15
APRESENTAÇÃO Este boletim retrata os principais indicadores epidemiológicos e operacionais da tuberculose no Brasil, confrontando com os dados obtidos pelo Estado de Minas Gerais, e especialmente pelos municípios sob jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares (SRS-GV). Destacam-se nesta publicação, mudanças recentes introduzidas pelo Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – Ministério da Saúde – 2018, bem como os primeiros passos rumo ao alcance das metas contidas no Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil (Plano Nacional). A tuberculose segue como um grave problema de saúde pública no mundo, embora possa ser prevenida e curada; prevalecendo assim, em condições de pobreza e contribuindo para perpetuação da desigualdade social. Objetivo: apresentar e analisar os indicadores prioritários para o monitoramento do Plano Nacional para o Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil, confrontando com os dados epidemiológicos referentes à Região de Saúde de Governador Valadares. Métodos: foi realizado um estudo descritivo dos indicadores contemplados no Plano Nacional. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-TB), e do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Foi analisado o período de 2008 a 2017. Resultados: entre os anos de 2008 e 2017, os indicadores da SRS-GV apresentaram coeficiente médio de incidência de coinfecção TB-HIV de 6,4%, percentual médio de abandono de 7,5%, bem como um percentual médio de transferência de casos de 5,9%. Apesar da tendência de redução dos coeficientes de incidência e de mortalidade por tuberculose (TB), ainda foram registrados 134 casos novos e 6 óbitos causados por esta doença no ano 2017. Conclusão: o monitoramento dos indicadores, atividade que deve ser coordenada pelos programas de controle da tuberculose em parceria com os diversos atores, deve ser uma rotina entre as esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), visando ao estabelecimento e à implementação de estratégias para o fim da tuberculose como problema de saúde pública. Apesar dos avanços obtidos, representados pela melhoria dos indicadores epidemiológicos e operacionais da tuberculose, esses resultados ainda são insuficientes para o alcance das ousadas metas descritas no Plano Nacional.

APRESENTAÇÃO - saude.mg.gov.br · Saúde de Governador ... mudanças recentes introduzidas pelo Manual de Recomendações para o Controle ... a evolução das ações municipais

Embed Size (px)

Citation preview

APRESENTAÇÃO

Este boletim retrata os principais indicadores epidemiológicos e operacionais da tuberculose no Brasil, confrontando com os

dados obtidos pelo Estado de Minas Gerais, e especialmente pelos municípios sob jurisdição da Superintendência Regional de

Saúde de Governador Valadares (SRS-GV).

Destacam-se nesta publicação, mudanças recentes introduzidas pelo Manual de Recomendações para o Controle da

Tuberculose no Brasil – Ministério da Saúde – 2018, bem como os primeiros passos rumo ao alcance das metas contidas no

Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil (Plano Nacional).

A tuberculose segue como um grave problema de saúde pública no mundo, embora possa ser prevenida e curada; prevalecendo

assim, em condições de pobreza e contribuindo para perpetuação da desigualdade social.

Objetivo: apresentar e analisar os indicadores

prioritários para o monitoramento do Plano Nacional para

o Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no

Brasil, confrontando com os dados epidemiológicos

referentes à Região de Saúde de Governador Valadares.

Métodos: foi realizado um estudo descritivo dos

indicadores contemplados no Plano Nacional. Os dados

foram obtidos a partir do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (Sinan), do Sistema de

Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose

(SITE-TB), e do Sistema de Informações do Programa

Nacional de Imunizações (SI-PNI).

Foi analisado o período de 2008 a 2017.

Resultados: entre os anos de 2008 e 2017, os indicadores

da SRS-GV apresentaram coeficiente médio de incidência

de coinfecção TB-HIV de 6,4%, percentual médio de

abandono de 7,5%, bem como um percentual médio de

transferência de casos de 5,9%. Apesar da tendência de

redução dos coeficientes de incidência e de mortalidade

por tuberculose (TB), ainda foram registrados 134 casos

novos e 6 óbitos causados por esta doença no ano 2017.

Conclusão: o monitoramento dos indicadores, atividade

que deve ser coordenada pelos programas de controle da

tuberculose em parceria com os diversos atores, deve ser

uma rotina entre as esferas de gestão do Sistema Único

de Saúde (SUS), visando ao estabelecimento e à

implementação de estratégias para o fim da tuberculose

como problema de saúde pública. Apesar dos avanços

obtidos, representados pela melhoria dos indicadores

epidemiológicos e operacionais da tuberculose, esses

resultados ainda são insuficientes para o alcance das

ousadas metas descritas no Plano Nacional.

