18
Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves 1 Nome: ___________________________________________________nº ______ Série _________ Apostila de ARTE do segundo semestre de 2018. ARTE PALEOCRISTÃ Os primórdios de uma Arte Cristã identificável podem ser rastreados até o fim do segundo século e no início do terceiro século. Considerando-se as proibições do Antigo Testamento contra imagens esculpidas, é importante considerar porque Arte Cristã foi desenvolvida em primeiro lugar. O uso de imagens será uma questão de continuar na história do cristianismo. A melhor explicação para o surgimento da Arte Cristã na Igreja primitiva é devido às imagens, um importante papel desempenhado na cultura greco-romana. Como o cristianismo ganhou convertidos, esses novos cristãos haviam sido criados no valor de imagens em sua experiência cultural anterior e queriam continuar este em sua experiência cristã. Por exemplo, houve uma mudança nas práticas de sepultamento no mundo romano longe de cremação. Fora das muralhas da cidade de Roma, adjacente às principais estradas, catacumbas foram cavados no chão para enterrar os mortos. Catacumba Famílias teriam câmaras ou Cubicula escavado para enterrar seus membros. Romanos ricos também teriam sarcófagos de mármore ou túmulos esculpidos por seu enterro. Catacumbas cristãs foram escavados frequentemente adjacente aos não-cristãos, e sarcófagos de imagens cristãs eram aparentemente popular com os cristãos mais ricos. Antes de o imperador romano Constantino ter legalizado o cristianismo no ano de 313, a perseguição aos seguidores de Jesus era grande, obrigando-os a praticarem seu culto escondidos, geralmente em catacumbas, onde os arqueólogos encontraram registros de sua presença. Assim, o termo arte paleocristã, ou paleocristianismo, não se refere propriamente a um estilo, mas a todas as formas artísticas produzidas por ou para cristãos, durante o Império Romano do Ocidente. Arte Paleocristã – História A arte paleocristã como expressão simples e simbólica, originou- se dos cristãos, seguidores dos ensinamentos de Jesus Cristo. SURGIU ENTÃO A ARTE CRISTÃ PRIMITIVA. Com o nascimento de Cristo, uma nova era ameaçou os romanos, desencadeando a perseguição aos cristãos e seu “Rei Espiritual” e “Profeta”. Esta fase de perseguição ficou registrada nas catacumbas (cemitérios subterrâneos) onde os cristãos celebravam seus cultos. Estas catacumbas se localizam em Roma e as pinturas simbólicas expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens bíblicas, Jesus, o Pastor e seus seguidores. Podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, próximas de Roma. A perseguição aos cristãos levou três séculos até que o Imperador Constantino reconheceu o Cristianismo, dando início à segunda fase da arte paleocristã que envolveu a utilização das basílicas cedidas pelos romanos aos cristãos para suas celebrações. A arte dos mosaicos utilizada nas basílicas expressava as passagens do Antigo e Novo Testamento e também apareceram nos mausoléus e sarcófagos usados pelos cristãos mais ricos. PINTURA A pintura paleocristã é bastante escassa e totalmente simbólica. Restaram alguns afrescos, encontrados nos muros das catacumbas; seus temas eram sempre baseados no Cristianismo, podiam representar orações, figuras humanas e de animais, símbolos cristãos e passagens dos Evangelhos e cenas típicas da vida religiosa da época.

ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

  • Upload
    ledien

  • View
    225

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

1

Nome: ___________________________________________________nº ______ Série _________

Apostila de ARTE do segundo semestre de 2018.

ARTE PALEOCRISTÃ

Os primórdios de uma Arte Cristã identificável podem ser rastreados até o fim do segundo século e no início do terceiro século. Considerando-se as proibições do Antigo Testamento contra imagens esculpidas, é importante considerar porque Arte Cristã foi desenvolvida em primeiro lugar.

O uso de imagens será uma questão de continuar na história do cristianismo. A melhor explicação para o surgimento da Arte Cristã na Igreja primitiva é devido às imagens, um importante papel desempenhado na cultura greco-romana. Como o cristianismo ganhou convertidos, esses novos cristãos haviam sido criados no valor de imagens em sua experiência cultural anterior e queriam continuar este em sua experiência cristã. Por exemplo, houve uma mudança nas práticas de sepultamento no mundo romano longe de cremação. Fora das muralhas da cidade de Roma, adjacente às principais estradas, catacumbas foram cavados no chão para enterrar os mortos.

Catacumba Famílias teriam câmaras ou Cubicula escavado para enterrar seus membros. Romanos ricos também teriam sarcófagos de mármore ou túmulos esculpidos por seu enterro. Catacumbas cristãs foram escavados frequentemente adjacente aos não-cristãos, e sarcófagos de imagens cristãs eram aparentemente popular com os cristãos mais ricos. Antes de o imperador romano Constantino ter legalizado o cristianismo no ano de 313, a perseguição aos seguidores de Jesus era grande, obrigando-os a praticarem seu culto escondidos, geralmente em catacumbas, onde os arqueólogos encontraram registros de sua presença.

Assim, o termo arte paleocristã, ou paleocristianismo, não se refere propriamente a um estilo, mas a todas as formas artísticas produzidas por ou para cristãos, durante o Império Romano do Ocidente. Arte Paleocristã – História A arte paleocristã como expressão simples e simbólica, originou-se dos cristãos, seguidores dos ensinamentos de Jesus Cristo.

SURGIU ENTÃO A ARTE CRISTÃ PRIMITIVA. Com o nascimento de Cristo, uma nova era ameaçou os romanos, desencadeando a

perseguição aos cristãos e seu “Rei Espiritual” e “Profeta”. Esta fase de perseguição ficou registrada nas catacumbas (cemitérios subterrâneos) onde os

cristãos celebravam seus cultos. Estas catacumbas se localizam em Roma e as pinturas simbólicas expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens bíblicas, Jesus, o Pastor e seus seguidores. Podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, próximas de Roma.

A perseguição aos cristãos levou três séculos até que o Imperador Constantino reconheceu o Cristianismo, dando início à segunda fase da arte paleocristã que envolveu a utilização das basílicas cedidas pelos romanos aos cristãos para suas celebrações.

A arte dos mosaicos utilizada nas basílicas expressava as passagens do Antigo e Novo Testamento e também apareceram nos mausoléus e sarcófagos usados pelos cristãos mais ricos.

PINTURA A pintura paleocristã é bastante escassa e totalmente simbólica. Restaram alguns afrescos,

encontrados nos muros das catacumbas; seus temas eram sempre baseados no Cristianismo, podiam representar orações, figuras humanas e de animais, símbolos cristãos e passagens dos Evangelhos e cenas típicas da vida religiosa da época.

Page 2: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

2

ESCULTURA A escultura se destaca mais por seu significado e simbolismo do que pelas formas e é

encontrada nos sarcófagos. Baixos relevos de pouca qualidade transmitem a espiritualidade. Suas figuras dão ênfase às cabeças, que seriam para eles o centro da espiritualidade. Existem poucas estátuas e quase sempre representavam o Bom Pastor. As decorações dos sarcófagos compreendiam cenas em sequência, personagens entre colunas e um medalhão central.

ARTE PALEOCRISTÃ ARQUITETURA A arquitetura paleocristã foi simples e caracterizada pela simbologia das passagens da Bíblia.

Destacamos numa primeira fase catacumbas e cemitérios subterrâneos em Roma para celebração de cultos cristãos. Catacumbas cristãs, Roma Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Domitila e Santa Priscila. Com a legalização do Cristianismo, surgem as basílicas, edificações enormes com 3 naves e um portão principal na fachada, destinadas ao comércio e assuntos judiciais. Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para os cultos cristãos. As basílicas cristãs foram revestidas com mosaicos contando passagens do Antigo e Novo Testamento. Os mausoléus e sarcófagos, utilizados pelos mais ricos, também receberam esse mesmo material.

