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FACULDADE UNIÃO DAS AMÉRICAS Curso de Pós-Graduação em Agrimensura e Geoprocessamento Análise histórica da expansão agrícola dos municípios de San Alberto, Minga Porã e Itakyry (Alto Paraná - Paraguai) através de técnicas de geoprocessamento, visando a adequação ambiental da área André Eduardo Borges FOZ DO IGUAÇU 2010

Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

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FACULDADE UNIÃO DAS AMÉRICAS

Curso de Pós-Graduação em Agrimensura e Geoprocessamento

Análise histórica da expansão agrícola dos municípios de San Alberto, Minga Porã e Itakyry (Alto Paraná - Paraguai) através de técnicas de geoprocessamento, visando a adequação ambiental da área

André Eduardo Borges

FOZ DO IGUAÇU2010

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ANDRE EDUARDO BORGES

Análise histórica da expansão agrícola dos municípios de San Alberto, Minga Porã e Itakyry (Alto Paraná - Paraguai) através de técnicas de geoprocessamento, visando a adequação ambiental da área

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em Agrimensura e Geoprocessamento, Curso de Especialização em Agrimensura e Geoprocessamento, da Faculdade União das Américas

Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Coelho Neto

FOZ DO IGUAÇU2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

ANDRE EDUARDO BORGES

Análise histórica da expansão agrícola dos municípios de San Alberto, Minga Porã e Itakyry (Alto Paraná - Paraguai) através de técnicas de geoprocessamento, visando a adequação ambiental da área

Monografia apresentada como Trabalho Final de Pós-Graduação aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Agrimensura e

Geoprocessamento, Habilitação de ..............................., da Faculdade União das Américas com Orgulho, pela seguinte banca examinadora:

___________________________________________

Dr. Osvaldo Coelho Neto – professor orientador

___________________________________________

– professor relator

___________________________________________

– professora convidada

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A Deus

Dedico

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AGRADECIMENTOS

A

Valéria

pela imensa atenção e dedicação, e o encorajamento nos momentos difíceis. E por

se a esposa que é.

As minhas filhas, Isabella, Vanessa e Luciana, pela compreensão por minhas

ausências, e por serem o maior estímulo em minha vida.

Leila Limberger, pela dedicada coordenação, e colaboração em todas as solicitações

que lhe encaminhei, atendendo prontamente.

Ao orientador Dr. Osvaldo Coelho, pela paciência e pela preciosa consultoria nos

aspectos técnicos.

Especial agradecimento ao prof. Dr. Rigoberto Lazaro Pietro Cainzos, pela ajuda em

todas as duvidas apresentadas, relativas ao geoprocessamento.

Ao meu amigo Felype Machado de Souza, pelo apoio, paciência nas leituras dos

textos preliminares e disposição em ajudar sempre.

Aos meus pais, que mesmo à distância sempre estiveram presentes, graças a forma

que me ensinaram.

Page 6: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

O destino não é questão de sorte, é questão de decisão;

não é algo que se espera, é algo que se consegue.

Willian J. Bryan

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SUMÁRIO

LISTA DE FOTOGRAFIAS ........................................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... xi

LISTA DE ANEXOS ..................................................................................................... xii

RESUMO ..................................................................................................................... xiii

ABSTRACT ................................................................................................................. xiv

RESUMEN ................................................................................................................... xv

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 16

1. OBJETIVOS ............................................................................................................ 17

1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 17

1.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 17

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 18

2.1 Geoprocessamento ........................................................................................... 18

2.2 Sistema de Informação Geográfica ................................................................... 18

2.3 Sensoriamento Remoto ..................................................................................... 20

2.3.1 Sensor TM Landsat ..................................................................................... 21

2.4 Processamento digital de imagens .................................................................... 22

2.4.1 Registro de imagens ................................................................................... 23

2.4.2 Eliminação de ruído .................................................................................... 23

2.4.3 Realce de imagens ..................................................................................... 24

2.4.4 Segmentação .............................................................................................. 24

2.4.5 Transformação IHS ..................................................................................... 25

2.4.6 Classificação de imagens ........................................................................... 25

2.5 Análise de imagens ........................................................................................... 26

2.5.1 Respostas espectrais dos alvos ................................................................. 27

2.6 A utilização do sistema GPS ............................................................................. 29

2.7 Atividades agrícolas relevantes da região ......................................................... 30

2.7.1 Soja ............................................................................................................. 31

2.7.2 Milho ............................................................................................................ 32

2.7.3 Trigo ............................................................................................................ 32

2.7.4 Mandioca ..................................................................................................... 33

Page 8: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

2.8 Clima .................................................................................................................. 33

2.9 Solo .................................................................................................................... 34

2.10 Vegetação ........................................................................................................ 35

2.11 O Paraguai ....................................................................................................... 36

2.11.1 Uso do solo na região oriental .................................................................. 38

2.11.2 O Paraguai e a região do Alto Paraná ...................................................... 39

2.11.3 Resumo comparativo da legislação sobre proteção de recursos naturais

brasileira e paraguaia ........................................................................................... 41

3. METODOLOGIA ...................................................................................................... 44

3.1 Caracterização e localização da área de estudo .............................................. 44

3.2 Materiais ............................................................................................................ 45

3.3 Softwares utilizados ........................................................................................... 46

3.4 Trabalho de campo ............................................................................................ 47

3.5 Trabalho de escritório ........................................................................................ 57

3.5.1 Georreferenciamento das imagens ............................................................ 60

3.5.2 Realce e correção de ruído ......................................................................... 62

3.5.3 Segmentação e classificação ..................................................................... 63

3.5.4 Produção de imagens e mapas digitais ...................................................... 66

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 70

4.1 Comparativo das áreas de vegetação entre 1985 e 2009 ............................. 70

4.2 Áreas de mata ciliar ....................................................................................... 74

4.3 Expansão agrícola da região ......................................................................... 75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 78

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .................................................................... 80

GLOSSÁRIO ............................................................................................................... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 85

ANEXOS ...................................................................................................................... 90

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 - Área de soja em fase inicial do desenvolvimento (foto do autor –

12/11/2007).................................................................................................................48

Foto 2 - Soja na fase reprodutiva (florescimento), recobrindo todo o solo (foto do

autor - 11/12/2007)......................................................................................................48

Foto 3 - Soja em fase reprodutiva (foto do autor - 22/01/2008)..................................49

Foto 4 - Área de soja em ponto de colheita (foto do autor - 15/02/2008)...................49

Foto 5 - Soja em ponto de colheita (foto do autor: 30/03/2010).................................50

Foto 6 - Área de milho de verão (foto do autor – 04/12/2007)....................................50

Foto 7 - Área de milho safrinha, ainda não recobre toda superfície do solo (foto do

autor)...........................................................................................................................51

Foto 8 - Milho safrinha, cobrindo totalmente a superfície do solo (foto do autor)......52

Foto 9 - Limite entre área de cultivo e área de mata (foto do autor - 11/04/2008).....52

Foto 10 - Área de pastagem com mata ao fundo (foto do autor: 30/03/2010)...........53

Foto 11 - Pastagem típica da região do Itakyry (foto do autor: 30/03/2010)..............53

Foto 12 - Área de trigo em fase vegetativa (foto do autor – 24/07/2009)...................54

Foto 13 - Área de trigo espigado (foto do autor - 15/09/2009)...................................54

Foto 14 - Coleta de ponto a campo com equipamento GPS de navegação..............55

Foto 15 - Coleta de ponto com GPS de navegação em área de milho......................56

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Superficie semeadas com os principais cultivos identificados pelo

Ministerio de Agricultura y Ganadería, MAG...............................................................39

Figura 2 - Resultados das maiores produções em quantidade e valores no Paraguai

em 2007.......................................................................................................................40

Figura 3 - Localização da região de atuação..............................................................44

Figura 4 - Imagem da divisão política do município de San Alberto, composição

colorida (RGB543).......................................................................................................58

Figura 5 - Divisão política do município de San Alberto, composição colorida falsa

cor (RGB 453).............................................................................................................59

ix

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Figura 6 - Registro de imagem pelo Spring 4.3.3.......................................................60

Figura 7 - Georreferenciamento via gvSIG.................................................................61

Figura 8 - Georreferenciamento pelo Quantum GIS...................................................61

Figura 9- Ruido na imagem da banda 4 de 17 de março de 2009 do Landsat 5TM..63

Figura 10 - Recorte de imagem segmentada com similaridade 8 e área de 55 pixels.

.....................................................................................................................................64

Figura 11- Mapa da região de estudo do ano de 1985. Composição colorida

RGB543.......................................................................................................................66

Figura 12 - Mapa da região de estudo do ano de 2009. Composição colorida

RGB543.......................................................................................................................67

Figura 13 - Mapa de uso do solo 2009, dos municípios de San Alberto, Itakyry e

Minga Porã..................................................................................................................68

Figura 14 – Classes: cobertura vegetal (verde), cursos hídricos (azul) e ação

antrópica (vermelho) - 1985.......................................................................................72

Figura 15 - Classes: cobertura vegetal (verde), cursos hídricos (azul) e ação

antrópica (vermelho) - 1999.......................................................................................72

Figura 16 – Classes: cobertura vegetal (verde), cursos hídricos (azul) e ação

antrópica (vermelho) - 2009.......................................................................................73

Figura 17 - Mapa de distancias de 100 metros em torno dos cursos d'água.............74

Figura 18 - Pontos ao redor de cursos hídricos onde não há vegetação...................75

Figura 19 – Evolução do desmatamento e recuperação de vegetação nativa ocorrida

na região noroeste do município de San Alberto (composição colorida RGB543)

entre os anos de 1985 (a) e 2009 (b)..........................................................................77

x

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Principais aplicações e características das bandas do sensor TM...........22

Tabela 2 - Classificação da produção das 5 principais atividades do Paraguai.........38

Tabela 3- Imagens com menor presença de nuvens obtidas no INPE......................45

Tabela 4 - Quantidades em ha e porcentagem das áreas de mata e que sofreram

ação antrópica no município de Itakyry entre 1985 e 2009........................................71

Tabela 5 - Quantidades em ha e porcentagem das áreas de mata e que sofreram

ação antrópica no município de Minga Porã entre 1985 e 2009................................71

Tabela 6 - Quantidades em ha e porcentagem das áreas de mata e que sofreram

ação antrópica no município de San Alberto entre 1985 e 2009................................71

Tabela 7 - Evolução da área agrícola do município de Itakyry de 1985 ao ano de

2009.............................................................................................................................76

Tabela 8 - Evolução da área agrícola do município de Minga Porã de 1985 ao ano de

2009.............................................................................................................................76

Tabela 9 - Evolução da área agrícola do município de San Alberto de 1985 ao ano

de 2009........................................................................................................................76

xi

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A - Lei N 2524/2004.........................................................................................90

Anexo B - Lei N 536/95...............................................................................................92

xii

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RESUMO

A evolução de áreas agrícolas pode ser determinada de diversas formas, porém,

para uma avaliação rápida a um custo mais baixo, torna-se imprescindível a

utilização do geoprocessamento, e de preferência adotando um SIG livre ou gratuito.

No Paraguai não existem estudos detalhados da evolução de áreas agrícolas.

Visando preencher parte desta lacuna, estudou-se a evolução da área agrícola dos

municípios do Itakyry, de San Alberto e de Minga Porã, adotando para o estudo

softwares e imagens satelitais de distribuição gratuita e um software de baixo custo.

O principal objetivo foi quantificar as áreas agrícolas dos municípios estudados no

período compreendido entre os anos de 1985 e 2009, e para isto foram utilizadas

imagens Landsat 5TM do período com menor cobertura de nuvens.

A maior parte do trabalho foi realizada com o aplicativo Spring, com o qual foi

possível realizar o georreferenciamento e as demais etapas necessárias ao

geoprocessamento.

Verificou-se no presente trabalho que a área agrícola destes municípios aumentou

quase três vezes e meia no período, de forma que os mesmos respondem hoje por

quase 33% de toda a área agrícola do Alto Paraná, com uma superfície cultivada de

246.863,43 hectares.

De maneira geral, a metodologia apresentada neste trabalho foi útil para avaliar a

evolução da área agrícola dos municípios abrangidos e pode auxiliar no estudo

detalhado de outras regiões.

xiii

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ABSTRACT

The evolution of agricultural areas may be determined in several ways, but for a

quick assessment at a lower cost, it becomes essential the use of GIS, preferably

adopting a GIS open source or free.

In Paraguay there are no detailed studies of the evolution of agricultural areas. In

order to fill part of this gap, we studied the evolution of the agricultural area of the

municipalities of Itakyry, San Alberto and Minga Pora, adopting for the study satellite

images and software distribution free and a low-cost software.

The main objective was to quantify the agricultural areas of the cities studied in the

period between 1985 and 2009, and so were used for this Landsat 5TM images of

the period with less cloud cover.

Most of the work was carried out with the Spring application, with which it was

possible to perform the geocoding and other steps in the geoprocesing.

It was found in this work that the agricultural area of these cities has increased

almost three and a half times the period, so that they now account for almost 33% of

all agricultural areas of Alto Paraná area, with a cultivated area of 246.863,43

hectares.

In general, the methodology presented in this paper was useful to evaluate the

development of the agricultural area of the municipalities concerned, and it can help

in the detailed study of other regions.

xiv

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RESUMEN

La evolución de las zonas agrícolas se puede determinar de varias maneras, pero

para una evaluación rápida a un costo menor, se convierte en fundamental el uso de

los SIG, preferentemente la adopción de un SIG libre o gratis .

En Paraguay no existen estudios detallados sobre la evolución de las zonas

agrícolas. Con el fin de cubrir parte de estas necesidades, se estudió la evolución de

la superficie agrícola de los municipios de Itakyry, San Alberto y Minga Porã,

adoptando para el estudio software y imágenes de satélite de distribución gratis y un

software de bajo costo.

El principal objetivo fue cuantificar las áreas agrícolas de las ciudades estudiadas en

el periodo entre 1985 y 2009, y fueron utilizadas para esto imagenes Landsat 5TM

del periodo con menos nebulosidad.

La mayoría del trabajo se llevó a cabo con la aplicación Spring, con el que fue

posible realizar la georeferenciación y otras medidas en el geoprocessamiento.

Se encontró en este trabajo que la superficie agrícola de estas ciudades ha

aumentado casi tres veces y media en el período, por lo que ahora representan casi

el 33% de todas las zonas agrícolas de la zona de Alto Paraná, con una superficie

cultivada de 246.863,43 hectáreas .

En general, la metodología presentada en este trabajo fue útil para evaluar el

desarrollo de la superficie agrícola de los municipios afectados, y puede ayudar en el

estudio detallado de otras regiones.

xv

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INTRODUÇÃO

A agricultura é, nos dias atuais, moderna, repleta de recursos tecnológicos

que evoluíram devido à necessidade constante de produzir mais e mais alimentos.

Essa produção requer expansão de áreas agrícolas, e isso ocorre, em muitos

lugares do mundo, de forma desordenada, sem planejamento.

