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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS
PRODUÇÃO E TECNOLOGIA DE SEMENTES FLORESTAIS
- 218161 -
Prof. Dr. Robério Anastácio FerreiraE-mail: [email protected]
Fones: (79) 2105-6982 e 9987-4352www.gruporestauracao.com.br
Colheita, secagem, beneficiamento e
armazenamento de sementes
Prof. Robério A. Ferreira
Objetivo: sementes com boa qualidade física (sementes íntegras) e fisiológica (boa germinação e bom vigor).
1. Colheita
Prof. Robério A. Ferreira Prof. Robério A. Ferreira
Produção e colheita de sementes
Prof. Robério A. Ferreira
Produção e colheita de sementes
Prof. Robério A. Ferreira
Prof. Robério A. Ferreira
1.1. Aspectos que devem ser considerados:
� duração do período de frutificação;
� número de ocasiões que as sementes são produzidas na vida da planta;
� intervalo entre os eventos de produção (espécies anuais, bianuais, supra-anuais, etc.).
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Época de colheita
� varia entre espécies e dentro da mesma espécie;
� entre regiões e entre anos de produção;
� depende da maturidade fisiológica das sementes.
Índices de maturação de sementes
� Índices visuais – mudanças no padrão de coloração dos frutos;
� Índices de tamanho – não apresenta bons resultados para algumas espécies.
1.2. O processo de colheita
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1.3. Aspectos considerados
� Características físicas, morfológicas e fisiológicas das sementes;
� época de maturação;
� características de dispersão das diferentes espécies;
� condições climáticas;
� equipamentos empregados (condições do terreno e características das árvores).
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1.4. Escolha das árvores-matrizes ou porta-sementes
� bom estado fitossanitário;
� devem apresentar bom porte;
� boa conformação do tronco;
� copa bem formada;
� boa ramificação;
� devem ser bem vigorosas;
� apresentarem boa produção de sementes.
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Identificação das espécies
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Avaliação das matrizes
Prof. Robério A. Ferreira
Avaliação das matrizes
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Marcação com etiqueta
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1.5. O processo de colheita
a) Época de colheita
� Índices de maturação de sementes� Índices visuais – mudanças no padrão de
coloração dos frutos.
� Índices bioquímicos – carboidratos,
lipídios, proteínas e outros constituintes.
� Índices de tamanho – prático mas não apresenta bons resultados em algumas
espécies.
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� Densidade aparente
- Relação entre o peso seco/volume da semente (Pinus sp.)
� Teor de água
- Varia com a espécie e condições ambientais;
� Peso de matéria seca
- Maior acúmulo próximo à maturidade fisiológica (carboidratos, proteínas, lipídios e outros...).
Obs.: ponto ideal - associar diferentes índices.
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Maria-preta (Vitex sp.)
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Pau-brasil (Caesalpinia echinata)
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Jenipapo (Genipa americana)
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Pau-brasil (Casesalpinia echinata)
b) Métodos de colheita� diretamente na árvore;� no chão;
� em árvores abatidas (em casos especiais).
1.6. Cuidados na colheita
� evitar provocar danos às árvores;� quantidade de frutos que deve ser colhida;
� evitar árvores isoladas ou populações plantadas que não se conheça a origem.
Prof. Robério A. Ferreira
Tabela 1. Relação de espécies para colheita de sementes em matas ciliares na região do Baixo São Francisco. (GE – grupo ecológico e H – habitat preferencial).
GE – grupo ecológico e H – habitat preferencial – Baseado em Oliveira-Filho et al. (1995).