ARQUITETURA PALEO-CRISTÃ A Arquitetura Cristã primitiva surge enquanto os romanos desenvolviam sua arquitetura

colossal e espalhavam um estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas. A primeira fase da arquitetura paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos devido a perseguição. Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma.

Com a legalização do Cristianismo pelo Imperador Constatino deu-se o início à 2a fase da arte paleocristã: a fase basilical. Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado “Basílica” (origem do nome: Basileu = Juíz), lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal.

Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles pudessem usar como local para as suas celebrações.

Os mosaicos, muito utilizados pelos gregos e romanos, foram o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos eram decorados com relevos usando imagens de passagens bíblicas. As primeiras igrejas cristãs erigidas em Roma adotaram o modelo da basílica romana, que melhor atendia à necessidade de reunir um grande número de fiéis.

A de São Pedro, em Roma, construída em 324, era um exemplo clássico: corpo de cinco naves posteriormente se popularizaria a construção de três com teto de madeira, em que a nave central terminava numa outra, perpendicular ou transepto. Quando está possuía a mesma largura que a primeira, denominava-se cruzeiro.

Depois deste, no eixo da nave principal abria-se uma abside, espaço semicircular abobadado que abrigava o altar. Todo o recinto, que não era ornamentado e deixava à vista os materiais de construção, era precedido por um vestíbulo ou nártex e um átrio. Sua estrutura permitia realçar a abside, onde as

Page 3: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

3

naves laterais diminuíam progressivamente de altura em relação à central. Seria está a origem da planta de cruz latina, na qual o transepto dividia a nave central em dois braços desiguais, e que seria a mais empregada em Roma. Os limites cronológicos da arte bárbara situam-se entre os séculos V e VIII e fazem parte de suas influências a arte germânica da Idade do Bronze, a arte céltica da Idade de La Tène e a arte paleocristã. A partir do Bronze Médio, a arte germânica apresentava características uniformes, percebidas em manifestações artísticas próprias da ornamentação, sobretudo quando aliadas ao uso individual: instrumentos musicais, enfeites femininos, joias, armas, vasos e sepulturas. Não havia, entre as tribos germânicas, artesãos especializados; a maior parte destes ofícios era praticada como trabalho doméstico e não recorriam às representações plásticas naturalistas da figura humana. A arquitetura também não era privilegiada pelos invasores, devido ao seminomadíssimo destes povos. Enquanto a arte romana era inspirada pelo ideal do Estado, a arte bárbara era individualista. Os visigodos empregavam incrustações policrômicas em metais, sobretudo em produções de caráter ornamental. Arnold Hauser, em seu História Social de La Literatura y El Arte (1969, p. 192) estabelece ligações entre a arte dos povos germânicos e a futura arte gótica: conforme o autor, há um “goticismo secreto” comum às duas modalidades artísticas, que consiste na tensão de um jogo abstrato de forças. Os artistas visigodos trabalhavam o metal e a madeira com motivos geométricos.

Os desenhos representavam triângulos e círculos trançados. No entanto, além da influência visigoda citada por Hauser, a arte sofreu as consequências de uma série de invasões, sobretudo na França, onde a História está ligada a grandes movimentos migratórios: visigodos, francos, celtas, normandos, árabes, invasões pacíficas dos comerciantes sírios, constituição do império carolíngio, dentre outros.

Os povos germânicos já traziam consigo técnicas dos povos nômades da Ásia oriental e central, como os citas, sármatas e hunos. Muito antes do aparecimento das catedrais góticas, os primeiros templos cristãos, surgidos por volta do ano de 391, concorriam com as religiões pagãs. A arte paleocristã, um misto das artes oriental e greco-romana, surgiu quando os cristãos ainda sofriam perseguições violentas. Os primeiros artistas, acostumados às figuras extremamente reais da arte greco-romana, impressionaram-se com a religiosidade característica da arte oriental.

Os ícones, por exemplo, que sempre ocuparam lugar de destaque na arte religiosa, derivam dos retratos funerários egípcios.

ARTE PALEOCRISTÃ O Triunfo do Cristianismo Da Intolerância à Tolerância O contexto muda em finais do séc. III

quando as invasões bárbaras fragilizam o Império. Com o objetivo de restaurar a unidade moral, certos imperadores como Décio, Valeriano e Galério ordenam a perseguição sistemática dos cristãos, considerados subversivos. Os seus éditos são, no entanto, muito desigualmente aplicados, sobretudo na Gália, onde Constantino os ignora completamente. De 305 a 313, as perseguições alternam com éditos de tolerância pois a clientela Cristã torna-se o prémio das lutas pelo poder que os senhores de um império dividido em quatro, travam entre si: assiste-se a uma reviravolta do próprio Galério, cujo sobrinho continua, no entanto, a aplicar no Oriente uma política repressiva. Para pôr fim às perseguições os augustos Constantino filho de Constâncio Cloro e Licínio decidem reconhecerem todo o Império a liberdade de consciência e a paz religiosa.

Quando mais tarde, Constantino pretende eliminar Licínio, inaugura uma política realmente favorável aos Cristãos. Ao tornar-se, finalmente, único imperador, em 324, promulga a liberdade de culto e estabelece entre o Paganismo oficial e a nova religião um compromisso vantajoso para esta última: são postos entraves aos cultos pagão e judaico, os bens confiscados são restituídos às igrejas, os sacerdotes usufruem de um regime de exceção.

A Igreja sob o Poder do Imperador O Império torna-se cristão na pessoa dos imperadores. Os sucessores de Constantino, criados na fé cristã, são cada vez mais hostis ao paganismo, fora algumas

Page 4: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

4

exceções como Juliano Tradições diferentes opõem a igreja latina do Ocidente à igreja Grega do Oriente, particularmente no que respeita a fixar a data da Páscoa. A crise mais grave é provocada pelo Bispo Ario, que, ao negar a divindade de Cristo, inaugura um século de controvérsias.

O conflito doutrinal é assim politizado, e a tendência do Império para sacralizar o poder vê-se reforçada. Nos concílios, o imperador apresenta-se como o “Bispo do Exterior”. Em contrapartida, o Bispo de Roma desempenha um papel bem apagado e, a com exceção de Dâmaso, são raros os papas com alguma envergadura. A Morte do Paganismo A “Paz da Igreja” inaugura um período de assimilação e de penetração mais que de expansão.

O triunfo oficial do Cristianismo marca a paisagem urbana com a construção de igrejas públicas monumentais que recuperam o plano com várias naves das “Basílicas” judiciárias. A corte, e depois toda a aristocracia, são conquistadas pela Fé Cristã.

No Séc. IV, que vê o Imperador abraças oficialmente a nova religião, as conversões fazem-se em massa. Muitas relevam, porém, do oportunismo uma vez que o poder, tanto político como intelectual é cristão assim, mais vale adoptar a mesma religião que ele. Paralelamente, faz-se a conquista dos campos.

O encerramento dos Templos Pagãos é inevitável e faz-se gradualmente, Graciano estabelecerá a separação do Estado e do Paganismo, iniciando uma política repressiva com a sua lei sobre os apóstatas. Teodósio proibirá os ritos pagãos, as últimas festas pagãs têm lugar na Grécia, em 394 – 396.

AS PERSEGUIÇÕES As primeiras perseguições graves contra os cristãos foram desencadeadas no tempo de Nero.

Supõem-se que esse imperador tenha ordenado, no ano de 64, que se incendia Roma para depois culpar os cristãos.

