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União Europeia É uma organização internacional com características que a tornam única no contexto das demais organizações. Todavia, enquanto organização internacional, a sua estrutura jurídica revela elementos de intergovernamentalidade e de supranacionalidade, o que a transforma numa organização internacional híbrida e singular. Tal carácter híbrido é visível no plano dos diferentes elementos que constituem a natureza da União, designadamente, os seus objectivos, a sua estrutura institucional, e ainda a sua estrutura político-jurídica. O art.º. 1 do tratado de União Europeia declara que a União Europeia tem como objectivo institucionalizar a criação de uma união cada vez mais profunda entre os povos da Europa, sendo tal objectivo caracterizado através da atribuição de competências às estruturas político-jurídicas e do papel fundamental dos órgãos integrados que constituem a União. Os objectivos da UE encontram-se definidos no art. 3 do tratado da União europeia, sendo os objectivos fundamentais . A promoção de paz, dos valores europeus e bem-estar entre os povos europeus. A construção de um espaço de “Liberdade, segurança e Justiça “ sem fronteiras internas e onde esteja garantida a livre circulação de pessoas bem como a desenvolvimento de medidas de reforço de controlo das fronteiras internas e onde esteja garantida a livre circulação de pessoas bem como o desenvolvimento de medidas de reforço de controlo de fronteiras externas, nomeadamente no campo da migração e controlo da criminalidade. 1- A institucionalização de um mercado interno 2- A promoção de coesão económica, social e territorial. 3- O estabelecimento de uma união económica e monetária 4- A adopção de políticas que permitam combater a exclusão social e a discriminação e promover a justiça e solidariedade social, bem como a igualdade de género e a proteção dos direitos da criança. Objectivos da U E demostram que esta não é uma organização internacional com simples objectivos de cooperação entre estados mas de construção de um sistema 1

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União Europeia

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União Europeia É uma organização internacional com características que a tornam única no contexto das demais organizações. Todavia, enquanto organização internacional, a sua estrutura jurídica revela elementos de intergovernamentalidade e de supranacionalidade, o que a transforma numa organização internacional híbrida e singular. Tal carácter híbrido é visível no plano dos diferentes elementos que constituem a natureza da União, designadamente, os seus objectivos, a sua estrutura institucional, e ainda a sua estrutura político-jurídica. O art.º. 1 do tratado de União Europeia declara que a União Europeia tem como objectivo institucionalizar a criação de uma união cada vez mais profunda entre os povos da Europa, sendo tal objectivo caracterizado através da atribuição de competências às estruturas político-jurídicas e do papel fundamental dos órgãos integrados que constituem a União. Os objectivos da UE encontram-se definidos no art. 3 do tratado da União europeia, sendo os objectivos fundamentais .

A promoção de paz, dos valores europeus e bem-estar entre os povos europeus.

A construção de um espaço de “Liberdade, segurança e Justiça “ sem fronteiras internas e onde esteja garantida a livre circulação de pessoas bem como a desenvolvimento de medidas de reforço de controlo das fronteiras internas e onde esteja garantida a livre circulação de pessoas bem como o desenvolvimento de medidas de reforço de controlo de fronteiras externas, nomeadamente no campo da migração e controlo da criminalidade.

1- A institucionalização de um mercado interno2- A promoção de coesão económica, social e territorial.3- O estabelecimento de uma união económica e monetária 4- A adopção de políticas que permitam combater a exclusão social e a

discriminação e promover a justiça e solidariedade social, bem como a igualdade de género e a proteção dos direitos da criança.

