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1 Arquivo Público do Estado de São Paulo Oficina: O(s) Uso(s) de documentos de arquivo na sala de aula Ditadura Militar e Anistia (1964 a 1985). Anos de Chumbo no Brasil. Ieda Maria Galvão dos Santos 2º Semestre/2013.

Arquivo Público do Estado de São Paulo Oficina : O(s) Uso ... · O regime militar no Brasil se manteve no poder no país de 1964 a 1985, buscava vigiar e controlar o espaço público

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Arquivo Público do Estado de São Paulo

Oficina: O(s) Uso(s) de documentos de arquivo na sala de aula

Ditadura Militar e Anistia (1964 a 1985).

Anos de Chumbo no Brasil.

Ieda Maria Galvão dos Santos

2º Semestre/2013.

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Eixo Temático: Cidadania.

Componente Curricular: História.

Tema: Ditadura Militar e a Lei de Anistia.

Título: “Anos de Chumbo no Brasil” (1964-1985).

Público: 9.º ano – Ensino Fundamental.

Tempo estimado: 07 aulas.

Justificativa:

O Brasil viveu um longo período sob o jugo da ditadura militar, enfrentou vários

percalços, com avanços e retrocessos, modificando os rumos da nossa

história. Durante esse período que ficou conhecido como “Anos de Chumbo”, o

governo militar silenciou muitos membros de nossa sociedade, pois defendiam

a volta da democracia e o fim das desigualdades sociais, econômicas e

políticas no país. Mas o poder estava concentrado nas mãos do presidente,

através de Atos Institucionais (AI), que por várias vezes contrariavam o

conceito de cidadania.

Esse trabalho se faz importante, pois permite a leitura crítica dos alunos de

várias fontes documentais, refletindo e interpretando esse período da história

do Brasil.

O aluno poderá compreender o processo histórico que conduziu às lutas de

resistência à ditadura militar brasileira (1964-1984) pela libertação dos presos

políticos e pela anistia bem como os processos de reconstrução de memória.

Objetivo Geral:

Esta sequência didática tem como objetivo de levar o aluno a refletir sobre

determinadas ações humanas, onde o poder se refere à capacidade de ação e

de afirmação de si mesmo, de um indivíduo ou de um grupo.

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Objetivos Específicos

• Caracterizar o regime militar que se implantou no Brasil.

• Reconhecer as várias formas de resistência promovidas contra a

ditadura militar no nosso país.

• Analisar as diferentes interpretações da Lei de Anistia de 1979

• Debater e utilizar diversas fontes históricas, relacionar conteúdos,

interpretar imagens, questionar, observar, e fazer inferências são as

habilidades e competências desenvolvidas e a serem estimuladas com estas

propostas.

• Valorizar os ideais de democracia e justiça social.

DESENVOLVIMENTO: 1.ª aula: Problematização:

O Brasil já viveu sob uma ditadura militar? Qual o significado dos termos Ditadura, Anistia, Diretas Já?

Através de explanação oral com apresentação de slides, os alunos

conhecerão previamente a estrutura social, econômica e política da Ditadura

Militar (1964-1985) no Brasil e as formas de resistência política desenvolvidas

neste período, bem como a Lei da anistia.

2.ª Aula: Seleção de documentos

Em seguida, a turma será dividida em grupo, para pesquisarem na

internet documentos, textos jornalísticos, imagens, músicas disponíveis

também, no site do Arquivo do Estado de São Paulo,

http://www.arquivoestado.sp.gov.br, acerca do tema, das manifestações

populares, as formas de repressão e violência, a fim de que possam analisar o

comportamento e as aspirações da opinião pública naquela época, abrindo

espaço para debate para cada grupo apresente leitura e interpretação dos

textos a todos. A coleta de todo material selecionado após análises serão

reunidas em exposição e na resolução de questões.

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3.ª aula: – Leitura e Análise: a Arte como instrumento de agitação

política.

Um grupo que se destacou na luta contra a opressão foi o dos artistas:

atores, músicos, cineastas, artistas plásticos, poetas, escritores... Cada um

contribuía com o que melhor sabia fazer, questionando os fatos e informando a

população, apesar de censurados pelos órgãos opressores. E, como bons

artistas, os músicos populares brasileiros descreveram os horrores da ditadura

nos mínimos detalhes. Descrições que perpetuam até os dias atuais, trazendo

à tona toda a covardia aplicada contra nosso povo, e que não nos deixam

esquecer todas as atrocidades cometidas contra nosso país.

Na década de 60, a censura tentou calar quem tinha algo a falar. Mas

alguns músicos acharam uma brecha e deixaram para a posteridade seu pesar.

Um dos mais ilustres artistas militantes foi Chico Buarque que, com outros

grandes nomes, como Milton Nascimento, Caetano Veloso através das

canções disse ao mundo que a liberdade de expressão estava caçada no

Brasil.

Outro grande expoente do período foi Geraldo Vandré que compôs “Pra

não dizer que não falei das flores”, um hino contra a ditadura.

Anexo 01. Os alunos serão convidados a ouvir esta canção através do vídeo:

“Ditadura Militar”, disponível em http://www.youtube.com/watch?v=mNbnrC0ljCM.

• Analisar o que o autor enfatiza com a mensagem da canção e as

imagens do vídeo?

