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7/16/2019 Arranjo Físico e Ergonomia (2) http://slidepdf.com/reader/full/arranjo-fisico-e-ergonomia-2 1/22 Arranjo Físico e Ergonomia Profs: Érico Oda e Cícero Fernandes Marques O que nós somos é o que fazemos, e o que fazemos é o que o ambiente nos faz fazer Jonh Watson. O tipo de trabalho de uma pessoa deve ditar as decisões sobre o espaço. A forma deve acompanhar a função.  Nick MacPhee Gerente-geral de serviços corporativos da unidade da Microsoft em Redmond, Washington. A estratégia corporativa tem como objetivo permanente o aumento da competitividade da organização em seu mercado de atuação. Os aspectos físicos da empresa, desde a localização geográfica, a disposição lógica de processos, com definição do posicionamento relativo das pessoas, dos equipamentos e dos recursos envolvidos, até o projeto detalhado de cada um dos postos de trabalho são de fundamental importância para seu bom desempenho. Em organizações cujos processos produtivos dependam de fluxos físicos de  pessoas , materiais e recursos, com processos inter-relacionados, uma das preocupações centrais é a disposição física das atividades envolvidas nestes processos. A forma e os locais em que a recepção, transporte, processamento e armazenagem destes recursos são executados determinam uma maior eficiência no uso dos recursos e uma maior eficácia da organização como um todo. 1. Arranjo físico: definição e objetivos O Arranjo Físico de uma empresa é a distribuição otimizada do espaço físico disponível, mediante a disposição lógica de seus processos segundo as suas seqüencias de execução, com os espaços necessários para o bom desempenho de suas atividades,  buscando a minimização dos fluxos físicos dos materiais e pessoas, e proporcionando o espaço necessário para as funções de apoio. Também é designado de  Layout ou Leiaute. Segundo Slack, em Administração de Produção (2002, p.200) “o arranjo físico de uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento físico dos recursos de transformação [...], decidindo onde colocar todas as suas instalações, máquinas e  pessoal de produção [...] e determina a forma e aparência da operação produtiva [...] com a maneira como os recursos transformados – material, informação e clientes – fluem pela operação.” Esta definição pode ser estendida a empresas industriais e de serviços, abrangendo todas as operações e processos de uma empresa, tanto para as tarefas dos  processos produtivos, como das atividades comerciais, administrativos e de apoio. 1.1.Objetivos Gerais do Arranjo Físico

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Arranjo Físico e Ergonomia

Profs: Érico Oda e Cícero Fernandes Marques

O que nós somos é o que fazemos, e o quefazemos é o que o ambiente nos faz fazer

Jonh Watson.

O tipo de trabalho de uma pessoa deveditar as decisões sobre o espaço. A forma

deve acompanhar a função. Nick MacPhee

Gerente-geral de serviços corporativos da unidade da

Microsoft em Redmond, Washington.

A estratégia corporativa tem como objetivo permanente o aumento dacompetitividade da organização em seu mercado de atuação.Os aspectos físicos da empresa, desde a localização geográfica, a disposição

lógica de processos, com definição do posicionamento relativo das pessoas, dosequipamentos e dos recursos envolvidos, até o projeto detalhado de cada um dos postosde trabalho são de fundamental importância para seu bom desempenho.

Em organizações cujos processos produtivos dependam de fluxos físicos de pessoas, materiais e recursos, com processos inter-relacionados, uma das preocupaçõescentrais é a disposição física das atividades envolvidas nestes processos. A forma e oslocais em que a recepção, transporte, processamento e armazenagem destes recursos sãoexecutados determinam uma maior eficiência no uso dos recursos e uma maior eficácia

da organização como um todo.

1. Arranjo físico: definição e objetivos

O Arranjo Físico de uma empresa é a distribuição otimizada do espaço físicodisponível, mediante a disposição lógica de seus processos segundo as suas seqüenciasde execução, com os espaços necessários para o bom desempenho de suas atividades,

 buscando a minimização dos fluxos físicos dos materiais e pessoas, e proporcionando oespaço necessário para as funções de apoio. Também é designado de Layout ou Leiaute.

Segundo Slack, em Administração de Produção (2002, p.200) “o arranjofísico de uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento físico dos recursosde transformação [...], decidindo onde colocar todas as suas instalações, máquinas e

 pessoal de produção [...] e determina a forma e aparência da operação produtiva [...]com a maneira como os recursos transformados – material, informação e clientes – fluem pela operação.”

Esta definição pode ser estendida a empresas industriais e de serviços,abrangendo todas as operações e processos de uma empresa, tanto para as tarefas dos

 processos produtivos, como das atividades comerciais, administrativos e de apoio.

1.1.Objetivos Gerais do Arranjo Físico

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Os objetivos gerais de um bom arranjo físico são (Corrêa, 2004, p.407):

Acomodar todos os processos da empresa dentro do espaço físico disponível,mediante um dimensionamento técnico e uma correta análise de prioridades e decusto x benefício;

Distribuir os processos e suas atividades e tarefas segundo a lógica seqüencial para aexecução correta e segura dos mesmos;

Racionalização, otimização e melhoria do uso do espaço, prevendo a minimizaçãode distâncias e de tempos de deslocamentos e mudanças (setups) de operações,se for o caso;

Otimizar os fluxos de materiais e pessoas, minimizando e/ou eliminando asoperações e os fluxos secundários e/ou desnecessários;

Garantir instalações para a acomodação adequada dos colaboradores, tais como banheiros, vestiários, enfermarias, refeitórios e outras atividades de apoio.

Boa sinalização (informação) e segurança, com demarcações áreas de circulação e

com isolamento de operações perigosas. Prever os fatores físico-ambientais e a utilização de princípios de ergonomia, para a

maior produtividade, segurança e conforto dos operadores e trabalhadores; Permitir a transmissão e acessos a dados e informações para a supervisão e controle

dos trabalhos, facilitando a gestão e coordenação; Possibilitar à empresa atingir os objetivos com o menor investimento de capital em

instalações e espaços necessários.

Além dos objetivos gerais, têm-se os objetivos mais específicos de um bomarranjo físico para áreas de manufatura de produtos tangíveis, e de comercialização,

 prestação de serviços e atividades de escritórios de uma empresa.