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que no ano

de 2016, 10,4 milhões de pessoas tiveram tuberculose

(TB) no mundo, e cerca de 1,3 milhão morreram em

decorrência desta doença. Esses resultados enquadram a

tuberculose como um grave problema de Saúde Pública,

sendo reconhecida pela OMS como a doença infecciosa de

maior mortalidade no mundo, superando o HIV e a malária

juntos, o que motivou a aprovação novas estratégias

globais para enfrentamento da doença.

Em consonância com a Estratégia da OMS pelo Fim da

Tuberculose, em 2017, o Ministério da Saúde (MS), por

meio da Coordenação Geral do Programa Nacional de

Controle da Tuberculose (CGPNCT), lançou o Plano

Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de

Saúde Pública (Plano Nacional). O plano apresenta como

metas a redução dos coeficientes de incidência da doença

para menos de 10 casos e de mortalidade para menos de

um óbito a cada 100 mil habitantes até o ano de 2035.

Neste contexto, Minas Gerais iniciou a construção do

Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose como Problema de

Saúde Pública, seguindo as mesmas estratégias. Como

desdobramento, a Superintendência Regional de Saúde de

Governador Valadares (SRS-GV) fomentou junto aos

municípios de sua jurisdição, a implantação dos Planos

Municipais pelo Fim da Tuberculose, passando a monitorar

os indicadores, bem como a evolução das ações municipais

empregadas.

Trata-se de uma estratégia global, que tem como visão

“Um mundo livre da tuberculose”, baseada em três pilares,

cada qual com objetivos específicos para o alcance das

principais metas. Cabe, portanto, a todos os envolvidos, a

busca por estratégias que fortaleçam o acesso à

prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento da doença, de

acordo com as orientações do Plano Nacional pelo fim da

Tuberculose.

Quadro 1- Pilares e princípios da estratégia pelo fim da tuberculose.

Fonte: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública - Ministério da Saúde - 2017.

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Agente etiológico: a tuberculose é causada por

micobactérias, cuja espécie mais relevante é a

Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como

Bacilo de Koch (BK). O M. tuberculosis é um bacilo álcool-

ácido resistente (BAAR), aeróbio, com parede celular rica

em lipídios, o que lhe confere baixa permeabilidade, reduz

a efetividade da maioria dos antibióticos e facilita sua

sobrevida nos macrófagos.

Transmissão: a TB é transmitida por via aérea, de pessoa

a pessoa, ocorrendo quando indivíduos contaminados com

as formas pulmonar ou laríngea eliminam bacilos no

ambiente (caso fonte), por exalação de aerossóis oriundos

da tosse, fala ou espirro. O risco de transmissão da TB

perdura enquanto o paciente eliminar bacilos no escarro.

Assistência ao paciente: Para o favorecimento do acesso

e qualidade da assistência prestada, deve-se oganizar a

rede de atenção local, tendo em vista a organização da

Atenção Básica, unidades de pronto atendimento,

referências e hospitais. Uma das estratégias para o

estímulo do desenvolvimento do cuidado centrado na

pessoa com tuberculose é a integração de ações de

vigilância epidemiológica e assistência.

Neste contexto, a SRS-GV promoveu duas oficinas ao

longo do ano de 2018, que tiveram por objetivo a

capacitação profissionais da área de saúde, tais como

Referências Técnicas nos setores de Epidemiologia

municipais, Atenção Primária, Médicos, Enfermeiros e

Farmacêuticos. Neste espaço houve troca de

experiências, a distribuição de materiais técnico e

educativos.

Imunização com a vacina BCG (Bacilo de Calmette-

Guérin): a vacina BCG utilizada no Brasil é preparada com

bacilos vivos atenuados, a partir de cepas do

Mycobacterium bovis, e apresenta eficácia em torno de

75% contra as formas miliar e meníngea da TB, em

indivíduos não infectados pelo M. tuberculosis. No

entanto, esta proteção pode variar conforme a

prevalência dos agravos e a resposta de cada indivíduo.

A BCG é prioritariamente indicada para crianças de 0 a 4

anos de idade, cujo esquema de vacinação corresponde a

dose única, aplicada, preferencialmente, logo após o

nascimento. Disponível gratuitamente nas mais de 37 mil

salas de vacinação da rede de serviços do SUS, a vacina

BCG deve apresentar resultados de coberturas vacinais

maior ou igual a 90%, conforme parâmetros definidos pelo

Programa Nacional de Imunização (PNI).