Em vários períodos posteriores, os cristãos forma tratados como inimigos públicos, pois não queriam participar no culto imperial. Muitos sofreram na arena do circo uma morte sangrenta na luta contra as feras. Em Roma, no tempo da perseguição, os cristãos tiveram que viver praticamente sob a terra. As chamadas catacumbas eram originariamente túmulos escavados sob uma colina; que com o tempo, converteram-se numa rede de galerias com vários andares, em cujas paredes enterravam-se os mortos em filas de nicho, as catacumbas dizem-nos muito acerca do espirito das comunidades que as patrocinaram.

O ritual funerário e a proteção das sepulturas eram de fundamental importância para os cristãos primitivos, cuja fé assentava na esperança de uma vida eterna no Paraíso. Era também nas catacumbas que os cristãos se refugiavam durante as perseguições de que eram objeto.

A ICONOGRAFIA A iconografia das catacumbas, exprime claramente uma perspectiva ultraterrena, embora as

formas continuem a ser essencialmente as mesmas da decoração parietal pré-cristã. A divisão do teto em compartimentos é um eco tardio e altamente simplificado dos motivos arquitetônicos em trompe-l’oeil.

O modelado das figuras e os fundos paisagísticos revelam o mesmo vocabulário romano, onde o pintor utilizava esse léxico tradicional para traduzir um novo conteúdo, simbólico. Até o enquadramento geométrico, onde os tetos e as paredes estão divididos por bandas vermelhas, pardas ou verdes, em forma de festões participam nessa mesma tarefa, assim e com essa mesma função simbólica o grande círculo (onde está inscrita a cruz) evocando a cúpula celeste. Numa imagem poderíamos ver um jovem pastor, com uma ovelha aos ombros, numa atitude que já vinha da escultura arcaica grega, o Bom Pastor que dá a vida pelo o seu rebanho.

É evidente que, para os cristãos, este pastor representava Cristo, pastor do seu rebanho. Do mesmo modo que o Pescador também evocava Cristo, pescador de homens. Também o peixe foi utilizado como criptograma para designar cristo, já que as primeiras letras da tradução grega das

Page 5: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

5

palavras ” Jesus Cristo, filho do Deus salvador” correspondiam ao termo grego ichtus, que significa peixe. Outras figuras como pavão revelam uma alma simbólica, esta é uma ave de luxo, e representa, para uns e outros, um lugar de permanência, cheio de amenidade, que se deseja vir a ser o de quem morre. As plantas e flores foram também adoptadas pelos cristãos.

Algumas das pinturas mais antigas das catacumbas romanas são de um estilo ilusionista, com uma ligeireza de toque e com uma elegância de desenho que recordam as melhores pinturas de Pompeia e Roma.

A ARQUITETURA No momento em que Constantino decidiu conceber aos cristãos liberdade de culto e de

propagação da sua fé, houve uma profunda mudança na própria arte cristã. Pois estes deixaram de viver num mundo subterrâneo e distante dos olhares dos não crentes, assim, como da noite para o dia os fiéis, que até á altura não tinham podido reunir-se abertamente para celebrar o culto em público, sendo as cerimónias religiosas celebradas às escondidas nas casas dos fiéis mais abastados, e nas já referidas catacumbas.

Agora a sua fé, até então perseguida, transforma-se em religião lícita. Saindo da semiclandestinidade para fazer a sua entrada pública em todos os diversos terrenos da vida pública e intelectual. Para tal, foi preciso criar um novo sistema Arquitetural para celebrar a fé cristã, agora oficialmente reconhecida, de modo que a própria Igreja se tornasse visível a toda a gente. O próprio Constantino dedicou todos os recursos do seu cargo a essa tarefa, e dentro de poucos anos foi erguido um número espantoso de grandes igrejas. A Basílica A basílica é, então o tipo mais frequente e mais expandido de edifício de culto normal e que se tornou o modelo de base para a elaboração da Arquitetura sacra da Europa Ocidental.

A Basílica cristã primitiva, é uma síntese de sala de audiência, de templo e de casa particular, mas com traços originais que não podem ser inteiramente explicados por essas fontes. A nave central, flanqueada pelas naves laterais e iluminada pelas janelas do clerestório, abside, o travejamento de madeira, são características já conhecidas do edifício mais antigo. A basílica pagã era, o modelo ideal para as igrejas constantinianas, pois está avaliava um interior espaçoso, exigido pelo culto cristão. Mas uma igreja não podia ser apenas uma sala de assembleia; além de conter a comunidade dos fiéis, era a casa sagrada de Deus, a sucessora cristã dos templos antigos.

Assim, o traçado da basílica pagã foi ajustado a um novo ponto de convergência, o altar, colocado à frente da abside, do lado oriental da nave, ficando as portas na fachada ocidental, e o edifício orientado segundo o eixo longitudinal. A igreja era precedida de um grande pátio ladeado de pórticos, o atrium, cujo lado oriental, ligado à igreja, formava um vestíbulo, o narthex. Só depois de cruzado o portal se tinha a perspectiva.

O ritmo uniforme das arcadas da nave impele-nos para o grande arco do fundo, o arco triunfal, que serve de moldura à abside e ao altar. Este era colocado na bema, área elevada ao centro de uma nave transversal, o transepto, e que corresponde ao cruzeiro. Um aspecto essencial da Arquitetura cristã primitiva reside no contraste entre o exterior e o interior.

O exterior de tijolo simples, foram intencionalmente deixados sem ornatos, pois é apenas uma carapaça lisa cuja conformação corresponde ao espaço interno. Logo, que entramos em contato com o interior de uma basílica primitiva cristã, deixamos para a trás de nós o mundo quotidiano, e entramos num resplandecente domínio de luz e cor, onde as superfícies de preciosos mármores e a cintilação dos mosaicos evocam o esplendor do reino de Deus.

Os Edifícios de Planta Centralizada e Cúpula Um outro tipo de construções veio enriquecer a tradição arquitetônica cristã ainda no tempo de Constantino, os edifícios de planta redonda ou poligonal e cúpula. No séc. IV surgem os primeiros baptistérios e as capelas funerárias ligadas a igrejas basílicas, de planta centrada e, deste modo, por assim dizer “cristianizada”.

O mais belo exemplo restante é o mausoléu da filha de Constantino. Esta mostra, uma clara articulação do espaço interior num núcleo cilíndrico, fechado por uma cúpula e iluminado por janelas

Page 6: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

6

e num deambulatório anelar coberto por uma abóbada de berço. Também aqui a decoração à base de mosaicos desempenha um papel fundamental na criação do ambiente interior.

A Pintura e os Mosaicos os cristãos sentiram, no entanto, uma necessidade de cobrir as extensas superfícies murais de imagens dignas do seu enquadramento arquitetônico. Infelizmente, pouca coisa da decoração destas igrejas do séc. IV, chegou até aos nossos dias, mas ao que parece, grandes ciclos picturais alastravam sobre as paredes da nave, o arco triunfal e a abside. Estes mesmos ciclos são fruto de uma colheita de elementos, feita na extensa variedade de fontes mais antigas, nas quais se refletia toda a gama da pintura greco-romana. No entanto, esta herança não foi de todo assimilada, mas transformada, dando-lhe um corpo mais espiritual, de modo a esta se integrar no novo ambiente.

OS MOSAICOS PARIETAIS Assim, deste mesmo processo surgiu uma grande modalidade artística, o mosaico parietal

paleocristão que, na sua totalidade substituiu a técnica já tão enraizada, da pintura mural. Os mosaicos, são compostos por pequenas partículas de materiais coloridos justapostas e

assentadas em gesso, tendo esta técnica já sidos utilizada pelos Sumérios, pelos gregos helenísticos e igualmente pelos romanos, mas, no entanto, os grandiosos e complexos mosaicos da arte paleocristã não têm precedentes, tal como o novo material empregado pelos cristãos; as tesselas de pasta de vidro de cor.