Objectivos da U E demostram que esta não é uma organização internacional com simples objectivos de cooperação entre estados mas de construção de um sistema político coeso á escala europeia. A soberania dos estados membros é transformada, dado que a União depende da transferência de competências governativas.A UE tem um enquadramento institucional único:

As grandes prioridades da UE são definidas pelo Conselho Europeu, que reúne dirigentes nacionais e da UE;

Os eurodeputados representam os cidadãos europeus no Parlamento Europeu e são por eles directamente eleitos;

Os interesses da UE no seu conjunto são defendidos pela Comissão Europeia, cujos membros são designados pelos governos nacionais;

Os países defendem os seus próprios interesses nacionais no Conselho da União Europeia.

A primeira característica que distingue a união europeia das restantes organizações internacionais, é o facto de os seus objectivos não serem alcançáveis através de simples relações de cooperação, mas requerem o estabelecimento de políticas de integração entre os estados membros. Nas

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organizações intergovernamentais clássicas (ONU) os órgãos integrados têm funções predominantemente administrativas, na U.E. os órgãos não intergovernamentais, nomeadamente a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu possuem funções políticas clara, ou seja, o Parlamento Europeu possui funções legislativas em regime co-decisão com o Conselho da EU

Principio fundamental U.E:Princípio da Especialidade, Enquanto as competências dos Estados são tendencialmente universais na União Europeia estão limitadas pelo princípio da especialidade,  têm a acção limitada pelos seus fins, só podem praticar os actos para prosseguir os fins da União Europeia. Estas competências estão explícitas no tratado de Lisboa.Princípios fundamentais art. 5.º T.U.EPrincípio da competência de atribuição A U. E. só têm as competências que os Estados previamente lhe atribuíram, pelo que, todas as competências que não são atribuídas à União Europeia permanecem no âmbito dos Estados.O Princípio de Proporcionalidade: tal como especificam os artigos A e B do Título I do Tratado da União Europeia. Este princípio contribui para o respeito da identidade nacional dos Estados-membros e constitui uma salvaguarda das respectivas competências. O seu objectivo consiste em que as decisões no âmbito da União Europeia sejam tomadas ao nível mais próximo possível dos cidadãos.O Princípio de Subsidiariedade: diz respeito às competências partilhadas, a UE só pode intervir se estiver em condições de agir de forma mais eficaz do que os Estados-Membros.OS TRÊS GRANDES TIPOS DE COMPETÊNCIASCompetências Exclusivas  (artigo 3.º do TFUE): A UE tem competência exclusiva para formular directrizes e celebrar acordos internacionais quando está contemplada num ato legislativo da União.Competências Partilhadas  (artigo 4.º do TFUE): Os Estados-membros não podem exercer competência em áreas onde a União tem.Competências Apoiadas  (artigo 6.º do TFUE): A União Europeia pode tomar medidas para apoiar, coordenar ou completar a acção dos Estados-membros.Órgãos Legislativos Parlamento Europeu, directamente eleito, que representa os cidadãos da UE;Conselho da União Europeia, que representa os governos nacionais e cuja presidência é assumida rotativamente pelos Estados-Membros;Comissão Europeia, que vela pela defesa dos interesses da UE no seu todo.Em conjunto, estas três instituições adoptam, através do processo legislativo ordinário, as políticas e a legislação que se aplicam em toda a UE. Em princípio, a Comissão propõe nova legislação e o Parlamento e o Conselho adoptam-na. A Comissão e os Estados-Membros são os responsáveis pela sua execução. A Comissão vela também pela correcta transposição da legislação da UE para as ordens jurídicas nacionais.Processo legislativo ordinário, artigo 289.º do (TFUE), consiste na adopção de um regulamento, directiva, ou de uma decisão através da associação entre o P.E, e o Conselho. O mesmo art. define a figura do processo legislativo especial, com a adopção de um acto legislativo pelo Parlamento com a participação do conselho, ou por este com a participação do Parlamento. Os actos jurídicos são adoptados por um processo legislativo e constituem os actos legislativos.