Gráfico 1 – Cobertura Vacinal BCG, menores de 1 ano, 2016 e 2017, Brasil, Minas Gerais e Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SI-PNI/ MS – Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações - Relatório de Cobertura Vacinal - Acesso em: 20/09/2018.

DIAGNÓSTICO

São relevantes os clássicos métodos diagnósticos para a

Tuberculose, tais como clínico-epidemiológico,

bacteriológico, por imagem e histopatológico. Não

raramente, a TB pode manifestar-se sob diferentes

formas clínicas, relacionadas ao órgão acometido. O

diagnóstico precoce de todas as formas de TB, com

oferta universal de cultura e teste de sensibilidade,

incluindo a expansão da Rede de Teste Rápido Molecular,

foram destaques no Plano Nacional pelo fim da

Tuberculose.

Neste contexto, o Estado de Minas Gerais realizou a

cessão ao Município de Governador Valadares, do

equipamento analisador genético de DNA, destinado à

realização do Teste Rápido Molecular para Tuberculose.

Esta ação ampliou a capacidade operacional da Região de

Saúde, visto que o Laboratório Macrorregional da FUNED,

localizado em Teófilo Otoni, concentrava a demanda

regional referente a estes exames bacteriológicos.

Detecção oportuna de casos de tuberculose: O exame

de contatos é uma estratégia que deve ser realizada de

forma ativa e contínua, e tem como objetivo

identificar/descartar casos de tuberculose ativa e de

infecção latente de tuberculose (ILTB). A identificação

dos casos de ILTB e a adequada avaliação quanto a

indicação da profilaxia evitarão futuros casos de

tuberculose.

Por meio dessa estratégia, é possível detectar

precocemente os casos de tuberculose e iniciar o

tratamento oportunamente, visando à interrupção da

cadeia de transmissão da doença.

Crianças contato com até 5 anos idade devem ter a

investigação e tratamento da ILTB priorizados com

avaliação clínica imediata.

Busca ativa de Sintomático Respiratório (SR): é uma

importante estratégia de saúde pública para o controle da

TB, a qual utiliza o rastreamento pela tosse para

identificar pessoas com possibilidade de estar com

tuberculose pulmonar ou laríngea. Considera-se

Sintomático Respiratório a pessoa que, durante a

estratégia programática de busca ativa, apresenta tosse

por mais de 3 semanas, devendo essa pessoa ser

investigada para tuberculose através de exames

bacteriológicos.

Deve-se considerar especificidades da duração da tosse

em populações especiais, sendo em alguns casos

considerados SR pessoas com tosse há 2 semanas ou em

qualquer tempo de duração.

A busca ativa deve ser realizada permanentemente por

todos os serviços de saúde (níveis primário, secundário e

terciário) e tem significativo impacto no controle da TB.

Espera-se encontrar, em um determinado período de

tempo, 1 % da população geral, enquadrando-se nos

critérios de Sintomáticos Respiratórios.

Quadro 2 - Etapas preconizadas para a busca ativa de SR em instituições.

Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – Ministério da Saúde – 2018.

Quadro 3 - Etapas preconizadas para a busca ativa de SR em instituições.

Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – Ministério da Saúde – 2018.

TRATAMENTO

No Brasil, o PNCT, é responsável, entre outras ações, por

estabelecer as diretrizes para o controle da doença que

tem tratamento padronizado, exclusivamente oferecido

no serviço público de saúde.

As recomendações nacionais são atualizadas e divulgadas

em Notas Técnicas do PNCT e manuais, tais como o

“Manual de Recomendações do Programa Nacional de

Controle da Tuberculose”, publicado pelo Ministério da

Saúde no ano de 2018.

Quadro 4 - Esquema Básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes (≥10 anos de idade).

Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – Ministério da Saúde – 2018.

Quadro 5 - Esquema Básico para o tratamento da TB meningoencefálica e osteoarticular em adultos e adolescentes (≥10 anos de idade).

Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – Ministério da Saúde – 2018.

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE

Incidência: nos municípios sob jurisdição da SRS-GV

foram notificados 134 casos novos de tuberculose no ano

de 2017, representando um coeficiente de incidência de

19,97 casos/100 mil hab. No período de 2008 a 2017,

esse coeficiente apresentou queda média anual de 1,25%.

No Brasil, em 2017, foram notificados 69.569 casos novos

de tuberculose. Nesse mesmo ano, o coeficiente de

incidência foi igual a 33,5 casos/100 mil hab. No período

de 2008 a 2017, esse coeficiente apresentou queda média

anual de 1,6%.

Gráfico 2 – Coeficiente Incidência Anual de Tuberculose, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Gráfico 3 – Coeficiente Incidência Anual de Tuberculose, período de 2008 a 2017, Brasil.

