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Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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ARTICULAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DE FENÔMENOS FÍSICOS,
QUÍMICOS E BIOLÓGICOS EM UM TERRÁRIO.
Lázara Aparecida Botelho
Professora da Rede Pública de Ensino do Paraná Curitiba - PR
Josmaria Lopes de Morais Departamento de Física – DAFIS / UTFPR
Curitiba - PR RESUMO O presente trabalho apresenta uma proposta metodológica aplicada em uma turma de 8ª série (nono ano) com o objetivo de viabilizar a interação dos conteúdos do Ensino de Ciências. Um terrário foi construído e empregado como ferramenta metodológica incentivando o desenvolvimento da percepção, relação, observação e organização de fenômenos físicos, químicos e biológicos. Com a montagem desse experimento foi possível simular o ambiente terrestre, observar a ocorrência do ciclo da água, a aprendizagem sobre ciclos biogeoquímicos, fotossíntese, respiração, composição do solo, do ar e da água, relacionando esses fenômenos às diferentes ciências (química, física e biologia) que compõem ensino de ciências. Considerando o terrário como sendo uma miniatura de um ecossistema foi possível ainda discutir sua sustentabilidade e relacionar com a situação atual de nosso planeta. Palavras-chave: Ensino de ciências, metodologia, terrário ABSTRACT This work presents a methodology applied to a class of 8th grade (ninth grade) in order to make the interaction of the content of Science teaching. A earth model of was constructed and used as a methodological tool encouraging the development of perception, relationship, observation and organization of physical phenomena, chemical and biological. With the assembly of that trial was possible to simulate the terrestrial environment, observe the occurrence of the water cycle, learning about biogeochemical cycles, photosynthesis, respiration, soil composition, air and water, these phenomena relating to the various sciences (chemistry, physics and biology) that make teaching of science. Considering the terrarium as a miniature ecosystem could also discuss sustainability and its relationship with the current situation of our planet. Keywords: Science teaching, methodology, earth model
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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1. INTRODUÇÃO
Embora desde as primeiras séries do Ensino Fundamental os conteúdos de
Ciências viabilizem enfoques de conceitos químicos, seu ensino é reservado para um
semestre da 8ª série(nono-ano) onde é comum observarmos as dificuldades dos
alunos na compreensão de conceitos e estruturas químicas. É como se os conceitos
vistos nas séries anteriores, por exemplo: composição do ar, propriedade da matéria,
fotossíntese, respiração, entre outros fossem dissociados da química ou que os
elementos constituintes dos minerais, solo, água, fossem outros diferentes dos que
compõem a tabela periódica.
Nesta perspectiva a proposta da construção e utilização de um terrário visou
propiciar envolvimento dos alunos através da observação, experimentação e
exploração de atividades diferenciadas que possibilitaram uma melhor compreensão
de conceitos pertinentes ao ensino de Ciências e relacionados ao meio ambiente.
Com a construção de uma proposta de intervenção pedagógica e aplicação
em uma turma de 8ª séria (40 alunos) foi possível promover o estudo dos fenômenos
Físicos, Químicos e Biológicos, a partir da utilização de um terrário na disciplina de
Ciências da 8ª série (nono ano) do Ensino Fundamental.
O encaminhamento da metodologia foi realizado com atividades
diferenciadas onde os alunos foram participantes de todas as etapas do projeto.
Inicialmente colaboraram na construção do terrário, formularam hipóteses sobre a
conservação do terrário e sobrevivência das plantas. Estudaram a constituição dos
materiais empregados para a construção do terrário, reconheceram os tipos de
substâncias de misturas presentes no ambiente do terrário bem como suas
transformações. Realizaram experimentos a partir dos quais foi possível caracterizar
os elementos envolvidos nos ciclos biogeoquímicos, entender os processos de
geração e transferência de energia. Perceber que assim como o terrário, a Terra é
um ecossistema que necessita de determinadas condições para sua
sustentabilidade.
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2. DESENVOLVIMENTO 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Apesar do crescimento das investigações na área de Educação em Ciências
e sua produção acadêmica ter se consolidado em pouco mais de 30 anos, tornando-
se um campo bastante relevante no âmbito da pesquisa em Educação no país. De
acordo com SANTOS e GRECA (2006, p.52 apud WALDHELM, 2007, p.55): Os currículos e seus programas, os livros didáticos, os materiais de ensino, pouco mudaram prevalecendo roteiros tradicionais de ensino que se confirmam em livros didáticos que trazem as mesmas seqüências lineares e fragmentadas de conteúdos, mesmo quando enriquecidos com novas ilustrações que lhe conferem aparência de atualização.
No cotidiano escolar presenciamos aulas formais, na maioria das vezes com
seus conteúdos curriculares selecionados em livros didáticos, fragmentados e
descontextualizados de seus diferentes campos de conhecimento.
Segundo WALDHELM (2007, p.67): Verifica-se na prática que os currículos de ciências ainda são marcados pela linearidade, fragmentação e pela lógica rígida dos pré-requisitos. Assim, ainda é minoria dos professores de Ciências que “ousam” romper com as tradicionais abordagens e seqüências de conteúdos.
Nessa perspectiva o professor de Ciências Naturais enfrenta uma série de
desafios para superar limitações metodológicas na busca de melhor forma de se
conduzir o processo ensino e aprendizagem.
Outra dificuldade são os conteúdos amplamente padronizados, segundo
MADANER e ZANON (2001, p.46): Os conteúdos do ensino de Ciências passaram a ser amplamente padronizado, em cada série do ensino Fundamental. Cada tópico (solo, a água e o ar, a anatomia e o funcionamento do corpo humano, os vegetais, os animais), as transformações físicas e químicas, passou a ser trabalhado em determinado espaço ou série, sem valorizar as relações dos conteúdos entre si.
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Em geral, no ensino de ciências destaca-se o estudo dos seres vivos,
deixando de explorar os conhecimentos químicos presentes nos conteúdos das
séries ao longo do Ensino Fundamental.
Para CHASSOT (1992), apud ZANON e PALHARINI (1995, p.15): O conhecimento químico deve permear toda a área de Ciências de 5ª a 8ª série, e não se restringir um semestre isolado, no final do primeiro grau, onde em geral se antecipam o conteúdo do Ensino Médio.
De acordo com KINALSKI e ZANON (1997, p.15): Os próprios livros didáticos veiculam a visão de que a Química no ensino de Ciências seja trabalhada ao final da 8ª série, muitas vezes marcada por conteúdos inadequados, descontextualizados e não problematizadores, centrados em abordagens reducionistas e/ou simplificadoras das visões da ciência e da realidade, que não valorizam o estabelecimento de relações entre as aprendizagens.
O conhecimento científico juntamente com as aplicações na vida cotidiana é
apontado como sendo fundamental desde as séries iniciais da vida escolar. As
experiências pessoais e os fatos da vida diária dos alunos, adquiridos desde os
primeiros anos do ensino fundamental, fazem parte de um círculo mais amplo, onde
os valores culturais, percepções do mundo gerado em um contexto social são fatores
de extrema influência no aprendizado de cada elemento. É fundamental que essas
concepções prévias sejam trabalhadas através de idéias de mudanças conceituais,
nas quais a transformação dessas concepções estabeleça de maneira sistemática
estabelecendo ligações entre os conhecimentos científicos escolares e o cotidiano.
Para que isso seja possível, segundo CARUSO (2003, p. 12): Será necessário que os alunos passem por um processo de alfabetização científica assumindo uma racionalidade científica como critério de análise de problemas do dia-a-dia e na tomada de decisões para sanar esses problemas.