No Nome vulgar Nome Científico Família GE H 1 Aroeira Schinus terebinthifolius Anacardiaceae P M 2 Camboatá Cupania revoluta Sapindaceae CL M 3 Canafístula Cassia grandis Leg. Caesalpinioideae CL U 4 Catingueira Caesalpinia pyramidalis Leg. Caesalpinioideae P S 5 Cedro Cedrela fissilis Meliaceae CL M 6 Jenipapo Genipa americana Rubiaceae CL UA 7 Maria-preta Vitex polygama Verbenaceae CL M 8 Jatobá Hymenaea courbaril Leg. Caesalpinioideae CS M 9 Mulungu Erythrina velutina Leg. Papilionoideae P M 10 Pau-ferro Caesalpinia leyostachya Leg. Caesalpinioideae CL M 11 Pau-pombo Tapirira guianensis Anacardiaceae P UM 12 Tamboril Enterolobium contortisiliquum Leg. Mimosoideae CL M
Exemplos de espécies para colheita
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Material empregado para colheita
Fonte: Sena (2008)Fonte: Figliolia e Aguiar (1993)
1.7. Recomendações
� populações grandes – 12 a 15 matrizes, distantes 50 a 100m;
� colher diretamente das árvores (anemocóricas);
� evitar colher sementes de árvores isoladas;
� sementes de melhor qualidade sanitária;
� uso de lonas para recolher os frutos e sementes.
Prof. Robério A. Ferreira Fonte: Freire et al. (2007)
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Coleta de material para extração de DNA - Tamboril
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M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8
Análise de DNA - tamboril
Coeficiente de Jaccard
0.28 0.38 0.47 0.57 0.67
Matriz_1MW
Matriz_1
Matriz_5
Matriz_2
Matriz_3
Matriz_4
Matriz_6
Matriz_7
Matriz_8
Fonte: Santana et al. (2008)
2. Secagem� extrair as sementes dos frutos e remover água até um
nível adequado (ortodoxas - 5 a 12% e recalcitrantes – 30 a 50%);
� tipo de fruto, estádio de maturação e condições do ambiente (temperatura e umidade relativa do ar).
2.1. Métodos de secagem� natural – ação do vento e da energia calórica do sol;
(Ex.: terreiros, galpões, lonas, bandejas, módulos de secagem, etc.).
� artificial – movimentação das sementes e do ar por meio de equipamentos.
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a) natural
� ação do vento e da energia calórica do sol;
� terreiros, galpões, lonas, bandejas,
módulos de secagem, etc.;
� pleno sol ou à sombra;
� é de baixo custo;
� depende das condições ambientais;
� necessita de uma maior quantidade de
mão-de-obra
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b) Artificial
� movimentação - sementes e ar
(equipamento(s));
� temperatura depende da espécie e teor de
água inicial;
� auxílio de alternativas mecânicas, elétricas
ou ar forçado;
� não depende das condições ambientais;
� custo mais elevado em relação à natural.
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Secagem
Fonte: Silva, Figliolia e Aguiar (1993) Prof. Robério A. Ferreira
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Galpão de Secagem e Beneficiamento de Sementes
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3. Beneficiamento
Objetivo: retirar impurezas ou sementes de outras espécies.
� boa qualidade física, fisiológica e sanitária dos lotes;
� manual é mais empregado para as espécies florestais;
� mecânico em algumas situações.
3.1. Extração de sementes
Objerivo: remoção das sementes do interior dos frutos
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3.2. Tipos de frutosa. frutos secos – pericarpo de aspecto ressecado (deiscentes
ou indeiscentes)a.1. Frutos secos indeiscentes� pau-ferro, jatobá e tamboril.
a.2. Frutos secos deiscentes� angico, leucena, ipês e craibeira.
b. frutos carnosos – camadas do pericarpo ricas em água (Ex.: jenipapo e cajá).
3.3. Equipamentos empregados
� peneiras, tesouras, martelos, morsa ou prensa e baldes plásticos (para maceração de frutos).
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Equipamentos empregados
Fonte: Silva, Figliolia e Aguiar (1993) Fonte: Sena e Gariglio (1998) Prof. Robério A. Ferreira
Prof. Robério A. FerreiraProf. Robério A. Ferreira
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Pau-ferro (Caesalpinia leiostachya)
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Jenipapo (Genipa americana)
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Mutamba (Guazuma ulmifolia)
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Maria-preta (Vitex polygama)
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Canafístula (Cassia grandis)
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Angico (Anadenanthera colubrina)
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Tamboril (Enterolobium contortisiliquum)
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Mulungu (Erithryna velutina)
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Prof. Robério A. Ferreira
4. Armazenamento
Objetivo� manter a qualidade fisiológica das sementes.