1.2.Objetivos de Arranjos Físicos para Operação de Manufatura

Os arranjos físicos das operações de manufatura devem suprir asnecessidades espaciais inerentes aos equipamentos e postos de trabalho, compostos de

 processos de transformação e de fluxos físicos de insumos e materiais tangíveis,levando-se em consideração os espaços, nas dimensões horizontais e verticais, bemcomo das atividades e circulação de pessoas, buscando os seguintes objetivos:

Proporcionar condições físicas  para uma elevada utilização e produtividade da mãode obra, das máquinas e de recursos produtivos em geral; Prover espaços para a correta operação de máquinas e equipamentos de produção,

reduzindo o custo manuseio físicos de materiais; Minimizar/eliminar  distâncias, fluxos e os tempos improdutivos, otimizando os

ciclos de produção Possibilitar flexibilidade de alterações de volume de produção e de variedades de

 produtos a fabricar; Permitir facilidade e acesso para a correta manutenção de máquinas e equipamentos; Disponibilizar espaços adequados para a carga e descarga, rápida, segura e eficiente,

de veículos de transporte Comportar áreas de recepção e desembalagem de insumos e componentes, e de

embalagens e expedição de produtos finais;

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Prever áreas adequadas para estoques de insumos, matéria-prima, produtos semi-acabados e produtos finais, com espaços e dispositivos de acomodaçãonecessários para um bom armazenamento e controle;

1.3.Objetivos de Arranjos Físicos para a Comercialização e Serviços

Os processos e operações de Comercialização e de Serviços normalmentecontam com o envolvimento direto e, em muito dos casos, da própria presença física declientes nas instalações da empresa.

 Neste caso o ambiente onde será feito o atendimento do cliente tem reflexosdiretos na imagem que o mesmo fará da empresa, de seus produtos e serviços e,conseqüentemente, com impacto direto no desempenho comercial da organização.

O arranjo físico deve contemplar, prioritáriamente, os ambientes de acesso,atendimento e circulação, com objetividade, presteza e comodidade, de maneira a

 proporcionar uma experiência positiva do cliente nas dependências da empresa.São objetivos do arranjo físico de empresas de comercialização de produtos,

 prestação de serviços e ambientes de escritórios de modo geral:

Proporcionar ambiente agradável para clientes, de fácil acesso, com conforto econveniência para o bom atendimento ao mesmo;

Permitir uma exposição atraente das mercadorias, prevendo o seu manuseio edemonstração, bem como a sua prova por parte do cliente, se for o caso;

Estabelecer uma lógica de circulação adequada visando um roteiro correto para ocliente e redução de distância e tempo de locomoção do pessoal próprio;

Proporcionar uma fácil reposição e rotação de estoques para os produtos que estão

expostos, com os armazenados no estoque central; Possibilitar o isolamento e segurança das áreas de trabalho que necessitem de

 privacidade e/ou condições ambientais específicas, tais como provadores, caixas,estoques ambientes refrigerados etc;

Promover a correta e necessária comunicação e integração entre as pessoas dediferentes áreas de trabalho;

Espelhar e reforçar a estrutura organizacional da empresa;

2. Tipos e características de arranjo físico

Existem quatro tipos básicos de arranjo físico: Posicional Por produto ou de linha Por processo ou funcional Por células ou processo especializado

Podendo ser utilizado uma combinação destes para a conformação dearranjos físicos mistos.

2.1. Arranjo físico Posicional 

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O arranjo físico posicional é aplicado quando o produto a ser confeccionadoou o objeto ou pessoa que está recebendo os serviços permanece em uma posição fixa,enquanto os recursos, insumos e pessoas que executam as atividades se dirigem até omesmo.

Este tipo de arranjo é encontrado quando não possível o deslocamento do

 produto, seja pelas suas características ou pelo seu grande porte, tais como estradas, pontes, edificações, navios, aviões, ou quando não é conveniente o deslocamento doobjeto de serviços, tais como clientes de restaurantes à la carte, pacientes em unidadesde terapia intensiva de hospitais, cliente de atelier de alta costura, manutenção decomputadores de grande porte etc.

São de baixa eficiência pela necessidade de mobilização de equipamentos erecursos junto do produto ou do sujeito do serviço, mas possuem uma extrema

 possibilidade de customização e de personalização. São utilizados para produtos únicos,serviços de características específicas/especiais, em produção de baixa quantidade e altaqualidade.

2.2. Arranjo físico por processo ou funcional 

O arranjo físico por processo (job shop) ou funcional é organizado emsetores ou “centros de trabalho” especializado, que reúnem as máquinas equipamentos e

 profissionais necessários ao trabalho a ser efetuado. Os produtos fluem entre estessetores de acordo com a necessidade daquele processo em suas fabricações e no seuroteiro de fabricação.

Como exemplos, em uma indústria metalúrgica existe os setores de fundição,usinagem, pintura, soldagem etc.; em um hospital têm-se o centro cirúrgico, setor de

radiografia, setor pediátrico, unidades de terapia intensiva etc.; em uma cozinhaindustrial encontram-se a bancada de preparação de alimentos, setores cozimento comfogões, assadores com fornos, setor de conservação refrigerados com freezers, câmarasfrias etc.

São lay-outs que permitem uma grande variedade de processos e de produtos, e complexos pelas inúmeras possibilidades de combinações de tarefas emdiferentes produtos. Devido à esta flexibilidade, possibilitam personalizações ediversificações nos produtos e serviços oferecidos, pela combinação dos trabalhos dosdiferentes setores.

Como exemplo, pode-se citar o arranjo físico de um supermercado, onde os produtos são alocados em áreas determinadas, em uma seqüência determinada que

favoreça o fluxo das pessoas e estimule a venda das mercadorias ao consumidor 

 Figura 1: Exemplo de Layout de Supermercado- por processos

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 Fonte: Corrêa e Corrêa, 2004, p.409

2.3. Arranjo físico celular 

É considerado uma combinação intermediária dos arranjos físico por  processo e por produto, onde os recursos e máquinas são agrupadas em células efuncionam de uma forma bastante semelhante a um setor do arranjo físico por processo,(job shop) e o fluxo de materiais e peças se dá de modo similar a um layout por produto,em escala reduzida, fluindo como em uma linha de produção.