Na implementação de projetos na área de ciências deve ser incluída, a
questão da alfabetização científica como necessidade para o exercício da cidadania.
Isso está de acordo com DELIZOICOV E AULER (2001, p.3): A alfabetização científica que fornece aos elementos de uma comunidade o suporte para a tomada de decisões que influenciam diretamente nas questões relativas a sociedade.
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Isso nos leva a considerar que o desafio da melhoria educacional está
diretamente vinculado ao exercício da alfabetização científica. E a responsabilidade
de mediar esse processo não está somente nas mãos da comunidade de
professores e educadores, mas também à comunidade de cientistas, pesquisadores
e intelectuais.
A necessidade de que o aluno saia do ensino básico com a capacidade de
desenvolver na prática os conteúdos que lhe foram apresentados em sala de aula,
relacionando-os com o meio social, científico e tecnológico é uma concepção
embasada na própria Constituição Brasileira de 1999, no artigo 22 da LDB: “A
educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhes
meios para progredir no trabalho em estudos posteriores” (Brasil, 1999).
A proposta curricular para 8ª série (nono ano), em geral, alicerçada nos
segmentos de livros didáticos têm se conduzido com a introdução de conteúdos de
Química e Física com enfoques conceituais isolados sem a preocupação de
relacioná-los a outros fenômenos.
Para superar a fragmentação que tem marcado o tratamento dado aos
conteúdos de Ciências no Ensino Fundamental, uma alternativa é a organização do
currículo através dos conteúdos estruturantes. Dessa forma é possível estabelecer
uma articulação com os conhecimentos de outras ciências facilitando, para o
educando, o entendimento dos fenômenos naturais e dos desenvolvimentos
científicos e tecnológicos.
Segundo MARTINS et al. (2003, p. 3): Superar a fragmentação no tratamento dos conteúdos de Ciências não se limita à busca de um tratamento interdisciplinar. Também pode existir fragmentação no interior de cada disciplina. Nesse caso, a fragmentação é normalmente o resultado de uma tentativa de se promover o ensino de um excesso de conceitos e detalhes que, numa primeira abordagem, impedem o estudante a compreender aquilo que é essencial.
As Diretrizes Curriculares para o Ensino de Ciências do Estado do Paraná,
2008, propõe conteúdos estruturantes e específicos de 5ª a 8ª série, entendendo o
professor de Ciências como mediador entre o conhecimento científico escolar
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representado por conceitos e modelos e as concepções alternativas dos estudantes
(PARANÁ, 2008).
Sendo assim, torna-se evidente a necessidade de mudar a forma de ensino.
Para isso é preciso expor o conteúdo relacionando-o ao contexto em que o aluno
está inserido, para que assim ele possa ter uma visão mais ampla e crítica do
conhecimento.
Em seu trabalho REZENDE et al. (2002, p.30) afirma que [...] a interação das áreas e disciplinas científicas se constitui uma base indispensável para formação do pensamento científico, a construção da identidade da área – Ciências da Natureza, a ampliação do raciocínio e elevação do nível intelectual do aluno.
Dentro desse enfoque, o que se pretende é priorizar aos alunos a
construção de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada. A
formação de um pensamento crítico é o que a escola deve proporcionar ao
educando.
Segundo CHIAPINI (2007,p.118):
A formação de qualquer estudante deve considerar o grupo social envolvido, suas experiências e concepções, necessidades e anseios. Para isso, o educador não deve prescindir de um planejamento adequado aos seus objetivos específicos e ao grupo com o qual se relacionará. Dessa forma, a autonomia do professor, no sentido da seleção, preparação, organização e execução das atividades pedagógicas é um passo a ser dado na construção de seu trabalho.
Nesse contexto e, com o propósito de se viabilizar uma aprendizagem
significativa as Diretrizes Curriculares recomenda o uso de diferentes recursos como:
a História das Ciências, leitura, escrita, observação, trabalhos de campo,
experimentação, cotidiano, entre outros recursos reconhecidos por pesquisadores e
pelo professores que oportunizem melhor ensino e conseqüente aprendizagem.
É importante que os alunos vivenciassem o processo de criação, troca e
crítica de idéias que está no cerne da própria atividade científica, envolvendo-os na
busca de explicações pessoais para os fenômenos investigados, trazendo
contribuições através de suas idéias e questionamentos, interagindo com seus
colegas e professor, apresentando fundamentos e possíveis evidências que as
sustentem.
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De acordo com JAQUES et al. (2001, p.2) O uso do terrário para fins educativos pode desempenhar um papel importante na formação do aluno, dada a importância que atualmente se atribui ao ambiente e a natureza [...]. Dado o enorme potencial didático e pedagógico que o estudo do terrário pode proporcionar, destaca também a abrangência de utilização em diferentes níveis de ensino, de acordo com os objetivos programáticos definidos.
Desta forma, conforme MORAES (2008. p.3):
A produção do conhecimento científico, de um modo geral, ocorre por um questionamento e ampliação reconstrutiva de conhecimentos e teorias existentes e já aceitas por uma comunidade de especialistas de uma área. Da mesma maneira na escola a aprendizagem se dá por reconstrução e complexificação do conhecimento que o aluno já traz para o contexto escolar, processo que se inicia com questionamentos e culmina com entendimentos ampliados dos temas questionados.
Numa visão metodológica crítica e histórica, de modo a considerar a
articulação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos e na tentativa de
contextualizar, relacionar e integrar os conteúdos do Ensino de Ciências Naturais é
que foi realizada a construção de um terrário. Com base nessa ferramenta
metodológica foram aplicadas diversas atividades com a participação dos
estudantes.
2.2 METODOLOGIA
O Projeto de Intervenção Pedagógica foi implementado numa turma de 8ª
série do ensino fundamental do Colégio Público do Núcleo Regional de Educação -
Área Curitiba da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), sendo
que 40 alunos participaram do projeto.
As atividades foram realizadas utilizando o caderno pedagógico desenvolvido
no como livro de apoio e para a implementação do projeto pedagógico as atividades
realizadas serão relatadas nas etapas:
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1. Montagem do Terrário. Atividade realizada no laboratório de ciências, com a participação dos alunos. Materiais:
Recipiente de bom tamanho para a visualização de seu interior. Exemplo: Uma caixa de vidro transparente de 50 cm de comprimento por 40 cm de altura.
Solos: arenoso (50% areia e 50% terra) e solo humoso. Água para molhar (não encharcá-la). Carvão vegetal ou pedra brita Plantas: flora local - dente de leão, hortelã, espinafres, samambaias, grama –
(resistentes e de crescimento lento) Animais: minhocas, joaninhas, besourinhos. Sementes: de feijão, milho, outras. Outros.
Procedimento: Coloque uma camada de solo arenoso de aproximadamente 3 cm no fundo da
caixa, coloque o carvão vegetal e/ou a pedra brita, cubra-os com o solo humoso. Coloque os animais (a minhoca deverá ficar no solo humoso). Plante as sementes e depois as plantas, regue suavemente. Feche bem o terrário usando uma fita adesiva grossa sobre os lados da tampa
para vedar bem. Coloque o terrário em lugar onde receba bastante luminosidade, mas não no sol direto.
2. Aplicação do método científico. Foram realizadas questões com o propósito de se levantar hipóteses sobre o
desenvolvimento do terrário. Em seguida eram realizadas discussões em grupo.
3. Monitoramento do terrário. Ao longo do período de aplicação do projeto (5 meses) foram realizadas
observações periódicas no terrário e essas observações foram documentadas através
do preenchimento de planilha de observação. No final do período de aplicação do
projeto os alunos apresentaram o relatório de suas observações. Foram confrontadas
as hipóteses do início do trabalho com os resultados obtidos com estudo e com as
observações.