Grandes áreas da cobertura vegetal original foram derrubadas, causando

diversas conseqüências indesejáveis, tais como: a destruição da biodiversidade

existente, erosão dos solos, assoreamento do leito dos rios com a retirada da

proteção proporcionada pelas matas (barreiras naturais), a proliferação de pragas e

doenças, dentre outras. Hoje existe uma necessidade premente de recuperação

dessas áreas de mata ciliar, encostas, entre outras, degradadas pela ação antrópica.

No Paraguai tal panorama não é diferente, onde se observa essa expansão

agrícola buscando novas fronteiras.

O governo paraguaio implantou uma legislação em 2004 que impõe a

“Deforestación Cero” (Desmatamento Zero - Ley de Deforestación 0 en la Region

Oriental del Paraguay, Ley 2524/04 (PARAGUAY, 2004) – Anexo A) na parte oriental

do país, esta válida por dois anos, porém em 2006, terminada sua vigencia teve a

mesma prorrogada pela Lei 3139/2006 e novamente alterada pela Ley 3663/2008,

tendo sua validade estendida até 2013, e certamente, na seqüência, exigirá a

reposição das áreas que deveriam ter cobertura de mata.

Por outro lado, o governo paraguaio já havia promulgado uma lei de

favorecimento ao florestamento e reflorestamento no ano de 1995, com

interessantes incentivos fiscais, que deverão ser avaliados pelos proprietários de

áreas que sejam de “prioridad forestal” (Ley 536/95 (PARAGUAY, 1995) – Anexo B).

Com base nisto busca-se, com o presente trabalho, prover a região dos

municípios de San Alberto, Itakyry e Minga Porã, de ferramentas para a avaliação da

evolução da área agrícola e do percentual de área que deverá ser recuperada,

podendo, com isto, serem utilizados para avaliar o impacto econômico e social, e

consequentemente traçar planos estratégicos para a recuperação destas áreas

desflorestadas.

16

Page 17: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

1. OBJETIVOS

1.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do trabalho é avaliar a evolução temporal da área agrícola da

região do estudo, determinando os percentuais de vegetação, pastagem e área

agrícola.

1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

- Quantificar o avanço da área agrícola nos últimos 24 anos.

- Identificar áreas onde a ação preservacionista é prioritária (margens de

cursos d´água e nascentes).

- Estabelecer metodologia barata para o estudo das classes de uso e

ocupação do solo da região.

- Identificar metodologias baratas (gratuitas, e preferencialmente livres) de

sensoriamento e georreferenciamento, de modo a instrumentalizar a região de

estudo com ferramentas para a delimitação e planejamento da recomposição de

áreas de interesse florestal.

17

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Geoprocessamento

O geoprocessamento é nos dias atuais, uma tecnologia bastante difundida, devido a

sua aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento. O mesmo é requisitado

sempre que há a necessidade de se gerenciar informações espacialmente

distribuídas, com sua localização geográfica determinada.

No contexto da coleta de informações sobre a distribuição geográfica de recursos

minerais, propriedades e outros recursos da superfície terrestre, a disciplina do

conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento

da informação geográfica é o geoprocessamento (CÂMARA et al., 2001).

Para Moreira (2007), o geoprocessamento pode ser entendido como a utilização de

técnicas matemáticas e computacionais para tratar dados obtidos de objetos ou

fenômenos geograficamente identificados ou extrair informações desses objetos ou

fenômenos, quando eles são observados por um sistema sensor.

Conforme Silva e Zaidan (2007), a questão de analisar a geotopologia do ambiente,

ou seja, investigar sistematicamente as propriedades e relações posicionais dos

eventos e entidades representados em uma base de dados georreferenciados,

transformando-os em informação destinada ao apoio a decisão.

2.2 Sistema de Informação Geográfica

O termo Sistemas de Informação Geográfica (SIG) é aplicado para sistemas que

realiza o tratamento computacional de dados geográficos e armazenam a geometria

e os atributos dos dados que estão georreferenciados, isto é, localizados na

18

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superfície terrestre e representados numa projeção cartográfica. (DRUCK et all,

2004).

A principal diferença de um SIG para um sistema de informação convencional é sua

capacidade de armazenar tanto os atributos descritivos como as geometrias dos

diferentes tipos de dados geográficos (QUEIROZ & FERREIRA, 2006).

Conforme Miranda (2005), a abordagem mais adequada para a definição de SIG é a

que enfatiza a importância da análise espacial e modelagem que pode ser realizada,

na qual o SIG é visto mais como uma ciência de informação espacial do que uma

tecnologia.

As definições de SIG’s refletem, cada uma à sua maneira, a multiplicidade de usos e

visões possíveis desta tecnologia e apontam para uma perspectiva interdisciplinar

de sua utilização. A partir destes conceitos, é possível indicar duas importantes

características de SIG’s. Primeiro, tais sistemas possibilitam a integração, numa

única base de dados, de informações geográficas provenientes de fontes diversas

tais como dados cartográficos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens

de satélite e modelos numéricos de terreno. Segundo, SIG’s oferecem mecanismos

para recuperar, manipular e visualizar estes dados, através de algoritmos de

manipulação e análise (CAMARA et al., 1996).

Desta forma o SIG pode ser entendido, como ferramentas computacionais para o

geoprocessamento, que permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de

diversas fontes (fotos aéreas, imagens de satélite, cartas topográficas, imagens

vetoriais, dados cadastrais das regiões observadas, etc.) e criar bancos de dados

georreferenciados (CÂMARA et al., 2001). Permite ainda a automatização da

produção de documentos cartográficos.

19

Page 20: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

2.3 Sensoriamento Remoto

O Sensoriamento remoto é considerado uma das principais fontes de dados que

abastecem os bancos de dados dos sistemas de geoprocessamento. É definido

como a utilização conjunta de sensores, equipamentos para aquisição,

processamento e transmissão de dados, colocados em satélites ou aeronaves, com

o objetivo de estudar o ambiente terrestre a partir do registro e da análise das

interações entre a radiação eletromagnética e os alvos (NOVO, 2008).

Conforme Florenzano (2002) é a tecnologia que permite obter imagens e outros

tipos de dados, da superfície terrestre através da captação e do registro da energia

refletida ou emitida pela superfície. O termo sensoriamento refere-se a obtenção dos

dados, e remoto, que significa distante, é utilizado porque a obtenção é feita à

distancia, ou seja, sem o contato físico entre o sensor e a superfície terrestre.

Ainda pode ter uma conotação mais restrita às plataformas orbitais, conforme Silva

(2003) que o considera como uma tecnologia que obtém medidas de um objeto sem

tocá-lo e, oferece diversos produtos caracterizados por imagens de diversas

resoluções espaciais e espectrais.

Segundo Silva e Zaidan (2007), é destinado, principalmente, a identificar e classificar

entidades e eventos, registrados a distancia por diversos detectores.

Com o desenvolvimento tecnológico, o moderno sensoriamento remoto afastou-se

de sua origem: a fotografia aérea. Os modernos dados de sensoriamento remoto

provêm predominantemente de satélites e são imediatamente registrados

digitalmente (BLASCHKE e KUX, 2007).

20

Page 21: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

2.3.1 Sensor TM Landsat

O sensor TM opera em sete bandas espectrais, sendo três da região do visível, três

na região do infravermelho refletido e uma na região termal, cujas aplicações mais

comuns à análise ambiental são mostradas na tabela 1. A largura da faixa imageada

é de 185 km (MOREIRA, 2007).

O satélite Lansat 5 percorre uma órbita polar sol-síncrona a uma altitude de 705 km

e uma inclinação de 98,2º. Seu período de revolução é de 99 minutos, passando

pelo equador normalmente às 9:45 da manhã (± 15 min) da hora local, e realiza

desta forma 14,5 órbitas por dia e, retorna ao mesmo ponto de cobertura em 16 dias

(revisita). (NASA, sd)

Conforme Blaschke e Kux (2007), o Landsat 5 se enquadra na classe de satélites

multiespectrais de resolução espacial média (entre 10 e 50 m), e recomenda a sua

utilização em aplicações que utilizem escalas até 1:100.000. Afirmam ainda que,

sendo os dados arquivados até 1982 o transformaram na feramenta ideal para a

utilização em programas de monitoramento.

21

Page 22: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

Tabela 1 - Principais aplicações e características das bandas do sensor TM

BANDAS Aplicação Faixa espectral (μm)

Resolução espacial

1 Diferenciação solo/vegetação em virtude da absorção de pigmentos das plantas nessa região do espectro/diferenciação entre espécies decíduas e coníferas.

0,45 – 0,52

Azul

30

2 Permite diferenciar o vigor da vegetação pela maior sensibilidade à reflectância no verde.

0,52 – 0,60

Verde

30

3 Diferenciação de espécies de plantas em função da presença de pigmentos da clorofila. Também permite discriminar solo exposto e vegetação.

0,63 – 0,69

Vermelho

30

4 Permite avaliar a biomassa da cobertura vegetal, e também mapear corpos d’água devido ao contraste entre a alta reflectância da vegetação no infravermelho e a alta absorção dessa faixa pelas superfícies líquidas.

0,76 – 0,90

Infravermelho próximo

30

5 Permite detectar a umidade da cobertura vegetal, pois essa região do espectro é sensível à presença de água no tecido foliar.

1,55 – 1,75

Infravermelho médio

30

6 Permite avaliar diferenças de temperatura entre alvos da superfície.

10,4 – 12,5

Infravermelho termal

120

7 Útil para a identificação de áreas sujeitas a alterações hidrotermais.

2,08 – 2,35

Infravermelho médio

30

Adaptado de NOVO (2008) e MOREIRA (2007).

2.4 Processamento digital de imagens

As imagens digitais podem ser processadas visando à extração de informações

específicas. Através destas imagens podem ser geradas composições coloridas a

partir da utilização da combinação de bandas espectrais diferentes, e outras

22

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combinações de imagens diferentes, de épocas diferentes, de acordo com o objetivo

desejado. (NOVO, 2008).

2.4.1 Registro de imagens

Entende-se como registro, o processo de superposição de uma mesma cena que

aparece em duas ou mais imagens, de forma que os pontos correspondentes nas

mesmas coincidam espacialmente (ROSA, 2001).

Realiza-se o registro utilizando um sistema de referencia, geralmente apartir de

cartas topográficas. Entretanto, pode-se realizar o registro utilizando-se para isto

coordenadas obtidas através de aparelho GPS (MOREIRA, 2007).

2.4.2 Eliminação de ruído

O ruido na imagem digital é a falta de informação da energia refletida pelo alvo no

terreno (figura). O ruido é normalmente causado por falha na transmissão dos dados

do satélite, falha nos detetores, entre outros. Desta forma, os pixels aparecem nas

imagens com níveis de cinza diferentes, mais escuros (pretos) ou saturados

(brancos) (NOVO, 2008; MOREIRA, 2007).

Sua correção consiste basicamente em estimar os pixels das faixas onde não

existem dados a partir dos vizinhos mais próximos. Uma das metodologias mais

comuns, consiste em substituir o pixel faltante pela média de seus vizinhos (INPE,

sd; NOVO, 2008).

23

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2.4.3 Realce de imagens

A técnica de realce de contraste tem por objetivo melhorar a qualidade das imagens

sob os critérios subjetivos do olho humano. Utilizada na fase inicial do

processamento digital de imagens, para facilitar a identificação de padrões (INPE,

2006).

A manipulação de contraste é um dos processamentos mais simples a que se pode

submeter uma imagem. A manipulação de contraste permite a alteração do

histograma original, de forma que uma nova imagem é gerada, realçando os objetos

de interesse (NOVO, 2008).

Conforme Rosa (2001), diz respeito à modificação de imagens para torná-las mais

apropriadas às capacidades da visão humana. Segundo estas técnicas, as imagens

são modificadas por funções matemáticas, que por sua vez alteram os níveis de

cinza de uma imagem, de modo a destacar certas informações espectrais e

melhorar a qualidade visual da imagem, facilitando a análise posterior do

fotointérprete. Ainda segundo este autor, as principais técnicas de realce de imagens

são: ampliação de contraste, geração de composições coloridas e filtragem digital.

2.4.4 Segmentação

Trata-se de um procedimento adotado antes da classificação (por regiões), que tenta

solucionar o problema da subjetividade do treinamento (por exemplo, quando

utilizamos o classificador supervisionado Maxver), dividindo a imagem em regiões

espectralmente semelhantes, onde algumas dessas áreas são utilizadas como

treinamento pelo classificador (MOREIRA, 2007).

Neste processo, a imagem é dividida em regiões que devem equivaler às áreas

associadas à aplicação em questão. Entende-se por regiões um conjunto de "pixels"

próximos, que se espalham bidirecionalmente e que apresentam uniformidade. A

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divisão nestas áreas de “pixels” semelhantes, consiste basicamente em um

processo de crescimento de regiões, de detecção de bordas ou de detecção de

bacias (INPE, 2006).

2.4.5 Transformação IHS

A cor de um objeto, em uma imagem pode ser representada pelas intensidades das

componentes vermelho R, verde G e azul B, no sistema de cores RGB, ou pela

intensidade I, pela cor H e pela saturação no espaço IHS, onde a intensidade ou

brilho é a medida de energia total envolvida em todos os comprimentos de onda, que

é responsável pela sensação de brilho da energia incidente sobre o olho; o matiz ou

cor de um objeto é a medida do comprimento de onda médio da luz que se reflete, o

que determina a cor do objeto e, a saturação expressa o intervalo de comprimento

de onda em torno do comprimento de onda médio, no qual a energia é refletida ou

transmitida. Um alto valor de saturação resulta em uma cor espectralmente pura, da

mesma forma que um baixo valor indica uma mistura de comprimentos de onda,

produzindo tons pastéis (INPE, 2006).

A transformação IHS por si só já realça as informações das bandas tratadas, porém

sua maior utilização se dá na fusão de imagens, ora do mesmo sensor, ou de

sensores diferentes, com o objetivo de melhorar a resolução espacial. Após

transformar novamente do espaço IHS para RGB, a imagem final terá as

propriedades de ambos conjuntos de dados (NOVO, 2008).

2.4.6 Classificação de imagens

A associação de conjuntos de classes espectrais originadas de tipos específicos de

objetos da superfície é realizada através de técnicas matemáticas conhecidas pelo

termo “reconhecimento de padrões” ou “classificação de padrões”. Esses padrões

são os “vetores matemáticos de pixels” que contém o conjunto de valores de brilho

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das bandas analisadas. A classificação envolve a atribuição de uma “classe

espectral” a cada pixel dos dados espectrais disponíveis (NOVO, 2008).

Rosa (2001) tem uma definição mais simples, na qual a classificação é o processo

de reconhecimento de classes ou grupos cujos membros exibem características

comuns.

Na classificação procura-se rotular cada pixel da imagem segundo a ocupação do

solo, semelhante ao que se faz na abordagem visual. Para isso utilizam-se softwares

apropriados, denominados algoritmos de classificação. (MOREIRA, 2007).

Segundo Blaschke e Kux (2007) o procedimento de classificação pelo método da

máxima verossimilhança é o mais freqüentemente usado no sensoriamento remoto,

o qual considera as correlações entre os canais espectrais.

2.5 Análise de imagens

Para a análise de imagens, o conhecimento de SIG requer uma complementação

profissional do usuário em uma das diversas áreas da ciência (agricultura,

planejamento, ecologia, etc.). O uso da tecnologia ajuda, mas existe um limite não

descartável do conhecimento científico do usuário (MIRANDA, 2005).