Cada célula contém um grupo de atividades suficientes para processar umaetapa inteira, eliminando a ineficiência do arranjo puro por processo mediante um fluxocurto e ágil de linha de produção, pela seqüenciação de tarefas comuns a “famílias” de

 produtos.Como exemplos, pode-se citar uma loja de departamentos, que é dividida em

células de roupas masculinas, femininas, artigos esportivos, com expositores,

vendedores e provadores; ou um restaurante onde se encontre bufê de entradas, outro de pratos principais e um terceiro de sobremesas.

2.4. Arranjo físico por produto ou em linha

Utilizados quando há uma grande padronização do produto e são requeridosgrandes volumes de produção, tais como em linhas de montagens de veículos, aparelhoseletrodomésticos, eletrônicos etc, ou de produtos de produção contínua como a dasindústrias petroquímicas, de aço, celulose, bebidas etc; restaurante “bandeijão”.

São arranjos físicos de baixa flexibilidade, pela rigidez da seqüência pré-

estabelecida das operações componentes do(s) processo(s), mas de grande eficiência nouso de recursos, extraindo destes a máxima produtividade, pois são projetados com

Supermercado

Peixaria Açougue PadadriaQueijos e frios

   B  e   b   i   d  a  s

   U   t  e  n  s   í   l   i  o  s   d  o  m   é  s   t   i  c  o  s

   H   i  g   i  e  n  e  p  e  s  s  o  a   l

   P  a  p  e   l  a  r   i  a

   E  n   l  a   t  a   d  o  s

   C  e  r  e  a   i  s    F

  r  u   t  a  s

   L  e  g  u  m  e  s

   M  a   t  e  r   i  a   l   d  e   l   i  m  p  e  z  a

   A   l   i  m  e  n   t  o  s

C  a  i    x  a  s  

Caixas

 C a i x a

 s

X Y

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 balanceamentos de capacidade produtiva de cada etapa de produção, com fluxos,distâncias e tempos rigorosamente dimensionados.

Atualmente, pela exigência de mercado e devido à evolução das tecnologiasenvolvidas nos processos, podem admitir uma variabilidade limitada de opçõesdeterminadas, tais como a mudança de acabamentos (pintura, rodas, revestimentos de

veículos), e de variantes (ramificações) de uma linha de produção central (duas e quatro portas, carros especiais de polícia, ambulâncias etc).

 Figura 2: Complexo de restaurantes com os quatro tipos básicos de arranjo físico 

(REDESENHAR, se possível)

 Fonte: Slack (2002), p.211

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Como ilustração dos quatro tipos de arranjo físico (figura 1, em Slack, 2002, p.210 e 211) tem-se um complexo de restaurantes servidos por uma cozinha.

Um restaurante tradicional arranjado segundo o layout  posicional , onde ocliente fica em sua mesa, enquanto a entrada, prato principal e sobremesas lhe são

servidos; a cozinha é organizada conforme um arranjo físico por  processo em que os pratos percorrerão os processos conforme suas necessidades e características; umrestaurante do tipo buffet, com arranjo físico do tipo celular , com cada célula contendoos recursos para o cliente se servir de entrada, prato principal e sobremesas; e umrestaurante “bandeijão”, onde se verifica um arranjo físico em linha ou por   produto

(prato por quilo), onde todos os clientes percorrem a mesma seqüencia de processos. 

2.5. Arranjos físicos mistos

Para o aproveitamento máximo das vantagens de cada um dos tipos dearranjo físico (produtividade, flexibilidade) e amenizar as suas desvantagens(ineficiência, lentidão), cada empresa deverá analisar os seus processos e adotar amelhor solução possível para cada um de seus processos.

Estas condições normalmente resultam em arranjos físicos mistos ecombinados. Muitas empresas são organizadas em departamentos (arranjo por processo)e os fluxos se dão como em linhas de produção (arranjo por produto) Ex: Em umhospital, tem-se o arranjo por  produto na recepção, cadastramento, pré-atendimento dos

 pacientes e seu encaminhamento; o arranjo físico  posicional nos pacientes internadosem quartos, sendo examinados, alimentados e medicados sem se deslocar; o layout por 

 processo, quando este paciente se desloca para a sala de radiologia e cirurgia; e arranjo

celular no laboratório de análises clínicas e em unidades de terapia intensiva.

3. Estudo e dimensionamento de processos

Para a melhor conformação do arranjo físico das suas atividades, com aescolha correta da distribuição espacial das mesmas, os processos empresariais devemser analisados, dimensionados e projetados para a sua melhor execução, com osatributos físicos necessários e prioritários a cada tipo, tais como:

Alto volume de produção, para ganhos em produtividade e economia de escala; Agilidade de manufatura, com prazos reduzidos de entrega; Flexibilidade e mobilidade de tarefas, para obter alto poder variabilidade e de

 personalização de produtos e serviços; Capacidade de expansão das atividades; Segurança, para atividade perigosas e/ou que exijam privacidade, com proteções

e isolamentos físicos, e recursos de restrições de acessos;

3.1.Tipos básicos de processos de manufatura

Há uma relação direta do arranjo físico com os tipos de processos de

manufatura e/ou de prestação de serviços da empresa.

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Conforme o tipo de produto, sua especificação, sua escala/ volume de produção, sua variabilidade e personalização, tem-se os seguintes tipos de processos demanufatura (Slack, 2002, p.129 a 132):

Por Projeto: produtos de alta variedade e personalização, muitas vezes únicos,normalmente com prazos longos e início e fim bem determinados.

Exs: Construção de obras, navios, produção de filmes, edição delivro.

Por Encomenda ou  Jobbing : compartilham os recursos com outros produtos,com tarefas similares para confeccioná-los, mas diferenciados pelasespecificações, com baixo grau de repetições. Ex: Industria gráfica,Alfaiates e ateliers de alta costura,

Em Lote ou Batelada: em escala maior do que por encomenda, mas comvariação de especificações a cada lote de produtos, utilizadonormalmente para produtos organizados em “famílias”. Ex: indústriade vestuários e calçados, panificadoras, área de acabamento nafabricação de veículos,

Em Massa: produção em alto volume e escala de produção de poucavariabilidade de produtos, com alta padronização e repetitividade detarefas. Exs: área de montagem mecânica de veículos, indústria deeletrodomésticos (geladeiras, TVs), engarrafadoras de bebidas.

Produção Contínua: produção de grande volume, com pouquíssima variação enormalmente de fluxo ininterrupto. Exs: centrais elétricas ehidroelétricas, industrias petroquímicas, celulose e papel,siderúrgicas.