4. Aprofundamento teórico. Realizado durante todo o período de aplicação
do projeto de intervenção pedagógica. Relacionando os elementos constituintes do
terrário com o meio ambiente e cotidiano do aluno às respectivas características
químicas, físicas e biológicas manifestadas e observadas no ambiente do terrário.
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Durante os estudos o conteúdo de ciências da série foi conduzido de forma que todos
os conteúdos previstos para a série fossem trabalhados.
5. Atividades experimentais em sala de aula e laboratório. As atividades experimentais foram planejadas e desenvolvidas de acordo
com os temas estudados. A descrição dos experimentos realizados está no caderno
pedagógico da autora.
6. Contextualização dos conteúdos. Proporcionada através da realização de pesquisas, apresentações e
discussões dos temas relacionados à preservação do meio ambiente. 6.1. Propriedades das substâncias - Tema: Reciclagem.
6.2. Gases constituintes do terrário e do meio ambiente: A partir da questão: Quando um
carro fica exposto ao Sol o seu interior se aquece muito. Você saberia explicar por quê?
Foram trabalhadas questões como: Efeito Estufa, camada de ozônio e aquecimento global.
6.3. Ciclo da água: Através da observação do terrário e descrição do ciclo da água em seu
interior e discussão de algumas questões propostas foram trabalhadas os seguintes temas:
Poluição da água,importância da preservação dos mananciais e levantamento de medidas
para se evitar o desperdício d água.
7. Produção Textual. Após discussões de questões relacionadas aos fatores responsáveis pelo
desenvolvimento do terrário cada aluno apresentou um texto (“A Terra um Grande
Terrário”), relacionando as interações ocorridas no interior do terrário com as
interações que ocorrem no meio ambiente.
8. Visita ao Parque da Ciência.
Essa atividade teve por objetivo mostrar para o aluno a contribuição das
diferentes Ciências á humanidade através das diferentes demonstrações e
representações viabilizada no ambiente do Parque da Ciência.
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2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES O trabalho foi desenvolvido em uma escola da Rede Pública do Estado do
Paraná de acordo com o projeto de intervenção pedagógica do Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE. A produção didática – pedagógica foi a
confecção de um caderno pedagógico de Ciências para a 8ª série (9º ano) do Ensino
Fundamental.
O desenvolvimento do projeto contou com o apoio da direção e equipe
pedagógica da escola, possibilitando seu desenvolvimento em uma turma de 8ª série,
turma regular da autora deste trabalho.
A aplicação do projeto na turma teve início em fevereiro (início das aulas),
após apresentação à direção do Colégio e equipe pedagógica e definição de uma
turma de oitava série.
Participaram do projeto 40 alunos, cuja idade compreendida entre 13 e 15
anos. A maioria desses alunos era residente nas proximidades da escola e cursavam
a 8ª série pela primeira vez (4 alunos estavam cursando a série pela segunda vez).
As atividades foram iniciadas com a construção de um terrário no laboratório
da escola. Os alunos foram divididos em grupo, participaram e acompanharam a
montagem do terrário, observando e relatando cada etapa de sua montagem e
respectivos elementos constituintes do terrário: tipo de solo (ordem de colocação),
animais (pequenos seres), plantas, sementes, água, outros.
Essa primeira atividade (experiência) do projeto despertou interesse e
curiosidade nos alunos. Todos se envolveram no processo, faziam suas anotações e
trocavam informações com os colegas, enquanto outros componentes do grupo
participavam da construção do terrário colocando os tipos de solo, acrescentando
pequenos seres, plantando as sementes e pequenos vegetais. O terrário foi regado
e, em seguida, lacrado e colocado perto de uma janela com bastante luminosidade.
Para os alunos reunidos em grupo, foram propostas as questões que
deveriam ser respondidas sem a interferência da professora.
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a) Por que a caixa deve ser de material transparente?
b) Por que usamos solo arenoso e humoso?
c) É importante a vedação da caixa? Justifique.
d) Você acha que os seres vivos que estão dentro do terrário vão sobreviver? Por quê?
Com o propósito de se promover discussões sobre o que poderia acontecer
no ambiente do terrário, essas questões serviram para que, através das observações
futuras, cada aluno possa comprovar e compreender os processos de interação que
acontecem no interior do terrário e no meio ambiente. As questões foram respondidas
e, no final do projeto cada grupo teve a oportunidade de comparar e aperfeiçoar suas
conclusões.
Respostas mais comum: a) “ Porque as plantas necessitam de claridade”
“Para poder fazer observação do desenvolvimento das plantas”
“Para luz entrar, pois as plantas necessitam de luz solar”
“Porque se houver planta essa tem que fazer a fotossíntese”
b)“O solo arenoso ‘areia’ para o desenvolvimento da planta e para drenagem da água, solo
humoso tem muita vitaminas”
“O solo humoso é para ajudar as plantas crescer e o arenoso para....”
“Porque as plantas precisam de vários nutrientes para sobreviver”
c) “ Sim. Para que não evapore a água de dentro do terrário”
“Sim, para o retorno da circulação de água, para as plantas e seres vivos”
“Sim, para ver as mudanças que as plantas sofrem em um lugar sem oxigênio”.
d) “ não, pois depois de algum tempo vai se acabar o oxigênio e o alimento”
“Talvez, vai depender da resistência dos animais, do ar, da água e das plantas”
“Sim, Eles vão se alimentar do resto das plantas e haverá circulação de água”
“ Sim. Pois eles que estiverem produzindo sais minerais para as plantas, estas irão produzir o
alimento e o gás oxigênio para os seres vivos, ou seja, eles irão estar num ciclo de trocas
gasosas”
Foi possível constatar que embora a maioria dos grupos compreendesse a
importância da luz no processo da fotossíntese que será a base da sustentação da
vida no terrário, muitos ainda não conseguem inicialmente perceber a função de
outros componentes do terrário.
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Todos compreendem o solo humoso como um solo nutritivo, “com vitamina”,
bom para as plantas, mas não visualizam com clareza a função do solo arenoso que
era filtrar a água mantendo a umidade no terrário.
A maioria dos grupos considerou a existência do ciclo da água, mas não
compreendeu o fechamento total do terrário. As respostas demonstraram que
consideravam o terrário lacrado como sendo um ambiente sem oxigênio e sem
possibilidade de vida.
Ao mencionar seres vivos a maioria dos alunos destacou os pequenos
animais. Apenas um dos grupos considerou o sistema como um todo, ou seja, incluiu
animas e plantas.
Os relatórios realizados com as atividades de monitoramento semanal
mostraram que os alunos eram observadores dedicados e, quanto mais observações
realizavam mais detalhados eram os relatórios (Tabela 1).
Tabela 1. Planilha empregada na atividade de monitoramento do terrário com
exemplos do relato realizados pelos alunos.
OBSER-VAÇÃO
ÁGUA PEQUENOS SERES
PLANTAS
TERRÁRIO (CONJUNTO)
(1ª OBS.) Vapor e algumas gotas Alguns mortos Algumas estão grandes, as outras morreram
Está se desenvolvendo. A terra está molhada e as sementes de milho e feijão estão crescendo. As plantas estão um pouco amareladas.
(2ª OBS.) O vidro continua embaçado, com gotas grandes na parte de cima. A água escorre pelos lados do terrário.
Alguns bichinhos morreram ,”tatu bola” As minhocas ainda estão vivas.
As sementes de feijão estão grandes e bonitas. Tem um monte de plantinhas crescendo.
