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Arquitectura Moderna e pós- moderna

Arquitectura Moderna e pós-moderna

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Page 1: Arquitectura Moderna e pós-moderna

Arquitectura Moderna e pós-moderna

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Um novo conceito de arquitectura

• A arquitectura moderna surgiu na segunda metade do século XIX, associados a dois novos materiais – aço e cimento.

• As estruturas metálicas e o elevador tornaram possível construir, nos Estados Unidos, os primeiros arranha-céus.

• No entanto, seria nos inícios do século XX, quando os arquitectos souberam aproveitar todas as potencialidades dos novos materiais como o ferro, o aço, o vidro, o alumínio, mas sobretudo o betão, que foi possível criar novas formas e testar todo o conjunto de experiências construtivas que caracterizam a arquitectura desse século.

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Factores para o aparecimento de uma nova arquitectura

• São vários os factores responsáveis, nos inícios do século XX, pelo aparecimento de uma nova arquitectura e à necessidade de reconstruir as cidades e de alojar condignamente os cidadãos:– as exigências da sociedade industrial;– a aceleração da vida quotidiana;– o crescimento urbano mais intenso;– a destruição causada pela 1ª Guerra Mundial.

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As novas correntes arquitectónicas

• Por esses motivos foi necessária a adopção de novas soluções urbanísticas, e aí percebeu-se a desadequação da arquitectura burguesa tradicional face às novas realidades. tornou-se imperioso impor um tipo de construção simples e barata, mas com condições de habitabilidade, a par da redefinição do planeamento urbano.

• Pelos motivos atrás expostos, nasceu o funcionalismo racionalista (levando ao chamado Estilo Internacional) em torno dos arquitectos alemães Peter Behrens e Walter Gropius e do suíço Le Corbusier e o organicismo, em torno do norte-americano Frank Lloyd Wright e do finlandês Alvar Aalto.

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Características fundamentais I

• Relação íntima entre arquitectura e urbanismo;• Corte radical com o passado: abolição da forma natural, eliminando

tudo aquilo que se oponha à arte pura;• Simplificação dos volumes, geometrização das formas: predomínio

das linhas rectas, sólidos geométricos;• Paredes lisas e, geralmente, brancas, abolindo-se a decoração e

realçando-se a estrutura do edifício;• Coberturas planas, geralmente transformadas em terraços;• Amplas janelas, em fita, ou fachadas-cortina em vidro;

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Características fundamentais II

• Elevação do edifício sobre pilares (pilotis), dando a ideia de estar suspenso;

• Utilização de novos materiais, pré-fabricados: aço, betão, vidro;• Renovação do espaço – casa prática e funcional; abertura de

espaços interiores – a planta livre;• Interligação com as artes ditas menores, ou aplicadas: escultura,

cerâmica, tecelagem, metalurgia, marcenaria;• Nascimento do design industrial.

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Peter Behrens

• Para muitos, este edifício marca o início do funcionalismo racionalista. Nele foram utilizados racionalmente o vidro e o aço, este último na cobertura do telhado. O autor procura uma arquitectura racional que pretendia ser, antes de tudo, prática, limpa e social. A estrutura metálica possibilitou a abertura, nas fachadas em betão, de enormes janelas tapadas com painéis de vidro de caixilharia em aço. De volumes simples e sem ornamentos, a Fábrica AEG é bem representativa da arquitectura funcionalista que então despontava.

Fábrica de Turbinas da AEG, Berlim, 1909

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Walter Gropius• Esta fábrica é um exemplo da

utilização criativa e funcional dos novos materiais, expressando com nitidez os seus modernos interesses artísticos e funcionais.

• Para o autor, a arquitectura devia adaptar-se ao mundo das máquinas e da velocidade e a função de um edifício deveria ser imediatamente reconhecível através das suas formas.

• Nesta obra utiliza o ladrilho e, sobretudo, o ferro e o vidro.