 Figura 3: Tipos de Processos em operação de manufatura

 Fonte: Slack, 2002, p.129

Baixo AltoVolume de Produção

Projeto

Jobbing

Lotes ou bateladas

Em Massa

Contínua

Baixa

Alta

Variedade

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3.2.Tipos básicos de processo de prestação de serviços

Similarmente aos processos de manufatura, para processos de prestação deserviços, pode-se ter os seguintes tipos, a depender das características de variedades ede volumes de atendimentos a clientes:

Serviços profissionais: em serviços individualizados, de alto contato em que ocliente permanece um tempo considerável no processo, com alta personalizaçãoe especificidade em cada um dos serviços, com mais ênfase em “como” oserviços é prestado do que em “o quê” é fornecido. Ex: advogados, arquitetos,cirurgiões, consultorias, auditorias.

Lojas de serviços: em serviços com certo grau de padronização, mas com possibilidades de variações, limitadas a determinadas opções. Exs: Lojas deshoppings, restaurantes à la carte, hotéis, agentes de viagens.

Serviços de massa: com alto volume de atendimentos, contatos limitados e

automatizados com clientes, mais voltados aos “produtos” do que aos“processos”, com rígidas padronizações na prestação dos serviços. Ex: empresasde telecomunicações, empresas de transporte de passageiros de massa (metrôs,trens, ônibus), serviços de supermercados, emissoras de rádio e televisão.

 Figura 4: Tipos de Processos em operação de serviços

 Fonte: Slack, 2002, p.131

Os arranjos físicos devem atender a melhor forma de distribuição geográficae espacial para o atendimento aos requisitos de cada tipo de processo.

Baixo AltoVolume de Produção

Serviços Profissionais

Lojas de Serviços

Serviços de massa

Baixa

Alta

Variedade

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4. Ergonomia:

A Ergonomia, palavra originária dos termos grego ergon (trabalho) e nomos

(legislação, normas), é a ciência que procura configurar, projetar e adaptar o trabalhoao homem, mediante a compreensão das interações do ser humano com os demaiselementos de um sistema de trabalho. Também designada como o Estudo dos FatoresHumanos no Trabalho, consiste na aplicação teorias, princípios, dados e métodos para aconcepção de produtos e sistemas de trabalho visando, de forma integrada, a saúde, asegurança e o bem estar do indivíduo, bem como a produtividade dos indivíduos e aeficácia dos sistemas.

Os estudos ergonômicos contribuem para o planejamento, projeto e aavaliação de tarefas e postos de trabalho, além dos próprios produtos, ambientes esistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitaçõesdas pessoas.

Segundo Martins e Laugeni, (2006, p 103 a 108) nestes estudos, , deverão

ser levados em consideração os seguintes aspectos no projeto dos postos de trabalho:

antropométricos (antropos=homem; metria=medidas), para o uso correto docorpo humano dentro de suas características dimensionais, como a estatura

 posturas do trabalho em pé, sentado, alcance dos membros, com asdimensões de alcance ótimo e máximo de seus movimentos edeslocamentos;

físicos, tais como móveis, máquinas e ferramentas, para a correta acomodação emovimentação do trabalhador (balcões, cadeiras, banquetas) e de máquinase ferramentas necessárias (botões, alavancas e controles), com o fácilacesso aos recursos (componentes, insumos) de trabalho, bem como dos

acionadores da máquinas necessárias ao trabalho; ambientais, tais como a correta iluminação, acústica, temperatura, umidade,

ventilação, circulação etc. do local de trabalho.

5. Fatores ambientais

O controle e o condicionamento de fatores físicos do ambiente de trabalhocontribuem para um maior e melhor desempenho das pessoas no trabalho, interferindono conforto e na concentração que determinam as características comportamentais,

 psico-sociais e motivacionais adotadas pelo trabalhador frente às atividades adesempenhar.A desconsideração da existência e do tratamento correto de fatores físicos

inadequados, que levem à fadiga, redução de desempenho ou stress do trabalhador, emdeterminados tipos de trabalhos, tais como a falta de segurança, periculosidade,insalubridade, etc. podem até inviabilizar a execução de tarefas e, conseqüentemente,inviabilizar a empresa. Ex: hospitais, empresas de segurança patrimonial, insdustriasquímicas, de explosivos etc.

5.1.Iluminação

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A visão humana é considerado o sentido mais importante na recepção deinformações pois a maioria das percepções ocorrem através dos olhos. A maioria dostrabalhos do homem exige muito da visão e pode-se inferir que parte da fadiga relativaao trabalho passe pela sobrecarga dos olhos. Abaixo é apresentada uma tabela com osníveis de iluminância para interiores, conforme Normas Técnicas Brasileiras.

Tabela 1: Níveis de iluminância para interiores.

 AMBIENTE E OU TRABALHO LUX 

Sala de espera 100Garagem, residência, restaurante 150Depósito, indústria (comum) 200Sala de aula 300Lojas, laboratórios, escritórios 500Sala de desenho (alta precisão) 1.000Serviços de alta precisão 2.000

 Fonte: Brasil - Norma NBR 5413

5.2.Acústica

Ruídos no ambiente de trabalho afetam o desempenho do trabalhador e prejudicam a concentração em trabalhos físicos e a produção em trabalhos mentais, podendo, em níveis mais altos e constantes (acima de 80 decibéis), provocar danos aoaparelho auditivo humano.

A acústica é a ciência relacionada com o estudo e controle do nível de ruídoem um ambiente. O nível de ruído aceitável para efeito de conforto está definido pelanorma técnica NBR 10.152, preconizando os níveis aceitáveis e adequados a cada tipode ambiente. Abaixo é apresentada uma tabela com valores de níveis de ruídos (emdecibéis) aceitáveis em alguns ambientes, onde o valor inferior da faixa de decibéisrepresenta o nível sonoro para conforto, enquanto que o valor superior significa a nívelsonoro máximo aceitável para a respectiva finalidade.

Tabela 2: Níveis de ruídos aceitáveis em decibéis.