Pode-se facilmente exemplificar o que foi afirmado quando se necessita analisar

uma imagem tomada sobre lavouras de soja; deve-se ter o conhecimento da região,

da época de plantio, do estágio de desenvolvimento fenológico das culturas segundo

a época observada, etc, para uma correta avaliação das respostas espectrais dos

alvos.

Conforme afirma Florenzano (2002), quanto maior é o conhecimento sobre a área de

estudo, maior é a quantidade de informação que podemos obter, a partir da

interpretação de fotografias ou imagens desta área.

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A interpretação ou análise visual de imagens orbitais é muito semelhante a

interpretação de fotografias aéreas. Consiste em obter as informações dos alvos de

acordo com suas respostas espectrais, quando observados nas imagens.

(MOREIRA, 2007).

Interpretar fotografias ou imagens é identificar objetos nelas representados e dar um

significado a esses objetos. As imagens apresentam os elementos básicos de

análise e interpretação, a partir dos quais se extraem informações de objetos, áreas

ou fenômenos. Esses elementos são: tonalidade / cor, textura, tamanho, forma, sombra, altura, padrão e localização (FLORENZANO, 2002).

A análise visual pode ser definida como o ato de examinar uma imagem com o

propósito de identificar objetos e julgar suas propriedades. Durante este processo,

são realizadas diversas atividades, quase simultaneamente, quais sejam: detecção,

reconhecimento, análise, dedução, classificação e avaliação de precisão. (NOVO,

2008).

2.5.1 Respostas espectrais dos alvos

Também deve-se destacar a importância da interação da REM (Radiação Eletro-

Magnética) com os alvos na superfície terrestre, que divergem em suas respostas

espectrais de acordo com sua interação, que seja absorvendo determinado

comprimento de onda, quer seja refletindo-o em diferentes níveis de intensidade.

O conhecimento de interação entre a REM e a vegetação é fundamental para a

identificação dos temas de estudo (MENESES & MADEIRA NETTO, 2001).

Para se caracterizar o comportamento espectral da vegetação é preciso conhecer

como se dá o processo de interação com a REM em termos de três fenômenos

físicos: reflectância, transmitância e absorbância. Porém, a maioria dos casos que

envolve o uso do sensoriamento remoto em estudos da vegetação, inclui-se a

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reflectância como o fenômeno mais analisado (MENESES & MADEIRA NETTO,

2001).

Na região do visível, a reflectância da vegetação é relativamente baixa, devido a

forte absorção da radiação pelos pigmentos da folha. Em 0,56 μm, há um pequeno

aumento de reflectância responsável pela percepção da cor verde das folhas. De 0,7

μm a 1,3 μm, temos uma alta reflectância da vegetação devido a estrutura

celular e, deste ponto até 2,5 μm, a reflectância da vegetação se deve ao

conteúdo de água das folhas (NOVO, 2008; ROSA, 2001; MOREIRA, 2007).

O que é medido efetivamente por um sensor efetivamente, oriundo de uma

cobertura vegetal, não pode ser explicado somente pelas características do interior

desta cobertura. Inclui-se a interferência de vários parâmetros e fatores (MENESES

& MADEIRA NETTO, 2001).

Segundo Rosa (2001), o comportamento dos solos é função principalmente do

percentual de matéria orgânica, granulometria, composição mineralógica, umidade e

CTC (capacidade de troca de cátions).

Moreira (2007) acrescenta ainda, que outros fatores tem sido citados, como por

exemplo: a cor do solo, as condições de drenagem do solo, a temperatura, a

localização, entre outros. De um modo geral, a quantidade de energia refletida por

um solo é função de todos esses fatores, e em determinadas condições, um

parâmetro pode sobrepujar os outros em termos de reflectância, resultando num

espectro característico do parâmetro em questão.

A água, tem uma reflectância muito pequena, em torno de 4%, o que faz com que os

sensores disponíveis sejam muitas vezes insensíveis às mudanças de cores da

mesma (MENESES & MADEIRA NETTO, 2001).

Porém, a análise pura e simples de uma curva espectral de determinado objeto da

superfície terrestre não fornece informações suficientes sobre ele, a menos que se

tenham informações sobre as condições de coleta dos dados (NOVO, 2008).

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Como os ambientes da superfície terrestre sofrem mudanças, a data da imagem é

uma informação extremamente importante, pois a imagem é uma representação de

uma parte da superfície da Terra no momento da passagem do satélite

(FLORENZANO, 2002).

2.6 A utilização do sistema GPS

Segundo COELHO (2003), não se deve utilizar equipamentos GPS destinados à

navegação para levantamentos altimétricos. Como nos trabalhos realizados não

havia este objetivo, não se teve problema em sua utilização, mesmo porque, a

precisão dos equipamentos GPS de navegação é menor que o pixel da imagem do

Landsat 5 TM (30 x 30m). Em trabalhos que se necessite também de dados

altimétricos, estes equipamentos não deverão ser adotados.

Conforme diversos autores citados por ÂNGULO FILHO (2001), o GPS, mesmo o de

navegação, tem várias aplicações na área florestal e agricultura, porém, sofrendo

influência em sua precisão devida à cobertura vegetal e ao tamanho das áreas

mapeadas.

De acordo com SOUZA (2001) “O GPS é um potente meio para aquisição de dados

para Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), como por exemplo, o

cadastramento de ruas, edifícios, dutos, elementos da infra-estrutura urbana, limites

de propriedades, entre outros”.

Segundo COELHO (2003), não se deve utilizar equipamentos GPS destinados à

navegação para levantamentos altimétricos. Como nos trabalhos que serão

realizados não existe este objetivo, não há problema em sua utilização, mesmo

porque, a precisão dos equipamentos GPS de navegação é menor que o pixel da

imagem do Landsat 5 TM (30 x 30m). Em trabalhos que se necessite também de

dados altimétricos, estes equipamentos não serão adotados.

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Conforme diversos autores citados por ÂNGULO FILHO (2001), o GPS, mesmo o de

navegação, tem várias aplicações na área florestal e agricultura, porém, sofrendo

influência em sua precisão devida à cobertura vegetal e ao tamanho das áreas

mapeadas.

De acordo com SOUZA (2001) “O GPS é um potente meio para aquisição de dados

para Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), como por exemplo, o

cadastramento de ruas, edifícios, dutos, elementos da infra-estrutura urbana, limites

de propriedades, entre outros”.

2.7 Atividades agrícolas relevantes da região

A agricultura, abrange uma grande quantidade de atividades, envolvendo várias

centenas de espécies vegetais cultivadas. Entretanto, devido a fatores ambientais,

econômicos e de tradição agrícola, em cada município ou conjunto de municípios

vizinhos, apenas algumas espécies são consideradas como as mais importantes

(LUIZ, 2003).

Na região do referido trabalho, este fator pode ser observado, na destacada

importância da soja nos três municípios estudados, tendo como culturas

complementares o milho e o trigo principalmente.

Tratou-se um pouco a respeito da mandioca, porém torna-se praticamente

impossível realizar uma classificação das áreas ocupadas por esta cultura na área

estudada, devido às pequenas áreas plantadas com a mesma, que não chegam a

ocupar 1(um) hectare e, somente foi abordada no presente trabalho por fazer parte

da cultura alimentar do país e, pelo seu significativo volume produzido.

Devido às características inerentes às atividades agropecuárias, como a ampla

dispersão espacial, o grande número de produtores e a variabilidade do tamanho

das propriedades, entre outras, a obtenção de informação atualizada sobre este

setor da economia é particularmente difícil (LUIZ, 2003).

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Atualmente, entretanto, apenas algumas culturas agrícolas podem ser efetivamente

monitoradas através do sensoriamento remoto. Somente as que ocupam a maior

área, sendo cultivadas mecanicamente e, em talhões cujas dimensões mínimas

geralmente superam dez hectares de área (LUIZ e EPIPHANIO, 2001).

Pelo mesmo motivo, as espécies vegetais que pertencem a esse grupo (plantadas

em grandes áreas) também são aquelas que apresentam alto interesse econômico

ao longo de sua cadeia produtiva (LUIZ, 2003).

2.7.1 Soja

A soja (Glycine max (L.) Merrill) que hoje é cultivada mundo afora, é muito diferente

dos ancestrais que lhe deram origem: espécies de plantas rasteiras que se

desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio Amarelo, na

China. Sua evolução começou com o aparecimento de plantas oriundas de

cruzamentos naturais, entre duas espécies de soja selvagem, que foram

domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China. (EMBRAPA, 2003).

Na Europa, os registros indicam que a soja se tornou conhecida a partir de 1739,

quando foi plantada no Jardim Botânico de Paris. Sua primeira ocorrência na

América foi registrada em 1804, na Pensilvânia. (CASTRO & KLUGE, 1999).

O cultivo da soja no Paraguai remonta a década de 1960, ainda que o princípio do

seu auge se situa nos primeiros anos da década seguinte. (CAPECO, 2008)

No seu início, surgiu como um cultivo de rotação para o trigo, cuja semeadura havia

sido fortemente impulsionada pelo governo com generosos planos de financiamento,

em busca da obtenção do auto-abastecimento deste cereal, que até então era quase

que totalmente importado. (CAPECO, 2008)

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Porém o impulso mais forte foi dado pela abertura do caminho até o Leste (hacia el

Este) e a construção da Ponte da Amizade, o que permitiu a expansão da fronteira

agrícola nos Estados do Alto Paraná, Caaguazú e Canindeyu. (CAPECO, 2008)

O Paraguai consolidou-se como o 6º maior produtor mundial desta leguminosa,

cultivando uma área de 2.644.856 ha, e produzindo 6.805.722 toneladas do grão na

safra 2007/2008. Neste cenário, destaca-se o estado do Alto Paraná, com uma área

plantada de 754.303 ha e uma produção de 2.036.318 toneladas de soja, figurando

como o estado de maior produção do grão dentro do pais, ficando responsável pela

produção de 30% de toda soja do país, conforme dados da CAPECO (2008) e FAO

(2009).

2.7.2 Milho

O milho é encontrado nos mais diversos ambientes, desde a latitude 40º S até 58º N

e altitudes que variam entre os 3.000 m, nos Andes peruanos, até abaixo do nível do

mar, em regiões do mar Cáspio, o que levou a uma grande especialização e

adaptação da planta. Atualmente, além das três Américas, é cultivado praticamente

em todas as outras regiões do mundo. (CASTRO & KLUGE, 1999).

No Paraguai, conforme dados do MAG (2009) na safra de milho de 2007, foram

semeados 430.000 ha de milho, colhendo-se 1.250.000 toneladas, e na safra

seguinte, obteve um resultado de 1.900.000 toneladas, conforme dados da FAO

(2009).

2.7.3 Trigo

Aceita-se que o trigo foi cultivado pela primeira vez entre os rios Tigre e Eufrates, na

antiga Mesopotâmia (atual Iraque), ao redor de 6.700 a.C. Desde os primórdios da

agricultura no sudoeste da Ásia, há cerca de 10.000 anos, uma região montanhosa,

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árida, onde existe grande variação térmica e pouca precipitação, as histórias do trigo

e da civilização humana estão interligadas. (CASTRO & KLUGE, 1999).

Conforme dados da FAO (2009) e MAG (2009) na safra referente ao ano de 2007,

foram semeadas 320.000 ha de trigo, com um resultado final de 800.000 toneladas

colhidas.

2.7.4 Mandioca

A mandioca (Manihot esculenta Crantz), segundo concordância entre botânicos e

ecologistas mundiais, é uma planta de origem americana, tendo como centro de

origem o “Brasil Oriental Tropical”. Provavelmente a mandioca tenha surgido na

região amazônica. (CASTRO & KLUGE, 1999).

Embora a maior concentração do cultivo de mandioca esteja localizada na faixa

geográfica entre os paralelos 15 de latitude Norte e Sul (regiões quentes e úmidas),

ela pode ser encontrada entre as latitudes de 30 Norte e Sul. (CASTRO & KLUGE,

1999).

2.8 Clima

Há um pronunciado gradiente de chuvas no Paraguai. A chuva média anual aumenta

desde os 400 mm a noroeste até os 1.700 mm a sudeste (SÁNCHEZ, 1973).

Conforme Sánchez (1973), no leste do Paraguai, as terras aráveis são

frequentemente cultivadas duas vezes por ano em condição de sequeiro, com soja,

algodão (o que não ocorre atualmente) ou milho, seguido por um cultivo de inverno,

com cereais de zona temperada.

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As temperaturas médias anuais variam desde 25,9 ºC ao norte (Bahía Negra) a 21,4

ºC no canto noroeste da região oriental (Pedro Juan Caballero). Os verões são

quentes e muito quentes. Por isso, a evapotranspiração potencial alcança valores de

até 2.100 mm (VERMA, 1982). A máxima absoluta oscila desde 40,8 ºC

(Encarnación) a 44,0 ºC (Mariscal Estigarribia). No inverno, ocorrem geadas

noturnas (até uma temperatura mínima absoluta de -6,0 ºC), exceto no extremo

noroeste (GATZLE, 1999).

As mudanças de temperatura podem ser repentinas (15 a 20 graus centígrados em

poucas horas, no início de uma tempestade), porque os ventos predominantes vão

de norte a sul porque não existem barreiras montanhosas significativas para retê-los.

A velocidade do vento supera os 6 m/s em 14 por cento do ano, resultando em

erosão eólica da terra pronta e nua (HACKER et al., 1996; HANRATTY & MEDITZ,

1988).

Em resumo, o Paraguai tem um clima classificado como Subtropical Úmido, Cfa na

classificação de Köppen (EIDT, 1969; ROSENBERG, sd). Com temperatura média

variando de 25ºC a 35ºC no verão e de 10ºC a 20ºC no inverno (SENATUR, 2007).

2.9 Solo

O Paraguai tem duas principias e diferentes regiões fisiográficas, a planície

relativamente seca do Chaco paraguaio (região ocidental), geologicamente jovem,

com solos neutros a alcalinos e a área úmida oriental com solos lateríticos e em sua

maioria ácidos, sobre rochas antigas e cristalinas (gnaisse, granito, xisto). (FAO,

2005).

O Paraguai tem solos férteis e florestas exuberantes que sustentam a sua

agricultura e as indústrias madeireiras. O país tem poucos recursos minerais

comprovados, mas pesquisas têm localizado depósitos significativos de manganês,

calcário e minério de ferro. A energia hidroeléctrica é um recurso considerável. Nos

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últimos anos, projetos hidrelétricos tem aproveitado o poder dos rios para gerar

eletricidade, que por sua vez, criou receita para o Paraguai (PARAGUAY, 2005).

Na região oriental predominam quatro tipos de solo: vermelho-amarelo podzólico-

gley húmico, originário de arenito vermelho de formação eólica, e de sedimentos

glaciais, com textura de franco a franco-arenosa; gley-húmico, pseudogley ácido,

originário de depósitos aluviais, com textura franco-arenosa fino e franco; terra roxa

estruturada (latossolo roxo), de origem basáltica e textura argilosa; e latossolo

vermelho, originário de derrames basálticos, com textura argilosa (VERNETTI,

1974).

