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Sobre la inclusión

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ARTE EDUCAÇÃO INCLUSIVAA arte na inclusão de pessoas com deficiência física,

intelectual e sensorial

Por Adriana Medeiros, Ana Luiza Faro e Marcelo Ferreira

O curso Arte Educação Inclusiva foi premiado em primeiro lugar

em sua categoria no edital Pró-Artes Visuais 2012 – uma iniciativa da

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro por meio de sua Secretaria

Municipal de Cultura. Projeto este, realizado pelo GPEF Cultural, entre

os dias 1° de setembro e 24 de novembro de 2012, sendo o resultado de

um longo trabalho em equipe na busca por elaborar um curso capaz de

abordar diversas – e amplas – questões pertinentes à sociedade atual.

Primeiramente, trata-se de um olhar cuidadoso sobre a questão

da inclusão de alunos com deficiência em classes antes regulares do

ensino público. Por outro lado, o carater transdisciplinar das linguagens

artísticas, tão preciosas para a utilização em sala de aula e ainda tão

desconhecida por parte dos educadores de outras áreas.

Foi sobre esses dois pilares que se construíram as bases pedagógicas

do curso Arte Educação Inclusiva, desenvolvido com a principal missão de

desmistificar tanto a arte quanto o trabalho com deficientes, colaborando

assim, para a formação de profissionais do ensino mais seguros diante

dos desafios que se apresentam em seu dia-a-dia profissional.

Partindo dessas premissas, o primeiro módulo do curso, intitulado

“Inclusão: uma panorâmica”, iniciou a sequência de aulas com duas

palestras introdutórias ao tema. A primeira sobre a história da inclusão

e a segunda sobre inclusão em museus. Os outros quatro módulos

foram estruturados em dois momentos que se intercalavam: nas aulas

teóricas, profissionais especializados foram chamados para esclarecer

os principais pontos acerca das diversas deficiências; Nas aulas

práticas, a partir da discussão acerca das obras de quatro artistas,

os participantes desenvolveram objetos com o intuito de estimular

determinadas questões da sensibilidade humana, como a coordenação

motora fina e ampla, noção/localização espacial, tato e olfato.

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Esses quatro módulos balizaram-se, respectivamente, nas obras de

Lygia Clark, Portinari, Hélio Oiticica e Mestre Vitalino. Os objetos/obras

produzidos nesse processo resultaram, por fim, na exposição “O Mundo

dos Sentidos”, em cartaz na galeria “Espaço Experimental” do Centro

Municipal de Arte Hélio Oiticica entre os dias 10 e 18 de novembro,

período em que foi visitada por, aproximadamente, 300 pessoas, dentre

elas, grupos de cegos, surdos e deficiente intelectuais.

É importante destacar que os alunos do curso participaram não

apenas da confecção das obras expostas, como também montaram a

exposição, após uma aula teórica sobre curadoria educativa, ministrada

no dia 09 de Novembro.

O trabalho coletivo seguiu até o último encontro, dedicado à avaliação

do curso. Na presença do Coordenador do Projeto – Marcelo Ferreira, da

Supervisora de Educação Inclusiva – Adriana Medeiros e da Consultora

de Arte Educação – Ana Luiza Faro, os alunos puderam expressar suas

impressões positivas e negativas acerca do processo do curso, além de

participarem ativamente da elaboração do projeto do curso, proposto para

o próximo ano e da configuração deste livreto, resultado dos trabalhos em

2012.

Ficamos felizes em constatar que as manifestações dos participantes

foram, em sua maioria, positivas. Todos os profissionais convidados foram

amplamente elogiados pelos seus conhecimentos e profissionalismo. A

falta de tempo e suas conseqüências foram, no entanto, as reclamações

mais recorrentes. Isso não chegou a surpreender os realizadores do

curso, uma vez que estávamos cientes de que o corte de tempo decorrido

por diferentes fatores externos ao projeto prejudicaria seu planejamento

original.