Vidros úmidos e embaçado. As plantas estão crescendo e aparecem as raízes.
(3ª OBS.) Tem pouca água no
vidro.
Não estão visíveis. Parecem estar morrendo mas algumas estão brotando.
O vidro está pouco embaçado. As plantas estão amareladas. O solo está úmido. Apareceram alguns fungos nas plantas podres.
(... OBS.) A água evaporou e condensou, formando grandes gotas na parte de cima do terrário. A água continua escorrendo pelos lados do terrário
As minhocas estão vivas.
As plantas que pareciam morrer brotaram e cresceram. Estão grandes e bonitas.O terrário está bem vivo.
As plantas estão “grudadas” no vidro, voltadas para o lado da janela. Cresceram e estão bonitas. Existe caminho e resto de terrinha de minhocas. O solo está úmido e cheio de raízes.
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Nas primeiras observações os alunos achavam que as plantas fossem
morrer, pois até amarelaram. No entanto, na terra existiam raízes, “batatinhas” e
sementes de diferentes plantas que cresceram e deram sustentabilidade ao terrário.
Da segunda semana em seguida perceberam que o terrário teria viabilidade. No final
do período de observação relataram que o terrário estava bem desenvolvido com
plantas, minhocas e outros bichinhos minúsculos, entendendo o papel do ciclo da
água dentro do terrário.
O aprofundamento teórico e demais atividades trabalhadas com os grupos
fundamentou a discussão das hipóteses inicias e a formulação de novas hipóteses
para explicar a manutenção do terrário.
Os grupos compararam suas hipóteses e respectivos resultados obtidos a
partir dos estudos e do monitoramento do terrário. Os alunos discutiram questões
propostas, em pequenos grupos e, em outra aula, apresentaram suas respostas para
o grande grupo. a) Relato das observações realizadas pela equipe:
b) Que fator (elementos) de desenvolvimento para vida no terrário você considera mais
importante?
c) O que você acrescentaria ou retiraria do terrário?
Respostas mais freqüente:
a) “Bom nas primeiras semanas os bichinhos não sobreviveram, as plantas que foram
plantadas grandes algumas morreram, as sementes cresceram, as sementes foram as que
sobreviveram”
“Desde que fizemos o terrário, houve muitas mudanças, crescimento das plantas, os
bichos que muitos morreram, e outros que ficaram vivos, as mudanças de estado que teve a
água, que foi colocada ( ex: evaporação e condensação”
“ Primeiro as plantas foram colocadas viva, achamos que não ia sobreviver, as
plantas estão grandes sendo desenvolvidas com os animais, o solo está úmido e cheio de
raízes que irão brotar”
“No terrário as plantas cresceram e quase não estão mais cabendo lá dentro, as
minhoquinhas não vejo só terrinha, a água fez seu ciclo normal e é interessante, pois ela foi
colocada só uma vez e parecia uma chuva, porque ela subia na tampa em forma de gotinhas”
Embora os alunos já tivessem estudado conceitos sobre a fotossíntese, a
importância da ação da luz solar e da produção de oxigênio nesse processo. Alguns
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alunos formularam hipótese de que seres vivos (animais e vegetais) não fossem
sobreviver uma vez que o terrário era um ambiente fechado. Revistos os conceitos e
feitas as observações durante um semestre muitos até se admiraram perguntando? ‘É
o mesmo terrário?”
b) “O ar, a luz do sol, a evaporação e a água”
“Todos eles são indispensáveis, pois um ajuda o outro”
Espera-se que os grupos compreendam as interações entre os elementos
envolvidos, porém alguns grupos ainda citaram alguns elementos esquecendo-se de
outros, o que foi completado com as demais participações. c) “ Nós achamos que nada, pois tudo é importante”.
“ Colocaria mais plantas e animais”.
“Nada, pois em minha opinião ele foi construído com os elementos necessários e básicos”
Importa que o aluno compreenda que o terrário é auto-sustentável, algumas
plantas e bichinhos podem e devem morrer promovendo as interações necessárias.
As sementes e raízes presentes no solo brotam e contribuem com a manutenção do
terrário, no entanto, a presença das plantas é indispensável para a manutenção do
ciclo de vida no ambiente do terrário, a maioria dos grupos percebe essa importância.
Na atividade de aprofundamento teórico foram relacionados os elementos
constituintes do terrário com o meio ambiente e cotidiano do aluno. Estudadas as
características químicas, físicas e biológicas descritas na literatura e as observadas
no ambiente do terrário.
As observações feitas e relatadas pelos alunos oportunizaram o estudo dos
temas:
Influência dos fatores bióticos abióticos na constituição da Biosfera.
A partir da descrição dos elementos constituintes do terrário os alunos
listaram os fatores vivos e não vivos do ambiente do terrário. Embora alguns grupos
não tenham adicionado na lista os elementos menos visíveis, os resultados mais
comuns foram:
Fatores bióticos (vivos): Plantas e bichinhos
Fatores Abióticos (não-vivos): Solo, pedra, areia, vidro, água.
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Os componentes menos listados foram o ar e a luz e, alguns alunos listaram
“animais mortos” com fatores não vivos.
Fenômenos Químicos e Físicos: Divididos em grupo os alunos
identificaram no terrário o que consideraram fenômeno químico e fenômeno físico. Os
grupos identificaram os seguintes fenômenos:
Crescimento das plantas.
Apodrecimento de alguns bichinhos e de algumas plantas.
Evaporação e condensação da água.
Os fenômenos foram listados no quadro de giz e foram classificados, com o
auxílio da professora. Também foram explorados os conceitos correlacionados.
Propriedades específicas da matéria: Para o estudo das propriedades
da matéria os alunos, em grupos, enumeraram os elementos constituintes do terrário
e suas respectivas características: cor, textura, maleabilidade e outras percebidas
conforme descritas. A atividade proposta foi: a) Faça um levantamento dos elementos químicos presentes nos textos dos temas 1 e 2 (do
material didático) e anote o nome dos elementos e suas características.
A tabela 2 apresenta o levantamento de materiais realizado pelos alunos:
Tabela 2. Materiais que constituem o térreo e suas características observáveis.
Materiais Características Solo arenoso “Bege claro, permeável, com pedrinhas
brilhantes, textura áspera”.
Vidro “Transparente e liso”
Pedra brita “cinza, dura, áspera”
Semente de milho “Vermelha, dura, lisa
Vedação (cola de silicone) “Maleável, branca, macia”
Água “incolor, sem sabor e cheiro, está
embaçando o vidro”
A descrição dessas características facilitou o estudo das propriedades
químicas, físicas e organolépticas das substâncias. Para melhor compreensão
tomamos como exemplo o solo: cor, textura, tipo de minerais presentes,
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permeabilidade e função no terrário. Essa atividade oportunizou ainda ampliar o
conhecimento sobre a importância e formação do solo, suas composições químicas e
nutrientes importantes para o desenvolvimento das plantas.
Quando os alunos listaram os elementos constituintes do terrário associaram
as características que percebiam pela cor, textura, cheiro, ou seja, percebíveis pelos
órgãos do sentido (propriedades organolépticas) ou pelo seu estado físico no caso da
água que evaporou e condensou. Para a pergunta: Seria possível utilizarmos sempre as propriedades organolépticas para diferenciar os materiais?
As respostas mais comuns: “Não. Algumas cheiram mal”;
“Não. São venenosas”;
“Podem ser tóxicas, dá alergia”.
Esses questionamentos contribuíram para que os alunos compreendessem
melhor as propriedades físicas e químicas e sua importância na identificação de
substâncias. Definindo-as e exemplificando algumas delas.
