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artigo do pibid
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Elaboração de uma metodologia sobre a Ditadura Militar no Brasil
Anteriormente ao início do projeto nossa dúvida de como trabalhar o tema da
ditadura militar com alunos do 6º ano era muito grande, porém, a partir da leitura do
texto “Aula-Oficina: do projeto à avaliação” da autora Isabel Barca (2004) indicado
pelos supervisores do PIBID – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência, conseguimos compreender a importância e o real papel do professor dentro
da sala de aula. Com isso utilizamos o modelo pedagógico da aula-oficina, aquele mais
aconselhado segundo a autora, esse modelo parte do pressuposto de um aluno agente de
sua formação, munido de idéias prévias e norteador de seu próprio conhecimento, já o
professor é visto como um investigador, aqui ele criará problemáticas a serem
resolvidas pelos alunos, ou seja, o modelo ideal de Barca não coloca o professor como o
foco principal dentro da sala de aula, onde a atenção se voltaria toda para ele, ela
defende a idéia de uma interação de conhecimentos que levará o aluno a desenvolver a
sua própria concepção sobre o conhecimento histórico. Segundo Barca (2004) então:
Ora se o professor estiver empenhado em participar numa educação para o desenvolvimento, terá de assumir-se como investigador social: aprender a interpretar o mundo conceitual dos seus alunos, não para de imediato o classificar em certo/errado, completo/incompleto, mas para que esta sua compreensão o ajude a modificar positivamente a conceitualização dos alunos, tal como o construtivismo social propõe. (BARCA, 2004, p.132)
Com base na leitura de Isabel Barca, nós criamos para os alunos um questionário de
conhecimentos prévios o qual tinha como finalidade saber o que os alunos entendiam
por ditadura militar através de conceitos básicos. Optamos, portanto em um momento
inicial trabalhar conceitos com o 6º ano, para incitar nos alunos questionamentos que
serviriam para a proposta final do nosso projeto. Nesse momento baseamos também a
nossa metodologia em Ausubel, que acreditava que através de organizadores prévios,
nós conseguiríamos relacionar algo novo com algo já existente, facilitando assim a
aquisição de novas informações na estrutura cognitiva do aluno, portanto para ele esses
organizadores serviriam como pontes entre aquilo que o aluno já sabe e aquilo que ele
deve saber.
Ausubel, por outro lado, recomenda o uso de organizadores prévios que sirvam de âncora para a nova aprendizagem e levem ao desenvolvimento de conceitos subsunçores que facilitem a aprendizagem subseqüente. O uso de organizadores prévios é uma estratégia proposta por Ausubel para, deliberadamente, manipular a estrutura cognitiva a fim de facilitar a aprendizagem significativa. (MOREIRA, 2012, p.11)
Desse modo a utilização do questionário de conhecimentos prévios se baseia como
uma ponte entre aquilo que os alunos já sabem e o que eles desconhecem, abrindo
caminho para novas informações e para construção daquilo que será necessário aos
alunos durante as aulas práticas.
O professor se torna o mediador entre a fonte e os documentos utilizados e a
aprendizagem dos alunos.
“o professor atendendo a função cognitiva da aprendizagem do aluno
pode transformar essas fontes em ferramentas para demonstrar ao aluno de
forma didática que a história é feita de vestígios deixados pelos homens do
passado e que se constituem no material com o qual o historiador vai utilizar
para compreensão de como determinadas sociedades se estabeleceram em
determinados tempos/espaços.”
(
http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/ensino_e_histor
ia_o_uso_das_fontes_historicas_como_ferramentas_na_producao
_de_conhecimento_historico.pdf)
Então seguindo pela proposta de procurar o conhecimento que o aluno já possui e
uni-lo ao novo conteúdo, utilizamos as fontes e documentos como auxílio para construir
essa conexão.
Trabalho com as fontes históricas
O trato com a fonte, concepções, vestígios, tempo e recorte espaço temporal, são a instrumentalização essencial para o ensino de História¹, para auxiliar na contextualização da Ditadura Militar no Brasil utilizamos uma linha do tempo e dentro desta, encaixamos nossa fonte principal. Através de assimilações de casos contemporâneos e situações de uma maior possibilidade de compreensão aos alunos, explicamos o contexto histórico de estudo.
Através do Jornal Poeira, com o auxílio da fonte secundária, a Folha de São Paulo, retomamos diversos tópicos expostos durante a primeira aula teórica, analisando reportagens selecionadas, em suas intenções e validades, comparando dois pontos de vista opostos sob o contexto estudado e questionando a função e a imparcialidade dos veículos de comunicação
“ [...] as explicações históricas são diversas e particulares, porque são sempre construídas a partir de um ponto de vista particular. Cada perspectiva é por natureza imbuída de juízos de valor simultaneamente instrínsecos ao sujeito e ao obecto de produção histórica.”²
A partir do objetivo da fonte principal – conscientizar os alunos da Universidade Estadual de Londrina – analisamos junto aos alunos as diversas formas de abordagem do Jornal Poeira (desenhos, pesquisas, reportagens, entrevistas, etc.) buscando possibilidades de desenvolvimento do Jornal que seria produzido pela turma, este que também exigiu que os alunos pesquisassem em outras fontes sobre o tema, como por exemplo em livros e revistas da biblioteca do colégio Aplicação, onde aconteceu nossa terceira aula-oficina, ferramentas de busca online e entrevista com familiares. Desta forma ampliamos o campo de conhecimento da turma e consequentemente foram exigidos uma série de novos questionamentos em suas fontes de pesquisa. Entre um dos princípios de aprendizagem que Isabel Barca lista em seu texto “Aula oficina: do projeto à avaliação” ³:
“Os conceitos históricos são compreendidos gradualmente, a partir da relação com os conceitos de senso comum que o sujeito experencia. O contexto cultural e as mídias são fontes de conhecimento que devem ser levadas em conta, como ponto de partida para a aprendizagem histórica”
Mesmo enfatizando e levando em conta diferentes pontos de vista e realidades sobre os acontecimentos, os alunos tem de construir um pensamento crítico em torno do tema e da fonte. Para Isabel Barca ao abordarmos a fonte com uma metodologia relativista devemos entender que esta abordagem necessita de critérios de validação, o mais essencial seria a consistência com a evidência, o qual diferencia uma resposta histórica de uma resposta ficcional. Um exemplo disso pôde ser visto quando abordamos o tema “Milagre Econômico” com as crianças e mostramos reportagens dos dois jornais. (imagem) Explicamos o que era dito oficialmente pelo governo, então mostramos uma reportagem da Folha de São Paulo que enfatiza essa visão de economia próspera, e em comparação, uma reportagem do Jornal Poeira onde se destaca os problemas enfrentados na economia durante o mesmo período, e com o conhecimento e evidências que temos hoje pudemos concluir com eles que a primeira reportagem não possuía consistência com a evidência, sendo que existem dois níveis de interpretação deste. Primeiramente a descrição de acontecimentos que só precisam de refutação ou confirmação factual “xxxxx” e a explicação dos fatores da situação mencionada, que necessita também da confirmação factual mas também que seja plausível e logicamente satisfatório ao que conhecemos do mundo real. “XXX” ( DIEGO?)