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Pessoa Jurídica Profa. Zélia Prates

Apresentação do PowerPoint · § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que ... Judicial: dissolução previstos em lei ou no estatuto, especialmente

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Pessoa Jurídica

Profa. Zélia Prates

Pessoa jurídica - ConceitoConsiste num conjunto de pessoas ou de bens, dotado depersonalidade jurídica própria e constituído na forma da lei, paraconsecução de fins comuns.

Portanto, as pessoas jurídicas são entidades a que a lei conferepersonalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos eobrigações.

Espécies de PJ

Pessoa jurídica intersubjetiva: formada pelacoletividade de pessoas.

Ex.: Sociedade: visa lucro a despeito da atividadedesenvolvida. Associação: não tem finalidadelucrativa, prescinde ao ser da associação. Ambassão conjunto de pessoas, mas as finalidades sãodiversas.

Pessoa jurídica patrimonial: Formada pelacoletividade de bens.

Ex.: Fundação – formada pelo conjunto de bens semobjetivo de lucros.

Teorias da Natureza da Personalidade Jurídica

Teoria negativistas: Pessoas jurídicas não tempersonalidade própria.

Teorias afirmativistas: Pessoas jurídicas tempersonalidade própria.

Teorias da Natureza da Personalidade Jurídica

Teoria negativistas: Pessoas jurídicas não tempersonalidade própria.

Teorias afirmativistas: Pessoas jurídicas tempersonalidade própria.

Natureza Jurídica da PJ – Teorias Afirmativistas

Teorias da Ficção

Teoria da Ficção Legal: Pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei, umente fictício, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica etitular de dever.

Teoria da Ficção Doutrinária: A pessoa jurídica não te existência real, mas apenas intelectual, ou seja, na inteligência dos juristas, sendo assim uma mera ficção criada pela doutrina.

Natureza Jurídica da PJ – Teorias Afirmativistas

Teorias da Realidade

Teoria da realidade objetiva ou orgânica: A pessoa jurídica é uma realidadesociológica, ser com vida própria, que nasce por imposição das forças sociais. Crítica:não esclarece como se dá a aquisição da personalidade e reduz o Estado ao papel demero conhecedor das realidades já existentes, desprovido de poder criador.

Teoria da realidade jurídica ou institucionalizada: Considera as pessoas jurídicascomo organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício, e por isso,personificadas. Parte da análise das relações sociais, não da vontade humana,constatando a existência de grupos organizados para a realização de uma ideiasocialmente útil, as instituições, sendo estas grupos sociais dotados de ordem eorganização própria.Crítica: Não esclarece a respeito das sociedades que se organização sem afinalidade de prestar m serviço ou de preencher um ofício, nem sobre o poderautonormativo do grupo como as fundações que surgem por vontade doinstituidor.

Teoria da realidade técnica: A personificação dos grupos sociais é expediente deordem técnica, a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência degrupos de indivíduos, que se unem na busca de fins determinados. A personificaçãoé atribuída a grupos em que a lei reconhece vontade e objetivos próprios. O Estadoreconhecendo a necessidade e conveniência para que sejam dotados depersonalidade outorga-lhes tal predicado. Existência real + Existência material

Teoria adotada pelo Código Civil

Teoria da Realidade Técnica

Requisitos para a constituição da PJ

Vontade humana: materializa-se no ato de constituição, que deve ser escrito.Duas ou mais pessoas com vontades convergentes ligadas por uma intençãocomum (affectio societatis)

Ato constitutivo: requisito formal exigido pela lei e se denomina estatuto nasassociações, contrato social nas sociedades e escritura pública ou testamento nasfundações.

Registro do ato constitutivo no órgão competente: o registro marca o início daexistência legal da pessoa jurídica de direito privado, antes do registro seráapenas “sociedade de fato” ou “sociedade não personificada”.

