sem saber que est errado; 2) falar errado

    32 http://www.idph.com.br

  • e saber que est errado logo depois que falou; 3) falar certo,

    mas no com as melhores palavras; 4) falar certo, com as pa-

    lavras certas. O ideal comear pela etapa 4, mas a m notcia

    que ningum chega na etapa 4 sem passar pelas etapas 1, 2 e

    3.

    Em segundo lugar, se a aula de conversao, fuja de

    professores que falam o tempo todo e no deixam espao para

    mais ningum. Voc s vai aprender a falar falando (falar er-

    rado tambm conta). Eu at abro uma exceo para este tipo

    de professores, se eles ou elas forem fascinantes, inteligentes e

    tiverem muita coisa para contar. Eu j tive um professor assim

    e fascinante ouvir quem tem algo a dizer. Mas em geral isto

    no d certo...

    Vamos ento comear pela etapa 1. Se voc erra e no

    sabe que errou, nesta fase de seu aprendizado voc no preci-

    sa de um professor o tempo inteiro. Voc pode conversar com

    algum to principiante quanto voc. Nesta fase, voc precisa

    apenas falar, o mais que puder, sem parar, e sem ter ningum

    para ficar te corrigindo e impedindo o fluxo de suas ideias Se

    o seu parceiro tambm no sabe nada, voc no vai ter vergo-

    nha de falar, certo?

    O ideal seria voc ter, em paralelo, aulas com um profes-

    sor. Nos primeiros nveis, uma hora ou duas por semana, j

    so suficientes. Esta uma ou duas horas, voc pode comple-

    mentar conversando com um amigo que tenha conhecimento

    equivalente ao seu. Conversar com algum que sabe muito

    33 http://www.idph.com.br

  • mais do que voc pode ser desencorajador, pois voc via ficar

    se cobrando o mesmo nvel de conhecimento. Se voc no

    conseguir ningum para praticar, tambm vale falar sozinho.

    Mas no deixe os outros te verem pois pode complicar a sua

    vida :-) Enfim, falar, falar, falar, sem medo de errar e sem

    medo de ser feliz!

    Mas falar no uma habilidade que se desenvolve inde-

    pendentemente. Falar errado uma parte importante do pro-

    cesso e voc vai se corrigir, gradualmente, expondo-se ao in-

    gls falado corretamente. Isto se consegue atravs de livros,

    das sries de televiso, revistas em quadrinhos, etc. O material

    deve ser de sua escolha e voc deve gostar muito dele. Gradu-

    almente voc ir incorporando sua fala as frases e situaes

    com as quais teve contato a partir destes meios alternativos.

    Este processo de desenvolvimento da fala se d em para-

    lelo com o desenvolvimento das habilidades de leitura e audi-

    o. A leitura fcil de se desenvolver e voc pode carregar os

    livros para onde quiser e aproveitar as janelinhas de tempo

    que se abrem durante o seu dia. Para desenvolver a audio

    podemos contar com os aparelhos de udio portteis, onde

    voc pode gravar o material que quer ouvir.

    Fica at difcil definir o que deve ser feito primeiro. O

    processo de desenvolvimento da habilidade de falar em um

    idioma estrangeiro complexo para se entender, mas simples

    de se desenvolver, desde que abandonemos os nossos precon-

    ceitos e compreendamos o seu processo. Voc vai passar por

    34 http://www.idph.com.br

  • uma fase em que vai achar que no est progredindo, que

    quanto mais estuda menos aprende, e por a vai. Mas se voc

    buscar associar este estudo a coisas que lhe do prazer, voc

    vai chegar l.

    35 http://www.idph.com.br

  • 8. 8. CCOMOOMO DESENVOLVERDESENVOLVER AA COMPREENSOCOMPREENSO DODO INGLSINGLS FALADOFALADO Por Rubens Queiroz de Almeida

    uitos anos atrs, quando eu era professor de in-

    gls, eu recebi a incumbncia de exibir semanal-

    mente um filme em ingls para os alunos. Eram

    os primeiros anos do videocassete, acho que em 1980 ou 1981.

    Os filmes vinham pelo correio de uma videolocadora no Rio de

    Janeiro. As cidades ainda no tinham videolocadoras em cada

    esquina. E os vdeos tambm no tinham legendas. Para enten-

    der alguma coisa, s sabendo falar bem a lngua inglesa. Bem,

    isto a teoria.

    M

    Alm da grande responsabilidade de operar o videocasse-

    te, carssimo, eu tinha que assistir os vdeos. O primeiro filme

    chama-se Sndrome da China, com Jane Fonda. Para a grande

    estreia havia um grande nmero de pessoas, umas cinquenta,

    eu acho. A sala estava cheia. E o filme comeou. No entendi

    quase nada, uma ou outra palavra, aqui e ali. Me lembro de

    ter entendido alguns "Hello", outros "Goodbye", uns "f. you" e

    por ai vai. Era um filme tenso, dava para ver pela expresso

    facial dos atores. Alm do operador de videocassete, eu era

    36 http://www.idph.com.br

  • tambm o professor, cheio de diplomas e que supostamente

    estava entendendo tudo. Eu olhava, despistadamente, para os

    outros alunos e pensava se era s eu que estava boiando.

    claro, eu fazia cara de inteligente. No podia ser desmascara-

    do, o meu ganha-po dependia daquele emprego.

    Na semana seguinte, l estava eu novamente, para exibir

    o filme da semana. Desta vez, a audincia tinha declinado

    consideravelmente. Acho que havia umas dez pessoas por l.

