2
Topografia Aplicada à Agronomia Baitelli / Weschenfelder C Á L C U L O D E Á R E A S Em topografia, a área de um terreno a ser avaliada é sempre uma área horizontal com a projeção vertical da superfície do terreno no plano topográfico, ou seja, a área produtiva. São os seguintes os processos topográficos para avaliação de uma área: PROCESSO MECÂNICO PROCESSO GEOMÉTRICO ou GRÁFICO PROCESSO ANALÍTICO 1 Método das quadrículas Compensação Gauss Método das pesagens Fórmulas dos trapézios de Bezout, Simpsom e Poncelet Método dos planímetros Fórmula dos segmentos parabólicos Método de equivalência geométrica PROCESSO MECÂNICO MÉTODO DAS QUADRÍCULAS Consiste em contar as quadrículas limitadas pelo polígono. A limitação do método reside na estimativa das porções de quadrículas que ficam cortadas pelo perímetro da figura. MÉTODO DAS PESAGENS Com uma balança de precisão pode-se calcular a área de uma planta, com base no princípio de que a relação entre as superfícies de dois pedaços de papel homogêneos e da mesma espessura é a mesma que há entre os respectivos pesos. Desenha-se a planta e recorta-se o papel acompanhando o contorno da figura e processa-se a pesagem. Recorta-se e pesa-se um quadrado do mesmo papel (por exemplo com 10cm de lado). S/s = P/p S = s × P/p A B C D 10 mm 10 mm S = área do polígono P = peso do contorno do polígono s = área do quadrado p = peso do quadrado de 10cm de lado. MÉTODO DOS PLANÍMETROS Inventado pelo suíço chamado Amsler em 1856 permite, com rapidez e eficiência, avaliar mecanicamente a área de uma superfície plana, limitada por um contorno qualquer. É um dos métodos de avaliação de áreas de polígonos mais utilizados. O planímetro deve percorrer o perímetro da área, no sentido horário, neste momento o planímetro oferece a leitura de 4 algarismos que justapostos em determinada ordem formam um número (N) que associado à escala da planta fornece o valor da área em m 2 . PROCESSO GEOMÉTRICO ou GRÁFICO L 1 L 2 A B C D E F G H d 5 d 1 d 2 d 6 d 3 d 7 d 4 d 8 h 1 h 2 h 3 h 4 h 5 L 3 L 4 L 5 L 6 L 7 L 8 Consiste em dividir a área total em figuras geométricas (triângulos, trapézios, e retângulos), efetuar o cálculo da área destas figuras e, posteriormente, o cálculo da área total. É um processo que não confere grande precisão devido: (1) a erros gráficos decorrentes da medição na própria planta e da escala do desenho; (2) as aproximações a que se recorre para transformar trechos curvos em segmentos de reta. S = b × h área do retângulo S =(b×h)/2 área do triângulo S =(B+b)/2 × h área do trapézio Compensação Consiste na substituição de uma superfície de contorno sinuoso por outra de contorno retilíneo que lhe seja mais ou menos equivalente. A medida por compensação exige habilidade do topógrafo, pois a precisão deve ser equivalente e oferece a vantagem de ser mais rápida. A B C D RETÂNGULO TRIÂNGULO 2 TRIÂNGULO 1 Perda de área Ganho de área Fórmulas dos Trapézios a b c a' b' c' altura (h) São processos utilizados na avaliação de áreas extrapoligonais. O levantamento de um curso d'água, quase sempre acompanhado de densa vegetação ou de uma estrada ou canal sinuoso, é uma operação que demanda muitos cuidados e medidas especiais, razão pela qual deve ser efetuada por processos adequados. Os lados das poligonais de contorno devem acompanhar de perto as sinuosidades dos limites. A abertura de picadas e longas medidas, além de dificultar a operação, pode fornecer resultados pouco precisos. Para medir a superfície de um terreno limitado por um perímetro curvo formado, por exemplo, por dois cursos d'água. M P Q Tomaremos 3 pontos M, Q e P, por exemplo, ligados e medidos em triângulo, em virtude de ser esta a forma aproximada do terreno. Os lados das figuras são as diretrizes para o traçado dos trapézios auxiliares aba'b', bcb'c', etc., de decomposição dos contornos curvilíneos. Área = (aa’ + bb’)/2 × h COMPENSAÇÃO Não havendo forte sinuosidade da linha, é preferível fazer uso de fórmulas baseadas na divisão da figura em trapézios, a intervalos regulares, empregando uma das 3 fórmulas clássicas: Bezout Simpson Poncelet a b c d a' b' c' d' e' perda de área ganho de área e Fórmula de Bezout Em uma área limitada pelo alinhamento 1-2 e curva AF, dividiremos a mesma em n partes iguais, a superfície a avaliar fica decomposta em trapézios retângulos. A B C D E F b c d e Área = 1/2 (Y 0 + Y 1 )X + 1/2 (Y 1 +Y 2 )X + ... + 1/2 (Y n-1 + Y n )X ou Área = X [(y 0 +y n )/2 + y 1 +y 2 +y 3 +...+y n-1 ] Área = X [(y 0 +y n )/2 + ΣYi 1 2 x x x x x y 0 y 1 y 2 y 3 y 4 y 5 BASE MENOR BASE MAIOR ALTURA ΣYi = soma de todas as ordenadas intermediárias

