aprendizagem-140625080512-phpapp02.pdf

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    TEORIAS PROCESSOS E FACTORES DE

    APRENDIZAGEM

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    No se aprende, Senhor,

    na fantasia.

    Sonhando, imaginando ou estudando.

    Seno vendo, tratando e pelejando.

    (Cames, Os Lusadas, canto X, Estrofe 153)

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    Cada pessoa sabe perfeitamente que se pode aprender sempre e em

    vrios contextos, e que esta actividade estranha no se deixa confinar

    aos contextos e lugares para os quais habitualmente remetida.

    Meirieu

    A natureza do processo de aprendizagem tem acompanhado Homem

    e este tem-se interrogado sobre a natureza deste processo. Ora, se o

    formador deve surgir no mbito da formao de adultos como um

    facilitador da aprendizagem deve dominar as caractersticas do

    processo de aprendizagem, deve conhecer as teorias da

    aprendizagem no sentido de reforar a prtica e os facilitadores da

    aprendizagem.

    Aprendizagem ser uma construo pessoal, resultante de um processo

    experimental, interior pessoa e que se traduz numa modificao de

    comportamento relativamente estvel.

    Isto , aprendizagem um processo na medida em que, a

    aprendizagem exige um tempo que pode ser mais ou menos longo em

    funo do sujeito e do momento.

    uma construo pessoal, j que nada se aprende verdadeiramente

    sem a experincia pessoal de quem aprende; atravs de mecanismos

    de assimilao e acomodao, o sujeito, numa busca de equilbrio

    entre o adquirido e o que falta de adquirir constri a sua aprendizagem.

    Experimental e interior pessoa, na medida em que, sendo intrnseco,

    este processo, apenas se manifesta no comportamento exterior

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    observvel, mais, este um processo com carcter eminentemente

    pessoal.

    A aprendizagem traduz uma modificao de comportamento

    relativamente estvel, pois, no se podendo ver em si mesma, a

    aprendizagem afere-se pela modificao que opera no

    comportamento exterior observvel do sujeito, a qual sugere uma

    modificao consistente e estvel.

    A aprendizagem pode operar a trs nveis do saber:

    Saber Saber: visa a aquisio de informaes, desenvolvimento de

    capacidades e estratgias cognitivas e a sua aplicao a situaes

    novas (Domnio Cognitivo).

    Saber Ser / Estar: visa um ajustamento pessoal, a descoberta do

    sentido profundo das aces e dos acontecimentos, o desenvolvimento

    de atitudes e interesses, a aquisio de valores (Domnio scio -

    afectivo).

    Saber Fazer: visa o desenvolvimento e aplicao de habilidades

    psicomotoras (Domnio Psicomotor).

    Saber - Saber

    Saber Ser / Estar Saber-Fazer

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    A diviso da aprendizagem nestes trs domnios no significa que eles

    se excluam, antes, ainda que se intervenha preferencialmente num

    domnio, os outros acabam por ser influenciados. A cada um dos

    vrtices dos saberes correspondem diferentes estratgias pedaggicas

    pelo que o formador deve dominar.

    Mais, no deve o formador descurar as resistncias que o indivduo

    coloca mudana que processo de aprendizagem necessariamente

    opera. De facto, as resistncias ao saber so diferentes conforme

    actuemos preferencialmente num ou noutro domnio de saber.

    Assim, tendo em conta a realidade actual de mudanas constantes e a

    real necessidade de adaptao ao novos contextos profissionais, o

    formador dever considerar que os trs nveis do saber antes

    enunciados, j no so suficientes para uma sociedade em

    transformao, da que se imponha o saber evoluir, como afirma

    Vtor Briga. O objectivo da formao ser sempre o de fomentar os

    conhecimentos, modificar atitudes e desenvolver as aptides dos

    formandos de modo a quer eles possam responder s diferentes

    solicitaes em tempo real. A este nvel no sero de descurar os

    mecanismos de auto - formao e a formao ao longo da vida.

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    Teorias da Aprendizagem

    As teorias da aprendizagem podem dividir-se em trs grandes famlias

    que, no obstante as naturais diferenas entre as teorias que a

    compem, apresentam pontos comuns que permitem esta

    sistematizao.

    Assim, de uma forma sumria vamos referir as teorias

    comportamentalistas, cognitivistas e humanistas no sentido verificar o

    contributo que cada uma delas pode trazer para a formao.

    Behaviorista

    Por Behaviorismo entende-se um estudo cientfico, puramente objectivo,

    do comportamento humano. O termo behaviorismo est associado ao

    nome do psiclogo americano John Watson; nos seus estudos sobre

    aprendizagem rejeitou tudo o que no pudesse ser observado, medido

    com objectividade.