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C. Presidido por Donald Tusk, é um órgão de direção política por excelência da EU, é constituído pelos Chefes de Estado e de Governo dos Estados-Membros e pelo Presidente da Comissão, reúnem-se 2 vezes por ano no mínimo. É um órgão fundamental porque é um órgão legislativo, ou seja, normalmente em articulação com o parlamento europeu aprova os actos legislativos da união, mas também aprova o orçamento, coordena os políticos económicos da união europeia. O conselho europeu define a agenda política da União europeia que vai ser trabalhada ao longo de cada semestre Europeu, é também o órgão fundamental da decisão das políticas da PESC e PCSD. P.E Presidido por Martin Schulz, é formado por 766 membros do parlamento europeu (eurodeputados) eleitos por sufrágio Universal pelos cidadãos dos seus países. O presidente da comissão e os comissários só podem exercer funções depois de serem aprovados pelo parlamento europeu O artigo 14º do Tratado da União Europeia consagra que, para além da função legislativa e orçamental, o Parlamento exerce funções de controlo político (Comissão Europeia) e funções consultivas. Aprova o processo de decisão ordinária. O parlamento pode votar uma moção de censura e fazer cair a comissão europeia, ou seja, a comissão acaba por responder politicamente perante o parlamento, quer os comissários, quer o presidente.C.E é formada por um colégio de comissários e pelo seu presidente Jean –Claude Juncker, cada comissário tem uma pasta especifica. A comissão europeia tem algumas funções ditas fundamentais, Art.17º (função de iniciativa legislativa propõe actos legislativos e funções de representação externa em áreas não cobertas pela Política Externa e de Segurança Comum) que depois são debatidos e votados pelo conselho e pelo parlamento. A comissão também é guardiã dos tratados, porque é a comissão que garante que os estados aplicam actos legislativos. A comissão europeia negoceia os tratados internacionais, sobretudo no campo comercial e portanto ao nível das relações económicas externas, a comissão é a cara e voz da união europeia.T.C, garante a aplicabilidade uniforme do direito nos estados membros, garante também a interpretação uniforme do direito da união europeia e os estados quando estes não cumprem o direito da união europeia, chamado processo poe incumprimento que é desencadeado pela comissão e pelo tribunal, ao nível da interpretação do direito da união. O tribunal de contas funciona como meio de transparência do orçamento da união europeia, vigia a boa gestão do orçamento da UE (actos institucionais)BCE garante a estabilidade da zona euro, nomeadamente ao que toca ao controlo dos preços, controlo da inflação.Governação multinível: É utilizado para explicar como a União Europeia é estruturada. Esta descreve como um sistema em que o poder é partilhado entre os variados níveis (supranacional, nacional, regional e local), com considerável interacção entre estas.O processo de europeização pode ser caracterizado através de três características fundamentais i) a emergência e o desenvolvimento de um grupo de instituições políticas que têm competências para formalizar a interacção entre os atores europeus e cujas funções, ao nível da decisão política, complexificam, de forma crescente, o sistema político europeu.