Com o estudo dos componentes e características do solo e demais elementos
constituintes do terrário os alunos em várias situações (como, por exemplo, na leitura
dos textos referentes à formação e constituição do solo) se depararam e perceberam
alguns elementos químicos e moléculas, como exemplo: os elementos encontrados
na crosta terrestre: oxigênio, alumínio, ferro, cálcio, sódio, entre outros e ainda os
minerais constituintes do solo, sílica, óxidos de ferro dentre outros.
Essa atividade teórica permitiu aos alunos o reconhecimento de alguns
elementos químicos, associando nomes a seus respectivos símbolos, além de
possibilitar melhor compreensão na definição de fórmulas (que representam
substâncias) e símbolos que representam elementos.
Gases Presente no Terrário e Meio Ambiente
Foi trabalhada a questão: Observando o terrário por algum tempo,
verificamos que os seres vivos não morreram lá dentro. As plantas podem crescer e
se desenvolver. Se não morreram é porque ali dentro existem todos os alimentos
para a sobrevivência. Identifique os componentes indispensáveis à vida no terrário.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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As respostas, em geral, incluíram: Solo, água, oxigênio, luz. O ar foi pouco
lembrado.
A partir da constatação que um dos elementos fundamentais para a
manutenção da vida no terrário é o oxigênio foi pedido para que os alunos
pesquisassem os gases constituintes da atmosfera com suas respectivas proporções
no ambiente terrestre. Apresentado pelo grupo em gráfico de setores, cada grupo
pesquisou ainda as características desse gás e função no meio ambiente.
Essa atividade contribuiu para a percepção da interação dos fatores
responsáveis pela vida na Terra. No caso da composição do ar foi possível
demonstrar que cada gás que faz parte do meio ambiente tem sua propriedade e
função específica no processo de sustentação e manutenção da vida no planeta
Terra e que o desequilíbrio das concentrações desses gases é que constituem a
grande ameaça a estabilidade ambiental.
Ciclo Gasoso no Terrário.
Atividade contemplada: Representar através de desenho o ciclo gasoso no
terrário.
Através das observações e dos relatórios do desenvolvimento do terrário os
grupos percebem que embora sendo um ambiente fechado o terrário representa um
pequeno ecossistema, sua sustentabilidade depende também da interação que
envolvem etapas biológicas, físicas e químicas alternadamente.
Apesar de muitos alunos não tenham inicialmente citado elementos
essenciais como a luz e o gás carbônico, essa atividade despertou interesse. Foram
realizados estudos, embora de forma breve, de alguns dos ciclos biogeoquímicos.
Ciclo da Água no Terrário
Foram trabalhadas as seguintes questões: 1) Após observação do terrário descreva o ciclo da água:
2) Por que a água é colocada no terrário apenas uma vez?
3) Houve formação de gotas de água? Onde? Por que isso aconteceu?
4) Há momentos em que as gotas parecem desaparecer. Para onde será que essas gotas
vão?
As respostas mais freqüentes foram:
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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a) “ No começo a terra absorveu a água e agora ela está evaporando”
b) “Absorve na terra, evapora fazendo a parte superior ficar molhada”
c) “ No começo líquido, depois gasoso e daí ficou nas paredes do terrário e cai na
terra novamente.”
2) “ Porque ela evapora, formando seu ciclo”
a) “Porque depois ela evapora e depois se torna líquida novamente”
3)a) Sim na tampa, porque é lá que a água se acumula”
b) “Sim no vidro, porque a água evaporou”
4)a) ”Para o fundo do terrário”.”
b) Para a terra e vai evaporar de novo”
Embora a maioria dos alunos não se lembrasse do termo condensação, no
entanto, todos perceberam e conseguiram associar o ciclo da água no terrário e o do
meio ambiente. Além dessas questões foi se trabalhado a importância da água para
os seres vivos, a porcentagem de água na Terra, proporção de água potável e
medidas para se evitar o desperdício de água, para tanto, os alunos listaram algumas
medidas cotidianas que se pode ter para evitar tal desperdício.
Luz: Componente Essencial para o Desenvolvimento da Vida no
Terrário e no Planeta Terra.
A luz fator indispensável para ocorrência do processo dos demais fatores
necessários para a manutenção da vida no terrário foi trabalhada através textos
explorando o Sol como fonte de luz e calor. Na aula expositiva dialogada foram
abordando temas como a estrutura solar, composição química do Sol, radiações
solares. Foi apresentado representação do espectro eletromagnético e explicado
como a energia do Sol chega até a terra e algumas de suas funções em nosso
planeta. Exemplificado a difração da luz e conceitos como cores primárias e
secundárias.
Foram trabalhadas as questões: a) Os vegetais, em sua grande maioria são verdes devido ao corante natural, a clorofila.
Quais das cores primárias da luz a clorofila absorve?
b) Qual das cores primárias da luz a clorofila reflete?
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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Embora a nível teórico a maioria dos alunos (em grupos) não apresentou
dificuldade para responder essas questões, foi realizada uma atividade para reforçar
os conceitos aprendidos.
Para estudar a fotossíntese foi realizado, no início da aula, um
questionamento: Sem o desenvolvimento das plantas o terrário seria um deserto, sem a formação dos gases
necessários à vida os demais serem vivos morreria. Que processo de importância vital
ocorreu no ambiente do terrário oportunizando a sustentação desse pequeno ecossistema?
A maioria dos alunos identificou a “fotossíntese” como esse processo
relacionando-o as plantas. Aula expositiva retomando conceito da fotossíntese,
elementos essenciais e algumas de suas fases de forma simplificada.
As atividades experimentais foram realizadas em diversos momentos da
aplicação do projeto, sempre relacionadas com os conteúdos e acompanhamentos
teóricos.
1. O que afunda e o que flutua (Experiência 5.1) Em grupo, mergulhando-se pedaços e bolinhas de isopor e de gude em um
copo com água as explicações para os resultados obtidos foram: “A bolinha de gude afunda porque é mais pesada e a bolinha e pedaços de isopor flutuam
porque são mais leves”.
Embora os grupos percebam a diferença dos materiais relacionam o conceito
de densidade ao peso dos objetos e não à concentração de massa por volume
presentes na bolinha de isopor e de gude (vidro).
A partir dessa experiência foi explorado o conceito de densidade, sua relação
matemática e reconhecer os valores de densidade de alguns materiais e substâncias
mais comuns possibilitando melhor compreensão na resolução de problemas que
envolviam densidade. Foi possível também compreender a densidade como uma
propriedade física importante na identificação de substâncias.
2. Tipo de Misturas ( experiência 5.2) a) Selecione do terrário um material ou uma substância que você possa, de
acordo com sua aparência, identificar seus componentes e outra que você não possa
identificar seus componentes. Descreva seus aspectos.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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Embora o ar também tenha sido citado os exemplos mais freqüentes foram
solo, areia e água, exemplo: “Areia – formada por pedrinhas maiores e menores, algumas escuras outras mais claras,
alguns pontinhos brilhantes.”
“Água – incolor”.
b) Conforme descrição da experiência 5.2, em grupo cada equipe recebe um
número referente aos frascos contendo as misturas de: água+álcool, água + açúcar,
água + sal, água + óleo e água + areia + óleo (as amostras não foram identificadas).
Cada frasco com respectivos números foram colocados em cima da mesa do
professor. Na lousa estavam listadas as substâncias utilizadas nas misturas. Cada
grupo deveria observar a mistura relacionada ao número recebido e responder a
seguinte questão.
Você consegue distinguir os componentes de sua mistura? Justifique. Respostas: “Não. A água é incolor”. “Só cheirando ou provando”.
