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Quem somos? Nós, do Campo de Juventude Rompendo Amaras, somos um grupo de estudantes e de jovens unidos pela ansiedade de mudar os rumos do nosso tempo, certos de que apenas transformando a sociedade é possível pensar em outro modelo de educação e de sociabilidade em geral, sem opressão de classe, sem racismo, sem machismo, sem homofobia. Nos colocamos aqui enquanto Campo de Juventude por acreditarmos ser necessário hoje expandir o raio histórico do movimento estudantil nacional, sempre encastelado nos muros da universidade. Acreditamos ser necessário dialogar com a juventude brasileira que nas chamadas Jornadas de Junho estiveram nas ruas brasileiras lutando por direitos, fazendo barricadas, enfrentando o estado policialesco e conquistando vitórias concretas para a juventude e para a classe trabalhadora. Não queremos nos acomodar ao ver o desmonte da universidade pública, a precarização do ensino privado, a mercantilização do transporte público, a criminalização e o extermínio da juventude pobre e negra. Atuamos nas políticas gerais das Universidades públicas e pagas, no combate a todas as formas de opressão no âmbito da Universidade e fora de seus muros, em defesa do Passe-Livre e de todo o processo de mercantilização do transporte público e do direito à cidade, a fim de contribuir para a construção de um projeto político que consolide a reorganização nacional do Movimento Estudantil e da juventude em geral. Um programa que seja de ruptura com o capitalismo e de autonomia total com relação ao Estado e aos seus governos. Nacionalmente, no curso de Direito, existimos em São Paulo (SP), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Teresina (PI), Recife (PE), Maringá (PR), Londrina (PR), atuando nas executivas estudantis, como a FENED – Federação Nacional de Estudantes de Direito, por acreditar que podem se apresentar como um instrumento importante para reorganização e para a formulação de um programa político que expresse as reais demandas e da educação jurídica do país e suas possíveis soluções. Assim, pretendemos ajudar a construir um contra- projeto estudantil, anticapitalista e feminista para atuação nas faculdades de Direito! “Quem não se movimenta, não sente as amarras que o prendem.” (Rosa Luxemburgo) Da crise econômica a Primavera: Mobilizações e Conjunturas Somos a geração filha do neoliberalismo. Paradoxalmente, ao passo que somos fruto de seu triunfo, também nascemos sob o manto da derrota das experiências socialistas do Leste Europeu e da derrocada da experiência histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) enquanto referência de transformação social no Brasil. Queda do muro de Berlin, cooptação dos movimentos sociais, falência dos projetos de transformação radical, hegemonia da democracia formal representativa, - chegamos ao fim da história, nos dizem. Quer protestar? Reivindicar algo? Lutar por Direitos? Não se preocupem. As instituições do Estado Democrático de Direito são plenamente capazes de resolver conflitos pacificamente, e as ruas enquanto instrumento de transformação é mera rebeldia e saudosismo. Esta tem sido a propaganda impressa nas últimas décadas pelos aparelhos ideológicas dos poderosos! Por mais predominante e vitoriosa que tenha sido esta ideologia, no presente, ela se encontra em uma encruzilhada: o modelo de acumulação baseado na especulação faz com que os principais eixos capitalistas (E.U.A. e Europa) atualmente se encontrem em uma profunda crise. Retiram direitos dos trabalhadores na tentativa de salvar os bancos e restabelecer a ordem, mas esta ordem está longe de chegar: tudo indica que estamos lidando com uma crise profunda e de longa duração. Tal crise econômica progressivamente vem afetando todos os países, principalmente através de aumentos de custo no preço de vida e corte de gastos sociais (saúde e educação, por exemplo) por parte do Estado, os chamados planos de austeridade. Os alimentos ficam mais caros, estudar fica mais caro, pegar ônibus fica mais caro etc e isso ocorre tanto na Tunísia, quanto na Grécia, nos Estados Unidos e no Brasil. Este aumento do custo de vida é a principal causa de surgimento de movimento em diversos países que de alguma forma trazem questionamentos sobre o capitalismo e o atual modelo de democracia vigente - ou não vigente, como no caso dos países árabes onde a população é submetida à severas ditaduras. Desde a primavera árabe, passando pelos indignados europeus, os jovens que ocupam às ruas dos Estados Unidos, os estudantes chilenos que construíram uma enorme greve pela educação pública e os que estão construindo a primavera brasileira, temos uma união por questionarmos a maneira como os governantes - influenciados pelos grandes capitalistas - conduzem as nossas vidas atualmente, com decisões que passam longe da vontade popular e que visam apenas aumentar o lucro dos que já possuem muito, promovendo assim uma maior exclusão social. As respostas dos povos que sofrem com estas ações é uma só: queremos uma outra sociedade, onde a vida não seja submetida ao lucro. “há um outro mundo que nos espera. Este mundo de merda está grávido de outro. E são os Jovens que nos levam para frente.” (Eduardo Galeano) ROMPENDO AMARRAS Campo de juventude e movimento estudantil Contribuição ao XXXIV Encontro Nacional dos Estudantes de Direito Pelotas, 2013 1