    Watson v a aprendizagem como o resultado de um processo

    condicionamento segundo o qual determinadas respostas ou reaces

    so associadas a determinados estmulos e considera que todas as

    formas de comportamento podem ser aprendidas. Fundando-se nos

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    estudos sobre o reflexo condicionado de Pavlov e da teoria de estmulo-

    resposta de Thorndike, a aprendizagem poderia ento conceber-se

    como um processo de desenvolvimento de reflexos condicionados que

    se obteriam substituindo estmulos no condicionados por estmulos

    condicionados.

    As ideias de condicionalismo e de reforo foram desenvolvidas por

    Skinner que passou a ser conhecido como o grande expoente da teoria

    behaviorista. Skinner defende que a aprendizagem uma forma de

    condicionamento operante, onde o reforo assume especial acuidade.

    Isto acontece sempre que uma resposta recompensada; a

    recompensa refora, entusiasma e funciona ela prpria como estmulo,

    aumentando as probabilidades de sucesso. Tudo o que a pessoa faz ou

    pode fazer no futuro resultado da sua histria de reforos e punies.

    O Homem fundamentalmente um organismo que responde a

    estmulos exteriores, de um modo mais ou menos automtico.

    Esta teoria reala o saber fazer, o comportamento exterior, observvel

    e susceptvel de ser medido. Assentando num processo mecanicista que

    perde frequentemente a noo de actividade no seu conjunto, baseia-

    se no comportamento exterior ao aluno e na anlise minuciosa da

    estrutura da tarefa de aprender, considerando-o como um recipiente

    passivo e moldvel.

    Princpios Psico - Pedaggicos

    Apresentao de estmulos;

    Matria em sequncias curtas;

    Exercitao;

    Conhecimento dos resultados;

    Reforo.

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    Cognitivista

    Estas teorias consideram que a aprendizagem deve assentar em trs

    condies fundamentais:

    1. Intuio (insigth);

    2. Finalidade;

    3. Estrutura.

    Uma vez que o sujeito define o fim que deseja atingir, apercebendo-se

    de como o h-de estruturar a sua aprendizagem de forma a consegui-

    lo.

    De acordo com Piaget, o papel da escola integrar e enriquecer o

    desenvolvimento normal da criana e, nessa medida, o currculo deve

    acompanhar o ritmo normal do desenvolvimento. O ensino deve estar

    de acordo com os interesses e a curiosidade da pessoa, no devendo

    ser nem demasiado fcil para no ser maador, nem demasiado

    complicado para no ser frustrante.

    Bruner outro psiclogo que tem estudado a psicologia do

    desenvolvimento e estuda-a na sua relao com a aprendizagem. Para

    este autor, a aprendizagem um processo activo do sujeito que

    aprende, organiza e guarda a informao recebida. O conhecimento

    adquire-se a partir de problemas que se levantam, expectativas que se

    criam, hipteses que se avanam e verificam, descobertas que se

    fazem, sendo depois organizado em categorias e relacionado com

    conhecimentos anteriormente adquiridos e armazenados no crebro.

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    Deste modo, vai-se construindo, a pouco e pouco, o conhecimento do

    mundo, o modelo de realidade a totalidade do saber. o chamado

    ensino pela descoberta que pressupe actividades de pesquisa,

    observao e explorao, anlise de problemas e resultados,

    integrao de novos dados em conceitos anteriormente adquiridos e

    princpios mais gerais.

    um ensino que tem como corolrio uma aprendizagem activa. Um

    ensino que pressupe, da parte do formador, uma capacidade de

    lanar perguntas que despertem a curiosidade, mantenham o interesse,

    provoquem e desenvolvam o pensamento.

    A par de Piaget, Bruner considera que o ensino deve acompanhar o

    desenvolvimento humano.

    Considera que, o objectivo ltimo do ensino promover a

    compreenso geral da estrutura de uma matria. Entender a sua

    estrutura compreend-la de uma forma que permite que muitas

    outras coisas se relacionem significativamente com esse assunto.

    Quando um formando compreende a estrutura da matria v-a como

    um todo relacionado. Cabe aqui ao formador, na sugesto de Bruner,

    ajudar a promover as condies em que o formando se possa

    aperceber da estrutura de um determinado assunto.

    A teoria de Bruner assenta em quatro princpios fundamentais:

    Motivao;

    Estrutura;

    Sequncia;

    Reforo.

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    Ausubel, outro cognitivista, dedicou-se ao estudo da aprendizagem

    significativa, opondo-se aprendizagem memorizada ou mecnica.