Fábrica Fagus, Alfeld an der Leine, 1910

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Evan Owen Williams• Uns dos edifícios ingleses mais importantes do período, que empregou paredes

panorâmicas envidraçadas, colunas de betão em forma de cogumelo e interiores de grande vão. O espaço central é iluminado de cima por tijolos de vidro, na cobertura. Compridas faixas horizontais acentuam o seu aspecto industrial e moderno.

Fábrica de botas, Beeston, Grã-Bretanha, 1930-32

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A Bauhaus e o sonho de unidade da arte

• A Staatliches Bauhaus (literalmente, casa estatal de construção, mais conhecida simplesmente por Bauhaus) foi uma escola de design, artes plásticas e arquitectura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha.

• A escola foi fundada por Walter Gropius em 25 de Abril de 1919.• Pretendia dar aos alunos uma boa preparação num ofício, dando-lhes

possibilidade de conhecerem e utilizarem diversos materiais. • Pretendia conseguir a integração de todos os géneros artísticos e

artesanais. Partia do princípio que as belas-artes e as artes aplicadas, a teoria e a prática deviam ser integradas numa criação comum, cuja conclusão seria a arquitectura, vista como arte integradora. Daí que tenha implementado o design, atribuindo valor estético a objectos de uso comum e produzidos em massa – cadeiras, sofás, candeeiros, cinzeiros, electrodomésticos, etc., que formariam um todo no conjunto do edifício.

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A escola Bauhaus

• A parede de janelas foi descrita por um visitante como “um gigantesco cubo de luz (...) irradiando uma luz branca, ofuscante, de todas as paredes (...), as janelas altas de vidro, revelando abertamente a leve estrutura de aço (...) delineada em toda a sua transparência pela grelha de ferro da estrutura exterior.” (Nelly Schwalacher)Exemplo prático do funcionalismo arquitectónico:

decomposição dos volumes; predominância das linhas rectas; cada parte do edifício definida pela sua função e volumetricamente quase independente das restantes; articulações dos volumes segundo uma linha quebrada.

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Características fundamentais I

• Ausência de elementos decorativos, considerados secundários;• Materiais prefabricados, como o betão, o aço e o vidro, são

considerados nobres e profusamente utilizados;• Nitidez das formas e pureza das superfícies (linhas direitas, ângulos

rectos, formas elementares austeras e lisas, coberturas planas);• Edifícios quase sempre paralelepipédicos e rebocados de branco;• Assimetria equilibrada (em vez da simetria, tradicional desde o

período do Renascimento);

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Características fundamentais II

• Bandas de janelas que estruturam a fachada ou fachadas-cortina em vidro, que garantem ampla luminosidade e a ligação entre o interior e o exterior do edifício;

• Pilotis (estacas sobre as quais as casas parecem pairar acima do solo);

• A estrutura da casa torna-se visível do exterior: a função e a construção deviam formar uma unidade.

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O Funcionalismo Racionalista (Estilo Internacional)

• Ao mesmo tempo que se desenvolviam as experiências da Bauhaus, um arquitecto suíço, Charles-Édouard Jeanneret, conhecido por Le Corbusier (1887-1965) desenvolvia as ideias do funcionalismo estético, retomando a ideia de que a casa deveria ser concebida como uma «máquina de habitar».

• Criou construções inspiradas no cubismo, separadas do solo e assentes sobre pilares finos (os pilotis), muitas vezes recuados, dando uma sensação de grande leveza ao edifício em suspensão.

• Este estratagema permitia que o espaço verde se introduzisse por entre os pilares que sustentavam a casa. A planta era livre, a fachada sem ornamentos, os telhados planos e ajardinados e as janelas sobre o comprido, em fita.

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Le Corbusier

• Teve também uma grande preocupação pelo urbanismo, que se revela nas suas «unidades de habitação», a mais célebre das quais se localiza em Marselha, grandes edifícios destinados a alojar um grande número de pessoas resolvendo, assim, os graves problemas de alojamento com que se debatiam as cidades europeias no período entre as duas guerras mundiais.

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• A grande difusão deste estilo, praticamente sem variantes, um pouco por todo o mundo industrializado, conduziria ao chamado Estilo Internacional.