“Sim. Água e óleo”. “Sim, água, óleo e areia”.
A seguir os grupos preencheram a Tabela 3.
Tabela 3 – Características das substâncias e das misturas.
Misturas Apresenta número de fase visível
Não apresenta fase visível
Água + álcool X
Água + açúcar X
Água + Sal X
Água + óleo X
Água + areia + óleo X
Foi proposto ainda que cada grupo elaborasse uma definição para mistura
homogênea e mistura heterogênea. Dados homo = igual e hetero = diferente. Essa
atividade simples contribuiu para a construção e compreensão dos conceitos de
misturas, misturas homogenias e heterogêneas. Os alunos não apresentaram
dificuldade na elaboração das definições.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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3. Separação de mistura ( experiência 5.3) Decantação:
Em sala de aula divididos em grupo foi colocado, em um copo com água,
argila moída ou areia, misturando com um bastão e deixando descansar. A seguir
derramaram o líquido lentamente em outro copo.
Questões propostas: Com base no que você observou responda: 1) De qual a propriedade específica depende o processo de decantação?
2) Você conhece outro processo que poderia ser utilizado para separar essa mistura?
Embora alguns alunos apresentassem, inicialmente, dificuldade para
responder, a maioria dos alunos identificou a densidade como a propriedade
específica envolvida, outros ainda responderam: “ a propriedade física densidade” .
A questão número 2 foi respondida pela maioria dos grupos como filtração
usando-se as seguintes expressões: “coando em um pano, passando por um filtro de café,
passando em uma peneirinha”.
Essa atividade motivou os alunos despertando o interesse para o estudo de
outros processos de separação de substâncias como, por exemplo, a extração de
essências para fabricação de perfumes e a destilação fracionada para produção dos
derivados do petróleo.
Destilação Simples:
Essa experiência foi solicitada como atividade extraclasse (com a supervisão
de um adulto) visando responder as questões propostas. Com o preparo do chá
preto bem concentrado em panela tampada, cada grupo deveria colher a água
condensada na tampa da panela (várias vezes), transferindo cuidadosamente para
um copo. A experiência deveria ser suficiente para responder as questões: 1.) Qual o aspecto da mistura que está na panela?
Essa mistura é homogênea ou heterogênea?
2.) Quais os componentes presentes nela?
3.) Onde está ocorrendo a ebulição e porque ocorre?
Qual o aspecto do líquido recolhido e transferido para o copo?
4.) Onde está ocorrendo a condensação e porque ela ocorre?
5.) Por que temos de tampar a panela para executar esse processo?
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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Exemplo resumido de um relatório apresentado. “Experiência destilação”. -“. Aspecto homogêneo. A água começou a ferver e a entrar em
estado de ebulição e condensação. A tampa da panela, ao ser retirada, estava repleta de
vapor de água. A água ao ser colocada no copo estava incolor. O chá na panela tinha uma
coloração marrom escuro”.
Respostas comuns: 1) “Ela é líquida e escura. É heterogênea, pois tem os pedacinhos de chá. Chá preto e água”.
2) “ Na água que está na panela. Por causa do aumento de temperatura”.
3)”Incolor”. “Quase incolor”. “Ele é esbranquiçado”.
4) “Porque quando ferve a água começa a surgir a evaporação, formando bolhas na tampa”.
“Ocorre na tampa, a tampa está mais fria que o vapor da mistura ( diferença de temperatura)”.
5) “Para ocorrer a condensação”. “Se não tivesse a tampa o vapor iria sumir no ar”.
Embora alguns grupos não apresentassem essa atividade, ou deixassem de
responder algumas das questões, que foram revisadas na discussão da experiência,
a maioria dos grupos apresentaram respondendo as questões demonstrando
compreensão e interpretação correta para os dados observados.
4. Exercitando a imaginação (experiência 5.4) Visando despertar no aluno o interesse e compreensão dos modelos atômicos
propostos e estudados nessa série foi realizada a experiência conforme descrição da
experiência 4. Cada grupo apresentou para classe sua caixa fechada contendo
objetos diversos. Sacudindo a caixa os demais alunos identificaram as possíveis
características desses objetos de acordo com o som, movimento, peso, outras. Essas
características foram anotadas na lousa e também em uma planilha, conforme
exemplo a seguir (Tabela 4); Tabela 4. Propriedades dos objetos contidos nas caixas.
Número da caixa
Objeto Características que possibilitam identificar propriedades do objeto
Propriedades do objeto
Caixa 1 1 Objeto pesado, desliza na caixa, Forma redonda.
Objeto sólido, liso, de vidro
2 Pouco pesado, compacto, forma retangular.
Objeto sólido, de papel, áspero.
Caixa 2 1 ... Objeto leve, pouco compacto, redondo. Objeto sólido, áspero, de plástico, de borracha.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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Após apresentação e possíveis hipóteses e descrição dos objetos contidos
na caixa, os grupos abriram suas caixas e apresentaram seus objetos. Foram
propostas as seguintes questões: a) Os modelos elaborados correspondem às características da caixa? Respostas mais freqüente: “Alguns, como as bolinhas de gude e de tênis” “Sim, tinha modelos quadrados,retangulares
e coisas feitas de papel, borracha entre outras coisas”. “Sim. Materiais diferentes: agenda, lápis,
enfeite de lápis e chave. Objetos sólidos, pesados, de madeira, papel, metal e borracha.” “ Alguns sim
outros não. Uma das equipes colocou uma agenda retangular de modo que deu para perceber a
forma”
Em cada caixa havia mais de um objeto. Os mais fáceis de identificar foram
os arredondados tais como as bolinhas de gude e uma bola de tênis. Embora alguns
grupos tenham identificados também: agendas, lápis, apagador. b) Como foi possível descobrir o conteúdo da caixa?
Respostas mais freqüente: “Pelo barulho e forma”. “Conforme o peso e forma do objeto dá para saber”.
c) Cite um modelo que você tenha estudado em Ciências.
Sistema Solar, Cadeia Alimentar e modelo de uma célula foram lembrados
por alguns alunos. Essa atividade permitiu explorar o conceito de modelos e entender
que os modelos científicos são criados e atualizados com novas descobertas da
ciência. Os modelos foram ressaltados como importantes para o estudo de temas
voltados para as diferentes áreas científicas, lembrando que o terrário pode ser
considerado como um pequeno modelo da Biosfera. Assim foi, em seguida, foi
explicado sobre os a criação dos primeiros modelos atômicos e sobre a evolução
desse modelo.
Combustão (experiência 5.5) Foram trabalhadas as questões apresentadas a seguir, com exemplos de
respostas. a) Faça um relatório do que você observou na experiência da combustão.
“Eu observei que a vela quando está sem o copo em cima dela ela fica acesa e quando se
coloca o copo ela começa a diminuir o fogo até apagar”.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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b)Por que a chama da vela foi diminuindo de intensidade até se apagar quando foi colocado
o copo sobre ela?
“Porque o oxigênio do copo foi se acabando até acabar”. “Porque sem a presença do
oxigênio não há combustão ( não queima)”. “Porque o oxigênio do copo foi se consumindo até acabar”
c) Quais os produtos finais da combustão da parafina?
“ Gás Carbônico, vapor d’água, e calor”
d) O que acontece com a energia armazenada no combustível enquanto ele queima?
“ A energia vira calor”
A partir da experiência da combustão os alunos reconheceram uma
importante característica do oxigênio – ser um gás comburente. A discussão das
questões acima oportunizou o estudo da combustão enquanto reação química
viabilizando explorar tipos de reações químicos. Reações endotérmicas, exotérmicas
e outros exemplos de reações.