    Propondo o ensino pela descoberta guiada, estratgia segundo a qual

    o formador funciona como um organizador do processo

    ensino/aprendizagem, no deixando que o ensino acontea ao sabor e

    ao ritmo dos interesses dos formandos. Segundo ele, mais fcil

    aprender se a informao for organizada e sequenciada de uma forma

    lgica, isto , de tal maneira que os objectivos que pressupe

    conhecimentos anteriores, no sejam ensinados sem que esses

    conhecimentos estejam realmente presentes, e segundo estratgias

    que facilitem a organizao em conjuntos significativos.

    A aprendizagem consiste numa mudana na estrutura cognitiva do

    sujeito ou na maneira como ele percebe, selecciona e organiza os

    objectos e os acontecimentos e lhes atribui significado.

    Princpios Psico Pedaggicos:

    Motivao;

    Compreenso;

    Recurso a esquemas e questionrios;

    Relao do novo com o adquirido;

    Transferncia para situaes novas, idnticas;

    Estudo de casos.

    Humanista

    Para os humanistas, aprender no se reduz aquisio de mecanismos

    de estimulo-reaco. um processo cognitivo. Todavia, no se

    confunde com a forma como a aprendizagem cognitiva praticada.

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    O movimento humanista surge como outra tendncia actual da

    psicologia da aprendizagem que est patente nas chamadas escolas

    abertas ou escolas em que os formandos escolhem as actividades em

    que vo participar.

    Carl Rogers, entende que o educando cresce e adquire experincia se

    se lhe deixa livre iniciativa para descobrir o seu caminho, numa atitude

    de auto-realizao e auto-avaliao, um processo de se tornar pessoa.

    Tornar-se pessoa surge como a chave do processo de aprendizagem

    na viso humanista; um processo pessoal, de ndole vivencial, no

    centro do qual est a pessoa como ser que pensa, sente e vive. Para os

    humanistas, os aspectos emocionais do educando so to importantes

    como o desenvolvimento intelectual.

    Neste contexto, o formador deve procurar pr-se disposio dos

    formandos, transmitindo conhecimentos e experincias de forma a lhes

    possibilitar o recurso s suas prprias competncias. O formador no

    deve impor os seus pontos de vista, antes deve ser um recurso ou uma

    fonte de referncia para permitir aos prprios formandos o

    desenvolvimento das suas formas de pensar.

    A funo do formador consistiria no permitir e acentuar a tendncia dos

    seus formandos para se afirmarem.

    Princpios Psico - Pedaggicos

    Aprendizagem centrada no formando;

    Auto - Aprendizagem;

    Auto - avaliao;

    Atmosfera emocional positiva;

    Ajudar a tornar-se pessoa.

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    Facilitadores da Aprendizagem

    O formador dever conhecer e dominar os facilitadores da

    aprendizagem, pois eles permitir-lhe-o uma melhor descodificao da

    mensagem, percepo da sua utilidade e aprofundamento da relao

    interpessoal com o grupo.

    1. Motivao

    Para l dos factores individuais de motivao, deve o formador motivar

    um grupo no sentido de o fazer agir para alcanar os resultados

    desejados, isto , a aprendizagem. Assim, dever, desde logo, analisar a

    relao entre o grupo e o tema, no sentido de verificar se a motivao

    intrnseca (inerente ao prprio tema) suficiente para fazer mover o

    grupo, ou se ao invs, ter de recorrer motivao extrnseca (fora do

    prprio tema).

    Com este desiderato, poder o formador recorrer s seguintes variveis,

    que traduzem motivaes comuns do grupo:

    Curiosidade e Necessidade de Saber

    Existe uma atraco especial sobre o desconhecido ou a novidade.

    sabido que a descoberta motiva, pois a explorao e o

    conhecimento da realidade fazem parte da actividade adaptativa

    normal do indivduo, bem como da busca do conhecimento.

    Sucesso pessoal

    Vencer, ter sucesso, triunfar, atingir o objectivo motivao. O

    sucesso refora o potencial de aco, eleva a autoconfiana. J o

    fracasso deprime o potencial de aco e leva a evitar a situao

    geradora, da que o formador deva potenciar dificuldades e

    situaes, ainda que desafiantes, passveis de serem superadas pelo

    indivduo.

    Necessidade de Realizao Pessoal

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    A ideia de progresso, de desenvolvimento, surge como uma das

    motivaes mais fundamentais do ser humano, ligada

    necessidade de realizao prpria. A formao deve contribuir para

    essa sensao de realizao pessoal para ser motivadora.