O mosaico de vidro foi o complemento ideal da nova estética arquitetônica, pois as faces resplandecentes das tesselas atuavam como minúsculos refletores, de tal modo que o efeito do conjunto era o de uma cintilante tela imaterial, mais que o de uma superfície sólida e contínua. Encarada segundo o critério de equilíbrio, a nova Arquitetura cristã é estranhamente inexpressiva.

A sua estrutura tangível, material, está agora subordinada à criação e definição do espaço imaterial; paredes e abóbadas têm a qualidade de conchas imponderáveis, cuja espessura e solidez verdadeiras são escondidas contrariamente a anos anteriores onde eram realçadas. O colorido brilhante, a severa ordem geométrica das imagens e o fulgor transparente do ouro, ajustam-se na perfeição ao espirito destes interiores.

O mosaico paleocristão negou a superfície rasa e plana, das paredes com o objetivo de realizar uma “ilusão de irrealidade”, um reino luminoso povoado de seres celestiais. As cores utilizadas variam consoante as épocas, no séc. III, é frequente a utilização de cores suaves e claras, enquanto no século seguinte nomeado como o apogeu da arte cristã é verificável a utilização do dourado como sinónimo de riqueza, e das cores vivas como o verde, o azul, o roxo, como o propósito de chamar a atenção.

OS ROLOS OS LIVROS E AS ILUMINURAS Quando nos apercebemos das repentinas mudanças na arte cristã tanto no tema das pinturas

como em outros aspectos, não sabemos ao certo se terão sido eles os primeiros a ilustrar cenas da Bíblia de maneira mais extensa? Bem, para alguns temas, podiam ter encontrado modelos entre as catacumbas, mas os seus protótipos mais importantes devem Ter sido os manuscritos ilustrado, em especial os do ” Velho Testamento “.

Como religião Bíblica fundada na Palavra de Deus, a igreja primitiva deve ter fomentado a reprodução do texto sagrado numa vasta escala e cada exemplar era cuidado com um respeito exemplar. Mas afinal, quando apareceram as primeiras ilustrações dos manuscritos bíblicos, tornando-os também obras de arte pictural? Infelizmente os livros são objetos frágeis e por isso pouco mais temos que alguns testemunhos indiretos da sua história na Antiguidade. Os primeiros parecem que foram realizados no Egito, em data incerta.

Os livros de papiro tinham então a forma de rolos e continuariam a ser usados através de toda a antiguidade. No entanto, entre os sécs. I e IV DC, o códice de pergaminho substitui gradualmente, o rolo de Vellum. Esta mudança deve ter exercido um efeito importante no desenvolvimento da ilustração do livro. As ilustrações parecem, no entanto, ter sido na sua grande

Page 7: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

7

maioria desenhos lineares, pois quaisquer camadas de pintura estariam e se soltariam rapidamente com o sucessivo enrolar e desenrolar do manuscrito.

Apenas o códice de pergaminho permitia o emprego de cores ricas, incluindo o ouro, que deviam fazer da ilustração do livro o equivalente em escala reduzida, dos frescos, dos mosaicos e dos painéis.

www.edukbr.com.br/www.fag.edu.br/joanario.no.sapo.pt www.portalsaofrancisco.com.br/arte/arte-paleocrista

ARTE ILUMINISTA .

Corrente de pensamento, também chamada de Ilustração, dominante no século XVIII, especialmente na França, sua principal característica é creditar à razão a capacidade de explicar racionalmente os fenômenos naturais e sociais e a própria crença religiosa.

A razão humana seria então a luz (daí o nome do movimento) capaz de esclarecer qualquer fenômeno.

Representa a hegemonia intelectual da visão de mundo da burguesia europeia e, assim, rejeita as tradições e ataca as injustiças, a intolerância religiosa e os privilégios típicos do Antigo Regime, abrindo caminho para a Revolução Francesa.

Tem início no Renascimento, com a descoberta da razão como chave para o entendimento do mundo, e seu ponto alto no século XVIII, o Século das Luzes, difundido nos clubes, salões literários e nas lojas maçônicas. Fornece o lema principal da Revolução Francesa: “Liberdade, igualdade, fraternidade”.

CONTEXTO HISTÓRICO . O Iluminismo surge em uma época de grandes transformações tecnológicas, com a invenção do tear mecânico, da máquina a vapor, entre outras. É o período que marca o fim da transição entre feudalismo e capitalismo.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS O iluminismo é deísta, isto é, acredita na presença de Deus na natureza e no homem e

no seu entendimento através da razão. É anticlerical, pois nega a necessidade de intermediação da Igreja entre o homem e Deus e prega a separação entre Igreja e Estado. Afirma que as relações sociais, como os fenômenos da natureza, são reguladas por leis naturais.

Visão do homem – Para os teóricos do Iluminismo o homem é naturalmente bom e todos nascem iguais. É corrompido pela sociedade, em consequência das injustiças, opressão e escravidão. A solução é transformar a sociedade, garantindo a todos a liberdade de expressão e culto e fornecendo mecanismos de defesa contra o arbítrio e a prepotência.

ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE Deve ser norteada pelo princípio da busca da felicidade. Cabe ao governo garantir os

“direitos naturais”: liberdade individual, direito de posse, tolerância, igualdade perante a lei. A doutrina do liberalismo político substitui a noção de poder divino pela concepção do Estado como criação do homem e entregue ao soberano mediante um contrato, o contrato social. Como a idéia de contrato implica sua revogabilidade, abre as portas para diversas formas de governo.

Formas de governo – Alguns iluministas, como Montesquieu e Voltaire, têm como modelo a monarquia inglesa. Outros, como Rousseau, preferem uma república com fundamentos éticos.

Precursores dos iluministas – Os principais são René Descartes (1596-1650), matemático e filósofo francês, defensor do método lógico e racional para construir o pensamento científico; e Isaac Newton (1642-1727), cientista inglês, descobridor de várias leis físicas, entre elas a lei da

Page 8: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

8

gravidade. Para Newton, a função da ciência é descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.

FILÓSOFOS DO ILUMINISMO . Os principais são John Locke (1632-1704); Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet (1694-1778); Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); Montesquieu, como é conhecido o escritor francês Charles Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu (1689-1755); e Denis Diderot (1713-1784). John Locke é considerado o “pai do Iluminismo”. Representa o individualismo liberal contra o absolutismo monárquico. Para Locke, o homem, ao nascer, não possui qualquer ideia e sua mente é como uma tábula rasa.

O conhecimento, em decorrência, é adquirido por meio dos sentidos, base do empirismo, e processado pela razão. Voltaire critica violentamente a Igreja e a intolerância religiosa e é o símbolo da liberdade de pensamento. Defende uma monarquia que garanta as liberdades individuais, sob o comando de um soberano esclarecido. Rousseau propõe um Estado governado de acordo com a vontade geral do povo e capaz de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos.

Montesquieu prega a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário, como forma de proteger as garantias individuais. Diderot, ao lado do físico e filósofo Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783), organiza uma enciclopédia que pretende reunir o conhecimento científico e filosófico da época. Por essa razão os iluministas também são conhecidos como “enciclopedistas”.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778) Nasce em Genebra, na Suíça, mas se transfere para a França. É o iluminista mais radical,

precursor das ideias socialistas, ao contestar a propriedade privada, e do romantismo, ao afirmar o primado dos sentimentos sobre a razão. Fica órfão de mãe aos 10 anos de idade, é abandonado pelo pai, de origem calvinista, e entregue aos cuidados de um pastor. Em sua obra mais conhecida, O Contrato Social, defende um Estado voltado para o bem comum e a vontade geral, estabelecido em bases democráticas.

No Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1755), outra de suas obras, realça os valores da vida natural e critica o mundo civilizado. Para Rousseau o homem nasce bom e sem vícios o bom selvagem, mas depois é pervertido pela sociedade civilizada. Defende a pequena burguesia e inspira os ideais da Revolução Francesa. No livro Emílio apresenta seu projeto educacional para manter o homem bom. Tem cinco filhos, todos entregues a orfanatos.

John Locke (1632-1704) .

Filósofo inglês, precursor do Iluminismo. Estuda medicina, ciências naturais e filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Participa da Revolução Inglesa, em 1688. Passa vários anos na França e na Holanda. Volta à Inglaterra quando Guilherme de Orange sobe ao trono. Representante do individualismo liberal, em sua principal obra, Ensaio sobre o entendimento humano, de 1690, propõe que a experiência é a fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por esforço da razão.

É planejada em 1750 por Diderot e pelo físico e filósofo Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783), sob o título Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios.

Sua publicação sofre violenta campanha contrária da Igreja e de grupos políticos afinados com o clero. Entre 1751 e 1772 são publicados 17 volumes de texto e 11 de pranchas de ilustração.

É de inspiração racionalista e materialista, propõe a imediata separação da Igreja do Estado e combate às superstições e às diversas manifestações do pensamento mágico, entre elas as instituições religiosas. Sofre intervenção da censura e condenação papal, mas acaba por exercer grande influência no mundo intelectual e inspira os líderes da Revolução Francesa.

Page 9: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

9

OS MAIS IMPORTANTES COLABORADORES SÃO: Montesquieu e Voltaire (literatura), Condillac e Condorcet (filosofia), Rousseau

(música), Buffon (ciências naturais), Quesnay e Turgot (economia), Holbach (química), Diderot (história da filosofia), D’Alembert (matemática). . TEORIAS ECONÔMICAS

Aplicado à vida social e política, o Iluminismo produz duas correntes de pensamento, a fisiocracia e o liberalismo econômico.

FISIOCRATAS São contrários à intervenção do Estado na vida econômica. O mais importante

representante da escola fisiocrata é François Quesnay (1694-1774), médico francês que defende a existência de um poder natural em ação nas sociedades, que não deve ser contrariado por leis e regulamentos. É partidário de um capitalismo agrário, com o aumento da produção agrícola, única solução para gerar riquezas para uma nação.

LIBERALISMO ECONÔMICO Seu principal inspirador é o economista escocês Adam Smith, considerado o pai da

economia política, autor de O ensaio sobre a riqueza das nações, obra fundamental da literatura econômica. Ataca a política mercantilista por ser baseada na intervenção estatal e sustenta a necessidade de uma economia dirigida pelo jogo livre da oferta e da procura de mercado, o laissez-faire. Para Adam Smith, a verdadeira riqueza das nações está no trabalho, que deve ser dirigido pela livre iniciativa dos empreendedores. O liberalismo econômico recebe, posteriormente, a colaboração do sociólogo e economista inglês Thomas Robert Malthus e do economista inglês David Ricardo.

ADAM SMITH (1723-1790), mais importante teórico do liberalismo econômico no século

XVIII, nasce na Escócia e estuda em Glasgow e Oxford. Em 1751 é nomeado professor de lógica na Universidade de Glasgow e, no ano seguinte, assume a cátedra de filosofia moral. Publica Teoria dos sentimentos morais em 1759. Viaja à França e Suíça e, em 1763, entra em contato com os fisiocratas. Volta à Escócia e publica sua obra principal, Ensaio sobre a riqueza das nações (1776). Prega a não-intervenção do Estado na economia e um Estado limitado às funções de guardião da segurança pública, mantenedor da ordem e garantidor da propriedade privada. Defende a liberdade contratual, pela qual patrões e empregados são livres para negociar os contratos de trabalho.

THOMAS ROBERT MALTHUS (1766-1834) estuda em Cambridge e é ordenado sacerdote

da Igreja Anglicana em 1797. Em 1805 passa a lecionar economia política em Haileybury e vive como um modesto vigário rural. Ganha celebridade com a teoria exposta em Um ensaio sobre o princípio da população, de 1798, elaborada de acordo com as estatísticas da época. Segundo Malthus, a produção de alimentos cresce em progressão aritmética e a população em progressão geométrica, gerando fome e miséria das grandes massas. A natureza corrige essa desproporção por meio das guerras e epidemias, que reduzem a população. Malthus recomenda ao governo antecipar-se à natureza negando assistência social às populações, especialmente hospitais e asilos. Às populações, aconselha a abstinência sexual como forma de diminuir os índices de natalidade.

DAVID RICARDO (1772-1823) nasce em Londres, filho de judeus espanhóis, e, aos 21

anos, converte-se ao cristianismo. Ganha dinheiro e prestígio profissional em negócios realizados na bolsa de valores. Sob a influência da leitura casual de Adam Smith passa a estudar detalhadamente

Page 10: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

10

as questões monetárias. Em Princípios de economia política e tributação expõe suas principais idéias econômicas. É o pioneiro na exigência de rigor científico nos estudos econômicos e analisa os aspectos mais significativos do sistema capitalista de produção.

DESPOTISMO ESCLARECIDO . As ideias racionalistas e iluministas influenciam alguns governantes absolutistas, que pretendem governar segundo a razão e o interesse do povo, sem abandonar, porém, o poder absoluto. Os mais célebres são: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; o marquês de Pombal, ministro português; e Carlos III, da Espanha. Eles realizam reformas que ampliam a educação, garantem a liberdade de culto, estimulam a economia, fortalecem a igualdade civil, uniformizam a administração pública, introduzem a separação dos poderes judicial e executivo, mas mantêm a servidão da gleba e a autocracia, aguçando as contradições sociais e políticas.

GOVERNO DE FREDERICO II, DA PRÚSSIA Acontece de 1740 a 1786. Influenciado principalmente pelas idéias de Voltaire, permite

liberdade de culto aos prussianos e torna obrigatório o ensino básico. Acaba com a tortura aos criminosos e organiza novo código legal. Permite a liberdade de expressão e estimula a construção e o desenvolvimento da indústria. Apesar dessas mudanças, a Prússia mantém o regime feudal.

GOVERNO DE CATARINA II, DA RÚSSIA No poder de 1762 a 1796 e, apesar de manter contato com muitos filósofos do

Iluminismo, muda muito pouco a estrutura social e econômica da Rússia. Constrói escolas e hospitais e estimula a influência da cultura francesa na vida cultural do país. Autoriza a liberdade de culto e submete a Igreja ortodoxa ao Estado. A situação dos servos, porém, só piora, principalmente quando os proprietários conseguem ter o direito de condená-los à morte.

GOVERNO DE JOSÉ II, DA ÁUSTRIA Pode ser considerado o padrão de déspota esclarecido. Governa de 1780 a 1790 e nesse

período acaba com a escravidão no país e a liberdade de culto religioso e garante emprego aos não-católicos. Promove a igualdade de todos perante a lei e às tarifas e reorganiza a estrutura de organização do Império. Introduz o serviço militar obrigatório e moderniza o Exército.