Os intensivamente cultivados Luvissolos férricos derivados de basalto são o grupo

dominante no vale do Alto Paraná. Geralmente, os solos na parte oriental do

Paraguai, são consideradas de médio-alto potencial para produção de culturas de

sequeiro (duas safras por ano), na medida em que não há limitações de topografia

(declives acentuados) ou alagamento em áreas temporariamente inundadas. (FAO,

2005).

2.10 Vegetação

A planície ondulada do vale do Alto Paraná esteve coberta uma vez por uma floresta

subtropical rica em espécies, muitas das quais se converteram em anos recentes em

terras aráveis intensamente cultivadas (particularmente com soja e cereais

temperados). FAO (2005).

Na parte leste do Paraguai se encontra a vegetação que é comumente chamada de

Mata Atlântica de Interior. Trata-se de uma floresta semi-descídua, e distingue-se

por abrigar um grupo de espécies típicas de climas temperados quentes. Toda

região é uma zona relativamente úmida. No Alto Paraná, essa floresta não se

apresenta muito homogênea em altura e densidade. Além de espécies importantes

para a indústria madeireira, esta região também se caracteriza por um grande

número de lianas, epífitas, samambaias arborescentes e palmeiras, incluindo o

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palmito juçara (Euterpe edulis), que é endêmico da Mata Atlântica (GALINDO-LEAL

& CÂMARA, 2005).

Por ocasião da colonização, muitos imigrantes pagaram suas terras apenas com o

dinheiro ganho na venda da madeira existente em suas propriedades (MENEZES,

1987).

O país possuía até 2005, 184.800 km2 de matas (WORLDBANK, 2009 e FAO, 2005).

Segundo os dados mais atuais a respeito da vegetação, todo o Paraguai possuía em

2008 uma área de 91.078,67 km2 de mata (uma redução de quase 51% da

vegetação), e a região oriental uma área de mata nativa de 22.328,79 km2 (MAG,

2009).

2.11 O Paraguai

O processo de ocupação do território e o aproveitamento de seus recursos não se

produziram no Paraguai de maneira homogênea nem sustentável nas diferentes

áreas ou regiões do país, nem em tempos pré-hispânicos, nem na atualidade.

Enquanto algumas áreas viveram profundas transformações, outras mantiveram o

mesmo estoque de recursos e não se viram afetadas pelos assentamentos

humanos. Outras ainda foram alternando-se em suas dinâmicas demográficas em

relação direta com os sistemas econômicos e comerciais e com as infra-estruturas

de transporte disponíveis. (VAZQUES, 2006).

Ainda segundo Vazques (2006), neste processo, a chamada região Oriental teve

sempre maior capacidade de suporte às populações humanas que o Chaco, devido

principalmente ao dispositivo biofísico restritivo deste último, se comparado com a

região Oriental.

Em cerca de 40 por cento do território paraguaio, está a região fértil e subtropical

Paraneña. O planalto do Paraná, na região Paraneña, recebe mais chuva do que em

qualquer outra área do país (PARAGUAY, 2005).

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A presença de brasileiros na agricultura do Paraguai começou nos primórdios de

1950, inicialmente com a cultura do café, que naquele tempo não existia no

Paraguai. Em princípios de 1960 um inimigo muito conhecido dos cafeicultores, a

geada, chegou pra valer e de uma vez só matou milhares de pés de café. Os

primeiros brasileiros imigraram para o Paraguai na década de 1950, mas a grande

quantidade de imigrantes lá chegou na década de 1970 e, por volta de 1977 se

iniciou a expansão dos cultivos de soja no país (MENEZES, 1987).

Por volta dos anos 1980, o cultivo do algodão, que havia sido incentivado pelo

governo, ocupava cerca de 20% do total da superfície cultivável. Em 1981, 138.232

unidades produtivas de dedicavam ao cultivo de algodão e 67% delas tinham um

tamanho que oscilava entre 2 e 20 ha (FORMENTO, 2003).

Os rendimentos do algodão tem se deteriorado nos últimos anos, outros produtos

tem registrado aumentos de certa consideração. É o caso da soja, do trigo, do milho,

da mandioca e da produção de ovos. Em comparação com Argentina, Brasil e

inclusive a média de produtividade da América do Sul, revelam que o Paraguai

alcança níveis satisfatórios na soja e na mandioca, o mesmo ocorre na produção de

ovos. Os demais produtos refletem uma escassa modernização e incorporação de

tecnologias (FAO, 2007).

O cultivo intensivo da soja é o gerador de grande parte da renda da região agro

exportadora. O cultivo deste item ordena, a sua maneira, um território onde a maior

parte das infra-estruturas, bens e serviços estão sujeitos a este cultivo, recepção e

comercialização. Outros itens cultivados são o milho e o trigo, porém como

atividades complementares; a soja desponta tanto no tempo (verão – inverno) como

no espaço. (VAZQUES, 2006).

Os atores econômicos que pilotam as atividades agrícolas desta região são na

maioria agricultores e empresários brasileiros. (VAZQUES, 2006).

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O Paraguai possui uma população de 6,23 milhões de pessoas e uma área total de

406.800 km2 (WORLDBANK, 2009), das quais 15.983.481 ha se concentram na

região Oriental (FAO, 2005).

Entre as atividades produtivas, podemos, como visto anteriormente, destacar a soja,

o milho e o trigo, em valor agregado, entre as diversas atividades produtivas

desenvolvidas no país. A mandioca se destaca em volume produzido, estando em

segundo lugar neste quesito, mas perde em valor. Estes fatos confirmamos através

da tabela 2.

Tabela 2 - Classificação da produção das 5 principais atividades do Paraguai

Classificação ProdutoProdução (U$ 1000)

Produção (1000 T)

1 Soja 1.211.682 6.000.0002 Milho 219.810 1.900.0003 Trigo 103.726 800.0004 Leite de vaca, integral,

fresco99.727 375.000

5 Mandioca 92.597 4.800.000Adaptado de FAO (2009).

2.11.1 Uso do solo na região oriental

Segundo dados obtidos junto ao “Ministerio de Agricultura y Ganaderia, (MAG)”, a

região oriental do Paraguai possui uma superfície total de 16.000.000 de hectares,

sendo que destes 7.200.000 hectares tem aptidão agrícola. Porém, no último censo

agrícola realizado em 2008, da área apta a agricultura, somente 4.199.912 hectares

eram utilizados na atividade (Figura 1). Ainda neste censo, verificou-se que a região

oriental era coberta por 2.232.897 hectares de matas e 6.907.801 hectares de

pastagens.

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Figura 1 - Superficie semeadas com os principais cultivos identificados pelo Ministerio de Agricultura y Ganadería, MAG.Fonte: MAG, 2008 e BCP, 2008 citado por IICA (sd).

2.11.2 O Paraguai e a região do Alto Paraná

Por volta da década de 1980, o Alto Paraná se encontrava em sétimo lugar em área

plantada de algodão, e a menor produção relativa a outros estados se deve a

povoados de campesinos principalmente brasileiros, que se dedicavam a outros

cultivos (FORMENTO, 2003).

Segundo dados da CAPECO (2008) e do INBIO (2008), o Alto Paraná, na safra

2007/2008, o Estado é o que possui a maior área plantada com soja no Paraguai.

Na campanha de soja referente a safra 2007/2008, o Alto Paraná respondeu por

29,9% de toda a produção de soja do país, com uma área plantada de 754.303

hectares e uma produção total de 2.036.618 toneladas, obtendo uma produtividade

média de 2.700 quilos por hectare, conforme dados da CAPECO (2008) e INBIO

(2008).

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De acordo com dados da FAO (2009), o Alto Paraná possui uma área de 13.729

km2, uma precipitação anual variando de 1.475 a 2.474 mm (acima da média

nacional) e uma declividade entre 5 a 16%.

Conforme dados estatísticos disponíveis na FAO (2009), pode-se notar a quase

inexistência de outros cultivos na região do Alto Paraná. Mesmo a mandioca, que

responde por uma grande área plantada no país e também significativa produção,

não é significativa na região do Alto Paraná, sendo principais a soja e o milho no

verão e o milho e o trigo na safrinha de inverno.

A questão da mandioca na região do Alto Paraná pode ser facilmente percebida

através da Figura 2, onde se percebe um alto volume produzido, e em contrapartida

um baixo valor relacionado ao volume gerado, diferentemente das culturas da soja,

do milho e do trigo.

Figura 2 - Resultados das maiores produções em quantidade e valores no Paraguai em 2007.Fonte: FAO (2009).

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Esta característica dos cultivos da região pode ser explicada a partir das

explanações dadas por VAZQUES (2006), segundo o qual, na região predomina a

agricultura empresarial.

Dentro do que foi apresentado, percebe-se a importância significativa das culturas

da soja, do milho e do trigo no Paraguai, e segundo a experiência de 6 anos do autor

na região de San Alberto, Minga Porã e Itakyry, estas culturas ocupam as áreas

agrícolas significativas, sendo inexpressivo o cultivo de mandioca na região, assim

como a criação de gado leiteiro, que praticamente se concentra na região ocidental

do país, na região do chaco paraguaio.

Outros cultivos presentes no país, como o gergelim, o girassol, a cana-de-açúcar, o

feijão e o arroz-irrigado, ou não são expressivos (gergelim, girassol e feijão), ou não

estão presentes na região (cana-de-açúcar e arroz-irrigado).

2.11.3 Resumo comparativo da legislação sobre proteção de recursos naturais brasileira e paraguaia

A legislação paraguaia difere bastante da legislação brasileira no que se refere a

APP e Reserva Legal. No Brasil, recorremos a legislação que trata do assunto (Lei

Nº 4.771, de15 de setembro de 1965), que nos orienta conforme os ítens transcritos

a seguir (extraídos da referida Lei):

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais

alto em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei

nº 7.803 de 18.7.1989)

1. de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10

(dez) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de

18.7.1989)

2. de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de

10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei

nº 7.803 de 18.7.1989)

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3. de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50

(cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; (Redação dada pela

Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

4. de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de

200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; (Redação dada

pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

5. de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham

largura superior a 600 (seiscentos) metros; (Incluído pela Lei nº 7.803

de 18.7.1989)

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou

artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos

d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de

50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de

18.7.1989)

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°,

equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de

mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do

relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções

horizontais; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que

seja a vegetação. (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

Já no Paraguai, a lei que trata do tema (Lei Nº 3239/07 – Lei de recursos hídricos

(SEAM, sd)) é bem mais limitada no que se refere às APP´s, conforme podemos

verificar nos itens abaixo:

Artigo 23. – As margens sob domínio privado adjacentes aos cursos hídricos

estarão sujeitas, em toda sua extensão, às seguintes restrições:

a) Uma zona de uso público com uma largura de cinco metros para zonas

urbanas e de dez metros para zonas rurais. Dentro das atividades que a

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regulamentação defina como de uso público, não poderão impor-se os

usos recreativos, direito reservado ao proprietário. Ficará a cargo das

prefeituras definir e regulamentar os alcances da área de uso público sem

prejuízo das competências que podem exercer as demais autoridades

públicas no exercício de suas atribuições.

b) Uma zona de proteção de fontes de água de uma largura de cem metros de ambas as margens, na que se condicionará o uso do solo as

atividades que ali se realizem, sonforme ao que se estabeleçam as

normas jurídicas ambientais. A área de polícia não incluirá a zona de uso

público e estará adjacente a esta.

c) Aos efeitos do inciso “b”, os proprietários ribeirinhos cujos imóveis haviam

tido ou deviam haver tido matas protetoras deverão reestabelecê-las ou

reflorestar a superfície necessária para recupera-las e conserva-las.

Artigo 25. – Se privilegiará a declaração de áreas protegidas em: áreas de

nascentes ou mananciais de água, nos ecossistemas de várzea, nas áreas de

recarga de aqüíferos e nas áreas necessárias para a regulagem do caudal ambiental

das águas.

Como visto, existem diferenças entre a legislação paraguaia e a brasileira no que se

refere a recursos naturais, com a primeira prevendo inclusive o uso dos recursos

para a recreação. Mas não se define de forma diferenciada a quantidade de mata

que deve haver no entorno das áreas de várzea, somente a largura no entorno dos

cursos hídricos, desde nascentes até os rios de maior porte, independentemente de

sua largura.

Outro item que não é abordado é o que se refere às encostas e locais com declive

acentuado, muito provavelmente devido à pequena declividade da região de estudo.

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3. METODOLOGIA

3.1 Caracterização e localização da área de estudo

Selecionou-se como área de estudo as regiões de San Alberto, Minga Porã e

Itakyry, situadas na parte oriental do Paraguai, no estado do Alto Paraná, onde se

concentra a atividade agrícola “empresarial” no país, em sua parte norte, tendo

como limites as coordenadas: 24°28’10’’ e 25°11’02’’ de Latitude Sul e 54°21’11’’ e

55°21’11’’ de Longitude Oeste. Esta é a área de atuação profissional do autor deste

trabalho, visando conciliar o tempo das atividades relacionadas a trabalho com o

desenvolvimento do presente projeto (Figura 3).

Figura 3 - Localização da região de atuação.

Nesta região é comum a prática de dois ciclos agrícolas por ano, com plantio de

safrinha de milho ou trigo após o período normal da safra de verão, onde predomina

a cultura da soja, com algumas áreas semeadas com milho verão. Diferentemente

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de outras regiões, onde também se cultivam o girassol e a canola pela agricultura

empresarial.

3.2 Materiais

Os materiais utilizados foram: imagens TM (Thematic Mapper) do Landsat 5; câmera

fotográfica digital, microcomputador e aparelho GPS (sistema de posicionamento

global) de navegação, modelo Garmim Etrex Vista ajustado para o sistema de

referencia WGS84.

Foram obtidas imagens do satélite Landsat 5 TM, de 1985 até 2009 em períodos de

safra de verão e safrinha de inverno, selecionando imagens disponíveis da

órbita/ponto 224/077 com menor cobertura de nuvens (os detalhes das imagens

obtidas podem ser vistos na Tabela 3).

Tabela 3- Imagens com menor presença de nuvens obtidas no INPE.

Bandas utilizadas

Data da imagem Orbita Ponto

Observações relativas à data de tomada da imagem

3,4,5 15/01/2010 224 77 Final do ciclo de muitas áreas de soja, outras em pleno desenvolvimento.

3,4,5 17/03/2009 224 77 Áreas com milho parcialmente desenvolvido, onde ainda há muita mistura de resposta espectral do milho com a do solo, áreas com milho bem desenvolvido, áreas em pousio e áreas onde se iniciará o plantio de trigo.

3,4,5 25/07/2004 224 77 Trigo em pleno desenvolvimento3,4,5 09/05/1999 224 77 Início da semeadura do trigo.3,4,5 12/06/1994 224 77 Trigo já cobre o solo.3,4,5 17/06/1990 224 77 Trigo já cobre o solo.3,4,5 31/03/1985 224 77 Áreas com milho parcialmente desenvolvido e

milho bem desenvolvido.

Elegeu-se para o presente trabalho as imagens do satélite Landsat 5 TM, primeiro

pela gratuidade (imagens adquiridas através do INPE), e pelo período abrangido

pelas imagens sobre a região de interesse.