Apresentação do PowerPoint · promovendo assim uma maior exclusão social. As respostas dos povos que sofrem com estas ações é uma só: queremos uma outra sociedade, onde a vida

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Page 1: Apresentação do PowerPoint · promovendo assim uma maior exclusão social. As respostas dos povos que sofrem com estas ações é uma só: queremos uma outra sociedade, onde a vida

Quem somos? Nós, do Campo de Juventude Rompendo Amaras, somos um

grupo de estudantes e de jovens unidos pela ansiedade de mudar os rumos do nosso tempo, certos de que apenas transformando a sociedade é possível pensar em outro modelo de educação e de sociabilidade em geral, sem opressão de classe, sem racismo, sem machismo, sem homofobia. Nos colocamos aqui enquanto Campo de Juventude por acreditarmos ser necessário hoje expandir o raio histórico do movimento estudantil nacional, sempre encastelado nos muros da universidade. Acreditamos ser necessário dialogar com a juventude brasileira que nas chamadas Jornadas de Junho estiveram nas ruas brasileiras lutando por direitos, fazendo barricadas, enfrentando o estado policialesco e conquistando vitórias concretas para a juventude e para a classe trabalhadora. Não queremos nos acomodar ao ver o desmonte da universidade pública, a precarização do ensino privado, a mercantilização do transporte público, a criminalização e o extermínio da juventude pobre e negra.

Atuamos nas políticas gerais das Universidades públicas e pagas, no combate a todas as formas de opressão no âmbito da Universidade e fora de seus muros, em defesa do Passe-Livre e de todo o processo de mercantilização do transporte público e do direito à cidade, a fim de contribuir para a construção de um projeto político que consolide a reorganização nacional do Movimento Estudantil e da juventude em geral. Um programa que seja de ruptura com o capitalismo e de autonomia total com relação ao Estado e aos seus governos.

Nacionalmente, no curso de Direito, existimos em São Paulo (SP), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Teresina (PI), Recife (PE), Maringá (PR), Londrina (PR), atuando nas executivas estudantis, como a FENED – Federação Nacional de Estudantes de Direito, por acreditar que podem se apresentar como um instrumento importante para reorganização e para a formulação de um programa político que expresse as reais demandas e da educação jurídica do país e suas possíveis soluções. Assim, pretendemos ajudar a construir um contra-projeto estudantil, anticapitalista e feminista para atuação nas faculdades de Direito!

“Quem não se movimenta, não sente as amarras que o prendem.” (Rosa Luxemburgo)

Da crise econômica a Primavera: Mobilizações

e Conjunturas

Somos a geração filha do neoliberalismo. Paradoxalmente, ao passo que somos fruto de seu triunfo, também nascemos sob o manto da derrota das experiências socialistas do Leste Europeu e da derrocada da experiência histórica do Partido dos Trabalhadores (PT) enquanto referência de transformação social no Brasil. Queda do muro de Berlin, cooptação dos movimentos sociais, falência dos projetos de transformação radical, hegemonia da democracia formal representativa, - chegamos ao fim da história, nos dizem. Quer protestar? Reivindicar algo? Lutar por Direitos? Não se preocupem. As instituições do Estado Democrático de Direito são plenamente capazes de resolver conflitos pacificamente, e as ruas enquanto instrumento de transformação é mera rebeldia e saudosismo. Esta tem sido a propaganda impressa nas últimas décadas pelos aparelhos ideológicas dos poderosos!

Por mais predominante e vitoriosa que tenha sido esta ideologia, no presente, ela se encontra em uma encruzilhada: o modelo de acumulação baseado na especulação faz com que os principais eixos capitalistas (E.U.A. e Europa) atualmente se encontrem em uma profunda crise. Retiram direitos dos trabalhadores na tentativa de salvar os bancos e restabelecer a ordem, mas esta ordem está longe de chegar: tudo indica que estamos lidando com uma crise profunda e de longa duração.

Tal crise econômica progressivamente vem afetando todos os países, principalmente através de aumentos de custo no preço de vida e corte de gastos sociais (saúde e educação, por exemplo) por parte do Estado, os chamados planos de austeridade. Os alimentos ficam mais caros, estudar fica mais caro, pegar ônibus fica mais caro etc e isso ocorre tanto na Tunísia, quanto na Grécia, nos Estados Unidos e no Brasil. Este aumento do custo de vida é a principal causa de surgimento de movimento em diversos países que de alguma forma trazem questionamentos sobre o capitalismo e o atual modelo de democracia vigente - ou não vigente, como no caso dos países árabes onde a população é submetida à severas ditaduras.