 LOCAIS E AMBIENTES Decibéis (dB)

HOSPITAISApartamentos, Enfermarias, Berçários, 35 - 45Centros Cirúrgicos 40 - 50

Laboratórios, Áreas para uso do público 40 - 50Serviços 45 - 55HOTÉIS

Apartamentos 35 - 45Restaurantes, Salas de Estar 40 - 50Portaria, recepção, Circulação 45 - 55

ESCOLASBibliotecas, Salas de música, Salas de desenho 35 - 45Salas de aula, Laboratórios 40 - 50Circulação 45 - 55

RESIDÊNCIAS

Dormitórios 35 - 45Salas de Estar 40 - 50

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 Fonte: Brasil - Norma NBR 10.152

5.3.Temperatura, Umidade e Ventilação

 

A norma reguladora NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego indica atemperatura ideal do ambiente de trabalho entre 20ºC e 23ºC (graus Celsius); aumidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento; a velocidade do ar nãosuperior a 0,75m/s.

Martins e Laugeni (2006, p.105) recomendam uma temperatura ambienteentre 20ºC e 24ºC, umidade relativa do ar entre 40% e 60%, ruídos até o máximo de 80dB, e iluminação a partir de um mínimo de 300 lux, 400 a 600lux para trabalhosnormais e de 1.000 a 2.000 lux para trabalhos de precisão. Um nível de iluminamentoacima de 2.000 pode ocasionar fadiga visual, não apresentando mais vantagens para otrabalhador.

5.4.Cores

A utilização de cores no ambiente de trabalho pode interferir nocomportamento e no desempenho dos indivíduos no trabalho. De acordo com Iida(2005, pg 269) um planejamento adequado do uso de cores no ambiente de trabalho,aplicando-se cores claras em grande superfícies, com contrastes adequados paraidentificar os diversos objetos, associado a um planejamento adequado de iluminação,tem resultado em economia de até 30% no consumo de energia e aumentos de

 produtividade que chegam a 80 ou 90%.

Segundo Battistela (2003) para cada ambiente, a cor tem uma influência nocomportamento das pessoas, sendo utilizadas de acordo com esta função:

Branco: Serve para criar uma atmosfera tranqüila, porém, torna-se monótono ehostil, levando à dispersão. É aconselhável a composição com outras cores.

Preto: Significa escuridão e depressão. Expressa um sentimento universal deagressividade, sinalizando sensações de distância e isolamento.

Vermelho: Serve para ambientes que requeiram um clima de excitação. Emexageros pode estimular reações agressivas e irritantes.

Laranja: Deve ser usada em áreas de lazer, corredores, halls de entrada. Amarelo: É uma cor alegre. Portanto, é indicado para todos os ambientes em que o

objetivo é comunicação e reflexão. Verde: É a cor que menos fadiga a vista pois é o equilíbrio entre o calor e o

movimento do amarelo e a estática e a frieza do azul. Estimula o silêncio e podeajudar a amenizar o estresse.

Azul: Pode ser usado em grandes superfícies sem se tornar cansativo. Porém, deve-se equilibrar harmoniosamente com outras cores para evitar um clima detristeza e monotonia.

6. Medicina e Segurança no trabalho

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Dentre os direitos fundamentais do homem e, por decorrência, dotrabalhador, está o usufruto de uma vida saudável, com qualidade e livre de ameaças deà sua integridade física, inclusive dos problemas e doenças decorrentes do trabalho.

Esta preocupação relativa a problemas de saúde ocupacional teve início narevolução industrial, com a aplicação de mão de obra intensiva nas atividades

industriais, acentuando-se no decorrer do século 20 No Tratado de Versalhes em 1919, a OIT - Organização Internacional doTrabalho, objetivando uniformizar as questões trabalhistas, minimizando as condiçõessubumanas do trabalho e o desenvolvimento econômico, adota seis convençõesdestinadas à proteção da saúde e à integridade física dos trabalhadores: a limitação da

 jornada, a proteção à maternidade, o trabalho noturno para mulheres, a idade mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno para menores.

Com a criação da OMS - Organização Mundial da Saúde, em 1948,estabelece-se o conceito de que a “saúde é o completo bem-estar físico, mental e social,e não somente a ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau máximode saúde que se pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo ser humano..”

Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que objetiva adequar o meioambiente de trabalho ao homem, deslocando o foco dos problemas da saúde dotrabalhador dos efeitos para as causas.

 No Brasil, a Constituição de 1988 garante a redução dos riscos inerentes aotrabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Regulamenta ações eintroduz uma nova mentalidade para o pleno direito que todos devem ter ao trabalhocom saúde e protegido de riscos ou das condições perigosas e insalubres que ponhamem risco a vida, a saúde física e mental do trabalhador.

Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e àqualidade de vida no trabalho vêm ganhando importância no Governo, nas entidadesempresariais, nas centrais sindicais e na sociedade como um todo, com a conjunção deesforços de todos na conscientização e na aplicação de programas de saúde e segurançano trabalho, abordando problemas laborais modernos como a LER (lesões por esforçosrepetitivos), neuroses e stress do trabalho.

Trabalhador qualificado e saudável, executando o trabalho de forma segura etranqüila, representa produtividade no mercado globalizado.

7. Métodos e Técnicas para projetar arranjos físicos

Para a elaboração de arranjos físicos ou layouts de espaços podem ser aplicados diversos métodos e técnicas, com ferramentas de dimensionamento,fluxogramas e relacionamentos entre atividades componentes dos processos, com arepresentação gráfica dos mesmos, mostrados nos exemplos abaixo.

Esta matéria tem um estudo mais aprofundado e técnico na disciplina deAdministração de Produção e Operações, inclusive com o auxílio e uso de ferramentasde softwares específicos.

 Figura 5: Diagrama de relacionamento entre atividades de um Centro de Distribuição

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 Fonte: Corrêa e Corrêa, 2004, p.411

O diagrama de relacionamento de atividades ou funções (Figura 5) explicitaa interação física entre as mesmas, o que definirá a necessidade de maior ou menor 

 proximidade entre as respectivas áreas.Utilizando-se os critérios de Muther (1961), (apud Correa e Corrêa, 2004, p.410), que convencionou para a classificação da necessidade ou não da proximidade:

A => Proximidade absolutamente necessária, valor 4E => Proximidade especialmente necessária, valor 3I => Proximidade importante, valor 2O => Proximidade regular, valor 1U => Proximidade não importante, valor 0X => Proximidade indesejável, valor -1

Outra técnica bastante utilizada para a definição de arranjos físicos é o

Fluxograma, que representa graficamente os fluxos físicos de materiais e pessoas, efluxos lógicos de dados e informações, como representado na Figura 6.