    Novamente, no entendi quase nada do filme, alm dos costu-

    meiros "hello", "goodbye", etc. Da terceira semana em diante,

    somente uma aluna comparecia s sesses. E eu continuava

    sem entender coisa alguma. E ficava meio revoltado de ter que

    perder a minha tarde de sbado, assistindo filmes que eu no

    entendia, e tudo isto para apenas para uma pessoa. Mas o pior

    que eu no podia falar nada, pois supostamente eu estava

    entendendo tudo.

    E esta histria se desenrolou por uns seis meses. Um belo

    dia, ao assistir um filme, acho que deu um click na minha ca-

    bea e entendi o filme inteiro. Bem assim, do nada, a coisa

    mudou. Nem acreditei. Eu nunca teria tido pacincia para as-

    sistir tantos filmes sem entender nada. Ainda bem que fui for-

    ado. Acho que em todos aqueles sbados alguma coisa foi se

    acumulando na minha cabea e sendo processado de alguma

    forma. Ao final do processo, minha compreenso da lngua in-

    glesa falada tinha dado um enorme salto.

    37 http://www.idph.com.br

  • Nos prximos sbados, ao invs de lamentar o tempo

    perdido, passei a esperar ansiosamente pela oportunidade de

    assistir mais um filme. Lembre-se, eram os anos 80 e nin-

    gum tinha videocassete e muito menos filmes para assistir. E

    eu podia desfrutar do privilgio praticamente sozinho. Mas,

    em um outro belo dia, assisti um outro filme em que, nova-

    mente, no entendi nada. Bateu uma baita frustrao. Era um

    filme com o ator Burt Reynolds, sobre caminhoneiros ameri-

    canos. Do Texas. Bom, na poca eu no sabia, mas o ingls fa-

    lado no Texas bastante peculiar. Incompreensvel para os

    no iniciados. S fui saber disto muitos anos mais tarde, em

    uma visita aos EUA, em que encontrei um texano. Para minha

    surpresa, ele podia alternar entre um ingls que eu compreen-

    dia e outro, de sua terra natal, que era impenetrvel.

    Isto serviu para que eu removesse alguns de minhas cren-

    as equivocadas. Uma delas que um dia seremos capazes de

    entender tudo. Mentira. Existem regionalismos, pessoas que

    falam claramente, outras nem tanto. Se voc est assistindo a

    um filme na TV, sua compreenso vai depender da qualidade

    do som da sua TV. No cinema a mesma coisa. Indo mais lon-

    ge, se voc no estiver familiarizado com o assunto sendo dis-

    cutido, voc pode at entender as palavras, mas no consegui-

    r absorver a mensagem. Enfim, existe uma diversidade enor-

    me de fatores que influenciam a sua compreenso do ingls

    falado, no basta apenas conhecer o idioma. Eu sempre digo,

    para entender e falar bem um idioma estrangeiro, devemos

    conhecer bem o nosso prprio idioma. Ler muito, mesmo em

    38 http://www.idph.com.br

  • portugus, vai lhe ajudar a aprender mais facilmente qualquer

    outra lngua.

    O mais curioso, entretanto, que nos impomos metas ir-

    reais em nosso aprendizado de uma lngua estrangeira. Igno-

    ramos o fato de que em nosso prprio idioma encontramos as

    limitaes de que falei anteriormente, mas no nos damos

    conta disto. Temos dificuldade para entender algumas pessoas

    falando portugus, vamos ao cinema e no entendemos tudo

    do filme, a mesma coisa s vezes acontece quando assistimos

    TV. Mas no nos importamos. Se por outro lado, isto acontece

    quando estamos assistindo a um filme em ingls, e no enten-

    demos, ficamos frustrados e pensamos que no temos habili-

    dade para aprender lnguas. Nos recusamos a ficar felizes em

    vista do que conseguimos entender, temos a eterna e maldita

    tendncia a olhar para o lado errado, para o que no consegui-

    mos fazer.

    Mas tudo to simples e fcil, s adotarmos uma postu-

    ra correta. Hoje, depois de mais de trinta anos envolvido com

    o aprendizado e o ensino de idiomas, no posso dizer que te-

    nho uma compreenso plena de tudo que ouo, pois isto im-

    possvel, at para nativos do idioma. Mas aprendi que cada

    dia um aprendizado novo, e este processo nunca vai se en-

    cerrar. Todas as lnguas mudam, a forma de se falar muda, pa-

    lavras novas aparecem e as pessoas falam de forma diferente.

    Se conseguirmos tomar conscincia deste processo e passar-

    mos a nos alegrar genuinamente com nossas conquistas e en-

    39 http://www.idph.com.br

  • cararmos naturalmente nossas dificuldades, o aprendizado

    ser mais rpido, mais prazeroso e muito mais divertido.

    40 http://www.idph.com.br

  • 9. 9. CCOMOOMO APRENDERAPRENDER INGLSINGLS COMCOM RECURSOSRECURSOS DADA I INTERNETNTERNET Por Rubens Queiroz de Almeida

    Internet possui uma infinidade de recursos e excelen-

    tes sites que permitem que qualquer um aprenda a

    lngua inglesa com muita qualidade. Se 20 anos atrs,

    a nica forma de se ouvir a lngua inglesa era atravs de rdios

    de ondas curtas que conseguiam captar as transmisses da BBC

    inglesa, hoje a quantidade e diversidade de material estontean-

    te.

