ARGUMENTAÇÃARGUMENTAÇÃOO

Origem:Origem:Grécia Antiga (séc.V a.C.)Grécia Antiga (séc.V a.C.)Faz parte da arte retóricaFaz parte da arte retórica

Argumento:Argumento:

Qualquer recurso de linguagem que Qualquer recurso de linguagem que torna uma proposta preferível a torna uma proposta preferível a outra que lhe é muito próxima.outra que lhe é muito próxima.

É usado para fazer o interlocutor É usado para fazer o interlocutor crer, entre duas ou mais opções, crer, entre duas ou mais opções, que uma delas é mais provável, que uma delas é mais provável, mais possível, mais desejável.mais possível, mais desejável.

CONVENCIMENTOCONVENCIMENTOXXPERSUASÃOPERSUASÃO

Convencimento :Convencimento : é a aceitação de é a aceitação de uma ideia por força de razões bem uma ideia por força de razões bem fundadas ou de demonstrações fundadas ou de demonstrações baseadas em dados objetivos e baseadas em dados objetivos e comprováveis.comprováveis.

Apela mais para a razão que para a Apela mais para a razão que para a vontade.vontade.

EXEMPLOEXEMPLO

Por meio de raciocínio lógico:Por meio de raciocínio lógico:

Todo aluno do Conde é Todo aluno do Conde é inteligente.inteligente.

Rafael é aluno do Conde.Rafael é aluno do Conde.

Portanto, Rafael é inteligente.Portanto, Rafael é inteligente.

Persuasão:Persuasão: forma de aceitação forma de aceitação de uma ideia, de um conselho de uma ideia, de um conselho ou de uma proposta. ou de uma proposta.

Pressupõe a adesão da Pressupõe a adesão da vontade; o convencimento pode vontade; o convencimento pode produzir a adesão da razão, produzir a adesão da razão, mas não da vontade. mas não da vontade.

EXEMPLO:EXEMPLO:

Pessoas dependentes de Pessoas dependentes de bebida, drogas…bebida, drogas…

A razão propõe abandonar os A razão propõe abandonar os hábitos, mas a vontade, não.hábitos, mas a vontade, não.

A estratégia para produzir A estratégia para produzir persuasão é a persuasão é a ARGUMENTAÇÃOARGUMENTAÇÃO

A argumentação não persegue A argumentação não persegue a verdade, mas motivos para a verdade, mas motivos para provocar a inclinação das provocar a inclinação das pessoas a aceitar ou escolher pessoas a aceitar ou escolher uma proposta que lhes é feita.uma proposta que lhes é feita.

Auditório particularAuditório particular X XAuditório universalAuditório universal

Auditório:Auditório: público a ser atingido por meio público a ser atingido por meio da argumentação.da argumentação.

Auditório particular:Auditório particular: constituído por uma ou constituído por uma ou mais pessoas, cujas crenças e valores o mais pessoas, cujas crenças e valores o enunciador conhece, permitindo-lhe enunciador conhece, permitindo-lhe selecionar os recursos argumentativos e selecionar os recursos argumentativos e orientá-los no rumo desejado.orientá-los no rumo desejado.

(carta, e-mail)(carta, e-mail)

Auditório universal: Auditório universal: constituído de constituído de pessoas desconhecidas pelo pessoas desconhecidas pelo enunciador, sobre os quais dispõe enunciador, sobre os quais dispõe de poucas informações, a ponto de de poucas informações, a ponto de não ter noção sobre que valores não ter noção sobre que valores específicos deve acionar para específicos deve acionar para provocar-lhes a persuasão.provocar-lhes a persuasão.

Para esse tipo de auditório, é mais Para esse tipo de auditório, é mais recomendável adotar estratégias recomendável adotar estratégias baseadas em valores aceitáveis por baseadas em valores aceitáveis por qualquer agrupamento humano.qualquer agrupamento humano.

Argumentação universal:Argumentação universal:

Condenação do trabalho escravoCondenação do trabalho escravo Respeito à liberdade das pessoasRespeito à liberdade das pessoas Condenação de qualquer tipo de Condenação de qualquer tipo de

maus- tratos e tortura maus- tratos e tortura Combate à fome e à misériaCombate à fome e à miséria Condenação do uso de pessoas Condenação do uso de pessoas

para experiências científicaspara experiências científicas Eliminação de preconceitos em Eliminação de preconceitos em

geral…geral…

Argumentação particular:Argumentação particular:

A inveja que certa pessoa tem do A inveja que certa pessoa tem do sucesso que os dois obtiveram com sucesso que os dois obtiveram com a parceria num negócioa parceria num negócio

A má interpretação que o difamador A má interpretação que o difamador fez de uma expressão usada pelo fez de uma expressão usada pelo redator da cartaredator da carta

O compromisso de lealdade que O compromisso de lealdade que sempre esteve presente na relação sempre esteve presente na relação entre os doisentre os dois

Focos das estratégias Focos das estratégias argumentativas:argumentativas: ENUNCIADOR:ENUNCIADOR: tem que se mostrar tem que se mostrar

confiável ao auditório com leitura de confiável ao auditório com leitura de currículo, demonstrando erudição, currículo, demonstrando erudição, escolhendo adequadamente o léxico escolhendo adequadamente o léxico a ser utilizado para seu auditório.a ser utilizado para seu auditório.