 Figura 6: Fluxograma simplificado de uma pizzaria

Programação de materiais

Embalagem

Supervisor de materiais

Recebimento e despacho

 Armazém

E

A

A

IEI

E

A

O

O

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 Fonte: Corrêa e Corrêa, 2004, p.343

8. Ampliando seus conhecimentos

Para saber mais sobre o assunto ler o Capítulo 6 - Arranjo Físico e Fluxo, p.200 a 239 do livro Administração de Produção de Nigel SLACK, Stuart CHAMBERSe Robert JOHNSTON, 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002

Artigo disponível em:http://www.sebraesp.com.br/principal/abrindo%20seu%20neg%C3%B3cio/produtos%20sebrae/ artigos/listadeartigos/relacao_clientes.aspx, acesso em 16/01/2008

Vendaperdida

Fim

Início

Cliente chegae faz pedido

Esper a

longa?

Cliente chegae faz pedido

Esper a

longa?

Cliente colocapedido

Cliente espera

pedido

Esper a

longa?

Pedido chega

Pedidocorreto?

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o?

Vendaperdida

Continuaesperand

o?

Vendaperdida

Esper aoutra?

N

S

S

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S

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N

S

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Gilberto RoseConsultor - Sebrae-SP

Relação com Clientes

O empresário tem que focar seu negócio no cliente, pois sem ele, não existe empresa. Tem que cuidar doseu público de forma extremamente profissional, pois no mundo de competitividade em que vivemos oespaço para amadores será cada vez mais reduzido e, Sua Majestade, O Cliente, será cada vez maisdisputado, e mais privilegiado neste contexto. O empresário sempre terá que aprimorar osrecursos/ferramentas para atraí-lo, encantá-lo e mantê-lo.

É importante que este se capacite constantemente para aumentar, e melhorar, o grau de conhecimento daatividade, visite feiras do setor, ou ainda lojas que estão aplicando novos conceitos de exploração donegócio, para possibilitar outras alternativas criativas de atuação. Conhecer a concorrência, principalmente,aquela que está obtendo sucesso, se torna condição sine qua non para manter, e perpetuar o negócio.

Baseado na estrutura funcional, um diferencial positivo, sobre todos os aspectos, é o atendimento ao cliente,que merece menção especial. É este quesito que estabelece o contato direto com a clientela, sendo oresponsável pela sua volta e sua fidelidade. Um cliente satisfeito é a ferramenta de marketing mais eficientepara atrair outros novos. Não existem meios mecânicos que possam substituir o sorriso e a solicitude de umatendente, sua presteza ao servir, seu conhecimento técnico de orientação. Bem como, seu bom senso naajuda e decisão de uma compra - quando não se tratar de medicamentos éticos -, seu discernimento nadistinção dos vários tipos de consumidores, colocando sempre em evidência a educação e a disposição deentendê-lo, para poder melhor atendê-lo.Simplesmente vender não é mais o suficiente. É preciso informar as contra-indicações, fórmulas, efeitoscolaterais, prazos de validade. Isso é prestação de serviço, agregado à venda.Relacionaremos a seguir algumas ações que devem ser incorporadas à empresa, porém advindas doempresário:

Padrões de Qualidade e Conformidade: o estabelecimento de padrões de qualidade e conformidade paratodas as ações, seja nos produtos ou nos serviços, passará a ser um referencial positivo da empresa no seurelacionamento com os:- clientes;- concorrentes;- fornecedores;- órgãos públicos;- funcionários.

Padrões de qualidade e conformidade devem ser preservados e melhorados, sendo objetivos básicos epermanentes da empresa, buscando o aperfeiçoamento constante dos processos e dos materiais aplicados,definindo a identidade da empresa e o estilo de negócio. Padrão fundamental é a Qualidade no Atendimentoao Cliente, que deverá ser ágil e rápido, com cortesia, gentileza e simpatia.

Criatividade em Relacionamento: a Criatividade em Relacionamento deve resultar em ações para manter osclientes. Mantê-los é o mesmo que buscar a sua fidelização, que exigirá uma relação transparente ecomprometida com eles, conforme os padrões de ética, moral e bons modos, obtida principalmente pela

qualidade no atendimento e dos produtos.A capacitação dos empresários, o treinamento dos funcionários é fundamental para que uma filosofia detrabalho, e padronização de atendimento seja mantida.

Formas usualmente aplicadas para manter os clientes:- serviços de entregas com pagamento mensal;- atendimento personalizado;- telemarketing de pós-vendas;- divulgação do aniversário dos clientes em luminoso interno;- etiquetas e embalagens com logomarca e telefone da loja, etc.;- prazos para pagamentos (cheques pré-datados, cartão de crédito etc.);- sacolas com logomarca/propaganda da loja;- mala direta comunicando promoções;- mensagem ou um pequeno brinde parabenizando o cliente pelo seu aniversário.

Mix de Produtos: uma farmácia que tenha, em média, 2,5 mil itens na área de venda, terá, segundopesquisa, 500 itens que devem ter "preços percebidos" e 2 mil sem percepção de preço. Por mix deprodutos entende-se variedade de linha, e não variedade de marca. Para cada linha ter, no máximo, 4marcas:- uma top (cara);- duas medianas;- e uma barata.Obs.: deve-se considerar sempre o público-alvo e a região em que se situa a loja.

Uniformidade de Linha de Produtos: a manutenção das marcas oferecidas ao consumidor nas prateleiras daloja fideliza o cliente.

Merchandising: conjunto de processos, ou atividades, destinados a valorizar os produtos e serviços aos olhosdo cliente, aumentando a possibilidade da tomada de decisão para a efetivação da compra. Em resumo,significa ter produto no lugar, no tempo e na quantidade certas, agregando valor e técnicas de exposição,

objetivando estimular a compra por impulso.O "merchandising" deve proporcionar:- máximo de vendas possível;- reduzir custos ao máximo;- diminuir riscos.Os benefícios proporcionados com a aplicação das técnicas de "merchandising" resultam em:- melhoria na imagem da empresa;- segurança na decisão de compra;- aumento do faturamento;- aumento da rentabilidade;- otimização da administração de estoques;

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9. Atividades de Aplicação

A) Desenhe uma sala retangular de 10m de frente e 20m de profundidade e projete oarranjo físico de uma loja de roupas, com vitrines, balcões de atendimento declientes, provadores, prateleiras para produtos, área de estoques, caixa e pacotese circulação de pessoas.