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ii) o desenvolvimento de uma rede de interacções entre os atores domésticos e supranacionais estabelecendo, desta forma, as condições que possibilitam o efeito de ramificação entre diferentes áreas de acção política; iii) a difusão de valores, paradigmas políticos e práticas sociais que criam as condições para a convergência de normas e para a aprendizagem social entre os estados europeus. taxonomia sistémica do processo de europeizaçãoA identificação de tais elementos pode ser elaborada através da sua organização em três níveis de análise: i) estruturas domésticas internas; ii) políticas públicas; e iii) estruturas cognitivas.IMPACTOS DA EUROPEIZAÇÃOFactores Políticos, Recursos Políticos, Cultura Política, legitimidade Política. Mecanismos de Representação, Redistribuição de Recursos Cultura contenciosa. Sociedade civil Factores Administrativos Carácter organizacional das instituições (coordenação), Recursos administrativos, Qualificação, Confiança Teoria da integração europeia (explicação das 3 teorias)Neofuncionalismo vê a integração como um processo, como uma dinâmica organizacional/processual que tem subjacente uma dinâmica histórica específica, ou seja, o processo de integração ou um processo histórico linear acontece ao longo do tempo devido a 3 factores de pressão; o 1 factor é o fenómeno chamado spillover ou ramificação, ou seja, a integração avança ao longo do tempo por um processo de contágio entre sectores. O 2 factor é a transparência das lealdades por parte dos interesses económicos das regiões, interesses esses económicos e privados que percebem que a integração cria comércio e produtividade. O 3 factor são as próprias instituições superinstitucionais, a burocracia europeia pressiona no sentido de terem mais poder. Os decisores políticos ficam presos às decisões que tomam “lockinefect”Intergovernamentalismo Liberal: A abordagem intergovernamental liberal argumenta que enquanto os actores não-estatais possuem um papel relevante, a natureza e o ritmo da integração é determinada pelos governos nacionais ao encontro dos seus interesses nacionais. Os governos, por si só, têm soberania legal, legitimidade política e a decisão do ritmo da integração.Construtivismo aplicado á união Europeia – aplica-se as ideias do institucionalismo sociológico, vem argumentar que essa ideia racionalista de que os interesses dos estados são fixos, e nunca mudam, essa ideia corresponde à realidade, e que os interesses mudam e evoluem através de um processo da socialização, ou seja, a construção europeia fez com que os decisores políticos dos vários estados cooperem entre si, portanto não há uma evolução natural das entidades nacionais, dos interesses nacionais, aprendem a ver as coisas de forma diferente, os interesses não são estáticos. Os decisores políticos aprendem a ver as coisas de outra perceptiva, chama-se apropriação normativa Os três pilares eram:1.º Pilar: COMUNIDADE EUROPEIA Áreas de Competência Mercado Interno (incluindo política de concorrência e política comercial comum) Política de ambiente, coesão social e política agrícola comum União Económica e Monetária

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Política de imigração e asilo (após o Tratado de Amesterdão) Processo de decisão e estrutura jurídica: supranacionalismo2.º Pilar: Política Externa e de Segurança Comum Áreas de Responsabilidade Preservação dos interesses, valores e independência da União Europeia Preservação da segurança da União e dos seus Estados Promoção da cooperação Internacional Preservação da paz e reforço da segurança internacional Promoção do estado de direito, democracia e do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais Processo de decisão e estrutura jurídica: intergovernamentalismo 3.º Pilar: Justiça e Assuntos Internos (formalmente Cooperação Policial e Judicial em Matéria Penal) Áreas de Responsabilidade Cooperação Policial Cooperação judicial em matéria criminal Cooperação judicial em matéria civil Processo de decisão e estrutura jurídica: intergovernamentalismoEm 1997 os estados decidem fazer a primeira revisão do tratado de Maastricht onde vão criar o espaço de liberdade, segurança e Justiça, ou seja, o auxílio à migração e fronteiras, passam do 3 pilar para o 1 pilar. O 2 pilar é em Amesterdão que se cria a figura de alto representante da União para a PESC. Em 1985 foi assinado os acordos Schengen de criação de um espaço de livre circulação de pessoas, passa a ser uma política europeia até aos dias de hoje.

Tratado de Lisboa – Principais Reformas 2009:

Absorção da Comunidade Europeia pela União Europeia

Extinção formal do sistema de pilares instituído pelo Tratado de Maastricht

Transformação do Tratado da Comunidade Europeia em Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

Atribuição de personalidade jurídica à União Europeia (artigo 47º do TUE)

Enunciação do princípio da democracia representativa como pilar fundamental do funcionamento da União Europeia (artigo 2º e 10º do Tratado da União Europeia)

Introdução de mecanismos de capacitação dos cidadãos europeus no quadro do processo de decisão europeu (artigo 11º do Tratado da União Europeia)