MARQUÊS DE POMBAL (1699-1782), como é conhecido Sebastião José de Carvalho e Melo, estadista português que se destaca pela atuação como déspota esclarecido durante o governo de dom José I. Estuda direito, história e política. É nomeado secretário dos Negócios Estrangeiros de dom José I em 1750 e, em pouco tempo, adquire poderes absolutos por quase 30 anos. Fortalece o monopólio comercial e equilibra a balança comercial portuguesa. Reconstrói Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755, e transforma a capital em uma cidade moderna. Expulsa os jesuítas de Portugal e das colônias por se oporem às suas reformas educacionais. Abre Portugal para a influência do Iluminismo. Moderniza o ensino, cria a Imprensa Régia, bibliotecas e indústrias. Regulamenta o salário dos camponeses e o tamanho das propriedades rurais. Contestado por praticamente toda a nobreza e pelas elites coloniais é obrigado a se demitir com a morte de dom José I, em 1777.

https://www.grupoescolar.com/pesquisa/iluminismo--contexto-historico-e-iluministas.html

Page 11: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

11

ARTE E ARQUITETURA DOS CELTAS (POVOS BÁRBAROS) A arte tinha duas funções principais: Religiosa e Bélica. Os restos arqueológicos celtas

indicam que este povo viveu na zona ocupada atualmente pela França e o oeste da Alemanha no final da Idade do Bronze, por volta de 1200 a.C. Este capacete de bronze (acima no centro) provavelmente pertenceu a um guerreiro celta de alta graduação. Os chifres ocos eram feitos com lâminas de bronze reforçadas; o capacete era utilizado nos desfiles e não nas batalhas. A bainha (o terceiro objeto à esquerda), feita também com lâminas de bronze

reforçadas, era revestida de casca de bétula. Na religião ela estava presente em pinturas e esculturas usadas

para espantar maus espíritos ou para reverenciar a Natureza e seus deuses. Normalmente eram os umbrais das casas que ostentavam os objetos artísticos. Já na guerra, arte estava na decoração de espadas, escudos, capacetes, etc.

A maior parte da arte celta é decorada com projetos abstratos. A forma ondulada gravada neste pote encontrado no Castelo Maiden, um grande

forte celta em Dorset, é um claro exemplo desta prática. HISTÓRIA

Arte celta foi influenciada pelos povos circunvizinhos, como os gregos, etruscos, persas e até os romanos. Nem por isso a arte celta deixou de ter um espaço especial na história da arte, já que é considerada, atualmente, a primeira contribuição não-mediterrânea à arte Europeia. Até mesmo os temas emprestados da arte Greco-Romana sofriam “releituras”. Arte céltica foi importante na medida em que desenvolveu um estilo todo próprio, que muitas vezes se opunha ao classicismo de Roma e da Grécia. Em outras palavras os celtas anteciparam em vários séculos as correntes artísticas que propunham inovar a arte tida como oficial. . A arte celta é dividida em dois períodos (assim como a história da própria civilização): Hallstat e La Tène. O desabrocho artístico ocorreu no período lateniano, onde o estilo celta se espalhou e se integrou com as expressões artísticas da época.

CARACTERÍSTICAS

Como já foi dito, a arte celta inovou as artes. Isso se deve a um estilo extremamente peculiar. Tinha-se grande preferência por temas ligados a natureza: árvores, flores, animais e seres sobrenaturais zoómorfos. Tais temas eram mais comuns que figuras humanas, no entanto, estas também existiam.

O “estilo celta” preferia os compassos, que destorciam e compunham figuras recheadas de espirais, elipses e outras formas curvilíneas entrelaçadas e, por vezes, organizadas de modo concêntrico, a formar representações quase abstratas.

MÚSICA

Os celtas sempre estiveram muito ligados à religião, e assim como quase toda as expressões de sua cultura, a música também estava intimamente relacionada a temas de cunho religioso. Tanto que os músicos eram em sua maioria ligados a classe sacerdotal dos Druidas. .

Page 12: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

12

A música ou, mais precisamente, o tocar dos instrumentos era considerado uma manifestação do mundo dos espíritos. Sendo assim, o músico era um ser privilegiado, pois suas faculdades lhe permitiam captar pequenas manifestações do Outro Mundo, e desta forma, ele traduzia aquilo que absorveu para a música. . Exatamente por este motivo, é comum a temática musical celta estar ligada aquilo que eles mais respeitavam: a Natureza. Um bosque, a brisa, a alvorada, o outono ou qualquer outra estação enfim, cada pequeno movimento da Natureza carrega um som, e era função do músico senti-lo e traduzi-lo em música. . Com o advento da cristandade no mundo céltico, toda esta conotação entre religião e música, de certa forma, se perdeu. No entanto, os “motivos ligados a Natureza” mantiveram-se vivos, e até hoje estão presentes no trabalho de cantores e instrumentistas contemporâneos. . INSTRUMENTOS Os instrumentos celtas são todos bem característicos, isso porque a música folclórica irlandesa conservou fortes traços da música celta. E através desta herança rica e ímpar, a Irlanda lega ao mundo esplendorosas sonoridades, todas com um estilo único e incomparável.

A vasilha de prata conhecida como o caldeirão Gundestrup

constitui um dos mais enigmáticos vestígios do mundo celta. Decorado em alto-relevo, apresenta cenas que oferecem uma visão dos mitos e da religião celta, embora seu significado preciso permaneça oculto. As figuras representadas eram originariamente revestidas com folhas de ouro e tinham olhos de cristal azul e vermelho.

Pois bem, mais um exercício mental. Pense na Irlanda, pense na música irlandesa. Que instrumentos lhe vêm à mente? Acho que muitos responderão a harpa ou a flauta.

https://historiadomundo.uol.com.br/celta/arte-aquitetura-celta A HISTÓRIA COMPLETA DA FOTOGRAFIA Se perguntarmos para qualquer pessoa de

qualquer país o que é uma fotografia, obteremos diversas respostas diferentes e que, de algum modo, todas estarão corretas.

Mas se questionarmos o que tecnicamente a fotografia é, poucos saberão responder.

A etimologia de fotografia explica que, em grego, “fós” significa luz e “grafis” estilo/pincel. Mas o significado completo é: desenhar com luz e contraste. E, não por coincidência, essa também é a resposta da pergunta teórica.

A fotografia provou ser um dos maiores e mais importantes inventos da história, dando a nós um novo meio de nos recordarmos dos acontecimentos de nossas vidas. Mais que isso, a fotografia demonstra ser um forte aliado no nosso desenvolvimento.

Já pararam para pensar que, mesmo de maneira indireta, a fotografia está envolvida em todos os lugares?

Ou você acha que estaria lendo esse texto em seu smartphone ou notebook se não existisse a fotografia?

Page 13: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

13

Conhecer a história da fotografia é importante para entendermos como usar a luz para criar imagens nos proporcionou tanta evolução – passando pela globalização de uma logomarca ao desenvolvimento de superproduções Hollywoodianas.

Se atualmente temos a disposição todo o aparato para tirar a foto perfeita, no passado não era tão fácil fazer uma bela fotografia.

Na verdade, não era fácil fotografar. Embarcar no conhecimento da história da

fotografia vai mostrar que, se hoje em dia um fotógrafo não pode ser considerado profissional sem entender da velocidade do obturador, sobre o ISO, diafragma, zoom, entre outros, há mais de um século eles eram obrigados a fotografar – pasmem – sem ter uma câmera em mãos.

Para conhecermos a história da fotografia, precisamos voltar no tempo cerca um milênio.

A primeira descrição de algo semelhante à uma máquina fotográfica foi escrita pelo árabe Alhaken de Basora, que viveu há aproximadamente 1000 anos.

Ele descobriu que imagens se formavam no interior de sua tenda quando a luz do sol passava pelas frestas do tecido. Algo muito parecido com desenhar com luz e contrastes, certo?

Tal técnica foi utilizada anos mais tarde, formando silhuetas a partir da luz solar, para ajudar artistas a realizar suas pinturas.

Há relatos de que Leonardo da Vinci, datado do século XVI, usufruiu desta técnica chamada de câmara escura.