    Competio

    Sempre que o indivduo pensa ter boas hipteses de sucesso, o seu

    esprito competitivo aumenta. Aqui cabe ao formador orientar a

    competio num sentido positivo de estimulao das

    potencialidades do grupo, por forma a que todos ganhem com

    todos, e no num sentido predador em que a motivao do grupo

    se perde face rivalidade agressiva e ao culto do individualismo.

    Presena no Grupo

    Quase sempre a presena de um pblico dinamiza o indivduo,

    aumenta-lhe a rapidez e o nvel de performance. Por outro lado, essa

    presena intensifica os efeitos afectivos do fracasso. S um grupo

    onde o indivduo se sente confiante estimulante, da que, ao

    formador cabe o papel de contribuir para a criao de uma coeso

    grupal onde se potenciem os efeitos positivos da presena do outro

    e se neutralizem os efeitos negativos dessa presena.

    Utilidade

    Se certo que o conceito de til diferente consoante os

    indivduos, inegvel que a percepo de utilidade motivante,

    quer esta utilidade surja para si, para aqueles pelos quais somos

    responsveis, para a consecuo dos objectivos pessoais, ou outra.

    Percepo clara da finalidade

    Saber para onde se vai uma necessidade adulta, como forma

    de justificar o caminho proposto e elemento de aceitao dos

    obstculos eventuais.

    Acessibilidade

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    O formando sentir-se- mais envolvido se tiver a percepo da

    relao entre a formao e a experincia adquirida, a familiaridade

    com um determinado assunto, a avaliao do esforo necessrio e

    suficiente que garante o sucesso, a facilidade do conhecimento a

    ser adquirido.

    Prestgio social

    A procura de status social, de promoo, de considerao, estimula

    os esforos pessoais e, como tal, motiva.

    2. Actividade

    O formador pode optar por dois modos de aprendizagem:

    Por recepo;

    Por aco;

    Por recepo / aco.

    Por recepo

    Aqui o formando um sujeito passivo no processo da formao,

    limitando-se a receber as informaes que o formador lhe transmite, da

    a sua actividade ser meramente intelectual, com os efeitos no diminuto

    grau de satisfao dos intervenientes. o formador que selecciona,

    desenvolve e aplica os conhecimentos que considera mais importantes

    para o grupo.

    Por aco

    Nesta forma de aprendizagem o papel do formando fundamental;

    ele atravs da troca de experincias e opinies com os restantes

    elementos do grupo descobre os conceitos, constri os raciocnios e

    retira as concluses que considera mais pertinentes, a partir dos quais se

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    vai fundar a sua aprendizagem. Aqui o formador deve funcionar como

    um animador e moderador do grupo.

    Sabendo que o formador deve ser um facilitador da aprendizagem,

    deve ter em conta que:

    10% do que lemos;

    20% do que ouvimos;

    30% do que vemos;

    50% do que vemos e ouvimos simultaneamente;

    80% do que dizemos;

    90% do que dizemos, enquanto fazemos algo em que reflectimos e

    participamos pessoalmente.

    Industrial Audiovisual Association, 1962

    Por recepo / aco

    E suma, o formador deve privilegiar uma formao centrada no modo

    de aprendizagem por aco, recorrendo recepo para

    contextualizar, enunciar definies e conceitos com vista a nivelar o

    grupo, sintetizar as descobertas do grupo no sentido que estas ganhem

    a consistncia de um corpo terico estruturado. Isto , dever privilegiar

    o modo de aprendizagem por aco/recepo.

    Uma aprendizagem activa implica:

    Promover o aprender fazendo;

    Estimular os formandos o gosto pela curiosidade, investigao e

    descoberta;

    Incentivar e alimentar o debate;

    Fomentar a partilha de experincias, o intercmbio de saberes e

    o relacionamento de saberes e o relacionamento interpessoal.

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    3.Conhecimento dos Objectivos

    Os adultos sentem necessidade de saber com preciso e clareza quais

    os objectivos que o formador se prope atingir. Mas, deve ficar claro

    que, aqueles objectivos devem ser comungados por ambos os

    intervenientes: formador e grupo.

    O conhecimento dos objectivos permite:

    Tornar o formando mais consciente do que vai aprender;

    Marcar pontos de referncia para que o formando possa fixar os

    seus progressos face ao esperado;

    Distinguir o essencial do acessrio;

    Tomar conscincia das formas de auto e hetero-avaliao;

    Motivar, pois o grupo sabe que h um projecto a realizar.