A realização do último encontro nesses moldes foi uma grande

oportunidade de se esclarecer essas questões e nos retratar formalmente

frente aos participantes pelos eventuais contratempos. Não obstante,

constatamos ao longo do processo do curso, a enorme carência por

parte dos educadores de oportunidades de complemento de formação

semelhantes. A realização desse projeto mostrou-se, portanto, um grande

ganho para a sociedade em geral.

Durante as aulas, formou-se um espaço de troca de conhecimento e,

acima de tudo, de desmistificação da pessoa com deficiência. Muito além

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além

do compartilhamento do mesmo espaço, a inclusão está no cultivo de

um sentimento de pertencimento, em que as semelhanças que unem

todo o ser humano são postas em foco e trabalhadas em busca do

desenvolvimento conjunto de todos.

Sendo assim, a viabilização de cursos como este trás benefícios

em diversas instâncias: aos educadores, que têm a oportunidade de

alimentarem seus conhecimentos; aos seus alunos – deficientes ou não

– que receberão aulas diferenciadas; aos pais dos alunos, que terão

seus filhos desenvolvendo novas habilidades; ao Centro Municipal de

Arte Hélio Oiticica, que investe na formação de um público apreciador da

cultura e das artes; à Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio

de Janeiro, que contribui ativamente para a formação de uma sociedade

mais acessível.

______________________________________________________

Nas páginas que seguem, você poderá conferir alguns detalhes da

programação de cada encontro:

Encontro 1 e 2 - 01 de Setembro

Inclusão: Uma panorâmica

Palestra: A História da Inclusão.

Palestrante: Eline Silva Rodrigues

O tema trouxe questões da posição e condição do deficiente físico,

intelectual e sensorial na história social e sua introdução no espaço

educativo.

Palestra: Inclusão em Espaços expositivos.

Palestrante: Ana Fátima Berquó Carneiro Ferreira

A palestrante abordou questões sobre a inclusão e acessibilidade

em espaços expositivos e as ações desenvolvidas pelo setor educativo

dos museus e centros culturais para o atendimento aos vários tipos de

deficiências.

Encontro 3 e 4 - 15 de Setembro

Palestra: Lygia Clark: A exploração sensorial na deficiência intelectual

Palestrante: Luciene Laranjeira Rosário

Encontro abordou uma breve introdução sobre a vida e obra da

artista plástica Lygia Clark e os vários aspectos da deficiência intelectual.

Após apresentação, acompanhada de perguntas sobre o universo da

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deficiência intelectual, houve dinâmicas de grupo e atividades práticas

sobre a exploração e confecção de materiais plásticos - ponto, linha,

textura, superfície e volume - que estimulassem os sentidos.

Encontro 5 e 6 - 22 de Setembro

Palestra: Hélio Oiticica: O Desenvolvimento motor na deficiência

auditiva

Palestrante: Mariana Gonçalves Ferreira de Castro

Neste terceiro encontro abordou-se uma breve introdução sobre a

vida e obra do artista plástico Hélio Oiticica - destacando o período da

criação de performances - e as particularidades da deficiência auditiva.

Após e durante a apresentação houve várias perguntas sobre o universo

da deficiência auditiva. Em seguida foi sugerido a distribuição de grupos

para uma dinâmica com exercício sobre performance, onde a evolução

corporal e a coordenação motora ampla foram bastante exploradas.

Acompanhado as dinâmicas performáticas, os grupos criaram

parangolés sensoriais – utilizando tecidos com formatos de capas

e texturas diferentes. Essa atividade objetivava a interação com os

objetos criados através da estimulação à coordenação motora ampla e

o equilíbrio.

Encontro 7 e 8 - 29 de Setembro

Palestra: As Crianças de Portinari: A percepção espacial na

surdocegueira

Palestrante: Marcia Noronha de Mello

Neste encontro houve um breve relato sobre o artista Candido

Portinari e o período em que pintava as brincadeiras infantis. Associado

ao tema, a abordagem da deficiência sensorial, foi a definição sobre

surdocegueira.