    A

    Esta quantidade de material pode ser uma beno ou

    uma maldio. Qualquer tipo de estudo ou atividade humana

    precisa de mtodo e constncia. Mais vale cinco minutos di-

    rios de uma atividade bem planejada e executada diariamente,

    do que bailar por horas por diversos sites na Web que ensi-

    nam ingls. Desta forma o conhecimento no se consolida e o

    resultado provvel que a pessoa, aps algum tempo, desista

    de seus estudos.

    Dominar um idioma com competncia requer o domnio

    de quatro habilidades: ler, escrever, falar e ouvir. Com isto em

    mente, procure recursos que possam lhe ajudar a desenvolver

    41 http://www.idph.com.br

  • estas habilidades. O tempo gasto em cada uma delas no pre-

    cisa, e provavelmente nem pode, ser igual. Invista mais tempo

    na habilidade que for mais importante para voc. Se voc pre-

    cisa de ler documentao tcnica, invista mais tempo na leitu-

    ra. Se voc quer trabalhar como guia turstico, invista mais

    tempo desenvolvendo sua habilidade de audio e conversa-

    o. Escrever bem j um pouco mais complicado. Para escre-

    ver bem a pessoa deve ser capaz de ordenar bem suas ideias e,

    claro, precisa ter ideias Para ter ideias preciso ler, e muito.

    No precisa ler em ingls, a leitura de bons textos, em seu idi-

    oma nativo, ajuda muito. Para escrever bem eu recomendo

    que a pessoa estabelea metas de leitura em portugus, algo

    como um ou dois livros por ms, para em seguida passar a ler

    textos em ingls. Quanto mais a pessoa l, mais conhecimento

    adquire, mais ideias, e por incrvel que parea, fica mais fcil

    entender textos em outro idioma, pois sua capacidade de com-

    preenso se amplia. Eu considero que a leitura a habilidade

    base, a partir da qual todas as outras se desenvolvem.

    Antes de sair procurando sites na Internet, faa um in-

    ventrio pessoal. Qual habilidade mais importante para o

    seu projeto pessoal? De quanto tempo voc dispe para estu-

    dar? Quais benefcios, em termos pessoais e profissionais,

    voc conseguir com o domnio da lngua inglesa? Esta avalia-

    o extremamente importante, pois ser atravs destes da-

    dos que voc conseguir a motivao para seguir em frente.

    42 http://www.idph.com.br

  • Com relao ao tempo que voc pode dedicar, leve em

    considerao que no necessrio se comprometer com uma,

    duas, trs ou mais horas de estudo por dia. No estabelea

    metas irreais, pois certamente no sero cumpridas. Qual o

    tempo ideal? No existe. Se voc tiver apenas um minuto por

    dia, est timo. O importante que este minuto seja usado,

    todos os dias, para os seus estudos, seguindo a sua prioridade

    de aprendizado (ler, escrever, falar ou ouvir?). Lembre-se

    sempre, se voc no comear hoje, porque a tarefa parece

    grande, lembre-se de que o tempo no para, e se voc no fi-

    zer nada, daqui a dez, vinte anos, estar exatamente no mes-

    mo lugar em que se encontra hoje.

    Vamos agora falar dos sites. claro que estas recomenda-

    es no contemplam todas as possibilidades, e pode ser que

    eu esteja fazendo omisses graves. O importante, entretanto,

    no esta recomendao, mas o mtodo. Se voc tiver suges-

    tes adicionais, sinta-se a vontade para publicar seus comen-

    trios ao final desta mensagem. Vamos l ento:

    Livemocha - Neste stio, voc pode aprender uma grande

    quantidade de idiomas, de forma colaborativa. Voc ensina

    a algum o idioma que conhece bem, e aprende com outra

    pessoa o idioma que quer aprender. Alm desta possibilida-

    de de interao, com nativos de outros idiomas, o stio ofe-

    rece tambm lies que voc pode fazer diretamente no s-

    tio. Voc pode aprender ingls ao mesmo tempo em que

    pode fazer amizade com pessoas de todo o mundo.

    43 http://www.idph.com.br

  • Yappr.com - O Yappr foca em contedo de vdeo. Os vde-

    os so legendados e voc tem a oportunidade de desenvol-

    ver sua compreenso do ingls falado. Da mesma forma que

    o Livemocha, existem outras atividades que voc pode de-

    senvolver. Existe uma modalidade paga, mas o custo bem

    baixo em comparao com cursos de ingls tradicionais.

    EnglishExperts - Este stio mantido por brasileiros e

    contm uma infinidade de dicas, lies, recomendaes e

    muito mais, para o aprendizado da lngua inglesa.

    BBC Brasil - A BBC oferece diversos cursos de idiomas,

    tambm usando diversas metodologias, como vdeos e li-

    es enviadas por email.

    Lista Eletrnica EFR - Esta lista, mantida por mim,

    hospedada no servio de Grupos do Yahoo. Todos os dias

    uma mensagem enviada, contendo um texto, citao ou

    piada em ingls com o vocabulrio comentado. O cadastra-

    mento nesta lista gratuito e o acesso ao material j publi-

    cado pode ser visualizado no stio Aprendendo Ingls. A fi-

    nalidade principal ajudar a pessoa a ampliar seu vocabul-

    rio e o conhecimento das estruturas da lngua inglesa. O

    mesmo material pode ser usado para outras finalidades. Por

    exemplo, a pessoa pode memorizar a piada e praticar sua

    fala contando a piada para outros, memorizando estruturas

    que no conhece bem e tentando us-las em contextos dife-

    rentes. Existe uma verso paralela em que, juntamente com

    o texto escrito, o assinante recebe em anexo um arquivo

    44 http://www.idph.com.br

  • mp3 contendo a gravao da mensagem. Saiba mais sobre

    esta opo.