Enunciação dos tipos de competências prevalecentes no quadro da União Europeia e sua repartição pelos domínios de actividade europeus (artigos 2º a 6º do TFUE)

Introdução de mecanismos de controlo da aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade e reforço do papel dos Parlamentos nacionais no funcionamento da União

Consagração da Carta dos Direitos Fundamentais no quadro do direito da União

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Consagração da maioria qualificada como regra de deliberação geral no seio do Conselho e reconfiguração das suas Presidências rotativas

Consagração institucional do Conselho Europeu e introdução da figura do Presidente do Conselho Europeu e da figura do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança (simultaneamente vice-Presidente da Comissão Europeia).

União Europeia Elementos do Direito OriginárioTratado da União Europeia Domínios de Regulação

Objectivos da União Princípios da atribuição de competências, subsidiariedade e proporcionalidade Princípios Democráticos Sistema Institucional Cooperações Reforçadas Acção Externa da União Europeia Política Externa e de Segurança Comum Política Comum de Segurança e Defesa

Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia Domínios de Regulação

Categorias e Domínios de Competência da União Sistema Institucional, disposições financeiras e cooperação reforçada Não discriminação e cidadania da União Mercado Interno “Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça” União Económica e Monetária Agricultura e Pescas Concorrência, fiscalidade, emprego, política social, cultura, educação, saúde

pública, defesa dos consumidores Indústria, energia e investigação Coesão económica e social Acção externa da União e acordos internacionais

Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia Natureza dos direitos

Dignidade Liberdades Igualdade Solidariedade Cidadania Justiça

Europeização é um conceito bidimensional. Numa acepção lata o conceito de europeização é utilizado para descrever a influência que a União Europeia tem vindo a exercer no continente europeu na estruturação do sistema internacional. Numa acepção mais estrita, o conceito de europeização é utilizado para descrever e para analisar os processos de transferência vertical (compulsória) e horizontal (não compulsória) de políticas elaboradas no contexto institucional da União Europeia e aplicadas no âmbito dos estados membros.Europeização corresponde a articulação entre 5 dimensões:Dimensão geopolítica , a união europeia cada vez mais expõe competências no âmbito da gestão territorial, politicas com consequências territoriais, ou seja, a

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união europeia é percebida do exterior como um território, entidade geopolítica própria, política de gestão das fronteiras externas, espaço Schengen, as medidas de compensação, a liberalização de circulação interna, politicas económicas sócias, gestão de território.Dimensão externa , a união europeiatem cada vez mais um sector internacional (PESC, política e defesa e segurança própria, política de assistência ao desenvolvimento cada vez mais numa perceptiva de ator internacional.Dimensão institucional , a união europeia tem cada vez mais órgãos, sistema mais pesado e complexo Dimensão governamental , criação de mais cargos de governação.Dimensão política representa o resultado da interação das dimensões anteriores. A construção do projeto político europeu encontra-se dependente do sucesso do processo de transferência de políticas entre a UE e os estados membros e adaptação e centralização decisional – a chamada “Bruxelização”. Olsen refere, que não existe uma correlação necessariamente positiva entre a articulação das diferentes dimensões do conceito extenso da europeização e o fornecimento do projeto europeu.Perseptiva top-dow estuda a forma como os estados são obrigados a fazer o download das políticas decididas ao nível Europeu. Os estados – membros reagem ao processo de europeização, este não é igual para todos os estados, a pressão é maior sobre alguns estados (googfit, miis-fit). Exemplo concreto: Politica do ambiente (miss-fit) existe grande divergência entre o modelo regulatório doméstico e os europeus (União Europeia) para os estados sem políticas ambientais. Estados específicos (Países Nórdicos) – upload das suas políticas para a União Europeia, reagiram ao processo da Europeização de baixo para cima, os seus modelos regulatórios que inspiram os modelos regulatórios da União quando fazem o upload e good-fit.Quanto maior for a miss-fit, é maior a pressão dos Estados, pois estes encontram mais dificuldades em aplicar as politicas.A transferência de políticas pode ser de 2 tipos: vertical ou horizontal, quando o objectivo é harmonizar politicas publicas temos transferência vertical (política para os 28 Estados), quando o objectivo é apenas próximos modelos regulatórios, temos a transferência horizontal.Transferência vertical é obrigatória para os estados quando existe um acto legislativo. Os estados têm de aplicar, se não o fizerem incorrem um processo de incumprimento e podem ser sancionados, não são só os Governos que são multados como os agentes económicos (regras de concorrência), os agentes privados também podem ser sancionados, pode ocorrer em 2 processos diferentes.1º Integração positiva, acontece quando temos o modelo político regulatório que os estados têm necessariamente que aplicar. Exemplo: Política Ambiental, defesa do consumidor.2ª Integração negativa – acontece quando não existe modelo regulatório, mas os estados estão proibidos de adoptar certas políticas, são as chamadas clássicas políticas regulatórias Transferência horizontal de políticas define-se pelo seu carácter não compulsório. É predominantemente aplicado através de instrumentos de “soft law” e da difusão de boas práticas entre os estados-membros. As políticas