Após primeiro momento de introdução sobre o artista e aspectos da

deficiência, foi sugerido uma dinâmica de grupo utilizando a exploração

das formas dos brinquedos existentes no universo infantil – pipas, piões,

bolas, pula cordas e bonecas - objetivando a memorização e apreensão

das formas de cada objeto. Após esta etapa, os alunos confeccionaram

vários bonecos de meia calça, utilizando jornais e tecidos de diferentes

texturas, objetivando estimular a percepção sinestésica, tátil e a memória.

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Encontro 9 e 10 - 20 de Outubro

Palestra: Mestre Vitalino: A percepção tátil e motora na deficiência

visual

Palestrante: Maria Clara Sant’Anna

A atividade iniciou com um breve relato sobre a vida do artista e as

propriedades terapêuticas encontradas na argila - como ela provoca a

transformação, estruturação e reconhecimento do deficiente visual.

Após a introdução do tema, foi sugerido que os alunos se dividissem

em grupos e memorizassem seu espaço de atuação antes de iniciarem

as atividades práticas, que se daria com os olhos vendados. Após está

dinâmica os alunos receberam peças de cerâmicas – confeccionadas

por alunos cegos do IBC – de diferentes formas e texturas para que

fossem memorizadas e reproduzidas através de uma releitura tátil. O

objetivo deste trabalho foi desenvolver a percepção tátil, coordenação

motora fina e a memória.

Ao término das atividades os grupos observaram e teceram sugestões

sobre os resultados plásticos criados por eles para atendimento ao

deficiente.

Encontro 11 - 09 de Novembro

Palestra: Curadoria Educativa

Palestrante: Janis Clémen

Neste encontro discutiu-se sobre os principais pontos e aspectos

do pensamento curatorial e sobre as bases do conceito curadoria

educativa.

Após a palestra, os participantes selecionaram os objetos produzidos

ao longo do curso e montaram a exposição segundo as demandas da

acessibilidade.

Assim, decidiu-se montar uma sala dedicada à expressão corporal,

onde ficaram os parangolés, inspirados em Hélio Oiticica e os bonecos

de meia, inspirados em Portinari. Na outra galeria foi dedicada à

percepção tátil e olfativa, onde ficaram os trabalhos inspirados em Lygia

Clark e Mestre Vitalino.

Coquetel de abertura da exposição “Mundo dos Sentidos” - 10 de Novembro

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Apresentação do grupo musical Moringas Sonoras

Projeto da Artista Plástica Clara Fonseca

Regente (Professora Voluntária): Alessandra Netto

Organização: Valéria Aparecida Pereira

Músicos: Ismael Marques, Joaquim Pedro Neto (Marrom), Luís

Ramos, Wanderley Rufino de Oliveira, Maria Ivoneide Soares, Maria

Cristina Galdino da Silva e José Carlos Lira.

É um grupo formado pelos alunos da reabilitação que frequentam a

oficina de cerâmica do IBC – Instituto Benjamin Constant, fruto do projeto

de construção em argila de moringas, que produzissem sons através de

um furo no bojo da peça.

Encontro 12 - 24 de Novembro

Tema: Reflexões [Im] Pertinentes

Condutoras do encontro: Ana Luiza Faro e Adriana Medeiros

Todo processo educativo só se consolida no diálogo e, por isso, o

último encontro do curso Arte Educação Inclusiva I foi exclusivamente

dedicado à troca de ideias e impressões, reflexão e análise dos caminhos

percorridos ao longo do curso.

Neste dia, os donos da palavra foram os participantes que puderam se

expressar acerca dos principais pontos de desenvolvimento do projeto:

conteúdo, qualidade, benefícios, falhas etc. Em suma, foi uma grande –

e preciosa - oportunidade de troca que nos aproximou do exercício da

alteridade, em que os pontos de vista puderam ser divididos e discutidos

abertamente.

Desta forma, construiu-se coletivamente tanto o teor do presente

material quanto algumas questões pertinentes à segunda edição do Arte

Educação Inclusiva - proposto para 2013.