    Stio Instituto de Desenvolvimento do Potencial -

    Este stio, mantido pelo Prof. Walther Hermann e por mim,

    tem um objetivo mais amplo, que o estudo de tcnicas

    para ampliar o potencial das pessoas, atravs de diversas

    tcnicas, como por exemplo a Programao Neuro-Lingus-

    tica. Para idiomas, vale a pena ler os artigos do Boletim

    Nova Educao.

    Resumindo o que foi dito, importante ter foco e mtodo.

    Escolha dentre os sites sugeridos ou outros que melhor lhe

    convenham, e pratique, de preferncia todos os dias, mesmo

    que seja por apenas um minuto. Monte seu menu e mante-

    nha-se fiel a ele. Muita variedade ir consumir o seu tempo e

    voc no alcanar o resultado desejado. Finalmente, faa

    aquilo que lhe der prazer e satisfao. Quanto mais complica-

    da for sua estratgia, piores sero os resultados. No tenha re-

    morso de fazer pouco. Um pouco todos os dias significa muito

    no final dos meses e dos anos. Nada todos os dias sempre vai

    ser nada.

    Boa sorte em seus estudos.

    45 http://www.idph.com.br

  • 10. 10. CCOMOOMO L LERER Por Rubens Queiroz de Almeida

    u costumo recomendar que a velocidade da leitura

    deve estar em razo inversa com a nossa compreenso

    do que estamos lendo. EEm outras palavras, quanto menos entendermos, mais

    rpido devemos ler.

    Esta uma recomendao frequentemente encarada com

    desconfiana. Mas como, devemos ler mais rpido se no en-

    tendermos bem o texto? Exatamente. Agora deixem-me expli-

    car a razo desta orientao.

    Quando no estamos entendendo algo que lemos,fre-

    quentemente reduzimos a nossa velocidade de leitura, abri-

    mos mais os olhos, no piscamos, contramos os ombros, tudo

    no intuito de prestar mais ateno.

    Ao reduzirmos a nossa velocidade de leitura estamos for-

    necendo ao nosso crebro uma quantidade de informao in-

    ferior que capaz de processar. A tendncia natural diva-

    garmos e comearmos a pensar em outras coisas. Este um

    46 http://www.idph.com.br

  • processo que no podemos controlar. Tente no pensar em al-

    guma coisa, por exemplo, o Po de Acar no Rio de Janeiro.

    Conseguiu? Certamente que no.

    As nossas tentativas de focar a ateno reduzindo a velo-

    cidade raramente produzem resultados. Ao lermos mais deva-

    gar perdemos a viso do todo. Impedimos o nosso crebro de

    ativar os conhecimentos relacionados, que adquirimos de di-

    versas formas ao longo de nossa vida. Este conhecimento pr-

    vio nos ajudar a esclarecer os conceitos contidos no texto que

    estamos lendo.

    Apenas quem voa em um avio consegue ver os contornos

    de uma cidade. Dificilmente quem vive olhando para o cho

    conseguir obter uma viso mais ampla.

    Abrir mais os olhos no aumenta a nossa capacidade de

    viso. Muito pelo contrrio. Estas atitudes podem inclusive

    conduzir a uma deteriorao dos rgos visuais (ver refernci-

    as) Nossos olhos so capazes de focar a ateno apenas em pe-

    quenas reas. A viso mais ampla obtida atravs de uma

    contnua movimentao dos olhos. Olhar fixamente para algo,

    sem piscar, priva os olhos de mecanismos naturais de prote-

    o e funcionamento. Ao piscarmos menos privamos os olhos

    da lubrificao de que tanto necessitam.

    Todos estes fatores conduzem a uma situao de estresse

    e cansao, e mais do que tudo, nos priva do prazer que toda

    experincia de aprendizado deve trazer consigo. Dificilmente

    algum conseguir se envolver por perodos prolongados de

    47 http://www.idph.com.br

  • tempo estudando algo que lhe traz tanto desprazer. A compre-

    enso de informao nova depende de diversos fatores. O co-

    nhecimento prvio do assunto melhora a nossa compreenso

    de textos novos atravs do estabelecimento de relaes entre o

    novo e o velho.

    Ler mais rpido nos impede de adotar estas posturas des-

    gastantes e danosas nossa sade e nos permite ver o assunto

    de forma mais ampla.

    Leituras subsequentes vo nos fornecer mais e mais ind-

    cios que nos permitiro alcanar gradativamente uma melhor

    compreenso. Ao lermos textos em outro idioma (e mesmo

    em nosso idioma nativo), dificilmente obtemos uma compre-

    enso integral. Esta compreenso integral raras vezes tambm

    necessria. Ao lermos algo sempre temos um objetivo em

    mente. A medida do sucesso no a compreenso integral,

    palavra a palavra, mas sim conseguirmos obter do texto as in-

    formaes que necessitamos. Se entendermos apenas 10% de

    um texto, mas mesmo assim conseguirmos obter a informao

    que buscamos, o sucesso total.

    Nunca devemos tambm nos esquecer que o aprendizado

    de um idioma um processo. Se a nossa forma de estudo te-

    diosa, dolorosa e sem atrativos, dificilmente conseguiremos

    prosseguir.