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Utilizou-se também uma imagem pancromática do Landsat 7 ETM de 05 de agosto

de 1999 (resolução espacial de 15 metros), com o único objetivo de realizar uma

melhora na resolução espacial das imagens do Landsat 5 TM, via transformação

IHS.

3.3 Softwares utilizados

Para o processamento das imagens orbitais foi utilizado o software SIG Spring,

versão 4.3.3, o Quantum GIS 1.4 e o software gvSIG 1.1.1 (programas distribuídos

gratuitamente, que desta forma vem de encontro com o objetivo primeiro do

presente trabalho), além do Software GPS TrackMaker Pro, para a coleta dos pontos

do GPS e geração de arquivos Shapefile.

O Spring é um software SIG gratuito, trata-se de um banco de dados geográfico de

2º geração, para ambientes UNIX e Windows que opera como um banco de dados

geográfico (INPE, 2006).

O gvSIG foi desenvolvido pelo Conselho de Infraestruturas e Transporte de Valencia

(Espanha), também é uma ferramenta voltada para o manejo de informação

geográfica. Trata-se de um software livre (de código aberto – “open source”),

multiplataforma (disponível para Linux, Windows e MacOS) desenvolvido 100% em

linguagem Java e é distribuído sob a licença GNU / GLP (GNU General Public

License), (GENERALITAT VALENCIANA, 2005), a qual se destina a garantir a

liberdade do usuário em compartilhar e modificar todas as versões de um programa,

além de certificar que o software continue livre para os seus usuários (GNU, 2009).

O Quantum GIS (QGIS), assim como o gvSIG é um software gratuito distribuído sob

a licença GNU / GLP. Trata-se de um SIG Open Source amigável, resultado de um

projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation (OSGeo). Ele roda em Linux,

Unix, Mac OSX e Windows e suporta vários tipos de dados, vetoriais e raster, além

de possuir várias funcionalidades de banco de dados. A atual versão possui

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implementada função de suporte ao banco de dados PostgreSQL (QUANTUM GIS,

sd).

GPS TrackMaker é o programa gratuito mais completo para GPS de navegação,

porém algumas funções somente estão disponíveis na versão paga (GPS

TrackMaker Pro), como cálculo de área, transferência de dados para o Excel,

exportação para o AutoCad e ArcView, e outras funções avançadas. É um dos

programas mais baratos do mercado com licença por chave de hardware e único em

sua categoria. Permite transformar os pontos capturados pelo GPS em arquivos

Shape (FERREIRA JUNIOR, 2008).

Utilizou-se ainda o software Marlin (visualizador de imagens), também distribuído de

forma gratuita (também distribuído sob a licença GNU / GLP) pelo INPE, para

visualização das bandas importadas e avaliação das composições coloridas e o

Microsoft Excel para a tabulação dos resultados.

3.4 Trabalho de campo

Para o georreferenciamento das imagens, optou-se pela coleta de pontos de

referência in loco empregando um aparelho GPS Etrex Vista da marca Garmin.

Foram coletados pontos de referência bem distribuídos por toda a área abrangida

pelo presente trabalho.

Foram alocados diversos pontos de controle no campo utilizando-se equipamento

GPS de navegação, os quais foram anotados e identificados, segundo a classe

observada, e algumas classes foram fotografadas (fotos de 1 a 13) para posterior

identificação, de forma a permitir uma correta interpretação de suas respostas

espectrais.

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Foto 1 - Área de soja em fase inicial do desenvolvimento (foto do autor – 12/11/2007)

Foto 2 - Soja na fase reprodutiva (florescimento), recobrindo todo o solo (foto do autor - 11/12/2007)

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Foto 3 - Soja em fase reprodutiva (foto do autor - 22/01/2008)

Diferentemente das fotos anteriores 2 e 3, onde a soja se encontra em pleno

desenvolvimento, as fotos 4 e 5 já apresentarão respostas espectrais bem distintas.

Por se encontrarem em fase de colheita, sua reflectância é bastante aumentada

nesta fase em relação às fases reprodutiva e vegetativa.

Foto 4 - Área de soja em ponto de colheita (foto do autor - 15/02/2008)

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Foto 5 - Soja em ponto de colheita (foto do autor: 30/03/2010).

Nas fotos 6 e 7, além da visivel diferença no desenvolvimento do milho, percebe-se

também a diferença do tipo de solo, que na foto 6 é característico da região do

Foto 6 - Área de milho de verão (foto do autor – 04/12/2007)

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Itakyry, de textura mais arenosa, enquanto a região mais a leste, de San Alberto e

Minga Porá, possuem solos mais argilosos.

Foto 7 - Área de milho safrinha, ainda não recobre toda superfície do solo (foto do autor)

Consequentemente, as respostas especrais serão diferentes, mesmo se tratando da

mesma cultura, devido a diferenças do tipo de solo nas fases iniciais do

desenvolvimento da cultura, onde a resposta espectral do solo tem maior

importância.

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Foto 8 - Milho safrinha, cobrindo totalmente a superfície do solo (foto do autor)

Em áreas como as apresentadas nas fotos 9 e 10 causam nas imagens Landsat 5

uma mistura das reflectancias dos alvos no pixel, de forma que os limites não são

visualizados de forma precisa, o que não chega a ser problema, devido às escalas

de trabalho utilizadas para este tipo de imagem.

Foto 9 - Limite entre área de cultivo e área de mata (foto do autor - 11/04/2008)

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Foto 10 - Área de pastagem com mata ao fundo (foto do autor: 30/03/2010).

Foto 11 - Pastagem típica da região do Itakyry (foto do autor: 30/03/2010).

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Foto 12 - Área de trigo em fase vegetativa (foto do autor – 24/07/2009)

Foto 13 - Área de trigo espigado (foto do autor - 15/09/2009)

Realizou-se uma coleta dessas informações utilizando-se o conhecimento do autor

com relação à área de estudo, dados coletados “in loco” através de coordenadas

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GPS (fotos 14 e 15) que foram anotadas em caderneta de campo com as

respectivas descrições dos pontos de coleta.

Foram anotados a campo os números dos “waypoints” de cada área e juntamente

com o mesmo uma anotação descritiva da localização e características de uso do

solo referentes ao ponto anotado, para que servissem posteriormente como

referência nas interpretações das composições das bandas espectrais das imagens

orbitais.

Foto 14 - Coleta de ponto a campo com equipamento GPS de navegação

Os pontos amostrais coletados, foram previamente determinados, observando-se a

composição colorida RGB (5,4,3) da imagem mais recente disponível por ocasião

destes trabalhos (imagem de 17 de março de 2009), por ser a mais adequada na

identificação das categorias em estudo, de forma a buscar no campo, áreas

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representativas de todas as respostas espectrais relevantes encontradas na

imagem.

Também a partir desta imagem foram selecionados os pontos utilizados para o

georreferenciamento, escolhendo-se os de fácil identificação na imagem, avaliando-

se ainda a facilidade de acesso ao mesmo.

Foto 15 - Coleta de ponto com GPS de navegação em área de milho

Os pontos foram coletados a campo, pois, segundo Moreira (2005), para se evitar o

erro de inclusão ou omissão é necessário conseguir informações no campo ou

através de fotografias aéreas, que servem como verdade terrestre.

Visando minimizar os erros, as amostras que foram levantadas a campo tiveram

suas coordenadas registradas com aparelho GPS Garmin Etrex Vista, nas diversas

classes de uso existentes, de forma a auxiliar na identificação das mesmas nas

imagens de satélite. O GPS de navegação foi configurado para o DATUM SAD69 e

fuso 21 sul. O projeto criado no Spring foi também ajustado para o mesmo datum.

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As coletas de pontos amostrais foram realizadas em diversas datas durante o ano

de 2009 e 2010, e se concentraram nos períodos de cultivo das safras agrícolas da

região.

Além das informações coletadas a campo, foi de fundamental importância para a

correta identificação das classes de uso, o conhecimento do autor a cerca da região

de estudo, por já acompanhá-la a mais de 6 anos, conhecendo diversas áreas de

agricultores, bem como seu histórico de cultivo.

Conforme Florenzano (2002), para os inexperientes em interpretação de imagens,

existe a recomendação de que se iniciem por uma área conhecida. Levantar em

livros, mapas e no campo, informações sobre a área de estudo, também facilita a

interpretação de imagens. O trabalho de campo é praticamente indispensável ao

estudo e mapeamento do que se pretende estudar através de imagens de

sensoriamento remoto. Ele faz parte do processo de interpretação de imagens. Por

meio dele, o resultado da interpretação torna-se mais confiável.

3.5 Trabalho de escritório

Para o desenvolvimento da primeira etapa, foi efetuada uma pesquisa junto ao INPE

(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), buscando informações referentes às

imagens de satélites da série Landsat 5 TM desde a data de seu lançamento até os

dias de hoje com condições de processamento, ou seja, sem cobertura de nuvens.

Realizou-se uma avaliação prévia das combinações das bandas disponíveis,

utilizando-se o software Marlin, verificando as combinações que melhor destacavam

as feições de interesse (conforme conhecimento do autor a cerca da região de

estudo).

Posteriormente processou-se digitalmente três bandas espectrais da imagem obtida

do sensor TM, elaborando-se diferentes composições coloridas, associando as três

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bandas espectrais a cada uma das três cores aditivas: azul, verde e vermelho,

obtendo melhor identificação dos diferentes usos e ocupações dos solos.

Na etapa de georreferenciamento das imagens, o objetivo foi referenciá-las

geograficamente ao terreno por meio de sua localização espacial, utilizando-se para

tal o sistema de coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator), através de

pontos alocados a campo. Estas coordenadas permitiram confirmação dos pontos

amostrados nas imagens.

As imagens obtidas foram utilizadas para gerar as composições coloridas RGB

respectivamente, com as bandas 5, 4, 3 e 4, 5, 3 do Landsat 5 TM (exemplificado

nas Figura 4 e Figura 5), realizando primeiramente um realce linear no contraste das

bandas.

Figura 4 - Imagem da divisão política do município de San Alberto, composição colorida (RGB543).

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Figura 5 - Divisão política do município de San Alberto, composição colorida falsa cor (RGB 453).

As composições obtidas foram recortadas, utilizando-se como molde as imagens

vetoriais (SHP – shape file) dos limites políticos dos municípios estudados e,

posteriormente classificadas, segundo o uso do solo nas seguintes classes

principais: mata, área agrícola, pastagens e corpos d’água, e posterior quantificação

das regiões classificadas.

Foram confeccionados mapas temáticos digitais de uso do solo referente ao ano de

2009, além das imagens de evolução da área agrícola entre os anos de 1985 a

2009. Também foram produzidos três mapas municipais estabelecendo as regiões

de prioritária ação de recuperação da vegetação (margem de cursos d’água).

Desta forma, no presente trabalho limitou-se a executar um mapa de distancias,

para adicionar feições de 100 metros contornando os corpos d’água, que foram

identificados anteriormente. Definiu-se este procedimento, porque as larguras de

cinco e dez metros mencionadas na lei 3239/07 (SEAM, sd) deverão ser

regulamentadas pelos municípios.

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3.5.1 Georreferenciamento das imagens

A metodologia de georreferenciamento consistiu na utilização de três softwares, para

efeito de comparação, o Spring 4.3.3, o Quantum GIS (QGIS) e o gvSIG 1.1.1. Os

três possuem metodologias simples e semelhantes no que se refere ao processo de

registro de imagens (Figura 6, Figura 7 e Figura 8).

Figura 6 - Registro de imagem pelo Spring 4.3.3

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Figura 7 - Georreferenciamento via gvSIG

Figura 8 - Georreferenciamento pelo Quantum GIS

O Spring se diferencia dos outros dois softwares avaliados devido a necessidade de

se converter anteriormente as imagens raster do Landsat do formato “.tif” (geotiff)

para um formato nativo do software (.grb).

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Foram selecionados para o georreferenciamento 41 pontos, levantados na área de

estudo através de GPS de navegação modelo Garmim Etrex Vista. As imagens

georreferenciadas utilizando-se os pontos coletados foram as do Landsat 5 TM de

17 de março de 2009 e de 15 de janeiro de 2010, da órbita / ponto 244 – 077.

Os pontos foram selecionados devido a sua fácil identificação nas imagens de

satélite, porém os mesmos não puderam ser identificados na imagem de 1985,

devido a grande variação das feições ocorrida no período, utilizou-se então para

estas e para as demais imagens ainda não georreferenciadas, incluindo-se a

imagem pancromática do Landsat 7 ETM de 05 de agosto de 1999, o registro a partir

das imagens já georreferenciadas anteriormente.

3.5.2 Realce e correção de ruído

Após o registro, foi realizado um realce linear das bandas 5, 4 e 3 das referidas

imagens, de forma a permitir uma melhor distinção das diferentes feições do terreno

e outras características das imagens, necessárias ao processo de classificação.

Devido à interferência da atmosfera na REM, a intensidade desta radiação que

chega aos sensores orbitais é pequena, produzindo desta forma imagens mais

escuras, com Níveis Digitais (ND) mais baixos, de forma que no processo de realce

o histograma é “espalhado” destacando as diferenças existentes entre os diferentes

alvos imageados (NOVO, 2008; INPE,sd).

Na imagem de 17 de março de 2009, a banda 4 apresenta uma linha horizontal mais

escura (Figura 9) que foi parcialmente corrigida pelo processo de eliminação de

ruído. Somente minimizou-se o problema, pois forçando o processo de correção

inicia-se uma degradação em toda a imagem.

62

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Figura 9- Ruido na imagem da banda 4 de 17 de março de 2009 do Landsat 5TM

3.5.3 Segmentação e classificação

Para o procedimento de segmentação foram realizados vários testes com cinco

similaridades (6, 8, 10, 11 e 12) e quatro áreas (10, 22, 28, 55), que correspondem

aproximadamente a um (1), dois (2), dois e meio (2,5) e cinco (5) hectares.

Conforme Nascimento (1997), para a região em que realizou suas análises de

limiares de similaridade o melhor conjunto de limiar e área foi de 12 e 10

respectivamente. Já na área em que se realizou o presente trabalho, na qual

existem muitas parcelas pequenas, esta combinação de similaridade e área não foi

satisfatória.

Rizzi e Rudorf (2005) adotaram limiar de similaridade de 7 niveis de cinza e área de

64 pixels para a segmentação, utilizando somente a banda 4 para reduzir o tempo

de processamento computacional. Além disso, executaram a classificação através

do algoritmo Isoseg com limiar de aceitação de 75%, o que também não foi

satisfatório para a área estudada, principalmente utilizando-se somente a banda 4.

No presente trabalho foram testadas diversas combinações sugeridas por vários

autores, e a melhor combinação foi com um limiar de similaridade de 8 e área 55,

que separou bem as classes. Apesar de em alguns casos ter ocorrido uma

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subdivisão excessiva em uma mesma área, optou-se por esta combinação devido a

outras combinações agruparem em uma mesma área classes distintas, ou

realizarem uma segmentação excessiva de uma mesma classe.