Desde a primavera árabe, passando pelos indignados europeus, os jovens que ocupam às ruas dos Estados Unidos, os estudantes chilenos que construíram uma enorme greve pela educação pública e os que estão construindo a primavera brasileira, temos uma união por questionarmos a maneira como os governantes - influenciados pelos grandes capitalistas - conduzem as nossas vidas atualmente, com decisões que passam longe da vontade popular e que visam apenas aumentar o lucro dos que já possuem muito, promovendo assim uma maior exclusão social. As respostas dos povos que sofrem com estas ações é uma só: queremos uma outra sociedade, onde a vida não seja submetida ao lucro.

“há um outro mundo que nos espera. Este mundo de merda está grávido de outro.

E são os Jovens que nos levam para frente.” (Eduardo Galeano)

ROMPENDO AMARRAS Campo de juventude e movimento estudantil

Contribuição ao XXXIV Encontro Nacional dos Estudantes de Direito Pelotas, 2013

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A palavra “revolução” voltou a se recorrente nas ruas de todo o mundo e é com esse espírito que temos que nos organizar aqui no Brasil. Sendo parte integrante destes movimentos que lutam contra a exploração do homem pelo homem em escala global, reivindicando sempre o internacionalismo como método de análise e o desenvolvimento da solidariedade ativa de todos que lutam ao redor do mundo, trazendo a influência dos diversos movimentos existentes para o nosso país e contribuindo para a construção destas lutas, já que a luta de classes se dá em escala mundial.

novas facetas dos movimentos sociais, como o movimento passe livre e os coletivos de juventude, criando um movimento que tem como marca uma maior pluralidade de ideias ao invés de grandes líderes. Entretanto, esta nova formula de organização não pode se desvincular dos acúmulos históricos da esquerda mundial, produzido a partir dos na luta de classes, e seria grave acreditar que todo o passado de luta foi um erro e que devemos nos acomodar com o modelo atual.

É necessário pegarmos erros e acertos do passado e aprender com eles, de maneira a construir um movimento com a cara do século XXI, onde os espaços democráticos de debates existam, fortalecendo a auto-organização dos oprimidos, mas sem negar a importância de sindicatos, entidades e partidos políticos na construção da luta d@s trabalhadores por uma nova sociedade, se vendo assim apenas como parte integrante desta luta e procurando a união de todos os movimentos de esquerda para que sejamos mais forte.

A juventude que faz destas ruas seu campo de batalha pode ser definida com a palavra utilizada pelos espanhóis durante seu processo de luta: indignação. O nível de consciência destes jovens é ainda extremamente desigual e diversificado, por este motivo este movimento não consegue, muitas vezes, produzir saídas afirmativas para os problemas identificados na sua própria realidade. Os homens e mulheres que constroem nas ruas a Primavera Brasileira, no entanto, conseguem identificar claramente o que não querem e o que não aceitam mais - e este é o regime em que vivemos: uma democracia para os ricos; uma ditadura para os pobres.

Enquanto isso no Brasil... A flor (da juventude) nasceu na rua!

“Pergunta sempre a cada ideia:

a quem serves?” Bertolt Brecht

Universidade e Mundo do Trabalho: Conhecimento e formação profissional para que(m)?

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Os governos brasileiros insistiram na propaganda falaciosa de

que o Brasil estaria a salvo da crise pelos seus investimentos na "poderosa" China, e que sairíamos ilesos se continuássemos com o consumo desenfreado e com a implementação de um modelo neodesenvolvimentista da economia nacional.

No trem da História, é impossível fugirmos dos trilhos que construímos. As máscaras caem, e a situação de precariedade começa a ser impossível de se esconder. A eclosão das manifestações que começa na contestação dos aumentos da tarifa de ônibus e a retomada das ruas enquanto um instrumento de luta de jovens e trabalhadores abrem caminhos para um novo tempo e para uma nova consciência.

Mais importante do que a retomada das ruas, é perceber que este método de luta por direitos pode-se sair vitorioso. A revogação do aumento da tarifa nas capitais, o arquivamento do Projeto de Lei da Cura Gay e a denúncia constante da contradição entre o Brasil real e o Brasil "padrão Fifa" são uma expressão clara das vitórias da chamada Jornada de Junho. A política que outrora era sinônimo de balcão de negócios, pouco a pouco volta a ser interesse geral dos brasileiros.