    Neste processo de aprendizado devemos fazer algo TO-

    DOS os dias, mesmo que por apenas alguns minutos. O tempo

    passa, e cada vez mais rpido. Mesmo que estudemos apenas

    48 http://www.idph.com.br

  • cinco minutos por dia, ao final de um ano os resultados so

    bastante palpveis. Se no fizermos nada no teremos chega-

    do a lugar nenhum e o ano ter se passado da mesma forma.

    Lembre-se sempre destes pontos. E se no estiver enten-

    dendo muito bem, leia mais rpido.

    49 http://www.idph.com.br

  • 11. 11. O PO PRAZERRAZER DADA L LEITURAEITURA Por Rubens Queiroz de Almeida

    leitura para mim sempre foi algo mgico. Mesmo an-

    tes de saber ler, folheava revistas em quadrinhos,

    montando as histrias na minha cabea e sempre que

    conseguia achar algum paciente o suficiente, pedia que lessem

    as histrias para mim. Admirava, com inveja, quem j sabia ler,

    louco de vontade de ir para a escola e aprender o significado da-

    quelas letrinhas enigmticas.

    A

    Aprender a ler foi para mim uma libertao. No mais de-

    pendia de ningum para entrar em outros mundos, aprender,

    conhecer o mundo. Com o auxlio dos livros e da minha imagi-

    nao, conseguia ir onde queria.

    Uma das lembranas mais vvidas que tenho de minha in-

    fncia, aos seis anos, logo aps aprender a ler, de uma tarde

    que passei, no quarto de meus pais, lendo o livro Reinaes

    de Narizinho, de Monteiro Lobato.

    Eu me sentia como se estivesse vivendo todas aquelas si-

    tuaes fantsticas, visualizando as aventuras da turma toda

    50 http://www.idph.com.br

  • do Monteiro Lobato. O Visconde de Sabugosa, Pedrinho, Na-

    rizinho, Emlia, e todos os demais.

    Eu literalmente me transportei para aquele mundo, ou-

    vindo os dilogos, vendo as cenas, ficando alegre, triste e at

    mesmo, na inocncia da minha infncia, exasperado por no

    poder interferir diretamente na histria.

    O que realmente ficou daquela tarde, algo que nunca me

    esqueo, foi a intensidade de meu envolvimento naquela expe-

    rincia.

    Li tudo que podia do Monteiro Lobato, que sempre me

    encantou em tudo que fez. Na minha adolescncia conheci

    rico Verssimo, Victor Hugo, Jos de Alencar, Robert A.

    Heinlein (o melhor autor de fico cientfica) e muitos, muitos

    outros.

    Muitos anos mais tarde, em minha adolescncia, continu-

    ava um leitor voraz. Ficar sem ler alguma coisa, qualquer coi-

    sa que fosse, era para mim uma tortura. Estava sempre que-

    rendo aprender alguma coisa, ou lendo ou conversando com

    os mais velhos, que me empolgavam com suas histrias e suas

    experincias.

    Uma coisa entretanto me incomodava muito. No me re-

    cordava em detalhes do que lia e julgava que, por no absor-

    ver os detalhes, a minha leitura era intil.

    Tentei ento corrigir o que julgava ser um enorme proble-

    ma. Prometi a mim mesmo passar a ler com muita ateno

    para no jogar fora o meu tempo. Julgava ento, que para po-

    51 http://www.idph.com.br

  • der entender melhor o que lia, devia ler devagar, relendo tudo

    o que no compreendesse 100%.

    Com esta receita na cabea eu tentei. Mas foi um inferno.

    Ler desta forma extremamente chato. Na poca pensei que o

    problema era comigo, que nunca conseguiria ler algo com um

    nvel de reteno adequado. O prazer virou tortura. Deveria

    continuar perdendo o meu tempo lendo tudo superficialmen-

    te? Valeria a pena?

    Desestimulado, parei de ler com a voracidade de costu-

    me. Praticamente parei. Mas no por muito tempo. Felizmen-

    te, para mim, a leitura uma necessidade bsica. Voltei ento

    a ler da forma que gostava, no ritmo que me convinha.

    Para que me privar de uma experincia to agradvel?

    Tudo bem, eu julgava que havia algo errado com a maneira

    como lia, mas se era algo que me fazia bem, por que ento de-

    sistir?

    Decidi aceitar o que eu, naquela poca percebia como li-

    mitao, e seguir em frente com as minhas leituras irregula-

    res, sem mtodo, e muito prazerosas. Se os resultados no so

    palpveis, tudo bem. Eu gosto e pronto.

    Esta era a minha percepo aos vinte anos. Entretanto,

    hoje eu percebo o quanto estava errado. Mesmo a minha leitu-

    ra errtica e desorganizada construiu uma base de conheci-

    mentos que me do hoje os fundamentos para poder pensar

    com mais clareza e ter facilidade de expresso. Com a leitura

    construmos referenciais, pontos de apoio, que por sua vez,

    52 http://www.idph.com.br

  • nos auxiliam a assimilar conhecimento mais facilmente. um

    campo que vamos fertilizando devagar onde, com o passar dos

    tempos, as ideias crescem mais facilmente.

    Acho que ao longo de todos estes anos, tudo o que eu li

    foi encontrando um lugar dentro da minha mente e toda esta

    informao, de uma forma ou de outra, foi se recombinando,

    me auxiliando a formar uma viso de mundo e facilitando a

    minha compreenso de muitas coisas. Algum cientista certa-

    mente j deve ter uma explicao aceitvel para este fenme-

    no, mas a minha viso certamente mais simples.

    claro que no estou inferindo que a leitura metdica e

    organizada est errada. De forma alguma. O que quero dizer

    que somos todos diferentes e cada um de ns possui formas

    peculiares de se relacionar e interagir com o mundo. Alguns

    s derivam prazer da leitura pausada, anotando os pontos in-

    teressantes. Outros, como eu, gostam de ler muito, sem aten-

    o para o detalhe. Possivelmente no existam duas pessoas

    iguais no tocante a este aspecto. E certamente no existe nada

    errado com isto.