Foram ainda testados os classificadores Isoseg e Bhattacharya, sendo que o

segundo apresentou um melhor resultado final, apesar de necessitar de um maior

tempo para a pós-classificação devido a não identificação de algumas respostas

espectrais da imagem, que dependem diretamente do treinamento. Isoseg

apresentou-se mais prático para a classificação de áreas extensas, requerendo um

menor tempo de pós-classificação.

Assim, realizou-se a segmentação das imagens utilizando-se similaridade 8 e área

(pixels) 55, que equivale aproximadamente a 5 ha (Figura 10), seguindo-se a

classificação não supervisionada Isoseg. Nas imagens de 2009 e 1985 realizou-se a

classificação supervisionada Bhattacharya para efeito de comparação.

Figura 10 - Recorte de imagem segmentada com similaridade 8 e área de 55 pixels.

A classificação Isoseg foi utilizada para a criação das imagens representativas da

evolução da ação antrópica e consequentemente, a evolução do desmatamento das

regiões estudadas. Para estas imagens foi realizada uma classificação com limiar de

aceitação de 95%.

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Foram testados para os classificadores Bhattacharya e Isoseg os limiares de

aceitação de 75, 90, 95 e 99.9%, optando-se pelo limiar de 95% quando se

combinou as bandas 5, 4 e 3 para a segmentação. Nos limiares menores o número

de classes foi insuficiente, agrupando áreas de respostas espectrais diferentes. Na

maior similaridade gerou-se um número de classes excessivo, e destes a

similaridade de 95% foi a que melhor separou as diversas classes existentes, apesar

de gerar um maior número de classes, o que aumentou um pouco o trabalho de

identificação das mesmas, mas praticamente eliminou o trabalho de pós-

classificação.

Para a elaboração dos mapas de uso do solo, utilizou-se o classificador

Bhattacharya, com limiar de aceitação de 95%. Realizou-se um procedimento de

ajuste do treinamento, para adequação de áreas não classificadas. Foi necessária

uma avaliação após a classificação automática para a correção de áreas

classificadas erroneamente.

Da mesma forma, foram produzidos mapas de uso do solo para os anos de 1985 e

2009, utilizando o classificador não supervisionado Isoseg com limiar de aceitação

de 95%. Neste procedimento foram geradas 20 classes temáticas para o ano de

1985 e 28 classes para o ano de 2009. Optou-se por mapear individualmente cada

classe, adicionando cada uma a um plano de informação, de forma a isolar as

classes e melhor identificá-las. Neste processo as imagens temáticas geradas foram

sobrepostas às composições coloridas do Landsat e analisadas individualmente e

associadas as classes temáticas adotadas, de forma similar ao procedimento

realizado por RIZZI e RUDORF (2005) em seu trabalho de estimativa de área de

soja.

Com as imagens temáticas prontas, realizou-se a medida de classes, salvando os

arquivos ASCII (txt) gerados, que foram posteriormente importados no Excel para a

realização da tabulação dos dados.

65

Page 66: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

3.5.4 Produção de imagens e mapas digitais

Foram produzidos mapas de uso do solo nas escalas de 1:500.000, 1:125.000 e

1:100.000, na escala de 1:125.000 também foram produzidos mapas das

composições coloridas RGB543 dos anos de 1985 e 2009 (figuras 9 e 10) em

formato digital.

Diversos e diferentes mapas digitais podem ser facilmente produzidos a partir do

banco de dados gerado no Spring, além do aprimoramento dos mapas já

produzidos.

Figura 11- Mapa da região de estudo do ano de 1985. Composição colorida RGB543.

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Figura 12 - Mapa da região de estudo do ano de 2009. Composição colorida RGB543.

A imagem de 2009 assim como as demais utilizadas para a produção de mapas e

imagens foram georreferenciada através do Spring e a de 2010 pelo gvSIG, onde se

utilizou a imagem já georreferenciada no Spring como referencia. A imagem de 2010

foi utilizada para efeito de comparação com as áreas identificadas na imagem de

2009, a qual foi utilizada na confecção de mapas digitais de uso do solo (Figura 13),

que foram separados nas categorias: área agrícola, área de pastagem, corpos

hídricos, cobertura vegetal e área urbana.

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Figura 13 - Mapa de uso do solo 2009, dos municípios de San Alberto, Itakyry e Minga Porã.

Neste mapa, muitas áreas de mata que sofreram algum tipo de ação antrópica (mata

rala, onde foram removidas as madeiras de lei) ainda foram incluidas na categoria

de cobertura vegetal, o que não foi feito nas imagens onde se avaliou ação antrópica

como sendo todo tipo de modificação ocorrida na vegetação nativa.

Para a quantificação da área urbana utilizou-se da imagem de 1999 ja com a

melhoria da resolução espacial para realizar com o TrackMaker Pro a delimitação

manual das áreas urbanas, as quais não puderam ser separadas no processamento

das imagens devido a grande confusão destes temas nos classificadores utilizados.

Os municípios estudados possuem pequena área urbana e bem arborizada, o que

causa uma mistura no pixel resultante.

Buscou-se, obter da melhor forma possível o melhor resultado nos mapas

produzidos no que se refere a precisão e exatidão, pois para que seja verdadeira a

afirmação de que o mapa temático representa o universo real, ele deve ter uma

confiabilidade estatística tanto em precisão quanto na exatidão do mapeamento, que

seja aceita pela comunidade (MOREIRA, 2007).

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A exatidão expressa quão próximo uma medição que se faz representa a verdadeira

quantidade a ser medida. A precisão expressa a fidelidade nas repetições da

medição (MIRANDA, 2005).

É muito importante a correta definição destes dois termos, os quais geram muita

confusão, principalmente por muitas vezes receberem a mesma definição. Podemos

verificar isto quando buscamos estas definições em dicionários, que as definem

como sinônimos.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

É nítida a redução da área de vegetação nativa ocorrida no período estudado. Um

sério problema foi constatado, muitas áreas de nascente e mata ciliar ou estão

degradadas ou simplesmente não existem.

Em algumas regiões, principalmente do município de Itakyry, onde se observa um

número considerável de pequenas áreas, muitos agricultores buscaram se instalar

junto a cursos d’água. Quando se pensa na recuperação destas áreas de mata,

medidas políticas de compensação ou realocação desta população deverão ser

realizadas, pois, caso a legislação ambiental seja posta em prática, haverá uma

grande redução nas áreas destes agricultores, e em algumas situações eliminará

totalmente sua área útil.

Percebeu-se no presente trabalho um pequeno aumento na identificação de laminas

d’água entre 1985 e 2009, provavelmente devido à redução da vegetação no

período.

4.1 Comparativo das áreas de vegetação entre 1985 e 2009

Para a quantificação de áreas de cobertura vegetal, corpos d’água e área

antropizada (agrícola e pastagens), como o objetivo não era a obtenção de mapas,

mas somente a produção de imagens comparativas da evolução da área

agrosilvopastoril da região, optou-se após a segmentação, pela classificação,

dividindo as imagens somente em tres classes temáticas (água, mata e

antropizada), que foram quantificadas e comparadas. Os dados resultantes podem

ser vistos nas tabelas 4 a 6.

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Tabela 4 - Quantidades em ha e porcentagem das áreas de mata e que sofreram ação antrópica no município de Itakyry entre 1985 e 2009.

Ano Mata (ha) Área com ação antrópica (ha) Mata (%)

Área com ação antrópica (%)

1985 165.658,86 30.173,58 84,24% 15,34%1990 164.572,74 31.570,02 83,89% 16,09%1994 114.633,54 81.771,12 58,29% 41,58%1999 111.846,33 84.746,16 56,88% 43,10%2004 68.186,34 126.866,25 34,67% 64,51%2009 42.064,11 154.110,51 21,39% 78,37%

Tabela 5 - Quantidades em ha e porcentagem das áreas de mata e que sofreram ação antrópica no município de Minga Porã entre 1985 e 2009.

Ano Mata (ha)Área com ação antrópica (ha) Mata (%)

Área com ação antrópica (%)

1985 73.602,99 14.619,40 83,35% 16,56%1990 54.766,89 33.419,25 62,04% 37,86%1994 34.366,05 53.860,77 38,92% 60,99%1999 23.492,43 64.743,57 26,60% 73,32%2004 20.822,76 67.351,05 23,58% 76,27%2009 18.925,38 69.248,88 21,43% 78,42%

Tabela 6 - Quantidades em ha e porcentagem das áreas de mata e que sofreram ação antrópica no município de San Alberto entre 1985 e 2009.

Ano Mata (ha)Área com ação antrópica (ha) Mata (%)

Área com ação antrópica (%)

1985 67.184,82 25.865,55 69,46% 26,74%1990 60.188,94 41.277,43 62,82% 43,08%1994 38.032,38 54.613,08 39,32% 56,47%1999 31.936,32 60.909,57 33,02% 62,97%2004 28.903,23 63.804,69 29,88% 65,97%2009 27.759,42 65.049,03 28,70% 67,26%

Optou-se por tal forma de trabalho para facilitar a avaliação do avanço das ações

antrópicas mata adentro (figuras 12 a 14) . Percebeu-se com o presente estudo que,

por ocasião da promulgação da lei de desmatamento zero no Alto Paraná, pelo

menos no que se refere a região de estudo, já não havia praticamente mais nada o

que se preservar.

Nas visitas a campo, em diversas às áreas de mata, percebeu-se que muitas delas

já tiveram suas espécies de maior valor comercial (aplicação madeireira) já

totalmente exauridas.

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Figura 14 – Classes: cobertura vegetal (verde), cursos hídricos (azul) e ação antrópica (vermelho) - 1985

Figura 15 - Classes: cobertura vegetal (verde), cursos hídricos (azul) e ação antrópica (vermelho) - 1999

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Figura 16 – Classes: cobertura vegetal (verde), cursos hídricos (azul) e ação antrópica (vermelho) - 2009

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4.2 Áreas de mata ciliar

Esta etapa do trabalho consumiu bastante tempo, devido à grande demanda de

processamento do computador para a geração do mapa de distâncias (análise de

proximidade, com zonas de larguras específicas). Optou-se desta forma por realizá-

la em etapas, dividindo-se a região estudada.

Selecionando-se os rios demarcados, gera-se o mapa de distâncias, que no

presente estudo, foi criado com 100 metros (Figura 17).

Figura 17 - Mapa de distancias de 100 metros em torno dos cursos d'água

Percebe-se pelo mapa de distancias gerado que na maioria das áreas em que a

agricultura ou pecuária avançou, as nascestes e os cursos d’água estão de alguma

forma ameaçados. Em muitos pontos não existe nenhum tipo de vegetação, ou sua

ocorrência é esparsa.

Em uma análise visual rápida feita nos mapas temáticos da área de estudo (fração

na Figura 18) pode-se constatar a extensão do problema.

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Figura 18 - Pontos ao redor de cursos hídricos onde não há vegetação

4.3 Expansão agrícola da região

A expansão agrícola foi avaliada comparando-se os resultados dos anos de 1985 e

2009. No processo de classificação, estas áreas foram separadas nas classes:

mata; vegetação secundária; agricultura; solo exposto; pastagem; urbano e corpos

d’água.

A segmentação utilizada foi a mesma utilizada para a análise da evolução do

desmatamento, com similaridade 8 e área (pixels) 55, seguindo-se as classificações

não supervisionada Isoseg e supervisionada Bhattacharya, com limiares de

aceitação de 95%.

Os valores obtidos através de medidas de classes foram agrupados em: cobertura

vegetal (mata e vegetação secundária), pastagem, área agrícola (agricultura e solo

exposto) e corpos d’água. Estes valores são apresentados nas tabelas 7 a 9.

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Tabela 7 - Evolução da área agrícola do município de Itakyry de 1985 ao ano de 2009.

Ano 1985 2009 1985 (%) 2009 (%)Cobertura vegetal 165.658,86 42.064,11 84,24% 21,39%Pastagem - 35.103,42 - 17,85%Área agrícola 30.173,58 119.007,09 15,34% 60,52%Corpos d'água 428,40 472,59 0,22% 0,24%

Tabela 8 - Evolução da área agrícola do município de Minga Porã de 1985 ao ano de 2009.

Ano 1985 2009 1985 (%) 2009 (%)Cobertura vegetal 73.602,99 18.925,38 83,35% 21,43%Pastagem - 2.184,93 0,00% 2,47%Área agrícola 14.619,24 67.063,95 16,56% 75,95%Corpos d'água 81,54 131,58 0,09% 0,15%

Tabela 9 - Evolução da área agrícola do município de San Alberto de 1985 ao ano de 2009.

Ano 1985 2009 1985 (%) 2009 (%)Cobertura vegetal 67.184,82 27.759,42 69,46% 28,70%Pastagem - 4.256,64 0,00% 4,40%Área agrícola 25.865,55 60.792,39 26,74% 62,85%Corpos d'água 3.655,62 3.910,32 3,78% 4,04%

Nas imagens de 1985 não foram encontradas áreas que correspondessem a areas

de pastagem, somente áreas agrícolas, e nesta época já havia um início da

expansão agrícola da região de estudo, que se intensificou em 1990, saindo de uma

área total de aproximadamente 70.658 ha, para uma área de 246.863 ha em 2009

somente de área agrícola nos tres municípios, mais um total de 41.545 ha de

pastagens.

Considerando-se toda a área antropizada, os três municípios em 2009 somam um

total aproximado de 288.408 ha.

Avaliando individualmente os municípios, o de San Alberto já em 1985 tinha a maior

área de cultivo e, ironicamente, hoje possui a maior área de mata nativa, que se

encontra principalmente em sua parte noroeste, junto ao lago de Itaipu. Minga Porã

sofreu em 1990 o mais intenso desmatamento entre os três municípios, porém o

Itakyry perdeu a maior superfície de vegetação nativa até 2009, e conta hoje com a

maior superfície agrícola e maior área de pastagem, que ocupam respectivamente

60,52 e 17,85% de seu território.

Page 77: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

Percebeu-se também no presente estudo que na mata presente na região noroeste

do município de San Alberto, parte da vegetação nativa que já não existia em 1985

foi recuperada, conforme observamos na imagem comparativa da Figura 19.

a bFigura 19 – Evolução do desmatamento e recuperação de vegetação nativa ocorrida na região noroeste do município de San Alberto (composição colorida RGB543) entre os anos de 1985 (a) e 2009 (b).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A região por ser tipicamente rural, caracteriza-se por áreas cobertas por matas

secundárias, pastagens associadas a criação de gado, por cultivos e reflorestamento

(FLORENZANO, 2002), e além disto, residencias esparsas, municípios pequenos, o

que dificulta a identificação da categoria “urbano”.

A classificação, principalmente para fotointérpretes iniciantes (ainda com pouca

experiência), demanda muito tempo nas exaustivas comparações entre as imagens

classificadas, as composições coloridas, com os pontos alocados e respectivas

descrições de cobertura.

Para uma maior precisão do trabalho deveria ter sido realizado o modelo de

amostragem aleatória estratificada, com um mínimo de amostras para cada

categoria de uso de solo, por ser a mais adequada para o trabalho proposto,

conforme MOREIRA (2007).