O mês de junho de 2013, e provavelmente os subsequentes, entrarão, nesse sentido, na história política brasileira. A grandiosidade das nossas ações, o tamanho das mobilizações e as vitórias concretas que o movimento vem conquistando podem ser comparadas com as “Diretas já!” e o “Fora Collor”, sendo grandes exemplos históricos de momentos em que o povo brasileiro escreveu o futuro com suas próprias mãos.

Porém, estes três fatos histórico tiverem diferenças entre si. Diferenças que vão desde o modelo com o qual foram criados até a maneira como que as lutas se desenvolveram, mas a principal diferença diz respeito à nova forma de organização dos protestos. A grande marca das mobilizações de 2013 é a sua nova forma organizativa, onde instrumentos tradicionais dos movimentos de esquerda são secundários e sua articulação passa a se dar fortemente pelas redes sociais.

O começo das mobilizações não foi construído a partir das entidades ou movimentos históricos da luta social brasileira, como o PT, a UNE, o MST ou a CUT e sim a partir de atos marcados por

Chegamos ao XXXIV Encontro Nacional de Estudantes de

Direito (ENED) com a exigência de debatermos e aprofundarmos qual o papel que a Universidade brasileira e a formação profissional que se desenvolve em seu interior cumprem na atual conjuntura de metamorfoses do mundo do trabalho e de implementação de um modelo neodesenvolvimentista na economia nacional. Enquanto Campo de Juventude Rompendo Amarras afirmamos que no atual período de desmonte da Universidade pública esse debate necessariamente perpassa pela compreensão da chamada Reforma Universitária que vem sendo implementada pelos últimos governos e de sua relação com os interesses da reprodução ampliada do capital no contexto de reestruturação produtiva e de crise global do sistema capitalista.

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CRISE DO CAPITAL Flexibilização das relações de trabalho e da universidade

interesses não se apresenta somente na forma organizacional do ensino, mas na disseminação de valores políticos e culturais que regem essa organização e permitem volatilizar os indivíduos à constante transformação global e afirmar uma dominação ideológica capaz de consolidar a expansão do capital. Os sinais mais claros desse processo se mostram com a expansão do ensino superior privado, que acontece simultaneamente a um aumento da precarização das universidades públicas. As políticas educacionais para o ensino superior implantadas pelos governos não só do Brasil, mas de toda a América Latina e de vários outros países da periferia do capitalismo, do início da década de 90 até os dias de hoje, ampliaram a oferta de ensino superior, mas com uma qualidade cada vez menor, e com um envolvimento cada vez maior expressivo do mercado educacional.

Sobre a denominada Reforma Universitária (ou Contra-Reforma,

como passou a ser chamada pelos movimentos sociais de Educação) em curso, deve-se compreendê-la como um processo de redefinição do papel da Universidade brasileira nesse contexto de crise e reestruturação produtiva, e não apenas como um pacote fragmentário e despretensioso de políticas públicas para o ensino superior, como REUNI, PRONI, FIES, SINAES, ENEM, Leis de Inovação Tecnológica, PNE e etc. Todos esses projetos, que se aprofundaram e ganharam corpo nos governos Lula e Dilma, coadunam-se, em verdade, para a implementação efetiva de outro modelo de Universidade, desprovido de qualidade, de formação humanística e cultural, democracia, autonomia e produção de conhecimento que dialogue com as necessidades da juventude da classe trabalhadora.

A Universidade, que surge historicamente enquanto instituição para formar a classe dirigente, reconfigura-se expressivamente a partir desta Reforma, em conformidade com os imperativos da reestruturação produtiva e obedecendo às cartilhas do Banco Mundial para a educação nas economias periféricas do capitalismo. Tais cartilhas são muito contundentes em apontar a necessidade de uma formação técnica que não seja apenas de indivíduos que irão ocupar posições dirigentes na sociedade burguesa, mas sobretudo apontam a centralidade da formação de trabalhadores condicionados a um mundo do trabalho radicalmente transformado, que passa consequentemente a exigir um outro perfil de trabalhador(a) para a reprodução do capital.

A reestruturação do mundo do trabalho, portanto, é a espinha dorsal da reestruturação do modelo de universidade materializado

nas últimas décadas e consequentemente do conteúdo político- pedagógico que norteia a produção de conhecimento e a formação

profissional em seu interior. Desse modo, a partir do processo de precarização, fragmentação, flexibilização e heterogeneização pelo

qual passa a classe trabalhadora (a que denominamos reestruturação do mundo do trabalho), a Universidade passa a

redefinir os seus objetivos político-pedagógicos, transformando-se para produzir esse tipo de trabalhador,

com uma formação intelectual tecnicista a partir da ótica do capital, polivalente e solucionador rápido dos