Liceidade de seu objeto: Indispensável o objeto para sua formação. Este deve serdeterminado e possível. Objetivos ilícitos ou nocivos constituem causa deextinção da pessoa jurídica. Nas sociedades o objetivo é lucro, nas fundaçõespodem ser religiosos, morais, culturais ou de assistência Nas associações são denatureza cultural, educacional, esportiva, religiosa, filantrópica, recreativa etc.

Início da personalidade da PJ

Personalidade: aptidão genérica para contrair direitos e obrigações.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direitoprivado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do PoderExecutivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passaro ato constitutivo.

Divergência doutrinária: alguns autores acreditam que o início da personalidade se dá pela elaboração do estatuto ou contrato social

da Pessoa Jurídica.

Registro da PJ

Sociedade empresária: O contrato social deve ser registrado na JuntaComercial.

Demais pessoas jurídicas: Estatuto ou ato constitutivo deve serregistrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, conformearts. 1.150, CC e 114 e s. da Lei dos Registros Públicos (Lei n. 6.015/73).

Sociedade simples de advogados: Devem ser registrada na OAB,conforme EOAB, arts. 15 e 16, § 3º.

Elementos do registro

Art. 46. O registro declarará:

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;

II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

Efeitos do Registro da Pessoa Jurídica

Efeitos “ex nunc”

Eficácia para o futuro. Natureza Constitutiva e não declaratória.

E se o ato praticado antes do registro

acarretar dano???

Cancelamento do registro da pessoa jurídica

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada aautorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins deliquidação, até que esta se conclua.

§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, aaverbação de sua dissolução.

§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no quecouber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.

§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento dainscrição da pessoa jurídica.

Sociedades irregulares ou de fato

Sem registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será consideradairregular, mera associação ou sociedade de fato, sem personalidadejurídica.

Questão – OAB Exame 136

O conceito de pessoa jurídica pode ser entendido como o conjunto depessoas ou de bens arrecadados que adquire personalidade jurídicaprópria por uma ficção legal. Entre as teorias que procuram justificar aexistência da pessoa jurídica, a adotada no Código Civil de 2002 é ateoria

A) da ficção

B) negativista

C) da realidade objetiva ou orgânica

D) da realidade técnica

Grupos despersonalizados

Nem todo grupo social constituído para a consecução de fim comum édotado de personalidade.

A lei prevê casos de universalidades de direitos e de massas de bensque, mesmo não tendo personalidade jurídica, podem gozar decapacidade processual ativa e passiva.

Principal característica: formam-se independente da vontade de seusmembros ou em virtude de ato jurídico que os vincule a determinadosbens, ou seja, não tem affectio sociedtatis.

Dentre os grupos despersonalizados destacam-se:

a) A família: o agrupamento familiar , caracterizado pelo conjunto de pessoase pela massa comum de bens, não constitui pessoa jurídica. Cada membroconserva sua individualidade e não há responsabilidade patrimonial dafamília pelo débito de seus integrantes.

b) A massa falida: Acervo de bens pertencentes ao falido, após sentençadeclaratória de falência. Não tem personalidade jurídica, exerce os direitosdo falido. É substituto do falido no campo processual.

c) Herança jacente/vacante: Conjunto de bens deixados pelo de cujusenquanto não entregue a sucessor devidamente habilitado.

(obs.: inexistente testamento e desconhecido herdeiro= herança jacente.

Após arrecadação não aparecer nenhum herdeiro, ou se todos chamados asuceder renunciarem.)

d) Espólio: complexo de direitos e obrigações do falecido, bens de todanatureza. Surge com a abertura da sucessão.e) Sociedades sem personalidade jurídica: sociedades de fato ou irregulares,serão representadas em juízo pelas pessoas a que couber a administração deseus bens. São entidades já criadas e em funcionamento que, no entanto,não tem autorização legal por falta de registro no órgão competente.f) O condomínio:Geral (tradicional ou comum): propriedade comum ou co-propriedade, não

tem personalidade jurídica.Edilício (horizontal): formado pela reunião das unidades autônomas de

determinado prédio.Divergência doutrinária, mas a doutrina majoritária acredita que não tempersonalidade jurídica.