    A nossa sociedade sempre ter um modismo do momen-

    to, determinando a melhor maneira de se fazer alguma coisa.

    Os que estiverem fora da corrente sempre sero, de uma for-

    ma ou de outra, forados a seguir o fluxo comum, o que sem-

    pre gera sofrimento para os que so diferentes. A histria, en-

    tretanto, nos ensina que tudo muda. Os pintores mais famo-

    sos e aceitos pela sociedade no tempo de Van Gogh hoje so

    53 http://www.idph.com.br

  • quase que inteiramente desconhecidos. O trabalho do prprio

    Van Gogh era ridicularizado, chegando ao ponto em que ele

    nem mesmo conseguia dar suas obras como presente. Nin-

    gum aceitava e quando aceitava escondia bem escondido de-

    vido ao ridculo associado com aqueles quadros to vibrantes

    e coloridos. No preciso continuar, pois o final da histria to-

    dos conhecemos.

    Retornando ao tema da leitura, em minhas aulas de in-

    gls instrumental, sempre fiz questo de oferecer a maior di-

    versidade possvel de ttulos. Insistia sempre com meus alu-

    nos que a concepo de que, uma vez iniciado um livro deve-

    mos ir at o final, uma completa idiotice. Gastar o pouco

    tempo que temos lendo algo que no nos d prazer , alm de

    uma enorme perda de tempo, uma tremenda burrice.

    No existe nada de errado na diversidade. No se apresse

    em julgar que a forma como voc faz algo est errada. Quem

    est certo hoje pode estar errado amanh. S o tempo dir o

    que certo ou errado. O grande juiz voc. Mas no se esque-

    a, leia muito e leia o que voc gosta.

    54 http://www.idph.com.br

  • 12. 12. O O BVIOBVIO Por Rubens Queiroz de Almeida

    m um de meus artigos, publicados no boletim Nova

    Educao, um leitor reclamou de que eu havia escrito

    o bvio. ENa verdade eu sempre tenho esta sensao incmoda, de

    estar sempre escrevendo o bvio, coisas que muitos j disse-

    ram antes de mim. Entretanto, algo que pude constatar ao

    longo dos anos, que o que bvio para alguns nem sempre o

    para muitos.

    Mesmo na rea de informtica, em que trabalho, o pensar

    de que algo bvio e no deve ser comentado j trouxe muitos

    problemas. O que considerado bvio por um especialista di-

    ficilmente receber a mesma avaliao por parte de um inici-

    ante.

    Muitos anos atrs, quando eu estava comeando em mi-

    nha carreira de informtica, ns montamos uma lista de dis-

    cusso pela Internet para que pudssemos compartilhar infor-

    maes sobre administrao de redes de computadores. A

    55 http://www.idph.com.br

  • maioria de ns era iniciante e estvamos vidos por comparti-

    lhar ideias e nos ajudar em nossos problemas do dia a dia. Um

    dos assinantes, todavia, era um profundo conhecedor do as-

    sunto. Praticamente todas as nossas dvidas eram "idiotas" no

    seu ponto de vista e ele no hesitava em nos dizer isto, de for-

    ma nem sempre muito educada. Em poucos dias a nossa lista,

    que tinha por objetivo ser um espao amigvel para troca de

    ideias, se converteu em um deserto, onde ningum se arrisca-

    va a falar. Se falasse, possivelmente estaria expressando uma

    "obviedade" e sendo claramente rotulado de idiota ou algo

    pior pelo nosso especialista. No preciso dizer que a lista mor-

    reu e cada um foi cuidar da sua vida. Ningum mais teve cora-

    gem de falar nada, ao menos naquela lista.

    A forma como aprendi ingls, por exemplo. Eu descobri a

    maior parte das minhas tcnicas sozinho. Ningum nunca me

    orientou sobre como estudar. Para mim estas estratgias fun-

    cionaram muito bem, com timos resultados. Mais tarde, ao

    pesquisar em diversos livros, em busca de fundamentao te-

    rica para escrever sobre o assunto e tambm para dar aulas,

    descobri que a maior parte das minhas estratgias eram am-

    plamente conhecidas. S que ningum me contou e eu no sa-

    bia, quando era estudante, onde procurar. Se eu soubesse pos-

    sivelmente poderia economizar muito tempo em meus estu-

    dos e aprender mais rpido.

    Muito embora as ideias que descobri eram, em sua maior

    parte, amplamente conhecidas, me dei ao trabalho de docu-

    56 http://www.idph.com.br

  • ment-las em meus livros e nos artigos do boletim Nova Edu-

    cao. Cada pessoa diferente e a maneira como aplica regras

    amplamente conhecidas tambm ser diferente. A forma

    como nos expressamos, pode ser mais didtica por ter uma

    maior afinidade com a experincia de vida do leitor. A mesma

    ideia ou processo, quando apresentada por pessoas diferentes

    poder ter um impacto tambm completamente diferente.