problemas da produção. Se por um lado houve, com essa chamada Reforma Universitária, uma grande abertura à iniciativa

privada (via PRONI e FIES), que possibilitou um novo e vasto campo para a acumulação de capital devido à insuficiência de vagas na universidade pública e a

massificação de trabalhadores tecnicamente

A crise do sistema de produção e acumulação capitalista fordista, vigente do pós-guerra à década de 70, que se caracterizava pela produção em massa para consumo em massa e pela regulação do compromisso entre Capital e Trabalho pelo Estado dito Keynesiano, emerge, a partir da chamada Crise do Petróleo de 73, como uma crise que atinge à configuração estrutural das relações de produção e do sistema de acumulação, ocasionando a necessidade de uma resposta do sistema capitalista com vistas à sua própria sobrevivência.

A chamada Reestruturação Produtiva do Capital, cujas principais características para o mundo do trabalho são: flexibilização das relações produtivas, acumulação flexível, desemprego estrutural, retirada progressiva de direitos sociais e incorporação de novas tecnologias - configura-se, a partir dos anos 70, como a resposta central do sistema de acumulação para esse cenário de crise ampliada. Uma das táticas utilizadas pelo capital para se adequar à nova fase de acumulação capitalista é a desregulamentação de setores estatais, sucateando-os e mercantilizando-os, através de privatizações. A expansão do capital privado em detrimento do público é feita através da exploração das classes trabalhadoras nacionais, como efetivamente ocorre no fenômeno das “terceirizações”, postas como solução de barateamento de custos em detrimento dos (poucos) direitos trabalhistas conquistados ao longo do século XX.

Uma face atual desse processo de retirada de direitos da classe trabalhadora no Brasil é a proposta de Acordo Coletivo Especial (ACE) apresentada em 2011 pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, vinculado a CUT, que objetiva reduzir as conquistas da CLT em benefício de acordos particularizados entre empresa e empregado. Na prática, tal proposta significa que sindicatos e empresas ficariam autorizados a negociar direitos já garantidos em lei, não sendo necessário seguir a CLT, substituindo uma legislação universal, garantidora de direitos, por um acordo individual ou coletivo por empresa. Com isso, questões como redução do salário e aumento da jornada de trabalho, por exemplo, poderiam ser acordadas, com legitimidade e segurança.

A Educação, então estruturada política e pedagogicamente a partir de instituições sociais, como se constitui historicamente a Universidade, passa a contrastar com a flexibilidade exigida pelo mercado e pelo mundo do trabalho. A pressão dessas demandas do capital em crise é uma alavanca para as Reformas da Educação, que passa a impulsionar uma Educação esvaziada em formação humanística e cultural, e dominada pela formação técnica. A válvula de propagação desses

A Contra-Reforma Universitária do PT e a submissão da universidade aos

interesses do capital

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capazes; por outro, a lógica de desresponsabilizar o Estado, na garantia de direitos, criou as condições para a privatização branca da universidade: subordinando o ensino e a pesquisa universitárias aos interesses do mercado (via Lei de Inovação Tecnológica e Fundações de Direito Privado) e a precarização das universidades públicas a partir de uma expansão que não encontrou verba e estrutura correspondente (via REUNI).

Assistimos, portanto, à conversão radical do papel da Universidade e da formação profissional à luz dos interesses que se amalgamam na reprodução do capital nos países ditos em desenvolvimento, conforme reitera os documentos do Banco Mundial desde o início dos anos 90. Graduações são minimalizadas a partir da demanda do mundo do trabalho capitalista e currículos são flexibilizados e colocados à disposição da formação tecnicista e apartada da reflexão sobre a realidade. Não há a mínima preocupação sobre as questões nacionais e os grandes problemas que massacram e violentam os setores oprimidos da sociedade. A Universidade, com esta contra-reforma, caminha para a vala de tão somente atender servilmente as exigências de um mercado que só produz exclusão, violência e crise.

Fracionar e cooptar A tática do PTista de implementação do projeto

neoliberal da Educação Superior no Brasil

Os Governos do Partido dito dos Trabalhadores representam um marco no processo de implementação da Contra-Reforma Universitária, sobremaneira por reorientar a sua tática de efetivação a partir de medidas aparentemente isoladas (Decretos, Medidas Provisórias, Leis etc) e por cooptar grande parte das forças políticas (inclusive o movimento estudantil) e consequentemente os instrumentos construídos historicamente para a defesa da classe e da juventude (CUT, UNE)

A implementação fracionada da reforma universitária efetivamente ganhou corpo de 2003 para cá: o PROUNI e o FIES como relançamento da expansão da iniciativa privada (iniciada nos governos tucanos), o REUNI como forma de desmonte da Universidade Pública, o SINAES como forma de avaliação, o ENEM como Forma ilusória de ingresso e democratização, a Lei de Inovações Tecnológicas e as Parcerias Público-Privada como forma de abrir mais espaço para a

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Este se exime não só de fazer uma avaliação do último PNE (em grande parte não cumprido), como consolida todas as políticas privatizantes ocorridas no último período e ainda lança uma proposta de implementação de 7% do PIB para educação a ser atingido apenas para daqui a 10 anos, sendo que o atual financiamento sequer chega a 5% do PIB.

privatização da pesquisa, os projetos de Lei da reforma, como o PL 7.200/06, além da continuidade e reforço das políticas gerais já iniciadas no governo FHC, como a expansão do Ensino à Distância (EAD).