Este encontro foi planejado para expressar aos participantes o

respeito que suas opiniões e suas experiências individuais merecem ter,

com a certeza de que o crescimento verdadeiro está na troca e na busca

por aprimorarmos nosso trabalho, tendo em elevado grau as demandas

dos educadores que se interessam por projetos como o Arte Educação

Inclusiva. Fechamos o curso felizes com o que conseguimos alcançar,

mas certos de que o processo educacional está sempre em aberto...

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Por uma sociedade inclusivaPor Eline Silva Rodrigues

O discurso em prol da construção de uma sociedade inclusiva,

com base na consigna “inclusão de todos” vem crescendo no mundo

principalmente nas últimas décadas. Nesse contexto, o conceito de

inclusão – que historicamente foi restrito a grupos específicos como, por

exemplo, o nomeado “pessoas com deficiência” ou minorias étnicas, tem

experimentado novas nuances e consequentemente maior visibilidade

social.

Em que pesem os recentes avanços pela superação de estados de

exclusão social, o desafio da inclusão de todos persiste. Os mecanismos

de banimento social e de perpetuação da condição de marginalidade em

que vive importante parcela da população brasileira, fato que compromete

a consecução do projeto de uma sociedade inclusiva. Nessa perspectiva,

não cabe mais falar de inclusão de grupos ou sujeitos específicos, mas

de um projeto que abarque a proposta de inclusão e participação de

todos.

Cabe enfatizar que a participação dos grupos sociais ditos excluídos, é

móbil essencial deste projeto de construção de uma sociedade inclusiva.

Possibilitar e incentivar o protagonismo de todos os atores envolvidos

neste projeto de construção de um mundo mais inclusivo pressupõe

mais do que valorizar a diversidade, mas, sobretudo, compreender a

diferença como possibilidade, oportunidade.

Avançamos neste ideal quando os valores de uma sociedade plural,

inclusiva e participativa são compreendidos como processos sociais

contínuos, repletos de rupturas, retrocessos e novos avanços. O respeito

à diversidade como valor implica em atitudes que levem da contemplação

à ação cotidiana.

Entretanto é necessário ir além da constatação de que somos todos

diferentes. É preciso localizar e corrigir as distorções minorando ou

eliminando os mecanismos produtores de desigualdade. Sociedade

inclusiva é uma sociedade para todos, independente de sexo, idade,

religião, origem étnica, orientação sexual ou deficiência; uma sociedade

não apenas aberta e acessível a todos os grupos, mas que estimula

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a participação; uma sociedade que acolhe e aprecia a diversidade da

experiência humana.

Inclusão em MuseusPor Ana Fátima Berquó

O acesso à informação, no mais amplo sentido, é acesso ao conhecimento, e este é vitalmente importante para nós não continuarmos sendo menosprezados e dependentes das pessoas que enxergam. Nós não precisamos de piedade nem de ser lembrados que somos vulneráveis. Precisamos ser tratados com igualdade e comunicação é a forma de realizar isto. (Louis Braille)

A sociedade contemporânea está cada vez mais sujeita ao domínio

do sentido da visão. O Museu como produto dessa sociedade ‘visual’

convida os visitantes a estabelecerem relação com o conteúdo exposto

através, principalmente, da exploração pelo sentido da visão. Ressalta-

se o caráter conceitual de instituição social voltada ao atendimento do

público, portanto, de caráter aberto que deve oferecer condições de

amplo acesso aos seus edifícios, suas coleções, seus outros espaços e

demais elementos musealizados, como ratifica a definição de Museu do

Estatuto do Conselho Internacional de Museus, The International Council

of Museums --- ICOM 1:

Instituição permanente, sem fi ns lucrativos, aberta ao público, a serviço de uma sociedade e de sua evolução, que adquire, conserva, pesquisa, comunica e expõe para fi ns de estudo, educação e lazer os testemunhos do homem e do seu meio-ambiente (grifo nosso).

As pessoas com deficiência visual, portanto, têm sido gradativamente

excluídas de atividades e manifestações culturais nestes espaços,

contrariando um dos direitos básicos de cidadania, que se refere à

igualdade de oportunidades de acesso à informação.