• Interpretar os versos em negrito da música.

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Aula 04: Observação de Documentos.

Anexo 02.

Espera-se que o aluno observe e descreva sobre o comportamento da sociedade diante do período militar brasileiro, por meio das ironias da charge apresentada, no Movimento. São Paulo, 02 jul. 1979, p. 24. Apesp.

Aula 05: Observação de Documentos.

Anexo 03.

Leitura, análise, seleção das principais ideias do documento jornalístico “A Oposição condena as restrições”. Movimento. São Paulo, 2 a 7 jul. 1979, pp. 5 e 6. Apesp.

a) Identificar o jornal, a data e as principais ideias do texto.

b) Analisar as críticas da oposição ao projeto de Lei da Anistia e verificar se

fazem sentido, quando analisamos a Lei da Anistia (Lei nº 6.683, de 28 de

agosto de 1979).

Aula 06 e 07: Avaliação.

A avaliação deverá percorrer a participação dos alunos durante todo o

processo de aprendizado: Como última etapa a avaliação se realizará em dois

momentos:

• Os alunos deverão produzir um texto com suas conclusões individuais

acerca do tema

• Resolução de questões.

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Anexo 01.

Música: “Pra não dizer que não falei das flores” – Geraldo Vandré.

Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Pelos campos há fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões Ainda fazem da flor seu mais forte refrão E acreditam nas flores vencendo o canhão Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão Nos quartéis lhes ensinam antigas lições De morrer pela pátria e viver sem razão. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não. Os amores na mente, as flores no chão A certeza na frente, a história na mão Caminhando e cantando e seguindo a canção Aprendendo e ensinando uma nova lição. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

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ANEXO 02 - Observação de imagem.

CHARGE: “Movimento”. São Paulo, 02 jul. 1979, p. 24. Apesp.

A charge teve presença garantida nos principais jornais da imprensa alternativa

durante o período da história brasileira marcada pela ditadura militar. A Lei de

Anistia foi decretada em agosto de 1979 pelo presidente João Batista

Figueiredo.

De acordo com leitura e interpretação da charge, responder:

• O que a charge retrata?

• O que a lei da Anistia significou para os brasileiros que haviam se

exilado do país?

• E para os militares acusados de tortura e assassinato?

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ANEXO 03.

A oposição condena as restrições. Movimento. São Paulo, 2 a 7 jul.

1979, pp. 5 e 6. Apesp.

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Atividade Avaliativa.

De acordo com o tema estudado responda as questões:

1. Como podemos definir o período da Ditadura Militar no Brasil?

2. Quais eram as formas de resistência contra o regime militar brasileiro?

3. O que foi o Ato Institucional 05 (AI-5)?

4. Qual foi o papel que muitos estudantes desempenharam na ditadura?

5. Como os jornais indicavam que certa matéria havia sido censurada?

6. O que foi a Lei de Anistia?

7. A Constituição de 1967, elaborada sob o comando dos militares,

buscava legalizar e fortalecer a ditadura militar no Brasil. Em 1988, mais

de vinte anos depois, uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita pelos

brasileiros, aprovou a nova Constituição do país. Em sua opinião a

Constituição de 1988 garantiu a cidadania a todos os brasileiros?

Justifique?

8. O regime militar no Brasil se manteve no poder no país de 1964 a 1985,

buscava vigiar e controlar o espaço público e todo o enunciado político

contra a ditadura. Nos veículos de comunicação em massa havia

mensagens políticas de resistência, assim aconteceu com a música

brasileira, principalmente para driblar a censura que ocorria sobre as

composições musicais.

Nos documentos do DOPS, uma das instituições que perseguiam os

artistas qualquer composição musical ou declaração que chocasse a

“normalidade” política da ditadura era registrada como suspeita e

marcada pela censura.

Classificava-se grupo de atuação comunista àqueles que eram

formados por Chico Buarque, Edu Lobo, Nara leão, Geraldo Vandré,

Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros. Além de espaços sociais

serem suspeitos, a atividade artística era considerada suspeita e

subversiva.

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9. Caracterize o governo do general Emílio Garrastazu Médici, governo

considerado o mais duro da ditadura militar. Observe a imagem:

Esclareça os motivos que levaram a existência do movimento destacado na

imagem.

Após a leitura de textos encontre no diagrama as palavras

destacadas procure o significado das palavras:

Comunista

Subversiva

Censura

Política

Ditadura

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BIBLIOGRAFIA

• Brasil. Lei N.º 6683, de 28 de agosto de 1979. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6683.htm, acesso.

• APOLINÁRIO, Maria Raquel - Projeto Araribá: História/organizadora

Editora Moderna, São Paulo, 2010.

• OLIVEIRA, Maria da Conceição Carneiro/ Ferraresi, Carla Miucci/ dos

Santos, Andrea Paula - História em Projetos, Ática, 2009.

• SILVA, Vitória Rodrigues e. Estratégias de Leitura e Competência leitora:

Contribuições para a prática de ensino de História. História, São Paulo,

2004.

• Rodrigues, Joelza Ester – História em documento: imagem e texto,

2.ed. – São Paulo: FTD, 2002.

• Vídeo: “Pra não dizer que não falei das flores” – Geraldo Vandré e a

Ditadura Militar - http://www.youtube.com/watch?v=mNbnrC0ljCM

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