A ORIGEM DA FOTOGRAFIA Se analisarmos a história da fotografia por completo, chegaremos a um resultado pouco

convencional. Visto que fotografar, em suma, é utilizar a luz para reproduzir imagens, como silhuetas,

precisaremos voltar para 350 anos antes do nascimento de Cristo, de onde é datada diversas experiências feitas por químicos e alquimistas.

A produção de imagens a partir de um pequeno buraco está servindo à humanidade desde antes de nos darmos conta de como ela é importante.

A criação de uma câmera é provavelmente a parte mais importante da história da fotografia moderna. Acontece que muitos anos antes da construção da primeira câmera nos moldes semelhantes ao que conhecemos seu protótipo inicial já havia sido inventado.

Por volta do século X, o físico e matemático Alhazen relatou um método de observação dos eclipses solares através da utilização da já falada câmara escura, que é nada mais do que uma caixa, quarto ou algo do tipo totalmente fechado, com exceção de um pequeno furo por onde a iluminação de um objeto, como uma vela, passa e sua imagem é reproduzida ao contrário dentro do recipiente/local.

Nesse caso, um observador externo pode ver a imagem reproduzida dentro da caixa se suas paredes forem feitas de papel vegetal.

A imagem, por sua vez, pode ser registrada se for adicionado um filme ou papel fotográfico onde ela está formada.

Até então, a câmara escura havia sido descoberta, mas não oficialmente relatada e explicada.

Tal fato aconteceu apenas anos mais tarde, em 1558, quando o napolitano Giovanni Battista della Portavoltou a descrever as características da câmara escura.

Page 14: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

14

Em seu livro Magia NaturallisI, o autor não apenas relatou como tratou de tentar explicar os motivos do fenômeno. De forma não-oficial, a câmara escura é a responsável pela primeira fotografia existente.

Como estamos observando, podemos perceber que na história da fotografia há diversos nomes, dificultando a escolha de um único criador da fotografia.

Entretanto há um nome que se destaca de todos, especialmente por ter sido o responsável por oficialmente ter tirado a primeira fotografia.

QUEM FOI NIÉPCE? Mas afinal, o que é uma fotografia? No início do texto está explicitamente dito que fotografar é

desenhar com luz e contraste. Mas não é apenas isso; um complemento é a percepção de

que a fotografia é uma imagem inalterável que, aí sim, foi desenhada com luz e contraste – ou, em outras palavras, que foi produzida pela ação direta da luz.

O nome da pessoa responsável por estagnar pela primeira vez uma imagem produzida pela ação da luz é Joseph Nicephore Niépce.

Após décadas de diversas experiências, Niépce conseguiu tal feito no sótão de sua casa, em Chalons-sur-Saône, na França.

Em 1793, antes de conseguir a primeira fotografia permanente, Niépce conseguiu registrar diversas imagens, só que, em pouco tempo, a própria luz as deterioravam.

Na época, a técnica utilizada era a da câmara escura e, para gravar as imagens, um tipo especial de papel, feito a partir do cloreto de prata

Nos anos seguintes, Niepce já havia trabalhado com verniz de asfalto (conhecido também como betume da Judéia) aplicado sobre vidro e com uma infinidade de misturas de óleos destinadas à fixação da imagem.

Passaram-se mais de vinte anos (1824) para que Niépce conseguisse encontrar um meio que permitia um maior tempo de duração das imagens.

Mas foi apenas dois anos mais tarde, em 1826, que ele conseguiu sua primeira fotografia de duração indefinida.

Para conseguir isso, a imagem produzida por Niépce foi feita em uma placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível, o já apresentado Bertume da Judéia.

Foram necessárias por volta de oito horas de exposição à luz solar para que a fotografia fosse tirada. Lembrando que atualmente tal processo leva menos que um segundo.

Niépce batizou o processo da primeira fotografia de “heliografia”, que pode ser entendido como “gravura com a luz do Sol”.

Apesar de tudo, Niépce não conseguiu registrar seu invento. Isso aconteceu porque, em uma viagem para a Inglaterra, Niépce se recusou a descrever por completo o processo de fotografia para a Royal Society. Mesmo assim, quase dois séculos depois Niépce é tido como o pai da fotografia.

Niépce veio a falecer em 1833, deixando sua obra aos cuidados de Daguerre, que por muitos é considerado o segundo pai da fotografia.

QUEM FOI DAGUERRE?

Page 15: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

15

Se Niépce foi o responsável por reproduzir a primeira fotografia, é de se imaginar que os que vieram e pesquisaram sobre o assunto encontrassem erros e arranjassem melhorias.

Louis Jacques Mandé Daguerre nasceu em Cormeilles-en-Parisis, também da França, no ano de 1787 e foi o responsável por melhorar a obra de Niépce.

De certo modo, podemos até afirmar que Daguerre realizou uma descoberta ainda mais decisiva para o recém-mundo da fotografia.

Daguerre teve a ideia de levar a fotografia para mais pessoas e, para isso, iniciou estudos sobre os métodos de Niépce para que qualquer pessoa, independente do seu nível intelectual, pudesse utilizar os mecanismos de uma fotografia.

Uma visão acima de seu tempo, visto que já planejava que qualquer cidadão pudesse capturar momentos para que eles pudessem durar para sempre.

Com total apoio do governo francês, Daguerre disponibilizou seu trabalho integral para uma forma de pesquisa pública.

Da combinação entre Daguerre e do governo surgiu o daguerreótipo, que nada mais é do que uma máquina fotográfica que pôde, pela primeira vez na história da fotografia, ser comercializado em escala. Pronto! Este foi o marco inicial da era atual da fotografia.

Como era de se esperar, como toda superinvenção, ela ficou limitada as pessoas de maior classe social e que tinham condição de ostentar uma máquina fotográfica.

Apesar do baixo alcance social do daguerreótipo, seu nome foi se espalhando para o mundo e logo cada cidadão desejaria ter o seu – situação que ficou viável, já com as atuais máquinas fotográficas e smartphones, apenas mais de cem anos depois.

Em questões de datas, o daguerreótipo começou a ser inventado em 1835. O que possibilitou a criação foi quando Daguerre pegou uma chapa revestida com prata

e sensibilizada com iodeto de prata, a guardou em um armário e ao abri-lo, no dia seguinte, percebeu que sobre a chapa havia uma imagem revelada.

Até descobrir o que tinha feito, passaram-se dois anos. Em 1837 chegou à conclusão de que era necessária a utilização de chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo, revelando a imagem latente e expondo-a à ação do mercúrio aquecido.

Para possibilitar que a imagem não se alterasse, apenas era necessário submergir a placa em uma solução aquecida de sal de cozinha.

Em termos mais práticos, os daguerreótipos conseguiam fixar a imagem capturada em uma placa rígida e espelhada.

As maiores características da criação de Daguerre é a maior riqueza de detalhes e a aparência tridimensional de suas imagens.

Louis Jacques Mandé Daguerre faleceu em 1851, em Bry-sur-Marne. A IMPORTÂNCIA DE TALBOT, ARCHER E DA KODAK NA FOTOGRAFIA Se a fotografia do Niépce demorou cerca de oito horas para ficar pronta, além de

depender totalmente da iluminação solar, a evolução tida com o invento idealizado e construído por Daguerre permitia que cada fotografia ficasse pronta entre 25 e 30 minutos, mas ainda dependia da iluminação do Sol.

Apesar disso, foi um avanço e tanto, especialmente se levarmos em consideração que a fotografia foi levada à diversas localizações além da França.

Após Daguerre, outro nome que chama atenção na história da fotografia é o de William Henry Talbot (1800 – 1877), que, em 1841, inventou um meio de obter cópias da fotografia.

Page 16: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

16

E esse é basicamente o método utilizado atualmente: seus calótipos, como batizou sua criação, são os negativos que devem ser passados aos positivos em outras folhas.