O Museu, para fazer valer o que lhe compete, pode disponibilizar a

1 Criado em 1946, o ICOM é uma Organização não-governamental que mantém relações formais com a UNESCO, executando parte de seu programa para museus, tendo status consul vo no Conselho Econômico e Social da ONU. Disponível em:< h p://www.icom.org.br/index.cfm?canal=icom> Acesso em: 10 de agosto 2012.

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Informação Especial, aplicada ao recurso da Áudio-descrição, consistindo

tal modelo informacional em adaptações para que este segmento de

público seja incentivado a participar e desfrutar de oportunidades tal qual

as pessoas sem deficiência.

Uma sociedade inclusiva não acontece de um momento para o outro,

assim também um Museu para todos, mas é preciso começar o processo

de modo a reunir o maior número de instituições.

Lygia Clark: A exploração sensorial na deficiência intelectual

Por Adriana Medeiros

A deficiência intelectual é a redução do funcionamento cognitivo.

Como tal, assume um vasto e complexo número de quadros clínicos,

mas tem como característica real a insuficiência do desenvolvimento

mental.

As pessoas com este tipo de deficiência se diferem por suas

características mentais, sensoriais, neuromotoras ou físicas, seu

comportamento social e suas capacidades de comunicação. Podendo

ser classificada em diagnósticos como leve, moderada, severa ou

profunda. Esta forma de classificação é estabelecida por um diagnostico

de coeficiente de inteligência (QI).

O reconhecimento desta deficiência é feito a partir da observação

no atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e na dificuldade no

aprendizado. No entanto, para que o diagnostico se efetive, é necessário

que haja uma série de sinais associados, a partir dos quais se confirme

a deficiência intelectual. O diagnostico deve ser feito por uma equipe

multidisciplinar, composta por pelo menos um fonoaudiólogo, um

terapeuta ocupacional, um psicólogo e um médico.

As crianças com atraso cognitivo precisam de mais tempo para

apreender o conhecimento, ou seja, aprender a falar, a caminhar e as

competências necessárias para cuidar de si, tal como comer e vestir-se

de forma autônoma.

Várias outras síndromes também fazem parte da deficiência

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intelectual, como: Down, Angelman, Rubinstein-Taybi e Lennox-Gastaut.

Ao trabalharmos com os deficientes intelectuais devemos garantir que

eles tenham uma vida normal, proporcionando-lhes meios adequados de

inclusão e adaptação para uma vida feliz. Isso implica o comprometimento

em viabilizarmos a estas pessoas um tratamento igualitário, onde a arte

pode proporcionar estímulos ao seu desenvolvimento global, ressaltando

suas potencialidades.

Hélio Oiticica: O Desenvolvimento motor na deficiência auditiva

Por Adriana Medeiros

Deficiência auditiva é o nome usado para indicar a perda profunda,

moderada ou leve da audição, ou seja, a capacidade de escutar os sons.

Essa deficiência pode ser congênita ou causada posteriormente por

algum tipo de doença.

A perda desta capacidade sensorial pode ser devida a alguma

anomalia no ouvido interno, médio e externo, podendo ser unilateral ou

bilateral, afetando um ou ambos os ouvidos e variando em graus e níveis.

Durante muito tempo acreditava-se que as pessoas que tinham este

tipo de deficiência também apresentavam déficit de inteligência. Com a

inclusão dos surdos na educação, compreendeu-se que a dificuldade no

desenvolvimento da inteligência nessas pessoas era devido à falta de

estimulo na comunicação entre surdos e ouvintes.

O desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho

de ensino das línguas orais permitiu aos surdos os meios de

desenvolvimento de sua inteligência. No Brasil temos a LIBRAS (Língua

Brasileira de Sinais), língua gestual usada pela maioria dos surdos e

tem em sua modalidade de articulação, o saber visual-espacial. Assim,

para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer os sinais: é

necessário conhecer a sua gramática e combinar as frases para poder

estabelecer uma comunicação.