Pois de acordo com MOREIRA (2007), para contornar o problema da subjetividade

nos mapas temáticos, estes devem ser avaliados em termos de exatidão baseados

em uma amostragem de área realizada a campo. Hay (1979) citado por MOREIRA

(2007) propôs a estratificação por categoria, que permite a amostragem de cada

categoria de uso do solo separadamente, com o intuito de que todas as classes

mapeadas estejam igualmente representadas.

O Quantum GIS e o gvSIG dispõem de diversas ferramentas para o tratamento de

imagens raster e vetoriais, manipulação de banco de dados espaciais e deve ser

dedicado um tempo para seu estudo de forma a explorar suas potencialidades.

Quanto ao geoprocessamento, os dois classificadores utilizados foram semelhantes

em seus resultados, sendo que o classificador supervisionado Bhattacharya requer

um tempo maior, devido a maior demanda para o treinamento, além das

comparações posteriores para adequação às classes corretas e inclusão de áreas

não classificadas. Desta forma, para regiões extensas, recomenda-se a utilização do

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classificador Isoseg, e em situações onde o mesmo não separe satisfatoriamente as

classes temáticas, recomenda-se a utilização do classificador Bhattacharya, porém,

sugere-se que este último seja ulilizado quando o trabalho a ser realizado abrange

áreas menores, ou as áreas maiores sejam subdivididas em parcelas menores.

Em ambos os classificadores, buscou-se um limiar de similaridade que separasse

adequadamente as classes das áreas estudadas, procurando minimizar o trabalho

de ajuste da classificação no Bhattacharya e buscando um reduzido número de

classes no Isoseg, de forma que fossem suficientes para separar adequadamente as

classes temáticas de interesse.

Percebe-se que aumentando a similaridade e a área, começa-se a gerar confusão

nas classes, onde uma ou mais classes são englobadas em um mesmo segmento,

ao passo que os menores limiares e áreas, além de demandar um maior tempo de

processamento, começam a dividir uma mesma classe em muitos segmentos

menores.

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6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A área agrícola da região de estudo saiu de uma superfície de 70.658,37 hectares

em 1985, que aumentou quase três vezes e meia, chegando a uma superfície

cultivada de 246.863,43 hectares em 2009, o que corresponde hoje a 32,73% de

toda a área agrícola do Alto Paraná e, próximo de 6% da área cultivada de toda a

Região Oriental.

Os três municípios possuem atualmente 41.544,99 hectares de pastagem, sendo

que o Itakyry responde pela maior área, que cobre 17,8 % do município, com um

total de 35.103,42 hectares, o que corresponde a 84,49% da área de pastagem dos

três municípios.

O Itakyry possui também a maior área agrícola da região, com 48,21% de superfície

cultivada (possui também a maior superfície total), seguido por Minga Porã com

27,17% e San Alberto que tem 24,63% de toda a área agrícola da região de estudo.

Avaliando a proporção de área agrícola em relação à área total do município, Minga

Porã possui a maior porcentagem de área agrícola, com quase 76% da superfície do

município, seguido por San Alberto com próximo de 63% e por último o Itakyry, com

cerca de 60%.

A avaliação ambiental realizada foi superficial, porém percebeu-se que é urgente a

necessidade de recuperação de matas ciliares na região de estudo, de forma a

recuperar os cursos hídricos. Sugere-se em trabalhos futuros que se busque a

melhor combinação de bandas para detectar as bordas úmidas dos cursos d’água, e

realizar uma edição vetorial para a delimitação destas bordas e apartir delas realizar

o mapa de distancias.

Os três softwares utilizados se prestam às atividades de geoprocessamento, e todos

possuem características de gratuidade. O QGIS tem suas funcionalidades

aumentadas quando associado ao GRASS, e o gvSIG quando instalamos o módulo

Page 81: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

Sextante (um dos módulos mais importantes disponíveis para ampliação das

funcionalidades do gvSIG, que o dota com mais de 150 funcionalidades). A maior

parte do trabalho foi realizada com o Spring 4.3.3, e cabe ao usuário realizar a

experiência com os softwares sugeridos e outros que sejam desenvolvidos

posteriormente, de forma que o mesmo atenda as suas necessidades, ou opte pela

utilização conjunta de diferentes softwares que se complementem.

Alguns softwares livres já disponíveis não foram testados devido à amplitude do

presente trabalho. Sugere-se para a avaliação o GRASS e o Kosmo, também livres.

Uma funcionalidade bem interessante avaliada no gvSIG é seu módulo para

elaboração de mapas, que possui interface amigável e proporciona uma confecção

de mapas de excelente qualidade.

Recomenda-se o uso dos SIG sugeridos em escolas e universidades, para a

realização de estudos mais detalhados em áreas menores dos municípios

abrangidos no presente trabalho, ou de outros municípios do país. Assim, além de

utilizá-los como ferramenta educacional, as instituições de ensino podem ainda

contribuir para o desenvolvimento de outros trabalhos utilizando Sistemas de

Informação Geográfica.

Page 82: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

GLOSSÁRIO

Arquivo ASCIIArquivo cujas informações estão codificadas de acordo com a tabela ASCII.

Arquivo rasterÉ um arquivo criado por uma série de pontos, chamados "pixels" organizados em

linhas e colunas.

Arquivo vetorialArquivo gráfico cujas informações estão armazenadas sob a forma vetorial, ou seja,

por coordenadas formando pontos, linhas e poligonos.

ASCIIAmerican Standart Code for Information Interchange. Tabela de códigos de oito bits

estabelecida pelo American National Standart Institute (ANSI), para todos os

caracteres do teclado do computador. Define um padrão para equipamentos de

computação.

AtributoTipo de dado não gráfico que descreve as entidades representadas por elementos

gráficos. Termo usado para referenciar todos os tipos de dados não gráficos e,

normalmente alfanuméricos, ligados a um mapa.

BandaUm dos níveis de uma imagem multiespectral, representado por valores refletidos de

luz ou calor de uma faixa específica do espectro eletromagnético.

DatumSuperfície de referência para controle horizontal (X,Y) e vertical (Z) de pontos.

Page 83: Arquivo - TCC - Monografia - Andre Eduardo Borges - 27 06 2010 pos Agrimensura e Geoprocessamento - versao final

Fuso UTMZona de projeção delimitada por dois meridianos cuja longitude difere de 6 graus e

por dois paralelos de latitude 80 graus, Norte e Sul.

GPSGlobal Positioning System - Sistema de Posicionamento Global.

Sistema criado para navegação, utilizando sinais emitidos por satélites artificiais.

Suas aplicações incluem navegação e posicionamento no mar, no ar e sobre a

superfície terrestre.

GRASSÉ um Sistema de Informação Geográfica (SIG) utilizado para o gerenciamento de

dados, processamento de imagem, modelagem espacial e visualização de vários

tipos de dados. É livre (Open Source) liberado sob a GNU General Public License

(GPL).

Köppen, classificação deTipo de classificação climática imaginada por Köppen, baseado nas letras A, B, C,

D, E, F, H, S, T, W, e, a, b, c, d, f, h, k, m, s, w.

KosmoPrimeira plataforma SIG livre corporativa, distribuída sobre a licença GNU/GLP. O

seu design e arquitetura se baseiam na gestão e análise de informação territorial

através de bases de dados espaciais.

LandsatUm dos programas americanos de imageamento da superfície terrestre por satélites,

iniciado pela NASA em meados dos anos 70. Também usado para designar um ou

mais satélites do programa (Landsat 4 e 5) e os dados de imagens por eles

enviados.

Mapa ou CartaRepresentação gráfica analógica ou digital, geralmente em uma superfície plana e

em determinada escala, das características naturais e artificiais da superfície ou da

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sub-superfície terrestre. Os acidentes são representados dentro da mais rigorosa

localização possível, relacionados em geral, há um sistema de referência

coordenadas.

Mapa de distâncias Um mapa de distância é um tipo de análise de proximidade (medida de distância

entre objetos, comumente medida em unidade de comprimento) que apresenta

zonas com larguras especificadas (distâncias) em torno de um ou mais elementos

do mapa.

Mapa digitalMapa produzido e armazenado em meio magnético.

Mapa temáticoMapa relacionado a um determinado tópico, tema ou assunto em estudo. Mapas

temáticos ou mapas-síntese enfatizam tópicos, tal como vegetação, geologia ou

cadastro de propriedade.

PixelsAbreviatura de "picture elements", elementos formadores das estruturas raster,

definidos por linhas verticais e horizontais espaçadas regularmente.

Pontos de controlePontos topográficos ou geodésicos, identificados numa imagem e usados para

verificar e correlacionar todas as demais informações nela contidas.

SEXTANTESistema de Informação Geográfica que dotou o gvSIG de capacidades de análises

geográficas tanto raster como vetoriais com mais de 150 extensões, como

geoestatística, índices de vegetação, perfis e análises hidrológicas entre outras

funcionalidades implementadas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

Anexo A - Lei N 2524/2004

LEY N° 2524DE PROHIBICIÓN EN LA REGIÓN ORIENTAL DE LAS ACTIVIDADES DE

TRANSFORMACIÓN Y CONVERSIÓN DE SUPERFICIES CON COBERTURA DEBOSQUES.

EL CONGRESO DE LA NACIÓN PARAGUAYA SANCIONA CON FUERZA DELEY:

Articulo 1°.- Es objetivo de esta ley propiciar la protección, recuperación, y el mejoramiento del bosque nativo en la Región Oriental, para que en un marco de desarrollo sostenible, e! bosque cumpla con sus funciones ambientales, sociales y económicas, contribuyendo al mejoramiento de la calidad de vida de los habitantes del país.

Articulo 2°.- A partir de la fecha de promulgación de la presente ley, y por um período ¡nidal de dos años, se prohíbe en la Región Oriental, realizar actividades de transformación o conversión de superficies con cobertura de bosques, a superficies destinadas a! aprovechamiento agropecuario en cualquiera de sus modalidades; o a superficies destinadas a asentamientos humanos.

Artículo 3°- A partir de la fecha de promulgación de la presente ley, y por um periodo de dos años, queda prohibida la emisión de permisos; licencias, autorizaciones y/o cualquier otra modalidad de documento jurídicamente valido, que ampare la transformación o conversión de superficies con cobertura de bosques nativos, a superficies destinadas a! aprovechamiento agropecuario en cualquiera de sus modalidades; o a superficies destinadas a asentamientos humanos.

Artículo 4°- Se encomienda a la Secretaría del Ambiente, conjuntamente con el Servicio Forestas Nacional, la realización de un inventario en la Región Oriental de los bosques nativos existentes en si país. Dicho inventario será la línea de base oficial a partir de la cual se evaluará la efectividad de la presente disposición normativa y la evolución de la superficie de bosques en el país.

Artículo 5°.- A los efectos de la aplicación de la normativa establecida en la presente ley se adoptan las siguientes definiciones; a) Permisos, licencias y/o autorizaciones: Los documentos jurídicamente válidos concedidos tanto por la Secretaria del Ambiente, de conformidad a la Ley N° 1561/2000 "QUE CREA EL SISTEMA NACIONAL DEL AMBIENTE, EL CONSEJO NACIONAL DEL AMBIENTE Y LA SECRETARIA DEL AMBIENTE" y a la Ley N° 284/93 "EVALUACIÓN DE IMPACTO AMBIENTAL"; como los concedidos por el Servicio Forestal Nacional, da conformidad a la Ley N° 422/73 "FORESTAL". b) Bosque: Ecosistema nativo o autóctono, intervenido o no, regenerado por sucesión natural u otras técnicas forestales, que ocupa una superficie mínima de dos hectáreas, caracterizadas por la presencia de árboles maduros de diferentes edades, especies y porte variado, con uno o más doseles que cubran más de! 50% (cincuenta por ciento) de esa superficie y donde existan más de sesenta árboles por hectárea de quince o más centímetros de diámetro medido a la altura del pecho (DAP).

Artículo 6°.- A los efectos de deslindar las responsabilidades, y aplicar las sanciones que correspondan, e! Poder Ejecutivo arbitrará los medios para la realización de una auditoria independiente para tocos los "Planes de Uso de la Tierra", que correspondan a lãs actividades mencionadas en el Artículo 2C de la presente Ley; como también a los "Planes de Manejo y/o Aprovechamiento Forestal, de los dos últimos años, y que hayan sido legalmente aprobados en el marco de las Leyes Nos, 294/93 y la 422/73, dicha auditoria deberá georreferenciar, los

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datos de los Planes, con la cobertura boscosa de imágenes satelitales que correspondan a los años de aprobación de dichos Planes. E! informe de dicha auditoria y sus recomendaciones deberán ser presentados al Congreso Nacional en un plazo de noventa días, a partir de lapromulgación de la presente Ley.

Artículo 7°.- El incumplimiento de las disposiciones de la presente Ley hará pasibles a sus autores de las sanciones contenidas dentro del Artículo 4° de la Ley N° 716/96 "QUE SANCIONA DELITOS CONTRA EL MEDIO AMBIENTE"

Articulo 8°.- Comuníquese al Poder Ejecutivo. DADA EN LA SALA DE SESIONES DE LA HONORABLE CAMARA DE SENADORES DE LA NACIÓN, A LOS CUATRO DIAS DEL MES DE NOVIEMBRE DEL AÑO DOS MIL CUATRO.

Mirta Vergara de FrancoSecretaria Parlamentaria

Enrique González QuintanaVicepresidente 1° en Ejercicio de la PresidenciaH. Cámara de Senadores

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Anexo B - Lei N 536/95

LEY Nº 536/95

DE FOMENTO A LA FORESTACIÓN Y REFORESTACIÓNEL CONGRESO DE LA NACIÓN PARAGUAYA SANCIONA CON FUERZA DE LEY:

CAPÍTULO I DISPOSICIONES GENERALES

Artículo 1º.- El Estado fomentará la acción de forestación y reforestación en suelos de prioridad forestal, en base a un plan de manejo forestal y con los incentivos establecidos en esta Ley. Artículo 2º.- A los efectos de esta Ley se entiende por: a) Suelos de prioridad forestal: Cuando los estudios técnicos especializados concluyan que su aptitud productiva es preferentemente forestal. b) Forestación: La acción de establecer bosques, con especies nativas o exóticas en terrenos que carezcan de ellas o donde son insuficientes. c) Reforestación: La acción de poblar con especies arbóreas mediante plantación, regeneración manejada o siembra, un terreno anteriormente boscoso que haya sido objeto de explotación extractiva. d) Plan de manejo: Plan que regula el uso y aprovechamiento sostenible de los recursos naturales renovables de un terreno determinado, con el fin de obtener el máximo beneficio de ellos, asegurando al mismo tiempo la conservación, mejoramiento e incremento de dichos recursos. Artículo 3º.- Los bosques implantados sobre suelos de prioridad forestal, con planes de manejo aprobados por el Servicio Forestal Nacional y que se acojan a las disposiciones de esta Ley, no están sujetos a la Reforma Agraria ni a expropiación, salvo causa de utilidad pública para obras de infraestructura de carácter nacional, tales como caminos, puentes, canales, represas y otros. Artículo 4º.- Los propietarios de inmuebles que tengan interés en beneficiarse con los incentivos establecidos en esta Ley deben presentar al Servicio Forestal Nacional el Plan de Forestación o Reforestación, señalando el objetivo principal de las inversiones a ejecutar y solicitando la presencia de un ingeniero forestal o agrónomo especializado para recibir las orientaciones técnicas en el terreno y posterior aprobación del proyecto de forestación o de reforestación, previa calificación de suelos de Prioridad Forestal. Artículo 5º.- El Servicio Forestal Nacional podrá sugerir modificaciones al plan que ante él se presentare. Aceptadas las mismas por el interesado, deberá aprobarlos dentro del plazo de 60 (sesenta) días contado desde la fecha de su presentación. Si así no lo hiciere, se tendrá por aprobado dicho plan, debiendo otorgarse el Certificado de Aprobación a objeto de beneficiarle con los incentivos y con lo establecido en el Artículo 3º de esta Ley. Artículo 6º.- Dentro del plazo de 1 (un) año computado desde la fecha del otorgamiento del Certificado de Aprobación, el propietario debe iniciar la acción de forestar o reforestar. Para ello y en el caso que no disponga de viveros propios, podrá adquirir en compra de los viveros forestales que el Servicio Forestal Nacional habilitará en cada uno de los departamentos del país, o de terceros debidamente inscriptos en la entidad de aplicación de esta ley. El Servicio Forestal Nacional podrá autorizar a expresa solicitud del interesado y en casos debidamente justificados, la desafectación de la propiedad del plan de forestación o reforestación. En este caso, el interesado deberá reintegrar a las arcas fiscales todas las sumas que se hayan dejado de pagar en virtud de exoneraciones tributarias y las bonificaciones otorgadas por la presente ley u otras disposiciones legales. Dichos montos serán ajustados conforme a la variación que experimente el índice de precios al consumidor (IPC), determinado por el Banco Central del Paraguay entre la fecha en que debieron pagarse los tributos exonerados y la fecha del ingreso que se efectúe.