No campo mais específico das políticas públicas, o lançamento do PROUNI (Programa Universidade para Todos), nos primeiros anos do Governo Lula, e do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), posteriormente, criou um sistema de bolsas e financiamentos em instituições privadas que ampliou massivamente a existência do mercado do ensino superior privado, que em nada representa a potencialidade de uma produção de conhecimento fincada nos interesses da classe trabalhadora, uma vez que tais instituições funcionam em sua esmagadora maioria como verdadeiro balcão de diplomas, sem produzir qualquer tipo de pesquisa e extensão. Além desse aspecto, vale sublinhar que o valor correspondente à arrecadação dos impostos e ao crédito bancário desses dois

programas poderiam, em muito, aumentar o número de vagas e recursos destinados para a Universidade Pública. Hoje apenas 20% dos jovens que têm acesso ao ensino superior estão em universidades públicas, o que demonstra a subsunção do ensino superior no País à lógica perversa do mercado dos tubarões da educação.

Em 2007 tivemos a aprovação antidemocrática do REUNI (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades) sem discussão alguma sobre as consequências dele com a comunidade acadêmica em todo país. O programa visa a expandir as universidades aumentando o número de alunos por professor, aumentando a taxa de conclusão e criando mais vagas e novos cursos, sem prever, no entanto, um aumento proporcional de investimentos que garantam a qualidade e a possibilidade de permanência dos estudantes na Universidade. Além desse aspecto, é preciso ressaltar que o REUNI significa a conversão das Universidades Federais em grandes escolões, com trabalho docente precarizado e impossibilidade de se praticar ensino, pesquisa e extensão de forma indissociada, o que acaba por esvaziar a possibilidade de um diálogo concreto da Universidade com as demandas da realidade.

Além do REUNI, como já exposto, uma série de outras políticas que incentivam e regulamentavam a existência das Parcerias Público-Privadas (PPP ́s) foram implementadas, numa lógica de desresponsabilizar o Estado pela garantia do direito a educação, abrindo ao setor privado um mercado que transfigurou direitos sociais em serviços. As discussões sobre o novo PNE (Plano Nacional de Educação), que estabelece metas para educação para os próximos 10 anos, passam hoje pela reafirmação do projeto apresentado pelo Governo Federal.

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Para a Educação Jurídica o processo de implementação da Contra-Reforma universitária nas últimas décadas e de avanço da reestruturação produtiva também produziu efeitos perversos no que diz respeito à defesa de uma educação de qualidade e pautada na reflexão e na prática crítica sobre o mundo.

Os cursos de direito no período de fundação do Estado nacional possuíam como papel central a formação política e ideológica de novos quadros dirigentes da burocracia que se instalava com a independência política do País. Com as mutações políticas e econômicas no Brasil, essa tarefa central passa também a se revestir de modificações, sobremaneira tendo como eixo principal os imperativos das demandas de mercado e do mundo do trabalho. Os cursos de direito hoje são, em verdade, o principal lócus do processo de privatização e mercantilização de uma educação precária e formadora de uma mão de obra técnica e apartada da realidade social do país. A implementação de medidas privatizantes como o PROUNI e o FIES encontram nos cursos de direito, por seu baixo custo de ‘produção’, grande e fecundo espaço de expansão.

Vivencia-se nas mais de 1400 faculdades de direito do País o aprofundamento de uma educação jurídica massificada e estaticamente clivada no seu tripé constitucional: ensino superficial e dogmático, extensão quase inexistente e pesquisa, de modo geral, muito precária e pouco voltada à dita função social da universidade. Tal quadro passa a se aprofundar com a implementação de medidas precarizantes da universidade pública no processo de Contra-Reforma, como o REUNI e a expansão do Ensino à Distância no País. Com isso a Educação Jurídica torna-se abstraída da realidade social, passando a não se inserir político e

E a educação jurídica? Tecnização, precarização e mercantilização dos cursos de Direito!