    Outro fato interessante. Escrevi um livro chamado As

    Palavras Mais Comuns da Lngua Inglesa, onde exponho uma

    metodologia para o ensino da leitura da lngua inglesa. Certa

    vez encontrei um leitor do meu livro super entusiasmado. Ele

    havia conseguido aprender a ler ingls muito rapidamente

    usando o meu livro. Quando ele me contou como usou o meu

    mtodo, eu vi que, a partir das minhas ideias, ele havia cons-

    trudo uma metodologia inteiramente sua, com excelentes re-

    sultados. O meu livro foi apenas uma centelha que desencade-

    ou um processo de aprendizado prprio que refletiu a vivncia

    daquele leitor em particular. Como sempre digo em minhas

    aulas, o que ensino no deve ser tomado ao p da letra. O que

    conta, antes de mais nada, a experincia de vida de cada pes-

    soa. Receitas prontas raramente funcionam.

    O que realmente acontece que um livro ou um artigo ou

    uma ideia, na verdade so muito mais. Cada leitor cria a sua

    verso do que l. Um escritor no escreve apenas um livro,

    mas tantos livros quantos forem os seus leitores.

    57 http://www.idph.com.br

  • Por todas estas razes, admito sinceramente que no te-

    nho nenhuma vergonha de escrever o bvio. Certamente para

    algumas das pessoas que lerem meus artigos, a minha obvie-

    dade certamente poder fazer diferena. Alm do mais, gosto

    muito de compartilhar minhas descobertas e fico mais feliz

    ainda quando descubro que a minha experincia pode ser til

    a algum. No me agrada a ideia de ir para o tmulo com to-

    das as minhas experincias guardadas dentro da minha cabe-

    a.

    Vivemos hoje em uma era em que a comunicao instan-

    tnea, com milhares ou mesmo milhes de pessoas uma rea-

    lidade. As ideias trafegam com mais rapidez e so tambm

    aperfeioadas na mesma velocidade. Por isto, no tenha receio

    de escrever o bvio ou mesmo de perguntar o bvio. As suas

    ideias podero ser adotadas por outras pessoas e crescer, ser

    aperfeioadas, ficar mais bonitas e quem sabe, ajudar muita

    gente.

    Certamente sempre existiro "especialistas" que iro ridi-

    cularizar o seu conhecimento, mas para cada uma destas pes-

    soas negativas existem outras muitas que tero um enorme

    prazer em oferecer ajuda generosamente.

    Relembrando, George Bernard Shaw disse uma vez:

    Se voc tem uma maa e eu tenho uma maa e ns trocamos

    nossas maas, ento eu e voc ainda teremos uma maa. Mas se

    voc tem uma ideia e eu tenho uma ideia e ns trocamos estas

    ideias, ento cada um de ns ter duas ideias3

    3 If you have an apple and I have an apple and we exchange apples then you and I will still each have one

    58 http://www.idph.com.br

  • Continuando nesta linha, algum que j no me lembro,

    disse tambm que o conhecimento a nica coisa, que quanto

    mais compartilhado, mais cresce.

    Portanto, vou continuar escrevendo sobre o bvio, per-

    guntando o bvio e respondendo sobre o bvio com a maior

    boa vontade.

    apple. But if you have an idea and I have an idea and we exchange these ideas, then each of us will have two ideas.

    59 http://www.idph.com.br

  • 13. 13. FFCILCIL EE D DIFCILIFCIL Por Rubens Queiroz de Almeida

    palavra "difcil" traz consigo uma conotao extrema-

    mente negativa. Como significados agregados pensa-

    mos em fracasso, incapacidade, incompetncia, e por

    a vai.

    AEu evito sempre que possvel usar esta palavra. Por exem-

    plo, em minhas aulas de leitura em ingls, eu sempre digo que

    no existe texto fcil ou difcil, apenas textos para os quais j

    estamos preparados e outros que vo nos exigir um pouco

    mais de estudo.

    Certa ocasio, em uma aula de leitura, apresentei aos alu-

    nos um texto sobre informtica, que eu achava fascinante. O

    texto fazia diversas especulaes sobre o nosso futuro e como

    a tecnologia da informao iria moldar este futuro. O texto foi

    um fracasso completo. Todos reclamaram que era muito com-

    plexo, pouco interessante. Um verdadeiro desastre.

    J em outra aula, o texto tratava da histria do futebol no

    Brasil, como surgiu, como chegou at ns, as nossas conquis-

    60 http://www.idph.com.br

  • tas no futebol. A receptividade para este texto foi totalmente

    diferente daquela recebida pelo texto de informtica. Em ter-

    mos de complexidade eu diria que os dois se equivaliam. O

    grande diferencial foi a informao prvia sobre o assunto que

    os alunos possuam. De informtica no sabiam quase nada,

    j de futebol ...

    Rotular algo de difcil, principalmente no ensino de idio-

    mas, algo que mina a auto-estima. Vejam os exemplos aci-

    ma. Os dois textos, exceo de alguns termos especficos

    rea de futebol e informtica, possuam uma complexidade

    semelhante. A diferena que a quantidade de informao

    que possumos antes de ler o material um fator determinan-

    te para sua melhor compreenso. Ao selecionar o texto sobre

    informtica no pensei que os alunos no possuam a mesma

    familiaridade e interesse sobre o assunto que eu. O texto era

    timo mas, ao que parece, s para mim. Dificilmente algum

    pensar que este o problema. Pensar que no entende de

    ingls, que no consegue aprender, etc.

    O que eu quero dizer que no h nada fcil ou difcil.

    Existem coisas para as quais estamos preparados e outras

    para as quais precisamos investir um pouco mais de tempo.