Classificação da PJ

a) Quanto à nacionalidade:

Nacional: organizada de acordo com a lei brasileira e que tenha nopaís sede de sua administração.

Estrangeira: necessita de autorização do Poder Executivo parafuncionar no país.

Classificação da PJ

b) Quanto à função ou à orbita de atuação:

Direito Público Direito Privado

D. P. Externo D. P. Interno

Adm. Direta Adm. Indireta

Corporações Fundações

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

Art. 41Art. 42

Art. 44

Organizações religiosas

Partidos Políticos

EIRELI

Classificação da PJc) Quanto à estrutura interna:

Corporações Fundações

Associações Sociedades

Simples Empresárias

Particulares Públicas

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:I - as associações;II - as sociedades;III - as fundações.IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Art. 53 a 61

Art. 62 a 69

Art. 1.039 a 1.092

Art. 981 e 982

FundaçãoCriação

Ato de dotação ou instituição;

Elaboração do estatuto;

Aprovação do Estatuto; e

Registro.

Hipóteses de extinção:

a) tornar-se ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade;

b) Vencer o prazo de sua existência.

Organizações religiosas

Peculiaridades

Não são associações, pois não se enquadram no art. 53, CC (não tem fins econômicos stricto sensu);

Não são sociedades, pois não se enquadram no art. 981, CC.

Fins pastorais e evangélicos e envolve questão de fé.

Partidos Políticos

Natureza própriaFins políticos não se caracterizando pelo fim econômico ou não.Portanto, não podem ser associações ou sociedades, nem fundações, porque não tem as finalidades a estas inerentes.

São regidos pela Lei n. 9.096/95

Separação patrimonial

A personalidade da pessoa jurídica não se confunde a de seus sócios, logo, o patrimônio da pessoa jurídica não se

confunde com o dos seus sócios.

Regra

Desconsideração da Personalidade Jurídica da PJ

Possibilidade de o juiz determinar que os bens dos sócios respondampelos danos causados pela empresa.

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizadopelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juizdecidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhecouber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadasrelações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dosadministradores ou sócios da pessoa jurídica.

Consequências

Despersonalização X Desconsideração

Pode ocorrer pelo simples fato de prejuízo do credor???

Desconsideração inversa da Personalidade

Afasta o princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio.

“A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para,

contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio administrador.”

STJ

Responsabilidade das pessoas jurídicas

Por danos em geral

Penal; e

Civil.

Crimes ambientais:

Penal;

Civil; e

Administrativa.

A pessoa jurídica de direito privado responde como preponente pelos atos de seus empregados ou

prepostos (responsabilidade por fato de terceiro), como também pelos seus órgãos (diretores,

administradores, assembleias etc.).

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa

qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte

destes, culpa ou dolo.

Extinção da pessoa jurídica

Convencional: deliberação de seus membros e vencimento do prazode duração.

Legal: decretação de falência; morte dos sócios ou desaparecimentodo capital, nas sociedades de fins lucrativos.

Administrativa: quando a autorização do Poder Público é cassada:

atos contrários aos fins do estatuto

finalidade ilícita, impossível ou inútil

Judicial: dissolução previstos em lei ou no estatuto, especialmentequando a entidade se desvia dos fins para que se constituiu, mascontinua a existir.

Relembrando...

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada aautorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins deliquidação, até que esta se conclua.

§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, aaverbação de sua dissolução.

§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no quecouber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.

§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento dainscrição da pessoa jurídica.

Questão – OAB Exame 130

Segundo o Código Civil, a desconsideração da personalidade

A) deve ser utilizada sempre que não for possível o ressarcimento deprejuízos pela pessoa jurídica.

B) significa dissolver a pessoa jurídica para - com o capital arrecadado -pagar os credores.

C) deve ser a regra nos casos de ações de cobrança de dívidas contrapessoas jurídicas.

D) significa estender - em determinados casos - os efeitos de certasobrigações da pessoa jurídica aos bens particulares dos sócios.