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consensualizadas neste âmbito pretendem apenas indicar orientações gerais de política pública. Transferência horizontal de políticas pode ser caracterizada por três factores essenciais (i) a identificação de objectivos comuns de aproximação das matrizes de regulação pública entre os estados-membros, de instrumentos de aferição comuns e de um calendário comum de acção; ii) a partilha de boas práticas (“benchmarking”) entre os estados-membros; e ainda iii) a monitorização conjunta da concretização atempada dos objectivos previamente consensualizados através de mecanismos de peer-review.Política externa União EuropeiaA Cláusula de solidariedade é inspirada pelo art. 5 do tratado Atlântico norte (OTAN) e ilustra as relações que nem sempre são fácies entre a NATO e a União Europeia. (duplicação de estruturas e funções)A PESC tem duas áreas que é necessário assegurar a coerência.Coerência vertical, diz respeito as relações entre a União Europeia e os Estados Membros no campo da política externa, mas tem de haver coordenação mínima entre a União Europeia e os Estados Membros. Os Estados Membros têm de se coordenar entre si, de garantir que não há fracturas de política externa, tem de haver solidariedade para com a União Europeia.Coerência horizontal tem a ver com a coordenação entre várias áreas de acção externa da união. Os estados membros que fazem parte da união, as políticas externas dos estados membros sofrem um impacto por via política externa da União Europeia, esse impacto tem efeitos ao nível discursivo, institucional e administrativoComo funciona o SEAE?A Alta Representante Fedrica Mogherini, é também Vice-Presidente da Comissão Europeia. Representa a política externa e de segurança da UE em todo o mundo, coordena o trabalho da Comissão Europeia em matéria de relações externas da UE e preside às reuniões dos ministros dos negócios estrangeiros, da defesa e do desenvolvimento. A Alta Representante/Vice-Presidente é responsável pela execução da política externa e de segurança da EU.

Colabora com os serviços diplomáticos nacionais dos países da UE, as Nações Unidas e outras potências mundiais

Exemplos práticos da acção do SEAE: Promove a paz através de apoio político, económico e prático Garante a segurança ao abrigo da política comum de segurança e defesa Mantém boas relações com os vizinhos mais próximos da UE através

da política europeia de vizinhança Presta ajuda ao desenvolvimento e ajuda humanitária e dá resposta a

situações de crise Contribui para a luta contra as alterações climáticas e trata questões

relacionadas com os direitos humanosTrês factores foram fundamentais na construção do enquadramento histórico-politico.O Primeiro Factor, Estabilidade no Continente Europeu após a segunda guerra mundial e integrar a RFA, assegurando assim uma autoridade com estrutura jurídica supranacionalO segundo factor a considerar concerne, naturalmente, à emergência no período pós 1945 de um sistema de bipolaridade estratégica, cujo principal