4.1. Importância� instrumento regulador do mercado;
� conservação de recursos genéticos;
� garantir a demanda anual de sementes.
4.2. Comportamento das sementes
Classificação fisiológica quanto ao armazenamento
Roberts (1973)
� recalcitrantes e ortodoxas
� intermediárias (mais recentemente)
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Bonner (1990)
� Ortodoxas verdadeiras – longevidade superior a
50 anos;
� Sub-ortodoxas – longevidade até 6 anos e maior
quantidade de lipídios;
� Recalcitrantes temperadas – umidade de 30-50%
e podem ser armazenadas em temperatura de 3
a –3oC;
� Recalcitrantes tropicais – sensíveis à
dessecação, não toleram o congelamento, teor
de água de 30 a 50% e podem ser mantidas a
15oC.
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4.3. Condições de armazenamento
� umidade relativa do ar e a temperatura;
� período que as sementes ficarão
armazenadas.
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4.4. Fatores que afetam o armazenamento
a) Longevidade� tempo em que a semente permanece viva
(genética).
b) Conteúdo de água na época da maturidade fisiológica
� de acordo com o comportamento (ortodoxo
ou recalcitrante);
� sementes ortodoxas (5 e 12%)
� sementes recalcitrantes (30 e 50%)Prof. Robério A. Ferreira
c) Temperatura de armazenamento� altas temperaturas - aceleração nos processos
metabólicos;
� sementes ricas em lipídios - equilíbrio
higroscópico com teores de água menores do que
aquelas ricas em carboidratos e proteínas.
d) Oxigênio e luz� aplicação de altas concentrações de CO2 -
impedir a respiração das sementes, insetos e
microrganismos
� luz infravermelha reduz perda da qualidade
fisiológica das sementes (reduz a oxidação de
lipídios).
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e) Presença de insetos
� coleóptera e lepidóptera
f) Presença de fungos
� redução do número de frutos e sementes;
� deformações e diferenças na coloração das
sementes;
� redução do poder germinativo e vigor das
sementes
� deterioração durante o armazenamento;
� disseminação de doenças para novas áreas.
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g) Embalagens para armazenamento de sementes
g.1. Embalagens impermeáveis� não permitem troca de umidade com o meio
ambiente;� sementes armazenadas com baixo teor de
água (5 a 9%);� latas, alumínio, vidro, e sacos plásticos de
elevada densidade e espessura;� armazenamento em qualquer condição de
ambiente
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g.2. Embalagens semipermeáveis ou semiporosas
� não impedem troca de umidade com meio
ambiente;� sementes não devem ser armazenadas por
períodos muito longos;� umidade das sementes deve ser inferior a 9%;
� saco de polietileno de diferentes densidades, papel multifoliado, papelão revestido com
material seroso ou asfalto.
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g.3. Embalagens permeáveis ou porosas
� permitem troca de umidade entre as
sementes e o meio ambiente;� sementes devem apresentar teor de água
variando entre 9 e 12%;
� pano, papel e papelão.
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4.5. Ambientes para armazenamento de sementes
� quantidade do material a ser armazenado;
� custo da estrutura;
� características das espécies;
� umidade relativa e temperatura - principais fatores.
a) Câmara fria – baixa temperatura e alta umidade relativa;
b) Câmara seca – baixa umidade relativa e temperatura pode ser controlada ou não;
c) Câmara fria e seca – baixa temperatura e baixa umidade - condição ideal.
Prof. Robério A. Ferreira
Ambientes para armazenamento
Prof. Robério A. Ferreira
Fonte: Sena e Gariglio (1998)
Prof. Robério A. Ferreira Prof. Robério A. Ferreira
Prof. Robério A. Ferreira
Espécies agrícolas Prof. Robério A. Ferreira