Para se efetivar uma comunicação através da língua de sinais, é

necessária a combinação das configurações das mãos, dos movimentos

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do corpo e a expressão facial. Dessa forma, a Libras se apresenta como

um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de

comunidades de pessoas surdas do Brasil.

A língua de sinais associada ao fazer arte, permite ao aluno surdo a

exploração e desenvolvimento motor amplo, a expressividade de gestual

e a evolução corporal performática associada, no curso Arte Educação

Inclusiva, ao trabalho do artista plástico Hélio Oiticica.

As Crianças de Portinari: a percepção espacial na surdocegueira

Por Marcia Noronha Mello

A surdocegueira é atualmente reconhecida como uma DEFICIÊNCIA

ÚNICA. Sua privação é MULTISENSORIAL – uma vez que abrange

o comprometimento ou mesmo a perda total de dois importantes

sentidos: visão e audição. O grande impacto da surdocegueira se dá

na comunicação, na percepção do espaço onde a pessoa está inserida,

levando-a a um profundo isolamento social, que se inicia muitas vezes

na família.

Na surdocegueira são reconhecidos dois grandes grupos: os

chamados congênitos, pré-linguísticos2 e os pós-linguísticos cujo domínio

de uma linguagem permite uma melhor comunicação e mesmo uma boa

escolarização, desde que sejam disponibilizados os recursos humanos

e de tecnologia assistiva adequados.

No atendimento educacional ou de reabilitação de pessoas com

surdocegueira a estimulação dos sentidos remanescentes é o primeiro

passo para o desenvolvimento de suas capacidades, habilidades e até

mesmo identidade.

A preocupação em conciliar o acesso à cultura e ao mesmo tempo

trabalhar os conceitos de orientação e mobilidade, localização espacial,

movimento e percepção corporal, me levou a participar do presente

projeto, levando a minha experiência profissional a professores de

diferentes áreas interessados na inclusão efetiva desta população.

2 Pré-linguismo: a perda sensorial se dá antes da aquisição de linguagem, seja ela oral ou gestual.

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Mestre Vitalino: A percepção tátil e motoraPor Maria Clara Sant’Anna

Para trabalhar com cerâmica o indivíduo não precisa de um alto grau

de instrução ou especialização. A argila é um material maleável e permite

que, no seu manuseio, as pessoas deficientes visuais possam, aos

poucos, expressarem suas individualidades e subjetividade. Isso, devido

ao fato de que o manuseio da argila e o simples contato com as técnicas

básicas de construção da cerâmica constituem um canal privilegiado de

expressão dos sentimentos e sensações humanas.

Da mesma forma, ao criarem objetos utilitários, figuras humanas,

animais, cenas do cotidiano e objetos que expressam a fé e as crenças,

eles terão a chance de experimentar um processo milenar e universal,

integrante do desenvolvimento de todos os povos.

O ‘fazer cerâmico’ proporciona aos deficientes visuais oportunidades

raras do ponto de vista terapêutico-ocupacional, uma vez que a prática

da cerâmica engendra uma série de possibilidades, como a descoberta

de vocações e talentos e da comprovada melhoria das pessoas com

outras necessidades especiais além da cegueira.

Algumas adaptações podem ser feitas nas ferramentas usuais para

o trabalho com a argila, de forma a não afastar as mãos do objeto que

está sendo confeccionado, o que dificultaria a identificação. Podem ser

utilizadas moedas para trabalhar o interior das peças e recortes de cartões

de crédito para o lado externo. Já a decoração, pode ser feita com pintura

a dedo com argilas coloridas, em vez do uso do pincel. Desta maneira,

intensifica-se o contato direto entre o objeto e as mãos do escultor.

O instrutor deve estar sempre aprendendo a lidar com as limitações de

seus alunos que trabalham com a memória visual ou com a imaginação

da experiência tátil quando cego de nascença. Nossas limitações são

berrantes diante da liberdade com que as pessoas cegas criam. Sem

uma preocupação estética, eles exercem plenamente a sua criatividade.

A melhora da qualidade de vida, a inclusão social, o aumento da

autoestima e a integração no meio familiar, são consequências naturais

do trabalho com cerâmica, que ainda colabora com o movimento das

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seu processo de cidadania.