O Sol como Fonte de Luz e Calor ( experiência 5.6) Em grupos, os alunos pintaram duas garrafas pet, uma de branco e outra de
preto, na boca de cada uma das garrafas foi colocado a parte aberta de uma bexiga,
a seguir as garrafas foram colocadas à luz do Sol durante alguns minutos
(aproximadamente 10 minutos), Figura 1. Os grupos observaram e responderam as
questões:
Foto: arquivo do autor:Lazara Botelho
Figura 1. Experiência realizada em um dia com sol. 1)Exemplo de relatórios da experiência.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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“ As garrafas foram deixadas no sol, e em seguida já vimos a bexiga colocada na garrafa preta se encheu e a bexiga colocada na garrafa branca continuou do mesmo jeito”.
“Observamos que somente a bexiga colocada na garrafa preta se encheu enquanto estava no sol, depois quando colocada na sombra murchou”.
2) Explique o que aconteceu aos balões: “ A garrafa preta absorveu o calor do sol esquentando o ar que encheu a bexiga” “ A cor branca não absolveu o calor do sol, somente a cor preta” Através dessa experiência os alunos perceberam além do aquecimento do ar
pelo calor do sol, entenderam também que a cor preta absorve melhor a luz solar
aquecendo o ar que está dentro da garrafa preta. O ar quente é menos denso, com
seu movimento enche a bexiga que está na boca da garrafa impedindo sua saída.
Decomposição de luz solar (experiência 5.7) Com a observação da incidência da luz solar na superfície de um CD os
alunos reconheceram a decomposição da luz desenhando as cores refletidas e
observadas. Com acompanhamento teórico foram exploradas as noções de luz visível
( branca), a definição de luz (radiações eletromagnéticas) e os demais espectros
eletromagnéticos como, por exemplo, os raios-X, ultravioletas, entre outros.
Observação de uma Célula vegetal ( experiência 5.8) Através da observação de uma folha de elódea (planta aquática) no
microscópio os alunos identificaram alguns dos elementos presentes em uma célula
vegetal e indispensáveis ao processo da fotossíntese. Foi proposto observar: a) O formato das células. “ Retangular arredondada dos lados”
b) Como as células se dispõem. “Dividiam-se por uma borda”. “Uma junta da outra”
c) O contorno das células. “ Apresenta uma parte mais escura”
d) As estruturas no interior das células. “Apresentavam um monte de pontinhos verdes”. “
Apareciam alguns pontinhos verdes e um ponto mais escuro um pouco maior”
Discussão:
a) Observando células da folha da elódea o que mais lhe chamou a atenção? “Os pontinhos
verdes em seu interior”
b) Como são denominadas essas bolinhas? “Cloroplastos”
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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c) São importantes as células das folhas apresentarem cloroplastos? Por quê? “Sim, são verdes e produzem a clorofila”. “Sim, são responsáveis pela produção de clorofila, substância
responsável pela absorção da luz solar”.
Embora alguns alunos tivessem dificuldade em conseguir descrever
associando suas observações com a estrutura de uma célula vegetal muitos
demonstraram compreensão dos conceitos estudados identificando as estruturas
celulares corretamente. Essa atividade despertou interesse e promoveu necessária
discussão sobre os elementos participantes da fotossíntese, possibilitando assim,
maior aprofundamento teórico e compreensão das interações presentes no terrário e
meio ambiente.
Contextualização dos conteúdos através da pesquisa e apresentação de temas relacionados ao meio ambiente.
6.1) Tema Reciclagem: A partir do estudo da substância vidro, material
também participante da construção do terrário foi proposta aos alunos que
pesquisassem sobre: Embalagens de vidro recicláveis, vantagens da reciclagem do
vidro, produtos de vidro que não podem ser reciclados. A pesquisa foi feita em livros,
revistas, jornais e internet, os grupos montaram um painel com os pontos principais
da pesquisa. Essa atividade oportunizou a discussão sobre a importância da correta
separação do lixo e da coleta seletiva.
6.2) Tema Efeito estufa, camada de ozônio e aquecimento global.
A partir do estudo dos gases constituintes do terrário, do meio ambiente e do
ciclo do oxigênio e gás carbônico foi possível estudar os temas acima. Foram feitas
leituras e interpretação de textos sobre os respectivos temas. E trabalhadas algumas
questões como, por exemplo: 1) Quando um carro fica exposto ao sol o seu interior se aquece
muito. Você saberia explicar por quê?
A maioria dos alunos entendeu que é através da absorção da luz solar que
acontece o aquecimento do interior do carro. Essa constatação viabilizou a
compreensão do conceito “Efeito estufa” como um processo natural e necessário ao
nosso planeta, porém os desequilíbrios ocasionados principalmente pela ação
humana como a produção desenfreada de alguns gases acentuam esse efeito. Foram
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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listadas algumas das conseqüências desse super aquecimento e discutidas de
acordo com o ponto de vista de cada grupo.
Sobre o gás ozônio foi estudado: sua formação na atmosfera, buraco na
camada de ozônio. Foram estudados os gases responsáveis pela destruição dessa
camada CO2, CH4 e outros.
Atividade 7: Produção textual Concluídas as observações dos fenômenos ocorridos no ambiente do terrário
e respectivas interações e relações com o meio ambiente terrestre cada aluno
elaborou um texto, cujo tema foi: A Terra um Grande Terrário. Segue-se abaixo
exemplo de algumas dessas produções.
1. A Terra um Grande Terrário
“Quando nós decidimos fazer um terrário, não foi um simples terrário. Ele pode
representar o mundo sem prédios, carros e outras coisas mais, somente a natureza é
representada.
Todas as reações que acontecem no terrário, por simples que sejam, fazem toda a
diferença como uma semente que germina a água que evapora e se acumula na tampa,
depois cai como chuva, as folhas das plantinhas que caem e apodrecem adubando o solo
entre outras.
“O terrário pode mostrar mais ou menos como a natureza é sem a interferência do
homem”.
2. A Terra um Grande Terrário
“ A vida no terrário é muito parecida com o modo que vivemos o esquema que as
árvores fazem a fotossíntese aqui na Terra. No terrário as plantas fazem esse trabalho, elas
são responsáveis de fazer o ar para vida delas e dos bichinhos e dos animais que vivem no
terrário.
O ciclo que a água faz no terrário é incrível porque ocorre igual o ciclo normal no
planeta Terra. A Terra é mesmo um grande terrário porque seus funcionamentos e ciclos são
iguais.”
3. A Terra um Grande Terrário
“ O Terrário representa o planeta Terra, pois tem suas plantas (árvores) e tem seus
animais. Embora exista grande diversidade de animais e plantas, também dependem da
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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água, do Sol, do oxigênio para crescer e para que os seres que habitam possam sobreviver.
Se houver Sol demais ou chuva demais nós iríamos morrer, e isso mostra os quão parecidos
somos com o terrário.
A terra, o solo humoso cheio de nutrientes, a luz, as plantas que realizam a
fotossíntese renovam o ar e produzem alimentos necessários. Assim os seres vivos que
estão no terrário permanecem vivos, mas sem oxigênio, morreriam. Também as trocas
gasosas realizadas no terrário, o crescimento das plantas e o ciclo da água contribuem com a
manutenção da vida.
Assim a Terra pode ser considerada como um grande Terrário que nos abriga e nos dá
sustentação”.
Através da produção textual cada aluno pode expressar sua compreensão
das interações que acontecem no interior do terrário, analisando-as e comparando-as
com os processos vitais que se interrelacionam nos diferentes ambientes terrestres e
que são responsáveis pela sustentação e manutenção da vida na Terra.