R: Desenho do arranjo físico de uma loja

B) Escolha uma empresa a que tenha acesso, observe e classifique o seu arranjo físicocomo Posicional, Funcional, pó Produto e/ou Celular. Justifique:

R: (Depende da empresa escolhida) ex: uma obra de construção civil = Posicional ;Restaurante: (vide figura 2)

C) Observe nas instalações de uma organização ou empresa qualquer algum problemade arranjo físico. Justifique

R: Opções: Erro de dimensionamento de tamanho da sala de espera do hospital X é pequena para o número de atendimentos. Falta de espaço para fila de clientes nasfilas dos caixas do supermercado Y – ou falta de caixas. Estrangulamento dacirculação da loja Z, devido à má disposição dos móveis e balcões etc.

10. Referências Bibliográficas

ABERGO – Associação Brás. de Ergonomia, disponível em http://www.abergo.org.br/ oqueeergonomia.htm, acesso em 31/12/2007

ARAUJO, Luis César G. de. Organização, Sistemas e Métodos e as tecnologias de

 gestão organizacional: arquitetura organizacional, benchmarking, empowerment,gestão pela qualidade total, reengenharia. vol. 1. ed. 3. São Paulo: Atlas, 2007.

BATTISTELLA, Márcia Regina. A importância da cor em ambientes de trabalho: umestudo de caso. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção daUniversidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: UFSC, 2003

CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de produção e operações:manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2004.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005

- , .

Para atingir os objetivos de "merchandising", devem ser utilizados, com inteligência, os recursos disponíveis,como:- decoração;- iluminação;- ambiente;- expositores;- gôndolas;- espaços diversos;- visualização, etc.

Paralelo ao atendimento personalizado, no sentido de causar boa impressão e bem-estar ao cliente, tem umconjunto de fatores agregados, de suma importância, para o sucesso do negócio que é:arranjo físico (layout), visual e iluminação.

Pois, pouco adiantará a farmácia estar com um bom estoque, se a sua atratividade de vendas, baseado noconforto físico do seu público, não estiver condizente com as exigências deste público específico, já que oapelo visual do estabelecimento é poderosa peça de atração para o acesso do cliente.

Layout (Arranjo Físico): é a disposição física dos vários itens que compõem a planta da loja, daorganização dos equipamentos, móveis e até dos acessórios da farmácia, objetivando o conforto dos clientese a praticidade da operação. A organização inteligente e criativa é fundamental para o melhoraproveitamento do ponto de venda, gerando aumento no faturamento e contribuindo para a satisfação daclientela. O "layout" deve proporcionar:

- facilidade na circulação dos clientes;- boa visão da loja, de suas seções e áreas;- mobiliário não deve ocupar mais de 40% do espaço;- possibilitar variações conforme a época do ano;- portas e fachadas amplas;- lógica entre áreas da loja (área de vendas, de serviços, etc.).

Iluminação: esta deve:- aumentar as características sensoriais do consumidor;- valorizar as cores, as formas;- transmitir segurança, transparência.Obs.: Luzes incidentes são usadas para destacar os produtos e lançamentos.

A Competência é entendida como os atributos pessoais de cada um, podendo ser expandida/evoluídaatravés de capacitação, seja através de cursos, treinamentos, ou leituras. Sendo um aprendizado contínuoou, ainda, agregando vivência e experiência. Contudo, a aplicação, no tempo certo, está diretamenterelacionada à sensibilidade do empresário, e percepção das oportunidades de negócios. Nada mais é do queoferecer os produtos ou serviços conforme a natureza do negócio, em termos de quantidade, qualidade,preço, praticidade e agilidade, satisfazendo as necessidades do cliente.Ética e Moral: as regras de conduta do empresário, e da empresa, devem ser coerentes com os padrões de

moral e ética, fazendo parte da cultura dela. Por exemplo, se o padrão moral e ético do empresário for o deenganar os clientes, que atitude se pode esperar de seus funcionários, perante os mesmos clientes, ouperante o próprio empresário?Todos da empresa deverão seguir os padrões definidos como base no relacionamento com os clientes,fornecedores, concorrentes, com os órgãos públicos e principalmente na relação entre empresário xfuncionários.O empresário deve adotar uma postura clara e firme em todas as ações, e orientar a todos da empresasobre os valores éticos e morais que deverão ser seguidos, de acordo com a cultura, particularidades locais,padrões correntes da ética e moral nas relações da empresa.Não misturar preferências pessoais com o negócio, de forma ostensiva e até provocativa, como: por partidospolíticos; por clubes de futebol; por religião; por crendices e superstições; por cores; por fragrâncias eodores; preconceitos de todos os níveis; a não ser que, excluindo dos preconceitos, essas particularidadessejam um diferencial para exploração do negócio, pois a pessoa jurídica não pode ser influenciadanegativamente pela pessoa física, isto é, pelo próprio empresário.A preocupação para facilitar o acesso e a circulação de deficientes físicos ao estabelecimento, denota no

empresário o respeito e a solidariedade com esse consumidor.Necessidade dos Clientes: para identificar o que o cliente quer, o empresário deve adotar cinco atitudes:1) Perguntar: pesquisa junto a, no mínimo, dez clientes por semana. Essa é a maneira menos nobre desaber o que o cliente deseja, pois, na maioria das vezes, nem ele mesmo sabe o que quer. Identifique entreos seus clientes aqueles que têm o perfil de formadores de opinião, bem como aqueles que demonstrampossuir as necessidades semelhantes ao perfil base de sua clientela.2) Observar: verificando, em pontos estratégicos dentro da loja, a postura dos clientes, e também, como éreação deles perante os serviços e produtos.3) Vivenciar: fazendo o papel do cliente pelo menos uma vez por bimestre, ou seja, o empresário deve fazercompras na sua própria loja. Isso ajudará a perceber quais são as dificuldades dos clientes. É interessantetambém o empresário fazer compras nos concorrentes, avaliando seu potencial.4) Pesquisar: procurar, no mercado, pesquisas atualizadas com o perfil de consumidores de farmácias edrogarias. Ter informações com as tendências do segmento farmácias e drogarias, bem como dosconsumidores, é importante também. Identificar no mercado novos produtos, embalagens e tecnologia parao segmento de farmácias e drogarias.