Area Nao Analitica

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Topografia e Agrimensura

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  • Topografia Aplicada Agronomia Baitelli / Weschenfelder

    C L C U L O D E R E A S Em topografia, a rea de um terreno a ser avaliada sempre uma rea horizontal com a projeo vertical da superfcie do terreno no plano topogrfico, ou seja, a rea produtiva. So os seguintes os processos topogrficos para avaliao de uma rea: PROCESSO MECNICO PROCESSO GEOMTRICO ou GRFICO PROCESSO ANALTICO

    1

    Mtodo das quadrculas Compensao Gauss Mtodo das pesagens Frmulas dos trapzios de Bezout, Simpsom e Poncelet Mtodo dos planmetros Frmula dos segmentos parablicos

    Mtodo de equivalncia geomtrica PROCESSO MECNICO

    MTODO DAS QUADRCULAS Consiste em contar as quadrculas limitadas pelo polgono. A limitao do mtodo reside na estimativa das pores de quadrculas que ficam cortadas pelo permetro da figura. MTODO DAS PESAGENS Com uma balana de preciso pode-se calcular a rea de uma planta, com base no princpio de que a relao entre as superfcies de dois pedaos de papel homogneos e da mesma espessura a mesma que h entre os respectivos pesos. Desenha-se a planta e recorta-se o papel acompanhando o contorno da figura e processa-se a pesagem.

    Recorta-se e pesa-se um quadrado do mesmo papel (por exemplo com 10cm de lado). S/s = P/p S = s P/p

    A

    B

    C

    D

    10 m

    m

    10 mm

    S = rea do polgono P = peso do contorno do polgono s = rea do quadrado p = peso do quadrado de 10cm de lado. MTODO DOS PLANMETROS Inventado pelo suo chamado Amsler em 1856 permite, com rapidez e eficincia, avaliar mecanicamente a rea de uma superfcie plana, limitada por um contorno qualquer. um dos mtodos de avaliao de reas de polgonos mais utilizados. O planmetro deve percorrer o permetro da rea, no sentido horrio, neste momento o planmetro oferece a leitura de 4 algarismos que justapostos em determinada ordem formam um nmero (N) que associado escala da planta fornece o valor da rea em m2.

    PROCESSO GEOMTRICO ou GRFICO

    L1

    L2

    A

    BC

    D

    E

    F

    GH

    d5d1

    d2

    d6

    d3

    d7

    d4

    d8

    h1 h2 h3

    h4h5

    L3 L4

    L5

    L6

    L7

    L8

    Consiste em dividir a rea total em figuras geomtricas (tringulos, trapzios, e retngulos), efetuar o clculo da rea destas figuras e, posteriormente, o clculo da rea total. um processo que no confere grande preciso devido: (1) a erros grficos decorrentes da medio na prpria planta e da escala do desenho; (2) as aproximaes a que se recorre para transformar trechos curvos em segmentos de reta.

    S = b h rea do retngulo S =(bh)/2 rea do tringulo S =(B+b)/2 h rea do trapzio

    CompensaoConsiste na substituio de uma superfcie de contorno sinuoso por outra de contorno retilneo que lhe seja mais ou menos equivalente. A medida por compensao exige habilidade do topgrafo, pois a preciso deve ser equivalente e oferece a vantagem de ser mais rpida.

    A

    B C

    D

    RETNGULOTRINGULO 2

    TRINGULO 1

    Perda de rea

    Ganho de rea

    Frmulas dos Trapzios

    a

    b

    c

    a'

    b'

    c'altur

    a (h)

    So processos utilizados na avaliao de reas extrapoligonais. O levantamento de um curso d'gua, quase sempre acompanhado de densa vegetao ou de uma estrada ou canal sinuoso, uma operao que demanda muitos cuidados e medidas especiais, razo pela qual deve ser efetuada por processos adequados. Os lados das poligonais de contorno devem acompanhar de perto as sinuosidades dos limites. A abertura de picadas e longas medidas, alm de dificultar a operao, pode fornecer resultados pouco precisos. Para medir a superfcie de um terreno limitado por um permetro curvo formado, por exemplo, por dois cursos d'gua.