A maioria dos alunos demonstrou que consegue perceber e relacionar as
interações ocorridas entre os diferentes fatores bióticos e abióticos ocorridas no
ambiente do terrário e seus correspondentes no planeta Terra.
Visita ao Parque da Ciência O Parque da Ciência representa um ambiente diferenciado, proporcionando
um momento de aprendizagem descontraído e dinâmico. Oportunizou aos alunos
diferente contato com alguns dos temas trabalhados no projeto do terrário: água,
energia, meio ambiente. O vínculo do projeto do terrário e as atividades experimentais
despertaram interesse e motivação propiciando um melhor aprendizado, pois quando
indagados pelos monitores sobre temas que também foram estudados em aulas
anteriores os alunos responderam pronto e corretamente demonstrando assim a real
compreensão dos assuntos abordados.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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2.4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A observação e o acompanhamento do terrário oportunizaram o levantamento
de hipóteses e respectivas confrontações dos resultados a partir dos relatórios e
discussões, criou-se um ambiente motivador, promovendo o diálogo e estimulando o
aluno à questionamentos, levando-o a uma melhor compreensão dos fenômenos
estudados e seus conceitos.
É consenso entre os professores de Ciências que as atividades experimentais
despertam interesse e curiosidade entre os alunos de diferentes níveis escolares.
Segundo NANNI,(2004, p. 3 ) a importância da inclusão da experiência está na caracterização de seu papel investigativo e de sua função pedagógica em auxiliar o aluno na compreensão dos fenômenos sobre os quais se referem os conceitos.
Enquanto que COVOLAN (2004. p.24 )
destaca a importância de se levar em consideração as noções prévias dos estudantes, pois os paralelos estabelecidos entre essas concepções, podem auxiliar o docente no preparo de suas atividades didáticas, além de permitir que o aluno veja a Ciência como algo próximo do seu cotidiano.
Nesse contexto ao se trabalhar com atividades práticas enfatizamos a
necessidade de se ensinar Ciências considerando os conhecimentos prévios dos
alunos e seus conceitos alternativos nos vários conteúdos de Ciências, levando-se
em conta as várias dificuldades por eles encontradas, utilizando-se para tanto
recursos diversos.
Segundo SANTOS E SCHENETZER (2003, p.17)
os alunos, partindo de aspectos de suas vivências, compreendem processos químicos relacionados ao tema, ao mesmo tempo em que são levados a refletir sobre grandes questões temáticas vinculadas a contextos sociais, buscando a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, por meio da discussão de atitudes e valores.
Nessa perspectiva com o estudo do ambiente do terrário abre-se um
leque de possibilidades para se trabalhar, além das atividades experimentais,
alternativas vinculadas a temas ambientais de diferentes proporções. É possível
também promover discussões de grande importância para a atualidade.
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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Com esse ambiente de participação e discussão foi possível enfatizar
que o conhecimento empírico (ou senso comum) é o saber popular, que se baseia
nas experiências com fatos da vida diária, enquanto que o conhecimento científico é o
saber academicamente construído. O conhecimento científico é aquele que vai além
das experiências individuais para explicar os fatos, mas uma observação e busca
comprovar e conhecer as leis que os regem e para isso necessita de investigações e
experimentações.
Para MORAES ( 2008, p.3):
[...] os alunos nesse tipo de proposta vão transformando seus conhecimentos, qualificando-os a partir do conhecimento químico, também aprendem a movimentar-se em diferentes perfis epistemológicos, compreendendo a diferença entre o conhecimento científico, sabendo valorizar ambos e reconhecendo seus limites.
Desse modo ao se trabalhar os conteúdos de ciências levando em conta a
experimentação e seu caráter investigativo, bem como pedagógico levando o aluno à
formulação de hipótese, problematização, desenvolvimento de idéias, discussão e
compreensão dos conceitos visa contribuir com a alfabetização científica do aluno.
Nesse contexto o desafio do professor está em se fazer de nossa sala de
aula um espaço de constante investigação que proporcione ao aluno interesse e
participação em atividades diversas que contribuam com sua efetiva formação
científica nas diferentes áreas da ciência.
A construção e o monitoramento do terrário representaram um instrumento
motivador tanto para classe como para a professora regente. No início visto como
uma ferramenta modesta, porém no decorrer de seu desenvolvimento abriu-se um
leque riquíssimo de inúmeras possibilidades de ensino e aprendizagem a serem
exploradas.
No decorrer das aulas com a observação do terrário, com o
desenvolvimento dos conteúdos e atividades experimentais foi possível perceber o
quanto a turma demonstrava interessada e se mostravam surpreendidos como as
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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descobertas. Como em um conto de “Sherazade” o que iríamos (re)descobrir a cada
dia, mesmo nas aulas mais teóricas as atividades entusiasmava a classe.
As aulas desenvolvidas a partir dos temas propostos no caderno pedagógico
tendo como pano de fundo a construção e o monitoramento do terrário exigiu grande
disponibilidade de tempo. Era necessário realizar o preparo das atividades,
principalmente as experimentais, e organizar o deslocamento dos alunos toda
semana ao laboratório para que pudessem analisar o desenvolvimento do ambiente
do terrário e relatar suas observações. Porém ao longo das aulas alunos e professora
foram entendendo o quanto o papel das atividades experimentais contribuíram para a
aprendizagem e compreensão dos conceitos e conteúdos proposto para o ensino de
Ciências.
Turmas com grande número de alunos, a falta de um ambiente adequado
para laboratório falta de profissional para apoio durante as atividades práticas foram
as principais dificuldades na execução deste projeto. No dia a dia de um professor
além das dificuldades citadas está a atitude de alguns alunos frente ao trabalho
diferenciado e a carga horária excessiva dos professores.
A aplicação deste projeto de intervenção pedagógica exigiu esforço conjunto
de direção, equipe pedagógica, alunos e professores para superação desses
problemas.
Durante a realização desse trabalho foi constatado que a medida que os
alunos realizavam alguns experimentos, no laboratório e em salas de aula. Essas
atividades geraram comentários na instituição de ensino e isso provocou uma maior
movimentação de outros professores dispostos a usarem o laboratório e trocar idéias.
Foram discutidos alguns encaminhamentos metodológicos entre professores o que foi
gratificante e motivador.
Na busca de soluções alternativas no ensino de ciências a construção de um
terrário, como modelo de ecossistema, permitiu conduzir o processo ensino
aprendizagem em de forma interdisciplinar. Nesse projeto foi possível valorizar tanto
o conteúdo como o processo, onde não apenas conceitos e termos científicos são
aprendidos, mas são desenvolvidas principalmente atitudes de processo como a
Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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formulação de hipóteses, a interpretação de dados e o desenvolvimento de idéias
que irão constituir a base para uma verdadeira aprendizagem em ciências.
Esse trabalho contribuiu para se entender melhor como ocorre o processo
ensino e aprendizagem sem que tenha sido deixado de trabalhar com os objetivos
próprios dos conteúdos propostos para o ensino de Ciências.
A construção do terrário foi uma experiência pedagógica riquíssima que
exigiu nova postura e olhar frente ao planejamento das aulas e organização da sala
de aula. No entanto esse recurso não se esgota aqui, podendo ser melhorado,
adaptado as diferentes séries, abordando-se diversos temas nas diferentes áreas que
compõem o ensino de Ciências e enriquecido de acordo com o planejamento e
vivência de cada professor.
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Articulação e Representação de Fenômenos Físicos, Químicos e Biológicos em um Terrário. _________________________________________________________________________________
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