ENUNCIADO:ENUNCIADO: produzidos com produzidos com clareza e precisão usando a variante clareza e precisão usando a variante linguística adequadalinguística adequada

ENUNCIATÁRIO: ENUNCIATÁRIO: tem que perceber tem que perceber que seus valores estão sendo que seus valores estão sendo defendidos pelo enunciador. São defendidos pelo enunciador. São usadas expressões como:usadas expressões como:

““Isto é para o seu bem”Isto é para o seu bem” ““Não estou pensando em mim, mas Não estou pensando em mim, mas

em seu benefício”em seu benefício” ““Por mim, eu não diria isto.”Por mim, eu não diria isto.” ““Nosso cliente em primeiro lugar…”Nosso cliente em primeiro lugar…”

Tipos de argumentos:Tipos de argumentos:

Argumento de autoridadeArgumento de autoridade É uma tentativa de usar uma É uma tentativa de usar uma

pessoa notoriamente reconhecida pessoa notoriamente reconhecida como autoridade em determinado como autoridade em determinado domínio do saber como apoio para domínio do saber como apoio para aquilo que se propõe:aquilo que se propõe:

““A imaginação é mais importante que o A imaginação é mais importante que o conhecimento”.conhecimento”.

Logo no início do artigo, vem este Logo no início do artigo, vem este parágrafo:parágrafo:

Quem disse a frase aí de cima Quem disse a frase aí de cima não fui eu…Foi Einstein. Para não fui eu…Foi Einstein. Para ele, uma coisa vem antes da ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há outra: sem imaginação, não há conhecimento. Nunca o inverso.conhecimento. Nunca o inverso.

Folha de S.Paulo 30/08/1993Folha de S.Paulo 30/08/1993

Argumento de consensoArgumento de consenso O que é aceito consensualmente como O que é aceito consensualmente como

verdadeiro não precisa de argumentos de verdadeiro não precisa de argumentos de apoio e pode ser usado como argumento a apoio e pode ser usado como argumento a uma afirmação não consensual.uma afirmação não consensual.

Para confirmar que nossa sociedade Para confirmar que nossa sociedade valoriza a cultura letrada (que pode ser valoriza a cultura letrada (que pode ser discutível, não consensual) podemos usar discutível, não consensual) podemos usar uma afirmação indiscutível (consensual): uma afirmação indiscutível (consensual): que ninguém gosta de ser chamado de que ninguém gosta de ser chamado de analfabeto.analfabeto.

Argumento de prova concretaArgumento de prova concreta É quando uma afirmação genérica É quando uma afirmação genérica

vem confirmada por fatos concretos vem confirmada por fatos concretos como provas documentais: fotos, como provas documentais: fotos, estatísticas, depoimentos, estatísticas, depoimentos, gravações…, criando gravações…, criando efeito de efeito de verdadeverdade

Um prestador de serviço que Um prestador de serviço que apresenta um orçamento de R$ apresenta um orçamento de R$ 3.842,21 inspira mais confiança que 3.842,21 inspira mais confiança que outro que garante que “não vai outro que garante que “não vai chegar a R$ 4.000,00”chegar a R$ 4.000,00”

Argumento de base lógicaArgumento de base lógica Enunciador que tem controle sobre o que Enunciador que tem controle sobre o que

diz, que não se contradiz. Opera com diz, que não se contradiz. Opera com hipóteses prováveis.hipóteses prováveis.

. . Argumento de base linguísticaArgumento de base linguística A variante típica de um grupo de prestígio A variante típica de um grupo de prestígio

tem mais poder argumentativo que a de tem mais poder argumentativo que a de grupos menos pretigiados:grupos menos pretigiados:

“ “o povo votou com menos confiança” é o povo votou com menos confiança” é mais argumentativo que “o povo votaram mais argumentativo que “o povo votaram com menas confiança”com menas confiança”

“ “gente” X “jente”gente” X “jente”

Orientação argumentativaOrientação argumentativa

Capacidade de direcionar todos os Capacidade de direcionar todos os recursos argumentativos para atingir recursos argumentativos para atingir o programado.o programado.

Todo texto tem sempre uma Todo texto tem sempre uma intenção argumentativa. Enunciador intenção argumentativa. Enunciador competente é aquele capaz de competente é aquele capaz de orientar todos os recursos orientar todos os recursos argumentativos do texto atingindo argumentativos do texto atingindo seus objetivos.seus objetivos.