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Em todas as esferas da vida as mulheres sentem a opressão que as acometem simplesmente por serem

mulheres. Essa é uma realidade alimentada pela divisão sexual do trabalho. Grosso modo, às mulheres cabe a função de cuidar do lar e da família, enquanto, aos homens, cabe a função de prover o capital.

Dentre outras coisas, essa divisão gerou a dominação do espaço público pelos homens, uma vez que as mulheres ainda se veem muito reclusas ao espaço privado, ao lar. A dominação do espaço público é notada se compararmos a liberdade de ir e vir dada ao homem com a dada às mulheres. É difícil uma mulher sair na rua sem ser importunada por homens que a desconhece, que se sentem no direito, quase dever, de direcionar a ela um assovio ou uma cantada. Se invertêssemos as posições, poucas mulheres se sentiriam à vontade para agir de tal maneira, uma vez que foram ensinadas a adotarem uma postura recatada, de “moça de família”, “pra casar”. A lógica ainda é “prendam suas éguas, que meus cavalos estão soltos”. Quando jovens, as mulheres ainda recebem maiores restrições quanto aos lugares aonde ir, quanto à maneira de andar e de falar, sempre no sentido de se manterem mais próximas à família e ao lar.

academicamente nas questões centrais da juventude e da classe trabalhadora e a formar autênticos operadores jurídicos em legislação. Para que refletir criticamente a realidade social, construir novos conhecimentos e interagir com a sociedade, com vistas a contribuir com novas práticas de valorização dos direitos, se o objetivo da formação jurídica hoje perpassa quase que exclusivamente pela necessidade de aprovação na prova da OAB e da inserção na indústria de concursos públicos? A tecnicização exacerbada da Educação Jurídica hoje reflete a demanda de um mercado de trabalho também altamente preocupado na produção de uma mão de obra também tecnicista, aplicadora automática das normas jurídicas, bem como reflete a subsunção dos planos político-pedagógicos às provas da OAB (descarado instrumento para manutenção de reserva de mercado de advogados) e de concursos em geral.

Precisamos, enquanto Federação e Movimento Estudantil de Direito, enfrentar com clareza o processo de desmonte da Universidade Pública no Brasil e o aprofundamento de uma formação jurídica fragmentada, acrítica, abstrata, que só serve às demandas impostas pelo mercado e por um mundo do trabalho cada vez mais precário e explorador.

Quando uma mulher avança, nenhum

homem retrocede!

A verdade é que o machismo, mecanismo cultural de dominação do homem, ajuda a manter a desigualdade entre os sexos, e é muitas vezes naturalizado sob o argumento de proteção do chamado sexo frágil. Combatemos a naturalização dessa dominação, que, diferente do que nos foi

ensinado, não é biológica, é cultural, passível de mudança, e está relacionada com o modelo de sociedade em que estamos.

A desigualdade entre homens e mulheres pode ser notada facilmente. No trabalho, as mulheres ainda recebem menos que os homens pelo mesmo serviço prestado, são vítimas de abusos sexuais, minoria nos cargos chefia. Em casa, muitas são vítimas de violência física, simbólica, psicológica, exercem tripla jornada de trabalho e vivem a esperança do amor romântico, de sacrifício e submissão. Na universidade não existe

estrutura pensada para as que desejam ser mães e estudantes, há pouca flexibilidade nos horários, em especial nas universidades pagas, e não há creches.

No Brasil, mais que uma estagnação no que diz respeito aos direitos reprodutivos e autonomia sobre o seu corpo, as mulheres veem um retrocesso. Como se não bastasse a criminalização do aborto, discute-se em Brasília a possibilidade de adoção do Estatuto do Nascituro, que retira da mulher o direito de decidir se deseja e tem condições de criar um filho, mesmo em caso de estupro!

O Direito reflete esse cenário de desigualdade. Somente em 1962, com o Estatuto da Mulher Casada - L 4.121/1962, as mulheres casadas deixaram de ser consideradas relativamente incapazes, e só em 1988 a Constituição consagrou a igualdade de direitos e deveres na família. Em 1999, foi vedado expressamente em lei a distinção salarial em razão do sexo. Porém, as conquistas se deram muito mais na esfera legal do que no plano social.

A FENED deve contribuir com a luta das mulheres, buscando alimentar políticas questionadoras e fomentando o debate feminista em todos os seus espaços. É preciso libertar a mulher de toda a opressão, trazê-la também ao espaço público, colocá-la em igualdade de direitos e condições.

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A população negra no Brasil foi e vem sendo historicamente marginalizada, excluída e explorada em todas as dimensões da vida social, política e econômica. Foram três séculos de escravidão e, mesmo passados 125 anos de seu fim, os dados do Brasil ainda admitem que “lugar de negro” não é na escola, não é na universidade, mas sim em lugares de subalternidade, de marginalidade e opressão. Nenhuma chance de reestruturação na sociedade no período da pós-abolição foi dada ao povo negro, e esse fato se reflete até os dias de hoje no processo de exclusão social de direitos que se expressa de forma diferenciada a depender da cor da pele e da origem histórico-social.