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CAPÍTULO II DE LOS INCENTIVOS A LA ACTIVIDAD FORESTAL

Artículo 7º.- El Estado desde la vigencia de la presente ley, bonificará en un 75% (setenta y cinco por ciento) y por una sola vez para cada superficie forestada o reforestada, los costos directos de la implantación en que incurran las personas físicas o jurídicas de cualquier naturaleza y que se realicen en los inmuebles rurales, cuyos suelos sean calificados de prioridad forestal. De la misma manera se bonificará el 75% (setenta y cinco por ciento) de los costos directos derivados del mantenimiento de la forestación y reforestación durante los 3 (tres) primeros años, siempre que se haya efectuado de acuerdo al Plan de Manejo Forestal aprobado. Artículo 8º.- A los efectos de hacer efectivas las bonificaciones mencionadas en el artículo anterior, el Servicio Forestal Nacional fijará, en el mes de marzo de cada año, el valor de los costos directos de plantación y manejo por hectáreas para la temporada del año en curso, según las diversas zonas, categorías de suelos, especies nativas o exóticas y demás elementos que configuren dichos costos. Los referidos valores se reajustarán conforme a la variación que experimente el índice de precios al consumidor (IPC), determinado por el Banco Central del Paraguay entre la fecha de fijación de éstos y el mes anterior a aquel en que se haga efectivo el cobro de la bonificación. Si el Servicio Forestal Nacional no fijare dichos costos dentro del plazo ya señalado, se utilizarán para los efectos de cálculo y pago de la bonificación, los valores contenidos en la última tabla de costos fijados, los cuales se reajustarán, en este caso y para estos efectos, en la misma forma señalada en el párrafo anterior. Artículo 9º.- Las bonificaciones señaladas en el Artículo 7º de esta ley, se pagarán cada vez que los beneficiarios acrediten la nueva superficie forestada o reforestada, o las intervenciones de manejo indicadas en el Plan de Manejo Forestal, mediante certificado expedido por el Servicio Forestal Nacional, previo informe del funcionario comisionado para el efecto y a petición del propietario. Los certificados de forestación o reforestación serán otorgados a partir de los 12 (doce) meses de implantación y luego de comprobado que la sobre vivencia de la plantación no sea menor al 80% (ochenta por ciento) por hectárea establecida.

Texto original de la Ley Nº 536/95 Nueva redacción dada por el artículo 1 de la Ley Nº 1.639/00

Artículo 10.- Los montos totales de las bonificaciones anuales deberán ser previstos en el Presupuesto General de la Nación en función a los costos por hectáreas establecidos de acuerdo al Artículo 8º de esta Ley y a las superficies de forestación y de reforestación establecidas en los planes de manejo.Art. 10°.- Los montos totales de las bonificaciones anuales deberán ser previstos en el Presupuesto General de la Nación en función a los costos por hectárea establecidos de acuerdo al Artículo 8° de esta ley y las superficies de forestación y reforestación establecidas en los planes de manejo.El Ministerio de Hacienda pagará los certificados de forestación y reforestación en un plazo no mayor de 30 (treinta) días contados desde su presentación. La demora en el pago generará, a favor del forestador y reforestador, un interés equivalente al interés corriente de plaza para el descuento bancario de los documentos comerciales con un incremento del 20% (veinte por ciento).El Ministerio de Hacienda pagará los certificados de forestación y reforestación en un plazo no mayor de sesenta días, contados desde su presentación.Artículo 11.- El Banco Nacional de Fomento otorgará a los beneficiarios de esta ley, créditos preferenciales a largo plazo y a bajo interés, para cuyo efecto exigirá la presentación del certificado de aprobación del plan junto a la solicitud de crédito. Artículo 12.- Los propietarios podrán con autorización del Servicio Forestal Nacional importar material reproductor, en cuyo caso, previa sanitación por las autoridades respectivas, serán objeto de despacho inmediato, preferencial y libre de todo gravamen o tributo fiscal.

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CAPÍTULO III DEL RÉGIMEN TRIBUTARIO

Artículo 13.- Los suelos de los inmuebles rurales calificados como de prioridad forestal y los bosques que en ellos se implanten, sometidos a las disposiciones de la presente Ley, están sujetos al régimen tributario que en esta ley se establece, y que consiste en declararlos exentos de cualquier otro tributo fiscal, municipal y departamental, creados o a crearse. Ninguna modificación a este régimen tributario podrá aplicarse en perjuicio del reforestador que haya ingresado al programa. El impuesto inmobiliario tendrá una exención del 50% (cincuenta por ciento), mientras esté sujeto al programa de forestación o reforestación. Las instituciones pertinentes con la sola presentación del certificado de aprobación otorgado por el Servicio Forestal Nacional, ordenarán de inmediato la exoneración de los impuestos señalados en este artículo.

Texto original de la Ley Nº 536/95 Nueva redacción dada por el artículo 36 num. 6) de la Ley Nº 2.421/04

Artículo 14.- La explotación forestal de los inmuebles rurales sometidos a la presente Ley, tributará el Impuesto a la Renta, presumiéndose de derecho que la renta neta es igual al 10% (diez por ciento) del valor comercial de los árboles talados o del valor de los frutos o productos extraídos de las especies reforestadas.Art. 14.- La explotación forestal de los inmuebles rurales sometidos a la presente ley, tributará el Impuesto a la Renta establecido en el Capítulo I, Título 1, de la Ley Nº 125/91, del 9 de enero de 1992 (texto modificado). Los gastos de implantación de la forestación y reforestación serán activados como gastos preoperativos y actualizados anualmente al cierre del ejercicio fiscal, en función al Índice de Precios al Consumidor (IPC) calculados por el Banco Central del Paraguay, debiéndose ser utilizado proporcionalmente a la extracción en un período no mayor a cinco años, desde la etapa de la extracción. El saldo de la cuenta activa gastos preoperativos se deberá actualizar anualmente siguiendo el mismo procedimiento precedentemente descripto.

Derogado por:Ley Nº 3.703/09 Artículo 2º

Artículo 15.- La enajenación de madera y demás productos forestales estará sujeta al Impuesto al Valor Agregado (IVA). Artículo 16.- Las exenciones tributarias contempladas en la presente Ley comenzarán a regir a contar de la fecha del certificado de aprobación expedido por el Servicio Forestal Nacional, salvo la exención del Impuesto Inmobiliario, que regirá a contar del 1 de enero del año siguiente al de la certificación. Artículo 17.- Las bonificaciones percibidas o devengadas, de conformidad con lo dispuesto en la presente Ley, no constituirán ingresos gravados del propietario o del reforestador. Artículo 18.- Sólo gozarán del régimen tributario establecido en este Capítulo las rentas obtenidas de la forestación/reforestación. Artículo 19.- El Poder Ejecutivo, a través de las instituciones pertinentes, estimulará con créditos de fomento las actividades del sector privado para el manejo de los bosques nativos, la forestación y la reforestación y la industrialización de productos forestales.

CAPÍTULO IV DE LAS SANCIONES

Artículo 20.- Fíjanse las siguientes multas que se aplicarán sobre el avalúo fiscal del inmueble rural sometido a la presente Ley, vigente al momento de su pago por la no iniciación oportuna del plan de forestación o reforestación aprobado y por el incumplimiento por causas imputables al reforestador o propietario en su caso, del o de los programas de reforestación determinados en los planes de manejo forestal: a) Durante el primer año 5% (cinco por ciento) del valor fiscal. b) Durante el segundo año 10% (diez por ciento) del valor fiscal. c) Durante el tercer año 20% (veinte por ciento) del valor fiscal. d) Durante el cuarto año 40% (cuarenta por ciento) del valor fiscal.

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e) A contar del quinto año 50% (cincuenta por ciento) del valor fiscal. Estas multas comenzarán a devengarse desde el momento en que se incurra en el incumplimiento de los programas de forestación y reforestación contenidos en el plan de manejo forestal de acuerdo a las fechas consignadas en él y se calcularán atendiendo a la incidencia porcentual que tiene en el total la parte incumplida del mismo. Artículo 21.- Cuando se hubiere interrumpido cualquier programa incluido en el plan de manejo forestal, quedando desde ese momento los inmuebles rurales afectados a las multas señaladas en el artículo anterior de esta Ley, la reanudación deberá ser aprobada por el Servicio Forestal Nacional de acuerdo al mismo procedimiento a que se sujetó el plan original, previo informe elaborado por un ingeniero forestal o agrónomo especializado acompañado de una actualización del plan. Artículo 22.- La reiniciación y actualización de cualquier programa del plan de manejo forestal no eximirán del pago de las multas señaladas en el Artículo 21 de esta Ley, por el período incumplido del plan, las que se suspenderán a contar de la fecha de la recepción del informe o declaración jurada, en su caso, sobre el reinicio del programa. En el caso que se produjeren nuevas interrupciones, las multas se aplicarán en la forma señalada en el Artículo 21 de esta Ley, tomando como base para ello el porcentaje que se estaba aplicando al momento de la actualización. Artículo 23.- Cualquier acción de corte o explotación de las plantaciones de los inmuebles rurales sujetos a la presente Ley deberá hacerse previa presentación y registro ante el Servicio Forestal Nacional del respectivo Plan de Manejo. En los casos de corte final se deberá contemplar al menos la reforestación de una superficie igual a la cortada o explotada. El plan de manejo al que se refieren los artículos anteriores deberá ser suscrito por un ingeniero forestal o agrónomo especializado cuando la superficie total del bosque en que se efectúe el corte o explotación sea superior a 30 (treinta) hectáreas y en superficies menores por un técnico forestal o técnico agrónomo especializado La contravención a lo dispuesto en los párrafos anteriores hará incurrir al propietario del terreno o quien efectuare el corte o explotación no autorizada, según determine el Servicio Forestal Nacional, en una multa que será igual al doble del valor comercial de los productos, cualquiera que fuera su estado o su grado de explotación o elaboración. Cuando los productos se encontraren en poder del infractor, caerán además en comiso. Si los productos provenientes del corte o explotación ejecutada en contravención a lo dispuesto en este artículo fueren enajenados, el infractor será sancionado con una multa equivalente al triple de su valor comercial. El Servicio Forestal Nacional determinará el valor comercial de dichos productos. Los productos decomisados serán enajenados por el Servicio Forestal Nacional. La contravención a lo dispuesto en este artículo, facultará además al Servicio Forestal Nacional para ordenar la inmediata paralización de los trabajos, a cuyo efecto podrá requerir el auxilio de la fuerza pública. Artículo 24.- El corte o explotación de bosques en suelos de prioridad forestal obligará a su propietario a reforestar una superficie de terreno igual, al menos, a la cortada o explotada, en las condiciones contempladas en el plan de manejo aprobado por el Servicio Forestal Nacional. La obligación de reforestar podrá cumplirse en un terreno distinto a aquél en que se efectuó el corte o explotación, sólo cuando el plan aprobado por el Servicio Forestal Nacional así lo contemple. Las plantaciones que en este caso se efectúen se considerarán como reforestación para todos los efectos legales. El incumplimiento de cualesquiera de estas obligaciones, transcurrido tres años desde la fecha del corte o explotación, será sancionado con las multas establecidas en el Artículo 21 de esta Ley, incrementadas en un 100% (ciento por ciento). Artículo 25.- Toda ocultación deliberada o falsedad de datos contenidos en los estudios presentados ante el Servicio Forestal Nacional, elaborados por Ingenieros Forestales o Agrónomos especializados, así como las alteraciones en la ejecución de los proyectos, cometidas con el objeto de transgredir obligaciones previstas en esta Ley, serán sancionadas con la inhabilitación de uno a cinco años del profesional responsable, previo sumario administrativo. Artículo 26.- Corresponderá aplicar las sanciones y multas establecidas en la presente Ley al Servicio Forestal Nacional.

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Las sumas recaudadas en concepto de multas serán depositadas en la cuenta que el Ministerio de Hacienda habilite para la ejecución del programa creado por la presente Ley.

CAPÍTULO V DISPOSICIONES ESPECIALES Y FINALES

Artículo 27.- Para todos los efectos tributarios relacionados con la presente Ley, y sin perjuicio de las responsabilidades y obligaciones que correspondan a los particulares, el Servicio Forestal Nacional deberá efectuar en los casos que proceda las comunicaciones pertinentes al Ministerio de Hacienda. Artículo 28.- El fiel cumplimiento del programa de forestación o de reforestación, sometido a las disposiciones de la presente Ley, será fiscalizado periódicamente por el Servicio Forestal Nacional y controlado contable y administrativamente por la Contraloría General de la República. Artículo 29.- Facúltase al Poder Ejecutivo a reglamentar la presente Ley. Artículo 30.- Comuníquese al Poder Ejecutivo. Aprobada por la H. Cámara de Senadores el catorce de diciembre del año un mil novecientos noventa y cuatro y por la H. Cámara de Diputados, sancionándose la Ley, el veinte de diciembre del año un mil novecientos noventa y cuatro.

Atilio Martínez CasadoPresidente

H. Cámara de Diputados

Mirian Graciela Alfonso GonzálezSecretaria Parlamentaria

Evelio Fernández ArévalosPresidente

H. Cámara de Senadores

Juan Manuel PeraltaSecretario Parlamentario

Asunción, 16 de Enero de 1995.-

Téngase por Ley de la República, publíquese e insértese en el Registro Oficial.

El Presidente de la RepúblicaJuan Carlos Wasmosy

Arsenio Vasconsellos Ministro de Agricultura y Ganadería

Orlando Bareiro Ministro de Hacienda