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efeito ao nível do processo de integração europeia foi ter delimitado a Europa ocidental como a área geográfica da cooperação europeia e de ter conferido um carácter ideológico ao processo da construção europeia.O terceiro factor diz respeito ao processo de convergência das prioridades de política económica dos estados-membros, designadamente, à necessidade de potenciar o crescimento económico no continente europeu com o objectivo de financiar o modelo europeu do “estado-providência” e de reforçar a competitividade dos estados europeus no sistema internacionalTratados da União Europeia

Tratado de Lisboa

Assinatura:  13 de Dezembro de 2007

Entrada em vigor:  1 de Dezembro de 2009

Objectivos:  tornar a UE mais democrática e eficaz e mais apta a resolver problemas a

nível mundial, como as alterações climáticas, permitindo-lhe falar a uma só voz.

Principais mudanças: reforço dos poderes do Parlamento Europeu, alteração dos

procedimentos de votação no Conselho, introdução da iniciativa de cidadania, criação

dos cargos de Presidente permanente do Conselho Europeu e de Alto Representante

para os Negócios Estrangeiros e de um novo serviço diplomático da UE.

Tratado da União Europeia - Tratado de Maastricht

Assinatura:  7 de Fevereiro de 1992

Entrada em vigor:  1 de Novembro de 1993

Objectivos:  preparar a união monetária europeia e introduzir elementos para uma

união política (cidadania, política comum em matéria de política externa e assuntos

internos).

Principais mudanças:  criação da «União Europeia» e introdução do procedimento de

co-decisão, que confere mais peso ao Parlamento no processo de tomada de decisão,

novas formas de cooperação entre os governos da UE, nomeadamente no quadro da

defesa, da justiça e dos assuntos internos.

Ato Único Europeu

Assinatura:  17 de Fevereiro de 1986 (Luxemburgo) /28 de Fevereiro de 1986 (Haia)

Entrada em vigor:  1 de Julho de 1987

Objectivos:   proceder à reforma das instituições para preparar a adesão de Portugal e

de Espanha e simplificar a tomada de decisões na perspectiva do mercado único.

Principais mudanças:  extensão da votação por maioria qualificada no Conselho

(tornando assim mais difícil que um único país possa vetar uma proposta legislativa),

introdução de processos de cooperação e de comum acordo que conferiram maior

peso ao Parlamento.

 Comunidade Europeia do Carvão e do Aço

Assinatura:  18 de Abril de 1951

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Entrada em vigor:  23 de Julho de 1952

Termo de vigência:  23 de Julho de 2002

Objectivos:  tornar interdependentes os sectores do carvão e do aço para que um país

deixasse de poder mobilizar as suas forças armadas sem que os restantes tivessem

conhecimento, dissipando assim a desconfiança e a tensão existentes entre os países

europeus depois da Segunda Guerra Mundial.InstituiçõesAs três comunidades europeias dispõem, actualmente, dos seguintes órgãos:Órgãos de direcção políticaConselho da União Europeia,  constituído pelos chefes de Estado ou de Governo dos países membros;Parlamento Europeu,  composto por representantes (eleitos) dos povos dos estados-membros.Órgãos de direcção, decisão e execução:  Parlamento Europeu;O Conselho da União Europeia;A Comissão EuropeiaÓrgãos de controlo   De controlo orçamental e de controlo político da actividade comunitária a cargo do Parlamento Europeu;De controlo jurisdicional, a cargo do Tribunal da Comunidade Europeia, a que está associado o tribunal de primeira instância, incumbidos de “assegurar o respeito do direito na interpretação e aplicação” dos tratados;De controlo financeiro, a cargo do Tribunal de contas, ao qual compete a fiscalização da cobrança de receitas e da regularidade da efectivação das despesas das comunidade

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