A população negra permanece, de fato, as margens do sistema de direitos no Brasil, seja nos índices que versam sobre acesso à educação, acesso à moradia digna, seja aos postos de trabalho com melhores remunerações. Mostrando claramente as mazelas de uma sociedade que tem no Racismo um de seus pilares estruturais, é que a questão racial é também apropriada pelo sistema produtor de mercadorias, que passa a se utilizar da discriminação racial para ampliar a sua taxa de lucro e de produção de mais desigualdade socioeconômica.

Podemos perceber o preconceito racial e de classe quando vemos diariamente o extermínio por parte do estado e de suas políticas de segurança de grandes parcelas da juventude negra e pobre das periferias do Brasil. Em 2013, as taxas de homicídio da população negra chegou a 19,7 óbitos para cada 100 mil pessoas negras – são 88,4% maiores que as taxas brancas – 10,5 óbitos para cada 100 mil brancos. Isto é, morrem proporcionalmente, 88,4% mais pretos que brancos, o que acaba por caracterizar uma verdadeira limpeza racial no país!

Nós do Campo de Juventude Rompendo Amarras entendemos que o debate sobre a opressão racial em tempos em que se questiona a falta de investimento na educação, na saúde, no transporte Público, não deve deixar de ser feito com o recorte necessário sobre a forma discriminatória que a ausência desses direitos atingem a população brasileira. Esses debates encontram-se veementemente atrelados ao debate da exploração e do genocídio da população pobre pelas grandes elites brasileiras. É preciso questionar a situação desigual da juventude negra, quebrar as correntes do racismo, defender a implantação das cotas raciais nas universidades, lutar contra a criminalização da cultura africana, defender a titulação das terras quilombolas e acima de tudo compreender que a bandeira da igualdade racial deve estar sempre hasteada Durante todos os processos de lutas da juventude Brasileira.

Passamos no Brasil por uma ofensiva conservadora, e uma das pautas mais atingidas é a de Direitos Humanos. A população LGBTT sem dúvida é uma das que mais sofre com esses ataques e seus direitos vêm sendo os primeiros usados como moeda de troca pelo governo federal.

Durante os dez anos de governo do Partido dos Trabalhadores não vimos avanços no diálogo com o movimento LGBTT nacional. As respostas desses governos, pelo contrário, foram a cooptação do movimento, o veto ao kit anti-homofobia e à propaganda do programa de DST/AIDS do Ministério da Saúde, a descaracterização e não aprovação do PL que criminaliza a homofobia, a não aprovação do casamento civil igualitário e nem dos direitos que este garante. Além da carta ao povo de deus, na qual a presidenta afirma que não fará propaganda de “opção sexual” e agora a negociação em torno da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, que por troca de apoio político por parte da presidência, está nas mãos do PSC, na figura de Marco Feliciano, que recentemente apresentou o projeto absurdo da chamada “Cura Gay”.

Embora hoje seja divulgada a ideia de que a sociedade aceita com mais facilidade as manifestações afetivas no que diz respeito à diversidade sexual e que as opressões como um todo são coisas do passado, na prática vemos que a história é bem diferente. O Brasil é o país com o mais alto índice de assassinatos por homofobia. A cada intervalo de 28 horas um cidadão ou cidadã homossexual é assassinado nesse país.

Diante da atual situação, a luta contra a homofobia tem que ser cotidiana, e o espaço universitário não está isento dos preconceitos, violências e discriminações presentes na sociedade. Desta forma, necessitamos trazer esse debate para dentro das universidades e dos espaços do movimento estudantil, travando lutas por direitos que atendam as nossas necessidades!

Nós do Campo Rompendo Amarras consideramos a pauta LGBTT como central para a nossa política e que ela deve sempre ser tratada em diálogo com as pautas do movimento estudantil e da juventude. O projeto de educação e sociedade que defendemos só será alcançado se todxs puderem expressar sua identidade de gênero e orientação sexual livremente.

Denegrindo a FENED e as lutas nacionais!

Eu beijo homem, beijo mulher, tenho o direito de beijar

quem eu quiser!

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Fortaleza/CE: Acássio - (85) 96309558 São Paulo/SP: Bia Branco - (11) 993553466

Curitiba/PR: Mariana - (41) 99860968 Recife/PE: Pedro Josephi - (81) 9521 4460

Teresina/PI: Emerson – (86) 99642493 Aracaju/SE: Mirna – (79) 91458991 C

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