5) Promover: evidenciar a preocupação com os clientes portadores de doenças crônicas como diabetes,hipertensão, bronquite, asma, colesterol, etc., promovendo dias ou semanas específicos, nas quais, comcriatividade e com parcerias saudáveis e competentes, poderá privilegiar aqueles que são os clientes maisassíduos da farmácia, não esquecendo, nunca, de manter um cadastro atualizado deste público. Promoçõesdo tipo "pague 2 e leve 3", premiações, brindes, formas de pagamento facilitadas, sorteios, pontuações porvolume de compras, descontos, cartões de crédito, etc., são boas estratégias. Além destes temas, outros,como Semana (ou dia) da Maquiagem, da Depilação, do Bronzeamento, dos Cabelos, dos Cuidados com asMãos, com os Pés, etc., sempre em parceria com profissionais idôneos e capacitados. Outros assuntos quepoderão ser abordados, que têm pertinência com o tema relacionamento/gestão:- preços;- se uran a

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MARTINS, Petrônio G; LAUGENI, Fernando P. Administração da produção, 2 edição.São Paulo: Saraiva, 2006.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 2a.edição. São Paulo : Atlas, 2002.

Manual Prático de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. FIESP/CIESP – Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. São Paulo: FIESP, 2003

-- segurança;- legislação (*);- dicas de Arranjo Físico.(*) trabalhista, sanitária, ambiental, tributária, Código de Defesa do Consumidor.

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BANCO DE QUESTÕES, com as respostas certas assinaladas em VERMELHO – (podem mudar a ordem das respostas)

1. Assinale abaixo a definição mais correta e abrangente de arranjo físico de umaempresa:

a. É a distribuição otimizada do espaço físico disponível de uma empresa, com adisposição lógica de seus processos, para o bom desempenho de suasatividades e correto posicionamento de seus recursos;

 b. É o desenho de suas máquinas, equipamentos e ferramentas, prevendo a suamelhor utilização, com o menor esforço e fadiga por parte do trabalhador,

 privilegiando a sua produtividade.c. É a preocupação com o preparo físico de seus colaboradores, no exercício de

atividades físicas, prevenindo lesões e danos à sua integridade física e prejuízos à sua produtividade.

d. É o projeto e desenho de móveis, balcões, vitrines de uma empresa, para promover o conforto e bem-estar de seus funcionários, com vistas aosdesempenhos dos mesmos;

2. Assinale abaixo as frases que contém a principal vantagem de um bom arranjofísico:

a. Possibilitar à empresa atingir os objetivos com o menor investimento de capitalem instalações e espaços necessários.

 b. Distribuir os processos e suas atividades e tarefas independentemente da lógicaseqüencial para a execução correta e segura dos mesmos;

c. Projetar fluxos de material e pessoas de acordo com o imóvel disponível,

separando os departamentos, setores e secões.d. Maximizar o conforto de funcionários e colaboradores, visando sua saúde e seu bem estar social.

3. Existem quatro tipos básicos de arranjo físico. Assinale a que as contém, dentre asopções abaixo:

a. Hierárquico, linear, horizontal e por função. b. Por prioridade, por seqüência, fixo e móvel.c. Matricial, hierárquico, vertical e horizontal.d. Posicional, por produto, por processo e por células

4. Em se tratando de tipos de processos de manufatura, escolha abaixo a melhor definição de processo por projeto ou produto:

a. São os projetados para fabricar produtos de alta variedade e personalização,muitas vezes únicos, normalmente com prazos longos e início e fim bemdeterminados..

 b. São processos que compartilham os recursos com outros produtos, com tarefassimilares para confeccioná-los, mas diferenciados pelas especificações,com baixo grau de repetições..

c. Processos destinados à produção em alto volume e escala de produção de pouca variabilidade de produtos, com alta padronização e repetitividadede tarefas..

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d. Processos voltados à produção em escala maior do que por encomenda, mascom variação de especificações a cada lote de produtos, utilizadonormalmente para produtos organizados em “famílias”.

 5. Em se tratando de tipos de processos de manufatura, escolha abaixo a melhor 

definição de processo de produção em Lotes ou Bateladas:a. São os projetados para fabricar produtos de alta variedade e personalização,muitas vezes únicos, normalmente com prazos longos e início e fim bemdeterminados..

 b. São processos que compartilham os recursos com outros produtos, com tarefassimilares para confeccioná-los, mas diferenciados pelas especificações,com baixo grau de repetições..

c. Processos destinados à produção em alto volume e escala de produção de pouca variabilidade de produtos, com alta padronização e repetitividadede tarefas..

d. Processos voltados à produção em escala maior do que por encomenda, mas

com variação de especificações a cada lote de produtos, utilizadonormalmente para produtos organizados em “famílias”.

 6. A ergonomia é:

a. O estudo dos fatores psicológicos que influem no trabalho do ser humano, principalmente, na cadeia hierárquica de comando e de responsabilidades eautonomias.

 b. A análise dos processos e dos arranjos físicos globais, para adequá-los àsrestrições de trabalho do ser humano e dos recursos produtivos utilizadosna elaboração dos produtos e serviços.

c. A ciência que procura configurar, projetar e adaptar o trabalho ao homem,mediante a compreensão das interações do ser humano com os demaiselementos de um sistema de trabalho.

d. O estabelecimento dos limites do trabalho humano, considerando os fatores defadiga e da produtividade possíveis em determinado ambiente e processode manufatura.

7. A Medicina e Segurança no Trabalho são responsáveis pelos problemas:a. Referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de vida no

trabalho; b. Da saúde da sociedade em geral e das pessoas que trabalham em organizações

 públicas e privadas;c. De segurança dos cidadãos da comunidade onde se situa a empresa e dasatividades de saúde ocupacional;

d. Referentes ao bem estar dos trabalhadores e de seus familiares, com atividadesde lazer e de prevenção.

8. Assinale a frase abaixo que contém a afirmativa correta sobre os fatores ambientaisnos estudos ergonômicos do trabalho:

a. Os níveis de iluminação não interferem na produtividade dos trabalhadoresque utilizam a acuidade visual nas suas atividades.

 b. A acústica do ambiente de trabalho interfere no desempenho das pessoas

 podendo, acima de determinado nível de ruído, causar danos físicos.

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c. A utilização de cores no ambiente de trabalho se restringe às condiçõesestéticas, não interferindo no comportamento dos indivíduos.

d. A temperatura e umidade ambiente é indiferente no projeto de ambientes detrabalho

GABARITO:

1. a2. a3. d4. a5. d6. c7. a

8. b

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