    Fazer um julgamento sobre a competncia ou falta dela para

    resolver determinado problema baseando-nos apenas em um

    primeiro contato algo totalmente equivocado.

    A nossa capacidade de reter conhecimentos tanto maior

    quanto maior for o nosso conhecimento do mundo. Toda in-

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  • formao nova que recebemos precisa fazer sentido para ns.

    No somos computadores, que armazenam informaes des-

    conexas, que no se relacionam com nada. Uma tcnica co-

    mum de memorizao de nomes consiste em associar as fei-

    es ou alguma caracterstica peculiar da pessoa a que somos

    apresentados a algo que faa sentido para ns. Desta forma

    uma informao leva a outra. Associamos o novo, a pessoa

    que conhecemos, com algo que faa sentido para ns.

    Para desenvolver a habilidade de leitura em ingls im-

    portante que a pessoa leia bastante em seu idioma natal. Esta

    afirmao, quando feita em sala de aula, sempre suscita uma

    grande dose de curiosidade e suspeita. Como podemos melho-

    rar a habilidade de leitura em um idioma lendo em outro?

    Na verdade, ao ler, estamos apenas aumentando o nosso

    conhecimento do mundo, criando novos referenciais onde in-

    formaes novas podem se encaixar.

    Na escola os professores nos ensinam que devemos ler

    um texto no mnimo duas vezes: a primeira vez para obter

    uma impresso geral e a segunda vez para obter uma viso

    mais aprofundada. Na verdade o que ocorre que, quando le-

    mos o texto pela primeira vez, grande parte das informaes

    que possumos subconscientemente sobre o assunto so trazi-

    das tona. Por isto que a segunda leitura bem mais fcil que

    a primeira.

    Na verdade no lemos com os olhos e sim com o crebro.

    Mesmo que uma palavra esteja incorreta, frequentemente no

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  • notamos o erro. Se encontramos a palavra "Naboleo", dificil-

    mente notaremos a troca das letras. Estudos demonstram

    que, se em nossa leitura, identificssemos primeiro a forma

    das letras, para depois formar as palavras e em seguida as

    sentenas, no conseguiramos ler mais do que 60 palavras

    por minuto. A taxa mdia de leitura de 150 palavras por mi-

    nuto, e existem pessoas que conseguem ler muito mais rpido

    do que isto empregando tcnicas de leitura dinmica.

    Na verdade o que ocorre que nosso crebro, a partir de

    algumas informaes visuais, fornece o restante do contexto.

    Desta forma podemos ver que o nosso conhecimento prvio

    de determinado assunto pode contribuir para que absorvamos

    a informao com maior velocidade e facilidade.

    Embora eu tenha empregado um exemplo tirado de mi-

    nha experincia como professor de idiomas, esta abordagem

    do que fcil ou difcil pode ser aplicada nos mais diversos as-

    pectos de nossa vida.

    Resumindo, o fcil ou o difcil muitas vezes no um pro-

    blema conosco, uma limitao, e sim uma indicao de nosso

    preparo para lidar com determinadas situaes. O difcil um

    ponto final. Est acabado. O preparo um processo, um dia

    chegamos l. Nunca diga que algo difcil. Diga: ainda no te-

    nho toda a informao ou capacitao necessria, ainda no

    estou suficientemente preparado (mas estarei um dia). Voc

    vai ver a diferena.

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  • 14. 14. EENXERGANDONXERGANDO OO I INVISVELNVISVEL Por Rubens Queiroz de Almeida

    uitos anos atrs, eu comprei um Dodge Polara, fa-

    bricado pela Chrysler. O carro, mais conhecido

    como "doginho", era bastante confortvel. Pelo

    fato da Chrysler ter encerrado suas operaes no Brasil, o carro

    no era mais fabricado e existiam muito poucos modelos deste

    tipo circulando pelas ruas. Era muito difcil vermos estes carros.

    MIncrivelmente, depois que eu comprei o doginho, passei a

    ver modelos iguais por todos os lados. Parecia que eles haviam

    brotado das profundezas. Como possvel?

    No existe nada de estranho nisto. Ns recebemos muito

    mais estmulos visuais do que somos capazes de processar. Eu

    no enxergava os doginho porque eles simplesmente no ti-

    nham relevncia em nenhum aspecto da minha vida. Quando

    comprei um tudo mudou. O carro passou a fazer parte da mi-

    nha vida, e desta forma, passei a not-lo.

    Como professor, habituei-me a buscar em meus alunos

    sinais que indicassem a efetividade de minha comunicao.

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  • Cansao, aborrecimento, resistncia, antagonismo, e muitas

    outras emoes, so expressas de maneira muito clara. So si-

    nais que o professor deve estar constantemente buscando,

    para que possa adequar seus mtodos e conseguir estabelecer

    uma comunicao mais adequada com seus alunos.

    Pessoas no ligadas ao ensino (e at mesmo muitos pro-

    fessores) so em muitos casos alheios a estas manifestaes.

    Eu tive a sorte de perceber, muitos anos atrs, a importncia

    de entender estes sinais, e me dediquei de corpo e alma a este

    aprendizado.

    Muitos acreditam que a criatividade um dom divino. Ou

    temos ou no temos. Surpreendemo-nos com solues geniais

    para diversos problemas que simplesmente parecem brotar do

    nada. Idolatramos os criativos e nos lamentamos por no ser

    como eles, ou ainda, por no termos sido contemplados com

    tal ddiva dos cus.

    Os dois exemplos que citei anteriormente servem para

    mostrar que a nossa percepo pode ser d