Fonte: Boletim Epidemiológico – Volume 49 de 2018 - Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde.

Mapa 1 – Distribuição dos casos de TB, por município de residência, anos de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Mapa 2 – Distribuição dos casos por município de notificação, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

MORTALIDADE

Óbito por tuberculose: considerado um evento sentinela

por ser evitável, ou seja, além de ser um indicativo de

fragilidades na assistência ao paciente pelo serviço de

saúde, também representa uma ocasião concreta para

identificação de determinantes e condicionantes no

processo de adoecimento, não somente para o indivíduo,

mas para sua interface com a família e a comunidade.

O Brasil é um dos países com maior número de casos de

TB no mundo e embora seja uma doença com diagnóstico e

tratamento realizados de forma universal e gratuita pelo

Sistema Único de Saúde, ainda há barreiras ao acesso e

acontecem cerca de 4.500 óbitos a cada ano, tendo como

causa básica a tuberculose.

Gráfico 4 – Óbitos por tuberculose, número de casos anuais, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Vigilância do Óbito

Com o objetivo de reduzir as mortes por tuberculose e identificar os pontos críticos na assistência dessas pessoas, por meio

do conhecimento das circunstâncias determinantes do evento do óbito, foi publicado pelo Ministério da Saúde, em 2017, o

Protocolo de vigilância do óbito com menção de tuberculose.

No ano de 2017, no Brasil, 529 pessoas com tuberculose nunca haviam sido registradas no Sinan e foram notificadas após a

morte. Em Minas Gerais houve 7 casos notificados no Sinan como pós-óbito, ao passo que na SRS-GV ocorreu apenas 1 caso

registrado que se enquadrou nesta situação.

Coeficiente de mortalidade: no Brasil, foram registrados

4.426 óbitos por tuberculose no ano de 2016, equivalente

a um coeficiente de mortalidade de 2,1 óbitos/100 mil

habitantes. Registrou-se no país queda média anual de

2,0% para o coeficiente de mortalidade, entre os anos

2007 e 2016.

Nos municípios sob jurisdição da SRS-GV foram

registrados 6 óbitos por tuberculose em cada um dos anos

de 2016 e 2017 (total de 12 óbitos), sendo o coeficiente

de mortalidade anual apresentado nestes dois anos

equivalente a 0,89 óbitos/100 mil habitantes.

Gráfico 5 – Coeficiente de Mortalidade Anual por Tuberculose, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Gráfico 6 – Coeficiente de Mortalidade Anual por Tuberculose, período de

2007 a 2016, Brasil.

Mapa 3 – Óbitos por Tuberculose por 100 mil

habitantes, por Unidade Federada, 2015, Brasil.

Fonte: Boletim Epidemiológico – Volume 49 de 2018 - Secretaria de

Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde. Fonte: Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como

Problema de Saúde Pública - Ministério da Saúde - 2017.

RETRATAMENTO

Em 2017, foram registrados 13.347 casos de tuberculose

em Retratamento no país, equivalentes a 16,1% do total de

casos novos (69.569) notificados no período. Em 2016,

foram diagnosticados e registrados 66.796 casos novos,

destes 12.809 casos foram de pacientes em retratamento

de tuberculose no Brasil.

Já nos municípios sob jurisdição da SRS-GV, foram

registrados 20 casos em retratamento no ano de 2016

(11,5% do total de casos notificados para TB no período) e

13 casos no ano de 2017 (8,8% do total de casos

notificados para TB no período). Para esta análise, foram

considerados como Retratamento os casos tuberculose

registrados no Sinan como Recidiva e Reingresso após

abandono.

Gráfico 7 – Comparativo entre o número de casos em Retratamento e os casos Novos notificados para Tuberculose, período de 2008 a 2017,

Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Gráfico 8 – Cultura de escarro, casos pulmonares em Retratamento deTB,

ano de 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador

Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Gráfico 9 – Casos notificados TB, por Tipo de Entrada, anos 2016 e 2017,

Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

ABANDONO DE TRATAMENTO

Considera-se em abandono de tratamento o paciente que

deixou de comparecer à unidade de saúde por mais de 30

dias consecutivos, após a data prevista para o seu retorno.

Nos casos de tratamento diretamente observado, o prazo

é contado a partir da última tomada do medicamento.

No ano de 2016, no país, o percentual de abandono de

tratamento foi de 10,3%, duas vezes acima da meta

preconizada pela OMS (<5,0%). Já nos municípios da SRS-

GV, foram registrados 9 (5,84%) casos de abandono de

tratamento em 2016 e 10 (7,46%) casos em 2017.