Mundo dos Sentidos - Arte Educação InclusivaEntrelaçamentos, silêncios e ruídos

Por Janis Clémen

Curadora

Uma frase que me acompanha já há algum tempo, novamente ecoa

em meus pensamentos; me apropriei desta fala durante uma aula, com

um grande mestre, que disse assim: “O espaço expositivo é como um texto, e nós na prática desse espaço somos leitores, somos afetados pelas obras”.

É interessante pensar que toda organização de uma exposição tem

sua genealogia, suas características intrínsecas, algumas silenciosas,

outras ruidosas. Quantas pessoas estiveram envolvidas em diferentes

ações para que possamos usufruir de tal espaço? Artista, produtores,

curador, assistentes... dentre outros, o trabalho de todas estes, juntos ou

separadamente, deu forma ao conjunto expositivo.

São muitos os elementos que configuram a complexidade de

uma exposição, e cada um destes é dado a ser lido, contextualizado,

questionado. Quando nos referimos ao termo ‘leitura’, estabelecemos

que existe um processo de significação e assim uma possível construção

de sentido, quer para uma única obra de arte ou toda uma exposição.

Um mundo de experiências a serem inauguradas pulsa no ambiente.

“É fundamental, contudo, partirmos de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade, que o faz ser o ente de relações que é”. (FREIRE, Paulo. Educação como Prática de Liberdade.

Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.)

Ler, sentir, decifrar, entender, interpretar... para criar sentido é preciso

se colocar em relação com o mundo no qual estamos imersos e com

aqueles com quem compartilhamos espaços-tempo, sermos afetados

pelo que coexiste a nós, deixar que algo nos aconteça, que as coisas

Page 16: Arte Educação Inclusiva 2012 - Livro Em PDF

nos toquem, do contrário apenas teremos tido um simples contato.

Mundo dos Sentidos só se desenhou dessa maneira por causa

da participação de cada indivíduo envolvido nas diversas etapas que

compuseram o ‘Arte Educação Inclusiva’.

No encontro que resultou na exposição, conversamos sobre as

razões que nos levam a escolher certas configurações dos espaços de

nossas casas, de como os lugares sociais determinam nossos corpos,

nossos movimentos e percursos. Pensamos em sugerir um ambiente

que acolhesse a cada pessoa em sua pluralidade e particularidade. Ao

mesmo tempo em que se apresentasse como um convite para vivenciar e

experimentar os objetos, coabitando e tornando cada signo ‘legível’. Uma

complexidade da qual todos fazemos parte.

“O que é a complexidade? [...] é um tecido de constituintes heterogêneas inseparavelmente associadas: ela coloca o paradoxo do uno e do múltiplo. [...] A complexidade é efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações, acasos, que constituem nosso mundo fenomênico. Mas então a complexidade se apresenta com os traços inquietantes do emaranhado, do inextricável, da desordem, da ambiguidade, da incerteza...”. ((MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento

complexo. Porto Alegre: Sulina, 2011.)

E – para suspender minhas reflexões por hora – gostaria de propor

que tenhamos sempre em consideração que é através da experiência,

da construção de conhecimentos em arte e outros campos do saber, que

adquirimos ferramentas para compreender o mundo.