    M

    P

    Q Tomaremos 3 pontos M, Q e P, por exemplo, ligados e medidos em tringulo, em virtude de ser esta a forma aproximada do terreno. Os lados das figuras so as diretrizes para o traado dos trapzios auxiliares aba'b', bcb'c', etc., de decomposio dos contornos curvilneos.

    rea = (aa + bb)/2 h

    COM PE NSA ONo havendo forte sinuosidade da linha, prefervel fazer uso de frmulas baseadas na diviso da figura em trapzios, a intervalos regulares, empregando uma das 3 frmulas clssicas:

    y Bezout y Simpson y Poncelet

    a b c d

    a' b' c' d'e'

    perda de rea ganho de rea

    e Frmula de Bezout

    Em uma rea limitada pelo alinhamento 1-2 e curva AF, dividiremos a mesma em n partes iguais, a superfcie a avaliar fica decomposta em trapzios retngulos. A B

    C D EF

    b c d e

    rea = 1/2 (Y0 + Y1)X + 1/2 (Y1 +Y2)X + ... + 1/2 (Yn-1 + Yn)X

    ou

    rea = X [(y0+yn)/2 + y1+y2+y3+...+yn-1]

    rea = X [(y0+yn)/2 + Yi 1 2x x x x x

    y0 y1 y2 y3 y4 y5

    BAS

    E M

    ENO

    R

    BASE M

    AIOR

    ALTURA Yi = soma de todas as ordenadas intermedirias

  • Topografia Aplicada Agronomia Baitelli / Weschenfelder

    Frmula de Simpson

    Consideremos a mesma figura porm dividida em um nmero par de figuras parciais limitadas por a-c e ABC e tracemos as ordenadas m e n a 2/3X. A

    BC

    Q

    2

    m + n 2y1

    rea = X/3 [(y0 + yn) + 4yi + 2yp]

    onde: 4yi = qudruplo da soma das ordenadas mpares (intermedirias)

    2yp = duplo da soma das ordenadas pares (intermedirias) ba cp q

    y0 y1 y2

    P

    2/3 x 2/3 x

    x x

    m n

    Frmula de Poncelet

    A diviso da figura tambm feita em um nmero par de partes iguais. Traando-se tangentes curva pelos pontos B e D, obtm-se novos trapzios (1cc1a1 e 2e1c2c), cuja soma das reas ser:

    rea = X [(y0+yn)/4 + 2yi - (y1+yn - 1)/4] A E

    onde: 1o termo da equao = quarta parte das ordenadas extremas 2o termo da equao = duplo da soma das ordenadas intermedirias 3o termo da equao = quarta parte da soma da segunda e penltima ordenada y0 yn Observao: Pelo desenho pode-se notar que existe um pequeno ganho de

    rea, contudo devemos lembrar que estes mtodos somente devero ser empregados quando no houver forte sinuosidade das linhas limtrofes do terreno. 1 2

    B

    b

    C

    c

    D

    d

    x x x x

    y1 y2 y3

    c1 & c2a1 e1

    tangentes

    Frmula dos Segmentos Parablicos

    Determina as reas de polgonos com lados sinuosos. Seja o polgono ABCDEFG transformado no trapzio ABFG e nos segmentos parablicos BCD e DEF. A rea do segmento BCD (S2) deve ser somada rea do trapzio e a do segmento DEF (S3) subtrada desta soma, para termos a rea total do polgono.

    A

    B

    C

    DS2

    E

    F

    G

    flecha

    cordaS3

    S1

    S = S1 + S2 - S3

    As reas dos segmentos parablicos so determinados da seguinte forma:

    S = 2/3 corda flecha

    Mtodo da Equivalncia Geomtrica

    Mtodo da Reduo de Garceau Consiste na transformao geomtrica de um polgono em um

    tringulo de compensao de rea equivalente. Seja o quadriltero ABCD. Conduz-se por C a reta CE paralela diagonal BD do quadriltero, at o encontro E com um dos lados prolongados, por exemplo AD. O tringulo ABE resultante equivale em rea ao quadriltero dado.

    A

    B

    CD

    E

    Caso a figura seja um polgono com mais de 4 lados. Considerando-se o polgono ABCDE e, com base na construo geomtrica anterior, traa-se as diagonais CA e CE e, paralelas a estas, as linhas BA' e DE'. A rea do tringulo formado CA'E' corresponder a rea do polgono.

    Mtodo de Collignon

    B

    C

    D

    A EA' E'

    Este mtodo consiste em transformar o polgono em um trapzio ou paralelogramo.

    B C

    DA

    A1

    B1

    G

    F

    E

    ALTU

    RA Determina-se os pontos A1 e B1 que so os meios dos lados AD e AB, respectivamente.

    Traa-se uma reta passando por B1 e A1. Prolonga-se o lado CD at encontrar o prolongamento da reta

    B1A1, gerando o ponto F. A partir de B, traa-se uma reta paralela ao lado CD at

    encontrar a reta B1F, gerando o ponto E. A partir de D, traa-se uma reta paralela ao lado AB at

    encontrar a reta B1F, gerando o ponto G. O tringulo AB1A1 equivale ao tringulo A1DG. Note-se que DG

    paralelo a AB1. O tringulo BB1E equivale ao tringulo DGF. Note-se que DG

    paralelo a BB1, e tambm DF paralelo a BE. Portanto, a rea do TRAPZIO BCFE equivalente rea do

    QUADRILTERO ABCD.