Gráfico 11 – Taxa Anual de Abandono, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE TRATAMENTOS ESPECIAIS DE TUBERCULOSE (SITE-TB)

O sistema é utilizado para gerenciar e monitorar os casos

em tratamentos especiais para tuberculose, mudanças de

esquemas, acompanhar mono e polirresistência, casos de

TB Multirresistente (TB-MDR) e Resistência Extensiva à

Drogas (XDR).

Desde a sua implantação em 2013, foram monitorados em

Minas Gerais 669 casos ( 542 encerrados, 126 em

tratamento, e 1 caso aguardando início de tratamento). O

CREDEN – PES – Centro de Referência de Governador

Valadares acompanha atualmente 2 pacientes no SITE-TB.

Quadro 6 – Número de pacientes em tratamento, acompanhados no SITE-TB, por Unidade de Saúde – Minas Gerais.

Fonte: SITE-TB - Acesso em: 17/09/2018.

Coinfecção TB-HIV

Em 2017, no Brasil, foram identificados 6.928 casos novos

de pessoas com TB, coinfectadas pelo HIV,

correspondendo a 9,5% dos casos novos de tuberculose.

No ano de 2017, foram notificados 9 casos novos de

pessoas apresentando coinfecção TB-HIV, que

representam 6,7% dos casos novos de TB registrados nos

municípios da área de abrangência da

Regional de Governador Valadares.

Gráfico 11 – Coinfecção Tuberculose - HIV, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Tuberculose Extrapulmonar

As apresentações extrapulmonares da TB têm seus sinais e sintomas dependentes dos órgãos ou sistemas acometidos. Sua

ocorrência aumenta em pacientes coinfectados pelo HIV, especialmente entre aqueles com imunocomprometimento grave.

Gráfico 12 – Tuberculose extrapulmonar, número de casos por

apresentação, período de 2008 a 2017, Superintendência Regional de

Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

Gráfico 13 – Forma da Tuberculose, número absoluto de casos e

percentual relativo, período de 2008 a 2017,

Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares.

Fonte: SINAN-ONLINE/SES-MG - Acesso em: 17/09/2018.

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS

Quadro 7 – Indicadores epidemiológicos e operacionais da tuberculose, 2017 – SRS-Governador Valadares; Minas Gerais; e Brasil.

Fonte: Boletim Epidemiológico – Volume 49 de 2018 - Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde (Dados Nacionais e Estaduais).

SINAN-ONLINE/SES-MG (Dados da Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares) - Acesso em: 17/09/2018.

*No ano de 2017 foi notificado 1 caso novo de TB MDR, o qual ainda encontra-se em tratamento.

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL:

Charles Silva Aguiar Referência Técnica do Programa de Controle da Tuberculose

SRS/GV

Maria das Graças e Silva Programa de Controle da Tuberculose - SRS/GV

Rosângela Zampier Ferreira Costa

Coordenadora de Imunização – SRS/GV

Nádia Pinheiro Ali Coordenadora de Epidemiologia – SRS/GV

Ednei Soares de Oliveira

Coordenador de Vigilância em Saúde – SRS/GV

Janine Souza Vicente Superintendente Regional de Saúde de Governador Valadares

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Ministério da Saúde – Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil – Brasília, 2018.

2. Ministério da Saúde – Guia de Vigilância em Saúde. Volume Único – 2ª edição – Brasília, 2017.

3. Ministério da Saúde – Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil - Brasil

Livre da Tuberculose edição – Brasília, 2017.

1. Ministério da Saúde – Protocolo para Vigilância do Óbito Com Menção de Tuberculose nas Causas de Morte –

Brasília, 2017.

2. Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde - Boletim Epidemiológico – Volume 49 de 2018.

3. Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde - Boletim Epidemiológico – Volume 48 de 2017.

4. World Health Organization. Bending the curve: ending TB. Annual report 2017 [Internet]. Geneva: World Health

Organization; 2017 [cited 2018 Mar 8]. 72 p. Available in: http://apps.who.int/iris/ handle/10665/254762.

5. SINAN ONLINE (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) [base de dados do Estado de Minas Gerais].

Tabulação de dados: Tuberculose; [acesso em 17 de setembro 2018].

6. SI-PNI ONLINE – Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações -[base de dados nacionais].

Relatório de Cobertura Vacinal - [acesso em 20 de setembro 2018].

7. SITE-TB - Sistema de Informação de Tratamentos Especiais de Tuberculose - [base de dados do Estado de Minas

Gerais]. [acesso em 17 de setembro 2018].