• As suas habitações, demasiado frias e impessoais na sua racionalidade, não foram, de um modo geral, bem aceites por aqueles que se tornaram seus habitantes, sendo também alvo de fortes críticas por parte de arquitectos como Lloyd Wright e dos adeptos da arquitectura orgânica e do conceito da casa-refúgio.

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Casa-Máquina de habitar (1923) ILe Corbusier

• Casa em série Citrohan (para não dizer Citroen). Uma casa como um automóvel, concebida e planeada como um autocarro ou uma cabina de navio. As necessidades actuais de habitação podem precisar-se e exigem uma solução. É necessário reagir contra a antiga casa e o seu sentido de espaço. Actualmente, é necessário considerar a casa como uma «máquina de habitar» ou como uma ferramenta. [...] Até hoje, uma casa era um conjunto pouco coerente de inúmeras grandes salas. Nas salas havia sempre espaço a mais ou a menos. [...].

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Casa-Máquina de habitar (1923) IILe Corbusier

• As dimensões das janelas e das portas devem ser rectificadas. Os comboios e os automóveis demonstraram que o homem pode passar por aberturas pequenas e que se pode calcular o espaço ao centímetro quadrado [...]

• Uma vez que o preço da construção quadruplicou, é necessário reduzir para metade as antigas pretensões arquitectónicas. É, desde logo, um problema de técnicos; utilizam-se os progressos da indústria, modifica-se totalmente um estado de espírito. A beleza?

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Escala Modulor

• Existe quando existe a proporção. A proporção não custa nada ao proprietário, apenas ao arquitecto! [...] Não há que envergonhar-se por viver numa casa sem telhado pontiagudo, por ter paredes lisas com placas de chapa, janelas semelhantes às das fábricas. Mas, do que se pode estar orgulhoso é de ter uma casa prática como uma máquina de escrever.

• Criada por Le Corbusier entre 1942 e 1948: o Homem é a escala da nova arquitectura Le Corbusier

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Villa SavoyePoissy-sur-Seine 1928-1929

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• A villa, na forma cúbica horizontal, apoiada em pilotis, com uma planta quase quadrada, formas curvilíneas e uma rampa ao centro, é um dos trabalhos germinais da arquitectura do século XX, revelando influências cubistas. A fachada não tem ornamentos e o telhado é plano.

• As salas de estar, com janelas em correnteza, também abrem para um jardim-terraço, enquanto o rés-do-chão abriga o vestíbulo e as áreas de serviço.

• Um sistema de escadas e rampas, saindo do vestíbulo, liga os diferentes níveis. Outra rampa parte do jardim-terraço para o telhado, sendo o primeiro ligado às áreas de convívio por grandes janelas e paredes envidraçadas deslizantes.

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Novas tendências em Le Corbusier

• Após a Segunda Grande Guerra, Le Corbusier deslocou a sua atenção para construções mais expressivas, usando betão em superfícies exteriores de aparência inacabada e/ou grosseira, antecipando o brutalismo, tendência que se definia pelo uso despojado e sóbrio do betão armado associado ao aço.

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Mies van der Rohe

• Ludwig Mies van der Rohe foi um arquitecto alemão, considerado um dos principais nomes da arquitectura do século XX, sendo geralmente colocado no mesmo nível de Le Corbusier ou de Frank Lloyd Wright.

• Foi professor da Bauhaus e um dos criadores do International style, onde deixou a marca de uma arquitectura que prima pela clareza e aparente simplicidade. Os edifícios da sua maturidade criativa fazem uso de materiais representativos da era industrial, como o aço e o vidro, definindo espaços austeros mas que transmitem uma determinada concepção de elegância e cosmopolitismo. É famoso pela sua interpretação pessoal, patente na sua obra concreta, dos aforismos, que não são da sua autoria, less is more e "God is in the details“.

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• Este magnífico pavilhão foi construído para receber a exposição internacional de Barcelona em 1929.

• Utiliza uma forma e materiais extravagantes tal como o mármore e o tufo calcário.

Pavilhão Alemão, Barcelona, 1929

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