    4. Conhecimento dos resultados

    No obstante a auto-avaliao que se quer promover, os formandos

    querem a opinio clara do animador do processo formativo. Se o ideal

    a convergncia entre auto-avaliao do grupo e os resultados que o

    formador comunica, quando isso no acontece retoma-se a

    necessidade de utilizao do reforo.

    5. Reforo

    O mais importante contributo das teorias comportamentalistas para a

    formao, resultou da introduo do conceito de reforo. No

    obstante, este reforo deve ser adaptado s realidades que a

    formao hoje exige, libertando-o pois, das anlises redutoras do sujeito

    a que uma mais radical poderia conduzir.

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    Neste contexto, o reforo surge como atitudes de aprovao,

    reprovao ou indiferena que o formador adopta face aos

    comportamentos dos formandos e que tem por objectivo a

    continuidade ou abandono de comportamentos por parte dos

    formandos.

    Tipos de reforo:

    Positivo:

    A recompensa, o elogio pelo trabalho bem feito, pela aprendizagem

    bem sucedida. Isto pressupe que o formador:

    o Seja especfico em relao ao que est a elogiar;

    o No premei a normalidade;

    o Evite centrar os elogios de forma repetida nos mesmos

    formandos;

    o Utilize o reforo relativamente a uma componente para

    melhorar as partes fracas;

    o Nunca assuma que os elogios bastam; eles so um primeiro

    passo numa rede formas de reconhecimento justas que a

    formao pode permitir.

    Negativo:

    Surge como a crtica pelo objectivo no atingido, pelo comportamento

    inadequado. Se o reforo positivo no for dado de uma forma positiva

    pode implicar uma reaco afectiva indesejvel por parte dos

    formandos. Assim o formador dever:

    o Por a tnica naquilo que a pessoa fez ou pode fazer;

    o Escolher um incidente significativo, uma ocorrncia que

    ilustre um problema-chave que carea ser resolvido ou um

    padro de deficincia, assim como a capacidade de fazer

    bem certas partes do trabalho;

    o Propor sempre uma soluo;

    o Ser sensvel, emptico;

  • - 18 -

    o Ter presente que o erro na aprendizagem instrutivo, ou

    como diz Olivier Reboul so ensaios activos de

    ajustamento da conduta ao modelo desejado.

    Ausente:

    Traduz-se na indiferena do formador face aos comportamentos dos

    formandos, quer eles sejam positivos ou negativos. Este tipo de

    atitude por parte do formador totalmente desadequado, pois ser

    sempre propiciador de desmotivao do grupo.

    6. Domnio dos pr-requisitos

    Entendendo por pr-requisitos, as capacidades ou os conhecimentos

    prvios indispensveis aos exerccios e actividades supostas para uma

    dada aprendizagem, indispensvel que logo no incio da sesso seja

    feito o seu teste, o qual funcionar como uma avaliao diagnostica.

    Todavia esta avaliao deve estar despojada de toda a carga inerente

    avaliao tradicional, devendo servir como uma primeira

    aproximao realidade e conhecimento dos formandos.

    Como refere Ausubel, De todos os factores que influenciam a

    aprendizagem, o mais importante o que o aluno j sabe. Averige-se

    o que o aluno j sabe e ensine-se em conformidade..

    Em suma:

    Sendo certo que no h teorias perfeitas, nem receitas da psicologia da

    aprendizagem a aplicar cegamente na formao, existem vrias

    possibilidades que, dominadas pelo formador, permitem uma maior

    adequao s diferentes realidades e pblicos-alvo.

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    Conscientes das virtualidades e lacunas de cada uma das teorias, cabe

    ao formador, em funo do grupo, das suas necessidades,

    capacidades e exigncia centrar a sua formao numa ou outra.

    No poderemos esquecer que, com Artur da Rosa Machado:

    O ADULTO APRENDE

    O que quer

    O que lhe faz falta

    Com a prtica

    O ADULTO APRENDE MELHOR

    Resolvendo problemas

    Em ambiente descontrado

    Quando orientado, e no avaliado

    Bibliografia:

    BRIGA, Vtor, Manual Temtico Aperfeioamento Tcnico-pedaggico de

    formadores, 2000.

    FERRO, Lus e RODRIGUES, Manuela, Formao Pedaggica de Formadores,

    Manual Prtico Lidel, 2000.

    MO-DE-FERRO, Antnio, Na Rota da Pedagogia, Edies Colibri, 1999.

    PINTO, Jorge, Psicologia da Aprendizagem: Concepes, Teorias e Processos,

    I.E.F.P. Coleco Aprender, 1992.

    ROCHA, Jos Eduardo, Condies e Factores de Aprendizagem, I.E.F.P.

    Coleco Formar Pedagogicamente, 1991.