PREFE

PrefeitEduard

Vice-PCarlos

SecretEmilio

Chefe Rita de

SubseWalter

SubseRosem

AssesPedro

AssesRobert

CoordRobso

GerentSônia G

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PREFEITURA

Prefeito da Cidade do Rio de JaneiroEduardo Paes

Vice-PrefeitoCarlos Alberto Vieira Muniz

Secretário Municipal de CulturaEmilio Kalil

Chefe de GabineteRita de Cássia de Samarques Gonçalves

Subsecretário de CulturaWalter Santos Filho

Subsecretária de GestãoRosemary Fernandes Lessa Vidal

Assessor de Assuntos EstratégicosPedro Igor Alcântara

Assessor de ComunicaçãoRoberto Blattes

Coordenador de Museus, Centros Culturais e Artes VisuaisRobson Bento Outeiro

Gerente de Centros CulturaisSônia Gentile

Gerente de MuseusAndréa Falcão

CENTRO MUNICIPAL DE ARTE HÉLIO OITICICA

GerenteBrenda Coelho Fonseca

AdministraçãoCarmen Gloria R. P. Santos

Lenice dos Santos Lima

Page 18: Arte Educação Inclusiva 2012 - Livro Em PDF

MUNDO DOS SENTIDOS

CuradoriaJanis Clémen

Coordenador GeralMarcelo Ferreira

Coordenadora de MontagemAdriana Medeiros

Coordenadora PedagógicaAna Luiza Faro

Arte EducadoresÂngelo Mello da Silva

Eduardo Costa da Silva

MontagemDurvelina Simon, Luciana Tavares dos Santos, Monica Nogueira de Freitas, Paulo César

da Motta Nunes e Verônica Aparecida Pinto Lima.

LIVRO – ARTE EDUCAÇÃO INCLUSIVA30 de Novembro de 2012

Coordenação Geral do LivroMarcelo Ferreira

Coordenação Editorial e PesquisaAdriana Medeiros e Ana Luiza Faro

Consultoria EditorialRafael Sant’Anna Meyer

TextosAdriana Medeiros, Ana Fátima Berquó Carneiro Ferreira, Ana Luiza Faro, Eline Silva

Rodrigues, Janis Clémen, Marcelo Ferreira, Marcia Noronha de Mello, Maria Clara

Sant’Anna

Diagramação

Caroline Vance

Colaboração

Andrea Panaro Ramos, Angelo Mello da Silva, Cecília Xavier Carvalho, Charles do

Carmo

Juliana

Lucian

Pereira

Abranc

ARTE

CoordMarcel

SupervAdriana

ConsuAna Lu

AssistRafael

PalestAna Fá

Eline S

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Maria C

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DesignCarolin

FotógrMárcio

MoringProjeto

Regen

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Músico

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César

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Carmo Vicente, Fabiana Falcão de O. Cruz, Gabriela Costa Cabral, Joceli Morais,

Juliana Peixoto Magalhães, Kizzy Emanoelle Cesário da Silva, Livia Silva de Jesus,

Luciana Tavares dos Santos, Maria Adelina Di Mari Salles, Maria de Lourdes Morais

Pereira, Monica Nogueira de Freitas, Nilza Cristina de Sousa Culmant Ramos, Roberta

Abranches, Roberto Viana Alfaia, Verônica Aparecida Pinto Lima e Viviane Santos.

ARTE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Coordenador do ProjetoMarcelo Ferreira

Supervisora de Educação InclusivaAdriana Medeiros

Consultora de Arte EducaçãoAna Luiza Faro

Assistente de ProduçãoRafael Sant’Anna Meyer

PalestrantesAna Fátima Berquó Carneiro Ferreira

Eline Silva Rodrigues

Luciene Laranjeira Rosário

Marcia Noronha de Mello

Maria Clara Sant’Anna

Mariana Gonçalves Ferreira de Castro

Designer Arte GráficaCaroline Vance

FotógrafoMárcio dos Santos

Moringas SonorasProjeto da Artista Plástica Clara Fonseca

Regente (Professora Voluntária): Alessandra Netto

Organização: Valéria Aparecida Pereira

Músicos: Ismael Marques, Joaquim Pedro Neto (Marrom), Luís Ramos, Wanderley Rufino de

Oliveira, Maria Ivoneide Soares, Maria Cristina Galdino da Silva e José Carlos Lira

www.facebook.com/Curso.ArteEducacaoInclusiva

Colaboradores

Page 20: Arte Educação Inclusiva 2012 - Livro Em PDF

Apoio: Realização:

Centro Municipal de Arte Hélio Oi cicaRua Luís de Camões, 68 - Centro

Rio de Janeiro - RJTel.: (21) 2242-1012

www.facebook.com/CMA.HelioOi cica