Os negativos são os responsáveis por absorver a luminosidade, estagnando a imagem e formando a fotografia.

Resolvida a questão da fotocópia, as pesquisas se voltaram a encontrar um papel para os negativos que pudesse ser rapidamente impresso. Quem alcançou esse mérito foi o inglês Frederick Scott Archer, em 1848, que inventou o processo de colódio úmido, que é um composto de éter e álcool em uma solução de nitrato e celulose.

O colódio funcionou como uma substância que dava liga para conseguir aderir o nitrato de prata fotossensível à chapa de vidro, que era a base do negativo. Com isso, Archer encontrou um meio da foto ser revelada logo após a fotografia.

Então a primeira fotografia foi tirada, deram um jeito de comercializá-la entre os povos da mais alta hierarquia e descobriram como imprimi-la e copiá-la. Faltava um meio de conseguir popularizar a fotografia. E isso aconteceu em 1888 graças a empresa Kodak, que começou o discurso sobre todos poderem tirar suas próprias fotos sem a ajuda de profissionais.

GEORGE EASTMAN, anos antes de popularizar a fotografia, abriu em 1880 sua

companhia de criação de chapas secas: a Eastman Kodak Company. Nos anos conseguintes, a Kodak lançou sua primeira câmera fotográfica e ela vinha acompanhada de um rolo de 20mts que permitia a captura de até cem imagens de 2,5 polegadas.

Detalhe importante: diferentemente de hoje, essa máquina não permitia a substituição do rolo, obrigando o consumidor a comprar uma câmera nova assim que as cem fotos esgotassem.

Anos mais tarde a Kodak foi aprimorando seus modelos, permitindo a substituição do rolo e o não-descartamento da máquina.

Além disso, as câmeras fotográficas da Kodak foram diminuindo de tamanho, se tornando mais portáteis.

A importância da Kodak na história da fotografia é extremamente elevada, pois foi ela a responsável por popularizar a popularizar as câmeras fotográficas (que na época os de classe baixa ainda não possuíam verba para comprar) e por baratear o custo de todos os componentes da fotografia.

COMO SURGIU A FOTOGRAFIA COLORIDA? Se enxergamos em diversos tons, por qual razão as

fotografias precisariam ser necessariamente em preto e branco? Por esse motivo, a fotografia colorida foi objeto de

desejo durante anos e, nesse tempo, no século XIX foi buscada a todo o vapor.

Na verdade, antes mesmo da popularização realizada pela Kodak, o físico escocês James Clerk Maxwell (junto com o assistente Thomas Sutton) tirou a primeira fotografia colorida permanente.

Isso aconteceu em 1861, quando Clerk estava como o olho humano percebe as cores e, baseado nas técnicas de fotografia já existentes, tirou três fotos idênticas de um mesmo objeto através de três filtros diferentes: um vermelho, um verde e outro azul.

Após fazer isso, utilizou lâmpadas com filtros das mesmas cores e projetou todos os resultados em uma única tela. E daí nasceu a primeira fotografia colorida e deste momento que surgiu a tecnologia RGB.

Page 17: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

17

Mas apenas mais de 40 anos depois que foi descoberto um meio de tirar uma fotografia colorida em apenas um clique.

Famosos pelo pioneirismo no cinema, os irmãos Lumière inventaram os autocromos coloridos.

A criação deles, apesar de eficiente, era complexa. Por exemplo, o processo de captura era difícil e envolvia nada menos do que rígidas placas de vidro com uma substância de batata, assim como a presença de diversos componentes químicos.

Além disso, o alto custo impossibilitava a utilização deles de modo comercial. Apenas em 1935 que foi encontrado um jeito de comercializar e, de novo, a responsável

foi a Kodak. Com o lançamento da Kodachromes, era possível tirar fotografias coloridas em qualquer

lugar a preço mais justo. O problema agora era a revelação, visto que menos de 25 laboratórios em todo o globo

terrestre possuíam a tecnologia necessária. Só no ano seguinte, quando a companhia alemã Agna lançou o Agfacolor Neu, um filme

colorido que pode ser revelado em qualquer laboratório, que o problema foi resolvido. A popularização da fotografia colorida aconteceu por completo a partir da década de

70, quando os custos se equipararam as das fotografias em preto e branco. Com isso, as câmeras fotográficas não eram mais um objeto da elite, estando disponível

em diversos lares do mundo todo. Apesar de tamanho avanço tecnológico, as fotografias coloridas não possuem a mesma

definição, em escala de tons, do que as fotografias em preto e branco. O SURGIMENTO DA FOTOGRAFIA DIGITAL Após a invenção da fotografia colorida, há apenas mais um momento na história da

fotografia que marcou época: o desenvolvimento da fotografia digital. Desenvolvida em 1975 pelo engenheiro elétrico da Kodak, Steve Sasson, a primeira

câmera digital utilizava dispositivos analógicos, captava imagens em preto e branco e levava quase 30 segundos para completar o procedimento.

Tais dificuldades descritas acima adiaram a comercialização da primeira câmera digital em 15 anos, quando, em 1990, foi lançada a Kodak DCS 100.

Foram quase dez anos para a fotografia digital ganhar espaço no mercado e isso se deu graças à facilidade de armazenamento e ao baixo custo (ou custo zero) para visualizar as fotografias.

Teoricamente, a fotografia digital funciona a partir da sensibilização de um sensor eletrônico (conhecido como CCD ou CMOS) que transforma a luz captada em um código eletrônico digital.

As imagens, então armazenadas em um cartão de memória, podem ser vistas imediatamente. Com o passar dos anos a fotografia digital migrou das câmeras para os mais diversos dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets, webcams, entre outros.

Outro fator que encantou até os mais conservadores e amantes da fotografia analógica é que, para imprimir uma fotografia digital, menos dinheiro é necessário.

Apesar de baixa a diferença, as câmeras analógicas ainda possuem uma melhor textura e qualidade do que as digitais, mas o número de adeptos desta é tão superior que restam poucas pessoas que ainda preferem o modo antigo.

Page 18: ARTE PALEOCRISTÃ - icjcoracaodejesus.com.br 2º ano... · expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens

Instituto Coração de Jesus Prof. Osmar Gonçalves

18

Com o surgimento da fotografia digital, duas situações podem ser observadas: a primeira é a alta quantidade de fotos tiradas por uma pessoa em um único dia; já a segunda é a a sua forma de divulgação.

Se antes eram necessárias oito horas de exposição a luz solar e era extremamente complicado revelar e copiar, hoje em menos de um minuto a fotografia é tirada e divulgada para o mundo todo.

O lado negativo é a falsificação. Antes era mais complicado manipular uma imagem, tentando passar uma outra ideia. Mas acontecia. Por exemplo: estudiosos dizem que a lenda do monstro do Lago Ness e os registros de OVNI’s são manipulações, são objetos postos em um ponto estratégico para que aparentasse existir algo que de fato ali não estava.

Com o desenvolvimento do photoshop, por vezes é difícil acreditar se aquela fotografia conta a verdade ou apenas é mais uma história inventada.

A FOTOGRAFIA NOS DIAS ATUAIS A história da fotografia explicou incríveis fenômenos que explicam a sociedade atual. Em questões de evolução das câmeras e das fotografias tudo foi resolvido, mas qual o

seu legado? Podemos dizer que é tudo. Indiretamente, a fotografia está presente em todos os

lugares. Se olharmos para dentro de nossas casas, comprovaremos isso. Olhemos a televisão, por exemplo. Como existiria vídeo sem a fotografia, sendo que o

vídeo é um compilado de dezenas de fotos por segundo?

http://fotografiamais.com.br/historia-completa-da-fotografia/